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Curso de Educação Física - EAD

Disciplina: GinásticaCódigo: 7963

Considerações gerais sobre o estudo da ginástica e suas

aplicabilidades

Prof. Esp. Eraldo Paiva – CREF 15.032 G/RJ

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Apresentação

Roteiro da aula:

- Discutir os conceitos essenciais à disciplina, dando ênfase aos assuntos abordados no capítulo 13 do livro “Educação Física na Escola – Implicações para a prática pedagógica [livro eletrônico] – Darido e Rangel, 2017.

Unidade 1: Conceitos básicos sobre a Ginástica e sua evolução histórica.

Unidade 2: A Ginástica e as dimensões dos conteúdos.

Unidade 3: Metodologia: possibilidades e sugestões

Unidade 4: Avaliação

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Unidade 1: Conceitos básicos sobre Ginástica e sua evolução histórica.

Conceituar ginástica nos dias atuais torna-se uma tarefa um tanto quanto difícil, sem nos remetermos à história, pois ela se caracteriza como um conteúdo que teve seu conceito, característica e entendimento marcados por contextos que vão da expressão do corpo como arte até a busca da autossuperaçao.

Origem dos termos:

- Gymnos (Grego) – “Nu”.

- Gymnádzein (Grego) – “Exercitar-se nu”.

- Gymnasios (Grego) – “Local para exercitar-se” (Patronado pelo Deus Apolo).

- Gimmynastiké (Grego) – “Arte de fortificar o corpo e dar-lhe agilidade”.

- Pedótribo: Professor de ginástica, monitor; ginasta.

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Unidade 1: Conceitos básicos sobre Ginástica e sua evolução histórica.

Finalidades da Ginástica nos povos antigos (TUBINO, 1992)

- China: Higiênicas, terapêuticas, rituais e guerreira.

- Hindus: médico-higiênica, fisiológicos, morais (Leis de Manu), religiosa (Budismo) e guerreira.

- Japão: Utilitário, médico-higiênica, fisiológicos, morais, recreativo, ritual/espiritual e guerreiro (samurais).

- Egito: Exercícios Gímnicos de forma rudimentar com pesos, lanças, tronco de arvores, para desenvolver as qualidades físicas, combate, pequenos jogos, dança e guerreira.

- Assírios, Caldeus, Hebreus, Medas, Persas, Fenícios e Hititas: Utilitário e guerreiro, assim como os Egípcius.

- Grécia Antiga: Cultural, religioso, ritual, jogos esportivos, filosófico, beleza humana (corpo e mente), sistematização da ginástica, médico, militar, educacional.

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Unidade 1: Conceitos básicos sobre Ginástica e sua evolução histórica.

- Roma: Militar, higiênica, guerreira, esportiva e várias praticas assimiladas após suasconquistas de outros povos. Após a decadência Romana passou para: espetáculoscircenses cruéis e sanguinários de gladiadores, corrida de carros (bigas ou quadrigas),salto sobre o touro.

Finalidades da Ginástica na Idade Média (séc. V ao meados do séc. XV)

- Considerado por alguns autores como sendo o “Período das Trevas” em relação aprática da atividade física.

- Militar, guerreira (Cruzadas, Guerra Santa...), torneios que imitavam combates (Torneiode justas, Gualdana, Corrida do arco, arco e flecha), equitação, luta, esgrima, xadrez...Entre outros poucos expressivos com bola (bola ao vento, bola à corda, bola ao chute).(OLIVEIRA, 1994 apud VALLADÃO, 2009).

Finalidades da Ginástica na Idade Moderna (meados do séc. XV ao meados XVIII).

- Com o surgimento do movimento filosófico Renascentista, fez com que o repensar sobrea prática da atividade física (ginástica) tornar-se assunto dos intelectuais da época, princi-

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Unidade 1: Conceitos básicos sobre Ginástica e sua evolução histórica.

mente voltada para as minorias burguesas, reintroduzindo ao currículo elitista atividadescomo: saltos, corridas, natação, equitação, dança, entre outros.

Já no séc. XVII, com a influência do Iluminismo, deu-se origem a novas idéias,surgem nesse momento vários pensadores, filósofos e pedagogos, entre eles Rousseau,Pestalozzi, Calvino, Roterdan, Thomas Arnold, que, de certa forma, fixaram as bases daGinástica (atividade física) moderna e influenciaram significativamente os movimentos,escolas e sistemas posteriores.

Já no séc. XVIII, a Inglaterra se torna pioneira na implantação do Atletismo nasescolas primárias e para ambos os sexos, bem como, vários fatos históricos ocorridosnessa época (Revolução Francesa e a Revolução Industrial), contribuíram para oaprimoramento e utilização da prática da ginástica, atividade física e o exercício físico,

Finalidades da Ginástica na Idade Contemporânea (a partir do meado do séc. XVIII).

A partir desse momento, baseados nos acontecimentos históricos, correntesfilosóficas e sociais, levaram a sociedade à uma maior atenção a prática da atividadefísica (ginástica), visto que no início do século XIX, surgiram os principais movimentos(correntes, escolas) da Ginástica (educação física), que foram:

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Unidade 1: Conceitos básicos sobre Ginástica e sua evolução histórica.

. Corrente Alemã: Influenciado por Rousseau, defendia o valor pedagógico dos exercícios físicos, reencarnando os ideários clássicos da educação Helênica, incluindo a ginástica entre os deveres humanos. Depois foi substituída por um modelo novo de ginástica, de cunho patriótico-social , substituindo o termo “Gymnastik” por “Turnkunst” (arte da ginástica).

- Principais características: > Corridas, saltos, arremessos e lutas semelhantes aos da Antiga Grécia.> Exercícios ginásticos, trabalhos manuais e jogos sociais – Ginástica natural; Movimentos rítmicos.> Jogos e exercícios: correr, saltar, arremessar e lutar. Utilização de aparatos utilizados como barras para suspensão (turnplatz-playground).> Exercícios militares com fins pedagógicos integrados ao currículo escolar: eficiência corporal.

. Corrente Dinamarquesa: Embora tenha ganhado vários adeptos fervorosos em todos os países por onde passou , pouco se tem de fundamentos dessa corrente devido ao pouco material registrado, mas segundo Penna Marinho (4ª edição – revista e revisada), denomino-a de “Ginástica Básica Dinamarquesa”, com forte influencia do Método

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Unidade 1: Conceitos básicos sobre Ginástica e sua evolução histórica.

Sueco. Essa teve sua origem entre a juventude rural da Dinamarca e desenvolveu principalmente entre os trabalhadores agrícolas, depois expandindo-se entre todas as classes sociais.

- Principais características:

> Baseada em exercícios Militares.> Primeiro país a instituir a Educação Física como disciplina escolar.> Tinha o objetivo de levar a juventude a perfeição através de um rico conjunto de exercícios e formas de trabalho.> Desenvolver um corpo são e forte como sede de um espírito sadio.Baseados em Movimentos ritmados, suaves e naturais.

. Corrente sueca (Nórdica): Influenciada pelas teorias de Pestalozzi, a ginástica sueca se preocupava com a execução correta dos exercícios com o intuito de elevar a moral do povo, devido as conseqüências da guerra com a Rússia (antiga URSS), por volta de 1800 a 1813.

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Unidade 1: Conceitos básicos sobre Ginástica e sua evolução histórica.

-Principais características:

> Ginástica e literatura: instigar a força e coragem do povo, para defesa da pátria;> Ginástica dividida em quatro partes, com objetivos interdependentes: médico, militar, pedagógico e estético;> Tem como base o uso de aparelhos (exemplos: espaldar e banco sueco).> Ela é energética e viril, pelo emprego econômico das forças e a formação do caráter; social e patriótica, pela educação disciplinada da célula humana a serviço da sociedade.> Ela se destina a ambos os sexos, a todas a idades, a todas as constituições e se pratica dentro todas as condições materiais e sociais.

. Corrente Francesa: Pratica da ginástica com um forte espírito militar, tendo como origem na Escola de Joinville-Le-Pont, que perdurou ao longo do séc. XIX, era ministrada por suboficiais nas escolas civis.

- Principais características:

> Exercícios militares, que objetivavam aumentar as potencialidades dos jovens, uso de aros, escada de cordas, máquina para testar força e o trapézio.

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Unidade 1: Conceitos básicos sobre Ginástica e sua evolução histórica.

> Exercícios físicos de caráter médico-higienista.> Medir, experimentar e comparar – economizar energias – bases fisiológicas.

. Corrente Inglesa: Era baseada numa atmosfera pedagógica-social, utilizando os jogos e os esportes com conotação predominantemente educativa, e com a orientação a “não - ginástica”. Foi nessa corrente que foi popularizado o conceito do “Fair Play”.

> A Ginástica foi pouco difundida;> o esporte foi considerado o grande meio para promover a educação, através de jogos esportivos: organização, regras, técnicas e padrões de conduta.> Baseada na concepção de esporte de Thomas Arnold, “ É um jogo, é uma competição e é uma formação”.

O Olímpismo

Instaurado as bases do “Esporte Moderno” pelos movimentos em prol da ginástica (atividade física) nos séculos passados, eis que no final do séc. XIX surgi um outro movimento que ficou conhecido como “Olímpismo” (TUBINO, 1992), tendo como principal defensor Pierre de Fredy (o Barão de Coubertin), que após muita luta conseguiu reeditar “Os jogos Olímpicos da Antiguidade”, que passou a ser denominado “Jogos Olímpicos da Era Moderna”.

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Unidade 1: Conceitos básicos sobre Ginástica e sua evolução histórica.

A Ginástica e a Educação Física no Brasil

Embora já existisse práticas de atividades físicas e jogos no Brasil colônia, principalmente de origem indígena , e de forma ainda rudimentar se comparado aos já desenvolvidos no primeiro mundo (Europa). Algumas manifestações afrodescedentes, frutos da necessidade de defesa desarmada dos escravos fugitivos e abrigados nos “Quilombos”, a Capoeira.

Segundo Marinho (1985), de forma sistematizada, no Brasil, a Educação Física deu-se origem com a chegada da Coroa Portuguesa (período Imperial), trazendo com ela as influências culturais Européias, introduzindo as primeiras incursões no campo da metodologia.

A partir daí, cada período histórico brasileiro teve uma influência maior de uma determinada corrente Européia, como veremos a seguir.

- Período Imperial e pós Republica

A “Ginástica alemã” e a “Ginástica de Quarto” foram as escolhidas para serem implantadas no Colégio Nacional e Colégio Pedro II. 1ª Legislação sobre a obrigatoriedade da prática da ginástica nas escolas primárias da corte.

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Unidade 1: Conceitos básicos sobre Ginástica e sua evolução histórica.

Rui Barbosa institui a reforma educacional, obrigando a prática da ginástica nas Escolas Normais, para ambos os sexos. Sob influência da corrente Sueca.

- Período Higienista

Educação Física entendida como Ginástica (Sueca, De Quarto e Alemã) Proposta de governo com caráter de “Assepsia Social”, fruto do pensamento Liberal das elites brasileiras.

- Período Militarista

O método Francês passa a nortear o ensino secundário, normal e superior, com forte “espírito militar”. Instituído o “Estado Novo” por Getúlio Vargas. A Educação Física é vista como modelo político nacional (ideológico), de formação de um cidadão soldado, forte, disciplinado e bravo. São criadas as “Escola de Educação Física do Exercito” (1933) e a “Escola Nacional de Educação Física” (1939)

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Unidade 1: Conceitos básicos sobre Ginástica e sua evolução histórica.

- Período Pedagogicista

Deu-se início sob a influência após a visita dos estrangeiros: Auguste Listello(Educação Física Desportiva Generalizada), Margareth Froelich (Ginástica FemininaModerna) e Gerhard Schimidt (Ginástica Natural Austríaca). O esporte passa a ser entendido como conteúdo da Educação Física. A Educação Física passa a ser entendida como “Educação” e “Educação através domovimento”. Dá início a valorização do profissional de Educação Física. Passa a ser exigido “Exame de Vestibular” para o ingresso ao curso superior emEducação Física. A LDB (4.024/61) inclui a obrigatoriedade da Educação Física em todos o níveis e ramos da escolaridade.

- Período Competitivista

Surge na chamada “Ditadura Militar” (pós 1964). O esporte e a Educação Física se tornam “suporte ideológico” de um “Novo Modelo Político”.

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Unidade 1: Conceitos básicos sobre Ginástica e sua evolução histórica.

O esporte é entendido como “Desporto Espetáculo” (alto nível), e o atleta um “Herói”. A Educação Física é entendida como “Iniciação Desportiva”. O professor tem o papel de “Treinador”, e o aluno de “Atleta”. A prática é a repetiçãomecânica dos movimentos esportivos (Educação do Movimento). A LDB (5.692/71) prevê a Educação Física como “disciplina curricular obrigatória” Período de maior investimento na construção de Estádios e Ginásios Esportivos,massificando a prática desportiva. Tem como base a “Ciência do Treinamento Desportivo” para melhorar a eficiência do“Corpo Máquina”.

-Período dos “Movimentos Pedagógicos Progressistas” ou “Revolucionários”

Deu-se início no final dos anos 70 e nos anos 80, período de declínio do “Regime Militar”. Surge com o intuito de suplantar a corrente pedagógica de “Tendência Tecnicista” e“Reprodutivista”. Alguns autores identifica essa fase com sendo: “Critico Social dos Conteúdos” e outroscomo: “Crítica Superadora”. Ghiraldelli Jr identifica esse período como: Educação Física Popular. A Educação Física passa ser entendida no campo das “Ciências Humanas e Sociais”. Deu base as teorias: Recreacionista, Psicomotricista, Desenvolvimentista, Construtivista,Crítico – Superadora, Crítico – Emancipatória, Saúde Renovada e aos PCNs.

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Unidade 2

A Ginástica e as dimensões dos conteúdos.

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Unidade 2: A Ginástica e as dimensões dos conteúdos. As manifestações da Cultura Corporal de Movimento presentes na ginástica

apresentam os mais diversos objetivos e campos de atuação, que, no nosso entender, deve- riam ser considerados também no ambiente escolar:

- Dimensão conceitual: Permite aos alunos compreenderem a evolução da ginástica, sua história, origem, conceitos e contextos; os alunos aprendem a relacionar os conhecimentos da ginástica presentes em outras práticas da cultura corporal.

- Dimensão procedimental: como forma do aluno vivenciar alguns elementos e aprender a executar os movimentos da ginástica. Inclui as habilidades e técnicas de aprendizagem, das mais simples às mais elaboradas, que são aprendidas conforme a característica de cada aluno. A dimensão procedimental relacionada ao fazer pode ser transformada em composições coreográficas simples e complexas; preparação e elaboração de festivais de ginástica; pesquisa com parentes, amigos, vizinhos da comunidade a respeito de como realizavam os exercícios ginásticos na escola; elaboração e criação de um acervo com recortes de jornais (hemeroteca sobre ginástica), revistas e ou fotos com os elementos da ginástica; elaboração de programas de atividades físicas.

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Unidade 2: A Ginástica e as dimensões dos conteúdos.

- Dimensão atitudinal: Tende a desenvolver atitudes, valores e normas relacionados com as formas de conduta do aluno ou dos grupos. Possibilita ao aluno respeitar e valorizar tais manifestações corporais presentes na ginástica e aprender a assumir determinados comportamentos diante da ginástica: cooperação, participação, respeito às diferenças, aos limites dos outros e aos seus próprios, que podem ser manifestados em qualquer outro conteúdo.

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Unidade 3

Metodologia: possibilidades e sugestões

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Unidade 3: Metodologia e possibilidades.

A ginástica na escola hoje

Se retomarmos os conceitos apresentados a respeito da ginástica, podemos perceber que ela está presente em quase todas as manifestações da Cultura Corporal de Movi- mento existente nas escolas. Os alunos correm, andam, saltam, lançam, arremessam etc.

Os gregos utilizaram-se de todas essas habilidades também como forma de edu- cação. Os métodos ginásticos sistematizam tais conhecimentos e estes tornam-se ele- mentos de controle social.

E hoje, como tratar essas habilidades na escola, de que maneira transformar as informações que o aluno já tem em conhecimento?

E quanto à apresentação dos conteúdos, continuaremos perguntando: Esporte na escola, mas é só isso, professor? (RanGEl BETTi, 1995). A ginástica, como a enten- demos hoje, pouco espaço tem no ambiente escolar brasileiro, o esporte é o conteúdo mais desenvolvido e praticado.

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O que os alunos devem saber sobre a ginástica como conteúdo da cultura de movimento

Se fizermos uma retrospectiva, muitas pessoas tiveram suas experiências na Educa- çao Física escolar centrada em dois aspectos predominantes: a ginástica e os esportes. Assim, “fazer física” foi muitas vezes compartilhar uma partida de um esporte tradicio- nal, como o futebol, o handebol, o vôlei ou o basquete; ou então participar de uma aula de ginástica onde os conteúdos principais foram as corridas (geralmente a de 12 minutos), os abdominais, os “polichinelos”, as “barras” e, algumas vezes, as acrobacias, como os saltos sobre os plintos e os rolamentos sobre os colchões.

Com essa perspectiva de desenvolvimento de conteúdos, assistimos por muito tempo o desenrolar de uma Educação Física escolar esportivista, com objetivos de massificação esportiva, excludente e desvinculada de processos educacionais propositivos.

Daí surgiram as academias, com suas diversas modalidades de ginástica como a “avó” aeróbica e o step e os pós-modernos “body’s”, nos quais o mesmo padrão rítmico, a mesma música, o mesmo “sorriso” e o mesmo movimento serão realizados em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Brasília ou na nova Guiné. Diante dessa variedade de temas e características, o “fazer ginástica” tornou-se sinônimo de saúde e extrapolou espaços tradicionais, como o da escola ou dos quartéis, passando a representar uma atividade física dirigida a públicos diferenciados, com apelos econômicos e sociais.

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As representações da ginástica e das práticas corporais

Quais serão os limites do corpo? Esta pergunta foi levantada em uma matéria de um jornal de grande circulação em São Paulo, e não foi surpresa a seguinte sugestão da matéria: Resistência, Mobilidade, Longevidade, Crescimento e Percepção – o homem viverá mais, será mais rápido, mais alto, até o ponto que a medicina alcançar.

Ao longo da história, o corpo, quase sempre, esteve relegado aos domínios da bio- logia e da medicina, e, neste início de milênio, não poderia ser diferente: o corpo mol- dado, a busca de resultados, a performance, a resistência, o modismo – apesar de alguns movimentos contrários a estes argumentos.

Mesmo assim, seria muito simplista adotarmos uma postura puramente biológica, sem adentrar nas trajetórias sociais do corpo, seu forte conteúdo através dos séculos, das classes, das circunstâncias e da cultura (PORTER, 1992).

Com isto, é importante levantarmos algumas abordagens entre os saberes e as prá- ticas corporais. As técnicas corporais, as vivências e outras formas de representação do corpo situam-se para além da herança moderna (métodos ginásticos europeus) e dos modismos do século XXI.

Várias mudanças ocorreram na concepção de corpo diante da história e da sociedade. Por certo são ainda pequenas, mas duradouras, e quebram velhas hierarquias, mudan- ças como a contracultura nos anos 1960, o feminismo dos anos 70, as culturas corpo- rais alternativas dos anos 80 e 90 (ALBUQUERQUE, 1999), que buscam se distanciar das repressões e domínios modernos para os quais o corpo ainda é considerado útil e disciplinado e ainda pertence ao mesmo fenômeno disciplinador em se tratando de várias atividades do ser humano (SanTin, 1999).

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Mas, ainda assim, os movimentos das terapias corporais e das práticas corporais, elementos de uma cultura corporal alternativa, vêm alcançando espaço em busca de uma “vida alternativa àquela oferecida pela civilização industrial” (RUSSO, 1993).

Essas alternativas estão presentes como forma de enfrentamento à modernidade, assim “o reencantamento do corpo, reintegrado com a mente, a alma e a natureza expressaria um indivíduo confiante, que escapa do desamparo a que estaria destinado pela imposição tecnocra- tica” (ALBUQUERQUE, 1999).

Este tema se destaca da compreensão social e histórica do corpo ao longo do tempo, e ainda temos muito que aprender.

Ginástica e algumas de suas possibilidades

• Ginástica de condicionamento ou de academia: aquisição, melhora ou aprimoramento das condições física, estéticas, para atletas e não atletas (exemplos: musculação, hidroginástica, ginástica aeróbica e suas derivações “pós-modernas”, gap – glúteos, abdominais e pernas etc.).

• Ginástica terapêutica: prevenção e/ou tratamento de doenças congênitas ou adquiridas (por exemplo: cardíacos e asmáticos).

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• Ginástica alternativa: Visa a percepção corporal, através de práticas corporais alternativas (exemplos: antiginástica, RPG, eutonia, bioenergética, biotonia etc.).

• Ginástica competitiva: Reúne as modalidades competitivas (exemplos: artística, rít- mica, aeróbica, trampolim acrobático, duplo-mini, minitrampi, tumbling, roda-ginástica).

• Ginástica demonstrativa: Reúne elementos de todas as modalidades de ginástica; não tem como única característica a competição, objetiva também a interação social (exemplo: ginástica geral).

• Ginástica laboral: Praticada no ambiente do trabalho, em um curto espaço de tempo (10 a 15 minutos em média), com a intenção profilática em primeiro plano.

Capacidades físicas presentes na ginástica

Dependendo do objetivo e do tipo da ginástica praticada, pode-se dizer que é estimulado todas as Capacidades Físicas do praticante.

-Resistência, velocidade, força, coordenação, flexibilidade, agilidade, equilíbrio, rítmo e descontração.

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Exemplo de utilização de materiais

. Materiais alternativos nas aulas de Ginástica.

. Materiais oficiais da ginástica rítmica: maça, corda, bola, arco, fita.

Proposta de aplicação

As práticas corporais e os métodos ginásticos apresentados anteriormente constituem-se de movimentos naturais do homem: andar, correr, saltar, rolar, lançar, arremessar, jogos individuais e coletivos, com regras, que foram evoluindo ao longo dos tempos.

A ginástica como conteúdo da Educação Física escolar muitas vezes serviu (ou serve) como “castigo” (10 abdominais ou algumas voltas correndo em volta da quadra etc.) pela não realização de outras atividades. O abandono da prática de ginástica na escola foi (ou é?) uma realidade; desta forma, a ginástica deve ser recontextualizada, levando em consideração a busca da autonomia, e as relações entre relaxamento, sensibilidade e respiração.

Outras propostas podem ser caracterizadas e vivenciadas através de três temas prin-cipais para debate, analisando a ginástica sob o prisma da saúde e da estética, pelas ati- vidades físicas e exercícios gerais e pelas práticas corporais alternativas.

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Ginástica e inclusão

Com a ginástica ocorreu o que podemos chamar de “inversão histórica”, na qual o esporte passa a ser peça de propaganda política de muitos países com variadas conse- quências históricas, e a ginástica passa a ser representada pelos modismos e vinculada diretamente à estética corporal (BETTi, 1991).

Neste contexto, o desafio é grande para que possamos ter uma ginástica realmente inclusiva. A “ginástica de academia” não é para todos, e muitos são os fatores: poder aquisitivo; padronização de movimentos; corpos atléticos; priorização da estética; den- tre outros.

Neste contexto, segundo Cunha (1999), a proliferação das academias, bem como seu significado, refere-se ao contexto sociocultural onde estão estabelecidas. O espaço da academia representa a afirmação social do grupo de pessoas ali contido, bem como aponta para uma percepção das condições reais de vida e certa consciência do papel desempenhado na sociedade.

Assim, a ginástica escolar, como um dos conteúdos da Educação Física escolar, deve oportunizar o conhecimento de movimentos que possam até mesmo servir como suporte para a compreensão do modelo de ginástica atual. A busca da autonomia, a utilização de espaços públicos (como parques, por exemplo), simplificando as formas de aplicação da ginástica, buscando alternativas de “se movimentar”, sem a preocupação com a estética, porém com consciência e segurança.

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A questão de gênero na ginástica

O homem sempre ocupou lugar privilegiado, tanto na prática esportiva como na gímnica, sendo a mulher colocada em um plano inferior, onde tais experiências não lhes eram reservadas.

A discriminação contra a mulher no esporte data dos Jogos Olímpicos da antiga Grécia, nos quais a mulher não tinha a permissão sequer de assistir às provas. No século XIX, era Moderna, a mulher não teve participação significativa. Na década de 1920, com o aumento da participação esportiva, a mulher consegue contrariar os princípios do Barão de Coubertain, que não cogitava a presença feminina no mundo olímpico esportivo. Com isso surgem modalidades esportivas específicas para a mulher, como o nado sincronizado e a ginástica rítmica desportiva (GAIO, 1996).

De acordo com Gaio (1996), o surgimento da ginástica foi caracterizado pelos fato- res mencionados anteriormente, e acompanhou cada etapa do desenvolvimento social e, conseqüentemente, se estabeleceu em estreita relação com a posição da mulher na sociedade.

A questão de gênero que envolve a prática da ginástica possibilita atualmente uma ampla discussão da presença feminina não só em esportes até então considerados exclu- sivamente femininos, citados anteriormente, como também a participação da mulher nos cenários esportivo, social, econômico etc. No início deste capítulo, dissemos que, historicamente, os movimentos da ginástica estavam associados a elementos masculinos como força, potência, agilidade, energia, os quais passam atualmente a ser associados também às mulheres.

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Ginástica presente na mídia

Como abordamos anteriormente, o esporte é a prática da cultura corporal de mo- vimento mais destacada nos ambientes escolares. Porém, acreditamos que a ginástica e seus elementos poderiam servir para uma retomada dos conhecimentos a partir dela criados e transformados pelo homem.

A ginástica pode não estar sendo contextualizada de maneira “consciente” por edu- cadores e alunos; no entanto, ela tem influenciado as diversas mudanças no compor- tamento de jovens adolescentes, que, diante da mídia, passam a consumir diversos produtos que oferecem poções mágicas de beleza corporal e estética; como exemplos, os famosos equipamentos de ginástica, exercícios físicos que não alertam os praticantes a tomar certos cuidados antes de iniciar a prática, vendidos diariamente na TV. Basta apenas um telefonema e a “ginástica” está na sua casa. Por que não “levar” essa ginástica para dentro da escola e ressignificá-la?

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Unidade 4

AVALIAÇÃO

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Avaliação

A avaliação só terá sentido se o professor conseguir estabelecer, em conjunto com os alunos, o que realmente desejam com o conteúdo de ginástica, ou seja, os objetivos. As situações vivenciadas no processo de aprendizagem poderão ser debatidas de dife- rentes maneiras, conforme as características de cada grupo.

O que avaliar

As dimensões dos conteúdos de ginástica devem ser considerados para que os alunos percebam a integração dos conhecimentos aprendidos.

Como avaliar

Um bom exemplo de como avaliar é a avaliação em grupo, na qual cada grupo expõe o que aprendeu, o que faltou aprender, qual a importância do que foi aprendido, e a relação com a vida cotidiana – o sentido da avaliação.

Quando avaliar

Estabelecer uma rotina de observação diante das ações desenvolvidas e vivenciadas durante as aulas permite ao professor e ao aluno realizar uma avaliação durante todo o processo. Por isso, cabe ao professor deixar bem claro ao aluno que ele está sendo constantemente avaliado segundo as dimensões procedimentais, conceituais e atitudinais.

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Referências:

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TUBINO, Manuel J.G. Esporte e Cultura Física. São Paulo: IBRASA, 1992.

OLIVEIRA, Vitor Marinho de. Educação Física Humanista. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1985.

GHIRALDELLI JR, Paulo. Educação Progressista. São Paulo: Edições Loyola, 1991.