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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UFPB VIRTUAL
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL
METODOLOGIA CIENTÍFICA E TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
BOLSA FAMÍLIA E A REDUÇÃO DA EVASÃO ESCOLAR NA
ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL MONSENHOR SEVERINO
CAVALCANTE DE MIRANDA
Maria da Penha de Pontes Macêdo
Pós-graduando lato sensu em Gestão Pública Municipal-UFPB
Profª. Maria Elizabeth Batista Pimenta Braga
Orientadora
RESUMO
O objetivo deste trabalho é investigar se a contribuição da transferência de renda para as
famílias em situação de pobreza através do Programa Bolsa Família teve efeito na redução da
evasão escolar numa escola do 1º ao 5º ano da rede municipal de ensino. Como metodologia
foi utilizada a pesquisa documental de natureza quantitativa, fazendo uso de documentos
internos da Instituição de ensino para comparar dados dos últimos 3 anos. Observou-se que a
condicionalidade do PBF foi satisfatória e a redução da evasão escolar foi significativa no 1º e
2º ano enquanto no 3º, 4º e 5º ano os indicadores apontam um índice bastante elevado de
evasão escolar na Escola Municipal de Ensino Fundamental Monsenhor Severino Cavalcante
de Miranda na cidade de Araruna.
Palavras-Chaves: Bolsa Família. Evasão. Condicionalidade.
1 INTRODUÇÃO
A evasão escolar é um assunto ainda muito discutido e abrange a maioria das escolas
brasileiras, motivo pelo o qual as discussões se acentuam tendo como foco central do debate o
papel tanto da família quanto da escola em relação à vida escolar da criança e do adolescente,
muito embora vários estudos tenham apontado aspectos sociais considerados como
determinantes da evasão escolar, dentre eles a desestruturação familiar, as políticas de
governo, o desemprego e a desnutrição. (QUEIROZ, UFMT).
Diante das discussões já é possível observar a preocupação nas três instâncias, Federal,
Estadual e Municipal em amenizar a evasão escolar, investindo em políticas públicas que
assegure a permanência da criança e adolescente na escola, bem como exigindo da família o
compromisso de acompanhar a vida escolar dos aprendentes junto à escola.
Nesta pesquisa destacou-se o PBF, programa de transferência de renda que beneficia
famílias em situação de pobreza (com renda mensal por pessoa de R$ 60.00 a R$ 120.00) e
extrema pobreza (com renda mensal por pessoa de até R$60.00). A ligação do programa com
a redução da evasão escolar se explica através da condicionalidade determinada pelo Decreto
nº 6.917 em que as famílias enquadradas nos critérios de renda só receberão o benefício se os
aprendentes de 6 a 15 anos apresentarem frequência mínima de 85% e os que estão entre 16 e
17 anos frequência mínima de 75%. (SANTOS, 2009).
Os valores pagos pelo programa variam de acordo com a renda das famílias. O
Benefício Básico é de R$ 62.00 (sessenta e dois reais) e destinam-se as famílias consideradas
extremamente pobres, ou seja, com renda mensal de até R$ 60.00 (sessenta reais) por pessoa.
Nele se enquadram inclusive as famílias que não tenham crianças ou jovens (SANTOS,
2009).
O PBF integra a estratégia Fome zero que tem como objetivo assegurar o direito
humano à alimentação adequada, promovendo a segurança alimentar e nutricional e
contribuindo para erradicação da extrema pobreza e para a conquista da cidadania pela parcela
da população mais vulnerável à fome.
As condicionalidades que devem ser seguidas na educação, foram motivo de
indagação pela pesquisadora, uma vez que existe uma grande queixa com relação à evasão
escolar. Diante disto se resolve aprofundar o tema de forma documental para verificar se
realmente o Programa Bolsa Família vem contribuindo para reduzir a evasão escolar e qual a
participação da família neste controle da condicionalidade.
O estudo foi desenvolvido na Escola Municipal de Ensino Fundamental Monsenhor
Severino Cavalcante de Miranda na cidade de Araruna-PB, com o objetivo de investigar a
redução da evasão escolar mediante a implantação do Programa Bolsa família, analisando a
possível contribuição deste programa junto às famílias que por sua vez tem a responsabilidade
de colocar e manter os seus filhos na referida instituição de ensino.
A metodologia utilizada na coleta de dados foi a pesquisa documental, que envolveu a
investigação em documentos internos da instituição escolar, onde os dados numéricos,
percentuais, relatórios e frequência dos alunos e dos pais foram fornecidos pela gestora
escolar.
2
O trabalho está distribuído em seis tópicos principais. No primeiro está a
fundamentação teórica composto por alguns conceitos e fundamentos acerca do objeto de
estudo, enriquecendo dessa maneira a pesquisa com algumas teorias.
O segundo é o material e método apresentando os procedimentos, estratégias e
instrumentos utilizados na pesquisa, logo após tem o terceiro tópico com a caracterização geo-
histórica da cidade onde se encontra a escola. No quarto tópico está a análise dos resultados
obtidos na realização da pesquisa. Posteriormente estão as considerações finais apontando
alguns ponto alcançados na pesquisa.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fundamentação teórica está subdividida em três itens: Algumas concepções acerca
das políticas públicas, o estado e a seguridade social, Programa Bolsa Família: Uma política
pública social voltada para os desfavorecidos
2.1 Algumas concepções acerca das políticas públicas
A busca para uma única definição de políticas públicas não é possível, pois existem
conceitos diferenciados de um autor para outro, entretanto, todos costumam utilizar conceitos
que fazem relação às ações realizadas pelo governo. Apesar das diferentes definições para as
políticas públicas, existe uma mais conhecida que foi pensada por Laswell, sua concepção
está embasada nas decisões e análises sobre política pública que sua vez visa responder as
seguintes questões: quem ganha o quê, por quê e que diferença faz (SOUZA, 2006).
As políticas públicas costumam ser associadas comumente aos mecanismos que o
Estado utiliza para oferecer condições de vida digna àquelas pessoas que estão marginalizadas
socialmente e não tem meios para sobreviver. Na verdade, não se pode pensar em políticas
públicas apenas dessa perspectiva. Segundo Mesksenas (2002 p.77), “No século XX, as
políticas públicas são definidas como um mecanismo contraditório que visa à garantia da
reprodução da força de trabalho. Tal aspecto da organização do Estado nas sociedades
industriais, não traduz um equilíbrio nas relações entre o capital e o trabalho”.
A reprodução da força de trabalho representa uma característica do capitalismo que foi
utilizada para definir no século passado políticas públicas. O estado regido pelo sistema
capitalista buscava o desenvolvimento provocando conseqüentemente a desigualdade na
3
relação entre trabalhadores e empregadores, pois o capital produzido nas indústrias através da
força do trabalho não era retornado para os trabalhadores de maneira justa.
No decorrer dos tempos sempre existiu uma subdivisão de classes sociais nas relações
entre as pessoas, as quais podem se destacar por um grande afastamento em todos os aspectos.
Geralmente o estado representado por aqueles que estão em condição de superioridade são os
responsáveis por todas as decisões relacionadas à sociedade, eximindo completamente a
participação das classes trabalhadoras ou ainda daqueles considerados excluídos socialmente.
Mesksenas (2002 p.77-78) afirma que.
Um outro aspecto das contradições presente nas relações políticas do Estado implica
a exclusão das classes trabalhadoras nas instancias de decisão e gerenciamento das
políticas públicas e, ao mesmo tempo no apelo para a incorporação das demandas
dessas classes na extensão dos direitos sociais. Tal aspecto integra o receituário de
medidas que garantem a legitimidade das condições de governabilidade presentes no
Estado frente ao conjunto da sociedade. Assim a intervenção estatal que ocorre por
meio das políticas públicas emerge numa complexa disputa pelo poder relacionado às contradições econômicas e políticas.
Como se sabe o Estado tem grande representatividade no contexto da sociedade e das
políticas públicas na atualidade, nesta perspectiva é possível perceber a autonomia do Estado
nas ações que o mesmo pode realizar provocando diversas transformações no espaço de
atuação, essa definição pode parecer complexa no mundo moderno para as políticas públicas.
No processo de definição de políticas públicas, sociedades e Estados complexos
como os constituídos no mundo moderno estão mais próximos da perspectiva teórica
daqueles que defendem que existe uma “autonomia relativa do Estado”, o que faz
com que o mesmo tenha um espaço próprio de atuação, embora permeável a
influências externas e internas (EVANS, RUESCHMEYER E SKOCPOL apoud
SOUZA, 2006, p. 27).
No atual contexto histórico, o mundo passa por uma onda de transformações que
jamais aconteceu antes, tais transformações podem ser atribuídas ao processo de globalização
que por sua vez provoca uma série de problemas, dos quais podem ser citados aqueles de
ordem sociais. Diante desta situação surgem os diversos tipos de políticas para tentar
minimizar o efeito devastador provocado pela globalização.
O processo de globalização em desenvolvimento atinge todas as sociedades. (...)
Também a consenso que a forma atual de globalização cria desemprego e exclusão social, causando danos econômicos-sociais e ambientais. Desencadeia violências de
todo tipo. (...) Vale salientar que a pressão da globalização para baixo cria a
necessidade do governo buscar alternativas novas do contato direto com os cidadãos
superando o ortodoxo de fazer política. De igual maneira, a cidadania
conscientemente organizada necessita criar mecanismo de contato e controle de
políticas estatais, democratizando-as. Isso demanda novos experimentos de
participação política direta de maior número possível de cidadãos. Assim, um dos
4
maiores desafio da globalização é a discussão profunda e ampla a cerca de uma
política da condição social humana global (VERZA, 2000 p. 84 -87).
As políticas ganha fundamental importância na tentativa de oferecer alternativas para
superar problemas sociais, tais como desemprego, marginalização, injustiça social, violência e
outros. Estes problemas representam grandes desafios que recai na responsabilidade do
Estado para serem resolvidos através dos seus mecanismos, visando o alcance de objetivos
que possam proporcionar o bem estar da coletividade. A partir destes pressupostos, surgem as
políticas públicas para desenvolver ações que possam buscar a possível solução para acabar
ou minimizar problemas dentro do âmbito social.
2.2 O Estado e a seguridade social
As políticas sociais surgiram com várias finalidades, em alguns momentos estavam
voltadas para trabalhadores do setor moderno e para população que se encontrava fora do
mercado de trabalho formal. Em outros momentos se constituíram em programas socais
destinados a regular relações entre Estado e sociedade, naquelas dimensões que afetaram os
processos de reprodução social das classes trabalhadoras e demais segmentos sociais.
(GENTILLI, 2006)
No decorrer da história o capitalismo se expandiu muito rapidamente, entretanto,
como se sabe a classe trabalhadora era muito importante para essa expansão, mas não havia a
valorização da mão-de-obra, por isso surgiram em diversos momentos da história conflitos de
trabalhadores que buscavam conquistar direitos. O resultado das lutas de classes podem ser
definidos pela conquista das políticas sociais que não representava nada de muito importante
dentro do Estado capitalista.
As políticas sociais conduzidas pelo Estado capitalista representam um resultado da
relação e do complexo desenvolvimento das forças produtivas e das forças sociais.
Elas são o resultado da luta de classes e ao mesmo tempo contribuem para a
reprodução das classes sociais. (FALEIROS, 2007, p. 46)
As políticas públicas voltadas para beneficiar as classes trabalhadoras ou ainda aqueles
que estão fora do mercado de trabalho representam políticas de cunho social. Neste contexto,
as classes trabalhadoras e, sobretudo a população que se encontra sem trabalho formal deve
receber do Estado os serviços necessários para o seu bem-estar.
5
As políticas de Assistência Social, como as demais políticas no âmbito da gestão
estatal da reprodução da força de trabalho, buscam responder a interesses
contraditórios, engendrados por diferentes instâncias da sociedade, e assim não se
configuram como simples produto dos interesses dos „de cima‟, mas como espaço
onde também estão presentes os interesses dos subalternizados da sociedade.
(YAZBEK, 1995, p. 9).
As ações do Estado representadas pelas políticas sociais não são simplesmente ações
de natureza econômica, na verdade tem um significado mais abrangente, pois busca
minimizar gastos no setor social. Isso significa que o Estado busca evitar gastos mais
elevados através de ações como, por exemplo, em educação que pode evitar violência e outras
conseqüências no meio social.
As despesas de manutenção da regulação do mercado colocam também em crise a
política social. Contudo, a política social não é uma estratégia exclusivamente
econômica, mas também política, no sentido da legitimação e controle dos
trabalhadores (...) crise de legitimação política articulada queda dos gastos na área social. (BEHRING, 2007, p. 169)
As políticas sociais podem ser representadas através dos mais variados programas,
obviamente o objetivo é sempre minimizar problemas dentro da sociedade, como por
exemplo, acabar ou reduzir a pobreza. A transferência de renda monetária foi uma forma
adotada no Brasil para tentar diminuir alguns de seus problemas sociais, nesta perspectiva
podem ser obtido resultados positivos. Segundo Silva (2006, p.3)
[...]transferência de renda é aqui concebida como uma transferência monetária direta
a indivíduos ou a famílias. No caso brasileiro, a idéia central dos Programas de
Transferência de Renda é proceder a uma articulação entre transferência monetária e
políticas educacionais, de saúde e de trabalho direcionadas a crianças, jovens e
adultos de famílias pobres. Dois pressupostos são orientadores desses programas:
um de que a transferência monetária para famílias pobres possibilita a essas famílias
tirarem seus filhos da rua e de trabalhos precoces e penosos, enviando-os à escola, o
que permitirá interromper o ciclo vicioso de reprodução da pobreza; o outro é de que
a articulação de uma transferência monetária com políticas e programas
estruturantes, no campo da educação, da saúde e do trabalho, direcionados a famílias
pobres, poderá representar uma política de enfrentamento à pobreza e às desigualdades sociais e econômicas no país.
A Constituição Federal de 1988 representa o marco inicial para que o país passe
reconhecer oficialmente os direitos sociais dos cidadãos, em seu capítulo II, no artigo 6º, ao
expressar que “[...] são direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição”.
6
6
No atual contexto social o assistencialismo brasileiro tem um significado muito
importante, pois abrange uma grande parte da população desfavorecida ou marginalizada, por
isso também pode ser considerada positiva. Numa outra perspectiva, aqueles que são
favorecidos por este assistencialismo representam os cidadãos que estão sendo atendidos pelo
Estado como garante a constituição brasileira.
[...] a assistência social brasileira deixou de ser, em tese, uma alternativa de direito,
ou dever moral, para transformar-se em direito ativo ou positivo, da mesma forma
que os demandantes dessa assistência deixaram de ser meros clientes de uma
atenção assistencial espontânea – pública e privada - para transformar-se em sujeitos
detentores do direito à proteção sistemática devida pelo Estado (PEREIRA, 1996, p.99-100).
A consolidação dos direitos sociais brasileiro se configura através do surgimento da
constituição, isso significa que o Estado tem o dever de garantir a sociedade condições
necessárias para uma boa qualidade de vida, tais condições não ficam limitadas apenas a
serviços públicos oferecidos pelas suas instituições, mas através de mecanismos que possam
se configurar através de ações efetuadas com políticas públicas.
2.3 Programa Bolsa Família: Uma política pública social voltada para os desfavorecidos
Sabe-se que a evolução do Programa Bolsa Família vem acontecendo desde os anos
90, mas aqui se enfatiza a evolução recente de 2003 a 2006 que segundo o PNAD conseguiu
atingir a meta de cobertura do público alvo em apenas 3 anos de sua criação. Muito embora
ainda exista um grande número de domicílios que ainda precisa da cobertura do Programa.
A transferência de renda para as famílias mais carentes causou impactos positivos na
pobreza, pois o número de pessoas nessas condições sociais vem reduzindo no Brasil desde
2004, segundo o PNAD é o Programa que está contribuindo de forma favorável para que isto
aconteça (ROCHA, 2008).
O programa Bolsa Família vem sendo observado por todos que desejam encontrar
soluções para os problemas da desigualdade e da pobreza e que obviamente é justificada
através de traços específicos que ele incorpora a partir do pressuposto de que a transferência
de renda é um mecanismo legal de política social no Brasil e também através da
condicionalidade do Programa em termos de frequência a escola e cuidados com a saúde
(ROCHA, 2008).
Para melhor entender a Gestão de Benefícios é importante saber que benefícios da
família é um conjunto de todos os benefícios financeiros específicos e transferidos a família
por meio do seu respectivo responsável pela Unidade Familiar (RF). Para garantir o benefício
mensalmente, é preciso que esteja devidamente atualizado e dentro das normas exigidas pelo
o Programa. Sempre que houver irregularidade no cadastro aparece uma mensagem, o motivo
e orientação para o gestor municipal. (Manual de Gestão de Benefícios, 2010).
Para Queiroz (2004), a evasão escolar está ligada a vários fatores internos e externos
entre eles está a condição de vida das famílias, nesta situação se encaixa o Programa Bolsa
Família que visa contribuir economicamente para que as famílias garantam a permanência dos
filhos na escola evitando assim a exclusão, assunto que hoje muito se discute e não é
permitido em hipótese alguma a criança fora da escola, muito menos pela financeira.
Promover a cidadania é também garantir condições para que isto aconteça, mesmo que
seja preciso o acompanhamento da educação como uma forma de assegurar este direito e o
Programa Bolsa família faz este acompanhamento visando promover a cidadania e a melhoria
para a qualidade de vida da população beneficiada. Por fim se conclui a fundamentação
teórica com os dados estatísticos e outros registros que irão fazer parte do nosso objeto de
estudo.
3 MATERIAL E MÉTODO
3.1 Procedimentos Metodológicos
Quanto ao procedimento adotado na coleta de dados se enquadra no grupo de pesquisa
documental, que se utiliza da fonte de papel, porém nenhum grupo de pesquisa deve ser
considerado de forma rígida, porque nem sempre a pesquisa se enquadra totalmente no
determinado grupo. A pesquisa documental envolve a investigação em documentos internos
ou externos e pode ser usada tanto em pesquisa quantitativa como qualitativa (ZANELLA,
2009).
Para realizar este estudo a pesquisadora usou como metodologia a pesquisa
documental de natureza quantitativa, no caso, trata-se de informações coletadas na ficha de
freqüência e na tabela de matricula, movimento e rendimento escolar de alunos da Escola
Municipal de Ensino Fundamental Monsenhor Severino Cavalcante de Miranda. Os dados
que foram utilizados são classificados como documentos internos da organização que
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serviram para atender aos objetivos propostos através de dados estatísticos dos 3 últimos anos,
bem como outros documentos que foram de grande importância para alcançar os objetivos.
A coleta de dados se iniciou com uma visita a instituição de ensino para uma conversa
com a gestora escolar, falar sobre o objetivo da visita e saber da possibilidade de fornecer
estes dados que fazem parte do objeto da pesquisa.
Posteriormente foi relacionado o material necessário: estatística ou rendimento escolar
dos últimos 03 anos 2008, 2009 e 2010 (tabulado com base na formula: Nº de Evadidos ÷
Matrícula Inicial + Admitidos Após Março – Afastados por Transferência x 100), diários de
classe, relatório da frequência do Bolsa Família, frequência dos pais em reuniões também dos
três últimos anos. A gestora se dispôs a atender com a documentação solicitada para fazer as
cópias. De posse dos documentos internos foi possível iniciar a análise documental de cunho
quantitativo.
4 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICIPIO DE ARARUNA
4.1 Caracterização Histórica
A região que abrange o município de Araruna teve como primeiros habitantes os
indígenas, esta suposição fundamenta-se em marcas possivelmente deixadas por eles,
materializada em gravuras desenhadas nas rochas, as quais são conhecidas como pinturas
rupestres.
Segundo Lucena (1985), os primeiros indígenas a habitar a região pertenciam às tribos
Paiacus, Janduis, Cararás, entre outras. Todas essas tribos mencionadas pertenciam a grande
nação Cariri que era conhecida de forma generalizada como Tapuias. Estes índios tinham
como característica principal, permanecerem pouco tempo vivendo num ambiente e devido a
este costume eram denominados de nômades.
Durante muitos anos esta região esteve oculta ao conhecimento dos colonizadores,
permanecendo nesta situação até o século XVII, quando possivelmente houve as primeiras
concessões de terras. “Acreditamos que a primeira destas concessões de terras foi feita em 07
de junho de 1706, a Antônio Freire”. (LUCENA, 1985, p. 13). Fato que indica o período da
possível descoberta da região.
O autor supracitado também expõe outras hipóteses a respeito da possível descoberta
da região, entre as quais, apresenta-se um relato com base em fontes orais revelando que
9
foram pessoas da família Soares, os verdadeiros pioneiros da região quando se fixaram no
local onde se deu origem ao município.
Os primeiros a receber concessão de terras na região, conseguiram através do
documento de sesmaria, adquirir posse sobre uma certa área na serra. “... concedendo terras a
Luiz Soares de Oliveira, em 22 de julho de 1788”. Tavares (1909 apud RODRIGUEZ, 2001,
p. 11). A Referida data marca a possível descoberta da região que envolve o município de
Araruna, porém, a fundação do povoado aconteceu depois de vários anos, quando surgiu o
primeiro habitante na serra, fixando-se na área mais alta e iniciando o processo de ocupação
da região.
O município de Araruna foi fundado por volta de 1845, momento que se formou o seu
povoado, quando Feliciano Soares do Nascimento, morador da localidade de Jacu dos Órgãos,
no estado do Rio Grande do Norte, recebeu cerca de duas léguas de terras em uma área sobre
o planalto (RODRIGUEZ, 2001). Na ocasião, sua primeira atitude foi construir uma
residência e cultivar produtos agrícolas numa roça.
Depois de alguns anos, Feliciano Soares construiu uma capela para cumprir uma
promessa a Nossa Senhora da Conceição, e no dia 04 de julho de 1854, pela Lei Provincial Nº
25, foi criada a Freguesia de Araruna (LUCENA, 1985). Após a construção da capela,
começou a edificação das residências ao seu redor, formando a primeira rua da cidade.
Depois de duas décadas de criada a freguesia, por volta de 1870, os moradores
estavam sentindo dificuldades para comunicar-se com as autoridades e resolver seus
problemas, pois, caso alguém quisesse entrar em contato com alguma autoridade, teria que
percorrer uma grande distância até Bananeiras, Jurisdição administrativa a qual Araruna
estava subordinada (PRODER, 1996). O problema era justamente a distância que separava as
duas localidades.
Diante das dificuldades foi tomada a primeira providência no dia 07 de outubro de
1871, para a Freguesia se tornar independente, através de apelo por meio de um abaixo-
assinado de proprietários, criadores e pessoas influentes, solicitando ao presidente da
província a criação de uma Vila, título que indicava uma certa autonomia da localidade. No
dia 29 de maio de 1876, um deputado apresenta um projeto de lei criando o termo, quando
finalmente no dia 10 de julho do mesmo ano, o Barão de Mamanguape, sanciona a Lei nº 616,
que originava a Vila de Araruna, desligando-se administrativamente do município Bananeiras
(PRODER, 1996).
10
Após a emancipação política do município de Araruna, a população se organizava para
o progresso que iria expandir a área urbana da cidade, marcando o inicio do processo de
urbanização, com a edificação das residências que lentamente surgiriam em torno da primeira
e única rua que existia.
A palavra Araruna na linguagem indígena significa Arara-Preta. Mesmo não havendo
atualmente nenhum indício deste pássaro no município, essa ave de plumagem azul-escuro era
muito comum na região, por causa deste fato a serra recebeu esta denominação. Como na
localidade já habitaram indígenas durante muito tempo no passado, por isso o nome do
município de Araruna vem do tupi arara una e significa arara preta (LUCENA, 1985).
No decorrer do tempo, surgiram várias residências numa área que seria posteriormente
a zona urbana, foi então que o nome emprestado a serra passou a ser utilizado para denominar
o povoado que surgiu no ponto mais alto do planalto.
4. 2 Caracterização Geográfica
O estado da Paraíba está situado no extremo leste da Região Nordeste do Brasil, com o
seu território dividido em quatro mesorregiões geográficas, entre os paralelos 6º e 8º de
latitude sul (S) e os meridianos de 34º30‟ e 38º30‟ de longitude oeste de Greenwich (W Gr.).
Tem uma extensão territorial de 56.439.838 km², faz fronteira com três estados nordestinos,
ao norte com o Rio Grande do Norte; com Pernambuco ao sul; com o Oceano Atlântico ao
leste e ao oeste com o Ceará. A área que compõem o estado divide-se em quatro mesorregiões
– Sertão Paraibano, Borborema, Agreste Paraibano e Mata Paraibana – as quais, por sua vez,
são subdividido em microrregiões e estas em municípios. (IBGE, 2010).
O município de Araruna está situado na microrregião do Curimataú Oriental no
Agreste Paraibano. A sede da cidade se encontra aproximadamente a 165 km da capital João
Pessoa e a 100 km de Campina Grande. Possui uma extensão territorial de 245,72 km2,
situado na fronteira com o Rio Grande do Norte, limita-se ao Leste com Dona Inês, Riachão e
Campo de Santana (ex-Tacima), ao Sul e Oeste com Cacimba de Dentro e ao Norte com
Monte das Gameleiras, Serra de São Bento e Passa e Fica no Rio Grande do Norte.
O município de Araruna foi fundado por volta de 1845, momento que se formou o seu
povoado, quando Feliciano Soares do Nascimento, morador da localidade de Jacu dos Órgãos,
no estado do Rio Grande do Norte, recebeu cerca de duas léguas de terras em uma área sobre
11
o planalto (RODRIGUEZ, 2001). Na ocasião, sua primeira atitude foi construir uma
residência e cultivar produtos agrícolas numa roça.
No dia 29 de maio de 1876 foi apresentado um projeto de lei criando o termo que
permitiu ao Barão de Mamanguape, no dia 10 de julho do mesmo ano, sancionar a Lei nº 616
que originava a Vila de Araruna, desligando-se administrativamente do município Bananeiras
(PRODER, 1996).
A escola pesquisada está localizada no município de Araruna, que por sua vez está
situado na microrregião do Curimataú Oriental no Agreste Paraibano. A sede da cidade se
encontra aproximadamente a 165 km da capital João Pessoa e a 100 km de Campina Grande.
O município de Araruna possui uma extensão territorial de 245,72 km2, situado na
fronteira com o Rio Grande do Norte, limita-se ao Leste com Dona Inês, Riachão e Campo de
Santana (ex-Tacima), ao Sul e Oeste com Cacimba de Dentro e ao Norte com Monte das
Gameleiras, Serra de São Bento e Passa e Fica no Rio Grande do Norte. De acordo com o
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano de 2010 sua população era
estimada em 19.879 habitantes. Área territorial de 245,7 km².
O município de Araruna apresenta a característica típica de um município interiorano,
pois tem uma população razoavelmente pequena. Segundo o último recenseamento do IBGE
(2010), a sua população é de 18.879 habitantes.
A densidade demográfica de Araruna é uma das maiores de todos os municípios que
compõem o Curimataú, sendo representado por cerca de 76,8 hab/km2. Tal resultado é obtido
através da divisão do total da população absoluta pelo o valor que representa o total da
extensão territorial do município.
Araruna representa o início do Planalto da Borborema na encosta Oriental, pois está
localizado na região denominada Frente de Planalto, com altitude de 570 metros do nível do
mar, contrapondo-se aos baixos níveis da Depressão Sublitorânea com altitude de 200 metros
do nível do mar. “...o conjunto de Serras de Araruna caracterizariam um „horst‟ evidenciado
pelo contraste com o „graben‟ do Curimataú”. (CARVALHO, 1982, p. 51).
Essa característica, propícia um conjunto de drenagem que possibilita o carreamento
de um grande volume de material desagregado das rochas e do relevo para as partes baixas
que estão em volta da serra de Araruna.
A área que compõe o município está situada sobre os maciços residuais do Planalto da
Borborema, uma das mais importantes Unidades Geomorfológicas do país, que se destaca
pela extensão do território que ocupa, cortando o estado de Norte a Sul, como também, deve
12
ser enfatizada a importância geológica do referido maciço residual, pois todo o capeamento
sedimentar da região vinculado a série Serra dos Martins, está sobre rochas cristalinas de
origem Pré-cambriana, na qual, houve deposição durante um longo período geológico,
originando a atual formação geomorfológica (CARVALHO, 1982).
Em todo o território do município, observa-se a presença de numerosas rochas que
ocupam imensas áreas do relevo, apresentando-se como gigantescos blocos rochosos ou
simplesmente fragmentadas compondo parte da formação do solo.
O capeamento sedimentar que recobre todo o território representado pela serra de
Araruna está associado com a Série Serra dos Martins. “O capeamento terciário (“Serra dos
Martins”, no entender de muitos estudiosos)... recobre a superfície de algumas serras
(Araruna, Cuité, D. Inês, Teixeira, Princesa Izabel, etc.)...”. (CARVALHO, 1982, p. 44).
O relevo está distribuído de forma suavemente ondulada, em algumas áreas do
município, predominando em sua maior parte, a presença de numerosas saliências com
grandes elevações, essa característica destaca-se com mais ênfase no lado norte e leste do
município.
O solo se caracteriza por ser raso e pedregoso, sendo bastante comum observar o
afloramento de sedimentos rochosos com grande diversidade de tamanho em toda área que
envolve o município, oriundas de rochas maiores que se fragmentaram, formando, por
exemplo, seixos, calhaus, matacões ou blocos (RODRIGUEZ, 2001).
O clima quente e seco predominante em seu território caracteriza o aspecto da
paisagem semi-árida, com baixos índices pluviométricos durante o ano, resultante do inverno
irregular, ou seja, costuma chover no verão, geralmente no mês de janeiro, após esse período
acontece uma pausa, recomeçando com maior intensidade no mês de março e segue até julho.
Quando o inverno chega ao fim, as chuvas são muito raras, caracterizando o resto do ano com
a estiagem que normalmente é bastante intensa.
As chuvas que se precipitam na região dependem da Massa Equatorial Atlântica, que
se forma no Oceano Atlântico, dando origem ao regime de chuvas que normalmente começa
no final do verão, quando inicia o mês de março, aumentando de intensidade nos meses de
maio, junho e julho, período do inverno.
A temperatura costuma apresentar pouca variação térmica durante o ano, devido a
baixa latitude, variando entre 22º a 26ºC, enquanto a umidade relativa do ar tem uma média
em torno de 80% (PRODER, 1996).
13
Todas estas características indicam uma particularidade do município, destacando-o
como um lugar de ar puro, sendo considerado um dos melhores climas da região, que agrada a
todos que passam ou param na cidade.
O município de Araruna se encontra numa região de clima menos seco que o semi-
árido característico da região nordestina. Em algumas localidades mais preservadas das
alterações provocadas pela interferência antrópica, existe uma cobertura vegetal mais
volumosa com porte arbóreo, apesar de prevalecer abrangendo todo o território, uma
vegetação arbustiva (RODRIGUEZ, 2001).
O clima seco em conjunto com o solo da região favorece para o desenvolvimento de
uma vegetação de caatinga hipoxerófila, caracterizada por algumas peculiaridades que as
diferenciam de outras vegetações, pode ser destacada a variação de porte, geralmente bastante
diversificada, apresentando-se como vegetação caducifólia, característica comum de plantas
que perdem a folhagem em determinada época do ano. Esse tipo de vegetação é muito comum
em toda a região Nordeste.
O território de Araruna está situado numa área de pequenos rios que contribuem com a
bacia hidrográfica do rio Curimataú. Os principais afluentes são os rios Calabouço e Riacho
de Areia. O primeiro corta o município no sentido Oeste-Norte, com uma parte de seu leito no
estado do Rio Grande do Norte; o segundo está situado a Sudoeste do município, ambos os
rios recebem águas pluviais, e podem ser classificados como rios temporários ou
intermitentes, pois, possuem água em seu leito apenas nos períodos de chuva, normalmente
durante o inverno, quando acabam as chuvas os referidos rios secam, permanecendo nesse
estado maior parte do ano. (RODRIGUEZ, 2001).
5 ANÁLISE DE RESULTADOS
A condição da Educação para que a meta do PBF seja atingida é que os aprendentes de
6 a 15 anos tenham frequência de 85% e para os que têm entre 16 e 17 anos tenham
frequência de 75%. Diante desta condição a necessidade de recorrer a documento do PBF que
comprove esta frequência, o que foi possível mediante o relatório de frequência bimestral
apresentado no Sistema de Acompanhamento da frequência escolar do Programa Bolsa
Família através da coordenação.
Para os alunos do 1º ao 5º ano que é o caso da instituição pesquisada, a regra para o
cálculo do percentual é feita da seguinte forma: número de dias freqüentados multiplicado por
100 e divido pelo número de dias letivos/mês, se a frequência do aprendente foi inferior ao
14
mínimo exigido, existe uma tabela no relatório do PBF que codifica os motivos justificados e
não justificados e a família ou responsável pelo aprendente já fica ciente da situação.
Observando o relatório do PBF foi possível detectar que nos meses de outubro e
novembro de 2008 o menor percentual foi de 90%. No ano de 2009 também nos meses de
outubro e novembro o menor percentual foi de 94% e em 2010 no mesmo período, o menor
percentual também foi de 90%, como pode ser constatado no gráfico 1.
Gráfico 1: Relatório de freqüência do PBF
Com esta amostra é possível comprovar que os valores percentuais atendem as
condições exigidas pelo PBF que é de 85% de freqüência dos aprendentes na faixa etária de 6
a 15 anos.
O acompanhamento da frequência escolar no âmbito do PBF é um forte componente
no combate a evasão escolar, motivo pelo o qual se destaca a importância da escola através
dos seus atores acompanhar o acesso e a permanência dos aprendentes na escola de forma
constante, fazendo o registro diário de cada aluno com ícones destinados a marcar presença ou
falta no diário escolar que serão computados a cada final de bimestre para os cálculos do
percentual de frequência exigido pelo PBF.
A avaliação da participação da família se fez através do uso da frequência de reunião
dos pais ou responsáveis nos 03 últimos anos. Detectou-se que no ano de 2008 e 2009 houve
um equilíbrio na participação das famílias nos encontros bimestrais já em 2010 apesar de um
100 100 100
9094
90
0
20
40
60
80
100
120
2008 2009 2010
Freqüência de Alunos (%)
Frequenta
Frequentado
Fonte: Elaboração da própria autora a partir dos dados da pesquisa.
15
número maior de alunos houve uma queda na participação nos referidos encontros. A gestora
escolar explica que esta situação representa uma tomada de consciência do próprio aluno que
deve freqüentar a escola diariamente em cumprimento a condição exigida pelo PBF, desta
forma os pais já se sentem seguros de que os filhos estão vindo e freqüentando a escola, ou
seja, os anos iniciais do Programa exigiam mais vigilância da família até que os filhos se
adaptassem as normas exigidas.
Comparando o índice de evasão nos anos de 2008, 2009 e 2010 verifica-se que houve
uma redução bastante significativa neste período.
Gráfico 2: Rendimento escolar de 1º ao 5º ano referente a 2008.
No ano de 2008 o número de evadidos era consideravelmente elevado como pode ser
observado no gráfico 2. O primeiro ano apresenta maior expressividade no número de
evadidos como pode ser observado na apresentação dos dados, sendo seguida pelo segundo
ano e o quarto ano, entretanto, o terceiro e quinto ano não apresentaram evasão.
O ano de 2009 percebe-se algumas mudanças marcantes com relação ao número de
alunos evadidos. Observe no gráfico 3 que no 1º e 2º ano houve uma redução de 17% e 9%
respectivamente. A diferença entre 2008 e 2009 é bastante significativa com relação aos dois
primeiros anos do ensino fundamental.
No 3º ano aconteceu o inverso, pois, em 2008 não houve nenhuma evasão, enquanto
em 2009 aumentou um pouco, apresentando 3,9% de evadidos. Enquanto o 4º e 5º ano
diminuiu respectivamente 2% e 4,4% com relação ano de 2008.
100
7178 76
91
0
20 2218
917
9
06
00
20
40
60
80
100
120
1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano
Rendimento escolar - 2008 (%)
Aprovação
Reprovação
Evasão
16
Fonte: Elaboração da própria autora a partir dos dados da pesquisa.
100
55,6
65,3
80 81,8
0
40,7
30,8
16 13,6
03,7 3,9 4 4,6
0
20
40
60
80
100
120
1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano
Rendimento escolar - 2009 (%)
Aprovação
Reprovação
Evasão
Gráfico 3: Rendimento escolar de 1º ao 5º ano referente a 2009.
Os dados com relação ao ano de 2010 sofreram algumas variações que podem ser
demonstrados no gráfico 4. No 1º ano não houve evasão mantendo-se no mesmo índice do
ano de 2009, enquanto no 2º ano diminuiu 0,2%. Apesar de melhorar consideravelmente,
infelizmente os dados revelam um pequeno aumento no 3º, 4º e 5º ano com relação ano de
2009.
Gráfico 4: Rendimento escolar de 1º ao 5º ano referente a 2009.
Nos três últimos anos a evasão diminuiu significativamente principalmente no
primeiro e segundo ano, apresentando valores bem inferiores aos observados inicialmente,
100
62,5
74
90
77
0
34
14,55
15,5
0 3,511,5
5 7,5
0
20
40
60
80
100
120
1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano
Rendimento escolar - 2010 (%)
Aprovação
Reprovação
Evasão
17
Fonte: Elaboração da própria autora a partir dos dados da pesquisa.
Fonte: Elaboração da própria autora a partir dos dados da pesquisa.
entretanto, o terceiro, o quarto e o quinto ano não apresentaram resultados muito favoráveis, a
princípio não existe uma explicação a respeito deste fato.
Mesmo não apresentando resultados satisfatórios no âmbito educacional, é importante
destacar que o PBF contribui de maneira direta na presença e permanência dos aprendentes no
espaço escolar, evitando que os mesmos estejam fora da sala de aula, portanto não se pode
negar que existe muito para melhorar, mas foram muitos os resultados positivos alcançados
por este programa principalmente no âmbito social.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa teve o objetivo de investigar a relação do PBF com a redução da evasão
escolar e a presença da família na escola, logo foi possível perceber que realmente houve
melhorias significativas, tanto com relação à presença dos alunos na escola, como também à
participação dos pais ou responsáveis no processo educacional dos alunos. Essa presença
ocorre através da visita realizada pelos mesmos para se informarem a respeito da situação dos
seus filhos em sala de aula.
Considerando os três últimos anos é possível perceber que diminuiu a evasão de forma
mais acentuada no primeiro e segundo ano, pois os dados demonstram que houve uma
redução gradativa durante o período analisado nos anos citados, entretanto, o terceiro, quarto
e quinto ano, não obtiveram resultados tão satisfatórios neste mesmo período apresentando
variações de percentuais que podem se caracterizar como uma situação instável.
É importante também enfatizar um fato que contribuiu para elevação da auto-estima
dos aprendentes e a redução da evasão escolar. A escola Monsenhor Severino Cavalcante de
Miranda era considerada de periferia, por ser afastada do centro da cidade, entretanto, sua
localização perdeu essa característica devido ao crescimento da cidade que se expandiu
bastante nos últimos anos e algumas áreas de periferia acabaram se tornando mais
centralizada.
Outros aspectos que também contribuíram para a redução da evasão escolar foram
observados, como por exemplo, qualidade da merenda escolar, a sala de leitura e até mesmo a
própria formação dos professores. Essas informações podem ser comprovadas através do
IDEB que indica uma melhora considerável, porém é inegável que o Programa Bolsa Família
é um ponto forte com relação à freqüência dos aprendentes, por ser uma condição para
permanecer de forma regular no Programa.
18
As constatações que foram demonstradas por este trabalho são importantes, mas, além
disso, é preciso considerar que muito mais importante são as indagações que este trabalho
pode deixar para realização de outras pesquisas. As pesquisas na sua maioria geram outros
estudos que poderão ajudar nas decisões futuras e como o Programa Bolsa Família está em
evidência certamente ainda há muito a se fazer para que a transferência de renda continue
complementando a renda dos segmentos mais necessitados.
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Uma edição, 1985. 36 p.
19
Minicurrículo
Maria da Penha de Pontes Macêdo
Licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Paraíba, especialista
em Administração da Educação à Distância pela Universidade Federal da Paraíba.
Atualmente exercendo a função de Coordenadora Pedagógica na Secretaria Municipal de
Educação na cidade de Araruna, PB.
Contato: [email protected]
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ANEXOS