Curso de Mergulhador de Combate

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  • 8/12/2019 Curso de Mergulhador de Combate

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    CENTRO DE INSTRUO E ADESTRAMENTO ALMIRANTE TTILAMONTEIRO ACH

    CURSO ESPECIAL DE MERGULHADORES DE COMBATE (C-ESP-MEC)

    SUMRIO:

    1) ESTRUTURA DO CURSO2) NDICES DO TESTE FSICO DE SELEO3) REQUISITOS PARA MATRCULA4) PROGRAMA DE TREINAMENTO FSICO PARA O CANDIDATO AO CURSO

    1) ESTRUTURA DO CURSO:a)O C-ESP-MEC est estruturado em trs etapas ( A, B e C) , a saber:Etapa A (17 semanas):

    -FASE 0Preparao Fsica;-FASE IInstruo de Mergulho Autnomo Bsico;

    Etapa B (22 semanas):-FASE IIInstruo de Operaes Especiais em ambiente Terrestre;-FASE IIIInstruo de Operaes Especiais Submarinas;

    Etapa C (6 semanas):-Estgio de Qualificao em Ambiente Ribeirinho e de Montanha.

    ETAPA ALFA:A FASE 0 ter a durao de treze semanas. Ser ministrada nesta fase a disciplinaTreinamento Fsico Militar.A FASE I dura quatro semanas e nela so ministradas as disciplinas Treinamento FsicoMilitar E Equipamento Autnomo de Circuito Aberto.

    ETAPA BRAVO:A FASE II dura onze semanas dividida em sete semanas tericas e quatro semanas

    prticas. Ser ministradas as disciplinas Treinamento Fsico Militar, Higiene deCampanha e Primeiros Socorros, Defesa Pessoal e a parte terica das disciplinasComunicaes, Tcnicas de Combate, Demolio e Armamento. . Nesta fase, os alunosrealizam exerccios tpicos de Operaes Especiais em ambiente terrestre, evoluindo dotreinamento bsico individual s aes mais complexas. So criadas situaesespecficas para preparar e testar a habilidade dos alunos em suportar situaes

    operacionais de extremo desconforto, em condies psicolgicas adversas, bem comoavali-los quanto exposio ao frio, sono escasso, cansao e ao racionamento decomida e gua, circunstncias por vezes encontradas quando da execuo das tarefasafetas ao Mergulho de Combate. Alm disso, estes exerccios tm ainda como propsitodesenvolver o esprito de equipe e a confiana individual na prpria capacidade deresistncia. Esta fase conduzida em reas especficas, com caractersticas especiaisque permitam a realizao das instrues necessrias, relacionadas topografia,vegetao, terreno, relevo, hidrografia, apoio administrativo e facilidades para operaocom aeronaves, entre outras. Em certo momento desta fase, os alunos so submetidos acircunstncias de grande tenso e esforo fsico, situaes capazes de testar a disposiodo aluno para o combate e sobrevivncia em situaes adversas.

    A FASE III tem a durao de onze semanas, dividida em duas etapas: terica, comdurao de quatro semanas, e prtica, com durao de setes semanas. So ministradas as

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    disciplinas Treinamento Fsico Militar, Defesa Pessoal, Tcnicas de Combate,Operaes Especiais Submarinas e Operaes Anfbias. A parte prtica ser ministradaem localidade que apresente requisitos especiais, tais como: boa transparncia dgua,ausncia de correntada, etc.

    ETAPA CHARLIE:Com durao de seis semanas e conduzida sob a forma de estgio avanado,mesclando os conhecimentos adquiridos durante todo o curso. Nela ministrada adisciplina Operaes Ribeirinhas e a unidade de ensinoMontanhismo da disciplinaTcnicas de Combate; so tambm conduzidas prticas de operaes especiais em ambiente ribeirinho da Amaznia e Pantanal Matogrossense. Durante esta etapa, nacidade de So Joo Del Rey, MG, os alunos participam de um Estgio Bsico doCombatente de Montanha. Com o propsito de conhecer as peculiaridades de cadaregio (amaznica e pantanal), os alunos participam de um Estgio de Vida na Selva, nacidade de ManausAM, ministrado pelo Centro de Instruo de Guerra na Selva(CIGS), assim como de um estgio similar, ministrado pelo 17 Batalho de Fronteira

    do Exercito Brasileiro, localizado em CorumbMS, ou pelo Grupamento de FuzileirosNavais de Ladrio.Nesta fase, como ltima atividade do curso, os alunos executaro uma OperaoEspecial tpica de Mergulhadores de Combate, em uma rea prxima cidade do Rio deJaneiro, com o propsito de verificar o aprendizado obtido.Para tal, durante a sua realizao, os alunos devero aplicar os conhecimentosadquiridos no curso, sendo os responsveis pelo desenrolar de toda a operao, desde oseu planejamento at a sua concluso. As aes devero ser planejadas tendo como baseos fundamentos do Processo de Planejamento Militar, constantes da disciplinaProcesso de Planejamento Militar e Estudo de Casos.

    2) NDICES S TESTES FSICOS DE SELEO

    PADRES DE EXIGNCIA:a) Corrida: Consiste em correr a maior distncia possvel no intervalo de tempo de 12minutos, em circuito predeterminado e demarcado. Esse circuito dever possibilitar ao

    aplicador do teste o seu completo controle. Os candidatos, antes de iniciar a corrida,sero ser instrudos sobre o percurso, de modo a no invalidar o teste pela inobservnciado trajeto.

    b) Subida no cabo: Este teste consiste em subir no cabo, preso verticalmente, utilizandosomente os braos. O resultado obtido ser definido pela altura estabelecida na tabelaacima ultrapassando a marca com ambas as mos.c) Agachamento: Partindo da posio inicial em p, mos na cintura e ps ligeiramenteafastados, o candidato dever flexionar as pernas, com o corpo ereto e voltado parafrente e retornar posio inicial. A contagem se faz a cada retorno do candidato

    posio inicial. A pontuao obtida ser de acordo com a tabela e corresponder aonmero de movimentos executados no perodo de dois (2) minutos.d) Barra: As flexes na barra sero realizadas com as palmas das mos voltadas parafrente (pronao). O exerccio consiste em iar verticalmente o corpo, suspenso em uma

    CORRIDA SUBIDANO CABO

    AGACHAMENTO BARRA ABDOMINAL FLEXO NATAO

    2.900m

    12min

    5m 90/2min 08 60/2min 40 100mts1min.40seg

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    barra horizontal, at que o queixo ultrapasse a altura da barra e so contadas entre adistenso total dos braos e sua flexo at que o queixo a atinja. Para alcanar a barra omilitar poder utilizar qualquer meio, todavia, o impulso no deve ser empregado paracontar a primeira flexo na barra.e) Abdominal: O exerccio consiste em flexionar o tronco at que os cotovelos toquem

    nas coxas, partindo da posio decbito dorsal, com os braos cruzados sobre o peito,joelhos unidos, pernas dobradas e apoiadas no cho com ajuda de um auxiliar. Acontagem se faz a cada retorno do candidato posio inicial. A pontuao obtida serde acordo com a tabela e corresponder ao nmero de movimentos executados no

    perodo de dois (2) minutos.f) Flexo: O teste tem incio com o candidato apoiado de frente sobre o solo, com asmos espalmadas, os braos, o abdome e as pernas distendidas e unidas, cabea erguidae olhando para o horizonte, flexionando os braos e retornando posio inicial,distendendo-os completamente. Durante o desenrolar do exerccio poder ser efetuadauma nica parada, na posio inicial. A pontuao ser de acordo com a tabela.g) Natao 100m: Consiste em realizar um percurso de 100 metros no menor tempo

    possvel, empregando qualquer estilo de natao, com exceo do conhecido comocachorrinho. O teste dever ser realizado preferencialmente em piscina. Caso o

    percurso seja realizado no mar, o teste ser aplicado, no mximo, a dois candidatossimultaneamente, devendo estar disponveis os meios materiais e pessoal necessrio auma eventual prestao de socorro. No ser permitido o uso de qualquer acessrio(nadadeira, colete, etc.), no podendo o candidato agarrarse bias ou embarcaes, sob

    pena de reprovao. A escolha do local e da hora do teste dever ser condicionada scondies de segurana, de modo a garantir a ausncia de trnsito de embarcaesestranhas, possibilitar o pronto atendimento em caso de socorro e evitar fatores de risco,como fortes correntadas. A pontuao ser distribuda de acordo com a tabela.

    3) REQUISITOS PARA MATRCULAPara o C-ESP-MEC, conforme descrito abaixo:a) CB ou SG, do CPA ou do CAP, do sexo masculino em condies de reenganjar;b) no estar realizando estgio de aplicao referente Curso realizado;c) ser indicado em exame psicolgico, aplicado pelo SSPM, para atividades demergulho;d) estar apto em inspeo de sade para atividade de mergulho;e) estar com o controle anual psicofsico para a atividade de mergulho;f) ser aprovado em exame de suficincia fsica aplicado no CIAMA;g) ser voluntrio;

    h) ter menos de 33 anos de idade em primeiro de janeiro do ano da matrcula;i)preencher os requisitos para matrcula em curso estabelecido no PCPM;

    4) PROGRAMA DE TREINAMENTO FSICO PARA O CANDIDATO AOSCURSOSEste programa visa apenas mera orientao ao candidato, de forma a que tenha maioreschances de sucesso no teste fsico de seleo e, caso aprovado no processo seletivo,tambm adquira um condicionamento fsico bsico para o desempenho das atividadesdo curso.Recomenda-se que o candidato recorra a um profissional da rea de Educao Fsica eque realize uma avaliao, clnico-mdica, antes do incio do treinamento. Um

    acompanhamento personalizado por um nutricionista tambm importante e trargrandes benefcios ao rendimento dos treinos e na preservao de leses.

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    O programa tem como foco promover e manter no candidato flexibilidade, resistnciaaerbica e anaerbica, resistncia muscular localizada, fora, potncia, agilidade evelocidade.Ressalta-se que o excesso de carga nos treinos pode promover condies de desgastenas articulaes e msculos, vindo a acarretar fraturas de stress ou outras leses, quer

    durante o treinamento, quer alguns meses depois, j durante o curso. Assim, essencialque no haja excesso e os perodos de descanso sejam preservados.Alm disso, qualquer sesso de treinamento deve ser iniciada e terminada por exercciosgerais de alongamento e aquecimento, de pelo menos 15 minutos, alm de hidrataodequada atividade.O treinamento resume-se num programa de 16 semanas (quatro meses), englobandocorrida, natao e TNM (treinamento neuromuscular musculao voltada pararesistncia muscular localizada, fora e potncia muscular, sobretudo nos gruposmusculares das costas, peitoral, abdominal, dorsal, braos e pernas). Os treinos decorrida devem ser feitos com tnis adequados para esta prtica.

    1 SemanaDIA MANH TARDESEG Corrida 4,5 Km30 e TNM Natao 400m 15, 2 xTER Corrida 5,0 Km32 e TNM Natao 400m 15, 2 xQUA Corrida 5,0 Km32 e TNM Natao 500m 19, 2 xQUI Corrida 5,7 Km35 e TNM Natao 500m19, 2 xSEX Corrida 6,0 Km37 e TNM Natao 600m 22, 2 xSB Corrida 7,0 Km42 e TNM Natao 600m 22, 1 x

    2 SemanaDIA MANH TARDESEG Corrida 7,0 Km42 e TNM Natao 600m 22, 2 xTER Corrida 7,0 Km40 e TNM Natao 600m 22, 1 xQUA Corrida 7,0 Km40 e TNM Natao 700m 24, 2 xQUI Corrida 7,0 Km39 e TNM Natao 700m 24, 1 xSEX Corrida 7,0 Km39 e TNM Natao 800m 26, 2 xSB Corrida 7,0 Km38 e TNM Natao 800m 26, 1 x

    3 Semana

    DIA MANH TARDESEG Corrida 7,0 Km38 e TNM Natao 800m 26, 2 xTER Corrida 7,5 Km40 e TNM Natao 900m 28, 1 xQUA Corrida 7,5 Km40 e TNM Natao 900m 28, 2 xQUI Corrida 7,5 Km39 e TNM Natao 1000m 30, 1 xSEX Corrida 7,5 Km39 e TNM Natao 1000m30, 2 xSB Corrida 7,5 Km38 e TNM Natao 1000m 30, 1 x

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    4 SemanaDIA MANH TARDESEG Corrida 7,5 Km38 e TNM Natao 1000m 30, 2 xTER Corrida 8,0 Km44 e TNM Natao 1000m 30, 1 xQUA Corrida 8,0 Km44 e TNM Natao 1000m29, 2 x

    QUI Corrida 8,0 Km43 e TNM Natao 1000m 29, 1 xSEX Corrida 8,0 Km43 e TNM Natao 1000m 29, 2 xSB Treinamento p/ teste fsico de seleoDescanso

    5 SemanaDIA MANH TARDESEG Corrida 8,0 Km43 e TNM Natao 1000m29, 1 xTER Corrida 8,0 Km42 e TNM Natao 1000m 28, 2 xQUA Corrida 8,0 Km42 e TNM Natao 1000m 28, 2 xQUI Corrida 8,0 Km41 e TNM Natao 1000m 28, 1 x

    SEX Corrida 8,0 Km41 e TNM Natao 1000m 28, 2 xSB Corrida 8,0 Km40 e TNM Natao 1000m 27, 1 x

    6 SemanaDIA MANH TARDESEG Corrida 8,0 Km40 e TNM Natao 1000m 27, 2 xTER Corrida 8,0 Km39 e TNM Natao 1000m 27, 1 xQUA Corrida 8,0 Km39 e TNM Natao 1000m 27, 2 xQUI Corrida 8,0 Km38 e TNM Natao 1000m 27, 1 xSEX Corrida 8,0 Km38 e TNM Natao 1000m 26, 2 xSB Treinamento p/ teste fsico de seleoDescanso

    7 SemanaDIA MANH TARDESEG Corrida 8,0 Km38 e TNM Natao 1000m 26, 2 xTER Corrida 8,0 Km38 e TNM Natao 1000m26, 1 xQUA Corrida 8,5 Km43 e TNM Natao 1000m 26, 2 xQUI Corrida 8,5 Km43 e TNM Natao 1000m 26, 1 xSEX Corrida 8,5 Km42 e TNM Natao 1000m 26, 2 xSB Corrida 8,5 Km42 e TNM Natao 1000m 26, 1 x

    8 SemanaDIA MANH TARDESEG Corrida 8,5 Km42 e TNM Natao 1000m 26, 2 xTER Corrida 9,0 Km45 Natao 1000m 26, 1 xQUA Corrida 9,0 Km45 Natao 1000m 25, 2 xQUI Corrida 8,5 Km42 e TNM Natao 1000m 25, 1 xSEX Corrida 7,5 Km36 e TNM Natao 1000m25, 2 xSB Treinamento p/ teste fsico de seleo DescansoOBS: em princpio, nesta etapa dos treinos, o candidato j dever estar atingindo comfacilidade todos os ndices mnimos do teste fsico de seleo.

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    A partir deste ponto, recomenda-se dar alguns dias de descanso e depois reiniciar otreinamento desde a primeira semana, aumentando progressivamente o rigor nostempos, mas sem exageros.

    Operaes Especiais Mergulhadores de Combate

    1) HISTRICO DO MERGULHO DE COMBATE2) RESUMO DAS MISSES DOS MERGULHADORS DE COMBATE3) ESPECIALIDADES ADICIONAIS DOS MERGULHADORES DE COMBATE4) ALGUMAS IMAGENS DO CURSO E DA ATIVIDADE

    1) HISTRICO DO MERGULHO DE COMBATEApesar de haver registros desde antigidade, nas guerras pnicas, do emprego denadadores e mergulhadores em operaes especiais (se que podemos cham-lasassim), foi na 2 Guerra Mundial que a atividade se firmou efetivamente.Durante aquele conflito, Itlia e Estados Unidos da Amrica (alm de outros pases,com menor nfase, ou com menos sucesso Alemanha, Reino Unido e Japo) se

    valeram de Mergulhadores de Combate para alcanar seus objetivos tticos eestratgicos.A Marinha norte-americana empregava seus MEC em tarefas de coleta de dados deinteligncia, como reconhecimentos e levantamentos de praias em proveito deoperaes anfbias, durante a Campanha do Pacfico. A necessidade de informaes das

    praias comeou a ser sentida no Assalto Anfbio de Tarawa, quando as embarcaes dedesembarque e viaturas anfbias foram impedidas de chegar praia por arrecifes,obrigando os fuzileiros a um longo trnsito dentro dgua, sob fogo inimigo, atchegarem em terra.

    Na Normandia os mergulhadores de combate norte-americanos (ento chamados deUnderwater Demoition Teams UDTs) foram empregados na remoo de obstculosdurante o desembarque, no prprio Dia D. Com aperda da surpresa, o percentual de

    baixas entre eles foi de cerca de 70%.A Marinha italiana, por sua vez, dava nfase s operaes ofensivas de Mergulhadoresde Combate contra objetivos inimigos. E nesse particular obteve os maiores xitos dahistria, notadamente na ao contra os navios britnicos surtos no porto de Alexandria(Egito), em 1941.Em 18/DEZ/41, seis Mergulhadores de Combate italianos, aps terem sido lanados

    pelo submarino Scir, que era especialmente adaptado para ser empregado nolanamento submerso de agentes de operaes especiais, e de permanecerem na gua

    por mais de nove horas, colocaram fora de ao os encouraados Valiant e Queen

    Elizabeth, alm de destrurem um petroleiro e o terminal onde o mesmo se encontravaatracado (fruto do incndio decorrente da exploso desse navio). Com tal ataque elesalteraram, de maneira decisiva, o equilbrio de foras navais no Mediterrneo Orientalem favor da Itlia. A partir da, a Marinha inglesa no contava com qualquerencouraado na rea para se contrapor aos cinco da Marinha italiana!

    No Brasil, a atividade se iniciou na dcada de 60, quando dois Oficiais e duas Praaslograram xito no curso de UDT (hoje denominadoBasic Underwater Demolition-Sea,

    Air and Land BUD-SEAL), nos EUA. Fruto da experincia desses pioneiros, foicriada em 1970 a Diviso de Mergu lhadores de Combate na Base Almirante Castro eSilva. Dois anos depois, mais dois Oficiais e trs Praas foram enviados Frana, ondese qualificaram como Nageurs de Combat (1972). Mesclando as tcnicas do curso

    francs, que privilegiava as operaes de mergulho, com as tcnicas do curso norte-americano, que dava grande nfase s operaes terrestres, e adaptando-as s

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    necessidades de nossa Marinha, foi ministrado em 1974 o primeiro Cur so Especial deMergulhador de Combate no Brasil, pela ento Escola de Submarinos, hoje CIAMA.A fim de atender adequadamente s crescentes solicitaes da Esquadra e dos Distritos

    Navais, a Diviso de Mergulhadores de Combate da Base Almirante Castro e Silva foitransformada, em 1983, no Grupo de Mergulhadores de Combate, parte integrante do

    Comando da Fora de Submarinos.Em 1996, as Orientaes Ministeriais determinaram a criao do Curso deAperf eioamento de Mergulhador de Combate para Of iciais. A primeira turma dessecurso foi formada em DEZ/1998.

    No dia 12 de dezembro de 1997, pela Portaria n 371, o Ministro da Marinha criou oGrupamento de Mergulhadores de Combate (GRUMEC). A nova OM, ativada no dia10 de maro de 1998, tem semi-autonomia administrativa e diretamente subordinadaao Comando da Fora de Submarinos.Ao longo dos anos que antecederam a criao do GRUMEC como OM, surge tambm olema Fortuna Audaces Sequitur, traduzido como A Sorte Acompanha os Audazes,sempre evocado pelas equipes MEC nos momentos crticos que antecedem o incio de

    cada misso.Para quem no conhece o trabalho desenvolvido no GRUMEC, a associao das

    palavras sorte e audcia pode induzir a um erro de avaliao ao sugerir que osucesso nas misses atribudas aos Mergulhadores de Combate ao longo de mais de 35anos de atividade possa ser fruto do acaso ou de aes inconseqentes realizadas pormilitares que do pouco valor s suas vidas. O baixo ndice histrico de acidentes revelao contrrio.Aps lograr xito em um dos mais rigorosos cursos das Foras Armadas, osMergulhadores de Combate apresentam-se ao GRUMEC, onde iniciam uma segundafase de sua formao. Incorporando-se a uma das equipes operativas, o Mergulhador deCombate passa a integrar a agenda de treinamento especfica dessa equipe e participaativamente de minuciosas fases de planejamento e preparao para cada misso. O

    perfeito entrosamento, aliado s habilidades individuais diariamente exercitadas, trazemcomo conseqncia natural o sucessorepresentado no lema pela palavra SORTEe atranqilidade para ousar com responsabilidade e conhecimento dos riscos envolvidos,ousadia essa representada no lema pela palavra AUDCIA. Ou seja, o fato de a sorteacompanhar os audazes no fruto do acaso e sim resultado de um trabalho srio ecompetente, reconhecido pela Marinha ao definir o GRUMEC como a organizaomilitar responsvel pela execuo de operaes especiais no mbito da Esquadra,integrando permanentemente sua Fora de Emprego Rpido, em perfeita sintonia comas mudanas de paradigma quanto ao emprego das Foras Armadas no sculo XXI, em

    face da sua reduzida estrutura e conseqente baixo custo de manuteno, emcomparao grande flexibilidade e agilidade de emprego em mltiplas tarefas.Desde antes da dcada de 1980, os militares do GRUMEC vm participando de todas asOperaes Anfbias da Esquadra; apoiando os lanamentos de torpedos e msseis;realizando exerccios de ataque a navios, tanto da Esquadra como das Foras Distritais;

    participando de operaes ribeirinhas na Amaznia e no pantanal mato-grossense; eexecutando exerccios de retomada de navios e plataformas de petrleo e resgate derefns. Seguindo a tendncia dos mergulhadores de combate das marinhas maisdesenvolvidas, como a dos Estados Unidos, Espanha, Frana, Alemanha, Chile eArgentina, o GRUMEC tambm vem realizando adestramentos em operaes terrestresalm-mar. Cabe destaque particular para o Grupo Especial de Retomada e Resgate do

    GRUMEC (GERR/MEC), voltado, desde 1985, para aes anti-seqestro em ambiente

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    martimo, contribuindo para a proteo dos inmeros terminais e plataformaspetrolferas e navios em nossa Amaznia Azul.O GRUMEC tambm contribui para a segurana dos Grupos de Visita e Inspeo (GVI)dos navios da Marinha, alm de apoiar seu adestramento. Os GVI so responsveis porfiscalizar navios e embarcaes que navegam nas guas jurisdicionais brasileiras.

    Os Mergulhadores de Combate tambm esto prontos, caso necessrio, para seremempregados em aes voltadas garantia da lei e da ordem (GLO), preceitoconstitucional fundamental nos Estados democrticos contemporneos.Alm disso, eventuais intercmbios e cursos so realizados em unidades similares noestrangeiro (Buzos Tcticos do Chile e da Argentina, Buceadores de Combate daEspanha, SEAL dos EUA, Nageurs de Combat da Frana). O GRUMEC tambmmantm estreitos laos com outras foras nacionais militares e policiais que conduzemoperaes especiais, como a Brigada de Operaes Especiais do Exrcito, o EsquadroAeroterrestre de Salvamento da FAB (Para-SAR), o Batalho de Operaes Especiaisde Fuzileiros Navais (Batalho Tonelero), Batalho de Operaes Especiais da PMERJ(BOPE), Ncleo Especial de Polcia Martima da Polcia Federal (NEPOM), dentre

    outros.Fortuna audaces sequi tur!

    2) RESUMO DAS MISSES DOS MERGULHADORES DE COMBATEa) Nas Operaes Anfbias:Os MEC realizam reconhecimento hidrogrfico de praias cogitadas para OperaesAnfbias, alm de abrir e demarcar canais e demolir obstculos existentes nessas praias;

    b) Nas atividades anti-seqestro, incluindo as aes de grupos terroristas:Os MEC realizam a retomada das instalaes (navios e plataformas de petrleo) e oresgate dos eventuais refns;c) Nas demais aes e operaes da guerra naval, incluindo as operaes de paz, osMEC so empregados para:- Destruir ou sabotar navios ou embarcaes, instalaes porturias, pontes, comportas,etc. em ambiente martimo e ribeirinho;- Capturar ou resgatar pessoal ou material;- Realizar reconhecimento, vigilncia e outras tarefas de coleta de dados de inteligncia;- Infiltrar e retirar agentes e sabotadores de territrio sob controle inimigo;- Interditar linhas de comunicao e suprimento inimigas em rios e canais;- Realizar a abordagem inicial de navios suspeitos hostis ou potencialmente hostis,garantindo as condies para a verificao de eventuais ilcitos por uma Fora Naval,em aes de interdio nas operaes de Controle de rea Martima, em apoio ao

    cumprimento do Cdigo Internacional de Proteo de Navios e Instalaes Porturias daONU (ISPS code).Em qualquer das atividades acima descritas, os MEC podem usar diversos meios deinfiltrao, como equipamentos de mergulho autnomo de circuito fechado ou aberto,embarcaes pneumticas, caiaques, minisubmersveis, pra-quedas (incluindo saltolivre a grandes altitudes e saltos duplosTandem).Para realizar tais atividades, os MEC podero ser lanados a partir de navios,submarinos, helicpteros e avies.

    No futuro prximo, com o atual incremento das atividades terroristas e demais crimestransnacionais no Mundo, inclusive afetando o trfego martimo, que no caso do Brasil a vertente que representa mais de 95% do nosso comrcio exterior, e ameaando as

    riquezas naturais da nossa Amaznia Azul, vislumbra-se maior foco do GRUMEC nasatividades anti-seqestro, nas aes de proteo martima, em aes de presena em

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    nossas fronteiras em operaes ribeirinhas e em participaes nas Operaes de Paz daOrganizao das Naes Unidas (ONU) ou Organizao dos Estados Americanos(OEA).

    3) ESPECIALIDADES ADICIONAIS DOS MERGULHADORES DE COMBATE

    Os MEC, aps o curso de formao, realizam diversos cursos e estgios buscandoespecializao adicional, como: curso de desativao de artefatos explosivos (DAE),curso bsico de pra-quedismo (salto enganchado), curso de mestre de salto, curso desalto livre, curso de mestre de salto livre, curso de precursor pra-quedista, curso dedobragem, manuteno e suprimentos pelo ar (DOMPSA), estgio bsico demontanhismo, curso de operaes na selva, estgio de operaes no Pantanal, estgio deatirador de elite (sniper), dentre outros.

    4) ALGUMAS IMAGENS DO CURSO E DA ATIVIDADE:

    Fotos e Videos Relevantes

    http://www.ciama.mb/cursos/ope_complemento.htmhttp://www.ciama.mb/cursos/ope_complemento.htm