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CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO" Campus de Marília MACROECONOMIA MACROECONOMIA Aula 02 Aula 02 Macroeconomia Básica Macroeconomia Básica Determinação da Renda Nacional Determinação da Renda Nacional Modelo Clássico Modelo Clássico

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CURSO DE RELAÇÕES CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAISINTERNACIONAIS

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Campus de Marília

MACROECONOMIAMACROECONOMIA

Aula 02Aula 02

Macroeconomia BásicaMacroeconomia BásicaDeterminação da Renda NacionalDeterminação da Renda Nacional

Modelo ClássicoModelo Clássico

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Tópicos de discussãoTópicos de discussão Oferta Agregada ClássicaOferta Agregada Clássica

Demanda Agregada ClássicaDemanda Agregada Clássica

Poupança, Investimento e o papel da Poupança, Investimento e o papel da taxa de juros no modelo clássicotaxa de juros no modelo clássico

Impactos das políticas econômicasImpactos das políticas econômicas

ConclusõesConclusões

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Nota de advertênciaNota de advertência Utilizamos aqui o termo “Clássico” na sentido utilizado por Utilizamos aqui o termo “Clássico” na sentido utilizado por

Keynes, ou seja, para designar aquelas correntes de Keynes, ou seja, para designar aquelas correntes de pensamento que admitem como dados os recursos econômicos pensamento que admitem como dados os recursos econômicos e procuram demonstrar que, em uma economia de perfeita e procuram demonstrar que, em uma economia de perfeita concorrência, eles são plenamente empregados.concorrência, eles são plenamente empregados.

Nesse sentido, além dos clássicos propriamente ditos (Smith, Nesse sentido, além dos clássicos propriamente ditos (Smith, Say, Ricardo) estão incluídos nesse conceito também os Say, Ricardo) estão incluídos nesse conceito também os marginalistas e neoclássicos (Stuart Mill, Edgeworth, Walras, marginalistas e neoclássicos (Stuart Mill, Edgeworth, Walras, Pigou, Marshall), os monetaristas (Hayek e Milton Friedman) e Pigou, Marshall), os monetaristas (Hayek e Milton Friedman) e mais recentemente os chamados “novos clássicos”, adeptos mais recentemente os chamados “novos clássicos”, adeptos das expectativas racionais e defensores da existência de uma das expectativas racionais e defensores da existência de uma trajetória real da economia inexorável, pois independe da trajetória real da economia inexorável, pois independe da política econômica (Robert Lucas, Thomas Sargent, Robert política econômica (Robert Lucas, Thomas Sargent, Robert Barro).Barro).

Em oposição aos “clássicos” está a corrente que se formou na Em oposição aos “clássicos” está a corrente que se formou na história do pensamento econômico, cujos adeptos podem ser história do pensamento econômico, cujos adeptos podem ser chamados de “teóricos da demanda efetiva”, ou “da crise”, chamados de “teóricos da demanda efetiva”, ou “da crise”, entre os quais podemos incluir desde os Mercantilistas, entre os quais podemos incluir desde os Mercantilistas, passando por Malthus, Marx, Rosa Luxemburgo, até Kalecki e passando por Malthus, Marx, Rosa Luxemburgo, até Kalecki e Keynes, desembocando nos chamados “Pós-Keynesianos” Keynes, desembocando nos chamados “Pós-Keynesianos” (Sraffa, Joan Robinson, Minsky).(Sraffa, Joan Robinson, Minsky).

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ApresentaçãoApresentação A contabilidade nacional permite a A contabilidade nacional permite a

agregação e mensuração das atividades agregação e mensuração das atividades econômicas, mas não explica quais econômicas, mas não explica quais variáveis a determinam.variáveis a determinam.

É o produto (oferta) que cria a demanda, É o produto (oferta) que cria a demanda, ou, a demanda, as decisões de gasto, ou, a demanda, as decisões de gasto, que determinam o produto final?que determinam o produto final?

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IntroduçãoIntrodução Hipóteses do modelo clássicoHipóteses do modelo clássico

• Flexibilidade de preços e saláriosFlexibilidade de preços e salários Pleno EmpregoPleno Emprego

• Neutralidade da moedaNeutralidade da moeda Moeda afeta apenas o nível geral de preçosMoeda afeta apenas o nível geral de preços

• Validade da Lei de SayValidade da Lei de Say A oferta cria sua própria demandaA oferta cria sua própria demanda

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Oferta Agregada ClássicaOferta Agregada Clássica A A oferta agregada oferta agregada clássica clássica

corresponde ao total de produto corresponde ao total de produto que as empresas e famílias que as empresas e famílias estão dispostas a oferecer em estão dispostas a oferecer em um determinado período de um determinado período de tempo, a um determinado tempo, a um determinado padrão de preços.padrão de preços.

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Oferta Agregada ClássicaOferta Agregada Clássica Y = F (K, N, T)Y = F (K, N, T)

• Y = produtoY = produto• K = estoque de capital utilizadoK = estoque de capital utilizado• N = quantidade de trabalho N = quantidade de trabalho • T = nível tecnológicoT = nível tecnológico

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Oferta Agregada ClássicaOferta Agregada Clássica A produção responde positivamente a A produção responde positivamente a

qualquer das variáveis que a determina.qualquer das variáveis que a determina.

A função de produção apresenta A função de produção apresenta retornos constantes a escalaretornos constantes a escala• zY = F (zK, zN)zY = F (zK, zN)

Se tomarmos um fator como fixo (K), Se tomarmos um fator como fixo (K), esta função apresentara rendimentos esta função apresentara rendimentos marginais decrescentes em relação ao marginais decrescentes em relação ao fator variável (N).fator variável (N).

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Oferta Agregada ClássicaOferta Agregada Clássica A A produtividade marginal de um produtividade marginal de um

fator (Pfator (Pmgmg) ) é definida como o é definida como o incremento da produção decorrente do incremento da produção decorrente do aumento de uma unidade do fator aumento de uma unidade do fator tomados os demais como fixos.tomados os demais como fixos.

Curto prazoCurto prazo é um período de tempo é um período de tempo no qual o estoque de todos os fatores no qual o estoque de todos os fatores de produção (K), menos um (N), estão de produção (K), menos um (N), estão dados, assim como o nível tecnológico. dados, assim como o nível tecnológico.

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Oferta Agregada ClássicaOferta Agregada Clássica

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Oferta Agregada ClássicaOferta Agregada Clássica Demanda por trabalhoDemanda por trabalho

• A maximização do lucro pela A maximização do lucro pela empresa implica em que a empresa implica em que a produtividade marginal do trabalho produtividade marginal do trabalho PMgN iguale o salário real W/PPMgN iguale o salário real W/P

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Oferta Agregada ClássicaOferta Agregada Clássica Demanda por trabalhoDemanda por trabalho

• Lucro = Receita Total – Custo TotalLucro = Receita Total – Custo Total• Lucro = PY – (WN + RK)Lucro = PY – (WN + RK)

W = salário nominal por unidade de trabalho W = salário nominal por unidade de trabalho NN

R = custo por unidade de capital KR = custo por unidade de capital K P = Preço do produto YP = Preço do produto Y

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Oferta Agregada ClássicaOferta Agregada Clássica

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Oferta Agregada ClássicaOferta Agregada Clássica Oferta de trabalho no modelo clássicoOferta de trabalho no modelo clássico

• A decisão de quanto trabalhar corresponde à escolha de A decisão de quanto trabalhar corresponde à escolha de como alocar as horas do dia entre o trabalho e o lazercomo alocar as horas do dia entre o trabalho e o lazer

O trabalho não gera nenhum prazer, apenas a renda necessária O trabalho não gera nenhum prazer, apenas a renda necessária para poder consumir e obter a satisfação decorrente do para poder consumir e obter a satisfação decorrente do consumo de mercadorias.consumo de mercadorias.

O lazer gera satisfação por si mesmo.O lazer gera satisfação por si mesmo. A decisão de quanto trabalhar decorre da maximização de uma A decisão de quanto trabalhar decorre da maximização de uma

função utilidade cuja “cesta” de bens é composta pela renda função utilidade cuja “cesta” de bens é composta pela renda (consumo de bens) e lazer.(consumo de bens) e lazer.

Cada hora adicional de trabalho é o custo de oportunidade do Cada hora adicional de trabalho é o custo de oportunidade do lazer (o quanto se sacrifica de produto para obter lazer).lazer (o quanto se sacrifica de produto para obter lazer).

A curva de oferta de trabalho reflete a A curva de oferta de trabalho reflete a desutilidade marginal desutilidade marginal do trabalhodo trabalho, ou seja, mostra o quanto deve ser o salário real , ou seja, mostra o quanto deve ser o salário real para induzir o indivíduo a abrir mão do lazer dedicando seu para induzir o indivíduo a abrir mão do lazer dedicando seu tempo ao trabalho.tempo ao trabalho.

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Oferta Agregada ClássicaOferta Agregada Clássica

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Oferta Agregada ClássicaOferta Agregada Clássica

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Oferta Agregada ClássicaOferta Agregada Clássica

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Demanda Agregada ClássicaDemanda Agregada Clássica Teoria quantitativa da moedaTeoria quantitativa da moeda MV = PYMV = PY

• M = quantidade de moedaM = quantidade de moeda• V = velocidade-renda da moeda (número de V = velocidade-renda da moeda (número de

giros da giros da moeda criando renda num dado moeda criando renda num dado período)período)

• P = nível geral de preçosP = nível geral de preços• Y = a renda ou produto real (PY é o produto Y = a renda ou produto real (PY é o produto

nominal ou nominal ou monetário) monetário)

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Demanda Agregada ClássicaDemanda Agregada Clássica

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Demanda Agregada ClássicaDemanda Agregada Clássica

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Demanda Agregada ClássicaDemanda Agregada Clássica Se o Se o produto realproduto real é dado pela oferta, a única é dado pela oferta, a única

variável determinada pela demanda é o variável determinada pela demanda é o nível de preços.nível de preços.

Como a posição da curva de demanda é Como a posição da curva de demanda é determinada pela oferta de moeda, determinada pela oferta de moeda, concluímos que, no modelo clássico, concluímos que, no modelo clássico, políticas monetárias expansionistas ampliam políticas monetárias expansionistas ampliam a demanda e, como a oferta é dada pelas a demanda e, como a oferta é dada pelas condições reais, as únicas variáveis afetas condições reais, as únicas variáveis afetas pela moeda são as nominais (preços)pela moeda são as nominais (preços)

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Demanda Agregada ClássicaDemanda Agregada Clássica

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Poupança, Investimento e Taxa Poupança, Investimento e Taxa de Jurosde Juros

• POUPANÇAPOUPANÇA

No modelo clássico, a poupança representa um No modelo clássico, a poupança representa um “sacrifício” ao consumo presente que exige um “sacrifício” ao consumo presente que exige um “prêmio pela espera”, ou seja, o indivíduo só “prêmio pela espera”, ou seja, o indivíduo só poupará se puder consumir mais no futuro do poupará se puder consumir mais no futuro do que consumiria no presente.que consumiria no presente.

A poupança depende, assim, do tamanho do A poupança depende, assim, do tamanho do prêmio pela espera, ou seja, da taxa de juros prêmio pela espera, ou seja, da taxa de juros que remunerará a poupança do indivíduo. que remunerará a poupança do indivíduo. Quanto maior a taxa de juros mais caro o Quanto maior a taxa de juros mais caro o consumo presente em termos de consumo consumo presente em termos de consumo futuro e, portanto, maior o estímulo à poupança.futuro e, portanto, maior o estímulo à poupança.

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Poupança, Investimento e Taxa Poupança, Investimento e Taxa de Jurosde Juros

• POUPANÇAPOUPANÇA

S = S (r)S = S (r) C = C (r)C = C (r)

Onde Onde

S = poupança agregadaS = poupança agregada C = consumo agregadoC = consumo agregado r = taxa real de jurosr = taxa real de juros

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Poupança, Investimento e Taxa Poupança, Investimento e Taxa de Jurosde Juros

• InvestimentoInvestimento

No modelo clássico, a decisão de investimento No modelo clássico, a decisão de investimento segue a lógica da maximização de lucro pelas segue a lógica da maximização de lucro pelas empresas.empresas.

O retorno decorrente de uma unidade a mais de O retorno decorrente de uma unidade a mais de capital corresponde ao valor da capital corresponde ao valor da produtividade produtividade marginal do capitalmarginal do capital (quantidade adicional de (quantidade adicional de produto gerado por uma unidade a mais de capital produto gerado por uma unidade a mais de capital vezes o preço do produto).vezes o preço do produto).

O O custo do investimentocusto do investimento é a taxa de juros que se é a taxa de juros que se paga para obter o empréstimo para a aquisição do paga para obter o empréstimo para a aquisição do bem do capital, ou o bem do capital, ou o custo de oportunidade custo de oportunidade (taxa (taxa de juros) em que o detentor de recursos incorre de juros) em que o detentor de recursos incorre por não aplicar sua poupança em títulos e por não aplicar sua poupança em títulos e imobilizar seus recursos na produção.imobilizar seus recursos na produção.

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Poupança, Investimento e Taxa Poupança, Investimento e Taxa de Jurosde Juros

• InvestimentoInvestimento

A produtividade marginal do capital também é A produtividade marginal do capital também é decrescente, ou seja, investimentos adicionais decrescente, ou seja, investimentos adicionais trazem um retorno cada vez menor em termos de trazem um retorno cada vez menor em termos de produto.produto.

Para que o investimento se amplie, isto é, para que Para que o investimento se amplie, isto é, para que as empresas utilizem mais capital a taxa real de as empresas utilizem mais capital a taxa real de juros deve se reduzir.juros deve se reduzir.

A demanda por recursos financeiros é A demanda por recursos financeiros é inversamente proporcional à taxa de jurosinversamente proporcional à taxa de juros

I = I (r)I = I (r) SendoSendo I = demanda de investimentosI = demanda de investimentos r = taxa real de jurosr = taxa real de juros

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Poupança, Investimento e Taxa de Poupança, Investimento e Taxa de JurosJuros

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Equilíbrio entre oferta e Equilíbrio entre oferta e demanda no modelo clássicodemanda no modelo clássico

• Oferta Agregada = Demanda AgregadaOferta Agregada = Demanda Agregada

• Y = DAY = DA

• DA = C + IDA = C + I

• Y = C + SY = C + S

• S (r) = I(r)S (r) = I(r)

• A taxa de juros tem a função de equilibrar A taxa de juros tem a função de equilibrar mercado de produtosmercado de produtos

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Governo e política fiscal no Governo e política fiscal no modelo clássicomodelo clássico

Os impostos arrecadados pelo governo (T) Os impostos arrecadados pelo governo (T) subtraem renda do setor privado e diminuem as subtraem renda do setor privado e diminuem as despesas (C).despesas (C).

Os gastos do governo (G) são elementos adicionais Os gastos do governo (G) são elementos adicionais na demanda da economia.na demanda da economia.

Y = C + I + GY = C + I + G C = C (Y – T; r)C = C (Y – T; r) S = S (Y – T; r)S = S (Y – T; r)

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Governo e política fiscal no modelo Governo e política fiscal no modelo clássicoclássico

Equilíbrio no modelo clássico com governoEquilíbrio no modelo clássico com governo

Y = DAY = DA

Y = C + I + GY = C + I + G

Y = C + S + TY = C + S + T

S + T = I + GS + T = I + G

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Governo e política fiscal no Governo e política fiscal no modelo clássicomodelo clássico

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Governo e política fiscal no modelo Governo e política fiscal no modelo clássicoclássico

Poupança com governoPoupança com governo

S + T = I + GS + T = I + G

S + (T – G) = IS + (T – G) = I

OndeOnde

• S = Poupança Privada (Sp) S = Poupança Privada (Sp)

• (T – G) = Poupança do Governo (Sg)(T – G) = Poupança do Governo (Sg)

S = Sp + SgS = Sp + Sg

A A poupança nacional poupança nacional ou ou poupança interna poupança interna é dada pela é dada pela soma da soma da poupança privada poupança privada com a com a poupança do governopoupança do governo

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Governo e política fiscal no modelo Governo e política fiscal no modelo clássicoclássico

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Governo e política fiscal no modelo Governo e política fiscal no modelo clássicoclássico

O aumento dos gastos públicos provoca uma elevação na O aumento dos gastos públicos provoca uma elevação na taxa de juros, devido a uma maior pressão sobre os recursos taxa de juros, devido a uma maior pressão sobre os recursos existentes pela ampliação da demanda.existentes pela ampliação da demanda.

O aumento nas taxas de juros provoca tanto uma redução no O aumento nas taxas de juros provoca tanto uma redução no investimento privado ( – investimento privado ( – ∆I), pois se necessita de maior ∆I), pois se necessita de maior produtividade marginal do capital, como uma elevação na produtividade marginal do capital, como uma elevação na taxa de poupança (∆S), ou seja, uma queda no consumo da taxa de poupança (∆S), ou seja, uma queda no consumo da mesma magnitude, uma vez que o consumo presente ficou mesma magnitude, uma vez que o consumo presente ficou relativamente mais caro em relação ao consumo futuro.relativamente mais caro em relação ao consumo futuro.

Assim: ∆G = Assim: ∆G = – (– (∆C + ∆I)∆C + ∆I) O aumento do gasto público, apesar de pressionar O aumento do gasto público, apesar de pressionar

inicialmente da demanda, não elevou a renda (produto), pois inicialmente da demanda, não elevou a renda (produto), pois não afetou nem as condições tecnológicas nem a dotação de não afetou nem as condições tecnológicas nem a dotação de fatores de produção.fatores de produção.

Apenas provocou uma alteração da composição da demanda, Apenas provocou uma alteração da composição da demanda, elevando a participação dos gastos públicos em detrimento elevando a participação dos gastos públicos em detrimento dos gastos privados (redução do investimento e do consumo)dos gastos privados (redução do investimento e do consumo)

Este fenômeno é conhecido como Este fenômeno é conhecido como crowding-out crowding-out ou ou efeito-efeito-deslocamento deslocamento

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ConclusõesConclusões No modelo clássico a demanda possui um No modelo clássico a demanda possui um

papel totalmente passivo na determinação do papel totalmente passivo na determinação do produto.produto.

A política monetária afeta apenas o lado A política monetária afeta apenas o lado monetário, sem ter qualquer impacto sobre as monetário, sem ter qualquer impacto sobre as variáveis reais da economia (hipótese da variáveis reais da economia (hipótese da neutralidade monetária).neutralidade monetária).

A política fiscal apenas altera a composição A política fiscal apenas altera a composição dos gastos, mantendo inalterada a oferta.dos gastos, mantendo inalterada a oferta.

Não existe qualquer forma do governo afetar Não existe qualquer forma do governo afetar o nível de emprego ou de produto da o nível de emprego ou de produto da economia e isso nem se constitui uma economia e isso nem se constitui uma necessidade uma vez que a economia sempre necessidade uma vez que a economia sempre se encontra em equilíbrio de pleno emprego.se encontra em equilíbrio de pleno emprego.

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ConclusõesConclusões A existência de desemprego neste modelo A existência de desemprego neste modelo

decorre das chamadas imperfeições de mercado, decorre das chamadas imperfeições de mercado, como, por exemplo, a existência de sindicatos como, por exemplo, a existência de sindicatos tentando fixar níveis de salários incompatíveis tentando fixar níveis de salários incompatíveis com a condição de equilíbrio do mercado de com a condição de equilíbrio do mercado de trabalho.trabalho.

Deixando o mercado funcionar livremente, e Deixando o mercado funcionar livremente, e eliminando as possíveis imperfeições (reformas eliminando as possíveis imperfeições (reformas estruturais), não existe espaço para políticas estruturais), não existe espaço para políticas macroeconômicas por parte do governo.macroeconômicas por parte do governo.

Esta posição foi fortemente criticada por KEYNES. Esta posição foi fortemente criticada por KEYNES.