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CURSO INTENSIVOPARA RESIDÊNCIAS
F I S I OT E R A P I A
FISIOLOGIA HUMANAAula demonstrativa
de Sistema Cardiovascular
PROFESSORA
Érika Pedreira da Fonseca Fisioterapeuta, Doutora em Medicina e Saúde Humana Mestre, Mestre em Tec-nologias em Saúde, Especialista em Rea-bilitação Neurofuncional, Professora da UCSAL. Supervisora do Núcleo de Fisiote-rapia da Sanar.
SUMÁRIOApresentação Da Disiplina 5Fisiologia Humana 6
1. Sistema Cardiocirculatório 62. Sistema Nervoso 143. Sistema Muscular 214. Sistema Respiratório 27
Gabarito das questões 33Referências 34
4Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisiologia Humana
FISIOLOGIA HUMANA
A Fisiologia Humana é o estudo do funcionamento dos diversos sistemas do corpo humano, os quais interagem entre si, de forma a manter a home-ostase do organismo. Como exemplo, tem-se o sistema cardiocirculatório o qual é responsável por carrear os nutrientes para as células e manter o líquido extracelular homogêneo, o sistema respiratório que capta o oxi-gênio e o disponibiliza ao sistema cardiocirculatório, e ao mesmo tempo que elimina o gás carbônico, mantendo o pH do sangue neutro. Iremos ver durante a aula como funcionam esses sistemas de forma mais detalhada.
1. SISTEMA CARDIOCIRCULATÓRIO
O funcionamento do sistema cardiocirculatório chama-se Hemodinâmi-ca, a qual tem a grande importância de levar nutrientes para as células para a realização da respiração celular. O ritmo do fluxo sanguíneo é di-tado pelo coração, o qual apresenta duas características intrínsecas, que são: involuntariedade e automatismo. A involuntariedade diz respeito à capacidade do coração de bombear o sangue, independente da nossa vontade, ao tempo que o automatismo é a capacidade dele produzir seu próprio impulso nervoso, o qual desencadeia a contração de todo o mús-culo cardíaco. Importante ressaltar que apesar do automatismo, o ritmo cardíaco sofre influência do Sistema Nervoso Autônomo, Simpático e Parassimpático, como veremos mais adiante.
Vale lembrar que a contração do miocárdio chama-se Sístole e o relaxa-mento, Diástole. Esse impulso elétrico acontece dentro de um sistema excito-condutor. O impulso nervoso é desencadeado no Nó Sinusal ou
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Sinoatrial, composto por fibras cardíacas especiais, capazes de produzir impulso elétrico e consequente despolarização no músculo cardíaco, por isso chamado de Marcapasso Natural, localizado próximo à desemboca-dura da Veia Cava, no átrio direito. Esse impulso propicia a contração dos átrios, direito e esquerdo, e é direcionado ao Nó Atrioventicular, localiza-do próximo aos ventrículos.
Pensando-se que os átrios e os ventrículos precisam estar em sístole em momentos diferentes, esse impulso nervoso precisa ser retardado, para que os átrios contraiam direcionando o sangue aos ventrículos, que per-manecem em diástole. Após o sangue chegar aos ventrículos, eles entram em sístole para ejetá-lo para fora do coração.
Então, após o estímulo passar pelo Nó Atrioventricular, o estímulo elétri-co é retardado no Feixe de Hiss, direcionando-se à Rede de Purkinje, a qual envia a informação nervosa para que os ventrículos entrem em sís-tole do ápice para cima. Abaixo tem-se uma representação esquemática deste processo.
Figura 1. Sistema Excito-contudor do coração
IMPULSO NÓ SINUSIAL
NÓ ÁTRIO-VENTRICULAR
FEIXES DEHISS
REDE DEPURKINJE
CONTRAÇÃOATRIAL
CONTRAÇÃOVENTRICULAR
RETA
RDA
Fonte: Autoria própria, 2020.
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Esse sistema elétrico de contração do músculo cardíaco propicia que haja uma harmonia entre sístole e diástole dos átrios e dos ventrículos, o que permite o bom funcionamento do Ciclo Cardíaco. A circulação do sangue se dá em dois circuitos: a Pequena Circulação e a Grande Circulação. A pequena circulação, também conhecida como Circulação Pulmonar, tem por objetivo levar o sangue aos pulmões com a finalidade de realizar a oxi-genação do mesmo, no processo de Hematose. Já a grande circulação, ou Circulação Sistêmica, é responsável por direcionar o sangue aos tecidos, levando os nutrientes às células, incluindo o oxigênio.
Ao descrever a pequena circulação, a mesma se inicia no ventrículo direi-to do coração, quando o sangue é direcionado aos pulmões pela artéria pulmonar (única artéria do corpo que carrega sangue venoso - pobre em oxigênio). Chegando ao pulmões, vai acontecer as trocas de gases entre alvéolos e capilares sanguíneos, a Hematose, que acontece por um trans-porte simples através da membrana (Difusão). Ao sair dos pulmões, o sangue, agora rico em oxigênio, retorna ao coração pelo átrio esquerdo pelas Veias Pulmonares, às únicas que carreiam sangue arterial - rico em oxigênio).
A grande circulação se inicia no ventrículo esquerdo, quando o sangue é ejetado pela Artéria Aorta para ser distribuído a todos os tecidos do cor-po, para a oxigenação destes, e retorna ao átrio direito pobre em oxigênio pela veias cavas, superior e inferior. E assim, o ciclo de inicia novamente. Vale ressaltar que o oxigênio tem uma maior afinidade com a Hemoglobi-na e é transportado no sangue, ligado à essa molécula. Na imagem abaixo, temos a representação desse ciclo:
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Figura 2. Representação do ciclo cardíaco (pequena e grande circulação)
AD
VD
AE
VE
VEIAS CAVAS INFERIOR E SUPERIOR
VEIAS PULMONARES
PULMÃO (HEMATOSE)
ARTÉRIAS PULMONARES
ARTÉRIA AORTA
CORPO PULMÃO
CORPO
Fonte: Autoria própria, 2020.
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01. Assinale a alternativa que NÃO corresponde às etapas na via de transporte de oxigênio até os tecidos.
🅐 Ventilação dos alvéolos. 🅑 Reação bioquímica de oxigênio com o sangue. 🅒 Difusão do oxigênio através da membrana alvéolo - capilar. 🅓 Afinidade do dióxido de carbono com a hemoglobina. 🅔 Débito cardíaco.
RESPOSTA: D.
https://youtu.be/O2N2HhoDbs8
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A cada vez que o ventrículo ejeta sangue para fora do coração, gera um volume, chamado Volume Sistólico (VC). Ou seja, o volume Sistólico é o volume de sangue ejetado pelos ventrículos a cada sístole ventricular, e varia de 60 a 90 mililitros (mL). O movimento de sístole se repete durante um minuto, o que gera uma frequência de batimentos cardíacos, chamada de Frequência Cardíaca (FC). Ela varia, em repouso, de 60 a 100 batimen-tos por minuto (bpm). Se multiplicarmos o volume sistólico pela frequên-cia cardíaca, teremos um volume de sangue ejetado em um minuto, cha-mado de Débito Cardíaco (DC), que varia de 4500 a 6000 mL.
DC = VC x FC
E quando pensamos na ejeção ventricular, precisamos lembrar que as ar-térias são vasos de resistência, ao contrário das veias que são vasos de complacência. Ou seja, as artérias resistem à passagem do sangue, e por isso, o ventrículo precisa exercer uma pressão ao ejetar o sangue, conhe-cida como Pressão de Ejeção Ventricular. Essa pressão será transmitida à parede arterial, que reage na mesma intensidade, em sentido oposto (Terceira Lei de Newton), gerando a Pressão Arterial (PA) Sistólica, ou popularmente conhecida como Pressão Arterial Máxima. Quando o ven-trículo encontra-se em diástole, essa pressão na parede arterial reduz, o que gera a Pressão Arterial Diastólica, ou Mínima.
Além do volume sistólico, que é diretamente proporcional à PA, existem outros fatores que regulam a Pressão Arterial, tais como a Resistência Vascular Periférica, a qual caracteriza-se pela resistência que as artérias imprimem à passagem do sangue, e a presença da Válvula Pré-capilar. Essa válvula controla a passagem do sangue das artérias para os capilares sanguíneos para daí transmitirem o oxigênio às células. A abertura dessa válvula é regulada pelo Sistema Nervoso Simpático, e quando encontra--se fechada, há um “acúmulo” de sangue dentro da artéria, o que acarreta em uma maior Pressão arterial.
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Outro fator que pode influenciar diretamente na PA é o sistema Reni-na-Angiotensina-Aldosterona. Quando o fluxo sanguíneo renal fica re-duzido, por mecanismo de feedback, os rins secretam a Renina, a qual atuará como enzima para ativar o Hormônio Angiotensina, importante vasoconstritor arterial, o que já eleva a resistência vascular periférica e, consequentemente, a PA. Associado a isso, a Angiotensina estimula a produção de Aldosterona, que tem a função de aumentar a quantidade de sódio no meio extracelular, e para manter a homeostase, o organismo retém uma maior quantidade de líquido, aumentando assim, a volemia e o débito cardíaco por consequência.
Figura 3. Fatores fisiológicos que influenciam a Pressão Arterial
VÁLVULA PRÉ-CAPILAR
RESISTÊNCIA VASULAR PERIFÉRICA
PA
ANGIOTENSINARENINA ALDOSTERONA
VOLUME SISTÓLICO
DÉBITO CARDÍACO
Fonte: Autoria própria, 2020.
Atualmente, tem-se como pressão arterial aceitável até 130mmHg para a sistólica e 90mmHg a diastólica:
PA Sistólica até 130mmHg
PA Diastólica até 90mmHG
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Preste atenção, pois alguns fatores atuam no aumento da PA, porém a questão quer saber sobre o DC!
02. Os fatores chaves que regulam a pressão sanguínea sistêmi-ca são a resistência periférica e o débito cardíaco. Alteração em qualquer um dos fatores aumentará a pressão sanguínea. No caso do débito cardíaco, uma dessas alterações poderá ser:
🅐 aumento de renina. 🅑 diminuição do óxido nítrico. 🅒 aumento de aldosterona. 🅓 diminuição de aldosterona. 🅔 aumento da viscosidade do sangue.
RESPOSTA: C.
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REFERÊNCIAS1. Guyton AC, Hall JE. Tratado de fisiologia médica. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
2. Silverthorn DU. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2017.
3. Tortora GJ, Derrickson B. Princípios de anatomia e fisiologia.14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
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ANOTAÇÕES
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