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ROMANTISMO 3 FASE CONDOREIRA 1. (UFRJ) As estrofes apresentadas a seguir foram retiradas do poema Vozes d'África, de Castro Alves. Vozes d'África é um dos textos em que o poeta expressa sua indignação diante da escravidão. Leia, com atenção, o fragmento selecionado para responder às questões propostas em a) e b): Vozes d'África "Deus! ó Deus, onde estás que não respondes!? Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes, Embuçado nos céus? Há dois mil anos te mandei meu grito, Que embalde, desde então, corre o infinito... Onde estás, Senhor Deus?... (...) Mas eu, Senhor!... Eu triste, abandonada, Em meio dos desertos esgarrada, Perdida marcho em vão! Se choro... bebe o pranto a areia ardente! Talvez... pra que meu pranto, ó Deus clemente, Não descubras no chão!..." a) Cite e explique a figura de linguagem através da qual o poeta estrutura todo o poema. b) Identifique os elementos que representam, figuradamente, o abandono e o desespero advindos da escravidão. Resposta 2. (Fuvest-SP)

D - ROMANTISMO 2° FASE MAL DO SECULO

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ROMANTISMO 3 FASE CONDOREIRA1. (UFRJ) As estrofes apresentadas a seguir foram retiradas do poema Vozes d'África, de Castro Alves. Vozes d'África é um dos textos em que o poeta expressa sua indignação diante da escravidão.

Leia, com atenção, o fragmento selecionado para responder às questões propostas em a) e b):

Vozes d'África

"Deus! ó Deus, onde estás que não respondes!?Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes, Embuçado nos céus?Há dois mil anos te mandei meu grito,Que embalde, desde então, corre o infinito... Onde estás, Senhor Deus?...(...) Mas eu, Senhor!... Eu triste, abandonada, Em meio dos desertos esgarrada,Perdida marcho em vão!Se choro... bebe o pranto a areia ardente!Talvez... pra que meu pranto, ó Deus clemente,Não descubras no chão!..."

a) Cite e explique a figura de linguagem através da qual o poeta estrutura todo o poema. b) Identifique os elementos que representam, figuradamente, o abandono e o desespero advindos da escravidão.

Resposta

2. (Fuvest-SP)

"Oh! eu quero viver, beber perfumesNa flor silvestre, que embalsama os ares;Ver minh'alma adejar pelo infinito,Qual branca vela n'amplidão dos mares.No seio da mulher há tanto aroma... Nos seus beijos de fogo há tanta vida... – Árabe errante, vou dormir à tarde À sombra fresca da palmeira erguida."

Nessa estrofe de Mocidade e morte, de Castro Alves, reúnem-se, como numa espécie de súmula, vários dos temas e aspectos mais característicos de sua poesia. São eles:

a) Identificação com a natureza, condoreirismo, erotismo franco, exotismo.

b) Aspiração de amor e morte, titanismo, sensualismo, exotismo.

c) Sensualismo, aspiração de absoluto, nacionalismo, orientalismo.

d) Personificação da natureza, hipérboles, sensualismo velado, exotismo.

e) Aspiração de amor e morte, condoreirismo, hipérboles, orientalismo.

Resposta

3. (PUC-Campinas-SP)

"E fui... e fui... ergui-me no infinito, Lá onde o vôo d'águia não se eleva...Abaixo – via a terra – abismo em treva!Acima – o firmamento – abismo em luz!"Os versos anteriores pertencem aos poemas "O vôo do gênio", do livro Espumas flutuantes. Esses versos ilustram a seguinte característica da poética de Castro Alves:

a) Ênfase emocional, apoiada nos recursos retóricos das antíteses, das hipérboles e do paralelismo rítmico-sintático.

b) Intimismo lírico, marcado pela hesitação das reticências e pelo temor do enfrentamento das adversidades.

c) Sacrifício do tom pessoal em nome de ideais históricos, representados por símbolos épicos herdados do Classicismo.

d) Emprego de paradoxos, com a intenção de satirizar a ambição de genialidade cultivada pelos ultra-românticos.

e) Contraste entre as fortes marcas retóricas do discurso e o sentimento da melancolia, que atenua o tom declamatório.

Resposta

4. (UFSM-RS) Leia os versos de Navio negreiro, de Castro Alves:

"São os filhos do deserto

Onde a terra esposa a luz.Onde voa em campo abertoA tribo dos homens nus... São os guerreiros ousados, Que com os tigres mosqueadosCombatem na solidão... Homens simples, fortes, bravos... Hoje míseros escravos Sem ar, sem luz, sem razão..."Assinale a alternativa correta com relação ao sentido expresso pelos versos transcritos.

a) Descreve a vida dos escravos nas fazendas.

b) Saúda a liberdade decorrente da abolição da escravatura.

c) Salienta a integração dos negros com os índios.

d) Compara o negro livre, na África, com o negro escravizado no Brasil.

e) Propõe que os homens se tornem escravos por quererem fugir do deserto.

Resposta

5. (Fuvest-SP) Tomadas em conjunto, as obras de Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e Castro Alves demonstram que, no Brasil, a poesia romântica:

a) Pouco deveu às literaturas estrangeiras, consolidando de forma homogênea a inclinação sentimental e o anseio nacionalista dos escritores da época.

b) Repercutiu, com efeitos locais, diferentes valores e tonalidades da literatura européia: a dignidade do homem natural, a exacerbação das paixões e a crença em lutas libertárias.

c) Constituiu um painel de estilos diversificados, cada um dos poetas criando livremente sua linguagem, mas preocupados todos com a afirmação dos ideais abolicionistas e republicanos.

d) Refletiu as tendências ao intimismo e à morbidez de alguns poetas europeus, evitando ocupar-se com temas sociais e históricos, tidos como prosaicos.

e) Cultuou sobretudo o satanismo, inspirado no poeta inglês Byron, e a memória nostálgica das civilizações da Antigüidade clássica, representadas por suas ruínas.

Resposta

6. (UFPE) Na(s) questão(ões) a seguir escreva nos parênteses a letra (V) se a afirmativa for verdadeira ou (F) se for falsa.

Observe que os textos a seguir representam a visão do amor em três autores do Romantismo. São momentos da poesia romântica coincidindo com três gerações.

"Boa noite, Maria! Eu vou me embora,A lua nas janelas bate em cheio. Boa noite, Maria! É tarde... é tarde... Não me apertes assim contra teu seio."Castro Alves

"Não acordes tão cedo! Enquanto dormesEu posso dar-lhe beijos em segredoMas, quando nos teus olhos raia a vida Não ouso te fitar... Eu tenho medo!"Álvares de Azevedo

"Enfim te vejo – enfim posso, Curvado a teus pés, dizer-teQue não cessei de querer-te Apesar de quanto sofri."Gonçalves Dias

( ) O amor em Gonçalves Dias é sempre ilusão perdida, e a experiência concreta é o fracasso e o sofrimento.

( ) Em Álvares de Azevedo, já aparece um misto de erotismo e medo, frustrando assim a realização da experiência amorosa.

( ) Na obra de Castro Alves prevalece a temática do amor sensual.

( ) O lirismo amoroso de Gonçalves Dias e Álvares de Azevedo inclui a falta de sensualidade presente em Castro Alves e também se descobrem, nos autores, os traços de donjuanismo.

( ) Os três autores apresentam, como ponto comum, a visão da mulher como uma musa inacessível.

Resposta

7. (UFRGS-RS) Assinale a alternativa correta.

a) Álvares de Azevedo, classificado na segunda geração do Romantismo brasileiro, deixou uma obra composta de poemas tipicamente indianistas e nacionalistas.

b) Com Castro Alves, a poesia brasileira atingiu o seu apogeu, apesar do tom tímido que encontramos nos seus versos.

c) Os poetas do Romantismo foram responsáveis pela consolidação do sentimento nacional e contribuíram para o abrasileiramento da língua portuguesa.

d) Gonçalves Dias, autor da consagrada Canção do exílio, compôs também Os timbiras, se eu morresse amanhã e Meus oito anos.

e) O saudosismo que caracteriza o lirismo luso-brasileiro não teve representantes no período romântico.

Resposta

8. (UFRJ/RJ)

"Senhor Deus dos desgraçados!Dizei-me vós, Senhor Deus!Se é loucura...se é verdade Tanto horror perante os céus...Ó mar! Por que não apagasCo'a esponja de tuas vagasDo teu manto este borrão? Astros! Noites! Tempestades!Rolai das imensidades! Varrei os mares tufão!" Castro Alves. "Navio negreiro". In: Castro Alves. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1960. p. 281.

Qual a geração romântica a que pertence o poema e que traço estilístico-formal é dominante na estrofe acima?

Resposta

9. (Cesgranrio)

Os Três Amores

"I MINH'ALMA é como a fronte sonhadoraDo louco bardo, que Ferrara chora...Sou Tasso!...a primavera de teus risos De minha vida as solidões enflora...

Longe de ti eu bebo os teus perfumes,Sigo na terra de teu passo os lumes...— Tu és Eleonora...II Meu coração desmaia pensativo,Cismando em tua rosa predileta. Sou teu pálido amante vaporoso, Sou teu Romeu...teu lânguido poeta!Sonho-te às vezes virgem...seminuaRoubo-te um casto beijo à luz da lua— E tu és Julieta... III Na volúpia das noites andaluzasO sangue ardente em minhas veias rola...Sou D. Juan!...Donzelas amorosas, Vós conheceis-me os trenos na viola! Sobre o leito do amor teu seio brilha...Eu morro, se desfaço-te a mantilha... Tu és — Júlia, a Espanhola!...”

Castro Alves

Uma das opções a seguir não caracteriza a poética de Castro Alves. Indique-a.

a) Linguagem grandiloqüente, rica em hipérboles e apóstrofes.

b) Oratória adequada para temas sociais, visando ao convencimento do ouvinte/leitor.

c) Defesa de problemas sócio-políticos, como a escravidão dos negros e os ideais republicanos.

d) Manutenção do gosto ultra-romântico, quanto ao tratamento de temas, especialmente, na vertente lírico-amorosa.

e) Poesia de cunho social associada ao condoreirismo, cujo símbolo é o condor, ave que alcança grandes altitudes.

Resposta

10. (UFRS) Considere as seguintes afirmações sobre a obra de Castro Alves.

I. A poesia amorosa do autor registra personagens femininas, algumas notáveis pela pureza e intangibilidade angelicais, outras destacadas pela sensualidade e disponibilidade satânicas.

II. O poeta destacou-se pela poesia de protesto contra a injustiça e a violência presentes na sociedade brasileira em geral e evidentes nas condições de vida a que estava submetida a população escrava.

III. A retórica grandiloqüente rendia ao poeta autênticos poemas-discurso para serem antes ouvidos do que lidos, quer fossem denúncias contra a sociedade, quer fossem a exaltação da mulher amada.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.

b) Apenas III.

c) Apenas I e III.

d) Apenas II e III.

e) I, II e III.

Resposta

Para responder às questões 11 e 12, leia, atentamente, o poema abaixo.

O ‘Adeus' de Teresa

“1 A vez primeira que eu fitei Teresa, Como as plantas que arrasta a correnteza, A valsa nos levou nos giros seus... E amamos juntos... E depois na sala “Adeus” eu disse-lhe a tremer co'a fala... 6 E ela, corando, murmurou-me: ‘a deus'. Uma noite... entreabriu-se um resposteiro... E da alcova saía um cavaleiro Inda beijando uma mulher sem véus...Era eu... Era a pálida Teresa! ‘Adeus' lhe disse conservando-a presa...12 E ela entre beijos murmurou-me: ‘adeus!' Passaram tempos... séc'los de delírioPrazeres divinais... gozos do Empíreo... ... Mas um dia volvi aos lares meus. Partindo eu disse — ‘Voltarei!... descansa!...' Ela, chorando mais que uma criança, 18 Ela em soluços murmurou-me: ‘adeus!' Quando voltei... era o palácio em festa!... E a voz d' Ela e de um homem lá na orquestra Preenchiam de amor o azul dos céus.

Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa! Foi a última vez que eu vi Teresa!... 24 E ela arquejando murmurou-me: ‘adeus!'”

São Paulo, 28 de agosto de 1868. ALVES, Castro. Espumas Flutuantes. São Paulo: FTD, 1987, p. 53.

11. (UFPB)

Em O 'Adeus' de Teresa, os versos 6, 12, 18 e 24

a) isolam a palavra “adeus”, modificando a seqüência lógica do poema.

b) assinalam a seqüência de atitudes de Teresa, no poema, indo da descoberta do amor à traição.

c) indicam que os sentimentos de Teresa não sofreram qualquer mudança do primeiro ao último encontro.

d) evidenciam uma mudança nos sentimentos de Teresa que, ao final, descobre o amor verdadeiro.

e) ressaltam o verdadeiro amor de Teresa, que se intensifica a cada encontro.

Resposta

12. (UFPB)

Leia os seguintes fragmentos poéticos:

I. “Mulher do meu amor! Quando aos meus beijosTreme tua alma, como a lira ao vento,Das teclas de teu seio que harmonias, Que escalas de suspiros, bebo atento!” Castro Alves

II. “Eu vi-a e minha alma antes de vê-la Sonhara-a linda como agora vi; Nos puros olhos e na face bela, Dos meus sonhos a virgem conheci.” Casimiro de Abreu

III. “Eras a estrela transformada em virgem! Eras um anjo, que se fez menina! Tinhas das aves a celeste origem. Tinhas da lua a palidez divina, Eras a estrela transformada em virgem!” Castro Alves

A imagem da mulher presente no poema O “Adeus” de Teresa diferencia-se da imagem expressa apenas no(s) fragmento(s)

a) I

b) II

c) III

d) I e II

e) II e III

Resposta

13. (PUC-RS)

Para responder à questão, ler o texto que segue.

Tirania

1. “MINHA MARIA é bonita, Tão bonita assim não há; O beija-flor quando passa Julga ver o manacá.”

2. “Minha Maria é morena, Como as tardes de verão; Tem as tranças da palmeira Quando sopra a viração.”

3. “Companheiros! O meu peitoEra um ninho sem senhor; Hoje tem passarinho P'ra cantar o seu amor.”

4. “Trovadores da floresta! Não digam a ninguém, não!... Que Maria é a baunilha Que prende meu coração.”

5. “Quando eu morrer só me enterrem Junto às palmeiras do val, Para eu pensar que é Maria Que geme no taquaral...”

O tom ________ e ________ do poema de Castro Alves sugere uma idéia de amor ________ — elemento que o __________ dos poetas de seu tempo.

a) Otimista/apaixonado/possível/diferencia.

b) Otimista/sensível/possível/aproxima.

c) Alegórico/sensível/impossível/aproxima.

d) Intimista/apaixonado/impossível/distancia.

e) Sentimental/retórico/possível/diferencia.

Resposta

14. (PUC-RS) Sobre Castro Alves é correto afirmar que

a) Se ateve à temática amorosa.

b) Produziu poesia de tom ingênuo.

c) Rejeitou a poesia engajada.

d) Retratou a realidade de forma sutil.

e) Produziu poesia de denúncia.

Resposta

15. (UFV-MG) Leia com atenção os versos do poema Boa noite, de Castro Alves:

Boa Noite

“Boa noite, Maria! Eu vou-me embora,A lua nas janelas bate em cheio. Boa noite, Maria! É tarde... É tarde... Não me apertes assim contra teu seio. Boa noite!... E tu dizes: — Boa noite. Mas não digas assim por entre beijos... Mas não mo digas descobrindo o peito, — Mar de amor onde vagam meus desejos.”

Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma leitura correta do poema.

a) A abordagem do amor em Castro Alves notabiliza-se por um sensualismo ousado que o distancia da experiência imaginária dos poetas românticos anteriores.

b) Em Boa Noite, Castro Alves destitui a mulher romântica de sua aura espiritualizante, traço que a definia sobretudo na poesia da segunda geração do Romantismo brasileiro.

c) Os versos acima inserem-se na poética lírico-amorosa do período romântico e são marcados por um forte apelo sensual.

d) O poema castroalvino reflete uma visão mais direta do corpo feminino e uma maior objetividade no relacionamento com a mulher amada.

e) O lirismo que se evidencia no texto supracitado funde-se com momentos de profunda introspecção e com as incertezas do eu-lírico diante da vida.

Resposta

16. (UFPA)

Maria

“Onde vais à tardezinha, Mucama tão bonitinha, Morena flor do sertão? A grama um beijo te furta Por baixo da saia curta, Que a perna te esconde em vão... Mimosa flor das escravas! O bando das rolas bravas Voou com medo de ti!... Levas hoje algum segredo... Pois te voltaste com medo Ao grito do bem-te-vi! Serão amores deveras? Ah! quem dessas primaveras Pudesse a flor apanhar! E contigo, ao tom d'aragem, Sonhar na rede selvagem... À sombra do azul palmar! Bem feliz quem na viola Te ouvisse a moda espanhola Da lua ao frouxo clarão... Com a luz dos astros — por círios, Por leito ― um leito de lírios... E por tenda ― a solidão!”

ALVES, Castro. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. p. 315.

Sobre o poema e seu autor, é correto afirmar:

(A) O tom grandiloqüente, quase retórico, do poema ilustra o estilo condoreiro de Castro Alves. O condoreirismo, influência de Victor Hugo, foi tendência da última geração do Romantismo brasileiro, mais voltado para o aspecto social, em superação ao egocentrismo angustiado da geração anterior.

(B) O poema registra o tratamento da temática amorosa em Castro Alves, marcado pelo tom do prazer erótico, da presença da morte e da dor, tal como seus antecessores da segunda geração.

(C) O poema ilustra que Castro Alves se tornou conhecido como o poeta dos escravos não somente pela denúncia da escravatura, mas, também, por ter acolhido, em sua lírica, os sentimentos do homem negro em equivalência aos do homem branco, retratando o negro como herói, como amante, como ser integralmente humano.

(D) No poema, o diminutivo “bonitinha” demonstra o desprezo do eu lírico à mulher negra, revelando o preconceito do homem branco com relação à escrava, um simples objeto para ele, na época.

Resposta

O poema abaixo servirá de referência às questões 17 e 18.

O coração

“O coração é o colibri dourado Das veigas puras do jardim do céu. Um — tem o mel da granadilha agreste, Bebe os perfumes, que a bonina deu. O outro — voa em mais virentes balças, Pousa de um riso na nubente flor. Vive do mel — a que se chama — crenças —, Vive do aroma — que se diz — amor.”

Recife, 1865. ALVES, Castro. Espumas flutuantes. In: Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. p. 149.

17. (UFRN) O poema estrutura-se a partir da construção de uma metáfora nos seus dois versos iniciais. Posteriormente, desenvolve-se pela descrição romântica do colibri e do coração. O paralelo estabelecido entre um e o outro sugere

a) Harmonia — identificada na representação do espaço.

b) Desarmonia — identificada pelo descompasso do tempo.

c) Convergência — identificada no uso de redondilhas maiores.

d) Divergência — identificada pela ausência de rimas regulares.

Resposta

18. (UFRN) Nesse poema, pode-se reconhecer o caráter lírico do Romantismo, especialmente por meio

a) Do sentimento amoroso e do tema condoreiro.

b) Da nostalgia determinada pelo ambiente naturista.

c) Do tema amoroso e da ambientação naturista.

d) Da vertente condoreira evidenciada pela nostalgia.

Resposta

19. (UFRN) O poema de Castro Alves, transcrito a seguir, servirá de base para a próxima questão.

Adormecida

"Ses longs cheveux épars la couvrent tout entièreLa croix de son collier repose dans sa main, Comme pour témoigner qu'elle a fait sa prière. Et qu'elle va la faire en s'éveillant demain."

A. de Musset

“UMA NOITE, eu me lembro... Ela dormia Numa rede encostada molemente... Quase aberto o roupão... solto o cabelo E o pé descalço do tapete rente. 'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste Exalavam as silvas da campina... E ao longe, num pedaço do horizonte, Via-se a noite plácida e divina. De um jasmineiro os galhos encurvados, Indiscretos entravam pela sala, E de leve oscilando ao tom das auras, Iam na face trêmulos — beijá-la. Era um quadro celeste!... A cada afago Mesmo em sonhos a moça estremecia... Quando ela serenava... a flor beijava-a... Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia... Dir-se-ia que naquele doce instante Brincavam duas cândidas crianças... A brisa, que agitava as folhas verdes, Fazia-lhe ondear as negras tranças! E o ramo ora chegava ora afastava-se... Mas quando a via despertada a meio, P'ra não zangá-la... sacudia alegre Uma chuva de pétalas no seio... Eu, fitando esta cena, repetia Naquela noite lânguida e sentida:

‘Ó flor! — tu és a virgem das campinas!' ‘Virgem! — tu és a flor da minha vida!...'”

São Paulo, novembro de 1868. ALVES, C. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1986. p.124-125.

Considerando as fases da poesia romântica brasileira, é correto afirmar que o poema apresenta uma

a) Atmosfera de erotismo, manifestada pelos encantos da mulher.

b) Atitude de culpa, devido à violação do ambiente celestial.

c) Negação do ato amoroso, devido ao clima de sonho predominante.

d) Tematização da natureza, manifestada na imagem da flor.

Resposta

20. (Ufam) Só uma das afirmativas abaixo se refere de modo correto a Sousândrade. Assinale-a:

a) Sua lírica apresenta a tentativa de reconstruir, dez anos depois, a atmosfera de anticonvencionalidade que os byronianos haviam instaurado durante o segundo momento da poesia romântica.

b) Incompreendido por seus contemporâneos, esquecido pela crítica por mais de sessenta anos depois da morte, foi recuperada pelas vanguardas do século XX, principalmente pelos concretistas.

c) A sensualidade direta, embora ligada a uma psicologia infantil, afastou sua obra das visões mórbidas dos byronianos, em que pese o fato de a mulher amada continuar a ser a bela adormecida, a donzela pálida.

d) Mais que um nome literário, permanece nas letras brasileiras como uma personagem paradigmática, carreador para a cultura nacional das idéias que levaram ao realismo naturalismo e, na política, à Primeira República.

e) Tendo entrado aos dezenove anos para um convento beneditino, dali fugiu três anos depois, o que o levou a identificar o cárcere metafórico com o anseio de liberdade que perpassa sua poesia.

Resposta

21. (Ufam) Assinale a alternativa que relaciona corretamente autor e obra:

a) Bento Teixeira — Sua lírica é uma ilustração do gongorismo entre nós, o que se revela no uso freqüente de ermos chulos, com o objetivo de mostrar desprezo pelas autoridades da Colônia.

b) Gregório de Matos — Sua poesia acentua contrastes: a sátira mais irreverente alterna com a contrição do poeta devoto, a obscenidade mal se casa com a posse idealista que se observa em alguns sonetos.

c) José de Anchieta — objetivou, como outros autores do século XVI, informar a Metrópole portuguesa, sobre as perspectivas que o Brasil oferecia, acenando especialmente com a existência de minas de ouro, prata e esmeraldas.

d) Basílio da Gama — Seu poema épico O Uruguai apresenta um herói que é o responsável pela primeira ação colonizadora na Bahia, tendo ensinado ao índio as virtudes e as leis do cristianismo.

e) Cláudio Manuel da Costa — Produziu Glaura, uma obra poética com grande coerência formal, composta de rondós e madrigais escritos de acordo com as normas do Arcadismo.

Resposta

22. (Unifap)

Leia os textos:

Teresa

“(...) Não acordes tão cedo! Enquanto dormes Eu posso dar-te beijos em segredo... Mas, quando nos teus olhos raia a vida, Não ouso te fitar... eu tenho medo! Enquanto dormes, eu te sonho amante, Irmã de seraphins, doce donzela; Sou teu noivo... respirem em teus cabelosE teu seio venturas me revela... Deliro... junto a mim eu creio ouvir-te O seio a suspirar, teu ai mais brando, Pouso os lábios nos teus; no teu alento Volta minha pureza suspirando! Teu amor como o sol apura e nutre; Exala fresquidão e doce brisa: É uma gota do céu que aroma os lábios E o peito regenera e suaviza. Quanta inocência dorme ali com ela! Anjo desta criança, me perdoa! Estende em minha amante as asas brancas A infância no meu beijo abandonou-a!”

Álvares da Azevedo

O ‘Adeus' de Teresa

“A vez primeira que eu fitei Teresa, Como as plantas que arrasta a correnteza, A valsa nos levou nos giros seus... E amamos juntos... e depois na sala ‘Adeus' eu disse-lhe a tremer com a fala... E ela, corando, murmurou-me: “adeus.” Uma noite... entreabriu-se um reposteiro... E da alcova saía um cavaleiro Inda beijando uma mulher sem véus... Era eu... era a pálida Teresa! ‘Adeus' lhe disse conservando-a presa... E ela entre beijos murmurou-me: ‘adeus!' Passaram tempos... séculos de delírio Prazeres divinais... gozos do Empíreo... ... Mas um dia volvi aos lares meus. Partindo eu disse — ‘Voltarei!'... descansa!... Ela em soluços murmurou-me: ‘adeus!' Quando voltei... era o palácio em festa!... E a voz d'Ela e de um homem lá na orquestra Preenchiam de amor o azul dos céus. Entrei!... ela me olhou branca... surpresa! Foi a última vez que eu vi Teresa!... E ela arquejando murmurou-me: ‘adeus!'”

Castro Alves

Tendo em vista o aspecto lírico-amoroso, percebe-se que tanto Álvares de Azevedo quanto Castro Alves referem-se à mulher, embora o façam de modo diferente. Em que consiste essa diferença?

Pré modernismo

1. (Unicamp-SP) O trecho a seguir, escolhido por Lima Barreto como epígrafe para introduzir sua obra, Triste fim de Policarpo Quaresma, comenta o confronto entre o ideal e o real:

"O grande inconveniente da vida real e o que a torna insuportável ao homem superior é que, se transportamos para ela os princípios do ideal, as qualidades passam a ser defeitos, de tal modo que, na maioria das vezes, o homem íntegro não consegue se sair tão bem quanto aquele que tem por estímulo o egoísmo ou a rotina vulgar."Renanm Marc-Aurele

a) Cite dois episódios do livro em que o comportamento idealista de Policarpo é ridicularizado por outras personagens.

b) Considerando-se a epígrafe citada, como pode ser analisada a trajetória de Policarpo Quaresma?

Resposta

2. (UFU-MG)

"Pobre terra da Bruzundanga! Velha, na sua maior parte, como o planeta, toda a sua missão tem sido criar a vida, e a fecundidade para os outros, pois nunca os que nela nasceram, os que nela viveram, os que a amaram e sugaram-lhe o leite, tiveram sossego sobre o seu solo!" BARRETO, Lima. Os bruzundangas.

"Senhora Dona Bahia, nobre e opulenta cidade,madrasta dos Naturais,E dos Estrangeiros madre.Dizei-me por vida vossa, em que fundais o ditame de exaltar, os que aí vêm,e abater, os que ali nascem?"MATOS, Gregório de. Poesias selecionadas.

Lima Barreto e Gregório de Matos estão distantes, cronologicamente, na Literatura Brasileira. Mas os autores podem ser aproximados pelo teor satírico que imprimiram às suas obras. Tome os fragmentos citados para responder às questões seguintes:

a) Fale sobre o tema que aproxima os dois textos.

b) Destaque do texto de Gregório de Matos um par de versos que tenha “uma figura de oposição” muito comum ao Barroco, classificando-a.

c) Aponte na prosa de Lima Barreto “uma figura de efeito sonoro” que seja comum ao gênero lírico, classificando-a.

Resposta

3. (UFSM-RS) Leia o soneto a seguir.

Psicologia de um vencido

"Eu, filho do carbono e do amoníaco,Monstro de escuridão e rutilância,Sofro, desde a epigênesis da infância, A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsiaQue se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas — Que o sangue podre das carnificinasCome, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,E há-de deixar-me apenas os cabelos,Na frialdade inorgânica da terra!”

ANJOS, Augusto dos. Eu. Rio de Janeiro: Livr. São José, 1965.

A partir desse soneto, é correto afirmar:

I. Ao se definir como filho do carbono e do amoníaco, o eu lírico desce ao limite inferior da materialidade biológica pois, pensando em termos de átomos (carbono) e moléculas (amoníaco), que são estudados pela Química, constata-se uma dimensão onde não existe qualquer resquício de alma ou de espírito.

II. O amoníaco, no soneto, é uma metáfora de alma, pois, segundo o eu lírico, o homem é composto de corpo (carbono) e alma (amoníaco) e, no fim da vida, o corpo (orgânico) acaba, apodrece, enquanto a alma (inorgânica) mantém-se intacta.

III. O soneto principia descrevendo as origens da vida e termina descrevendo o destino final do ser humano; retrata o ciclo da vida e da morte, permeado de dor, de sofrimento e da presença constante e ameaçadora da morte inevitável.

Está(ão) correta(s):

a) Apenas II. b) Apenas III.c) Apenas I e II. d) Apenas I e III.e) Apenas II e III.

Resposta

4. (UEL/PR) Nas duas primeiras décadas de nosso século, as obras de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, tão diferentes entre si, têm como elemento comum

a) A intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante.

b) A adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão.

c) A expressão de aspectos até então negligenciados da realidade brasileira.

d) A prática de um experimentalismo lingüístico radical.

e) O estilo conservador do antigo regionalismo romântico.

Resposta

5. (UFRS/RS) Considere as seguintes afirmações sobre Os Sertões, de Euclides da Cunha.

I. Nas duas primeiras partes do livro, o autor descreve, respectivamente, o homem e o meio ambiente que constituíam o sertão baiano, valendo-se, para tanto, das teorias científicas desenvolvidas na época.

II. Ao descrever os sertanejos, o autor idealiza suas qualidades morais e físicas e conclui que seu heroísmo era resultado da fé nos ensinamentos religiosos do líder Antônio Conselheiro.

III. O autor descreve, na terceira parte do livro, as várias etapas da guerra de Canudos e denuncia o massacre dos sertanejos pelas tropas do exército brasileiro, revelando a miséria e subdesenvolvimento da região.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.

b) Apenas II.

c) Apenas III.

d) Apenas I e III.

e) I, II e III.

Resposta

6. (UFPE/PE) Nas duas primeiras décadas do século XX, surgiu, no Brasil, o Pré-Modernismo. Sobre esse tema, analise as proposições abaixo.

( ) Foi um movimento com ideário estético rígido, com linguagem altamente formal e cuja temática dominante era a defesa do regime republicano recém-instalado (1889).

( ) Surgiu num período em que, em termos gerais, predominava a estética parnasiana na poesia, com sua valorização do mundo greco-latino e a concepção de literatura como elaboração formal.

( ) Nesta época, início do século XX, foi contemporâneo de alguns simbolistas remanescentes, que sonhavam com sensações inefáveis, distantes da realidade.

( ) Contrastando com os simbolistas e parnasianos, Euclides da Cunha escreveu Os Sertões, documento amargurado e realista, sobre a guerra de Canudos, da qual participou como enviado do jornal O Estado de São Paulo. Descreveu, numa mescla de romance e ensaio científico, uma epopéia às avessas, que foi publicada em 1902.

( ) Lima Barreto, outro autor da época, tem como principal obra: O triste fim de Policarpo Quaresma. Em seu livro, abandonou o mundo helênico, perfeito e imaginário, descrevendo a tristeza dos subúrbios e revelando preocupação com fatos históricos e costumes socais. Seu estilo era semelhante ao de Machado de Assis, pelo refinamento lingüístico, pela forma trabalhada, limpa e perfeita.

Resposta

7. (UFU) Nos primeiros parágrafos de Urupês, Monteiro Lobato posiciona-se em relação às principais tendências da literatura brasileira.

Assinale a alternativa em que a posição de Lobato é apresentada incorretamente.

a) Assim como os modernistas, Lobato critica a visão idealizada que os românticos tinham do índio; para ele, o romantismo brasileiro havia sido mera imitação da escola francesa, tendo apenas adaptado ao cenário dos trópicos as idéias de Rousseau.

b) Para Lobato, o realismo naturalista irá acertar o tom da literatura brasileira, fugindo à caricatura para revelar outras deficiências do caboclo nacional, cuja índole ele investiga com apoio da ciência evolucionista; por isto, o naturalismo projeta-se como a literatura do futuro, por associar ao cientificismo alta dosagem de qualidade poética.

c) A fraqueza moral e muscular do selvagem brasileiro — que Lobato julgava capaz de "moquear a linda menina" Ceci "num bom braseiro", em vez de amá-la perdidamente, como fez Peri — corresponde à mesma visão que Mário de Andrade adota na construção do herói Macunaíma.

d) Para Lobato, a substituição do selvagem pelo caboclo como tipo brasileiro, no período pré-modernista, dando a este atributos de integridade moral, repete o mesmo equívoco de idealização que marcou o indianismo romântico.

Resposta

8. (UFRS/RS) É correto afirmar que Augusto dos Anjos foi o poeta do

a) Pessimismo aliado à ciência que acusava a degradação humana mediante associações e comparações com processos químicos e biológicos.

b) Cientificismo triunfante que, aliado à idéia de progresso, marcou boa parte da lírica contemporânea aos primeiros anos da República.

c) Pessimismo acusatório que denunciou o latifúndio e a política oligárquica, reproduzindo na poesia as preocupações e temas de Lima Barreto.

d) Esteticismo que depurava a forma de seus sonetos à perfeição, sem jamais fazer concessões a temas considerados prosaicos ou de mau gosto.

e) Cientificismo militante disposto a abranger temas como o cálculo algébrico, a crítica literária e arquitetura para retirar o caráter subjetivo da poesia.

Resposta

Para responder às questões 9 e 10, ler o texto que segue.

Eterna Mágoa

“O homem por sobre quem caiu a pragaDa tristeza do Mundo, o homem que é triste Para todos os séculos existe E nunca mais o seu pesar se apaga! Não crê em nada, pois, nada há que traga Consolo à Mágoa, a que só ele assiste. Quer resistir, e quanto mais resiste Mais se lhe aumenta e se lhe afunda a chaga.

Sabe que sofre, mas o que não sabe É que essa mágoa infinda assim, não cabeNa sua vida, é que essa mágoa infinda

Transpõe a vida do seu corpo inerme; E quando esse homem se transforma em verme É essa mágoa que o acompanha ainda!”

Para responder à questão 9, analisar as afirmativas que seguem, sobre o poema.

I. O existir pressupõe ser tomado pela tristeza do Mundo.

II. Quanto mais o homem triste se submeter ao seu infortúnio maior será o seu sofrimento.

III. O homen tem plena consciência do seu próprio sofrimento.

IV. O sofrimento do homem ganha dimensão de eternidade.

9. (PUC-RS) Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas

a) A I e a II, apenas.

b) A I e a III, apenas.

c) A II e a IV, apenas.

d) A III e a IV, apenas.

e) A I, a II, a III e a IV.

Resposta

10. (PUC-RS) Todas as altenativas estão corretas em relação a Augusto dos Anjos, autor do poema em questão, EXCETO

a) Divulgou sua produção em um único livro.

b) Enfatizou o lado obscuro do homem.

c) Associou-se ao movimento parnasiano.

d) Escreveu sobre a carne em decomposição.

e) Produziu poesia de caráter cientificista.

Resposta

11. (PUC-RS) Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas

a) A I e a II, apenas.

b) A I e a III, apenas.

c) A II e a IV, apenas.

d) A III e a IV, apenas.

e) A I, a II, a III e a IV.

Resposta

12. (PUC-RS) Trata-se da personagem central do romance de _________, _________, obra que se caracteriza, principalmente, pela inovação da _________.

a) Lima Barreto Triste fim de Policarpo linguagem Quaresma

b) Euclides da Cunha Os sertões temática

c) Graça Aranha Canaã forma

d) Guimarães Rosa Grande sertão: veredas estrutura

e) Euclides da Cunha Triste fim de Policarpo temática Quaresma

Resposta

13. (PUC-RS)

Para responder à questão, ler o texto que segue.

Em Marcha para Canudos

“Foi nestas condições desfavoráveis que partiram a 12 de janeiro de 1897.Tomaram pela Estrada de Cambaio. É a mais curta e a mais acidentada. Ilude a princípio, perlongando o vale de Cariacá, numa cinta de terrenos férteis sombreados de cerradões que prefiguram verdadeiras matas.Transcorridos alguns quilômetros, porém, acidenta-se; perturba-se em trilhas pedregosas e torna-se menos praticável à medida que se avizinha do sopé da serra do Acaru. [...] Tinha meio caminho andado. As estradas pioravam crivadas de veredas, serpeando em morros, alçando-se em rampas, caindo em grotões, desabrigadas, sem sombras... [...] Entretanto era imprescindível a máxima celeridade. Tornava-se suspeita a paragem: restos de fogueira à margem do caminho e vivendas incendiadas, davam sinais do inimigo.” Todas as afirmativas que seguem estão associadas ao trecho selecionado de Os sertões, em que os homens se dirigem para o local do embate, EXCETO

a) Atenção e rapidez são necessárias numa trajetória que leva os viajantes a uma experiência belicosa.

b) A presença do inimigo é percebida pelo rastros de sua passagem ainda recente.

c) Os obstáculos que se apresentam prenunciam os trágicos eventos que ocorrerão.

d) Pelo assunto do trecho, é possível inferir que se trata de um episódio constante na segunda parte da obra .

e) A estrada referida perturba a avaliação inicial do viajante dada a riqueza natural da área.

Resposta

14. (PUC-RS)

Autores como ________, ________ e ________, contemporâneos de Euclides da Cunha, apresentaram novas facetas da realidade brasileira, produzindo, respectivamente, romances que discutem temas tais como: a imigração alemã, os costumes urbanos e o universo rural.

a) Simões Lopes Neto Raul Pompéia Lima Barreto

b) Graça Aranha Lima Barreto Monteiro Lobato

c) Monteiro Lobato Lima Barreto Graça Aranha

d) Raul Pompéia Guimarães Rosa Monteiro Lobato

e) Graça Aranha Raul Pompéia Guimarães Rosa

Resposta

15. (PUC-RS) A viagem de Euclides da Cunha à região de Canudos, onde ocorre a revolta dos seguidores de Antonio Conselheiro,

a) Ratifica sua posição em relação aos fanáticos rebeldes, expressa em seu artigo A Nossa Vendéia.

b) Impulsiona-o a produzir Os sertões, baseandose somente no que realmente pôde presenciar.

c) Demove-o da concepção determinista vigente na época, que concebe o homem como um cruzamento de condicionamentos.

d) Retifica a opinião vigente, passando a considerar a revolta como resultante do atraso da nação.

e) Influencia a prosa do autor, antes impregnada de cientificismo e reacionarismo.

Resposta

16. (PUC-RS) Contemporâneo de Simões Lopes Neto e também imbuído de tratar de temas nacionais, Monteiro Lobato

a) Retrata o universo rural paulistano de forma crítica.

b) Adota a linguagem modernista.

c) Recupera a personagem mitológica Jeca Tatu, caboclo lerdo, desatento e preguiçoso.

d) Restringe-se à produção literária dirigida ao público infantil.

e) Anuncia a inviabilidade econômica nacional.

Resposta

17. (UFSC) Sobre os autores Lima Barreto e Machado de Assis e suas obras, é CORRETO afirmar que:

01 A fala: – “A questão é científica, dizia ele; trata-se de uma doutrina nova, cujo primeiro exemplo sou eu. Reúno em mim mesmo a teoria e a prática.” (O Alienista) foi proferida pelo Dr. Simão Bacamarte e se refere à sua terceira e última teoria sobre a loucura: ele, por reunir em si mesmo as características do perfeito equilíbrio mental e moral, era, naquele momento, o único mentecapto de Itaguaí.

02 Os contos de Machado de Assis, em geral, re-velam um universo de temas como a loucura, a alma feminina, a vaidade, a sedução, o casamento e o adultério.

04 Enquanto Simão Bacamarte queria estudar profundamente a loucura, Quaresma desejava estudar a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua literatura e na sua política.

08 Tanto Quaresma como Simão Bacamarte viviam sós, sem se chocar com o mundo. Viviam imersos nos seus sonhos, incubados e mantidos vivos pelo calor de seus livros.

16 Machado de Assis e Lima Barreto podem ser considerados precursores do Modernismo, com sua literatura fundamentalmente voltada para os problemas existenciais do indivíduo em face da sociedade.

Resposta

18. (UFRN) O conjunto narrativo Os Bruzundangas, de Lima Barreto, ilustra exemplarmente – numa representação literária – os vínculos existentes entre os discursos da História e da Literatura.

Nessa obra, o leitor pode identificar aspectos relevantes da conjuntura sociocultural brasileira vigente à época da publicação do livro, sobretudo

a) Pelo uso da linguagem jornalística conservadora, esta comprometida com a sátira às cenas quotidianas de cunho nacionalista no regime monárquico.

b) Pela crítica aos costumes burgueses da elite governante na República Velha, esta comprometida com a valorização da realidade brasileira no início do século XX.

c) Pela crítica ao bacharelismo da elite governante, revelando, no uso da linguagem satírica, o empenho em denunciar a permanência das oligarquias na República Velha.

d) Pelo uso da linguagem coloquial urbana empenhada em recuperar os valores naturalistas típicos do regime monárquico, que predominou até o final do século XIX.

Resposta

19. (Ufam) O romance em que Lima Barreto narra as desventuras de um nacionalista exaltado, patriota fanático, que deseja o tupi como língua oficial e luta pela recuperação de nosso folclore, se intitula:

a) Idéias de Jeca Tatu

b) Cidades Mortas

c) Recordações do Escrivão Isaías Caminha

d) Triste Fim de Policarpo Quaresma

e) Ressurreição

Resposta

20. (Ufam) Assinale a alternativa que relaciona corretamente obra e assunto:

a) Inocência – Narra a história de Cirino, um garimpeiro que se apaixona por uma moça chamada Inocência e, após conseguir enriquecer e eliminar o rival, se casa com a mulher amada.

b) O Cortiço – Descreve a habitação coletiva dirigida por um português chamado Jerônimo, que se apaixona por uma mulata chamada Rita Baiana e lhe compra a carta de alforria.

c) Os Sertões – Divide-se em três partes (a Terra, o Homem, a Luta), sendo que, na primeira, seguindo a moda científica da época, o autor faz um apanhado geral da região das secas e busca as suas possíveis causas.

d) A Escrava Isaura – Nessa obra, lê-se sobre a bela e sedutora Isaura, que não conseguiu casar com Álvaro, já que seu apaixonado foi assassinado por Leôncio, o dono da fazenda onde vivia e que era, portanto, seu proprietário.

e) O Guarani – Nesse romance indianista, o autor mostra o amor de Peri, um índio, pela moça branca Cecília, com a qual acabou casando, como prêmio por ter livrado a casa da família dos índios goitacases.

Resposta

21. (Ufam) Assinale a afirmativa INCORRETA na relação entre autor e obra:

• Antero de Quental, na primeira fase de sua carreira, realizou uma poesia revolucionária, para expressar um pensamento de combate, de reforma e de ação social, com boa dose de irreverência e iconoclastia.

• Graça Aranha, denunciador e quase panfletário, realizou o retrato físico e moral do caboclo do interior de São Paulo, acentuando-lhe o primarismo, a prática da lei do menor esforço, a indiferença e a preguiça.

• Olavo Bilac, em diversos poemas, desobedeceu ao modelo teórico parnasiano, poetizando sobre o contraste entre o motivo do pudor, da sensualidade reprimida e os transportes do amor desencadeado.

• Com Cesário Verde, mediante a técnica de focalizar o objeto e não o sujeito, o lirismo prestava atenção ao prosaico diário, inclusive nos seus aspectos julgados repelentes, grotescos e ridículos.

• José de Alencar criou personagens com psicologia rudimentar, justificando-se essa postura em face de a literatura de sua época, para criar raízes no País, precisar renunciar à problematização da existência e da sociedade.

Resposta

22. (Ufam) Sobre as características dos estilos de época ou períodos da literatura brasileira, fazem-se as seguintes afirmativas:

• Os poetas do período, apesar de pertencerem à classe burguesa, viviam um paradoxo constante, já que fingiam uma vida pobre e feliz no campo, o que caracteriza a chamada aurea mediocritas.

• Enquanto os ficcionistas refletiam sobre os problemas sociais, os poetas do mesmo período seguiam direção inversa, buscando na cultura greco-latina as bases de elaboração de seus textos, mantendo-se alheios à realidade brasileira.

• Como não correspondeu a um projeto literário, com um grupo de autores identificados com um ideário estético definido, foi na verdade um período de transição, no qual se sintetizaram estilos de época anteriores.

As afirmativas acima referem-se, respectivamente, ao:

• Romantismo, Simbolismo, Barroco.

• Arcadismo, Parnasianismo, Pré-Modernismo.

• Arcadismo, Simbolismo, Romantismo.

• Romantismo, Parnasianismo, Pré-Modernismo.

• Arcadismo, Barroco, Parnasianismo.

Resposta