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INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA
ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA
MESTRADO EM AGRONOMIA
ECONOMIA, AMBIENTE E
RECURSOS NATURAIS
2. DA EFICIÊNCIA ECONÓMICA ÀS
EXTERNALIDADES
Maria Manuel Rodrigues
ANO LECTIVO 2013/2014
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Conteúdos:
Eficiência económica
Mercado de concorrência perfeita face a outras formas de mercado
O equilíbrio da empresa num mercado de concorrência perfeita (o curto prazo)
O lucro da empresa num mercado de concorrência perfeita
A condição de encerramento da empresa num mercado de concorrência perfeita
Equilíbrio concorrencial do mercado no curto prazo
A eficiência do equilíbrio concorrencial e o excedente total
Falhas de mercado e externalidades
Eficiência económica
O economista e sociólogo italiano Vilfredo Pareto (1848-1923) foi um dos primeiros
autores a explorar as implicações do conceito de eficiência económica.
“Começaremos pela seguinte definição: se pudermos encontrar uma forma de melhorar a
situação de uma pessoa sem piorar a de nenhuma outra, teremos uma melhoria de Pareto.
Se uma alocação permite uma melhoria de Pareto, então ela é ineficiente no sentido de
Pareto, se a alocação não permitir nenhuma melhoria de Pareto, então ela é eficiente no
sentido de Pareto.
Varian
“Eficiência Paretiana: Uma economia é eficiente se se a afectação de recursos for tal que não
será possível, através da reafectação de recursos, melhorar o bem-estar de um indivíduo sem
diminuir a utilidade de outrem.”
“Um óptimo de Pareto é uma afectação de recursos de concorrência perfeita (equilíbrio
competitivo).”
Carlos Barros
3
Então, como salientaria Krugman, consideraremos eficiente a economia que não deixa de
aproveitar nenhuma oportunidade para fazer com que algumas pessoas fiquem em situação
melhor sem piorar a situação de outras.
Note-se que eficiência económica é um conceito positivo que não pode ser tomado
como um equivalente de justiça (conceito normativo, que aponta para o que julgamos
desejável de acordo com os nossos juízos de valor).
“Em equilíbrio, um mercado perfeitamente competitivo, ou seja, um mercado em que tanto
compradores quanto vendedores são tomadores dos preços, é geralmente eficiente. Isto é, na
maioria dos casos este mercado maximiza o excedente total. Excepto nos casos de falha de
mercado, não há maneira de aumentar os ganhos do comércio quando o mercado cumpriu as
suas funções.”
Paul Krugman e Robin Wells
Justiça e eficiência
“A vantagem natural dos economistas é a de poderem responder às questões relacionadas com
a eficiência. Por esta razão, muitos economistas são relutantes em discutir as questões
relacionadas com a equidade. No entanto, praticamente todas as alterações nas políticas
afectam não apenas a eficiência, mas também a distribuição do rendimento. E sabe-se que a
maioria das sociedades parece estar preparada para rejeitar afectações eficientes se não houver
justiça.”
Robert Frank
Depois da queda
“A revelação da ineficiência da Alemanha de Leste mostrou como funcionava mal uma economia
planificada comparada com uma economia de mercado, como a da Alemanha Ocidental.
Mas, mesmo depois da queda do muro, o governo da recém-unificada República Federal da
Alemanha não estava disposto a deixar que o livre-mercado funcionasse sozinho. Em vez disso,
tanto indústrias quanto indivíduos da Alemanha Oriental receberam enormes somas de ajuda
financeira. O objectivo era impedir o surgimento de níveis de desigualdade politicamente
inaceitáveis entre os antigos alemães orientais (…) e os alemães ocidentais.
(continua)
4
(continuação)
“Com o tempo, muitos economistas passaram a acreditar que essa ajuda na verdade atrasou a
reconstrução da economia da Alemanha Oriental. Eles argumentam que a ajuda reduziu os
incentivos para que os trabalhadores se mudassem para as áreas onde havia mais emprego
disponível ou para que eles adquirissem novas habilidades. Mas os funcionários do governo da
Alemanha insistem que o preço pago valeu a pena. Algumas vezes, argumentam eles, um sentido
de justiça é mais importante que a eficiência. (…).
Como veremos, não há uma definição geralmente aceite do que seja justo e equitativo; não
obstante as sociedades às vezes preferem sacrificar alguma eficiência na busca de equidade.”
Paul Krugman e Robin Wells
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Mercado de concorrência perfeita face a outras
formas de mercado
Por mercado entende-se um grupo de empresas e indivíduos, que contactam uns com
os outros, comprando e vendendo o mesmo produto.
Num mercado de concorrência perfeita existe um número significativo de pequenas
empresas, oferecendo cada uma delas um produto idêntico. A dimensão de cada
empresa não é suficiente para influenciar o preço do mercado, pelo que o produtor é
um tomador do preço, a que deve ajustar a quantidade produzida para encontrar a sua
situação óptima. Do ponto de vista do comprador esta forma de mercado é
considerada ideal porque garante menores preços e uma maior satisfação.
Sintetizando, as principais características a que obedece este mercado são:
1. Atomicidade – Existência de elevado número de compradores e vendedores,
todos de dimensão reduzida, pelo que, individualmente, nenhum tem
capacidade para alterar (pelo menos de forma significativa) o preço ou as
quantidades oferecidas do bem. Tanto os produtores como os consumidores
são “tomadores do preço”.
2. Homogeneidade do produto- Considera-se que o produto oferecido por uma
empresa é um sucedâneo perfeito do produto de outra empresa do mesmo
mercado.
3. Transparência – As empresas e os consumidores possuem informação perfeita
sobre as condições em que opera o mercado (preços, técnicas de produção,
etc.).
4. Fluidez dos recursos – Os factores produtivos apresentam mobilidade perfeita
e não há barreiras nem à entrada nem à saída do mercado. Desta forma, se o
projecto de uma empresa já não for atractivo em relação a outras alternativas,
o empresário pode desfazer-se dos factores produtivos afectos a essa
actividade, que podem ser deslocados para outra que oferece melhores
oportunidades.
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Concorrência perfeita Concorrência imperfeita
Os mercados podem classificar-se em mercados de concorrência perfeita, como já
referimos, e ainda mercados de concorrência imperfeita que englobam a concorrência
monopolística, o oligopólio e o monopólio puro. As principais características destes
mercados apresentam-se na tabela seguinte.
Mercados
Concorrência
Monopolista
Oligopólio Monopólio
Puro
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O equilíbrio da empresa num mercado de
concorrência perfeita (o curto prazo)
a) Objectivo do empresário: não é maximizar a produção mas o lucro total
(Lucro Total = Receita Total – Custo Total)
b) Dado fundamental: Preço do bem = p = dado exógeno que se impõe à
empresa (em consequência da atomicidade)
c) Problema para resolver: determinar o volume de produção que permite
maximizar o lucro
Resposta intuitiva:
O empresário optará pela quantidade de produto para a qual a diferença
entre a RT e o CT for maior
Exemplo gráfico:
Vejamos o caso de uma empresa que vende o seu produto ao preço de 18 u.m./unidade de produto. A sua Receita
Total por semana será igual ao nº de unidades de produto vendidas nessa semana vezes 18 u.m. A situação é
ilustrada pelo gráfico seguinte:
Fonte: R. Frank; Microeconomia e Comportamento; pág. 344
Π = RT - CT
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A parte superior do gráfico apresenta a Receita Total e o Custo Total da empresa, numa determinada
semana.
A parte inferior do gráfico representa o lucro dessa empresa, no mesmo período.
Neste caso, o lucro (Π) é positivo para os níveis de produto entre Q = 4,7 e Q = 8,7, atingindo o máximo
para Q = 7,4.
Para Q < 4,7 e para Q > 8,7 a empresa sofre prejuízo.
O nível de produção que maximiza o lucro também pode ser encontrado por
via algébrica:
Π = RT – CT
Nota: tanto a Receita Total como o Custo Total são funções da quantidade
produzida (Q) – para uma maior familiarização com os custos vide caixas 1, 2 e
3.
Max Π => 1ª condição:
= 0 <=>
-
= 0 <=> Rmg – Cmg = 0 <=> Rmg = Cmg
<=> P = Cmg
Max Π => 2ª condição:
< 0 <=>
<=>
<=>
Explica por que o ponto óptimo se deve localizar na zona crescente da curva de Cmg
O que entender por Receita Marginal (Rmg)? A receita marginal é variação da
Receita Total que ocorre quando a venda do produto varia uma unidade. Ou seja,
é o benefício da empresa resultante da venda de uma unidade adicional do
produto.
No caso de um mercado de concorrência perfeita, em que o produtor é um
“tomador de preço”, a Rmg = preço do bem (P).
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Retomemos o exemplo do gráfico anterior:
Agora, representemos as curvas de Custo Marginal (Cmg), Custo Variável Médio (CVM) e Receita Marginal (Rmg)
que correspondem ao caso apresentado:
Suponha que se optou por outra quantidade de produto:
a) Por exemplo Q1 (à esquerda de Q*): para esta quantidade, o benefício marginal de vender uma unidade
adicional do bem = Rmg = preço = 18. Por sua vez, para esta quantidade, o custo adicional de produzir
essa unidade adicional do bem (Cmg) é inferior ao preço.
b) Por exemplo Q2 (à direita de Q*): para esta quantidade, o custo adicional de produzir uma unidade
adicional do bem (Cmg) é superior ao preço, enquanto a perda de deixar de vender uma unidade adicional
do bem = Rmg = preço = 18. Então, a empresa tem vantagem em reduzir a produção.
A condição necessária para esta empresa maximizar o lucro é que a Rmg (neste caso o preço) seja igual ao
custo marginal, na parte crescente desta curva, o que corresponde à quantidade Q* = 7,4 (além disso, para
este nível de produção, o preço deve ser maior que o custo variável médio correspondente, o que acontece)
Para qualquer quantidade de produto na zona crescente da curva do Custo Marginal à esquerda do
nível óptimo de produção, o benefício de expansão (medido pela receita marginal) será superior ao
custo de expansão (medido pelo custo marginal) => se a empresa aumentar a produção além de Q1, o
lucro aumenta.
que o lucro aumenta,
Para qualquer quantidade de produto na zona crescente da curva do Custo Marginal à direita do nível
óptimo de produção, o lucro da empresa melhorará se a produção for reduzida.
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O lucro da empresa num mercado de concorrência
perfeita
Para sabermos se a empresa tem um lucro económico positivo ou não, necessitamos comparar
o preço do bem que oferece com o seu custo médio, ou, em alternativa, a sua receita total
com o seu custo total.
Fonte: P. Krugman e R. Wells; Introdução à Economia; pág. 186
Se P > CM, a firma é lucrativa Se P = CM, a firma iguala custo e receita Se P < CM, a firma tem prejuízo
Se RT > CT, a firma é lucrativa Se RT = CT, a firma iguala custo e receita Se RT < CT, a firma tem prejuízo
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Lucro económico e lucro contabilístico
O lucro económico é diferente de lucro contabilístico, pela natureza dos custos que cada um
contempla:
Custos explícitos – são os custos pagos em dinheiro (exemplo: rendas de imóveis, juros
de empréstimos, salários, aquisição de equipamentos, matérias primas, etc.);
Custos implícitos – são os custos que não envolvem um pagamento em dinheiro
(exemplo: o armazém de um sócio que está a ser utilizado pela empresa sem pagamento
de renda, o trabalho do sócio que não é remunerado, etc.)
Para apurar o lucro económico são considerados quer os custos explícitos quer os custos
implícitos, pelo que este tende a ser menor que o lucro contabilístico.
Lucro económico, outra vez
“Alguém perguntará: por que alguma firma entraria em um sector industrial se é para mal
conseguir ter receita igual ao custo? As pessoas não iriam preferir buscar outro sector que desse
lucro maior?
A resposta é que aqui, como sempre, quando calculamos custo estamos pensando no custo de
oportunidade, isto é, o custo que inclui o retorno que o dono de um negócio obteria usando os
seus recursos em outra parte. E, assim, o lucro que calculamos é o lucro económico; se o preço do
mercado está acima do nível que iguala custo e receita, o empresário potencial poderá ganhar
mais nessa indústria do que ganharia em outra aplicação.”
Paul Krugman e Robin Wells,
Por que a empresa que sofre prejuízos não abandonaria totalmente o sector?
“A empresa poderá operar com prejuízos no curto prazo, pois espera ter lucros no futuro, à
medida que o preço do seu produto aumente, ou então quando os seus custos de produção
caírem. De facto, a empresa tem duas escolhas no curto prazo: ela pode produzir algumas
unidades de produto ou pode cessar totalmente a sua produção; assim ela escolherá a mais
lucrativa (ou a que apresente menores prejuízos) dentre as duas alternativas. Em particular, uma
empresa descobrirá ser lucrativo o cessar de sua produção quando o preço de seu produto estiver
menor de que seu custo variável médio. Em tal situação, a receita proveniente da produção não
cobriria os custos variáveis e os prejuízos se acumulariam.”
Robert S. Pindyck
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A condição de encerramento da empresa num
mercado de concorrência perfeita
Fonte: R. Frank; obra citada; pág. 347
Vimos que, para a empresa optimizar a sua situação:
O preço deve ser igual ao Cmg na parte crescente desta curva;
No entanto, só por si, esta condição não garante um lucro económico positivo.
O facto de não ter um lucro económico positivo também não conduz
obrigatoriamente ao encerramento da empresa, desde que o preço exceda o
custo variável médio.
Por que razão o preço deve sempre exceder o mínimo da curva de custo variável
médio?
Na figura supra, o mínimo do CVM = 12
Vamos imaginar que P = 14 (preço superior ao mínimo do CVM). A este preço a
empresa produz 6,4 unidades de Q.
Neste ponto, ao preço de 14 u.m., a empresa não consegue cobrir todos os
seus custos (porque P <CM), mas consegue cobrir os custos variáveis (P> CVM).
O facto de a empresa poder cobrir os CV não lhe assegura um lucro económico
positivo, mas perderia ainda mais dinheiro se encerrasse porque ainda estaria a
incorrer nos custos fixos (CF).
Se P <12 a empresa deve encerrar, porque tem maiores perdas em
funcionamento do que se deixar de produzir. Para este nível de preços, a
receita média da empresa (RM =
= P) é inferior ao CVM. Dito de outra forma,
a receita total da empresa (RT) é menor que o seu custo variável total (CV)
Concluindo:
Para preços acima do seu CVM, a empresa oferecerá a quantidade de produto para o qual P =
Cmg, na parte crescente desta curva.
Para preços abaixo do seu CVM, a empresa sofrerá perdas superiores às da situação em que nada
produz, devendo parar a sua produção.
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Equilíbrio concorrencial do mercado no curto
prazo
A empresa concorrencial individual deve optar por produzir a quantidade de produto
mais rentável para o preço dado. Como aparece o preço?
O preço resulta da intersecção das curvas da procura de mercado (D) e oferta de
mercado (S), no curto prazo, num dado sector.
O ponto de equilíbrio no mercado é dado por (P, Q) (10, 100 000).
Note-se que a curva da procura de mercado é o somatório das curvas de procura
individuais, e a curva da oferta de mercado é o somatório das curvas de oferta
individual de cada empresa, no sector considerado.
Curvas de oferta individuais e curvas de oferta do sector no curto prazo
Para se obter a curva de oferta do sector - adicionam-se horizontalmente as curvas de
oferta de cada empresa.
A curva de oferta de cada empresa - corresponde à zona crescente da curva de custo
marginal, localizada acima do valor mínimo da curva do custo variável médio.
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Eficiência do mercado concorrencial e
excedente total
Afirmar que um mercado concorrencial é eficiente significa que este maximiza os
benefícios líquidos daqueles que nele participam. Na expressão de Krugman e Wells,
que recolhemos na definição de eficiência sugere-se que “na maioria dos casos este
mercado maximiza o excedente total”.
Por excedente total entende-se o ganho líquido total para os consumidores e
produtores por participarem num mercado (soma do excedente do consumidor com o
excedente do produtor)
Fonte: P. Krugman e R. Wells; Obra citada; pág. 127 e 272
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No caso de uma oferta e procura lineares:
O excedente do produtor (EP) O excedente do consumidor (EC)
EP =
x Q*
P* => preço de equilíbrio Q*=> quantidade de equilíbrio Pmin => preço mínimo pelo qual o produtor estaria disposto a vender
EC =
x Q*
P* => preço de equilíbrio Q*=> quantidade de equilíbrio Pmax => preço máximo pelo qual o consumidor
estaria disposto a comprar
O excedente do produtor (EP) – representa o benefício que o produtor obtém por vender o seu produto a um preço superior ao que estaria disposto a receber.
O excedente do consumidor (EC) – representa o benefício que o consumidor obtém por comprar o produto a um preço inferior ao que estaria disposto a pagar.
Falhas de mercado e externalidades
Mesmo em mercados de concorrência perfeita existem situações em que o equilíbrio
atingido é ineficiente. Isto acontece porque existem interacções entre os agentes
económicos que o sistema de preços não consegue reflectir.
Dizemos, então, que existe uma falha no mecanismo de mercado quando a solução de
mercado não leva a um óptimo de Pareto.
Uma das preocupações da Economia do Ambiente é o estudo das actuações que fazem
com que num mercado concorrencial o equilíbrio se torne eficiente.
“Mas a concorrência perfeita não é tão “perfeita” quanto pode parecer. A não ser que a
oferta e a demanda reflictam todos os benefícios e todos os custos de produção e consumo
de um artigo, os preços resultantes da concorrência perfeita não são os preços “certos”.
Caso seja isto o que ocorre, não está a ser obtido o bem-estar máximo. Isto é resultado de
externalidades (…). Toda esta discussão cai sob o título de falhas do sistema de mercado.”
Roger Miller
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Caixa 1:
No curto prazo, o Custo Total = Custo Fixo + Custo Variável
Curto prazo - é entendido como o período de tempo ao longo do qual a
quantidade de pelo menos um dos factores é fixa;
Longo prazo - é entendido como o período de tempo ao longo do qual todos os
factores são variáveis
Os custos fixos (CF) - não variam com o nível de produção (exemplos:
rendas de edifícios, juros de empréstimos, aluguer de equipamentos);
Os custos variáveis (CV) – variam directamente com a produção e
correspondem ao pagamento do factor variável (exemplos: matérias-
primas, trabalho, energia);
O Custo Total (CT) – tem a mesma forma do CV mas tem como ordenada
na origem CF
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Caixa 2:
O Custo marginal e os Custos médios
O custo marginal (Cmg) – representa a variação do custo total (CT) da
empresa provocada pela produção de uma unidade adicional do produto
(Y)
Cmg =
A curva de custo marginal no curto prazo tem normalmente a forma de
um U: decresce, numa fase inicial, até atingir um mínimo tornando-se
crescente a partir daí (devido aos rendimentos decrescentes* - vide caixa 3).
O Custo médio ou custo total médio (CTM) – representa o custo médio
por cada unidade produzida (CTM =
)
O custo variável médio (CVM) – representa o custo médio do factor
variável por cada unidade produzida (CVM =
)
A curva de Cmg corta as curvas de CTM e CVM nos pontos mínimos
destas
Para qualquer nível de produção o CVM é menor que CTM
g
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Caixa 3:
Lei dos rendimentos marginais decrescentes ou das produtividades marginais
decrescentes
Ao iniciar-se a produção, o aumento do uso do factor variável leva a
produtividade marginal (Pmg) desse factor a crescer, e, numa segunda fase a
decrescer. O decréscimo é explicado pela lei dos rendimentos marginais
decrescentes.
A produção (Q) – varia com as quantidades utilizadas do factor variável (x).
Portanto, no curto prazo, a função de produção é definida como função de um só
factor variável: Q = f (x)
O produto marginal ou produtividade marginal (Pmg) – representa a variação do
produto total, resultante da utilização de uma unidade adicional do factor variável.
Pmg x =
O produto médio ou produtividade média (PM) – representa a produção média por
unidade de factor variável utilizado.
PMx =
Quando a produção atinge o máximo a produtividade marginal é nula. Quando a
produção começa a decrescer, a produtividade marginal é negativa.
O custo marginal (Cmg) – representa a variação do custo total (CT) da
Lei dos rendimentos marginais decrescentes - Quando se se utiliza um factor variável
(mantendo os restantes fixos), a partir de um certo ponto, a produção aumenta cada
vez menos à medida que se aumenta a quantidade utilizada do factor variável.
Q
Q
19
BIBLIOGRAFIA:
Frank, Robert H. (1997); Microeconomia e Comportamento; McGraw-Hill
Krugman, Paul; Wells, R. (2007); Introdução à Economia; Elsevier
Nabais, Carlos; Ferreira, Ricardo V. (2010); Microeconomia: Lições & Exercícios;
Lidel
Pindyck, Robert S.; Rubinfeld, Daniel L. (1994) Microeconomia; Makron Books
Varian, Hal R. (2003); Microeconomia: Princípios Básicos; Editora Campus