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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE Produção Didático-Pedagógica 2007 Versão Online ISBN 978-85-8015-038-4 Cadernos PDE VOLUME II

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007 - … · instrumentos de trabalho nas costas, ... de ônibus-coletivo, de motocicleta ou de carro. O caminhar ... galhos ou mesmo corda,

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

Produção Didático-Pedagógica 2007

Versão Online ISBN 978-85-8015-038-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

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PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

2008

A VIDA É UMA ACROBACIA?CLEIDE MARIA PESSOA MOREIRA

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA PROFESSOR PDE

1. Nome do(a) Professor(a) PDE: Cleide Maria Pessoa Moreira

2. Disciplina/Área: Educação Física

3. IES: Universidade Estadual de Maringá

4. Orientador(a): Profª. Ms Deiva Mara Delfini Batista Ribeiro

5. Co-Orientador(a) (se houver):

6. Caracterização do objeto de estudo: A dança, a acrobacia e sua relação com a vida cotidiana

reconhecendo a realidade dialética nessa relação.

7. Título da Produção Didático-Pedagógica: A vida é uma acrobacia?

8. Justificativa da Produção: Considerando que a dança é um dos temas da cultura corporal a ser

trabalhado na escola; que deve ser entendida como linguagem social; que é representativa da expressão

humana; que é uma forma de representação simbólica da realidade vivida pelo homem é que destacamos

a importância de ser trabalhada possibilitando ao aluno a apreensão crítica deste conteúdo enquanto

sujeito histórico.

9. Objetivo geral da Produção: Proporcionar ao aluno de 5ª / 8ª séries do ensino fundamental a

apreensão crítica do conteúdo dança relacionando-a a acrobacia e a vida cotidiana de modo que o

mesmo transforme seu saber cotidiano em saber elaborado.

10. Tipo de Produção Didático-Pedagógica:( ) Folhas ( X ) OAC ( ) Outros (descrever):

11. Público-alvo: Alunos de 5ª série do ensino fundamental

MARINGÁ, 29 /02/2008.

___________________________________________________ CLEIDE MARIA PESSOA MOREIRA

Professor PDE

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Secretaria de Estado da Educação – SEEDSuperintendência da Educação - SUED

Diretoria de Políticas e Programas Educacionais – DPPEPrograma de Desenvolvimento Educacional – PDE

Proposta N°7309

Situação do APC: Rascunho

Autor: CLEIDE MARIA PESSOA MOREIRA

Estabelecimento: CAXIAS, C E DUQUE DE - E FUND MEDIO

Ensino: E F 5/8 SERIE

Disciplina: EDUCACAO FISICA

Conteúdo: DANÇA

Cor do conteúdo:

Paraná

Título: Grupo "Circo Teatro Sem Lona"

Texto:

Companhia Maringaense que procura resgatar a figura simbólica do pequeno circo de fundo de quintal unificando as linguagens de circo e teatro.

Arquivo anexado: 7309_Grupo.doc

Grupo "Circo Teatro Sem Lona"

A companhia "Circo Teatro Sem Lona", de Maringá, existe desde 1996 e foi criada por Pedro Ochôa e Marcos Trindade. Tem como objetivo a unificação dos estudos das linguagens de circo e teatro, procurando resgatar a figura simbólica do pequeno circo de fundo de quintal, motivo sempre presente nas brincadeiras infantis. Conta em seu repertório as peças: “O Amor de Peri e Ceci”, “Cantos e Contos”, “Peripécias Circenses”, “Tem

Palhaço no Trânsito”, “Tam Tam e Tem Tem Numa Noite de Lua Cheia”, “Os Inimigos Não Mandam Flores”, “O Boi Cidadão”. A companhia é composta por Pedro Uchoa, Marcos Trindade, Valquiria Vasconcelos, Valéria Bonifácio, Ester Bello e Daniel Lara. Desde a sua criação participa de inúmeros festivais e mostras de teatro, conquistando prêmios e solidificando o nome da companhia como uma das mais atuantes profissionalmente no estado do Paraná.

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http://photos23.flickr.com/24998166_82f9239ca9_m.jpg

Ilustração 2 Ilustração 3

Ilustração 2 http://www.ptmaringa.org.br/modules/news/images/100707-RuadoLazer.jpg

Ilustração 3 http://inconstrucao.blogspot.com/2007/06/entrevista-espetculo-circense-sucesso.html

Relato

Chamada para o Relato: A vida é uma acrobacia? Este questionamento nos leva a pensar nas condições de vida dos homens no seu cotidiano e sua relação com a dança.

Texto:

O trabalhador do campo que, normalmente, caminha por quilômetros com seus instrumentos de trabalho nas costas, com sua marmita e seu chapéu para proteger-se, mas no percurso do seu trabalho encontra buracos, pedras, morros, mato e às vezes animais, forçando-o a um movimentar do corpo de forma inconstante: ora anda, ora corre, ora pula, ora contorna, esse corpo cansa, sua, estressa, se fere e sofre...

O trabalhador urbano que convive com uma rotina um tanto diferente vai ao trabalho caminhando, de bicicleta, de ônibus-coletivo, de motocicleta ou de carro. O caminhar desses trabalhadores também são tumultuados. Conforme a opção escolhida encontra no seu caminho empecilhos, tais como: resto de construção tomando o espaço nas calçadas tirando o seu direito de ir e vir, o desrespeito dos motoristas no trânsito, buracos, atropelo de pessoas andando daqui acolá para chegarem rápido ao seu destino, trânsito congestionado, esse corpo se estressa, irrita, sua, chora, entristece...

Ao amanhecer esses sujeitos se levantam e pela necessidade orgânica desse corpo ter passado horas num estado de aparente inércia, muitos conseguem até se espreguiçar, fazerem a sua higiene, alguns tomam o seu café, mas outros não, por opção ou por não terem condições.

Em seu cotidiano, o corpo é levado a se submeter às mais diferentes situações como por exemplo, nos transportes coletivos superlotados em que é empurrado, apertado, sacolejado e desequilibrado.

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Dessa forma, é preciso reconhecer que a dimensão corporal é resultado de experiências objetivas, fruto de nossa interação social nos diferentes contextos sofrendo os constrangimentos oriundos dessas relações, seja do ponto de vista econômico, cultural, político ou social. (DIRETRIZES CURRICULARES DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA, 2007 p. 13)

Neste sentido, se fizermos um paralelo da vida das pessoas no seu cotidiano, com a acrobacia realizada no circo como espetáculo e com a dança, vê que a ação corpórea que se exprime no dia a dia está vinculada acrobaticamente à forma dançante de viver nesse mundo, onde os movimentos expressivos e significativos são ritmados pelo barulho, sons de conversas, buzinas, gritos, tiros, sirenes... e o silêncio, que fazem parte do mesmo contexto.

A acrobacia pela forma habilidosa e difícil que o movimento exige, carece de treinamento para sua realização que, na história do circo, é citada por Araújo e França (2005) como uma das formas de treinamento que os guerreiros realizavam para adquirirem agilidade, força, flexibilidade e depois, com o passar do tempo, foi sendo incorporado a ela a graça, a beleza e a harmonia.

Amoros, idealizador do método francês de ginástica (apud Soares, 2002), justificava as acrobacias em seu método ginástico pela sua utilidade, que por vezes, as pessoas poderiam necessitar numa situação-limite como: ficar de cabeça para baixo, em equilíbrio invertido sobre as mãos em locais pouco usuais, como escadas, troncos, galhos ou mesmo corda, fios e outros.

Refletir a imagem do corpo na história nos faz pensar o porquê de determinadas atitudes ou seqüelas que são produzidas e Soares (2002) nos proporciona esta reflexão quando situa o trabalho corporal no circo, especificamente a acrobacia que passou a ser ‘'perigoso’' no século XIX para a sociedade que necessitava de corpos dóceis e submissos para manter a ordem burguesa.

Os movimentos circenses pela sua inteireza não cabiam naquela sociedade. Então artistas que viviam na marginalidade compunham todos os atos do ‘'teatro do povo’' .

"Traziam o corpo como espetáculo. Invertiam a ordem das coisas. Andavam com as mãos, lançavam-se no espaço, contorciam-se e encaixavam-se em postes, em cestos, imitavam bichos, vozes, produziam sons com as mais diferentes partes do corpo, cuspiam fogo, vertiam líquidos inesperados, gargalhavam, viviam em grupos. Opunham-se assim aos novos cânones do corpo acabado, perfeito, fechado, limpo e isolado que a ciência construíra, da vida fixa que a nova ordem exigia (SOARES, 2002 p. 25)".

Nesta perspectiva, se refletirmos a acrobacia como parte do movimento circense, a forma como era vista e comparando hoje, como se desenrola a vida do homem nesta sociedade, será que a questão inicial do trabalho poderia ser considerada? Toda essa expressividade corpórea que no decorrer dos tempos vem contando a história do homem não poderia ser metodologicamente trabalhada na escola por meio da dança?

A dança, durante toda a história da humanidade esteve presente na vida do homem nas diversas sociedades, assumindo sua importância através dos tempos. É considerada por SOARES (et al. 1992) como linguagem social, porque permite a transmissão de sentimentos e emoções vividas em toda a esfera da vida humana, possibilitando também, ao ser tematizada nas aulas, a representação da expressão espontânea que o homem vive no seu dia a dia. Por isso, no ensino-aprendizagem

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há necessidade de um entrelaçar de vários aspectos para construir e ressignificar a dança na escola valorizando o saber acumulado da humanidade articulado com a realidade social.

Neste sentido, embasada pedagogicamente na perspectiva crítico-superadora proposta por um Coletivo de Autores (1992), cuja fundamentação está apoiada nos pressupostos da pedagogia histórico-crítica, tendo como objeto de ensino a cultura corporal explicitado pelo esporte, ginástica, jogos, lutas e dança, é que o conhecimento é tratado de forma historicizada e espiralada, numa organização sistemática por ciclos. Nesta proposta, a problematização tem a função desafiadora de criar no educando a necessidade de buscar o conhecimento que, Gasparin (2005) aponta ser o elemento principal entre o fazer cotidiano e a cultura elaborada.

O trabalho pedagógico em uma perspectiva crítica, relacionando o cotidiano do homem com a acrobacia e a dança possibilita a apreensão crítica deste conteúdo pelo aluno?

A partir deste questionamento norteador objetiva-se proporcionar ao aluno formas no trato com este conhecimento de modo que o mesmo transforme seu saber cotidiano em saber elaborado.

Sugestão de Leitura

Categoria: Livro

Sobrenome: Boal

Nome: Augusto

Título do Livro: 200 exercícios e jogos para o ator e o não ator

Edição: 13

Local da Publicação: Rio de Janeiro

Editora: Civilização Brasileira

Disponível em (endereço WEB):

Ano da Publicação: 1997

Comentários:

O livro 200 exercícios e jogos para o ator e o não ator com vontade de dizer algo através do teatro, é interessante por trazer proposta de atividades que valorizam sujeito.

Categoria: Internet

Sobrenome: Paraná

Nome: SEED

Título: Diretrizes Curriculares de Educação Física

Disponível em (endereço WEB):

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/diretrizes/pdf/t_edfisica.pdf

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Acesso em (mês.ano): Fevereiro/2008

Comentários:

Proposta pedagógica do Estado do Paraná para a Educação Física se fundamenta na materialismo histórico-dialético e tem como princípio educativo o trabalho.

Categoria: Revista Científica

Sobrenome: Oliveira Albuquerque

Nome: Joelma de

Sobrenome Autor: Casagrande

Nome Autor: Nair

Sobrenome Autor: Tafarel

Nome Autor: Celi

Título do artigo: A prática pedagógica da Educação Física no MST

Título da revista: Brasileira de Ciências do Esporte

Local da Publicação Campinas

Volume ou tomo: 28

Fascículo:

Página inicial: 121 Página final: 139

Disponível em (endereço WEB):

Data de Publicação (mês.ano): /

Comentários:

O artigo mostra uma experiência pedagógica realizada pelo Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Física & Esporte e Lazer (Lepel/Faced/UBA) na qual está vinculada a pesquisa original “Problemáticas significativas da prática pedagógica, produção do conhecimento, formação de professores e políticas públicas”, com o objetivo de sistematizar propostas para o trato pedagógico na educação de jovens e adultos no campo. Esses estudos foram realizados com alunos da 8ª série, ligados ao MST do assentamento Eldorado no município Santo Amaro da Purificação – Ba.

Essa proposição pedagógica está fundamentada no materialismo histórico dialético e busca subsidiar a direção pedagógico-didática na prática docente.

Também participa como autora deste artigo Micheli Ortega Escobar.

Categoria: Livro

Sobrenome: Soares

Nome: Carmen Lúcia

Título do Livro: Imagens da Educação no Corpo: estudo a partir da

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ginástica francesa no século XIX

Edição: 2

Local da Publicação: Campinas. SP

Editora: Autores Associados

Disponível em (endereço WEB):

Ano da Publicação: 2000

Comentários:

Esta obra trata sobre os vários olhares que tem o corpo na história, sua concepção, seus modos de ação e movimentos.

Sobre as imagens, que não são meras ilustrações do texto. O leitor passeia por elas imaginando outros significados que, muitas vezes, não são ditas por palavras.

Sobre a ginástica, que é abordada como forma de atividade culturalmente valorizada, nos informa e envolve com uma organização de imagens, de idéias e conceitos que são produzidas na articulação da literatura, da arte e da educação.

Categoria: Revista Científica

Sobrenome: Araújo

Nome: Marlise Mônica

Título do artigo: A busca da excitação no maior espetáculo da terra

Título da revista: IX Simpósio Internacional Processo Civilizador

Local da Publicação Ponta Grossa

Volume ou tomo:

Fascículo:

Página inicial: Página final:

Disponível em (endereço WEB):

http://www.pg.cefetpr.br/ppgep/Ebook/cd_Simposio/artigos/workshop/art12.pdf

Data de Publicação (mês.ano): Janeiro/2008

Comentários:

Este artigo trata sobre o trabalho das emoções nas artes circenses, trazendo sua história no mundo e no Brasil.

Categoria: Internet

Sobrenome: Kids

Nome: Canal

Título: A arte de dançar

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Disponível em (endereço WEB): http://www.canalkids.com.br/arte/danca/index.htm

Acesso em (mês.ano): Janeiro/2008

Comentários:

Site contendo textos relacionados à danças brasileiras. Alguns destes textos estão anexados.

Arquivo anexado: 7309_A_arte_de_dancar.doc

Já reparou o que você faz quando ganha um presente que tanto queria, ou seu time faz um gol, ou recebe uma notícia que deixa você muito feliz? Pula de alegria, não é? Você faz isso porque está obedecendo a um ritmo interno, e seu corpo se movimenta para expressar esse sentimento.

Assim surgiu a dança: pela necessidade de o homem pôr para fora suas emoções. Antes de procurar se comunicar com palavras, as pessoas já se expressavam com movimentos corporais. Por isso, a dança é considerada a

mais antiga das artes, e talvez a mais completa também, pois quem dança ao mesmo tempo cria um movimento e o expressa através do próprio corpo.

E não é só isso! A dança sempre teve grande presença e importância na vida do homem, pois o acompanha ao longo da sua história - desde os rituais dos povos primitivos, passando por acontecimentos sociais e religiosos, e influenciando até nas festas dos dias de hoje, como o carnaval, por exemplo.

Vamos aprender muita coisa sobre essa arte que revela todo tipo de emoção sem necessidade de uma única palavra...

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BAILE DE MÁSCARAS NAS CAVERNAS

Os primeiros registros de movimentos corporais que podem ser chamados de dança são de aproximadamente 15 mil anos atrás, do período pré-histórico chamado Paleolítico - época em que o homem primitivo começou a fazer desenhos e pinturas rupestres nas paredes e tetos das cavernas.

Essas figuras mostram nossos antepassados em caçadas, usando máscaras de animais e fazendo movimentos que representam danças mágicas para conseguir abater suas presas.

Há estudos da evolução humana explicando que as danças dos homens primitivos serviam para aquecer os corpos antes da caça e do combate.

Esse hábito devia ser comum naquele tempo, pois há várias pinturas rupestres representando essa cena. O desenho sempre termina com o animal atingido pela lança. Pelo jeito, o "baile de máscaras" funcionava mesmo!

A arte rupestre está registrada em rochas e grutas em todo o Brasil. São mais de 780 sítios arqueológicos, onde as pinturas rupestres deixaram o rastro dos

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primeiros "pintores" brasileiros de que se tem notícia.

Em Minas Gerais, um dos sítios mais importantes é o Vale do Peruaçu. Em paredões bem altos, os "pintores" da Antiguidade fizeram seus desenhos a cerca de dez metros do chão, provavelmente se encarapitando em cima de árvores! As pinturas do Peruaçu são de vários estilos, e os pesquisadores calculam que tenham entre 2.000 e 10.000 anos.

Além de retratarem cenas de caça, os painéis de rocha também exibem desenhos geométricos incríveis, com cores bem vivas.

Em Minas também ficam os penhascos de Lagoa Santa, outro lugar misterioso, cheio de desenhos de animais, com cerca de 10.000 anos de idade, descobertos pelo biólogo dinamarquês Peter Lund em 1834.

Parece que os " pintores" antigos de Lagoa Santa também usavam o lugar como cemitério, pois junto aos desenhos também foram encontrados ossos.

"BAILA COMIGO,COMO SE BAILA NA TRIBO..."

Com a evolução de nossos ancestrais, talvez eles tenham achado que dança sem música não tinha muita graça. Assim, inventaram os instrumentos musicais. Isso aconteceu por volta de 6500 a.C. (no período Neolítico). Em algumas escavações arqueológicas, foram encontrados assobios feitos de

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osso, flautas e matracas (que são um tipo de instrumento de percussão bem simples).

Esses instrumentos também estão presentes nas pinturas de nossos antigos bailarinos. Isso é que era vida boa! Só dançando e desenhando nas paredes...

ENTRANDO NA DANÇA

Ainda no período Neolítico, a dança começou a ter grande importância para os povos primitivos, pois passou a fazer parte dos rituais e a ser uma espécie de "reunião social". Nesses acontecimentos, todos se juntavam para dançar em adoração aos espíritos ou homenagear os mortos.

Com o passar do tempo e a evolução dos homens, tudo virou motivo para entrar na dança: um culto religioso, as forças da natureza, o casamento, o nascimento de uma criança, a fertilidade, a época da colheita, uma nova estação. Enfim, uma arte que não parou mais de mexer com a

gente!

No Brasil, a dança está diretamente ligada à história da nossa gente, pois representa nossas raízes: a mistura do índio, do negro e do europeu. Desses três povos, herdamos os costumes, as tradições e a cultura. São riquezas transmitidas de geração a geração e que não podemos deixar morrer.

Na formação das danças brasileiras, os negros têm grande importância. Eles trouxeram uma ginga que os portugueses não tinham.

Assim como os índios, os africanos dançavam descalços. Para eles, a dança

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tinha um significado religioso e mágico. Apesar das tentativas dos senhores de acabar com esse costume, eles o mantiveram, e assim conseguiram também espantar seus sofrimentos e humilhações como escravos.

Aos poucos, a casa grande foi sendo contagiada pela tradição africana e surgiram as festas religiosas, que deram origem a várias danças. E, como não podia deixar de ser, muitos instrumentos indígenas eram usados como acompanhamento. Afinal, não há dança sem música!

Esse conjunto de costumes e tradições de um povo é chamado de folclore. E a dança folclórica é um dos mais ricos representantes da nossa cultura. Em cada estado do Brasil, ela recebeu influências das origens de pessoas que ali viveram e ensinaram um pouco da sua arte.

O baião é uma dança que surgiu no Nordeste brasileiro, mas não se chega a um acordo sobre sua origem: uns dizem que é africana, outros, que é espanhola. Só se tem certeza de uma coisa: ficou conhecida e é apreciada no Brasil inteiro.

Seu ritmo, marcante e contagioso, mexe com o povo nordestino há um século. Mas foi por causa de Luiz Gonzaga, chamado "o rei do baião", que música e dança percorreram o nosso país e até atravessaram fronteiras, chegando à Europa e aos Estados Unidos.

Os passos da dança são feitos de cruzamento de pernas, giros, trejeitos e muito molejo. O som fica por conta da sanfona, do pandeiro, da viola, entre ou tros instrumentos.

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Também chamada de bambaquerê, o balaio é uma espécie de quadrilha bastante popular no Rio Grande do Sul.

Alguns estudiosos dizem que veio dos Açores, um conjunto de ilhas de domínio português. Outros dizem que é africana, pois também é conhecida em regiões do Nordeste até Mato Grosso.

O nome balaio está ligado ao formato das saias rodadas das mulheres - quando giram e abaixam, fazem uma coreografia que lembra a figura de um balaio.

Geralmente é dançado em dois círculos: as mulheres ficam no centro e os homens, do lado de fora. Em alguns momentos dançam juntos, em outros separados. Há também sapateados e todos cantam.

Quadrilha é dança de caipira, certo? Hoje em dia pode ser, mas antigamente não era assim, não. Surgiu na Inglaterra, e, quando foi levada a Paris, no século 18, tornou-se a dança preferida pela sociedade da época, iniciando os bailes da corte de toda a Europa.

Foi trazida ao Brasil pelos portugueses no período da Regência (1831-1840) e era dançada nos salões da nobreza. Logo caiu nas graças do povo, que a

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adaptou e incluiu elementos de sua cultura.

Com o tempo, passou a ser mais praticada pelas pessoas que viviam nos campos e era dançada em homenagem aos santos juninos: Santo Antônio, São João e São Pedro. Nessas ocasiões, o homem do campo agradecia a boa colheita aos santos.

Os passos da quadrilha variam muito de região para região, assim como os nomes que ela recebe: quadrilha caipira, sarauê, baile sifilito, mana-chica ou mana-joana, dependendo do estado de onde vem. São eles: São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, entre outros.

A sanfona é o instrumento que não pode faltar na quadrilha, não é mesmo, compadre?

É uma das danças mais populares do Brasil, e pode ser vista em vários estados: Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, entre outros. Dependendo da região, pode mudar de nome: boi-surubi, boi-bumbá, boi-melão, boi-de-mamão, etc.

Em cada região, o tema pode variar, mas o enredo é basicamente o mesmo: o negro escravo Pai Francisco mata o boi do patrão para satisfazer sua mulher grávida, Catirina, que está com desejo de comer língua de boi. Como o amo fica furioso, ele tenta ressuscitar o boi para escapar do castigo. O boi então volta à vida e todos comemoram gritando: bumba-meu-boi!

Vários personagens atuam na encenação, cantando e dançando. Geralmente, os instrumentos que acompanham são: violão, sanfona e rabeca.

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A capoeira, uma dança fascinante e ao mesmo tempo uma luta mágica, é praticada em todo o país de um jeito alegre e contagiante. Surgiu na Bahia, no período da escravidão.

As condições em que viviam os negros durante a escravidão eram desumanas. Tentar manter a dignidade e suas tradições era a única coisa que restava a eles. Para enganar os senhores, os escravos continuavam praticando suas crenças disfarçadas de cantigas e danças. Dos gestos que faziam nesses rituais, surgiu a capoeira.

Os movimentos da dança também eram usados pelos escravos como defesa, pois, como não tinham armas, utilizavam o próprio corpo contra os inimigos.

Ainda bem que tudo isso acabou e hoje podemos ver rodas de capoeira em todos os lugares: ruas, praças, academias, parques e praias. Sempre acompanhadas de muita ginga, cantos, palmas e do som envolvente do berimbau.

Não podemos dizer que o carnaval seja uma dança, mas sim uma festa. Uma festa em que o país inteiro, pessoas de todas as idades e classes sociais se unem numa só alegria para fazer o quê? Dançar. Por isso não podíamos deixar de falar dessa mania brasileira.

O carnaval começou no Brasil na segunda metade do século 18, e veio para substituir uma festa popular meio esquisita trazida pelos portugueses: o entrudo. Os foliões comemoravam jogando água, farinha e ovos uns nos outros. Essa festa foi proibida e então começaram as passeatas nas ruas, organizadas pelas pessoas ricas do Rio de Janeiro.

Em 1877, o carnaval já tinha caído nas graças do povo. Nessa época havia bailes a fantasia, as ruas eram enfeitadas, grupos se divertiam mascarados. Antes de surgirem as escolas de samba cariocas, os blocos saíam fantasiados pelas ruas, dançando e tocando.

Hoje, existem escolas de samba no mundo inteiro - até no Japão! Na Finlândia, há até uma Associação de Escolas de Samba: a grande campeã é a Império do Papagaio, que tem 250 membros e três primeiros lugares no desfile de lá.

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Assim como Rio de Janeiro e São Paulo, entre outras cidades, têm as escolas de samba, o Nordeste tem seus blocos nas ruas. No estado de Pernambuco, por exemplo, há o frevo, o maracatu, o afoxé e o caboclinho.

Apesar do samba-de-roda ser tradicional em Salvador, na Bahia, os trios elétricos e os afoxés também fazem a festa. São caminhões especiais, que saem às ruas com bandas na carroceria, tocando todo tipo de música. E o pessoal vai atrás, dançando sem parar.

Mas não é só nas grandes capitais que o carnaval tem tradição. Cada cidadezinha do Brasil conta sua própria história por meio da folia. Essa é a nossa cultura popular, cheia de cores, ritmos e alegria!

"E o frevo o que é? Pernambucano, oi, oi, oi, oi..." Quem nunca ouviu esse trechinho de uma das músicas mais tocadas no carnaval de todo o Brasil? Ninguém tem dúvida de que o frevo vem de Pernambuco.

É dançado nas ruas e salões, e seu nome varia de acordo com os instrumentos que embalam a música: frevo-coqueiro, frevo-de-encontro,

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frevo-ventania. Apesar de ter coreografia individual, é uma dança que, pelo seu ritmo agitado, frenético, contagia multidões, não deixando ninguém de fora, como se fosse uma corrente elétrica.

Os bailarinos, chamados de passistas, improvisam os passos em ritmo alucinante e levam nas mãos um pequeno guarda-chuva colorido, que acompanha o tom de suas roupas.

O maracatu é uma dança com raízes religiosas e históricas muito popular em Pernambuco, e que apresenta variações de tipos e nomes: maracatu de baque virado, maracatu nação, maracatu rural, maracatu de orquestra, entre outros.

Os personagens são nobres soberanos - como reis negros e brancos, rainhas e embaixadores - vestidos luxuosamente e acompanhados de toda a corte. Em alguns maracatus, há ainda a presença de baianas, meninos, índios, escravos e também de bonecos.

O grupo desfila pelas ruas e em certos momentos há imitações de duelos. Os músicos participam do bloco tocando principalmente instrumentos de percussão. Imagine que espetáculo maravilhoso! Quem quiser ver, é só ir prestigiar o carnaval de Pernambuco.

Acarajé, carnaval e capoeira, Pelourinho, água de coco, praias e orixás. Salvador é a mais brasileira das cidades. Cheia de lugares coloridos e

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antigos, Salvador mistura a influência dos três povos que formaram o povo brasileiro: índios, portugueses e negros. Fica de frente para o mar, na baía de Todos os Santos, Estado da Bahia. A cidade foi a primeira capital do Brasil, de 1549 até 1763, quando perdeu o posto para o Rio de Janeiro.

A cidade foi um dos centros artísticos do Barroco brasileiro, um estilo de arte religiosa que também seduz os visitantes de Ouro Preto. As igrejas de Salvador guardam muitas riquezas da época em que se descobriu ouro no Brasil. A mais famosa delas, a Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, foi inaugurada em 1772.

Todos os anos, na segunda quinta-feira do mês de janeiro, acontece a lavagem das escadarias da igreja. As baianas vestidas de branco derramam água perfumada de flores nas escadas. A lavagem do Bonfim é uma maneira de purificar a Igreja e todos aqueles que nela vão rezar.

No pé da escadaria, as baianas montam seus tabuleiros de acarajé, um bolinho de massa de feijão branco, frito e recheado de camarões e pimenta. É delicioso! Na igreja podemos comprar as fitinhas do Bonfim, que amarramos no pulso fazendo um pedido para que nossos desejos se realizem.

O cateretê é uma dança rural muito antiga, conhecida em vários estados: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe, entre outros. Recebe vários nomes: catira, xiba ou chiba, dependendo da região.

Alguns estudos mostram que o cateretê é de origem indígena e de caráter religioso, e foi aproveitado pelo padre José de Anchieta na catequese dos índios. O padre, bem esperto, traduziu para o tupi alguns textos católicos para que os índios cantassem enquanto dançavam.

A dança varia em cada região, mas geralmente é assim: em duas fileiras, acompanhada por palmas e sapateados no ritmo da música, formando um bonito conjunto. As melodias são cantadas pelos violeiros. Em alguns estados, apenas os homens fazem a coreografia. Quem disse que não pode dançar homem com homem?

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O samba pede passagem e toma conta de todo o Brasil. Afinal, "quem não gosta de samba, bom sujeito não é/ É ruim da cabeça ou doente do pé..." como já diz uma das músicas mais populares que tem o samba como tema.

Há várias explicações para a formação desta dança que, como era de se imaginar, vem da África. Uma delas diz que sua origem está na palavra semba, que significa umbigada. E a dança era assim no início: um bailarino ficava no centro da roda dançando sozinho, então chamava outra pessoa para substituí-lo batendo nela com o umbigo.

Com o tempo, o samba foi se modificando e sofrendo alterações, e em cada estado do Brasil tem uma cara diferente, mas está sempre acompanhado principalmente pelo violão, pandeiro e surdo, entre outros instrumentos.

Quando o samba foi levado ao Rio de Janeiro pelos baianos, no início do século 20, encontrou um parceiro que foi feito sob medida para ele: o carnaval. Essa dupla incendeia as ruas e salões do Brasil inteiro e ficou conhecida pelos quatro cantos do mundo.

http://www.canalkids.com.br/arte/danca/index.htm .

Categoria: Livro

Sobrenome: Coletivo de

Nome: Autores

Título do Livro: Metodologia do Ensino de Educação Física

Edição:

Local da Publicação: São Paulo

Editora: Cortez

Disponível em (endereço WEB):

Ano da Publicação: 1992

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Comentários:

A obra Metodologia do Ensino de Educação Física foi produzida por um coletivo de autores com o objetivo de subsidiar os professores e acadêmicos vinculados à área escolar nos aprofundamentos teóricos da Educação Física enquanto disciplina e campo de trabalho, voltado a uma prática docente comprometida com um processo de transformação da sociedade.

Essa pedagogia emerge da necessidade de superação das tendências que a precedem, tidas como não críticas. Vem com uma proposta crítica cognominada de crítico-superadora e fundamentada no materialismo histórico dialético.

Imagens

Comentários e outras sugestões de Imagens:

Esta figura nos mostra o rosto de uma criança pintada como um palhaço. Os olhos podem mostrar a tristeza que a aparência esconde.

Sítio

Título do Sítio: Arca do Velho Circo

Disponível em (endereço web): http://www.arcadovelho.com.br/

Acessado em (mês.ano): Novembro/2007

Comentários: Neste sítio encontraremos maravilhas antigas sobre desenhos, filmes, seriados e inclusive a história do circo.

Sons e Vídeos

Categoria: Vídeo

Título: Crianças invisíveis

Direção: Mehdi Charef, Emir Kusturica, Spike Lee, Kátia Lund,

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Jordan Scott, Ridley Scott, Stefano Veneruso, J

Produtora: Chiara Tilesi e Stefano Veneruso

Duração (hh:mm): 01:59

Local da Publicação:

Ano: 2005

Disponível em (endereço web):

Comentário:

Filme que mostra várias realidades do mundo relacionadas à infância como: aids, pobreza, guerra e dentre outros assuntos. É uma produção internacional (Brasil, Itália, Inglaterra, Sérvia e Montenegro, Burkina Faso, China e Estados Unidos) composta por sete episódios de curta duração, pelos diretores que mostram a realidade dos paises em que vivem. O episódio brasileiro com duração de aproximadamente 15 minutos, filmado em São Paulo sob a direção de Kátia Lund conta à história de dois irmãos (Bilú e João) de baixa renda, influenciados pelos jogos eletrônicos (corridas de carros), resolvem vendar latinha e papel para realizar seus sonhos.

Categoria: Vídeo

Título: Spasso Escola Popular de Circo - Acrobacia

Direção: Spasso Escola Popular de Circo

Produtora:

Duração (hh:mm): 00:11

Local da Publicação:

Ano: 2007

Disponível em (endereço web): http://br.youtube.com/watch?v=uwfBNhzMUak

Comentário: Mostra a apresentação da Spasso Escola Popular de Circo (Brasil) na Mostra Internacional do 4º Festival Mundial de Circo do Brasil.

Categoria: Vídeo

Título: Cirque Du Soleil - Alegria

Direção: Nick Morris

Produtora: Columbia

Duração (hh:mm): 01:30

Local da Publicação: Canada

Ano: 2001

Disponível em http://www.americanas.com.br/AcomProd/589/170205

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(endereço web):

Comentário:

Espetáculo que conta com a participação da brasileira Camila Comin abandonou a seleção brasileira de ginástica.

Categoria: Vídeo

Título: A Invenção da Infância

Direção: Liliana Sulzbach

Produtora: Monica Schmiedt e Liliana Sulzbach

Duração (hh:mm): 00:26

Local da Publicação:

Ano: 2000

Disponível em (endereço web):

http://www.portacurtas.com.br/filme_abre_pop.asp?cod=672&Exib=2769

Comentário:

O documentário mostra duas realidades distintas de crianças que independente da classe social em que vive são tratadas como adultos, privadas do direito de ser crianças. Mostra a diferença das realidades do sul e nordeste do Brasil. Crianças de baixa renda da região nordeste deixando de ir à escola e de brincar para serem exploradas no trabalho infantil em nome da sobrevivência. Enquanto a criança da região sul da classe média mesmo tendo o seu direito de criança preservado como: ir à escola ou mesmo brincar, ela é tratada nos moldes adultos pela exigência imposta pela sociedade.

Notícias

Categoria: Jornal on-line

Sobrenome: Koyashiki

Nome: Rose

Comentários:

Artigo relata sobre dois projetos desenvolvidos pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) que buscam resgatar e difundir as manifestações culturais brasileiras através do Grupo Folclórico Fogança (Pró-reitoria de Extensão e Cultura) e Cia Brasiles (Departamento de Educação Física).

Arquivo anexado: 7309_UEM_busca_o_resgate_e_a_difusao_das_manif.doc

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UEM busca o resgate e a difusão das manifestações culturais

Dois grupos da Universidade desenvolvem e exaltam trabalhos na área da sabedoria popular com registros de diversas manifestações

Rose Koyashiki

Desde 1965, em 22 de agosto, é comemorado o Dia Nacional do Folclore. Até pode ser considerado um dia banal no calendário, pois nem é feriado, mas não é o que pensam especialistas em costumes e tradições populares. É preciso lembrar que folclore é a expressão da cultura de um povo. O termo vem do inglês, folklore, que significa sabedoria popular. E a data destinada é um dia especial para o folclore e deve ser comemorada.

A coreógrafa e diretora do Grupo Parafolclórico Fogança, Sueli Alves de Souza, fala da importância que começou a ser dada ao folclore com a presença do Brasil no primeiro encontro da área na Inglaterra e as coletâneas das manifestações populares, além da data comemorativa. O governo se dispôs a arcar com os custos de uma coletânea. Em 1938, foi realizada a primeira delas. Os pesquisadores percorreram o País registrando as manifestações populares. Mas o primeiro registro do Paraná foi somente em 1956. Essas coletâneas, somadas às de 1942 e 1972, são uma ferramenta fundamental para os pesquisadores de folclore e um arsenal rico, diversificado e representativo do que é feito em todos os estados.

A contribuição do Fogança na pesquisa, no resgate e na difusão do folclore é significativa. Parte da revitalização do fandango no Paraná pode ser creditada ao grupo. Souza diz que, quando começaram com as pesquisas, o fandango quase não existia. As pessoas só cantavam as músicas. Hoje, existem mais de dez manifestações de pesquisa e reprodução do fandango no Estado. Em 1997, com o reconhecimento e convite pelo Conselho Internacional das Organizações de Festivais Folclóricas e Artes Tradicionais (Cioff, que mantém relações com a Unesco) para representar o Brasil no 31º Festival Internacional na França e Espanha, o grupo gravou um CD com músicas sobre o fandango, que é utilizado nas escolas como referencial. Além desse, o grupo gravou mais dois CDs e já prepara uma coletânea das pesquisas de folguedo, danças e músicas em três volumes. Será um resumo dos 19 anos de produção do Fogança, que deve ser lançada em agosto de 2007, quando o projeto completa 20 anos.

A contribuição passa também por publicação de artigos em revistas especializadas, como os que tratam de São Gonçalo, uma manifestação nacional que veio de Portugal como ladainha e que, aqui, transformou-se em dança (o Brasil tem uma característica de movimento corporal muito grande, herança do índio e do negro), e do tambor de criola, manifestação primeira do samba. São pesquisas disponibilizadas ao público e que cooperam para

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difusão da cultura, marcando o Fogança como referência nas músicas, nas coreografias, nas manifestações culturais tanto para o Paraná como para outros estados.

Brasilidade

Nos estudos, são vistos desde alimentação, vestimenta, modo de falar, vocabulário até nível de consciência político-social, como tudo isso atua no desenvolvimento da região e como e por que, por exemplo, os costumes e tradições nordestinas são diferenciados aqui no Sul. Para Souza, a cultura vai além das manifestações culturais. “O povo é a sua cultura. A cultura é o que preserva um povo. O folclore é a cultura de um povo. É o que identifica um povo. Não envolve apenas a manifestação artístico-cultural. Passa também pela brasilidade”.

A coreógrafa relata que, embora cada Estado tenha suas características, seus trejeitos e sotaques, o Brasil é mesclado, uma mistura de povos de todos os lugares, de todas as nacionalidades que atuam como agentes transformadores

culturais. “Muitas vezes, as culturas diferenciadas presentes na região não se identificam com a nossa maneira de ser, mas têm certa influência no processo cultural. O que cada um precisa é ter a brasilidade bem resolvida em si, inclusive para que haja uma mudança no cenário político-econômico-social no País”. Souza ressalta que, enquanto não nos assumimos como brasileiros, não nos sentimos responsáveis pelas coisas que acontecem ao nosso redor. E essa questão é trabalhada no grupo, junto com a quebra do preconceito social, racial e de outros tipos.

A diretora do Fogança diz que o Brasil ainda tem muito a fazer pelo folclore. Cita, por exemplo, que somos o único país que não tem curso superior de folclore. Segundo ela, até o Paraguai oferece esse curso. No Brasil, há uma disciplina de cultura brasileira, em alguns cursos, que aborda alguns tópicos sobre o assunto.

Brasilis investe em nova proposta

A Cia. Brasilis é um projeto de extensão do Departamento de Educação Física da UEM, criado em 1997, que está se transformando em projeto de pesquisa. Surgiu com o objetivo de propagar as danças folclóricas brasileiras, reproduzindo-as nas formas tradicionais e, ao mesmo tempo, propiciar a produção de materiais pedagógicos e didáticos sobre folclore para os profissionais que se interessam pelo assunto. Pretende, agora, ampliar o leque e pesquisar a cultura popular, que engloba o folclore. A intenção do coordenador Rogerio Massarotto é estudar desde a dança, a arte, os costumes, a culinária, as diferentes manifestações culturais, abrangendo gerações, desde a infância até a velhice. Após a compreensão de todos os fatores, é que o grupo pretende montar o espetáculo, que eles chamam de “mística”.

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Mística - A mística, segundo o professor, é uma forma de espetáculo que passa a mesclar simbologias, signos que estejam representados por meio de movimento ou da arte, que pode ser teatro, dramatização, dança. “Entra um pout-pourri de tudo, coral, vozes, gestos. O espetáculo traz tudo isso numa percepção do senso comum, numa percepção simples, básica e cotidiana. A mística vai além, supera as questões do cotidiano, do senso comum, e tenta trazer outra visão ao público”.

Massarotto ressalta que o novo projeto pretende abranger não só a Educação Física, mas outras áreas das ciências humanas, ciências sociais, que tratam a questão da dimensão da cultura popular. Informa que todos os que têm interesse pelo assunto pode ingressar no grupo. Diz que a ação do grupo não ficará restrita ao elemento corporal, mas pretende focar também o elemento social, antropológico, todas as amplitudes do termo cultura.

“Nosso objetivo é científico. É produção do conhecimento, que se dará, num primeiro momento, pela produção de artigos e apresentação em congressos. Num segundo momento, pretendemos montar a mística. Mas isso só quando tivermos claro o que queremos transmitir”, relata o professor, que expõe seu desejo de provocar reflexões dentro do grupo e no público. Explica que não quer apenas comentários sobre o conteúdo mostrado, mas reflexão crítica, aquela que movimenta o cotidiano das pessoas, que transforma, que leva a um posicionamento político-social sobre o foco apresentado.

Transformação - Massarotto não acredita que surja uma manifestação autêntica de folclore, pois não temos mais as mesmas condições históricas, sociais e políticas para que isso ocorra. Diz que pode ser que, em um local afastado, retirado, ainda se encontre manifestação tradicional e que permaneça inalterada, mas que vindo para os grandes centros, ela se transforma, fragmenta e desmistifica. “O folclore autêntico diz respeito à família, infância, velhice, ou seja, às gerações. Foi feito para praticar, dançar. A partir do momento em que faço folclore para assistir, estou desvirtuando-o. Para mim, o folclore é importante porque, por meio dele, posso perceber o quanto ele é alterado, o quanto serve para diversão, o quanto serve para desviar a atenção e o quanto serve para controle social. As pessoas vão ver o espetáculo, vão achar bonito, vão admirar, vão parabenizar, mas percebo que isso não serve para transformar a sociedade. Para isso, preciso oferecer ao povo algo mais do que distração. É assim que percebo minha importância para a sociedade, como pesquisador de uma instituição de ensino superior”.

Reconhecimento internacional

O Fogança já foi reconhecido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Ele surgiu como grupo de pesquisa das danças folclóricas e populares em 1988. Nesses anos, o grupo vem acumulando premiações, reconhecimento, produções. Já foram pesquisadas e reproduzidas 57 manifestações, entre danças e folguedos; foram registradas mais de mil apresentações e inúmeras participações em

festivais e eventos nacionais e internacionais. Neste mês, o Fogança representou o Paraná no Festival de Olímpia pela 17ª vez e fez

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apresentações de fandango, tambores, festa para Iemanjá, tamboril, calangos e guerreiros. Neste ano, foi o primeiro grupo convidado do Festival de Danças de Blumenau. Em 1997, no Festival Internacional de Pirineus, na França e Espanha, dos 57 países participantes, foi escolhido o terceiro melhor grupo em trabalho e pesquisa das manifestações de seu povo; o primeiro melhor grupo organizado e recebeu outros seis prêmios, inclusive de melhor dançarina e melhor grupo em característica plástica.

Hoje, são 34 integrantes, entre músicos e dançarinos, tanto da comunidade interna como externa, que ensaiam às segundas, quartas e sextas-feiras, à noite, e aos sábados à tarde. Atualmente, as pesquisas estão focadas nas manifestações populares de heranças negras como o Jongo no Rio, Maracatu e Tambor no Maranhão, Congada e Moçambique Minas, Paraná e São Paulo, Coco do litoral nordestino, não como produção de lazer ou recreação, mas como leitura da cultura do nosso povo numa busca incansável de brasilidade.

http://www.jornal.uem.br/cms/index.php?option=com_content&task=view&id=267&Itemid=2

Categoria: Jornal on-line

Sobrenome:

Nome:

Comentários:

Oficina de malabarismo e perna-de-pau são atividades desenvolvidas na Operação Viva o Verão que ocorrem na temporada de verão no litoral paranaense.

Arquivo anexado: 7309_Oficina_de_Malabarismo_faz_sucesso_em_Cai.doc

Oficina de Malabarismo faz sucesso em Caiobá - 09/01/2007 17:24:32

A oficina de malabarismo e perna-de-pau ofertada pelo Fera Verão fez a alegria de crianças e adolescentes nesta terça-feira (09) em Caiobá. As atividades fazem parte da ação integrada de governo, por meio da Operação Viva o Verão, que ocorrem até o dia 11 de fevereiro em todo o litoral paranaense.

Mari Galvão, pedagoga, que trouxe os três filhos para participar da programação ofertada no litoral conta que ficará no litoral por mais alguns dias e que durante o período faz questão que seus filhos participem das atividades. “É uma excelente maneira de entreter as crianças, além de desenvolver ainda mais a coordenação motora e a expressão corporal deles”.

Para Mari, atividades como as oferecidas pelo Fera Verão são importantes. “Atualmente, as crianças não sabem brincar – por conta da vida turbulenta dos pais. Aqui na praia vemos claramente isso, eles não brincam, apenas correm de um lado para o outro, não fazem castelos de areia ou qualquer

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outra brincadeira”, revela.

De acordo com a pedagoga, a falta do brincar faz falta na vida adulta. “Brincando quando criança, ao virar adulto é menos estressado, por isso a importância destas atividades desenvolvidas pelo Fera Verão”, ressalta.

Jisele Pavoni, oficineira, conta que o malabarismo é uma atividade importante para o desenvolvimento da concentração, persistência, paciência e da coordenação motora das crianças e adolescentes. “Em pouco tempo de oficina já passaram por aqui mais de 30 pessoas, destas, a maioria aprendeu rapidamente. No final da oficina já saíram fazendo malabarismo com três bolinhas”. Outra atividade ofertada na oficina é a perna-de-pau, que tem como objetivo desenvolver o equilíbrio, a concentração e a atenção.

Guiomar Walz Beatriz, que levou as três netas para participar da oficina, acredita que a atividade seja excelente para as crianças. “Eles não ficam apenas no sol e na areia, eles vem para cá e desenvolvem os lados físico e mental, e isso é muito importante”.

Angelita Kravutschke, conta que, após um longo tempo sem vir às praias do litoral paranaense, percebeu que o número de atividades ofertadas aqui é muito maior do que na praia que tem freqüentado no litoral catarinense. “As crianças e adolescentes precisam ter muitas atividades para enriquecer suas férias”, avalia. Aline Kravutschke (12), filha de Angelita, disse que está adorando aprender malabarismo. “Os professores ajudam bastante. Estou achando tudo isso muito divertido”, disse.

http://www.aenoticias.pr.gov.br/modules/news/article.php?storyid=25428

Categoria: Revista on-line

Sobrenome: Queiroz

Nome: Rachel

Comentários:

Neste artigo, Rachel de Queiroz relata sobre a campanha iniciada em 1960 pela Central do Brasil quanto a preocupação com os passageiros que viajavam pendurados (pingentes) nos trens suburbanos, por correrem riscos de mutilações e mortes.

Arquivo anexado: 7309_A_morte_pendurada_Rachel.doc

A morte pendurada

A CENTRAL do Brasil iniciou uma campanha muito simpática, à qual tôda a imprensa terá gôsto em se associar: acabar com os chamados pingentes, ou seja, passageiros pendurados pelo lado de fora dos trens suburbanos, e que correm grave risco de vida nessa acrobacia, é claro. A estatística é impressionante. Nestes últimos cinco anos morreram ou foram mutiladas mil pessoas que viajavam como pingentes nos trens da Central. Se a

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bexiga ou a febre amarela matassem aqui no Rio mil pessoas no mesmo prazo, havia uma grita terrível e com razão. A cidade ficaria célebre nos anais higiênicos do País e do Mundo, com males tão evitáveis campeando assim à sôlta. Entretanto de acidente - os pingentes da Central e da Leopoldina e os variadíssimos casos de atropelamento pelo criminoso tráfego carioca, somando-se tudo, vai a uma cota espantosa. Em um simples ano, e não em cinco, a cifra de acidentados irá a muito mais de um milhar.

E não é só o tráfego. Agora mesmo estou recebendo carta de uma leitora contando um caso extremamente doloroso. Um môço, Dante Côrrea Martins, artista de talento, cantor de câmera - passava no dia 3 de junho pela Rua do Ouvidor, quando foi atingido por duas placas de mármore que se desprenderam de um prédio. Fratura de crânio, hospital, o môço morreu. Morreu e pronto. Ninguém fêz nada, ninguém disse nada. Ninguém, aparentemente, tem nada com isso, a vida preciosa que se foi, o luto e a falta que deixou. O azar é dêle, pra que passou ali naquela hora. E daí?

É realmente incrível o pouco valor que nós, brasileiros, damos à vida humana. Morrer. Morrer, matar, ser atropelado, aleijar-se para o resto da vida, tudo isso está-se vendo a tôda hora, e é encarado na nossa terra com uma displicência de arrepiar. Mormente pelas autoridades; ou antes, parece até que as autoridades têm gôsto em colaborar com o morticínio. Por isso, é que corremos a aplaudir e colaborar em campanhas como essa da Central contra os pingentes, notável não só pela sua oportunidade como pela sua raridade.

E não estou levantando falso a ninguém, não. Posso dar uma prova, e recente, do que afirmo. Faz uns dois meses, aqui nesta última página, denunciei às autoridades uma rua - uma tal de Senador Corrêa que liga a Rua Paissandu à Praça de São Salvador. Contei que é uma pequena via com pouco mais de cem metros de extensão, e estreita. Pois o serviço de trânsito permite que ela dê mão nas duas direções, e ainda faculta o estacionamento. (Até mesmo faz ponto lá uma carrocinha de verdureiro.) E não contente com isso, a Rua Senador Corrêa é passagem obrigatória de uma linha de lotações, terrivelmente movimentada, lotações que desembocam de Paissandu e vão fazer ponto terminal na Praça de S. Salvador. Acontece que a Praça de S. Salvador é ponto de recreio de crianças, com playground, charretes etc. Quem duvidar, vá ver o verdadeiro inferno das lotações se atirando por aquela garganta da morte, em redor da "pracinha" das crianças. Se ainda não houve ali nenhuma matança de inocentes, é porque Nosso Senhor tem pena e fica de ôlho nos anjos da guarda.

Pois eu contei o caso, como disse. Pensam que alguém fêz alguma coisa? Pelo contrário, parece até que piorou. E êste é um simples exemplo entre mil, só para mostrar que aqui na nossa terra, autoridade não liga reclamação de imprensa, não manda verificar queixas; quem quiser que se dane, que tranque o filho no apartamento. Ah, são uns senhores muito olímpicos, muito importantes - a gente sabe lá com quem está falando?

Sim, vida de brasileiro não vale nada. De norte a sul morre gente à toa, sem precisão, tão fácil de evitar. Vida de brasileiro é mesmo para destruir; também sem ganhar direito, sem comer que mate a fome, sem escola, sem hospital, sem médicos, para que viver? Morre, nasce outro, nascem muitos. A bem de que chorar, se preocupar?

Mas aos moços que fazem pingente nos trens, insisto no apêlo. Afinal a vida é de vocês mesmo, e por que arriscá-la nesse esporte inglório? Para chegar a casa mais depressa uns minutos, vale a pena êsse risco? Vocês pensam que dão prova de coragem - mas estão dando prova é de inconsciência e leviandade. E acima de tudo, falta de coração. Não pensam nas mulheres que vão ficar chorando, abandonadas, - a mãe, a viúva. Nem pensam em vocês próprios, que talvez nem tenham a felicidade de morrer de uma vez, - e fiquem sem perna, sem braço, mutilados, sobejos de homem, o resto da vida - e tudo só por culpa de um momento de pressa, impaciência ou maluquice.

O Cruzeiro - 30 de julho de 1960

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http://www.memoriaviva.com.br/ocruzeiro/30071960/300760_6.htm

Acessado em 15/02/2008

Curiosidades

Título: As imagens expressam mais que as palavras

Texto: Imagens que mostram algumas pessoas realizando, metaforicamente, acrobacias nas suas atividades diárias e outras as estão de fato executando.

Arquivo anexado: 7309_Imagens_que_mostram_as_acrobacias_do_coti.doc

Imagens que mostram as acrobacias do cotidiano – as imagens dizem mais que as palavras

http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas_sesc/sesc/images_2006/memoria_trabalho_2.jpg

http://semfrescura.files.wordpress.com/2007/07/lotado.jpg

30

http://www.sardc.net/Editorial/sadctoday/images/v8n4/page1.jpg

http://um-buraco-na-sombra.netsigma.pt/fotos/28/trabalhadores.jpg

http://www.cutsp.org.br/imagens/2007/Julho/fogomedral.jpg

31

www.cecac.org.br/.../trabalhador_cana.jpg

http://www.pbase.com/ubik/image/44718826.jpg

http://www.theatrocirco.com/images/out7.jpg

http://www.sertaozinho.sp.gov.br/imprensa/novembro/1011/magia.jpg

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Curiosidades

Título: Vários ritmos e espaços de dança

Texto:

Estes sites são interessantes por conter elementos sobre vários ritmos de dança que podem ser praticados em qualquer espaço no seu cotidiano.

Evolution of DanceSão vários tipos e ritmo de dançaDuração: 06:00http://www.youtube.com/watch?v=dMH0bHeiRNg OK Go - Here It Goes Again Dança na esteira de gináticaDuração: 03:04http://www.youtube.com/watch?v=pv5zWaTEVkI

Robot Dance

Duração: 02:01http://www.youtube.com/watch?v=gsOaQGF7kiQ

Investigando

Título: A dança é necessária na escola

Texto:

A dança é um legado da humanidade e como prática social faz parte da área do conhecimento da Educação Física no currículo escolar, representando a expressão corporal vivida no dia a dia dos diversos períodos da história do homem.

Nesse simbolismo gestual dos sentimentos, das emoções da afetividade nas várias dimensões do viver do homem, é possível ser transmitido por meio da dança que, dentre as sugestões de conteúdos específicos apontados por SOARES et al, 1992 e pelas Diretrizes Curriculares tem na expressividade das ações da vida diária, como uma das possibilidades de temas a serem abordados na escola.

Já, a acrobacia se relaciona de forma metafórica sendo comparada, pela sua característica de exigência de movimento como: força, habilidade, equilíbrio, determinação, coragem, confiança..., como uma rotina na vida das pessoas, por necessitarem dessas habilidades para dar conta de seus afazeres.

A pretensão ao desenvolver este tema é, justamente, relacionar o cotidiano das pessoas em seus vários momentos, refletindo sobre as fases vividas para dar conta de suas tarefas. Toda essa expressividade corpórea deve ser refletida na escola por meio da dança, numa visão dialética e de totalidade.

Propondo Atividades

Título: Movimento expressivo no cotidiano

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Texto:

Ao trabalhar a dança nas aulas de Educação Física, normalmente nos deparamos com resistências a esse conhecimento por parte dos educandos, principalmente dos meninos. Depois de muitos diálogos, questionamentos e análises, chegamos à conclusão de que as interferências na aceitação desse conteúdo está relacionada ao machismo (coisa de mulher), preconceito, religião, medo de se expor e fazer algo novo. Por isso, a preocupação de propiciar uma atividade de forma natural, que chamasse a atenção do aluno sobre as suas possibilidades de realizá-la e que viessem do seu cotidiano. Alguns questionamentos surgiram:

• Como é possível refletir, criar e realizar movimentos do cotidiano? • Será que, ao fazer essa atividade, o aluno fará relação com a dança? • Qual será sua reação ao discutirmos essa proposta de trabalho corporal?

Dessa forma, a atividade foi organizada por meio de diálogo com o aluno, levantamos dados da sua realidade, sobre moradia, escola, bairro, trabalho, lazer... e criamos situações problemas que sugestionassem a atividade a ser realizada como:

• Deslocar-se para ir à escola; • Pular o muro da escola; • Respirar de forma ofegante, descansar; • Encontrar um amigão; • Brincar: defesa do goleiro, rolamento para pegar a bola, mas a mesma

escapou sair se arrastando e recuperá-la; • Finalizar com qualquer movimento (estátua).

Para a realização desse trabalho, partimos da conversa com os alunos sobre os vários significados do termo movimento e do movimento do corpo como produção histórica (utilizamos o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, 1986 e o texto história da educação física produzido pela professora Cleide Maria Pessoa Moreira, globo terrestre e imagens de homens de várias épocas), fizemos relações da realidade do bairro aonde ele vive com a realidade daqueles que residem nas regiões centrais das cidades,... e do mundo,em seguida organizados em pequenos grupos para discutir e pensar formas para representar os movimentos e apresentar uns aos outros da turma.

Após esta etapa, numa grande roda, sentamos e refletimos sobre as ações do antes, durante e depois da atividade:

• Quais as dificuldades encontradas; • Como foi o enfrentamento diante da proposta de trabalho; • O que sentiram; • O que é possível realizar daqui por diante; • Existe diferença dos movimentos realizados com a dança;

Conforme a conclusão do diálogo proposto, encaminhamos novas atividades com mais aprofundamento.

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Arquivo anexado: 7309_HISTORIA_DA_EDUCACAO_FISICA.doc

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA

Cleide Maria Pessoa Moreira

Em todos os tempos, da pré-história até hoje, todas as atividades humanas dependem do movimento.

Os homens da caverna utilizavam a força, a velocidade e a resistência para as suas sobrevivências. E, conforme iam surgindo situações para transportar algo, valiam-se dos seus corpos, como forma de locomoção de um lugar para outro. Realizavam longas caminhadas, lutavam, corriam, nadavam, arremessavam objetos e tinham como principal fonte econômica à caça e a pesca.

A dança era uma das atividades físicas mais significativas, onde eles expressavam os sentimentos de tristeza e alegria, exibiam suas qualidades físicas e também a sua religiosidade.

Já o jogo foi uma das atividades sociais de maior importância (jogo: auxilia no desenvolvimento motor, raciocínio, sentidos, afetivo e social da criança).

Segundo MARINHO (1984), tudo que fazia em forma de movimento corporal estava ligada ao simbolismo: o salto em altura, simbolizava o crescimento das raízes, a corrida lembrava o ondear das espigas e a velocidade era valorizada como a essência da juventude... .

Muitos povos se valiam da atividade física para vários fins:

Os chineses eram voltados à saúde, se preocupavam com os hábitos higiênicos, com a postura correta, com a ginástica curativa, com a massagem e com a prática dos exercícios físicos, que consideravam de vital importância para o homem.

Os hindus (Índia) tinham como prática principal a Yoga, que trabalhava bastante a respiração, a qual não estava voltada só para o físico, mas também para o intelectual, o emocional e o espiritual, objetivavam a purificação do corpo.

Os egípcios exercitavam os seus guerreiros com treinamentos rígidos e como práticas esportivas tinha à luta, o remo, o atletismo etc.

Os gregos, – Para TEIXEIRA (1994), a Grécia Antiga tinha o mérito de não separar o físico do intelecto. Os atletas eram considerados exemplos a serem seguidos pelas pessoas e a preparação física fazia parte da educação dos jovens. Da Grécia surgiram muitas práticas atléticas atuais e o mais importante evento esportivo mundial, os Jogos Olímpicos.

Os romanos – enquanto os gregos eram voltados para a arte, a educação, ao intelecto e a sensibilidade para a formação do homem, os

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Arquivo anexado: 7309_HISTORIA_DA_EDUCACAO_FISICA.doc

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA

Cleide Maria Pessoa Moreira

Em todos os tempos, da pré-história até hoje, todas as atividades humanas dependem do movimento.

Os homens da caverna utilizavam a força, a velocidade e a resistência para as suas sobrevivências. E, conforme iam surgindo situações para transportar algo, valiam-se dos seus corpos, como forma de locomoção de um lugar para outro. Realizavam longas caminhadas, lutavam, corriam, nadavam, arremessavam objetos e tinham como principal fonte econômica à caça e a pesca.

A dança era uma das atividades físicas mais significativas, onde eles expressavam os sentimentos de tristeza e alegria, exibiam suas qualidades físicas e também a sua religiosidade.

Já o jogo foi uma das atividades sociais de maior importância (jogo: auxilia no desenvolvimento motor, raciocínio, sentidos, afetivo e social da criança).

Segundo Marinho (1984), tudo que fazia em forma de movimento corporal estava ligada ao simbolismo: o salto em altura, simbolizava o crescimento das raízes, a corrida lembrava o ondear das espigas e a velocidade era valorizada como a essência da juventude.

Muitos povos se valiam da atividade física para vários fins:

Os chineses eram voltados à saúde, se preocupavam com os hábitos higiênicos, com a postura correta, com a ginástica curativa, com a massagem e com a prática dos exercícios físicos, que consideravam de vital importância para o homem.

Os hindus (Índia) tinham como prática principal a Yoga, que trabalhava bastante a respiração, a qual não estava voltada só para o físico, mas também para o intelectual, o emocional e o espiritual, objetivavam a purificação do corpo.

Os egípcios exercitavam os seus guerreiros com treinamentos rígidos e como práticas esportivas tinha à luta, o remo, o atletismo etc.

Os gregos, – Para Teixeira (1994), a Grécia Antiga tinha o mérito de não separar o físico do intelecto. Os atletas eram considerados exemplos a serem seguidos pelas pessoas e a preparação física fazia parte da educação dos jovens. Da Grécia surgiram muitas práticas atléticas atuais e o mais importante evento esportivo mundial, os Jogos Olímpicos.

Os romanos – enquanto os gregos eram voltados para a arte, a 36

Contextualizando

Título: Dança da escola

Texto:

O ensino da dança no espaço escolar, está associado à cultura corporal produzida historicamente pela humanidade. Sua importância se dá no trato com o conhecimento, que deve ser contextualizado com a realidade social do educando, a fim de dar um sentido/significado para a vida, que Soares (et al. 1992) explicita como sendo a abrangência e entendimento das relações de interdependência que a dança tem com os problemas sócio-políticos atuais.

A dança como prática social, promove a difusão das várias manifestações culturais que advém da formação do povo brasileiro, favorecendo relevantes afinidades pedagógicas com algumas áreas do conhecimento.

Nesse sentido, a sistematização da dança no ambiente escolar, oportuniza a reelaboração de idéias e práticas que permite ao aluno, ampliar a sua compreensão sobre os saberes produzidos pelo homem e suas implicações na vida.

Perspectiva Interdisciplinar

Título: Dança na expressão do cotidiano

Texto:

Este recurso possibilita levar o conhecimento ao educando numa perspectiva de totalidade, por meio da interdisciplinaridade.

Utilizando o vídeo Crianças Invisíveis como meio de transmissão de conhecimento, podemos refletir sobre o ponto de vista da arte (a plasticidade das cenas com os momentos de conformidade e busca de soluções), da história (o trabalho infantil, a luta pela sobrevivência e os direitos de ser criança) e na educação física:

• Como o corpo reage numa condição subumana de vida?

• Como se mostra a expressividade corpórea de Bilú e João numa situação de desrespeito?

É possível perceber nas cenas do vídeo a relação entre a acrobacia o cotidiano e a dança?

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