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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
NILZA MATIAS DA SILVA FERREIRA
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA UNIDADE DIDÁTICA
DESENVOLVENDO A LEITURA PELOS CAMINHOS DA LITERATURA: A DEUSA VÊNUS NO POEMA ÉPICO, DA
MITOLOGIA GREGA À CONTEMPORANEIDADE
SERTANÓPOLIS2009
NILZA MATIAS DA SILVA FERREIRA
DESENVOLVENDO A LEITURA PELOS CAMINHOS DA LITERATURA: A DEUSA VÊNUS NO POEMA ÉPICO, DA MITOLOGIA GREGA À
CONTEMPORANEIDADE
O presente projeto de intervenção pedagógica na escola tem
por finalidade possibilitar ao professor de Língua Portuguesa
uma proposta de trabalho de ensino-aprendizagem aos
alunos. A leitura do Poema Épico partindo dos pressupostos
teóricos da Estética da Recepção.
Orientador : Prof. Dr. Jaime dos Reis Sant' Anna
SERTANÓPOLIS 2009
SUMÁRIO
1 IDENTIFICAÇÃO .........................................................................................................4
2 INTRODUÇÃO...............................................................................................................5
3 LITERATURA POSSIBILITA MUDANÇAS.................................................................6
4 OBJETIVOS................................................................................................................8
5 PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS..................................................................................8
5.1 DETERMINAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS..............................8
5.2 ATENDIMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS..................................9
5.3 RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS............................................17
5.4 QUESTIONAMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS...........................23
5.5 AMPLIAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS........................................23
6 AVALIAÇÃO..............................................................................................................24
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................25 8 CRONOGRAMA........................................................................................................26
9 REFERÊNCIAS.........................................................................................................27
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
UNIDADE DIDÁTICA DE LÍNGUA PORTUGUESA
IDENTIFICAÇÃO:
Professora PDE: Nilza Matias da Silva Ferreira.
Professor Orientador: Prof. Dr. Jaime dos Reis Sant'Anna
Instituição de Ensino Superior Vinculada: Universidade Estadual de
Londrina.
Escola de Implementação: Colégio Estadual " Machado de Assis " de
Sertanópolis.
Série Indicada: 1º Ano do Ensino Médio.
Tema: A leitura e o estudo do Poema Épico
TÍTULO: " DESENVOLVENDO A LEITURA PELOS CAMINHOS DA LITERATURA
A DEUSA VÊNUS NO POEMA ÉPICO, DA MITOLOGIA GREGA À
CONTEMPORENEIDADE"
4
INTRODUÇÃO
Esta Unidade Didática demonstrará que, incentivar a leitura será um desafio a
enfrentar, mesmo que o livro sofra a concorrência e com as influências tecnológicas, por
serem mais atrativas, no contexto em que os jogos eletrônicos, as imagens apelativas e
os sons da mídia massificam os educandos fazendo com que ajam conforme o que é
proposto pelos veículos de comunicação. Nesse acúmulo de informações, muitas vezes
inúteis, desprovido de conhecimentos histórico – culturais, pouco valorizando a
criatividade, dando ênfase ao excessivo incentivo ao erotismo, e até ao abandono dos
estudos.
Presentes nas DCEs (2008) de que é tarefa da escola possibilitar que seus alunos
participem de diferentes práticas sociais que utilizem da leitura, a oralidade e escrita, com
a finalidade de inserí-los nas diversas esferas de interação. Para BORDINI e AGUIAR
(1993, p. 9) o leitor estabelece elos com as manifestações sócio-culturais que lhe são
distantes no tempo e no espaço. A função da escola é fundamental no incentivo à leitura,
oralidade e a escrita para uma educação de qualidade que leve o educando além do
gosto e do hábito de ler. A leitura é a base para sua emancipação social.
Com o aprimoramento constante dos conhecimentos tecnológicos interferindo no
processo ensino e aprendizagem escolar, requer do professor uma reflexão em sua ação
pedagógica em sala de aula. Os procedimentos pedagógicos e preocupações em relação
à leitura são discutidos e analisados, a realidade comprovada que, não há uma total
prática efetiva para a formação do leitor, como também a prática da oralidade e da escrita.
Neste cenário as diferentes práticas de leitura e os diferentes tipos de leitores, estão além
dos modelos idealizados pela escola. A esta sociedade midiática e globalizada chegam às
leituras que giram em torno de informações que não estimulam a formação, o hábito, a
criação e a releitura crítica da realidade dos leitores.
Nesse processo, a escola busca criar situações de aprendizagem em que o ato da
leitura se estabeleça em sua plenitude, proporcionando a educadores e educandos
descobertas de soluções para formação de leitores que na prática construa
conhecimentos, sentimentos, um leitor cidadão autônomo capaz de interagir com a
realidade e aprimorando o saber que traz.
5
LITERATURA POSSIBILITA MUDANÇAS
Há necessidade de se discutir o redirecionamento do ensino de Literatura, repensar
sua prática, que perpassa por períodos históricos da literatura portuguesa até chegar às
obras e poetas contemporâneos. Para contribuir no processo de formação de leitores,
deve-se fazer um elo literário, proporcionando por meio da intertextualidade entre textos
clássicos e textos atuais de diferentes gêneros, próximos aos do cotidiano do aluno.
Segundo FRASSON (1992, p. 89) entende-se por intertextualidade o trabalho constante
de cada texto em relação aos outros, o imenso e incessante diálogo entre as obras.
Sendo assim, o espaço escolar deve proporcionar aos educandos o contato com a
intertextualidade, que é vista como a relação de um texto com outros textos previamente
existentes. Para BARROS e FIORIN (1999, p. 30) a intertextualidade é o processo de
incorporação de um texto em outro, seja para reproduzir o sentido incorporado, seja para
transformá-lo.
Com a globalização da informação, não se constitui leitor apenas aquele que lê
livros, mas que há um leitor de outras formas de leituras da contemporaneidade, que
interage com diferentes objetos de leitura como jornais, revistas, pinturas, internet,
músicas, filmes, e-mail, jogos eletrônicos, celulares e outros.
Para BORDINI (1993, p. 16), A formação escolar do leitor passa pelo crivo da cultura em
que se enquadra. Se a escola não efetua o vínculo entre a cultural grupal ou de classe e
texto a ser lido, o aluno não se reconheceu na obra, porque a realidade representada não
lhe diz respeito.
Ao se utilizar do Poema Épico como recurso pedagógico, estabelece-se
previamente um trabalho intertextual, entre as narrativas reveladas na Teogonia do poeta
grego Hesíodo (VIII a.C) especialmente na origem da deusa Afrodite (Vênus) e outros
deuses (Nagel, 2006, p.98) registrados em textos literários da mitologia grega: com a
Ilíada de Homero, a Eneida de Virgílio e Os Lusíadas de Camões. Estas obras se
transformaram em fontes para muitos autores produzirem seus textos em músicas,
poesias e filmes etc. Hesíodo e Homero nos legaram os mitos, maravilhosas narrativas
míticas sobre a origem dos tempos, que encantam, principalmente, porque fogem aos
parâmetros do modo de pensar racional que deu origem ao pensamento contemporâneo
(Nagel, 2006 p.16).
Estudar os mitos gregos, especialmente a deusa Vênus e sua importância nas
narrativas mitológicas, é conhecer os sentimentos do homem contemporâneo. Reunir
6
leituras que fortifiquem e incentivem os conhecimentos prévios do aluno instigando a
curiosidade à leitura do Poema Épico, por meio da ampliação constante do horizonte de
expectativas, para que se aproprie de novos conhecimentos. Os encaminhamentos
metodológicos para este trabalho com a Leitura e a Literatura, serão fundamentados na
Teoria da Estética da Recepção e no Método Recepcional, conforme os textos de Maria
da Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar.
A Estética da Recepção e a Teoria do Efeito são pressupostos sugeridos nas
diretrizes, que podem levar uma grande contribuição para o ensino-aprendizagem dos
estudos literários. Dessa forma, as autoras, utilizam-se desses pressupostos para
elaborarem o Método Recepcional de ensino de leitura de obras literárias, que se funda
na atitude participativa do aluno com textos de diferentes gêneros, garantindo lhe a
realização de leituras de forma compreensiva e crítica, questionando as próprias leituras,
verificando suas expectativas e mudanças.
E assim, desenvolvendo a leitura pelos caminhos da literatura.
Para BORDINI E AGUIAR (1993, p. 86) o Método Recepcional de ensino de
literatura enfatiza a comparação entre o familiar e o novo, entre o próximo e o distante no
tempo e no espaço. O método é, portanto eminentemente social ao pensar o sujeito em
constante interação com os demais, através do debate, e ao atentar para a atuação do
aluno como sujeito da História.
O processo de recepção se inicia antes do contato do leitor com o texto. O leitor
possui um horizonte que o limita, mas que pode transformar-se continuamente, abrindo-
se. O Método Recepcional desenvolve-se por meio das seguintes etapas: (Bordini &
Aguiar, 1993, p.87- 91)
1. Determinação do horizonte de expectativas
2. Atendimento do horizonte de expectativas
3. Ruptura do horizonte de expectativas
4. Questionamento do horizonte de expectativas
5. Ampliação do horizonte de expectativas
Os encaminhamentos metodológicos para o trabalho com a Literatura serão
apresentados nesta unidade didática e fundamentados nas propostas da Estética da
Recepção, e através do Método Recepcional, organizado pelas professoras Maria da
Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar.
7
As orientações para a realização de todas as atividades, dependerá do professor
enquanto leitor , esta prática será relevante para o êxito deste Projeto.
OBJETIVOS
Resgatar os conhecimentos históricos socialmente construídos da deusa Vênus na
Mitologia Grega à contemporaneidade, destacando a sua importância.
Ler criticamente de forma autônoma com relação à educação e multimídias, para ser
transformador do meio em que está inserido.
Perceber na literatura as funções: psicológica, formadora e social.
Identificar as relações intertextuais da Mitologia Grega em diferentes gêneros textuais,
por meio da intertextualidade.
Contextualizar o Poema Épico em outros gêneros.
Relacionar as experiências de leitura, produção de textos e oralidade com os saberes
adquiridos através do Método Recepcional.
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
1)Determinação do Horizonte de Expectativas
Na primeira etapa, determinar o horizonte de expectativa do aluno, o professor
toma conhecimento da realidade sócio-cultural dos educandos, expressões do seu
cotidiano, também em termos de crenças, modismos, preferências quanto a trabalho e
lazer, músicas, leituras, filmes, televisão, preconceitos de ordem moral ou social,
sentimentos como o amor, (realização ou obstáculos) o ódio, vaidade, ciúme, inveja,
assim como relacionamento humano, analisar os interesses específicos da área de
leitura.
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1) Atividade oral
O professor levará os alunos à biblioteca (ou levará os livros à sala de aula) para
que tenham contatos com livros, desta forma os incentive a ler, dizendo da importância da
leitura no processo entre o leitor e o texto, no momento que lerem um livro despertarão:
personagens humanos ou animais, objetos falantes, heróis, onde nestas histórias há
muitos sentimentos e os problemas que aparecerem nas histórias, muitas vezes serão
resolvidos magicamente.
Em sala de aula, determinará um tempo para que leiam, em seguida pedir àquele
que quiser ler em voz alta um trecho de uma narrativa ou uma poesia. Na oportunidade
ouvir os comentários dos alunos. Que sentimentos perceberam durante a leitura? Foi de
amor , ciúmes, vaidade, inveja, tristeza, alegria, traição, preconceitos de ordem moral ou
social?
O professor também poderá comentar as obras escolhidas por eles, será um
processo de interação entre o entusiasmo do professor, o leitor e a obra. Este ato
determinará o desenvolvimento da leitura ao educando.
2)Atividade escrita:
Os alunos responderão o seguinte questionário:
1- De acordo com o que você leu,o escritor escreve mais a respeito de personagem
“homem”, “mulher” ou “animais”?
2- Que sentimentos o poeta escreve em suas poesias e em suas histórias? Comente.
3- E em filmes, músicas e quadros? Comente os sentimentos de alguns personagens
interessantes que você conhece, entre estas três expressões de artes citadas.
4- O que você sabe a respeito de mitologia grega? Como os autores da época
apresentavam suas obras ao público?
5- Qual a sua opinião a respeito da importância do “AMOR” ?
6- Você conhece a história de uma mulher, que na mitologia grega, recebeu o nome de
deusa do “ AMOR “ e da “ BELEZA ”?. Comente.
9
2) Atendimento do Horizonte de Expectativas
Segunda etapa, supondo-se que seduz a atenção dos alunos são os sentimentos
relacionados ao “Amor“, os mais citados por eles foram os de “interesse de
relacionamentos amorosos”: amor, desejo, traição, a beleza do ser amado, inveja,
vaidade, coragem, ódio, raiva, ciúmes, poder, que muitas vezes nas obras literária, as
consequências levam à morte.
O professor ao perceber os elementos temáticos que atraem a atenção e o prazer
dos alunos, buscará similares para os mesmos nas obras literárias de que dispõe, que
sejam próximas ao conhecimento de mundo e às experiências de leitura dos alunos.
1) Atividade: Será realizada a leitura dos seguintes textos:
O professor lê o texto, de forma expressiva, questionando e proporcionando a
participação dos alunos. Uma sugestão possível é a de dramatizar o texto, desde que
esse tipo de procedimento seja do agrado da turma. A dramatização dependerá dos
alunos voluntários para assumir o papel das personagens, ou cada aluno ler um trecho e
comentar.
1º TEXTO: A deusa do Amor
Afrodite (deusa grega) Vênus(romana)
Afrodite (Vênus), na mitologia grega é a deusa do amor e da beleza, na romana é
a deusa dos campos, jardins e primavera. Nasceu da espuma formada sobre o mar pelos
testículos de Urano (deus do Céu), mutilado por Cronos (Saturno) deus do tempo. Logo
após seu nascimento, foi levada pelos Ventos (Zéfiro) numa concha de nácar
(madrepérola) perto da ilha de Chipre, com seu sopro a entregou às Horas deusas da
justiça. As Horas tiveram a honra e o prazer de educá-la, transmitindo-lhe todo o seu
saber. Não precisaram lhe dar belas roupas e enfeites, pois a natureza tinha sido
generosa com as qualidades físicas de Afrodite. Uma coroa de flores bastava para
destacar sua beleza.
Depois desses preparativos, montada num carro puxado por pombas brancas,
Afrodite foi acolhida com entusiasmo no monte Olimpo, principal montanha da Grécia
antiga. Zeus ficou encantado, e todos os deuses disputavam o privilégio de obter a mão
da bela deusa. Ela, no entanto, tinha sido prometido a Vulcano (Hefestos) deus do fogo.
10
Assim, foi obrigada a se tornar rainha do fogo e dos ciclopes (seres gigantescos e
com um olho só no meio da testa). Seu reino era a escuridão subterrânea, seus súditos
eram monstros, sujos de fuligem das fornalhas, e o único som que ouvia era das batidas
dos martelos. O casamento não agradava a ninguém, frustrados não se conformavam.
Dois deles, não se cansavam de assediar a deusa: Apolo (Febo) deus da luz ou do dia, e
Marte (Ares) deus da guerra. Afrodite evitava os dois. Depois de muita insistência,
Marte(Ares) obteve da deusa a promessa de encontros íntimos na hora do crepúsculo.
Dentre os filhos que teve com ele traindo Vulcano, o principal foi Cupido (Eros) deus do
amor.
Marte pediu a um amigo que sempre o acordasse na hora em que o sol estivesse
para surgir. Tudo corria bem até que, certo dia, o tal amigo adormeceu e os primeiros
raios de sol revelaram a Apolo (Febo) que ele não fora escolhido por ela. Furioso, foi
contar tudo a Vulcano (Hefestos). O deus do fogo agradeceu ao deus do dia. Pensou em
uma vingança, usando sua habilidade de ferreiro preparou uma armadilha para os dois:
confeccionou uma rede de ouro, invisível e muito forte e a lançou sobre os amantes
adormecidos no leito. Chamou todas as divindades do Olimpo para testemunharem a
traição.
Mas, em vez de zombar do casal, os deuses acabaram caçoando do próprio
Vulcano (Hefestos), que voltou humilhado para junto de seus ciclopes. Envergonhados
por terem sido surpreendidos Marte (Ares) e Afrodite (Vênus) fugiram cada um para um
lado. Ele foi para a Trácia, sua terra natal, Afrodite (Vênus) foi para ilha de Chipre, seu
refúgio preferido. Certo dia, em seu passeio Afrodite encontrou Adônis filho de Ciniro, rei
de Chipre, apaixonaram-se, e não se separaram mais.
Marte (Ares) não gostou daquela intimidade, tomou a forma de um javali feroz,
atacou Adônis. Sangrando, caiu ao chão. Afrodite assistiu ao seu último suspiro. Restou-
lhe o único consolo de fazer desabrochar do sangue do amado a mais suave das flores, a
efêmera anêmona.
Entre os amores que teve, destaca-se o mortal Anquises, com quem teve seu
último filho Eneias. Durante a guerra de Troia, protegeu Páris e foi ferida ao intervir em
favor de Eneias. Auxiliou o herói a sair de Troia, após a destruição da cidade. Inspirando
em Dido, rainha de Catargo, ardente paixão por Eneias, guardou-o de todos os perigos
que poderiam ameaçá-lo durante sua estada na região. Sob a proteção de Vênus, Eneias
conseguiu estabelecer-se no Lácio (região da Itália central).
Fontes: CIVITA, Victor. Dicionário de Mitologia Greco-Romana. São Paulo: Abril
11
Cultural,1973.p.185-186.
STAHEL, Mônica. As mais belas lendas da Mitologia. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes,
2000. p.157-160.
2) Atividade oral e escrita. Dê sua opinião:
−Encontre no texto um trecho que você pode relacioná-lo com a realidade atual que
vivemos. Explique sua escolha
2º TEXTO: Pomo da Discórdia
Peleu era um rei que governava um pequeno reino da Tessália (Grécia). Ele se
apaixonou por Tétis (deusa do mar) , filha de Nereu, o deus de cabelos e barbas azuis
que morava nas profundezas do mar Egeu. Seria a única deusa a casar-se com um
mortal. No casamento compareceram todos os deuses e deusas do monte Olimpo, com
exceção de Éris ou Discórdia. Furiosa com sua exclusão, não aceitou a discriminação, no
meio da festa de núpcias, lançou o pomo da discórdia entre todos, com a inscrição “Para
a mais bela deusa” . Imediatamente começou a disputa entre as deusas pela posse da
maçã de ouro, Juno (Hera) esposa de Zeus, Minerva (Atena) deusa da Sabedoria e de
todas as artes e Afrodite (Vênus), deusa do amor e da beleza.
Apesar dos esforços, os deuses não conseguiram determinar qual delas deveria
ficar com a cobiçada fruta. Resolveram então chamar um mortal para eleger a mais bela.
O encargo foi confiado a Páris, filho de Príamo, rei de Troia. Cada deusa exibiu os seus
predicados e tentou comprar a simpatia com ofertas irrecusáveis. Hera (Juno) prometeu
torná-lo rei de toda a vasta Ásia. Atena (Minerva) assegurou-lhe o dom da sabedoria e a
vitória nos combates de guerra. Afrodite (Vênus) garantiu-lhe a mais bela das mulheres
por esposa. Páris entregou o cobiçado pomo a Afrodite, a deusa do amor.
A mais bela das mulheres, porém, era Helena, esposa de Menelau, rei de Esparta.
Páris viajou para o sul da Grécia e foi recebido por Menelau. Ajudado por Afrodite (Vênus)
conseguiu seduzir a belíssima Helena e levou-a para Troia. Menelau convocou os gregos,
ficou decidido que a Grécia marcharia unida contra a poderosa Troia. Começou assim
uma guerra que se estendeu por dez longos anos.
12
Fontes: ANGELI, José. Ilíada/Homero; tradução e adaptação em português de José
Angeli; São Paulo, Scipione, 2000, p.5-6.
LACERDA, Roberto. Odisseia/Homero; tradução e adaptação em português de Roberto
Lacerda; São Paulo, Scipione, 2000.p. 6-7.
3)Atividade: Vamos conhecer os deuses?
Pesquise na internet, não esqueça de colocar as referências das fontes de sua pesquisa.
Dividir a turma em equipes, levá-los ao laboratório de informática para que pesquisem os
deuses que se destacam nos textos. Os nomes das doze divindades do Olimpo, são
equivalentes em grego e romano. Olimpo é a moradia dos deuses.
HESÍODO poeta grego do século VIII a.C. É autor da Teogonia, obra em que
procurou dar uma ordenação lógica, estabelecendo a genealogia das origens dos deuses
e do universo, reflexo das crenças populares da época. Nas histórias mitológicas os
deuses estão ligados às forças da natureza e comandando as ações e os
sentimentos dos homens. .
Antes tudo era o Caos (Khaos), espaço aberto desorganizado. Nesse espaço
surgiu a Terra (Gaia), gerou o Céu (Netuno), as Montanhas e o Mar. A terra se apoiava no
Tártaro (lugar profundo). Aos poucos, o Caos foi se constituindo e ordenando por meio de
Eros (virtude atrativa que leva as coisas a se juntarem). A terra uniu-se ao Céu e teve os
deuses primordiais Titãs e Ciclopes e depois os deuses olímpicos.
Olimpo é a moradia dos deuses.
Os nomes das doze divindades do Olimpo, são equivalentes em grego e romano.
O Mito (Mythos), cada deus tinha uma história e transmitia nela as lutas, as aventuras
, os sentimentos deles e a origem de toda as coisas, que é um pensamento por imagens.
Narram também o duelo entre as forças divinas que interferiam diretamente na vida dos
homens, em suas guerras e no seu dia-a-dia. Para os gregos, os deuses tinham a forma
humana, com seus defeitos e virtudes, eram imortais, sempre belos e não envelheciam,
porém mais poderosos que os homens. O conjunto de histórias dos mitos deu-se o nome
de mitologia , são narrativas que eram transmitidas oralmente de geração para geração.
13
Tentavam responder as questões fundamentais como: a origem de todas as coisas, a
condição do homem e sua relação com a natureza, com o outro e com o mundo, através
de deuses, heróis ou semi-deuses, ninfas, titãs, centauros, sereias e ciclopes.
1) Júpiter(Zeus) deus de todos os deuses do Olimpo.
2) Juno (Hera) deusa dos casamentos, esposa de Júpiter (Zeus).
3) Netuno (Poseidon) deus do mar
4) Céu (Urano) deus do céu.
5) Saturno (Cronos) deus do tempo.
6) Vulcano (Hefestos) deus do fogo e do trabalho.
7) Afrodite (Vênus) deusa do amor e da beleza.
8) Apolo (Febo) deus da luz e das obras de artes.
9) Marte (Ares) deus da guerra.
10) Minerva (Atena) deusa da sabedoria.
11) Diana (Ártemis) deusa da caça, dá saúde e vigor.
12) Mercúrio (Hermes) o mensageiro, deus do comércio e das comunicações.
Plutão (Hades) deus das profundezas, os infernos.
Júpiter (Zeus), Netuno (Poseidon) e Plutão (Hades) participaram de uma luta contra o pai
Saturno (Cronos é o Tempo) e os Titãs. Ao vencerem os adversários, partilharam entre si
o império do universo.
Tétis (deusa do mar)
Discórdia (Éris)
Fonte: CIVITA, Victor. Dicionário de Mitologia Greco-Romana. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
PARANÁ,Secretaria de Estado da Educação. Filosofia Ensino Médio Curitiba: SEED-PR, 2006, p. 16.
14
Sugestão:
Para a apresentação oral em sala de aula, dos trabalhos pesquisados, poderão ser em
diferentes mídias: power points, vídeo, músicas , pintura e outros. Construir um ambiente
virual (blog), será um espaço de circulação escolar para a publicação dos trabalhos, de
acordo com as possibilidades e conhecimentos da escola, do professor e dos alunos.
3º TEXTO: Páris e Helena
Antes de lermos, vamos conhecer o autor e a obra que deu origem a história desses personagens.
HOMERO poeta grego do século XI a.C, fundador do Poema Épico, considerado a
primeira manifestação clássica da literatura universal. De acordo com as poucas
informações não é conhecido o local de seu nascimento, provavelmente no século IX
a.C. Era um mendigo cego que, andando de cidade em cidade cantava ou recitava seus
versos, tocando sua lira. A fonte básica da mitologia , entretanto, é a própria literatura
grega. As mais antigas obras conhecidas deste poeta são os dois poemas épicos A
”Ilíada” e A “Odisseia”, constituem as obras mais antigas da literatura grega e marcam o
nascimento da literatura europeia. O poema épico Ilíada, escrito entre os séculos IX e VII
a.C. Esta cidade se chamava Ílion, daí o nome Ilíada, depois Troia. O título dado por seu
autor para contar o ataque dos aqueus a Troia devido ao rapto de Helena, esposa de
Menelau, por Páris e a ira de Aquiles, também os últimos dias de guerra entre gregos e
troianos, que durou dez longos anos, construído sobre as paixões humanas e divinas tem
como fundo o eterno conflito entre o bem e o mal. A “Odisseia” narra as aventuras
fantásticas de Odusséus (forma grega de Ulisses), rei de Ítaca em suas navegações de
volta para casa após a guerra de Troia. A prisão na ilha da deusa-feiticeira Circe, que
transformava homens em porcos, uma descida ao Hades, as terras infernais para onde
desciam as sombras dos mortos, antes de irem ao Tártaro. Sua incrível batalha contra os
pretendentes que assediaram sua esposa Penélope.
EPOPEIA A epopeia eternizou lendas seculares e tradições ancestrais,
preservadas ao longo dos séculos pela transmissão oral. Em geral celebra os feitos mais
representativos de um povo ou de uma nação, por isso manifesta um profundo espírito de
exaltação nacional.
15
Os versos das narrativas são autênticos “lavores” finíssimos de estilística
apresentam descrições de teor grandioso e imponente referentes a pessoas, às cidades,
aos palácios e aos lugares de modo geral, o que podemos denominar por “realismo
grandiloquente, assim, denotando o típico habito da Grécia Antiga de enaltecer, além de
exagerar em termos de beleza (CLARET, 2006).
O gênero poema épico (ou poesia épica) escrito em forma de versos, predomina a
objetividade. As epopeias clássicas são de fundamental importância para o conhecimento
da trajetória histórica dos valores sociais, éticos e políticos da humanidade (essência da
mitologia grega).
Levar para a sala de aula as obras em poema épico da “Ilíada”, “Eneida” e “Os Lusíadas”
em versos e outras em prosa (narrativa) para que os alunos conheçam as diferenças.
4)Atividade: Leitura da Adaptação em quadrinhos da história de Páris e Helena
personagens da obra “ Ilíada “.
Fonte: BERNARDINO, Adriana. Páris e Helena/ adaptação de Adriana Bernardino. São Paulo: FTD, 1996.
HOMERO. Ilíada: em versos. São Paulo: Martin Claret, 2005, p. 15-19.
5) Atividade: Leitura das obras Ilíada e Eneida
Posteriormente, mostrar aos alunos as diferenças entre as obras originais dos
poemas épicos Ilíada e Eneida em versos e em narrativas. Dividir os capítulos das obras
Ilíada e Eneida em prosa (narrativa) entre os alunos.
Marcar uma data para apresentação e discussões orais. Após a leitura das obras
em prosa A Ilíada e Eneida, propor elementos novos, para o enriquecendo do processo de
execução das atividades, como trabalhos em grupos, cartazes divulgando a leitura
desses livros, power point e em outras sugestões dadas pelos alunos.
16
Poema ou poesia?
Poesia, segundo o Minidicionário Aurélio da língua portuguesa, é a arte de criar imagens,
inspirados pelos sentimentos, sugerir emoções por meio de uma linguagem em que se
combinam sons, ritmos e significados. Arte de escrever em versos, desperta o sentimento
do belo. É a arte da habilidade de tornar algo poético.
Poema, obra em versos, de modo geral de pequena extensão, composição poética com
enredo, tratando da obra, do próprio texto.
5) Atividade: Escrever um poema ou uma poesia
Dividir a classe em grupos de quatro alunos, para que conversem e elaborem um
poema, cujo enredo seja do cotidiano deles (pode ser ilustrado). Um aluno de cada grupo
será eleito para ler o poema. Todas os poemas serão expostos em um mural ou varal
poético.
3)Ruptura do Horizonte de Expectativas
A terceira etapa é a de ruptura do horizonte de expectativas, pela introdução de
textos e atividades de leitura que dá continuidade à temática trabalhada na anterior com o
oferecimento de textos que se assemelhem em um dos aspectos apenas: o tema, o
tratamento, a estrutura, ou a linguagem. Os demais recursos compositivos devem ser
completamente diferentes, Assim, o aluno perceberá que está num campo desconhecido,
sem se sentir inseguro. Esta ruptura deverá acontecer de maneira harmônica para que o
aluno não rejeite a nova experiência.
Intertextualidade
O educador através da intertextualidade pode fazer uma fusão entre o
contemporâneo e o passado. Em BAKHTIN (1986), o texto só ganha vida em contato com
outro texto. Somente neste ponto de contato entre textos é que uma luz brilha, iluminando
tanto o posterior como o anterior, juntando dado texto a um diálogo. Enfatizamos que esse
contato é um contato dialógico entre textos...por trás desse contato está um contato de
17
personalidades e não de coisas.
Segundo BARROS (1999, p. 3) o modo de ver de Bakhtin, concebe-se ao
dialogismo como um espaço interacional, onde os textos são dialógicos porque resultam
do encontro de muitas vozes sociais. Para se fazer “leituras” de textos verbais e não-
verbais, fazer relações dialógicas entre texto/imagem e leitor com outros textos. Presentes
nas DCEs (PARANÁ, 2008) de que é tarefe da escola possibilitar que seus alunos
participem de diferentes práticas sociais que utilizem da leitura, a oralidade e escrita, com
a finalidade de inserí-los nas diversas esferas de interação.
Ao ler, o educando buscará as suas experiências, os conhecimentos prévios, a sua
formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vozes que o constituem (PARANÁ,
2008, p. 56). A compreensão de um texto é um processo, que se determina pelo uso que
o leitor faz de conhecimentos prévios, adquiridos ao longo de sua vida. O contexto do
poema Épico, buscando relação com fatos históricos.
A intertextualidade mitológica compreendida na pintura de Sandro Boticelli
“Nascimento de Vênus”, na música “Mulher nova bonita e carinhosa” de José Ramalho, e
na poesia de Carlos Drummond de Andrade “Balada do amor atrás das idades”. Como
também a participação de Afrodite (Vênus) nos poemas Épicos: Ilíada de Homero,
Eneida de Virgílio e Os Lusíadas de Camões.
De acordo com FRASSON (1992, p.90) para captar a intertextualidade, é preciso
ativar o conhecimento de mundo, aquele que está armazenado na memória, pela
vivência, como também o conhecimento partilhado, que determina a estrutura
informacional, e que, juntos, darão sentido ao texto.
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Dialogando com a tela
“O Nascimento de Vênus”, de Sandro Boticelli.
Fonte: http://www.dominiopublico.gov.br/download/imagem/wm000001.jpg, acesso em
junho de 2010.
1) Observe o quadro de Sandro Botticelli data de 1482 e responda oralmente:
-Descreva com detalhes as personagens da pintura.
-Que sensação essa tela lhe transmite?
2) Responda as atividades a seguir no caderno:
- Que elementos visíveis da natureza aparecem na cena?
- Há também um elemento invisível retratado. Que elemento é esse? Como você percebe
que ele existe?
-Quais são os detalhes que você consegue ver das pessoas do quadro?
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Interdisciplinaridade
3) Pesquise com seu professor de Arte e anote em seu caderno:
- Quem foi o pintor Sandro Botticelli?
- Em que movimento da história da arte está inserida a pintura “O Nascimento de
Vênus”?
4) Atividade: Expresse sua arte
- Como você representaria a deusa do amor e da beleza na atualidade? Que aspectos
você manteria iguais e quais você mudaria?
−Utilize uma folha de papel sulfite (lápis de cor, giz de cera, outros) para fazer um
desenho da representação de sua deusa.
Sugestão: Expor todos os desenhos nos corredores da escola.
5) Observar bem a obra de arte de Botticelli “ Nascimento de Vênus” e ler novamente o
primeiro texto“ A deusa do amor”.
6) Copiar do texto: a narrativa e descrições que são iguais aos da obra de arte de Sandro
Botticelli.
Propor elementos novos, enriquecendo o processo de execução das atividades, como
trabalhos em grupos, discussões orais após a leitura da obra em prosa.
Apresentação oral, discussão, análise e contextualização das obras na civilização grega.
Dialogando com a música
A música estabelece um diálogo intertextual, com os conhecimentos da mitologia
grega e a deusa Vênus, já adquiridos e trabalhados nas etapas anteriores
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Mulher nova, bonita e carinhosa. Faz o homem gemer sem sentir dor.
Zé Ramalho / Otacílio Batista
Numa luta de gregos e troianos
Por Helena, a mulher de Menelau
Conta a História de um cavalo de pau
Terminava uma guerra de dez anos
Menelau, o maior dos espartanos
Venceu Páris, o grande sedutor
Humilhando a família de Heitor
Em defesa da honra caprichosa.
Mulher nova, bonita e carinhosa. Faz o homem gemer sem sentir dor.
( … )
1)Vamos Analisar a 1ª parte da música e compará-la com a obra Ilíada?
−A causa da luta entre gregos e troianos foi Helena, a mulher de Menelau? Comente.
−A guerra de dez anos terminou com o cavalo de pau? Relate a história no mínimo cinco
linhas.
−Escreva a respeito do título da música .
Dialogando com a poesia
BALADA DO AMOR ATRÁS DAS IDADES
Carlos Drummond de Andrade
Eu te gosto, você me gosta
desde tempos imemoriais
Eu era grego, você troiana,
troiana, mas não Helena.
Saí do cavalo de pau
para matar seu irmão.
Matei, brigamos, morremos.
( … )
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Atividade: Leia a primeira estrofe, você já tem conhecimentos históricos e literários, analise e comente oralmente.
1)Escolha um verso e escreva a respeito do que o poeta mencionou e você mais se emocionou. Justifique sua escolha.
Dialogando com o filme
1) O filme é um grande espetáculo de imagens. O objetivo da guerra será “amor”, ou a
“traição” de Helena com o seu amante Páris, ou uma “alegação” do rei Agamenon de
ampliar seu poder e riqueza, ou o confronto emocionante entre os guerreiros Aquiles e
Heitor?
Na história mitológica do filme Troia, os deuses estão ligados às forças da natureza e
comandando as ações e os sentimentos dos homens.
Após assistir ao filme “Troia” observar diferenças com a obra “Ilíada e responder às
questões:
2) A disputa que causou a guerra de Troia são iguais na obra “Ilíada” e no filme?
Comente.
3) Que intervenção a deusa Afrodite (Vênus) faz no filme? Explique.
4) Como aconteceu o fato do “cavalo de Troia”?
5) Pesquise as expressões originadas da obra de Homero, explique o significado de cada
uma presente no cotidiano atual e exemplifique.
•Pomo da discórdia
•Calcanhar de Aquiles
•Agradar a gregos e troianos
•Operação cavalo de Troia.
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4) Questionamento do horizonte de expectativas
O professor orientará o aluno/leitor a um questionamento e uma autoavaliação a
partir dos textos oferecidos. Neste momento a sala fará análise comparativa das duas
experiências de leitura anteriores, quais textos exigiram maior reflexão, e os que
trouxeram um grau maior de satisfação. Definições de preferências quanto à temática e
outros elementos da literatura.
1.Ampliação do horizonte de expectativas
Com a realização de todas as etapas, os alunos deverão perceber que as leituras
ocorridas durante esse processo não foram só para cumprir tarefe escolar, mas a partir
delas o modo como veem seu mundo, refletindo e conscientizando-se das mudanças e
aquisições que conseguiram com as literaturas, como também a ampliação de seus
conhecimentos, comparando seu horizonte inicial de expectativas com os interesses
atuais. A verbalização das mudanças ocorridas deve partir deles, sem intervenção direta
do professor, mas crie condições para que eles avaliem o que foi alcançado e o que resta
a fazer.
O final desta etapa é o início de uma nova aplicação do Método Recepcional, que
evolui em espiral, sempre permitindo aos alunos uma postura mais consciente com
relação à literatura e à vida. Será solicitado aos alunos a leitura do Poema Épico
português “Os Lusíadas” de Luís Vaz de Camões (2006). Dividir a turma em dez grupos,
um grupo para cada canto do poema. Escolher das sugestões de atividades abaixo, qual
delas fará a apresentação de seu trabalho:
Apresentação oral de cada grupo, em sequência do 1º ao 10º canto.
Comentar a importância da deusa Vênus na obra de Camões.
Entrevistar um dos personagens escolhido da obra e fazer a dramatização.
Elaborar a paródia de uma música, de preferência com instrumentos.
Contextualizar a obra em cartazes ou power point.
Relacionar fatos da obra (ou modelos clássicos escolhidos por Camões) com o
cotidiano atual. Indicar no mapa da época a trajetória da viagem em cada canto.
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Finalizar as atividades com apresentação itinerante: na comunidade escolar, na
biblioteca pública do município e na rádio comunitária do município.
Ao realizar estas atividades, o aluno construirá seu conhecimento de forma
autônoma, buscando as tecnologias.
Assim, o professor antes de apresentar o poema aos educandos, deve estudar,
apreciar, interpretar, enfim, fruir o poema (PARANÁ, 2008, p. 76). No Método Recepcional
é fundamental a valorização do aluno/leitor, considerando suas experiências de vida e
leitura. Que a leitura de textos literários não tenha apenas a função formativa, mas que a
Leitura e a Literatura conquiste seu valor, tornando os alunos/leitores cidadãos que
reflitam seus próprios sentimentos, seus deveres e direitos.
Recursos a serem utilizados
Textos digitados, TV multimídia, laboratório de informática, internet, toca CD e DVD.
Avaliação
Os alunos serão avaliados de acordo com a sua participação, nas atividades individuais e
em grupos, nas discussões orais argumentativas em sala de aula, nas produções escritas
, nas respostas dadas às questões de cada texto, nas pesquisas e nas publicações em
um blog.
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Considerações Finais
Retomando a leitura dos mitos como eram em sua origem e respectiva análise de
suas narrativas, como motivação prévia à leitura de outros gêneros textuais.
Por fim, a Estética da Recepção pode servir de suporte para uma reflexão válida com
respeito à Literatura. Levando-se em conta a formação do leitor, por meio da ampliação
constante do horizonte de expectativas. Em relação à deusa Vênus do Poema Épico da
mitologia grega à contemporaneidade, faz-se necessário pensar em estratégias que
despertem o interesse e curiosidade por este gênero, que possui suas especificidades,
onde as práticas pedagógicas possibilitam a evolução da prática de leitura dos alunos, e
os aproximando dos textos orais e escritos.
Sendo a epopeia a 1ª manifestação literária universal, não pode desaparecer, e
sim, o professor deve acrescentá-la aos novos meios mediáticos, a mitologia grega é
citada em várias atividades contemporâneas. O poético sensibiliza o ser humano, está na
obra de arte: na pintura, escultura, na música, na poesia, no filme, na literatura e o
professor deve estabelecer relações entre a arte e os alunos.
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Cronograma para o 3º Período: 01/06/2010 a 10/12/2010
Implementação do Projeto na Escola
O cronograma da Unidade Didática para a Implementação do Projeto na escola,
será desenvolvido no 2º Semestre do ano letivo de 2010, demonstrando o tempo
estipulado para a execução das ações através das Etapas do Método Recepcional.
Método Recepcional:Etapas Período para execução Aulas
1- Determinação do horizonte de expectativas
Agosto - 2010 4 aulas
2- Atendimento do horizonte de expectativas
Agosto - 2010 12 aulas
3- Ruptura do horizonte de expectativas
Setembro - 2010 12 aulas
4- Questionamento do horizonte de expectativas
Setembro - 2010 4 aulas
5- Ampliação do horizonte de expectativas
Outubro - 2010
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REFERÊNCIAS
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metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.
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ANGELI, José. Ilíada/Homero; tradução e adaptação em português de José Angeli; São
Paulo, Scipione, 2000, p.5-6.
BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. 7. ed. São Paulo: Ática, 2004.
BARROS, Diana Luz Pessoa de e FIORIN, José Luiz (Org.). Dialogismo, polifonia, intertextualidade em torno de Bakhtin. São Paulo: Edusp, 1999.
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CIVITA, Roberto. Dicionário de Mitologia Grego-Romana. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
FRASSON, Regina Mafalda Denardin. A intertextualidade como recurso de argumentação. Letras, Santa Maria, n. 4. Jul/dez, 1992, p. 85-96.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 39. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2009.
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