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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
DESENVOLVIMENTO MOTORImplicações nas Aulas de Educação Física da 5ª Série e Seu
Aprimoramento Através da Ginástica Olímpica.
Autor: Lúcia Maria Pereira1
Orientador: Julio Alberto Agante Fernandes2
Resumo: Para que o aluno da quinta série vivencie os fundamentos e técnicas dos conteúdos estruturantes que lhe são propostos, é necessário que ele esteja na sequência do desenvolvimento motor chamado de habilidades motoras especializadas, onde os movimentos que serão utilizados são movimentos fundamentais que foram refinados ou combinados com outros movimentos de forma complexa. O objetivo desta pesquisa foi investigar o ensino sistematizado de um programa de ginástica olímpica comparado ao conteúdo normal das aulas de Educação Física da 5ª série, como meio de aperfeiçoar o desenvolvimento motor nos educandos que apresentarem déficit quanto às habilidades básicas e para o aprendizado das habilidades específicas. Neste processo, a estratégia de ação foi investigar o estágio de desenvolvimento de dois padrões fundamentais de movimento, o de rolamento do corpo e apoio invertido conforme protocolo de Gallahue e Ozmun (2005), nos educandos das quintas séries “B” e “C” da Escola Estadual Professor Paulo Mozart Machado - EF, com idade de 11 e 12 anos. Ambas as turmas foram submetidas aos testes no início e no final do programa. Uma das turmas, denominada de ”grupo da prática” foi submetida às aulas de um programa de ginástica olímpica específica para o desenvolvimento motor enquanto a outra turma denominada de “grupo de controle” não participou do programa, tendo suas aulas do conteúdo normal das aulas de Educação Física para quinta série. Os resultados permitiram identificar uma evolução nos dois grupos com superioridade para o grupo da prática, ressaltando o efeito do programa.
Palavras-chave: Desenvolvimento motor; processo de aprendizagem; ginástica olímpica; Educação Física na 5ª série.
.Introdução
Os fundamentos teórico-metodológicos que referenciam as Diretri-
zes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná são ori-
entados por uma abordagem histórica e crítica que prioriza a concepção de conheci-
mento em suas dimensões, científica, filosófica e artística. Nela, a escola assume o
1 Pós graduanda PDE2 Mestre Orientador
seu papel básico de proporcionar ao aluno o acesso ao conhecimento produzido
pela humanidade, vinculado pelos conteúdos das disciplinas escolares, com o objeti-
vo de construir uma sociedade justa, onde as oportunidades sejam iguais para to-
dos.
Ao definir qual a formação a escola quer proporcionar ao aluno, a
instituição de ensino contribui de forma responsável pela apropriação crítica e histó-
rica do conhecimento, como instrumento de compreensão das relações sociais para
a transformação da realidade. Dessa forma, a escolarização preocupa-se não ape-
nas com o saber como resultado, mas com o processo de sua produção e as ten-
dências de sua transformação com base no sujeito da escola pública, de onde vem e
quais os seus referenciais sociais e culturais.
Nesse sentido, a escola deve incentivar a prática pedagógica funda-
mentada em diferentes metodologias que priorizem diferentes formas de ensinar,
aprender e avaliar.
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Edu-
cação Básica do Estado do Paraná, destaca-se a importância dos conteúdos discipli-
nares e do professor como autor de seu plano de ensino.
Assim, o ensino da Educação Física deve proporcionar ao aluno o
aumento do seu repertório motor, melhorando a qualidade de seus movimentos,
através das relações do conhecimento teórico científico, conteúdos, metodologias,
práticas e reflexões, para a formação de um estudante capaz de reconhecer o pró-
prio corpo, adquirindo uma expressividade corporal consciente e refletir criticamente
sobre as práticas corporais.
Objetivo
O objetivo desta pesquisa foi investigar o ensino sistematizado de
um programa de ginástica olímpica comparado ao conteúdo normal das aulas de
Educação Física da 5ª série, analisando no início e no final do processo, dois
padrões fundamentais de movimento: o de rolamento do corpo e apoio invertido,
como meio de aperfeiçoar o desenvolvimento motor nos educandos que
apresentarem déficit quanto às habilidades básicas e para o aprendizado das
habilidades específicas.
Considerações teóricas
A histórica da Educação Física nos mostra o quanto ela foi
influenciada por mudanças teórico-metodológicas no decorrer dos anos, por vezes
perdeu sua identidade para se adequar às tendências e concepções da época o que
a desqualificou como área de conhecimento, tornando-a uma disciplina coadjuvante
de atuação de subordinação e compensação das demais disciplinas, sendo
facultativa conforme os interesses de ordem administrativa e pessoal.
É importante reconhecer que a Educação Física Escolar tem
dificuldades para definir a sua função na educação escolarizada, falta identidade
clara como uma área de conhecimento no que se refere à aprendizagem de
conhecimentos acadêmicos sobre o movimento nas dimensões e implicações
biológicas, psicológicas sociológicas e culturais.
Go Tani, em seu artigo de opinião, publicado na revista de Educação
Física da UEM, v. 19, n 2, p. 313-331, 3. Trim. 2008 com o título: Abordagem
Desenvolvimentista: 20 anos depois afirma que:
É importante reconhecer que uma das grandes dificuldades para a EFE definir a sua função na educação escolarizada tem sido a falta de uma identidade clara da Educação Física como uma área de conhecimento. (TANI, 1991; TANI; MANOEL, 2004; TANI, 2007). Se olharmos o currículo escolar como um todo, observaremos que existe uma correspondência inequívoca entre as disciplinas curriculares e as respectivas áreas de conhecimento - por exemplo, entre o ensino da física e a Física, entre o ensino da matemática e a Matemática, e assim por diante. Isso quer dizer que, se eventualmente o ensino da física ou da matemática deixassem de fazer parte da grade curricular escolar, nem por isso a Física e a Matemática deixariam de existir como área de conhecimento.
Segundo o mesmo autor, a Educação Física tem seu objeto de
estudo próprio que é a aprendizagem do movimento e através do movimento, que
deve ser enfatizado em todos os mecanismos e fatores que afetam o seu
funcionamento, como o cognitivo, afetivo, social e motor. Sendo devidamente
estruturado cientificamente e reproduzido adequadamente para cada faixa de
escolarização conforme critérios e valores educacionais.
Go Tani (1991). Também descreve em: Perspectivas para a
Educação Física escolar. Revista Paulista de Educação Física, v.5, n.1/2, p.61-69
que:
Entretanto existe uma outra dimensão da aprendizagem relacionada ao movimento, além da aprendizagem do e através do movimento, que é a aprendizagem sobre o movimento (figura 1), ou seja, a aquisição do corpo de conhecimentos racionais e objetivos sobre o movimento humano.
Figura 1: Diferentes tipos de aprendizagem relacionados ao movimento humano.
Com o questionamento sobre os problemas, o autor expõe sua visão
baseando-se em três pontos que julga serem essenciais para uma melhor
perspectiva da Educação física escolar, são eles:
1- A conquista da autenticidade: com o desenvolvimento de um
corpo de conhecimento através de estudos e pesquisas para a sua utilização na
melhoria da qualidade da prática profissional;
2- A mudança de paradigma em relação ao movimento humano: com
uma prática diversificada e de complexidade que possibilita explorar ao máximo a
potencialidades motoras, respeitando as características individuais.
3- A definição da especificidade: definir a função da Educação Física
no desenvolvimento da criança no contexto educacional, estipulando o que cabe a
ela resolver e de que maneira.
Cabe ao professor o compromisso com o projeto de escolarização e
planejando suas aulas com domínio do conhecimento o que significa ter condições
de analisar o atual modelo de ensino e reconhecer os critérios educacionais
adequados às expectativas e necessidades dos alunos, devidamente articulada ao
projeto político pedagógico.
APRENDIZAGEM
DO MOVIMENTO
ATRAVÉS DO MOVIMENTO
SOBRE O MOVIMENTO
Desenvolvimento motor
É possível identificar pelo ciclo da vida do ser humano uma sequên-
cia normal no processo de crescimento baseado nas mudanças comportamentais
observadas, onde há um progresso de movimentos simples e não organizados para
a realização de habilidades altamente complexas.
Este processo se inicia na concepção e se prolonga até a morte. O
ser humano não nasce com a capacidade de movimentar-se já desenvolvida, mas
com um potencial a ser explorado com a aprendizagem do seu domínio, ampliação e
aperfeiçoamento.
Segundo Go Tani (1988), por mais que se “treine” uma criança, esta
nunca correrá antes de andar e, esse exemplo explica o desenvolvimento motor com
um processo ordenado e seqüencial, em que os eventos dificilmente se alteram,
mas a velocidade de desenvolvimento difere de indivíduo para indivíduo. Essa dife-
rença na velocidade resulta da influência de fatores biológicos e ambientais. Esse
princípio do desenvolvimento motor possibilita a identificação de várias fases cara-
cterísticas no decorrer do processo, o que possibilitou a proposição de modelos des-
critivos, mapeando as mudanças de movimentos especialmente nos seus estágios
iniciais.
Segundo Glallahue & Ozmun (2005), existem fases no desenvolvi-
mento motor que se dividem em:
1º Movimentos reflexos (0 até 1 ano de idade);
2º Movimentos rudimentares (1 a 2 anos de idade);
3º Movimentos fundamentais (2 a 7 anos);
4º Combinações de movimentos fundamentais (7 a 12 anos);
5º Movimentos específicos (12 anos de idade em diante);
Os movimentos fundamentais podem ser classificados também de
acordo com Glallahue & Ozmun (2005), em três categorias: locomoção, estabiliza-
ção e manipulação.
São considerados movimentos de locomoção, andar, correr, saltar, e
suas combinações como galopar, saltitar, etc.
Os movimentos de estabilização são os relacionados à capacidade
de manter o corpo com a força da gravidade como girar, rolar, saídas e paradas rápi-
das.
Os movimentos de manipulação implicam na transmissão da força
ao objeto, como na recepção da força dos mesmos, por exemplo, arremessar, chu-
tar, rebater, quicar, etc.
Entre essa fase existe uma que corresponde à aquisição de habilida-
des motoras fundamentais ou básicas. Essas habilidades são chamadas de básicas
porque vão dar sequência em habilidades motoras mais complexas, denominadas
de especializadas, como por exemplo, as habilidades motoras esportivas. Porém,
esta fase só poderá ser atingida se ocorrer à realização correta dos movimentos fun-
damentais.
A fase de desenvolvimento de habilidades fundamentais obedece a
uma progressão sequencial, vai do estágio inicial, atravessa o elementar e chega ao
maduro. Esta fase é muito influenciada tanto pela maturação como pela experiência,
condições ambientais, variedades de opções para a prática, encorajamento e a ins-
trução.
No estágio inicial de uma habilidade da fase do movimento funda-
mental, as primeiras tentativas de realização do movimento, ou seja, a integração
espacial e temporal é pobre. Os movimentos locomotores, manipulativos e de estabi-
lidade estão no estágio inicial geralmente em uma criança de dois anos.
No estágio elementar, existe um maior controle e melhor coordena-
ção rítmica dos movimentos fundamentais. Os elementos temporais e espaciais do
movimento são melhores coordenados, porém continuam restritos ou exagerados. A
criança de inteligência e funcionamento físico normal tende a avançar para o estágio
elementar primeiramente através da maturação. Podemos identificar uma variedade
de habilidades no estágio elementar em crianças de 3 a 4 anos.
O estágio maduro é caracterizado pelo desempenho eficiente, coor-
denado e controlado. Muitos dados sugerem que crianças de 5 a 6 anos de idades
podem e deveriam estar no estágio maduro.
A fase especializada ocorre em três estágios segundo Gallahue,
(2005):
- Estágio de transição;
- Estágio de aplicação;
- Estágio de utilização permanente
O estágio de transição é caracterizado pelo início da tentativa de re-
finamento e combinação de padrões motores maduros. Nesta fase não há limite a
um esporte, e as crianças líderes começam a enfatizar a precisão das habilidades
nos jogos e em atividades de grande variedade de movimento no esporte.
No estágio de aplicação o indivíduo passa a ter noção dos seus limi-
tes e concentra-se em certos esportes. Nesse momento a ênfase está nas compe-
tências. O treino é o alicerce para o desenvolvimento de níveis superiores de habili-
dades. É nesse estágio que os padrões de movimento característico do iniciante, no
estágio de transição, se refinam.
No estágio de utilização permanente, os indivíduos buscam partici-
par de atividades competitivas, recreativas ou da vida diária regularmente, restrin-
gindo sua área de busca atlética. Muitas atividades são escolhidas com interesses
pessoais.
A limitação do tempo decorrente do crescimento compromete o de-
senvolvimento e refinamento de habilidades motoras na ordem apresentada. As
crianças são imaturas em seu desenvolvimento, é necessário estruturar experiên-
cias motoras apropriadas aos seus níveis de desenvolvimento particular. O desenvo-
lvimento das habilidades especializadas é fundamental, porém a especialização pre-
matura em determinado esporte é prejudicial, pois impede o desenvolvimento de
uma variedade de padrões motores fundamentais maduros.
Aprendizagem motora
Segundo Go Tani, (2005 p.19), aprendizagem motora procura estu-
dar processos e mecanismos envolvidos na aquisição de habilidades motoras e os
fatores que influenciam, ou seja, como a pessoa se torna eficiente na execução de
movimentos para alcançar uma meta desejada, com a prática e experiência.
Go Tani (1998 p.91) explica que o processo de aprendizagem moto-
ra, necessita de prática sistemática para que as habilidades sejam adquiridas e
aperfeiçoadas, uma situação específica é andar de bicicleta. A maioria dos adultos
sabe andar de bicicleta. Muitas vezes o fazem, ouvindo música, cantando, conver-
sando e assim por diante. Porém caso a pessoa não tiver a prática sistemática, ela
nunca aprenderá, é o caso de adultos que não sabem andar de bicicleta, pela falta
de aquisição de habilidade motoras e pelo controle de movimento adquiridos pelo
“treino”.
Ainda de acordo com GoTani (1998) a aprendizagem motora, é uma
área de estudo, que procura explicar o que acontece internamente com o indivíduo,
quando passa de uma fase que não possuía habilidades com, por exemplo, andar
de bicicleta para um estágio em que o faz com muita facilidade. Portanto, é a área
que explica o processo de solução de problemas motores. Isso implica um esforço
consciente de elaboração, execução, avaliação e modificação de ações motoras a
cada tentativa. Faz parte desse processo, repetições de tarefas com aquisições de
respostas corretas que darão origem a novos objetivos, e também respostas erradas
que serão tão importantes quanto às corretas, pois são consideradas um elemento
importante na aprendizagem para que possa utilizá-las positivamente na aprendiza-
gem mais efetiva, é o que chamamos de feedback. Esse mecanismo de feedback
extrínseco do professor com relação aos erros de performance dos alunos é muito
importante para desenvolver estruturas na memória, relacionadas ao movimento cor-
reto, para que o aluno possa ajustar ou corrigir a próxima resposta, aproximando-se
cada vez mais da solução motora mais correta da situação proposta. Isso é tão im-
portante, pois no início da fase da aprendizagem o aprendiz não consegue detectar
os erros na execução dos movimentos. O problema, neste caso, não é o erro em si,
mas a não compreensão do mecanismo de detecção do erro.
Em se tratando do processo educacional, na faixa etária de escolari-
zação, a aprendizagem deverá ser direcionada para dois tipos de aprendizagem: a
do movimento e através do movimento.
Com a aprendizagem do movimento, os alunos se capacitam apren-
dendo a mover-se, tentando, praticando, pensando, tomando decisões, avaliando,
ousando e persistindo nas variedades motoras crescentemente complexas, própria
do seu estágio de desenvolvimento.
A aprendizagem através do movimento implica em usar o movimento
como meio para alcançar um fim, avaliando o movimento e orientando as suas
ações.
Com o prosseguimento do processo de aprendizagem, o aluno de-
senvolve a capacidade de comparar as suas performances, sendo capaz de identifi-
car o seu erro, fazendo a auto avaliação baseado em experiências anteriores.
Metodologia do professor de Educação Física
Em geral, os alunos se interessam pelos diversos conteúdos das au-
las de Educação Física, principalmente no ensino fundamental. O que vai diferenciar
no rendimento do aluno tanto na parte desportiva quanto motora na maioria das ve-
zes é a atuação do professor, que pode desestimular e levar ao fracasso em ativida-
des esportivas.
Para que os objetivos da Educação Física sejam alcançados cabe
ao professor usar de diferentes metodologias como estratégias de ensino.
Ao ensinar, o professor não só deverá ter como objetivos a transmis-
são do conhecimento, mas também o aprimoramento de habilidades motoras, utili-
zando diferentes estratégias de ensino que contribuirão na formação aluno.
O trabalho do professor de Educação Física se diferencia dos de-
mais pela prática sistemática, que oportuniza aos alunos a vivência dos conteúdos,
incorporando a prática como resultado da integração dos conhecimentos, teóricos e
procedimentos práticos, de maneira que se tornem duradouros no decorrer de suas
vidas, tanto para o aluno com bom rendimento motor, quanto ao aluno com dificulda-
des motoras. Isso poderá ser concretizado se o professor trabalhar com diferentes
metodologias de ensino e avaliações, aprimorando as habilidades motoras e cogniti-
vas do aluno, com conteúdos de ensino devidamente organizados por faixa de esco-
larização, de modo a apresentar orientações e sugestões de operacionalização para
auxiliá-lo, se não solucionar, ao menos a formular melhor seus problemas práticos.
Ginástica olímpica - uma proposta de atividades para o desenvolvimento mo-tor.
A proposta foi utilizar a ginástica olímpica como meio e não fim de
aperfeiçoar o desenvolvimento motor nos escolares da 5ª série que apresentarem
déficit quanto às habilidades básicas e para o aprendizado das habilidades específi-
cas, fornecendo atividades onde os alunos tenham a oportunidade de participarem
plenamente, habilidosos ou não, de forma lúdica e prazerosa. A opção pela ginástica
olímpica foi por ela apresentar diferentes tipos de ações motoras fundamentais em
complexidade crescente, vindo de acordo com o conteúdo utilizado neste projeto.
Nas Diretrizes Curriculares, entende-se que a ginástica deve dar
condições ao aluno de reconhecer as possibilidades de seu corpo, ou seja, a ginásti-
ca em suas diversas formas devem ser objetos de ensino nas aulas de Educação Fí-
sica.
A Ginástica Olímpica é uma modalidade esportiva composta por ele-
mentos técnicos e uma grande variedade de movimento, ela se baseia em movimen-
tos corporais que envolvem balançar, saltar e apoiar, onde o domínio das movimen-
tações básicas é fundamental. Exige de seus professores conhecimento sobre a
aprendizagem motora, desenvolvimento motor, psicologia, pedagogia, fisiologia do
exercício entre outras.
Para a prática da ginástica é essencial, que a fase de iniciação seja
bem trabalhada, oportunizando práticas variadas de movimentos, onde os iniciantes
deverão ter uma boa base dos movimentos para gradativamente aumentar seu nível
de dificuldade. Por isso é necessário um grande aprofundamento teórico e uma boa
metodologia de ensino, baseada na faixa etária do aluno, nas experiências
anteriores, no grau de coordenação e na maturação que permita ao professor
sistematizar a prática de forma coerente e progressiva.
Segundo Go Tani (2002) apud Aleixo & Vieira (2004), o conteúdo da
Ginástica Olímpica deve se encaixar as características da criança, à tarefa e ao
ambiente social de maneira que o esporte seja um fator de inserção e não de
exclusão. Deve-se evitar a especialização precoce, sempre respeitando as
características motoras da criança, pois há uma enorme complexidade nos
movimentos da Ginástica Olímpica (GRECO & BRENDA, 1998 apud ALEIXO &
VIEIRA, 2004), tornando saudável e prazeroso o envolvimento da criança na
Ginástica Olímpica.
Faz-se necessário conhecer a história da modalidade para que
possamos dar a devida importância à atividade como forma de aumentar a eficiência
e o controle corporal e desenvolver as habilidades motoras.
Histórico da Ginástica Olímpica
A ginástica de solo era praticada em danças sacras por civilizações
antigas, sendo praticada por Saltimbancos. Por serem praticadas por pessoas das
classes baixas, para diversão de seus amos, sofreu discriminação durante um
grande período.
A Ginástica Olímpica, nome popularizado no Brasil e oficializado e
publicado no Diário Oficial da União de 16 de março de 1979, é também conhecida
por: Ginástica de solo e aparelhos, Ginástica em aparelhos, Ginástica desportiva e
Ginástica artística.
A Ginástica Olímpica teve sua origem propriamente dita com
Johann-Friedrich-Ludwing-Christoph-Jahn, que adotou o prenome de Friedrich, filho
de pastor protestante, nasceu em Lanz, nas cercanias de Lenzen, em 11 de agosto
de 1778 e morreu a 15 de outubro de 1852, em Freyburg tido como propagador da
ginástica em aparelhos pelo mundo inteiro, sendo considerado o “Pai da Ginástica
Olímpica”, inventor da Barra Fixa, Paralelas, Cavalo com alças e Carneiro. Sua
ginástica era militarista, visando formar homens capazes de defender a Pátria. A
atividade de Jahn foi proibida na Alemanha por motivos políticos, sua participação na
preparação e na execução da luta nacional de libertação contra o domínio
napoleônico, em 1813/1815, fez com que os voluntários engajassem um movimento
de oposição, visando à construção da unidade alemã, assim Jahn foi vítima de
perseguição e acusado de conspiração como revolucionário de direita e de fazer
propaganda subversiva à nação, ficando detido por cinco anos.
Segundo Publio apud Godoy (1999) “A prisão de Jahn foi uma
explosão para o movimento Turnen. O engajamento por demais político de Jahn e
de sua Ginástica originou o “Bloqueio Ginástico” na Alemanha, de 1820 a 1842.
Durante esse período, diversos alemães emigraram para o mundo, difundindo a
ginástica de Jahn com uma forte inclinação e disciplina para exercícios físicos
sistemáticos, influenciando no desenvolvimento da Educação Física no mundo
principalmente nos Estados Unidos.
A origem da Ginástica Olímpica no Brasil aconteceu com a
colonização alemã no Rio Grande do Sul, em 1824. Para eles, a ginástica era uma
forma de formação moral, de conservar e aprimorar a força física, cultivar a
harmonia social e praticar o lazer, fazendo parte das festas das colônias.
Com os objetivos de formação moral, conservar e aprimorar a força
física da juventude e, ao mesmo tempo, cultivar uma harmonia social, junto com
uma recreação útil, foi fundada a mais antiga sociedade de ginástica da América do
Sul em Joinville-SC, em 16 de novembro de 1858, denominada “Sociedade
Ginástica de Joinville” (PUBLIO apud GODOY, 1999).
Em 1832, foi fundada a primeira Sociedade Federal de Ginástica, na
Suíça. A Federação Internacional de Ginástica (FIG) teve inicio com quatro
federações , em 1881, e possui hoje mais de uma centena de filiados é ela quem
organiza as competições, sendo seis aparelhos para o sexo masculino (solo, cavalo
com ações, argolas, salto sobre o cavalo longitudinal, barras paralelas e barra fixa) e
quatro para o sexo feminino (salto sobre o cavalo transversal, paralelas
assimétricas, trave de equilíbrio e solo com acompanhamento musical).
No Paraná a Ginástica teve início em Rolândia, no Norte do Estado,
na década de 50, sob influência dos colonos alemães. As aulas eram ministradas no
ginásio do clube de Rolândia e tinha como objetivo a preparação física e a
recreação.
Nos anos 70, a professora Lia Lima em Jacarezinho, os Professores
Viscélia Florenzano e Eduardo Arraia em Curitiba e a professora Elci Bittencourt, em
Paranavaí, difundiram a Ginástica Olímpica em todo o Estado.
Metodologia
Foi feita uma revisão bibliográfica, através de livros, revistas
especializadas e artigos científicos referentes ao desenvolvimento motor,
aprendizagem motora, ginástica olímpica e avaliação em Educação Física, diante
dos conhecimentos adquiridos buscou-se uma metodologia onde se investigou o
estágio de desenvolvimento de dois padrões fundamentais de movimento, o de
rolamento do corpo e apoio invertido (Gallahue e Ozmun (2005), dos alunos da 5ª
série “B” e “C”. A escolha dos dois movimentos foi por serem considerados
movimentos de locomoção e de estabilidade, não serem freguente no dia a dia dos
alunos e pela estabilidade estar presente em todos os movimentos. A participação
de caráter voluntário foi autorizada pelos pais e responsáveis com a possibilidade de
abandono da pesquisa a qualquer instante. Ambas foram submetidas aos dois
testes, no início e no final do programa. Uma das turmas denominada de “grupo da
prática” foi submetida às aulas de um programa de ginástica olímpica específica
para o desenvolvimento motor enquanto a outra turma denominada de “grupo de
controle” não participou do processo de intervenção pedagógica, tendo suas aulas
do conteúdo normal, propostos nas Diretrizes Curriculares. O resultado comparativo
dos dois grupos permitiu analisar a influência da intervenção através da ginástica
olímpica nos conteúdos investigados.
Público alvo
O estudo ocorreu na Escola Estadual Professor Paulo Mozart Ma-
chado – EF, situada na Alameda Professor Jean Fumiere, nº 135, Uraí, Núcleo de
Cornélio Procópio. Atualmente, conta com 703 alunos matriculados.
A turma que teve a implementação da proposta pedagógica foi de 5ª
série “C” turma com 30 alunos, 14 meninos e 16 meninas com idade de 10,11 e 12
anos e a 5ª série “B” com 29 alunos, sendo 12 meninas e 17 meninos de 10, 11,e12
anos, ambas do período vespertino.
Instrumentos
Foram realizados dois testes, um no início e outro no final do pro-
cesso para investigar o estágio dos dois padrões fundamentais de movimento, o de
rolamento do corpo e apoios invertidos dos alunos da 5ª série “B” e “C”. Os dados
foram filmados e posteriormente analisados conforme protocolo do Gallahue e Oz-
mun (2005), para a classificação de indivíduo nos estágios inicial, elementar e ma-
duro pela professora e por uma acadêmica de Educação Física da Universidade Es-
tadual de Londrina com experiência nos testes a serem aplicados.
Procedimentos de coleta de dados
Em ordem alfabética as crianças foram filmadas em VHS individual-
mente, realizando os testes sobre colchões, iniciou-se o teste com o movimento de
rolamento do corpo e posteriormente o movimento do apoio invertido.
Procedimentos de análise de dados
Alguns alunos participantes dos testes da 1ª coleta foram descarta-
dos, para a análise dos resultados, por motivo de transferência e falta, não estando
presente no dia da 2ª coleta.
O critério para a classificação do sujeito no estágio inicial, elementar
e maduro, foi o maior número de características contempladas de acordo com a
definição de Gallahue e Ozmun (2005), apresentadas a seguir:
a) Sequência de desenvolvimento para rolamento do corpo.
Estágio inicial 1- Cabeça entra em contato com a superfície.
2- Corpo curvado em posição “C” solta.
3- Inabilidade para coordenar o uso dos braços.
4- Não consegue rolar para trás ou para as laterais.
5- Curva-se para a posição “L” depois de rolar para frente.
Estágio elementar
1- Depois de rolar para frente, as ações parecem segmentadas.
2- Cabeça conduz a ação em vez de inibi-la.
3- Topo da cabeça ainda toca a superfície.
4- Corpo curvado em posição “C” apertada no início da rolagem.
5- Curva-se para a posição “L” ao completar a rolagem.
6- Auxilio das mãos e dos braços se técnica, mas fornecendo ligeiro
impulso.
7- Pode executar apenas uma rolagem de cada vez.
Estágio maduro 1- Cabeça conduz a ação.
2- Parte de trás da cabeça toca a superfície bem levemente.
4- Braços auxiliam na produção de força.
3- Corpo permanece em “C” apertado durante todo o movimento.
5- Impulso do movimento leva a criança à posição inicial.
b) Sequência de desenvolvimento para apoio invertido.
Estágio inicial
1- Capaz de manter, em nível básico, posição de equilíbrio em três
apoios.
2- Capaz de assumir posturas de três apoios, invertidas por três
segundos.
3- Sensação sinestésica insuficiente para partes do corpo não vistas.
4- Controle de movimentos minimamente coordenados.
Estágio elementar 1- Pode manter equilíbrio controlado em três apoios e dois apoios
inferiores de contato com a superfície.
2- Capaz de manter equilíbrio por três segundos ou mais, com
frequência e breve adição de outro ponto de equilíbrio.
3- Gradual melhora na monitoração de partes do corpo não vistas.
Estágio maduro
1- Boa posição do contato com a superfície.
2-Bom controle da cabeça e do pescoço.
3- Boa sensação sinestésica de localização de partes do corpo.
4- Parece estar com bom controle do corpo.
5- Mantém equilíbrio em posição de dois e três apoios em nível
baixo e elevado por três segundos ou mais.
Processo de intervenção pedagógica
O método pedagógico utilizado nas atividades, para a turma da 5ª
série "C" ou “grupo da prática”, foi na tentativa de elaborar uma metodologia siste-
matizada no conteúdo da ginástica, contemplados nas Diretrizes Curriculares, e nos
referenciais teóricos no qual tem como relevante o desenvolvimento motor, afetivo e
cognitivo.
A análise da 1ª coleta mostrou que a 5ª série “C” apresentou maior
dificuldade na realização dos testes, o que influenciou na sua escolha para o desen-
volvimento da proposta pedagógica como “grupo da prática”.
Buscou-se organizar sugestões de atividades inseridas no contexto
social. Foram ao total trinta e duas aulas divididas em quatro fases, onde foi aborda-
das no primeiro momento, a fase da descoberta com atividade lúdica visando a ob-
tenção da familiarização e intimidade com a ginástica olímpica. Nesta fase outro ob-
jetivo foi buscar trabalhar a força de impulsão e força de apoio antes de iniciar o pro-
cesso de aprendizagem, que foi direcionado aos dois movimentos o de apoio inverti-
do e o de rolamento do corpo. Foram doze aulas com jogos e brincadeiras, utilizan-
do os aparelhos da ginástica. Nesta fase a participação foi geral e satisfatória.
Na segunda fase chamada de fase da análise, foi proposto aos alu-
nos que realizassem individualmente os dois movimentos propostos e com a ajuda
do professor interpretassem o comportamento observado, para reconhecer se o
comportamento foi ou não eficaz para cada ação. Foram quatro aulas, alguns alunos
tiveram muitas dificuldades em realizar os movimentos e por vezes se recusaram a
realizá-los.
A seguinte fase, a de aperfeiçoamento, as atividades se concentra-
ram no treinamento científico e especializado, onde as progressões pedagógicas
buscaram o aperfeiçoamento das ações motoras utilizadas nos comportamentos já
existentes, buscando transformar-se pela prática diferenciada e ganhar em eficiên-
cia, essa fase foi a mais difícil, teve a necessidade de retomar a aprendizagem com
vários alunos, alguns tiveram pequenos acidentes, outros se recusaram a realizar as
atividades por medo ou por vergonha. Foram doze aulas de aprendizagem indivi-
dual, utilizando aparelhos alternativos que facilitassem a aprendizagem e ao mesmo
tempo proporcionassem segurança e prazer na realização dos movimentos.
Para a quarta e última fase, as atividades foram de enriquecimento
por meio de ligações onde os movimentos foram combinados com outros, formando
séries no solo. Foram utilizadas ações características como: rolar, saltar, amortecer,
passar pelo apoio invertido e manter o equilíbrio, integrados pelo menos uma vez
nas séries curtas e com situações variadas e com dificuldades crescentes nas séries
longas. Nesta fase foi proposta aos alunos a formação de grupos, para a montagem
de coreografia das séries que posteriormente foram apresentadas para a comunida-
de escolar como parte final das atividades. As apresentações de um modo geral fo-
ram satisfatórias, todas tiveram elementos obrigatórios a serem realizados nas séri-
es.
Resultados e discussão
Analisando os resultados da TABELA 1 apresentada abaixo, con-
clui-se que os dois grupos na 1ª coleta se apresentaram homogêneos na habilidade
básica de rolamento do corpo, já na habilidade de apoio invertido o "grupo do con-
trole" 5ª série “B” apresentou no estado melhor de desenvolvimento motor.
Os movimentos de rolamento do corpo e apoio invertido, não são
executados frequentemente no dia a dia dos alunos observados, os resultados indi-
cam que o desenvolvimento dessas habilidades básicas por falta de quantidade de
prática adequada não atingiu o nível esperado, sendo apenas um aluno dos quaren-
ta e sete alunos a atingir o estágio maduro e apenas no movimento de apoio inverti-
do, não corroborando com Gallahue e Ozmun (2005) que sugerem ser aproximada-
mente dos 5 ou a 6 anos de idade a fase onde a criança pode e deve atingir o está-
gio maduro.
Como indicam os resultados, a primeira coleta, a 5ª “C” no movimen-
to de rolamento do corpo obteve 50% no estágio inicial e 50% no elementar, e 0% no
maduro; no apoio invertido, 71% no estágio inicial e 29% no elementar, 0% no madu-
ro. Já na 5ª “B”, foram 70% no estágio inicial, 30% no elementar e 0% no maduro no
movimento de rolamento e 48% tanto no inicial como no elementar e 4% no maduro;
no movimento de apoio invertido. Nesta primeira coleta a superioridade foi no está-
gio inicial e elementar.
Nas comparações entre a 1ª e 2ª coletas analisando os estágios de
desenvolvimento, os testes encontraram uma redução nos estágios inicial e elemen-
tar e um acréscimo no estágio maduro. Na segunda coleta, os testes revelaram que
a 5ª “C” no movimento de rolamento teve 25% no estágio inicial, uma redução de
50%, com 46% no elementar, redução de 8% e 29% no maduro um acréscimo de
700%; no apoio invertido, 33% no estágio inicial, uma redução de 9%, no elementar
54%, um acréscimo de 86% e no maduro 13% com acréscimo de 300%. Os núme-
ros observados da 5ª “B” foram, 26% no estágio inicial, redução de 63%, 61%, no
elementar, acréscimo de 100% e 13% no maduro, acréscimo de 300%, para o movi-
mento de rolamento, 43% estão no estágio inicial, redução de 9%, 48% no elemen-
tar, mantendo a mesma porcentagem e 9% no estágio maduro, acréscimo de
de100%.
TABELA 1 - AVALIAÇÕESSÉRIE 5ª C
UNIDADE % UNIDADE %PRIMEIRA COLETA ROLAMENTO APOIO
1. Inicial 12 50 1. Inicial 17 712. Elementar 12 50 2. Elementar 7 293. Maduro 0 0 3. Maduro 0 0
24 100 24 100SEGUNDA COLETA ROLAMENTO APOIO
1. Inicial 6 25 1. Inicial 8 332. Elementar 11 46 2. Elementar 13 543. Maduro 7 29 3. Maduro 3 13
24 100 24 100INCREMENTO/RESULTADO
ROLAMENTO APOIO1. Inicial -6 -50 1. Inicial -9 -532. Elementar -1 -8 2. Elementar 6 863. Maduro 7 700 3. Maduro 3 300
0 0
SÉRIE 5ª BUNIDADE % UNIDADE %
PRIMEIRA COLETA ROLAMENTO APOIO1. Inicial 16 70 1. Inicial 11 482. Elementar 7 30 2. Elementar 11 483. Maduro 0 0 3. Maduro 1 4
23 100 23 100SEGUNDA COLETA ROLAMENTO APOIO
1. Inicial 6 26 1. Inicial 10 432. Elementar 14 61 2. Elementar 11 483. Maduro 3 13 3. Maduro 2 9
23 100 23 100INCREMENTO/RESULTADO
ROLAMENTO APOIO1. Inicial -10 -63 1. Inicial -1 -92. Elementar 7 100 2. Elementar 0 03. Maduro 3 300 3. Maduro 1 100
0 0
TABELA 1 - Porcentagem de crianças classificadas em estado de desenvolvimento: inicial, elementar
e maduro na habilidade de rolamento do corpo e apoio invertido (%).
Os testes encontraram diferenças significativas seguindo o refe-
rencial, de Gallahue e Ozmun (2005), revelando maior frequência de observação no
estágio inicial e elementar, na 1ª coleta, já na 2ª coleta depois da intervenção peda-
gógica os resultados indicaram evolução no estado de desenvolvimento motor dos
alunos do "grupo da prática". Essa afirmação fica evidente nos gráficos representa-
dos abaixo com os resultados da TABELA 1.
5ª C Rolamento 1ª e 2ª coletas
0
2
4
6
8
10
12
14
ROLAMENTO 1. Inicial 2. Elementar 3. Maduro ROLAMENTO 1. Inicial 2. Elementar 3. Maduro
Fig.1. 5ª Série C 1ª e 2ª coletas movimento Rolamento.
5ª C Apoio invertido 1ª e 2ª coletas
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
APOIO 1. Inicial 2. Elementar 3. Maduro APOIO 1. Inicial 2. Elementar 3. Maduro
Fig 2. 5ª Série C 1ª e 2ª coletas movimento Apoio invertido
5ª B Rolamento - 1ª e 2ª coletas
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
ROLAMENTO 1. Inicial 2. Elementar 3. Maduro ROLAMENTO 1. Inicial 2. Elementar 3. Maduro
Fig 3. 5ª Série B 1ª e 2ª coletas movimento rolamento.
5ª B Apoio invertido 1ª e 2ª coletas
0
2
4
6
8
10
12
APOIO 1. Inicial 2. Elementar 3. Maduro APOIO 1. Inicial 2. Elementar 3. Maduro
Fig 4. 5ª Série B 1ª e 2ª coletas movimento Apoio invertido.
CONCLUSÃO
No decorrer da vida, o ser humano passa por diversas mudanças, e o
desenvolvimento motor acompanha essas mudanças através de determinadas
fases. Na maioria das vezes cabe aos professores de Educação Física da 5ª série, o
aprimoramento das habilidades fundamentais, visto que os conteúdos que lhe são
propostos necessitam de movimentos fundamentais agregados a outros, tornando-
os mais complexos, chamada de fase dos movimentos especializados. Gallahue e
Ozmun (2005) sugerem ser aproximadamente dos 5 ou a 6 anos de idade a fase
onde a criança pode e deve atingir o estágio maduro. Os resultados do presente
estudo não corroboram com essa definição, podendo concluir que os educandos
desse estudo não se apresentaram no nível esperado, mas confirmou outra predição
segundo os mesmos autores, que muitas crianças e adultos não desenvolvem suas
habilidades motoras fundamentais até o nível maduro, o que irá inibir completamente
o desenvolvimento da fase seguinte, a fase dos movimentos especializados.
A situação experimental de avaliação das habilidades fundamentais,
do rolamento do corpo e apoio invertido na primeira e segunda coleta, aliado ao pro-
cesso de intervenção pedagógica através da ginástica olímpica, concluiu que o pro-
cesso indicou evolução no estado de desenvolvimento motor dos alunos do "grupo
da prática" no desenvolvimento dessas habilidades e que as aulas colaboraram deci-
sivamente.
A análise dos resultados confirma que os dois grupos evoluíram,
porem o "grupo do controle", no movimento de apoio invertido se manteve na
mesma classificação o que sugeriu que as aulas do conteúdo normal não
colaboraram no estado de desenvolvimento motor dessa habilidade. Levando-se em
conta as potencialidades e limitações dos alunos, a aprendizagem através do
programa de ginástica olímpica aprimorou as habilidades básicas, como
conseqüência do trabalho outros aspectos como a socialização, criatividade,
graciosidade e motivação também foram desenvolvidos.
Para concluir, é importante salientar que o resultado desse estudo
indica à necessidade de reestruturação no planejamento do professor nas aulas de
Educação Física com o objetivo de buscar mais conhecimentos científicos aliados as
práticas pedagógicas que atende às expectativas e necessidades dos educando,
oportunizando desenvolver suas potencialidades considerando suas limitações e
suas características. A perspectiva deste estudo é de que o professor deve buscar a
estruturação de ambientes de aprendizagem em que as crianças fortalecem seu
julgamento sobre suas competências motoras e compreenda como aperfeiçoá-las
dentro e fora do contexto da aula, visto que o desenvolvimento motor necessita de
uma prática sistemática, para o seu domínio, ampliação e aperfeiçoamento.
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