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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
1
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL- PDE
CONCEIÇÃO APARECIDA DE SOUZA MAGRO
O CONTO MARAVILHOSO EM SALA DE AULA COMO MOTIVADOR DE LEITURA E
ESCRITURA.
OURIZONA/2010
Esconder
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PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL- PDE
CONCEIÇÃO APARECIDA DE SOUZA MAGRO
O CONTO MARAVILHOSO EM SALA DE AULA COMO MOTIVADOR DE LEITURA E
ESCRITURA.
OURIZONA/2010
Produção Didático-Pedagógica, constituída
na forma de Caderno Pedagógico,
apresentada como um dos requisitos do
PDE – Programa de Desenvolvimento
Educacional 2009/2010, ofertado pela
Secretaria de Estado da Educação do
Paraná, em parceria com a Secretaria de
Tecnologia e Desenvolvimento
Orientador: Profº Dr. Márcio Roberto do
Prado (Universidade Estadual de Maringá –
Maringá/ PR)
Esconder
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SUMÁRIO
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO .................................................................................................. 4
2. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 4
3. OBJETIVOS ................................................................................................................................. 5
4. CONCEPÇÃO DO GÊNERO CONTO MARAVILHOSO SUAS PERSPECTIVAS DE
ENCAMINHAMENTO EM SALA DE AULA .................................................................................. 6
5. ENCAMINHAMENTOS EM SALA DE AULA: ATIVIDADES .............................................. 9
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 17
7. ANEXOS .................................................................................................................................... 18
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PDE – PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA
CADERNO PEDAGÓGICO
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: Conceição Aparecida de Souza Magro
Área: Língua Portuguesa
NRE: Maringá
Professor Orientador IES: Prof.º Dr. Márcio Roberto do Prado
IES vinculada: UEM- Maringá
Escola de Implementação: Professor Benoil Francisco Marques Boska – EFM – Ourizona
Público Alvo de intervenção: 5ª série Ensino Fundamental
Período de realização: Início 13/05/2009 – Término 13/05/2011
Tema: Os gêneros do discurso e o Ensino da Língua Portuguesa
Título: O Conto Maravilhoso em sala de aula como motivador de leitura e escritura
2. INTRODUÇÃO
A realização deste projeto visa desenvolver no educando o prazer de viajar por mundos e
culturas diferentes, através das leituras dos contos maravilhosos. E tal prazer não é fruto de uma
realidade completamente estranha ou nova. Sabemos que a criança, desde o nascimento, já pode
estar em contato com histórias contadas por seus pais ou avós, o que apenas vem corroborar a
relevância de tais narrativas no imaginário da criança, do adolescente e, até mesmo, do adulto.
Das narrativas orais, a criança passa a conhecer, nos bancos escolares, a narrativa escrita:
contos de fadas, contos maravilhosos, histórias de suspense e de aventuras povoam suas fantasias.
Desse modo, percebe-se que a narrativa faz parte da vida do ser humano. Esse é o objetivo maior
para o desenvolvimento deste projeto – trabalhar com textos que emocionem, sensibilizem e que, ao
mesmo tempo, possam sugerir soluções para os problemas que nos perturbem (e, sobretudo, que
perturbem a criança e o pré-adolescente).
A partir de tal enfoque, percebemos que a escolha pelo conto maravilhoso mostra-se ainda
mais proveitosa. Afinal, o maravilhoso sempre foi e continua sendo um dos elementos mais
importantes na literatura destinada às crianças, e o simbolismo que está implícito nas tramas e
Esconder
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personagens das suas histórias vai agir em seu consciente, atuando pouco a pouco com o intuito de
ajudar a resolver os seus conflitos interiores normais nessa fase da vida (BETTLHEIM, 1991, p.36).
Cumpre lembrar que, especificamente, semelhante recorte justifica-se porque o trabalho com a
narrativa tendo como público o pré-adolescente torna-se mais prazeroso, pois essa faixa etária,
quando devidamente estimulada, demonstra afetividade e entusiasmo frente ao tema. Além disso,
essas narrativas, se exploradas em sua máxima potencialidade, podem fazer da escola um ambiente
mais agradável.
Uma outra razão importantíssima é o incentivo à leitura. Sabe-se que os níveis de leitura dos
nossos alunos permanecem ainda insatisfatórios e, por esse motivo, inserir textos que os envolvam é
responsabilidade do professor e dever da escola. Socialmente, ao formar o leitor, está se formando
um cidadão completo, capaz de observar e reivindicar seus direitos e atentar para seus deveres.
Além disso, quanto ao ensino de literatura, esse aluno poderá apropriar-se dos elementos da
narrativa reconhecendo sua estrutura, e aperfeiçoando a leitura, a interpretação e produção de
textos. E, sobretudo resgatar a arte de ler, ouvir e contar histórias, enriquecendo a formação do
educando, proporcionando autorreflexão, autonomia e liberdade de pensamento e produção
linguística.
Assim, esta pesquisa busca desenvolver a capacidade linguística de leitura e escrita dos
alunos nas aulas de literatura, respondendo às seguintes perguntas:
- O conto maravilhoso pode auxiliar no ensino-aprendizagem dos alunos com problemas de
leitura e interpretação?
- Com relação a um eventual vocabulário restrito, este poderia ser enriquecido através das
leituras de narrativas?
- Por fim, a leitura e o estudo de textos narrativos podem auxiliar na escrita de suas próprias
histórias?
3. OBJETIVOS
OBJETIVOS GERAIS
Promover aprendizagem leitora reconhecendo a leitura como fonte de prazer e de
conhecimento de mundo;
Fornecer oportunidades de crescimento, de autonomia e do uso de valores, ampliando a
consciência e exercício da cidadania;
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Formar opinião de acordo com a função, organização e estrutura da narrativa;
Promover experiências para desenvolver o imaginário por meio dos textos literários.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Quanto à leitura da narrativa:
Através do contato com o conto de fadas, incentivar o gosto para a leitura dos textos
literários;
Ampliar a capacidade de análise crítica, através do conhecimento de mundo adquirido nas
leituras através de discussões e debates;
Mostrar aos alunos que a narrativa pode fazer referências a outras narrativas, num universo
intertextual, mostrando a riqueza desse tipo de texto.
Quanto à análise da narrativa:
Montar com os alunos um quadro teórico e lúdico com as características básicas do conto de
fadas;
Confrontar os contos lidos com letras de músicas, poemas, histórias em quadrinhos, filmes,
possibilitando interpretações dos elementos da narrativa presente nestes textos;
Observar nos contos que, os personagens, as ações, o tempo e o espaço e a intriga da
narrativa não são escolhas aleatórias, mas fundamentais para a interpretação do texto.
Quanto à escrita da narrativa:
Produzir contos maravilhosos orais para exposição em sala de aula;
Produzir contos maravilhosos escritos procurando fundamentar a estrutura da narrativa
estudada.
4. CONCEPÇÃO DO GÊNERO CONTO MARAVILHOSO SUAS
PERSPECTIVAS DE ENCAMINHAMENTO EM SALA DE AULA
Narrativa maravilhosa – o conto de fadas e o conto maravilhoso
Segundo Coelho (1987), desde os tempos mais remotos o homem vem sendo seduzido pelas
narrativas, simbólicas ou realistas, que direta ou indiretamente lhes sugerem a vida a ser vivida ou a
própria condição humana com relação aos deuses. Até hoje continua o mistério sobre o fascínio que
esses contos exerciam sobre os homens. Alguns pesquisadores alegam que provavelmente, desde
essa época, o homem deve ter sentido a presença dos poderes divinos (uma força inigualável), ou
seja, superiores à sua própria vontade e que não eram capazes de compreender.
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Entretanto, como a história nos mostra que o homem é um ser insaciável pela busca do
desconhecido, do misterioso, lançaram-se ao encalço da verdade desse conhecimento, para conhecer
poderes e mistérios que ultrapassavam seus limites, que para eles eram simplesmente humanos.
Podemos atribuir à literatura a mais significativa causa dessa ânsia constante do saber e do
domínio sobre a vida, que de uma forma muito marcante caracterizou o homem de todas as épocas,
e que continua viva, latente nas narrativas populares até hoje através das fábulas, apólogos,
parábolas, contos exemplares, mitos, lendas, contos de fadas, contos jocosos, romances, dentre
outros, e que fazem parte dessa heterogênea escritura que continua presente na origem das
modernas literaturas e, sobretudo, preservando um sabor fundamental inigualável.
As narrativas maravilhosas têm suas origens tão distantes que remontam às raízes da
literatura. Sempre marcadas por efeitos sobrenaturais que atingem os seres humanos, em histórias
nas quais o Bem e o Mal se personificam em heróis e vilões.
Sendo narrativas de encantamento, hoje são vivenciadas a partir de dois gêneros: contos
maravilhosos e contos de fadas (COELHO, 1987, p.11). Os contos de fadas são de origem Celta,
com ou sem a presença de fadas, mas sempre com o maravilhoso, seus argumentos envolvem a
magia feérica – reis, rainhas, príncipes, anões, bruxas, gigantes, objetos mágicos, metamorfoses,
tempos e espaços fora da realidade conhecida – quase sempre terminando em casamento.
Já os contos maravilhosos são narrativas cujos personagens não são fadas, e toda a história
se desenrolam num cotidiano mágico, onde há animais falantes, gênios (ou anti- herói), no âmbito
do socioeconômico para conquistar riqueza, o bem estar, enfim o poder material. Seus contos são
originários das narrativas orientais e enfocam a parte material/sensorial/ética do ser humano: suas
necessidades básicas (estômago, sexo e poder). Isso tudo pode ser demonstrado no acervo de contos
maravilhosos reunidos em As mil e uma noites, onde o sensorial é esplendidamente explorado e
onde a paixão erótica efêmera substitui o amor eterno.
As duas denominações são usadas para designar as narrativas que constituem o acervo da
chamada Literatura Clássica (“Chapeuzinho Vermelho”, “Branca de Neve”, “O Pequeno Polegar”,
entre outros).
Apesar de considerarmos o maravilhoso em ambos os tipos de narrativa, nosso trabalho
focará apenas os denominados contos de fadas, por isso os próximos itens tratarão especificamente
o tema do gênero conto e de sua manifestação específica como conto de fadas.
O Gênero Conto
O conto foi, em sua primitiva forma, uma narrativa oral, frequentando as noites de lua em
que os antigos povos se reuniam e, para matar o tempo, narravam ingênuas estórias de bichos,
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lendas populares ou mitos arcaicos. Numa tentativa de verossimilhança, de fidelidade a um aspecto
real, naturalmente, os primeiros registros em língua escrita dos contos populares apresentam
semelhante estrutura.
Em língua portuguesa conto serve para designar a forma popular, folclórica, criação coletiva
da linguagem e daí a não propriedade de um único criador, e, ao mesmo tempo, a forma artística,
atributo exclusivo de um estilo peculiar, individual. Trata-se de um prolongamento ou ramificação
das antigas narrativas da tradição oral, o certo é que se revestiu de tantas e tais roupagens artísticas,
que apresenta, no contemporâneo, feição própria bastante característica.
As primeiras coletâneas de estórias curtas apresentavam as duas espécies, não se
preocupando em distinguir aquilo que pertencia ao domínio coletivo e aquilo que era criação do
autor. O conto popular cristalizava-se na tradição oral dos povos, atuando como veículo de
transmissão de ensinamentos morais, valores éticos ou concepções de mundo; fortalecido na
memória de consecutivas gerações. Portanto, nas sociedades primitivas, eram muitas as funções do
conto: fundamentação religiosa, mistérios divinos, noções do Bem e do Mal, educação e estímulo à
formação de um senso de justiça natural e humano. Sobressai ainda a sua atuação como válvula de
escape, resposta do homem à sua necessidade básica de sonho e fantasia.
Além disso, de acordo com Gotlib (1985), o conto é uma forma narrativa breve, em que o
autor economiza meios narrativos, mediante, por exemplo, contração de impulsos e condensação de
recursos. Todos os elementos que não estiverem relacionados à conquista do efeito único para atrair
a atenção do leitor devem ser suprimidos. Ainda de acordo com a autora, a brevidade, característica
presente em todas as tentativas de definição do conto, não tem a ver propriamente e simplesmente
com o tamanho do texto. A questão estaria ligada, sim, a provocar ou não impacto no leitor. Assim,
para a autora, a base diferencial do conto é a sua contração: a condensação da matéria para que
apenas os melhores momentos sejam apresentados.
O Conto De Fadas
Os fatos de um conto de fadas expressam os obstáculos que devem ser superados, para que o
herói chegue à auto-realização existencial, seja por encontrar o seu eu interior, seja pelo encontro da
princesa, que encarna o ideal a ser alcançado (COELHO, 1987, p.13).
De origem celta, surgiram como poemas, narrando amores estranhos, fatais, eternos.
Elementos mágicos, decorrentes de um mundo de fantasia e sonho, tocam o leitor e seriam a
representação fantástica de fatores que podem ser encontrados na vida real.
Nessas histórias, seres reais, impossibilitados pela matéria, necessitam de “mediadores
mágicos” que os auxiliem – varinhas mágicas, talismãs, feitiços, fadas - pois encontrarão elementos
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que se opõem a eles – gigantes, bruxas, monstros, seres maléficos – tudo isso interfere no caminho
do protagonista tornando este caminho mais difícil para a conquista, porém mais nobre ainda.
Nesse contexto, a mulher, e toda sua simbologia são importantes para a construção desse
gênero, pois elas dispõem das vidas dos heróis de maneira benéfica (fadas) ou maléfica (bruxas).
A estrutura básica dos contos de fadas:
Início - nele aparece o herói (ou heroína) e sua dificuldade ou restrição. Problemas
vinculados à realidade, como estados de carência, penúria, conflitos, etc., que desequilibram a
tranquilidade inicial;
Ruptura - é quando o herói se desliga de sua vida concreta, sai da proteção e mergulha no
completo desconhecido;
Confronto e superação de obstáculos e perigos - busca de soluções no plano da fantasia
com a introdução de elementos imaginários;
Restauração - início do processo de descobrir o novo, possibilidades, potencialidades e
polaridades opostas;
Desfecho - volta à realidade. União dos opostos, germinação, florescimento, colheita e
transcendência. (PROPP, 2001, p.53).
Vale ressaltar, por fim, que a teoria aqui exposta tem como objetivo auxiliar o professor na
aplicação desse projeto, portanto, é de suma importância sua leitura e estudo. Não somente isto, mas
as referências bibliográficas, ao final do trabalho, servirão de base para pesquisas mais profundas
nas fontes aqui utilizadas. Sabemos que, sem esse estudo, não teremos o resultado que desejamos
neste trabalho.
5. ENCAMINHAMENTOS EM SALA DE AULA: ATIVIDADES
Neste capítulo vamos nos ater às atividades que serão realizadas para aplicação do projeto.
Essas atividades têm estreita relação com a teoria discutida no Projeto de Intervenção Pedagógica –
a qual será relembrada neste Caderno Pedagógico quando necessário. Dividiremos as atividades em
etapas sendo que cada etapa será dividida em partes específicas.
Vamos à primeira.
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ETAPA 1 – APRESENTAÇÃO INICIAL DA SITUAÇÃO E SELEÇÃO DO
GÊNERO TEXTUAL
Fonte: http://clube.atrativa.com.br – acesso 11/07/2010.
Para se implementar o projeto em sala de aula é preciso observar o que o aluno sabe sobre o
gênero. Nesta etapa os alunos terão contato com alguns elementos do conto de fadas. Para tanto, o
professor decorará a sala com objetos e figuras que retomem esse conhecimento prévio e criem um
ambiente favorável para a contação da história.
Alguns que podem ser usados:
RECORTES: figuras de bruxas, princesas, sapos, castelos, crianças, fadas e outros
símbolos desse universo maravilhoso.
OBJETOS: varinhas de condão, chapéus de bruxa, maçãs, velas, dentaduras e outros.
CENÁRIO: é interessante que as carteiras estejam dispostas de modo não-usual: em
círculo ou em semicírculo para que o contador da história tenha lugar privilegiado.
Deve haver também música de fundo – como música ambiente – que combine com a
história que ajudará a criar o ambiente desejado.
MATERIAL PARA ATIVIDADE FINAL: lápis de cor, papel sulfite.
CONTO DE FADAS: o professor deve se preparar antes, escolhendo um conto de
fadas para contar para os alunos. O ideal é que ele trabalhe bem a entonação da voz, e
pode, inclusive, utilizar os objetos para auxiliar na contação da história. Sugerimos
uma versão de Chapeuzinho Vermelho. Em um primeiro momento, não é necessário
se referir à origem do conto ou dos eventuais autores por enquanto, apenas absorver o
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sabor da história.
APRESENTAÇÃO TEÓRICA DO GÊNERO: em breves palavras, o professor trará o
conceito do conto, explicando-o e dando as principais (gerais ainda) características
desse gênero. A teoria pode ser bem explicada através deste conto de Moacyr Scliar:
O CONTO SE APRESENTA
Moacyr Scliar
Olá! Não, não adianta olhar ao redor: você não vai me enxergar. Não sou uma pessoa como você. Sou, vamos dizer, uma voz. Uma
voz que fala com você ao vivo, como estou fazendo agora. Ou então que lhe fala dos livros que você lê.
Não fique tão surpreso assim: você me conhece. Na verdade, somos até velhos amigos. Você me ouviu falando de Chapeuzinho
Vermelho e do Príncipe Encantado, de reis, de bruxas, do Saci-Pererê. Falo de muitas coisas, conto muitas histórias, mas nunca
falei de mim próprio. É o que eu vou fazer agora, em homenagem a você. E começo me apresentando: eu sou o Conto. Sabe o
conto de fadas, o conto de mistério? Sou eu. O Conto.
Vejo que você ficou curioso. Quer saber coisas sobre mim. Por exemplo, qual a minha idade.
Devo dizer que sou muito antigo. Porque contar histórias é uma coisa que as pessoas fazem há muito, muito tempo. É uma coisa
natural, que brota de dentro da gente. Faça o seguinte: feche os olhos e imagine uma cena, uma cena que se passou ha muitos
milhares de anos. É de noite e uma tribo dos nossos antepassados, aqueles que viviam nas cavernas, está sentada em redor da
fogueira. Eles têm medo do escuro, porque no escuro estão as feras que os ameaçam, aqueles enormes tigres, e outras mais.
Então alguém olha para a lua e pergunta: por que e que às vezes a lua desaparece? Todos se voltam para um homem velho, que é
uma espécie de guru para eles. Esperam que o homem dê a resposta. Mas ele não sabe o que responder. E então eu apareço. Eu,
o Conto. Surjo lá da escuridão e, sem que ninguém note, falo baixinho ao ouvido do velho:
- Conte uma história para eles.
E ele conta. É uma historia sobre um grande tigre que anda pelo céu e que de vez em quando come a lua. E a lua some. Mas a lua
não é uma coisa muito boa para comer, de modo que lá pelas tantas o grande tigre bota a lua para fora de novo. E ela aparece no
céu, brilhante.
Todos escutam o conto. Todo mundo: homens, mulheres, crianças.Todos estão encantados. E felizes: antes havia um mistério: por
que a lua some? Agora, aquele mistério não existe mais. Existe uma história que fala de coisas que eles conhecem: tigre, lua,
comer - mas fala como essas coisas poderiam ser, não como elas são. Existe um conto. As pessoas vão lembrar esse conto par
toda a vida. E quando as crianças da tribo crescerem e tiverem seus próprios filhos, vão contar a história para explicar a eles par
que a lua some de vez em quando. Aquele conto.
No começo, portanto, é assim que eu existo: quando as pessoas narram histórias - sobre deuses, sobre monstros, sobre criaturas
fantásticas. Histórias que atravessam os tempos, que duram séculos. Como eu.
Aí surge a escrita. Uma grande invenção, a escrita, você concorda? Com a escrita, eu não existo mais somente como voz. Agora
estou ali, naqueles sinais chamados letras, que permitem que pessoas se comuniquem, mesmo a distância. E aquelas histórias
sobre deuses, sobre monstros, sobre criaturas fantásticas vão aparecer em forma de palavra escrita.
E é neste momento que eu tenho uma grande ideia. Uma inspiração, vamos dizer assim. Você sabe o que é inspiração? Inspiração
é aquela descoberta que a gente faz de repente, de repente tem uma ideia e muito boa. A inspiração não vem de fora, não; não é
uma coisa misteriosa que entra na nossa cabeça. A boa ideia já estava dentro de nós; só que a gente não sabia. A gente tem
muitas boas ideias, pode crer.
E então, com aquela boa ideia, chego perto de um homem ainda jovem. Ele não me vê. Como você não me vê. Eu me apresento,
como me apresentei a você, digo-lhe que estou ali com uma missão especial- com um pedido: - Escreva uma história.
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Num primeiro momento, ele fica surpreso, assim como você ficou. Na verdade, ele já havia pensado nisso, em escrever uma
história. Mas tinha dúvidas: ele, escrever uma história? Como aquelas histórias que todas as pessoas contavam e que vinham de
um passado? Ele, escrever uma história? E assinar seu próprio nome? Será que pode fazer isso? Dou força:
-Vá em frente, cara. Escreva uma história. Você vai gostar de escrever. E as pessoas Vão gostar de ler.
Então ele senta, e escreve uma história. É uma historia sobre uma criança, uma história muito bonita. Ele Iê o que escreveu. Nota
que algumas coisas não ficaram muito bem. Então escreve de novo. E de novo. E mais uma vez. E aí, sim, ele gosta do que
escreveu. Mostra para outras pessoas, para os amigos, para a namorada. Todos gostam, todos se emocionam com a história.
E eu vou em frente. Procuro uma moça muito delicada, muito sensível. Mesma coisa:
- Escreva uma história. Ela escreve. E assim vão. Surgindo escritores. Os contos deles aparecem em jornais, em revistas, em
livros.
Já não são histórias sobre deuses, sobre criaturas fantásticas. Não, são historias sobre gente comum - porque as histórias sobre as
pessoas comuns muitas vezes são mais interessantes do que histórias sobre deuses e criaturas fantásticas: até porque deuses e
criaturas fantásticas podem ser inventados por qualquer pessoa. O mundo da nossa imaginação é muito grande. Mas a nossa vida,
a vida cada dia, está cheia de emoções. E onde há emoção, pode haver conto. Onde há gente que sabe usar as palavras para
emocionar pessoas, para transmitir ideias, existem escritores.
(Era uma vez um conto. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2002, pp. 5-9. Coleção Literatura em minha casa)
Então, para fixar essa teoria inicial e saber mais sobre o conhecimento dos alunos sobre o assunto, o
professor fará oralmente as seguintes questões:
1. Você já conhecia o conto que narramos? Neste conto, autor menciona que Chapeuzinho
Vermelho é um conto de fadas. Você já ouviu falar desse conto de fadas?
2. Cite mais um conto de fadas que você já tenha lido ou ouvido falar.
3. O que uma história de conto de fada tem que outras histórias não têm?
4. Agora, em dupla, aponte o que encontramos apenas em contos de fadas – de acordo com o
que Moacir Scliar explicou em seu texto. Uma sugestão é dividir o texto em partes – recortá-
las (depois de numerá-las) e pedir para que encontrem as características que estão em cada
parte. A cada identificação dos grupos em sequência, o professor vai copiando na lousa e
fazendo um quadro que todos podem ter em seu caderno para fixar a teoria.
PARA FINALIZAR - o professor explica que farão um projeto que será voltado para o estudo
dos contos de fadas. Para explorar o lúdico nesta primeira parte, entregará um sulfite em branco
para que as crianças façam um CARTÃO com um desenho sobre a história que ouviram. O cartão
será trocado entre os alunos da sala em forma de sorteio e/ou amigo-secreto.
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ETAPA 2 – PALAVRAS MÁGICAS
“Palavras, coisas etéreas e fracas, meros sons. No entanto, é delas
que o nosso corpo é feito. O corpo e a carne é o sangue
metamorfoseado pelas palavras que aí moram.” (Rubem Alves)
Começamos esta etapa valorizando o poder das palavras com a citação de Rubem Alves.
Neste projeto, sem dúvida, elas são mágicas! Através do Conto Maravilhoso a criança sai de seu
universo e voa por mundos fantásticos, lúdicos e nunca vistos antes. Assim, vamos começar a
pensar a ficção, portanto, agora é hora de colocá-los à frente de contos – narrativas que lhes
permitam viajar no universo ficcional, para depois introduzirmos o Conto Maravilhoso
propriamente dito:
OBJETIVO: ter contato com contos variados e compartilhar as histórias criando um ambiente
favorável à formação do leitor.
MATERIAL PARA ATIVIDADE: 1)livros de contos variados; 2) Cd com música
orquestrada.
CENÁRIO: pode se utilizar a sala de aula que já esteja decorada – ou ainda preferir levar os
alunos à biblioteca para que eles mesmos procurem os livros de contos.
ATIVIDADE: em duplas, os alunos escolherão um conto e lerão juntos – nesse tempo, pode-
se escolher uma música calma para aquietar o ambiente – uma música orquestrada, por
exemplo. Logo após a leitura, dispor os alunos num círculo para que as duplas contem o que
leram. Eles podem se dividir para que cada um conte um pouco do conto que leram. Se
quiserem, podem destacar alguma parte e ler. O importante é que eles compartilhem as
histórias.
ATENÇÃO: essa atividade deve ser preparada anteriormente, pois o professor deverá se
informar com a bibliotecária sobre o acervo da escola e a disponibilidade e quantidade do
material.
ABORDAGEM TEÓRICA: depois da roda de leitura, o professor fará intervenção mostrando
quais são as características do conto. Poderá, inclusive, relembrar a aula anterior e comparar
mostrando as diferenças entre os contos lidos nesta etapa e da anterior. Ficará claro para o
aluno que a estrutura do conto é a mesma, o que muda é o trabalho com os elementos da
narrativa.
Site útil para o trabalho: http://www.releituras.com/ - reúne um ótimo número de autores
renomados e seus contos em versão integral.
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ETAPA 3 - HORA DE OLHAR MAIS A FUNDO
Analisando o gênero narrativo Conto: elementos da narrativa e interpretação do literário
Agora, vamos mais a fundo... Vamos entrar no universo do conto de fadas com
“Chapeuzinho Vermelho”. Para tanto, faremos uso da versão do conto dos irmãos Grimm. A
história será entregue para os alunos e em seguida será feita a leitura em voz alta e depois a
atividade se abrirá para toda a turma – numa discussão sobre a história, a interpretação das ações e
outras questões de linguagem e conteúdo que poderão ser levantadas.
OBJETIVO: ler uma das versões do conto “Chapeuzinho Vermelho” (escrita pelos
irmãos Grimm). Você vai encontrar essa versão no seguinte volume: Referência:
GRIMM, Jacob & Wilhelem. Contos de Fadas. Trad. David Jardim Junior. BH: Ed.
Itatiaia, 2000.
MATERIAL PARA ATIVIDADE: O próprio conto para cada dupla ler e folhas com
questões.
CENÁRIO: a sala de aula pode ser usada e as cadeiras devem ser distribuídas para que
as duplas fiquem próximas.
ATIVIDADE: 1º) Leitura do conto em duplas; 2) Será entregue a folha com questões-
atividades para cada dupla a fim de que eles interpretem o texto lido. Anexo 1.
ATENÇÃO: no anexo, inserimos recados (instruções) para o professor – quando for
imprimir para os alunos, é preciso excluir essas partes.
ABORDAGEM TEÓRICA: a base teórica desta atividade firma-se em Estratégias de
Leitura - volume referenciado ao final do projeto. Além disso, estrutura do conto
discutida também no projeto, embasada em Todorov.
ETAPA 4 - HORA DE OLHAR DE OUTRO JEITO
“Outras noites e outras estrelas vieram. O tempo passou e cada
manhã ensinou para ele que era bom ver as coisas, todas as vezes,
como se fosse a primeira vez”. (Ziraldo)
A partir de um vídeo disparador de interesse, nesta etapa teremos a possibilidade de observar
outras versões de um mesmo texto. Deste modo, veremos que, sempre é possível pensar diferente
daquilo que já pensaram, criar a partir da criação (ou será re-criação? ). Nesta polêmica lúdica,
vamos atentar junto aos alunos que “todo texto é um intertexto” como já disse (BARTHES, 1974,
p.88) e então dialogar com outras versões do conto “Chapeuzinho Vermelho”.
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ABORDAGEM TEÓRICA: a base teórica desta atividade firma-se nos estudos sobre
intertexto, principalmente na teoria disponível no livro Paródia, paráfrase e Cia (1985)
de Affonso Romano de Santana.
OBJETIVO: compreender que os textos dialogam entre si e repensar histórias já
contadas.
MATERIAL PARA ATIVIDADE:
1º.) Vídeo da internet com brincadeira de paródia com conto de fadas disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=kj8egQo9qw4;
2º.) DVD do filme Chapeuzinho no século XXI ou Deu a Louca na Chapeuzinho;
3º.) Os alunos deverão ser avisados com antecedência para esta atividade assim trarão
lanches para a sala a fim de criar um ambiente de cinema.
CENÁRIO: a sala de aula como cinema. Cadeiras dispostas sem carteiras.
ATIVIDADES:
1º.) Assistir ao vídeo Os Barbixas - Improvável - Conto de Fadas Improvável (com Rafinha
Bastos e Marcio Ballas) para disparar o interesse sobre versões, paráfrases e paródias.
Nesse momento, o professor pode evidenciar as semelhanças do vídeo com outros
contos – mostrar que os artistas usaram vários elementos dos contos de fadas para
compor sua a paródia. Também mostrar o que é paródia – de modo geral apresentar a
teoria.
2º.) Assistir ao filme;
3º.) Discutir qual a diferença entre a primeira versão lida (irmãos Grimm) e o filme. Fazer
relação – pode ser feita no caderno ou no quadro.
4º.) Atentar para a propaganda de “O Boticário” (ver Anexo 2) e discutir se trata-se de uma
paródia ou uma paráfrase em relação à história de Chapeuzinho Vermelho.
ETAPA 5 - QUEM CONTA UM CONTO... SEMPRE AUMENTA UM PONTO
“É preciso fazer compreender a criança que a leitura é o mais
movimentado, o mais variado, o mais engraçado dos mundos.”
(Alceu Amoroso Lima)
Nesta etapa, os alunos serão convidados a ler outras versões do conto “Chapeuzinho
Vermelho” e depois cada grupo apresentará a sua versão dramatizada, ou seja, em forma de teatro.
Para tanto, observaremos:
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OBJETIVO: compreender que os textos dialogam entre si e repensar histórias já
contadas tendo a experiência de unir a arte literária com a arte da representação
dramática.
MATERIAL PARA ATIVIDADE: Versões do conto “Chapeuzinho Vermelho”. Se
possível registrar a atividade.
CENÁRIO: a sala de aula como um teatro. De preferência, montar um palco.
ATIVIDADES: cada grupo lerá e apresentará uma montagem baseado na versão lida.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARTHES, Roland. O prazer do texto. Tradução de J. Guinsburg. 5. Ed. São Paulo: Perspectiva,
1999.
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.
CANDIDO, Antonio. A literatura e a formação do homem. São Paulo: Ciência e Cultura, 1972.
CARDOSO, Maísa. Percurso dos gêneros do narrar no ensino de Língua Materna: um diagnóstico
com foco nos alunos .Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Estadual de Maringá, 2009.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000.
________. O conto de fadas. São Paulo: Editora Ática, 1987.
GOTLIB, Nádia. Teoria do Conto. São Paulo: Ática, 1985.
LIMA, Luiz da Costa. Teoria da Literatura em suas fontes. 3. ed.,v.1. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2002.
KLEIMAN, Angela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas . Pontes, 1989.
KOCH, Ingedore. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 1997.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica –
Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, 2008.
PROPP, Vladimir. Morfologia do Conto Maravilhoso. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001.
SANT’ANNA, Affonso Romano. Paródia, paráfrase e cia. São Paulo: Ática, 1985. 96 p. (Série
Princípios).
SOARES, Angélica. Gêneros Literários. 7. Ed. São Paulo: Ática, 2007.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Trad. Claudia Schilling. 6. ed. Porto Alegre: Artes Médicas,
1998.
TODOROV, Tzvetan. Os gêneros do Discurso. Lisboa: Edições, 1978.
__________. Teoria da Literatura – Introdução à Literatura Fantástica. São Paulo: Editora
Perspectiva, 1982.
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7. ANEXOS
Anexo 1
ETAPA 3: HORA DE OLHAR MAIS A FUNDO
Analisando o gênero narrativo Conto: elementos da narrativa e interpretação do literário
FOLHA DE ATIVIDADES
1) Exercícios de vocabulário.
Os textos trazem as palavrinhas para representar as idéias, ou seja, trazem um vocabulário
específico. Ler é também entender o significado das palavras dentro do texto. Vamos pesquisar ?
No dicionário você poderá encontrar vários significados para as palavras diferentes que apareceram
no texto – copie os existentes e depois sublinhe aquele que combina com o texto:
Recado para o professor:
Neste momento é interessante ensinar como usar o dicionário de português dando a
eles possibilidade de outras pesquisas.
Antes de fazer o exercício é preciso pedir para que eles numerem os parágrafos – ou
então na própria cópia entregue o professor já deve ter feito isso.
Palavra Onde está no texto? Significados:
Limiar Parágrafo 4
Meia légua Parágrafo 4
Astúcia Parágrafo 13
Aldrava Parágrafo 20
Palavras que você não
entendeu:
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2) Pensando na história que você leu: no parágrafo 10, o lobo faz uma pergunta à Chapeuzinho
3) – você acha que Chapeuzinho respondeu bem, deveria ter dado o endereço da avó? Mas por
que ela fez isso?
4) Observe a notícia abaixo:
Enganadas através do Orkut, crianças fogem de casa em SC Postado por Das Übergeek - [email protected] em 24/04/2009 16:20
Blog: ÜberGeek
As duas crianças, de 12 e 13 anos roubaram dinheiro dos pais e percorreram mais de 300Km até Curitiba; suspeita-se
de aliciamento e pedofilia
Por Gislaine Ceregatti
A matéria é do jornal O Globo: uma garota de 12 anos e seu amigo, um ano mais velho, teriam sido
convencidos por outra suposta criança, através do Orkut, a roubar dinheiro que tinham em casa e viajar
desde Florianópolis, onde moram, até a capital paranaense.
Segundo a matéria do jornal, a menina mantinha contato, através da rede de relacionamentos e
pelo MSN, com uma outra amiga do estado do Paraná. Esta afirmava que estava para receber em sua
casa uma banda americana de rock e que reservaria um quarto para a garota caso ela viesse à sua casa.
Seduzida, a menina roubou cerca de R$5mil do pai para seguir a viagem de 300Km. Já outra fonte, como
o Paraná Online, traz outra versão da história, na qual o pai da paranaense afirma que foi a garota de
Florianópolis quem decidiu fugir de casa, pois havia brigado com os pais.
De qualquer forma, ambas as reportagens concordam no que se diz à trajetória da menina, que junto
com o amigo de 13 anos pegou um táxi no Terminal Rodoviário Rita Maria, na cidade onde moram, e
seguiram para Curitiba. O motorista cobrou R$600 pela viagem, além de ter pego dinheiro para trocar os
pneus e encher o tanque do carro.
As crianças foram reencontradas, contudo, graças à ação do pai do menino. Segundo o O Globo, o senhor
de 52 anos de idade não obteve atenção da polícia, o que o levou a agir por conta própria. Ele contou
com a ajuda de vizinhos e de outra menina, amiga da primeira desaparecida, que conversou com a
garota de Curitiba e a convenceu a fornecer seu endereço, afirmando que tinha R$20mil e que também
queria ir ao show.
Com a localização das crianças em mãos, o pai do garoto se dirigiu ao local e acionou a polícia, que no
momento já tinha sido contactada pela de Florianópolis. As crianças contudo, nem chegaram à casa da
suposta amiga, que deveria ter ido buscá-los na rodoviária. Como a carona não apareceu, eles decidiram
voltar à pé para a cidade natal e foram interceptados em São José dos Pinhais, a 40km da capital
paranaense.
Fonte: http://www.geek.com.br/posts/9838-enganadas-atraves-do-orkut-criancas-fogem-de-casa-em-sc. Acesso
28/7/2010.
Agora que você leu, responda: faça uma relação da notícia com o conto lido. Explique a
comparação e a semelhança existente.
5) No parágrafo 13 do conto – observamos que aparece o conflito (o problema) na história.
Explique qual é.
6) Volte no parágrafo 15 do conto e observe o que o lobo faz para conseguir o que quer. Você
observa que tanto no conto quanto na notícia nem sempre as pessoas contam a verdade –
suas verdadeiras intenções - para nós e acabam usando palavras bonitas, elogios nos
seduzindo e nos enganando. Você já passou por algo parecido? Conte abaixo algum caso
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que sirva de exemplo dessa idéia. Use até 10 linhas.
7) No parágrafo 17 do conto, o fato de Chapeuzinho ter dado ouvido aos elogios do lobo fez
com que ela saísse do caminho e desobedecesse a instrução da mãe. Volte ao texto e procure
a ordem dada pela mãe a Chapeuzinho antes de ela sair de casa. Sublinhe essa parte.
8) No parágrafo 24 do conto, a garotinha tem impressões de que algo estaria para acontecer.
Você já se sentiu assim? Acredita em impressões? Já teve alguma? Lembra de alguma
história relacionada a isso?
9) Neste conto de fadas tem uma parte que traz uma mensagem – algo que Chapeuzinho tinha
aprendido baseada na experiência que tinha vivido. Qual é? Onde está no texto?
10) Ao final da leitura, pesquise um pouco sobre “Irmãos Grimm”.
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Anexo 2
ETAPA 4: HORA DE OLHAR DE OUTRO JEITO
“Outras noites e outras estrelas vieram. O tempo passou e cada
manhã ensinou Para ele que era bom ver as coisas, todas as vezes,
como se fosse a primeira vez”. (Ziraldo)
Paráfrase e Paródia
A história sempre se repete.
Todo Chapeuzinho vermelho
que se preze, um belo dia,
coloca o lobo mau na coleira.
Fonte: O Boticário. Campanha “Conto de Fadas”, 2005.