3
Da oralidade à escrita Dificuldade de compreender a “oralidade primária”, devido à internalização da tecnologia da escrita. (ONG, 1986) “Não temos consciência da natureza do fenômeno do letramento, temos dificuldade de captar as características do estado ou condição de ser ‘letrado’, porque vivemos imersos nele.” A confrontação do mundo da oralidade primária com o mundo letrado permite a compreensão do que é letramento na cultura do papel. Milman Parry e Albert Lord (1960) - Analisam as características da oralidade em textos escritros (Homero / poemas épicos da antiga Iugoslávia); Havelock (1963, 1982, 1986) desenvolve estudos sobre a introdução da escrita da Grécia antiga. Goody (1977, 1987) - Fundamenta-se em estudos antropológicos e históricos para analisar as diferenças de “mentalidade” entre povos de culturas ágrafas e povos de culturas letradas. Oralida de Primári a Letramento (cultura do palpel)

Da Oralidade à Escrita

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Texto sobre o percurso da língua da oralidade para a escrita

Citation preview

Page 1: Da Oralidade à Escrita

Da oralidade à escrita

Dificuldade de compreender a “oralidade primária”, devido à internalização da tecnologia da escrita. (ONG, 1986)

“Não temos consciência da natureza do fenômeno do letramento, temos dificuldade de captar as características do estado ou condição de ser ‘letrado’, porque vivemos imersos nele.”

A confrontação do mundo da oralidade primária com o mundo letrado permite a compreensão do que é letramento na cultura do papel.

Milman Parry e Albert Lord (1960) - Analisam as características da oralidade em textos escritros (Homero / poemas épicos da antiga Iugoslávia); Havelock (1963, 1982, 1986) desenvolve estudos sobre a introdução da escrita da Grécia antiga.

Goody (1977, 1987) - Fundamenta-se em estudos antropológicos e históricos para analisar as diferenças de “mentalidade” entre povos de culturas ágrafas e povos de culturas letradas.

“... a introdução e prática da escrita trouxeram significativas mudanças na recepção do texto, nos gêneros e funções do texto, nos processos cognitivos e discursivos, enfim, no estado ou condição dos destinatários dos textos.”

Essa contraposição entre culturas letradas e culturas de oralidade primária permitiu uma compreensão mais ampla das duas.

Oralidade Primária

Letramento (cultura do palpel)

Page 2: Da Oralidade à Escrita

Pode-se buscar uma compreensão mais ampla da natureza do letramento na cultura do papel pela análise do processo em andamento, na cibercultura, de desenvolvimento de novas práticas digitais de leitura e de escrita, em confronto e contraposição com as já tradicionais práticas sociais quirográficas e tipográficas de leitura e de escrita.

“... recuperar o significado de um letramento já ocorrido e já internalizado, flagrando um novo letramento que está ocorrendo e apenas começa a ser internalizado.”

Lévy (1993, 1999) Chartier (1994, 1998, 2001) - Desenvolvem a reflexão sobre os efeitos da introdução e prática da tecnologia de escrita digital sobre culturas de letramento tipográfico.

“... as tecnologias intelectuais não determinam, mas condicionam processos cognitivos e discursivos.” (LÉVY, 1993)

Referências e bibliografia sugeridas

MARCUSCHI, Luis Antonio. Oralidade e escrita. In: Signotica, 9:119-145, jan./dez. 1997

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

Oralidade Primária

Letramento digital

Letramento (cultura do palpel)