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DESTAQUES TOQUE DE SAÍDA Director Alfredo Lopes Chefe de Redacção Soledade Santos Externato Cooperativo da Benedita Rua do Externato Cooperativo Apartado 197 2476-901 Benedita [email protected] externatobenedita.net Ano 2 - Número 5 - 1,00 € Maio de 2007 Nas férias de Carnaval, alguns alunos do Exter- nato Cooperativo da Benedita, a maioria de Artes, do 11º e 12º anos, visitaram a cidade de Roma, acompanhados pelas professoras Ana Paula Ba- rosa e Patrícia Cartaxo. Estiveram cinco dias na chamada Cidade Eterna, a desfrutar das maravi- lhas artísticas e monumentais da cidade. Num clima de franca amizade, estes alunos por- taram-se de forma digna, bem disposta e educada, mostrando durante toda a viagem o sentido cívico que lhe é incutido não só pelos pais, mas também pela Escola que frequentam. Tive pena de que alguns alunos não pudessem ter ido, pois sinto que se iriam enriquecer cultural- mente, e sem dúvida crescer enquanto seres hu- manos. Isto, porque viajar é sentir, é olhar, é ver claramente visto, é interagir, partilhar vivências e emoções! É conhecer e compreender o Outro, é reflectir sobre nós! É respeitar culturas e trocar pontos de vista! De facto, foi o que aconteceu. Trocaram-se pontos de vista, visitaram-se monumentos, con- tactou-se com outro povo, e ficámos extasiados perante muitas obras de Arte. Sentimos a magia da Fonte de Trevi, ao cair da tarde; imaginámos, no Coliseu, os combates dos gladiadores; vimos a riqueza dos Museus do Vaticano e o altar e o tecto da Capela Sisti- na; reparámos nas abóbadas pintadas das igrejas; desfrutámos da paisagem do cimo do Castelo de Sant´Ângelo; deliciámo-nos com a beleza sere- na da Pietà, ou com a dramática teatralidade de Santa Teresa de Ávila; passeámos pela Praça de Espanha, e aqui sentámo-nos nas escadas a ob- servar o quão cosmopolita é esta cidade de Roma; fomos ao Panteão e sentimos a monumentalidade de um templo romano, e bebemos um cappuccino no Caffè Greco, espaço de intelectuais e artistas desde o século XVIII. Não posso deixar de manifestar o orgulho que sinto por estes alunos e o prazer que tive em par- tilhar com eles a magia desta cidade, e poder dizer que a partir de agora passarão também eles a fa- zer parte da História de Roma... Professora Ana Paula Barosa Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE ETERNA O Coliseu de roma RECORDANDO TAIZÉ Página 3 PARTILHANDO EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS Página 5 INJAZZ CHEGOU À BENEDITA Página 8 CRÓNICAS CONTRA O ESQUECIMENTO Página 10 SOLDADOS BENEDITENSES NA 1ª GRANDE GUERRA Página 10 ENTREVISTA A ACÁCIO CATARINO Página 11 BIOTECNOLOGIA INOCENTE? Página 15 PESQUISAR NA INTERNET Página 16 MATEMÁTICA NA PERSPECTIVA DOS ALUNOS Página 17

Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

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Page 1: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

DESTAQUES

TOQUE DE SAÍDA

DirectorAlfredo Lopes

Chefe de RedacçãoSoledade Santos

Externato Cooperativo da BeneditaRua do Externato CooperativoApartado 197 2476-901 [email protected]

externatobenedita.net

Ano 2 - Número 5 - 1,00 €

Maio de 2007

Nas férias de Carnaval, alguns alunos do Exter-

nato Cooperativo da Benedita, a maioria de Artes,

do 11º e 12º anos, visitaram a cidade de Roma,

acompanhados pelas professoras Ana Paula Ba-

rosa e Patrícia Cartaxo. Estiveram cinco dias na

chamada Cidade Eterna, a desfrutar das maravi-

lhas artísticas e monumentais da cidade.

Num clima de franca amizade, estes alunos por-

taram-se de forma digna, bem disposta e educada,

mostrando durante toda a viagem o sentido cívico

que lhe é incutido não só pelos pais, mas também

pela Escola que frequentam.

Tive pena de que alguns alunos não pudessem

ter ido, pois sinto que se iriam enriquecer cultural-

mente, e sem dúvida crescer enquanto seres hu-

manos. Isto, porque viajar é sentir, é olhar, é ver

claramente visto, é interagir, partilhar vivências e

emoções! É conhecer e compreender o Outro, é

reflectir sobre nós! É respeitar culturas e trocar

pontos de vista!

De facto, foi o que aconteceu. Trocaram-se

pontos de vista, visitaram-se monumentos, con-

tactou-se com outro povo, e ficámos extasiados

perante muitas obras de Arte.

Sentimos a magia da Fonte de Trevi, ao cair

da tarde; imaginámos, no Coliseu, os combates

dos gladiadores; vimos a riqueza dos Museus

do Vaticano e o altar e o tecto da Capela Sisti-

na; reparámos nas abóbadas pintadas das igrejas;

desfrutámos da paisagem do cimo do Castelo de

Sant´Ângelo; deliciámo-nos com a beleza sere-

na da Pietà, ou com a dramática teatralidade de

Santa Teresa de Ávila; passeámos pela Praça de

Espanha, e aqui sentámo-nos nas escadas a ob-

servar o quão cosmopolita é esta cidade de Roma;

fomos ao Panteão e sentimos a monumentalidade

de um templo romano, e bebemos um cappuccino

no Caffè Greco, espaço de intelectuais e artistas

desde o século XVIII.

Não posso deixar de manifestar o orgulho que

sinto por estes alunos e o prazer que tive em par-

tilhar com eles a magia desta cidade, e poder dizer

que a partir de agora passarão também eles a fa-

zer parte da História de Roma...

Professora Ana Paula Barosa

Da Roma Antiga à Roma BarrocaVISITA DE ESTUDO À CIDADE ETERNA

O Coliseu de roma

RECORDANDO TAIZÉPágina 3

PARTILHANDO EXPERIÊNCIAS E DESAFIOSPágina 5

INJAZZ CHEGOU À BENEDITAPágina 8

CRÓNICAS CONTRA O ESQUECIMENTOPágina 10

SOLDADOS BENEDITENSES NA 1ª GRANDE GUERRAPágina 10

ENTREVISTA A ACÁCIO CATARINOPágina 11

BIOTECNOLOGIA INOCENTE? Página 15

PESQUISAR NA INTERNETPágina 16

MATEMÁTICA NA PERSPECTIVA DOS ALUNOSPágina 17

Page 2: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

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ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA

Director do Jornal: Alfredo LopesRedacção: Deolinda CastelhanoLuísa CoutoSoledade Santos (Chefe de redacção)Teresa AgostinhoMarketing e vendas:Maria José JorgeComposição gráfica:Nuno RosaPaulo Valentim Samuel BrancoEquipa de Reportagem:Acácio CastelhanoAna DuarteClara PeraltaFátima FelicianoGraça SilvaJosé CavadasLaura BoavidaMaria de Lurdes GoulãoMaria José GuerraMiguel FonsecaSérgio Teixeira

Impressão: Relgráfica, Lda

Tiragem: 500 exemplares

Preço avulso: 1,00 €

EDITORIAL ÍNDICEEscola viva

Biologia e Geologia 2

Recordando ... Taizé 3

Dia do Francês 4

Visita de Estudo ao Pavilhão do Conhecimento 4

Dia do Português 4

Partilhando experiências e desafios 5

Dia da Física e da Química 5

Talentos Escondidos 6

Crítica de espectáculo 9

V Feira do Livro 13

FESTTEATRO 13

Dia da Informática 13

Novo espectáculo dos Gambuzinos 14

A Matemática na perspectiva dos alunos 17

Cientista Polar na Escola 18

Dia Eco-Escola 18

Olhar Circundante

Fórum da Juventude 4

Entrevista a Acácio Catarino 11

O estatuto do aluno 12

O parque de merendas do Gaio 12

Discriminações sociais 12

Moodle - Experiência em duas escolas 13

O Amor de Pedro e Inês Contado aos Pequenotes 20

Aventuras na terra dos pequenotes 20

Arte e Cultura

Os Gambuzinos na Póvoa de Varzim 3

Sugestões de leitura 6

Retórica, filosofia e verdade 7

Douro - Património da Humanidade 7

INJAZZ chegou à Benedita 8

Internet, Informação e Educação 8

Geografias Vivas de Gonçalo Byrne 20

Ciência, Tecnologia e Ambiente

Linux e suas diferenças 13

Quem foi Blaise Pascal? 14

Biotecnologia inocente? 15

Energia nuclear 15

Compostagem - processo e importância 15

As novas impressões digitais 16

Pesquisar na Internet 16

CRRRUUÁÁÁÁ 16

O Lugar da Memória

Crónicas contra o esquecimento 10

Soldados beneditenses na 1ª Grande Guerra 10

Recriar o Mundo

Finisterra ou Tratado Lusitano 9

Poema de Amor 9

Parede 9

Imploro-te

Mente Sã em Corpo São

Xadrez - Encontro Nacional no ECB 17

Xadrez - Campeonato Nacional de Jovens 17

A sociedade dos EEE 18

Notícias de Educação Física 19

Passatempos e Curiosidades

Enigmas 19

ACONTECENDOEm Abril realizaram-se reuniões com todas

as turmas do 9º Ano, para informar os alunos acerca de exames, de prosseguimento de es-tudos e de saídas profissionais. Teve também lugar a apresentação do primeiro relatório da implementação do Projecto CAF que visa a obtenção da Certificação de Qualidade pelo Externato Cooperativo da Benedita e que envolve toda a escola: docentes, discentes, pessoal não docente e encarregados de edu-cação. Destacamos com especial agrado a adesão dos alunos e encarregados de edu-cação.

Decorrem em Maio: o Fórum da Juventude em Alcobaça, no qual, à semelhança de anos anteriores, o ECB participa; a comemoração do Dia da Europa, incluindo um peddy paper para o 9º ano, uma exposição de trabalhos dos alunos e a representação de uma peça de teatro; a Semana das Artes; e o espectáculo teatral, para todas as turmas do 8º ano, “Falar Verdade a Mentir”.

Ainda durante os meses de Maio e Junho têm lugar uma Mostra Empresarial, a Marcha pelo Ambiente e o Baile de Gala, promovido pela Associação de Estudantes.

Tudo à nossa volta se transforma a um ritmo novo, velocíssimo e, diante dos nossos olhos aflitos de celeridade, rasgam-se cami-nhos que levam a destinos nebulosos. A vida quotidiana preenche-se mais e mais, e são poucos os momentos de que dispomos para o silêncio sem distracções, para a reflexão, para o encontro a sós connosco. Adultos ou crianças, entre o trabalho ou a escola e as inúmeras solicitações que se nos oferecem, vivemos como que num círculo que nos sepa-ra uns dos outros e de nós próprios.

Refugiamo-nos: do medo das alterações climatéricas que ameaçam o planeta; das con-vulsões sociais e económicas para as quais não encontramos soluções óbvias; da insen-satez da guerra; das nossas contradições que fugimos a enfrentar; das terríveis desigualda-des que parecem afectar toda a humanidade. Sentimos que chegámos a um limiar. Rece-amos. E refugiamo-nos: na televisão, nesse estado de semi-adormecimento e passividade no qual o espectador comum cai ao fim de certo tempo; na trivialidade; no consumismo universal; nos meios electrónicos que, tantas vezes, em lugar de nos ligarem ao mundo e ao saber, de nos libertarem e de promoverem a colaboração – como podem e devem – nos alienam e nos isolam.

Terá de ser assim? Não poderão os pro-blemas, os percalços e a adversidade trans-formar-se em oportunidades e motores de aprendizagem e de crescimento individual e colectivo? Não estará ainda nas nossas mãos, na nossa vontade?

«Assim subsistiram onde julgavam estar condenados. E no processo de adaptação a um ambiente adverso, avançaram a passos enormes», escreve Huntington Ellsworth a propósito da emergência da cultura egípcia, há muitos milhares de anos, no delta do Nilo.

São palavras de esperança – como as que desejo deixar a todos os leitores do Toque de Saída, neste último editorial de 2006/2007.

Professora Soledade Santos

ERRATAUma desconfortável gralha no anterior

número do Toque de Saída: nos Desta-

ques, o título do artigo “Por Terras de Sua

Majestade” aparecia grafado com g, sen-

do, naturalmente, com j. Pelo facto apre-

sentamos as nossas desculpas.

A Redacção

BIOLOGIA E GEOLOGIA

Nos dias 1 e 2 de Março decorreram

actividades integradas na Oficina das Ci-

ências dinamizada pelo grupo de Biologia

e Geologia. Este ano contou, como habi-

tualmente, com mais um conjunto de acti-

vidades direccionadas para a comunidade

escolar, tais como: exposição de trabalhos

realizados pelos alunos (Movimentos …

Genéticos, Membranas Celulares, Im-

pacto do Homem no Ambiente e Calen-

dário Geológico), laboratório aberto, co-

municações (Biodiversidade no PNSAC e

Genética Forense), feira de minerais, feira

de flores aromáticas e projecção de filmes

alusivos às ciências da Terra e da Vida.

Estas actividades tiveram uma grande

adesão por parte da comunidade escolar,

pelo que o grupo agradece a todos os in-

tervenientes que tornaram possível a sua

concretização.

Às professoras Clara Peralta e Teresa

Aivado, os seus colegas do Toque de Sa-

ída apresentam os mais sentidos pêsames

pelo falecimento de sua mãe, ocorrido no

passado mês de Abril.

Page 3: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

ESCOLA VIVA 3

ANO 2 - Nº 5 TOQUE DE SAÍDA

Os dez dias que se seguiriam eram uma

incógnita... O que a esperava? Que desafios

teria de superar? Já há algum tempo que

sentia o desejo de conhecer aquele cantinho,

mas quando a hora da partida se aproximava,

o desejo de permanecer junto às suas

coisas crescia, e observei-a inúmeras vezes

descontente com aquela viagem.

Ela não consegue lembrar o que sentiu

nos primeiros dias. Era tudo diferente, desde

a comida às pessoas com quem convivia;

mas, paralelamente, sentia uma paz interior,

uma calma como jamais sentira em toda a

sua existência. Tecnologias, equipamentos

electrónicos, tudo o que é dispensável à

sobrevivência do homem estava ausente

daquele recanto, simplesmente não existia,

e o que lhe pareceu mais extraordinário foi o

facto de não sentir falta desses “luxos” a que

estava habituada, pois, naquela comunidade,

todos esses objectos são ostentação, luxos

que circunscrevem o nosso dia-a-dia, mas não

preenchem espaços da nossa vida. Ali, ela

percebeu que muito do que constituía o seu

quotidiano era supérfluo e que se é feliz com

tão pouco… A sua mente recorda aquele dia,

um dos primeiros, à noite, depois da oração,

após o convívio, sempre festivo, na sala 15, a

conversa com um amigo que lhe confidenciou

palavras como: “Ainda não percebi bem o que

é isto, mas a verdade é que me sinto bem

aqui”.

As tarefas foram divididas, e a ela coube-

lhe a lavagem das casas de banho. Apesar de

não serem as da sua casa – eram de serviço

a várias camaratas – não lhe custou. Foi tão

simples cumprir aquela tarefa, e rapidamente

aquela horinha passava. E todos os dias

acontecia o mesmo, pela manhã. Tempo livre

se seguia. Ela aproveitava-o, tinha sempre a

sensação de que ele corria tão rápido como os

esquilos que por lá se viam inúmeras vezes.

Há dias percebi-lhe um olhar pensativo. Um

olhar de quem ainda não percebeu porque é

que um sítio que a fez viajar mais de 20 horas,

que não permite a entrada de luxos, onde se

fazem três orações por dia e há tarefas a

executar a deslumbrou. Para comer, não mais

do que uma colher, arroz e milho compunham

uma refeição.

Hoje, sempre que o seu pensamento se

encaminha para aquelas memórias, para

aquele cantinho da Europa, ela questiona-

se sobre a razão de aguardar ansiosamente

o seu regresso, no próximo ano. A resposta

está talvez no facto de dez dias não serem

suficientes naquela irmandade em que o

essencial é o amor, a união, o sentimento

de partilha entre povos de todos os cantos

do mundo, onde a discriminação de raças e

religiões não existe, onde o ambiente que se

vive se resume numa frase bem conhecida:

“Todos diferentes, todos iguais”.

Hoje, ela crê que é preciso viver Taizé

para perceber como aquele sítio, escondido

num país tão grande como França, conquista

quem por lá passa. Ela percebe que quem não

pisou aquele paraíso não compreende como a

experiência pode ser tão deslumbrante. Tudo

é simples de mais, em comparação com o que

existe nas nossas casas, mas ela encontrou

em Taizé maravilhas que nem em sua casa,

nem em qualquer outra parte do mundo que

já visitara, descobrira. Estranho, todavia

compreensível, quando aquele espírito nos

toma o coração.

As memórias vão e vêm, percorrem-lhe

a mente, o pensamento... Como explicar o

fascínio de um mundo que, aos olhos deste, é

tão modesto e até irrisório?

Tem saudades dos sinos. Tem saudades

de um lago esplêndido, onde o silêncio reina.

Tem saudades das orações, das canções,

sente necessidade de ouvir “O homem do

leme”. E recorda o convívio daquelas noites

frias, nas salas magnificamente despidas que

acolhiam todos os que lá procuram refúgio.

Tem saudades dos encontros, ao final da

tarde, junto das camaratas, quando cada grupo

cantava o hino do seu país e se misturavam as

músicas e diversões de cada um; tem saudades

das conversas, dos minutos de espera que

antecediam a refeição, até da própria tarefa

que executava todas as manhãs. E, tal como

fez na hora da partida, sente necessidade de

ir até à igreja, a sua mente transporta-a até

lá. Todas as velas do altar se lhe esboçam no

pensamento.

Como explicar que o elementar pode

ser tudo? Em Taizé, no fundo, descobriu a

resposta, e deseja voltar, no próximo ano,

para a confirmar.

Carla Serralheiro, 10º D

RECORDANDO…TAIZÉ

No dia 12 de Abril, o grupo de teatro do

Externato Cooperativo da Benedita, Os

Gambuzinos, deslocou-se à Póvoa do Varzim

para participar numa Mostra de Teatro Escolar.

A peça apresentada, “Sonho de uma Noite de

Verão”, foi bastante aplaudida. A subida ao

palco teve lugar na 6ª feira à tarde.

Para poder integrar o espírito de uma

mostra deste tipo, o grupo saiu da Benedita

na 5ª feira de manhã, tendo assistido, à tarde,

à peça “Qual é a Distância que Vai do Meu

Coração ao Teu?” pelo grupo Tapete Mágico da

Escola Secundária Pinheiro e Rosa de Faro;

e, à noite, à peça “Justamente” do Núcleo de

Teatro Devisa da Escola Secundária Rocha

Peixoto da Póvoa do Varzim, organizadora

desta Mostra. Este grupo deslocar-se-á,

por sua vez, à nossa escola para participar

no FESTTEATRO, representando a mesma

peça, a qual será, sem dúvida, um momento

alto do nosso festival, não só pelo texto, mas

também pela encenação. Vale a pena ver!

As actuações tiveram lugar no Auditório

Municipal da Academia de Música da cidade

e a recepção ao nosso grupo não poderia ter

sido melhor. Foram dois dias que, por certo,

os nossos alunos não irão esquecer.

Professora Maria José Guerra

OS GAMBUZINOS NA PÓVOA DO VARZIM

Page 4: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

4

ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA

No dia 4 de Janeiro, às

8h30 da manhã, partimos

rumo a Lisboa, para a gran-

de descoberta da ciência.

Quando chegámos, dirigimo-

nos ao Pavilhão do Conhe-

cimento, no Parque das Na-

ções, onde as turmas foram

divididas em dois grupos,

tendo visitado três salas

com exposições e experiên-

cias diversas. De seguida,

almoçámos perto do centro

comercial Vasco da Gama,

onde passeámos um pouco.

De tarde, e sempre acom-

panhados pelos professores

Francisco Franco, Paulo

Carreira, Fátima Feliciano

e José Cavadas, fomos ao

Oceanário. Esta visita con-

tou inicialmente com uma

palestra orientada por uma

bióloga e, de seguida, parti-

mos à descoberta dos mais

variados peixes, sempre

com as preciosas explica-

ções de uma guia. Ficámos

surpreendidos com uma raia

de 4 metros e com tubarões

que partilham o mesmo tan-

que com outros peixes.

Mesmo junto ao Oceaná-

rio, tivemos um inesperado

bónus: a actriz Benedita Pe-

reira encontrava-se a filmar

cenas da telenovela “Nin-

guém como Tu”. Tirámos

fotos e filmámos, mas nin-

guém teve coragem de lhe

pedir um autógrafo.

E, com pena nossa, en-

trámos no autocarro de vol-

ta à Benedita. As opiniões

eram unânimes: «Foi giro,

interessante e, sobretudo,

divertido, pois convivemos

todos uns com os outros».

Os alunos do 8ºE

No passado dia 15 de

Fevereiro, realizou-se

mais um Dia do Francês

cujo ponto alto foi o des-

file de personalidades

alusivas à cultura e civi-

lização francesas. Cerca

das 10h20m, na cave do

CCGS, mais de uma cen-

tena de alunos das várias

turmas do 3º Ciclo aguar-

davam impacientes a sua

vez de desfilar perante o júri e uma enorme plateia de alu-

nos e professores. Ao som de música francesa, os partici-

pantes foram apresentando, com muito empenho e sentido

de humor, as suas personalidades favoritas.

Com alguma dificuldade, o júri elegeu os três melhores

grupos: em 1º lugar ficou Coco Channel, do 8ºA; em 2º,

a Selecção Francesa de Futebol, pelos alunos do 8ºB; e

em 3º o Corcunda de Notre Dame, pelos alunos do 8ºD. O

grupo vencedor recebeu uma diciopédia que, gentilmente,

ofereceu à Escola do 1º Ciclo de Turquel.

Foram ainda divulgados os textos produzidos no âmbito

do Concurso Literário, desafio proposto aos alunos de Fran-

cês do Ensino Secundário, tendo os alunos Flávio Lima, do

10ºH, e Gonçalo Ivo Peralta, do 11ºD, sido premiados, rece-

bendo cada um uma diciopédia.

Paralelamente, decorreu a confecção e venda de crêpes,

iguaria tradicional francesa, a cargo da turma do 8ºH e da

sua professora de Francês.

Corcunda de Notre Dame

Sendo já uma iniciativa consolida-da no universo estudantil do Concelho de Alcobaça, o Fórum da Juventude constitui um espaço de informação e orientação para estudantes que se encontram em vias de terminar o 3.º Ciclo do Ensino Básico ou o Ensino Secundário. Opções como o prosse-guimento de estudos ou a entrada na vida activa através de Cursos de Formação Profissional estão, como sempre, contempladas neste certame que é anualmente levado a efeito em Alcobaça.

Este ano, a 8, 10 e 11 de Maio, e mais uma vez com a organização con-junta da Câmara Municipal de Alcoba-ça e seis escolas do concelho, entre as quais o Externato Cooperativo da Benedita, tem lugar mais uma exposi-ção de oferta educativa direccionada para os jovens a partir dos 14 anos de idade.

Nesta edição, conta-se com a pre-sença de 52 expositores, entre orga-nismos oficiais de juventude, Escolas

Superiores de Educação, Institutos Politécnicos, Universidades Públicas e Privadas, Centros de Formação, Es-colas Profissionais, Escolas Secundá-rias e IPSS.

O novo formato, iniciado no ano transacto, que associa este Fórum com a Feira da Juventude, conta ain-da com actividades como workshops, conferências, palestras e concertos, distribuídos pelas Escolas e outros espaços do Concelho.

O Fórum da Juventude é, pois, um projecto colectivo ao serviço de es-colas, estudantes, encarregados de educação e comunidade em geral. As várias centenas de visitantes que anu-almente acorrem às instalações do Mercoalcoa dão-nos a certeza de que o Fórum constitui uma preciosa aju-da às futuras escolhas académicas e profissionais dos jovens estudantes.

Professora Emília Barroso

DIA DO FRANCÊS “Esboça(r) um Futuro”

FÓRUM DA JUVENTUDE

VISITA DE ESTUDO - 8º E e F

Pavilhão do Conhecimento e Oceanário

No passado

dia oito de

Março, o

E x t e r n a t o

Cooperativo da

Benedita teve

o privilégio de

receber, pela

primeira vez,

a escritora

Margarida Fonseca Santos. O

encontro ocorreu no auditório do

CCGS.

Para comemorar o Dia do

Português, os professores desta

disciplina tinham decidido convidar a

escritora Margarida Fonseca Santos

para um breve diálogo com os alunos

acerca do seu trabalho, dos seus

projectos e da sua história de vida. A

escritora aceitou o convite e divertiu-

se a responder a todas as questões

que lhe foram colocadas, contando

também algumas peripécias e

coincidências inacreditáveis que lhe

aconteceram e que podem ser lidas

nos livros da colecção “Clube das

Amigas”.

A autora proporcionou aos

participantes um dia inesquecível,

e todos eles esperam ansiosamente

um reencontro.

Juliana Pedras, 7º C

DIA DO PORTUGUÊS

CONCURSO DE ESCRITA CRIATIVA

Também no âmbito do Dia do Português, mais de 70 alunos estiveram

presentes num dos anfiteatros do Externato, entre as catorze e as dezas-

sete horas do dia 8 de Março, a participar no concurso de escrita criativa.

Foram premiados os seguintes alunos:

Rita Ferreira Jorge – 7º I

Adriana Couto Caetano – 8.º B

Alexandre Coelho – 10.º B

Joana Policarpo – 11.º E

Patrícia Silva e Margarida Costa – 12.º E

Os professores de Português congratulam os vencedores e todos os

participantes.

A MANHÃ VESTIU-SE DE AZUL, BRANCO E VERMELHO

ESCRITORA PRESENTE NA COMEMORAÇÃO DO DIA DO PORTUGUÊS

Page 5: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

ESCOLA VIVA 5

ANO 2 - Nº 5 TOQUE DE SAÍDA

Deparei-me, no início do 2º período,

com o facto de alguns dos meus alunos

do 11ºA estarem na escola à mesma

hora em que a minha direcção de turma

(9ºI) iniciava a aula de Estudo Acompa-

nhado, às 9:05 h. Devido ao horário dos

transportes escolares, alguns alunos

da referida turma do 11º Ano chegam

cedinho à escola para a aula das 11:50

h. Um dia, em jeito de brincadeira, lan-

cei-lhes o desafio de darem uma “mão-

zinha” aos meus “meninos” que tinham

algumas dificuldades e aos quais mais

um pouco de apoio seria com certeza

bem-vindo.

O desafio foi aceite e a empatia que

se estabeleceu entre alguns alunos le-

vou-os a trocar contactos e a comunica-

rem via MSN. Os alunos do 9ºI recorrem

frequentemente aos colegas do 11º Ano

quando têm dúvidas, ou necessitam de

sugestões ou simplesmente quando

pretendem conversar. Os alunos mais

velhos orientam também a agenda dos

mais novos, ajudando-os a estabelecer

prioridades e relembrando-os das ta-

refas a cumprir para a preparação dos

testes.

Gerou-se uma atmosfera de harmo-

nia e entendimento entre a maioria dos

intervenientes, comprovando a ideia de

que a componente afectiva desempenha

um papel primordial no sucesso escolar

dos alunos, e sem ela não é possível

criar boas condições de ensino-apren-

dizagem. O resultado foi muito positivo,

superando as minhas expectativas rela-

tivamente a alguns alunos.

A estes alunos, com os quais as cir-

cunstâncias me permitiram trabalhar

desta forma tão proveitosa neste ano

lectivo, o meu muito obrigada pela lição

de solidariedade que me deram!

Bem-hajam!

Professora Paula Quitério Arraião

TESTEMUNHOS DE ALGUNS ALUNOS

«Desde o início do 2º Período que surgiu a oportunidade de nós, alunos do

11ºA, podermos ajudar alunos com mais dificuldades na aprendizagem de con-

teúdos escolares. Foi-nos assim pedido que tirássemos dúvidas ou que lhes

explicássemos certos conteúdos que eles, por qualquer motivo, não conseguiam

entender. Estas aulas, além de os ajudarem, também nos permitiram recordar

alguns conhecimentos adquiridos e já esquecidos, e que nos podem ser úteis.

Mas estes encontros servem também para lhes dar atenção e afecto, já que,

para muitos, as circunstâncias da vida são adversas.

Com o seu esforço e a nossa boa-vontade, esperamos sinceramente que es-

tas aulas lhes sejam proveitosas e que consigam ter um melhor aproveitamento

escolar.»Anita Lourenço, Carina Lourenço, Flávio Monteiro e Inês Pereira (11ºA)

«A ajuda das colegas do 11º ano foi importante para a nossa melhoria e de-

senvolvimento enquanto alunos. Foi uma grande ajuda, uma vez que os resul-

tados estão à vista. Muitos subiram algumas “negativas”, mas o nosso trabalho

ainda não está concluído»Daniela Franco e Daniela Passarinho

“Os alunos do 11º A ajudaram-me muito nas aulas de E.A., tanto no apoio

afectivo como no esclarecimento de dúvidas.

Graças a eles e ao meu esforço, consegui subir as cinco «negativas» do 1º

período. Em consequência, desci a uma disciplina que « tinha positiva»!

Admiro-os muito, pela ajuda e pelo sacrifício que fazem todas as quintas-fei-

ras para estar na nossa aula de E.A. de manhã.”

Obrigado por tudo!Diogo Couto (9º I)

“Nós temos muita sorte por termos ajuda dos alunos do 11º A. Como a nossa

D.T. diz, somos uns privilegiados.

As dúvidas e dificuldades estão sempre a surgir, mas felizmente temos a sua

ajuda para qualquer coisa de que necessitamos.

Estas aulas têm sido muito proveitosas ao nosso desenvolvimento. Nas aulas

conseguimos perceber melhor a matéria.

Estamos muito gratos ao 11º A e à nossa D.T., que muito nos têm apoiado.Mélanie Narciso 9º I

PARTILHANDO EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS

Crianças das escolas primárias no ECB

No dia 19 de Março, realizou-se nos laboratórios do

Externato Cooperativo da Benedita o Dia da Física e da

Química, organizado pela turma do 10ºA e pela profes-

sora de Física e Química A, Dr.ª Ana Fernandes.

A iniciativa resultou da escolha do projecto de tur-

ma do 10ºA, cujos alunos se propuseram organizar uma

mostra de experiências diversas para os mais novos.

Assim, ficou decidido que seriam convidados alunos do

primeiro ciclo, principalmente de escolas da periferia do

Agrupamento, os quais menos oportunidades têm para

participar em actividades deste género, bem como alu-

nos do terceiro ciclo, maioritariamente do 9º Ano. No to-

tal, visitaram o “Laboratório Aberto” cerca de 150 alunos

do primeiro ciclo e 270 do terceiro, embora o laboratório

estivesse aberto a todos os alunos do Externato.

Foram preparadas e realizadas experiências que

agradaram a quem nos visitou, como a “bola saltitona”,

o “ovo vai nu”, as “impressões digitais” ou as “mensa-

gens secretas”, dedicadas especialmente aos mais no-

vos; e o “divórcio”, o “poder da coca-cola”, e o “lenço

mágico”, entre outras, dedicadas sobretudo ao terceiro

ciclo. O laboratório esteve aberto das 9:00h às 13:00h e

das 14:30h às 17:30h. No final do dia, houve ainda um

lanche-convívio para os alunos e a professora.

Segundo a professora Ana Fernandes, o produto fi-

nal do trabalho foi muito bom. Também os visitantes,

quer os alunos a quem se destinava a mostra, quer os

professores que visitaram o Laboratório Aberto, apre-

ciaram e elogiaram o nosso trabalho.

Para os alunos do 10º A foi um grande dia. Para

Melissa, o dia superou as suas expectativas, dizendo

esperar que «todos tenham gostado!». Renato afirmou

que foi engraçado e que pensa que os miúdos gostaram

porque havia experiências interessantes. Os visitantes

também mostraram agrado. Segundo Sara Lourenço, o

Laboratório Aberto estava bem organizado, e Emanuel

Barros disse que estava “fixe”. Já Ana Grazina descre-

veu a actividade como “Espectacular! 100%!”, e Liliana

Rocha disse que gostou muito, que estava divertido e

que tinha experiências bastante interessantes. Disse

ainda que foi com toda a turma e que todos gostaram.

Adriana Policarpo e Rita Henriques, 10º A

DIA DA FÍSICA E DA QUÍMICA

Page 6: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

ARTE E CULTURA6

ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA

Eça de QueirósCONTOS

Neste volume pode-

mos encontrar treze con-

tos de Eça de Queirós,

como “Singularidades de

uma Rapariga Loira” e

“A Aia”, entre outros. No

primeiro conto, Eça dá-

nos a conhecer a história

de Macário que trabalha

com o tio num armazém,

até ao dia em que se

apaixona por Luísa e decide casar com ela.

Todavia, o tio não aceita o casamento e ex-

pulsa-o. Macário vive dias angustiantes, sem

conseguir arranjar emprego. Cansado de ver

o sobrinho na miséria, o tio resolve aceitá-lo

outra vez e deixá-lo casar com Luísa. Uma

história de amor que superou tudo e todos pa-

rece que chegou ao fim, mas no dia em que

os noivos se dirigem a uma ourivesaria para

comprar o anel do casamento, Luísa rouba

um anel. Profundamente desiludido, Macário

paga o anel roubado e diz a Luísa que nunca

mais a quer ver.

Aconselho este livro, composto por

um variadíssimo leque de contos, todos dife-

rentes uns dos outros, a quem gostar de his-

tórias bem contadas e fáceis de ler.

Melissa Jacinto, 10º A

Contos,

Eça de Queirós, Ed. Livros do Brasil

Gastão CruzAO LONGE OS BARCOS DE FLORES

Ao Longe os Barcos

de Flores é um livro de

poesia portuguesa do

século XX, seleccio-

nada por Gastão Cruz,

que se faz acompanhar

de dois CDs que nos

proporcionam o prazer

de ouvir os textos ditos

por várias vozes, entre

elas a de Luís Barreto e a de Natália Luíza.

No texto introdutório o próprio Gastão

Cruz afirma que a poesia dita em voz alta

“…ganha em intensidade e recorte…”, por

isso, ouvir os poemas de Camilo Pessanha,

Fernando Pessoa, Eugénio de Andrade , Her-

berto Hélder ou Fiama Hasse Pais Brandão,

falecida no dia 19 de Janeiro de 2007, é uma

forma diferente de fruir o texto poético e de

aprender a amar o corpo musical das pala-

vras e descobrir a emoção, não a do poeta,

mas a do leitor-ouvinte.

Professora Luísa Couto

Ao Longe os Barcos de Flores,

Poesia escolhida por Gastão Cruz, Assírio e Alvim

John SteinbeckA PÉROLA

A Pérola narra a his-

tória de uma família ín-

dia que vive na pobreza:

Kino, a sua mulher, Ju-

ana, e o filho, Coyotito.

Kino é pescador de pé-

rolas e, num certo dia,

encontra uma pérola

grandiosa. Pensou en-

tão que poderia dar uma

vida boa à família, e diri-

ge-se à cidade, mas, quando tenta vender a

pérola, descobre, surpreendido, que ela não

tem valor por ser demasiado grande. Mas

quando é assaltado e um dos assaltantes

acaba morto, Kino percebe que a pérola é

afinal muito valiosa. Com a cabeça a prémio,

foge para a floresta e, apesar da feroz perse-

guição que lhe é movida, consegue voltar a

casa e decide ver-se livre da pérola.

A minha opinião sobre este livro não podia

ser melhor, pois Jonh Steinbeck consegue

mostrar, por um lado, a ganância do homem

que quer a pérola, mas não abdica de nada

para possuir algo muito apetecível; e por ou-

tro, a grandeza do homem humilde que, para

seu bem e da família, é capaz de abdicar de

um objecto belíssimo e valioso.

João Baptista, 10ºA

A Pérola,

John Steinbeck, Ed. Livros do Brasil

SUGESTÕES DE LEITURA

À procura de talentos escondidos, o Ex-

ternato Cooperativo da Benedita (ECB) lan-

ça este ano uma caça às estrelas que bri-

lham, entre todos os alunos desta escola,

e, realiza a primeira Gala Talentos ECB.

No dia 4 de Maio foram revelados os nomes

dos escolhidos para participarem na primei-

ra Gala Talentos ECB. Os finalistas irão por

à prova os seus talentos num espectáculo a

realizar, no próximo dia 16 de Junho, no au-

ditório principal do Centro Cultural Gonçalves

Sapinho.

Um espectáculo que terá o ritmo da mostra

de talentos que podem ser na dança, canto,

música, língua portuguesa, artes, desporto e

muitas outras áreas. As áreas foram sendo

definidas a partir das qualidades encontradas,

ao longo de todo este ano lectivo, num projec-

to que envolveu todos os alunos do ECB.

Um júri especializado nas áreas definidas a

concurso irá determinar os vencedores desta

primeira noite da Gala Talentos ECB. Aos alu-

nos vencedores será dada a oportunidade de

trabalhar durante um dia com um especialista

na sua área. Os três primeiros classificados

receberão ainda uma bolsa para a compra de

livros ou de material de suporte para a sua

área, ou, o mesmo será dizer, para o seu ta-

lento.

A preparação de uma noite mágica

A ideia de realizar esta Gala de Talentos

tem sido trabalhada desde o início do ano lec-

tivo. Foram definidos objectivos, estabelecidos

regulamentos e os alunos foram convidados a

candidatar-se para participar nesta festa com

o seu maior talento.

Para isso, responderam a uma aplicação

adaptada do questionário “My Talents” de Brian

French e responderam a questões como: qual

é a profissão que querem vir a exercer; quais

são as pessoas que mais admiram; quais são

os seus talentos; em que actividades ou cur-

sos relacionados com os seus talentos partici-

param; quais as profissões dos familiares mais

próximos e ainda, se têm ou não actividades

extra-curriculares.

Houve já uma primeira selecção por um

júri de três pessoas, especializadas em cada

categoria. Distinguiram-se os finalistas e, a

partir de agora, o que se pretende é estimular

os talentos e promover o seu reconhecimento.

Talentos para serem aplaudidos numa noite

de espectáculo, aberta a toda a população da

Benedita.

Professora Rita Pedrosa

TALENTOS ESCONDIDOS

Page 7: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

ARTE E CULTURA 7

ANO 2 - Nº 5 TOQUE DE SAÍDA

Actualmente, a propósito da

questão das Vinte e Uma Maravi-

lhas Nacionais ou Mundiais, têm

surgido muitas opiniões sobre

o que deve ser considerado, ou

não, Património.

Ao pensarmos na noção de

Património, imediatamente nos

ocorrem edifícios, flora, fauna,

tradições e costumes. Ora veja-

mos: o Douro é um território com

características muito próprias que

fazem dele uma região classifica-

da como Património, pois possui

os requisitos estabelecidos para

que assim seja. Desde as paisa-

gens, aos vinhedos e socalcos

de beleza inquestionável, até ao

rio e às quintas, tudo faz com que

a região seja magnífica e prova

a existência de Património nesse

local. A natureza agreste fez da

região do Douro uma obra mag-

nífica. Miguel Torga refere-se à

região como «a única evidência

incomensurável com que pode-

mos assombrar o mundo»; para

Jaime Cortesão é «os Lusíadas

sem Camões»; e para o geógrafo

Orlando Ribeiro, «a mais vasta e

importante obra humana realiza-

da em território português».

Decerto que para um local ou

uma construção serem conside-

rados Património, quer nacional,

quer mundial, terão de obedecer

a alguns requisitos mínimos im-

postos pela UNESCO.

No fundo, consideramos Patri-

mónio sinónimo de mundo local.

O que queremos dizer? Que cada

terra tem um mundo, cada mun-

do tem as suas características, e

tudo o que lá permanece é aquilo

que faz do mundo o que ele é.

Património: uma formação ve-

getal; uma estátua; uma monta-

nha; um edifício; uma riqueza...

Uma História!

10ºD – texto produzido no âmbito do

trabalho de projecto da turma

Sendo a retórica a arte de bem

falar e bem argumentar através

do discurso, reflectir sobre este

problema ajuda-nos a clarificar a

sua importância para a filosofia.

Algumas vezes somos levados

a pensar que o filosofar, por ser

argumentativo, é retórico. Vamos

procurar mostrar que esta ideia

não é totalmente correcta.

Esta arte nem sempre foi valori-

zada pelos filósofos. Para Platão,

a retórica era uma actividade que

tinha como finalidade produzir no

auditório sentimentos de agrado

e prazer. Não sendo considerada

uma prática séria, era associada

à manipulação e, por conseguin-

te, desvalorizada em favor de

uma forma particular de diálogo

chamada dialéctica.

Ao contrário de Platão, Aristó-

teles defendeu que a retórica pode

produzir benefícios se usada para

compreender os problemas sob

várias perspectivas, simplificando

e clarificando o discurso, tornan-

do-o acessível a todos. Vê assim

na retórica um instrumento ao

serviço da democracia. No entan-

to, reconhece que pode ser usada

incorrectamente, acrescentando

que o mesmo sucede com outras

qualidades incontestavelmente

úteis como a força e a riqueza.

Considerando que a verdade tem

tendência a prevalecer sobre os

seus opostos, conclui que não há

razão para recear o seu mau uso.

Desvalorizada na Época Mo-

derna, foi reabilitada por Perel-

man no século vinte, com o nome

de Nova Retórica. Perelman atri-

bui-lhe um papel decisivo quan-

do o assunto excede os limites

da lógica formal, como é o caso

dos temas da Filosofia. Pensamos

que esta ideia deve ser aceite

com algumas reservas, a retórica

produz convicção, mas o objecti-

vo da Filosofia é formular teorias

verdadeiras. A convicção é uma

condição necessária para a ver-

dade, mas não é suficiente. Po-

demos ter convicções falsas. As-

sim, temos de reconhecer a sua

importância, no sentido em que

Aristóteles a considerou mas não

podemos reduzir o filosofar a um

mero exercício retórico. Há crité-

rios lógicos, formais e informais e

não apenas retóricos, para avaliar

as teorias filosóficas.

Luis Carlos, 11º H

Retórica, Filosofia e Verdade

A RETÓRICA CONTRIBUI PARA A DESCOBERTA DA VER-DADE DAS TEORIAS FILOSÓFICAS ?

Aristóteles

Douro PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE

Douro - São Leonardo de Galafura

Dizemos que uma acção é

um acto motivado por uma in-

tenção. As acções tornam-nos

pessoas: agindo, construímos a

nossa personalidade.

Segundo Aristóteles, uma ac-

ção para ser racional tem de ser

transitiva: se queremos realizar

algo e temos o poder de reali-

zá-lo, então é legítimo esperar

que a acção seja realizada. Mas

isto nem sempre acontece. Para

Aristóteles, o que leva à falta de

transitividade das acções é a

acrasia ou falta de vontade.

Se todas as nossas acções

fossem transitivas, muitos pro-

blemas seriam resolvidos. Se

houvesse uma maior força de

vontade política, a fome, por

exemplo, poderia acabar. Esta

força, ou a falta

dela, afecta-nos

tanto a nível pes-

soal como social.

Nem sempre ve-

mos a razão como

o melhor caminho,

mas isto não che-

ga para provar que

somos irracionais.

A racionalida-

de desenvolve-se

ao longo da vida e não é pura.

Os motivos da acção situam-se

entre os desejos de ordem psi-

cológica e as razões de ordem

lógica. O Homem não é um ser

totalmente racional ou irracio-

nal, ele apenas escolhe de acor-

do com o que sabe, partindo da

sua condição existencial. Por

isso, devemos olhar a raciona-

lidade não como um dado, mas

sim como um desafio para nos

aperfeiçoarmos como seres hu-

manos. Talvez, tomando consci-

ência de que a vontade é uma

força extraordinária que está à

nossa disposição, possamos

construir um mundo melhor.

Alexandre Coelho, 10º B

A RACIONALIDADE HUMANA

Demonstrará a fraqueza da vontade que somos irracionais?

Page 8: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

ARTE E CULTURA8

ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA

Nos dias 30 e 31 de Março, o CCGS integrou

pela primeira vez o Festival INJAZZ-Jazz em

Português, e logo com duas formações de peso:

o SEXTETO MÁRIO BARREIROS e MARTA

HUGON, respectivamente. Os dois eventos

tiveram uma plateia muito entusiasmada, com

mais de 120 lugares preenchidos em cada

concerto.

SEXTETO MÁRIO BARREIROS ESTREIA-SE NA BENEDITA COM

DEDADAS

Mário Barreiros nasceu no Porto, em 1961.

Depois de estudar bateria e guitarra como

autodidacta, frequentou o Conservatório

de Música do Porto. Aos 8 anos integrou o

Grupo Mini-Pop, formado pelo seu pai e onde

tocava com os irmãos, chegando a ser uma

das revelações do Festival de Vilar de Mouros

de 1971. Em 1979, fez parte do Quinteto de

António Pinho Vargas, formado por António

Pinho Vargas no piano, José Nogueira no

saxofone e os irmãos Mário e Pedro Barreiros

na bateria e contrabaixo, respectivamente.

Será este o grupo que, em 1980, irá editar

sob o nome de Jafumega o álbum Ribeira. Em

1985, Mário Barreiros e família foram alguns

dos impulsionadores da abertura da Escola de

Jazz do Porto.

Ao longo de anos de carreira, foi guitarrista

de Rui Veloso & Os Optimistas, aquando da

apresentação ao vivo do álbum Mingos & os

Samurais; assumiu a direcção musical do

grupo de Pedro Abrunhosa; produziu discos

dos Clã, Ornatos Violeta, Silence 4 e Mário

Caldato, entre outros. Mais recentemente, foi

responsável pela produção de discos de Jorge

Palma, Blind Zero e Da Weasel.

Só agora chega o primeiro álbum do seu

Sexteto de Jazz, Dedadas, que é também o

resultado de cinco anos de encontros com

Mário Santos (saxofone tenor e clarinete

baixo), José Luís Rego (saxofone soprano alto

e clarinete), José Pedro Coelho (saxofones

soprano e tenor), Pedro Guedes (piano) e

Pedro Barreiros (contrabaixo), ficando a

bateria a cargo do próprio Mário Barreiros.

Tecnicamente brilhante, o álbum sublinha o

virtuosismo de Mário Barreiros, Pedro Guedes

e Mário Santos, os compositores do disco. E

mostra, se é que era necessário, que o Jazz

não é uma linguagem complicada e que não

está muito distante da linguagem da pop.

MARTA HUGON

“A ARMADILHA DO JAZZ”

Nascida em

Lisboa e formada

na Escola de Jazz

do Hot Club de

Portugal, Marta

Hugon apresenta

em 2006 o seu

primeiro álbum a solo, Tender Trap, depois de

várias experiências na área do jazz e do funk.

Em 2000 grava com os Cool Hipnoise o álbum

Música Exótica para Filmes Rádio e Televisão,

e em 2002 grava, com Alexandre Camarão, o

Electric Sul, uma fusão de jazz, electrónica,

brokenbeat e ritmos africanos.

No Concerto realizado no CCGS, Marta

Hugon fez-se acompanhar por um trio de

luxo: Filipe Melo no piano (responsável pela

maioria dos arranjos e de alguns originais),

Damien Cabaud no contrabaixo e João Rijo na

bateria.

Além dos temas do álbum Tender Trap,

Marta Hugon brindou-nos ainda com algumas

músicas do seu próximo trabalho, a sair em

Setembro, e com uma interpretação excelente

do clássico “Still crazy after all these years”,

de Paul Simon.

Tender Trap assume-se como o resultado

de um encontro entre temas e compositores

que desde sempre a “enfeitiçaram” – Cole

Porter, Gershwin, Stan Getz – a paixão que

nasceu em Nova Iorque, mas também a música

brasileira a que não consegue resistir: João

Gilberto, Tom Jobim, entre muitos outros que

a fizeram cair na “armadilha do Jazz”.

Foi sem dúvida um privilégio e um prazer

assistir a este Concerto. O Centro Cultural

Gonçalves Sapinho está de parabéns por ter

sido integrado no Festival INJAZZ-Jazz em

Português.

Esperemos que esta iniciativa se repita no

próximo ano, pois o entusiasmo com que a

plateia recebeu Mário Barreiros e Marta Hugon

faz crer que a Benedita aprecia e merece

espectáculos como estes.

Professores José Cavadas e Teresa Agostinho

INJAZZ CHEGOU À BENEDITA!

Dada a quantidade

e diversidade da

informação existente

na internet, esta é não

apenas útil para uma

disciplina, como contribui para as tão faladas

inter e pluri-disciplinaridade. A informação

encontra-se em várias línguas, geograficamente

dispersa, é possível notar nela uma evolução

histórica e é-nos apresentada em diversos

suportes (texto, imagem, vídeo, audio).

O uso da internet introduz uma nova

forma de lidar com a informação e com o

conhecimento, criando formas diferentes de

estudo e de pesquisa com repercussões no

processo de ensino-aprendizagem. A internet

permite algo que outros recursos nunca

fizeram: disponibilizar grandes quantidades

de informação, constantemente actualizada e

acessível a partir de inúmeros locais. Possibilita

ainda uma comunicação interactiva, dando

sentido à aprendizagem, às trocas de ideias

e de experiências e à entreajuda, melhorando

o conhecimento interpessoal e intercultural.

A interactividade não se manifesta apenas ao

nível do ser humano, mas também se estabelece

entre este e as ferramentas dispostas no espaço

da Internet, levando ao aprender fazendo.

Os mais cépticos quanto à utilização da

internet na educação dirão que nem toda a

informação que se encontra na rede tem um

carácter positivo, mas o mesmo acontece com

os outros meios de comunicação: imprensa,

televisão, rádio… E a internet tem aqui uma

vantagem – é que para se encontrarem os

conteúdos, sejam eles positivos ou negativos,

é necessário que tenhamos vontade de os

encontrar, enquanto que nos outros meios de

comunicação isso não acontece: a informação

é-nos transmitida sem escolha e em qualquer

situação. Logo, é da responsabilidade dos pais,

educadores e professores orientar os seus filhos

e alunos, levando-os a saber distinguir entre o

que é válido e o que não é.

Sendo a internet uma imensa fonte de

informação, facilmente quem a consulta se

“perde” e é conduzido para assuntos que não

aqueles que inicialmente pretendia esclarecer.

Com os alunos, este “desvio” acontece mais

facilmente e com maior frequência, por terem

menos experiência na tarefa de selecção e/ou

organização da informação. Assim, cabe aos

professores a tarefa de ensinar os seus alunos

a pesquisá-la, a tratá-la e a organizá-la.

Enfim, a internet permite-nos deixarmos de

ser meros “leitores” de informação e passarmos

a ser também produtores, já que qualquer um de

nós pode ter a sua página e aí divulgar conteúdos.

A liberdade e a criatividade não são portanto

condicionadas, e os alunos podem publicar os

seus trabalhos na Internet, obtendo rapidamente

avaliação e opiniões. Aos professores compete-

lhes incentivar os seus alunos na produção e

na publicação dos seus trabalhos, levando-os a

contribuir para o vasto conjunto de informação

de qualidade.

Contudo, apesar de todas estas vantagens,

a internet e os computadores continuam a ser

utilizados nas escolas maioritariamente com um

carácter lúdico e, apenas ocasionalmente, como

ferramenta.

Professor Samuel Branco

INTERNET, INFORMAÇÃO E EDUCAÇÃO

Page 9: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

RECRIAR O MUNDO 9

ANO 2 - Nº 5 TOQUE DE SAÍDA

É a música do crepúsculo que pinto quando escrevoUma música lenta, valsa sumida, corpos desfazendo-se no meu olharVidas que se revoltam para a frente, o ocidente, a cisão de terra e mar

A minha terra tem uma música azul na primaveraO vento é violinos entre as árvores, tocando-as obliquamenteElas nem sentem o palpar dos violinos eólicos, Deixam que as suas folhas se baloucem para frente e para trásVaivéns de vida vivendo uma primeira vez

Das vírgulas do crepúsculo alado brotam luzes como o musgo das velhas pedrasReticente é o silêncio desse momento em que o sol ainda espalha o seu sémen na tela que dispo com os olhosAs folhas, o violino, as tintas secas na paleta do meu vocabulárioVibram no momento em que a primeira estrela ganha textura, música, cor e significante

Há música na escrita que se esventra do crepúsculo que vejoUma música que voa até ao infinitoUma música de conchas e algas Uma música que és tu quando me falas

Mas o crepúsculo que viaNão é o mesmo que escrevo agoraNem a música que escrevia era realmente a música que ouvia

A noite abafa com os seus crivos o horizonte crepuscularO que cai para a cesta da vida são partículas musicais Restos do diaRestos de vozesRestos de lutas Restos de cedências

A noite é um túmulo sagrado donde o olhar dos que viram acende a manhã auroralNoite iniciáticaNoite eternamente crepuscularVentos musicais vibrantes que descem do sol ao mar

No farol da minha terra – sim, porque a minha terra é um farol numa caravela – Acendo a lua e os astrosAto cordas e ergo mastrosOriento a minha parte vigilante por bússolas de canela E na proa velo pelas velas de organdiTecidas pelas mãos das viúvas feiticeirasNo tear das suas crendices e de mezinhas contra o mau-olhado

Porque, afinal, vivo num farolE o olhar está sempre protegido

Noite iniciáticaNoite eternamente crepuscularVentos lancinantes sobem do sol ao marLatitudes periclitantesLongitudes profanamente sacralizantesPontos cardeais e orações e romariasUivos de cães e gritos de corvos lançam bons presságios

Para quê ser-se supersticiosoQuando a maior superstição é querer ser português?

Portos e ruas de portos arruaceirosBêbados e meninas rindo das vergonhasDesdentadas de verruga a explodir do nariz, engolidas pela gargalhada do medo de morrerem naquela noiteMas há sempre um amolador nas ruas sujas das aldeias A afiar a imaginação com as tonalidades medievas da sua sanfona

O bailarico, com certeza, o organista, os bailadores Tríade fundamental e constituinte da VerdadeO resto é cantigas, dizemO resto é não haver resto, digo

As procissões, touradas e o futebolDispersam a alma do seu caminho metódico de alcançar a verdadeCartesianismos não, cristianismos sim, nem que pareça pagão mas sou cristão

Fogos de artifícios, fogo presoFeiras populares no verãoHá uma metafísica indubitável na criança que chora por um balão– Cem escudos – diz a feirante

Somos todos este farol Estamos todos neste carrosselMais uma voltinha, vai mais uma voltinha?

Filipe Silva, ex-aluno do ECB

Finisterra ou Tratado Lusitano

Estou farta de poemas de amor.

Dos sentimentos exaltados,

das dedicatórias sentidas,

dos beijos pedidos e nunca recebidos.

Estou farta de poemas de amor.

Das palavras a rimar

paixão, coração

flor, dor

lua, tua.

Estou definitivamente farta de poemas de amor.

Para quê tantas palavras?

O amor é só o amor.

A poesia é o resto.

Marta Santos, 10º A

ParedeE a porta que me tranca neste mundo

não é mais do que uma linha por mim erguida

que me protege do medo, da tristeza,

das lágrimas,

mas que me priva de tudo aquilo que procuro

e por que anseio:

do amor, das flores

do sorriso.

Marta Santos, 10º A

Poemas de amor

Imploro-te a minha vida de volta,

oh tempo,

que dás voltas na minha mente...

como se tudo parasse,

como se nada se passasse.

Permanece em silêncio

o sangue que grita vida

pelos cantos e recantos do corpo que habitas.

Algo se move na mísera vastidão

do que existe de mim.

Algo forte, de uma inabalável fragilidade.

Miguel Luís 3º E.S.U.C.

Imploro-te

No dia 17 de Abril, as turmas do 10° ano foram convidadas a assistir ao espectáculo de poe-sia “A Palavra dos Poetas”, pela companhia Teatro Azul. O es-pectáculo foi protagonizado pelo diseur Nuno Miguel Henriques que tocou todo o público com a sua expressividade e paixão.

Esta tarefa foi facilitada pela feliz escolha dos poetas, tal como dos poemas, que eram fantásticos, e penso que a emo-ção do público foi bem evidente – todos sentimos o coração bater mais forte, ouvindo, por exem-plo, “Cântico Negro”, de José Régio, ou “Pedra Filosofal”, de António Gedeão. Outro aspecto que também me agradou parti-cularmente foi a criatividade do cenário: uma espécie de visão do mundo e da mente do poeta

contemporâneo. De facto, “A Palavra dos Poe-

tas” só pode ser recordado pela positiva, apesar da dificulda-de que por vezes sentimos em perceber alguns poemas decla-mados com mais rapidez. Mas, excepto isso, a minha opinião é de que este espectáculo foi re-almente penetrante, na medida em que mesmo aqueles que não gostavam de poesia se aperce-beram do quanto ela nos pode emocionar, e todos sentiram em-patia com o diseur que se esfor-çou por criar um ambiente propí-cio para cada poema, variando o estilo das declamações e solici-tando, por vezes, a participação do público.

Natacha Firme Almeida, 10°D

CRÍTICA DE ESPECTÁCULO

”Porque a poesia não é tão rara quanto parece”

Page 10: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

O LUGAR DA MEMÓRIA10

ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA

Perante o deflagrar da Primeira Guerra Mundial, o Governo Português não ficou indiferente e organi-zou o Corpo Expedicioná-rio Português (CEP) para combater em França (1917-1918). Os soldados portu-gueses sofreram a dureza da guerra das trincheiras e as consequências dos ata-ques com gás tóxico. Foi ainda ao longo de 1918 (9 de Abril) que se desenro-lou a Batalha de La Lys, em que, apesar de vencidas, as tropas portuguesas se bate-ram corajosamente.

Os soldados da foto eram rapazes da freguesia da Benedita que, no dia anterior à sua partida para França, se juntaram num almoço de despedida. E esse dia começou com uma missa, na qual todos parti-ciparam, e onde fizeram a promessa a Nossa Senhora da Encarnação de que, se regressassem à sua terra, mandariam gravar uma pe-dra da Serra dos Candeei-ros com os seus nomes. Na realidade todos voltaram, à excepção de um, que se apaixonou por uma france-

sa, com quem casou.A pedra gravada foi colo-

cada na antiga Igreja Matriz da Benedita, que mais tarde foi demolida. Na altura da demolição não houve o cui-dado de salvar a dita pedra, o que levou os ex-comba-tentes que ainda estavam vivos a revoltar-se e a exi-gir uma nova pedra que de-veria ser colocada na Igreja Nova. Tal aconteceu e ain-da hoje os seus nomes re-cordam a todos nós esses heróis da nossa terra.

Professora Maria José Jorge

Como era antes do 25 de Abril de 1974?

As mulheres raramente tinham autonomia

jurídica – primeiro dependiam dos pais e, de-

pois, dos maridos. E as relações na família

eram de ausência de direitos iguais, face, por

exemplo, à escolha do domicílio ou à edu-

cação dos filhos. Assim, domicílio conjugal

= domicílio escolhido pelo marido; a mulher

não podia abandoná-lo. A educação dos filhos

era decidida pelo pai (de preferência de acor-

do com a mãe, mas, não havendo acordo...

vingava a escolha do marido). Mulher casada

não tinha passaporte individual e só podia au-

sentar-se para o estrangeiro com autorização

escrita do marido (como hoje sucede para os

filhos menores).

Quanto às professoras do ensino primário

(actual 1ºciclo) tinham de ter autorização do

governo para casar... E as enfermeiras, es-

sas, não podiam casar. Por isso, grande parte

das enfermeiras eram freiras... e as que o não

eram gozavam de má reputação entre os ra-

pazes…

Já sabemos que nem todas as mulheres ti-

nham direito de voto: só as chefes de família

(solteiras ou viúvas) ou as que tivessem uma

profissão remunerada.

Nas escolas: as alunas e, em algumas es-

colas, as professoras, tinham de usar bata de

modelo uniforme. Não eram admitidas na es-

cola se vestissem calças – trajo só autorizado

para os rapazes e cavalheiros. Uma vez, na

escola onde leccionei, a Rodrigues Lobo, em

Leiria, uma professora apresentou-se de cal-

ças. Foi mandada para casa e só pôde dar

aula quando regressou, vestida de saias.

Numa outra escola em que estive a fazer o

meu estágio, os professores homens podiam

fumar na sala de professores; as professoras,

não – tinham de “refugiar-se” nas casas de

banho e fumar às escondidas. Era considera-

da prática pouco decente para senhoras...

As pessoas casadas pela Igreja (a maioria)

não podiam divorciar-se e voltar a casar pelo

civil. Podiam,

n a t u r a l m e n -

te, separar-se

e arranjar outras

famílias – mas fi-

cavam sempre em

posição não reconhecida ju r id i -

camente pela lei e os filhos de nova ligação

ou eram considerados ilegítimos (os filhos ile-

gítimos, para além de serem “mal vistos” pela

sociedade, não tinham quaisquer direitos a

herança e protecção dos pais) ou eram con-

siderados filhos do anterior “casamento”, que

permanecia indissolúvel em termos legais.

Isso causou grandes problemas nas famílias,

como podes calcular.

Excerto de um conjunto de Crónicas Contra o Es-

quecimento que Amélia Pinto Pais – escritora, autora de

obras didácticas e professora aposentada da Escola Se-

cundária Rodrigues Lobo – elaborou em 1994 para os

seus alunos.

Notícias do ‘antigamente’

Crónicas contra o esquecimento

A SITUAÇÃO DAS MULHERES

SOLDADOS BENEDITENSES NA 1ª GRANDE GUERRA TOP 101º- O Velho e o Mar

Ernest Hemingway

2º - Contos

Eça de Queirós

3º - As Brumas de Avalon

Marion Zimmer Bradley

4º - Aventuras de João Sem Medo

José Gomes Ferreira

5º - A Metamorfose

Franz Kafka

6º - Sexta-Feira ou a Vida Selvagem

Michel Tournier

7º - Morte na Praia

Agatha Christie

8º - Felizmente Há Luar!

Luís de Sttau Monteiro

9º - Um Momento Inesquecível

Nicholas Sparks

10º - Aranmanoth

Ana Maria Matute

Os livros mais requisitados na Biblioteca do

ECB nos meses de Fevereiro e Março de

2007.

Page 11: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

OLHAR CIRCUNDANTE 11

ANO 2 - Nº 5 TOQUE DE SAÍDA

O Dr. Acácio Catarino é unanimemente

reconhecido como um dos filhos mais ilustres

da nossa terra, estando profundamente

ligado à criação do Instituto Nossa Senhora

da Encarnação (INSE) e do Externato

Cooperativo da Benedita (ECB). Diplomado

em Política Social pelo Instituto de Estudos

Sociais, licenciou-se em Sociologia no

ISCTE. A sua carreira profissional decorreu

fundamentalmente na área do emprego e da

formação profissional, no âmbito do que é hoje

o Ministério do Trabalho e da Solidariedade

Social, tendo sido Secretário de Estado

da População e Emprego no 3º Governo

Constitucional. Actualmente

aposentado, colabora, em regime

de voluntariado, com algumas

instituições sem fins lucrativos,

escreve regularmente em

publicações periódicas e prepara

alguns trabalhos para eventual

publicação.

Fale-nos um pouco da sua

relação com o INSE e com o

Externato.

Fiz parte do conjunto de

pessoas que estiveram na origem

do INSE. Sou cooperador, desde

o início, e fui membro da Mesa

da Assembleia-Geral em vários

mandatos. O INSE e, nele, o

Externato, corresponderam a uma

profunda necessidade e a um

forte imperativo. Pode afirmar-se

que cumpriram honrosamente a sua missão

ao longo de várias décadas. Tanto a vertente

cultural como a educativa foram assumidas

há muito; aquela, hoje em dia, conhece

perspectivas mais promissoras, através do

Centro Cultural.

Sempre se desejou que o INSE assumisse

o Desenvolvimento como terceira vertente,

pois tanto a Educação como a Cultura se

inserem no Desenvolvimento; no entanto, para

salvaguarda do carácter integral deste, parece

conveniente assumi-lo com a sua identidade

própria. Os graves problemas económicos e

sociais com que nos debatemos actualmente,

e as responsabilidades em relação ao meio

ambiente, apontam exactamente no mesmo

sentido.

Não seria correcto o INSE entrar na

esfera de competência das autarquias

ou de outras entidades no domínio do

Desenvolvimento, não só para se evitarem

duplicações, mas também porque, fazendo-

-o, correria o risco de demissão das suas

responsabilidades específicas. De entre estas

responsabilidades, realço a consciência das

realidades beneditenses, sem prejuízo da

atenção a prestar às freguesias vizinhas e a

territórios mais amplos; e o aprofundamento e

difusão das potencialidades de cooperação e

desenvolvimento, nomeadamente com outras

entidades. Há muitos anos, o INSE promoveu

um encontro sobre este assunto. Bom seria

que estas preocupações fossem retomadas

logo que possível.

Durante a sua vida profissional esteve

sempre muito ligado ao sector cooperativo.

Como entende as cooperativas no nosso

país?

As cooperativas inserem-se no sector

cooperativo e social, consagrado no artigo

82º da Constituição da República. Este sector,

também designado por terceiro, está a par do

primeiro, que é o público, e do segundo, que

é o privado com fins lucrativos. Faz parte do

terceiro sector a generalidade das entidades

sem fins lucrativos. Algumas delas, como por

exemplo as santas casas da misericórdia, são

multisseculares; outras surgiram a partir do

século XIX, como é o caso das cooperativas,

das mutualidades e das colectividades de

cultura e recreio; inúmeras outras surgiram

posteriormente.

Dentro do terceiro sector, as cooperativas

caracterizam-se por serem claramente

uma realidade socioeconómica. Sintetizam

sabiamente a dimensão empresarial e a

prossecução de objectivos de carácter social,

em sentido amplo, e tanto se podem dedicar

a actividades de natureza económica, à

semelhança de qualquer empresa, como às de

natureza educativa, cultural, social (no sentido

restrito), ecológica ou quaisquer outras.

Seria desejável que todo o terceiro

sector funcionasse como verdadeira aliança

a favor do desenvolvimento solidário e da

humanização da sociedade e da economia.

Neste momento, já se observa uma certa

aproximação; no entanto, ainda estamos muito

longe da necessária congregação permanente

de esforços.

Como encara o futuro das cooperativas e

particularmente o da nossa cooperativa de

ensino?

Seria irrealista, e certamente incorrecto,

defender o terceiro sector como alternativa aos

outros dois. Pelo contrário: bom seria que ele

funcionasse complementarmente, cooperando

estreitamente com eles e contribuindo para

a solução dos diferentes problemas sociais

e humanos. Dentro deste quadro, o INSE

tem um papel específico a desempenhar:

antes de mais, localmente, na linha do que

referi no final da resposta anterior. Depois,

inserindo-se no movimento cooperativo

nacional, particularmente nos ramos da

Educação e da Cultura, sem nunca descurar

o Desenvolvimento Integral. O primeiro passo

poderia consistir na cooperação com outras

cooperativas e associações da Benedita e de

zonas limítrofes, partilhando experiências e

realizando encontros periódicos.

Entretanto, seria de ponderar

a hipótese de facultar formação

regular em cooperação e

desenvolvimento no próprio

Externato. Qualquer que viesse

a ser o seu enquadramento

escolar, bom seria que incluísse

sessões em que participassem

representantes de cooperativas,

de associações e de outras

entidades, não esquecendo

as de natureza confessional,

empresarial, profissional e

familiar. Uma das ideias-força

desta actividade formativa poderia

consistir na capacidade de as

pessoas e famílias resolverem

os seus problemas através do

esforço pessoal e da cooperação

e associação com outrem.

Com uma ligação tão forte ao INSE e ao

ECB, recorda alguma situação marcante que

queira partilhar connosco?

Para não alongar excessivamente

a entrevista, limito-me a recordar a

determinação surpreendente dos fundadores

da Cooperativa e dos pioneiros do Externato.

Aquela determinação congregou pessoas

com percursos de vida bastante diferentes,

irmanadas num forte objectivo comum: a

criação de um estabelecimento de ensino

secundário, com perspectivas de acesso ao

superior.

Os fundadores mais comprometidos, que

vieram ou não a assumir responsabilidades

institucionais, levaram o seu empenho até

ao ponto de colocar os seus próprios bens

ao serviço da Cooperativa. Os pioneiros

do Externato começaram a funcionar em

instalações provisórias que depois, mercê do

labor dedicado e competente das gerações

que se foram sucedendo, chegaram ao actual

Externato Cooperativo da Benedita. E todos,

em cooperação, construíram o INSE tal como

hoje o vemos, cheio de potencialidades.

Propositadamente, não refiro nenhum

nome em particular, embora a tentação seja

muito grande, porque desejo deixar frisada a

acção de conjunto, que foi verdadeiramente

cooperativa.

UM OLHAR SOBRE COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOLIDÁRIO

Dr. ACÁCIO CATARINO

Page 12: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

OLHAR CIRCUNDANTE12

ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA

Se há alguém que diga que nunca

discriminou ninguém e que vive num mundo

onde isso não acontece, esse alguém é um

sonhador. Uma prova disso é, por exemplo,

o facto de eu estar a fazer este texto, pois

se vivêssemos num mundo justo não se

justificariam estas linhas que escrevo.

É porque aquele é branco ou porque aquele

é preto! É porque aquele é magro ou porque

aquele é gordo! É por qualquer coisa e por

coisa nenhuma! Hoje em dia tudo serve de

justificação para olharmos de lado uns para

os outros. Vivemos num mundo onde cada

pormenor conta e nada passa ao lado, um

mundo de estereótipos. Ao ver um cigano a

passar na rua há sempre quem pense: ”Boa

pessoa não é!” Para muitos, boa pessoa é

quem tem um bom emprego ou uma “palavra

cara” escrita no bolso de trás das calças, mas,

simultaneamente, para outros, essas são as

más pessoas.

Pode-se então dizer que este é um mundo

de contrastes, mas também um mundo de

sinónimos. Para muitos, dizer corrupto, ladrão

ou político é o mesmo: “É sempre alguém que

quer lixar o Zé Povinho”. Mas porquê? Lá

porque um ou outro político não fez bem o

seu trabalho, será justo estipular que todos

são iguais? Será justo pensar logo na palavra

terrorista ao ver uma pessoa com uma religião

diferente da nossa e imaginar imediatamente

que ele leva uma bomba pronta a explodir,

na mochila? Será justo culparmos uns pelos

erros dos outros? Se é, coloca-se outra

questão: então e nós? De certeza que já

alguém da nossa raça, religião, profissão ou

com um estilo de vida semelhante ao nosso

cometeu erros muito graves. Será então justo

sermos culpados por esses erros? Uma coisa

é certa, seja uma pessoa branca, preta, verde

ou amarela, de certeza que já errou, pois

ninguém é perfeito.

Todos somos diferentes e todos somos

iguais. Iguais porque todos somos seres

humanos e todos cometemos erros. Diferentes,

pois cada qual tem as suas características,

felizmente, o que faz com que cada um seja

original, e não um duplicado de alguém. Aliás,

se todos fôssemos o reflexo uns dos outros,

seria como se ao passar na rua os outros

fossem espelhos onde estaria sempre a nossa

imagem. Não haveria mais nenhum rosto, só

o nosso. Monótono, não?

Mas afinal o que procuramos ao certo?

Ninguém sabe, cada um procura o que acha

melhor para si, daí que este seja um mundo

tão subjectivo e tão complexo, ao mesmo

tempo. O que é bom para uns é mau para

outros, e ainda bem. É verdade que isto

pode ser considerado discriminação, mas a

discriminação também pode ser positiva, há é

que ter noção dos limites e ter cuidado, muito

cuidado, com os estereótipos. Há que dar

liberdade aos outros para que possam fazer

as suas escolhas, de modo a que nos deixem

fazer as nossas.

Mauro Luís, 12ºA

DISCRIMINAÇÕES SOCIAIS

Quando começa a

Primavera e o Inverno vai

embora, só nos apetece

aproveitar os raios solares,

estar num sítio bonito ao ar

livre, na companhia de quem

mais gostamos, e receber

o que de melhor a natureza

tem para nos oferecer. Bom

demais para ser verdade? Mas

felizmente este local existe: o

parque de merendas do Gaio é

um sítio excepcional, situado

em plena floresta, rodeado de

árvores e de todo o tipo de

plantas e flores, e com infra-

estruturas para piqueniques,

como grelhadores, mesas,

baloiços e instalações sanitárias. O parque

tem também uma fonte centenária com muita

tradição na aldeia, pois era o local onde as

pessoas, antigamente, iam lavar roupa e

buscar água. É a “Fonte da Espadaneira”.

Este parque gera um considerável fluxo de

pessoas durante os meses de Primavera e de

Verão, principalmente ao fim de semana. São

pessoas de todas as idades que procuram um

local em perfeita harmonia com a natureza,

onde possam relaxar.

Tiago Mateus, 10ºD

O PARQUE DE MERENDAS DO GAIO

Não conheço suficientemente bem os sis-temas legislativos de outros países para es-tabelecer com rigor termos de comparação, mas conheço razoavelmente o nosso sistema, para poder afirmar, com alguma margem de certeza, que é dos mais profícuos do mundo.

Quem como eu, por dever profissional, lê todos os dias o jornal oficial – Dário da Repú-blica – confronta-se com o manancial de nor-mas jurídicas, leis, decretos-lei, regulamentos, portarias, decretos-regulamentares, etc., que são publicados diariamente, num frenesim de criação que, muitas vezes, contradiz a legis-lação em vigor, desconexa o sistema jurídico ou duplica as normas existentes.

As leis devem vigorar enquanto se man-tiver o quadro social dentro do qual foram pensadas, discutidas e aprovadas. E não faz sentido haver uma alteração legislativa se o quadro de referência social se mantém. Mas ao que temos assistido nos últimos anos, é a uma alteração frenética de legislação, sempre que um qualquer acontecimento é dramatiza-do na comunicação social. Não se resolvem os problemas, não se criam mecanismos que os ajudem a resolver. Mas cria-se sempre uma nova lei, e assim, pelo menos, a intenção fica. É uma solução tão barata quanto inoperante, que finge a atenção de quem tem obrigação de resolver os problemas.

Em Dezembro de 2002, a Assembleia da República aprovou o Estatuto do Aluno do En-sino não Superior. Os objectivos gerais que nortearam a criação desta lei foram a fixação dos direitos e deveres dos alunos; a definição da forma, do modo e dos mecanismos de de-fesa dos seus direitos; a fixação das medidas disciplinares que seriam aplicadas quando fossem violados os deveres e as regras sobre

o procedimento.Foi uma lei discutida com as escolas, as

associações de pais, de professores e de alu-nos, participada pela sociedade e, finalmente, aprovada pelos deputados da Nação. Enfim, foi uma lei que correspondeu, no momento, àquilo que a sociedade pedia e que preen-cheu uma lacuna existente. Esta lei entrou em vigor há pouco mais de quatro anos. A socie-dade portuguesa, o perfil dos alunos, das es-colas, dos pais e encarregados de educação não mudou significativamente nesses anos. Quando esta lei foi publicada, eram conhe-cidas situações pontuais de indisciplina nas escolas, de agressões a professores por parte de alunos e pais ou encarregados de educa-ção, e situações de abandono escolar. Eram conhecidas e a lei previne-as.

Recentemente, relatos mais dramáticos de algumas destas situações, feitos pela comuni-cação social, puseram o país a discutir o pro-blema da indisciplina nas escolas; da violência dos alunos, pais e encarregados de educação sobre professores e funcionários; do abando-no escolar e da falta de mecanismos sociais para travar estes problemas. São problemas de que a escola é apenas o fim da linha de todo um conjunto de situações sociais mal re-solvidas ou não resolvidas e a carecerem de tratamento adequado. Para resolver o proble-ma, o Governo fez mais do mesmo: alterou o Estatuto do Aluno, criando uma nova lei que não vai resolver coisa nenhuma.

Mostrou assim, mais uma vez, que é sen-sível aos problemas sociais, e pródigo a criar leis que os não resolvem.

Professor Luís Castelhano

O ESTATUTO DO ALUNO

Page 13: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 13

ANO 2 - Nº 5 TOQUE DE SAÍDA

Realizou-se no pas-sado dia 13 de Abril, na FCUL, um seminário in-titulado “Utilização Edu-cativa de Plataformas Moodle”, com o apoio do CRIE, e que consistiu na

apresentação da experiência de duas escolas e numa reflexão sobre o Moodle.

O Moodle é um sistema online que permite o armazenamento, a organização e a distribuição de informação, a gestão de aprendizagens e o trabalho colaborativo. Assenta nos princípios pedagógicos de que o conhecimento é constru-ído e não transmitido, e de que a aprendizagem ocorre a partir da colaboração e da partilha de saberes.

Das muitas vantagens apontadas pelos pro-fessores que ali estavam em representação das suas escolas, salientam-se a promoção da uti-lização das TIC pelos docentes e pelos alunos; o arquivo e o fácil acesso à informação arqui-vada; a contribuição para uma melhoria da re-lação pedagógica entre professores e alunos; a criação de portefólios digitais; o contributo para

o aprender a aprender; a discussão e a partilha; e o desenvolvimento de actividades diferencia-das de enriquecimento e de recuperação.

Foram também apresentadas no seminário as dificuldades sentidas na implementação do Moodle, dificuldades que passam sobretudo pela falta de formação em TIC e pela resistên-cia à sua utilização por parte de alguns docen-tes. Para fazer face ao problema, os presentes, alguns deles membros dos conselhos executi-vos das respectivas escolas, afirmaram que os docentes devem “… crer e ir experimentando”, e que cabe aos órgãos de gestão das escolas tomar posição e dar o exemplo, levando os pro-fessores a entender as vantagens, por exem-plo, de receber convocatórias e notícias da es-cola em “casa”, via e-mail. Também os alunos, a seu tempo, são potenciadores da motivação dos professores.

Os interessados podem consultar mais in-formações sobre o seminário em: http://nonio.fc.ul.pt/actividades/seminario_moodle/sem_moodles.htm

Professor Samuel Branco

Utilização educativa de plataformas Moodle

EXPERIÊNCIA EM DUAS ESCOLASDIA DA INFORMÁTICA

O dia da informática realizar-se-á

no próximo dia 5 de Junho e terá como

principal actividade, a apresentação

dos projectos realizados pelos alunos

das turmas do curso tecnológico de in-

formática e pelos alunos das disciplinas

de TIC 9º ano e TIC 10º ano. Na mostra,

a comunidade do ECB, no geral, pode-

rá ficar a conhecer alguns dos projectos

desenvolvidos pelos referidos alunos ao

longo do ano, com temas destinados aos

alunos da pré-primária, que são anual-

mente convidados a experimentá-los.

Os projectos foram desenvolvidos

através de tecnologias como visual ba-

sic, flash, visual c++, html, javascript,

css e powerpoint e consistirão em ani-

mações, websites e vídeos. Haverá

uma exposição de cartazes sobre infor-

mática e outra onde estarão expostos

componentes de hardware. Decorrerá,

também, o já tradicional concurso de

karaoke.

O Sistema Operativo Linux foi um projecto lançado por Linus Torvalds, um finlandês na altura com 21 anos, fasci-nado por computadores desde pequeno. Sem dinheiro para comprar o sistema UNIX, e à entrada para a universidade, Linus resolveu desafiar-se a si mesmo: criar um SO (Sistema Operativo) que tirasse melhor partido da sua máquina, tendo como base o sistema UNIX e o núcleo do Minix. Esse desafio pessoal depressa ganhou ou-tros interessados, e hoje é um projecto a nível mundial e con-siderado um dos melhores Sis-temas Operativos de sempre.

Criado inicialmente para executar o software do GNU sobre PC, tem inúmeras vanta-gens em relação ao seu mais directo rival da Microsoft, o Sistema Operativo Windows. Sendo o Windows o SO mais utilizado em todo o mundo, são de conhecimento geral alguns dos seus principais problemas.

Destaco aqui o preço, a segu-rança e o suporte, comparan-do-os com os do Linux.

Relativamente a preços, o Linux pode ser obtido on-line ou por encomenda, gratuita-mente, ao contrário do Windo-ws que pratica preços relativa-mente altos. Existe também a inerente questão da legalidade: sendo um SO pago, o uso e/ou posse de cópias pirata do Win-dows é considerado crime e punido com coimas e até pena de prisão. Um problema que os utilizadores do Linux não têm.

Segurança é uma importan-te característica num SO, pois a Internet está cada vez mais acessível, e cada vez mais surgem ataques de hackers e de pessoas mal intencionadas. Neste aspecto, e ao invés do que acontece com o Windows, no Linux dificilmente entra um vírus ou um programa malicio-so, devido ao método de ins-talação das aplicações. Outra das razões para uma maior segurança reside no facto de este SO ser menos utilizado que o Windows, o que o torna menos visado pelos criadores de vírus.

Relativamente ao suporte, o da Microsoft é oferecido por uma equipa estritamente esco-lhida para o efeito. Assim sen-do, é necessário “esperar” que determinado update ou erro seja reportado e corrigido. Já que o Linux é OpenSource (có-

digo aberto), estes problemas transformam-se em vantagens: há uma extensa comunidade na Internet que lança constan-temente updates e versões do SO, sendo praticamente im-possível não conseguir ajuda de alguém que já tenha tido um problema semelhante ao nos-so; também as aplicações mais importantes estão praticamen-te todas desenvolvidas e dis-poníveis para download.

Mas, como nada é perfeito, o Linux também tem uma di-ferença importante, que neste caso é defeito: não funciona por Plug-n-Play. Isto significa que qualquer novo dispositivo que se ligue ao computador não será de imediato reconhe-cido, e terá de ser instalado, na pior das hipóteses através da linha de comandos. Uma gran-de diferença que, por enquan-to, mantém o Windows a fazer sombra ao Linux.

Concluindo, o Linux revela--se uma ascendente escolha para um futuro próximo, se o utilizador pretender um SO mais eficaz e seguro. Porém, para o utilizador comum, ain-da deve demorar algum tempo, até que o Linux se torne menos dependente do suporte huma-no na sua manutenção diária. O reinado permanece, por ora, nas mãos da Microsoft.

Filipe Matias, 12ºG

LINUX E SUAS DIFERENÇAS V FEIRA DO LIVRO De três a seis de Maio decorreu, no

CCGS, a V edição da Feira do Livro, or-ganizada pela Biblioteca do ECB e que contou com a colaboração de várias enti-dades e empresas.

À semelhança das anteriores edições, a Feira teve a participação de um grande número de editoras e brindou o público com um variado programa que logrou sa-tisfazer o gosto heterogéneo dos visitan-tes. Desde a dança, à música, passando por palestras, exposições e pelo circo, a animação foi constante. Na opinião dos organizadores, a V Feira do Livro supe-rou as expectativas, pela enorme afluên-cia de público nos quatro dias de duração do certame e pelas vendas efectuadas, o que consagra esta Feira como um im-portante espaço de divulgação cultural na região.

FESTTEATROO ECB propôs-se, em 2003/2004, le-

var a cabo um festival de teatro escolar que juntasse grupos de várias escolas, irmanadas no amor pelo teatro e pelos valores que ele representa. Desde en-tão, este acontecimento tem feito parte do Plano de Actividades da escola, e por aqui têm passado grupos de diversas zo-nas do país e da Galiza.

A IV edição do Festteatro teve lugar nos dias 27, 28 e 29 de Abril. Estiveram presentes cinco grupos de escolas se-cundárias (Braga, Viana do Castelo, Pó-voa de Varzim e Amadora), uma escola profissional (Rio Maior), uma do ensino básico (Marinhas do Sal de Rio Maior), um estabelecimento de ensino superior (Instituto Superior Técnico) e, como não podia deixar de ser, o grupo anfitrião, “Os Gambuzinos”, do ECB.

Os espectáculos foram amplamente participados por um público que, cada vez mais, tem vindo a aderir a este evento.

Page 14: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE14

ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA

QUEM FOI BLAISE PASCAL?

Matemático, físico, filósofo, religioso e es-

critor francês, nasceu em Clermont Ferrand em

1623 e morreu em Paris em 1662.

Pascal foi o fundador da moderna teoria das

probabilidades. As suas ideias sobre o que se

encontra oculto na religião influenciaram o pen-

samento de Jean-Jacques Rousseau, Henri Ber-

gson e os existencialistas. Aos 17 anos publicou

um ensaio sobre matemática que lhe mereceu

um elogio de René Descartes. Inventou o pri-

meiro calculador digital (um tipo de máquina de

somar a que chamou La pascaline, a primeira

calculadora mecânica que se conhece, conser-

vada no Conservatório de Artes e Medidas de

Paris). Realizou estudos em geometria, hidro-

dinâmica, hidrostática e pressão atmosférica.

Inventou a seringa e descobriu a lei de Pascal

da pressão (1647/1654), que se enuncia da se-

guinte forma: “Um fluido sob determinada pres-

são exerce pressões totais iguais sobre iguais

áreas”. E ainda, o princípio da pressão hidráu-

lica (1640).

Como filósofo e místico, criou uma das má-

ximas mais pronunciadas nos séculos posterio-

res: “O coração tem razões que a própria razão

desconhece”.

Blaise Pascal

QUADRO DE MÉRITO7º anoAndreia Dias Lopes 7º A

Sofia Ribeiro do Couto 7º A

Sofia Serrenho Nunes 7º A

Joaquim Marques Vinagre Ferreira 7º B

Jorge Lourenço Ribeiro 7º B

Carolina Perista Serrazina 7º C

Juliana Serrazina Pedro 7º C

Maria Serrazina Carvalho 7º C

André da Costa Marques 7º E

Nuno Filipe Martins Carreira 7º E

Rute Tereso Lopes 7º E

Daniela Tomás Costa 7º G

Hugo José da Silva Fernandes 7º G

Pedro Radamanto Rodrigues 7º G

Ana Isabel Conceição Luís 7º H

Soraia Alexandra M. Marques 7º I

Tiago Costa Mateus 7º I

8º anoAntónio Serrenho do Carmo 8º B

Daniela Filipa Mendes Francisco 8º B

Adriana Fialho Passarinho 8º D

Bruna Alexandra G. Raimundo 8º E

Joana Teresa da Silva Bento 8º E

Ricardo Nazaré Serrazina 8º E

Rita Isabel Moreira Diniz 8º E

Ana Rita Ribeiro Marques 8º F

Eunice Ferreira Vicente 8º F

Sofia Marques Félix Castelhano 8º F

Maria Santos Vicente 8º G

Cristina Isabel Ferreira Tomás 8º H

Beatriz Mateus Tiago 8º I

Nídia Quitério Ferreira 8º I

9º anoInês Gonçalves Guerra 9º A

José Carlos Barreiro Mateus 9º A

Miguel Machado Lopes 9º A

Laura Catarino Gonçalves 9º C

Mónica Daniela Santos Fialho 9º C

Vanessa Marques Fialho 9º C

Filipa Isabel Mendes M. Serrazina 9º D

Tatiana Marques Ladeira 9º D

Paulo Miguel Vicente Baptista 9º E

Beatriz Perista Serrazina 9º H

Francisco Serrazina Carvalho 9º H

Catarina Fialho Pereira 9º I

10º anoMarta da Conceição V. dos Santos 10º A

Ricardo Radamanto Rodrigues 10º A

Alexandre Cardoso Coelho 10º B

Flávia Moreira Ferreira 10º B

Joana Maria Nicolau Marquês 10º B

Miguel Cardoso Vicente 10º B

Diogo Alexandre R. Feleciano 10º C

Inês Lourenço Castelhano 10º C

Joana Coelho Martins 10º C

João Luís Filipe Santos 10ºC

João Miguel Ramalho Constantino 10º C

Lúcia Isabel Ventura Maçãs 10ºC

Rafael Luís Machado Bento 10º C

Carla Colaço Serralheiro 10º D

Marisa Moreira Costa 10º D

Natacha Firme Almeida 10º D

Rita Marques Ferreira 10º D

Sofia Silva Lopes Cavadas 10º D

Tiago Luís Ribeiro Pires Santos 10º D

Beatriz Severes Lopes 10º E

Francisca Maria Marquês Rebelo 10º E

Joana Felizardo Francisco 10º G

11º anoBruno Inácio Pereira 11º A

Flávio Daniel Costa Monteiro 11º A

Inês Rodrigues Pereira 11º A

Marta Bispo Pimenta 11º A

Verónica dos Santos Silva 11º A

Ana Carolina Pimenta Pedroso 11º B

Catarina Alexandra M. Caetano 11º B

Élia Filipa Fialho do Carmo 11º B

João Gabriel da Cruz Fialho 11º B

Luís Daniel Machado Crisódtomo 11º B

Sandra Margarida N. Guerra 11º B

Sara Maria Pimenta Rebelo 11º B

Sara Marques Vicente 11º B

Solange Ramalho Pereira 11º B

Tiago Mateus Madaleno 11º B

Elsa Marques Belo 11º C

Joana Isabel Silva Lopes Cavadas 11º C

Neuza Tatiana Almeida da Silva 11º C

Ana M. Constantino Marques 11º D

André Quitério Ferreira Gerardo 11º D

Vera Lúcia Romualdo da Cruz 11º D

Hélder Ricardo Santos Correia 11º E

Marina Alves do Rosário 11º F

Andreia da A. Constatantino 11º G

Flávia Catarina Marques Grilo 11º G

Sívia Filipe Ferreira Matias 11º G

Joana Isabel C. Lourenço Santos 11º I

Vera Lúcia Delgado da Silva 11º I

12º anoMariana Belo da Cruz 12º A

Mauro Guilherme Augusto Luís 12º A

Paulo Sérgio Silva Pires 12º A

Rita Alexandra Silva Cristiano 12º A

Valter Filipe Penas Ribeiro 12º A

Ana Isabel Morgado dos Santos 12º B

Joana Cardoso Coelho 12º B

Luís António Santos Nazaré 12º B

Patrícia Alexandra Fialho Felizardo 12º B

Ângela Susano Vicente 12º C

Carina Costa Borralho 12º C

Joana Marques Moreira 12º C

Pedro Filipe Alexandre Rodrigues 12º C

Margarida Isabel R. V. Costa 12º E

Patrícia Fialho da Silva 12º E

Ana Isabel Lopes Mateus 12º F

Ângela Maria Morgado Santos 12º F

Davide Delgado Nunes 12º G

Federico Santos Honório 12º G

Telma Catarina Do Coito Almeida 12º H

RecorrenteSamuel dos Santos Pereira 10º T.i.

Marcos José Ramos Paixão 11º C.S.H.

Pedro Leonel Luís Fialho 11º C.S.H.

Ricardo Miguel Rosa Santos 11º C.S.H.

O NOVO ESPECTÁCULO DOS GAMBUZINOS

José Mauro de Vasconcelos, num exer-cício de catarse, deixa-se possuir pelas memórias da sua infância e, num frene-sim de escrita que dura doze dias, conta-nos como era a sua vida aos cinco anos, quando ainda era conhecido por Zezé. Apresenta-nos uma galeria de persona-gens que, pela violência ou pela ternura, nos acorrentam sofregamente à leitura e nos comovem profundamente. Ao ler “O meu pé de laranja-lima”, por vezes ri-se, por vezes chora-se. Esta é a história que adaptámos para teatro e vos queremos mostrar.

Os Gambuzinos

Page 15: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 15

ANO 2 - Nº 5 TOQUE DE SAÍDA

BIOTECNOLOGIA INOCENTE?

Nas últimas décadas,

os avanços da genética,

da bioquímica e da micro-

biologia, ou seja, da biolo-

gia molecular, resultaram

numa nova tecnologia (su-

postamente), voltada para

a solução de problemas

em benefício da socieda-

de.

A biotecnologia tem

contribuído significativa-

mente em áreas necessá-

rias à sobrevivência huma-

na, como na produção de

alimentos, no controlo de

pragas, no diagnóstico de

doenças, na produção de

hormonas, entre outras.

De tempos a tempos,

e cada vez mais frequen-

temente, a divulgação de

novos avanços científicos

e tecnológicos nesta área

causa impacto na opinião

pública e reacende a polé-

mica sobre as precauções

desejáveis no enquadra-

mento dos limites que a

sociedade pretende impor

à capacidade humana de

avançar no desconhecido

e à velocidade com que

se devem incorporar as

novas técnicas daí resul-

tantes. Especialmente na

biotecnologia, que rompeu

as barreiras naturais da li-

mitação entre espécies e

possibilitou a manipulação

de um património que se

originou nos primórdios da

vida no nosso planeta.

É este avançar no des-

conhecido que faz com

que cientistas e os restan-

tes cidadãos sejam caute-

losos nos passos a serem

dados. Recentemente, foi

amplamente divulgado

pela imprensa o resultado

de experiências, desenvol-

vidas na Universidade de

Bath, em Inglaterra, para

a obtenção de girinos sem

cabeça. Imediatamente

surgiram especulações de

que esta seria uma nova

técnica de obtenção de

órgãos para transplan-

te, de que a técnica seria

aplicável em humanos.

Um feto humano sem ca-

beça e sem vida própria,

não seria considerado um

novo ser e, portanto, não

lhe seriam aplicadas as

normas éticas ou legais

vigentes. O girino altera-

do geneticamente foi eli-

minado no quinto dia do

seu desenvolvimento para

não ferir a legislação bri-

tânica de bio-segurança

e protecção de animais.

Alguma causa justificaria

este tipo de experiência?

Por outro lado, leis ou nor-

mas restritivas devem ou

não impedir o avanço do

conhecimento? Estamos

bem longe de uma bio-

tecnologia “inocente” que

não levante questões de

ética nem afronte a vida

de cada cidadão.

Cabe à sociedade como

um todo discutir o enqua-

dramento ético das mani-

pulações biológicas de-

correntes da engenharia

genética, discutindo am-

pla e democraticamente

todos os aspectos que lhe

são inerentes, devendo os

cientistas e as sociedades

que os congregam es-

clarecer os sectores não

científicos da sociedade

e, em conjunto, aprecia-

rem eticamente os objec-

tivos a serem alcançados

em benefício do homem e

do mundo.

Fonte:

Ana P. Pacheco Clemente

Bióloga, Esp. em Bioética

[email protected]

Catarina Santos

Liliana Anselmo

12ºC

Compostagem

PROCESSO E IMPORTÂNCIA

No passado dia 21 do mês de Março tivemos o

prazer de receber nas instalações da nossa escola,

a Dr.ª Ana Carolino Ferreira, Engenheira do Ambiente

na Câmara Municipal de Alcobaça, que nos veio apre-

sentar um tema actualíssimo que é a Compostagem.

Mas afinal o que é a Compostagem? É um proces-

so natural que consiste na decomposição de resíduos

orgânicos num material escuro com aspecto de solo,

designado “composto”.

Este processo apresenta várias vantagens pois,

para além de diminuir a quantidade de resíduos que

é depositado em locais como os aterros sanitários, é

produzido um composto que, por ser muito rico em

nutrientes, pode ser utilizado na agricultura, melho-

rando o desenvolvimento de plantas, jardins e relva-

dos. Este composto actua no solo como uma esponja,

ajudando-o a reter a humidade e os nutrientes, me-

lhorando assim as suas características e reduzindo o

recurso ao uso de fertilizantes químicos. Por exem-

plo, os solos ricos em composto são menos afectados

pela erosão. Para além disso, é uma técnica que não

requer conhecimentos técnicos ou equipamentos.

Qual é então o processo a realizar? O método mais

simples requer a deposição de material (como folhas,

relva e pequenos ramos) numa pilha, dentro de um

compostor, que tem de ser regada e revolvida ocasio-

nalmente, tendo em vista a promoção de humidade

e oxigénio nos microrganismos da mistura (bactérias

e fungos), que irão decompor o material empilhado.

Quando este material composto se encontrar estabi-

lizado biologicamente, poderá ser usado para correc-

ção de solos ou como fertilizante.

Segundo a Engenheira Ana Ferreira, “a composta-

gem é um processo de

fácil implementação”,

pelo que nos convidou

a aderir a este projecto

para o futuro, disponibi-

lizando um compostor à

nossa escola, que terá

que ter uma manuten-

ção contínua a efectu-

ar por nós. Esperamos

que todos adiram!

Ângela Vicente, Joana Moreira,

Samila Costa, 12ºC

Os átomos são

constituídos por um

núcleo (neutrões e

protões) e por uma

nuvem electrónica

onde se localizam

os electrões. Eles

são atraídos ao núcleo por forças electromag-

néticas. Estas forças que agregam as partícu-

las nos núcleos são muito fortes, podendo dar

origem à energia nuclear.

A energia atómica ou nuclear provém de

reacções nucleares que dão lugar a uma li-

bertação de energia por variações de massa.

Existem dois processos de libertar essa ener-

gia e de a aproveitar sob a forma de calor: a

fissão e a fusão. A fissão nuclear baseia-se

na partição dos núcleos de átomos pesados

em diversos núcleos mais pequenos, libertan-

do grandes quantidades de energia, enquanto

a fusão se baseia na junção de dois núcleos

leves, formando um núcleo mais pesado. Este

processo ocorre, por exemplo, no interior das

estrelas e do sol.

Em qualquer dos processos, dá-se uma re-

acção no núcleo dos átomos e a matéria dei-

xada após a reacção tem um pouco menos

de massa do que antes. A massa “perdida”

transforma-se em energia, da qual, alguma é

libertada como radiação electromagnética. A

restante transforma-se em calor que pode ser

usado para destruir, como nas armas nucle-

ares, ou para gerar electricidade, como nos

reactores nucleares.

Joana Coelho e Sara Ramalho, 10ºC

ENERGIA NUCLEAR

Page 16: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE16

ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA

CRRRUUÁÁÁÁ

Estávamos a fazer um trabalho de Biologia (a professora é muito enzi-mática…ainda bem!) quando come-çámos a ouvir um barulho muito es-quisito! Pois, para nós não é normal, pois estamos numa zona com tijolos e cimento (urbanização)! Começá-mos a seguir as pistas sonoras… abrimos a porta e deparámo-nos com este anfíbio “verde-brilhante”.

Ficámos estupefactas!É claro que o nosso espírito de

“querer-saber-mais” nos levou à pesquisa!

As relas preferem habitats ricos em vegetação e relativamente húmi-dos, encontrando-se em zonas en-charcadas, pântanos, lagoas, cani-çais, arrozais, prados e outros meios similares. Vivem tanto ao nível do mar como em zonas de montanha.

Os principais factores de ame-aça para esta espécie são o desa-parecimento progressivo das zonas húmidas, onde se concentram em número elevado para se reproduzir, a destruição ou alteração da vege-tação das ribeiras e a utilização de insecticidas.

Assim, ficámos a conhecer este vertebrado cintilante e tão pequer-rucho — a Rela (Hyla arborea) que é um pequeno anuro (anfíbio sem cauda).

Conclusão: Quando menos espe-ramos…tudo pode acontecer!

Joana Moreira, Carina Borralho e

Ângela Vicente,12ºC

AS NOVAS IMPRESSÕES DIGITAIS

A investigação dos mecanismos genéticos dos últimos anos per-mitiu o aparecimento da Engenharia Gené-tica, uma ciência que começa a ter um valor insubstituível ao nível da indústria, medicina, agronomia, zootecnia, farmacologia e até na área da investigação cri-minal.

Entre as grandes des-cobertas da Engenharia

Genética destaca-se a produção de organismos transgénicos, isto é, organismos cuja sequência genética foi modificada. Outras descobertas de va-lor inquestionável são as aplicações na medicina, permitindo a obtenção de novos fármacos, vacinas, bem como terapias para determinadas doenças hereditárias. Contudo, actualmente, estão a ser investigadas novas formas de aplicação da Enge-nharia Genética, nomeadamente a nível da Ciência Forense (ciência ligada à criminologia).

Toda a informação genética de um indivíduo está preservada num ácido que se encontra no núcleo das nossas células denominado DNA. Esta molé-cula é constituída por uma dupla hélice formada por duas cadeias. Cada cadeia tem uma sequência de nucleótidos (unidades básicas) de quatro tipos diferentes designados pelas letras A, T, G, C. A informação genética exprime-se através da sínte-se de proteínas que, por sua vez, condicionam as características dos seres vivos. Os segmentos da molécula de DNA que contêm a informação para a síntese de uma determinada proteína são designa-dos genes. Estes podem ser constituído por vários milhares de nucleótidos. (ver figura)

Na maior parte dos cenários de um crime, é pos-sível encontrar material biológico que pode ser uti-lizado para recolher DNA. Este será sequenciado

e comparado com o DNA dos diferentes suspeitos, contribuindo assim para a identificação do possível criminoso.O DNA pode ser isolado a partir de uma grande variedade de produtos biológicos. Geral-mente utiliza-se os glóbulos brancos contidos no sangue encontrado nos locais do crime. Em casos de violação, o esperma do violador pode ser tam-bém uma fonte de DNA, bem como a saliva deixada em cigarros, comida ou copos abandonados no lo-cal sujeito à investigação. No caso da saliva, o DNA provém das células do epitélio bocal. Também os cabelos, particularmente os folículos (raiz do cabe-lo), podem fornecer DNA. Este ácido nucleico está também presente nos ossos, nos dentes, na cera dos ouvidos, nas fezes e no muco nasal. A sequên-cia nucleotídica da molécula de DNA é exclusiva de cada indivíduo, excepto no caso dos gémeos verdadeiros. Contudo, em Ciência Forense, não é possível analisar a totalidade do DNA presente numa amostra.

As regiões correspondentes a genes essenciais variam muito pouco de indivíduo para indivíduo. Mas existem outras regiões, espalhadas entre es-ses genes, sem qualquer função conhecida (regiões não codificantes); estas apresentam uma grande variação entre diferentes indivíduos, sendo assim escolhidas para fazer a sequenciação nas análises forenses. Os testes mais avançados para comparar sequências de DNA tem uma enorme capacidade de discriminação, uma vez que a probabilidade de dois indivíduos terem sequências iguais é de 1 em 100 milhões.

Apesar dos grandes benefícios que se afiguram com a utilização destas técnicas no nosso quoti-diano, alguns argumentam que o conhecimento cada vez mais profundo da sequência de bases que constituem o DNA humano, pode abrir portas a uma maior invasão da nossa privacidade.

Professor Sérgio Teixeira

A web, mais precisamente a World Wide Web, tem crescido de forma assustadora desde o seu iní-cio até aos dias de hoje. Ela ajuda-nos em variadíssimas actividades: profissionais, educacionais e de la-zer. São milhões de acessos diários aos conteúdos online.

Essa imensa massa de infor-mação traz consigo uma grande dificuldade, que é a procura de in-formação específica. Por maior e mais completo que o conjunto de informação possa ser, este será inútil caso não se consiga encontrar a informação de que se necessita, perdendo-se horas em pesquisas ineficientes. Neste ponto, cabe-nos colocar uma questão: Será que a maioria dos utilizadores deste ser-viço sabe fazer pesquisas?

No nosso entender, não. O utili-zador tem de ter plena consciência

de que os conteúdos de informação nas páginas da Internet variam, de acordo com a diversidade temáti-ca das respectivas bases de da-dos oferecidas nos sites. Algumas são orientadas para um determina-do assunto, enquanto outras são orientadas para a missão da insti-tuição que as desenvolveu. Estes e outros factores devem ser levados em consideração no planeamento das estratégias de pesquisa, asse-gurando a qualidade e eficácia na procura da informação. O entendi-mento dos processos de pesquisa é primordial para melhorar a eficácia dos resultados, pois irá diminuir o tempo da procura e melhorar a qua-lidade dos resultados. Eis algumas estratégias que poderão melhorar a eficácia das pesquisas:

Pesquisa por palavra-chave – o utilizador digita num motor de busca (o Google, por exemplo) o assunto da pesqui-sa: Externato Cooperativo da Bene-dita;

Pesquisa por definições am-plas – utilização de expressões mais genéricas, por exemplo, pro-cura por estabelecimentos de ensi-no ou escolas para encontrar o Ex-ternato Cooperativo da Benedita;

Pesquisa Complexa – quando se emprega um cruzamento de pa-lavras, por exemplo, procurando-se simultaneamente “Freguesia da Be-nedita”, “escolas” e “Externatos”;

Pesquisa por sufixos da lin-guagem de computador – nes-ta pesquisa utilizam-se os sufixos ou extensões dos ficheiros digitais (.gif, .jpg, por exemplo);

Pesquisa booleana – emprega os elementos da lógica booleana, os conectores E (AND), OU (OR), entre outros, para formar termos de pesquisa mais complexos;

Digitação Directa – a pesquisa é realizada pela digitação de um link específico.

A Internet já faz parte integrante da vida das pessoas e não é ape-nas um recurso isolado. Assim, está na altura de “domesticarmos” a Internet, cuja utilização passou do trabalho para o lar, com um uso cada vez mais lúdico, a par do pro-fissional.

Professora Ana Duarte

PESQUISAR NA INTERNET

Page 17: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

MENTE SÃ EM CORPO SÃO

ANO 2 - Nº 5 TOQUE DE SAÍDA

17

Campeonato Nacional de Jovens

Entre os dias 25 e 30 de Março de 2007, em Portimão, realizaram-se os Campeonatos Nacionais de Jovens dos Sub8, 10, 12,14,16 e 18, uma or-ganização da Federação Portuguesa de Xadrez, envolvendo 387 jovens.

Os 23 jogadores de Leiria ali pre-sentes foram acompanhados por fami-liares e por dois delegados, Directores da Associação Xadrez de Leiria: Antó-nio Mamede Diogo e José Cavadas. De Leiria, para além dos atletas, estiveram em acção dois árbitros, Paulo Lopes (Benedi-ta) e André Pinto (S Martinho do Porto).

O comportamento dos nossos atle-tas foi exemplar, dando o máximo a nível competitivo e tentando superar-se. Merece destaque o 3º lugar de Mariana Silva (Femininos) nos Sub16, apurada para os Nacionais Sub16 de 2007/08; e o 4º lugar de Pedro Rodri-gues nos Sub18, ambos da Academia Xadrez da Benedita.

Professor José Cavadas

O Externa-to Cooperativo da Benedita foi palco de mais uma Festa de Xadrez Nacio-nal, o VII En-contro Nacional

de Escolas Individual que se realizou no CCGS, no passado dia 8 de Feve-reiro. Estiveram presentes escolas de Norte a Sul do País.

Esta prova está inserida no ca-lendário da Federação Portuguesa de Xadrez, no calendário das activi-dades da ADEXO (Associação Des-portiva Escolar de Xadrez do Oeste) e no Plano de Actividades da nossa escola: foi organizada pelo Externa-to com os apoios da CE Oeste, do Ministério da Educação, da Junta de Freguesia da Benedita e da Associa-ção Xadrez de Leiria.

O ritmo utilizado foi de 15 minutos

por partida e por jogador, e sistema suíço de 7 sessões. A direcção da prova esteve a cargo de José Cava-das e Júlio Flores, e a arbitragem, para além destes, esteve também a cargo dos professores responsáveis das escolas presentes e do Presi-dente da Associação Xadrez de Lei-ria, o árbitro internacional Carlos Oli-veira Dias.

Daniel Bray (Escola Nery Capu-cho, da Marinha Grande) venceu o VII Encontro Nacional do 3º Ciclo/Secundário, e o Externato Coopera-tivo da Benedita, representado por cinquenta alunos, foi a escola com mais participantes (265 atletas) e a melhor classificada entre as quinze presentes: os quatro melhores joga-dores de cada escola determinam a classificação da equipa.

Professor José Cavadas

XADREZEncontro Nacional de Escolas no ECB

Porque será que a Matemática é tão detes-tada por uns e tão amada por outros? Quase diariamente aparecem nas revistas de educa-ção estudos relativamente à temática do In-sucesso na disciplina de Matemática, teses de Mestrado e Doutoramento abordando este tema, que é também aliciante para os media, principalmente quando dispõem de um conjun-to de dados numéricos e se limitam a compará-los com dados relativos a outros países, dados esses recolhidos em contextos completamente diferentes.

Está na moda comparar os modelos de ensi-no com o modelo Finlandês, que é o que obte-ve nos últimos estudos da OCDE as melhores pontuações em praticamente todos os itens. Há uns meses atrás, assisti a uma conferência em que se comparava o modelo português com o modelo finlandês, particularmente no que se referia à Matemática. Ora, num país em que o estudo paga a totalidade do ensino, desde os livros, à alimentação e aos transportes, e onde não é necessário recorrer a explicações, pois a escola tem mecanismos de ajuda para os alunos com dificuldades, obviamente que os resultados têm de ser melhores.

Mas será que o insucesso assenta exclusi-vamente em condições socioeconómicas? Será que as práticas da sala de aula, os currículos, os programas, a qualidade, empenho e a pró-pria formação dos professores, será que todos estes factores não têm influência também?

Não nos podemos resignar e pensar que so-mos um país da cauda da Europa e por isso não há nada a fazer. Há, e muito. Podemos começar por tentar perceber a própria relação dos alunos com a disciplina.

Durante este ano lectivo, tive o prazer de ter como colaboradores, na minha secção deste jornal, um grupo fantástico: os alunos do 11º D. Como este será o último número do Toque de Saída neste ano lectivo, e como acho que os alunos são o elemento mais importante da

cadeia educativa, penso que é de inteira justiça ouvir as suas opiniões acerca da Matemática. São apenas as opiniões de alguns alunos, não se trata de nenhum estudo, mas muitas focam aspectos corrigíveis até num país da cauda da Europa. Os textos são os originais, apenas com algumas correcções linguísticas:

«Penso que os professores, enquanto res-ponsáveis pelo contacto dos alunos com a dis-ciplina, são em grande medida responsáveis pela relação dos alunos com a Matemática. A forma como abordam as aulas faz a diferen-ça para os alunos. Penso que se estas forem abordadas com entusiasmo e, de certa forma, como um desafio, isso pode motivar os alu-nos.» (Daniel Ribeiro)

«A Matemática, apesar de não ser uma dis-ciplina que me atraia muito, é sem dúvida a que me dá mais gozo trabalhar, pois sempre gostei de desafios e ela é o meu maior desa-fio, porque não a entendo. Pensei sempre que não servia para nada até me aperceber do con-trário, pois abrange qualquer ciência humana. Digamos que ela faz parte da vida e por isso respeito-a, apesar de não a entender. Por parte dos professores, acho que eles têm um papel fundamental, pois são eles a balança do “gos-to” ou do “não gosto”. Um aluno que sinta que o professor está ali para ajudar, que não faz mal responder e falhar, pois ele está lá é para corrigir, que sinta que o professor o incentiva, esse aluno esforça-se mais e entra num desa-fio consigo mesmo.» (Pedro Lopes)

«A Matemática, disciplina vista por muitos como um “bicho de 7 cabeças”, é uma disci-plina em que se podem obter resultados satis-fatórios se existir estudo, preparação e muita motivação. Pessoalmente, apesar de uns altos e baixos ao longo dos últimos anos, em geral aprecio esta disciplina. No início do Ensino Bá-

sico, esta era sem dúvida a minha disciplina preferida. No entanto, quando as “continhas” de somar e subtrair começaram a ser substi-tuídas pelas fracções, potências e raízes qua-dradas, o meu gosto começou a diminuir, pois achava tudo aquilo muito complicado e sem ne-nhuma aplicação prática. Até que chegou uma altura em que me apercebi realmente de que o segredo para o sucesso nesta disciplina é es-sencialmente compreender e empreender tudo o que o professor explica na aula. O segredo é nunca sair da sala de aula com a mais pequena dúvida. É óbvio que além disto é necessário muito estudo e prática em casa, pois a Mate-mática exige muita atenção e prática.

A partir desta consciencialização, aquela ideia de uma disciplina aborrecida começou a dissipar-se da minha mente e, depois de dar programação linear, percebi que a Matemática poderia mesmo ser aplicada à vida prática.

Relativamente aos professores, penso que têm efectivamente um papel preponderante no sucesso ou insucesso do aluno, devendo criar o melhor ambiente possível na sala de aula, de modo a cativar a atenção de todos.

Para concluir, gostaria de dizer a todos os estudantes que, apesar de a Matemática exi-gir muito esforço, é uma disciplina agradável e não devem desistir logo que surja a primeira dificuldade. Digo-vos que é uma óptima sensa-ção receber um teste com uma boa nota, de-pois de umas horas de estudo, pois sente-se que o esforço valeu a pena!» (André Gerardo)

Estes são alguns excertos das reflexões dos alunos, todas elas válidas. E cada uma será mais um contributo para que nós, professores, percebamos o que lhes vai na alma e possa-mos trabalhar no sentido de criar uma melhor relação dos alunos com a disciplina, de forma a atingir o sucesso.

Acácio Castelhano com os alunos do 11ºD

A MATEMÁTICA NA PERSPECTIVA DOS ALUNOS

Page 18: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

MENTE SÃ EM CORPO SÃO

ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA

18

A (in)segurança dos aditivos

A SOCIEDADE DOS EEEEmbora teoricamente se exerça um gran-

de controlo antes de as autoridades sanitá-

rias autorizarem um aditivo nos alimentos,

persistem as dúvidas acerca dos seus pos-

síveis efeitos cancerígenos a longo prazo,

devido a dois motivos fundamentais:

1º - As provas de toxicidade e de efeitos

cancerígenos são feitos em animais (normal-

mente ratos), pelo que os resultados não são

totalmente transferíveis para o homem.

2º - Desconhece-se o efeito cumulativo de

muitos aditivos a longo prazo. Sabe-se que

existem substâncias químicas que levam

vinte anos ou mais a provocar cancro. É ra-

zoável pensar que a acumulação de aditivos

químicos no organismo humano ao longo dos

anos possa produzir efeitos nocivos inespe-

rados.

Código E Substância Uso Efeitos adversos

Corantes E100 – E199

E102 Tartacina Corante amarelo em caramelos,

refrescos de limão e pastilhas

elásticas

Urticária, rinite e outras ma-

nifestações de alergia

E110 Amarelo ala-

ranjado S

Sopas instantâneas, caramelos,

doces de fruta

Alergias Graves, transtornos

gástricos

E123 Amaranto Corante vermelho em conservas

de fruta, guloseimas e refrescos

Alergias

E124 Vermelho de

cochinilha A

Guloseimas, refrescos e gelati-

nas

Alergias

E127 Eritrosina Corante cor-de-rosa em gulosei-

mas, sobremesas preparadas e

pastilha elástica (contém iodo)

Hipertiroidismo; eczemas

Conservantes E200 – E299

E210 Ácido ben-

zóico

Molhos preparados, cerveja,

sumos de fruta, iogurtes

Alergias, alterações hepá-

ticas

E211 – E215 Benzoatos Conservas de peixe e maris-

co, maionese e outros molhos,

sobremesas

Alergias, sensação de entu-

mescimento na boca

E220 – 227 Dióxido de

enxofre e

sulfitos

Frutos secos, saladas prepara-

das (para evitar que as verduras

percam a cor), sopas instan-

tâneas, batatas fritas, doces,

vinhos

Alergias graves, especial-

mente do tipo respiratório;

irritação do estômago; de-

sactivação da vitamina B1.

Suspeita-se de que possa

ser cancerígeno

E249 – E252 Nitritos Carnes coradas, presuntos,

enchidos, conservas de peixe

Formam nitrosaminas de ac-

ção cancerígena; bloqueiam

o transporte de oxigénio no

sangue; alergias

Antioxidantes E300 – E321

E320 Butilidroxia-

nisol

Atrasa o enrançamento de

óleos e gorduras: sobremesas,

margarinas, manteiga

Aumenta o nível de lípidos e

de colesterol no sangue

Emulsionantes, Espessantes e estabilizantes E322 – E499

Ácido ortofosfórico e orto-

fosfatos E338 - E343

Refrescos, especialmente os de

cola

Irritação do tubo digestivo;

descalcificação nas crianças

Potenciadores artificiais

E621 – E625 Glutamatos Todo o tipo de conservas e

refeições preparadas; comida

chinesa

Dores de cabeça; alergias

VANTAGENS DOS ADITIVOS

Melhoram a apresentação dos alimentos;

prolongam o período de conservação dos

alimentos, evitando a sua alteração, a per-

da de valor nutritivo e a contaminação por

diversos microrganismos; os edulcorantes

permitem reduzir o consumo de açúcar.

INCONVENIENTES DOS ADITIVOS

Os aditivos são o lado oculto dos alimen-

tos. Nem todos são declarados nos rótulos

(a lei não obriga). Além disso, a informação

científica sobre a sua toxicidade por vezes

também se oculta, devido a interesses eco-

nómicos.

Professor Miguel Fonseca

Foi este o apelo deixado pelo geógrafo Alexandre Trindade, no passado dia 8 de Março. Alexandre Trindade falou acerca de 120 alunos do Externato Cooperativo da Benedita, na Palestra “Um Cientista Polar na Escola”, realizada no âmbito do Latitude 60!, um projecto educativo a nível nacional a que, na nossa região, o ECB foi a única escola a aderir.

No final da conferência, era visível o entusiasmo dos alunos pela forma como reagiram ao relato da experiência do geógrafo, que esteve em expedição nas ilhas Livingston, Antártida. Num discurso informal, Alexandre Trindade alertou para os problemas que a Antártida tem enfrentado nos últimos anos devido ao aquecimento global, situação que deverá piorar no futuro, se nada for feito.

O projecto Latitude 60! está a ser desenvolvido no ECB, à semelhança do que acontece em cerca de 70 escolas do país, no âmbito das comemorações do Ano Polar Internacional (API), que envolve já mais de 100 mil pessoas espalhadas por cerca de 60 países. Ao longo do ano, estão ainda previstas as seguintes actividades: concurso nacional “À descoberta das zonas polares”; ciclo de cinema alusivo às zonas polares; exposição, nas praias da zona, de iglos realizados para o concurso; e a elaboração de um dossier temático.

As comemorações do API prolongam-se até Março de 2009, uma iniciativa que já não ocorria há 50 anos.

Professora Patrícia Azinhaga

Cientista Polar na Escola

PRECISAMOS DE CUIDAR DA ANTÁRTIDA!

5 de Junho: Dia Eco-Escola

Como já noticiámos, neste ano lectivo a

escola inscreveu-se no Programa Nacional

Eco-Escolas. Para celebrar esta iniciativa,

agendámos para o dia 5 de Junho, Dia Mundial

do Ambiente, o “Dia Eco-Escola”, durante o

qual promoveremos, de manhã, uma “Marcha

Ecologista” pelas ruas da vila; e à tarde,

actividades diversas na escola, direccionadas

para os alunos da pré-primária e do 1º ciclo

do ensino básico. É de registar o interesse

demonstrado pelos alunos, pelos professores e

por todos os que fazem parte do plano de acção,

bem como o apoio do Director Pedagógico.

Com esta iniciativa, pretendemos enraizar

o hábito da participação e a adopção de

comportamentos sustentáveis no quotidiano,

ao nível pessoal, familiar e comunitário.

Professoras Carla Dias e Paula Castelhano

Page 19: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

PASSATEMPOS E CURIOSIDADES 19

ANO 2 - Nº 5 TOQUE DE SAÍDA

Qual destas 3 casas é maior?

Problema dos interruptores

O Timóteo pretende descobrir qual dos três

interruptores liga uma lâmpada que se en-

contra numa sala. Os interruptores encon-

tram-se todos na mesma posição e a lâmpa-

da está desligada. O Timóteo só pode entrar

na sala uma única vez.

Nota: Quando o Timóteo liga os interrupto-

res não consegue ver a sala.

Problema do sapateiro

O dono de uma loja de sapatos recebeu um

cliente interessado em comprar um par de

sapatos. O cliente observou a loja e interes-

sou-se em comprar um par de sapatos que

custava 40 €.

O cliente deu uma nota de 50 € ao dono da

loja. Como o proprietário da loja não tinha

troco, foi a um comerciante vizinho para tro-

car a nota de 50 €.

Voltou em seguida com 5 notas de 10 € e

deu uma das notas ao cliente (que comprou

o par de sapatos).

Passadas algumas horas, o comerciante

vizinho veio reclamar com o dono da loja

de sapatos que a nota de 50 € era falsa. O

dono da loja de sapatos não levantou qual-

quer problema e para se desculpar recebeu

a nota falsa de 50 € e deu uma nota verda-

deira ao comerciante vizinho.

Qual foi o prejuízo do dono da loja de sapa-

tos, neste negócio?

ENIGMASSou uma palavra de 6 letras

A minha primeira letra está em ALFACE e não

está em CAMISA.

A minha segunda letra está em SAPATO e não

está em PATO.

A minha terceira letra está em CADERNO e

não está em MODERNO.

A minha quarta letra está em OVO e não está

em VACA.

A minha quinta letra está em LÁPIS e não está

em PISTA.

A minha sexta letra está em AULA e não está

em ÓCULOS.

Quem sou?

Os Namorados:

Quatro pares de namorados foram a uma fes-

ta. A certa altura o Tiago reparou que:

A Inês dançava com o namorado da Helena.

A namorada do Bruno dançava com o João.

A Carla estava a dançar com o Bruno.

A Mónica dançava com o namorado da Inês.

A namorada do João dançava com o Luís!

Quem namora com quem?

Os ovos

Um agricultor, ao ser questionado sobre quan-

tos ovos as galinhas tinham posto num deter-

minado dia, respondeu: Não sei, mas, contan-

do de dois em dois, sobra um; contando de

três em três, sobra um; contando de cinco em

cinco, sobra um; porém, contando de sete em

sete não sobra nenhum.

Qual é o menor número possível de ovos que

as galinhas puseram naquele dia?

O Xico comprou esta barra de chocolate

Divide a barra de chocolate em quatro partes

iguais.

Respostas aosEnigmas do 4º númeroProblema de EINSTEIN

Amarela Azul Vermelha Verde Branca

Norueguês Dinamarquês Inglês Alemão Sueco

Água Chá Leite Café Cerveja

Dunhill Blends Pallmall Prince Bluemaster

Gatos Cavalos Pássaros Peixes Cachorros

A subida do caracol

No 1º dia: sobe 3 desce 2 - Já percorreu 1 tijolo No 2º dia: sobe 3 desce 2 - Já percorreu 2 tijolos No 3º dia: sobe 3 desce 2 - Já percorreu 3 tijolos No 4º dia: sobe 3 desce 2 - Já percorreu 4 tijolos No 5º dia: sobe 3 desce 2 - Já percorreu 5 tijolos No 6º dia: sobe 3 desce 2 - Já percorreu 6 tijolos No 7º dia: sobe 3 desce 2 - Já percorreu 7 tijolosNo 8 º dia: sobe 3 - E consegue atingir o topo, per-correndo 10 tijolos Resposta : Demora oito dias a percorrer os 10 tijo-los.

A Travessia

Os homens de 60 e 65 kg atravessam. Um volta. O que pesa 80 kg atravessa sozinho. O barco volta com o que havia ficado. Finalmente os de 60e 65 kg atra-vessam.

Problema da TÁBUA

A prancha deve ser cortada, como indica a linha a tra-cejado.

Os pedaços devem ser dispostos conforme indica a figura:

À descoberta das letras...

C = 3 ; O = 9 ; A = 0 ; L = 8 ; S = 7 ; D = 1

Par de meias

Basta retirar 3 meias da gaveta. Duas serão certa-mente da mesma cor.

Gatos e Ratos

Cada gato mata 1 rato em 3 minutos.

Escala1/1000

Escala1/500

Escala1/250

Realizou-se no dia 2 de Mar-

ço a fase de escola do Compal

Air 3X3 de Basquetebol. Esta

actividade teve uma adesão aci-

ma das expectativas dos profes-

sores responsáveis, contando

com a presença de 108 alunos

da escola. Foi de facto um su-

cesso. No dia 8 de Maio realiza-

se no ECB a fase regional deste

torneio. Mais uma vez, a Fede-

ração Portuguesa de Basquete-

bol confiou à nossa escola e ao

Grupo de Educação Física a or-

ganização da realização da fase

regional, o que muito nos honra

e nos motiva para continuarmos

o nosso trabalho.

Entretanto, o Grupo de Edu-

cação Física, em especial os

professores José Vinagre e To-

bias Marquês, juntamente com

um aluno do 12º ano do Curso

de Informática, Frederico Honó-

rio, que realizou o seu estágio

no ECB, desenvolveram uma

base de dados para o Grupo de

Educação Física, a qual permiti-

rá o armazenamento dos dados

antropométricos de todos os alu-

nos, os seus registos nos testes

de condição física, bem como as

suas notas durante os vários pe-

ríodos e durante todo o seu per-

curso escolar no ECB, nas várias

modalidades desportivas.

Grupo de Educação de Física

NOTÍCIAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Page 20: Da Roma Antiga à Roma Barroca VISITA DE ESTUDO À CIDADE

OLHAR CIRCUNDANTE20

ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA

Gonçalo Byrne nasceu em Al-

cobaça, no ano de 1941, diplo-

mou-se em arquitectura pela Es-

cola Superior de Belas Artes de

Lisboa, em 1968, e já foi profes-

sor convidado em Itália, Áustria,

Espanha, Suiça e nos Estados

Unidos. Desde 1992, é professor

catedrático no departamento de

Arquitectura da Faculdade de Ci-

ências e Tecnologias da Univer-

sidade de Coimbra.

Entre muitos outros projectos,

a Requalificação da Zona Envol-

vente à Abadia de Santa Maria

de Alcobaça (2005) é, de facto,

uma obra emblemática da auto-

ria deste arquitecto. O projecto

de requalificação já esteve pre-

sente em exposições como a VI

Bienal Internacional de Arquitec-

tura de São Paulo. Sob o título

“Geografias Vivas”, foi também

possível observá-lo numa série

de maquetas, desenhos e foto-

grafias, até ao passado dia 25

de Fevereiro, no Centro Cultural

de Belém.

Os alunos do Curso Científi-

co-humanístico de Artes, do Ex-

ternato Cooperativo da Benedita,

visitaram a exposição “Geogra-

fias Vivas” e ficaram a conhecer

de forma mais técnica um projec-

to com o qual já se habituaram a

conviver.

Professora Maria de Lurdes Goulão

Foi com grande satisfação que

assisti, no dia 16 de Março, no Mosteiro

de Alcobaça, junto ao Túmulo de Inês

de Castro, ao lançamento do livro O

Amor de Pedro e Inês.

Uma das autoras, Vanda Furtado

Marques, é professora de História e

de História da Cultura e das Artes no

Externato Cooperativo da Benedita.

Minha colega de Grupo e amiga, quero

homenageá-la nesta pequena notícia

pela bela história que escreveu para as

crianças, mas que faz também sonhar os

adultos. Escrito de uma forma didáctica,

o livro funde o sonho e a realidade,

permitindo, de uma maneira carinhosa,

contar às crianças um episódio que tem

tanto de belo como de triste, e que faz

parte do nosso património histórico-

cultural.

Sei que foi um sonho tornado

realidade, e sei também que este foi

o primeiro de muitos outros livros

destinados aos mais pequenos e que

certamente irão, como refere a autora,

“fazer germinar em cada criança uma

sementinha onde o sonho e a magia

sejam primordiais”.

Parabéns, Vanda...

Professora Ana Paula Barosa

Lançamento de um livro que faz sonhar…

“O AMOR DE PEDRO E INÊS CONTADO AOS PEQUENOTES”

Capa do livro “O amor de Pedro e Inês”

Requalificação da Zona Envolvente à Abadia de Santa Maria de Alcobaça

“GEOGRAFIAS VIVAS” DE GONÇALO BYRNE

Contar a História de Pedro e Inês aos pequenotes tem sido uma experiência fabulosa e extremamente enriquece-dora.

Acho que não há nada mais maravilhoso do que estar à frente de um grupo de crianças cujos olhitos brilham e cujas faces me fazem ter vontade de as pôr a sonhar. A envolvência que se cria é fantástica, as crianças sonham e eu vibro com a história que estou a contar. A de Pedro e Inês tem para mim um significado muito forte. Esta história aborda o amor incondicional, e dela emergem valores tais como a fidelidade e o respeito que são pilares imutáveis ao longo da vida. Poder transmiti-los às crianças é para mim algo extremamente importante.

Espero continuar a ter o privilégio de contar esta e outras histórias às crianças, porque o sorriso das crianças vale mais do que mil palavras.

Professora Vanda Marques

Contando Histórias

AVENTURAS NA TERRA DOS PEQUENOTES

Vanda com os “pequenotes”