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DESTAQUES
TOQUE DE SAÍDA
DirectorAlfredo Lopes
Chefe de RedacçãoSoledade Santos
Externato Cooperativo da BeneditaRua do Externato CooperativoApartado 197 2476-901 [email protected]
externatobenedita.net
Ano 2 - Número 5 - 1,00 €
Maio de 2007
Nas férias de Carnaval, alguns alunos do Exter-
nato Cooperativo da Benedita, a maioria de Artes,
do 11º e 12º anos, visitaram a cidade de Roma,
acompanhados pelas professoras Ana Paula Ba-
rosa e Patrícia Cartaxo. Estiveram cinco dias na
chamada Cidade Eterna, a desfrutar das maravi-
lhas artísticas e monumentais da cidade.
Num clima de franca amizade, estes alunos por-
taram-se de forma digna, bem disposta e educada,
mostrando durante toda a viagem o sentido cívico
que lhe é incutido não só pelos pais, mas também
pela Escola que frequentam.
Tive pena de que alguns alunos não pudessem
ter ido, pois sinto que se iriam enriquecer cultural-
mente, e sem dúvida crescer enquanto seres hu-
manos. Isto, porque viajar é sentir, é olhar, é ver
claramente visto, é interagir, partilhar vivências e
emoções! É conhecer e compreender o Outro, é
reflectir sobre nós! É respeitar culturas e trocar
pontos de vista!
De facto, foi o que aconteceu. Trocaram-se
pontos de vista, visitaram-se monumentos, con-
tactou-se com outro povo, e ficámos extasiados
perante muitas obras de Arte.
Sentimos a magia da Fonte de Trevi, ao cair
da tarde; imaginámos, no Coliseu, os combates
dos gladiadores; vimos a riqueza dos Museus
do Vaticano e o altar e o tecto da Capela Sisti-
na; reparámos nas abóbadas pintadas das igrejas;
desfrutámos da paisagem do cimo do Castelo de
Sant´Ângelo; deliciámo-nos com a beleza sere-
na da Pietà, ou com a dramática teatralidade de
Santa Teresa de Ávila; passeámos pela Praça de
Espanha, e aqui sentámo-nos nas escadas a ob-
servar o quão cosmopolita é esta cidade de Roma;
fomos ao Panteão e sentimos a monumentalidade
de um templo romano, e bebemos um cappuccino
no Caffè Greco, espaço de intelectuais e artistas
desde o século XVIII.
Não posso deixar de manifestar o orgulho que
sinto por estes alunos e o prazer que tive em par-
tilhar com eles a magia desta cidade, e poder dizer
que a partir de agora passarão também eles a fa-
zer parte da História de Roma...
Professora Ana Paula Barosa
Da Roma Antiga à Roma BarrocaVISITA DE ESTUDO À CIDADE ETERNA
O Coliseu de roma
RECORDANDO TAIZÉPágina 3
PARTILHANDO EXPERIÊNCIAS E DESAFIOSPágina 5
INJAZZ CHEGOU À BENEDITAPágina 8
CRÓNICAS CONTRA O ESQUECIMENTOPágina 10
SOLDADOS BENEDITENSES NA 1ª GRANDE GUERRAPágina 10
ENTREVISTA A ACÁCIO CATARINOPágina 11
BIOTECNOLOGIA INOCENTE? Página 15
PESQUISAR NA INTERNETPágina 16
MATEMÁTICA NA PERSPECTIVA DOS ALUNOSPágina 17
2
ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA
ESCOLA VIVA
Director do Jornal: Alfredo LopesRedacção: Deolinda CastelhanoLuísa CoutoSoledade Santos (Chefe de redacção)Teresa AgostinhoMarketing e vendas:Maria José JorgeComposição gráfica:Nuno RosaPaulo Valentim Samuel BrancoEquipa de Reportagem:Acácio CastelhanoAna DuarteClara PeraltaFátima FelicianoGraça SilvaJosé CavadasLaura BoavidaMaria de Lurdes GoulãoMaria José GuerraMiguel FonsecaSérgio Teixeira
Impressão: Relgráfica, Lda
Tiragem: 500 exemplares
Preço avulso: 1,00 €
EDITORIAL ÍNDICEEscola viva
Biologia e Geologia 2
Recordando ... Taizé 3
Dia do Francês 4
Visita de Estudo ao Pavilhão do Conhecimento 4
Dia do Português 4
Partilhando experiências e desafios 5
Dia da Física e da Química 5
Talentos Escondidos 6
Crítica de espectáculo 9
V Feira do Livro 13
FESTTEATRO 13
Dia da Informática 13
Novo espectáculo dos Gambuzinos 14
A Matemática na perspectiva dos alunos 17
Cientista Polar na Escola 18
Dia Eco-Escola 18
Olhar Circundante
Fórum da Juventude 4
Entrevista a Acácio Catarino 11
O estatuto do aluno 12
O parque de merendas do Gaio 12
Discriminações sociais 12
Moodle - Experiência em duas escolas 13
O Amor de Pedro e Inês Contado aos Pequenotes 20
Aventuras na terra dos pequenotes 20
Arte e Cultura
Os Gambuzinos na Póvoa de Varzim 3
Sugestões de leitura 6
Retórica, filosofia e verdade 7
Douro - Património da Humanidade 7
INJAZZ chegou à Benedita 8
Internet, Informação e Educação 8
Geografias Vivas de Gonçalo Byrne 20
Ciência, Tecnologia e Ambiente
Linux e suas diferenças 13
Quem foi Blaise Pascal? 14
Biotecnologia inocente? 15
Energia nuclear 15
Compostagem - processo e importância 15
As novas impressões digitais 16
Pesquisar na Internet 16
CRRRUUÁÁÁÁ 16
O Lugar da Memória
Crónicas contra o esquecimento 10
Soldados beneditenses na 1ª Grande Guerra 10
Recriar o Mundo
Finisterra ou Tratado Lusitano 9
Poema de Amor 9
Parede 9
Imploro-te
Mente Sã em Corpo São
Xadrez - Encontro Nacional no ECB 17
Xadrez - Campeonato Nacional de Jovens 17
A sociedade dos EEE 18
Notícias de Educação Física 19
Passatempos e Curiosidades
Enigmas 19
ACONTECENDOEm Abril realizaram-se reuniões com todas
as turmas do 9º Ano, para informar os alunos acerca de exames, de prosseguimento de es-tudos e de saídas profissionais. Teve também lugar a apresentação do primeiro relatório da implementação do Projecto CAF que visa a obtenção da Certificação de Qualidade pelo Externato Cooperativo da Benedita e que envolve toda a escola: docentes, discentes, pessoal não docente e encarregados de edu-cação. Destacamos com especial agrado a adesão dos alunos e encarregados de edu-cação.
Decorrem em Maio: o Fórum da Juventude em Alcobaça, no qual, à semelhança de anos anteriores, o ECB participa; a comemoração do Dia da Europa, incluindo um peddy paper para o 9º ano, uma exposição de trabalhos dos alunos e a representação de uma peça de teatro; a Semana das Artes; e o espectáculo teatral, para todas as turmas do 8º ano, “Falar Verdade a Mentir”.
Ainda durante os meses de Maio e Junho têm lugar uma Mostra Empresarial, a Marcha pelo Ambiente e o Baile de Gala, promovido pela Associação de Estudantes.
Tudo à nossa volta se transforma a um ritmo novo, velocíssimo e, diante dos nossos olhos aflitos de celeridade, rasgam-se cami-nhos que levam a destinos nebulosos. A vida quotidiana preenche-se mais e mais, e são poucos os momentos de que dispomos para o silêncio sem distracções, para a reflexão, para o encontro a sós connosco. Adultos ou crianças, entre o trabalho ou a escola e as inúmeras solicitações que se nos oferecem, vivemos como que num círculo que nos sepa-ra uns dos outros e de nós próprios.
Refugiamo-nos: do medo das alterações climatéricas que ameaçam o planeta; das con-vulsões sociais e económicas para as quais não encontramos soluções óbvias; da insen-satez da guerra; das nossas contradições que fugimos a enfrentar; das terríveis desigualda-des que parecem afectar toda a humanidade. Sentimos que chegámos a um limiar. Rece-amos. E refugiamo-nos: na televisão, nesse estado de semi-adormecimento e passividade no qual o espectador comum cai ao fim de certo tempo; na trivialidade; no consumismo universal; nos meios electrónicos que, tantas vezes, em lugar de nos ligarem ao mundo e ao saber, de nos libertarem e de promoverem a colaboração – como podem e devem – nos alienam e nos isolam.
Terá de ser assim? Não poderão os pro-blemas, os percalços e a adversidade trans-formar-se em oportunidades e motores de aprendizagem e de crescimento individual e colectivo? Não estará ainda nas nossas mãos, na nossa vontade?
«Assim subsistiram onde julgavam estar condenados. E no processo de adaptação a um ambiente adverso, avançaram a passos enormes», escreve Huntington Ellsworth a propósito da emergência da cultura egípcia, há muitos milhares de anos, no delta do Nilo.
São palavras de esperança – como as que desejo deixar a todos os leitores do Toque de Saída, neste último editorial de 2006/2007.
Professora Soledade Santos
ERRATAUma desconfortável gralha no anterior
número do Toque de Saída: nos Desta-
ques, o título do artigo “Por Terras de Sua
Majestade” aparecia grafado com g, sen-
do, naturalmente, com j. Pelo facto apre-
sentamos as nossas desculpas.
A Redacção
BIOLOGIA E GEOLOGIA
Nos dias 1 e 2 de Março decorreram
actividades integradas na Oficina das Ci-
ências dinamizada pelo grupo de Biologia
e Geologia. Este ano contou, como habi-
tualmente, com mais um conjunto de acti-
vidades direccionadas para a comunidade
escolar, tais como: exposição de trabalhos
realizados pelos alunos (Movimentos …
Genéticos, Membranas Celulares, Im-
pacto do Homem no Ambiente e Calen-
dário Geológico), laboratório aberto, co-
municações (Biodiversidade no PNSAC e
Genética Forense), feira de minerais, feira
de flores aromáticas e projecção de filmes
alusivos às ciências da Terra e da Vida.
Estas actividades tiveram uma grande
adesão por parte da comunidade escolar,
pelo que o grupo agradece a todos os in-
tervenientes que tornaram possível a sua
concretização.
Às professoras Clara Peralta e Teresa
Aivado, os seus colegas do Toque de Sa-
ída apresentam os mais sentidos pêsames
pelo falecimento de sua mãe, ocorrido no
passado mês de Abril.
ESCOLA VIVA 3
ANO 2 - Nº 5 TOQUE DE SAÍDA
Os dez dias que se seguiriam eram uma
incógnita... O que a esperava? Que desafios
teria de superar? Já há algum tempo que
sentia o desejo de conhecer aquele cantinho,
mas quando a hora da partida se aproximava,
o desejo de permanecer junto às suas
coisas crescia, e observei-a inúmeras vezes
descontente com aquela viagem.
Ela não consegue lembrar o que sentiu
nos primeiros dias. Era tudo diferente, desde
a comida às pessoas com quem convivia;
mas, paralelamente, sentia uma paz interior,
uma calma como jamais sentira em toda a
sua existência. Tecnologias, equipamentos
electrónicos, tudo o que é dispensável à
sobrevivência do homem estava ausente
daquele recanto, simplesmente não existia,
e o que lhe pareceu mais extraordinário foi o
facto de não sentir falta desses “luxos” a que
estava habituada, pois, naquela comunidade,
todos esses objectos são ostentação, luxos
que circunscrevem o nosso dia-a-dia, mas não
preenchem espaços da nossa vida. Ali, ela
percebeu que muito do que constituía o seu
quotidiano era supérfluo e que se é feliz com
tão pouco… A sua mente recorda aquele dia,
um dos primeiros, à noite, depois da oração,
após o convívio, sempre festivo, na sala 15, a
conversa com um amigo que lhe confidenciou
palavras como: “Ainda não percebi bem o que
é isto, mas a verdade é que me sinto bem
aqui”.
As tarefas foram divididas, e a ela coube-
lhe a lavagem das casas de banho. Apesar de
não serem as da sua casa – eram de serviço
a várias camaratas – não lhe custou. Foi tão
simples cumprir aquela tarefa, e rapidamente
aquela horinha passava. E todos os dias
acontecia o mesmo, pela manhã. Tempo livre
se seguia. Ela aproveitava-o, tinha sempre a
sensação de que ele corria tão rápido como os
esquilos que por lá se viam inúmeras vezes.
Há dias percebi-lhe um olhar pensativo. Um
olhar de quem ainda não percebeu porque é
que um sítio que a fez viajar mais de 20 horas,
que não permite a entrada de luxos, onde se
fazem três orações por dia e há tarefas a
executar a deslumbrou. Para comer, não mais
do que uma colher, arroz e milho compunham
uma refeição.
Hoje, sempre que o seu pensamento se
encaminha para aquelas memórias, para
aquele cantinho da Europa, ela questiona-
se sobre a razão de aguardar ansiosamente
o seu regresso, no próximo ano. A resposta
está talvez no facto de dez dias não serem
suficientes naquela irmandade em que o
essencial é o amor, a união, o sentimento
de partilha entre povos de todos os cantos
do mundo, onde a discriminação de raças e
religiões não existe, onde o ambiente que se
vive se resume numa frase bem conhecida:
“Todos diferentes, todos iguais”.
Hoje, ela crê que é preciso viver Taizé
para perceber como aquele sítio, escondido
num país tão grande como França, conquista
quem por lá passa. Ela percebe que quem não
pisou aquele paraíso não compreende como a
experiência pode ser tão deslumbrante. Tudo
é simples de mais, em comparação com o que
existe nas nossas casas, mas ela encontrou
em Taizé maravilhas que nem em sua casa,
nem em qualquer outra parte do mundo que
já visitara, descobrira. Estranho, todavia
compreensível, quando aquele espírito nos
toma o coração.
As memórias vão e vêm, percorrem-lhe
a mente, o pensamento... Como explicar o
fascínio de um mundo que, aos olhos deste, é
tão modesto e até irrisório?
Tem saudades dos sinos. Tem saudades
de um lago esplêndido, onde o silêncio reina.
Tem saudades das orações, das canções,
sente necessidade de ouvir “O homem do
leme”. E recorda o convívio daquelas noites
frias, nas salas magnificamente despidas que
acolhiam todos os que lá procuram refúgio.
Tem saudades dos encontros, ao final da
tarde, junto das camaratas, quando cada grupo
cantava o hino do seu país e se misturavam as
músicas e diversões de cada um; tem saudades
das conversas, dos minutos de espera que
antecediam a refeição, até da própria tarefa
que executava todas as manhãs. E, tal como
fez na hora da partida, sente necessidade de
ir até à igreja, a sua mente transporta-a até
lá. Todas as velas do altar se lhe esboçam no
pensamento.
Como explicar que o elementar pode
ser tudo? Em Taizé, no fundo, descobriu a
resposta, e deseja voltar, no próximo ano,
para a confirmar.
Carla Serralheiro, 10º D
RECORDANDO…TAIZÉ
No dia 12 de Abril, o grupo de teatro do
Externato Cooperativo da Benedita, Os
Gambuzinos, deslocou-se à Póvoa do Varzim
para participar numa Mostra de Teatro Escolar.
A peça apresentada, “Sonho de uma Noite de
Verão”, foi bastante aplaudida. A subida ao
palco teve lugar na 6ª feira à tarde.
Para poder integrar o espírito de uma
mostra deste tipo, o grupo saiu da Benedita
na 5ª feira de manhã, tendo assistido, à tarde,
à peça “Qual é a Distância que Vai do Meu
Coração ao Teu?” pelo grupo Tapete Mágico da
Escola Secundária Pinheiro e Rosa de Faro;
e, à noite, à peça “Justamente” do Núcleo de
Teatro Devisa da Escola Secundária Rocha
Peixoto da Póvoa do Varzim, organizadora
desta Mostra. Este grupo deslocar-se-á,
por sua vez, à nossa escola para participar
no FESTTEATRO, representando a mesma
peça, a qual será, sem dúvida, um momento
alto do nosso festival, não só pelo texto, mas
também pela encenação. Vale a pena ver!
As actuações tiveram lugar no Auditório
Municipal da Academia de Música da cidade
e a recepção ao nosso grupo não poderia ter
sido melhor. Foram dois dias que, por certo,
os nossos alunos não irão esquecer.
Professora Maria José Guerra
OS GAMBUZINOS NA PÓVOA DO VARZIM
4
ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA
ESCOLA VIVA
No dia 4 de Janeiro, às
8h30 da manhã, partimos
rumo a Lisboa, para a gran-
de descoberta da ciência.
Quando chegámos, dirigimo-
nos ao Pavilhão do Conhe-
cimento, no Parque das Na-
ções, onde as turmas foram
divididas em dois grupos,
tendo visitado três salas
com exposições e experiên-
cias diversas. De seguida,
almoçámos perto do centro
comercial Vasco da Gama,
onde passeámos um pouco.
De tarde, e sempre acom-
panhados pelos professores
Francisco Franco, Paulo
Carreira, Fátima Feliciano
e José Cavadas, fomos ao
Oceanário. Esta visita con-
tou inicialmente com uma
palestra orientada por uma
bióloga e, de seguida, parti-
mos à descoberta dos mais
variados peixes, sempre
com as preciosas explica-
ções de uma guia. Ficámos
surpreendidos com uma raia
de 4 metros e com tubarões
que partilham o mesmo tan-
que com outros peixes.
Mesmo junto ao Oceaná-
rio, tivemos um inesperado
bónus: a actriz Benedita Pe-
reira encontrava-se a filmar
cenas da telenovela “Nin-
guém como Tu”. Tirámos
fotos e filmámos, mas nin-
guém teve coragem de lhe
pedir um autógrafo.
E, com pena nossa, en-
trámos no autocarro de vol-
ta à Benedita. As opiniões
eram unânimes: «Foi giro,
interessante e, sobretudo,
divertido, pois convivemos
todos uns com os outros».
Os alunos do 8ºE
No passado dia 15 de
Fevereiro, realizou-se
mais um Dia do Francês
cujo ponto alto foi o des-
file de personalidades
alusivas à cultura e civi-
lização francesas. Cerca
das 10h20m, na cave do
CCGS, mais de uma cen-
tena de alunos das várias
turmas do 3º Ciclo aguar-
davam impacientes a sua
vez de desfilar perante o júri e uma enorme plateia de alu-
nos e professores. Ao som de música francesa, os partici-
pantes foram apresentando, com muito empenho e sentido
de humor, as suas personalidades favoritas.
Com alguma dificuldade, o júri elegeu os três melhores
grupos: em 1º lugar ficou Coco Channel, do 8ºA; em 2º,
a Selecção Francesa de Futebol, pelos alunos do 8ºB; e
em 3º o Corcunda de Notre Dame, pelos alunos do 8ºD. O
grupo vencedor recebeu uma diciopédia que, gentilmente,
ofereceu à Escola do 1º Ciclo de Turquel.
Foram ainda divulgados os textos produzidos no âmbito
do Concurso Literário, desafio proposto aos alunos de Fran-
cês do Ensino Secundário, tendo os alunos Flávio Lima, do
10ºH, e Gonçalo Ivo Peralta, do 11ºD, sido premiados, rece-
bendo cada um uma diciopédia.
Paralelamente, decorreu a confecção e venda de crêpes,
iguaria tradicional francesa, a cargo da turma do 8ºH e da
sua professora de Francês.
Corcunda de Notre Dame
Sendo já uma iniciativa consolida-da no universo estudantil do Concelho de Alcobaça, o Fórum da Juventude constitui um espaço de informação e orientação para estudantes que se encontram em vias de terminar o 3.º Ciclo do Ensino Básico ou o Ensino Secundário. Opções como o prosse-guimento de estudos ou a entrada na vida activa através de Cursos de Formação Profissional estão, como sempre, contempladas neste certame que é anualmente levado a efeito em Alcobaça.
Este ano, a 8, 10 e 11 de Maio, e mais uma vez com a organização con-junta da Câmara Municipal de Alcoba-ça e seis escolas do concelho, entre as quais o Externato Cooperativo da Benedita, tem lugar mais uma exposi-ção de oferta educativa direccionada para os jovens a partir dos 14 anos de idade.
Nesta edição, conta-se com a pre-sença de 52 expositores, entre orga-nismos oficiais de juventude, Escolas
Superiores de Educação, Institutos Politécnicos, Universidades Públicas e Privadas, Centros de Formação, Es-colas Profissionais, Escolas Secundá-rias e IPSS.
O novo formato, iniciado no ano transacto, que associa este Fórum com a Feira da Juventude, conta ain-da com actividades como workshops, conferências, palestras e concertos, distribuídos pelas Escolas e outros espaços do Concelho.
O Fórum da Juventude é, pois, um projecto colectivo ao serviço de es-colas, estudantes, encarregados de educação e comunidade em geral. As várias centenas de visitantes que anu-almente acorrem às instalações do Mercoalcoa dão-nos a certeza de que o Fórum constitui uma preciosa aju-da às futuras escolhas académicas e profissionais dos jovens estudantes.
Professora Emília Barroso
DIA DO FRANCÊS “Esboça(r) um Futuro”
FÓRUM DA JUVENTUDE
VISITA DE ESTUDO - 8º E e F
Pavilhão do Conhecimento e Oceanário
No passado
dia oito de
Março, o
E x t e r n a t o
Cooperativo da
Benedita teve
o privilégio de
receber, pela
primeira vez,
a escritora
Margarida Fonseca Santos. O
encontro ocorreu no auditório do
CCGS.
Para comemorar o Dia do
Português, os professores desta
disciplina tinham decidido convidar a
escritora Margarida Fonseca Santos
para um breve diálogo com os alunos
acerca do seu trabalho, dos seus
projectos e da sua história de vida. A
escritora aceitou o convite e divertiu-
se a responder a todas as questões
que lhe foram colocadas, contando
também algumas peripécias e
coincidências inacreditáveis que lhe
aconteceram e que podem ser lidas
nos livros da colecção “Clube das
Amigas”.
A autora proporcionou aos
participantes um dia inesquecível,
e todos eles esperam ansiosamente
um reencontro.
Juliana Pedras, 7º C
DIA DO PORTUGUÊS
CONCURSO DE ESCRITA CRIATIVA
Também no âmbito do Dia do Português, mais de 70 alunos estiveram
presentes num dos anfiteatros do Externato, entre as catorze e as dezas-
sete horas do dia 8 de Março, a participar no concurso de escrita criativa.
Foram premiados os seguintes alunos:
Rita Ferreira Jorge – 7º I
Adriana Couto Caetano – 8.º B
Alexandre Coelho – 10.º B
Joana Policarpo – 11.º E
Patrícia Silva e Margarida Costa – 12.º E
Os professores de Português congratulam os vencedores e todos os
participantes.
A MANHÃ VESTIU-SE DE AZUL, BRANCO E VERMELHO
ESCRITORA PRESENTE NA COMEMORAÇÃO DO DIA DO PORTUGUÊS
ESCOLA VIVA 5
ANO 2 - Nº 5 TOQUE DE SAÍDA
Deparei-me, no início do 2º período,
com o facto de alguns dos meus alunos
do 11ºA estarem na escola à mesma
hora em que a minha direcção de turma
(9ºI) iniciava a aula de Estudo Acompa-
nhado, às 9:05 h. Devido ao horário dos
transportes escolares, alguns alunos
da referida turma do 11º Ano chegam
cedinho à escola para a aula das 11:50
h. Um dia, em jeito de brincadeira, lan-
cei-lhes o desafio de darem uma “mão-
zinha” aos meus “meninos” que tinham
algumas dificuldades e aos quais mais
um pouco de apoio seria com certeza
bem-vindo.
O desafio foi aceite e a empatia que
se estabeleceu entre alguns alunos le-
vou-os a trocar contactos e a comunica-
rem via MSN. Os alunos do 9ºI recorrem
frequentemente aos colegas do 11º Ano
quando têm dúvidas, ou necessitam de
sugestões ou simplesmente quando
pretendem conversar. Os alunos mais
velhos orientam também a agenda dos
mais novos, ajudando-os a estabelecer
prioridades e relembrando-os das ta-
refas a cumprir para a preparação dos
testes.
Gerou-se uma atmosfera de harmo-
nia e entendimento entre a maioria dos
intervenientes, comprovando a ideia de
que a componente afectiva desempenha
um papel primordial no sucesso escolar
dos alunos, e sem ela não é possível
criar boas condições de ensino-apren-
dizagem. O resultado foi muito positivo,
superando as minhas expectativas rela-
tivamente a alguns alunos.
A estes alunos, com os quais as cir-
cunstâncias me permitiram trabalhar
desta forma tão proveitosa neste ano
lectivo, o meu muito obrigada pela lição
de solidariedade que me deram!
Bem-hajam!
Professora Paula Quitério Arraião
TESTEMUNHOS DE ALGUNS ALUNOS
«Desde o início do 2º Período que surgiu a oportunidade de nós, alunos do
11ºA, podermos ajudar alunos com mais dificuldades na aprendizagem de con-
teúdos escolares. Foi-nos assim pedido que tirássemos dúvidas ou que lhes
explicássemos certos conteúdos que eles, por qualquer motivo, não conseguiam
entender. Estas aulas, além de os ajudarem, também nos permitiram recordar
alguns conhecimentos adquiridos e já esquecidos, e que nos podem ser úteis.
Mas estes encontros servem também para lhes dar atenção e afecto, já que,
para muitos, as circunstâncias da vida são adversas.
Com o seu esforço e a nossa boa-vontade, esperamos sinceramente que es-
tas aulas lhes sejam proveitosas e que consigam ter um melhor aproveitamento
escolar.»Anita Lourenço, Carina Lourenço, Flávio Monteiro e Inês Pereira (11ºA)
«A ajuda das colegas do 11º ano foi importante para a nossa melhoria e de-
senvolvimento enquanto alunos. Foi uma grande ajuda, uma vez que os resul-
tados estão à vista. Muitos subiram algumas “negativas”, mas o nosso trabalho
ainda não está concluído»Daniela Franco e Daniela Passarinho
“Os alunos do 11º A ajudaram-me muito nas aulas de E.A., tanto no apoio
afectivo como no esclarecimento de dúvidas.
Graças a eles e ao meu esforço, consegui subir as cinco «negativas» do 1º
período. Em consequência, desci a uma disciplina que « tinha positiva»!
Admiro-os muito, pela ajuda e pelo sacrifício que fazem todas as quintas-fei-
ras para estar na nossa aula de E.A. de manhã.”
Obrigado por tudo!Diogo Couto (9º I)
“Nós temos muita sorte por termos ajuda dos alunos do 11º A. Como a nossa
D.T. diz, somos uns privilegiados.
As dúvidas e dificuldades estão sempre a surgir, mas felizmente temos a sua
ajuda para qualquer coisa de que necessitamos.
Estas aulas têm sido muito proveitosas ao nosso desenvolvimento. Nas aulas
conseguimos perceber melhor a matéria.
Estamos muito gratos ao 11º A e à nossa D.T., que muito nos têm apoiado.Mélanie Narciso 9º I
PARTILHANDO EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS
Crianças das escolas primárias no ECB
No dia 19 de Março, realizou-se nos laboratórios do
Externato Cooperativo da Benedita o Dia da Física e da
Química, organizado pela turma do 10ºA e pela profes-
sora de Física e Química A, Dr.ª Ana Fernandes.
A iniciativa resultou da escolha do projecto de tur-
ma do 10ºA, cujos alunos se propuseram organizar uma
mostra de experiências diversas para os mais novos.
Assim, ficou decidido que seriam convidados alunos do
primeiro ciclo, principalmente de escolas da periferia do
Agrupamento, os quais menos oportunidades têm para
participar em actividades deste género, bem como alu-
nos do terceiro ciclo, maioritariamente do 9º Ano. No to-
tal, visitaram o “Laboratório Aberto” cerca de 150 alunos
do primeiro ciclo e 270 do terceiro, embora o laboratório
estivesse aberto a todos os alunos do Externato.
Foram preparadas e realizadas experiências que
agradaram a quem nos visitou, como a “bola saltitona”,
o “ovo vai nu”, as “impressões digitais” ou as “mensa-
gens secretas”, dedicadas especialmente aos mais no-
vos; e o “divórcio”, o “poder da coca-cola”, e o “lenço
mágico”, entre outras, dedicadas sobretudo ao terceiro
ciclo. O laboratório esteve aberto das 9:00h às 13:00h e
das 14:30h às 17:30h. No final do dia, houve ainda um
lanche-convívio para os alunos e a professora.
Segundo a professora Ana Fernandes, o produto fi-
nal do trabalho foi muito bom. Também os visitantes,
quer os alunos a quem se destinava a mostra, quer os
professores que visitaram o Laboratório Aberto, apre-
ciaram e elogiaram o nosso trabalho.
Para os alunos do 10º A foi um grande dia. Para
Melissa, o dia superou as suas expectativas, dizendo
esperar que «todos tenham gostado!». Renato afirmou
que foi engraçado e que pensa que os miúdos gostaram
porque havia experiências interessantes. Os visitantes
também mostraram agrado. Segundo Sara Lourenço, o
Laboratório Aberto estava bem organizado, e Emanuel
Barros disse que estava “fixe”. Já Ana Grazina descre-
veu a actividade como “Espectacular! 100%!”, e Liliana
Rocha disse que gostou muito, que estava divertido e
que tinha experiências bastante interessantes. Disse
ainda que foi com toda a turma e que todos gostaram.
Adriana Policarpo e Rita Henriques, 10º A
DIA DA FÍSICA E DA QUÍMICA
ARTE E CULTURA6
ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA
Eça de QueirósCONTOS
Neste volume pode-
mos encontrar treze con-
tos de Eça de Queirós,
como “Singularidades de
uma Rapariga Loira” e
“A Aia”, entre outros. No
primeiro conto, Eça dá-
nos a conhecer a história
de Macário que trabalha
com o tio num armazém,
até ao dia em que se
apaixona por Luísa e decide casar com ela.
Todavia, o tio não aceita o casamento e ex-
pulsa-o. Macário vive dias angustiantes, sem
conseguir arranjar emprego. Cansado de ver
o sobrinho na miséria, o tio resolve aceitá-lo
outra vez e deixá-lo casar com Luísa. Uma
história de amor que superou tudo e todos pa-
rece que chegou ao fim, mas no dia em que
os noivos se dirigem a uma ourivesaria para
comprar o anel do casamento, Luísa rouba
um anel. Profundamente desiludido, Macário
paga o anel roubado e diz a Luísa que nunca
mais a quer ver.
Aconselho este livro, composto por
um variadíssimo leque de contos, todos dife-
rentes uns dos outros, a quem gostar de his-
tórias bem contadas e fáceis de ler.
Melissa Jacinto, 10º A
Contos,
Eça de Queirós, Ed. Livros do Brasil
Gastão CruzAO LONGE OS BARCOS DE FLORES
Ao Longe os Barcos
de Flores é um livro de
poesia portuguesa do
século XX, seleccio-
nada por Gastão Cruz,
que se faz acompanhar
de dois CDs que nos
proporcionam o prazer
de ouvir os textos ditos
por várias vozes, entre
elas a de Luís Barreto e a de Natália Luíza.
No texto introdutório o próprio Gastão
Cruz afirma que a poesia dita em voz alta
“…ganha em intensidade e recorte…”, por
isso, ouvir os poemas de Camilo Pessanha,
Fernando Pessoa, Eugénio de Andrade , Her-
berto Hélder ou Fiama Hasse Pais Brandão,
falecida no dia 19 de Janeiro de 2007, é uma
forma diferente de fruir o texto poético e de
aprender a amar o corpo musical das pala-
vras e descobrir a emoção, não a do poeta,
mas a do leitor-ouvinte.
Professora Luísa Couto
Ao Longe os Barcos de Flores,
Poesia escolhida por Gastão Cruz, Assírio e Alvim
John SteinbeckA PÉROLA
A Pérola narra a his-
tória de uma família ín-
dia que vive na pobreza:
Kino, a sua mulher, Ju-
ana, e o filho, Coyotito.
Kino é pescador de pé-
rolas e, num certo dia,
encontra uma pérola
grandiosa. Pensou en-
tão que poderia dar uma
vida boa à família, e diri-
ge-se à cidade, mas, quando tenta vender a
pérola, descobre, surpreendido, que ela não
tem valor por ser demasiado grande. Mas
quando é assaltado e um dos assaltantes
acaba morto, Kino percebe que a pérola é
afinal muito valiosa. Com a cabeça a prémio,
foge para a floresta e, apesar da feroz perse-
guição que lhe é movida, consegue voltar a
casa e decide ver-se livre da pérola.
A minha opinião sobre este livro não podia
ser melhor, pois Jonh Steinbeck consegue
mostrar, por um lado, a ganância do homem
que quer a pérola, mas não abdica de nada
para possuir algo muito apetecível; e por ou-
tro, a grandeza do homem humilde que, para
seu bem e da família, é capaz de abdicar de
um objecto belíssimo e valioso.
João Baptista, 10ºA
A Pérola,
John Steinbeck, Ed. Livros do Brasil
SUGESTÕES DE LEITURA
À procura de talentos escondidos, o Ex-
ternato Cooperativo da Benedita (ECB) lan-
ça este ano uma caça às estrelas que bri-
lham, entre todos os alunos desta escola,
e, realiza a primeira Gala Talentos ECB.
No dia 4 de Maio foram revelados os nomes
dos escolhidos para participarem na primei-
ra Gala Talentos ECB. Os finalistas irão por
à prova os seus talentos num espectáculo a
realizar, no próximo dia 16 de Junho, no au-
ditório principal do Centro Cultural Gonçalves
Sapinho.
Um espectáculo que terá o ritmo da mostra
de talentos que podem ser na dança, canto,
música, língua portuguesa, artes, desporto e
muitas outras áreas. As áreas foram sendo
definidas a partir das qualidades encontradas,
ao longo de todo este ano lectivo, num projec-
to que envolveu todos os alunos do ECB.
Um júri especializado nas áreas definidas a
concurso irá determinar os vencedores desta
primeira noite da Gala Talentos ECB. Aos alu-
nos vencedores será dada a oportunidade de
trabalhar durante um dia com um especialista
na sua área. Os três primeiros classificados
receberão ainda uma bolsa para a compra de
livros ou de material de suporte para a sua
área, ou, o mesmo será dizer, para o seu ta-
lento.
A preparação de uma noite mágica
A ideia de realizar esta Gala de Talentos
tem sido trabalhada desde o início do ano lec-
tivo. Foram definidos objectivos, estabelecidos
regulamentos e os alunos foram convidados a
candidatar-se para participar nesta festa com
o seu maior talento.
Para isso, responderam a uma aplicação
adaptada do questionário “My Talents” de Brian
French e responderam a questões como: qual
é a profissão que querem vir a exercer; quais
são as pessoas que mais admiram; quais são
os seus talentos; em que actividades ou cur-
sos relacionados com os seus talentos partici-
param; quais as profissões dos familiares mais
próximos e ainda, se têm ou não actividades
extra-curriculares.
Houve já uma primeira selecção por um
júri de três pessoas, especializadas em cada
categoria. Distinguiram-se os finalistas e, a
partir de agora, o que se pretende é estimular
os talentos e promover o seu reconhecimento.
Talentos para serem aplaudidos numa noite
de espectáculo, aberta a toda a população da
Benedita.
Professora Rita Pedrosa
TALENTOS ESCONDIDOS
ARTE E CULTURA 7
ANO 2 - Nº 5 TOQUE DE SAÍDA
Actualmente, a propósito da
questão das Vinte e Uma Maravi-
lhas Nacionais ou Mundiais, têm
surgido muitas opiniões sobre
o que deve ser considerado, ou
não, Património.
Ao pensarmos na noção de
Património, imediatamente nos
ocorrem edifícios, flora, fauna,
tradições e costumes. Ora veja-
mos: o Douro é um território com
características muito próprias que
fazem dele uma região classifica-
da como Património, pois possui
os requisitos estabelecidos para
que assim seja. Desde as paisa-
gens, aos vinhedos e socalcos
de beleza inquestionável, até ao
rio e às quintas, tudo faz com que
a região seja magnífica e prova
a existência de Património nesse
local. A natureza agreste fez da
região do Douro uma obra mag-
nífica. Miguel Torga refere-se à
região como «a única evidência
incomensurável com que pode-
mos assombrar o mundo»; para
Jaime Cortesão é «os Lusíadas
sem Camões»; e para o geógrafo
Orlando Ribeiro, «a mais vasta e
importante obra humana realiza-
da em território português».
Decerto que para um local ou
uma construção serem conside-
rados Património, quer nacional,
quer mundial, terão de obedecer
a alguns requisitos mínimos im-
postos pela UNESCO.
No fundo, consideramos Patri-
mónio sinónimo de mundo local.
O que queremos dizer? Que cada
terra tem um mundo, cada mun-
do tem as suas características, e
tudo o que lá permanece é aquilo
que faz do mundo o que ele é.
Património: uma formação ve-
getal; uma estátua; uma monta-
nha; um edifício; uma riqueza...
Uma História!
10ºD – texto produzido no âmbito do
trabalho de projecto da turma
Sendo a retórica a arte de bem
falar e bem argumentar através
do discurso, reflectir sobre este
problema ajuda-nos a clarificar a
sua importância para a filosofia.
Algumas vezes somos levados
a pensar que o filosofar, por ser
argumentativo, é retórico. Vamos
procurar mostrar que esta ideia
não é totalmente correcta.
Esta arte nem sempre foi valori-
zada pelos filósofos. Para Platão,
a retórica era uma actividade que
tinha como finalidade produzir no
auditório sentimentos de agrado
e prazer. Não sendo considerada
uma prática séria, era associada
à manipulação e, por conseguin-
te, desvalorizada em favor de
uma forma particular de diálogo
chamada dialéctica.
Ao contrário de Platão, Aristó-
teles defendeu que a retórica pode
produzir benefícios se usada para
compreender os problemas sob
várias perspectivas, simplificando
e clarificando o discurso, tornan-
do-o acessível a todos. Vê assim
na retórica um instrumento ao
serviço da democracia. No entan-
to, reconhece que pode ser usada
incorrectamente, acrescentando
que o mesmo sucede com outras
qualidades incontestavelmente
úteis como a força e a riqueza.
Considerando que a verdade tem
tendência a prevalecer sobre os
seus opostos, conclui que não há
razão para recear o seu mau uso.
Desvalorizada na Época Mo-
derna, foi reabilitada por Perel-
man no século vinte, com o nome
de Nova Retórica. Perelman atri-
bui-lhe um papel decisivo quan-
do o assunto excede os limites
da lógica formal, como é o caso
dos temas da Filosofia. Pensamos
que esta ideia deve ser aceite
com algumas reservas, a retórica
produz convicção, mas o objecti-
vo da Filosofia é formular teorias
verdadeiras. A convicção é uma
condição necessária para a ver-
dade, mas não é suficiente. Po-
demos ter convicções falsas. As-
sim, temos de reconhecer a sua
importância, no sentido em que
Aristóteles a considerou mas não
podemos reduzir o filosofar a um
mero exercício retórico. Há crité-
rios lógicos, formais e informais e
não apenas retóricos, para avaliar
as teorias filosóficas.
Luis Carlos, 11º H
Retórica, Filosofia e Verdade
A RETÓRICA CONTRIBUI PARA A DESCOBERTA DA VER-DADE DAS TEORIAS FILOSÓFICAS ?
Aristóteles
Douro PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE
Douro - São Leonardo de Galafura
Dizemos que uma acção é
um acto motivado por uma in-
tenção. As acções tornam-nos
pessoas: agindo, construímos a
nossa personalidade.
Segundo Aristóteles, uma ac-
ção para ser racional tem de ser
transitiva: se queremos realizar
algo e temos o poder de reali-
zá-lo, então é legítimo esperar
que a acção seja realizada. Mas
isto nem sempre acontece. Para
Aristóteles, o que leva à falta de
transitividade das acções é a
acrasia ou falta de vontade.
Se todas as nossas acções
fossem transitivas, muitos pro-
blemas seriam resolvidos. Se
houvesse uma maior força de
vontade política, a fome, por
exemplo, poderia acabar. Esta
força, ou a falta
dela, afecta-nos
tanto a nível pes-
soal como social.
Nem sempre ve-
mos a razão como
o melhor caminho,
mas isto não che-
ga para provar que
somos irracionais.
A racionalida-
de desenvolve-se
ao longo da vida e não é pura.
Os motivos da acção situam-se
entre os desejos de ordem psi-
cológica e as razões de ordem
lógica. O Homem não é um ser
totalmente racional ou irracio-
nal, ele apenas escolhe de acor-
do com o que sabe, partindo da
sua condição existencial. Por
isso, devemos olhar a raciona-
lidade não como um dado, mas
sim como um desafio para nos
aperfeiçoarmos como seres hu-
manos. Talvez, tomando consci-
ência de que a vontade é uma
força extraordinária que está à
nossa disposição, possamos
construir um mundo melhor.
Alexandre Coelho, 10º B
A RACIONALIDADE HUMANA
Demonstrará a fraqueza da vontade que somos irracionais?
ARTE E CULTURA8
ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA
Nos dias 30 e 31 de Março, o CCGS integrou
pela primeira vez o Festival INJAZZ-Jazz em
Português, e logo com duas formações de peso:
o SEXTETO MÁRIO BARREIROS e MARTA
HUGON, respectivamente. Os dois eventos
tiveram uma plateia muito entusiasmada, com
mais de 120 lugares preenchidos em cada
concerto.
SEXTETO MÁRIO BARREIROS ESTREIA-SE NA BENEDITA COM
DEDADAS
Mário Barreiros nasceu no Porto, em 1961.
Depois de estudar bateria e guitarra como
autodidacta, frequentou o Conservatório
de Música do Porto. Aos 8 anos integrou o
Grupo Mini-Pop, formado pelo seu pai e onde
tocava com os irmãos, chegando a ser uma
das revelações do Festival de Vilar de Mouros
de 1971. Em 1979, fez parte do Quinteto de
António Pinho Vargas, formado por António
Pinho Vargas no piano, José Nogueira no
saxofone e os irmãos Mário e Pedro Barreiros
na bateria e contrabaixo, respectivamente.
Será este o grupo que, em 1980, irá editar
sob o nome de Jafumega o álbum Ribeira. Em
1985, Mário Barreiros e família foram alguns
dos impulsionadores da abertura da Escola de
Jazz do Porto.
Ao longo de anos de carreira, foi guitarrista
de Rui Veloso & Os Optimistas, aquando da
apresentação ao vivo do álbum Mingos & os
Samurais; assumiu a direcção musical do
grupo de Pedro Abrunhosa; produziu discos
dos Clã, Ornatos Violeta, Silence 4 e Mário
Caldato, entre outros. Mais recentemente, foi
responsável pela produção de discos de Jorge
Palma, Blind Zero e Da Weasel.
Só agora chega o primeiro álbum do seu
Sexteto de Jazz, Dedadas, que é também o
resultado de cinco anos de encontros com
Mário Santos (saxofone tenor e clarinete
baixo), José Luís Rego (saxofone soprano alto
e clarinete), José Pedro Coelho (saxofones
soprano e tenor), Pedro Guedes (piano) e
Pedro Barreiros (contrabaixo), ficando a
bateria a cargo do próprio Mário Barreiros.
Tecnicamente brilhante, o álbum sublinha o
virtuosismo de Mário Barreiros, Pedro Guedes
e Mário Santos, os compositores do disco. E
mostra, se é que era necessário, que o Jazz
não é uma linguagem complicada e que não
está muito distante da linguagem da pop.
MARTA HUGON
“A ARMADILHA DO JAZZ”
Nascida em
Lisboa e formada
na Escola de Jazz
do Hot Club de
Portugal, Marta
Hugon apresenta
em 2006 o seu
primeiro álbum a solo, Tender Trap, depois de
várias experiências na área do jazz e do funk.
Em 2000 grava com os Cool Hipnoise o álbum
Música Exótica para Filmes Rádio e Televisão,
e em 2002 grava, com Alexandre Camarão, o
Electric Sul, uma fusão de jazz, electrónica,
brokenbeat e ritmos africanos.
No Concerto realizado no CCGS, Marta
Hugon fez-se acompanhar por um trio de
luxo: Filipe Melo no piano (responsável pela
maioria dos arranjos e de alguns originais),
Damien Cabaud no contrabaixo e João Rijo na
bateria.
Além dos temas do álbum Tender Trap,
Marta Hugon brindou-nos ainda com algumas
músicas do seu próximo trabalho, a sair em
Setembro, e com uma interpretação excelente
do clássico “Still crazy after all these years”,
de Paul Simon.
Tender Trap assume-se como o resultado
de um encontro entre temas e compositores
que desde sempre a “enfeitiçaram” – Cole
Porter, Gershwin, Stan Getz – a paixão que
nasceu em Nova Iorque, mas também a música
brasileira a que não consegue resistir: João
Gilberto, Tom Jobim, entre muitos outros que
a fizeram cair na “armadilha do Jazz”.
Foi sem dúvida um privilégio e um prazer
assistir a este Concerto. O Centro Cultural
Gonçalves Sapinho está de parabéns por ter
sido integrado no Festival INJAZZ-Jazz em
Português.
Esperemos que esta iniciativa se repita no
próximo ano, pois o entusiasmo com que a
plateia recebeu Mário Barreiros e Marta Hugon
faz crer que a Benedita aprecia e merece
espectáculos como estes.
Professores José Cavadas e Teresa Agostinho
INJAZZ CHEGOU À BENEDITA!
Dada a quantidade
e diversidade da
informação existente
na internet, esta é não
apenas útil para uma
disciplina, como contribui para as tão faladas
inter e pluri-disciplinaridade. A informação
encontra-se em várias línguas, geograficamente
dispersa, é possível notar nela uma evolução
histórica e é-nos apresentada em diversos
suportes (texto, imagem, vídeo, audio).
O uso da internet introduz uma nova
forma de lidar com a informação e com o
conhecimento, criando formas diferentes de
estudo e de pesquisa com repercussões no
processo de ensino-aprendizagem. A internet
permite algo que outros recursos nunca
fizeram: disponibilizar grandes quantidades
de informação, constantemente actualizada e
acessível a partir de inúmeros locais. Possibilita
ainda uma comunicação interactiva, dando
sentido à aprendizagem, às trocas de ideias
e de experiências e à entreajuda, melhorando
o conhecimento interpessoal e intercultural.
A interactividade não se manifesta apenas ao
nível do ser humano, mas também se estabelece
entre este e as ferramentas dispostas no espaço
da Internet, levando ao aprender fazendo.
Os mais cépticos quanto à utilização da
internet na educação dirão que nem toda a
informação que se encontra na rede tem um
carácter positivo, mas o mesmo acontece com
os outros meios de comunicação: imprensa,
televisão, rádio… E a internet tem aqui uma
vantagem – é que para se encontrarem os
conteúdos, sejam eles positivos ou negativos,
é necessário que tenhamos vontade de os
encontrar, enquanto que nos outros meios de
comunicação isso não acontece: a informação
é-nos transmitida sem escolha e em qualquer
situação. Logo, é da responsabilidade dos pais,
educadores e professores orientar os seus filhos
e alunos, levando-os a saber distinguir entre o
que é válido e o que não é.
Sendo a internet uma imensa fonte de
informação, facilmente quem a consulta se
“perde” e é conduzido para assuntos que não
aqueles que inicialmente pretendia esclarecer.
Com os alunos, este “desvio” acontece mais
facilmente e com maior frequência, por terem
menos experiência na tarefa de selecção e/ou
organização da informação. Assim, cabe aos
professores a tarefa de ensinar os seus alunos
a pesquisá-la, a tratá-la e a organizá-la.
Enfim, a internet permite-nos deixarmos de
ser meros “leitores” de informação e passarmos
a ser também produtores, já que qualquer um de
nós pode ter a sua página e aí divulgar conteúdos.
A liberdade e a criatividade não são portanto
condicionadas, e os alunos podem publicar os
seus trabalhos na Internet, obtendo rapidamente
avaliação e opiniões. Aos professores compete-
lhes incentivar os seus alunos na produção e
na publicação dos seus trabalhos, levando-os a
contribuir para o vasto conjunto de informação
de qualidade.
Contudo, apesar de todas estas vantagens,
a internet e os computadores continuam a ser
utilizados nas escolas maioritariamente com um
carácter lúdico e, apenas ocasionalmente, como
ferramenta.
Professor Samuel Branco
INTERNET, INFORMAÇÃO E EDUCAÇÃO
RECRIAR O MUNDO 9
ANO 2 - Nº 5 TOQUE DE SAÍDA
É a música do crepúsculo que pinto quando escrevoUma música lenta, valsa sumida, corpos desfazendo-se no meu olharVidas que se revoltam para a frente, o ocidente, a cisão de terra e mar
A minha terra tem uma música azul na primaveraO vento é violinos entre as árvores, tocando-as obliquamenteElas nem sentem o palpar dos violinos eólicos, Deixam que as suas folhas se baloucem para frente e para trásVaivéns de vida vivendo uma primeira vez
Das vírgulas do crepúsculo alado brotam luzes como o musgo das velhas pedrasReticente é o silêncio desse momento em que o sol ainda espalha o seu sémen na tela que dispo com os olhosAs folhas, o violino, as tintas secas na paleta do meu vocabulárioVibram no momento em que a primeira estrela ganha textura, música, cor e significante
Há música na escrita que se esventra do crepúsculo que vejoUma música que voa até ao infinitoUma música de conchas e algas Uma música que és tu quando me falas
Mas o crepúsculo que viaNão é o mesmo que escrevo agoraNem a música que escrevia era realmente a música que ouvia
A noite abafa com os seus crivos o horizonte crepuscularO que cai para a cesta da vida são partículas musicais Restos do diaRestos de vozesRestos de lutas Restos de cedências
A noite é um túmulo sagrado donde o olhar dos que viram acende a manhã auroralNoite iniciáticaNoite eternamente crepuscularVentos musicais vibrantes que descem do sol ao mar
No farol da minha terra – sim, porque a minha terra é um farol numa caravela – Acendo a lua e os astrosAto cordas e ergo mastrosOriento a minha parte vigilante por bússolas de canela E na proa velo pelas velas de organdiTecidas pelas mãos das viúvas feiticeirasNo tear das suas crendices e de mezinhas contra o mau-olhado
Porque, afinal, vivo num farolE o olhar está sempre protegido
Noite iniciáticaNoite eternamente crepuscularVentos lancinantes sobem do sol ao marLatitudes periclitantesLongitudes profanamente sacralizantesPontos cardeais e orações e romariasUivos de cães e gritos de corvos lançam bons presságios
Para quê ser-se supersticiosoQuando a maior superstição é querer ser português?
Portos e ruas de portos arruaceirosBêbados e meninas rindo das vergonhasDesdentadas de verruga a explodir do nariz, engolidas pela gargalhada do medo de morrerem naquela noiteMas há sempre um amolador nas ruas sujas das aldeias A afiar a imaginação com as tonalidades medievas da sua sanfona
O bailarico, com certeza, o organista, os bailadores Tríade fundamental e constituinte da VerdadeO resto é cantigas, dizemO resto é não haver resto, digo
As procissões, touradas e o futebolDispersam a alma do seu caminho metódico de alcançar a verdadeCartesianismos não, cristianismos sim, nem que pareça pagão mas sou cristão
Fogos de artifícios, fogo presoFeiras populares no verãoHá uma metafísica indubitável na criança que chora por um balão– Cem escudos – diz a feirante
Somos todos este farol Estamos todos neste carrosselMais uma voltinha, vai mais uma voltinha?
Filipe Silva, ex-aluno do ECB
Finisterra ou Tratado Lusitano
Estou farta de poemas de amor.
Dos sentimentos exaltados,
das dedicatórias sentidas,
dos beijos pedidos e nunca recebidos.
Estou farta de poemas de amor.
Das palavras a rimar
paixão, coração
flor, dor
lua, tua.
Estou definitivamente farta de poemas de amor.
Para quê tantas palavras?
O amor é só o amor.
A poesia é o resto.
Marta Santos, 10º A
ParedeE a porta que me tranca neste mundo
não é mais do que uma linha por mim erguida
que me protege do medo, da tristeza,
das lágrimas,
mas que me priva de tudo aquilo que procuro
e por que anseio:
do amor, das flores
do sorriso.
Marta Santos, 10º A
Poemas de amor
Imploro-te a minha vida de volta,
oh tempo,
que dás voltas na minha mente...
como se tudo parasse,
como se nada se passasse.
Permanece em silêncio
o sangue que grita vida
pelos cantos e recantos do corpo que habitas.
Algo se move na mísera vastidão
do que existe de mim.
Algo forte, de uma inabalável fragilidade.
Miguel Luís 3º E.S.U.C.
Imploro-te
No dia 17 de Abril, as turmas do 10° ano foram convidadas a assistir ao espectáculo de poe-sia “A Palavra dos Poetas”, pela companhia Teatro Azul. O es-pectáculo foi protagonizado pelo diseur Nuno Miguel Henriques que tocou todo o público com a sua expressividade e paixão.
Esta tarefa foi facilitada pela feliz escolha dos poetas, tal como dos poemas, que eram fantásticos, e penso que a emo-ção do público foi bem evidente – todos sentimos o coração bater mais forte, ouvindo, por exem-plo, “Cântico Negro”, de José Régio, ou “Pedra Filosofal”, de António Gedeão. Outro aspecto que também me agradou parti-cularmente foi a criatividade do cenário: uma espécie de visão do mundo e da mente do poeta
contemporâneo. De facto, “A Palavra dos Poe-
tas” só pode ser recordado pela positiva, apesar da dificulda-de que por vezes sentimos em perceber alguns poemas decla-mados com mais rapidez. Mas, excepto isso, a minha opinião é de que este espectáculo foi re-almente penetrante, na medida em que mesmo aqueles que não gostavam de poesia se aperce-beram do quanto ela nos pode emocionar, e todos sentiram em-patia com o diseur que se esfor-çou por criar um ambiente propí-cio para cada poema, variando o estilo das declamações e solici-tando, por vezes, a participação do público.
Natacha Firme Almeida, 10°D
CRÍTICA DE ESPECTÁCULO
”Porque a poesia não é tão rara quanto parece”
O LUGAR DA MEMÓRIA10
ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA
Perante o deflagrar da Primeira Guerra Mundial, o Governo Português não ficou indiferente e organi-zou o Corpo Expedicioná-rio Português (CEP) para combater em França (1917-1918). Os soldados portu-gueses sofreram a dureza da guerra das trincheiras e as consequências dos ata-ques com gás tóxico. Foi ainda ao longo de 1918 (9 de Abril) que se desenro-lou a Batalha de La Lys, em que, apesar de vencidas, as tropas portuguesas se bate-ram corajosamente.
Os soldados da foto eram rapazes da freguesia da Benedita que, no dia anterior à sua partida para França, se juntaram num almoço de despedida. E esse dia começou com uma missa, na qual todos parti-ciparam, e onde fizeram a promessa a Nossa Senhora da Encarnação de que, se regressassem à sua terra, mandariam gravar uma pe-dra da Serra dos Candeei-ros com os seus nomes. Na realidade todos voltaram, à excepção de um, que se apaixonou por uma france-
sa, com quem casou.A pedra gravada foi colo-
cada na antiga Igreja Matriz da Benedita, que mais tarde foi demolida. Na altura da demolição não houve o cui-dado de salvar a dita pedra, o que levou os ex-comba-tentes que ainda estavam vivos a revoltar-se e a exi-gir uma nova pedra que de-veria ser colocada na Igreja Nova. Tal aconteceu e ain-da hoje os seus nomes re-cordam a todos nós esses heróis da nossa terra.
Professora Maria José Jorge
Como era antes do 25 de Abril de 1974?
As mulheres raramente tinham autonomia
jurídica – primeiro dependiam dos pais e, de-
pois, dos maridos. E as relações na família
eram de ausência de direitos iguais, face, por
exemplo, à escolha do domicílio ou à edu-
cação dos filhos. Assim, domicílio conjugal
= domicílio escolhido pelo marido; a mulher
não podia abandoná-lo. A educação dos filhos
era decidida pelo pai (de preferência de acor-
do com a mãe, mas, não havendo acordo...
vingava a escolha do marido). Mulher casada
não tinha passaporte individual e só podia au-
sentar-se para o estrangeiro com autorização
escrita do marido (como hoje sucede para os
filhos menores).
Quanto às professoras do ensino primário
(actual 1ºciclo) tinham de ter autorização do
governo para casar... E as enfermeiras, es-
sas, não podiam casar. Por isso, grande parte
das enfermeiras eram freiras... e as que o não
eram gozavam de má reputação entre os ra-
pazes…
Já sabemos que nem todas as mulheres ti-
nham direito de voto: só as chefes de família
(solteiras ou viúvas) ou as que tivessem uma
profissão remunerada.
Nas escolas: as alunas e, em algumas es-
colas, as professoras, tinham de usar bata de
modelo uniforme. Não eram admitidas na es-
cola se vestissem calças – trajo só autorizado
para os rapazes e cavalheiros. Uma vez, na
escola onde leccionei, a Rodrigues Lobo, em
Leiria, uma professora apresentou-se de cal-
ças. Foi mandada para casa e só pôde dar
aula quando regressou, vestida de saias.
Numa outra escola em que estive a fazer o
meu estágio, os professores homens podiam
fumar na sala de professores; as professoras,
não – tinham de “refugiar-se” nas casas de
banho e fumar às escondidas. Era considera-
da prática pouco decente para senhoras...
As pessoas casadas pela Igreja (a maioria)
não podiam divorciar-se e voltar a casar pelo
civil. Podiam,
n a t u r a l m e n -
te, separar-se
e arranjar outras
famílias – mas fi-
cavam sempre em
posição não reconhecida ju r id i -
camente pela lei e os filhos de nova ligação
ou eram considerados ilegítimos (os filhos ile-
gítimos, para além de serem “mal vistos” pela
sociedade, não tinham quaisquer direitos a
herança e protecção dos pais) ou eram con-
siderados filhos do anterior “casamento”, que
permanecia indissolúvel em termos legais.
Isso causou grandes problemas nas famílias,
como podes calcular.
Excerto de um conjunto de Crónicas Contra o Es-
quecimento que Amélia Pinto Pais – escritora, autora de
obras didácticas e professora aposentada da Escola Se-
cundária Rodrigues Lobo – elaborou em 1994 para os
seus alunos.
Notícias do ‘antigamente’
Crónicas contra o esquecimento
A SITUAÇÃO DAS MULHERES
SOLDADOS BENEDITENSES NA 1ª GRANDE GUERRA TOP 101º- O Velho e o Mar
Ernest Hemingway
2º - Contos
Eça de Queirós
3º - As Brumas de Avalon
Marion Zimmer Bradley
4º - Aventuras de João Sem Medo
José Gomes Ferreira
5º - A Metamorfose
Franz Kafka
6º - Sexta-Feira ou a Vida Selvagem
Michel Tournier
7º - Morte na Praia
Agatha Christie
8º - Felizmente Há Luar!
Luís de Sttau Monteiro
9º - Um Momento Inesquecível
Nicholas Sparks
10º - Aranmanoth
Ana Maria Matute
Os livros mais requisitados na Biblioteca do
ECB nos meses de Fevereiro e Março de
2007.
OLHAR CIRCUNDANTE 11
ANO 2 - Nº 5 TOQUE DE SAÍDA
O Dr. Acácio Catarino é unanimemente
reconhecido como um dos filhos mais ilustres
da nossa terra, estando profundamente
ligado à criação do Instituto Nossa Senhora
da Encarnação (INSE) e do Externato
Cooperativo da Benedita (ECB). Diplomado
em Política Social pelo Instituto de Estudos
Sociais, licenciou-se em Sociologia no
ISCTE. A sua carreira profissional decorreu
fundamentalmente na área do emprego e da
formação profissional, no âmbito do que é hoje
o Ministério do Trabalho e da Solidariedade
Social, tendo sido Secretário de Estado
da População e Emprego no 3º Governo
Constitucional. Actualmente
aposentado, colabora, em regime
de voluntariado, com algumas
instituições sem fins lucrativos,
escreve regularmente em
publicações periódicas e prepara
alguns trabalhos para eventual
publicação.
Fale-nos um pouco da sua
relação com o INSE e com o
Externato.
Fiz parte do conjunto de
pessoas que estiveram na origem
do INSE. Sou cooperador, desde
o início, e fui membro da Mesa
da Assembleia-Geral em vários
mandatos. O INSE e, nele, o
Externato, corresponderam a uma
profunda necessidade e a um
forte imperativo. Pode afirmar-se
que cumpriram honrosamente a sua missão
ao longo de várias décadas. Tanto a vertente
cultural como a educativa foram assumidas
há muito; aquela, hoje em dia, conhece
perspectivas mais promissoras, através do
Centro Cultural.
Sempre se desejou que o INSE assumisse
o Desenvolvimento como terceira vertente,
pois tanto a Educação como a Cultura se
inserem no Desenvolvimento; no entanto, para
salvaguarda do carácter integral deste, parece
conveniente assumi-lo com a sua identidade
própria. Os graves problemas económicos e
sociais com que nos debatemos actualmente,
e as responsabilidades em relação ao meio
ambiente, apontam exactamente no mesmo
sentido.
Não seria correcto o INSE entrar na
esfera de competência das autarquias
ou de outras entidades no domínio do
Desenvolvimento, não só para se evitarem
duplicações, mas também porque, fazendo-
-o, correria o risco de demissão das suas
responsabilidades específicas. De entre estas
responsabilidades, realço a consciência das
realidades beneditenses, sem prejuízo da
atenção a prestar às freguesias vizinhas e a
territórios mais amplos; e o aprofundamento e
difusão das potencialidades de cooperação e
desenvolvimento, nomeadamente com outras
entidades. Há muitos anos, o INSE promoveu
um encontro sobre este assunto. Bom seria
que estas preocupações fossem retomadas
logo que possível.
Durante a sua vida profissional esteve
sempre muito ligado ao sector cooperativo.
Como entende as cooperativas no nosso
país?
As cooperativas inserem-se no sector
cooperativo e social, consagrado no artigo
82º da Constituição da República. Este sector,
também designado por terceiro, está a par do
primeiro, que é o público, e do segundo, que
é o privado com fins lucrativos. Faz parte do
terceiro sector a generalidade das entidades
sem fins lucrativos. Algumas delas, como por
exemplo as santas casas da misericórdia, são
multisseculares; outras surgiram a partir do
século XIX, como é o caso das cooperativas,
das mutualidades e das colectividades de
cultura e recreio; inúmeras outras surgiram
posteriormente.
Dentro do terceiro sector, as cooperativas
caracterizam-se por serem claramente
uma realidade socioeconómica. Sintetizam
sabiamente a dimensão empresarial e a
prossecução de objectivos de carácter social,
em sentido amplo, e tanto se podem dedicar
a actividades de natureza económica, à
semelhança de qualquer empresa, como às de
natureza educativa, cultural, social (no sentido
restrito), ecológica ou quaisquer outras.
Seria desejável que todo o terceiro
sector funcionasse como verdadeira aliança
a favor do desenvolvimento solidário e da
humanização da sociedade e da economia.
Neste momento, já se observa uma certa
aproximação; no entanto, ainda estamos muito
longe da necessária congregação permanente
de esforços.
Como encara o futuro das cooperativas e
particularmente o da nossa cooperativa de
ensino?
Seria irrealista, e certamente incorrecto,
defender o terceiro sector como alternativa aos
outros dois. Pelo contrário: bom seria que ele
funcionasse complementarmente, cooperando
estreitamente com eles e contribuindo para
a solução dos diferentes problemas sociais
e humanos. Dentro deste quadro, o INSE
tem um papel específico a desempenhar:
antes de mais, localmente, na linha do que
referi no final da resposta anterior. Depois,
inserindo-se no movimento cooperativo
nacional, particularmente nos ramos da
Educação e da Cultura, sem nunca descurar
o Desenvolvimento Integral. O primeiro passo
poderia consistir na cooperação com outras
cooperativas e associações da Benedita e de
zonas limítrofes, partilhando experiências e
realizando encontros periódicos.
Entretanto, seria de ponderar
a hipótese de facultar formação
regular em cooperação e
desenvolvimento no próprio
Externato. Qualquer que viesse
a ser o seu enquadramento
escolar, bom seria que incluísse
sessões em que participassem
representantes de cooperativas,
de associações e de outras
entidades, não esquecendo
as de natureza confessional,
empresarial, profissional e
familiar. Uma das ideias-força
desta actividade formativa poderia
consistir na capacidade de as
pessoas e famílias resolverem
os seus problemas através do
esforço pessoal e da cooperação
e associação com outrem.
Com uma ligação tão forte ao INSE e ao
ECB, recorda alguma situação marcante que
queira partilhar connosco?
Para não alongar excessivamente
a entrevista, limito-me a recordar a
determinação surpreendente dos fundadores
da Cooperativa e dos pioneiros do Externato.
Aquela determinação congregou pessoas
com percursos de vida bastante diferentes,
irmanadas num forte objectivo comum: a
criação de um estabelecimento de ensino
secundário, com perspectivas de acesso ao
superior.
Os fundadores mais comprometidos, que
vieram ou não a assumir responsabilidades
institucionais, levaram o seu empenho até
ao ponto de colocar os seus próprios bens
ao serviço da Cooperativa. Os pioneiros
do Externato começaram a funcionar em
instalações provisórias que depois, mercê do
labor dedicado e competente das gerações
que se foram sucedendo, chegaram ao actual
Externato Cooperativo da Benedita. E todos,
em cooperação, construíram o INSE tal como
hoje o vemos, cheio de potencialidades.
Propositadamente, não refiro nenhum
nome em particular, embora a tentação seja
muito grande, porque desejo deixar frisada a
acção de conjunto, que foi verdadeiramente
cooperativa.
UM OLHAR SOBRE COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOLIDÁRIO
Dr. ACÁCIO CATARINO
OLHAR CIRCUNDANTE12
ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA
Se há alguém que diga que nunca
discriminou ninguém e que vive num mundo
onde isso não acontece, esse alguém é um
sonhador. Uma prova disso é, por exemplo,
o facto de eu estar a fazer este texto, pois
se vivêssemos num mundo justo não se
justificariam estas linhas que escrevo.
É porque aquele é branco ou porque aquele
é preto! É porque aquele é magro ou porque
aquele é gordo! É por qualquer coisa e por
coisa nenhuma! Hoje em dia tudo serve de
justificação para olharmos de lado uns para
os outros. Vivemos num mundo onde cada
pormenor conta e nada passa ao lado, um
mundo de estereótipos. Ao ver um cigano a
passar na rua há sempre quem pense: ”Boa
pessoa não é!” Para muitos, boa pessoa é
quem tem um bom emprego ou uma “palavra
cara” escrita no bolso de trás das calças, mas,
simultaneamente, para outros, essas são as
más pessoas.
Pode-se então dizer que este é um mundo
de contrastes, mas também um mundo de
sinónimos. Para muitos, dizer corrupto, ladrão
ou político é o mesmo: “É sempre alguém que
quer lixar o Zé Povinho”. Mas porquê? Lá
porque um ou outro político não fez bem o
seu trabalho, será justo estipular que todos
são iguais? Será justo pensar logo na palavra
terrorista ao ver uma pessoa com uma religião
diferente da nossa e imaginar imediatamente
que ele leva uma bomba pronta a explodir,
na mochila? Será justo culparmos uns pelos
erros dos outros? Se é, coloca-se outra
questão: então e nós? De certeza que já
alguém da nossa raça, religião, profissão ou
com um estilo de vida semelhante ao nosso
cometeu erros muito graves. Será então justo
sermos culpados por esses erros? Uma coisa
é certa, seja uma pessoa branca, preta, verde
ou amarela, de certeza que já errou, pois
ninguém é perfeito.
Todos somos diferentes e todos somos
iguais. Iguais porque todos somos seres
humanos e todos cometemos erros. Diferentes,
pois cada qual tem as suas características,
felizmente, o que faz com que cada um seja
original, e não um duplicado de alguém. Aliás,
se todos fôssemos o reflexo uns dos outros,
seria como se ao passar na rua os outros
fossem espelhos onde estaria sempre a nossa
imagem. Não haveria mais nenhum rosto, só
o nosso. Monótono, não?
Mas afinal o que procuramos ao certo?
Ninguém sabe, cada um procura o que acha
melhor para si, daí que este seja um mundo
tão subjectivo e tão complexo, ao mesmo
tempo. O que é bom para uns é mau para
outros, e ainda bem. É verdade que isto
pode ser considerado discriminação, mas a
discriminação também pode ser positiva, há é
que ter noção dos limites e ter cuidado, muito
cuidado, com os estereótipos. Há que dar
liberdade aos outros para que possam fazer
as suas escolhas, de modo a que nos deixem
fazer as nossas.
Mauro Luís, 12ºA
DISCRIMINAÇÕES SOCIAIS
Quando começa a
Primavera e o Inverno vai
embora, só nos apetece
aproveitar os raios solares,
estar num sítio bonito ao ar
livre, na companhia de quem
mais gostamos, e receber
o que de melhor a natureza
tem para nos oferecer. Bom
demais para ser verdade? Mas
felizmente este local existe: o
parque de merendas do Gaio é
um sítio excepcional, situado
em plena floresta, rodeado de
árvores e de todo o tipo de
plantas e flores, e com infra-
estruturas para piqueniques,
como grelhadores, mesas,
baloiços e instalações sanitárias. O parque
tem também uma fonte centenária com muita
tradição na aldeia, pois era o local onde as
pessoas, antigamente, iam lavar roupa e
buscar água. É a “Fonte da Espadaneira”.
Este parque gera um considerável fluxo de
pessoas durante os meses de Primavera e de
Verão, principalmente ao fim de semana. São
pessoas de todas as idades que procuram um
local em perfeita harmonia com a natureza,
onde possam relaxar.
Tiago Mateus, 10ºD
O PARQUE DE MERENDAS DO GAIO
Não conheço suficientemente bem os sis-temas legislativos de outros países para es-tabelecer com rigor termos de comparação, mas conheço razoavelmente o nosso sistema, para poder afirmar, com alguma margem de certeza, que é dos mais profícuos do mundo.
Quem como eu, por dever profissional, lê todos os dias o jornal oficial – Dário da Repú-blica – confronta-se com o manancial de nor-mas jurídicas, leis, decretos-lei, regulamentos, portarias, decretos-regulamentares, etc., que são publicados diariamente, num frenesim de criação que, muitas vezes, contradiz a legis-lação em vigor, desconexa o sistema jurídico ou duplica as normas existentes.
As leis devem vigorar enquanto se man-tiver o quadro social dentro do qual foram pensadas, discutidas e aprovadas. E não faz sentido haver uma alteração legislativa se o quadro de referência social se mantém. Mas ao que temos assistido nos últimos anos, é a uma alteração frenética de legislação, sempre que um qualquer acontecimento é dramatiza-do na comunicação social. Não se resolvem os problemas, não se criam mecanismos que os ajudem a resolver. Mas cria-se sempre uma nova lei, e assim, pelo menos, a intenção fica. É uma solução tão barata quanto inoperante, que finge a atenção de quem tem obrigação de resolver os problemas.
Em Dezembro de 2002, a Assembleia da República aprovou o Estatuto do Aluno do En-sino não Superior. Os objectivos gerais que nortearam a criação desta lei foram a fixação dos direitos e deveres dos alunos; a definição da forma, do modo e dos mecanismos de de-fesa dos seus direitos; a fixação das medidas disciplinares que seriam aplicadas quando fossem violados os deveres e as regras sobre
o procedimento.Foi uma lei discutida com as escolas, as
associações de pais, de professores e de alu-nos, participada pela sociedade e, finalmente, aprovada pelos deputados da Nação. Enfim, foi uma lei que correspondeu, no momento, àquilo que a sociedade pedia e que preen-cheu uma lacuna existente. Esta lei entrou em vigor há pouco mais de quatro anos. A socie-dade portuguesa, o perfil dos alunos, das es-colas, dos pais e encarregados de educação não mudou significativamente nesses anos. Quando esta lei foi publicada, eram conhe-cidas situações pontuais de indisciplina nas escolas, de agressões a professores por parte de alunos e pais ou encarregados de educa-ção, e situações de abandono escolar. Eram conhecidas e a lei previne-as.
Recentemente, relatos mais dramáticos de algumas destas situações, feitos pela comuni-cação social, puseram o país a discutir o pro-blema da indisciplina nas escolas; da violência dos alunos, pais e encarregados de educação sobre professores e funcionários; do abando-no escolar e da falta de mecanismos sociais para travar estes problemas. São problemas de que a escola é apenas o fim da linha de todo um conjunto de situações sociais mal re-solvidas ou não resolvidas e a carecerem de tratamento adequado. Para resolver o proble-ma, o Governo fez mais do mesmo: alterou o Estatuto do Aluno, criando uma nova lei que não vai resolver coisa nenhuma.
Mostrou assim, mais uma vez, que é sen-sível aos problemas sociais, e pródigo a criar leis que os não resolvem.
Professor Luís Castelhano
O ESTATUTO DO ALUNO
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 13
ANO 2 - Nº 5 TOQUE DE SAÍDA
Realizou-se no pas-sado dia 13 de Abril, na FCUL, um seminário in-titulado “Utilização Edu-cativa de Plataformas Moodle”, com o apoio do CRIE, e que consistiu na
apresentação da experiência de duas escolas e numa reflexão sobre o Moodle.
O Moodle é um sistema online que permite o armazenamento, a organização e a distribuição de informação, a gestão de aprendizagens e o trabalho colaborativo. Assenta nos princípios pedagógicos de que o conhecimento é constru-ído e não transmitido, e de que a aprendizagem ocorre a partir da colaboração e da partilha de saberes.
Das muitas vantagens apontadas pelos pro-fessores que ali estavam em representação das suas escolas, salientam-se a promoção da uti-lização das TIC pelos docentes e pelos alunos; o arquivo e o fácil acesso à informação arqui-vada; a contribuição para uma melhoria da re-lação pedagógica entre professores e alunos; a criação de portefólios digitais; o contributo para
o aprender a aprender; a discussão e a partilha; e o desenvolvimento de actividades diferencia-das de enriquecimento e de recuperação.
Foram também apresentadas no seminário as dificuldades sentidas na implementação do Moodle, dificuldades que passam sobretudo pela falta de formação em TIC e pela resistên-cia à sua utilização por parte de alguns docen-tes. Para fazer face ao problema, os presentes, alguns deles membros dos conselhos executi-vos das respectivas escolas, afirmaram que os docentes devem “… crer e ir experimentando”, e que cabe aos órgãos de gestão das escolas tomar posição e dar o exemplo, levando os pro-fessores a entender as vantagens, por exem-plo, de receber convocatórias e notícias da es-cola em “casa”, via e-mail. Também os alunos, a seu tempo, são potenciadores da motivação dos professores.
Os interessados podem consultar mais in-formações sobre o seminário em: http://nonio.fc.ul.pt/actividades/seminario_moodle/sem_moodles.htm
Professor Samuel Branco
Utilização educativa de plataformas Moodle
EXPERIÊNCIA EM DUAS ESCOLASDIA DA INFORMÁTICA
O dia da informática realizar-se-á
no próximo dia 5 de Junho e terá como
principal actividade, a apresentação
dos projectos realizados pelos alunos
das turmas do curso tecnológico de in-
formática e pelos alunos das disciplinas
de TIC 9º ano e TIC 10º ano. Na mostra,
a comunidade do ECB, no geral, pode-
rá ficar a conhecer alguns dos projectos
desenvolvidos pelos referidos alunos ao
longo do ano, com temas destinados aos
alunos da pré-primária, que são anual-
mente convidados a experimentá-los.
Os projectos foram desenvolvidos
através de tecnologias como visual ba-
sic, flash, visual c++, html, javascript,
css e powerpoint e consistirão em ani-
mações, websites e vídeos. Haverá
uma exposição de cartazes sobre infor-
mática e outra onde estarão expostos
componentes de hardware. Decorrerá,
também, o já tradicional concurso de
karaoke.
O Sistema Operativo Linux foi um projecto lançado por Linus Torvalds, um finlandês na altura com 21 anos, fasci-nado por computadores desde pequeno. Sem dinheiro para comprar o sistema UNIX, e à entrada para a universidade, Linus resolveu desafiar-se a si mesmo: criar um SO (Sistema Operativo) que tirasse melhor partido da sua máquina, tendo como base o sistema UNIX e o núcleo do Minix. Esse desafio pessoal depressa ganhou ou-tros interessados, e hoje é um projecto a nível mundial e con-siderado um dos melhores Sis-temas Operativos de sempre.
Criado inicialmente para executar o software do GNU sobre PC, tem inúmeras vanta-gens em relação ao seu mais directo rival da Microsoft, o Sistema Operativo Windows. Sendo o Windows o SO mais utilizado em todo o mundo, são de conhecimento geral alguns dos seus principais problemas.
Destaco aqui o preço, a segu-rança e o suporte, comparan-do-os com os do Linux.
Relativamente a preços, o Linux pode ser obtido on-line ou por encomenda, gratuita-mente, ao contrário do Windo-ws que pratica preços relativa-mente altos. Existe também a inerente questão da legalidade: sendo um SO pago, o uso e/ou posse de cópias pirata do Win-dows é considerado crime e punido com coimas e até pena de prisão. Um problema que os utilizadores do Linux não têm.
Segurança é uma importan-te característica num SO, pois a Internet está cada vez mais acessível, e cada vez mais surgem ataques de hackers e de pessoas mal intencionadas. Neste aspecto, e ao invés do que acontece com o Windows, no Linux dificilmente entra um vírus ou um programa malicio-so, devido ao método de ins-talação das aplicações. Outra das razões para uma maior segurança reside no facto de este SO ser menos utilizado que o Windows, o que o torna menos visado pelos criadores de vírus.
Relativamente ao suporte, o da Microsoft é oferecido por uma equipa estritamente esco-lhida para o efeito. Assim sen-do, é necessário “esperar” que determinado update ou erro seja reportado e corrigido. Já que o Linux é OpenSource (có-
digo aberto), estes problemas transformam-se em vantagens: há uma extensa comunidade na Internet que lança constan-temente updates e versões do SO, sendo praticamente im-possível não conseguir ajuda de alguém que já tenha tido um problema semelhante ao nos-so; também as aplicações mais importantes estão praticamen-te todas desenvolvidas e dis-poníveis para download.
Mas, como nada é perfeito, o Linux também tem uma di-ferença importante, que neste caso é defeito: não funciona por Plug-n-Play. Isto significa que qualquer novo dispositivo que se ligue ao computador não será de imediato reconhe-cido, e terá de ser instalado, na pior das hipóteses através da linha de comandos. Uma gran-de diferença que, por enquan-to, mantém o Windows a fazer sombra ao Linux.
Concluindo, o Linux revela--se uma ascendente escolha para um futuro próximo, se o utilizador pretender um SO mais eficaz e seguro. Porém, para o utilizador comum, ain-da deve demorar algum tempo, até que o Linux se torne menos dependente do suporte huma-no na sua manutenção diária. O reinado permanece, por ora, nas mãos da Microsoft.
Filipe Matias, 12ºG
LINUX E SUAS DIFERENÇAS V FEIRA DO LIVRO De três a seis de Maio decorreu, no
CCGS, a V edição da Feira do Livro, or-ganizada pela Biblioteca do ECB e que contou com a colaboração de várias enti-dades e empresas.
À semelhança das anteriores edições, a Feira teve a participação de um grande número de editoras e brindou o público com um variado programa que logrou sa-tisfazer o gosto heterogéneo dos visitan-tes. Desde a dança, à música, passando por palestras, exposições e pelo circo, a animação foi constante. Na opinião dos organizadores, a V Feira do Livro supe-rou as expectativas, pela enorme afluên-cia de público nos quatro dias de duração do certame e pelas vendas efectuadas, o que consagra esta Feira como um im-portante espaço de divulgação cultural na região.
FESTTEATROO ECB propôs-se, em 2003/2004, le-
var a cabo um festival de teatro escolar que juntasse grupos de várias escolas, irmanadas no amor pelo teatro e pelos valores que ele representa. Desde en-tão, este acontecimento tem feito parte do Plano de Actividades da escola, e por aqui têm passado grupos de diversas zo-nas do país e da Galiza.
A IV edição do Festteatro teve lugar nos dias 27, 28 e 29 de Abril. Estiveram presentes cinco grupos de escolas se-cundárias (Braga, Viana do Castelo, Pó-voa de Varzim e Amadora), uma escola profissional (Rio Maior), uma do ensino básico (Marinhas do Sal de Rio Maior), um estabelecimento de ensino superior (Instituto Superior Técnico) e, como não podia deixar de ser, o grupo anfitrião, “Os Gambuzinos”, do ECB.
Os espectáculos foram amplamente participados por um público que, cada vez mais, tem vindo a aderir a este evento.
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE14
ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA
QUEM FOI BLAISE PASCAL?
Matemático, físico, filósofo, religioso e es-
critor francês, nasceu em Clermont Ferrand em
1623 e morreu em Paris em 1662.
Pascal foi o fundador da moderna teoria das
probabilidades. As suas ideias sobre o que se
encontra oculto na religião influenciaram o pen-
samento de Jean-Jacques Rousseau, Henri Ber-
gson e os existencialistas. Aos 17 anos publicou
um ensaio sobre matemática que lhe mereceu
um elogio de René Descartes. Inventou o pri-
meiro calculador digital (um tipo de máquina de
somar a que chamou La pascaline, a primeira
calculadora mecânica que se conhece, conser-
vada no Conservatório de Artes e Medidas de
Paris). Realizou estudos em geometria, hidro-
dinâmica, hidrostática e pressão atmosférica.
Inventou a seringa e descobriu a lei de Pascal
da pressão (1647/1654), que se enuncia da se-
guinte forma: “Um fluido sob determinada pres-
são exerce pressões totais iguais sobre iguais
áreas”. E ainda, o princípio da pressão hidráu-
lica (1640).
Como filósofo e místico, criou uma das má-
ximas mais pronunciadas nos séculos posterio-
res: “O coração tem razões que a própria razão
desconhece”.
Blaise Pascal
QUADRO DE MÉRITO7º anoAndreia Dias Lopes 7º A
Sofia Ribeiro do Couto 7º A
Sofia Serrenho Nunes 7º A
Joaquim Marques Vinagre Ferreira 7º B
Jorge Lourenço Ribeiro 7º B
Carolina Perista Serrazina 7º C
Juliana Serrazina Pedro 7º C
Maria Serrazina Carvalho 7º C
André da Costa Marques 7º E
Nuno Filipe Martins Carreira 7º E
Rute Tereso Lopes 7º E
Daniela Tomás Costa 7º G
Hugo José da Silva Fernandes 7º G
Pedro Radamanto Rodrigues 7º G
Ana Isabel Conceição Luís 7º H
Soraia Alexandra M. Marques 7º I
Tiago Costa Mateus 7º I
8º anoAntónio Serrenho do Carmo 8º B
Daniela Filipa Mendes Francisco 8º B
Adriana Fialho Passarinho 8º D
Bruna Alexandra G. Raimundo 8º E
Joana Teresa da Silva Bento 8º E
Ricardo Nazaré Serrazina 8º E
Rita Isabel Moreira Diniz 8º E
Ana Rita Ribeiro Marques 8º F
Eunice Ferreira Vicente 8º F
Sofia Marques Félix Castelhano 8º F
Maria Santos Vicente 8º G
Cristina Isabel Ferreira Tomás 8º H
Beatriz Mateus Tiago 8º I
Nídia Quitério Ferreira 8º I
9º anoInês Gonçalves Guerra 9º A
José Carlos Barreiro Mateus 9º A
Miguel Machado Lopes 9º A
Laura Catarino Gonçalves 9º C
Mónica Daniela Santos Fialho 9º C
Vanessa Marques Fialho 9º C
Filipa Isabel Mendes M. Serrazina 9º D
Tatiana Marques Ladeira 9º D
Paulo Miguel Vicente Baptista 9º E
Beatriz Perista Serrazina 9º H
Francisco Serrazina Carvalho 9º H
Catarina Fialho Pereira 9º I
10º anoMarta da Conceição V. dos Santos 10º A
Ricardo Radamanto Rodrigues 10º A
Alexandre Cardoso Coelho 10º B
Flávia Moreira Ferreira 10º B
Joana Maria Nicolau Marquês 10º B
Miguel Cardoso Vicente 10º B
Diogo Alexandre R. Feleciano 10º C
Inês Lourenço Castelhano 10º C
Joana Coelho Martins 10º C
João Luís Filipe Santos 10ºC
João Miguel Ramalho Constantino 10º C
Lúcia Isabel Ventura Maçãs 10ºC
Rafael Luís Machado Bento 10º C
Carla Colaço Serralheiro 10º D
Marisa Moreira Costa 10º D
Natacha Firme Almeida 10º D
Rita Marques Ferreira 10º D
Sofia Silva Lopes Cavadas 10º D
Tiago Luís Ribeiro Pires Santos 10º D
Beatriz Severes Lopes 10º E
Francisca Maria Marquês Rebelo 10º E
Joana Felizardo Francisco 10º G
11º anoBruno Inácio Pereira 11º A
Flávio Daniel Costa Monteiro 11º A
Inês Rodrigues Pereira 11º A
Marta Bispo Pimenta 11º A
Verónica dos Santos Silva 11º A
Ana Carolina Pimenta Pedroso 11º B
Catarina Alexandra M. Caetano 11º B
Élia Filipa Fialho do Carmo 11º B
João Gabriel da Cruz Fialho 11º B
Luís Daniel Machado Crisódtomo 11º B
Sandra Margarida N. Guerra 11º B
Sara Maria Pimenta Rebelo 11º B
Sara Marques Vicente 11º B
Solange Ramalho Pereira 11º B
Tiago Mateus Madaleno 11º B
Elsa Marques Belo 11º C
Joana Isabel Silva Lopes Cavadas 11º C
Neuza Tatiana Almeida da Silva 11º C
Ana M. Constantino Marques 11º D
André Quitério Ferreira Gerardo 11º D
Vera Lúcia Romualdo da Cruz 11º D
Hélder Ricardo Santos Correia 11º E
Marina Alves do Rosário 11º F
Andreia da A. Constatantino 11º G
Flávia Catarina Marques Grilo 11º G
Sívia Filipe Ferreira Matias 11º G
Joana Isabel C. Lourenço Santos 11º I
Vera Lúcia Delgado da Silva 11º I
12º anoMariana Belo da Cruz 12º A
Mauro Guilherme Augusto Luís 12º A
Paulo Sérgio Silva Pires 12º A
Rita Alexandra Silva Cristiano 12º A
Valter Filipe Penas Ribeiro 12º A
Ana Isabel Morgado dos Santos 12º B
Joana Cardoso Coelho 12º B
Luís António Santos Nazaré 12º B
Patrícia Alexandra Fialho Felizardo 12º B
Ângela Susano Vicente 12º C
Carina Costa Borralho 12º C
Joana Marques Moreira 12º C
Pedro Filipe Alexandre Rodrigues 12º C
Margarida Isabel R. V. Costa 12º E
Patrícia Fialho da Silva 12º E
Ana Isabel Lopes Mateus 12º F
Ângela Maria Morgado Santos 12º F
Davide Delgado Nunes 12º G
Federico Santos Honório 12º G
Telma Catarina Do Coito Almeida 12º H
RecorrenteSamuel dos Santos Pereira 10º T.i.
Marcos José Ramos Paixão 11º C.S.H.
Pedro Leonel Luís Fialho 11º C.S.H.
Ricardo Miguel Rosa Santos 11º C.S.H.
O NOVO ESPECTÁCULO DOS GAMBUZINOS
José Mauro de Vasconcelos, num exer-cício de catarse, deixa-se possuir pelas memórias da sua infância e, num frene-sim de escrita que dura doze dias, conta-nos como era a sua vida aos cinco anos, quando ainda era conhecido por Zezé. Apresenta-nos uma galeria de persona-gens que, pela violência ou pela ternura, nos acorrentam sofregamente à leitura e nos comovem profundamente. Ao ler “O meu pé de laranja-lima”, por vezes ri-se, por vezes chora-se. Esta é a história que adaptámos para teatro e vos queremos mostrar.
Os Gambuzinos
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 15
ANO 2 - Nº 5 TOQUE DE SAÍDA
BIOTECNOLOGIA INOCENTE?
Nas últimas décadas,
os avanços da genética,
da bioquímica e da micro-
biologia, ou seja, da biolo-
gia molecular, resultaram
numa nova tecnologia (su-
postamente), voltada para
a solução de problemas
em benefício da socieda-
de.
A biotecnologia tem
contribuído significativa-
mente em áreas necessá-
rias à sobrevivência huma-
na, como na produção de
alimentos, no controlo de
pragas, no diagnóstico de
doenças, na produção de
hormonas, entre outras.
De tempos a tempos,
e cada vez mais frequen-
temente, a divulgação de
novos avanços científicos
e tecnológicos nesta área
causa impacto na opinião
pública e reacende a polé-
mica sobre as precauções
desejáveis no enquadra-
mento dos limites que a
sociedade pretende impor
à capacidade humana de
avançar no desconhecido
e à velocidade com que
se devem incorporar as
novas técnicas daí resul-
tantes. Especialmente na
biotecnologia, que rompeu
as barreiras naturais da li-
mitação entre espécies e
possibilitou a manipulação
de um património que se
originou nos primórdios da
vida no nosso planeta.
É este avançar no des-
conhecido que faz com
que cientistas e os restan-
tes cidadãos sejam caute-
losos nos passos a serem
dados. Recentemente, foi
amplamente divulgado
pela imprensa o resultado
de experiências, desenvol-
vidas na Universidade de
Bath, em Inglaterra, para
a obtenção de girinos sem
cabeça. Imediatamente
surgiram especulações de
que esta seria uma nova
técnica de obtenção de
órgãos para transplan-
te, de que a técnica seria
aplicável em humanos.
Um feto humano sem ca-
beça e sem vida própria,
não seria considerado um
novo ser e, portanto, não
lhe seriam aplicadas as
normas éticas ou legais
vigentes. O girino altera-
do geneticamente foi eli-
minado no quinto dia do
seu desenvolvimento para
não ferir a legislação bri-
tânica de bio-segurança
e protecção de animais.
Alguma causa justificaria
este tipo de experiência?
Por outro lado, leis ou nor-
mas restritivas devem ou
não impedir o avanço do
conhecimento? Estamos
bem longe de uma bio-
tecnologia “inocente” que
não levante questões de
ética nem afronte a vida
de cada cidadão.
Cabe à sociedade como
um todo discutir o enqua-
dramento ético das mani-
pulações biológicas de-
correntes da engenharia
genética, discutindo am-
pla e democraticamente
todos os aspectos que lhe
são inerentes, devendo os
cientistas e as sociedades
que os congregam es-
clarecer os sectores não
científicos da sociedade
e, em conjunto, aprecia-
rem eticamente os objec-
tivos a serem alcançados
em benefício do homem e
do mundo.
Fonte:
Ana P. Pacheco Clemente
Bióloga, Esp. em Bioética
Catarina Santos
Liliana Anselmo
12ºC
Compostagem
PROCESSO E IMPORTÂNCIA
No passado dia 21 do mês de Março tivemos o
prazer de receber nas instalações da nossa escola,
a Dr.ª Ana Carolino Ferreira, Engenheira do Ambiente
na Câmara Municipal de Alcobaça, que nos veio apre-
sentar um tema actualíssimo que é a Compostagem.
Mas afinal o que é a Compostagem? É um proces-
so natural que consiste na decomposição de resíduos
orgânicos num material escuro com aspecto de solo,
designado “composto”.
Este processo apresenta várias vantagens pois,
para além de diminuir a quantidade de resíduos que
é depositado em locais como os aterros sanitários, é
produzido um composto que, por ser muito rico em
nutrientes, pode ser utilizado na agricultura, melho-
rando o desenvolvimento de plantas, jardins e relva-
dos. Este composto actua no solo como uma esponja,
ajudando-o a reter a humidade e os nutrientes, me-
lhorando assim as suas características e reduzindo o
recurso ao uso de fertilizantes químicos. Por exem-
plo, os solos ricos em composto são menos afectados
pela erosão. Para além disso, é uma técnica que não
requer conhecimentos técnicos ou equipamentos.
Qual é então o processo a realizar? O método mais
simples requer a deposição de material (como folhas,
relva e pequenos ramos) numa pilha, dentro de um
compostor, que tem de ser regada e revolvida ocasio-
nalmente, tendo em vista a promoção de humidade
e oxigénio nos microrganismos da mistura (bactérias
e fungos), que irão decompor o material empilhado.
Quando este material composto se encontrar estabi-
lizado biologicamente, poderá ser usado para correc-
ção de solos ou como fertilizante.
Segundo a Engenheira Ana Ferreira, “a composta-
gem é um processo de
fácil implementação”,
pelo que nos convidou
a aderir a este projecto
para o futuro, disponibi-
lizando um compostor à
nossa escola, que terá
que ter uma manuten-
ção contínua a efectu-
ar por nós. Esperamos
que todos adiram!
Ângela Vicente, Joana Moreira,
Samila Costa, 12ºC
Os átomos são
constituídos por um
núcleo (neutrões e
protões) e por uma
nuvem electrónica
onde se localizam
os electrões. Eles
são atraídos ao núcleo por forças electromag-
néticas. Estas forças que agregam as partícu-
las nos núcleos são muito fortes, podendo dar
origem à energia nuclear.
A energia atómica ou nuclear provém de
reacções nucleares que dão lugar a uma li-
bertação de energia por variações de massa.
Existem dois processos de libertar essa ener-
gia e de a aproveitar sob a forma de calor: a
fissão e a fusão. A fissão nuclear baseia-se
na partição dos núcleos de átomos pesados
em diversos núcleos mais pequenos, libertan-
do grandes quantidades de energia, enquanto
a fusão se baseia na junção de dois núcleos
leves, formando um núcleo mais pesado. Este
processo ocorre, por exemplo, no interior das
estrelas e do sol.
Em qualquer dos processos, dá-se uma re-
acção no núcleo dos átomos e a matéria dei-
xada após a reacção tem um pouco menos
de massa do que antes. A massa “perdida”
transforma-se em energia, da qual, alguma é
libertada como radiação electromagnética. A
restante transforma-se em calor que pode ser
usado para destruir, como nas armas nucle-
ares, ou para gerar electricidade, como nos
reactores nucleares.
Joana Coelho e Sara Ramalho, 10ºC
ENERGIA NUCLEAR
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE16
ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA
CRRRUUÁÁÁÁ
Estávamos a fazer um trabalho de Biologia (a professora é muito enzi-mática…ainda bem!) quando come-çámos a ouvir um barulho muito es-quisito! Pois, para nós não é normal, pois estamos numa zona com tijolos e cimento (urbanização)! Começá-mos a seguir as pistas sonoras… abrimos a porta e deparámo-nos com este anfíbio “verde-brilhante”.
Ficámos estupefactas!É claro que o nosso espírito de
“querer-saber-mais” nos levou à pesquisa!
As relas preferem habitats ricos em vegetação e relativamente húmi-dos, encontrando-se em zonas en-charcadas, pântanos, lagoas, cani-çais, arrozais, prados e outros meios similares. Vivem tanto ao nível do mar como em zonas de montanha.
Os principais factores de ame-aça para esta espécie são o desa-parecimento progressivo das zonas húmidas, onde se concentram em número elevado para se reproduzir, a destruição ou alteração da vege-tação das ribeiras e a utilização de insecticidas.
Assim, ficámos a conhecer este vertebrado cintilante e tão pequer-rucho — a Rela (Hyla arborea) que é um pequeno anuro (anfíbio sem cauda).
Conclusão: Quando menos espe-ramos…tudo pode acontecer!
Joana Moreira, Carina Borralho e
Ângela Vicente,12ºC
AS NOVAS IMPRESSÕES DIGITAIS
A investigação dos mecanismos genéticos dos últimos anos per-mitiu o aparecimento da Engenharia Gené-tica, uma ciência que começa a ter um valor insubstituível ao nível da indústria, medicina, agronomia, zootecnia, farmacologia e até na área da investigação cri-minal.
Entre as grandes des-cobertas da Engenharia
Genética destaca-se a produção de organismos transgénicos, isto é, organismos cuja sequência genética foi modificada. Outras descobertas de va-lor inquestionável são as aplicações na medicina, permitindo a obtenção de novos fármacos, vacinas, bem como terapias para determinadas doenças hereditárias. Contudo, actualmente, estão a ser investigadas novas formas de aplicação da Enge-nharia Genética, nomeadamente a nível da Ciência Forense (ciência ligada à criminologia).
Toda a informação genética de um indivíduo está preservada num ácido que se encontra no núcleo das nossas células denominado DNA. Esta molé-cula é constituída por uma dupla hélice formada por duas cadeias. Cada cadeia tem uma sequência de nucleótidos (unidades básicas) de quatro tipos diferentes designados pelas letras A, T, G, C. A informação genética exprime-se através da sínte-se de proteínas que, por sua vez, condicionam as características dos seres vivos. Os segmentos da molécula de DNA que contêm a informação para a síntese de uma determinada proteína são designa-dos genes. Estes podem ser constituído por vários milhares de nucleótidos. (ver figura)
Na maior parte dos cenários de um crime, é pos-sível encontrar material biológico que pode ser uti-lizado para recolher DNA. Este será sequenciado
e comparado com o DNA dos diferentes suspeitos, contribuindo assim para a identificação do possível criminoso.O DNA pode ser isolado a partir de uma grande variedade de produtos biológicos. Geral-mente utiliza-se os glóbulos brancos contidos no sangue encontrado nos locais do crime. Em casos de violação, o esperma do violador pode ser tam-bém uma fonte de DNA, bem como a saliva deixada em cigarros, comida ou copos abandonados no lo-cal sujeito à investigação. No caso da saliva, o DNA provém das células do epitélio bocal. Também os cabelos, particularmente os folículos (raiz do cabe-lo), podem fornecer DNA. Este ácido nucleico está também presente nos ossos, nos dentes, na cera dos ouvidos, nas fezes e no muco nasal. A sequên-cia nucleotídica da molécula de DNA é exclusiva de cada indivíduo, excepto no caso dos gémeos verdadeiros. Contudo, em Ciência Forense, não é possível analisar a totalidade do DNA presente numa amostra.
As regiões correspondentes a genes essenciais variam muito pouco de indivíduo para indivíduo. Mas existem outras regiões, espalhadas entre es-ses genes, sem qualquer função conhecida (regiões não codificantes); estas apresentam uma grande variação entre diferentes indivíduos, sendo assim escolhidas para fazer a sequenciação nas análises forenses. Os testes mais avançados para comparar sequências de DNA tem uma enorme capacidade de discriminação, uma vez que a probabilidade de dois indivíduos terem sequências iguais é de 1 em 100 milhões.
Apesar dos grandes benefícios que se afiguram com a utilização destas técnicas no nosso quoti-diano, alguns argumentam que o conhecimento cada vez mais profundo da sequência de bases que constituem o DNA humano, pode abrir portas a uma maior invasão da nossa privacidade.
Professor Sérgio Teixeira
A web, mais precisamente a World Wide Web, tem crescido de forma assustadora desde o seu iní-cio até aos dias de hoje. Ela ajuda-nos em variadíssimas actividades: profissionais, educacionais e de la-zer. São milhões de acessos diários aos conteúdos online.
Essa imensa massa de infor-mação traz consigo uma grande dificuldade, que é a procura de in-formação específica. Por maior e mais completo que o conjunto de informação possa ser, este será inútil caso não se consiga encontrar a informação de que se necessita, perdendo-se horas em pesquisas ineficientes. Neste ponto, cabe-nos colocar uma questão: Será que a maioria dos utilizadores deste ser-viço sabe fazer pesquisas?
No nosso entender, não. O utili-zador tem de ter plena consciência
de que os conteúdos de informação nas páginas da Internet variam, de acordo com a diversidade temáti-ca das respectivas bases de da-dos oferecidas nos sites. Algumas são orientadas para um determina-do assunto, enquanto outras são orientadas para a missão da insti-tuição que as desenvolveu. Estes e outros factores devem ser levados em consideração no planeamento das estratégias de pesquisa, asse-gurando a qualidade e eficácia na procura da informação. O entendi-mento dos processos de pesquisa é primordial para melhorar a eficácia dos resultados, pois irá diminuir o tempo da procura e melhorar a qua-lidade dos resultados. Eis algumas estratégias que poderão melhorar a eficácia das pesquisas:
Pesquisa por palavra-chave – o utilizador digita num motor de busca (o Google, por exemplo) o assunto da pesqui-sa: Externato Cooperativo da Bene-dita;
Pesquisa por definições am-plas – utilização de expressões mais genéricas, por exemplo, pro-cura por estabelecimentos de ensi-no ou escolas para encontrar o Ex-ternato Cooperativo da Benedita;
Pesquisa Complexa – quando se emprega um cruzamento de pa-lavras, por exemplo, procurando-se simultaneamente “Freguesia da Be-nedita”, “escolas” e “Externatos”;
Pesquisa por sufixos da lin-guagem de computador – nes-ta pesquisa utilizam-se os sufixos ou extensões dos ficheiros digitais (.gif, .jpg, por exemplo);
Pesquisa booleana – emprega os elementos da lógica booleana, os conectores E (AND), OU (OR), entre outros, para formar termos de pesquisa mais complexos;
Digitação Directa – a pesquisa é realizada pela digitação de um link específico.
A Internet já faz parte integrante da vida das pessoas e não é ape-nas um recurso isolado. Assim, está na altura de “domesticarmos” a Internet, cuja utilização passou do trabalho para o lar, com um uso cada vez mais lúdico, a par do pro-fissional.
Professora Ana Duarte
PESQUISAR NA INTERNET
MENTE SÃ EM CORPO SÃO
ANO 2 - Nº 5 TOQUE DE SAÍDA
17
Campeonato Nacional de Jovens
Entre os dias 25 e 30 de Março de 2007, em Portimão, realizaram-se os Campeonatos Nacionais de Jovens dos Sub8, 10, 12,14,16 e 18, uma or-ganização da Federação Portuguesa de Xadrez, envolvendo 387 jovens.
Os 23 jogadores de Leiria ali pre-sentes foram acompanhados por fami-liares e por dois delegados, Directores da Associação Xadrez de Leiria: Antó-nio Mamede Diogo e José Cavadas. De Leiria, para além dos atletas, estiveram em acção dois árbitros, Paulo Lopes (Benedi-ta) e André Pinto (S Martinho do Porto).
O comportamento dos nossos atle-tas foi exemplar, dando o máximo a nível competitivo e tentando superar-se. Merece destaque o 3º lugar de Mariana Silva (Femininos) nos Sub16, apurada para os Nacionais Sub16 de 2007/08; e o 4º lugar de Pedro Rodri-gues nos Sub18, ambos da Academia Xadrez da Benedita.
Professor José Cavadas
O Externa-to Cooperativo da Benedita foi palco de mais uma Festa de Xadrez Nacio-nal, o VII En-contro Nacional
de Escolas Individual que se realizou no CCGS, no passado dia 8 de Feve-reiro. Estiveram presentes escolas de Norte a Sul do País.
Esta prova está inserida no ca-lendário da Federação Portuguesa de Xadrez, no calendário das activi-dades da ADEXO (Associação Des-portiva Escolar de Xadrez do Oeste) e no Plano de Actividades da nossa escola: foi organizada pelo Externa-to com os apoios da CE Oeste, do Ministério da Educação, da Junta de Freguesia da Benedita e da Associa-ção Xadrez de Leiria.
O ritmo utilizado foi de 15 minutos
por partida e por jogador, e sistema suíço de 7 sessões. A direcção da prova esteve a cargo de José Cava-das e Júlio Flores, e a arbitragem, para além destes, esteve também a cargo dos professores responsáveis das escolas presentes e do Presi-dente da Associação Xadrez de Lei-ria, o árbitro internacional Carlos Oli-veira Dias.
Daniel Bray (Escola Nery Capu-cho, da Marinha Grande) venceu o VII Encontro Nacional do 3º Ciclo/Secundário, e o Externato Coopera-tivo da Benedita, representado por cinquenta alunos, foi a escola com mais participantes (265 atletas) e a melhor classificada entre as quinze presentes: os quatro melhores joga-dores de cada escola determinam a classificação da equipa.
Professor José Cavadas
XADREZEncontro Nacional de Escolas no ECB
Porque será que a Matemática é tão detes-tada por uns e tão amada por outros? Quase diariamente aparecem nas revistas de educa-ção estudos relativamente à temática do In-sucesso na disciplina de Matemática, teses de Mestrado e Doutoramento abordando este tema, que é também aliciante para os media, principalmente quando dispõem de um conjun-to de dados numéricos e se limitam a compará-los com dados relativos a outros países, dados esses recolhidos em contextos completamente diferentes.
Está na moda comparar os modelos de ensi-no com o modelo Finlandês, que é o que obte-ve nos últimos estudos da OCDE as melhores pontuações em praticamente todos os itens. Há uns meses atrás, assisti a uma conferência em que se comparava o modelo português com o modelo finlandês, particularmente no que se referia à Matemática. Ora, num país em que o estudo paga a totalidade do ensino, desde os livros, à alimentação e aos transportes, e onde não é necessário recorrer a explicações, pois a escola tem mecanismos de ajuda para os alunos com dificuldades, obviamente que os resultados têm de ser melhores.
Mas será que o insucesso assenta exclusi-vamente em condições socioeconómicas? Será que as práticas da sala de aula, os currículos, os programas, a qualidade, empenho e a pró-pria formação dos professores, será que todos estes factores não têm influência também?
Não nos podemos resignar e pensar que so-mos um país da cauda da Europa e por isso não há nada a fazer. Há, e muito. Podemos começar por tentar perceber a própria relação dos alunos com a disciplina.
Durante este ano lectivo, tive o prazer de ter como colaboradores, na minha secção deste jornal, um grupo fantástico: os alunos do 11º D. Como este será o último número do Toque de Saída neste ano lectivo, e como acho que os alunos são o elemento mais importante da
cadeia educativa, penso que é de inteira justiça ouvir as suas opiniões acerca da Matemática. São apenas as opiniões de alguns alunos, não se trata de nenhum estudo, mas muitas focam aspectos corrigíveis até num país da cauda da Europa. Os textos são os originais, apenas com algumas correcções linguísticas:
«Penso que os professores, enquanto res-ponsáveis pelo contacto dos alunos com a dis-ciplina, são em grande medida responsáveis pela relação dos alunos com a Matemática. A forma como abordam as aulas faz a diferen-ça para os alunos. Penso que se estas forem abordadas com entusiasmo e, de certa forma, como um desafio, isso pode motivar os alu-nos.» (Daniel Ribeiro)
«A Matemática, apesar de não ser uma dis-ciplina que me atraia muito, é sem dúvida a que me dá mais gozo trabalhar, pois sempre gostei de desafios e ela é o meu maior desa-fio, porque não a entendo. Pensei sempre que não servia para nada até me aperceber do con-trário, pois abrange qualquer ciência humana. Digamos que ela faz parte da vida e por isso respeito-a, apesar de não a entender. Por parte dos professores, acho que eles têm um papel fundamental, pois são eles a balança do “gos-to” ou do “não gosto”. Um aluno que sinta que o professor está ali para ajudar, que não faz mal responder e falhar, pois ele está lá é para corrigir, que sinta que o professor o incentiva, esse aluno esforça-se mais e entra num desa-fio consigo mesmo.» (Pedro Lopes)
«A Matemática, disciplina vista por muitos como um “bicho de 7 cabeças”, é uma disci-plina em que se podem obter resultados satis-fatórios se existir estudo, preparação e muita motivação. Pessoalmente, apesar de uns altos e baixos ao longo dos últimos anos, em geral aprecio esta disciplina. No início do Ensino Bá-
sico, esta era sem dúvida a minha disciplina preferida. No entanto, quando as “continhas” de somar e subtrair começaram a ser substi-tuídas pelas fracções, potências e raízes qua-dradas, o meu gosto começou a diminuir, pois achava tudo aquilo muito complicado e sem ne-nhuma aplicação prática. Até que chegou uma altura em que me apercebi realmente de que o segredo para o sucesso nesta disciplina é es-sencialmente compreender e empreender tudo o que o professor explica na aula. O segredo é nunca sair da sala de aula com a mais pequena dúvida. É óbvio que além disto é necessário muito estudo e prática em casa, pois a Mate-mática exige muita atenção e prática.
A partir desta consciencialização, aquela ideia de uma disciplina aborrecida começou a dissipar-se da minha mente e, depois de dar programação linear, percebi que a Matemática poderia mesmo ser aplicada à vida prática.
Relativamente aos professores, penso que têm efectivamente um papel preponderante no sucesso ou insucesso do aluno, devendo criar o melhor ambiente possível na sala de aula, de modo a cativar a atenção de todos.
Para concluir, gostaria de dizer a todos os estudantes que, apesar de a Matemática exi-gir muito esforço, é uma disciplina agradável e não devem desistir logo que surja a primeira dificuldade. Digo-vos que é uma óptima sensa-ção receber um teste com uma boa nota, de-pois de umas horas de estudo, pois sente-se que o esforço valeu a pena!» (André Gerardo)
Estes são alguns excertos das reflexões dos alunos, todas elas válidas. E cada uma será mais um contributo para que nós, professores, percebamos o que lhes vai na alma e possa-mos trabalhar no sentido de criar uma melhor relação dos alunos com a disciplina, de forma a atingir o sucesso.
Acácio Castelhano com os alunos do 11ºD
A MATEMÁTICA NA PERSPECTIVA DOS ALUNOS
MENTE SÃ EM CORPO SÃO
ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA
18
A (in)segurança dos aditivos
A SOCIEDADE DOS EEEEmbora teoricamente se exerça um gran-
de controlo antes de as autoridades sanitá-
rias autorizarem um aditivo nos alimentos,
persistem as dúvidas acerca dos seus pos-
síveis efeitos cancerígenos a longo prazo,
devido a dois motivos fundamentais:
1º - As provas de toxicidade e de efeitos
cancerígenos são feitos em animais (normal-
mente ratos), pelo que os resultados não são
totalmente transferíveis para o homem.
2º - Desconhece-se o efeito cumulativo de
muitos aditivos a longo prazo. Sabe-se que
existem substâncias químicas que levam
vinte anos ou mais a provocar cancro. É ra-
zoável pensar que a acumulação de aditivos
químicos no organismo humano ao longo dos
anos possa produzir efeitos nocivos inespe-
rados.
Código E Substância Uso Efeitos adversos
Corantes E100 – E199
E102 Tartacina Corante amarelo em caramelos,
refrescos de limão e pastilhas
elásticas
Urticária, rinite e outras ma-
nifestações de alergia
E110 Amarelo ala-
ranjado S
Sopas instantâneas, caramelos,
doces de fruta
Alergias Graves, transtornos
gástricos
E123 Amaranto Corante vermelho em conservas
de fruta, guloseimas e refrescos
Alergias
E124 Vermelho de
cochinilha A
Guloseimas, refrescos e gelati-
nas
Alergias
E127 Eritrosina Corante cor-de-rosa em gulosei-
mas, sobremesas preparadas e
pastilha elástica (contém iodo)
Hipertiroidismo; eczemas
Conservantes E200 – E299
E210 Ácido ben-
zóico
Molhos preparados, cerveja,
sumos de fruta, iogurtes
Alergias, alterações hepá-
ticas
E211 – E215 Benzoatos Conservas de peixe e maris-
co, maionese e outros molhos,
sobremesas
Alergias, sensação de entu-
mescimento na boca
E220 – 227 Dióxido de
enxofre e
sulfitos
Frutos secos, saladas prepara-
das (para evitar que as verduras
percam a cor), sopas instan-
tâneas, batatas fritas, doces,
vinhos
Alergias graves, especial-
mente do tipo respiratório;
irritação do estômago; de-
sactivação da vitamina B1.
Suspeita-se de que possa
ser cancerígeno
E249 – E252 Nitritos Carnes coradas, presuntos,
enchidos, conservas de peixe
Formam nitrosaminas de ac-
ção cancerígena; bloqueiam
o transporte de oxigénio no
sangue; alergias
Antioxidantes E300 – E321
E320 Butilidroxia-
nisol
Atrasa o enrançamento de
óleos e gorduras: sobremesas,
margarinas, manteiga
Aumenta o nível de lípidos e
de colesterol no sangue
Emulsionantes, Espessantes e estabilizantes E322 – E499
Ácido ortofosfórico e orto-
fosfatos E338 - E343
Refrescos, especialmente os de
cola
Irritação do tubo digestivo;
descalcificação nas crianças
Potenciadores artificiais
E621 – E625 Glutamatos Todo o tipo de conservas e
refeições preparadas; comida
chinesa
Dores de cabeça; alergias
VANTAGENS DOS ADITIVOS
Melhoram a apresentação dos alimentos;
prolongam o período de conservação dos
alimentos, evitando a sua alteração, a per-
da de valor nutritivo e a contaminação por
diversos microrganismos; os edulcorantes
permitem reduzir o consumo de açúcar.
INCONVENIENTES DOS ADITIVOS
Os aditivos são o lado oculto dos alimen-
tos. Nem todos são declarados nos rótulos
(a lei não obriga). Além disso, a informação
científica sobre a sua toxicidade por vezes
também se oculta, devido a interesses eco-
nómicos.
Professor Miguel Fonseca
Foi este o apelo deixado pelo geógrafo Alexandre Trindade, no passado dia 8 de Março. Alexandre Trindade falou acerca de 120 alunos do Externato Cooperativo da Benedita, na Palestra “Um Cientista Polar na Escola”, realizada no âmbito do Latitude 60!, um projecto educativo a nível nacional a que, na nossa região, o ECB foi a única escola a aderir.
No final da conferência, era visível o entusiasmo dos alunos pela forma como reagiram ao relato da experiência do geógrafo, que esteve em expedição nas ilhas Livingston, Antártida. Num discurso informal, Alexandre Trindade alertou para os problemas que a Antártida tem enfrentado nos últimos anos devido ao aquecimento global, situação que deverá piorar no futuro, se nada for feito.
O projecto Latitude 60! está a ser desenvolvido no ECB, à semelhança do que acontece em cerca de 70 escolas do país, no âmbito das comemorações do Ano Polar Internacional (API), que envolve já mais de 100 mil pessoas espalhadas por cerca de 60 países. Ao longo do ano, estão ainda previstas as seguintes actividades: concurso nacional “À descoberta das zonas polares”; ciclo de cinema alusivo às zonas polares; exposição, nas praias da zona, de iglos realizados para o concurso; e a elaboração de um dossier temático.
As comemorações do API prolongam-se até Março de 2009, uma iniciativa que já não ocorria há 50 anos.
Professora Patrícia Azinhaga
Cientista Polar na Escola
PRECISAMOS DE CUIDAR DA ANTÁRTIDA!
5 de Junho: Dia Eco-Escola
Como já noticiámos, neste ano lectivo a
escola inscreveu-se no Programa Nacional
Eco-Escolas. Para celebrar esta iniciativa,
agendámos para o dia 5 de Junho, Dia Mundial
do Ambiente, o “Dia Eco-Escola”, durante o
qual promoveremos, de manhã, uma “Marcha
Ecologista” pelas ruas da vila; e à tarde,
actividades diversas na escola, direccionadas
para os alunos da pré-primária e do 1º ciclo
do ensino básico. É de registar o interesse
demonstrado pelos alunos, pelos professores e
por todos os que fazem parte do plano de acção,
bem como o apoio do Director Pedagógico.
Com esta iniciativa, pretendemos enraizar
o hábito da participação e a adopção de
comportamentos sustentáveis no quotidiano,
ao nível pessoal, familiar e comunitário.
Professoras Carla Dias e Paula Castelhano
PASSATEMPOS E CURIOSIDADES 19
ANO 2 - Nº 5 TOQUE DE SAÍDA
Qual destas 3 casas é maior?
Problema dos interruptores
O Timóteo pretende descobrir qual dos três
interruptores liga uma lâmpada que se en-
contra numa sala. Os interruptores encon-
tram-se todos na mesma posição e a lâmpa-
da está desligada. O Timóteo só pode entrar
na sala uma única vez.
Nota: Quando o Timóteo liga os interrupto-
res não consegue ver a sala.
Problema do sapateiro
O dono de uma loja de sapatos recebeu um
cliente interessado em comprar um par de
sapatos. O cliente observou a loja e interes-
sou-se em comprar um par de sapatos que
custava 40 €.
O cliente deu uma nota de 50 € ao dono da
loja. Como o proprietário da loja não tinha
troco, foi a um comerciante vizinho para tro-
car a nota de 50 €.
Voltou em seguida com 5 notas de 10 € e
deu uma das notas ao cliente (que comprou
o par de sapatos).
Passadas algumas horas, o comerciante
vizinho veio reclamar com o dono da loja
de sapatos que a nota de 50 € era falsa. O
dono da loja de sapatos não levantou qual-
quer problema e para se desculpar recebeu
a nota falsa de 50 € e deu uma nota verda-
deira ao comerciante vizinho.
Qual foi o prejuízo do dono da loja de sapa-
tos, neste negócio?
ENIGMASSou uma palavra de 6 letras
A minha primeira letra está em ALFACE e não
está em CAMISA.
A minha segunda letra está em SAPATO e não
está em PATO.
A minha terceira letra está em CADERNO e
não está em MODERNO.
A minha quarta letra está em OVO e não está
em VACA.
A minha quinta letra está em LÁPIS e não está
em PISTA.
A minha sexta letra está em AULA e não está
em ÓCULOS.
Quem sou?
Os Namorados:
Quatro pares de namorados foram a uma fes-
ta. A certa altura o Tiago reparou que:
A Inês dançava com o namorado da Helena.
A namorada do Bruno dançava com o João.
A Carla estava a dançar com o Bruno.
A Mónica dançava com o namorado da Inês.
A namorada do João dançava com o Luís!
Quem namora com quem?
Os ovos
Um agricultor, ao ser questionado sobre quan-
tos ovos as galinhas tinham posto num deter-
minado dia, respondeu: Não sei, mas, contan-
do de dois em dois, sobra um; contando de
três em três, sobra um; contando de cinco em
cinco, sobra um; porém, contando de sete em
sete não sobra nenhum.
Qual é o menor número possível de ovos que
as galinhas puseram naquele dia?
O Xico comprou esta barra de chocolate
Divide a barra de chocolate em quatro partes
iguais.
Respostas aosEnigmas do 4º númeroProblema de EINSTEIN
Amarela Azul Vermelha Verde Branca
Norueguês Dinamarquês Inglês Alemão Sueco
Água Chá Leite Café Cerveja
Dunhill Blends Pallmall Prince Bluemaster
Gatos Cavalos Pássaros Peixes Cachorros
A subida do caracol
No 1º dia: sobe 3 desce 2 - Já percorreu 1 tijolo No 2º dia: sobe 3 desce 2 - Já percorreu 2 tijolos No 3º dia: sobe 3 desce 2 - Já percorreu 3 tijolos No 4º dia: sobe 3 desce 2 - Já percorreu 4 tijolos No 5º dia: sobe 3 desce 2 - Já percorreu 5 tijolos No 6º dia: sobe 3 desce 2 - Já percorreu 6 tijolos No 7º dia: sobe 3 desce 2 - Já percorreu 7 tijolosNo 8 º dia: sobe 3 - E consegue atingir o topo, per-correndo 10 tijolos Resposta : Demora oito dias a percorrer os 10 tijo-los.
A Travessia
Os homens de 60 e 65 kg atravessam. Um volta. O que pesa 80 kg atravessa sozinho. O barco volta com o que havia ficado. Finalmente os de 60e 65 kg atra-vessam.
Problema da TÁBUA
A prancha deve ser cortada, como indica a linha a tra-cejado.
Os pedaços devem ser dispostos conforme indica a figura:
À descoberta das letras...
C = 3 ; O = 9 ; A = 0 ; L = 8 ; S = 7 ; D = 1
Par de meias
Basta retirar 3 meias da gaveta. Duas serão certa-mente da mesma cor.
Gatos e Ratos
Cada gato mata 1 rato em 3 minutos.
Escala1/1000
Escala1/500
Escala1/250
Realizou-se no dia 2 de Mar-
ço a fase de escola do Compal
Air 3X3 de Basquetebol. Esta
actividade teve uma adesão aci-
ma das expectativas dos profes-
sores responsáveis, contando
com a presença de 108 alunos
da escola. Foi de facto um su-
cesso. No dia 8 de Maio realiza-
se no ECB a fase regional deste
torneio. Mais uma vez, a Fede-
ração Portuguesa de Basquete-
bol confiou à nossa escola e ao
Grupo de Educação Física a or-
ganização da realização da fase
regional, o que muito nos honra
e nos motiva para continuarmos
o nosso trabalho.
Entretanto, o Grupo de Edu-
cação Física, em especial os
professores José Vinagre e To-
bias Marquês, juntamente com
um aluno do 12º ano do Curso
de Informática, Frederico Honó-
rio, que realizou o seu estágio
no ECB, desenvolveram uma
base de dados para o Grupo de
Educação Física, a qual permiti-
rá o armazenamento dos dados
antropométricos de todos os alu-
nos, os seus registos nos testes
de condição física, bem como as
suas notas durante os vários pe-
ríodos e durante todo o seu per-
curso escolar no ECB, nas várias
modalidades desportivas.
Grupo de Educação de Física
NOTÍCIAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
OLHAR CIRCUNDANTE20
ANO 2 - Nº 5TOQUE DE SAÍDA
Gonçalo Byrne nasceu em Al-
cobaça, no ano de 1941, diplo-
mou-se em arquitectura pela Es-
cola Superior de Belas Artes de
Lisboa, em 1968, e já foi profes-
sor convidado em Itália, Áustria,
Espanha, Suiça e nos Estados
Unidos. Desde 1992, é professor
catedrático no departamento de
Arquitectura da Faculdade de Ci-
ências e Tecnologias da Univer-
sidade de Coimbra.
Entre muitos outros projectos,
a Requalificação da Zona Envol-
vente à Abadia de Santa Maria
de Alcobaça (2005) é, de facto,
uma obra emblemática da auto-
ria deste arquitecto. O projecto
de requalificação já esteve pre-
sente em exposições como a VI
Bienal Internacional de Arquitec-
tura de São Paulo. Sob o título
“Geografias Vivas”, foi também
possível observá-lo numa série
de maquetas, desenhos e foto-
grafias, até ao passado dia 25
de Fevereiro, no Centro Cultural
de Belém.
Os alunos do Curso Científi-
co-humanístico de Artes, do Ex-
ternato Cooperativo da Benedita,
visitaram a exposição “Geogra-
fias Vivas” e ficaram a conhecer
de forma mais técnica um projec-
to com o qual já se habituaram a
conviver.
Professora Maria de Lurdes Goulão
Foi com grande satisfação que
assisti, no dia 16 de Março, no Mosteiro
de Alcobaça, junto ao Túmulo de Inês
de Castro, ao lançamento do livro O
Amor de Pedro e Inês.
Uma das autoras, Vanda Furtado
Marques, é professora de História e
de História da Cultura e das Artes no
Externato Cooperativo da Benedita.
Minha colega de Grupo e amiga, quero
homenageá-la nesta pequena notícia
pela bela história que escreveu para as
crianças, mas que faz também sonhar os
adultos. Escrito de uma forma didáctica,
o livro funde o sonho e a realidade,
permitindo, de uma maneira carinhosa,
contar às crianças um episódio que tem
tanto de belo como de triste, e que faz
parte do nosso património histórico-
cultural.
Sei que foi um sonho tornado
realidade, e sei também que este foi
o primeiro de muitos outros livros
destinados aos mais pequenos e que
certamente irão, como refere a autora,
“fazer germinar em cada criança uma
sementinha onde o sonho e a magia
sejam primordiais”.
Parabéns, Vanda...
Professora Ana Paula Barosa
Lançamento de um livro que faz sonhar…
“O AMOR DE PEDRO E INÊS CONTADO AOS PEQUENOTES”
Capa do livro “O amor de Pedro e Inês”
Requalificação da Zona Envolvente à Abadia de Santa Maria de Alcobaça
“GEOGRAFIAS VIVAS” DE GONÇALO BYRNE
Contar a História de Pedro e Inês aos pequenotes tem sido uma experiência fabulosa e extremamente enriquece-dora.
Acho que não há nada mais maravilhoso do que estar à frente de um grupo de crianças cujos olhitos brilham e cujas faces me fazem ter vontade de as pôr a sonhar. A envolvência que se cria é fantástica, as crianças sonham e eu vibro com a história que estou a contar. A de Pedro e Inês tem para mim um significado muito forte. Esta história aborda o amor incondicional, e dela emergem valores tais como a fidelidade e o respeito que são pilares imutáveis ao longo da vida. Poder transmiti-los às crianças é para mim algo extremamente importante.
Espero continuar a ter o privilégio de contar esta e outras histórias às crianças, porque o sorriso das crianças vale mais do que mil palavras.
Professora Vanda Marques
Contando Histórias
AVENTURAS NA TERRA DOS PEQUENOTES
Vanda com os “pequenotes”