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Campus de São José do Rio Preto Daniela Correa de Oliveira Lisboa Eliani Nobuco Ikeguchi Ohira Márcia Cristina Bisinoti “Avaliação parcial do ruído gerado pelas capelas de exaustão de laboratórios quanto à exposição ocupacional dos servidores do IBILCE/UNESP” Trabalho de Conclusão de Curso de Higiene Ocupacional Araraquara 2010

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Campus de São José do Rio Preto

Daniela Correa de Oliveira Lisboa

Eliani Nobuco Ikeguchi Ohira

Márcia Cristina Bisinoti

“Avaliação parcial do ruído gerado pelas capelas de exaustão de

laboratórios quanto à exposição ocupacional dos servidores do

IBILCE/UNESP”

Trabalho de Conclusão de Curso de Higiene Ocupacional

Araraquara

2010

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Daniela Correa de Oliveira Lisboa

Eliani Nobuco Ikeguchi Ohira

Márcia Cristina Bisinoti

“Avaliação parcial do ruído gerado pelas capelas de

exaustão de laboratórios quanto à exposição ocupacional

dos servidores do IBILCE/UNESP”

Trabalho de Conclusão do Curso de Extensão

Universitária Em Higiene Ocupacional, Pró-

Reitoria de Administração da UNESP.

Orientador: Professor Antonio Miguel Martins

Engenheiro de Segurança

Araraquara

13/10/2010

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Agradecimentos:

Ao Professor Antonio Miguel Martins pelo apoio e disponibilidade para a realização

desse projeto.

Ao Sr. Newton Mayer Filho técnico do Departamento de Engenharia e Tecnologia de

Alimentos pelo apoio e pela colaboração fundamental na realização desse trabalho.

A Sra. Rita Beatriz de Seixas pela colaboração, ajuda, incentivo e amizade.

Ao Sr. Claudinei Antonio Nobile pela amizade, incentivo e paciência.

Ao Marcelo Ikeguchi Ohira e Cristiane Lopes Pereira pela contribuição na realização

desse projeto.

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Resumo

A saúde do trabalhador é um assunto que tem-se tornado de grande preocupação

para o empregador em função das perdas salariais resultantes dos afastamentos de

empregados provocados por doenças ocupacionais. Independente do estilo de vida, no

ambiente de trabalho o trabalhador pode estar exposto a riscos físicos, químicos, biológicos,

ergonômicos e de acidentes. A identificação destes riscos e a tomada de medidas para

solucioná-los é uma segurança para o empregado e empregador. Dentre os riscos de

exposição o ruído (risco físico) é um dos grandes agentes de preocupação, pois pode ser

responsável pela perda da capacidade auditiva do trabalhador. As Universidades Públicas do

país têm utilizado um sistema de compra baseado em Licitação, no qual a empresa que

oferecer o orçamento de menor custo será a que vencerá e poderá vender o equipamento.

Portanto, deve-se ter o cuidado no descritivo, especificando todos os requisitos em

conformidade com as normas que o equipamento requer, isso inclui o nível de ruído. Frente a

estas constatações, este trabalho teve como principal objetivo avaliar parcialmente o ruído

provocado pelas capelas de fabricação própria e de aquisição direta de fornecedores, à saúde

do trabalhador. Para isto, o ruído de 16 capelas dos laboratórios dos Departamentos de

Química e Ciências Ambientais (DQCA) e de Engenharia e Tecnologia de Alimentos (DETA)

foram medidos com o auxílio de um Decibilímetro previamente calibrado em conformidade

com as exigências da Norma Regulamentadora (NR) de número 15 e da Norma Brasileira

Regulamentadora (NBR) de número 10151. Os valores obtidos de ruído variaram de 59,19dB

a 80,06dB. Apesar destes valores serem inferiores aos exigidos pela NR15, ruídos desta

natureza podem provocar incômodo aos trabalhadores que permanecem nestes ambientes.

Palavras chaves: Higiene Ocupacional, Saúde do trabalhador, Riscos físicos, Ruído.

LISTA DE FIGURAS

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Figura 1. Gráfico de ruído do tipo contínuo.

Figura 2. Gráfico de ruído do tipo flutuante.

Figura 3. Gráfico de ruído do tipo impulsivo.

Figura 4. Foto do Decibilímetro utilizado nas medições de ruído.

Figura 5. Gráfico das medidas de ruído na capela de exaustão do Laboratório de Cereais -

DETA.

Figura 6. Gráfico das medidas de ruído na capela de exaustão do Laboratório de Tecnologia -

DETA.

Figura 7. Gráfico das medidas de ruído na capela de exaustão do Laboratório de Leite - DETA.

Figura 8. Gráfico das medidas de ruído na capela de exaustão do Laboratório de

Microbiologia - DETA.

Figura 9. Gráfico das medidas de ruído na capela de exaustão do Laboratório de Análise de

Alimentos - DETA.

Figura 10. Gráfico das medidas de ruído na capela de exaustão do Laboratório de

Bioprocessos - DETA.

Figura 11. Gráfico das medidas de ruído na capela de exaustão do Laboratório de Pesquisa de

Análise de Alimentos - DETA

Figura 12. Gráfico das medidas de ruído na capela de exaustão do Laboratório de Óleos e

Gorduras - DETA

Figura 13. Gráfico das medidas de ruído na capela de exaustão nº de patrimônio 25798 do

Laboratório Didático de Química - DQCA

Figura 14. Gráfico das medidas de ruído na capela de exaustão nº de patrimônio 25799 do

Laboratório Didático de Química - DQCA

Figura 15. Gráfico das medidas de ruído na capela de exaustão nº de patrimônio 25800 do

Laboratório Didático de Química - DQCA

Figura 16. Gráfico das medidas de ruído na capela de exaustão nº de patrimônio 25801 do

Laboratório Didático de Química - DQCA

Figura 17. Gráfico das medidas de ruído na capela de exaustão nº de patrimônio 25802 do

Laboratório Didático de Química - DQCA

Figura 18. Gráfico das medidas de ruído na capela de exaustão nº de patrimônio 25803 do

Laboratório Didático de Química - DQCA

Figura 19. Gráfico das medidas de ruído na capela de exaustão nº de patrimônio 25804 do

Laboratório Didático de Química - DQCA

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Figura 20. Gráfico das medidas de ruído na capela de exaustão nº de patrimônio 25830 do

Laboratório Didático de Química - DQCA

LISTA DE TABELAS

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Tabela 1. Os níveis de ruídos em função da máxima exposição diária permissível pela NR 15.

Tabela 2. Dados das capelas utilizadas para medição de ruídos.

ABREVIATURAS

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DQCA – Departamento de Química e Ciências Ambientais

DETA – Departamento de Engenharia e Tecnologia de Alimentos

NR – Norma Regulamentadora

NBR – Norma Brasileira Regulamentadora

NHO – Norma de Higiene Ocupacional

PAIR – Perda Auditiva Induzida pelo Ruído

PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

PGSST – Programa Geral de Segurança e Saúde do Trabalhador

IBILCE – Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas.

NIOSH – Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional

ACGIH – Confederação Americana de Higienistas Industriais do Governo

ABHO – Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais

SI – Sistema Internacional de Medidas

EPI – Equipamento de Proteção Individual

EPC – Equipamento de Proteção Coletiva

SUMÁRIO

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1. Introdução....................................................................................................................... 1

2. Revisão Bibliográfica

2.1 Histórico da Higiene Ocupacional .............................................................................. 3

2.2 Risco: definição e classificação................................................................................... 4

2.3 Ruído: definição e classificação ................................................................................. 5

3.Objetivo ........................................................................................................................... 9

4. Materiais e Métodos

4.1 Característica do Sistema de Medida de ruído .............................................................. 9

4.2 Medição do ruído ........................................................................................................ 10

4.3 Locais de medição do ruído ........................................................................................ 11

5. Resultados e Discussão

5.1 Avaliação dos Resultados ............................................................................................ 12

5.1.1 Disposição Gráfica dos Resultados ........................................................................... 12

6. Conclusão ..................................................................................................................... 21

7. Bibliografia ................................................................................................................... 22

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1. INTRODUÇÃO

Com a industrialização e o crescimento populacional o homem passou a realizar uma

série de atividades em ambientes fechados, morar preferencialmente em cidades e,

constantemente estar exposto a vários tipos de riscos ambientais. Segundo o Ministério do

Trabalho, MT nº 3.214, de 8/6/1978, os riscos ambientais são divididos em: riscos químicos,

físicos, biológicos, de acidentes e ergonômicos. Dentre os riscos físicos, o ruído é um dos que

tem gerado grande preocupação. As pessoas que moram nas grandes cidades estão expostas a

várias fontes de ruídos como buzinas, movimentação de veículos, sirene de bombeiros ou

ambulâncias, helicópteros e aviões, dentre outros.

Segundo o dicionário Aurélio (2010) o ruído pode ser definido como um som

constituído por grande número de vibrações acústicas com relações de amplitude e fase,

distribuídas ao acaso. Por outro lado a capacidade auditiva humana é de 20Hz a 20KHz, sendo

que a sensibilidade auditiva fica entre 500 Hz e 6000Hz. O ruído pode provocar efeitos à

saúde humana em vários níveis, porém o mais estudado é o efeito ao aparelho auditivo.

Os ambientes de trabalho, no qual o trabalhador passa boa parte de sua vida pode

oferecer riscos a sua saúde. Isto tem-se tornado uma preocupação do Ministério do Trabalho,

de onde são derivadas várias normas regulamentadoras, visando garantir a saúde do

trabalhador. A Higiene Ocupacional cuida do ambiente do trabalho, visando à prevenção da

doença ocupacional por meio do reconhecimento, da avaliação, do controle dos agentes

ambientais, prevendo uma atuação deliberada no ambiente de trabalho como forma de

prevenir uma doença (NR-9). Segundo a Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho

de número 15, há uma relação entre a concentração e/ou a intensidade máxima e mínima

com a natureza e o tempo de exposição ao qual o trabalhador permanecerá exposto a um

agente de risco ambiental sem sofrer danos à saúde (NR-15), sendo esta norma que

estabelece valores para riscos físicos. Segundo a Norma de Higiene Ocupacional – NHO1, no

“nível de ação” devem ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade

de que exposições ao ruído causem prejuízos à audição no trabalhador e evitar que o limite

de exposição seja ultrapassado.

Uma das doenças associadas à exposição a ruídos é denominada PAIR (Perda Auditiva

Induzida pelo Ruído), que é definida como um comprometimento auditivo passível de

prevenção, podendo acarretar várias alterações importantes que interferem no cotidiano das

pessoas. Uma dessas alterações é a incapacidade, que se refere aos problemas auditivos,

experimentados pelo indivíduo com relação à percepção da fala em ambientes ruidosos:

televisão, rádio, cinema, teatro, sinais sonoros de alerta, música e sons ambientais. Outra

alteração é a desvantagem, relacionada às conseqüências não auditivas da perda, influenciada

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por fatores psicossociais e ambientais, como estresse, ansiedade, isolamento e auto-imagem

pobre, que vão comprometer as relações do indivíduo na família, no trabalho, prejudicando o

desempenho de suas atividades da vida diária. Vale ressaltar, que raramente um individuo

terá PAIR quando exposto a ruídos que não ultrapassem os 40 dB(A) nas baixas freqüências e

os 75 dB(A) nas freqüências altas. É necessário excluir os casos de perdas auditivas

provocadas por perda fisiológica de audição, que está relacionada com a idade denominada

de Presbiacusia, bem como originários de outras fontes.

Nos últimos anos as universidades estaduais têm-se preocupado em atender as

exigências do Ministério do Trabalho, tendo regulamentado e contratado na Instituição

profissionais capacitados tais como técnicos em segurança do trabalho, engenheiros em

segurança do trabalho e médicos do trabalho. Estes profissionais atuam na hierarquia

estabelecida pelas NR5 e 9, que englobam a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

(com representantes do empregador e empregados), o PPRA (Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais) e o PGSST (Programa Geral de Segurança e Saúde do Trabalhador). Estes

profissionais estão atuando de maneira, a garantir para o empregador e empregado

segurança e prevenção de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais. Vale lembrar que

o risco sempre irá existir, pois o mesmo é inerente a uma determinada atividade, mas é

possível trabalhar com a prevenção de maneira a minimizá-lo.

Nos laboratórios de pesquisa e ensino da área de Química é comum encontrar um

equipamento de proteção coletiva (EPC) denominado capela, o qual dependendo da marca,

modelo, tipo de motor, dentre outros pode ser responsável por ruídos que provoque

desconforto aos que estão no ambiente de trabalho. Os Departamentos de Química e Ciências

Ambientais (DQCA) e de Engenharia e Tecnologia de Alimentos (DETA) do Instituto de

Biociências, Letras e Ciências Exatas - IBILCE da Universidade Estadual Paulista “Julio de

Mesquita Filho” apresentam uma característica que não é especifica apenas do IBILCE, mas

sim uma realidade para os outros campus da universidade, que é a maneira como as capelas

são compradas. Se o objetivo for o ensino, provavelmente abre-se um processo de licitação

indicando as características da mesma, sendo que irá vencer o pregão a empresa que oferecer

a capela de menor valor. Quando a capela for alocada em um laboratório de pesquisa, o

recurso virá na maioria das vezes de projetos aprovados pelo docente responsável, sendo que

o mesmo quase sempre pelas outras prioridades do projeto escolherá na confecção de uma

capela de alvenaria, ou ainda comprara a que tiver menor valor de Mercado, pois muitas

vezes o docente não tem conhecimento sobre as normas de segurança do trabalho.

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Há varias fontes de ruídos em um laboratório como equipamentos, capelas,

exaustores, dentre outros; no entanto, pouco se conhece sobre a exposição dos servidores

técnicos a ruídos durante sua jornada de trabalho.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.

2.1 Histórico da Higiene Ocupacional

Antonio Carlos (2009) mostra que desde 1556 há relatos sobre a Higiene

Ocupacional, quando o pesquisador alemão Georg Bauer, divulgou em sua obra De re

metallica a situação dramática dos trabalhadores em minas subterrâneas e descreveu

métodos de prevenção de doenças utilizando a ventilação. Quase 200 anos depois (1700),

Bernardino Ramazzini publicou um livro que descrevia doenças originadas dentro dos

ambientes de trabalho. Mais recente em 1914 foi criado o Instituto Nacional de Segurança e

Saúde Ocupacional (NIOSH). Já em 1938 o governo americano criou a Confederação

Americana de Higienistas Industriais do Governo (ACGIH). Outros órgãos foram criados nesta

área, bem como os desenvolvimentos destes foram ocorrendo. Em termos de Brasil, em 1966

foi criada a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, também

conhecida como Fundacentro e que teve suas atividades iniciadas em 1969. Nove anos após, o

Ministério do Trabalho elaborou a Portaria nº 3.214 com 28 Normas Regulamentadoras

sobre segurança e medicina do Trabalho, tendo em 1992 ocorrido a introdução do mapa de

riscos. Em 1994 a Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais (ABHO), tendo em

seguida ocorrida a modificação da NR 09, que foi transformada em um programa de

prevenção de riscos ambientais (PPRA).

De acordo com Antonio Carlos (2009), o objetivo principal da Higiene Ocupacional é reduzir a

exposição média e de longo prazo, uma vez que nem sempre se podem eliminar totalmente os

riscos do ambiente de trabalho. Seus aspectos básicos são: a antecipação; reconhecimento;

avaliação e controle dos riscos.

.

Segundo Haber (2010) as ferramentas utilizadas pela Higiene Ocupacional são:

• A análise e gerência de riscos;

• A análise dos riscos do trabalho (ART);

• Árvore de causas;

• Identificação dos riscos;

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• Avaliação de riscos;

• Tratamento de riscos;

2.2 Risco: definição e classificação.

Haber (2010) define risco como a probabilidade de ocorrência de um acontecimento

indesejável que pode resultar em um dano físico e/ou à propriedade. Os riscos podem ser

classificados, segundo a Portaria do Ministério do Trabalho, MT nº 3.214, de 8/6/1978, em:

físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos/acidentes.

• Riscos físicos: Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a

que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões

anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes e não ionizantes etc (ODA et

al., 1998).

• Riscos químicos: Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos

ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de

poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, ou vapores, ou que, pela natureza da atividade

de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou

ingestão (ODA et al., 1998). As principais classes de riscos químicos são: explosivos;

gases; gases criogênicos; produtos inflamáveis; oxidantes e peróxidos orgânicos;

substâncias tóxicas e corrosivos.

• Riscos biológicos: Consideram-se agentes de risco biológico as bactérias, fungos,

parasitas, vírus, entre outros. Os agentes biológicos apresentam um risco real ou

potencial para o homem e para o meio ambiente. Estes se dividem em quatro grupos,

onde são considerados como critérios: a patogenicidade para o homem, a virulência, o

modo de transmissão, a endemicidade e a existência ou não de profilaxia e de

terapêutica eficazes (TEIXEIRA; VALLE, 1996).

• Riscos ergonômicos: Considera-se risco ergonômico qualquer fator que possa

interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto

ou afetando sua saúde. Exemplos: levantamento e transporte manual de peso, ritmo

acelerado de trabalho, trabalho excessivo em computadores, monotonia,

repetitividade, exigência de maior responsabilidade, postura inadequada de trabalho

(ODA et al., 1998).

• Riscos mecânicos/acidentes: Considera-se risco de acidente qualquer fator que

coloque o trabalhador em situação de perigo e possa afetar sua integridade, bem estar

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físico e moral. São exemplos de riscos de acidente: as máquinas e equipamentos sem

proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado,

armazenamento inadequado, iluminação inadequada, eletricidade, ou outras

situações que podem contribuir para o surgimento de riscos (ODA et al., 1998).

2.3 Ruído: definição e classificação

Fiorillo (2003) define som como qualquer variação de pressão (no ar, na água...) que o

ouvido humano possa captar, enquanto ruído é o som ou o conjunto de sons indesejáveis,

desagradáveis, perturbadores. O critério de distinção é o agente perturbador, que pode ser

variável, envolvendo o fator psicológico de tolerância de cada indivíduo.

De um modo geral, os ruídos podem ser classificados em três tipos.

• Ruídos contínuos: são aqueles cuja variação de nível de intensidade sonora é muito

pequena em função do tempo. São ruídos característicos de bombas de líquidos,

motores elétricos, engrenagens, etc. Exemplos: chuva, geladeiras, compressores,

ventiladores (Figura 1).

• Ruídos flutuantes: são aqueles que apresentam grandes variações de nível em função

do tempo. São geradores desse tipo de ruído os trabalhos manuais, afiação de

ferramentas, soldagem, o trânsito de veículos, etc. São os ruídos mais comuns nos sons

diários (Figura 2).

• Ruídos impulsivos, ou de impacto: apresentam altos níveis de intensidade sonora,

num intervalo de tempo muito pequeno. São os ruídos provenientes de explosões e

impactos. São ruídos característicos de rebitadeiras, impressoras automáticas,

britadeiras, prensas, etc. (Figura 3).

80 90

dB

Ruído Contínuo

70 60

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Figura 1:– Ruído do tipo contínuo (adaptado de Acústica e ruídos 2ª parte, 2002)

Figura 2: Ruído do tipo flutuante (Adaptado de Acústica e ruídos 2ª parte, 2002)

Figura 3: Ruído do tipo impacto (Adaptado de Acústica e ruídos 2ª parte, 2002)

O ruído pode ser expresso pela unidade decibéis (dB), que é uma medida da razão

entre duas quantidades, sendo usado para uma grande variedade de medições em acústica,

física e eletrônica. O decibel é muito usado na medida da intensidade de sons. É uma unidade

de medida adimensional, semelhante à percentagem. A definição do dB é obtida com o uso do

logaritmo (Fernandes , 2002)

Tempo

Ruído Flutuante

80

90 dB

Tempo

70

60

Ruído Impulsivo 80

90 dB

Tempo

70

60

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Uma intensidade sonora I ou potência P pode ser expressa em decibels através da

equação 1.

IdB = 10 log10 (I/I0) ou PdB = 10 log10(P/P0) (equação 1)

onde I0 e P0 são as intensidades e potências de referência.

Se PdB é 3 dB então P é o dobro de P0.

Se PdB é 10 dB então P é 10 vezes maior que P0.

Se PdB é -10 dB então P é 10 vezes menor que P0.

Se PdB é 20 dB então P é 100 vezes maior que P0.

Se PdB é -20 dB então P é 100 vezes menor que P0.

Vale ressaltar que apesar de dB não ser uma medida do Sistema Internacional de

Medidas (SI), o Comitê Internacional de Pesos e Medidas aceita a utilização desta unidade

(Fernandes, 2002).

O artigo primeiro da NR 15 estabelece os limites de tolerância para exposição a ruídos

contínuos ou intermitentes, indicando ainda que as medidas de ruído devam ser feitas

próximas ao ouvido do trabalhador. Estabelece-se ainda que o tempo não deva exceder ao

apresentado na Tabela 1. Para exposições superiores a 115 dB (A) é necessário que o

trabalhador esteja protegido por equipamentos de proteção individual (EPI).

Tabela 1: Níveis de ruído em função da máxima exposição diária permissível pela NR 15.

NÍVEL DE RUÍDO dB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

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8

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos

105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

3. OBJETIVO

O objetivo principal deste trabalho foi medir o nível de ruído das capelas dos

laboratórios didáticos do Departamento de Química e Ciências Ambientais e dos laboratórios

de pesquisa do Departamento de Engenharia e Tecnologia de Alimentos, localizados no

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Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas – IBILCE, Unesp – São José do Rio Preto,

seguindo a norma NBR 10151, de maneira a avaliar o risco de exposição dos funcionários.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Característica do Sistema de Medida de ruído

As medidas do ruído das capelas de exaustão foram realizadas utilizando um

Decibilímetro da marca ICEL, modelo: DL – 4100, Número de Série: D4100. 0313 Certificado

de calibração: Tektoyo Eletrônica LTDA. O calibrador utilizado foi da marca FLUKE, modelo

5500A, Número de série: 7890028, rastreado a Metracal – INMETRO/RBC. As incertezas

(incluindo o calibrador):

Em DCV: +0,06%, em Ohm: +0,09%.

Em ACV: +0,1%, em DCA: +0,08%,

Em ACA: +0,15%.

Em Capacitância: + 0,12%.

O nível de Confiança da Incerteza combinada expandida foi igual a 95,5% (K=2),

seguindo o padrão das normas IEC-61672 tipo 2 e ANSI S1.4 tipo 2.

Figura 4: Foto do Decibilímetro utilizado nas medições de ruído.

4.2 Medição do ruído

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Os procedimentos gerais de medição seguiram as recomendações da Instrução

Técnica para Aplicação da Norma Brasileira NBR 10.151 (CETESB), que consistem de:

- Medidor de nível de pressão sonora na curva de equalização "A" e com resposta lenta

(Slow).

- Altura do microfone: 1,20 – 1,50 m (do piso)

- Distância mínima das paredes: 1,0 m.

- Distâncias das janelas: 1,5 m.

- Os níveis de pressão sonora em interiores devem ser o resultado da média aritmética

dos valores medidos.

- As medições dever ser realizadas nas condições normais de utilização das janelas e

portas (abertas e/ou fechadas), do recinto.

O posicionamento e a conduta do avaliador não interferiram no campo acústico ou

nas condições de trabalho, para não falsear os resultados obtidos. As medidas foram

realizadas no período da manhã, com os laboratórios vazios e todos os outros equipamentos

desligados.

4.3 Locais de medição do ruído

Foram monitorados os ruídos em 16 capelas e em 10 laboratórios em intervalos de

tempo de 5 minutos para cada medição. Durante as medições todas as atividades do

laboratório foram paralisadas, sendo o ruído proveniente exclusivamente das capelas de

exaustão. A Tabela 2 apresenta informações das capelas empregadas para as medições, bem

como outras informações importantes para a avaliação. As medições foram realizadas nos

dias 30/07/2010, 04/08/2010 e 05/08/2010.

Tabela 2: Dados das capelas utilizadas para medição de ruídos.

Capelas Marca Localização Material e outras informações Medição (dB)

Capela 1 Ideoxima Laboratório de Cereais - DETA Capela de Fibra; Exaustor dentro da

capela.

69,65

Capela 2 Fabricação

Própria

Laboratório de Tecnologia - DETA Madeira; Exaustor localizado em área

externa do laboratório.

66,61

Capela 3 Fabricação

Própria

Laboratório de Leite - DETA Madeira; Exaustor localizado em área

externa do laboratório.

66,93

Capela 4 Fabricação

Própria

Laboratório de Microbiologia - DETA Madeira; Exaustor dentro da capela. 63,09

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11

Capela 5 Fabricação

Própria

Análise de Alimentos - DETA Alvenaria; Exaustor dentro da capela. 80,06

Capela 6 Fabricação

Própria

Laboratório de Bioprocessos - DETA Alvenaria; Exaustor dentro da capela. 63,01

Capela 7 Fabricação

Própria

Laboratório de Pesquisa Análise de

Alimentos - DETA

Alvenaria; Exaustor localizado em área

externa do laboratório.

67,35

Capela 8 Fabricação

Própria

Laboratório de Óleo e Gordura -DETA Alvenaria; Exaustor dentro da capela. 70,90

Capela 9 IBRAM Laboratório Didático de Química 01 Capela

25798 - DQCA

MDF; Exaustor localizado em área

externa do laboratório.

60,76

Capela 10 IBRAM Laboratório Didático de Química 01 Capela

25799 – DQCA

MDF; Exaustor localizado em área

externa do laboratório.

59,35

Capela 11 IBRAM Laboratório Didático de Química 01 Capela

25800 – DQCA

MDF; Exaustor localizado em área

externa do laboratório.

59,54

Capela 12 IBRAM Laboratório Didático de Química 01 Capela

25801 – DQCA

MDF; Exaustor localizado em área

externa do laboratório.

59,19

Capela 13 IBRAM Laboratório Didático de Química 01 Capela

25802 – DQCA

MDF; Exaustor localizado em área

externa do laboratório.

63,30

Capela 14 IBRAM Laboratório Didático de Química 01 Capela

25803 – DQCA

MDF; Exaustor localizado em área

externa do laboratório.

59,86

Capela 15 IBRAM Laboratório Didático de Química 01 Capela

25804 – DQCA

MDF; Exaustor localizado em área

externa do laboratório.

64,27

Capela 16 IBRAM Laboratório Didático de Química 01 Capela

25830 – DQCA

MDF; Exaustor localizado em área

externa do laboratório.

68,35

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Avaliação dos Resultados

5.1.1 Disposição gráfica dos resultados

Os dados obtidos de medida do ruído empregando o Decibilímetro em 16 capelas

instaladas em laboratórios dos Departamentos de Química e Ciências Ambientais e de

Engenharia e Tecnologia de Alimentos encontram-se ilustradas nas Figuras de 05 a 20.

Page 21: Daniela Correa de Oliveira Lisboa Eliani Nobuco Ikeguchi ... · Daniela Correa de Oliveira Lisboa Eliani Nobuco Ikeguchi Ohira Márcia Cristina Bisinoti “Avaliação parcial do

12

66,00

67,00

68,00

69,00

70,00

71,00

72,00

dBA

dBA

Tempo

Min: 68,10 dBA

Máx: 71,60 dBA

Média: 69,65 dBA

Figura 5: Representação gráfica das medidas de ruído na capela de exaustão

do Laboratório Cereais – DETA, capela de fibra (Ideoxima) com

dimensões: 1,10x0,66x1,00m

64

69

74

79

84

89

94

99

dBA

Tempo

Min: 65,30 dBA

Máx: 90,01 dBA

Média: 66,91 dBA

dBA

Figura 6: Representação gráfica das medidas de ruído na capela de exaustão do

Laboratório de Tecnologia – DETA. Capela de madeira com

dimensões: 1,48x0,93x2,83m.

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13

60

62

64

66

68

70

72

74

76

dBA

Min: 65,00 dBA

Máx: 74,80 dBA

Média: 66,93 dBA

dBA

Figura 7: Representação gráfica das medidas de ruído na capela de exaustão do

Laboratório de Leite –DETA. Capela de madeira com dimensões:

1,48x0,93x2,83m.

60

60

61

61

62

62

63

63

64

64

dBA

Min: 61,00 dBA

Máx: 63,06 dBA

Média: 62,29 dBA

dBA

.

Figura 8: Representação gráfica das medidas de ruído na capela de exaustão do

Laboratório Microbiologia – DETA. Capela de madeira com dimensões:

0,80x0,73x1,90m.

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14

72

74

76

78

80

82

84

dBA

dBA

Tempo

Min: 77,01 dBA

Máx: 83,50 dBA

Média: 80,06 dBA

Figura 9: Representação gráfica das medidas de ruído na capela de exaustão do Laboratório

de Análise de Alimentos – DETA. Capela de alvenaria com dimensões:

1,53x0,78x1,90m.

61

61

62

62

63

63

64

64

65

65

dBA

dBA

Tempo

Min: 62,00 dBA

Máx: 64,60 dBA

Média: 63,01 dBA

Figura 10: Representação gráfica das medidas de ruído na capela de exaustão do Laboratório

de Bioprocessos – DETA. Capela de alvenaria com dimensões:

1,34x0,60x2,00m.

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15

63

64

65

66

67

68

69

70

dBA

Min: 65,50 dBA

Máx: 69,20 dBA

Média: 67,35 dBA

dBA

Figura 11: Representação gráfica das medidas de ruído na capela de exaustão do Laboratório

de Pesquisa Análise de Alimentos – DETA. Capela de alvenaria com

dimensões: 2,40x0,81x1,90m.

67

68

69

70

71

72

73

dBA

Min: 69,10 dBA

Máx: 72,50 dBA

Média: 70,90 dBA

dBA

Figura 12: Representação gráfica das medidas de ruído na capela de Exaustão do Laboratório

de Óleos e Gordura – DETA. Capela de alvenaria com dimensões:

2,40x0,81x1,90m.

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16

57

58

59

60

61

62

63

dBA

dBA

Tempo

Min: 58,90 dBA

Máx: 62,70 dBA

Média: 60,76 dBA

Figura 13: Representação gráfica das medidas de ruído na capela do Laboratório Didático de

Química 01 Capela 25798 – DQCA. Capela de MDF com dimensões:

1,20x0,90x2,35m.

56

57

58

59

60

61

62

dBA

dBA

Tempo

Min: 57,70 dBA

Máx: 61,00 dBA

Média: 59,35 dBA

Figura 14: Representação gráfica das medidas de ruído na capela de exaustão do Laboratório

Didático de Química 01 Capela 25799 – DQCA. Capela de MDF com dimensões:

1,20x0,90x2,35m.

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17

56

57

58

59

60

61

62

dBA

Min: 58,10 dBA

Máx: 61,70 dBA

Média: 59,54 dBA

dBA

Figura 15: Representação gráfica das medidas de ruído na capela de exaustão do Laboratório

Didático de Química 01 Capela 25800 – DQCA. Capela de MDF com dimensões:

1,20x0,90x2,35m.

55

56

57

58

59

60

61

62

63

64

dBA

Min: 57,90 dBA

Máx: 62,80 dBA

Média: 59,19 dBA

dBA

Figura 16: Representação gráfica das medidas de ruído na capela de exaustão do Laboratório

Didático de Química 01 Capela 25801 – DQCA. Capela de MDF com dimensões:

1,20x0,90x2,35m.

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59

60

61

62

63

64

65

66

dBA

dBA

Tempo

Min: 61,80 dBA

Máx: 65,50 dBA

Média: 63,30 dBA

Figura 17: Representação gráfica das medidas de ruído na capela de exaustão do Laboratório

Didático de Química 01 Capela 25802- DQCA. Capela de MDF com dimensões:

1,20x0,90x2,35m.

58

58

59

59

60

60

61

61

62

dBA

dBA

Tempo

Min: 58,90 dBA

Máx: 61,20 dBA

Média: 59,86 dBA

Figura 18: Representação gráfica das medidas de ruído na capela de exaustão do

Laboratório Didático de Química 01 Capela 25803 – DQCA. Capela de MDF

com dimensões: 1,20x0,90x2,35m.

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19

63

63

64

64

65

65

66

dBA

dBA

Tempo

Min: 63,40 dBA

Máx: 65,20 dBA

Média: 64,27 dBA

Figura 19: Representação gráfica das medidas de ruído na capela de exaustão do

Laboratório Didático de Química 01 Capela 25804 – DQCA. Capela de MDF

com dimensões: 1,20x0,90x2,35m.

63

64

65

66

67

68

69

70

71

72

dBA

dBA

Tempo

Min: 66,20 dBA

Máx: 71,20 dBA

Média: 68,35 dBA

Figura 20: Representação gráfica das medidas de ruído na capela de exaustão do Laboratório

Didático de Química 01 Capela 25830 – DQCA. Capela de MDF com dimensões:

1,20x0,90x2,35m.

Como pode ser observado nas Figuras de 05 a 20, o ruído provocado pelas capelas de

exaustão instaladas nos diversos laboratórios dos Departamentos de Química e Ciências

Ambientais (DQCA) e de Engenharia e Tecnologia de Alimentos (DETA) não oferecem riscos a

saúde do trabalhador, pois com exceção da capela de exaustão do Laboratório de Análise de

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Alimentos – DETA, os valores de ruído foram inferiores a 80 dB durante o monitoramento.

Chama a atenção o fato de que esta capela ser feita de alvenaria e o motor está localizado

dentro da capela e que já esta em operação há mais de cinco anos.

Seria interessante ainda ter feito o monitoramento em outros períodos nas mesmas

capelas, bem como a avaliação de capelas de outras marcas presentes no campus. Um outro

aspecto voltado a saúde do trabalhador que deveria ser investigado em trabalhos futuros é

voltado a risco químico e se refere a capacidade de exaustão das capelas, que não foi o

enfoque neste trabalho.

6. CONCLUSÃO

Analisando os dados de medição do ruído nas capelas dos diversos laboratórios do

IBILCE, de pesquisa e didáticos, pode-se verificar que as capelas construídas em alvenaria

possuem um ruído bem maior (média de 70,33dB) em comparação às capelas de MDF (média

de 61,82dB).

Cabe ressaltar que as capelas de alvenaria com exaustor no seu interior apresentaram

o maior índice de ruído (média de 71,32 dB).

Pode-se concluir que nenhuma capela apresentou valor acima do limite estabelecido

pela NR 15.

O presente trabalho conclui que as capelas de MDF com motores externos apresentam

melhores condições de trabalho, portanto sugerimos que as capelas de alvenaria possam ser

substituídas pelas de MDF com motores externos.

Tendo em vista que também foi observado que os maiores valores de ruído foram

constatados em capelas mais antigas, sugerimos que seja realizada manutenção periódica em

todas as capelas do Campus.

De acordo com a NBR 10152, o nível de ruído verificado nas capelas de exaustão nos

Laboratórios do DQCA e DETA são considerados de desconforto ao ouvido humano, sem

necessariamente implicar em risco de dano à saúde.

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21

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