Tecla, nós a levamos no

coração

De Castagnito ao mundo….

Origens de Tecla Merlo

A geografia paulina

Castagnito: No dia 20 de fevereiro de 1894, nasce Teresa Merlo. São Lourenço de Fossano: No dia 04 de abril de 1884, nasce o Pe. Tiago Alberione. Alba: Cidade Natal da Família Paulina.

Mapa do baixo Piemonte

Castagnito

Pelo caminho que leva, de Alba a Turim, se encontra a estrada que conduz até Castagnito. Situada em uma formosa colina, a 350 metros acima do nível do mar, perto da cidade de Alba, a capital das colinas. À metade do caminho pode-se avistar a casa que foi da família Merlo, situada na parte baixa da cidade, chamada San Rocco.

Na parte superior residiam os habitantes, e, sobre o estábulo, estava o celeiro, no qual se destacam três belos arcos.

Lápide comemorativa.

A casa onde nasceu Mestra Tecla, possui dois pisos. O lado direito da parte debaixo era destinado aos afazeres domésticos, e, ao lado esquerdo, estava o estábulo, do qual se vê o portão que dá acesso a ele.

Quarto dos pais

Sua avó escreveu: “Vicenza cuida muito bem de Teresa, porque esta menina é chamada a fazer um grande bem na vida”.

Nasceu! Nesta casa nasceu Teresa Merlo, no dia 20 de fevereiro de 1894. O berço da pequena Teresa é original, feito com a arte e o amor de seu pai.

Castagnito Em Castagnito se respira a vida de Teresa Merlo (Mestra Tecla). Este é seu quarto de dormir, o qual, mais tarde, será uma sala de costura. Dela partiu Teresa, ao lado de sua mãe, no dia 27 de junho de 1915, para encontrar-se com o teólogo Alberione. Um encontro que mudará toda a sua vida.

A casa – sala onde Teresa se reunia com as jovens que vinham aprender a arte da costura. A máquina de costura, que Teresa ganhou de seus pais. Era a única máquina de costura que existia na cidade.

Lembra seu irmão sacerdote: “Minha irmã Teresa, antes de ir para Alba para iniciar a fundação das Filhas de São Paulo, sob a orientação do teólogo Alberione, tinha aberto em nossa casa uma pequena escola de costura e bordado à qual participavam algumas jovens da cidade. No programa de cada dia, incluiu a reza do terço e uma breve leitura espiritual.”

Na casa de Mestra Tecla, ouve-se a frase evangélica que caracterizou a personalidade do pai, “cantor na paróquia”: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e o resto vos será dado em acréscimo.” Nesta casa, o Evangelho é vida, é experiência cotidiana.

…escreve Teresa escrevia a seus pais no dia 3 de abril de 1916:

“Cada vez mais sinto o dever de agradecê-los pela educação cristã que me deram, a aprecio e me sinto muito agradecida por ela todos os dias. Lembrem-se sempre de mim como eu os lembro, desejo-lhes todo o bem, beijo-os e os levo unidos a mim no Sagrado Coração de Jesus.” Vossa afetuosíssima Teresa

A atual capela está localizada onde antigamente era o estábulo. Foi conservado o teto original, de belos arcos em ladrilhos cozidos.

A base que suporta o altar foi construída e talhada pelo pai de Mestra Tecla.

“Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração e tereis descanso para vossas almas” (Mt 11,29).

Carta de Mestra Tecla: “Desejo-lhes tudo o que há de mais belo que se pode augurar, não uma vida longa, tampouco a felicidade sobre a terra, nem os bens que esta oferece, mas sim os bens eternos. Um lindo lugar no paraíso, este é o meu mais ardoroso desejo e minha oração constante diante do Senhor para cada um de vocês...”

Da família trabalhadora e com princípios cristãos, Teresa absorve o exemplo de uma fé profunda, o sentido do dever, da justiça e da caridade, e um caráter aberto, forte e decidido.

Na parte superior observa-se a Primeira Mestra, a qual tinha 20 anos, e dois de seus irmãos. Na fila do centro: seus pais, o avô, uma tia; na frente, sentado, seu irmão menor.

Foto da família Merlo, feita em 1936, ao celebrar as bodas de ouro de seus pais.

A igreja paroquial de Castagnito, dedicada a São João Batista. Detalhe do

batistério.

Teresa foi batizada nesta igreja, e com treze anos recebeu a Primeira Eucaristia. No dia 29 de setembro de 1907, Dom Francisco Re, bispo de Alba, administrou-lhe o sacramento da Confirmação. Todas as manhãs ela vinha a esta capela para a celebração da Eucaristia. Aqui animou os cantos e ensinou catecismo até o momento de sua grande decisão que amadureceu neste mesmo lugar.

No dia 27 de junho de 1915, Teresa se encontra com o Pe. Tiago Alberione, na sacristia da igreja de São Damião. Ele lhe fala do “bem que pode fazer a mulher com o apostolado da boa imprensa”. Ela, com fé e confiança incondicional, lhe dá um sim, sem reservas. É uma espécie de salto no escuro. Começa sua nova vida

Desde aquele momento seu caminho misterioso e difícil estava traçado. Suas mãos tocam somente camisas para os soldados, mas ela com as poucas companheiras, acredita!

Casa di via Accademia

“Estou muito contente com minha vocação ”

O “sim” de Teresa

“Quando me encontrei pela primeira vez com o senhor Teólogo, que me falou da nova instituição de filhas que deveriam viver como irmãs e que, por enquanto, começariam trabalhar para os soldados, eu logo me entusiasmei” (Le nostre origini, p. 7).

Das memórias de Mestra Tecla Merlo: “1915. No dia 27 de junho de 1915, encontrei-me com o Primeiro Mestre, que era chamado “o Teólogo”. Não o conhecia. Falou-me de meu irmão que era clérigo, no seminário onde o Teólogo era o Diretor Espiritual. Eu havia escrito a meu irmão solicitando um conselho: queria ser religiosa, e meu irmão havia comunicado ao Teólogo, o qual me mandou chamar, porque sendo eu costureira devia ocupar-me com a costura. Disse-me que, no início, se trabalharia com a costura, porém, logo seria uma Congregação de religiosas dedicadas à boa imprensa. Já havia uma jovem, logo viriam outras e se eu quisesse, me levaria para conhecê-las. Falou com minha mãe que me acompanhava e decidiu deixar-me por 15 dias. Os 15 dias ainda não chegaram a seu fim...”

(Tecla Merlo, 1960).

“Um dia o senhor Teólogo nos disse: O Senhor nos concede uma bela ocasião para fazer o bem: Trata-se de pegar um periódico diocesano, dirigi-lo, compô-lo e imprimi-lo, e este se encontra em Susa: Vocês acham que poderiam fazer isso? Todas respondemos sim!...”

No dia 18 de dezembro de 1918 partimos para Susa. O Teólogo Alberione nos disse: Vão; fiquem lá uns três ou quatro anos, trabalhem em silêncio, logo o Senhor lhes indicará o caminho a seguir”. “Quando nos disseram que a nova tipografia seria chamada São Paulo, não podíamos nos conter de alegria.”

Partida para Susa

Teresa sobressai pela sua bondade e sabedoria. E o Fundador lhe confia a tarefa de ensinar às primeiras irmãs, o novo e difícil apostolado da imprensa. Teresa, em honra da primeira discípula de Paulo, assume o nome de Tecla. Porém, todas a chamam carinhosamente de “Primeira Mestra”.

Uma nova vocação “Chamada por Deus aos vinte anos, para uma missão especial, uniu-se ao pequeno grupo de jovens que se preparavam para ser Filhas de São Paulo (...). Para as Filhas de São Paulo tratava-se de uma nova vocação.” (Bem-aventurado Tiago Alberione)

“Para as Filhas, a vocação para a boa imprensa, é uma vocação para inovar: Deus a cria, suscita-a, confirma-a e a leva ao cumprimento com sua graça.” (UCBS 1922)

Rapidamente o Instituto das Filhas de São Paulo cresce e se desenvolve a nível mundial. Em 1931 inicia-se a expansão para o estrangeiro: na mais extrema pobreza, partem para o Brasil, Argentina e Estados Unidos.

Até os confins do mundo

Carta de Mestra Tecla às Irmãs que partem para os Estados Unidos

“Antes que deixem nossa pátria provisória, lhes envio uma saudação e augúrios, do mais profundo do coração. Uma saudação no Senhor, como boas irmãs, ligadas a Jesus pelo mesmo vínculo de amor. Faço votos que a nova terra que irão habitar seja, antes de tudo para vocês, o campo de trabalho e de santidade. Façam-se muito santas; os grandes sacrifícios que as esperam lá, vão ser suaves com o pensamento do Paraíso e com a esperança de levar muitas almas a Nosso Senhor. Não desanimem se não perceberem o bem que fazem; já que, a maioria das vezes, somos mais úteis às almas no escondimento e com os sacrifícios, do que no fervor de um apostolado barulhento (...). Valor! Aqui tem almas que estão estreitamente unidas a vocês , que as seguem, passo a passo, que pensam em vocês, que oram por vocês (...). Partam em nome da Santíssima Trindade, como partiremos para a eternidade neste sacrossanto nome. A augusta Trindade as abençoe, abençoe o Pai Celestial que as criou, o Divino Filho que morreu por vocês, e o Espírito Santo que as santificou. Comecem seu apostolado já no navio, dando bom exemplo de serenidade e de espírito religioso. Vocês são três, formem a Sagrada Família e imitem as virtudes da Santa Família.”

Mestra Tecla transmite e testemunha com a vida o espírito genuíno do Fundador e se torna sua fiel realizadora. Pe. Alberione fala em nome de Deus. Ela acredita e obedece. Assume sem temor os meios modernos de comunicação. Precede com o exemplo, anima e lança-se nas novas e inexploradas iniciativas dos meios de comunicação, e convida ao progresso contínuo.

Progredir

“O que devemos fazer nós aqui nesta terra? O que devemos fazer na Congregação? Devemos fazer-nos santas. Esta é a única coisa que devemos fazer.”

“Que cada FSP se esforce para irradiar cada vez mais, e sempre melhor, a luz e a graça do Mestre Divino: dar Jesus às almas como Maria e com Maria.”

“Bem aventurados os passos…” Eu quisera ter mil vidas

para anunciar o Evangelho

“O apostolado que Deus confiou à nossa pequena Congregação é lindo e grande. Quando a FSP pensa que foi chamada para gastar suas energias e sua vida pela doutrina cristã, deve sentir-se feliz e reconhecer que o Senhor a amou com um amor particular”.

“Quando vocês se sentirem cansadas, pensem que seus passos estão contados no céu”. (Tecla Merlo)

“Primera Mestra” O Pe. Tiago Alberione lhe deu o nome de “Primeira Mestra”, para indicar o espírito característico da Congregação, uma Congregação “docente”, que tem um trabalho de “magistério”. “E Mestra Tecla o aceitou. A Primeira Mestra é a guia de todas.” “Vocês terão outras ‘Primeiras Mestras’, porém, somente ela é a mãe da Congregação.” (Pe. Tiago Alberione)

Como Paulo, caminhante de Deus, Mestra Tecla cruzou dezenas de vezes os oceanos para rever suas “Filhas” e infundir-lhes ânimo e encaminhá-las sempre para novos horizontes apostólicos.

“Ela é cidadã do mundo inteiro”.

Debaixo de todo o céu Debaixo de todo o céu “Ampliamos as ideias e o coração. Não fazemos distinção de região, de nacionalidade... Somos todas filhas do apóstolo da caridade, ele que escreveu: ‘Fiz-me tudo para todos para salvar a todos. E tudo faço pelo Evangelho“.

A Primeira Mestra Tecla, esteve em contínua ascensão para Deus. “Fui testemunha de sua vida desde 1915 até o término: 5 de fevereiro de 1964. Seus segredos? Dos segredos em sua vida, que são os segredos dos santos e dos apóstolos: humildade e fé. Humildade que leva à docilidade. Muitas vezes era obscuro, difícil, não apreciado, aquilo que se lhe apresentava. Porém, a virtude superava a dificuldade. Fé: a fé leva à oração... Sua saúde era fraca, mas seu espírito, sua alma eram fortes. Tenaz e obediente até o sacrifício.” (Pe. Tiago Alberione)

Vocês terão outras superioras que levarão à frente este ofício e seguirão os exemplos da Primeira Mestra; porém, não serão as mães. Portanto, deve-se estudar seu espírito, recordar seus exemplos, ler o que ela escreveu...”. (Pe. Tiago Alberione)

As suas viagens

Com o coração humilhado e arrependido rogo-lhes, Divinas Pessoas da Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, aceitar o oferecimento de minha vida por toda a Congregação das Filhas de São Paulo, que todas sejam santas.”

Festa da Santíssima Trindade Ariccia, 28 de maio de 1961

“Ofereço a minha vida para que todas as Filhas de São Paulo sejam santas.

Mestra Tecla acreditou, rezou e sofreu muito. A árvore da Congregação cresceu e floresceu... Cobre com sua sombra todos os rincões da terra.

“O caminho aberto pela Primeira Mestra é um farol grande, espaçoso, cheio de luz, que conduz às alturas da perfeição.”

Um caminho espaçoso e cheio de luz

“Nossa Congregação sempre será jovem e nunca envelhecerá, porque usará toda nova invenção para fazer o bem...” (Mestra Tecla)

Com nossa vida orante e laboriosa, podemos dizer a Deus e ao mundo todo, o que ela conseguiu com sua fé admirável e sua caridade sem limites.