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17 | Nova linha de mobiliário com acabamento em alto brilho 24 | Matobra assinala 45 anos de actividade 30 | Torneiras da Grohe no Mercado Popular 38 | Matobra torna-se representante dos sanitários Jacob Delafon De coração 025 DEZEMBRO 2011 AnoVII

De coração 25

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Revista da Matobra

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17 | Nova linha de mobiliário com acabamento em alto brilho

24 | Matobra assinala 45 anos de actividade

30 | Torneiras da Grohe no Mercado Popular

38 | Matobra torna-se representante dos sanitários Jacob Delafon

De coração 025DEZEMBRO 2011 AnoVII

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EDITORIAL 03

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Carta aberta ao Primeiro-Ministro

Excelentíssimo Senhor Primeiro-Ministro,

As notícias adensam-se e agravam-se. Que o contexto nacional é de recessão já todos sabemos, mas o que parece ser cada vez mais nebuloso é o seu real impacto.Sentimos o país em queda livre, mas ainda não percebemos a quantos metros do chão iremos ficar, ou mesmo se evitaremos o impacto.Na análise dos peritos, o tom das previsões vai piorando e o governo tem reagido com o agravar das medidas de austeridade.Sr. Primeiro-Ministro, sabemos que a herança que recebeu é pesada e não deixa margem para experimentar estratégias, pelo que, cortar na despesa pública e aumentar a receita fiscal é, à primeira vista, a solução mais óbvia. E também sabemos que será, com certeza, o Primeiro-Ministro que assume funções em condições mais difíceis da história da democracia portuguesa.Mas ainda assim, salvaguardando a ausência de responsabilidade sobre o passado, o presente é gerido por si e, pelo rumo que vai traçando, corre o risco de ficar para o futuro como o coveiro deste país.Não é na austeridade que está a resposta para a crise, mas no desenvolvimento económico.O estrangulamento aos cidadãos e às empresas com uma sobrecarga fiscal incomportável, diminuição de salários reais e inevitável perda de poder de compra são uma combinação assassina da economia real.Quebrar o consumo e o investimento só poderá ter um resultado: encerramento de empresas, aumento do desemprego e uma economia colapsada.Sem medidas de estímulo às PME, o verdadeiro motor da economia, e a toda a indústria exportadora, as hipóteses de sobrevivência do mercado são muito poucas.Demagogias à parte, há soluções, medidas concretizáveis e cujos resultados seriam imediatos.Desde logo, é preciso ajudar as empresas exportadoras na obtenção de financiamento. Se considerarmos que entre a produção e o pagamento da mercadoria pelo cliente decorrem, habitualmente, entre 8 a 12 meses, facilmente se compreende como a falta de liquidez é um problema recorrente.Ainda como incentivo, sobretudo no caso da indústria exportadora, não aumentar o IVA na energia faria toda a diferença. Se é certo que, do ponto de vista contabilístico, não tem significado, em termos de tesouraria o IVA representa um impacto substancial, privando as empresas, durante um longo período, de um valor que acabarão por receber do Estado.Acresce que o aumento deste imposto representa um forte incentivo a que a energia passe a ser adquirida a empresas não portuguesas, porque tratando-se de uma transição intracomunitária o IVA é regularizado sem esforço de tesouraria.No que concerne ao apoio às PME, decretar o encerramento das grandes superfícies ao Domingo seria uma ajuda directa ao pequeno comércio, protegendo postos de trabalho e muito provavelmente reduzindo o consumo de bens importados.Também a meia hora de acréscimo diário à jornada de trabalho só interessará às grandes superfícies. As PME ganhariam mais em dispor de um banco de horas a utilizar em períodos de maior necessidade produtiva.Finalmente, e porque a construção e o imobiliário são sectores chave para a Economia, é importante tornar o mercado de arrendamento mais seguro para os investidores, garantindo que o inquilino incumpridor seja despejado rapidamente e sem recurso a tribunais. O não pagamento da renda acordada deve ser um caso de polícia e não mais um processo para acumular durante anos nos serviços dos tribunais.Outras medidas poderiam ser enunciadas, mas a aplicação das que aqui são sugeridas teria por si só o mérito de injectar dinheiro no mercado, uma condição sine qua non para o funcionamento da Economia.Antes de terminar, gostaria de lhe lembrar, Sr. Primeiro-Ministro, a importância da palavra esperança.Os portugueses são um povo de brandos costumes, que ao longo de quase nove séculos de história suportou com relativa serenidade toda a espécie de dificuldades que o país foi atravessando. Mas porque souberam manter a esperança no futuro. No momento em que vivemos, essa volta a ser uma noção fundamental.É preciso voltar a acreditar.

Presidente do Conselho de Administração da Matobra

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FICHA TÉCNICA

Entidade proprietária | Matobra - materiais de construção e decoração, S.A.

Coordenação | Marta Rio-Torto

Textos | Claúdio Domingos e Marta Rio-Torto

Fotografia | Danilo Pavone

Paginação e Projecto gráfico | Alexandre Saraiva

Tiragem | 2000 exemplares

Periodicidade | Trimestral

Impressão | FIG - Indústrias Gráficas, S.A. Rua Adriano Lucas 3020 Coimbra

Isenta de registo no I.E.S. mediante decreto regulamentar 8/99 de 9/06 art. 12º nº 1 a)

Índice

3 Editorial

7 Entrevista De coração | Paulo Júlio

17 Com assinatura Matobra

18 | Nova linha de mobiliário com acabamento em alto brilho 24 | Matobra assinala 45 anos de actividade

26 Ideias e soluções 26 | Correio do leitor: uma cozinha de configuração estranha

28 | Mais Smart do que as outras 30 | Torneiras da Grohe no Mercado Popular

32 Entrevista |Mário Baptista 38 Estilus

38 | Matobra torna-se representante dos sanitários Jacob Delafon 40 | Urban Signs nas cidades do futuro 42 | Ilotech traz mais calor humano 47 Entrevista | Carlos Pereira

54 Galeria Matobra

54 | Line Cascade: tecnologia e design

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ENTREVISTA 07

Paulo Júlio é um homem de desafios, uma característica fundamental para as

suas actuais funções.

Enquanto Secretário de Estado cabe-lhe o penoso dossier da Reforma da

Administração Local, que mexerá com um modelo organizacional com quase

40 anos e em questões tão sensíveis como o ordenamento do território, cuja

consequência mais mediatizada será a redução do número de freguesias.

Sobretudo entre os governantes locais, a polémica instalou-se, mas a decisão

está tomada: todos os contributos são bem-vindos, mas a reforma é para se

fazer.

Tratando-se da única voz de Coimbra no governo, a que associa a experiência

como autarca no distrito, a pergunta impunha-se: o que falta à cidade e qual

a melhor estratégia para ultrapassar o contexto de recessão?

A resposta, extensível afinal a todo o país, parece estar mais próxima do que

se possa pensar: a atitude certa.

Secretário de Estado da Administração Local e Reforma AdministrativaEng. Paulo Júlio

“Os portugueses estão cansados de ver este país ser adiado.”

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08 ENTREVISTA

Neste contexto de crise económica e

financeira, para além do desafio de

resolução de problemas de natureza

local, as autarquias podem ter um

papel importante para resolver

problemas mais estruturais do país?

Na verdade, os problemas estruturais do

país resolvem-se em cada uma das partes

do seu território. Não tenho dúvidas que

a Administração Local já tem, mas terá

ainda mais nas próximas décadas, um

papel preponderante no desenvolvimento

social e económico das suas comunidades,

nomeadamente pela atracção de

investimento, diálogo com os jovens

empreendedores e, consequentemente,

com todos os mecanismos de trabalho em

rede a que isso obriga. Ou seja, o autarca

do futuro vai ter que ser capaz de sair

das suas fronteiras e captar actores de

desenvolvimento para o seu território. A

liderança, o trabalho em rede e a visão

estratégica formam aqui um triângulo

essencial.

De que forma é que esses desafios são

concretizados na visão do governo

para a Reforma da Administração

Local?

Temos uma equação para resolver,

por um lado, temos menos recursos

disponíveis e uma necessidade de reduzir

o endividamento e por outro, serviços

públicos que têm de responder às

exigências das comunidades locais.

Isto leva a que seja necessário mexer no

modelo da Administração Local, que

tem 35 anos, isto é, o tempo do poder

local democrático. Daí que tenhamos

apresentado um documento estratégico -

com eixos bem designados, metodologias

e cronogramas - que é a base da discussão

pública que desde há dois meses tem

dominado o tema.

Trata-se de uma reforma que acaba por

tocar em todos os aspectos do modelo

de gestão local, desde sector empresarial

local, reorganização administrativa do

território (que é o ponto mais mediatizado),

gestão municipal e inter-municipal e o seu

financiamento e ainda um 4º eixo, que

toca com as leis eleitorais autárquicas.

Um dos pontos mais polémicos

da Reforma Administrativa é o do

ordenamento do território, com o

Governo a assumir o objectivo de

redução do número de municípios

e freguesias. Estava à espera das

reacções contrárias ao Documento

Verde que surgiram por parte de

muitos autarcas?

Estava, acho até natural que haja alguma

resistência à mudança. A organização

administrativa que temos é do final do

século XIX e, durante todos estes anos,

com certeza que houve portugueses que

reflectiram sobre este tema e quiseram

fazer algo diferente. Todavia, porventura

pela dificuldade que representa, não o

fizeram.

Mas os portugueses estão cansados

de ver este país ser adiado.

Costumo dizer que se fizermos tudo da

mesma maneira, inevitavelmente, os

resultados vão ser os mesmos. Ora, se

queremos mudar os resultados, temos

necessariamente de alterar o modelo

actual.

De acordo com o compromisso

assumido com a Troika, terão de ser

reduzidas as transferências do Estado

Central para as autarquias. Numa

altura em que crescem os pedidos de

apoio, que consequências perspectiva

face a estes cortes?

São uma dificuldade acrescida,

sendo certo que também serão uma

oportunidade, porque se há mais dinheiro,

o rigor e a preocupação pela definição de

prioridades é menor. Portanto, é também

essa dificuldade financeira que deve servir

de estímulo para mudar, adaptando os

“A organização administrativa

que temos é do final do século XIX

e, durante todos estes anos, com

certeza que houve portugueses

que reflectiram sobre este tema

e quiseram fazer algo diferente.

Todavia, porventura pela

dificuldade que representa, não o

fizeram.”

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ENTREVISTA 09

“Somos um país em que se

diagnostica muito, se discute

bastante, mas quando passamos

à fase da implementação temos

grandes dificuldades.”

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10 ENTREVISTA

serviços a menos recursos e ainda assim

fazendo tudo o que tem que ser feito

para que as comunidades locais não sejam

prejudicadas. Eu acredito que é possível

fazer o mesmo e até melhor com menos

recursos.

Podemos então concluir que o Estado

português sofre menos de falta de

recursos do que de uma má organização

estrutural (nomeadamente na forma

como as competências das diversas

estruturas estão organizadas)?

Não digo que seja má organização mas,

se reparar no modelo de gestão actual, as

boas ideias foram sempre acrescentadas.

Nunca uma boa ideia substituiu outra.

Tendo em conta que os recursos públicos

não são infinitos é preciso fazer uma

análise corajosa, naturalmente atenta,

ouvindo quem tem que ser ouvido, mas

fazendo uma coisa diferente do que é

habitual em Portugal. Somos um país

em que se diagnostica muito, se discute

bastante, mas quando passamos à

fase da implementação temos grandes

dificuldades. Portanto, este debate, que

está a ser feito a partir do Documento

Verde da Reforma, tem que ser um ponto

de partida para o que se irá realmente

fazer e disso o governo não abdica.

Relativamente ao Sector Empresarial

Local, como vivemos num período

em que é preciso poupar, o objectivo

é diminuir o número de empresas

municipais ou torná-las mais eficientes

e sólidas financeiramente?

O que se pretende fazer é legislar de

maneira a que esse sector seja eficiente

e eficaz. Se são empresas têm que ter

indicadores económicos e financeiros para

o serem, isto é, têm que ser sustentáveis.

Ora, um estudo muito recente constata

que 30% deste sector apresenta

indicadores muito débeis.

É por isso que é necessário criar uma

nova legislação que, por sua vez, tem

de conduzir, dentro de cada município,

à análise do sector empresarial local, o

que necessariamente implicará situações

várias de fusões, extinções, concessões…

Até porque se existem 142 municípios que

têm sector empresarial local, há outros

166 que não o têm.

Onde há dinheiro público tem que haver

transparência total e a verdade é que,

se tudo o que está dentro da esfera

do município é altamente controlado e

fiscalizado, quando estamos no sector

empresarial local a fiscalização durante os

últimos anos foi muito menor. Esta questão

da fiscalização é outro ponto em que nos

vamos focar, nomeadamente alargando

a esfera de actuação da Direcção Geral

de Autarquias Locais a todos estes anéis

direccionados para fins públicos.

Já afirmou que a Reforma das

autarquias persistirá depois de 2013.

Em que medida e em que aspectos?

Algumas destas acções vão persistir. É

muito importante que não se pense na

reorganização administrativa de forma

condicionada pelo que vai acontecer

em 2013, nomeadamente as eleições

autárquicas. Tem que haver sempre

um momento em que a mudança não

é para os anos seguintes, mas para as

décadas seguintes. É isso que se pede

sobretudo aos eleitos locais, que têm

especial responsabilidade neste processo.

A mudança tem que ser feita, o desafio é

fazê-la bem, e não há dúvida que para isso

é importante que os governantes locais

não se demitam de a construir.

Tem uma experiência política ligada

ao distrito de Coimbra. Antes de

integrar o governo, foi Presidente

da Câmara de Penela. É aliás o único

representante de Coimbra no Governo

(esquecendo a circunstância de termos

um Primeiro Ministro nascido cá).

“A dificuldade financeira deve

servir de estímulo para mudar,

adaptando os serviços a menos

recursos e ainda assim fazendo

tudo o que tem que ser feito para

que as comunidades locais não

sejam prejudicadas.”

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Concretamente, no caso de Coimbra e

de forma mais abrangente da Região

Centro, que estratégia vê como melhor

para ultrapassar esta fase?

A Região Centro tem a particularidade

de ser policêntrica, temos aqui um

conjunto de cidades – Leiria, Coimbra,

Aveiro, Viseu, Guarda, Castelo Branco

– que elas próprias são polarizadoras de

desenvolvimento económico associado e

entendo que devemos alavancar muito a

estratégia da Região neste policentrismo.

Pela sua diversidade, as potencialidades da

Região não hão de andar muito longe das

potencialidades do país. Temos portos, um

sistema científico e tecnológico de grande

referência nacional e até mundial, temos

boas incubadoras de empresas, temos um

património diversificado (natural, histórico,

arqueológico), temos sol e mar, um sector

florestal importante, boa gastronomia,

dos melhores vinhos do mundo…

A primeira atitude a tomar é olhar

para aquilo que temos e aproveitá-lo o

melhor possível, trabalhando com todos

os actores em rede. Este é o grande

segredo da política hoje. Universidades,

empresários, instituições particulares de

solidariedade social, administração pública

local, órgãos centralizados do Estado,

estão todos convocados para pegar nas

potencialidades da Região e materializar

essas oportunidades.

Mas focalizando-nos mais em Coimbra,

que mais-valias vê como estratégicas

para a cidade?

Evidentemente, que é uma cidade

muito especial. Tem, desde logo, uma

Universidade de referência e uma

incubadora de empresas reconhecida e

que é uma alavanca muito importante

para o empreendedorismo de base local.

E isto é uma questão fundamental para

fixar os jovens ao território local, sem os

quais não conseguimos desenvolvimento

a prazo. Essa massa crítica precisa de ser

fixada.

A somar a isto, em termos de

potencialidades, tudo aquilo com que eu

acabei de caracterizar a Região, Coimbra

tem. Do que precisamos é de juntar as

lideranças e assumir uma visão estratégica

baseada na inovação, que não é só

tecnológica, tem também de ser aplicada

às organizações e aos produtos.

Temos massa crítica para criar

desenvolvimento económico. O que

falta para compor todo este puzzle de

desenvolvimento é a atracção de novos

investidores privados. Porque apesar de

Coimbra ter muitos serviços públicos, não

podemos pensar que é nesses serviços

que está a solução para a fixação dos mais

novos.

O empreendedorismo de base local e

regional tem de ser agarrado de forma

mais forte por Coimbra e naturalmente

que, se soubermos fazer isso, as outras

variáveis estão cá todas para acrescentar

valor ao território.

Focalizando-nos mais no tecido

empresarial do distrito, para além

de algumas excepções ligadas à

área tecnológica, nomeadamente

associadas ao IPN, Coimbra tem tido

uma indústria pouco dinâmica. O que

é que falta ao tecido empresarial da

Região para se tornar mais rentável?

Coimbra tem um problema, que é o

preço do solo e se formos ver áreas de

localização empresarial estruturadas para

receber novos investimentos até há pouco

nem sequer existiam. Temos agora o

IParque, que está numa fase inicial.

Mas quando pensamos em Coimbra, não

devemos pensar só a nível do Concelho.

Há o território envolvente – Cantanhede,

Figueira da Foz, etc – um conjunto de

municípios neste anel de 30 a 40 km.

Quando olhamos para o território,

cada parte dele pode acrescentar

para o desenvolvimento colectivo.

“As políticas municipais não

podem continuar a tendência

de individualismo que tem

sido seguida, tem que haver

complementaridade para que

os objectivos da Região sejam

atingidos.”

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As políticas municipais não podem

continuar a tendência de individualismo

que tem sido seguida, tem que haver

complementaridade para que os objectivos

da Região sejam atingidos.

Apesar da austeridade, será possível

dar um salto qualitativo em termos de

funcionalidade e vivência urbana nos

próximos tempos em Coimbra?

Sim, penso que sim. O mais importante

é tomarmos consciência de que não há

soluções mágicas, mas a resposta para a

recessão é a atitude.

Há um conjunto de valores: a ética,

a disciplina, o rigor, a assiduidade, a

pontualidade, que não custam dinheiro.

Ter esta atitude não tem custos e significa

toda a diferença, seja nas famílias, nas

organizações privadas ou públicas.

Cada cidadão, por mais simples que seja

a sua tarefa, deve concretizá-la bem, com

rigor, com disciplina.

Há aqui uma cultura de cidadania que tem

também de ser reflectida. Cada um de nós

tem que se preocupar menos com aquilo

que os outros têm e mais com o que

pode fazer para melhorar a sua própria

vida e a dos outros: na sua rua, no seu

bairro, na sua comunidade local, no seu

emprego. Esta crise é também um desafio

de cidadania.

Tem um percurso de sucesso ligado ao

sector privado, onde foi, por exemplo,

administrador da Marcopolo em

Portugal. Sabendo-se que os políticos

em Portugal, os membros do governo

inclusive, têm em muitos casos

vencimentos inferiores aos de quadros

superiores de grandes empresas, o que

o fez tomar a decisão de optar pela

causa pública, assumindo o destino de

uma Câmara de pequenas dimensões,

como a de Penela?

É uma pergunta que não terá uma

resposta racional. Em primeiro lugar, eu

gosto de desafios. Mesmo o meu percurso

dentro da organização Marcopolo foi um

percurso de desafio.

A esta característica associou-se um

conjunto de circunstâncias, desde logo o

gostar de política e estar ligado à política

local em Penela. Até lhe posso dizer que

fui candidato numa altura em que era

mais provável perder do que ganhar.

Claro que quando falamos de dinheiro

cada um de nós tem mínimos, mas os

meus nunca foram muito altos.

Tendo ganho as eleições e abraçado o

desafio de ser Presidente da Câmara,

hoje olho para trás e acho que foi uma

experiência pessoal extremamente

enriquecedora.

O desafio era recuperar tempo e deixar

claro que nenhum território tem de estar

condenado ao fracasso, seja porque tem

pouca gente, é um concelho de matriz

rural, ou não tem massa crítica. Pequenos

territórios podem dar o seu contributo

para aquilo que é o equilíbrio nacional,

enquanto pequena comunidade que se

pretende de referência de desenvolvimento

social e económico. E acho que isso ficou

claro.

Nas suas funções actuais, mais uma

vez, abraçou uma pasta que o obriga

a ultrapassar uma série de resistências

e dificuldades…

Tenho desafios difíceis pela frente, mas

apesar de todas as contestações de alguns

pontos, sinto-me claramente útil ao país.

E isso é essencial em todas as funções

que desempenhamos. Se nos sentirmos

úteis, o estímulo e a motivação para as

podermos concretizar é muito superior.

“Cada um de nós tem que se

preocupar menos com aquilo que

os outros têm e mais com o que

pode fazer para melhorar a sua

própria vida e a dos outros. Esta

crise é também um desafio de

cidadania. “

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14 ENTREVISTA

De perfil…

Uma referência?O meu avô materno.

Aquilo que o deixa feliz…Estar com a minha família.

O que mais o irrita…A desonestidade intelectual.

A música que não se cansa de ouvir? Rodrigo Leão.

O filme que o marcou? A vida é bela.

Um livro? Os Maias.

Um objecto de que não se separa? Blackberry.

Quando tem tempo gosta de…? Contemplar o mar.

O prato a que não resiste? Leitão à bairrada.

Uma bebida? Água.

Destino de férias?Paris.

Uma qualidade de que se orgulhe e um defeito que não possa negar? Como qualidade destaco a responsabilidade e como defeito a falta de paciência.

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COM ASSINATURA MATOBRA 17

Sector de decoração da Matobra apresentaNOVA LINHA DE MOBILIÁRIO COM ACABAMENTO EM ALTO BRILHO

Realçar as qualidades naturais de uma madeira nobre com um acabamento em alto brilho. Esta é a proposta

que temos para si e o resultado não o poderá deixar indiferente: mobiliário contemporâneo, mas ao mesmo

tempo intemporal, que se impõe pela extrema qualidade de acabamento.

É um novo olhar sobre as peças, que passam a impor-se tanto pelo design, como pela beleza natural da

madeira, um material que, pelo brilho, adquire uma nova nobreza e um estatuto acrescido.

Para esta edição, a equipa de decoração da Matobra seleccionou duas propostas para sala e uma de quarto..

[email protected]

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Desconstruir para criar ritmo

As tendências actuais fogem às decorações puras e assentam na fusão de estilos.

Um ambiente excessivamente perfeito torna-se monótono, é necessário criar alguns pontos de desconstrução, que gerem um efeito

surpresa.

Por exemplo, numa sala de mobiliário clássico, onde estão combinados os sofás, a mesa e as cadeiras, poderá acrescentar uma peça ultra

moderna. Uma cadeira, uma mesa ou uma pintura contemporânea poderão ser o elemento necessário para quebrar a monotonia da sua

divisão.

O ambiente seleccionado é um exemplo de um clássico-moderno. Neste caso, o elemento dissonante é o licoreiro lacado a preto e ouro,

que acrescenta um toque de extravagância ao espaço.

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Serenidade e requinte

Uma proposta pensada para um ambiente neoclássico.

A paleta de cores oscila entre o cinza prata e diferentes tonalidades de castanho, sintetizadas,

desde logo, no papel de parede escolhido.

O objectivo é a criação de um espaço sereno e requintado, mas sem abdicar de uma noção

de ritmo e impacto.

Para alcançar este efeito, o elemento chave está no contraste. Diferentes padrões e

texturas, nomeadamente nos tecidos - pele, veludo e cetim - aumentam o interesse visual

da composição.

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COM ASSINATURA MATOBRA 23

Puro luxoÉ uma opção para quem não se convence com as tendências minimalistas e

assume o gosto pelos ambientes de inspiração barroca.

A forma é usada em todo o seu esplendor, recriando um cenário quase palaciano

em que o olhar se prende naturalmente ao pormenor. Como elementos chave

para criar este estilo destacam-se as peças estofadas e acolchoadas e a

diversidade de texturas e materiais, como metal, madeira e veludo.

Detalhes como as incrustações em prata sobre a moldura preta que contorna o

mobiliário criam um ambiente que apela ao lado sensual e teatral.

No entanto, ainda que este estilo seja uma das tendências actuais na

decoração, é importante ter algum cuidado com os excessos, para não criar

uma sobrecarga visual.

Uma boa estratégia será introduzir algumas peças de linhas mais estilizadas.

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24 COM ASSINATURA MATOBRA

MATOBRA ASSINALA 45 ANOS DE ACTIVIDADE

No passado dia 31 de Outubro, a Matobra assinalou a passagem de mais um ano de

actividade, comemorando o seu 45º aniversário.

Numa fase em que o tecido empresarial da Região tem sofrido o impacto da recessão que o

país atravessa, a empresa tem mantido a sua vitalidade, pela aposta em novas soluções de

aproximação ao mercado.

“A Matobra orgulha-se de ser um exemplo de longevidade, 45 anos de experiência garantem-

nos a confiança dos nossos clientes, porém, a melhor forma de respeitar essa herança, é

manter uma dinâmica de melhoria contínua e adaptação à procura e à evolução do sector.”

afirma José Carlos Martins, Presidente do Conselho de Administração da empresa.

Nos últimos tempos, a Matobra tem apostado num novo posicionamento de mercado - a

criação de ambientes de vida - desenvolvendo esforços para ultrapassar o conceito da mera

venda de produtos e oferecer aos seus clientes uma solução integrada e harmoniosa para

os diversos ambientes da sua casa.

Para apoiar este objectivo, foi lançado o gabinete de projectos IN9espaço, constituído por

uma equipa com formação em arquitectura, design de interiores e decoração.

Entre as iniciativas mais recentes destaca-se ainda o Menu banho, uma espécie de serviço

“buffet” que torna o processo de escolha de uma casa de banho mais fácil, rápido e

cómodo: basta seleccionar o ambiente de banho que melhor se adapta ao seu caso, entre

um conjunto de 8 propostas pensadas para soluções integrais de renovação/construção de

uma casa de banho.

Cada opção inclui a totalidade de materiais e equipamentos que precisará para completar

a obra e tem associado um preço final que varia a partir dos 500€, correspondendo a

diferentes gamas de escolha.

De notar que a Matobra é membro fundador da Emacor, a mais importante central de

compras nacional no sector de materiais de construção, o que lhe permite ganhar dimensão

junto dos fornecedores e, desta forma, garantir preços mais competitivos junto dos seus

clientes.

A empresa tem também uma ligação à indústria do revestimento cerâmico, sendo accionista

da Cliper, fábrica sedeada na Figueira da Foz. “Esta participação na indústria é uma mais-

valia importante, que nos traz um conhecimento mais abrangente e aprofundado do

sector, desde logo, porque nos permite, não só acompanhar, mas participar na concepção

e selecção do produto, mas também ter uma experiência de internacionalização, já que, a

Cliper exporta a maioria da sua produção” afirma José Carlos [email protected]

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26 IDEIAS E SOLUÇÕES

Correio do leitor:Uma cozinha de configuração estranha

Adquiri recentemente um apartamento e estou com algumas dúvidas sobre a melhor forma de organizar a cozinha. Trata-se de um espaço amplo, com cerca de 25m2, mas que inclui um pilar bastante volumoso e duas paredes em diagonal, formando um ângulo de 45o.Somos seis pessoas em casa, pelo que preciso de muita arrumação. Habitualmente, jantamos na sala mas, ao almoço, como temos horários diferentes, é mais prático comer na cozinha, pelo que é necessário prever uma zona de refeições. Dada esta configuração, como devo distribuir o mobiliário e electrodomésticos no espaço?

Joana Santos, Coimbra

Cara leitora,Em situações como esta, em que há um ou mais elementos arquitectónicos que se impõem - um pilar, uma configuração sinuosa, etc - é particularmente importante optar por uma solução de mobiliário personalizado, que permita tirar o melhor partido do espaço.Na proposta que apresentamos para a sua cozinha, atendendo às necessidades que expressa, foi prevista uma extensa área para arrumação, com destaque para a parede coberta na totalidade com mobiliário. Para apoiar a confecção das refeições, para além da bancada de trabalho habitual, foi incluída uma ilha, uma opção que lhe permite um desenvolvimento facilitado de todas as tarefas inerentes à preparação dos cozinhados, permitindo guardar todos os utensílios junto à placa de indução, assim como dispor de uma zona de trabalho confortável.Apesar de ser uma família numerosa, as refeições feitas na cozinha são para situações rápidas e em que não costumam estar mais do que 2 ou 3 pessoas em simultâneo, o que permitiu substituir a mesa habitual por um balcão entre o pilar e a parede. Esta escolha permite tornar uma configuração aparentemente desvantajosa numa solução bem integrada e visualmente interessante. Paralelamente, o formato mais amplo deste ângulo torna mais fácil a circulação dos diversos utilizadores, sendo por isso o sítio mais adequado para as refeições.

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28 IDEIAS E SOLUÇÕES

Mais uma inovação que a Frasa traz ao mercado,

através da Smart Table, uma mesa frigorífica com

duas prateleiras em vidro no interior e abertura

vertical automática através de um comando.

Com capacidade para seis a oito pessoas e com o

tampo em granito, vidro, mármore ou madeira, é

equipada com três sensores para segurança do

utilizador, display de temperatura electrónico,

iluminação interior e descongelação automática.

Se a nova mesa é um objecto de desejo dos

amantes de design e decoração de interiores, a

Frasa continua a surpreender os seus clientes de

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30 IDEIAS E SOLUÇÕES

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IDEIAS E SOLUÇÕES 31

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32 ENTREVISTA

Asas para voar

Mário Baptista apostou na Marinevil

num momento em que muitas

empresas saíram do mercado. Esse

espírito de estar sempre presente nos

momentos difíceis acompanhou-o

na procura de um futuro cada vez

melhor.

Emigrou para o Canadá ainda

muito jovem e trouxe de lá um

diploma para a vida, que o ensinou

a não se lamentar, porque sermos

realistas também é acreditar num

futuro melhor para todos nós, com

transparência e seriedade.

Continua a acreditar no mercado da

construção civil e na capacidade de

trabalho dos portugueses e confessa

ter orgulho na obra que está a

executar, na Quinta da Portela, a

única fora da Figueira da Foz.

Por vezes, é nos momentos difíceis

que mais queremos voar, sobretudo

tratando-se de alguém que gostaria

de ter sido piloto de avião.

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ENTREVISTA 33

Está no ramo da construção civil desde quando?

Como empresário em nome individual, desde 1981. Sou

natural de Ourém, mas já tinha fixado residência na Figueira

da Foz, o que me deu uma perspectiva do mercado da cidade.

A Marinevil aparece em 2005, vocacionada para a construção de habitação.

Actualmente, estarmos a construir, pela primeira vez, em Coimbra, na

Quinta da Portela.

O que é que sentiu que podia dar a esta actividade, ainda para mais

num momento em que o sector já estava em declínio?

A experiência em nome individual que tive ao longo do tempo deu-me

alguma segurança porque sabia que o meu trabalho era valorizado pelos

clientes, de modo que esse factor facilitou a tomada de decisão. O meu

objectivo era dar continuidade ao trabalho que tinha vindo a fazer, com um

espírito de atenção permanente à evolução do mercado, através de uma

atitude de dar e fazer o melhor que se pode e sabe, apostando sempre

numa permanente actualização.

Na sua infância já sentia o desejo de fazer parte deste sector?

Comecei bastante novo a aprender este ofício e estive em todas as fases

da obra, o que se traduziu numa escalada sustentada. Foi uma segurança

para o meu percurso, sempre ambicionei desempenhar esta profissão

porque sentia que dominava o seu processo. Mas houve um momento que

interrompi este percurso e emigrei.

Para que país?

Em 1975, a situação social e política no país era extremamente

difícil, pelo que decidi emigrar para o Canadá, onde estive três

anos à procura de melhores condições de vida. Devo dizer que

considero essa experiência como um curso no ensino superior porque

encontrei um país totalmente diferente do nosso, tanto a nível da

organização como na disciplina, como na evolução de mentalidades.

Se não fosse empresário de construção civil gostaria de ter sido o

quê?

Quando a minha professora primária me fazia essa pergunta eu mentia-lhe

porque respondia-lhe que queria ser médico, mas confesso que sempre

tive um grande fascínio por exercer a profissão de piloto de aviação civil.

O facto de olharmos o mundo de cima para baixo encanta-me em todos

os aspectos.

Em que é que este mercado tem transformado a sua personalidade?

Ensinou-me que a transparência, a honestidade e a seriedade são os nossos

melhores cartões de visita o que, aliado a uma atitude de dar o nosso

melhor através de uma aprendizagem profissional e pessoal constantes,

vai permitir que a actividade seja vantajosa e rentável. Claro que também

é importante uma estratégia dinâmica na relação com os clientes e

fornecedores que este mercado exige.

A empresa é especializada em que trabalhos?

Com mais significado, na construção e promoção de imóveis para a

habitação, mas também já executamos compra, venda e revenda de

imóveis, mas é uma situação residual.

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34 ENTREVISTA

Qual o segredo da empresa para se manter forte no mercado?

Não há segredo, para conseguirmos ultrapassar esta fase somos obrigados

a gostar do que fazemos, só assim sentimos a motivação necessária para

apostar em continuar a desenvolver este mercado. Foi com esse espírito

que resolvi avançar para o projecto na Quinta da Portela. É importante

termos a capacidade de sofrimento indispensável, respondermos com

disciplina e rigor e trabalharmos sempre com um considerável grau de

exigência para que estejamos preparados para as mudanças constantes da

economia e sociedade actuais.

Porque é que é importante a escolha dos materiais?

Tanto a nível estrutural como a nível decorativo, apostamos numa

permanente actualização, para estarmos informados sobre as tendências

da moda e sobre os materiais que garantam maior eficácia e qualidade

num determinado tipo de edifício. A nossa filosofia é a de seguir os passos

da simplicidade e da qualidade, sempre com a garantia de um design e

decoração que permitam a atenção dos nossos clientes. Os clientes já

estão demasiado informados, o que pode levar à confusão, de modo

que é importante estarmos presentes com os nossos conhecimentos e

experiência para os ajudar e aconselhar sobre a qualidade dos materiais e

a intemporalidade dos mesmos.

A seu ver, em que ponto está a construção civil nacional?

No que diz respeito ao imobiliário, está a atravessar a fase mais difícil desde

que eu me lembro, ainda mais grave do que a dos anos oitenta, já que

essa centrava-se mais no nosso país e na nossa economia. A que vivemos

actualmente tem uma característica global e não se percebe muito bem

até onde pode ir, ninguém pensou que pudéssemos atingir um ponto tão

dramático e trágico, sem termos as mínimas perspectivas de um futuro

mais seguro.

A minha opinião é a de que os próximos cinco anos vão ser de enorme

dificuldade, tanto socialmente como no caso específico do sector da

construção civil, o que nos vai obrigar a uma atenção permanente ao

minuto.

O volume de construção tem vindo a decrescer desde 2001, mas o estrondo

acontece em 2008 de uma forma brutal. Estamos a viver uma fase critica,

com uma redução no volume de construção, nos últimos três anos, na

ordem dos 60%.

Acredita que a construção civil vai continuar a ser a alavanca das

economias ocidentais?

É verdade que uma grande percentagem da economia gira à volta deste

sector, mas essa filosofia vai ser diferente porque muitas variáveis mudaram,

tal como o recurso ao crédito fácil, o que vai obrigar as empresas e os bancos

a optarem por outras estratégias. Acredito que os níveis de construção

podem subir, mas jamais se atingirão valores como os verificados nas

décadas anteriores. Vai existir um forte controlo das autoridades, das

empresas e dos bancos entre as necessidades do mercado e o número

de casas a construir, que é o que acontece nos outros países. Durante

muito tempo, os níveis altíssimos no volume da construção permitiram que

entrasse muita gente neste sector, o que desvirtuou a realidade e agravou

o próprio mercado.

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ENTREVISTA 35

Concorda que ainda existem demasiadas empresas de construção

civil?

Já desapareceram bastantes mas é uma avaliação difícil de fazer, o que é

factual é o volume de casas excedentárias no mercado. Mas não tenho

a certeza se isso terá uma relação directa com as empresas existentes no

sector.

O mercado da reconstrução pode dar um novo alento às empresas?

Não me seduz, o que sinto é que as pessoas quando adquirem uma

casa pensam ter um conjunto de condições que os centros da cidade

não proporcionam, como os acessos ou a existência de garagens. Neste

momento é uma situação inviável, a não ser que se revolucione o modelo

de reconstrução. Na maioria dos casos, o mais vantajoso seria demolir

as casas existentes e pensar-se noutro tipo de construção, claro que

obedecendo a uma filosofia arquitectónica, mas com o intuito de se trazer

para os centros das cidades mais conforto e segurança. Por outro lado,

enquanto se mantiver as exigências das autarquias, a nível de impostos,

bem como as dificuldades de espaço para se trabalhar nesses projectos,

esse mercado não vai avançar.

Quais as obras mais relevantes efectuadas pela Marinevil?

Todas as obras que executámos são importantes mas posso destacar a que

estou a construir actualmente, na Quinta da Portela, em Coimbra, num

prédio com dezoito apartamentos e duas lojas exteriores, com um design

e arquitectura que garantem uma originalidade impar aos clientes, para

além das áreas e da localização.

Já tiveram alguma experiência no mercado exterior?

Tenho recebido algumas propostas mas eu continuo a acreditar no nosso

país e temos o dever e a responsabilidade de voltar a desenvolver este

mercado.

Como é que a empresa tem encarado esta crise?

Temos efectuado ajustes nos serviços administrativos, já na parte da

construção é mais difícil reduzir custos porque se aposta na qualidade dos

produtos e serviços, mas estamos num momento em que o controlo e o

rigor tem de ser levado muito a sério. Todos somos culpados do momento

actual, de modo que somos nós que temos de voltar a impulsionar o

mercado, respondendo com mais trabalho e mais profissionalismo.

Quer comentar as recentes medidas avançadas no mercado de

trabalho?

Podem ser vantajosas no sector industrial e nas grandes empresas, pois

vão tornar a mão-de-obra mais barata mas não penso que o facto de se

trabalhar mais horas seja sinónimo de maior produtividade. Dá a sensação

de estarmos a percorrer um caminho inverso aos últimos anos porque

lembro-me que, antes do 25 de Abril, trabalhava-se dez horas por dia,

mais os Sábados. Numa fase posterior passou-se para as quarenta e oito

horas mais os Sábados de manhã, mais tarde veio a semana inglesa,

de quarenta horas semanais, agora parece haver um retrocesso. É uma

situação grave que vivemos e que obriga a decisões muito ponderadas.

Sou a favor de se abolirem os subsídios de ferias e natal e apostar-se em

ordenados mais fortes, porque isso seria um incentivo ao trabalho. Nesse

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36 ENTREVISTA

Breves

A ementa preferida...Naco de Vitela à Mirandesa.

Uma voz...Teresa Salgueiro.

Um empresário que admira...Belmiro de Azevedo.

Um livro...Leio jornais, prefiro o Expresso.

Uma cidade de sonho...Figueira da Foz.

Uma obra que gostaria de ter feito...A Casa da Musica, no Porto.

Uma viagem que fez...Açores.

A notícia que quer ouvir...Que os lideres europeus se deixassem de divisões.

sentido, a minha experiência, no Canadá,

foi muito proveitosa, já que existia uma total

disciplina, rigor e organização a cada dia de

trabalho, nomeadamente no tempo que

se podia tomar um café ou na meia hora

de almoço, que chegava perfeitamente. O

resultado era que as pessoas tinham mais

tempo fora do trabalho e desempenhavam

as suas funções com eficácia e motivação e

eram recompensadas por isso.

Como é que nós, sociedade civil,

podemos construir um mundo melhor?

Sermos mais realistas, não vale a pena

sonhar com o que não podemos ter. Depois

devemos empenhar-nos num espírito de

solidariedade, os que mais têm devem estar

presentes num momento destes, porque é

nestes comportamentos que pode estar a

mudança, para melhor, de uma sociedade e

da economia, por acréscimo.

Como prevê que a nossa economia se vá

comportar a médio prazo?

Em termos de resultados não prevejo

grandes mudanças nos próximos cinco anos.

Mas acredito que entretanto surjam políticas

e medidas que melhorem a nossa condição,

de modo a que haja um esforço conjunto de

todos os países para que exista mais rigor

e mais justiça social. Se o conseguirmos

vamos ter uma realidade mais sustentável.

Uma empresa gere um conjunto de

relações entre clientes, fornecedores e

colaboradores. Qual é a mensagem que

passa a todos eles?

Que sirvam e que se apliquem na empresa

com o máximo de rigor, qualidade e

honestidade.

Um princípio que incute na empresa?

Nunca devemos dizer que não somos

capazes.

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38 ESTILUS

Em exclusivo para a Região Centro

MATOBRA TORNA-SE REPRESENTANTE DOS SANITÁRIOS

JACOB DELAFON

A Matobra iniciou recentemente uma parceria com a Jacob Delafon,

uma marca de sanitários francesa, reconhecida no mercado

internacional pelo elevado grau de exigência tecnológica e excepcional

nível de acabamento.

A Matobra torna-se assim a única representante na Região Centro desta

marca.

Para além da qualidade, as colecções Jacob Delafon destacam-se

pelo design e multifuncionalidade, com peças que oferecem soluções

engenhosas e versáteis de arrumação, mas também de comodidade

para os seus utilizadores.

Séries como Formilia são um bom exemplo destas características,

destacando-se como peça mais surpreendente a banheira que incorpora

um painel frontal que esconde um banco e um pequeno móvel.

O banco, com um comprimento de 25 cm, é particularmente útil para

apoiar os pais no banho das crianças, garantindo uma posição mais

cómoda, ou até mesmo para facilitar a entrada e saída da banheira.

A zona de armazenamento permite guardar champôs, sabonetes ou o

tapete de casa de banho.

E nenhuma destas vantagens relegou para segundo plano o conforto do

banho.

As dimensões generosas, assim como o fundo largo desta peça,

proporcionam toda a comodidade. A ampla margem da banheira, com

os seus 13 cm permite, quando necessário, sentar confortavelmente.

Para outros gostos ou funcionalidades, a Jacob Delafon oferece uma

ampla gama de alternativas.

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ESTILUS 39

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40 ESTILUS

Urban Signs nas cidades do futuro

Porto e Nova Iorque serviram de inspiração à nova colecção da Revigrés, Urban Signs.

É um conceito que parte para a reflexão sobre o impacto causado pelo crescimento

acelerado dos grandes centros urbanos no nosso quotidiano para que surjam

novas ideias e respostas inovadoras sobre o chão que vamos pisar nas cidades do

futuro. A marca portuguesa explica que “o desenvolvimento sustentável na área da

construção e do planeamento das cidades do futuro traz desafios urgentes, para os

quais temos de reinventar soluções”. Urban Signs inclui séries inspiradas na cidade

do Porto – Cais, em grés porcelânico e Invicta, em revestimento cerâmico vidrado –

e também na cidade de Nova Iorque – Manhattan e Fusion em grés porcelânico. À

disposição dos gostos mais metrópoles e disponíveis em diversas cores, formatos e

acabamentos. [email protected]

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42 ESTILUS

Ilotech traz mais calor humano

Os toalheiros eléctricos ILO são fabricados em porcelanato de reduzida espessura, de

forma a favorecerem ao máximo a transferência de calor para o ambiente.

Dispensando as tradicionais resistências eléctricas, que promovem a convecção, o calor

que libertam de forma homogénea tem origem no circuito impresso aplicado na superfície

posterior da placa de Porcelanato, apresentando desta forma uma elevada eficiência

energética.

Da mesma casa, surgem os Vidros Aquecedores ILO que foram concebidos de forma a

favorecer a transmissão de calor por radiação térmica, conseguindo-se assim um ambiente

muito mais confortável e saudável.

Para além de representarem uma alternativa mais económica, relativamente aos sistemas

tradicionais, são também uma interessante solução decorativa.

Estão disponíveis em várias cores e potências, de forma a adaptarem-se às mais variadas

necessidades.

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ENTREVISTA 47

À velocidade que o tempo obriga

Carlos Pereira é um engenheiro mecânico que tenta estar preparado para tomar decisões à velocidade de um Formula 1. A formação académica pode ter pouco a ver com o facto de hoje ser gestor de um dos maiores grupos cerâmicos do país, mas a verdade é que gere a sua vida profissional de uma forma mecanicamente emocional, como um piloto que quer chegar primeiro à meta. O grupo Aleluia junta quatro marcas nacionais de grande história, mas é no mercado francês e alemão que vê reconhecido o seu real valor, porque para crescer é preciso ter dimensão, daí que admita chegar aos 85% de facturação no mercado exterior. Fala da reabilitação no mercado nacional como um balão de oxigénio para muitas empresas e acredita que a conjuntura actual vai obrigá-las a unir esforços para que a sua voz seja mais forte. Vê o momento actual com preocupação e destaca a importância dos políticos serem mais transparentes, para que sejam melhor percebidos.

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48 ENTREVISTA

A área da gestão está de acordo com o

seu percurso escolar?

Tirei o curso de engenheiro mecânico por

uma enorme paixão pelos automóveis. O

meu pai era contabilista de uma empresa

que distribuía automóveis e eu cresci nessa

realidade, sempre com a ambição de fazer

parte daquele mundo. Inclusivamente,

cheguei a fazer as provas de aferição

para o curso de Engenharia Automóvel,

de Brighton, em Inglaterra. Mas como

estávamos na altura do 25 de Abril e as

possibilidades financeiras não permitiram

que eu seguisse esse rumo, não dei

continuidade ao sonho. Fui para Coimbra

e fiz Engenharia Mecânica na Faculdade de

Ciências e Tecnologia da Universidade de

Coimbra. No final do curso, fui trabalhar para

Lisboa, numa oficina de máquinas agrícolas

industriais, onde desempenhei funções

ligadas ao meu percurso académico, isto em

1980. Entretanto casei-me na zona centro e,

como achava que Lisboa não era sitio para

se criar uma família, respondi a um anúncio

do Expresso, de uma empresa da terra da

minha mulher que estava a precisar de um

engenheiro mecânico. Comecei a trabalhar

nessa cerâmica em Dezembro de 1983.

Para além dessa, vieram outras empresas

antes da Aleluia…

Estive nessa cerâmica cerca de dez anos e, a

meio desse percurso, passei a ser responsável

pela produção do grupo. Saí em 1993, para

outra empresa, onde fui responsável por

uma das unidades de produção e, passados

seis meses, passei a responsável industrial

desse grupo, funções que desempenhei

durante cinco anos. A experiência posterior

foi ligada ao mercado das matérias-primas

para cerâmica, altura em que recebo um

convite de um grupo de cerâmicas para ser

Director Comercial. Mais tarde, aceitei uma

proposta de colaborar com outra empresa,

como responsável pela área operacional, já

como Administrador, com responsabilidade

na área de produção e comercial. Na Aleluia,

entrei como Administrador Delegado.

O ensino actual prepara bem os nossos

jovens?

O ensino tem que ser responsável por dar

as bases e os conceitos porque depois as

funções profissionais desempenham o

papel da especialização. É preciso ensinar

e habituar as mentes a pensar, aliás, as

universidades fazem bem esse papel. Noto

que existe uma aproximação das empresas

às universidades que, no meu tempo,

não existia. Os empresários sentem essa

necessidade porque é garantia de inovação

e actualização, pelo que nós aceitamos a

maioria dos estagiários propostos pelas

universidades e penso que a maior parte das

empresas já têm essa filosofia.

Depois de todas as experiências

profissionais passadas, o que o cativou

mais na altura de aceitar este projecto?

Pela diversidade, enquanto gama de oferta

de produtos, e pela dimensão, enquanto um

dos grandes grupos nacionais, com capital

100% português.

O que tem de diferente o grupo Aleluia?

É um grupo com algumas particularidades,

penso que é o único grupo nacional neste

sector, feito por aquisições sucessivas,

inclusivamente, de empresas maiores que a

adquirente e, depois, através de empresas

complementares. No caso da Viúva Lamego,

fomos à procura de uma referência num

sector muito especifico. Deve ser a produtora

mais antiga de cerâmica a nível nacional,

muito ligada a alguns trabalhos específicos

da arquitectura e das artes, tem uma cultura

assente na arte publica, que trabalha com

azulejos tradicionais. O que numa altura de

desinvestimento, tem o seu peso, mas é por

esta diversidade na gama de produtos e nas

tecnologias de produção que a Aleluia se

afirma.

O grupo engloba quatro marcas: a

Aleluia Apolo, Ceramic, Keratec e Viúva

Lamego, que estão direccionadas para

alvos diferentes…

A Aleluia Apolo e a Ceramic são marcas

semelhantes em termos de perfil de

produtos, se bem que a Ceramic se

destina a um mercado alvo mais elevado

através de produtos com outro cuidado de

desenvolvimento e que está virada para

a reconstrução, ao contrario da Apolo

Aleluia que incide sobre um mercado de

volume, de uma gama mais baixa e com

um objectivo mais comercial. A Keratec

aponta para o mercado industrial, em

que desenvolveu um cerâmico extrudido,

com características de porcelânico técnico.

A Viúva Lamego engloba produtos de alto

design, de arte publica, de decoração e de

arquitectura. Esta diversidade é importante

se queremos estar no topo da pirâmide e,

em termos de qualidade, não há outra forma

senão com investimento na tecnologia dos

processos de produção e na aposta no

design em produtos que estão dependentes

do factor moda, pelo que é essencial a

existência de uma equipa criativa que esteja

permanentemente actualizada.

O que representa a Aleluia, em termos

dimensionais, no mercado dos cerâmicos

português?

Estamos entre os cinco maiores produtores

nacionais de cerâmica, de referir que neste

sector as empresas têm de ter dimensão

para exportar para serem rentáveis. O

sector exporta cerca de 50% da produção

e penso que tem de exportar mais, porque

o mercado nacional ainda vai decrescer. E

devo dizer que temos excelentes condições

para que isso aconteça e para que tenhamos

um lugar de destaque no mercado externo,

nomeadamente pelas excelentes matérias-

primas, qualidade de mão-de-obra e

tecnologia existente.

Como é que a Aleluia olha hoje para o

mercado português, tendo em conta

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ENTREVISTA 49

que assume que quer exportar 85% da

facturação?

O mercado nacional passou durante anos

por uma crise de abundância, o que fez que

as empresas se dimensionassem para um

volume de mercado que era errado, porque

esta é a dimensão real do mercado, só se o

objectivo fosse o de existir quatro habitações

por família é que poderíamos continuar a

crescer. A questão tem de passar pela aposta

na reabilitação, o que não tem acontecido

porque é um mercado ínfimo em relação ao

que se passa em França, nas obras públicas,

talvez 1/5 ou 1/6 em termos comparativos.

Para além de serem necessários mecanismos

fiscais para que se avance com essa reforma

e não é possível impulsionar este mercado

sem alterar a lei do arrendamento, que tem

de partir do poder político.

Mas o mercado tem a dimensão que

tem, e o que pretendemos é continuar

a apoiar a nossa rede de distribuição

porque continuamos a vender

exclusivamente aos nossos distribuidores.

Pretendemos ainda continuar a apostar na

diversidade e qualidade da gama dos produtos,

para que tenham maior valor acrescentado.

O mercado cerâmico português está

a comportar-se de acordo com o

que se passa no resto da Europa,

nomeadamente em França que é o país

para onde mais vendem?

França é dos maiores consumidores europeus

de cerâmica, com um forte predomínio

tradicional português. Talvez pela emigração,

mas as empresas nacionais souberam

posicionar-se bem e começaram a ser players

importantes na abordagem do mercado.

Mas é importante referir que para que isto

aconteça é porque se trabalhou bem, tanto

ao nível do produto como do serviço porque

quem consegue estar no mercado francês,

que é muito exigente, consegue estar em

qualquer outro.

O mercado europeu é o objectivo

nº 1 para aumentar os valores de

exportação?

A Alemanha é o nosso segundo maior

mercado, no qual crescemos cerca de 25%,

nos últimos dois anos, o que nos obriga a

reafirmar essa aposta. Se a França consome

mais de cem milhões de m2 por ano e nós

temos um certo nível de penetração, então

devemos estar presentes no mercado alemão

com mais intensidade. É uma questão de

volume, se vendemos cerca de dois milhões

de m2 para França teremos de vender um

milhão e meio de m2 para a Alemanha.

O ano de 2011 é, para a Aleluia, um

ano de viragem. Que números querem

alcançar na facturação?

Vamos no quinto ano após a fusão do grupo,

pelo que é um ano de estabilidade, pelo

que gostava de atingir a facturação do ano

anterior. Pode não ser impossível mas não

vai ser fácil atingir essa fasquia porque toda

esta turbulência dos mercados europeus

afecta-nos muito, já que a construção

está muito dependente do credito, pela

incapacidade de investimento.

E como tem o grupo encarado esta crise

global?

Penso que as empresas que estão a suportar

melhor foram aquelas que já exportavam

mais, para o mercado tradicional europeu

e que foram mercados que apresentaram

alguma estabilidade. Vamos ver se, no

futuro, se vão comportar assim, porque

esta é uma crise que ninguém consegue

prever. Talvez no fim do primeiro semestre

de 2012, tenhamos a real dimensão desta

crise porque estamos dependentes de vários

factores exteriores que não sabemos como

vão acabar.

É fundamentalmente ser muito rápido

a reagir porque os acontecimentos

ultrapassam-nos muito rapidamente. Pior

do que uma má decisão é uma não decisão

porque o cenário muda permanentemente e

se ficamos à espera somos atropelados.

Como empresário, como analisa

as medidas que se anunciaram,

nomeadamente no aumento das horas

de trabalho e da possível congelação

dos subsídios no sector público?

O poder politico tem falhado,

fundamentalmente, em não explicar às

pessoas a realidade do país porque quando

perceberem a verdadeira situação da

economia, vão aceitar, mais facilmente,

algumas decisões tão dramáticas, porque

baixar cerca de catorze ou 15% um salário

é um drama. O certo é que ainda não ouvi

nenhuma alternativa, o que talvez queira

dizer que o caminho não deve andar muito

longe do traçado.

Numa empresa com quatrocentos e

trinta trabalhadores, qual a mensagem

que a Aleluia lhes passa, neste

momento?

Tenho a sorte de contar com uma equipa de

trabalho que se tem adaptado muito bem

a todas estas situações. Fundamentalmente

em termos de flexibilidade, todos os pedidos

que têm surgido pela administração da

Aleluia têm sido respondidos de forma

total pelos seus colaboradores, o que é

muito confortável, o facto de as pessoas

estarem presentes quando solicitadas.

Também temos tido o cuidado de não

pedir impossíveis, daí que os colaboradores

percebam todo o esforço que tem sido

desenvolvido pelos gestores e accionistas

para garantir uma tranquilidade, num

momento de grande intranquilidade.

Concorda que o poder político está

totalmente refém da nossa economia?

Toda a economia ocidental está baseada

na dívida e, portanto, criaram-se todas

as condições para a existência de uma

economia assente na especulação e o

resultado que estamos a viver é fruto disso

mesmo.

Destaca algum objectivo que gostasse

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50 ENTREVISTA

Breves

Com quem aprende muito?

Avô paterno.

Onde gostaria de viver?

Numa qualquer vila sossegada no interior de Portugal.

Uma voz que o embala?

Amália Rodrigues.

O filme da sua vida?

Les Uns et les Autres, de Claude Lelouch.

O escritor preferido?

Morris West.

A melhor viagem que fez?

Viagem a Creta, nos meus 25 anos de casado.

A refeição dos deuses?

Com a companhia da família e dos amigos.

O melhor vinho?

Da Bairrada.

Um provérbio ou uma frase feita?

Senão fizer nada diferente não acontece nada diferente.

Uma noticia que gostaria de ouvir?

Que a zona euro se unisse porque o mundo precisa urgentemente da sua

visão no domínio da segurança social.

de alcançar, como responsável da

Aleluia?

Gostaria de encontrar e descobrir mercados

para conseguir tirar o máximo partido de

toda a capacidade instalada nas nossas

unidades de produção, o que hoje não

acontece. Esse objectivo garantiria uma

estabilidade à força de trabalho que a

Aleluia tem e aos investidores e accionistas

o retorno do capital investido.

Qual é o lugar que o grupo quer atingir

no mercado europeu?

Cada vez mais o céu é o limite e acredito que

é nestas alturas de recessão que as grandes

empresas podem juntar esforços numa

abordagem diferente ao mercado, pelo que

acredito na formação de grandes grupos. É

um movimento que ainda não aconteceu

em Portugal mas que se vai verificar, porque

é uma característica das industrias maduras,

até porque só com empresas de maior

dimensão poderemos ter uma intervenção

mais forte nos mercadores internacionais.

Porque é que gosta do que faz?

Quando comecei a trabalhar, em 1980,

naquela empresa de máquinas industriais,

com cerca de trinta trabalhadores, entre

os quais mecânicos, pintores, electricistas,

percebi que o que era motivador era a

possibilidade de gerir pessoas tão diferentes

e de saber lidar com elas. Tenho tido a sorte

de não ter dificuldade de me levantar de

manhã para vir trabalhar, porque gosto do

que faço, também porque os desafios foram

aparecendo e foram sempre uns acima dos

outros. Devo dizer que as minhas decisões

são tomadas mais pelo lado emocional do

que pelo racional e não me tenho dado mal.

Porque quando se esta ligado às coisas pelo

lado emocional desfruta-se e goza-se mais

com o que se faz e até se é mais responsável.

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