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O Recurso a Modelos Matemáticos em sala de aula Débora Cona Herbert Azevedo

Débora Cona Herbert Azevedo. Jonêi Cerqueira Barbosa

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O Recurso a Modelos Matemáticos em sala de aula

Débora ConaHerbert Azevedo

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O que pensam os professores sobre a Modelagem Matemática?

Jonêi Cerqueira Barbosa

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1. Matemática e aplicações – uma tendência na Educação Matemática

• Ensino de Matemática → Alvo constante das atenções sociais, especialmente após o processo de industrialização.

• Baixo rendimento escolar → Motivo de preocupação a professores e à sociedade.

• Educadores matemáticos apontam inadequações entre necessidades socioculturais e abordagem recorrente nas escolas → dificuldades de aprendizagem.

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• Influência do movimento Matemática Moderna (década de 60 – formalidade e rigor nos fundamento de Teoria dos conjuntos e Álgebra)

• Avanços tecnológicos → domínio de habilidades matemáticas para exercício da cidadania.

• Conexões com a realidade → situações reais na sala de aula para compreender e intervir no meio social.

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2. Modelagem Matemática no ensino-aprendizagem• O que é a modelagem matemática?

Método da matemática aplicada, usada em variedades de problemas econômicos, biológicos, geográficos e outros ramos.

• ObjetivoReduzir um fenômeno em termos idealizados

da situação real para termos matemáticos.

Modelo → Estrutura matemática que descreve aproximadamente as características do fenômeno.

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Esse método foi transposto para o ensino-aprendizagem como forma de utilizar a realidade nas aulas de matemática.

A Modelagem pode aparecer no currículo através de três meios principais:• Projetos extensos (duração de semanas ou

meses);• Situações que possam requerer uma ou

duas aulas;• Atividade mais simplificadas (que possam

ser concluídas numa aula).

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As formas de implementar a Modelagem na sala de aula podem se organizar de diferentes maneiras:

• Modelagem pode servir como motivação para a introdução de novos conceitos e/ou aplicar conhecimentos adquiridos anteriormente;

• O aluno ou o professor podem escolher um tema e a formulação do problema não-matemático a ser modelado;

• Modelagem pode estar integrada a um programa pré-definido ou constituir uma atividade extra.

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Bassanezi e Biembengut (1997) dão-nos algumas pistas de como proceder nessa abordagem:1. Escolher um tema central para ser desenvolvido

pelos alunos;2. Recolher dados gerais e quantitativos que

ajudem na elaboração de hipóteses;3. Elaborar problemas conforme interesse dos

alunos;4. Selecionar as variáveis essenciais envolvidas nos

problemas e formulação das hipóteses;5. Sistematização dos conceitos que serão

utilizados na resolução;6. Interpretação da solução;7. Validação dos modelos.

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• Papel do professor → problematizar e realizar a ligação entre as ideias exploradas no processo de modelagem e o saber sistematizado.

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3. Modelagem e os professores de matemática• A apresentação de estruturas matemáticas não é

mais o foco central, mas são um recurso de organização de ideias exploradas e/ou investigadas.

• Respostas aproximadas, não mais certeza e precisão.

• Pode-se obter mais de uma solução, com diferentes caminhos.

“A modelagem redefine o papel do professor quando ele perde o caráter de detentor e transmissor do saber e passa a ser entendido como aquele que está na condução, no direcionamento das atividades.”

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• A adesão a essa postura não é instantânea, pois as concepções do professor não se alteram facilmente.

• Professores são um dos principais obstáculos para a implementação da Modelagem Matemática na escola.

• Professores cientes de suas inseguranças nas atividades de Modelagem, mas a implementação do método altera posturas didáticas.

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4. Objetivo do estudo• Descrever a percepção de professores de

matemática sobre a Modelagem Matemática no ensino aprendizagem da disciplina.

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5. Procedimentos metodológicos• Pesquisa qualitativa → envolve “entender o processo

pelo qual as pessoas constroem significados” (BOGDAN e BIKLEN, 1998);

• Questão aberta: “Qual o seu modo de pensar acerca da ‘Modelagem Matemática’ como um método de ensino-aprendizagem?”

• Entrevista feita com 40 professores participantes do Mini- Curso sobre Modelação Matemática (São Leopoldo- RS SBEM/UNISINOS, 1998).

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ESTRUTURA DO MINI-CURSO

1. Discussão sobre os rumos da sociedade e da educação e suas implicações na educação matemática;

2. Apresentação da proposta de Modelagem Matemática para o ensino-aprendizagem;

3. Aplicação de atividades parciais de Modelagem feitas pelo autor em sua prática docente;

4. Discussão sobre as formas de condução das atividades descritas no item 3;

5. Conclusão, discutindo vantagens e obstáculos.

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Escolaridade

Graduação – 62,5%Especialização – 25%Mestrado – 10%Doutorado – 2,5%

Nível que leciona

1º grau – 60%2º grau – 42,5%Superior – 15%Outros – 7,5%

ExperiênciaProfissional

0 a 5 anos- 47,5%5 a 10 anos – 17,5%10 a 15 anos – 22,5%15 a 20 anos – 0%Mais de 20 anos – 12,5%

Tipo de Instituição queLeciona

Pública – 60%Privada – 37,5%Outros – 17,5%

Participou de algum curso sobre Modelagem

Sim – 40%

Não - 60%

Tentou implementar a Modelagem na sala de aula

Sim – 55%

Não – 45%

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6. Resultados

A MODELAGEM TRAZ VANTAGENS PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

• Relação entre a realidade e o mundo matemático;• Conduz ao trabalho interdisciplinar;• Transformação da postura do professor;• Relação professor e alunos com nova divisão de

responsabilidades;• Explorar matemática considerando o contexto

social do aluno.

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• Manejar matemática como um processo de construção;

• O uso do computador enriquece esta metodologia, como afirmam MESQUITA, MARQUES e CARREIRA (1992), entre outros.

• Desenvolve a postura dos alunos para a pesquisa:

“É uma forma de fazer com que o aluno investigue matemática”

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OBSTÁCULOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA MODELAGEM

• Os professores apontam a falta de motivação dos alunos:

“Os alunos não querem se esforçar para pensar.”

Possível explicação: Eles estão acostumados a ver o professor como

transmissor de conhecimentos e, portanto, têm postura passiva em relação à aula (FRANCHI, 1993)

• O contexto escolar pode inibir iniciativas dos professores:

* currículo atual; *realidade da escola pública;* vestibular; *conteúdos;* tempo

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- BLUM e NISS (1991) e BASSANEZI (1994) identificaram também que os próprios professores são obstáculo:

“O professor não tem preparação adequada para desenvolver tal trabalho.”

→ O autor afirma que uma das causas pode ser o curso de formação de professores.

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ABSTENÇÃO DE RESPOSTA

• Existe a necessidade de conhecimento sobre o método:

"É a primeira vez que ouço falar em modelagem matemática."

O autor ainda comenta:• Há falta de materiais para o professor;

• Falta de investigação metodológica consistente no Brasil.

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Há um conflito entre as vantagens em aderir a modelagem e os obstáculos a sua implementação; Existe um conflito maior dentro da escola, que envolve: *pressão da sociedade por uma educação compatível; *posição dos pais, supervisores, diretores.

• Existe a vantagem de aumentar/desenvolver a habilidade de pesquisar entre os alunos;

• Há uma quebra das expectativas dos alunos, que pode gerar uma apatia por parte destes.

7. Considerações Finais

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• Por que nos curso de formação de professores se fala pouco sobre modelagem matemática?

• Os professores universitários têm conhecimento sobre modelagem matemática?

Se têm, será que encontram as mesmas dificuldades de implementação do método que os entrevistados?

Questionamentos: