35
DECLARAÇÃO Mestrado Integrado em Medicina Dentária Monografia/Relatório de Estágio Identificação do autor Nome completo: Júlia Milena Carvalho Nascimento Nº identificação civil: L153935N7 Nº estudante: 202000717 Email institucional: [email protected] Email alternativo: [email protected] Tlf/Tlm: 910169792 Faculdade/Instituto: Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto Identificação da publicação Dissertação de Mestrado Integrado (Monografia) Relatório de Estágio Título Completo: Avaliação das Propriedades Antimicrobianas, Solubilidade e Tempo de Presa de Diferentes Cimentos Endodônticos____________________________________ Orientador: Professora Doutora Joana Barros Coorientador:____________________________________________________________ Palavras-chave: cimentos endodônticos; propriedades físico-químicas; tempo de presa; solubilidade; atividade antimicrobiana Autorizo a disponibilização imediata do texto integral no Repositório da U. Porto ___ (x) Não autorizo a disponibilização imediata do texto integral no Repositório da U.Porto: ____ (x) Autorizo a disponibilização do texto integral no Repertório da U. Porto, com período de embargo, no prazo de: 6 meses:___; 12 meses:___; 18 meses:___; 24 meses:___; 36 meses:___; 120 meses:___; Justificação para a não autorização imediata:_______________________________ Data: ___/___/____ Assinatura__________________________ 2021 08 06

DECLARAÇÃO Identificação do autor

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DECLARAÇÃO

Mestrado Integrado em Medicina Dentária

Monografia/Relatório de Estágio

Identificação do autor

Nome completo: Júlia Milena Carvalho Nascimento

Nº identificação civil: L153935N7 Nº estudante: 202000717

Email institucional: [email protected]

Email alternativo: [email protected] Tlf/Tlm: 910169792

Faculdade/Instituto: Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

Identificação da publicação

Dissertação de Mestrado Integrado (Monografia) � Relatório de Estágio �

Título Completo: Avaliação das Propriedades Antimicrobianas, Solubilidade e Tempo de Presa de Diferentes Cimentos Endodônticos____________________________________

Orientador: Professora Doutora Joana Barros

Coorientador:____________________________________________________________

Palavras-chave: cimentos endodônticos; propriedades físico-químicas; tempo de presa; solubilidade; atividade antimicrobiana

Autorizo a disponibilização imediata do texto integral no Repositório da U. Porto ___ (x)

Não autorizo a disponibilização imediata do texto integral no Repositório da U.Porto: ____ (x)

Autorizo a disponibilização do texto integral no Repertório da U. Porto, com período de embargo, no prazo de:

6 meses:___; 12 meses:___; 18 meses:___; 24 meses:___; 36 meses:___; 120 meses:___;

Justificação para a não autorização imediata:_______________________________

Data: ___/___/____

Assinatura__________________________

202108 06

POIF()IACUIOAØL DLMEDICINA DENTARIAUNI’ERIOAD 00 PORTO

DECLARAÇÃO

Monografia/Relatório de Estágio

Declaro que o presente trabalho, no âmbito da Monografia/Relatório de Estágio,

integrado no MIMD, da FMDUP, é da minha autoria e todas as fontes foram devidamente

referenciadas.

__/

/____

O / A Estudante

2$

202123 05

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES ANTIMICROBIANAS, SOLUBILIDADE E TEMPO DE PRESA DE DIFERENTES CIMENTOS ENDODÔNTICOS

Júlia Milena Carvalho Nascimento

Artigo de Revisão Bibliográfica

Mestrado Integrado em Medicina Dentária

Da Universidade do Porto

Porto 2021

I

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES ANTIMICROBIANAS, SOLUBILIDADE E TEMPO DE

PRESA DE DIFERENTES CIMENTOS ENDODÔNTICOS

Artigo de revisão bibliográfica submetido à Faculdade de Medicina Dentária da Universidade

do Porto para obtenção do grau de Mestre em Medicina Dentária

Júlia Milena Carvalho Nascimento

ORIENTADOR

Professora Doutora Joana Barros

Professora Auxiliar Convidada da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

Afiliação: Discente do 5º ano do Mestrado Integrado de Medicina Dentária da Faculdade de

Medicina Dentária da Universidade do Porto

Endereço: [email protected]

Porto

2021

ii

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado esta grande oportunidade, por estar comigo nos

dias mais difíceis e por toda a sabedoria e força que tem me dado.

Agradecimento especial à minha mãe, Luzia de Carvalho, por acreditar e ser a

principal incentivadora de todos os meus sonhos. Por ser um exemplo e meu apoio em

todos os momentos da minha vida.

À minha orientadora, Professora Doutora Joana Barros, por ter aceite o convite em

fazer parte desse projeto, por todo o seu apoio e paciência.

Ao meu namorado, por ter embarcado comigo nessa aventura que é estar em solo

desconhecido, por todo apoio emocional, conselhos e paciência nessa etapa.

Ao meu grande amigo e irmão, Jordano Francio, por todo o apoio e atenção com essa

pesquisa, não tenho dúvidas que será um grande professor.

Agradeço à Universidade do Porto pela grande oportunidade em ter sido sua aluna e

pelo acolhimento.

Aos grandes mestres, professores do curso de Medicina Dentária da Universidade do

Porto, por terem dividido comigo toda a sua sabedoria.

E por fim a todos que direta ou indiretamente contribuíram para que eu chegasse até

aqui e me tornasse a profissional que eu sou hoje.

iii

RESUMO Introdução: A etapa final do tratamento endodôntico consiste na obturação dos canais radiculares onde se pretende um preenchimento tridimensional com a utilização de cimentos endodônticos. Os cimentos devem apresentar excelentes propriedades antibacterianas e físico quimicas, baixa solubilidade e biocompatibilidade. A atividade antimicrobiana potencia o sucesso do tratamento tal como a solubilidade e, apesar dos avanços tecnológicos atuais, ainda não está disponível um cimento que possa ser considerado ideal. Também o tempo de presa do material não deve ser curto nem muito longo pois pode resultar na irritação dos tecidos devido ao grau de toxicidade dos cimentos. Objetivo: Avaliar e comparar diferentes resultados quanto às propriedades antimicrobianas, solubilidade e tempo de presa de canais radiculares obturados com cimentos à base de óxido de zinco-eugenol, cimentos resinosos, MTA e biocerâmicos. Material e Métodos: A pesquisa foi realizada nas bases de dados Scopus e MEDLINE (via PubMed) empregando os termos principais “endodontic sealers” OR “root canal sealer” e adicionando termos de acordo com cada objetivo de estudo. Os critérios de inclusão foram artigos e ensaios clínicos publicados em português ou inglês, sem limite de data. Foram analisados 163 artigos, sendo 107 considerados relevantes. Desenvolvimento: Os cimentos iRoot SP, Sealapex e EndoRez apresentaram bons resultados antibacterianos, ao contrário do AH Plus. O AH Plus possui maior atividade antibacteriana recém manipulado, após esse tempo não apresenta efeito antibacteriano contra E. Faecalis, sem formaldeído ele é incapaz contra esse microrganismo. No teste de difusão de ágar, o AH Plus mostrou maiores zonas de inibição que Ketac-Endo e RoekoSeal, mas não houve diferença entre AH Plus, Sealapex e Sultan. Os cimentos à base de óxido de zinco-eugenol possuem um forte efeito antibacteriano. O AH Plus mostrou menor solubilidade do que os outros cimentos. Cimentos à base de óxido de zinco-eugenol apresentam alta solubilidade, especialmente no estágio inicial da reação de presa. Endofill possui excelente estabilidade dimensional, mas alta solubilidade. Os cimentos à base de óxido de zinco-eugenol têm tempo de presa mais longo do que outros cimentos. O tempo de presa inicial e final do óxido de zinco-eugenol convencional tiveram resultados de 463,0 e 698,0 min respectivamente. O ProcoSol variou entre 40,5 min a 42 horas e o TubliSeal de aproximadamente 1h. A presa inicial do MTA Angelus, ocorre dentro de 15 minutos. O tempo de presa e solubilidade do MTA são diretamente afetados pela umidade o que aumenta tanto o tempo de presa quanto a solubilidade desse material. Conclusão: Todos os cimentos, com exceção do AH Plus, apresentaram boas propriedades antibacterianas, sendo os cimentos à base de óxido de zinco-eugenol os melhores nesse requisito. Quanto à solubilidade, os cimentos à base de resina epóxi foram os que apresentaram menor solubilidade e os cimentos de óxido de zinco-eugenol o que apresentaram a mais alta solubilidade entre os cimentos. O MTA foi o material que apresentou o menor tempo de presa entre todos os cimentos e o cimento à base de óxido de zinco-eugenol se apresentou como o cimento que tinha o tempo de presa mais longo.

Palavras-chave: cimentos endodônticos; propriedades físico-químicas; tempo de presa; solubilidade; atividade antimicrobiana.

iv

ÍNDICE GERAL

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 1

MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................................................... 4

DISCUSSÃO ................................................................................................................................................... 4

1. ATIVIDADE ANTIMICROBIANA .............................................................................................. 5

1.1 Óxido de Zinco-Eugenol ........................................................................................................... 6

1.2 Resina Epóxi .................................................................................................................................... 7

1.3 MTA......................................................................................................................................................... 8

1.4 Biocerâmicos ................................................................................................................................... 9

2. SOLUBILIDADE ............................................................................................................................. 10

2.1 Óxido de Zinco-Eugenol ......................................................................................................... 11

2.2 Resina Epóxi .................................................................................................................................. 12

2.3 MTA....................................................................................................................................................... 13

2.4 Biocerâmicos ................................................................................................................................. 14

3. TEMPO DE PRESA ....................................................................................................................... 15

3.1 Óxido de Zinco-Eugenol ......................................................................................................... 15

3.2 Resina Epóxi .................................................................................................................................. 16

3.3 MTA....................................................................................................................................................... 17

3.4 Biocerâmicos ................................................................................................................................. 18

CONCLUSÕES ............................................................................................................................................ 19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................................................... 21

1

INTRODUÇÃO

A etapa final do tratamento endodôntico tem como finalidade alcançar um

preenchimento tridimensional e compacto do sistema de canais radiculares (CR), com

o objetivo de oferecer condições de regeneração para os tecidos perirradiculares (1).

Esta fase do tratamento designa-se por obturação e para além da guta-percha utilizam-

se cimentos de obturação. As propriedades de um cimento endodôntico considerado

ideal foram descritas por Grossman (1982): devem ter fluidez quando

misturados/preparados para se obter uma boa adesão entre a guta-percha e a parede

dos CR, promover um bom selamento hermético, radiopacidade suficiente para serem

visualizados radiograficamente, as partículas de pó devem ser finas para que se

misturem corretamente com o líquido, não deve apresentar contração após a presa

final, não pigmentar a estrutura dentária, ser bactericida e/ou bacteriostático,

apresentar insolubilidade perante os fluídos dos tecidos apicais, deve difundir-se

lentamente, deve ser solúvel em solventes comuns de forma a facilitar o retratamento

endodôntico (se necessário), devem ser biocompatíveis, apresentar baixa citotoxidade

e não devem ser mutagênico, nem carcinogênicos (2).

No entanto, alcançar um ambiente estéril é impossível devido à grande

complexidade do sistema de CR. A desinfecção e obtenção de uma selamento

hermético são pré requisitos para um tratamento endodôntico de sucesso a longo

prazo. Para obtenção de uma selamento ideal, é necessária a união de um cimento

endodôntico com a guta-percha por não ser capaz de se aderir perfeitamente às

paredes dentinárias e este às paredes dos canais (3).

Apesar da preparação obtida pelos instrumentos endodônticos, a irrigação e

medicação intracanal reduzirem significamente a população de microrganismos no

interior dos CR, a literatura refere que há presença de bactérias nos túbulos dentinários

e cemento mesmo após o tratamento endodôntico (4,5).

Ainda assim, a periodontite apical (PA) pode ser tratada e evitada através da

desinfecção e preenchimento adequado dos CR para evitar que os microrganismos

residuais cheguem aos tecidos perirradiculares (6).

2

Enterococcus faecalis é uma bactéria que tem sido alvo em estudos de

propriedades antibacterianas pela sua capacidade de sobrevivência ao tratamento

endodôntico, resistência a fármacos e por estar frequentemente presente em quadros

clínicos de (PA) reagudizada, associada a casos de insucesso do tratamento

endodôntico (7). A escolha de um cimento obturador com alta atividade antimicrobiana

idealmente deve evitar o crescimento dos microrganismos residuais no interior dos CR

(8).

Os cimentos endodônticos mais utilizados atualmente são à base de resina, à

base de óxido de zinco-eugenol, ionômero de vidro, hidróxido de cálcio ou silicone. Os

cimentos à base de hidróxido de cálcio são conhecidos pelo seu grande fator

remineralizante e bactericida que ocorre devido a liberação de íons hidroxila (9).

Os primeiros cimentos desenvolvidos para a obturação do sistema de CR foram

os de óxido de zinco-eugenol modificados (10), sendo até a atualidade os mais

utilizados (11).

Os cimentos endodônticos à base de resinas epóxi também são amplamente

utilizados. O cimento AH-Plus é reconhecido como “padrão ouro” entre os materiais

endodônticos, possui excelente adesão à superfície dentinária, boas características

bactericidas e bacteriostáticas, biocompatibilidade, além de possuírem baixa

solubilidade. Por outro lado, estudos de toxicidade e regeneração dentinária

questionam o seu uso (9,12).

Com o desenvolvimento do agregado trióxido mineral (MTA), materiais à base

desse componente são utilizados desde então em procedimentos endodônticos devido

às suas excelentes propriedades biológicas (13). O MTA é um material que fornece

propriedades antibacterianas, boa biocompatibilidade, baixa citotoxicidade, libertação

de hidróxido de cálcio, bom selamento marginal, adequada dureza e força compressiva,

além de serem resistentes e possuirem a capacidade de selamento mesmo na

presença de sangramento ou humidade (14,15).

A literatura tem apontado os cimentos biocerâmicos (CB) como material de

escolha para casos clínicos de perfurações radiculares. Os CB possuem grande

biocompatibilidade, não absorção, alto potencial hidrogeniônico (pH), facilidade de

3

manioulação e aplicação no interior dos CR, baixa citotoxicidade e por não sofrerem

contração após presa final (16,17). A biocompatibilidade, baixa citotoxicidade e

características bioativas favorecem a sobrevivência e função das células

osteoblásticas, tornando-o uma opção para o tratamento de PA (18).

Mediante a realização de uma revisão de literatura, este trabalho teve como

objetivos avaliar e comparar os cimentos de obturação à base de zinco-eugenol,

cimentos resinosos, MTA e biocerâmicos quanto às suas propriedades

antimicrobianas, solubilidade e tempo de presa.

4

MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização do presente travalho foi realizada uma pesquisa nas bases de

dados Scopus e MEDLINE (via PubMed) para identificar trabalhos envolvendo os

materiais endodônticos à base de agregado trióxido mineral (MTA), biocerâmicos, resina

epóxi e óxido de zinco-eugenol. Para cada pesquisa, os termos de busca incluíam os

termos a seguir: Endodontic Sealers [OR] Root Canal Sealer sempre mantido e os

termos da pesquisa foram modificados para cada banco de dados. Para avaliar artigos

quanto às propriedades antimicrobianas, foram utilizados os termos “endodontic

sealers” OR “root canal sealer” AND “bioceramic-based” OR “zinc oxide eugenol” OR

“epoxy resin-based” OR “MTA-based” OR “mineral trioxide aggregate” AND

“antibacterial activity”; quanto à solubilidade, foram utilizados os termos “endodontic

sealers” OR “root canal sealer” AND “bioceramic-based” OR “zinc oxide eugenol” OR

“epoxy resin-based” OR “MTA-based” OR “mineral trioxide aggregate” AND “solubility” e

quanto ao tempo de presa, foram utilizados os termos “endodontic sealers” OR “root

canal sealer” AND “bioceramic-based” OR “zinc oxide eugenol” OR “epoxy resin-based”

OR “MTA-based” OR “mineral trioxide aggregate” AND “setting time”.

Os critérios de inclusão dos artigos utilizados para este estudo foram pesquisas

publicadas na língua portuguesa ou inglesa, sem limite de data de publicação.

Inicialmente, (n=163) artigos foram incluídos para análise e os textos completos dos

artigos selecionados foram lidos. Por fim, (n=107) artigos foram incluídos neste trabalho.

Artigos que não atenderam a todos os critérios de inclusão foram descartados.

Como mencionado anteriormente, os artigos selecionados para essa pesquisa

foram avaliados quanto à a) avaliações de solubilidade, b) tempo de presa e c)

propriedades antibacterianas de diferentes cimentos endodônticos com ênfase em

canais radiculares obturados (ex vivo) e/ou estudos relacionados com cimentos à base

de óxido de zinco-eugenol, cimentos resinosos, à base de MTA e biocerâmicos.

DISCUSSÃO

5

1. ATIVIDADE ANTIMICROBIANA

A atividade antimicrobiana dos cimentos endodônticos deve ser uma propriedade

considerada na escolha do material já que pode influenciar o sucesso e prognóstico do

tratamento (19).

Uma vez que é impossível eliminar completamente os agentes infecciosos do

interior do sistema de CR, a utilização, de um cimento endodôntico com atividade

bactericida e/ou bacteriostática é recomendada para reduzir ainda mais o número de

microrganismos residuais e evitar possíveis insucessos com necessidade, evitar

chances de retratamentos futuros. Um dos desafios da pesquisa endodôntica tem sido

a falta de protocolos in vitro e ex vivo padronizados para o teste do efeito antimicrobiano

dos cimentos (7,20).

O Enterococcus faecalis é a bactéria mais prevalente em sistemas de CR

infectados, estando presente em 38% nos casos de insucesso do tratamento

endodôntico (21), e em situações de da periodontite apical crónica. (22). Cepas do

E.faecalis permanecem viáveis no interior dos túbulos dentinários, e na presença de

soro humano conseguem se aderir ao colágeno, o que pode explicar o mecanismo pelo

qual essa bactéria atua na falha crônica do tratamento endodôntico (23). E. faecalis

também é resistente a antibióticos e possui a capacidade de sobrevivência nos canais

radiculares sem o apoio de outras bactérias (24). Além disto, este microrganismo

adapta-se através de uma bomba de protões capaz de acidificar o citoplasma

bacteriano (25), o que justifica sua resistência a medicamentos intracanais à base de

hidróxido de cálcio (26).

Na avaliação do efeito antimicrobiano dos cimentos endodônticos é importante

estudar a variação do pH, uma vez que essa propriedade pode inibir o crescimento

microbiano e influenciar na biocompatibilidade do material (27). Segundo a literatura,

sob pH de ~11,5 ou superior, o E. faecalis é incapaz de sobreviver (28). Quando

comparados os valores de pH e a efetividade contra o E. faecalis, há fatores mais

importantes para seus agentes na atividade antomicrobiana a serem considerados do

6

que o pH do cimento. O cimento iRoot SP apresentou recentemente um dos maiores

pHs de todos os cimentos comparados (Apexit Plus, Sealapex, AH Plus, TubliSeal,

Epiphany e EndoRez), porém após 07 dias da presa sua atividade antimicrobiana já se

apresentava quase ausente (20).

Foi relatado que os componentes antimicrobianos dos cimentos endodônticos

podem apresentar efeitos tóxicos nos tecidos do hospedeiro devido à falta de toxicidade

seletiva contra microrganismos, porém, a toxicidade é maior em cimentos

recentemente preparados, o que reduz muito após a presa final. Isso poderia explicar

os resultados da alta atividade antimicrobiana de cimentos recém-misturados (20,29).

O teste de difusão de ágar (ADT) foi o método mais utilizado para avaliar a

atividade antimicrobiana dos cimentos endodônticos. No entanto, a técnica apresenta

diversas falhas pois é relativamente insensível e os resultados dependem das

propriedades físicas e difusão do material testado, além de serem semiquantitativos e

não distinguirem entre propriedades bacteriostáticas e bactericidas. Por outro lado, o

teste de contato direto (DCT) é quantitativo, permite medir o efeito bactericida ao invés

do bacteriostático dos materiais, permite calcular o número exato de bactérias

sobreviventes após cada contacto de tempo, além de permitir o estudo de materiais

insolúveis com tempo de presa padronizados (7,20,30). Sendo assim não é possível

comparar pesquisas que utilizem métodos avaliativos diferentes, considerando que o

ADT e o DTC apresentam resultados conflitantes obtidos a partir de dois testes

diferentes (31).

Importa ainda abordar a característica de molhabilidade deste materiais. A

molhabilidade de um material significa que a interface sólido-líquido é formada com a

expulsão simultânea de ar, sendo o ângulo de contato. Um baixo ângulo de contato

indica que o líquido possui alta molhabilidade, enquanto valores altos indicam baixa

molhabilidade. Uma molhabilidade satisfatória e fluxo adequado também são

propriedades essenciais para que os cimentos endodônticos estabeleçam um

selamento impermeável a fluidos (32)

1.1 Óxido de Zinco-Eugenol

7

Na comparação dos ângulos de contato, que indicam a capacidade de

molhabilidade do material, os cimentos Apexit Plus (à base de hidróxido de cálcio), AH

Plus, Tubli Seal (ZOE) e Sealapex (à base de hidróxido de cálcio polimérico) mostraram

valores similares. Comparações do efeito antimicrobiano entre suspensões de MTA e

BA (bioagregados) em baixas concentrações mostraram valores similares e se

mostraram efetivos contra o microrganismo E. faecalis dentro de uma hora após a

preparação do material (33).

O eugenol é um potente agente antibacteriano e desempenha um importante

papel dentro da atividade entre os cimentos endodônticos à base de ZOE (óxido de

zinco-eugenol) (34). Cimentos à base de óxido de zinco-eugenol, como Roth811 e Kerr

EWT, são também conhecidos pelos seus efeitos antibacterianos pela ação do eugenol

(35). O cimento Pulp Canal Sealer EWT (ZOE) vem sendo usado há décadas, em

concentrações relativamente altas, o eugenol que é um de seus componentes, possui

um grande efeito bactericida, fazendo com que a dentina adjacente ao cimento seja

exposta aos níveis bactericidas do eugenol imediatamente após a aplicação (36).

Quando comparados, os cimentos à base de hidróxido de cálcio (Sealapex e

CRCS) e um à base de óxido de zinco contendo eugenol (cimento Roth), em testes

DTC, mostraram resultados que o Sealapex foi o mais fraco quando recém manipulado

com o tempo de 01 dia, porém em em amostras de 07 dias pós a espatulação mostrou

um forte efeito antimicrobiano (37,38).

1.2 Resina Epóxi

O cimentos AH Plus, que é uma modificação a partir do AH 26, apesar de

apresentar boa biocompatibilidade, não liberta formaldeído como o seu antecessor, o

que pode implicar uma redução de propriedade antimicrobiana (39).

Pizzo et al. em testes DTC reportaram que o AH Plus possui maior atividade

antibacteriana recém espatulado quando comparado com amostras de 24 horas e 07

dias, indicando não haver mais nenhum efeito antibacteriano contra E. faecalis pós

presa (40). Diversas pesquisas também apresentaram resultados semelhantes

(20,40,41)

8

Mesmo assim, o cimento AH Plus é um inibidor mais potente de crescimento

bacteriano quando comparado com o cimento Sealapex. No ensaio DTC, o AH Plus e

Sultan (ZOE) mostraram-se quase semelhantes na eficácia antibacteriana e ambos

mostraram inibição completa de crescimento bacteriano. O cimento Ketac-Endo (à

base de ionômero de vidro) mostrou as mesmas propriedades que o AH Plus e Sultan

nas primeiras 19 horas de teste. Entretanto, após este período, foi registrado um

crescimento bacteriano, o que mostrou que Ketac-Endo tinha um efeito antibacteriano

como AH Plus e Sultan apenas nas primeiras 19 h (30).

Através de ADT (teste de difusão de ágar), o AH Plus mostrou maiores zonas de

inibição quando comparado com Ketac-Endo (à base de ionômero de vidro) e

RoekoSeal (à base de silicone), mas não houve nenhuma diferença entre o AH Plus e

o Sealapex e Sultan (ZOE). Este resultado pode ser explicado por esses cimentos

terem na composição inibidores antibacterianos mais potentes do que Ketac-Endo e

RoekoSeal e que esses componentes possuem melhores propriedades de difusão.

Este estudo também confirmou que os cimentos à base de ZOE possuem um forte

efeito antibacteriano (31).

O efeito antibacteriano dos cimentos endodônticos à base de resina epóxi estão

relacionados com o éter diglicidílico do bisfenol A e a liberação de formaldeído durante

o processo de polimerização (42,43).

Os cimentos com melhores propriedades antimicrobianas são os cimentos

endodônticos que contêm eugenol e formaldeído em sua composição. Sem

formaldeído, o cimento AH-Plus foi absolutamente ineficaz contra E. faecalis (44). Esse

resultado está de acordo com outros resultados que mostraram que o menor efeito

antimicrobiano do AH Plus contra o E.faecalis se dá pela baixa libertação de

formaldeído ao longo do tempo (39,43).

1.3 MTA

O MTA é capaz de lançar a sua porção solúvel de maneira contínua em um

ambiente aquoso (45), o que resulta em um aumento do pH devido a dissociação do

hidróxido de cálcio em cálcio e íons hidróxido, o que é responsável pela sua eficácia

9

antimicrobiana (46).

Sipert et al. relataram que o MTA possui atividade antimicrobiana contra o E.

faecalis, Micrococcus luteus, S. aureus, S. epidermidis, P. aeruginosa e C. albicans,

mas não mostrou efeitos sobre o E. coli. No mesmo estudo, foi descrito que o MTA

atrasou ou inibiu o crescimento do E. faecalis e que o cimento ProRoot MTA mostrava

boa atividade antibacteriana (47).

Foi demostrado que uma concentração fixa de é eficaz contra C. albicans por

um período de até 3 dias (48).

A partir do teste (DTC), o cimento IRM e o ProRoot MTA apresentaram bons

efeitos antibacterianos contra P. aeruginosa. IRM mostrou melhor eficácia contra S.

aureus do que outros materiais. Para a E. faecalis foi mostrado que não foram capazes

de eliminar completamente este microrganismo (48).

Relembrando que o material ProRoot MTA é um tipo de cimento Portland que

contém óxido de cálcio que, ao entrar em contato com água ou fluidos dos tecidos, é

convertido em hidróxido de cálcio (49). ProRoot MTA e IRM retardam o crescimento da

E.faecalis devido a dissociação do cálcio e íons hidróxido, sendo responsável pela

alcalinidade desse material (28).

Um estudo de Stowe et. al avaliando a eficácia do ProRoot MTA demonstrou que

o cimento não é capaz de eliminar completamente o E. faecalis. Por outro lado, foi

demonstrado que ao misturar o cimento ProRoot MTA com 0,12% de gluconato de

clorexidina ao invés de água pode aumentar consideravelmente a sua atividade

antimicrobiana contra essa bactéria (50).

1.4 Biocerâmicos

Os cimentos biocerâmicos, como o IRoot SP, apresentam um potente efeito

antibacteriano (51). O efeito antibacteriano deve-se à combinação de alto pH,

hidrofilicidade e difusão ativa de hidróxido de cálcio. No entanto, o efeito antibacteriano

diminui consideravelmente após a mistura dos materiais (20).

Zhang et al. em estudos teste de contato direto (DTC) modificados relataram que

os cimentos recém manipulados, iRoot SP (biocerâmico), AH Plus e EndoRez (à base

10

de metacrilato) erradicaram a bactéria E. faecalis. Após 01 dia, os cimentos iRoot SP,

Sealapex (à base de hidróxido de cálcio polimérico) e EndoRez apresentaram bons

resultados com a eliminação de todos os microrganismos ao fim de 60 minutos, ao

contrário do AH Plus que falhou no teste. Sete dias após a espatulação, EndoRez e

Sealapex ainda mantinham uma elevada atividade antibacteriana, matando todas as

células de E. Faecalis, o mesmo estudo comprovou que os cimentos iRoot SP, AH Plus

e EndoRez apresentam eficácia contra a bactéria E. faecalis , os cimentos iRoot SP e

EndoRez com atividade antimicrobiana eficaz após 03 e 07 dias da realização da

aglutinação, respectivamente (20).

Quando comparado com cimentos à base de resina epóxi e óxido de zinco e

eugenol, o Endo Sequence BC Sealer também se mostrou melhor na atividade

antimicrobiana (52).

Como comentado anteriormente, quanto menor o ângulo de contato

(molhabilidade do material), mais hidrofílicos e maior é a sua capacidade em espalhar

os seus substratos (53). Tal fator pode influenciar o efeito bactericida dos cimentos

endodônticos biocerâmicos, apesar de estudos não mostrarem a sua relação direta

com essa característica, o baixo ângulo de contato pode facilitar a penetração do

material nas regiões mais difíceis do sistema de RC, o que contribui positivamente

para o seu efeito antibacteriano (20).

O retratamento endodontico em canais obturados com cimentos biocerâmicos é

um fator relevante, já que biocerâmicos à base de fosfato de silicato de cálcio são

conhecidos pela sua forte presa, o que poderia impedir uma limpeza adequada e

remodelagem dos canais radiculares em situações clínicas de retratamento

endodôntico (54).

2. SOLUBILIDADE

A solubilidade dos cimentos endodônticos é essencial para o sucesso do

tratamento endodôntico (55). A estabilidade dimensional e insolubilidade perante os

fluidos teciduais e capacidade de selamento são propriedades que devem ser

consideradas na escolha do melhor cimento endodôntico (56).

11

A solubilidade de um material é avaliada com base na perda de massa após a

imersão em água destilada por 24 horas, porém períodos de tempo mais longos foram

usados na pesquisa e podem ser importantes para avaliar as propriedades dos

materiais (57).

Para realizar os testes de avaliação das características físico-químicas dos

cimentos endodônticos para testes de estabilidade dimensional e solubilidade, os

métodos convencionais apresentam algumas limitações pois as diferenças de peso do

material antes e depois da imersão em água podem não significar solubilidade e alguns

materiais podem absorver água mesmo apresentando solubilidade. Para complementar

esses testes, as imagens tomográficas micro computadorizadas podem trazer dados

mais confiáveis (58,59).

A solubilidade de um cimento não deve exceder 3% de fração de massa após

imersão em água destilada por 24 horas, isto está de acordo com o padrão de baixa

solubilidade de um cimento endodôntico que foi introduzida em 2000 como requisito na

especificação ANSI/ADA nº 57 e em 2001 como requisito na norma 6876 da

International Standards Organization (ISO) para materiais de selamento de canal

radicular (60,61).

Assim, os testes de solubilidade são importantes pois os cimentos endodõnticos

podem ter contato com os fluidos periapicais da região apical dos dentes, sendo a baixa

solubilidade um fator que deve ser considerado (60).

Reforçando a importância destes parâmetros, os requisitos da Associação

(ANSI/ ADA) para os cimentos endodônticos incluem a radiopacidade de pelo menos

3mm de espessura de alumínio, menos de 3% de solubilidade, mais de 20 mm de

fluidez, não apresentar mais de 50 µm de espessura do filme e o tempo de presa não

pode exceder 10% do tempo especificado pelo fabricante (62).

2.1 Óxido de Zinco-Eugenol

A solubilidade dos materiais à base de ZOE pode estar relacionado com a perda

contínua de eugenol da matriz do cimento e o efeito da lixiviação que faz com que haja

desintegração do material e perda de massa (63).

12

Nos testes de solubilidade, os cimentos endodônticos à base de ZOE mostraram

uma diminuição significativa de suas propriedades quando contaminado com

humidade, pois apresentam alta solubilidade (64), especialmente no estágio inicial da

reação de presa (65).

McComb et al. relataram que o cimento de Grossman (à base de ZOE) possui

propriedades adesivas fracas na dentina e alta permeabilidade (21). Resultados

semelhantes também foram descritos em outras pesquisas, que mostraram que o

cimento endodôntico de Grossman apresentou uma capacidade de selamento

diminuida sob condições de humidade (66,67).

Em testes de 07 dias pós espatulação, os cimentos à base de ZOE apresentaram

maior solubilidade quando comparada com outros cimentos endodônticos (MTA,

cimento à base de silicato de cálcio (CSC) + Dióxido de zircónio (ZrO 2), ZOE), o que

pode explicar os resultados bacterianos avaliados na mesma pesquisa, pela perda de

massa do material que leva à perda de adaptação marginal. Os resultados também

mostraram que ZOE e MTA apresentaram solubilidade semelhante após 30 dias (24).

A solubilidade dos cimentos à base de óxido de zinco-eugenol também foi

relatada por Carvalho-Junior et al. que afirmaram que o cimento Endofill (ZOE), apesar

de ser bem estabelecido e possuir uma excelente estabilidade dimensional, possui alta

solubilidade (68) Esse resultado está de acordo com Garrido et al. (69).

2.2 Resina Epóxi

De acordo com vários estudos, os cimentos à base de resina epóxi apresentam

baixa solubilidade (70). Barros et al. (53) relataram baixa solubilidade e porosidade do

cimento AH Plus o que reforça a correlação entre as propriedades de solubilidade e

porosidade.

Apesar de apresentarem uma alta insolubilidade, o que dificulta em casos

clínicos de retratamento endodôntico, os cimentos à base de resina epóxi são

amplamente utilizados há muito tempo (71).

São muitos os estudos que indicam que o cimento AH Plus, quando comparado

com outros cimentos, mostra uma menor solubilidade. Pulp Canal Sealer (ZOE), N2

13

(ZOE), Sealapex (à base de hidróxido de cálcio polimérico), EasySeal (à base de resina

epóxi) e MTA Fillapex mostraram valores de solubilidade significativamente inferiores

do que BioRoot RCS (silicato tricálcico) e TotalFill BC Sealer (biocerâmico), e o AH Plus

quando comparado com o Endosequence BC Sealer (biocerâmico) também possuía

menor solubilidade do que outros materiais testados (60,72).

Ainda de referir que, os cimentos endodônticos resinosos como o AH 26 ou AH

Plus contêm na sua composição epóxidos que estão aprisionados na sua matriz

resinosa, o que também lhe confere boas propriedades mecânicas (73).

2.3 MTA

A solubilidade apresentada pelo MTA pode estar relacionada ao óxido de

bismuto que possui como radiopacificador (74), o que pode aumentar a sua porosidade

e afetar a sua longevidade (75).

Segundo um estudo (76), a análise de materiais obturadores de canal radicular

através de micro-CT 3D após 06 meses, mostraram que tanto o AH Plus quanto o MTA

Flow apresentaram redução de espaços vazios com tempos maiores de

armazenamento, sugerindo que a expansão volumétrica dos cimentos endodônticos

pode ser responsável pela porosidade relatada.

O cimento MTA Fillapex apresenta alta solubilidade e mudança dimensional.

Quando comparados no quesito solubilidade, o AH Plus apresentou solubilidade

adequada após 07 e 30 dias e o MTA Fillapex apresentou valores elevados em ambos

os intervalos de tempo (77,78). Em testes de solubilidade e porosidade, o MTA Fillapex

mostrou uma superfície compacta e homogênea antes do teste de solubilidade e

presença de fissuras e porosidades após o teste (70).

Importa referir que, os testes de estabilidade dimensional também apresentam

limitações pois este método é baseado numa medição linear. Como o MTA Fillapex

possui na sua composição resina de salicilato, apresenta uma alta dissolução e

aumenta o seu fator de contração, provocando uma alta solubilidade e perda

volumétrica (78).

Torres et al. relataram que o MTA Fillapex apresentava valores altos de

14

solubilidade, mudança dimensional e volumétrica e porosidade, o que pode limitar o

seu uso clínico. No mesmo estudo, quando comparado com o AH Plus, o MTA Fillapex

apresentou maior mudança dimensional, sendo sua expansão e contração maiores do

que os limites definidos pela norma ISO 6876 (79).

2.4 Biocerâmicos

Para os resultados de solubilidade, iRoot SP (biocerâmico) e MTA-Fillapex são

extremamente solúveis (20,64% e 14,89%, respectivamente), o que não atende os

requisitos da American National Standarts Institute (ANSI)/American Dental

Association (ADA) que não deve ser maior que 3% (80).

Poggio et al. compararam a solubilidade e pH de diferentes cimentos

endodônticos e nos testes de solubilidade, o BioRoot RCS (biocerâmico) e o TotalFill

BC Sealer (biocerâmico) apresentaram a maior solubilidade, sendo o TotalFill BC

Sealer o cimento que apresentou os maiores valores. Ainda, segundo o mesmo estudo,

o AH Plus foi o que mostrou menor solubilidade quando comparado a todos os outros

cimentos endodônticos (Bioroot RCS, TotalFill BC Sealer, EasySeal, MTA Fillapex,

Pulp Canal Sealer, Sealapex, N2) (60).

O cimento Sealer Plus BC (biocerâmico) quando comparado com o cimento

resinoso AH Plus (resina epóxi) apresentou um maior pH e libertação de íons de cálcio;

o tempo de presa, fluxo e radiopacidade do Sealer Plus BC foram inferiores ao AH Plus.

O cimento também apresentou maior solubilidade do que o AH Plus, sendo inclusive

maior do que o recomendado pela IS0 6876: 2012 (81).

Uma possível explicação para estes resultados está relacionada com as

características dos materiais hidrofílicos que podem ser alterados devido à umidade e,

isso, pode interferir clinicamente já que os fluidos periapicais e sangue levam humidade

para o material antes da presa final (80,82). Portanto, os valores de solubilidade podem

ser ainda maiores clinicamente (83).

Na avaliação de inúmeras as propriedades físico-químicas do cimento Bio-C

(biocerâmico), em que a solubilidade foi avaliada por percentagem de perda de massa

e a alteração volumétrica foi avaliada por imagem tomográfica microcomputadorizada,

15

os resultados obtidos mostraram que: o Bio-C Sealer teve um menor tempo de presa

quando comparado com o AH Plus e o TotalFill BC Sealer; o fluxo se mostrou maior no

Bio-C Sealer do que o AH Plus; o AH Plus demonstrou ter maior radiopacidade, menor

solubilidade e alteração volumétrica; a solubilidade foi maior no Bio-C Sealer e o pH foi

maior para o TotalFill BC Sealer; e, na radiopacidade o TotalFill BC Sealer e o Bio-C

Sealer foram inferiores quando comparados com o AH Plus (58).

3. TEMPO DE PRESA

O tempo de presa de um cimento endodôntico precisa ser ajustado de acordo

com cada material para que sua aplicação possa ser realizada de forma correta devido

ao fato do endurecimento depender da incorporação dos aditivos aceleradores que

agem precipitando os hidratos (84).

Após a presa total do material, ainda é possível que componentes tóxicos do

cimento endodôntico possam ser libertados. A diferença nas propriedades

antibacterianas de cada material também pode estar relacionada com o tempo de presa

(30).

Um tempo de presa lento pode resultar na irritação do tecido devido ao fato dos

cimentos endodônticos atingirem alguns graus de toxicidade até a presa final (85).

Apesar de a diminuição do tempo de presa dos cimentos poder significar uma melhoria

nas condições clínicas.

Entre os métodos mais utilizados para avaliar o tempo de presa dos cimentos

endodônticos, o aparelho de Vicat é utilizado por ser um dos métodos padrão e é

confiável e simples (21,86).

O tempo de endurecimento dos cimentos endodônticos deve ser determinado

de acordo com a especificação ISO 6876 e o teste padrão ASTM C266-0333 (82). A

norma ISO 6876/2012 recomenda valores de acordo com a indicação do fabricante

para cimentos endodônticos com tempo de presa entre 30min a 72 horas (106).

3.1 Óxido de Zinco-Eugenol

A presa dos cimentos à base de ZOE acontece apartir de uma reação de

16

quelação que permite uma ligação eletrostática que forma uma molécula de zinco e

duas de eugenol (73).

O eugenol é um solvente da guta-percha que pode causar o seu amolecimento

durante a reação de presa, o que aumenta a adesão do cimento à guta-percha (10).

È referido na literatura que, uma das principais desvantagens dos cimentos à

base de ZOE são o seu tempo de presa mais prolongado quando comparado a outros

cimentos endodônticos. Um cimento que está parcialmente ou não está com a presa

completa pode permitir uma penetração mais rápida dos irritantes e seus subprodutos

nos tecidos e túbulos dentinários (87).

Um estudo avaliando o tempo de presa dos cimentos endodônticos à base de

óxido de zinco e eugenol misturados com polihexametileno biguanida (PHMB),

mostraram que incorporando PHMB ao cimento, o tempo de presa diminuiu

consideravelmente, apesar do cimento sozinho já apresentar essa propriedade dentro

dos padrões. Esse resultado pode ser explicado porque o PHMB possui baixa acidez

(pH ~4,5-6,5) em ambientes húmidos, o que provoca uma dissolução do óxido de zinco

em íons zinco, que podem formar um quelato insolúvel com eugenol, acelerando assim

o seu tempo de presa (88).

Vinola et al. relataram o tempo de presa inicial e final do ZOE convencional e os

resultados foram 463,0 e 698,0 min respectivamente (89). Em outro estudo, os

resultados do tempo de presa para os cimentos à base de ZOE mostraram variações

consideráveis. O tempo de presa do ProcoSol variou entre 40,5 min a 42 horas

enquanto que o TubliSeal demonstrou um tempo de presa de aproximadamente 1h

(11).

3.2 Resina Epóxi

Um estudo comparou três cimentos convencionais diferentes, o AH-26 e dois

cimentos experimentais de resina epóxi (ES-A) e (ES-B). A composição do cimento

experimental ES-A foi de tungstato de cálcio, óxido de zircônio, aerosil, óxido de

bismuto, óxido de titânio, hexamina e um cimento de resina epóxi (Sigma-Aldrich, St.

Louis, MO, EUA). O cimento ES-B possuía uma composição semelhante, exceto pela

17

presença de imidazolina como catalisador. Como resultados, os cimentos

experimentais apresentaram um tempo de presa significativamente menor do que o

AH-26. O tempo de presa dos cimentos ES-A, ES-B e AH-26 foram 12,4, 11,8 e 40,8

h, respectivamente. O AH-26 apresentou nessa pesquisa tempos de presa maiores do

que o declarado pelo fabricante que deveria ser de 9 a 15 horas (90,91).

Tanomaru-Filho et al. relataram que o cimento Sealer Plus (à base de resina

epóxi) apresentava menor tempo de presa quando comparado com AH Plus, MTA

Fillapex e Sealapex (92).

Ruiz-Linares et al. relataram que os valores do tempo de presa do AH Plus foram

de aproximadamente 890 minutos (93). Os tempos presa para AH-26 e AH Plus

também foram relatados em outros estudos, sendo 34 e 8hs, respectivamente (94,95).

A adição de hidróxido de cálcio no Sealer Plus (resina epóxi) pode justificar seu

menor tempo de presa, o que pode estar relacionado à hidratação do desse cimento

endodôntico (78).

3.3 MTA

A primeira formulação do agregado de trióxido mineral (MTA) foi apresentado

como Pro-Root MTA, feito de uma mistura de cimento Portland e óxido de bismuto em

proporções 4:1, com tempo de presa longo (165 minutos) (57,58). No intuito de

melhorar essa falha apresentada pelo Pro-Root MTA, os cimentos à base de silicato

de cálcio (como o MTA Angelus) foram produzidos e a sua presa inicial ocorre dentro

de 15 minutos. Esse tempo de presa rápido ocorre devido à ausência de enxofre e

hidratação rápida do aluminato tricálcico. No entanto, apesar de apresentar uma presa

inicial rápida, a presa completa só ocorre depois de 230 minutos devido ao longo

processo de hidratação das partículas de silicato de cálcio (59).

O MTA é um cimento biocompatível com diferentes aplicações na endodontia.

Os seus principais componentes são tricálcio silicato, silicato dicálcico, gesso e

aluminato tricálcico,. Quando misturado com água, o silicato tricálcico e hidrato de

silicato dicálcico unem-se para formar um gel alcalino de hidrato de silicato de cálcio,

que solidifica em algumas horas (45,96), gradativamente no meio bucal (46).

18

O MTA é um material dinâmico e sua interação com os tecidos e fluidos pode

acontecer de forma constante desde a inserção inicial do material até longos anos após

a sua colocação (97–99). Além disso, pode ser usado em procedimentos onde o

contato com o sangue é inevitável (100,101). O seu tempo de presa e solubilidade são

diretamente afetados pela humidade e por isso, uma grande quantidade de água, pode

aumentar tanto o tempo de presa quanto a solubilidade (102). O MTA possui uma

interação química com os tecidos, a alcalinização do meio e a libertação de íons cálcio

estão relacionados com a formação de potlandita (hidróxido de cálcio) em silicato

tricálcico e silicato dicálcico, durante o tempo de presa (103).

O curto tempo de presa do MTA é essencial em cirurgias endodônticas e

procedimentos de capeamento pulpar, além de possuir também uma

biocompatibilidade ideal. Foram sugeridos alguns aceleradores que podem diminuir o

tempo de endurecimento dos cimentos, como o cloreto de cálcio (CaCl2) que foi

sugerido como o acelerador mais eficaz para o Cimento Portland, no entanto, os

cloretos produzidos na reação com esse cimento aumentavam a corrosão do material

(104).

O óxido de cálcio (CaO) foi sugerido também como um componente que poderia

melhorar a reação de presa dos cimentos endodônticos, no entanto, possui grandes

partículas que permanecem a reagir durante a fase de hidratação, o que aumentaa a

solubilidade e alcalinidade dos cimentos (105).

O nitrato de cálcio Ca(NO3)2 pode também ser usado como um acelerador para

cimentos endodônticos, pois possui alta solubilidade e diminui a porosidade dos

cimentos. É semelhante ao CaCl2, a sua toxicidade deve ser levada em conta e a sua

eficácia depende da composição do cimento. Resultados demostraram que pode

diminuir o tempo de presa em 20% quando adicionado a cimentos contendo silicato

tricálcico, sem efeitos na resistência do cimento ao qual é adicionado (106).

3.4 Biocerâmicos

Segundo Al-Haddad et al. o tempo de presa de um material não deve ser muito

curto pois pode interferir no manuseio tratamento clínico pela diminuição do tempo de

19

trabalho. Ainda, no mesmo estudo, na avaliação do tempo de presa os resultados

demostraram que o cimento biocerâmico Bio-C Sealer apresentou tempo de presa

inicial e final menores do que o AH Plus (80).

Zhou et al. relataram o tempo de presa de 2,7 horas para os cimentos

endodônticos biocerâmicos Endosequence (72). Tempos de presa para cimentos

endodônticos biocerâmicos, incluindo EndoSequence BC Sealer, também conhecido

como iRoot SP podem exceder um mês; no entanto, os tempos de presa para BioRoot

RCS, Bio-C, e os cimentos CeraSeal (à base de silicato de cálcio) têm 4,3 e 3,5 horas

respectivamente (81).

De acordo com o fabricante, o cimento endodôntico biocerâmico BC Sealer é um

produto pré-misturado e injetado, que possui material biocerâmico radiopaco, composto

de óxido de zircônio, silicatos de cálcio, fosfato de cálcio monobásico, hidróxido de

cálcio e agentes de enchimento e espessantes. É hidrofílico e utiliza a humidade dos

túbulos dentinários para iniciar e finalizar a sua presa. O tempo de trabalho pode ser

superior de 4 horas em temperatura ambiente e o tempo de presa pode variar em 4

horas ou até 10 horas em canais muito secos. Não possui contração após a presa final,

é biocompatível e possui boas propriedades antibacterianas devido ao seu pH

altamente alcalino durante a reação de presa (54).

CONCLUSÕES

Todos os cimentos endodônticos apresentaram boas propriedades

antibacterianas, no entanto, os cimentos à base de óxido de zinco-eugenol são os mais

potentes, principalmente contra E.faecalis. Quanto à solubilidade, os cimentos à base

de resina epóxi foram os que apresentaram menor solubilidade e os cimentos de óxido

de zinco-eugenol os que apresentaram a maior solubilidade entre os cimentos

comparados. O MTA foi o material que apresentou o menor tempo de presa entre todos

os cimentos estudados e os cimentos à base de óxido de zinco-eugenol como o cimento

com maior tempo de presa.

Apesar dos avanços tecnológicos e a tentativa de melhorar e/ou incorporar

outras substâncias aos cimentos disponíveis, atualmente, não existe nenhum cimento

20

de obturação que cumpra todos os requisitos considerados como ideais.

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