15
1 Dedicatória À minha especial família Especialmente à minha esposa Regina e à minha filha Paula, que sempre souberam compreender a minha vibração na prática da equitação como qualidade de vida, iniciada aos cinquenta e oito anos de idade. Pude ver com o carinho delas, que nunca é tarde para um homem começar uma vida nova através do hipismo, que ainda é um obstáculo para muitas pessoas, por diversas razões. A mim bastou força de vontade e acreditar que o amanhã será sempre melhor. Fica mais fácil quando se tem pessoas ao nosso lado para nos incentivar e encorajar também. Esse fluxo positivo fez com que a minha vida se tornasse mais rejuvenescedora, porque competia com pessoas mais jovens, em igualdade de condições... Obrigado! Minha gratidão a vocês duas pelo amor que têm por mim e a Deus que fez um dia, uma criança, realizar um sonho de ter um cavalo.

Dedicatória À minha especial família - Publique-se · não se transformou nos tempos modernos como a ciência, foi e sempre continuará a merecer o fascínio de milhões de pessoas,

  • Upload
    lekien

  • View
    212

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

1

Dedicatória

À minha especial família

Especialmente à minha esposa Regina e à minha filha

Paula, que sempre souberam compreender a minha vibração na

prática da equitação como qualidade de vida, iniciada aos

cinquenta e oito anos de idade. Pude ver com o carinho delas,

que nunca é tarde para um homem começar uma vida nova

através do hipismo, que ainda é um obstáculo para muitas

pessoas, por diversas razões. A mim bastou força de vontade e

acreditar que o amanhã será sempre melhor.

Fica mais fácil quando se tem pessoas ao nosso lado para

nos incentivar e encorajar também. Esse fluxo positivo fez com

que a minha vida se tornasse mais rejuvenescedora, porque

competia com pessoas mais jovens, em igualdade de condições...

Obrigado! Minha gratidão a vocês duas pelo amor que têm por

mim e a Deus que fez um dia, uma criança, realizar um sonho de

ter um cavalo.

2

Agradecimentos Toda e qualquer atividade que exerçamos é impossível

concluí-la, somente, por nossa vontade. Seria irreal esse fato. Portanto, tenho muito que agradecer a Deus, por ter

colocado pessoas certas na minha trajetória na equitação e no

hipismo.

Pessoas que eu não podia nem imaginar, tiveram comigo

muita paciência, consideração, respeito, incentivo, motivação e

boa dose de cuidados, devido a minha idade, como iniciante

nesse esporte.

Ao REsC (Regimento Escola de Cavalaria Andrade

Neves), Vila Militar - Na época que fiz a escolinha de

equitação em setembro de 2005, ressaltando as oportunidades

dadas aos civis na prática da equitação e, consequentemente,

despertando a paixão pelos cavalos, onde pude realizar um

sonho de criança.

À diretoria do CMPólo e funcionários - Incansáveis,

gentis, incentivadores e sempre disponíveis em atender com

satisfação e presteza aos seus sócios, militares e civis, onde se

tornam uma família.

Aos meus inesquecíveis instrutores - Campeões de

saltos ao longo de suas carreiras na arma de cavalaria,

Subtenentes Expedito, Pedroso e Sargento Benígno.

3

Às amizades - Os pais e filhos do quadro social do

CMPólo, no dia a dia das aulas de equitação, nos tornando mais

que amigos, e sim, uma família muito especial.

Ao amigo e escritor José de Jesus - Sempre me

incentivou para escrever um livro. Hoje, ele tem vários livros

publicados, com temas voltados para o crescimento do homem

na fé em Deus.

Ao amigo Dito - Dono do cavalo Makena, que apesar da

distância que nos encontramos, sempre esteve interessado na

minha recuperação da saúde para que voltasse a montar o seu

cavalo.

Ao amigo e irmão na fé, Ivan Moreira da Silva - Pelo

incansável trabalho de elaboração da capa para que ilustrasse o

título desse livro.

À amiga Beatriz - Pela idealização da contra capa.

À minha esposa e minha filha - Pela revisão do livro.

Considerações I Baseado em três verdades mencionadas pelo

escritor, José de Jesus, que me inspiraram a escrever esse

livro: – Ninguém escreve um livro por acaso.

– Nem por acaso, nos dispomos a ler um livro.

– Depois de lermos um livro, jamais seremos os

mesmos.

4

A nossa vida atualmente depende das tecnologias super

avançadas, onde tudo interfere em nosso modo de pensar e agir,

pois é assim que o mundo gira completamente globalizado.

A ideia de escrever esse livro é, justamente, associar

outros valores que não dependam, exclusivamente, da

informática e dos avanços dessa modernidade, com inovações

ultrapassando também as nossas expectativas e necessidades

para se viver feliz.

Estamos vivendo numa era que torna ultrapassada uma

invenção tecnológica, que ontem foi moderna e que hoje é

superada por outra, num curto espaço de tempo. É

impressionante essa transformação rápida que o

homem está vivenciando nessa arte de aprimorar. Mas,

infelizmente, nem todos podem acompanhar essas evoluções por

inúmeros motivos, geralmente financeiros. Nem por isso vamos

deixar de ser felizes, porque existem outras opções para

superação dessa velocidade que também nos dá saúde, alegria e

qualidade de vida.

Quando menciono outras opções para estar de bem com

a vida, destaco: o cavalo, uma criatura formidável, que não

evoluiu com essas mudanças tecnológicas e outras

modernizações que o nosso mundo está acostumado a ver. O

equino continua com sua morfologia de animal irracional, ou

seja, sem muitas transformações, desde o início da criação do

mundo até os dias de hoje. Inclusive, fez e ainda faz parte da

5

vida cotidiana de muitas pessoas neste planeta com sete

bilhões de habitantes, agora oficialmente declarado.

Antigas civilizações o utilizavam para suas conquistas e

desbravamentos de novas descobertas encurtando distâncias

para que o homem fosse evoluindo suas primitivas tecnologias.

Infelizmente, disputas com sacrifícios desses seres, foi em prol

do avanço dos homens. Algumas civilizações, somente para

dominar seus semelhantes através das guerras com auxílio

inestimável dos inocentes cavalos.

A referência de um ser irracional ao nosso convívio, que

não se transformou nos tempos modernos como a ciência, foi e

sempre continuará a merecer o fascínio de milhões de pessoas,

que o consideram uma bela e admirável criatura de Deus.

O homem neste universo faz sua parte, procurando a

melhoria das raças e a dedicação total na sua preservação.

Acima de tudo, especializa-se cada vez mais na lida diária, para

fazer do cavalo um dócil e leal amigo a seu serviço, excluindo,

definitivamente, os maus tratos.

A Medicina Veterinária tem evoluído bastante para

buscar meios que facilitem ainda mais a prática de diversos

esportes. Apesar de sua força, este animal gosta muito de

incentivos e motivações em suas tarefas cotidianas, como por

exemplo, o de conviver próximo aos homens, e por vezes, dando

a impressão de um ser inteligente, embora esse dom só pertença

ao homem, criatura amada por Deus.

6

Considerações II

Destaco acima de qualquer interpretação polêmica, que

não tenho a pretensão de competir com outras belíssimas

obras elaboradas, como verdadeiras enciclopédias sobre

cavalos. E sim, narrar uma convivência que a providência

Divina me permitiu, apesar de um curto período. Ressalto

também, que não fiz nenhuma pesquisa ou estudo científico

para esclarecimentos técnicos específicos. Apenas tento

traduzir um sentimento que vivi e que está ligado à minha

alma desde a infância.

Menciono fatos da minha vida, agora um idoso, para que

outras pessoas também se sintam capazes de aprimorar a sua

felicidade em qualquer aspecto, onde haja uma eficaz

identificação com o que melhor lhes agrade, nessa existência.

Continuo aprendendo com a vida, onde mais vale os

bons exemplos que arrastam, do que as belas palavras que ficam

ao sabor dos ventos e não se concretizam em ações verdadeiras.

O momento vivido por mim nesse episódio é o que se

observa referente às limitações entre cavalo e cavaleiro. Afinal

somos criaturas e não criadores.

Apesar de haver uma simbiose nesse conjunto, não se

lida com o animal como se fosse um trator, que tem hora para

7

começar e não para terminar, pois máquina é maquina, cavalo é

cavalo com suas características especiais.

Pude constatar que um dos fatores mais importantes

nessa lida é a máxima atenção com o nosso cavalo, porque ele

tem sensações de mal-estar, indisposições alimentares, noites

mal dormidas, irritações, enfim, funciona com um ser humano.

A questão saúde é de suma importância, para que haja uma

perfeita interação com o homem. Devido a essa conscientização

dos criadores, a tendência é o cavalo viver mais e em condições

saudáveis. Só assim, estaremos dando uma bela resposta a Deus,

dizendo:

“Senhor! Eis aqui o cavalo que um dia nos concedes-te

e que agora o tratamos com dignidade, por ter vindo de Vossas

mãos.

Obrigado, por esse belo presente que contribuiu, em

muito, para a evolução das civilizações, inclusive com

sacrifícios ao extremo de muitos deles, para que hoje

pudéssemos tê-los com o máximo respeito e admiração”.

Nossa Origem Em Gênesis, o primeiro livro da Bíblia Sagrada, podemos ler

e refletir no 1º capítulo, nos versículos 24, 25, 26 e 31:

Deus disse: “Produza a terra seres vivos segundo a sua

espécie: animais domésticos, répteis e animais selvagens,

8

segundo a sua espécie”. E assim se fez. Deus fez os animais

selvagens segundo a sua espécie, os animais domésticos

igualmente, e da mesma forma todos os animais, que se

arrastam sobre a terra. E Deus viu que isto era bom. Então

Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e

semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as

aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a

terra, e sobre todos os répteis que se arrastam sobre a terra”.

Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito

bom. Sobreveio à tarde e depois a manhã: foi o sexto dia.

Reflexão

Por ser o livro mais lido no mundo, a Bíblia Sagrada

(com o total de 73 livros, sendo 46 do Antigo Testamento e 27

do Novo Testamento – a partir de Jesus Cristo, o Filho de

Deus), sempre será a orientação dos homens de fé, na busca da

aproximação com o Criador. Ficaríamos escrevendo páginas e

páginas sobre o amor que Deus tem por Sua criatura, apesar dos

muitos caminhos que o mundo moderno oferece, para que o

homem se afaste Dele.

Felizmente, muitos de nossos semelhantes estão

passando pela vida e conseguindo enxergar este Criador, que só

9

deseja que o homem seja feliz em sua vida espiritual e material,

sabendo usar a fé e a razão com o devido equilíbrio.

Dentre os animais domésticos, apesar do seu porte, o

cavalo desperta curiosidade por sua força, beleza e rapidez,

desde os nossos antepassados. Na medida em que foi adestrado

para auxiliar o homem nas suas expectativas e anseios, se tornou

um companheiro fiel.

Por isso, destaco essa integração maravilhosa: “Deus, o

homem e o cavalo”, que estará sempre atuante em gerações

futuras.

Empunhando a minha modesta bandeira em prol dos

cavalos, ouso afirmar a minha paixão por eles, onde também

existem milhares de pessoas que lidam com esses animais no

esporte, no lazer, nos tratamentos terapêuticos e no trabalho de

força, o que ainda é muito comum no transporte de pessoas, de

cargas e no arado, mostrando-se um grande colaborador do

homem. Foi assim que o Criador disse: “Que o homem reine

sobre os animais”.

Quanto ao reinar sobre os animais, o homem deverá

entender que não deve o subjugar ao extremo, ao sacrifício

máximo, deixando o cavalo chegar à exaustão, sem alimento

necessário, deixando-o sem forças para cumprir seu trabalho

diário. Infelizmente, alguns donos ainda os julgam insensíveis à

dor, devido a sua complexidade física.

Destaco mais uma vez, que esse livro não é de caráter

técnico com ensinamentos para se praticar equitação e outros

10

esportes com cavalos no hipismo. Para isso, existem diversas

escolas de equitação em clubes e haras com essa finalidade.

Enfim, as diversas atividades que nos aproximam dos

cavalos, costumam ser acessíveis a muitas pessoas na busca de

algo para fazer. Ao invés de deixar a vida passar, vamos

vivenciá-la com entusiasmo e com a ajuda de Deus, praticando

uma modalidade de lazer, com um animal que supera e

surpreende as nossas espectativas.

Um pouco da minha infância, com

admiração pelos cavalos

Com quatro anos de idade, fui com meu pai à Quinta da

Boa Vista, onde foi a morada imperial do Príncipe Dom Pedro

II, no bairro de São Cristóvão aqui no Rio de Janeiro.

Até hoje, ainda é um lugar muito bonito com muitas

árvores e um lago artificial. Funciona também o Jardim

Zoológico com vários animais da fauna brasileira e de outros

países.

Havia um parque com diversos cavalinhos, pôneis, que

faziam a festa da criançada. Lembro-me bem até hoje da

vontade em montar aquele pônei.

Meu pai, Giglio Polido, como era muito dedicado ao seu

único filho, naquela época, tratou logo de me colocar no

cavalinho. Mas, quando o menino que levava as crianças para

11

dar uma voltinha, segurou na cordinha, fiquei muito irritado com

aquilo, pois queria andar sozinho.

Veja que ousadia da minha parte... De imediato meu pai

não permitiu, claro, preservando a minha segurança. Como eu

poderia entender que aquela ação era para o meu bem?! Fiquei

com vontade de chorar, confesso. Meu sonho era andar sozinho,

como os outros meninos maiores, mas, me conformei e valeu

muito aquele passeio. Ainda bem que foi tirada uma foto de

recordação!

Jamais poderia imaginar, que essa foto vista nos dias de

hoje, pudesse me lembrar o quanto, naquele dia, voltei para casa

sonhando em ter um cavalo só meu.

Que futuro estaria reservado para mim, em relação aos

cavalos?!

Tenho essa foto com muito carinho e saudade do meu

pai. Ela está na minha estante com outras fotos do meu ex-

cavalo, Sagitário. Após cinquenta e cinco anos, finalmente, o

meu sonho se realizou.

Aquele passeio no pônei não foi por acaso...

Hoje, vejo a mão de Deus nessa realização.

12

Com meu pai Giglio, eu aos 4 anos de idade, montado

num pônei na Quinta da Boa Vista.

Bairro distante do Centro da Cidade

Quando eu tinha oito anos de idade, morávamos num

bairro longe do Centro da Cidade, onde o meio de transporte

mais rápido era o trem, quando não atrasava.

A locomoção dos vendedores, verdureiros, leiteiros e

tripeiros (que levavam miúdos de boi) era feita por meio de

13

carroças com animais, e para não fugir à regra, os cavalos é que

mantinham aquela rotina diária. Era interessante de ouvir seus

“pregões”, cada um com sua forma peculiar de chamar atenção

dos moradores por onde passavam, porque já faziam parte de

nossas vidas, sem dúvida nenhuma, causando até certa amizade

por eles. Principalmente, porque os produtos oferecidos eram

considerados, na época, de boa qualidade, sem as exigências

sanitárias de hoje. Que eu saiba, nunca houve qualquer

complicação de saúde para aquelas pessoas ao consumi-los.

Não sei se ainda existem esses vendedores com carroças pelos

interiores, pelo menos, nas metrópoles não os vemos mais. De

certa forma, fizeram parte da vida de alguns subúrbios da antiga

Central do Brasil. Podemos até dizer que davam um ar de

alegria nas manhãs, com lindas árvores, passarinhos, flores,

jardins, cachorros latindo e pessoas que sorriam ao passar

daqueles inesquecíveis prestadores de serviços, figuras

modestas, que faziam tudo parecer uma sinfonia de bem com a

vida e com Deus!

Passei a perceber os bons tratos que os vendedores davam

aos seus pacatos auxiliares puxadores de carroça. Com alguns o

dono bastava falar e ele, prontamente, começava a andar. Era

comum pedirem água para seus animais e eu era o primeiro a

levar, todo feliz, um vasilhame com água fresquinha. Adorava

vê-los beber, mesmo com dificuldades, por causa daqueles

metais em suas bocas, os freios.

14

A minha vontade de ter um cavalo era enorme, porém, por

ser criança, não tinha a menor condição. Eu não deixava por

menos! Usava o cabo da vassoura da minha mãe. Era o meu

cavalinho, onde a cabeça era de piaçava, já esfolada de tanta

varredura. Ali eu amarrava as rédeas, que eram feitas de

barbante. Depois, com varas de bambu, com uma das pontas

dobradas e amarradas com estopas, fazia as macias e longas

crinas brancas, o que dava um toque especial ao meu cavalo.

Coisas de criança!

Felizmente, os meus avós paternos moravam em Marília,

no interior de São Paulo, e a avó materna em Campo Grande,

hoje Mato Grosso do Sul. Todo ano nas férias do meu pai íamos

visitá-los e, por sorte, diversos cavalos estavam ali bem

próximos da casa dos meus avós paternos, que moravam

afastados do centro de Marília.

Os cavalos, geralmente, eram de empregados das fazendas

próximas, que paravam nos armazéns para fazer suas compras.

À medida que chegavam, eu falava para os meus avós, Luiz e

Ancila, pedirem a um dos cavaleiros para eu montar o seu

cavalo. E lá vinha aquela conversa, de que os cavalos são

perigosos para uma criança. Diziam daquela forma, para que eu

mudasse de ideia. Confesso, aí é que me dava vontade de ficar

ainda mais próximo, claro, com toda segurança. E de tanto eu

insistir, lá estava eu no lombo do animal, sobre aquela sela, com

uma manta de pelo de carneiro, que na minha imaginação,

parecia uma bela almofada de sofá. Por incrível que pareça, dei

15

um passo sozinho acompanhado apenas pelo dono, um pouco de

longe, tamanha confiança no seu cavalo.

Senti-me um homem de verdade naquela emoção: leve,

livre e bem à vontade!

Fiquei muito impressionado também com a gentileza do

cavaleiro, pois, quando o percebi de botas com aquelas esporas

de rosetas grandes, um pequeno chicote trançado de couro na

mão e o inconfundível chapéu de boiadeiro, barba grande, me

deu má impressão, pois, pensei que o cavalo também fosse mau

encarado e me derrubaria de imediato. Mas, nada disso

aconteceu, muito pelo contrário, embora fosse um peão de

fazenda, mostrou fidalguia dos tempos dos cavaleiros medievais.

Hoje, eu entendo assim.

Fiquei maravilhado com o acontecimento e naquele

instante, sentia que algo me impulsionava, apesar de não

entender. Era diferente de tudo que eu havia vivido, até então,

tamanha a familiaridade que tive com aquele animal.

Aquela emoção se repetiu, bem lá na frente, na minha

vida de adulto. Nada teria sido possível, somente, por minha

vontade, embora tenha me dedicado. Sou pequeno diante de

tantos fatos interessantes ocorridos, certamente, providenciados

pelas mãos misericordiosas de Deus.

Meu pai era militar do exército e servia no palácio Duque

de Caxias, antigo Ministério da Guerra. Era comum que os

familiares fossem assistir ao desfile militar de sete de setembro,

em comemoração ao dia da Independência do Brasil. Ficávamos