DEDICATÓRIA

Este livro é dedicado à minha família, que apoiou meu amor pela arte e meu desejo de criar desde pequena, e à minha irmã, que nos últimos anos sempre esteve presente, ajudando a preparar o material, guardando coisas no porta-malas do carro, testando instruções e fazendo o que fosse necessário.

Meu amigo da vida inteira, Larry, meu farol eterno. Larry me dá força e me ajuda a manter o foco, sem jamais permitir que eu me leve a sério demais.

Meu marido, John, que desde o começo acreditou em mim e no meu trabalho. Sempre disposto a se envolver e ajudar, ele me incentiva a encarar longas horas no estúdio e mantém a alegria presente em minha vida.

E a todos os professores que me ensinaram, além dos amigos e alunos que criaram comigo, abrindo meus olhos para enxergar nossa arte sob novos ângulos e enriquecendo meu processo artístico.

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

Zentangle na prát ica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

O que é Zentangle? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

Capí tulo 1 : Pr inc ípios bás icos e aperfe içoamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

Capí tulo 2 : Enredos ( tangles ) e padrões de va lor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

Capí tulo 3 : Padrões geométr icos e orgânicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

Capí tulo 4 : Compreensão e ut i l ização das cores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

Capí tulo 5 : Def inição e apl icação de es t i lo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

Capí tulo 6 : Dando cont inuidade à sua jornada Zentangle . . . . . . . 102

Galer ia de inspiração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118

Apêndice . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124

Recursos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125

Colaboradores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126

Sobre a autora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127

Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128

Sumário

INTRODUÇÃO

I N T R O D U Ç Ã O 9

Origem do ZentangleOs criadores do Zentangle são Rick Roberts e Maria Thomas. Ele é o Zen e ela é o Tangle. Rick tem muitas vocações e já atuou em diversas áreas: foi motorista de táxi, vendedor e distribuidor de produtos de tecnologia de ponta, analista financeiro, investidor, designer e criador de flautas de madeira, escritor, músico e, por muitos anos, monge. Maria é escritora e empreendedora renomada, dona da Pendragon Ink, uma empresa de design e material de escritório com sede em Massachusetts.

O Zentangle é a combinação da formação artística de Maria com os conhecimentos de meditação de Rick. Um belo dia, ao observar Maria trabalhando, Rick reparou que seu estado de concentração a mantinha completamente focada no trabalho. Depois de conversarem a respeito, os dois chegaram à conclusão de que viviam a mesma experiência, um através do trabalho e o outro, da meditação. Juntos, eles resolveram criar uma técnica para permitir que qualquer pessoa seja capaz de alcançar um estado de foco relaxado enquanto cria lindas imagens com base em padrões repetidos. Ao utilizar tais padrões com passos definidos, é possível se envolver em cada etapa, possibilitando uma mudança – um estado de percepção aprimorada, em que mente, intuição e conhecimento atuam em harmonia, de maneira rápida, precisa e natural. Rick e Maria chamam esse fenômeno de arte meditativa. Mas você pode chamar de Desenho Zen.

O Zentangle, além de ser uma forma de criar belos trabalhos artísticos, nos ajuda a lidar com o ritmo de vida caótico dos dias atuais. Estudos revelam que esse tipo de atividade fortalece a memória, estimula a criatividade, melhora o humor, acalma em momentos de estresse e ameniza a raiva. Para indivíduos que lidam com informações complexas, a prática do Zentangle funciona como uma forma de reiniciar o cérebro – é como se você tirasse um cochilo e acordasse revitalizado. Essa técnica proporciona autoconfiança por meio da criação de ilustrações baseadas em padrões repetidos, que podem seguir as sugestões descritas neste livro ou a sua própria imaginação.

São muitas vantagens para apenas trinta minutos diários de dedicação. E você não precisa saber desenhar, porque o Zentangle lhe ensinará. Não é necessário ter equipamentos especiais, espaço ou habilidade artística. O Zentangle funciona para todo mundo.

1 0 D E S E N H O Z E N

ZENTANGLE NA PRÁTICA

EM 2008, EU TINHA O PROJETO de dar aulas em diferentes cidades no decorrer de 47 semanas. O primeiro evento do ano foi numa convenção nacional de arte. Esse evento é sempre estressante, por causa do grande número de participantes e do pouco tempo que tenho para envolver a todos no projeto.

Minha movimentação era limitada, pois estava presa na frente da sala por um fio de microfone de três metros, uma ponta fixada na parede e a outra na minha lapela. Enquanto esperava a aula começar, reparei em Patty Euler, dona da Queen’s Ink, desenhando na folha de instruções. Seu desenho era muito bonito, e comentei que não sabia que ela desenhava tão bem. Ela respondeu: “Isto é Zentangle. Meus clientes adoram.” Fez uma demonstração e prometeu me mostrar mais quando eu fosse dar aula em sua loja, dali a poucos meses. A apresentação transcorreu bem, estive bastante ocupada o resto da semana e a história do Zentangle foi arquivada na minha mente.

Dois meses depois, acordei num quarto de hospital com a notícia de que uma doença potencialmente fatal havia voltado. Então deixei minha carreira bem-sucedida um pouco de lado e dei início ao tratamento. Sabia o que me esperava, e isso me deixava ainda mais nervosa.

Deitada numa cama de hospital, ligada a tubos que impossibilitavam minha locomoção, eu me sentia presa, e então me lembrei da convenção, de Patty e de seu desenho, e aquele me pareceu um ótimo jeito de manter minhas mãos ocupadas. Eu não precisaria de muito material e poderia trabalhar naquele espaço limitado. Como os desenhos eram pequenos, meus intervalos de atenção, curtos, e meus movimentos, restritos, essa parecia ser a resposta perfeita. No início, não conseguia me lembrar do nome da técnica, mas meus amigos e familiares me ajudaram – Zentangle. Eles imprimiram tudo o que encontraram sobre o assunto na internet e trouxeram para mim, junto com canetas e um caderno de desenho.

Mais informações sobre este desenho na página 81.

Z E N T A N G L E N A P R Á T I C A 1 1

Já no primeiro dia, fiquei surpresa ao ver como o tempo voava enquanto eu me ocupava com o Zentangle. Então passei a utilizar a técnica para me ajudar a lidar com a rotina de exames, cirurgias, internações e tratamentos. A princípio, era algo bastante simples, mas funcionava para me manter ocupada em situações estressantes. Pouco tempo depois, cheguei à conclusão de que não era só o Zentangle que me ajudava a superar gradualmente minha doença. Partilhar minha descoberta também foi fundamental. Vários pacientes me perguntavam o que eu estava fazendo, e eu lhes mostrava. Trazia folhas e canetas extras para eles desenharem também. Um dia, um deles me disse: “Não é de espantar que você seja sempre tão calma e otimista. Isto deveria fazer parte do tratamento de todo mundo.”

Logo percebi que, se aqueles desenhos intrincados me ajudavam a superar os piores momentos da vida, também deveriam melhorar os bons momentos. Quando recebi alta e pude voltar para o estúdio, substituí as antigas práticas que eu utilizava e permaneci concentrada em desenhar Zentangles. Em dez ou vinte minutos estou focada e pronta para trabalhar no meu projeto atual. Em 32 anos atuando como designer, jamais tinha encontrado uma forma tão rápida de entrar no que muitos chamam de “estado de fluxo”. Para mim, isso significa um estado de concentração que permite que o lado instintivo e o intelectual do cérebro funcionem em harmonia. O processo de criar um Zentangle é uma grande ferramenta. Preenche a vida com belos trabalhos artísticos, melhora as habilidades de desenho e traz benefícios tanto para a mente quanto para o corpo. Atualmente, existem muitos estudos comprovando os benefícios das artes meditativas. Similares a um cochilo, elas acalmam a mente, aumentam a capacidade de assimilar informações, intensificam o foco e aliviam o estresse. Toda correspondência que envio termina com a frase: “Continue criando. Mudará sua vida.” Além de trazer beleza para a vida, a criação também melhora nossa maneira de ver e sentir o mundo.

Desenhos em preto e branco têm estilo e elegância próprios.

CAPÍTULO 1: PRINCÍPIOS BÁSICOS E APERFEIÇOAMENTOS

P R I N C Í P I O S B Á S I C O S E A P E R F E I Ç O A M E N T O S 2 3

TODO DIA APRENDEREMOS novos padrões, novas técnicas e habilidades, mas o formato será sempre o mesmo. Com o Zentangle aprendemos que “tudo é possível, um traço de cada vez”. Um enredo complexo se torna viável quando dividido em traços simples, repetidos. Cada dia começará com novos enredos. Os padrões serão apresentados aqui numa série de quadrados de 2,5cm, numerados em ordem. O novo passo é desenhado em vermelho em cada quadrado. O último boxe de cada padrão traz um exemplo de como sombrear aquele padrão.

Todo dia, as instruções lhe dirão para praticar o novo padrão no caderno de desenho antes de criar um Zentangle. Alguns leitores talvez prefiram copiar os passos do diagrama de cada padrão primeiro para depois recriar os padrões no caderno até se sentirem confiantes. Outros aprendem melhor desenhando somente o padrão, praticando-o algumas vezes.

As duas maneiras estão certas. Faça o que lhe parecer mais confortável. Uma dica importante é colocar o nome do padrão em cada enredo para facilitar a identificação futura.

Pense no caderno de desenho como um caderno de rascunho para praticar os enredos e se familiarizar com eles. O caderno também servirá como fonte de referência rápida para lembrá-lo de como desenhar um determinado padrão, o que funcionou e o que não funcionou para você. Familiarizar-se com os padrões não significa memorizá-los, mas experimentar, prestando atenção em como eles são criados e corrigindo imperfeições no decorrer do aprendizado. Não há problema algum em consultar os diagramas novamente sempre que quiser.

Crie o Zentangle diário num ladrilho de 8,9cm x 8,9cm. Todo dia haverá também um projeto extra para introduzir novas técnicas ou formas de usar o Zentangle nas artes plásticas. Alguns desses projetos serão feitos no caderno de desenho, enquanto outras técnicas utilizarão ladrilhos, papel de desenho ou papel de aquarela. Esses projetos incluem a arte inspirada em Zentangle e as Zendalas, uma forma de mandala. As mandalas, círculos geralmente criados em estado meditativo, ganham significado de acordo com as cores dos padrões usados. Uma Zendala não tem significado vinculado à cor, mas é uma forma de arte meditativa. As Zendalas são criadas utilizando-se os mesmos enredos do ladrilho de Zentangle.

Como não há certo ou

errado no Zentangle, você não

precisa de borracha.

Crescent Moon

2 4 D E S E N H O Z E N

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STATIC TIPPLECRESCENT

MOON

Enredos diários Experimente estes três enredos. O Static é fácil para começar, mas tente manter o espaçamento entre as linhas sempre igual. No Tipple, não se preocupe em fazer todos os círculos do mesmo tamanho. Para desenhar belos círculos, vá devagar, focando o traço. No enredo Crescent Moon, um espaçamento uniforme entre as meias-luas ajuda a criar a sensação de equilíbrio.

O OBJETIVO DO PRIMEIRO PROJETO é lhe dar a oportunidade de sentir a caneta Micron enquanto cria a marca que identificará seus ladrilhos. Quando um ladrilho de Zentangle é finalizado, o autor primeiro assina suas iniciais na

frente, com caneta. Pequena, estilizada e pessoal, a assinatura é a representação do artista. Cada artista de Zentangle deve dedicar um tempo à criação de sua assinatura. Abra na primeira página do caderno de desenho e pratique uma rubrica estilizada com as iniciais do seu nome utilizando a caneta Micron 01. Lembre-se de não fazer muita pressão ao usá-la, para não destruir a ponta. Você terá maior controle puxando a caneta em direção a si mesmo ao fazer os traços.

MATERIAL

• caneta Micron 01• lápis

• caderno de desenho• ladrilho

DIA 1 CONHECENDO AS FERRAMENTAS DE TRABALHO

Pratique estes enredos no seu caderno de desenho.

Divirta-se com este exercício – seja espontâneo e experimente as diversas

possibilidades de traço.

P R I N C Í P I O S B Á S I C O S E A P E R F E I Ç O A M E N T O S 2 5

Exemplo de um Zentangle utilizando os enredos Crescent Moon, Tipple

e Static.

O processo Zentangle em onze passos:

Relaxe.

Respire.

Admire o papel e as ferramentas.

Valorize esta oportunidade.

Desenhe a borda.

Desenhe o cordão.

Com a caneta, desenhe os enredos.

Com o lápis, sombreie os enredos.

Com a caneta, escreva suas iniciais na parte da frente; date, assine e

comente atrás.

Reflita e aprecie.

Avalie seu trabalho de perto e a distância.