Upload
truongdan
View
215
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E AMBIENTAL
DDEESSEEMMPPEENNHHOO TTÉÉRRMMIICCOO EEMM DDOORRMMIITTÓÓRRIIOOSS
EE CCOONNSSUUMMOO DDEE EENNEERRGGIIAA EELLÉÉTTRRIICCAA RREESSIIDDEENNCCIIAALL::
EESSTTUUDDOO DDEE CCAASSOO EEMM CCUUIIAABBÁÁ-- MMTT
SONEIZE AUXILIADORA DE MIRANDA
Orientador: Prof. Dr. ROBERTO APOLÔNIO
Cuiabá, MT
Fevereiro de 2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E AMBIENTAL
DDEESSEEMMPPEENNHHOO TTÉÉRRMMIICCOO EEMM DDOORRMMIITTÓÓRRIIOOSS
EE CCOONNSSUUMMOO DDEE EENNEERRGGIIAA EELLÉÉTTRRIICCAA RREESSIIDDEENNCCIIAALL::
EESSTTUUDDOO DDEE CCAASSOO EEMM CCUUIIAABBÁÁ-- MMTT
SONEIZE AUXILIADORA DE MIRANDA
Dissertação apresentada junto ao
Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Edificações e
Ambiental, da Universidade Federal
de Mato Grosso, como requisito na
obtenção do título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. ROBERTO APOLÔNIO
Cuiabá, MT
Fevereiro de 2011
Miranda, Soneize Auxiliadora.
M672d Desempenho térmico em dormitórios e consumo de energia elétrica: estudo de caso em Cuiabá - MT / Soneize Auxiliadora Miranda – Cuiabá: UFMT, 2011.
f.:143 il. ; 30 cm. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Edificações e
Ambiental). Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia.
Orientador: Prof. Dr. Roberto Apolônio. Inclui bibliografia. 1. Conforto térmico em dormitórios. 2. Desempenho térmico
noturno. 3. Eficiência energética residencial. I. Apolônio, Roberto. II. Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia. III. Título.
CDU: 697.31:72.05 Catalogação elaborada por Glória Maria Soares Lopes. Bibliotecária da UNEMAT – Campus Renê Barbour –CRB 1-2088.
DEDICATÓRIA
Às minhas queridas e saudosas avós Lourdes
e Joana, que sabiamente embalaram seus
sonhos no doce ranger de uma rede, nas
quentes e calmas noites cuiabanas...
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Prof. Dr. Roberto Apolônio por confiar na minha
capacidade, pelos incentivos na superação dos desafios e por sua infinita
paciência.
Aos professores do Programa da Pós-Graduação em Engenharia de
Edificações e Ambiental, da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT.
A minha família, Marco, Diego, Maria, Juan e ao nosso amado Lucas.
Aos amigos Takako e Yoshimi Kobayashi por terem possibilitado o estudo
de caso e pela disposição em participar desta pesquisa.
Aos queridos Deny e Maria Kobayashi por terem possibilitado o estudo de
caso e pela disposição em participar desta pesquisa.
A Jane Eliza de Almeida pelas alegrias e ansiedades compartilhadas ao longo
deste nosso sonho, e por ser amiga em todas as horas.
A Luciana Girardi Omar pela parceria nas pesquisas e pelos conhecimentos
compartilhados.
Aos alunos do Curso de Arquitetura da Universidade Estadual de Mato Grosso
- UNEMAT, pela compreensão com as aulas de reposição ao longo destes dois
anos.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste
trabalho.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS..................................................................................... i
LISTA DE TABELAS.................................................................................... iv
LISTA DE EQUAÇÕES................................................................................ v
RESUMO......................................................................................................... vi
ABSTRACT.................................................................................................... vii
CAPÍTULO I
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 1
1.1 JUSTIFICATIVA............................................................................... 3
1.2 OBJETIVOS....................................................................................... 5
CAPÍTULO II
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................. 6
2.1 ENERGIA ELÉTRICA NO SETOR RESIDENCIAL................... 6
2.1.1 Eficiência Energética e Desempenho Térmico................................. 9
2.2 CONFORTO TÉRMICO EM DORMITÓRIOS............................ 11
2.2.1 Conforto Térmico............................................................................... 11
2.2.2 Conforto Térmico e Qualidade do Sono Noturno............................ 12
2.3 PARÂMETROS DE CONFORTO TÉRMICO............................... 15
2.3.1 O Modelo do Balanço Térmico ......................................................... 15
2.3.2 O Modelo Adaptativo......................................................................... 16
2.3.3 Normas Técnicas................................................................................. 18
2.3.4 Abordagem Bioclimática.................................................................... 19
2.3.4.1 Carta Bioclimática de Givoni (1992)................................................ 19
2.4 DESEMPENHO TÉRMICO DE EDIFICAÇÕES.......................... 21
2.4.1 Comportamento Térmico dos Fechamentos.................................... 22
2.4.2 Comportamento Térmico Noturno................................................... 23
2.4.3 Avaliação de Desempenho Térmico.................................................. 25
2.4.4 Normas Técnicas................................................................................. 27
CAPÍTULO III
3 ÁREA DE ESTUDO.................................................................................. 28
3.1 O CONTEXTO CLIMÁTICO DE CUIABÁ................................... 28
3.1.1 Estratégias de Adequação ao Clima.................................................. 31
3.1.2 Dados Climáticos................................................................................ 32
3.2 ESTUDO DE CASO........................................................................... 34
3.2.1 Bairro Morada do Ouro..................................................................... 34
3.2.2 Definição das Edificações................................................................... 35
CAPÍTULO IV
4 MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................... 37
4.1 AS EDIFICAÇÕES............................................................................ 37
4.1.1 Características Construtivas: CASA-T............................................ 37
4.1.2 Características Construtivas: CASA-M........................................... 39
4.1.3 Os Dormitórios.................................................................................... 41
4.2 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS................................................... 42
4.2.1 Considerações Quanto aos Equipamentos....................................... 43
4.2.2 Softwares Utilizados........................................................................... 43
4.3 MÉTODOS.......................................................................................... 44
4.3.1 Dados Climáticos................................................................................ 44
4.3.2 Caracterização Bioclimática da Área em Estudo............................ 45
4.3.3 Avaliação de Desempenho Térmico.................................................. 46
4.3.3.1 Dados monitorados............................................................................ 46
4.3.3.2 Comportamento térmico das residências.......................................... 49
4.3.3.3 Percepções de conforto térmico dos moradores............................... 50
4.3.3.4 Avaliação de desempenho térmico: NBR15575/2008...................... 50
4.3.4 Avaliação de Desempenho Termo-energético.................................. 50
4.3.4.1 Consumo de Energia Elétrica........................................................... 50
4.3.4.2 Parâmetros para Simulação.............................................................. 51
4.3.4.2.1 Dia de referência de projeto............................................................ 52
4.3.4.2.2 Parâmetros de conforto térmico...................................................... 52
4.3.4.2.3 Definição das variáveis e parâmetros para avaliação.................... 53
4.3.4.3 Configuração da Simulação............................................................. 54
4.3.4.3.1 Localização e período de simulação............................................... 54
4.3.4.3.2 Dados construtivos.......................................................................... 55
4.3.4.3.3 Zonas Térmicas................................................................................ 56
4.3.4.3.4 Cargas internas............................................................................... 56
4.3.4.3.5 Esquema de ocupação e uso............................................................ 57
4.3.4.3.6 Configuração da ventilação natural................................................ 57
4.3.5 Simulação Termo-energética............................................................. 58
4.3.5.1 Configuração do Modelo Base......................................................... 58
4.3.5.2 Análise de Sensitividade.................................................................... 59
4.3.5.3 Simulação das Alternativas para o Sistema de Cobertura............... 60
4.3.5.4 Simulação da Ventilação Noturna................................................... 61
CAPÍTULO V
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS......................... 63
5.1 DADOS CLIMÁTICOS..................................................................... 63
5.2 CARACTERIZAÇÃO BIOCLMÁTICA......................................... 67
5.2.1 Estratégias para o Período Quente Úmido....................................... 67
5.2.2 Estratégias para o Período Quente Seco........................................... 69
5.2.3 Estratégias para o Período Noturno................................................. 71
5.3 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO TÉRMICO............................... 72
5.3.1 Comportamento Térmico no Período Quente Úmido..................... 72
5.3.1.1 1° Monitoramento da CASA-T......................................................... 72
5.3.1.2 Análise do 1° monitoramento........................................................... 73
5.3.1.3 Avaliação da capacidade de amortecimento.................................... 74
5.3.1.4 1° Monitoramento da CASA-M........................................................ 75
5.3.1.5 Análise do 1° monitoramento........................................................... 77
5.3.1.6 Avaliação da capacidade de amortecimento.................................... 77
5.3.2 Comportamento Térmico no Período Quente Seco......................... 78
5.3.2.1 2° Monitoramento da CASA-T......................................................... 78
5.3.2.2 Análise do 2° monitoramento........................................................... 80
5.3.2.3 Avaliação da capacidade de amortecimento.................................... 80
5.3.2.4 2° Monitoramento da CASA-M........................................................ 81
5.3.2.5 Análise do 2° monitoramento........................................................... 83
5.3.2.6 Avaliação da capacidade de amortecimento.................................... 83
5.3.3 Considerações Quanto ao Comportamento Térmico...................... 84
5.3.4 Percepção dos Moradores Quanto ao Conforto Térmico............... 85
5.3.5 Avaliação de Desempenho Térmico: NBR 15575 / 2008................. 85
5.3.5.1 Avaliação por medição...................................................................... 86
5.3.5.2 Avaliação por prescrição................................................................... 88
5.3.5.3 Síntese da avaliação de desempenho térmico, segundo critérios
da NBR 15575 / 2008.......................................................................
90
5.4 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO TÉRMO-ENERGÉTICO..... 91
5.4.1 Consumo de Energia Elétrica............................................................ 91
5.4.2 Parâmetros para Simulação.............................................................. 95
5.4.3 Dia de Referência de Projeto............................................................. 98
5.4.4 Simulação Termo-energética............................................................. 99
5.4.4.1 Calibração do Modelo Base.............................................................. 99
5.4.4.2 Análise de Sensitividade.................................................................... 102
5.4.4.3 Simulação das Alternativas para o Sistema de Cobertura............... 104
5.4.4.4 Simulações da Ventilação Natural................................................... 108
CAPÍTULO VI
6 CONCLUSÃO............................................................................................ 113
6.1 LIMITAÇÕES DO TRABALHO........................................................ 115
6.2 CONSIDERAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.................. 115
CAPÍTULO VII
7 BIBLIOGÁRFIAS..................................................................................... 116
7.1 BIBLIOGRAFIAS CITADAS............................................................ 116
7.2 BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS................................................. 122
8 APÊNDICES.............................................................................................. 124
8.1 APÊNDICE A........................................................................................ 124
8.2 APÊNDICE B........................................................................................ 128
8.3 APÊNDICE C........................................................................................ 130
8.4 APÊNDICE D........................................................................................ 131
8.5 APÊNDICE E........................................................................................ 133
8.6 APÊNDICE F........................................................................................ 135
8.7 APÊNDICE G........................................................................................ 136
8.8 APÊNDICE H........................................................................................ 142
i
LISTA DE FIGURAS
Figura 2. 1- Consumo de Energia Elétrica: 1° Semestre de 2010 .......................... 6
Figura 2. 2- Participação de Eletrodomésticos no Consumo Residencial............... 8
Figura 2. 3- (a) Quarto Refrigerado, (b) Quarto com Ventilador ......................... 14
Figura 2. 4 -Monitoramento do sono em ambiente com desconforto térmico ...... 14
Figura 2. 5- a) Escala de PMV, b) Relação PMV x PPD ..................................... 16
Figura 2.6- Limites para conforto em ambientes naturalmente ventilados ........... 18
Figura 2. 7- Carta Bioclimática de Givoni (1992) ............................................... 20
Figura 3.1- O Estado de Mato Grosso, o Município de Cuiabá ........................... 28
Figura 3.2- Zoneamento Bioclimático Brasileiro ................................................ 31
Figura 3.3- Localização do Bairro Morado do Ouro ........................................... 34
Figura 3.4- Localização das Residências (a) CASA-M, (b) CASA-T .................. 36
Figura 4. 1- CASA-T: Planta baixa e corte esquemático longitudinal ................. 37
Figura 4. 2- CASA-T: Planta de cobertura .......................................................... 38
Figura 4. 3- CASA-M: Planta baixa ................................................................... 39
Figura 4. 4- CASA-M: Corte esquemático transversal ........................................ 40
Figura 4. 5- CASA-M: Planta de Cobertura ........................................................ 40
Figura 4. 6- (a) Dormitório CASA-T, (b) dormitório CASA-M. ......................... 41
Figura 4. 7- Equipamentos utilizados ................................................................. 42
Figura 4. 8- CASA-T: localização dos pontos monitorados ................................ 47
Figura 4. 9- CASA-T: equipamentos nos ambientes (a) quarto, (b) sala, e (c)
varanda .............................................................................................................. 47
Figura 4. 10- CASA-M: localização dos pontos monitorados ............................. 48
Figura 4. 11- CASA-M: equipamentos nos ambientes (a) quarto, (b) sala, e (c)
varanda .............................................................................................................. 48
Figura 4. 12- Simulação: Dados de Cuiabá ......................................................... 55
Figura 4. 13- Simulação: materiais construtivos ................................................. 55
Figura 4. 14- Simulação: definição das superfícies geométricas das zonas térmicas
.......................................................................................................................... 55
Figura 4. 15- Simulação: zonas térmicas ............................................................ 56
Figura 4. 16- Simulação: Modelo base ............................................................... 56
Figura 4. 17- Simulação: configuração ventilação natural................................... 57
Figura 4. 18- Simulação: alternativas para cobertura .......................................... 59
ii
Figura 4. 19- Simulação: abertura do ático ......................................................... 60
Figura 5. 1- Temperaturas máximas e mínimas: Normais e TMY ....................... 63
Figura 5. 2- Umidade relativa média: Normais e TMY ....................................... 64
Figura 5. 3- Temperatura de bulbo seco ao longo do ano .................................... 65
Figura 5. 4- Comportamento dos ventos: (a) frequência, (b) velocidade ............. 65
Figura 5. 5- Radiação Solar Global: (a) No 1° semestre, (b) No 2° semestre. ...... 66
Figura 5. 6- Estratégias diurnas período quente Úmido: Nov. Dez. Jan. Fev. Mar.
Abr. ................................................................................................................... 67
Figura 5. 7- Estratégias noturnas período quente úmido: Nov. Dez. .................... 68
Figura 5. 8- Estratégias noturnas período quente úmido: Jan. Fev. Mar. Abr. ..... 68
Figura 5. 9- Resumo das estratégias para o período quente úmido ...................... 69
Figura 5. 10- Estratégias diurnas período quente seco: Ago. Set. Out. ................ 69
Figura 5. 11- Estratégias noturnas período quente seco: Ago. Set. Out. .............. 70
Figura 5. 12- Resumo das Estratégias para o período quente seco ....................... 71
Figura 5. 13- Resumo das estratégias para as horas noturnas .............................. 71
Figura 5. 14- Variáveis monitoradas no período quente úmido: CASA-T ........... 73
Figura 5. 15- Temperaturas mín. e máx. no período quente úmido: CASA-T ...... 74
Figura 5. 16- Amplitudes e Amortecimentos: período quente úmido- CASA-T .. 75
Figura 5. 17- Variáveis monitoradas no período quente úmido- CASA-M .......... 76
Figura 5. 18- Temperaturas mín. e máx. no período quente úmido: CASA-M..... 77
Figura 5. 19- Amplitude e Amortecimento: período quente úmido- CASA-M .... 78
Figura 5. 20- Variáveis monitoradas no período quente seco- CASA-T .............. 79
Figura 5. 21- Temperaturas mín. e máx. no período quente seco: CASA-T ......... 80
Figura 5. 22- Amplitude e Amortecimento: período quente seco- CASA-T ........ 81
Figura 5. 23- Variáveis monitoradas no período quente seco- CASA-M ............. 82
Figura 5. 24- Temperaturas mín. e máx. no período quente seco: CASA-M........ 83
Figura 5. 25- Amplitude e Amortecimento: período quente seco- CASA-M ....... 84
Figura 5. 26- Seleção do dia típico, período quente úmido: CASA-T .................. 87
Figura 5. 27- Seleção do dia típico, período quente úmido: CASA-M................. 87
Figura 5. 28- CASA-T: histórico do consumo mensal de energia elétrica ........... 91
Figura 5. 29- CASA-M: histórico do consumo mensal de energia elétrica .......... 92
Figura 5. 30- CASA-T: consumo por uso final de energia elétrica ...................... 94
Figura 5. 31- CASA-M: consumo por uso final de energia elétrica ..................... 94
Figura 5. 32- Variação das temperaturas de conforto térmico para o ano de
referência ........................................................................................................... 95
iii
Figura 5. 33- Intervalos de conforto das horas noturnas do mês de Março .......... 96
Figura 5. 34- Intervalos de conforto das horas noturnas do mês de Outubro ....... 97
Figura 5. 35- Dia de referência de projeto: Março .............................................. 98
Figura 5. 36- Dia de referência de projeto: Outubro............................................ 98
Figura 5. 37- Calibração do modelo: Temperatura externa medida e simulada .... 99
Figura 5. 38- Calibração do modelo: Umidade relativa medida e simulada ......... 99
Figura 5. 39- Calibração do modelo: Temperaturas internas medida e simulada 100
Figura 5. 40- Calibração do modelo: Temp. radiante média medida e simulada 101
Figura 5. 41- Modelo base: carga térmica de resfriamento do dormitório ......... 102
Figura 5. 42- Carga térmica total para 13/3: Modelo x Alternativas .................. 103
Figura 5. 43- Carga térmica total para 4/10: Modelo x Alternativas .................. 103
Figura 5. 44- Conforto térmico das alternativas simuladas: Termostato a 20°C 104
Figura 5. 45- Conforto térmico das alternativas simuladas: Termostato a 20°C 105
Figura 5. 46- Conforto térmico das alternativas simuladas: Termostato a 18°C 105
Figura 5. 47- Período quente úmido: Consumo mensal de energia do CA ......... 106
Figura 5. 48- Período quente seco: Consumo mensal de energia do CA ............ 106
Figura 5. 49- Temperaturas externa e interna com telha-α 0,75 ......................... 108
Figura 5. 50- Temperaturas externa e interna com telha-α 0,30 ......................... 108
Figura 5. 51- Ventilação noturna no dia crítico 13/3- A1 ................................. 109
Figura 5. 52- Ventilação noturna no dia crítico 13/3- B1 ................................. 110
Figura 5. 53- Ventilação noturna no dia crítico 4/10- A1 ................................. 110
Figura 5. 54- Ventilação noturna no dia crítico 4/10- B1 ................................. 111
Figura 8.1- Calibração: Avaliação dias medidos e simulados............................ 135
Figura 8.2- Globos negros alternativos e termo-higrômetros com data logger ... 142
Figura 8.3- Foto do arranjo e esquema de montagem do experimento ............... 142
iv
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1- Estatística do Consumo de Energia Elétrica ....................................... 7
Tabela 3.1- Variáveis climatológicas observadas em Cuiabá/MT (1970-2002)....30
Tabela 4.1- CASA-T: Componentes e materiais ................................................. 39
Tabela 4.2- CASA-M: Componentes e materiais ................................................ 41
Tabela 5. 1- Ausência de Ventos (%) ................................................................. 66
Tabela 5. 2- Parâmetros para paredes e coberturas.............................................. 89
Tabela 5. 3- Parâmetros para ventilação e sombreamento ................................... 89
Tabela 5. 4- Síntese da avaliação de desempenho térmico .................................. 90
Tabela 5. 5- Limites de conforto para os meses de referência ............................ 96
Tabela 5. 6- Consumo total no período quente úmido ...................................... 107
Tabela 5. 7- Consumo total no período quente seco ......................................... 107
Tabela 5. 8- Consumo total no ano .................................................................. 107
Tabela 5. 9- Condições de conforto com ventilação noturna ............................. 111
Tabela 5. 10- Condições de conforto com ventilação natural ............................ 112
Tabela 8.1- Cabeçalho padrão do formato CSV ................................................ 135
v
LISTA DE EQUAÇÕES
Eq. 01- Uso Final de um determinado equipamento..............................................49
Eq. 02- Temperatura operativa de conforto...........................................................51
Eq. 03- Temperatura operativa...............................................................................51
vi
RESUMO
MIRANDA, S.A. Desempenho Térmico em Dormitórios e Consumo de
Energia Elétrica Residencial: Estudo de Caso em Cuiabá- MT. 143f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Edificações e Ambiental), Universidade
Federal de Mato Grosso. Cuiabá, 2011.
O município de Cuiabá encontra-se em região climática caracterizada por
apresentar períodos de desconforto térmico em quase todas as estações do ano,
ocasionando significativo aumento do consumo de energia elétrica em unidades
residenciais, especialmente pelo uso de condicionadores de ar em dormitórios
para atenuação do desconforto térmico no período noturno. Necessidade esta
acentuada, frequentemente, pelas inadequações construtivas das edificações.
Neste contexto a presente pesquisa tem por objetivo geral avaliar o desempenho
termo-energético noturno em dormitórios, visando à eficiência do
condicionamento térmico ambiental e a redução do consumo de energia elétrica
residencial. Por meio de estudo de caso realizado em duas unidades residenciais, a
investigação foi desenvolvida em três etapas. A caracterização bioclimática de
Cuiabá, obtendo-se a identificação das estratégias de condicionamento ambiental
para os períodos analisados, quente úmido e quente seco. A avaliação de
desempenho térmico das residências, obtidas por meio de monitoramento
higrotérmico e pela aplicação de procedimentos definidos pela norma
NBR15575/2008. Os resultados obtidos apontaram a influência do sistema de
cobertura no desempenho térmico e energético das edificações, assim como a
possibilidade de uso da ventilação noturna como alternativa para redução do
consumo de energia elétrica no condicionamento ambiental de dormitórios. Deste
modo, na última etapa foi realizada avaliação de desempenho termo-energético,
por meio da simulação de um modelo base, utilizando-se o programa EnergyPlus.
Os resultados obtidos com as variações do sistema de cobertura demonstram que a
absortância da telha é a variável com maior impacto na redução da energia
consumida pelo condicionador de ar. Enquanto a redução da transmitância por
meio da ventilação do ático apresentou menor influência. As simulações com uso
da ventilação natural demonstraram a possibilidade de se obter conforto térmico
noturno apenas com condicionamento natural, em alguns períodos do ano.
Palavras-Chave: Conforto térmico em dormitórios, desempenho térmico
noturno, eficiência energética residencial.
vii
ABSTRACT
MIRANDA, S.A. Thermal performance in dormitories and residential
electrical energy consumption: case study in Cuiaba-MT. 143p. Dissertation
(Mastering on Building and Environment Engineering), Universidade Federal de
Mato Grosso. Cuiabá, 2011.
Cuiaba is located in a climatic region characterized by featuring thermal
discomfort periods in almost all years seasons, causing a significant increase on
electrical energy at residential units, specially by using air conditioning in
dormitories in order to mitigate the thermal discomfort at nighttime. A great need
caused very often by constructive inadequacy on buildings. On this context the
current research has as a general objective to analyze the nocturnal thermal energy
performance, by aiming the efficiency of night thermal conditioning as well as the
reduction on residential electrical power consumption. Across the case study,
occurred at two residential units, the investigation was developed into three
phases. The bioclimatic featuring in Cuiaba, by obtaining the identification of the
environmental conditioning strategies to the analyzed periods, humid hot and dry
hot. The assessment on the housing thermal performance, through the
higrothermal monitoring and application of procedures defined by the rule
NBR15575/2008. The obtained outcome has pointed out the influence on the
system of roofing to the thermal and energetical performance of buildings as well
as the possibility of using nocturnal ventilation as alternative to reduce the
electrical power consumption on environmental conditioning of the dormitories.
In this way, in the last phase an analysis on thermal energy performance was
made, through the simulation of a basis model, by using Energy Plus program.
The obtained results with the variation of roofing system show that the roof
absorption is the variance with more impact on consumed energy reduction by the
air conditioning. While the reduction of trasmittance by the attic ventilation has
shown less influence. The simulation by using natural ventilation has
demonstrated the possibility of getting nocturnal thermal comfort only with
natural conditioning in some periods of the year.
Keyword: Thermal comfort in dormitories, night thermal performance, residential
energy efficiency.
1 Capítulo I - Introdução
1. INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas as questões ambientais têm impulsionado reflexões
quanto às necessidades de transformação para o setor da construção civil que, com
sua cadeia produtiva, é uma das atividades mais impactante quanto ao uso dos
recursos naturais, considerando todas as etapas operacionais do ciclo de vida de uma
edificação, da fabricação dos materiais, dos processos construtivos, do uso até a sua
demolição.
Na atualidade, estima-se que 80% da população mundial vivem em áreas
urbanas, que demandam consideráveis recursos energéticos para operação e
manutenção das edificações e da infra-estrutura urbana. Com relação à energia
elétrica utilizada, na sua grande maioria provem de fontes de combustíveis fósseis,
como petróleo e carvão mineral, recursos não renováveis com limites reais de uso, e
ainda, que a utilização destes recursos geram consideráveis emissões de gases como
o CO2, contribuindo para o aumento do efeito estufa que pode desencadear o
aquecimento global.
Em resposta às necessidades econômicas e de atenuação na pressão exercida
sobre os recursos naturais, busca-se a redução do consumo de energia elétrica por
meio do uso mais racional da energia disponibilizada, medidas que passam a exigir
mudanças significativas no setor da construção civil, direcionadas aos investimentos
em pesquisas, novas tecnologias e políticas públicas para produção de edificações
com menores impactos ambientais e mais eficientes energeticamente.
No cenário mundial, em países mais desenvolvidos economicamente e mais
precisamente em regiões com elevados níveis de consumo energético destinado ao
condicionamento térmico ambiental, ou seja, em países europeus e norte americano,
2 Capítulo I - Introdução
as ações se voltaram para as reformulações quanto à concepção das edificações.
Estas ações desenvolveram-se por meio de regulamentações e normas pautadas em
princípios arquitetônicos que consideram as condições climáticas do entorno e as
necessidades fisiológicas humanas como fatores condicionantes, direcionadas a obter
maior adequação do ambiente construído às condições do meio, proporcionando o
necessário conforto aos usuários com o menor consumo de energia possível.
Nos últimos anos, observa-se uma constante evolução nas regulamentações e
normas internacionais para concepção de edificações mais eficientes, na medida em
que surgem novos conhecimentos e tecnologias para produção de edificações com
maiores níveis em conforto ambiental, menor consumo energético e baixo impacto
ambiental. Os resultados podem ser contemplados em obras como o Greenwhich
Village Millennium e o BedZed - Beddington Zero Energy Development, edifícações
habitacionais situadas em Londres Inglaterra, como exemplos de concepções
arquitetônicas com altos níveis de eficiência energética.
No cenário brasileiro, onde 70% da energia elétrica consumida internamente
são geradas por hidroelétricas, ou seja, de fontes renováveis, a necessidade é de
expansão do setor energético. Ocasionada inicialmente pelo aumento populacional
das áreas urbanas a partir da década de 1980, e nos últimos anos pelo crescimento do
produto interno bruto, marcada pelo racionamento e pelas campanhas para redução
do consumo de energia elétrica em 2001, quando então, pelos resultados positivos
obtidos, constatou-se ser mais econômico investir no uso eficiente da energia
disponibilizada, reduzindo a demanda, os investimentos econômicos, e os impactos
ambientais em decorrência da implantação de novas usinas.
Neste contexto, busca-se a redução do consumo de energia com investimentos
em maior eficiência na distribuição e no consumo final da energia utilizada, por meio
de políticas públicas de conservação de energia elétrica, com programas como o selo
PROCEL para etiquetagem de equipamentos eletroeletrônicos e motores mais
eficientes, e o PROCEL Edifica regulamentado em julho de 2009. Este programa
destina-se a etiquetagem do nível de eficiência energética em edificações comerciais,
de serviços e públicas, com finalidade de redução do consumo de energia elétrica,
por meio de parâmetros para avaliação quanto à eficiência e potência instalada do
3 Capítulo I - Introdução
sistema de iluminação, do sistema de condicionamento de ar e do desempenho
térmico da envoltória. Quanto aos parâmetros definidos para avaliação, os mesmos
estão diretamente associados às concepções arquitetônicas e aos materiais
construtivos da edificação, deste modo os níveis de iluminação, as temperaturas
internas dos ambientes e a carga térmica do sistema de refrigeração resultam dos
efeitos conjugados destes parâmetros com os fatores climáticos do ambiente externo.
Com relação ao setor residencial, está previsto pelo grupo gestor do programa
de etiquetagem a ampliação do programa para edificações residenciais, o
Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética de Edificações
Residenciais (RTQ-R), que visa à eficiência energética de unidades autônomas e de
edificações multifamiliares. O regulamento encontra-se em fase final para aprovação.
Quanto à evolução no consumo final de energia para o setor residencial,
segundo dados do Balanço Energético Nacional (BEN, 2009) contabilizou 22,3% do
total da energia elétrica consumida no país. Tendência que deverá se manter pelo
aumento no padrão de consumo das famílias brasileiras nos últimos anos, que vem
impulsionando investimentos em novas tecnologias, redução de custos e aumento de
produção nas indústrias de eletrodomésticos. Dentre estes, destacam-se os
condicionadores de ar, cada vez mais eficientes e com custos mais acessíveis a um
maior número de famílias. Com isso, observa-se a importância do setor no
crescimento da demanda interna de energia, e, consequentemente, da necessidade de
edificações residenciais com maior eficiência quanto ao desempenho térmico e
energético.
1.1 JUSTIFICATIVA
As diversas composições climáticas do território brasileiro demandam soluções
construtivas específicas para cada região, que ainda não foram suficientemente
avaliadas, tendo-se ainda a necessidade de ampliação em pesquisas na área de
conforto ambiental e eficiência energética, incluindo o Estado de Mato Grosso por
suas características climáticas.
O município de Cuiabá, capital do Estado de Mato Grosso, encontra-se em
região com clima caracterizado por dois períodos bem definidos: um seco que vai de
4 Capítulo I - Introdução
maio a outubro e outro úmido de novembro a abril, apresentando períodos de
desconforto térmico em quase todas as estações do ano, o que, de modo geral,
ocasiona uma intensificação no uso de ventiladores e condicionadores de ar,
destacando o uso dos condicionadores de ar para atenuar o desconforto térmico em
dormitórios.
Para o rigor climático local as inadequações construtivas, frequentemente,
agravam o desconforto térmico noturno em dormitórios, o que pode afetar a
qualidade do sono e comprometer o bem estar dos usuários.
Deste modo, a necessidade do uso de condicionador de ar nas horas noturnas
em dormitórios acarreta significativo aumento no consumo de energia elétrica em
unidades residenciais, ocasionando um ônus expressivo no orçamento de muitas
famílias desta capital. Pesquisa realizada pela Eletrobrás (2007) indicou que na
região Centro-Oeste 55,7% dos consumidores considera a conta de energia pesada ou
muito pesada. Desta forma observa-se a importância de uma maior atenção quanto ao
desempenho termo-energético destes ambientes.
O desempenho térmico e energético de uma edificação resulta da interação
entre o ganho de calor interno devido à ocupação, à atividade desenvolvida e os
equipamentos em uso, como também depende das características dos elementos e
materiais que compõem a envoltória, assim como do ganho de calor externo por
meio da circulação do ar pelos ambientes.
Desta forma, a redução da carga térmica pode ser obtida com a avaliação do
clima local e da interferência dos parâmetros construtivos da edificação como forma
de otimizar o desempenho térmico do ambiente, reduzindo a energia consumida para
adequar as condições do ambiente às necessárias de conforto do usuário.
Para avaliar o desempenho térmico e energético de edificações em uso ou em
fase de projeto pode-se empregar métodos analíticos ou prescritivos, como também
utilizar ferramentas computacionais que, por meio de simulações possibilitam
avaliação de alternativas mais adequadas quanto ao conforto térmico e o consumo de
energia elétrica da edificação.
5 Capítulo I - Introdução
1.2 OBJETIVOS
Esta pesquisa tem como objetivo avaliar o desempenho termo-energético
noturno em dormitórios, visando à eficiência do condicionamento térmico ambiental
e a redução no consumo de energia elétrica residencial.
Para o alcance do objetivo proposto, pretende-se especificamente: 1- realizar
caracterização bioclimática da área em estudo; 2- avaliar o desempenho térmico das
residências definidas para o estudo de caso; 3- avaliar o perfil do consumo de energia
elétrica das residências; 4- realizar por meio de simulação avaliação das
possibilidades de melhoria do desempenho termo-energético dos dormitórios no
período noturno.
6 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 ENERGIA ELÉTRICA NO SETOR RESIDENCIAL
O consumo de energia elétrica nacional totalizou, em junho de 2010, 34.570
GWh, contabilizando um percentual de 11,1% de aumento, com relação ao mesmo
período de 2009, representando crescimento de 9,9% somente no primeiro semestre
do ano. Refletindo uma tendência na evolução anual do consumo de energia elétrica,
conforme distribuição representada no gráfico da Figura 2. 1. Quanto à distribuição
do consumo por setor, observa-se o industrial com aumento de 13,8%, seguido do
setor residencial com expansão de 8,1%, e do setor comercial de 7,7% (EPE, 2010).
Figura 2. 1- Consumo de Energia Elétrica: 1° Semestre de 2010
Fonte – EPE - Empresa de Pesquisa Energética (2010)
Deste modo, o setor residencial totalizou no primeiro semestre de 2010
consumo de 53831 GWh, com previsão de crescimento anual de 7,0%, superior ao
crescimento do setor comercial e industrial com 6,7% e 4,0%, respectivamente,
conforme evolução apresentada na Tabela 2. 1.
7 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
Tabela 2. 1 - Estatística do Consumo de Energia Elétrica
Em Junho Até Junho 12 Meses
2009 2010 % 2009 2010 % 2009 2010 %
Brasil 31.104 34.570 11,1 188.856 207.589 9,9 387.878 407.420 5,0
Residencial 7.909 8.663 9,5 49.813 53.831 8,1 97.463 104.794 7,5
Industrial 13.606 15.658 15,1 78.717 89.600 13,8 170.290 177.063 4,0
Comercial 5.031 5.422 7,8 32.473 34.964 7,7 63.500 67.745 6,7
Outros 4.558 4.826 5,9 27.853 29.194 4,8 56.624 57.818 2,1
Fonte – Adaptada de EPE- Empresa de Pesquisa Energética (2010)
Observa-se que, conforme dados apresentados pela EPE (2010) o número de
novas ligações contabilizadas em um ano, entre junho de 2009 a junho de 2010,
atingiu o total de 2 milhões de consumidores, como também, contabilizou um
aumento de 3,9%, no consumo médio por consumidor, em relação ao período
anterior. Assim, analisa-se que o crescimento do setor pode ser reflexo do aumento
do número de novas unidades, impulsionado pelos programas habitacionais, assim
como, o aumento na posse de novos eletrodomésticos pelas famílias brasileiras.
O crescimento apresentado até então pelo setor residencial em 2010 corrobora
com os resultados apresentados pelo BEN (2009), ano base 2008, que contabilizou
para os setores: residencial 22,3%, comercial 14,6% e público 8,1%, totalizando um
percentual de 45% para estes setores, ficando próximo ao setor industrial com
participação de 46,10% da composição do consumo total de energia elétrica do país.
A evolução do crescimento do setor residencial é uma tendência mundial,
impulsionada por alguns fatores como, maior retraimento das pessoas em suas
residências em conseqüência da insegurança dos centros urbanos; valorização do
conforto e o entretenimento, promovida pela grande oferta e facilidades na aquisição
de eletro-eletrônicos; demanda reprimida pelas desigualdades socioeconômicas,
dentre outras (ELETROBRÁS, 2007).
Quanto ao uso final de energia elétrica no setor residencial, basicamente é
utilizada para aquecimento de água, iluminação, conservação de alimentos,
condicionamento ambiental, lazer e serviços gerais.
Em 2005, foi implementada pela Eletrobrás (2007) uma ampla pesquisa
nacional relativa à posse de equipamentos elétricos e hábitos de uso no setor
8 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
residencial, incluindo também questões socioeconômicas, qualidade de fornecimento
de energia, condições de uso dos equipamentos, dentre outras. Os resultados
apontaram, quanto ao uso final, os principais eletrodomésticos que participam do
consumo total de energia elétrica do setor residencial, representados no gráfico da
Figura 2. 2.
BRASIL
Geladeira
22%
Freezer
5%
Lampadas
14%Chuveiro
24%
Ar Condicionado
20%
TV
9%
Som
3%
Lava Roupa
0,4%
Ferro
3%
Microondas
0,1%
Figura 2. 2 - Participação de Eletrodomésticos no Consumo Residencial
Fonte – Eletrobrás (2007)
O chuveiro elétrico apresentou maior participação, sendo este o sistema de
aquecimento de água para o banho utilizado em 73,1% dos domicílios brasileiros,
seguido da geladeira utilizada em 96,0% dos domicílios. O ar condicionado com
20% foi o terceiro no consumo total, com uso em 10,5% do total dos domicílios
pesquisados, contudo, apresentou diferenças regionais significativas.
Quanto à distribuição por região, a região Sudeste contabilizou o menor
percentual, 7% de domicílios com pelo menos um condicionador de ar. A região
Norte com maior percentual de uso contabilizou 16,5%, as regiões Centro Oeste e
Nordeste apontaram 11,7% e 11,9%, respectivamente; diferenças estas em
conseqüência das condições climáticas do território brasileiro (ELETROBRÁS,
2007).
Observa-se a grande potencialidade no consumo de energia apresentado pelos
condicionadores de ar que, apesar de menor percentual de uso nos domicílios, em
relação aos chuveiros e as geladeiras, totalizaram 20% do consumo no setor
residencial.
9 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
Assim, além das necessidades de equipamentos mais eficientes e da
conscientização dos consumidores quanto ao uso mais racional da energia elétrica,
uma maior eficiência no setor residencial dependerá de edificações mais adequadas
às condições climáticas regionais (TRIANA e LAMBERTS, 2007).
2.1.1 Eficiência Energética e Desempenho Térmico
No Brasil, várias pesquisas têm sido desenvolvidas no âmbito de se avaliar o
desempenho térmico de edificações, nas quais buscou-se especificamente estudar os
trabalhos com propostas de investigação da relação entre o desempenho térmico e o
consumo energético em edificações residenciais ou similares. Algumas destas
pesquisas são apresentadas a seguir.
Leão Junior (2008) partindo da constatação de uma prática do mercado
imobiliário em Maceió AL, a diferenciação de valores de venda de apartamentos pela
orientação, onde, apartamentos voltados para o poente possuíam menor valor do que
os voltados para o nascente. Neste contexto, por meio de um estudo de caso em
quatro apartamentos de um edifício em fase de acabamento, analisou o desempenho
térmico e energético, considerando as possibilidades do uso da ventilação natural de
acordo com as diferentes orientações, e o consumo médio mensal de energia para as
diferentes situações simuladas com o programa EnergyPlus.
Deste modo, a partir dos resultados obtidos na simulação comparou o custo
total com a utilização de condicionadores de ar, considerando o custo do
equipamento, a manutenção, o custo energético, e o valor de mercado dos
apartamentos. Com base nos resultados das alternativas simuladas, demonstrou que o
custo energético, em longo prazo, representou grande parcela do valor total do
imóvel, e que o menor valor dos apartamentos mal orientados foi absorvido pelo
custo energético em conseqüência da necessidade do uso de condicionadores de ar.
Loureiro (2003), em pesquisa quanto ao comportamento térmico e energético
de edificações residenciais, obteve inicialmente as estratégias bioclimáticas indicadas
para o perfil climático da cidade de Manaus, as quais foram tomadas como referência
para avaliação de quatro unidades residenciais. Paralelamente foram avaliados o
desempenho térmico das unidades, as percepções e preferências térmicas dos
10 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
moradores, como também, o consumo de energia de duas unidades, das edificações
pesquisadas. Desta forma, constatou uma significativa participação do uso de
ventiladores e condicionadores de ar no consumo final de energia elétrica das
unidades avaliadas, e em maior proporção nas edificações que apresentaram baixo
desempenho térmico.
Oliveira (2007), em estudo para a cidade de Cuiabá – MT avaliou a influência
do desempenho térmico no consumo final de energia elétrica em edificações
residenciais. Em pesquisa de campo, duas unidades residenciais inseridas na área
urbana foram monitoradas nos períodos da primavera, verão, outono e inverno,
quando, também, foram coletados dados do consumo energético e das sensações e
preferências térmicas dos moradores. A partir dos dados coletados avaliou o
desempenho térmico das residências, tendo como parâmetro a zona de conforto
definida por Givoni (1992), identificou as porcentagens de horas de desconforto e as
estratégias mais indicadas para adequação das edificações à condição climática local.
Com relação ao consumo energético foi identificado que a maior parcela do
consumo devia-se ao uso de ventiladores e condicionadores de ar, utilizados nos
dormitórios no período noturno, e ainda, que o aumento do consumo de energia
relacionava-se diretamente aos períodos em que foram registradas as maiores
temperaturas médias diárias.
Baltar (2006) analisou a redução da demanda de energia elétrica utilizando
parâmetros construtivos visando o conforto térmico, em quartos de internação
hospitalar no município de Lajeado RS. O método empregado foi composto por
simulação utilizando o programa EnergyPlus, para avaliar as condições de conforto
térmico e o consumo de energia elétrica em treze quartos com condicionadores de ar
individuais, tendo como referência o índice de temperatura especificado pela NBR-
6401(ABNT,1980), que estabelecia condições mínimas em ambiente climatizados.
Para os parâmetros construtivos, foram avaliadas alternativas possíveis de
serem aplicadas em uma proposta de reforma da edificação estudada, tais como: tipo
de vidro para as janelas, cores para as fachadas e revestimentos para as paredes
internas. Por meio da simulação avaliou cada alternativa separadamente,
comparando-se as condições de conforto térmico e o consumo de energia dos
11 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
condicionadores de ar. Os resultados obtidos apontaram como melhores alternativas
para manutenção do nível de conforto térmico com redução do consumo energético,
a com vidros duplos e revestimento interno em EPS 60 mm e base em gesso
acartonado, seguida da opção com a pintura das fachadas na cor branca.
Vários estudos foram desenvolvidos por Toledo (1999, 2001, 2001b), para a
cidade de Maceió-AL, quanto uso de condicionadores de ar em dormitórios em
detrimento da ventilação natural. Avaliou as possibilidades de uso da ventilação
natural, disponível na região, para promover melhores condições de conforto térmico
em dormitórios de edifícios residenciais.
Pelos resultados apontados por meio destes estudos, observa-se que uma
edificação mais adequada às condições climáticas do meio pode proporcionar
melhores condições de conforto térmico com redução do consumo de energia
elétrica.
2.2 CONFORTO TÉRMICO EM DORMITÓRIOS
2.2.1 Conforto térmico
No âmbito do conforto ambiental um estado de conforto ou desconforto está
associado aos estímulos e sensações proporcionados pelo ambiente, que afetam
nossos órgãos sensoriais, tais como: quantidade de luz, nível de ruído, temperatura,
umidade e velocidade do ar. As reações provocadas por estes estímulos são tanto
objetivas e mensuráveis, quanto subjetivas e diferenciadas para cada indivíduo em
cada situação da relação com um dado ambiente.
O conforto térmico, definido pela ABNT (NBR 15220-1, 2005, p.6), “... é a
satisfação psicofisiológica de um indivíduo com as condições térmicas do ambiente”.
Para Fanger (1970), o conforto térmico é estabelecido quando ocorre a
neutralidade térmica, ou seja, quando uma pessoa não prefere nem mais calor nem
mais frio, com relação às condições térmicas do ambiente em que se encontra.
Deste modo, alguns parâmetros são considerados na definição das condições
que irão determinar uma situação de conforto térmico entre o homem e o ambiente
construído, como: as diferenças climáticas e culturais; a função a ser desempenhada;
12 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
as possibilidades de interferências; a acomodação e a adaptação na busca pelo
equilíbrio térmico.
O estabelecimento do conforto térmico humano está relacionado com
algumas variáveis que devem ser consideradas na avaliação das condições que irão
determinar um equilíbrio entre o corpo e o meio envolvente. Entre essas variáveis
destacam-se as variáveis relacionadas com a atividade desenvolvida, a vestimenta, a
tipologia física dos indivíduos, assim como, as variáveis climáticas envolvendo a
temperatura, a umidade, o movimento do ar, a radiação solar e a radiação
infravermelha. A correlação entre estes fatores irá definir o estabelecimento do
conforto térmico (CORBELLA e YANNAS, 2003).
O equilíbrio térmico pode ser estabelecido em um nível ótimo, quando as
trocas térmicas entre o corpo e o ambiente mantém a temperatura da pele dentro do
intervalo de equilíbrio, quando então o indivíduo sente neutralidade térmica, ou em
conforto térmico com o ambiente. Teoricamente, assume-se que o calor gerado pelo
corpo é igual à perda de calor do mesmo para o ambiente, ou seja, as trocas ocorrem
em estado estacionário ou permanente, estando o corpo em equilíbrio próximo a
condição de neutralidade térmica (AULICIEMS e SZOKOLAY, 2007).
2.2.2 Conforto Térmico e Qualidade do Sono Noturno
O sono tem um papel fundamental na preservação da vida, o ritmo cíclico
entre os estados de vigília e sono é evidenciado na maior parte dos seres vivos do
reino animal. Nos humanos, é imprescindível para manutenção das condições físicas,
psíquicas, cognitivas e pelo equilíbrio das funções bioquímicas, assim como pelo
restabelecimento da energia vital consumida no período de vigília (FERNANDES,
2006; GRITTI, 2008).
Ao contrário do aparente desligamento sensorial, da redução do metabolismo
basal e redução da atividade muscular, enquanto dormimos há um desencadeamento
de atividades neurológicas próprias do período do sono. Caracterizadas por duas
fases distintas, uma definida como fase REM (do inglês rapid eye movement), ou
sono paradoxal, por apresentar baixa mobilidade motora e intensa atividade cerebral,
sendo a fase em que ocorrem os sonhos; e outra, definida como não-REM, em
13 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
oposição à primeira. Esta fase é caracterizada pelo sono profundo apresentando
níveis muito baixos de atividade cerebral e metabólica, e é considera como a fase de
maior relaxamento. Ao longo de um período de oito horas de sono estas fases se
intercalam em quatro estágios, correspondendo a estágios de sono cada vez mais
profundos. (GRITTI, 2008)
Quanto ao sistema termorregulador, ocorre uma sincronização entre este
mecanismo e o ciclo vigília e sono, em um período de 24h pode ser detectada uma
variação da temperatura interna corporal de até meio grau, com elevação progressiva
no início do dia e decaimento ao anoitecer, segundo Fernandes (2006, p.166) “... Esta
queda é facilitadora da conciliação do sono...”, ressalta ainda, que a diferença de
meio grau é suficiente para contribuir ou dificultar a ocorrência do sono
(FERNANDES, 2006; GRITTI, 2008).
Com relação às trocas térmicas entre o corpo e o ar ambiente, estas são
alteradas pelo fato do corpo se encontrar na horizontal sobre a cama, em contato com
lençol, colchão, travesseiro, e freqüentemente coberto, o que provoca um aumento
das trocas térmicas por condução e uma redução das trocas por convecção através da
pele, em conseqüência do isolamento proporcionado pelo colchão e da menor área
corporal exposta ao ar ambiente
Estas duas condições, o ritmo do sistema termorregulador e as alterações nas
trocas térmicas, são levantadas como causa provável da preferência a temperaturas
mais baixas durante o descanso noturno. Roriz (2003) aponta ainda o
condicionamento biológico natural dos humanos há ocorrência de temperaturas mais
baixas nas horas noturnas, fazendo com que temperaturas aceitas como confortáveis
durante o dia sejam consideradas desconfortáveis à noite. Devido a estas
circunstâncias, os limites entre conforto e desconforto durante o período do sono
noturno podem ser considerados mais reduzidos (RORIZ, 2003).
Em reportagem1 sobre as dificuldades de se ter um sono tranqüilo em noites
quentes do verão brasileiro, quando as temperaturas máximas noturnas podem chegar
a 34°C, algumas pessoas em situações diferenciadas foram monitoradas2 durante o
1 Exibida pela Rede Globo em 17/01/2010 2 Monitorada pelo Engenheiro Leopoldo Bastos; quartos com temperatura ambiente de 33,8°C
14 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
sono, em quarto com condicionador de ar e quarto com uso apenas de ventilador.
Com uma câmera infravermelha foi possível registrar as variações térmicas ocorridas
logo após o início do sono. Na Figura 2. 3 (a) no quarto refrigerado observa-se que,
apesar da cabeça apresentar temperatura mais elevada os braços estão mais frios, e o
ponto tomado sobre o lençol registra 34,3°C. Entretanto, no quarto com ventilador na
Figura 2. 3 (b) a temperatura corporal atingiu 37°C e o ponto tomado sobre o
travesseiro registra 36,2°C (REDE GLOBO, 2010).
(a) (b)
Figura 2. 3 - (a) Quarto Refrigerado, (b) Quarto com Ventilador
Fonte - Rede Globo (2010)
Em outro ambiente com temperatura controlada, reproduziram-se as mesmas
condições dos dormitórios monitorados, uma pessoa saudável foi observada3 durante
o sono, conforme Figura 2. 4.
Figura 2. 4 - Monitoramento do sono em ambiente com desconforto térmico
Fonte – Rede Globo (2010)
3 Realizado pela Dr. Olga Fustes, neurologista.
15 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
Os dados da atividade cerebral, respiração, batimentos cardíacos e
movimentos do corpo demonstraram um número excessivo de despertar, agitação e
sono leve. Detectou-se com isso uma redução no tempo dos estágios do sono não-
REM, sendo esta a fase mais restauradora, com visto anteriormente (REDE GLOBO,
2010).
Os fatos apresentados contribuem para a percepção da importância de se
relacionar as condições de conforto térmico em dormitórios e qualidade do sono.
Como defende Givoni (1998), que do ponto de vista fisiológico, considera o conforto
térmico noturno mais importante que o diurno, pois o estresse causado pelo elevado
calor durante o dia pode ser tolerado, porque à noite com um sono reparador o
organismo se recupera, de modo que a fadiga não é acumulada. Por outro lado, se as
noites são desconfortáveis a fadiga é acumulada, podendo causar, em longo prazo,
conseqüências mais graves do que a do desconforto térmico diurno.
2.3 PARÂMETROS DE CONFORTO TÉRMICO
Os estudos das possibilidades de determinação das condições que
proporcionem conforto térmico levaram à proposição de parâmetros, correlacionando
diferentes fatores que envolvem as reações humanas às condições do ambiente, como
o modelo do balanço térmico, as propostas do modelo adaptativo e a abordagem
bioclimática.
2.3.1 O Modelo do Balanço Térmico (PMV-PPD)
Formulado por Fanger (1970), o PMV (Predicted Mean Vote) é um critério
para avaliar o grau de desconforto por frio ou por calor, representado por uma escala
de expressão da sensação térmica do usuário com relação ao ambiente a ser avaliado.
O PMV é expresso por valores numéricos em uma escala com sete níveis, onde o
conforto térmico é definido pelo valor nulo, valores negativos para sensação de frio e
valores positivos para a sensação de calor, conforme apresentada na Figura 2. 5 (a).
16 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
(a) (b)
Figura 2. 5 - a) Escala de PMV, b) Relação PMV x PPD
Fonte – Adaptada da ASHRAE (2004)
O índice PMV é obtido por meio de modelo matemático, considerando as
relações entre o metabolismo dos ocupantes e a carga térmica atuante sobre o corpo,
correlacionando fatores individuais e ambientais, como:
a) atividade desempenhada, taxa metabólica dada por Met (W/m2);
b) isolamento térmico da vestimenta em Icl (clo);
c) temperatura do ar em Tint (°C) e temperatura radiante média em TRM (°C);
d) velocidade do ar interno em V(m/s) e umidade relativa do ar em UR (%);
e) pressão parcial de vapor d’água do ar ambiente dado em Pp (kPa).
Posteriormente, foi incorporado o conceito do PPD (Percentual of
Dissatisfied), que objetiva a expressão quantitativa do grau de insatisfação dos
indivíduos com relação a um determinado ambiente térmico. A correlação entre o
PMV e PPD é representada por uma curva, apresentada no gráfico da Figura 2. 5 (b),
onde a condição de neutralidade térmica corresponde a uma taxa de 5% de
insatisfeitos, para um valor do PMV= 0.
O modelo de Fanger é amplamente utilizado por caracterizar de forma
abrangente as condições às quais o indivíduo está submetido, e foi incorporado às
normas internacionais ISO7730 (1994) e a ASHRAE-55 (2004).
2.3.2 O Modelo Adaptativo
A abordagem adaptativa é uma proposta de parâmetro de conforto térmico
para ambientes ventilados naturalmente. Tem por fundamento a capacidade de
aclimatação, adaptação fisiológica humana às condições ambientais, e a capacidade
de reação consciente do individuo em alterar uma situação de desconforto, buscando
17 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
situações mais confortáveis, como: abrir ou fechar janelas e portas, acionar
ventiladores ou trocar a vestimenta. (DEAR, BRAGER, 2001)
Roriz (2003) destaca os estudos de Humphreys, em 1978, sobre a hipótese
adaptativa, quando após análise em setenta estudos de campo verificou a correlação
entre as temperaturas do ar interno, declaradas como confortáveis, e as médias das
temperaturas do ar externo. Correlacionado os dados obtidos propôs uma temperatura
média confortável para ambientes ventilados naturalmente, obtida em função da
média da temperatura do ar externo, com uma faixa de tolerância de ± 2°C.
Estudos posteriores ampliaram as bases do modelo adaptativo, como os de
Dear et al. (1997), Nicol e Humphreys (2001) e Nicol (2001).
O modelo adaptativo foi incorporado à ASHRAE-55 com base nos resultados
da pesquisa ASHRAE RP-884, Developing an Adaptive Model of Thermal Comfort
and Preference, desenvolvida por Dear et al. (1997), com objetivo de comprovar o
modelo adaptativo e definir um padrão para a temperatura de conforto em ambientes
ventilados naturalmente.
O modelo adaptativo foi desenvolvido tendo como respaldo as análises de 21
mil dados, compilados a partir de estudos de campo em 160 edifícios, em ambiente
com condicionadores de ar e ambiente com ventilação natural, localizados em quatro
continentes em zonas climáticas variadas. Com base nos resultados obtidos foi
definida uma temperatura confortável para ambientes ventilados naturalmente,
expressa pela temperatura operativa do ambiente (Top), obtida em função da
temperatura efetiva externa (ET 4). Em torno da temperatura operativa confortável
foram definidos limites para 80% e 90% de aceitabilidade.
Conforme Brager e Dear (2001) a proposta original da pesquisa RP-884 foi
reformulada, onde a temperatura operativa de conforto (Top) passou a ser expressa
em função da média mensal da temperatura do ar externo (Te med), com objetivo de
tornar o modelo adaptativo mais acessível aos profissionais, possibilitando
avaliações preliminares para projetos com dados climáticos publicados.
4 ET (Effective temperature) é a temperatura operativa de um ambiente a 50% de umidade relativa do
ar. (ASHRAE, 2009)
18 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
O novo modelo adaptativo foi incorporado à ASHRAE-55 (2004), definido
por uma função linear com variação de ± 3,5°C para 80% e de ± 2,5°C para 90% de
ocupantes satisfeitos, representada pelas retas da Figura 2. 6. A norma também
define as condições a serem observadas para aplicação do modelo adaptativo em
ambientes ventilados naturalmente.
Figura 2. 6 – Limites para conforto em ambientes naturalmente ventilados
Fonte – ASHRAE (2004)
2.3.3 Normas Técnicas
Para ambientes condicionados artificialmente normas nacionais e
internacionais definem valores limites para temperatura e umidade relativa do ar e
limites aceitáveis para movimento do ar, de acordo com o tipo de uso dos ambientes.
Norma brasileira tem-se:
a) NBR16401/2-2008: Instalações de Ar-Condicionado – Sistemas centrais e
unitários. Parte 2: Parâmetros de Conforto Térmico.
Normas internacionais, as referências mais utilizadas são:
a) ISO7730-1994: Moderate thermal environments-determination of the
PMV and PPD indices and specification of the conditions for thermal
comfort.
b) ASHRAE55-2004: Thermal environmental conditions for human
occupancy.
19 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
2.3.4 Abordagem Bioclimática
A partir do estabelecimento das relações entre as necessidades humanas de
conforto térmico e os fatores climáticos, Olgyay, em 1963, propôs um diagrama
relacionando variáveis de temperatura e umidade do ar externo para delimitar uma
zona de conforto térmico. O diagrama bioclimático original foi traçado para climas
temperados do hemisfério norte (OLGYAY, 1997).
Com base nestes estudos Givoni, em 1969, desenvolveu um diagrama sobre
uma carta psicrométrica convencional, estabelecendo relações entre as condições do
ambiente interno, considerando a temperatura interna esperada para a edificação, e as
condições climáticas externas. Delimitou uma zona de conforto e zonas com
necessidades de estratégias bioclimáticas para o alcance de níveis mais próximos ao
da zona de conforto. Posteriormente, o pesquisador apresentou outras versões mais
aperfeiçoadas de sua proposta inicial (BOGO et al., 1994).
Bogo et al. (1994) realizaram estudos para avaliar a zona de conforto mais
adequada à realidade brasileira. Foram testados os métodos de Olgyay (1963) e
(1968), Givoni (1969), Givoni e Milne (1979), Gonzalez (1986), Givoni (1992),
Zonas de Conforto da ASHRAE, Szokolay (1987), e o de Watson e Labs (1983).
Analisando os resultados obtidos, concluíram que o diagrama de Givoni apresentado
em 1992, é o mais adequado para as condições climáticas brasileiras.
Os resultados destes estudos foram utilizados na adequação da carta de
Givoni para a composição do Zoneamento Bioclimático brasileiro, definido na norma
NBR 15220-3 (ABNT, 2005).
2.3.4.1 Carta Bioclimática de Givoni (1992)
Após novas pesquisas, especialmente quanto à aclimatação das pessoas aos
diferentes perfis climáticos, Givoni propôs um diagrama para climas temperados
(países desenvolvidos) e outro para climas quentes (países em desenvolvimento).
Na proposta para climas quentes, para definição da zona de conforto térmico
foi considerado que em climas quentes e em ambientes ventilados naturalmente, as
variações térmicas internas estão mais próximas às flutuações térmicas externas.
20 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
Nesta situação as pessoas tendem a uma maior aceitabilidade às variações de
temperatura e velocidade do ar, tendo-se uma faixa de conforto mais flexível.
A carta bioclimática para climas quentes apresenta uma zona de conforto e
sete zonas com necessidades de estratégias bioclimáticas, definidas como passivas, e
duas zonas com necessidades de estratégias ativas, para o alcance de níveis iguais ou
mais próximos ao da zona de conforto, representada na Figura 2. 7 (BOGO et al.,
1994; LAMBERTS,1997).
Zonas
1 Conforto
2 Ventilação
3 Resfriamento Evaporativo
4 Inércia para Resfriamento
5 Resfriamento Artificial
6 Umidificação
7 Inércia para Aquecimento
8 Aquecimento Solar Passivo
9 Aquecimento Artificial
Figura 2. 7 - Carta Bioclimática de Givoni (1992)
Fonte – Adaptada do Analysis Bio
Os limites da zona de conforto para países com clima quente, a variação da
temperatura do ar seria de 18°C a 29°C, com umidade relativa máxima de 80%,
considerando a velocidade máxima do ar interno de 1,5m/s até 2,0m/s, em ambientes
residenciais com ventilação cruzada.
Em clima quente úmido, para a zona de ventilação os limites seriam de 20°C
a 32°C, indicada quando a umidade for maior que 80% e a temperatura do ar acima
de 29,7°C. O limite da eficiência desta estratégia tanto para as horas diurnas como
noturnas é a velocidade do ar interno e a temperatura do ar externo, indicada para
velocidade máxima de 2,0m/s com temperatura máxima de 32°C. (GIVONI, 1998).
Em clima quente seco, com temperatura do ar externo entre 30°C a 36°C e a
temperatura noturna em torno de 20°C, a ventilação diurna deverá ser mantida ao
mínimo possível, sendo mais eficiente o uso da ventilação noturna. Em períodos em
que a temperatura do ar externo ultrapassa os 36°C, a ventilação noturna não será
suficiente para promover conforto térmico (GIVONI, 1998).
21 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
O resfriamento evaporativo será mais eficiente para temperatura de bulbo
úmido menor que 24°C e a temperatura de bulbo seco máxima de 40°C, com
umidade absoluta de 17g/kg. Quanto à umidificação é indicada para temperaturas do
ar entre 20°C a 30°C, com umidade relativa abaixo de 30% (LAMBERTS,1997).
A massa térmica é indicada para condições extremas, tanto em clima quente
úmido quanto em clima quente e seco, com maior eficiência para umidade relativa
máxima de 60%. Quanto ao período noturno será mais eficiente para temperaturas
mais baixas, noites mais frias (GIVONI, 1998).
Observa-se que, todas as estratégias destacadas são possíveis de serem
utilizadas para o condicionamento passivo em dormitórios no período noturno.
Para cada localidade de projeto deverá ser plotada uma carta bioclimática,
analisada criteriosamente, pois algumas estratégias indicadas podem necessitar de
soluções complementares para contornar as diversificações dos fatores climáticos do
local. Peña (2008) destaca ainda a necessidade de verificação da disponibilidade de
fatores como ventilação e insolação adequadas no local do projeto, para otimização
das estratégias indicadas na carta bioclimática.
2.4 DESEMPENHO TÉRMICO DE EDIFICAÇÕES
O desempenho térmico é definido por Akutsu et al. (1991) como resultado
das interações estabelecidas entre a edificação e as condições de exposição à qual
está submetida, sendo estas definidas como as condições de exposição ao clima,
quanto à implantação, a forma, os materiais, a ocupação e uso da edificação.
Para Mascaró (1985) o desempenho térmico dependerá da correta resolução
encontrada para o equilíbrio entre os fatores dinâmicos do clima como temperatura e
vento, os fatores estáticos como altitude e latitude, conjugados à carga térmica
exercida sobre o indivíduo e as adequadas soluções arquitetônicas.
Em acordo com estes conceitos a obtenção do devido desempenho térmico de
uma edificação, buscando proporcionar conforto a seus usuários com baixo consumo
de energia, envolve um complexo número de variáveis a serem consideradas nas
decisões projetuais, como as questões relativas à implantação, a forma, ao sistema
22 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
construtivo, considerando o comportamento térmico de materiais e componentes da
edificação.
2.4.1 Comportamento Térmico dos Fechamentos
O ganho de calor pela radiação solar em uma edificação é definido pela
intensidade da radiação incidente e pelas características térmicas dos materiais e
componentes da edificação. Os fluxos térmicos nas superfícies externas dos
fechamentos opacos são estabelecidos pelo ganho de calor do meio por convecção e
pela incidência solar, provocando um aumento da temperatura da superfície do
fechamento, que é resultante da resistência superficial externa (Rse) em função da
velocidade do vento. A radiação solar incidente terá uma parcela refletida e outra
absorvida, dependendo do valor da refletividade do material (ρ), definida pelo brilho
da superfície, e de sua absortividade (α), influenciada pela cor da superfície. Com o
incremento da temperatura das superfícies externas, haverá uma diferença de
temperatura entre as superfícies internas e externas, provocando um fluxo térmico
por condução. A intensidade destes fluxos dependerá da resistência dos materiais e
da diferença de temperatura dos meios externo e interno (LAMBERTS et al., 2007;
FROTA e SCHIFFER, 2001).
A resposta térmica da edificação também será influenciada pelas oscilações
da temperatura externa, característica de cada perfil climático. As variações térmicas
externas produzem correspondentes oscilações na temperatura interna, de dois ciclos
distintos, um pela amortização resultando em oscilações com menores amplitudes, e
outro pelo retardo em relação ao ciclo externo. O primeiro efeito depende da
transmitância térmica (U), quanto menor for o valor de “U”, maior a resistência ao
fluxo térmico. O segundo efeito está associado à capacidade calorífica do
componente, quanto maior a capacidade térmica (CT), menor oscilação e maior
retardo térmico (OLGYAY, 1997).
A presença simultânea destes efeitos define a inércia térmica, a qual é
determinada pela “capacidade acumulativa” de um componente. Sendo esta uma das
principais características dos sistemas construtivos com elevada influência no
desempenho térmico global da edificação, pelos efeitos sobre os fluxos térmicos do
meio exterior para o ambiente interno.
23 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
Quanto aos fatores relativos à edificação, as cargas térmicas internas tanto
para aquecimento como para resfriamento são definidas pelas características térmicas
dos componentes construtivos, assim como, pelas fontes de calor interno, presença
humana e de equipamentos. Brown (2007) argumenta que em edificações com baixos
níveis de calor interno, as cargas térmicas para aquecimento ou resfriamento
dependem mais dos fatores climáticos, sendo este o caso de unidades residenciais.
Deste modo, observa-se que algumas das propriedades termofísicas de
materiais e componentes construtivos contribuem para caracterizar o desempenho
térmico da edificação, tais como: Resistência térmica (R), Transmitância térmica (U)
e a Capacidade térmica (CT), conforme definições e cálculo apresentados na norma
NBR 15220-2 (ABNT, 2005).
2.4.2 Comportamento Térmico Noturno
As características dos fluxos térmicos internos e externos diferenciam-se nos
períodos diurno e noturno, pelas alterações dos fatores climáticos provocadas pela
ausência da radiação solar, como o decaimento da temperatura do ar, as variações na
taxa de umidade e as alterações na freqüência, direção e velocidade dos ventos. Desta
forma, o comportamento da dinâmica dos fluxos térmicos na envoltória da edificação
responderá de forma análoga às inversões destes fatores durante a noite.
No período noturno, notadamente em clima tropical, com a redução da
temperatura externa os fluxos térmicos na envoltória passam a ser no sentido inverso,
ou seja, as superfícies externas perdem calor por convecção para o meio externo,
incrementando as emissões radiantes de ondas longas (ROMERO, 1998), ocorrência
esta que contribui de forma significativa para o resfriamento dos componentes
externos da estrutura edificada. Entretanto, quanto ao comportamento da temperatura
interna, esta será resultante da capacidade térmica da envoltória, ou seja, dos níveis
de inércia térmica dos componentes construtivos associados às cargas térmicas
internas, as trocas convectivas, dentre outras.
Para climas quentes, Givoni (1998) ressalta a existência de certos conflitos
entre as estratégias para promoção do devido conforto térmico diurno e a necessidade
de conforto térmico no período noturno. Apontando como exemplo o emprego de
24 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
alta inércia térmica em uma edificação, que no período diurno poderá manter as
temperaturas internas bem abaixo da temperatura externa, contudo, à noite o efeito
da inércia tenderá a manter o ambiente mais aquecido do que o desejado, como, por
exemplo, em períodos com baixa amplitude térmica. Nestes casos, aponta o uso do
resfriamento convectivo noturno como forma de obtenção de conforto térmico,
alcançado com a promoção da ventilação dos ambientes internos no período noturno,
mantendo a ventilação diurna ao mínimo possível. Além disso, o resfriamento
interno da edificação durante a noite também contribui de forma expressiva para
manter as temperaturas internas diurnas mais baixas que as externas.
Em situação oposta, com alta amplitude térmica, para a manutenção do
conforto térmico em noites frias pode ser mais conveniente um resfriamento mais
lento da envoltória, conforme argumenta Romero (1988, p.89), indicando alguns
elementos construtivos como forma de retardar o resfriamento, “... pode-se, portanto,
introduzir elementos na edificação, tais como varandas, alpendres para que a
construção, no seu conjunto, crie, à noite, barreiras contra o esfriamento rápido...”.
Entretanto, Romero (1988, p.89) também adverte quanto à possibilidade de alguns
conflitos entre necessidades opostas “... Estes elementos, por outro lado, não devem
impedir a penetração solar no período com noites frias (inverno), mas, por outro,
devem impedir a penetração dos raios solares nos períodos quentes (verão)...”
(ROMERO, 1988).
A conciliação do equilíbrio térmico com controles passivos, entre duas
situações adversas como o dia e a noite, pode ser alcançada com avaliação criteriosa
do comportamento dos fatores climáticos nos dois períodos, análise das
possibilidades de obtenção de conforto térmico em cada período, e a avaliação dos
possíveis conflitos entre as necessidades opostas, o que irá possibilitar a formulação
de projetos visando o máximo de conforto possível com o menor consumo de energia
alcançado (GIVONI, 1998).
Givoni (1998) pondera que, mesmo em situações onde as condições de
ventilação no período noturno não sejam suficientes para a obtenção do nível
desejado de conforto térmico, deve-se considerar o resfriamento convectivo noturno
25 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
como forma de redução da carga térmica de condicionamento, e, ainda, a possível
redução no tempo de uso de refrigeração dos ambientes durante a noite.
2.4.3 Avaliação de Desempenho Térmico
Na construção civil, o conceito de desempenho está associado à atuação ou
comportamento de algum sistema. Neste sentido, “avaliar o desempenho” implica
necessariamente em se ter parâmetros definidos para mensurar o desempenho em
relação a um pressuposto resultado, (BORGES, 2008). Assim, na avaliação do
desempenho térmico global de uma edificação independente do método utilizado, o
parâmetro para a mensuração do desempenho será o nível de conforto térmico,
definido como desejável para a edificação a ser avaliada. Como definido por Akutsu
(1993), na avaliação de desempenho térmico de edificações ventiladas naturalmente,
verificam-se as condições térmicas do ambiente interno tendo-se como referência a
condição de conforto requerido, como também, o nível das exigências impostas pelas
condições climáticas.
Para ambientes condicionados artificialmente, na avaliação do desempenho
térmico deverá ser verificada a demanda da carga térmica requerida para manutenção
das condições de conforto térmico dos ocupantes. Desta maneira a avaliação
qualitativa do desempenho térmico da edificação relaciona-se diretamente com a
avaliação quantitativa da demanda da carga térmica de condicionamento, ou seja,
conforme Akutsu (1993, p.158) “... quanto menor a carga térmica de
condicionamento, melhor o desempenho térmico da edificação.”.
Quanto aos métodos de avaliação, no Brasil diversos grupos de pesquisas têm
desenvolvido estudos para o aprimoramento de métodos de avaliação de desempenho
térmico mais adequados às características climáticas brasileiras.
Barbosa (1997) destaca os primeiros trabalhos do IPT5 na formulação de
métodos para avaliar o desempenho térmico de edificações, como a proposta inicial
de 1981, Conforto: Avaliação de Desempenho de Habitações Térreas Unifamiliares;
e o trabalho apresentado em 1987, Desempenho Térmico de Edificações Escolares:
Manual de Procedimento para Avaliação.
5 Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo
26 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
A partir destes trabalhos outros estudos foram desenvolvidos com foco em
unidades residenciais. Como os trabalhos publicados posteriormente por Akutsu e
Vittorino (1991, 1993, 1993a, 1995), nos quais apresentam propostas para
sistematização de processo de avaliação, definido inicialmente pelas etapas
necessárias para a composição dos dados envolvidos, composto por cinco etapas,
sendo:
a) caracterização das exigências humanas;
b) caracterização das condições típicas de exposição;
c) caracterização da edificação;
d) caracterização do desempenho térmico;
e) avaliação do desempenho térmico da edificação.
Para a última etapa são propostos os critérios para classificação do
desempenho, quanto às condições de conforto térmico, com base nas recomendações
da ISO 7730-1994.
Para avaliação por prescrição apresentam o método expedito, composto
basicamente por fixação de parâmetros para paredes e cobertura, caracterizadas pela
resistência térmica, indicadas para cada classificação e zona climática.
Entre as pesquisas do ANTAC6, destacam-se os estudos no desenvolvimento
de parâmetros com foco no desempenho térmico mínimo para habitações de interesse
social.
Barbosa (1997) em sua tese propõe um método para avaliar e especificar o
desempenho térmico de unidades residenciais. O método é composto por avaliação
por desempenho, podendo também ser utilizado para avaliação por prescrição, sendo
aplicável a qualquer sistema construtivo. Para as avaliações por desempenho ou por
prescrição, tem-se como parâmetro a zona de conforto térmico proposta por Givoni
em 1992, com limites para as temperaturas internas de 18° a 29°C, sendo o critério
de avaliação definido pelo número de horas anuais que apresentem temperaturas fora
destes limites, considerando o nível mínimo de desempenho aceitável para um total
6 Grupo de Conforto Ambiental da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído
27 Capítulo II - Revisão Bibliográfica
de horas desconfortáveis menores ou iguais a 1000 horas anuais. A avaliação poderá
ser realizada por simulação ou por medição in loco.
2.4.4 Normas Técnicas
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), coordenada pelo
Comitê Brasileiro de Construção Civil, publicou em 2005, a norma NBR 15220,
primeira norma brasileira específica para avaliação de desempenho térmico de
edificações residenciais, com foco em habitações de interesse social.
Em 2008, foi publicada a norma NBR 15575 dirigida a unidades
habitacionais com até cinco pavimentos, com foco na melhoria do desempenho
global, visando o aumento de qualidade das edificações brasileiras.
Quanto aos métodos de avaliação, de modo geral as propostas das normas
fundamentam-se no método prescritivo, baseado no cumprimento de limites para as
características termofísicas de materias e componentes construtivos, reunindo um
conjunto de requisitos e critérios para adequação da edificação ao clima local.
Somente a NBR 15575 define outros métodos de avaliação, sendo estes, por medição
e simulação.
28 Capítulo III – Área de Estudo
3. ÁREA DE ESTUDO
3.1 CONTEXO CLIMÁTICO DE CUIABÁ
O município de Cuiabá situa-se no Centro-Oeste brasileiro, ao centro sul do
Estado de Mato Grosso, com coordenadas geográficas de 15°35’46” latitude Sul, e
56°05’48” de longitude Oeste, conforme Figura 3. 1. Encontra-se localizado sobre o
relevo da Baixada do Rio Paraguai e calha do Rio Cuiabá, baixada da porção centro
ocidental caracterizada como Depressão Cuiabana, com altitude média inferior a
200m. Ocupa uma área de 3.538,17 km², à margem esquerda do rio Cuiabá, com
limites definidos pelos municípios de Rosário Oeste ao Norte, Santo Antônio do
Leverger ao Sul, Campo Verde a Leste, Várzea Grande a Sudoeste, e Chapada dos
Guimarães a Noroeste, (IBGE, 2010; MIRANDA, 2001).
Figura 3. 1 - O Estado de Mato Grosso, o Município de Cuiabá
Fonte – Adaptado de IBGE (2010)
29 Capítulo III – Área de Estudo
A capital mato-grossense com seus 290 anos possui uma população, estimada
pelo IBGE7 em 2009, de 550.562 habitantes, porém, com a conurbação urbana com o
município de Várzea Grande ultrapassa os 780 mil habitantes. O crescimento
populacional ocorreu principalmente por correntes migratórias entre as décadas de
1960, 1970 e de 1980, provocando aceleradas e sucessivas alterações em sua malha
urbana, conforme IPDU8 (2007).
O perfil climático da região de Mato Grosso é decorrente de suas
características geográficas, continentalidade, latitude e relevo; conjugado aos fatores
dinâmicos das circulações atmosféricas como a Frente Polar Atlântica no inverno e
massa Equatorial Continental a Noroeste na primavera e verão.
As variações de altitude e o aumento da latitude estão associados às menores
temperaturas nas áreas com maior altitude, e a ocorrência de temperaturas mais
elevadas nas áreas de baixada, como a Baixada do Pantanal e a Depressão Cuiabana.
Conforme proposta do Zoneamento Socioeconômico-ecológico de Mato
Grosso, a classificação climática do Estado é dividida em duas unidades principais:
Unidade I - Equatorial Continental com estação seca definida (3 a 5 meses); e
Unidade II - Tropical Continental Alternadamente Úmido e Seco (6 meses de
período seco). Em conseqüência das circulações atmosféricas cada unidade é
composta por climas do tipo: Unidade I, com clima Equatorial Continental e Tropical
Continental, dividida em três subáreas; Unidade II, com clima Equatorial
Continental, Tropical Continental, e Extra Tropical, dividida em cinco subáreas.
Pelas características de temperatura e pluviosidade Cuiabá encontra-se na
Unidade II e subárea II-A, onde o clima pode ser classificado como Tropical
Megatérmico Sub-Úmido, apresentando temperaturas médias anuais entre 25°C e
26°C, com máximas, frequentemente, acima de 35°C. Quanto aos índices
pluviométricos a estação seca pode variar de abril-maio até setembro-outubro, com a
estação chuvosa variando de outubro-novembro até março-abril. (MORENO et al.
2005)
7 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 8 Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Urbano – Prefeitura Municipal de Cuiabá
30 Capítulo III – Área de Estudo
Analisando dados climatológicos observados em Cuiabá, apresentados na
Tabela 3. 1, observa-se que as temperaturas são relativamente estáveis, quanto às
variações durante o ano, com as médias máximas variando entre 33,3°C a 34,1°C, e
as médias mínimas entre 16,7°C a 23,5°C.
Tabela 3. 1 - Variáveis climatológicas observadas em Cuiabá/MT (1970-2002)
Período Meses T ºC Média
Máxima
T ºC Média
Mínima
T ºC
Média
UR%
Média
Precipitação
Média mm
Quente
Úmido
Nov 33,3 23,2 27,2 76 183,2
Dez 32,7 23,5 26,9 80 200,9
Jan 32,7 23,4 26,8 81 215,4
Fev 32,6 23,1 26,4 83 218,4
Mar 32,3 23,4 26,6 82 221,8
Abr 32,8 22,6 26,2 81 134,8
Ameno
Mai 31,6 20,2 24,6 79 57,4
Jun 30,9 18,0 23,2 76 24,1
Jul 31,8 16,7 23,0 69 10,7
Quente
Seco
Ago 33,8 18,5 24,9 64 18,5
Set 34,0 21,3 26,3 67 67,0
Out 34,1 23,0 27,6 70 117,2
Fonte – Adaptada de Maitelli et al. (2004) 9
Quanto às variações da temperatura observa-se que as maiores médias
ocorrem nos meses de agosto, setembro e outubro, e que mesmo nos meses mais
amenos, maio, junho e julho, as máximas apresentam-se acima de 30°C. Contudo,
neste período podem ocorrer as “friagens”, devido à entrada dos ventos frios da
massa polar, provocando queda abrupta na temperatura com curta duração e
irregularidade de ocorrência.
O índice pluviométrico anual apresenta-se em torno de 1400 mm a 1500 mm,
com forte concentração no primeiro trimestre do ano, tendo-se no mês de março
221,8 mm, e redução acentuada nos meses mais secos, chegando ao extremo no mês
de julho. Quanto à umidade relativa média do ar pode chegar acima dos 80% nos
meses com maiores índices de chuvas e em agosto, período seco, pode atingir níveis
críticos, abaixo dos 20%.
Com relação ao regime dos ventos, em conseqüência das baixas altitudes da
área urbana e pela barreira imposta pelos chapadões em seu entorno, a ventilação é
conseqüentemente reduzida com ventos fracos de 1m/s na maior parte do ano. A
velocidade dos ventos freqüentemente baixa pela manhã, com intensidade maior à
tarde e bastante reduzida à noite, ventos estes com direção predominante de Noroeste
9 Dados do 9º Distrito de Meteorologia: Lab. de Climatologia – Dep. de Geografia/UFMT
31 Capítulo III – Área de Estudo
a Norte, e ventos ao Sul no período do inverno, quando ocorrem as frentes frias,
conforme Campelo Jr. et al. (1991)
A cidade de Cuiabá, em virtude do rigor climático imposto pelas condições
naturais e as possíveis alterações climáticas em conseqüência do processo de
urbanização, tem sido alvo de estudos, como os de Maitelli et al. (2004) e Campos
Neto (2007), nos quais se avaliam a formação de ilhas de calor sobre a área urbana.
Deve-se também citar os estudos de Duarte (2000) que relaciona os padrões de uso e
ocupação do solo e a influência sobre as variações dos microclimas urbanos.
3.1.1 Estratégias de Adequação ao Clima
O Estado de Mato Grosso, pelo Zoneamento Bioclimático brasileiro abrange
cinco zonas bioclimáticas distintas, representadas na Figura 3. 2, e o município de
Cuiabá encontra-se inserido na zona sete (Z7), conforme a norma NBR 15220-3
(ABNT, 2005).
Figura 3. 2 - Zoneamento Bioclimático Brasileiro
Fonte – Adaptada da NBR 15225 -3 (ABNT, 2005)
As estratégias definidas para Cuiabá, segundo a classificação apresentada
pela norma NBR 15220-3 (ABNT, 2005), são as de código FHIJK, sendo estas
indicadas para:
(F) Estratégia de desumidificação, para redução da umidade, por meio da
renovação do ar interno, com a promoção da ventilação dos ambientes.
32 Capítulo III – Área de Estudo
(H-I) Estratégia de resfriamento evaporativo e massa térmica para
resfriamento, alta inércia para redução das temperaturas internas.
(I-J) Estratégias de ventilação, para redução das temperaturas, com ventilação
seletiva, nos período em que a temperatura interna seja superior a externa.
(K) Estratégia de refrigeração artificial, o uso de resfriamento artificial será
necessário para amenizar a eventual sensação de desconforto térmico por
calor.
3.1.2 Dados Climáticos
No Brasil, a coleta sistematizada de dados climáticos tem evoluído,
notadamente nas regiões sul e sudeste, porém, em outras regiões ainda são escassos.
Os dados com maior acesso são as Normais Climatológicas e dados coletados
principalmente em aeroportos e estações agrometeorológicas, ou seja, dados
climáticos não tratados adequadamente para aplicação em projetos de edificações
(GOULART, 1998).
Conforme a ASHRAE (2009), existem dois tipos de tratamento de ano
climático, utilizadas mundialmente, desenvolvidas para cálculos de energia nos
Estados Unidos: o Test Reference Year (TRY), ou ano climático de referência,
elaborado pelo National Climatic Center e o Typical Meteorological Year (TMY), ou
ano climático típico, elaborado pelo Sandia Laboratories.
Quanto à metodologia de tratamento, o TRY é representativo de um ano real
sem extremos de temperatura, enquanto o TMY é uma seleção dos meses sem
extremos de temperatura para composição de um ano representativo. Ambos os
métodos são originados do tratamento de dados horários de uma série consecutiva de
dados anuais, de 10 a 20 anos (CARLO, et al. 2005).
Estas tipologias apresentam formatos padronizados, tanto na disposição
quanto na característica dos dados que compõem o arquivo. As formas de
apresentação dos dados podem apresentar variações, dependendo da forma de
utilização dos mesmos. Para o uso em programas computacionais, frequentemente,
33 Capítulo III – Área de Estudo
os arquivos climáticos são convertidos em formatos específicos como os formatos
EPW do EnergyPlus, e o WEA do Ecotect, dentre outros.
Outro tipo de formatação pode também ser utilizado por alguns programas.
Cita-se, a título de exemplo, a conversão dos arquivos climáticos em arquivos de
texto com extensão *.try ou extensão *.csv. Desta forma, podem ser visualizados e
editados com maior facilidade, em programas de texto ou em planilhas eletrônicas.
Para Cuiabá, os dados climáticos disponibilizados são as normais
climatológicas publicadas pelo INMET10
, e o arquivo climático distribuído pelo
projeto Solar and Wind Energy Resource Assessment (SWERA), que disponibiliza
arquivos climáticos TMY para vinte cidades brasileiras, incluindo Cuiabá. Os
registros encontram-se consolidados no arquivo BrazilTMY_br_144.zip. Quanto ao
arquivo TMY para Cuiabá, verificou-se que os dados são da estação meteorológica
do Aeroporto Marechal Rondon, obtido a partir da compilação de uma série de dados
horários de 1973 a 2002. Estes dados são também distribuídos pelo Departamento de
Energia dos Estados Unidos (DOE, 2009), devidamente tratados e convertido para o
formato EPW.
10 Instituto Nacional de Meteorologia
34 Capítulo III – Área de Estudo
3.2 ESTUDO DE CASO
3.2.1 Bairro Morada do Ouro
A área onde se insere o objeto de estudo é o bairro Morada do Ouro, situado
na região Norte da área urbana com 231,0 ha. Parte de sua área encontra-se
circundada pelo parque Massairo Okamura e a Área de Preservação Permanente
(APP) do córrego do Barbado, conforme apresentado na Figura 3. 3.
Figura 3. 3 – Localização do Bairro Morado do Ouro
Sua origem está associada à implantação do Centro Político Administrativo
(CPA), projeto de descentralização da ocupação urbana iniciado na década de 1970,
quando então foram previstas novas áreas de expansão destinadas a moradias. Dando
origem à implantação de vários conjuntos habitacionais, como os CPA I, II, III, e IV,
que hoje integram a região Morada da Serra. O Conjunto Habitacional Morada do
35 Capítulo III – Área de Estudo
Ouro foi dirigido exclusivamente a funcionários públicos, localizado em frente à área
do novo centro administrativo (VASCONCELOS, 2008).
Conforme levantamento de 2007 realizado pelo IPDU (2007a), o atual bairro
Morada do Ouro possui uma população de 4.931 habitantes, ocupando 1.315
domicílios, dos quais 1067, ou seja, 81,14 % dos domicílios são ocupados por seus
proprietários.
Quanto à tipologia construtiva, segundo informações, obtidas de forma
verbal, junto aos moradores mais antigos e observações efetuadas in loco, o padrão
construtivo original constituía de unidades térreas de dois e três quartos com áreas
entre 45,0 a 55,0 m2, aproximadamente, implantadas de forma centralizada em lotes
com 360,0 m2, assim, possibilitando futuras ampliações das unidades. Quanto aos
materiais empregados, todas as unidades foram construídas com fechamento em
alvenaria convencional, laje mista, telhado com estrutura em madeira e telhas em
fibrocimento, ressalta-se que, atualmente, as coberturas com telhas cerâmica são
predominantes, porém, algumas das residências mantêm as telhas em fibrocimento.
3.2.2 Definição das Edificações
Na definição das edificações para o estudo de caso, alguns fatores foram
observados, sobretudo, quanto ao uso de condicionadores de ar em dormitórios e o
conseqüente consumo de energia elétrica.
Os moradores das duas residências definiram o uso dos condicionadores de ar
nos dormitórios com uma necessidade, em conseqüência das condições da edificação
ou impostas pelas condições do clima da cidade, como também afirmaram terem
buscado alternativas para redução do consumo de energia elétrica, com a substituição
dos aparelhos mais antigos por aparelhos mais eficientes, com selo Procel.
Outros fatores também contribuíram na escolha das edificações para o estudo
de caso, como o padrão construtivo ser representativo do padrão mais empregado na
região, e ainda, pelo conhecimento prévio dos proprietários, fato que possibilitou a
total colaboração dos mesmos para a realização dos levantamentos e do
monitoramento das edificações, mesmo na ausência destes.
36 Capítulo III – Área de Estudo
Quanto à localização das edificações, as mesmas encontram-se em setores
distintos do bairro, apesar de estarem relativamente próximas, como pode ser
observada na Figura 3. 4, uma no setor Oeste e outra o setor Centro Sul, que nesta
pesquisa são denominadas de CASA-M e CASA-T.
(a) (b)
Figura 3. 4 - Localização das Residências (a) CASA-M, (b) CASA-T
Fonte – Arquivo Próprio
37 Capítulo IV – Materiais e Métodos
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 AS EDIFICAÇÕES
4.1.1 Características Construtivas: CASA-T
A residência encontra-se ocupada por duas pessoas, passou por várias
reformas e ampliações, conforme apresentado na Figura 4. 1, ficando com um total
de 222,0 m2 de área construída, sendo:
- Ambientes internos: 109,20 m2
- Varanda e garagem: 53,32 m
2
- Anexos: 59,48 m
2
2,91,971,371,372,5
7,1
92
,44
3,6
83
,36
3,42
COZINHA / COPA24.58 m2
1,2
21
,22
SALA TV20.0 m2
SALETA12.52 m2
QUARTO10.67 m2
QUARTO13.74 m2
ESCRITÓRIO5.27 m2
CIRC.3.89 m2
BAN.3.67 m2
BAN.3.67 m2
NV
GARAGEM
ANEXOS
2,4
4
14,58
VARANDA
Figura 4. 1 - CASA-T: Planta baixa e corte esquemático longitudinal
Fonte - Produção da autora
38 Capítulo IV – Materiais e Métodos
Com relação à orientação, encontra-se implantada com o eixo longitudinal no
sentido Leste Oeste, tendo a fachada frontal voltada para Oeste, sem proteção, exceto
por alguns arbustos plantados em canteiros, portanto, ficando prejudicada pela
insolação no período vespertino. Na fachada posterior, voltada para o Leste, a
insolação é parcial, com incidência solar apenas no período matutino, e conta ainda
com proteção parcial da vegetação existente.
A edificação está afastada dos limites laterais do lote, o que beneficia a
ventilação natural, tendo a lateral Sul protegida pela garagem e a lateral Norte
recebendo insolação durante algumas horas do dia ao longo do ano, pois a edificação
vizinha bloqueia parcialmente os raios solares.
As áreas ampliadas seguiram o mesmo padrão construtivo original, alvenaria
de bloco cerâmico com estrutura de concreto armado e laje mista. Porém, toda área
do telhado foi alterada com o uso de telhas cerâmicas tipo plan, o beiral e a altura da
cumeeira foram ampliados, tendo caimento em duas águas na área central e em uma
água nos anexos, nos fundos do lote, conforme Figura 4. 2.
INCL. 35%
INC
L.
35%
INC
L. 3
5%
INC
L. 3
5%
NV
Figura 4. 2 - CASA-T: Planta de cobertura
Fonte - Produção da autora
Quanto aos materiais construtivos, foram levantados dados e características
dos materiais e dos componentes da edificação, detalhados na Tabela 4. 1.
39 Capítulo IV – Materiais e Métodos
Tabela 4. 1 - CASA-T: Componentes e materiais
COMPONENTE COR MATERIAL ESP(m)
Paredes externas Gelo Tijolo cerâmico 8 furos, 9 cm+ reboco interno e externo de 2,5 cm
0,14
Paredes Internas Bege Tijolo cerâmico 8 furos, 9 cm + reboco interno e externo de 2,5 cm
0,14
Pisos Internos Branco Contrapiso de 10 cm + revestimento cerâmico de 0,05 0,105
Pisos Externos Branco Contrapiso de 10 cm + revestimento cerâmico de 0,05 0,105
Cobertura Escura Telha cerâmica tipo plan. 0,01
Forro Branco Laje mista de 9,5 cm + reboco interno de 2,5 cm 0,12
Portas internas Madeira Madeira laminada com verniz 0,035
Portas externas Cinza Metálica com vidro de 3 mm e pintura esmalte 0,03
Janelas Cinza Metálica com vidro de 3 mm + veneziana externa 0,03
Janelas Cinza Metálica com vidro de 3 mm 0,03
4.1.2 Características Construtivas: CASA-M
A residência encontra-se ocupada por duas pessoas e uma criança pequena,
teve como origem uma tipologia de dois quartos, após reforma e ampliação,
conforme apresentado nas Figura 4. 3 e Figura 4. 4 a área construída totaliza 160,96
m2, sendo:
- Ambientes internos: 66,27 m2
- Varandas, lateral e frontal: 57,77 m2
- Depósito, banheiro e lavanderia: 36,92 m2
BANHEIRO5.15 m2
QUARTO14.35 m2
COPA / COZINHA14.26 m2
SALA10.55 m2
QUARTO8.50 m2
BAN.2.95 m2
VARANDA
VARANDA
ÁREA
PERMEÁVEL
ÁREA
GRAMADA
3,110,47
6,3
32,2
6
3,5
1
11,41
3,2
35
ÁREA
PERMEÁVELNV
Figura 4. 3 - CASA-M: Planta baixa
Fonte - Produção da autora
40 Capítulo IV – Materiais e Métodos
Figura 4. 4- CASA-M: Corte esquemático transversal
Fonte - Produção da autora
A edificação encontra-se implantada com o eixo longitudinal no sentido
Nordeste Sudoeste, com a fachada principal orientada a Sudoeste, estando protegida
pela varanda frontal com 3,10 m de profundidade, assim como pela varanda lateral
que bloqueia a insolação na face lateral Sudeste. Na fachada posterior, com
orientação a Nordeste, a incidência da radiação solar é apenas no período matutino,
sendo está amenizada por uma mangueira, localizada no quintal. A face mais
prejudicada é a lateral Noroeste, com um afastamento de 3,30 m do limite do lote,
encontra-se mais exposta a insolação no período da tarde.
Com relação à tipologia construtiva, as áreas ampliadas seguiram o mesmo
padrão original, alvenaria de bloco cerâmico com estrutura de concreto armado e laje
mista. Porém a cobertura não foi alterada mantendo as telhas em fibrocimento no
corpo principal da casa e na varanda lateral. Na varanda frontal e nos fundos o
telhado é em madeira aparente com telhas cerâmicas, conforme Figura 4. 5.
INCL. 30%
beiral - 30 cm
beir
al -
50 c
m
INC
L.
35%
INCL. 30%
INCL. 35%
beiral - 50 cm
NV
Figura 4. 5- CASA-M: Planta de Cobertura
Fonte - Produção da autora
Quanto aos materiais e componentes construtivos levantados in loco,
encontram-se detalhados na Tabela 4. 2.
41 Capítulo IV – Materiais e Métodos
Tabela 4. 2 - CASA-M: Componentes e materiais
COMPONENTE COR MATERIAL ESP(m)
Paredes externas Verde
Claro
Tijolo cerâmico 8 furos de 9 cm + reboco interno e externo de 2,5 cm
0,14
Paredes Internas Branco Tijolo cerâmico 8 furos de 9 cm + reboco interno e externo de 2,5 cm
0,14
Pisos Internos Beje Contrapiso de 10 cm + revestimento cerâmico de 0,05 0,105
Pisos Externos Ardósia Contrapiso de 10 cm + revestimento cerâmico de 0,05 0,105
Cobertura Escura Telha fibrocimento 0,07
Forro Branco Laje mista de 9,5 cm + reboco interno de 2,5 cm 0,12
Portas internas Madeira Madeira laminada com verniz 0,035
Portas externas Cinza Metálica com vidro de 3 mm e pintura esmalte 0,03
Janelas Cinza Metálica com vidro de 3 mm + veneziana externa 0,03
Janelas Cinza Metálica com vidro de 3 mm 0,03
4.1.3 Os Dormitórios
Em conformidade com o objetivo do estudo, foi selecionado um dormitório de
cada residência. Após os levantamentos preliminares foram definidos os dormitórios,
pelo uso contínuo dos mesmos e pela freqüência de uso dos condicionadores de ar.
Na CASA-T o dormitório selecionado é ocupado por duas pessoas, possui área total
de 13,74 m2. Encontra-se equipado com condicionador de ar modelo janela com
capacidade de 7.000 BTU/h e ventilador de teto, representado na Figura 4. 6 (a).
(a) (b)
Figura 4. 6- (a) Dormitório CASA-T, (b) dormitório CASA-M.
Fonte - Produção da autora
O dormitório da CASA-M, ocupado por duas pessoas, possui área total de
14,35 m2 com duas paredes externas. Encontra-se equipado com condicionador de ar
do modelo Split com capacidade de 12.000 BTU/h e ventilador de teto, representado
na Figura 4. 6 (b).
42 Capítulo IV – Materiais e Métodos
4.2 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
Na Figura 4. 7 apresentam-se as especificações dos equipamentos utilizados
no monitoramento das residências.
EQUIPAMENTO MODELO / MARCA FUNÇÃO
Termo-higrômetro com data logger
(a)
Modelo: HT- 4000
Fabricante: ICEL
Especificação:
Ciclo de 2s a 24h
Resolução: 0,1º e 0,1%
Operação: - 40°C a 70°C
Mede:
Temperatura do ar: °C
Umidade Relativa: %
Ponto de Orvalho: °C
Suporte para medição externa
(b)
Produzido pela autora em
parceria com Luciana
Girardi Omar, aluna do
PPGEEA
Proteção para o termo-
higrômetro, na obtenção
de dados externos.
Termômetro de Globo
(c)
Produzido pela autora em
parceria com
pesquisadores do
PPGEEA.
Mede:
Temperatura de globo: °C
Barreira Radiante
(d)
Produzido pela autora em
parceria com Luciana
Girardi Omar, aluna do
PPGEEA
Proteção para o termo-
higrômetro, na obtenção
de dados internos
Figura 4. 7 – Equipamentos utilizados
Fonte: Acervo próprio (a), (b), (c) e (d)
43 Capítulo IV – Materiais e Métodos
4.2.1 Considerações Quanto aos Equipamentos
Foram utilizadas cinco unidades do termo-higrômetro com data logger. Todos
os termo-higrômetros foram previamente calibrados11
, como também foi realizada a
aferição, utilizando-se de uma caixa de isopor onde os termo-higrômetros
permaneceram por uma hora. Após avaliação do comportamento dos dados
apresentados por cada instrumento, não foram identificadas diferenças superiores à
resolução de 0,1°C, especificada para o modelo HT-4000.
O suporte externo foi confeccionado com pratos de material plástico, na parte
superior da proteção foi utilizada uma barreira radiante em papel aluminizado. Para a
base, utilizou-se de uma estrutura metálica desmontável, o que facilitou o transporte
do conjunto. Na coleta dos dados externos às residências, tomaram-se as devidas
precauções no posicionamento do suporte, instalado na varanda em local ventilado,
protegido da radiação solar direta e da chuva.
Na impossibilidade da utilização de um termômetro de globo padrão, para
aferição da temperatura de globo, utilizou-se de globos alternativos em material
plástico com a inserção de um termo-higrômetro. Esta alternativa foi testada em
pesquisa realizada pela autora em parceria com pesquisadores do PPGEEA,
conforme resumo apresentado no Apêndice H.
Na aferição dos dados internos de temperatura e umidade relativa do ar,
utilizou-se de termo-higrômetro protegido com barreira radiante, confeccionada em
embalagem PET revestida com papel aluminizado. Esta barreira tem a função de
reduzir a influência de radiação de ondas longas na aferição da temperatura do ar, a
eficiência do uso de barreiras radiantes foi comprovada em pesquisa apresentada por
Barbosa, et al. (2007).
4.2.2 Softwares Utilizados
Na obtenção das cartas bioclimáticas e para visualização dos dados climáticos
utilizou-se os programas AnalysisBio 2.1.5 e o programa Sol-Ar, ambos
desenvolvidos pelo Laboratório de Eficiência Energética em Edificações, da
11 Adquiridos com certificado de calibração
44 Capítulo IV – Materiais e Métodos
Universidade Federal de Santa Catarina – Departamento de Engenharia. (LABEEE,
2009)
Para a simulação do desempenho termo-energético utilizou-se o pacote do
programa EnergyPlus, versões 4.0 e 6.0, desenvolvido e distribuído pelo
Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE, 2010).
4.3 MÉTODOS
O estudo empreendido para análise do desempenho termo-energético em
dormitório no período noturno, para as condições climáticas de Cuiabá-MT, foi
composto das seguintes etapas: 1- caracterização bioclimática da área em estudo; 2-
avaliação de desempenho térmico das residências definidas para o estudo de caso; 3-
avaliação de desempenho termo-energético em dormitórios.
4.3.1 Dados Climáticos
Para a caracterização bioclimática fez-se necessário a obtenção de um arquivo
climático de Cuiabá em formato CSV, compatível com o programa AnalysisBio
2.1.5. Deste modo, utilizou-se os dados de um ano climático típico, ou um Typical
Meteorological Year (TMY), obtido com a conversão do arquivo
BRA_Cuiaba_Marechal.Ron.833620.epw, (DOE, 2009). No processamento do
arquivo foi utilizado o conversor de arquivos climáticos Weather Statistics and
Conversions, que acompanha o pacote do programa EnergyPlus 4.0. Os dados em
formato de texto foram posteriormente processados em planilha eletrônica,
possibilitando a comparação dos dados do arquivo convertido com os dados
necessários para a composição de um arquivo padrão CSV, conforme Tabela 8. 1 do
Apêndice F, identificando-se a necessidade de algumas adequações, tais como: a
reordenação sequencial das colunas, a conversão de unidades, a inserção de valores
para temperatura de bulbo úmido, umidade relativa, entalpia, sendo estes obtidos por
meio de equações psicrométricas, conforme ASHRAE (2009) e Jesus e Silva (2002).
Para melhor visualização e avaliação da disponibilidade de ventos ao longo
do ano de referência, foi criado um arquivo compatível com o programa Sol-AR,
45 Capítulo IV – Materiais e Métodos
obtido por meio de uma planilha auxiliar com os dados relativos aos ventos extraídos
do arquivo climático e reagrupados por estações do ano e períodos do dia, sendo:
a) Estações do ano: para determinação dos períodos das estações, considerou-se
as 15h como média dos horários mais frequentes para o início dos equinócios
e solstícios, pois estes horários variam anualmente;
b) Direção dos ventos: para cada direção foi considerado um intervalo de 45°,
agrupando ângulos de dez em dez graus: para a direção N= 340, 350, 360 ou
0 e 10; para a NE= 20, 30, 40 e 50; para a L = 60, 70, 80, 90; para a SE= 100,
110, 120, 130 e 140; para a S= 150, 160, 170, 180 e 190; para a SO= 200,
210, 220 e 230; para a O= 240, 250, 260, 270 e 280; e para a direção NO=
290, 300, 310, 320, e 330.
c) Períodos das 24 horas, considerando: madrugada de 1h as 5h, manhã de 6h as
12h, tarde de 13h as 18h e noite de 19h as 24h.
Deste modo, foram obtidas as médias das velocidades dos ventos para cada
direção e estação do ano, a frequência para cada direção, como também a frequência
dos ventos para os períodos madrugada, manhã, tarde e noite, em cada estação do
ano. Os dados foram então organizados e compilados em arquivo de texto para
finalização do arquivo cuiaba.ventos.csv.
Na verificação de possíveis erros dos arquivos convertidos utilizou-se de
alguns dos procedimentos empregados por Carlo, et al.(2005) na identificação de
erros em arquivos climáticos com dados horários, tais como, a verificação da
condição da temperatura de bulbo seco (TBS) ser obrigatoriamente maior ou igual
que a temperatura de bulbo úmido (TBU); valores de radiação solar nulos para os
horários correspondentes ao período noturno, e ainda, as médias máximas e mínimas
de temperatura e umidade relativa serem compatíveis com dados registrados para a
localidade. Desta forma, dados do TMY convertido foram avaliados utilizando-se
das Normais Climatológicas de Cuiabá, série histórica de 1961 -1990.
4.3.2 Caracterização Bioclimática da Área em Estudo
A avaliação bioclimática de cada período foi realizada em duas etapas, uma
para o período diurno de 6h as 18h, e outra, para o período noturno de 18h as 6h.
46 Capítulo IV – Materiais e Métodos
Objetivando a análise das possibilidades de obtenção de conforto térmico em cada
período e a avaliação dos possíveis conflitos entre as estratégias requeridas para as
condições diurnas e noturnas.
Ressalta-se, que devido a algumas limitações do programa Analisy Bio para a
seleção de horários noturnos, foi traçada uma carta para os meses de novembro e
dezembro, e outra com os meses de janeiro a abril, para os horários noturnos.
4.3.3 Avaliação de Desempenho Térmico
A avaliação de desempenho térmico das residências foi realizada por meio
dos seguintes procedimentos: monitoramento higrotérmico; avaliação do
comportamento térmico das residências em condições reais de uso; observação das
percepções dos moradores quanto ao conforto térmico em suas residências; e a
avaliação de desempenho térmico das edificações segundo os parâmetros definidos
pela norma NBR15575-1 (ABNT, 2008).
4.3.3.1 Dados Monitorados
A partir dos dados levantados com o estudo das características climáticas da
área de estudo, foram definidos dois períodos para avaliação, considerando-os como
os mais críticos quanto ao conforto térmico, sendo estes, o período quente úmido
abrangendo os meses de novembro a abril e o período quente seco compreendendo os
meses de agosto a outubro.
Devido às limitações impostas quanto ao número de equipamentos, as
residências foram monitoradas separadamente, em semanas subsequentes, gerando
duas etapas de coleta de dados em cada período definido para o monitoramento,
sendo:
1) Em Março de 2010, do dia 3 a 10, monitoramento da CASA-T; do dia 13 ao
dia 20, monitoramento da CASA-M.
2) Em Setembro e Outubro de 2010, do dia 9 a 16/9, monitoramento da CASA-
T; do dia 28/9 a 5/10, monitoramento da CASA-M.
Na definição dos pontos a serem coletados observou-se as recomendações da
norma NBR15575-1 (ABNT, 2008), que determina a medição da temperatura do ar
47 Capítulo IV – Materiais e Métodos
dos ambientes sala e quarto, e da temperatura do ar externo. Quanto a localização dos
instrumentos foram dispostos a uma altura de 1,10m do piso conforme,
recomendação da norma ISO 7726 (1998).
Nos ambientes internos foram instalados dois equipamentos, um para aferição
da temperatura e umidade relativa do ar, e outro para aferição da temperatura de
globo. Externamente foi instalado um equipamento para aferição da temperatura e
umidade relativa do ar externo, totalizando cinco equipamentos em cada residência,
conforme distribuição apresentada para cada edificação:
Localização dos pontos monitorados na CASA-T, representada na Figura 4. 8.
PONTOS
VARIÁVEIS
T.1 TBS / UR%
Tg.1 Temperatura de Globo
T.2 TBS / UR%
Tg.2 Temperatura de Globo
T.3
TBS / UR%
Figura 4. 8 - CASA-T: localização dos pontos monitorados
Fonte – Produção da Autora
Nos ambientes internos, sala e quarto, os equipamentos foram apoiados sobre
móveis e na varanda instalado no suporte, de forma que os mesmos não interferissem
na livre circulação das pessoas, conforme apresentado na Figura 4. 9.
(a) (b) (c) Figura 4. 9 - CASA-T: equipamentos nos ambientes (a) quarto, (b) sala, e (c) varanda
Fonte – Acervo próprio
48 Capítulo IV – Materiais e Métodos
Localização dos pontos monitorados na CASA-M, representada na Figura 4. 10.
PONTOS
VARIÁVEIS
M.1 TBS / UR%
Mg.1 Temperatura de Globo
M.2 TBS / UR%
Mg.2 Temperatura de Globo
M.3 TBS / UR%
Figura 4. 10 - CASA-M: localização dos pontos monitorados
Fonte – Produção da autora
Nesta residência os equipamentos, também foram apoiados sobre móveis, e na
varanda utilizou-se o suporte móvel, conforme apresentado na Figura 4. 11.
(a) (b) (c)
Figura 4. 11- CASA-M: equipamentos nos ambientes (a) quarto, (b) sala, e (c) varanda
Fonte – Acervo próprio
Quanto aos procedimentos, os equipamentos foram instalados na noite
anterior ao início das medições e retirados na manhã seguinte ao final das medições.
Todos os termo-higrômetros foram ajustados para leituras automáticas a cada 30
minutos, durante as 24h do dia. Ao final de cada período, cada um dos cinco pontos
contabilizou 383 registros, obtendo-se em cada período de medição 1915 registros
em cada uma das residências.
Durante as quatro etapas da coleta de dados utilizou-se de um relatório de
ocorrências climatológicas, apresentados no Apêndice A, onde foram registrados
dados observados diariamente, quanto às condições do céu, as ocorrências
pluviométricas nos períodos monitorados, assim como os valores diários de
49 Capítulo IV – Materiais e Métodos
temperaturas do ar máximas e mínimas, unidade relativa do ar e índice
pluviométrico, registrados pela Estação Meteorológica do Aeroporto Marechal
Rondon.
Quanto às condições em que sucederam os monitoramentos, em cada período
de levantamento algumas situações ocorridas influenciaram diretamente nos dados
obtidos, deste modo, foram consideradas nas avaliações e análises dos resultados.
Para o 1° monitoramento, a CASA-T permaneceu fechada, pois os moradores
viajaram. Por esta razão, as janelas permaneceram com as folhas em venezianas
fechadas, ficando as com vidro abertas, porém com todas as portas internas abertas.
Na CASA-M, os moradores permaneceram em suas atividades diárias normais,
exceto no quarto do casal, pois os mesmos não conseguiram dormir com o
condicionador de ar desligado, a solução encontrada foi que durante o levantamento
ocuparam outro quarto da casa, ou seja, o quarto foi monitorado sem ocupação no
período noturno.
Para o 2° monitoramento, nas duas residências os moradores permaneceram
em suas atividades diárias normais, contudo, no quarto do casal, devido às condições
térmicas do período estes ambientes foram monitorados com os condicionadores de
ar ligados, nas noites mais quentes.
4.3.3.2 Comportamento térmico das residências
O comportamento térmico apresentado por cada residência foi avaliado
inicialmente, por meio dos dados horários monitorados de temperatura e umidade do
ar externo, temperatura do ar interno, apresentados em gráficos para cada período
monitorado, verificando-se as variações das temperaturas máximas e mínimas do ar
interno, com relação às temperaturas do ar externo. Posteriormente, avaliou-se a
capacidade de amortecimento proporcionada pela envoltória da edificação, em
relação às variações das temperaturas do ar externo, por meio do estudo das
amplitudes das temperaturas do ar externo e interno, apresentadas em gráficos com
as variações diárias das temperaturas mínimas e máximas de cada ambiente,
comparadas às máximas e mínimas diárias das temperaturas do ar externo. Em
seguida, verificou-se a amplitude média diária e a registrada no período, obtendo-se
50 Capítulo IV – Materiais e Métodos
o amortecimento médio diário de cada ambiente e o amortecimento ocorrido no
período monitorado, apresentados em gráficos.
4.3.3.3 Percepções dos moradores quanto ao conforto térmico
Utilizou-se de pesquisa qualitativa para obter informações quanto às
percepções dos moradores relacionadas às condições de conforto térmico em suas
residências, desenvolvida através de entrevistas e questionários padronizados,
conforme questionário 1, item 5, Apêndice A. Os questionários foram aplicados no
primeiro dia de cada etapa no 1° monitoramento. As informações coletadas foram
comparadas com os resultados observados quanto ao comportamento térmico das
residências.
4.3.3.4 Avaliação de desempenho térmico: NBR15575/2008
Na avaliação de desempenho térmico, segundo os parâmetros da norma
NBR15575-1(ABNT, 2008), utilizou-se dos métodos de avaliação definidos como:
a) Procedimento 1, por prescrição, verificação do atendimento aos requisitos
e critérios estabelecidos para os sistemas de vedação, paredes e
coberturas, aberturas externas para ventilação dos ambientes e as
necessidades de sombreamento.
b) Procedimento 3, por medição, verificação dos valores limites de
temperaturas máximas e mínimas do ar interior de ambientes de
permanência prolongada, quartos e sala, em condições de verão e inverno
para cada zona bioclimática.
4.3.4 Avaliação de Desempenho Termo-energético
4.3.4.1 Consumo de Energia Elétrica
A avaliação do consumo de energia foi realizada por meio dos seguintes
procedimentos: levantamento dos hábitos de uso e consumo de energia elétrica de
cada residência, avaliação do perfil do consumo de energia elétrica de cada
residência.
51 Capítulo IV – Materiais e Métodos
Utilizou-se de pesquisa qualitativa para obter informações com relação aos
equipamentos eletroeletrônicos utilizados, forma de uso dos mesmos e quanto ao
histórico do consumo de energia, desenvolvida através de entrevistas e questionários
padronizados, tendo-se como referência o modelo SINPHA, Eletrobrás (2007),
conforme modelo questionário 1, Apêndice B.
No levantamento também foram obtidos os dados dos hábitos noturnos,
quanto às preferências térmicas com relação aos quartos, assim como, o padrão de
uso dos condicionadores de ar, conforme modelo questionário 2, Apêndice C. Os
questionários foram aplicados no primeiro dia do 1° monitoramento das residências.
A estimativa de consumo dos eletrodomésticos e do sistema de iluminação foi
obtida por meio da tabela: Estimativa de Consumo Mensal dos Principais
Eletrodomésticos, PROCEL (2007).
Com base nos dados do levantamento foi calculado o consumo médio mensal
de cada residência, posteriormente foi avaliada a contribuição dos usos finais,
obtidos comparando-se o consumo de cada aparelho com o consumo total de energia,
conforme Fedrigo et al. (2009), aplicando-se a equação 01.
UF (equip.1) = C (equip.1) / C (total) x 100 Eq.01
Sendo:
UF = Uso Final de um determinado equipamento (%)
C (equip.1) = Consumo de um determinado equipamento (kWh)
C (total) = Consumo total da unidade (kWh)
O perfil do consumo de energia elétrica de cada residência foi avaliado pelo
histórico do consumo anual, verificando-se a distribuição mensal do consumo ao
longo do ano, comparadas às temperaturas médias anuais do ano de referência.
4.3.4.2 Parâmetros para Simulação
A etapa da simulação para o estudo do desempenho térmico e energético em
dormitório foi estruturada tendo-se como referência os resultados alcançados com o
52 Capítulo IV – Materiais e Métodos
estudo de caso, deste modo, pelos resultados apresentados optou-se pela CASA-M
como referência para o modelo-base utilizado na simulação.
De posse dos resultados obtidos com as etapas anteriores foram definidos os
parâmetros para a composição inicial da simulação, a definição das variáveis
simuladas, dos dados de entrada e dos parâmetros para a avaliação das simulações.
4.3.4.2.1 Dia de referência de projeto
Em conformidade com o objetivo geral deste estudo, os meses de referência
para projeto, março e outubro, foram definidos pelo consumo de energia elétrica.
Deste modo, para os referidos meses foi necessário definir um dia de referência de
projeto, não se tratando da definição de um dia típico, mas sim de um dia crítico,
considerando como parâmetro a temperatura máxima do ar externo, conforme
método recomendado pela norma NBR16401-1 (ABNT, 2008), que define a
probabilidade de 99% para ocorrência da TBS máx de verão para a temperatura de
projeto, indicada para o cálculo da carga térmica de ambientes comerciais e
residenciais. Para os dois meses foram avaliadas as ocorrências das temperaturas
máximas diárias, obtendo-se os dias críticos.
4.3.4.2.2 Parâmetros de conforto térmico
Para avaliação das condições de conforto térmico no dormitório foi necessária
a definição de parâmetros para duas situações distintas, um para as horas em que
fosse possível obter conforto térmico por meio da ventilação natural, e outra, para as
horas que se fez necessário o uso dos condicionadores de ar.
O modelo adaptativo proposto pela norma ASHRAE 55 (2004) foi adotado na
definição do parâmetro de avaliação para as horas com condicionamento natural. O
modelo adaptativo propõe a definição de uma temperatura operativa de conforto
obtida em função da temperatura média do ar externo, conforme a equação
apresentada.
Top = 0,31 x Te med. + 17,8 Eq.02
Sendo:
Top = Temperatura operativa de conforto (°C)
53 Capítulo IV – Materiais e Métodos
Te med. = Média mensal da temperatura do ar externo (°C)
Sendo a média mensal obtida pela média aritmética das médias mínimas e das
médias máximas diárias da temperatura do ar exterior (bulbo seco), conforme a
norma ASHRAE 55 (2004).
Em torno da temperatura operativa de conforto são admitidos dois níveis de
satisfação, ± 2,5°C para 80 % e ± 3,5°C para 90% de satisfeitos. Desta forma,
calculou-se a temperatura operativa de conforto para os meses do ano climático de
referência, obtendo-se a faixa de conforto para os meses de referência março e
outubro, como também, foi realizada avaliação para as horas noturnas dos referidos
meses.
Para o período com uso de condicionadores de ar, foi adotado o intervalo de
conforto para o verão, definido pela norma NBR16401-2 (ABNT, 2008), que
estabelece as temperaturas operativas (To) e umidade relativa (UR) para verão,
considerando atividade leve de 1 a 1,2 met., roupa típica de 0,5 clo e velocidade
média do ar de 0,20 m/s, em intervalos de:
To = 22°C a 25,5°C → UR 65% To = 23°C a 26°C → UR 35%
Em que:
To = (Tar + Trm) / 2 Eq.03
Sendo:
To = Temperatura operativa
Tar = Temperatura do ar
Trm = Temperatura radiante média (obtida conforme norma ISO 7726-1998)
4.3.4.2.3 Definição das variáveis e parâmetros para avaliação
Com os resultados obtidos nas etapas anteriores, foi possível identificar
algumas das variáveis que podem ter influência no desempenho térmico e energético
noturno em dormitórios como, a tipologia das coberturas e as aberturas para a
ventilação dos quartos, apontadas como inadequadas para a Zona Bioclimática 7,
conforme resultados das avaliações no item 5.3.5.
54 Capítulo IV – Materiais e Métodos
A ventilação natural, indicada como a principal estratégia para redução das
horas com desconforto térmico no período noturno, para as condições climáticas
local, conforme resultados do item 5.2. Entretanto, dados quanto à ventilação não
foram monitorados, não sendo possível um estudo mais detalhado da eficiência da
ventilação noturna para o dormitório. Deste modo, limitou-se em verificar o
potencial de uso da ventilação natural nos horários noturnos, utilizando-se de dados
de vento do arquivo climático.
Após o levantamento destas hipóteses foram realizados testes de sensitividade
para cada caso, com objetivo de verificar a influência na carga térmica de
resfriamento do dormitório.
A carga térmica total de resfriamento e o consumo de energia do
condicionador de ar foram adotados como parâmetro na avaliação das alternativas
simuladas.
4.3.4.3 Configuração da Simulação
A partir dos dados construtivos de ocupação e uso, obtidos com o estudo de
caso foram definidas as características do modelo base para a simulação, buscando-
se a maior aproximação possível na representação da edificação real. Deste modo,
foram modeladas todas as áreas da edificação de referência, obtendo-se maior
definição do comportamento dos fluxos térmicos para o dormitório analisado.
As simulações para o estudo do desempenho térmico e energético foram
realizadas a partir do programa EnergyPlus, versão 6.0 de 2010. Neste programa a
inicialização de um arquivo para simulação é composta por uma seqüência de
entrada de dados para a caracterização completa do modelo e dos parâmetros
necessários na definição dos dados de saída. Para este estudo foram declarados
alguns dados para a caracterização da simulação planejada, sendo:
4.3.4.3.1 Localização e período de simulação
Neste módulo foram declarados os dados da localidade, conforme Figura 4.
12, e selecionado o arquivo climático BRA_Cuiaba_Marechal.Ron.833620.epw. Para
o período da simulação, nas etapas preliminares foram declarados os dias críticos de
55 Capítulo IV – Materiais e Métodos
março e outubro, e para as avaliações finais foram selecionados os meses do período
quente úmido e os meses do período quente seco.
Figura 4. 12 – Simulação: Dados de Cuiabá
Fonte – Energyplus (2010)
4.3.4.3.2 Dados construtivos
Para a caracterização construtiva do modelo, inicialmente, foram declaradas
as propriedades termofísicas de cada camada dos componentes construtivos,
conforme detalhe na Figura 4. 13. As propriedades dos materiais foram obtidas do
banco de dados do Energyplus e nas referências da norma NBR15220-2 (ABNT,
2005).
Figura 4. 13– Simulação: materiais construtivos
Fonte – Energyplus (2010)
Em seguida, foi declarada a composição de cada elemento da construção,
parede externa, parede interna, laje de forro, telhado, empenas, pisos, portas e
janelas, como também, declaradas as características geométricas das superfícies
internas e externas destes componentes, conforme detalhe da Figura 4. 14.
Figura 4. 14– Simulação: definição das superfícies geométricas das zonas térmicas
Fonte – Energyplus (2010)
56 Capítulo IV – Materiais e Métodos
4.3.4.3.3 Zonas térmicas
Foram definidas cinco zonas térmicas para o modelo. A sala e o quarto foram
configurados como zonas individualizadas, os outros ambientes foram agrupados em
duas zonas, conforme representação na Figura 4. 15.
Figura 4. 15 – Simulação: zonas térmicas
Fonte - Produção da autora
Uma quinta zona foi definida para a cobertura, o que possibilitou a inserção
de aberturas para ventilação do ático. As varandas e muro lateral foram declarados
como elementos de sombreamento externo, representado na Figura 4. 16.
Figura 4. 16 – Simulação: Modelo base
Fonte – Energyplus (2010)
4.3.4.3.4 Cargas internas
As cargas térmicas de ocupação foram declaradas de acordo como as rotinas
de uso identificadas na edificação de referência. As taxas metabólicas foram
diferenciadas por atividade, sendo:
a) 01 pessoa em atividade leve – 120,0 W – fração radiante de 0,60
b) 01 pessoa dormindo – 80,0 W – fração radiante de 0,60
57 Capítulo IV – Materiais e Métodos
Para iluminação, todas as zonas foram configuradas com uma lâmpada
fluorescente compacta de 9,0 W. As cargas térmicas de equipamentos, foram
configuradas apenas para as zonas 1 e 3, sala e quarto:
c) Zona 1 - 01 computador – 150,0 W – fração radiante de 0,50
d) Zona 3 – 01 Televisão de 42” – 120,0 W – fração radiante de 0,40
4.3.4.3.5 Esquemas de ocupação e uso
No programa Energyplus todas as variações de ocupação, uso ou situação de
funcionamento são controladas por uma Schedule. Para reproduzir as variações de
um ambiente residencial foi necessário montar vários Schedule, com diferenciação
entre as situações diurnas e noturnas.
4.3.4.3.6 Configuração da ventilação natural
A estratégia da ventilação natural foi inserida utilizando-se do módulo
AirflowNetwork Simulation, que controla a ventilação por meio das aberturas, portas
e janelas, de cada zona térmica. Deste modo, para o controle de cada abertura foi
inserido no Schedule, com os horários de abertura e fechamento de cada janela e
porta, conforme detalhe na Figura 4. 17.
Figura 4. 17– Simulação: configuração ventilação natural
Fonte – Energyplus (2010)
As configurações utilizadas nas simulações encontram-se no relatório de
saída, apresentado no Apêndice G.
58 Capítulo IV – Materiais e Métodos
4.3.5 Simulação Termo-energética
O processo da simulação termo-energética foi composto por um conjunto de
etapas, necessárias para a estruturação consistente das alterações propostas para o
modelo base, com o objetivo de avaliar o impacto na redução da energia consumida
pelo condicionador de ar no período noturno, como também, avaliar as possibilidades
de uso do condicionamento natural como alternativa para redução do consumo de
energia elétrica. As etapas utilizadas foram:
1º. Calibração do modelo base;
2º. Análise de sensitividade das alternativas;
3º. Ajustes das configurações do modelo base;
4º. Simulação para o sistema de cobertura;
5º. Simulação com a ventilação natural.
4.3.5.1 Calibração do Modelo Base
Na etapa da calibração do modelo a ser simulado, inicialmente, para entrada
dos dados climáticos foram utilizados os dados externos obtidos com o
monitoramento do mês de março. Porém, os resultados não foram satisfatórios, pela
falta de dados de radiação solar e das condições de vento do local. Desta forma,
optou-se por realizar uma avaliação dos três dias mais homogêneos, selecionados no
item 5.3.5.1, comparados aos dias correspondentes do arquivo climático, obtendo-se
o dia 16/3, como o mais próximo dos dados medidos, conforme Figura 8. 1 do
Apêndice F.
O modelo da edificação foi calibrado com as mesmas condições do dia
monitorado, com o dormitório sem ocupação noturna e com os condicionadores de ar
desligados. As avaliações foram realizadas comparando-se as variações dos dados
simulados e medidos de temperatura e umidade relativa do ar externo e interno e a
temperatura radiante média, dos ambientes monitorados.
59 Capítulo IV – Materiais e Métodos
Os dados da temperatura e unidade relativa do ar externo foram utilizados
para comparação do contexto climático da simulação. Para os ambientes sala e
quarto, utilizou-se os dados da temperatura do ar interno como parâmetro no
processo de calibração. Nesta etapa também comparou-se os dados da temperatura
radiante média, obtidos com a temperatura de globo medida, e os dados calculados
pelo programa EnergyPlus, visando a utilização da temperatura operativa simulada
como parâmetro nas avaliações de conforto térmico.
4.3.5.2 Análise de Sensitividade
Tendo como base as avaliações de desempenho térmico realizadas como o
estudo de caso, as alterações para a cobertura foram definidas como alternativa para
avaliação, optando-se pela variação do tipo de telha e pelo fator de ventilação do
ático. Na definição da variação da telha levou-se em consideração a prática usual em
substituir telhas de fibrocimento por telhas cerâmicas, comprovada com o estudo de
caso. A opção pela variação da cor da telha é justificada pelo fato das cores claras
terem absortância à radiação solar menor que as cores escuras.
Quanto à ventilação do ático, segundo a norma NBR15220-2 (ABNT, 2005) a
câmara de ar ventilada aumenta a resistência térmica, reduzindo a transmitância
térmica total da cobertura e consequentemente os ganhos de calor. Deste modo,
foram definidas duas alternativas para as telhas com duas variações quanto à
ventilação do ático, apresentadas na Figura 4. 18.
Alternativa A:
Telha cerâmica: absortância (α) de 0,75
Alternativa B:
Telha cerâmica: absortância (α) de 0,30
Simulações: A.1 – Ático sem ventilação
A.2 - Ático com ventilação cruzada
B.1 – Ático sem ventilação
B.2 - Ático com ventilação cruzada
Figura 4. 18- Simulação: alternativas para cobertura
Fonte – Brasil Telhas (2010) - http://www.brasiltelhas.com.br/
60 Capítulo IV – Materiais e Métodos
Para a ventilação do ático foi introduzida uma abertura com área de 0,554 m2
em cada empena do telhado, representada na Figura 4. 19. Ressalta-se que o
programa Energyplus não permite aberturas com três vértices, assim, a abertura foi
declarada com quatro vértices para uma forma retangular com a mesma área.
Figura 4. 19– Simulação: abertura do ático
Fonte - Produção da autora
As simulações das alternativas foram realizadas com a configuração de um
sistema de condicionamento de ar ideal (purchased air), o qual calcula a quantidade
de calor a ser retirada ou adicionada na zona térmica condicionada para atingir a
temperatura de controle.
Quanto à temperatura de controle, para esta etapa optou-se por empregar a
mesma utilizada no dormitório de referência, de 20°C, com acionamento do
condicionador de ar das 21h às 6h da manhã.
Antes das simulações para as alternativas foi realizada a verificação da
composição da carga térmica sensível no dormitório, para o dia crítico de março.
As avaliações das alternativas foram simuladas para os dias críticos de março
e outubro, comparando-se a carga térmica total de resfriamento do modelo base, com
as cargas térmicas obtidas em cada alternativa simulada.
4.3.5.3 Simulação das Alternativas para o Sistema de Cobertura
Para as simulações das alternativas, inicialmente, o modelo base foi
configurado com o sistema de condicionamento real do dormitório de referência, um
ar Split de 12.000 BTU/h com temperatura do termostato a 20°C. Em seguida foram
realizadas as simulações com as quatro alternativas, com o objetivo de avaliar as
condições de conforto térmico, compararam-se as temperaturas operativas com o
intervalo de conforto para o verão, conforme a norma NBR16401-2 (ABNT, 2008).
61 Capítulo IV – Materiais e Métodos
Como os resultados obtidos foram definidas as temperaturas de controle para as
simulações do sistema de cobertura:
1- Modelo Base: Telha: α de 0,80
2- Alternativa A1: Telha: α de 0,75
3- Alternativa A2: Telha: α de 0,75 + FV (fator de ventilação)
4- Alternativa B1: Telha: α de 0,30
5- Alternativa B2: Telha: α de 0,30 + FV (fator de ventilação)
Variável de saída - Total mensal do Consumo de Energia
Para avaliação dos resultados obtidos comparou-se a influência de cada
alternativa no consumo de energia do condicionador de ar pelo percentual de redução
com relação ao modelo base.
4.3.5.4 Simulação da Ventilação Noturna
Nesta etapa de caráter exploratório para verificação da possibilidade de uso
do condicionamento natural no período noturno, as simulações forma realizadas para
as alternativas A1 e B1, em duas etapas:
1- Simulação para verificação das condições ambientais, temperatura do ar
externo e interno ao longo do ano de referência, e verificação das condições
no dormitório com a ventilação noturna nos dias críticos de março e outubro,
para as alternativas A1 e B1. Foram observadas as variações da temperatura
interna, com relação à externa e o fluxo de ar na abertura da janela.
2- Simulação para verificar as condições de conforto térmico no dormitório, por
meio do modelo adaptativo, para os meses do período quente úmido e do
período quente seco.
Para as duas etapas a área da abertura efetiva da janela do dormitório foi
corrigida, conforme avaliação por prescrição realizada no item 5.3.5.2, adotando-se
os 5% da área do piso do dormitório, ou seja, 0,71 m2.
As simulações com ventilação natural foram configuradas para o período
noturno, das 18h às 6h, com a janela aberta, considerando o total da área efetiva para
62 Capítulo IV – Materiais e Métodos
ventilação do dormitório, ou seja, com as duas folhas de correr abertas, 51% da área
total da esquadria. As portas foram configuradas conforme uso na edificação de
referências, no período noturno são fechadas de 21h as 6h.
63 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Os resultados alcançados são apresentados para cada etapa proposta neste
estudo, sobre as quais se fundamenta o objetivo geral.
5.1 DADOS CLIMÁTICOS
Os dados do arquivo climático convertido foram avaliados utilizando-se das
Normais Climatológicas de Cuiabá, série histórica de 1961-1990. Verificou-se a
compatibilidade por meio das médias máximas e mínimas da temperatura de bulbo
seco e umidade relativa do ar, para os dois arquivos.
Na Figura 5. 1 apresenta-se a distribuição das médias das temperaturas
máximas e mínimas ao longo do ano.
Figura 5. 1- Temperaturas máximas e mínimas: Normais e TMY
As médias das temperaturas máximas têm distribuição semelhante, as maiores
diferenças ocorrem no mês de abril com 1,7°C, no mês de julho e setembro com
1,6°C e 1,2°C, nos outros meses as diferenças encontram-se entre 0,1 a 0,5°C.
64 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Para as médias das temperaturas mínimas as diferenças são mais elevadas nos
meses de junho e agosto, com valores em torno de 3°C, seguido do mês de outubro
com 1,9°C e dezembro com 1,4°C de diferença.
Na distribuição da umidade relativa, apresentadas na Figura 5. 2, observa-se
maiores diferenças entre os dois arquivos, como a maior que ocorre no mês de junho
com 8,1% e a menor no mês de setembro com 0,69%.
Figura 5. 2- Umidade relativa média: Normais e TMY
Os resultados da verificação dos dois arquivos não apresentaram divergências
significativas, pois as curvas de distribuição ao longo do ano são semelhantes. A
ocorrência de variações, tanto nas temperaturas quanto na distribuição da umidade
relativa, podem ser justificadas pelo método de composição de um arquivo TMY,
onde são selecionados os meses sem extremos para composição de um ano não real,
porém, representativo das condições climáticas de uma localidade.
A conversão do arquivo TMY possibilitou o acesso e a visualização dos 8760
dados horários do ano referencial para Cuiabá, como os parâmetros de temperatura
de bulbo seco, umidade relativa, frequência e velocidade dos ventos e da radiação
solar.
Por meio da distribuição da temperatura de bulbo seco ao longo do ano,
representada na Figura 5.3, observa-se menor variação das amplitudes para os meses
mais úmidos, de novembro a abril, e variação mais acentuada nos meses mais secos,
de maio a setembro. A temperatura máxima atinge 41°C em outubro, sendo este o
mês mais quente, contabilizando 23 dias com ocorrência de temperaturas acima de
65 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
32°C, e com a maior média mensal de 28,9°C. O mês mais ameno é julho, com
temperatura mínima de 9,3°C e máxima de 35°C, com média mensal de 23°C, sendo
a menor do ano. Observa-se que a intensidade das friagens típicas deste período pode
variar de um ano para outro, como visto no capítulo 3.
Figura 5. 3- Temperatura de bulbo seco ao longo do ano
A frequência dos ventos em todas as estações do ano é representada na
Figura 5. 4(a). Observa-se a predominância para os ventos de direção Norte, seguidos
dos ventos da direção Noroeste, com menor frequência.
(a) (b)
Figura 5. 4- Comportamento dos ventos: (a) frequência, (b) velocidade
Fonte - Programa Sol-Ar 6.2 (2008)
Ao longo do ano a velocidade é mais homogênea em todas as estações, as
médias diárias apresentam-se entre 2,1 a 2,2 m/s. Nos meses do inverno regional as
66 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
médias diárias são mais reduzidas com velocidades de 1,3 a 1,8 m/s, conforme
Figura 5.4 (b).
Quanto ao comportamento dos ventos ao longo das 24 horas diárias, na
Tabela 5. 1, apresenta-se a porcentagem de horas em cada período do dia com
ausência de ventos. No período da tarde registram os menores percentuais de
ausência, ou seja, há maior ocorrência de ventos neste período em todas as estações
do ano. À noite, das 19h às 24h, os percentuais de ausência são elevados chegando a
38,2% das horas, sendo este o período das calmarias. As horas da madrugada, de
modo geral, apresentam maior ocorrência de ventos, com relação às horas do período
matutino.
Tabela 5. 1 - Ausência de Ventos (%)
Período Primavera Verão Outono Inverno
Madrugada 24,4 19,8 23,2 24,2
Manhã 22,6 29,7 30,6 28,6
Tarde 14,8 16,4 12,7 17,6
Noite 38,2 34,1 33,4 29,6
A distribuição da radiação global horizontal até 21 de junho é representada na
Figura 5. 5 (a), apresenta-se com maior intensidade nos horários das 9h às 13h, com
valores entre 250 a 1300 W/m2. Após 21 de junho a intensidade mais elevada
encontra-se entre as 8h e as 12h, com valores de 250 a 1300 W/m2, com variações ao
longo dos meses, conforme Figura 5. 5 (b).
Figura 5. 5- Radiação Solar Global: (a) No 1° semestre, (b) No 2° semestre.
Fonte - Programa Sol-Ar 6.2 (2008)
67 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
5.2 CARACTERIZAÇÃO BIOCLIMÁTICA
5.2.1 Estratégias para o Período Quente Úmido
Com a inclusão do arquivo climático no banco de dados do Analysis Bio, foi
realizado inicialmente o traçado da carta bioclimática para os meses de novembro a
abril, para o período diurno. A distribuição dos pontos de temperatura e umidade
para 2.253 horas de registros está apresentada na Figura 5. 6.
DIURNO: 6h as 18h
Conforto 10,8%
Desconforto 89,2%
2. Ventilação 63,3%
3. Resfriamento Evaporativo 14,0%
4. Alta Inércia para Resfriamento
18,8%
5. Ar Condicionado 20,0%
Sombreamento 99,3%
Total de Horas: 2253
Figura 5. 6 – Estratégias diurnas período quente Úmido: Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr.
As estratégias passivas de ventilação, resfriamento evaporativo, alta inércia
para resfriamento, assim como o sombreamento, seriam as mais indicadas para
redução das 1.996 horas diurnas com desconforto térmico devido ao calor, ressalta-se
que, com a aplicação destas estratégias, o condicionamento artificial dos ambientes
seria necessário em 399 horas do período com desconforto térmico.
Para as noites dos meses de novembro e dezembro, quando começam as
chuvas, a carta apresentou uma maior concentração de pontos na zona de ventilação,
conforme Figura 5. 7, indicando esta estratégia para 540 das 544 horas com
desconforto térmico, ou seja, a ventilação dos ambientes durante a noite seria o mais
indicado para proporcionar a redução do desconforto térmico. As estratégias de
resfriamento evaporativo e alta inércia para resfriamento foram indicadas em
percentuais bem reduzidos em comparação aos indicados para a ventilação, da
mesma forma, o condicionamento artificial, que, com 0,12% percentuais, pode ser
considerado como nulo, desta forma, apontando que as estratégias passivas seriam
suficientes para obtenção de conforto térmico para os meses analisados.
68 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
NOTURNO: 18h as 6h
Conforto 30,3%
Desconforto 69,7%
2. Ventilação 69,2%
3. Resfriamento Evaporativo 4,62%
4. Alta Inércia para Resfriamento
5,13%
5. Ar Condicionado 0,12%
Total de Horas: 780
Figura 5. 7 – Estratégias noturnas período quente úmido: Nov. Dez.
Em continuação à avaliação do período úmido, foi plotada a carta para as
noites dos meses de janeiro a abril, apresentada na Figura 5. 8, que indicou um
elevado índice de desconforto térmico, contabilizando 1402 horas dos quatro meses
avaliados. Em conformidade com as estratégias indicadas para os meses de
novembro e dezembro, a ventilação também foi predominante (90,3%), seguida do
resfriamento evaporativo e de alta inércia para resfriamento, indicadas em
percentuais reduzidos, assim como, para o uso de condicionamento artificial.
NOTURNO: 18h as 6h
Conforto 9,59%
Desconforto 90,3%
2. Ventilação 86,5%
3. Resfriamento Evaporativo 3,48%
4. Alta Inércia para Resfriamento
3,8%
5. Ar Condicionado 0,58%
Total de Horas: 1553
Figura 5. 8 – Estratégias noturnas período quente úmido: Jan. Fev. Mar. Abr.
Comparando as estratégias indicadas para as horas do dia e da noite,
apresentadas na Figura 5. 9, observa-se que a ventilação, pelos percentuais
apresentados, é mais necessária para as horas noturnas, com relação à ventilação
durante o dia. Entretanto, o resfriamento evaporativo e alta inércia para resfriamento
têm maior eficiência durante o dia, pois os percentuais das horas noturnas em que
estas teriam maior eficiência são bem mais reduzidos em comparação aos percentuais
69 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
diurnos, devido às altas taxas de umidade relativa, com médias de 65% a 83 %,
apresentadas neste período, assim como, os altos índices pluviométricos, conforme
dados climáticos apresentados no capítulo 3.
Figura 5. 9 - Resumo das estratégias para o período quente úmido
5.2.2 Estratégias para o Período Quente Seco
Inicialmente, obteve-se a carta para as horas diurnas dos meses de agosto,
setembro e outubro contabilizando 1196 pontos, que apresentaram uma maior
distribuição entre as zonas, como pode ser observado na Figura 5. 10. O conforto
térmico diurno apresentou percentuais mais elevados, em comparação aos
apresentados no período quente úmido, entretanto, o desconforto térmico
contabilizou 880 horas, ou seja, 73 dos 92 dias dos meses avaliados.
DIURNO: 6h as 18h
Conforto 26,4%
Desconforto 73,6%
2. Ventilação 29,8%
3. Resfriamento Evaporativo 46,6%
4. Alta Inércia para Resfriamento
36,6%
5. Ar Condicionado 10,0%
Sombreamento 95,9%
Total de Horas: 1196
Figura 5. 10 – Estratégias diurnas período quente seco: Ago. Set. Out.
Para a redução do desconforto diurno as estratégias mais indicadas foram o
resfriamento evaporativo juntamente com alta inércia para resfriamento, a ventilação
70 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
diurna e o sombreamento, com isso, o uso de condicionamento artificial seria
necessário em 88 horas, do total das horas com desconforto térmico.
A carta bioclimática para as horas noturnas do período quente seco, na Figura
5. 11, apresentou um equilíbrio mais acentuado entre as horas com conforto e com
desconforto térmico. Do total das horas com desconforto 7,78% foram devido ao frio
e 45,8% devido ao calor, desta forma, a estratégia mais indicada foi a ventilação, e o
resfriamento evaporativo juntamente com alta inércia para resfriamento, foram
indicadas em percentuais semelhantes para redução do desconforto térmico. Com a
aplicação destas estratégias o condicionamento artificial poderia ser reduzido para
0,76% das horas com desconforto pelo calor.
NOTURNO: 18h as 6h
Conforto 46,4%
Desconforto 53,3%
2. Ventilação 40,7%
3. Resfriamento Evaporativo 21,4%
4. Alta Inércia para Resfriamento
21,1%
5. Ar Condicionado 0,76%
Total de Horas: 1183
Figura 5. 11 – Estratégias noturnas período quente seco: Ago. Set. Out.
Para o período quente seco quanto às estratégias indicadas para o dia e a
noite, observa-se, na Figura 5. 12, que a necessidade de ventilação diurna é menor
em relação à necessidade noturna, entretanto o resfriamento evaporativo e alta
inércia apresentam-se em situação contrária, sendo indicadas em maior proporção
para os horários diurnos, com relação aos noturnos. Entendendo-se que a obtenção
dos efeitos positivos de uma alta inércia para os horários noturnos, no período quente
seco, está associada à disponibilização da ventilação nos ambientes.
Quanto à necessidade de resfriamento evaporativo para aumentar a umidade
do ar, é maior durante o dia do que a noite, notadamente nestes meses, quando a
unidade relativa é, freqüentemente, muito baixa, ficando mais crítica com a radiação
solar nas horas diurnas.
71 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Figura 5. 12 - Resumo das Estratégias para o período quente seco
5.2.3 Estratégias para o Período Noturno
Com base nos resultados apresentados, para o TMY de Cuiabá, as estratégias
de condicionamento ambiental passivo para as horas noturnas nos dois períodos
avaliados foram a ventilação, o resfriamento evaporativo e a alta inércia para
resfriamento, conforme apresentado na Figura 5. 13. Observa-se que as mesmas
estão associadas a fatores climáticos e as características dos componentes
construtivos da edificação.
Figura 5. 13 - Resumo das estratégias para as horas noturnas
Com relação à ventilação, a aplicação desta estratégia em dormitórios
também depende de fatores como, a disponibilidade de vento nos horários noturnos,
que para a condição climática local tem-se velocidade e frequências baixas com
ausência de ventos concentrada à noite e na madrugada, como pôde ser observado no
72 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
comportamento do TMY de Cuiabá. Outro fator importante a ser considerado é a
integridade dos indivíduos, especialmente em edificações térreas, onde as aberturas e
as esquadrias utilizadas devem assegurar a privacidade e a segurança dos usuários
nas horas do repouso noturno.
5.3 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO TÉRMICO
Nesta segunda etapa da pesquisa, objetivou-se identificar o comportamento
térmico das residências em condições reais de uso, cujos resultados foram
confrontados com as opiniões de seus moradores, quanto ao conforto térmico em
suas residências. De posse dos resultados obtidos foi realizada a avaliação de
desempenho térmico segundo os parâmetros definidos pela norma NBR15575-1
(ABNT, 2008), desta forma, obteve-se dados qualitativos quanto ao desempenho
térmico da envoltória das residências.
5.3.1 Comportamento Térmico no Período Quente Úmido
5.3.1.1 1° Monitoramento da CASA-T
As variações horárias de temperatura e umidade relativa do ar externo e das
temperaturas do ar internas, registradas no mês de março do dia 3 ao dia 10, estão
representadas na Figura 5. 14.
No ponto T.3 externo para o período monitorado a temperatura do ar máxima
foi de 36,9°C no dia 10/3 às 15h e a mínina de 23,8°C no dia 06/3 às 5h,
apresentando variação da umidade relativa de 42,6% a 92,1%, ao longo do período.
Observa-se que a temperatura do ar máxima e mínina registradas no
relatório12
climático, apresentado no Apêndice A, foi de 37,5 e 22,0°C, com
ocorrência de precipitações nos dias 4/3 e 6/3. Entre os dias 7/3 a 10/3 as condições
foram de céu claro com poucas nuvens, consequentemente, com temperaturas mais
elevadas, demonstrada pela ascendência das curvas de temperaturas externa e
internas.
12 Condições do Tempo Registradas na Capital até as 18h UTC (INMET) - Est. Met. Marechal
Rondon
73 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Figura 5. 14 - Variáveis monitoradas no período quente úmido: CASA-T
O ponto T.2 na sala registrou temperatura do ar máxima de 34,4°C no dia
10/3 às 17h, e mínina de 26,7°C no dia 06/3 às 6h30min. Durante o período
monitorado as temperaturas do ar neste ambiente apresentam-se com médias
máximas diárias de 31,6°C e as médias mínimas com 28,4°C.
Ponto T.1 no quarto, a temperatura máxima registrada foi 33,3°C no dia 10/3 às
17h30min e a mínima de 26,8°C no dia 06/3 às 7h. Para o período monitorado as
temperaturas do ar apresentam-se com médias máximas diárias de 30,5°C e as
médias mínimas com 28,3°C.
5.3.1.2 Análise do 1° monitoramento
As variações da temperatura e umidade relativa do ar externo apresentam-se
dentro do esperado para o mês de março, com alto índice de umidade relativa em
consequência das precipitações típicas para o período.
De modo geral as temperaturas internas desta residência apresentaram
variações menores que as externas, conforme comportamento das curvas de
temperaturas do ar dos ambientes, sala e quarto.
As temperaturas mais elevadas na sala podem ser justificadas pela parede à
Oeste, com insolação no período vespertino, como também, pela maior área de
paredes externas e de aberturas com vidro.
74 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Quanto ao período noturno, a máxima registrada foi de 34,1°C, com ocorrência
predominante para as máximas no início da noite entre 18h e 19h, e das mínimas no
final da madrugada, entre 5h e 6h.
5.3.1.3 Avaliação da capacidade de amortecimento
Para avaliação da capacidade de amortecimento da envoltória, verificaram-se as
variações das temperaturas do ar mínimas e máximas de cada ambiente para o
período monitorado, comparadas às máximas e mínimas diárias das temperaturas do
ar externo, apresentadas na Figura 5. 15.
Figura 5. 15 - Temperaturas mín. e máx. no período quente úmido: CASA-T
As curvas das temperaturas internas apresentam amplitudes com redução
acentuada em relação às amplitudes apresentadas pelas temperaturas externas.
Porém, não apresentaram atraso térmico significativo, o atraso médio para a sala foi
de 2h, e para o quarto a média foi de 2h56min.
Observa-se que as temperaturas mínimas internas não acompanharam as
reduções das temperaturas externas registradas no período, fato este que contribui
para o desconforto térmico nos ambientes internos, ressaltando que os resultados
apresentados podem ter sido acentuados em consequência da reduzida ventilação dos
ambientes, pois a residência encontrava-se fechada no período monitorado.
75 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Em seguida, verificou-se a amplitude média diária registrada, assim como o
amortecimento médio diário do período monitorado, apresentadas na Figura 5. 16.
Com relação às amplitudes diárias, o amortecimento registrado no quarto foi
de 7°C, correspondendo a um amortecimento de 76% da amplitude média diária
externa, na sala o amortecimento registrado foi de 6°C, o que representa um
amortecimento de 65% da amplitude média diária externa.
Figura 5. 16 - Amplitudes e Amortecimentos: período quente úmido – CASA-T
Para o período monitorado, a sala apresentou uma maior variação de
temperatura, com 1,2°C acima, em relação ao quarto, como observado no
comportamento das temperaturas máximas e mínimas destes ambientes,
apresentando um amortecimento para o período monitorado de 5,4°C,
correspondendo a 41% da amplitude térmica do período, sendo que o quarto
apresentou um amortecimento de 50% da amplitude térmica apresentada no período.
5.3.1.4 1° Monitoramento da CASA-M
As variações horárias da temperatura do ar, umidade relativa externa e das
temperaturas do ar internas, registradas no mês de março do dia 13 ao dia 20 estão
representadas na Figura 5. 17.
No ponto M.3 externo a temperatura do ar máxima registrada foi de 34,9°C
no dia 19/3 às 16h30min e a mínina de 24,6°C no dia 17/3 as 3h30min, enquanto, a
76 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
temperatura máxima e a mínina registradas no relatório13
climático foram de 37,1°C
e 23,0°C. Para a umidade relativa as variações no período monitorado apresentam-se
entre de 51,9% a 92,9%.
Figura 5. 17 - Variáveis monitoradas no período quente úmido – CASA-M
Ressaltando que nos dias monitorados as ocorrências de precipitações foram
registradas nos dias 15 e 16/3, e nos dias 19 e 20/3, como pode ser observado no
gráfico pelas variações das temperaturas e umidade do ar externo e interno. Para o
período noturno, a máxima registrada foi de 30,6°C às 18h.
No ponto M.2 na sala a temperatura do ar máxima registrada atingiu 35,9°C
no dia 19/3 às 16h30min e a mínina de 28,2°C no dia 16/3 às 7h30min. Durante todo
o período monitorado as temperaturas do ar neste ambiente foram as mais elevadas
da residência, com médias máximas diárias de 34,5°C e as médias mínimas com
29,2°C.
Para o ponto M.1 no quarto, a temperatura máxima registrada foi de 34,1°C,
no dia 19/3 às 16h30min, e a mínima foi de 27,8°C, no dia 16/3 às 7h. Observando
que a queda acentuada da temperatura do quarto no primeiro dia do monitoramento
foi devido ao uso do condicionador de ar, que foi utilizado apenas neste dia.
13 Condições do Tempo Registradas na Capital até as 18h UTC (INMET) - Est. Met. Marechal
Rondon
77 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
5.3.1.5 Análise do 1° monitoramento
A temperatura do ar e a umidade relativa externa apresentam variações mais
acentuadas, refletindo a maior instabilidade atmosférica ocorrida no período, dos oito
dias monitorados, em quatro foram registradas precipitações.
No período monitorado as temperaturas do ar interno desta residência
apresentaram variações mais próximas das temperaturas externas. Parte deste
comportamento deve-se ao fato das janelas terem permanecido abertas durante
algumas horas do dia, fazendo com que as temperaturas do ar interno tenham
variações mais próximas das condições externas.
Para a sala em todos os dias monitorados as temperaturas máximas internas
foram superiores às máximas externas, o que pode ser justificado pela parede com
janela metálica voltada para o Noroeste, com incidência da radiação solar a tarde
toda, provocando o alto desconforto térmico no ambiente.
5.3.1.6 Avaliação da capacidade de amortecimento
Para avaliação da capacidade de amortecimento da envoltória, verificou-se as
variações das temperaturas mínimas e máximas de cada ambiente para o período
quente úmido, comparadas às máximas e mínimas diárias das temperaturas externas
apresentadas na Figura 5. 18.
Figura 5. 18 - Temperaturas mín. e máx. no período quente úmido: CASA-M
78 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
As variações das amplitudes externas refletem as precipitações ocorridas nos
dias monitorados, assim, as amplitudes das temperaturas internas acompanharam
estas variações sem ter apresentado atraso térmico significativo, a média para a sala
foi de 1h18min e para o quarto de 2h17min.
Em seguida, verificou-se a amplitude média diária e a registrada, assim como
o amortecimento médio diário e do período monitorado apresentados na Figura 5. 19.
Figura 5. 19 - Amplitude e Amortecimento: período quente úmido – CASA-M
Quanto às amplitudes diárias, o amortecimento registrado no quarto foi de
3,2°C, correspondendo a um amortecimento de 41% da amplitude média diária
externa. Na sala o amortecimento registrado foi negativo de -2,4°C, pois as
temperaturas máximas interna são mais levadas que as externa. Desta forma, para o
período monitorado a sala não apresentou amortecimento, e para o quarto o
amortecimento no período monitorado foi de 38%.
5.3.2 Comportamento Térmico no Período Quente Seco
5.3.2.1 2° Monitoramento da CASA-T
Estão representadas na Figura 5. 20 as variações horárias de temperatura e
umidade relativa do ar externo, e as temperaturas internas do ar dos ambientes
monitorados, sala e quarto, registradas no mês de setembro do dia 9 ao dia 16.
79 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Figura 5. 20 - Variáveis monitoradas no período quente seco – CASA-T
No ponto T.3 externo a temperatura do ar máxima, no período monitorado,
foi de 38,9 °C registrada no dia 12/9 às 13h30min e a mínima com 22°C no dia 15/9
às 2h30min, com umidade relativa variando de 35,3% a 37,0%. Observa-se que, para
os dias 14 e 15 há ocorrência de queda brusca de temperatura e elevação da umidade
relativa, com as máximas entre 30°C e 32°C, e as mínimas de 22°C a 23°C. Para o
período noturno a máxima registrada foi de 35,4°C às 18h, no dia 12/9.
Quanto às variações da temperatura do ar registradas no relatório14
climático,
apresentado no Apêndice A, para o período monitorado a máxima foi de 40,3°C e a
mínima de 19,2°C com umidade relativa entre 24% e 60%, sem ocorrência de
precipitações apenas com alguns dias nublados, porém com entrada de frente fria nos
dias 14, 15/9, quando as temperaturas mínimas registradas foram de 19,2°C e 19,3°C
e as máximas de 30°C e 39,1°C.
Para o ponto T.2 na sala, a temperatura do ar máxima registrada foi de 35,7°C
às 15h no dia 12/9 e a mínima no dia 16/9 com 25,4°C às 6h. No período monitorado
as temperaturas do ar interno apresentaram-se com médias máximas diárias de
33,5°C e as mínimas com 28,4°C.
O ponto T.1 no quarto registrou temperatura do ar máxima de 32,7°C às
15h30min do dia 16/9 e a mínima ocorreu no mesmo dia, com 21,4°C às 3h30min.
14Condições do Tempo Registradas na Capital até as 18h UTC (INMET) - Est. Met. Marechal Rondon
80 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
As médias horárias para as temperaturas máximas do ar apresentam-se com 31,6°C e
as médias das mínimas com 23,9°C. Ressalta-se que neste ambiente nos dias
monitorados o condicionador de ar foi utilizado em todas as noites.
5.3.2.2 Análise do 2° monitoramento
As variações da temperatura do ar e umidade relativa externa apresentam-se
dentro do esperado para o mês de setembro, nos oito dias monitorados a média das
máximas foi de 36,3°C e das mínimas de 25,3°C, próximas das médias para este mês
apresentadas no item 5.1.
Para os ambientes internos, conforme comportamento das curvas da sala e do
quarto, as variações das temperaturas do ar são menores que as do ar externo. Com
maior redução no quarto, em relação às temperaturas máximas registradas na sala,
mantendo o comportamento apresentado no mês de março.
Quanto ao período noturno as horas mais quentes estão entre as 18h e 24h com
médias das temperaturas do ar externo de 32,7°C. No intervalo entre 1h e 6h da
manhã há um decaimento contínuo da temperatura do ar com média de 24,4°C.
5.3.2.3 Avaliação da capacidade de amortecimento
As variações das temperaturas do ar, mínimas e máximas de cada ambiente
para o período monitorado, e as máximas e mínimas diárias das temperaturas do ar
externo estão representadas na Figura 5. 21.
Figura 5. 21 - Temperaturas mín. e máx. no período quente seco: CASA-T
81 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Para os dias monitorados, as variações da temperatura do ar interno
apresentam-se com amplitudes menores que as amplitudes das temperaturas do ar
externo, com atraso médio de 1h18min para a sala e de 2h56min para o quarto.
A amplitude média diária registrada no período, assim como o amortecimento
médio diário e do período monitorado estão apresentados na Figura 5. 22.
Para as amplitudes diárias, o amortecimento registrado na sala foi de 5,9°C,
correspondendo a um amortecimento de 53,63% da amplitude média diária externa,
no quarto o amortecimento registrado foi de 3,3°C, o que representa um
amortecimento de 30% da amplitude média diária externa.
Nos oito dias monitorados a sala apresentou uma variação de temperatura do
ar com 2,6°C acima da variação registrada no quarto, com um amortecimento de
6,6°C, correspondendo a 39% da amplitude externa. Para o quarto o amortecimento
foi de 5,6°C totalizando 33,1% da amplitude externa contabilizada no período
monitorado.
Figura 5. 22 - Amplitude e Amortecimento: período quente seco – CASA-T
5.3.2.4 2° Monitoramento da CASA-M
As variações horárias da temperatura do ar, umidade relativa externa e das
temperaturas do ar internas, registradas no período de 28 de setembro a 5 de outubro,
estão representadas na Figura 5. 23.
82 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
No ponto M.3 externo, a temperatura do ar máxima registrada foi de 38,6°C
no dia 28/9 às 14h30min e a mínina de 19°C no dia 3/10 às 5h. Ressalta-se, que as
condições atmosféricas registradas no relatório climático15
, apresentam-se com
acentuada instabilidade, com precipitações e frentes frias. As temperaturas máximas
variaram de 40,3°C a 24,7°C e as mínimas de 18,3°C a 26,5°C.
Para a umidade relativa registrada no ponto M.3, as variações no período
monitorado apresentam-se entre de 29,6% a 91,7%, com ocorrências de precipitações
registradas no dia 30/9 e nos dias 2/10 e 3/10, como pode ser observado no gráfico
pelas variações das temperaturas e umidade externa e das variações internas.
Figura 5. 23 - Variáveis monitoradas no período quente seco – CASA-M
O ponto M.2 na sala registrou temperatura do ar máxima de 37,5°C no dia
28/10 às 15h30min e a mínina de 22,8°C no dia 3/10 às 7h30min. Para o período
monitorado as temperaturas do ar neste ambiente continuaram sendo as mais
elevadas da residência, com médias máximas diárias de 33°C e as médias mínimas
com 28,1°C.
Para o ponto M.1 no quarto, a temperatura máxima registrada foi de 33,8°C,
no dia 28/9 às 20h, e a mínima foi de 21,8°C, no dia 5/10 às 10h30min. No período
monitorado as médias máximas apresentam-se com 31,2°C e as mínimas com
15 Condições do Tempo Registradas na Capital até as 18h UTC (INMET) - Est. Met. Marechal
Rondon
83 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
24,4°C. Ressalta-se que o condicionador de ar foi utilizado em 5 noites e em 3 dias,
também à tarde entre 13h e 16h, dos 8 dias monitorados.
5.3.2.5 Análise do 2° monitoramento
Para os ambientes internos, conforme comportamento das curvas da sala e do
quarto, as variações das temperaturas do ar são menores que as do ar externo,
comparadas às temperaturas máximas registradas no primeiro monitoramento.
As temperaturas mínimas no quarto apresentam-se abaixo das mínimas
externa, pelo uso do condicionador de ar.
Nos dias monitorados as temperaturas internas refletem a instabilidade
atmosférica do período com as frentes frias.
5.3.2.6 Avaliação da capacidade de amortecimento
No gráfico da Figura 5. 24, estão representadas as variações das temperaturas
mínimas e máximas do ar externo e de cada ambiente.
Figura 5. 24 - Temperaturas mín. e máx. no período quente seco: CASA-M
As variações das temperaturas do ar interno apresentam-se com amplitudes
menores que as amplitudes das temperaturas do ar externo. Quanto ao atraso térmico,
foi contabilizada uma média de 2h18min para a sala. Para o quarto não foi possível
contabilizar o atraso térmico, devido ao uso do condicionador de ar à tarde, período
em que, frequentemente, ocorrem os picos das temperaturas máximas do ar externo.
84 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Desta forma, na avaliação das amplitudes e do amortecimento médio diário e do
período monitorado, não foram considerados os parâmetros do quarto.
Quanto às amplitudes diárias, o amortecimento registrado na sala foi de
4,5°C, correspondendo a um amortecimento de 47,8% da amplitude média diária
externa, conforme apresentado no gráfico da Figura 5. 25.
Figura 5. 25 - Amplitude e Amortecimento: período quente seco – CASA-M
Nos dias monitorados a sala apresentou uma variação de temperatura do ar
com 1,8°C acima da variação registrada no ponto M.3 externo, contabilizando um
amortecimento de 4,3°C, correspondendo a 22,6% da amplitude externa acumulada
para o período monitorado.
5.3.3 Considerações Quanto ao Comportamento Térmico
De modo geral, para o comportamento térmico das residências, observa-se
que a CASA-T apresentou um amortecimento das variações das temperaturas do ar
externo maior que o amortecimento proporcionado pela CASA-M, analisando que
ambas possuem os mesmos tipos de paredes e lajes, no entanto a CASA-T tem
cobertura em telha cerâmica e a CASA-M em telha de fibrocimento de 7 mm, e
ainda, a CASA-T melhor posicionada, com o eixo longitudinal a Leste Oeste com
menor incidência solar em suas laterais, em relação CASA-M, implantada com o
eixo longitudinal no sentido Nordeste Sudoeste, tendo a lateral Noroeste exposta a
insolação direta.
85 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
5.3.4 Percepção dos Moradores Quanto ao Conforto Térmico
Os relatos obtidos referem-se às questões do item 5- Sua opinião quanto ao
conforto ou desconforto térmico em sua residência, do questionário 01, apresentado
no Apêndice B.
Os moradores da CASA-T a consideram relativamente confortável, bem
ventilada e protegida da insolação direta, somente a sala e o quarto da frente foram
apontados como prejudicados pelo sol da tarde. Quanto ao período do primeiro
monitoramento, mês de março, em que foi aplicado o questionário, acreditam que a
casa é mais fresca nos dias em que chove. Declararam ser no período da tarde em que
casa é mais quente, e que em alguns dias a noite também é muito quente. Porém, não
fariam nenhuma alteração na residência, pois acreditam não ser possível, com o
clima da cidade, ficar melhor que a situação atual.
Os moradores da CASA-M a consideram muito desconfortável em todas as
horas do dia, apontaram a sala como o pior ambiente da casa, pela insolação direta a
tarde toda. No período do primeiro monitoramento, mês de março, acreditam que a
casa é mais fresca à noite nos dias em que chove muito. Declararam que a casa de
um modo geral é mais quente à noite, e um pouco melhor pela manhã. Opinou que o
desconforto térmico da casa possa ser melhorado com a substituição da telha de
fibrocimento por telhas cerâmicas, com uma proteção na lateral da sala para barrar o
sol da tarde, e com a elevação da varanda lateral, que é baixa e parcialmente coberta
com telha de fibrocimento.
Deste modo, comparando-se o comportamento térmico apresentado por cada
edificação e as respostas de seus moradores, observa-se que de modo geral os
mesmos têm clara percepção das condições de conforto térmico em suas residências.
5.3.5 Avaliação de Desempenho Térmico: NBR 15575 / 2008
A obtenção dos dados horários de temperatura do ar dos ambientes
monitorados possibilitou a avaliação do desempenho térmico das residências, por
meio da análise das temperaturas internas da sala e do quarto, conforme definições
expressas na norma NBR 15575-1 (ABNT, 2008).
86 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
5.3.5.1 Avaliação por medição
Na aplicação do procedimento três, avaliação por medição, conforme
definições da referida norma, o dia considerado para avaliação deverá corresponder
ao dia típico de projeto de verão e de inverno, sendo recomendado como mínimo a
medição em três dias consecutivos, tomando-se para análise os dados do último dia.
Este procedimento é justificado por Akutsu (et al. 1995a) devido ao armazenamento
de calor nos componentes construtivos perdurar por algum tempo. Quanto maior for
a inércia térmica do componente maior será a energia térmica armazenada, ou seja, o
comportamento térmico do dia anterior, caso tenha sido de temperaturas mais
elevadas ou mais baixas, irá influenciar na resposta térmica do ambiente no dia
subsequente. Por esta razão recomenda a análise de três dias consecutivos com
variações diárias o mais homogênea possível, tomando-se para a avaliação o último
dia da sequência analisada.
Com a avaliação das temperaturas máximas e mínimas do ar externo e das
amplitudes diárias, foram selecionados os três dias mais homogêneos do período
monitorado de cada residência, selecionando-se o 3° dia como o dia típico para a
classificação do desempenho das residências. Verificou-se que para a Zona
Bioclimática 7 a avaliação deverá ser realizada apenas para o verão, tendo-se como
critério os valores para a temperatura do ar interna (Ti), com relação à temperatura
do ar externo (Te), sendo:
a) Ti.max ≤ Te.max, para o nível mínimo (M);
b) Ti.max ≤ (Te.max - 2°C), para o nível intermediário (I);
c) Ti.max ≤ (Te.max - 4°C) para o nível superior (S).
Para a CASA-T foram avaliados os dias 4, 5, e 6 de março, detalhados no
gráfico da Figura 5. 26, dos quais foi selecionado o dia 6/03 como o dia típico, com
temperatura máxima de 33,7°C e amplitude 9,5 °C. Comparando-se as temperaturas
máximas internas com as máximas externas, registradas no dia 6/03, obteve-se: para
a sala, Ti max = 30°C < Te max = 33,7°C, nível I; para o quarto Ti max = 29,3°C <
Te max = 33,7°C, nível S.
87 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
TBS Máx.= 33,5°C
Amplitude = 8,0°C
TBS Máx.= 33,1°C
Amplitude = 9,0°C
TBS Máx.= 33,7°C
Amplitude = 9,5°C
Figura 5. 26 – Seleção do dia típico, período quente úmido: CASA-T
Para a CASA-M foram avaliados os dias 14, 15, e 16 de março, detalhados no
gráfico da Figura 5. 27. O dia 16/03 foi selecionado para o dia típico, com
temperatura máxima do ar externo de 32,1°C e amplitude 6,4 °C.
TBS Máx.= 33,2°C
Amplitude = 6,5°C
TBS Máx.= 32,7°C
Amplitude = 6,0°C
TBS Máx.= 32,1°C
Amplitude = 6,4°C
Figura 5. 27 - Seleção do dia típico, período quente úmido: CASA-M
Com as temperaturas máximas do ar interno registradas no dia 16/03,
comparadas às máximas externa, obteve-se: para a sala, a Ti max. = 34,1°C > Te
max. = 32,1°C, o que não atinge o nível mínimo; para o quarto a Ti máx. = 31,3°C <
Te max. = 32,1°C, obtendo-se a classificação com nível M. Com estes resultados a
CASA-M na classificação final não atinge o nível mínimo.
88 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Estes resultados confirmam o comportamento térmico apresentado pelas
residências, observando que para a CASA-T mesmo tendo apresentado um
amortecimento térmico diário de 76% para o quarto e 65% para sala, foi enquadrada
no nível intermediário, e para a CASA-M que apresentou um baixo percentual de
amortecimento térmico diário com 41% para o quarto e 31% para a sala, não atingiu
o nível mínimo fixado pela norma.
5.3.5.2 Avaliação por prescrição
A adequação de paredes externas, da cobertura e das aberturas para ventilação
é definida pela norma NBR 15575-4-5 (ABNT, 2008) como requisitos. Sendo os
critérios mínimos definidos pelos valores de transmitância térmica (U), absortância
(α) e capacidade térmica (CT), bem como, as áreas míninas das aberturas externas
para ventilação e a necessidade de sombreamento destas, para os ambientes de longa
permanência.
Os valores das propriedades térmicas de paredes e coberturas foram obtidos
conforme procedimentos definidos pela norma NBR 15220-3 (ABNT, 2005). Em
seguida, foram efetuadas as avaliações de paredes e coberturas das residências
monitoradas, com base nos parâmetros construtivos definidos para a Zona
Bioclimática 7, apresentados na Tabela 5. 2.
Com relação às paredes externas, as residências apresentam valores de
absortância solar abaixo de 0,60 com transmitância térmica inferior ao valor máximo
fixado para a Zona Bioclimática 7. Para a capacidade térmica, as paredes de bloco
cerâmico com 14 cm de espessura apresentam valores acima do mínimo definido
como adequado para a referida zona.
Quanto às coberturas, para telhas com absortância acima de 0,40 são
definidos valores de transmitância para os três níveis de desempenho, devendo ser
considerado o fator de ventilação (FV) do ático, que pode reduzir a transmitância
térmica total da cobertura.
As coberturas de ambas as residências não possuem áticos ventilados e
apresentam valores de transmitância superiores ao indicado para o nível mínimo.
89 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Tabela 5. 2 – Parâmetros para paredes e coberturas
SUPERFÍCIES EXTERNAS α U (W/ m2K) CT (kJ/m
2K)
Critérios mínimos para paredes ≤ 0,60 ≤ 3,7 ≥ 130
Casa-T: Paredes de 14 cm, cor branca 0,20 2,49 158
Casa-M: Paredes de 14 cm, cor verde claro 0,40 2,49 158
Critérios para coberturas: U (W/ m2K) > 0,40 (M) ≤ 1,5 FV, (I) ≤ 1,0 FV, (S) ≤ 0,5 FV
Casa-T: Telha cerâmica + laje mista, cor
escura. Ático sem ventilação
0,75 1,92 W/ m2K
Casa-M: Telha fibrocimento + laje mista, cor
escura. Ático sem ventilação
0,80 1,93 W/ m2K
Com relação às aberturas para ventilação natural, na CASA-T a sala possui
três janelas máximo-ar na fachada frontal, com área de abertura efetiva de 0,30 m2, e
ainda, duas de correr sem venezianas na fachada lateral, com área de abertura efetiva
de 0,90 m2. Para o quarto monitorado, há uma janela de correr com veneziana
externa, tendo área de abertura efetiva de 0,58 m2.
Na CASA-M as esquadrias para os quartos e sala são de mesmo padrão,
janelas de correr com venezianas externas, com área de abertura efetiva de 0,58 m2.
Avaliando-se a correlação entre as áreas de piso dos ambientes e as áreas totais de
aberturas efetivas à passagem de ventilação, observa-se que para as salas das duas
residências estas áreas estão acima da taxa mínina fixada. Porém, para os quartos as
aberturas são menores que a área mínima recomendada, conforme valores
apresentados na Tabela 5. 3.
Tabela 5. 3 – Parâmetros para ventilação e sombreamento
CRITÉRIOS MÍNIMOS PARA ABERTURAS A ≥ 5% da área do piso
Casa-T Área de piso (m2) A ( m2) 5 %
Sala: 3 x(0,50 x 1,20m) 2 x (2,0 x 1,0 m) 30,58 2,70 > 1,52
Quarto: 1 x(1,50 x 1,0 m ) 13,75 0,58 < 0,69
Casa-M
Sala: 1x (1,50 x 1,0 m) 10,55 0,58 > 0,52
Quarto: 1x(1,50 x 1,0 m) 14,35 0,58 < 0,71
Sombreamento obrigatório para os quartos Dispositivo externo ao vidro
Casa-T: Quartos Com venezianas externas
Casa-M: Quartos e Sala Com venezianas externas
90 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Quanto ao sombreamento das aberturas, o critério definido como obrigatório
apenas para os dormitórios é o uso de dispositivo de sombreamento externo ao vidro,
visando o controle da luminosidade e da ventilação.
5.3.5.3 Síntese da avaliação de desempenho térmico, segundo critérios da NBR
15575 / 2008.
Analisando o conjunto dos resultados obtidos com a avaliação de
desempenho térmico das residências, apresentados na Tabela 5.4, observa-se que as
duas residências apresentam problemas semelhantes, destacando o não atendimento
aos valores mínimos para transmitância térmica das coberturas, como também, as
áreas para ventilação dos dormitórios. Ressalta-se que, mesmo sendo por pequena
diferença, de 0,11 e 0,13 m2, os 5% da área do piso seria o mínimo para promoção
de uma ventilação adequada nos dormitórios.
Tabela 5. 4 – Síntese da avaliação de desempenho térmico
CRITÉRIOS NÍVEIS DE DESEMPENHO
CASA-T Geral CASA-M Geral
Paredes: U e CT Atende ao Mínimo M Atende ao Mínimo M
Coberturas: U Não atende ao Mínimo - Não atende ao Mínimo -
Ventilação (A) dos ambientes Não atende ao Mínimo - Não atende ao Mínimo -
Sombreamento - Quartos Atende ao Mínimo M Atende ao Mínimo M
Temp. Máx. dos ambientes Atende ao Intermediário I Não atende ao Mínimo -
Quanto ao procedimento de avaliação por medição, ter como critério mínimo
a temperatura do ar interno (Ti) menor ou igual à temperatura do ar externo (Te),
assim como, a não especificação de limites de ocorrência da Ti máxima para Zona
Bioclimática 7, pode não assegurar o atendimento das necessidades de conforto
térmico dos usuários.
91 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
5.4 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO TERMO-ENERGÉTICO
5.4.1 Consumo de Energia Elétrica
O perfil do consumo anual de energia elétrica de cada residência foi obtido
por meio dos dados mensais das faturas dos meses de janeiro a dezembro de 2010.
Na CASA-T, a média anual do consumo de energia elétrica foi de 301,41
kWh, com distribuição mensal ao longo do ano, representada na Figura 5. 28.
Figura 5. 28– CASA-T: histórico do consumo mensal de energia elétrica
O mês que apresentou maior consumo foi outubro com 384,0 kWh, seguido
do mês de maio com 378,0 kWh, os meses de menor consumo são abril com 172,0
kWh e junho com 254,0 kWh.
Contabilizando pelo período climático, nos meses de novembro a abril
(período úmido) a média consumida foi de 285,83 kWh, de maio a junho (período
ameno) a média foi de 319,0 kWh, e de agosto a outubro a média foi de 315,0 kWh.
Ressalta-se que o consumo mensal apresentado para o ano de 2010 reflete
algumas variações na rotina dos moradores, como a redução do consumo dos meses
de março e abril pela ausência daqueles, e o aumento no consumo do mês de maio
pelo acionamento de mais um condicionador de ar, utilizado esporadicamente por
visitantes, conforme informações relatadas pelos proprietários.
92 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Com objetivo de identificar o consumo real para a rotina de seus moradores,
buscaram-se dados nas faturas de 2009, para os meses de março, abril e maio, sendo:
309 kWh, 255 kWh e 243 kWh, respectivamente, representados no gráfico.
Correlacionando os dados obtidos do consumo mensal com as temperaturas
médias do ano de referência, observa-se que o pico de consumo de energia elétrica
acompanha as variações da temperatura média do ar externo ao longo do ano.
Porém, sabe-se que o consumo de energia elétrica também está associado aos
hábitos de uso dos equipamentos eletroeletrônicos da residência. Deste modo, foram
obtidas algumas informações quanto ao comportamento dos moradores com relação
ao uso da energia elétrica, tais como: para reduzir o consumo, trocaram as lâmpadas
incandescentes por fluorescentes compactas, substituíram os condicionadores de ar e
a geladeira por modelos mais novos com selo Procel, e tomam cuidados diários para
não desperdiçar energia.
Quanto ao condicionamento ambiental, os ventiladores são utilizados
praticamente o ano todo nos ambientes de longa permanência. O condicionador de ar
é utilizado somente à noite por um período de 7h, nas noites mais quentes ocorre a
utilização paralela do ventilador e no período seco utilizam um umidificador de ar,
está prática foi observada no monitoramento do período quente seco
Para a CASA-M, na Figura 5. 29 apresenta-se a distribuição mensal ao
longo do ano, com média anual de 647,45 kWh.
Figura 5. 29– CASA-M: histórico do consumo mensal de energia elétrica
93 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Os meses de maior consumo foram outubro com 800,0 kWh e março com
751,0 kWh. Com médias por período climático de 679,33 kWh entre novembro e
abril (período úmido), de 599,0 kWh entre maio e junho (período ameno), e de
666,66 kWh de agosto a outubro (período seco).
Para esta residência, a correlação entre o consumo de energia elétrica e as
variações da temperatura média do ar externo ao longo dos meses apresenta-se com
maior evidência, porém, observa-se que o total faturado em um mês é composto por
parte do consumo do mês anterior, dependendo da data da leitura do medidor.
Quanto ao comportamento dos moradores com relação ao uso da energia
elétrica, conforme respostas obtidas com os questionários declararam que, para
redução do consumo de energia trocaram as lâmpadas incandescentes por
fluorescentes compactas, substituíram os condicionadores por modelos mais novos
com selo Procel, quanto aos hábitos diários não são muito rigorosos com cuidados
para não desperdiçar energia.
Com relação ao condicionamento ambiental, utilizam ventiladores em todas
as horas com desconforto térmico ao longo do ano, nos ambientes de longa
permanência. O condicionador de ar é utilizado à noite por um período de 8 a 10h e
em alguns dias no período da tarde. Nas noites mais quentes ocorre a utilização
paralela do ventilador e no período mais seco utilizam um umidificador de ar.
Para avaliação do consumo por uso final, inicialmente, foi obtida a estimativa
do consumo médio mensal de cada residência, tendo como base as respostas dos
questionários apresentados nos Apêndices B, C e D, aplicados no mês de março.
Considerou-se, portanto, o período de alto consumo na estimativa da média mensal,
conforme tabelas de cálculo apresentadas no Apêndice E.
O consumo total estimado para a CASA-T foi de 358,12 kWh, dos quais
47,94% foi utilizado para o condicionamento ambiental, condicionador de ar e
ventiladores, conforme distribuição representada na Figura 5. 30.
94 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Figura 5. 30– CASA-T: consumo por uso final de energia elétrica
O segundo maior consumo com 24,17% foi para refrigeração de alimentos e
água. O chuveiro elétrico ficou com 9,55% do consumo, a TV juntamente com
outros eletrodomésticos apresentam percentual de 26,52 %, e para iluminação tem-se
o menor percentual de 1,37%.
O consumo total estimado para a CASA-M foi de 640,35 kWh, sendo 65,46%
para o condicionamento ambiental, conforme distribuição na Figura 5. 31.
Figura 5. 31 – CASA-M: consumo por uso final de energia elétrica
O segundo maior consumo com 15,65% foi para refrigeração de alimentos e
água. Os eletrodomésticos e a TV totalizaram 15,23 %, para o chuveiro elétrico o
percentual foi de 3,53% e para iluminação tem-se o menor percentual de 0,14%.
Ressalta-se que para esta residência o baixo percentual para o chuveiro elétrico,
deve-se ao fato dos moradores não utilizarem água quente para o banho, o uso do
chuveiro no modo morno ou quente só ocorre em dias frios.
95 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Os resultados apresentados apontaram março e outubro como os meses de
maior consumo para a CASA-M, e janeiro e outubro para a CASA-T. Observa-se que
em julho o consumo é mais elevado mesmo com as temperaturas mais baixas do ano,
podendo ser atribuído ao maior uso do chuveiro elétrico no modo quente. Quanto aos
usos finais o uso para o condicionamento ambiental foi dominante para as duas
residências.
5.4.2 Parâmetros para Simulação
Para avaliação das horas com possibilidade de uso da ventilação natural
obteve-se, segundo o modelo adaptativo, as temperaturas operativas (Top) de
conforto e os limites máximos e mínimos para os meses do ano de referência
representado na Figura 5. 32.
Figura 5. 32– Variação das temperaturas de conforto térmico para o ano de referência
Ao longo do ano de referência pelas variações mensais dos limites de
conforto térmico, as temperaturas operativas de conforto (Top) encontram-se entre
25,7 a 26,9°C. Quanto aos limites para aceitabilidade de 80% e 90% em conforto
térmico, apresentam-se mais uniformes para o período úmido, de novembro a abril,
com variação entre 22,6 a 23,1°C para o limite inferior e de 29,6 a 30,1°C no limite
superior para 80% de indivíduos satisfeitos.
96 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Para os meses definidos neste estudo como referências nas análises de
desempenho termo-energético, representados na Tabela 5. 5, a temperaturas
operativas de conforto (Top) é de 26,5°C para o mês de março e 26,9°C para o mês
de outubro, o mês mais quente do ano, para o clima de Cuiabá.
Tabela 5. 5– Limites de conforto para os meses de referência
LIMITES DA FAIXA
DE CONFORTO
QUENTE ÚMIDO
MARÇO (°C)
QUENTE SECO
OUTUBRO (°C)
Superior para 80% de satisfeitos 30 30,4
Superior para 90% de satisfeitos 29 29,4
Conforto: Temperatura operativa 26,5 26,9
Inferior para 90% de satisfeitos 24 24,4
Inferior para 80% de satisfeitos 23 23,4
Tendo-se os limites da faixa de conforto para os dois meses, avaliaram-se as
temperaturas externa do ar ao longo das horas noturnas, que apresentam
possibilidades de conforto para 90% de aceitabilidade, conforme o modelo
adaptativo. Na Figura 5. 33 apresenta-se a faixa de conforto para o mês de referência.
Figura 5. 33- Intervalos de conforto das horas noturnas do mês de Março
Observa-se que para o mês de março no intervalo de 18h às 6h da manhã,
0,99% das horas apresentam-se com a temperatura operativa de conforto (Top) de
26,5°C.
As possibilidades de conforto térmico nas horas noturnas apresentam
distribuição com percentuais de:
97 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
a) 76,92 % das horas com conforto térmico, Top entre 24 e 29°C;
b) 5,45 % das horas com desconforto por calor, Top acima de 29°C;
c) 17,6 % das horas com desconforto por frio, Top abaixo de 24°C.
Para o mês de outubro, pela distribuição apresentada na Figura 5. 34, apenas
0,74 % das horas apresentam temperaturas operativas (Top) de 26,9°C.
Figura 5. 34- Intervalos de conforto das horas noturnas do mês de Outubro
As possibilidades de conforto térmico nas horas noturnas apresentam
distribuição com percentuais de:
a) 60,2 % das horas com conforto térmico, Top entre 24,4 e 29,4°C;
b) 21,3 % das horas com desconforto por calor, Top acima de 29,4°C;
c) 18,3 % das horas com desconforto por frio, Top abaixo de 24,4°C.
Analisando os percentuais das horas com temperaturas operativas nos limites
da faixa de conforto térmico, observa-se que há possibilidade do uso da ventilação
natural para redução de desconforto térmico em dormitórios no período noturno.
Os resultados obtidos com o modelo adaptativo confirmam as indicações da
estratégia de ventilação natural para as horas noturnas obtidas com a caracterização
bioclimática, no item 5.2.
98 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
5.4.2.1 Dia de Referência de Projeto
Para os dias de referência de projeto foram identificados os dias críticos para
os meses de março e outubro, sendo estes, o dia 13/3 e 4/10, representados nas
Figura 5. 35 e Figura 5. 36.
Figura 5. 35- Dia de referência de projeto: Março
Figura 5. 36- Dia de referência de projeto: Outubro
Analisando o comportamento das temperaturas do ar externo nos dias
críticos, observa-se que em março mesmo apresentando temperatura máxima de
35,4°C às 14h, as horas do período noturno entre 23h e 6h encontram-se com
temperaturas mais baixas com mínima de 23,7°C as 6h, e para outubro com
temperatura máxima de 39,2°C às 14h, as horas noturnas apresentam temperaturas
mais elevadas com mínima de 28°C as 6h.
99 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Os referidos dias foram utilizados nas simulações para avaliações das cargas
térmicas máximas no dormitório.
5.4.3 Simulação Termo-energética
5.4.3.1 Calibração do Modelo Base
Os dados de temperatura e umidade relativa do ar externo do dia 16 de março,
obtidos com o monitoramento e os dados obtidos com a simulação, encontram-se
representados nas Figura 5. 37 e Figura 5. 38.
Figura 5. 37– Calibração do modelo: Temperatura externa medida e simulada
Figura 5. 38– Calibração do modelo: Umidade relativa medida e simulada
Para os dados externos as curvas de temperatura e umidade relativa do ar
apresentaram semelhanças na distribuição ao longo do dia, porém, com algumas
100 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
variações. A temperatura máxima simulada foi de 32,4°C às 14h, e a medida de
32,1°C às 15h 30min, para as mínimas a simulada foi de 25°C às 24h, e a medida de
24,6°C a 1h 30min, com médias de 27,3°C para as simuladas e 27,5°C para as
medidas. As maiores diferenças ocorreram nos horários da manhã com até 2°C e a
tarde com afastamento menor de até 1°C. Para a umidade relativa, mesmo com as
variações dos dados medido as médias foram de 80,9% medida e de 80,4% simulada,
com diferença irrelevante.
Observa-se que os dados da simulação são dados do Aeroporto Marechal
Rondon, e os dados externos medidos foram obtidos em área urbana, mais
precisamente na varanda da CASA-M, o que justifica as variações apresentadas.
Na Figura 5. 39, apresentam-se as variações da temperatura do ar obtidas com
a simulação e com o monitoramento dos ambientes sala e quarto.
Figura 5. 39– Calibração do modelo: Temperaturas internas medida e simulada
Para a sala, as curvas de temperatura apresentam-se mais próximas com
desvios de 0,5°C nos horários de pico, com as máximas de 33,6°C para a simulada e
de 34,10°C medida, apresentando média de 30,8°C para os dados obtidos com a
simulação e de 31°C para os dados medidos.
O quarto apresentou maior afastamento entre a curva dos dados medidos e
simulados no intervalo de 8h as 18h, com diferenças de 0,7 a 1,1°C as 14h 30min.
101 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
As médias para o quarto apresentam-se com 29,6°C para os dados medidos e
29,3°C para os dados obtidos com a simulação. À noite os resultados obtido com a
simulação ficaram muito próximos, com a mesma temperatura mínima de 27,9°C as
5h 30min nas curvas simulada e medida.
Os resultados obtidos para a temperatura radiante média (Trm), com os dados
das temperaturas de globo monitoradas, foram comparados às temperaturas radiante
médias simuladas para o quarto e sala, apresentadas na Figura 5. 40.
Figura 5. 40– Calibração do modelo: Temp. radiante média medida e simulada
As diferenças nas curvas para a sala são semelhantes às variações
apresentadas para as temperaturas do ar. A máxima para a Trm medida foi de 31,2°C
e para a simulada de 30,3°C, com desvio de 1h. A média da Trm medida foi de 31°C
e a simulada de 30,8°C, apresentando diferença de 0,2°C.
Para o quarto as diferenças apresentam-se mais acentuadas nas horas do dia
com variação de 0,3 a 1,1°C, à noite apresentam-se praticamente iguais. A média das
Trm simuladas foi de 30,1°C e para as medidas de 31°C.
Pelas proximidades apresentadas pode-se dizer que a Trm simulada
representou as condições reais da edificação de referência para o modelo base. Deste
modo, a temperatura operativa obtida por meio da simulação foi considerada
representativa das condições reais do dormitório de referência.
102 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
5.4.3.2 Análise de Sensitividade
Na primeira etapa da análise de sensitividade, foi realizada a verificação da
composição das cargas térmicas sensíveis de resfriamento no dormitório para o dia
13/3, representado na Figura 5. 41.
Figura 5. 41– Modelo base: carga térmica de resfriamento do dormitório
O pico máximo da carga de resfriamento para o dia crítico ocorre às 21h, no
inicio da operação do condicionador de ar, com a temperatura do ar externo a 29,5°C
e umidade relativa de 71%. Para o ar interno a temperatura é de 20°C e a umidade
relativa de 64,2%, com estas condições a carga térmica sensível máxima de
resfriamento foi de 2922,59 W. Na composição deste total os ganhos de calor
internos, pessoas, iluminação e a televisão, contribuem com 7,4%. Dos fluxos de
calor provenientes dos componentes construtivos, os fluxos das paredes internas têm
maior contribuição com 38,4%, seguidos pelos do teto com 21,3% e das paredes
externas com 16,9%.
Estes resultados confirmam a contribuição dos componentes construtivos no
aquecimento dos ambientes no período noturno, neste caso destacando a contribuição
das paredes internas e do teto, no horário de carga de resfriamento máxima.
Na Figura 5. 42, apresenta-se o total da carga de resfriamento, do modelo
base e as resultantes para cada alternativa, simuladas para o dia crítico de março.
103 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Figura 5. 42– Carga térmica total para 13/3: Modelo x Alternativas
A carga térmica total do modelo base, composta pela carga térmica sensível,
latente e infiltrações, foi de 4453,3 W. Comparada ao modelo a alternativa A1, telha
cerâmica escura sem ventilação do ático, apresentou redução da carga térmica de
2,0%. Para a alternativa A2, a mesma telha com ventilação do ático, o percentual de
redução foi de 2,9%.
Para as alternativas com telha cerâmica clara, a B1 sem ventilação do ático,
apresentou redução de 28,4%, enquanto para a alternativa B2 com ventilação do
ático, a redução foi de 28,6%, comparadas a carga térmica apresentada pelo modelo
base.
O total da carga de resfriamento do modelo base e as resultantes para cada
alternativa simulada, para o dia crítico de outubro são apresentados na Figura 5. 43.
Figura 5. 43– Carga térmica total para 4/10: Modelo x Alternativas
104 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Para o modelo base a carga térmica total neste período foi de 4962,25 W.
Comparada ao modelo base, a alternativa A1 com telha cerâmica sem ventilação do
ático apresentou redução da carga térmica de 1,7%. Para a alternativa A2 com a
mesma telha mais a ventilação do ático, o percentual de redução passou para 2,6%.
Nas alternativas com a telha cerâmica clara, comparadas ao modelo base, na
B1 sem ventilação do ático, a redução da carga térmica foi de 16,6%. Para a
alternativa B2 com ventilação do ático, a redução passou para 16,9%.
Comparado as alternativas simuladas, a telha cerâmica clara para as duas
alternativas, B1e B2, com ou sem ventilação do ático, apresenta um desempenho
bem acima das alternativas com a telha de maior absortância.
Observa-se que, os resultados obtidos apresentam impactos diferenciados
para os períodos avaliados. Para o dia crítico do mês de outubro a redução da carga
térmica é menor, como relação aos resultados apresentados para o dia crítico do mês
de março. Deste modo, optou-se por simular todas as alternativas paras os meses do
período quente úmido e do período quente seco.
5.4.4 Simulação das Alternativas para o sistema de Cobertura
Para os ajustes do modelo base foram verificadas as temperaturas operativas
em todas as alternativas simuladas, na Figura 5. 44 apresentam-se os resultados para
o dia crítico de março.
Figura 5. 44– Conforto térmico das alternativas simuladas: Termostato a 20°C
105 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
No dia crítico do período quente úmido com o termostato a 20°C, após o pico
de resfriamento, as temperaturas operativas (To) em todas as situações simuladas
apresentaram-se dentro dos limites de conforto térmico, entre 22°C a 25,5°C,
conforme NBR16401-2 (ABNT, 2008).
Para o dia crítico de outubro, as temperaturas operativas apresentaram-se fora
dos limites de conforto em 55% até 90% das horas, em todas as alternativas
simuladas, apresentada na Figura 5. 45.
Figura 5. 45– Conforto térmico das alternativas simuladas: Termostato a 20°C
Deste modo, as simulações foram repetidas com o termostato ajustado para
18°C, com o ajuste após o pico de resfriamento, todas as alternativas simuladas
apresentaram-se com as temperaturas operativas no intervalo de conforto térmico,
conforme apresentado na Figura 5. 46.
Figura 5. 46– Conforto térmico das alternativas simuladas: Termostato a 18°C
106 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Para as avaliações quanto ao consumo de energia, as simulações foram
configuradas de duas maneiras.
1) Para o período quente úmido, temperatura de controle a 20°C, período de
operação de 21h às 6h para todos os dias do mês.
2) Para o período quente seco, temperatura de controle a 18°C, período de
operação de 21h às 6h para todos os dias do mês.
Nas Figura 5. 47 e Figura 5. 48 apresentam-se o total mensal da energia
consumida pelo condicionador de ar nos períodos analisados, para o modelo base e
para cada alternativa simulada.
Figura 5. 47– Período quente úmido: Consumo mensal de energia do CA
Figura 5. 48– Período quente seco: Consumo mensal de energia do CA
107 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Os resultados para o consumo de energia ao longo dos meses refletem o
comportamento apresentado por cada alternativa na avaliação da carga térmica para
os dias críticos. As coberturas com telhas cerâmicas de menor absortância
apresentaram maior redução no consumo de energia, comparadas às coberturas com
telhas cerâmicas com maior absortância, como pode ser observado na redução do
consumo em cada período, apresentado nas Tabela 5. 6 e Tabela 5. 7.
Tabela 5. 6– Consumo total no período quente úmido
MODELO
α 0,80
TELHA
α 0,75
TELHA
α 0,30
TELHA
α 0,75+FV
TELHA
α 0,30+FV
Consumo (kWh) 1456,59 1428,02 1162,87 1413,27 1159,51
Diferença (kWh)
28,57 293,71 43,32 297,07
Redução (%)
1,96 20,16 2,97 20,40
ooo
Tabela 5. 7– Consumo total no período quente seco
MODELO
α 0,80
TELHA
α 0,75
TELHA
α 0,30
TELHA
α 0,75+FV
TELHA
α 0,30+FV
Consumo (kWh) 870,53 856,22 715,53 849,93 714,04
Diferença (kWh)
14,31 155 20,6 156,49
Redução (%)
1,64 17,81 2,37 17,98
Observa-se que o impacto no consumo de energia foi mais acentuado nos
meses de novembro a abril, com relação às reduções apresentadas para o período de
agosto a outubro, em decorrência das temperaturas mais elevadas no período quente
seco, associadas às taxas de umidade relativas mínimas anuais.
Na Tabela 5. 8 apresenta-se a eficiência anual de cada sistema de cobertura
pelos percentuais de redução contabilizados para os dois períodos.
Tabela 5. 8– Consumo total no ano
MODELO
α 0,80
TELHA
α 0,75
TELHA
α 0,30
TELHA
α 0,75+FV
TELHA
α 0,30+FV
Consumo (kWh) 2327,12 2284,24 1878,40 2263,20 1873,55
Diferença (kWh)
42,88 448,71 63,92 453,56
Redução (%)
1,84 19,28 2,75 19,49
108 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
5.4.5 Simulação da Ventilação Natural
Com os resultados obtidos para o sistema de cobertura, optou-se pelas
alternativas A1 e B1 sem ventilação do ático, que apresentaram os menores
percentuais de redução no consumo de energia, o que possibilitou uma melhor
observação das variações da temperatura interna com relação à ventilação natural
para o período noturno no dormitório.
Na Figura 5.49 e Figura 5.50 apresentam-se as variações ao longo do ano das
temperaturas do ar interno e externo para alternativas A1 e B1, nos horários de 18h
as 6h da manhã.
Figura 5. 49– Temperaturas externa e interna com telha-α 0,75
Figura 5. 50– Temperaturas externa e interna com telha-α 0,30
109 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Observa-se que, com a telha de absortância maior para os meses mais úmidos
a temperatura do ar no dormitório apresenta-se mais elevada que temperaturas do ar
externo, e para os meses mais secos há uma aproximação maior das temperaturas
interna com relação à externa.
A alternativa com telha de absortância menor apresenta uma redução das
temperaturas do ar no dormitório, com maior intensidade nos meses mais úmidos,
com relação aos meses do período seco, onde a redução apresenta-se com menor
intensidade.
Com relação às condições de vento, conforme dados do TMY de Cuiabá no
item 5.1, verificou-se elevados percentuais de ausência de vento à noite, período com
maior ocupação nas edificações residenciais. Deste modo, com a simulação para os
dias mais críticos dos períodos avaliados, verificaram-se o fluxo de ar externo na
abertura da janela, as temperaturas do ar interno no dormitório e as temperaturas do
ar externo no intervalo de 18h as 6h.
Para o dia crítico de março o fluxo de ar apresenta-se com velocidade
variando entre 0,37 a 0,89 m/s, com maior intensidade após as 23h. Na madrugada o
fluxo se mantém mais elevado com temperaturas do ar externo mais baixas, entre
23,8°C a 26,3°C, comparadas as temperaturas do início da noite.
Na Figura 5. 51 e Figura 5. 52 apresentam-se as condições no dormitório com
ventilação noturna para as alternativas A1 e B1.
Figura 5. 51- Ventilação noturna no dia crítico 13/3 – A1
ooo
110 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Figura 5. 52- Ventilação noturna no dia crítico 13/3 – B1
Quanto à temperatura do ar interno, com a alternativa A1 a média foi de
30,4°C, enquanto a alternativa B1 apresentou maior redução com média de 29,4°C.
Com relação ao comportamento térmico apresentado pelas alternativas nas horas da
madrugada, observa-se a diferença entre as temperaturas internas e externas, com
média de 4,3°C para alternativa A1 e média de 3,3°C para a alternativa B1.
Para o dia crítico de outubro o fluxo de ar apresenta-se com velocidade entre
0,99 a 2,3m/s com maior intensidade após as 24h. Na madrugada o fluxo é de
1,35m/s a 1h, e mais uniforme com 0,99m/s até o final da manhã.
As condições no dormitório com ventilação noturna para as alternativas A1
e B1 no dia crítico de outubro são apresentadas na Figura 5. 53 e Figura 5. 54.
Figura 5. 53- Ventilação noturna no dia crítico 4/10 – A1
111 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Figura 5. 54- Ventilação noturna no dia crítico 4/10 – B1
Para outubro as temperaturas externas noturnas são mais elevadas com média
de 31,7°C. Na madrugada as diferenças entre a temperatura do ar interno e externo
para alternativa A1 foi de 2,9°C com temperatura média interna de 31,8°C e para a
B1 foi 1,05°C com temperatura média interna de 31,2°C.
As condições de conforto térmico no dormitório foram avaliadas com os
limites de conforto térmico de cada mês, segundo o modelo adaptativo, comparados
às temperaturas operativas (Top) para o intervalo de 18h as 6h da manhã. Na Tabela
5. 9 apresentam-se os resultados para as alternativas A1, telha com α de 0,75 sem
ventilação do ático, e para B1 com α de 0,30 sem ventilação do ático, obtidas para o
período úmido.
Tabela 5. 9 - Condições de conforto com ventilação noturna
QUENTE ÚMIDO- Telha:α 0,75 18h às 6h
Mês Frio Conforto Calor Horas
Nov 0% 56% 44% 390
Dez 0% 33% 67% 403
Jan 0% 49% 51% 403
Fev 0% 55% 45% 364
Mar 0% 46% 54% 403
Abr 14% 38% 48% 390
Total 2% 46% 52% 2353
QUENTE ÚMIDO- Telha:α 0,30 18h às 6h
Mês Frio Conforto Calor Horas
Nov 1% 78% 22% 390
Dez 0% 71% 29% 403
Jan 0% 74% 26% 403
Fev 2% 77% 21% 364
Mar 0% 78% 22% 403
Abr 18% 55% 28% 390
Total 3% 72% 25% 2353
112 Capítulo V – Apresentação e Análise dos Resultados
Para o período a alternativa com telha clara apresenta maior porcentagem de
horas com conforto térmico, com relação à alternativa com telha escura, com
diferença de 26%. Observa-se que para a telha clara há um pequeno acréscimo nas
horas abaixo do limite mínimo e uma redução acentuada nas horas acima do limite
máximo.
Contabilizando as horas com possibilidade de uso do condicionamento
natural no período úmido, a alternativa A1 apresentou conforto térmico em 1059
horas e a alternativa B1 em 1694 horas, representando aproximadamente 3 meses
para a primeira alternativa e 4,5 meses para a segunda alternativa sem uso do
condicionador de ar.
Para o período seco, apresentado na Tabela 5. 10, a diferença entre as
alternativas é de 11%, e as horas com conforto nas duas alternativas não atingem
50% das horas noturnas.
Tabela 5. 10- Condições de conforto com ventilação natural
QUENTE SECO- Telha: α 0,75 18h às 6h
Mês Frio Conforto Calor Horas
Ago 17% 30% 53% 403
Set 11% 25% 64% 390
Out 2% 35% 63% 403
Total 10% 30% 60% 1196
QUENTE SECO- Telha: α 0,30 18h às 6h
Mês Frio Conforto Calor Horas
Ago 20% 37% 43% 403
Set 16% 37% 47% 390
Out 6% 49% 5% 403
Total 14% 41% 45% 1196
Os resultados apresentados confirmam a maior possibilidade de uso da
ventilação natural no período quente úmido. No período quente seco a eficiência da
telha com absortância menor é mais reduzida, comparada aos resultados apresentados
pelas alternativas no período úmido. Deste modo, as horas com possibilidade do
condicionamento natural são mais limitadas, com 359 horas para alternativa A1 e de
409 horas para a alternativa B1.
113 Capítulo VI – Conclusão
6. CONCLUSÃO
Na primeira etapa desta pesquisa o estudo da carta bioclimática de Cuiabá,
com a avaliação distinta para os horários diurnos e noturnos, demonstrou que é a
ventilação a mais indicada para a redução do desconforto térmico noturno, sendo
mais eficiente no período quente úmido, do que em relação à indicação para o
período quente seco com baixa umidade do ar. Conclui-se também que os resultados
obtidos confirmaram as estratégias indicadas pela norma NBR 15220-3 (ABNT,
2005) para a Zona Bioclimática 7.
As avaliações de desempenho térmico possibilitaram a identificação de
alguns dos aspectos que afetam as condições térmicas das residências estudadas,
como à implantação inadequada com relação à orientação solar, a ausência de
sombreamento efetivo de aberturas, áreas inadequadas para ventilação dos
dormitórios, e, principalmente, a inadequação das coberturas.
Quanto aos resultados obtidos para as paredes externas, observa-se que,
apesar de apresentarem capacidade térmica e transmitância adequadas, com relação
aos critérios da norma NBR 15575-4 (ABNT, 2008), não apresentaram inércia
térmica compatíveis com as estratégias indicadas para a Zona Bioclimática 7. Os
valores máximos de atraso térmico identificado no monitoramento para as duas
residências não atingiu 3h, mesmo na CASA-T que em março foi monitorada
fechada.
O levantamento do consumo de energia das residências demonstrou a relação
direta do consumo com a posse de equipamentos eletroeletrônicos, os hábitos de uso
e o comportamento dos moradores quanto aos cuidados no uso da energia elétrica,
associados aos fatores condicionantes do clima local.
114 Capítulo VI – Conclusão
Conclui-se deste modo que estes fatores têm grande influência no consumo de
energia elétrica, e que a melhoria do desempenho térmico da envoltória por meio de
componentes construtivos mais adequados às características do clima local, pode ser
determinante na redução do consumo de energia elétrica para o condicionamento
ambiental de dormitórios no período noturno.
Com base nos resultados obtidos com as simulações, conclui-se que a
cobertura tem influência no consumo de energia residencial. Para as tipologias
avaliadas e para o clima local, os componentes construtivos têm maiores influências
na carga térmica sensível de resfriamento, quando comparadas às cargas internas em
dormitórios, que são baixas nos horários do repouso noturno.
Os fatores de transmitância e absortância das coberturas podem ter
influências significativas na energia consumida por condicionadores de ar. O uso de
cores claras de baixa absortância é uma forma eficaz na redução do consumo de
energia, enquanto que a redução da transmitância por meio da ventilação do ático
pode apresentar-se menos eficiente.
A menor eficiência apresentada pela redução da transmitância por meio da
ventilação do ático demonstrou que a eficiência desta estratégia depende de fatores
quanto à configuração das aberturas na cobertura associados aos fatores do clima
local, como direção e velocidade de vento.
A eficiência de cada alternativa para a cobertura pôde ser comprovada pela
redução anual da energia elétrica consumida pelo condicionador de ar. Para as
alternativas com telhas claras a redução foi de 19,28% e de 19,49%, enquanto que as
alternativas com telhas escuras a redução apresentada foi de 1,84% e de 2,75%.
Os resultados da verificação da possibilidade do uso da ventilação noturna
permitiram afirmar que o condicionamento passivo pode proporcionar conforto
térmico em dormitórios nos meses do período quente úmido, sendo menos eficiente
para os meses do período quente seco. Porém, estudos mais amplos são necessários
para avaliar as formas mais apropriadas do uso da ventilação noturna em dormitórios,
mantendo a privacidade e a segurança dos usuários.
115 Capítulo VI – Conclusão
Com base nos resultados obtidos confirmaram-se as possibilidades de redução
do consumo de energia elétrica pelo uso de condicionadores de ar no período noturno
em dormitórios, por meio de maior eficiência térmica das coberturas conjugada ao
uso adequado da ventilação natural em dormitórios.
6.1 LIMITAÇÕES DO TRABALHO
Para os estudos quanto à cobertura, não foram obtidos dados de temperatura
do ar no ático e da temperatura superficial das coberturas nas edificações
monitoradas, o que limitou a calibração da cobertura para o modelo base.
Não foram realizados testes de sensitividade para outras configurações de
ventilação do ático.
Pela falta de dados de ventos, as simulações para a ventilação foram
realizadas pelo método mais simplificado do AirflowNetwork no Energyplus, sem
considerar as ângulos de incidência e os coeficientes de pressão em cada face, para
o modelo base.
6.2 CONSIDERAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Com o desenvolvimento deste trabalho foi possível observar a importância do
desempenho térmico noturno em dormitórios, tanto para a qualidade do sono dos
usuários, como para a otimização da eficiência energética em unidades residenciais.
Deste modo, observa-se a necessidade de ampliação de estudos relacionados ao
desempenho térmico nestes ambientes.
Estudos quanto às configurações para a ventilação do ático e seus efeitos
sobre o consumo de energia elétrica residencial.
Estudos mais detalhados sobre o uso da ventilação noturna em dormitórios,
com base em dados reais das condições de vento.
Estudos sobre aberturas efetivas para ventilação adequada em dormitórios,
considerando as condições do clima da região, assim como as tipologias das
aberturas e de esquadrias mais apropriadas às necessidades de privacidade e
segurança nestes ambientes no período noturno.
116 Capítulo VII – Referências Bibliográficas
7. BIBLIOGRAFIAS
7.1 BIBLIOGRAFIAS CITADAS
AKUTSU, M.; VITTORINO, F. Proposta de procedimento para avaliação do
desempenho térmico de edificações condicionadas e não condicionadas. In: I
ENCONTRO NACIONAL DE NORMALIZAÇÃO LIGADA AO USO
RACIONAL DE ENERGIA E AO CONFORTO AMBIENTAL EM EDIFICAÇÕES
Florianópolis. Anais ..., Florianópolis, UFSC, 1991, p. 157-171.
______ Processo para avaliação do desempenho térmico de edificações. In: III
SIMPÓSIO IBERO-AMERICANO SOBRE TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
INDUSTRIALIZADAS PARA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL – I
FÓRUM BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA -
HABITAÇÃO. São Paulo, 1993. Anais do III Simpósio Ibero-americano Sobre
Técnicas Construtivas Industrializadas Para Habitação De Interesse Social - 1 Fórum
Brasileiro Da Construção Industrializada - Habitação. São Paulo, 1993.
______ Critérios para a definição de níveis de desempenho térmico de
edificações. In: II ENCONTRO NACIONAL DE CONFORTO NO AMBIENTE
CONSTRUÍDO, Florianópolis. Anais... Florianópolis, ANTAC, 1993a, p. 69-74.
AKUTSU, M.; VITTORINO, F.; YOSHIMOTO M. Método Expedito para
Avaliação do Desempenho Térmico de Habitações. In: III ENCONTRO
NACIONAL DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, I ENCONTRO
DE CONFORTO AMBIENTAL DO AMBIENTE CONSTRUIDO, 1995, Gramado.
Anais...Gramado, ANTAC, 1995, p. 299 – 304.
AKUTSU, M.; VITTORINO, F.; CARBALLEIRA, L. A influência do
comportamento climático na resposta térmica de edificações. In: III ENCONTRO
NACIONAL DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, I ENCONTRO
DE CONFORTO AMBIENTAL DO AMBIENTE CONSTRUIDO, 1995, Gramado.
Anais...Gramado, ANTAC, 1995a, p. 323 – 328
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220-1:
Desempenho térmico de edificações - Parte 1: Definições, símbolos e unidades.
Rio de Janeiro, 2005. 8 p.
______ NBR 15220-2: Desempenho térmico de edificações - Parte 2: Método de
cálculo de transmitância térmica, da capacidade térmica, do atraso térmico e do
117 Capítulo VII – Referências Bibliográficas
fator solar de elementos e componentes de edificações. Versão corrigida, Rio de
Janeiro, 2005. 34 p.
______ NBR 15220-3: Desempenho térmico de edificações - Parte 3:
Zoneamento bioclimático brasileiras e diretrizes construtivas para habitações
unifamiliares de interesse social. Rio de Janeiro, 2005. 30 p.
______ NBR 15575-1: Edifícios habitacionais de até cinco pavimentos -
Desempenho - Parte 1: requisitos gerais. Rio de Janeiro, 2008. 52 p.
______ NBR 15575-4: Edifícios habitacionais de até cinco pavimentos -
Desempenho - Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais
internas e externas. Rio de Janeiro, 2008.
______ NBR 15575-5: Edifícios habitacionais de até cinco pavimentos -
Desempenho - Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas. Rio de Janeiro,
2008.
______ NBR 16401-1: Instalações de ar-condicionado – Sistemas centrais e
unitários. Parte 1: Projetos das Instalações. Rio de Janeiro, 2008.
______ NBR 16401-2: Instalações de ar-condicionado – Sistemas centrais e
unitários. Parte 2: Parâmetros de Conforto Térmico. Rio de Janeiro, 2008.
______ NBR 6401: Instalações centrais de ar-condicionado – Parâmetros
básicos de projeto. Rio de Janeiro, 1980.
ASHRAE: “Fundamentals Handbook”. American Society of Heating, Ventilating
and Air- Conditioning Engineers. Atlanta. USA, 2009.
ASHRAE 55/2004: Thermal environmental conditions for human occupancy.
Atlanta, 2004, p. 29.
AULICIEMS A; SZOKOLAY V S. Termal Comfort. 2° ed, PLEA: Passive and
Low Energy Architecture International in association with. Department of
Architecture, The University of Queensland – USA, 2007.
BALTAR, M. G. Redução da demanda de energia elétrica utilizando parâmetros
construtivos visando ao conforto térmico. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Elétrica) Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2006.
BARBOSA, M. J. Uma metodologia para especificar e avaliar o desempenho
térmico de edificações residenciais unifamiliares. Tese (Doutorado em
Engenharia). Florianópolis, 1997.
BARBOSA, M. J. WEILLER, G. C. B., LAMBERTS, R. Disposição dos
equipamentos para medição da temperatura do ar em edificações. Revista
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 7, n. 3, p. 89-108, jul./set. 2007.
BEN. Ministério das Minas e Energia. Balanço Energético Nacional. Brasília, 2009.
118 Capítulo VII – Referências Bibliográficas
BOGO, A.; PIETROBON, C. E.; BARBOSA, M. J.; GOULART, S.; PITTA, S.;
LAMBERTS, R. Bioclimatologia aplicada ao projeto de edificações visando o
conforto térmico. Relatório, Núcleo de Pesquisa em Construção - UFSC,
Florianópolis, 1994.
BORGES, C A de M; SABATTINI, F H. O conceito de desempenho de edificações
e a sua importância para o setor da construção civil no Brasil. Boletim Técnico
da Escola Politécnica da USP, Departamento de Engenharia de Construção Civil,
BT/PCC/515. São Paulo: EPUSP, 2008, 19 p.
BROWN, G.Z.; DEKAY, Mark. Sol, Vento & Luz: Estratégias para o Projeto de
Arquitetura. 2.ed. São Paulo: Bookman, 2004. 415 p.
CAMPOS NETO, A de A. Estudos Bioclimáticos no Campus da Universidade
Federal de Mato Grosso. Dissertação, (Mestrado em Física Ambiental)
Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2007.
CAMPELO, JR. J. H.; CASEIRO, F. T.; FILHO, N. P.; BELLO, G. A. C.;
MAITELLI, G. T.; ZANPARONI, C. A. G. P. Caracterização macroclimática de
Cuiabá. In. 3° Encontro Nacional de Estudos sobre o Meio Ambiente.
Londrina,1991. Anais. Londrina, v. 1, Comunicações, p. 542-552.
CARLO, J C; LAMBERTS, R. Relatório Técnico: LabEEE-200504. Processamento
de arquivo climático para simulação do desempenho térmico de edificações.
ELETROBRÁS/PROCEL, Florianópolis, SC, 2005.
CORBELLA, O; YANNAS, S. Em busca de uma arquitetura sustentável para os
trópicos. Rio de Janeiro: Ed. Revan, 2003, 287 p.
DEAR R.; BRAGER G.; COOPER D. Developing an adaptative model of thermal
comfort and preference. ASHRAE FINAL REPORT – RP-884, ASHRAE. Sydney,
1997. 312 p.
DEAR R.; BRAGER G. Climate, Coomfort, & Natural Ventilation: A new
adaptative comfort standard for ASHRAE Santandard 55. Center for the built
environment, University of California, Berkeley, 2001.
DOE - United States Department of Energy. Programa Computacional Energy Plus,
Versão: 4.0, 2009. Disponível em:
<http://apps1.eere.energy.gov/buildings/energyplus/> Acesso em: 05 out. 2009.
DOE - United States Department of Energy. Programa Computacional Energy Plus,
Versão: 6.0, 2010. Disponível em:
<http://apps1.eere.energy.gov/buildings/energyplus/> Acesso em: 10 set. 2010.
DUARTE, D. H. S. Padrões de Ocupação do Solo e Microclimas Urbanos na
Região de Clima Tropical Continental. (Doutorado em Arquitetura) Universidade
de São Paulo. São Paulo, 2000.
119 Capítulo VII – Referências Bibliográficas
ELETROBRÁS. Avaliação do Mercado de Eficiência Energética no Brasil:
Pesquisa de Posse de Equipamento e Hábitos de Uso. Classe Residencial
Relatório, Centro-Oeste. PROCEL, Rio de Janeiro RJ, 2007.
EPE- Empresa de Pesquisa Energética. Resenha mensal do mercado de energia
elétrica. Ano III, N° 34, Jul. Rio de Janeiro RJ, 2010.
Estudo mostra que o calor atrapalha o sono. FANTÁSTICO, Rio de Janeiro:
REDE GLOBO, 17 de Janeiro de 2010. Programa de Televisão.
FANGER, P.O. Thermal confort, analysis and applications in environmental
engineering. Copenhagen: Danish Technical Press, 1970. 244p.
FERNANDES R. M. F. O sono normal. In Simpósio: DISTÚRBIOS
RESPIRATÓRIOS DO SONO. Medicina, Ribeirão Preto, 2006, 157-168 p.
FROTA, A B; SCHIFFER, S R. Manual do conforto térmico. 5°ed. São Paulo:
Nobel, 2000, 243 p.
FREDRIGO, N S; GHISI E; LAMBERTS R. Usos finais de energia elétrica no
setor residencial brasileiro. X Encontro Nacional e VI Encontro Latino-Americano
de Conforto no Ambiente Construído. Natal, RN, 2009.
GIVONI, B. Man, climate and Architecture. 2°ed. New York: Van Nostrand
Reinhold Company, 1981. 483 p.
GIVONI, B. Climate considerations in building and urban Design. John Wiley &
Sons Inc, Canada, 1998. 464 p.
GOULART, S., LAMBERTS, R., FIRMINO, S. Dados climáticos para projeto e
avaliação energética de edificações para 14 cidades brasileiras. Núcleo de
Pesquisa em Construção/UFSC, Florianópolis, 2° ed., 1998, 345 p.
GRITTI, I. Mecanismos do sono. In, Neurofisiologia - Revista American Scientific,
2008. Disponível em:
<http://www.methodus.com.br/_ambiente_aula/methodus/artigos/detalhes.asp?ID=6
5> Acesso em: 5 abr. 2010
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades, 2010. Disponível
em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1> Acesso em: 12 dez. 2009
IPDU – Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Urbano. Prefeitura Municipal
de Cuiabá. Organização Geopolítica de Cuiabá. 2007, 130 p.
IPDU – Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Urbano. Prefeitura Municipal
de Cuiabá. Perfil Socioeconômico dos Bairros de Cuiabá. 2007 a, 124 p.
ISO 7726: Thermal environments-instruments and methods for measuring
physical quantities. Switzerland, 1998.
120 Capítulo VII – Referências Bibliográficas
ISO 7730: Moderate thermal environments-determination of the PMV and PPD
indices and specification of the conditions for thermal comfort. Geneva, 1994.
JESUS, M F de; SILVA, G F. Programa para estimativa das propriedades
psicrométricas. In, Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina
Grande, v.4, n.1, p.63-70, 2002.
LABEEE – Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da Universidade
Federal de Santa Catarina. Programa Computacional Analysis Bio, Versão: 2.1.5,
2009. Disponível em: <http://www.labeee.ufsc.br/software/analysisBIO.html>.
Acesso em: 25 set. 2009.
LABEEE – Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da Universidade
Federal de Santa Catarina. Programa Computacional Sol-AR, Versão: 6.2.
Disponível em:
< www.labeee.ufsc.br/software/analysisSOLAR.htm >. Acesso em: 05 nov. 2009.
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. Eficiência Energética na
Arquitetura. São Paulo: PW, 1997, 188 p.
LAMBERTS, R.; MARINOSKI, D. L. Desempenho térmico de edificações.
Apostila, ECV-5161. Laboratório de Eficiência energética em Edificações. 5° ed.
UFSC, Florianópolis, 2007.
LEÃO JÚNIOR, R. S. N. Impacto econômico do uso de ar condicionado em
edifícios residenciais na cidade de Maceió / AL. Dissertação (Mestrado em
Arquitetura e Urbanismo). Universidade Federal de Alagoas, 2008.
LOUREIRO, K. C. G. Análise de desempenho térmico e consumo de energia de
residências na cidade de Manaus. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil).
Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2003.
MAITELLI, G. T.; CHILETTO, E. C.; ALMEIDA Jr. N. L. de; CHILETTO, R.
Intensidade da Ilha de Calor em Cuiabá – MT, na Estação Chuvosa. Cuiabá,
MT, 2004.
MASCARÓ, L. R. de. Energia na edificação: estratégia para minimizar seu
Consumo. São Paulo: Projeto, 1985, p.135.
MIRANDA, L. E.; AMORIM, L. Mato Grosso: Atlas Geográfico. Cuiabá.
Entrelinhas. 2001.
MORENO G., HIGA T. C. S. Geografia de Mato Grosso. Cuiabá. Entrelinhas.
2005.
NAVARINI, F. C., KLOSOWSKI, E. S., TORRES, A. C., ROCKENBACH, E. K.,
EYNG, C., LIMA M. Avaliação de Diferentes Diâmetros e Materiais para
Confecção de Globos Negros para estimativa de índice de conforto térmico em
condições de pasto. In: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ZOOTECNISTAS,
2007, Brasília. Anais eletrônicos…, Brasília: ABZ, 2007. Disponível em:<
121 Capítulo VII – Referências Bibliográficas
http://www.abz.org.br/publicacoes-tecnicas/anais-zootec/artigos
cientificos/bioclimatologia-ambiencia>. Acesso em: 10 fev. 2010.
NICOL, J. F. and HUMPHREYS, M. A. Adaptive Thermal Comfort and
Sustainable Thermal Standards for Buildings. Proceedings of Moving Thermal
Comfort Standards Into the 21st Century. p. 45-59. Windsor – UK. 5-8 April, 2001.
NICOL, F. “Thermal Comfort. Notes by Fergus Nicol”. Scool of Architecture.
University of North London, UK, 2001
OLGYAY, V. Arquitectura y clima: manual de diseno bioclimático para
aquitectos y urbanistas. Barcelona: Gustavo Gilli, 1997, p.203.
OLIVEIRA, A, S. Análise de Desempenho Térmico e Consumo de Energia em
Residências na Cidade de Cuiabá-MT: Estudo de Caso. Dissertação, (Mestrado
em Física Ambiental) Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2007.
OMAR, L. G; MIRANDA, S. A.; CARVALHO, B. C.; APOLÔNIO R. Proposta
Alternativa de Globo Negro para Obtenção de Temperatura Radiante em
Ambientes Internos. In: XIII ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO
AMBIENTE CONSTRUÍDO, Canela, RG, 2010.
PEÑA, C C; GHISI, E; PEREIRA C D. Comparação entre necessidade e
disponibilidade de vento e radiação solar para fins de análise bioclimática de
edificações em Florianópolis. Revista Ambiente Construído, Porto Alegre: v. 8, n.
4, p. 87-101, out./dez. 2008
PROCEL - Estimativa de Consumo Mensal dos Principais Eletrodomésticos.
Eletrobrás/Procel, 2007. Disponível em:
<http://www.eletrobras.com/elb/procel/main.asp?> Acesso em: 15 ago. 2009.
ROMERO, M. A. Princípios bioclimáticos para o desenho urbano. São Paulo,
P.W., 1988, 128 p.
RORIZ, M. Flutuações horárias dos limites de conforto térmico: Uma hipótese
de modelo adaptativo. Encontro Nacional de Conforto do Ambiente Construído.
ENCAC – Curitiba, PR, 2003.
SOUZA, C. F., TINÔCO, I.F.R., BAÊTA, F.C., FERREIRA, W.P.M., SILVA, R.S.
Avaliação de materiais alternativos para confecção do termômetro de globo.
Revista Ciência e Agrotecnologia. Lavras, v.26, n.1, p.157-164, jan./fev., 2002.
Disponível em:< http://www.editora.ufla.br/revista/26_1/ art18.PDF> Acesso em: 10
mar. 2010.
TOLEDO, A. O Efeito da velocidade do ar na sensação de conforto térmico, nos
dormitórios durante o Sono, em clima tropical quente e úmido e de baixa
amplitude térmica. V Encontro Nacional e II Encontro Latino-Americano de
Conforto do Ambiente Construído. Fortaleza, CE, 1999.
122 Capítulo VII – Referências Bibliográficas
______ Caracterização de sistemas de ventilação natural em tipologias correntes
de dormitórios em Maceió – AL. VI Encontro Nacional e III Encontro Latino-
Americano sobre Conforto no Ambiente Construído. São Pedro, SP, 2001.
______ Ventilação natural e conforto térmico em dormitórios: Aspectos
bioclimáticos para uma revisão do código de obras e edificações de Maceió. Dissertação (Mestrado em Arquitetura), Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
2001 a.
TRIANA, M. A.; LAMBERTS, R. Metodologia de avaliação ambiental brasileira
para o setor residencial: eficiência energética. IX Encontro Nacional e V Encontro
Latino Americano de Conforto no Ambiente Construído. Ouro Preto MG, 2007.
VASCONCELOS, L. C. da S.; COVEZZI, M. O Processo de expansão urbana de
Cuiabá – Mato Grosso, Brasil. Artigo. Programa de Pós-Graduação em Geografia
da Universidade Federal de Mato Grosso. Cuiabá, 2008.
7.2 BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS
BARBOSA, M J; LAMBERTS, R. Uma metodologia para especificar e avaliar o
desempenho térmico de edificações residenciais unifamiliares, aplicada a
Londrina-PR. Artigo, Revista, Ambiente Construído, v. 2, n. 1, p. 15-28, jan./mar.
Porto Alegre, 2002
CUNHA, Eduardo Grala da (org). Elementos de arquitetura de climatização
natural. Método projetual buscando a eficiência energética nas edificações.
2ª ed. Porto Alegre: Masquatro, 2006.
DUARTE, D. H. S. O clima como Parâmetro de Projeto para a Região de
Cuiabá. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Escola de Engenharia de São
Carlos da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1995.
GIGLIO, T. G.; BARBOSA, M. J. Aplicação de Métodos de Avaliação do
Desempenho Térmico para Analisar Painéis de Vedação em Madeira. Revista
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 6, n. 3, p. 91-103, jul./set. 2006.
GOULART, S., LAMBERTS, R., FIRMINO, S. Dados climáticos para projeto e
avaliação energética de edificações para 14 cidades brasileiras. Núcleo de
Pesquisa em Construção/UFSC, Florianópolis, 2° ed., 1998, 345 p.
HANSEN, A. M. D. Padrões de Consumo e Energia Elétrica em Diferentes
Tipologias de Edificações Residenciais, em Porto Alegre. Dissertação (Mestrado
em Engenharia Civil) Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre,
2000.
LAMBERTS, R.; TRIANA, M. A. Energia, in Tecnologias para Construção
Habitacional mais Sustentável: Estado da Arte. 2007.
123 Capítulo VII – Referências Bibliográficas
LEÃO, M. Desempenho Térmico em Habitações Populares para Região de
Clima Tropical: Estudo de Caso em Cuiabá-MT. Dissertação, (Mestrado em
Física Ambiental) Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2007.
LOUREIRO K; CARLO, J C; LAMBERTS, R. Estudo de estratégias bioclimáticas
para cidade de Manaus. ENTAC – IX Encontro Nacional de Tecnologia do
Ambiente Construído. Foz do Iguaçu, PR, 2002.
MATOS, M.; WESTPHAL, F. S.; SCARDUELLI F. A.; LAMBERTS, R. Análise
do Desempenho Térmico de Edificações Residenciais através de Simulação
Computacional no EnergyPlus Baseada nos Requisitos da Norma NBR 15220.
MENDES, N.; WESTPHAL, F. S.; LAMBERTS, R.; NETO, J. A. B. C. Uso de
Instrumentos Computacionais para Análise do Desempenho Térmico e
Energético de Edificações no Brasil. Revista Ambiente Construído, Porto Alegre,
v.5, n.4, p. 47-68, out./dez. 2005
MENEZES M. S. Avaliação do desempenho térmico de habitações sociais de
Passo Fundo – RS. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Universidade de Passo
Passo Fundo, RS, 2006.
NICOL J.F.; HUMPHREYS M.A. Adaptive thermal comfort and sustainable
thermal standards for buildings Energy and Buildings 34(6) pp 563-572, 2002
SANTOS, R. F. A. Arquitetura e a eficiência nos usos finais da energia para o
conforto ambiental. Dissertação (Mestrado em Energia) Universidade de São Paulo,
São Paulo, 2002.
ZOMER, C. D.; RUTHER, R. A arquitetura eficiente como um meio de economia
energética atuando no gerenciamento pelo lado da demanda. In XII Encontro
Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. ENTAC. Fortaleza, 2008.
124 Apêndices
8. APÊNDICES
8.1 APÊNDICE A
RELATÓRIOS DE OCORRÊNCIAS CLIMATOLÓGICAS
Ocorrências observadas durante todos os períodos: Manhã. Tarde e Noite.
1. Condições do Céu: Claro; Claro com Sol; Poucas Nuvens; Parcialmente
Nublado; Encoberto;
2. Ocorrência de chuvas: Chuva; Chuva Fraca.
MONITORAMENTO DO PÉRIODO QUENTE ÚMIDO
MARÇO 2010 – MONITORAMENTO DA CASA-T
Data Período Ocorrência Est. Met. Marechal Rondon *
T.min-°C T.max-°C UR% Chuva(mm)
3/03 Manhã Parcialmente nublado com sol 22,0 34,5 56 00,0
Tarde Parcialmente nublado com sol
Noite Nublado
4/03 Manhã Nublado 22,8 34,1 60 24,4
Tarde Nublado com Chuva
Noite Nublado
5/03 Manhã Parcialmente nublado com sol 23,4 34, 0 84 0,00
Tarde Parcialmente nublado com sol
Noite Nublado
6/03 Manhã Parcialmente nublado com sol 22,8 34,6 54 16,8
Tarde Nublado com Chuva
Noite Nublado
7/03 Manhã Claro com sol 24,5 35,5 51 0,00
Tarde Poucas Nuvens com sol
Noite Claro
8/03 Manhã Claro com sol 24,0 36,10 47 0,00
Tarde Poucas Nuvens com sol
Noite Claro
9/03 Manhã Poucas Nuvens com sol 24,2 36, 3 50 0,00
Tarde Poucas Nuvens com sol
Noite Claro
10/03 Manhã Poucas Nuvens com sol 25,0 37, 5 49 0,00
Tarde Poucas Nuvens com sol
Noite Claro
125 Apêndices
MARÇO 2010 – MONITORAMENTO CASA-M
Data Período Ocorrência Est. Met. Marechal Rondon *
T.min-°C T.max-°C UR% Chuva (mm)
13/03 Manhã Poucas Nuvens com sol 24,3 35, 3 44 0,00
Tarde Poucas Nuvens com sol
Noite Nublado
14/03 Manhã Parcialmente Nublado com Sol 25,3 34,8 47 0,00
Tarde Poucas Nuvens com sol
Noite Nublado
15/03 Manhã Parcialmente Nublado com Sol 25,4 34,7 54 0,00
Tarde Nublado Chuva Fraca
Noite Nublado com Chuva
16/03 Manhã Nublado sem Sol 23,0 34,2 56 45,7
Tarde Parcialmente Nublado com Sol
Noite Nublado com Chuva
17/03 Manhã Parcialmente Nublado com Sol 23,4 35,5 55 0,00
Tarde Poucas Nuvens com sol
Noite Claro
18/03 Manhã Poucas Nuvens com sol 24,2 37,1 45 0,00
Tarde Parcialmente Nublado com Sol
Noite Claro
19/03 Manhã Parcialmente Nublado com Sol 25,2 36,5 48 3,4
Tarde Encoberto com Chuva
Noite Parcialmente Nublado
20/03 Manhã Nublado com Chuva 24,3 32,3 68 10,0
Tarde Parcialmente Nublado
Noite Nublado
* Condições do Tempo Registradas na Capital até as 18h UTC (INMET)
126 Apêndices
MONITORAMENTO DO PÉRIODO QUENTE SECO
SETEMBRO 2010 – MONITORAMENTO DA CASA-T
Data Período do dia Ocorrência Est. Met. Marechal Rondon *
T.min-°C T.max-
°C
UR% Chuva
(mm)
9/09 Manhã Encoberto 21,2 39,4 30,0 0,00
Tarde Claro com Sol
Noite Claro
10/09 Manhã Claro com Sol 22,4 39,7 25,0 0,00
Tarde Claro com Sol
Noite Claro
11/09 Manhã Claro com Sol 21,8 39,3 28,0 0,00
Tarde Encoberto
Noite Encoberto
12/09 Manhã Claro com Sol 22,4 40,3 25,0 0,00
Tarde Claro com Sol
Noite Claro
13/09 Manhã Claro com Sol 22,3 39,7 24,0 0,00
Tarde Claro com Sol
Noite Claro
14/09 Manhã Encoberto 23,0 32,9 60,0 0,00
Tarde Encoberto
Noite Claro
15/09 Manhã Encoberto 19,2 30,0 57,0 0,00
Tarde Encoberto
Noite Encoberto
16/09 Manhã Claro com Sol 19,3 39,1 35,0 0,00
Tarde Claro com Sol
Noite Claro
127 Apêndices
SETEMBRO / OUTUBRO 2010 – MONITORAMENTO CASA-M
Data Período Ocorrência Est. Met. Marechal Rondon *
T.min-°C T.max-°C UR% Chuva (mm)
28/09 Manhã Claro com Sol 26,5 40,3 39,2 0,00
Tarde Claro com Sol
Noite Claro
29/09 Manhã Claro com Sol 25,8 39,5 35,0 0,80
Tarde Parcialmente nublado
Noite Encoberto
30/9 Manhã Nublado com chuva fraca 24,2 35,5 52,0 2,8
Tarde Nublado
Noite Encoberto
1/10 Manhã Claro com Sol 24,9 38,0 37,0 0,00
Tarde Parcialmente nublado
Noite Encoberto
2/10 Manhã Nublado com chuva fraca 24,4 27,0 87,0 4,80
Tarde Nublado com chuva fraca
Noite Encoberto
3/10 Manhã Parcialmente nublado 18,3 24,7 84,0 5,00
Tarde Nublado com chuva
Noite Encoberto
4/10 Manhã Parcialmente nublado 19,2 35,2 47,0 0,00
Tarde Nublado
Noite Encoberto
5/10 Manhã Parcialmente nublado 22,8 37,5 41,0 0,00
Tarde Parcialmente nublado
Noite Nublado
* Condições do Tempo Registradas na Capital até as 18h UTC (INMET)
128 Apêndices
8.2 APÊNDICE B
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA
Programa de Pós-graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental
A presente pesquisa tem por objetivo avaliar o consumo de energia elétrica e
quanto ao conforto térmico em residências unifamiliares. Sendo necessário levantar
dados quanto aos equipamentos eletroeletrônicos e a forma de uso dos mesmos.
Assim como, as opiniões dos moradores quanto ao conforto ou desconforto térmico
em sua residência.
QUESTIONÁRIO – 01
1- Informações sobre a residência
Nome: ____________________________________________________________________________
Quantas pessoas moram na residência? __________________________________________________
Há quanto tempo moram nesta residência? _______________________________________________
N° de Quartos ________________________ N° Banheiros __________________________________
2- Informações sobre posse e uso de equipamentos
Tomam algumas medidas para economizar energia?Quais?___________________________________
N° de Chuveiros elétricos na residência?_________________________________________________
Em quais horários mais utilizam o chuveiro elétrico?_______________________________________
Altera a temperatura do chuveiro com freqüência?______ ___________________________________
Em algum período do ano utiliza o chuveiro sem aquecimento?Qual?__________________________
__________________________________________________________________________________
Quanto ao ferro de passar roupas:
Utiliza quantas vezes por semana?____Por quanto tempo aproximadamente?____________________
Quanto à máquina de lavar roupas e outros:
Utiliza quantas vezes por semana?______Por quanto tempo aproximadamente?__________________
Possui Microondas?__________________________________________________________________
Qual a freqüência de uso?_____________________________________________________________
Quais outros eletrodomésticos de sua cozinha?____________________________________________
Outros Equipamentos:
N° de TVs?______Qual o tempo de uso da TV, aproximadamente?____________________________
Possui parelho de som?_______________________________________________________________
Qual a freqüência de uso?_____________________________________________________________
Utilizam computadores?_____ N°______________________________________________________
129 Apêndices
Qual a freqüência de uso dos computadores?______________________________________________
Utilizam secador de cabelo? Com que freqüência?_________________________________________
3- Informações: sistema de iluminação artificial.
Utilizam lâmpadas incandescentes?_____________________________________________________
Utilizam lâmpadas fluorescentes?_____________________ _________________________________
Utilizam alguma lâmpada acesa durante o dia?_____Em quais ambientes?______________________
Costuma manter alguma lâmpada acessa a noite toda?____Quantas e em quais ambientes?
__________________________________________________________________________________
Considera sua residência bem iluminada (luz natural) durante o dia?______ _____________________
4- Informações: sistemas de ventilação e refrigeração.
Qual o número de ventiladores instalados?_____Em quais ambientes?__________________________
Em quais ambientes utilizam ventiladores com mais freqüência?_____________________________
Por quanto tempo aproximadamente?____________________________________________________
Qual o N° de condicionadores de ar instalados?____Em quais ambientes? ______________________
Em quais ambientes utilizam condicionadores de ar com mais freqüência?______________________
O uso dos condicionadores varia ao longo do ano?_________________________________________
Em quais períodos do ano são mais utilizados?____________________________________________
Em quais períodos do ano são menos utilizados?___________________________________________
Tem conhecimento do consumo de energia dos condicionadores de ar de sua
residência?_________________________________________________________________________
Quanto ao consumo de energia elétrica:
Considera o consumo mensal de energia em sua residência:
Muito alto___Alto___Normal____Por qual razão?_________________________________________
Considera ser possível reduzir o atual consumo de energia em sua residência?____________________
__________________________________________________________________________________
5- Sua opinião quanto ao conforto ou desconforto térmico em sua residência.
Considera de modo geral sua residência confortável ou desconfortável
termicamente?______________________________________________________________________
Neste período do ano é mais confortável, e por quais motivos?_______________________________
__________________________________________________________________________________
Neste período do ano, em quais períodos do dia sua casa é menos confortável?__________________
Faria alguma alteração para torná-la mais confortável?_____________________________________
Agradecemos por sua valiosa participação neste trabalho.
130 Apêndices
8.3 APÊNDICE C
QUESTIONÁRIO – 02
Dados do período noturno e o uso de condicionadores de ar
Os objetivos desta pesquisa é identificar as preferências térmicas em relação ao seu
quarto , assim como, o padrão de uso de condicionador de ar no período noturno.
Nome:__________________________________________________________________
Quanto aos seus hábitos noturnos e o ambiente de seu quarto:
Qual vestimenta usa para dormir? Cobre-se para dormir?
□ Short+ Camiseta s/ manga
□ Short+ Camiseta c/ manga
□ Camisola curta s/ manga
□ Camisola curta c/ manga
□ Outra:________________________
□ Sim □ Não
□ Lençol leve
□ Colcha leve
□ Edredom
□ Outra:___________________________
Período com uso do condicionador de ar: Período sem uso do condicionador de ar:
Nos dias da semana: seg. a sex. Quanto às janelas:
Liga às ______Desliga às:_______ □ fechadas □ abertas □ venezianas abertas
Temperatura do condicionador de ar: Quanto às portas:
Nos fins de semana: sáb. / dom. □ fechadas □ abertas □ uma aberta
Liga às _____Desliga às:_______ Quanto ao uso de ventilador:
Temperatura do condicionador de ar: □ todos os dias □ alguns dias □ não usa
No momento considera seu quarto:
Mais confortável à noite? Por quais motivos?____________________________________
Menos confortável à noite? Por quais motivos?___________________________________
131 Apêndices
8.4 APÊNDICE D
INFORMAÇÃO DOS CONDICIONADORES DE AR: CASA-T
Quarto Casal
Marca/Modelo Springer – Silentia
Capacidade Selo Procel Tensão Corrente Potência Vazão de Ar Desumidificação
7500 BTU/h A – CPO: 3,28 220 V 3,20 A 670 W 350 m3/h 1/h
CPO – coeficiente de eficiência energética
POSSE E USO DOS EQUIPAMENTOS: CASA-T
Equipamento Modelo / Marca /Classe Qtd. Tempo De Uso
Geladeira+Freezer Eletrolux DF50-430L 01 contínuo
Bebedouro elétrico Esmaltec Gelágua – EGM 30 01 contínuo
Microondas Panosonic Family 01 2x ao mês
Fogão GE – 6 bocas 01 diário
Chuveiro elétrico DUCHA CORONA 02 diário/ modo morno
Liquidificador BRASTEMP 6B 01 esporádico
Batedeira WALITA 01 esporádico
Centrífuga ARNO 01 esporádico
Panela Elétrica Grande 01 esporádico
TV- Sala Sony Bravia 17” 01 diário-tarde-noite
TV- Quarto JCV Máster Comand III 15” 01 esporádico
TV- Cozinha CCE – HPS 1403 15” 01 diário-manhã
Computador -1 Desktop – Monitor LCD – 17” 01 1:00 hs/dia
Ferro Passar Black e Decker – Vapor 570 01 1:30 hs/dia-3xsem.
Máq.Lavar Brastemp / Ative / 9Kg 01 1:30 hs/dia-3xsem.
Ventilador Mesa Arno 02 esporádico
Ventilador Teto (cozinha) Com 3 lâmpadas 01 diário
Ventilador Teto (sala) Com 2 lâmpadas 02 diário
Ventilador Teto (quarto) Com 2 lâmpadas 01 2 h a tarde
alguns dias a noite
Lâmpadas Flu. (2) 4x20W tubular (19) compactas 23 a noite
Lâmpadas Inc. 40W 04 a noite
Condicionador de Ar Springer Silentia 7500 BTUs 01 6 a 7 h por dia
Condicionador de Ar Springer Silentia 7500 BTUs 01 esporádico
132 Apêndices
INFORMAÇÃO DOS CONDICIONADORES DE AR: CASA-M
Quarto casal
Marca/Modelo Springer – Split. MaxFlex
Capacidade Selo Procel Tensão Corrente Potência Vazão de Ar Desumidificação
12000 BTU/h B – CPO:
2,77
220 V 5,90 A 1270 W 550 m3/h 1/h
CPO – coeficiente de eficiência energética
POSSE E USO DOS EQUIPAMENTOS: CASA-M
Equipamento Modelo / Marca / Classe Qtd. Tempo De Uso
Geladeira BRASTEMP / DUPLEX - 410L 01 Contínuo
Bebedouro elétrico IBBL – GEN 2000 01 Contínuo
Microondas ELETROLUX – ME21G 01 Contínuo
Fogão BRASTEMP – ATIVE -4B 01 Contínuo
Chuveiro elétrico CORONA SIMPLES 01 diário no modo frio
Liquidificador ARNO 01 Esporádico
Batedeira ARNO MASTER 01 Esporádico
TV- Sala SAMSUNG 29” 01 Esporádico
TV- Quarto SAMSUNG 42” 01 6:00 hs/dia
Computador -1 Desktop – Monitor LCD – 17” 01 4:00 hs/dia
Computador -2 Desktop – Monitor – 15” 01 3:00 hs/dia
Impressora Epson - 01 Freqüente
Ferro Passar Black e Decker – Vapor 570 01 2:00 hs/dia-1xsem
Máq.Lavar Brastemp / 7 litro 01 1:00 hs/dia-1xsem
Ventilador Mesa Arno - Grande 01 Diário
Ventilador de teto Com 1 lâmpada 02 Diário
Lâmpadas Flu. 13 Diário
Condicionador de Ar Split 12000 BTU 01 8 a 10 h p/ dia
Condicionador de Ar Springer 7500 BTU 01 Esporádico
133 Apêndices
8.5 APÊNDICE E
134 Apêndices
135 Apêndices
8.6 APÊNDICE F
Tabela 8. 1- Cabeçalho padrão do formato CSV
Mês Dia Hora TBS
{oC}
TBU
{oC}
Ponto de
Orvalho
{oC}
Pressão
Atmosférica
{kPa}
Umidade
(kg/kg)
U.R.
{%}
Entalpia
{BTU/Lb}
Velocidade
do vento
{m/s}
Direção do
Vento
{graus}
Cobertura Total de Nuvens
{decimais}
Radiação Horizontal
Extraterrestre
{Wh/m2}
Radiação Global
Horizontal
{Wh/m2}
Radiação
Direta
{Wh/m2}
Radiação Direta
Normal
{Wh/m2}
Radiação Difusa
Horizontal {Wh/m2}
Fonte: Adaptado de Carlo e Lamberts (2005)
Figura 8. 1- Calibração: Avaliação dias medidos e simulados
136 Apêndices
8.7 APÊNDICE G
ENERGYPLUS – DADOS DE ENTRADA
CONFIGURAÇÕES
Version, 6.0; !- Version Identifier ALL OBJECTS IN CLASS: SIMULATION
CONTROL SimulationControl, No, !- Do Zone Sizing Calculation No, !- Do System Sizing Calculation No, !- Do Plant Sizing Calculation No, !- Run Simulation for Sizing Periods Yes; !- Run Simulation for Weather File Run Periods ALL OBJECTS IN CLASS: BUILDING
Building, CASA-M, !- Name 20, !- North Axis {deg} Urban, !- Terrain 0.04, !- Loads Convergence Tolerance Value 0.4, !- Temperature Convergence Tolerance Value {deltaC}
FullInteriorAndExterior, !- Solar Distribution 25; !- Maximum Number of Warmup Days ALL OBJECTS IN CLASS: SURFACE CONVECTION ALGORITHM: INSIDE SurfaceConvectionAlgorithm:Inside, TARP; !- Algorithm ALL OBJECTS IN CLASS: SURFACE
CONVECTION ALGORITHM: OUTSIDE SurfaceConvectionAlgorithm:Outside, TARP; !- Algorithm
ALL OBJECTS IN CLASS: HEAT BALANCE ALGORITHM HeatBalanceAlgorithm, ConductionTransferFunction, !- Algorithm 200; !- Surface Temperature Upper Limit ALL OBJECTS IN CLASS: TIMESTEP
Timestep, 4; !- Number of Timesteps per Hour ALL OBJECTS IN CLASS: SITE: LOCATION Site:Location, BRA_Cuiaba-Marechal.Ron.833620_SWERA,!- Name -15.38, !- Latitude {deg} -4, !- Time Zone {hr} 182; !- Elevation {m}
ALL OBJECTS IN CLASS: RUNPERIOD RunPeriod, úmido, !- Name 3, !- Begin Month 13, !- Begin Day of Month 3, !- End Month 13, !- End Day of Month UseWeatherFile, !- Day of Week for Start Day
No, !- Use Weather File Holidays and Special Days Yes, !- Use Weather File Daylight Saving Period No, !- Apply Weekend Holiday Rule Yes, !- Use Weather File Rain Indicators Yes; !- Use Weather File Snow Indicators
GEOMETRIA Building North Axis = 0 GlobalGeometryRules,UpperLeftCorner,CounterClockwise,WorldCoordinates; Surface=Detached Shading:Building, Name=MURO LATERAL, Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 8.07, -2.94, 2.30, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 8.07, -2.94, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 11.65, 6.90, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3
11.65, 6.90, 2.30; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Detached Shading:Building, Name=Mir-MURO LATERAL, Azimuth=290.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 11.65, 6.90, 2.30, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 11.65, 6.90, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 8.07, -2.94, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 8.07, -2.94, 2.30; !- X,Y,Z ==> Vertex 4
Surface=Detached Shading:Building, Name=VARANDA FUNDOS, Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 7.90, 8.30, 4.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 11.66, 6.93, 4.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 13.03, 10.69, 4.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 9.27, 12.06, 4.00; !- X,Y,Z ==> Vertex 4
Surface=Detached Shading:Building, Name=Mir-VARANDA FUNDOS, Azimuth=290.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 9.27, 12.06, 4.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 13.03, 10.69, 4.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 11.66, 6.93, 4.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 7.90, 8.30, 4.00; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Detached Shading:Building, Name=MURO LATERAL 2, Azimuth=110.0
4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 11.66, 6.93, 4.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 11.66, 6.93, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 13.03, 10.69, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 13.03, 10.69, 4.00; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Detached Shading:Building, Name=Mir-MURO LATERAL 2, Azimuth=290.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface
13.03, 10.69, 4.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 13.03, 10.69, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 11.66, 6.93, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 11.66, 6.93, 4.00; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Detached Shading:Building, Name=VARANDA-LATERAL, Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface
137 Apêndices
5.95, -2.16, 2.65, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 8.07, -2.94, 2.65, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 11.65, 6.90, 2.65, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 9.53, 7.67, 2.65; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Detached Shading:Building, Name=Mir-VARANDA-LATERAL, Azimuth=290.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 9.53, 7.67, 2.65, !- X,Y,Z ==> Vertex 1
11.65, 6.90, 2.65, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 8.07, -2.94, 2.65, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 5.95, -2.16, 2.65; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Detached Shading:Building, Name=VARANDA-FRONTAL, Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 7.01, -5.85, 2.65, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 -1.06, -2.91, 2.65, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 0.00, 0.00, 2.65, !- X,Y,Z ==> Vertex 3
8.07, -2.94, 2.65; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Detached Shading:Building, Name=Mir-VARANDA-FRONTAL, Azimuth=290.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 8.07, -2.94, 2.65, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 0.00, 0.00, 2.65, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 -1.06, -2.91, 2.65, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 7.01, -5.85, 2.65; !- X,Y,Z ==> Vertex 4
Surface=Wall, Name=S1-PAREDE-SO, Azimuth=200.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 0.00, 0.00, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 0.00, 0.00, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 2.52, -0.92, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 2.52, -0.92, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Window, Name=PORTA-EXT-1,
Azimuth=200.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 1.61, -0.58, 2.10, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 1.61, -0.58, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 2.36, -0.86, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 2.36, -0.86, 2.10; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=S1-PAREDE-NO, Azimuth=290.0
4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 1.55, 4.25, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 1.55, 4.25, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 0.00, 0.00, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 0.00, 0.00, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Window, Name=JAN-CORRER-1, Azimuth=290.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 1.04, 2.87, 2.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 1
1.04, 2.87, 1.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 0.53, 1.46, 1.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 0.53, 1.46, 2.00; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=S1-PAREDE-INT-1, Azimuth=20.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 4.06, 3.33, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 4.06, 3.33, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2
1.55, 4.25, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 1.55, 4.25, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=S1-PAREDE-INT-2, Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 2.52, -0.92, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1
2.52, -0.92, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 4.06, 3.33, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 4.06, 3.33, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=iz-S2-PAREDE-INT-3, Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 2.52, -0.92, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 2.52, -0.92, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2
4.59, 4.77, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 4.59, 4.77, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Door, Name=iz-PORTA-INT-2, Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 4.13, 3.50, 2.10, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 4.13, 3.50, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 4.38, 4.20, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 4.38, 4.20, 2.10; !- X,Y,Z ==> Vertex 4
Surface=Door, Name=iz-PORTA-INT-3, Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 3.73, 2.42, 2.10, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 3.73, 2.42, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 4.01, 3.17, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 4.01, 3.17, 2.10; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Floor, Name=S1-PISO, Azimuth=110.0
4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 2.52, -0.92, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 0.00, 0.00, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 1.55, 4.25, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 4.06, 3.33, 0.00; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Roof, Name=S1-TETO, Azimuth=200.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 1.55, 4.25, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1
0.00, 0.00, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 2.52, -0.92, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 4.06, 3.33, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=S2-PAREDE-SO, Azimuth=200.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 2.52, -0.92, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 2.52, -0.92, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2
5.95, -2.16, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 5.95, -2.16, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Window, Name=JAN-CORRER-2, Azimuth=200.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 3.52, -1.28, 2.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 3.52, -1.28, 1.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 4.92, -1.79, 1.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 4.92, -1.79, 2.00; !- X,Y,Z ==> Vertex 4
Surface=Wall, Name=S2-PAREDE-SE, Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 5.95, -2.16, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 5.95, -2.16, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 8.02, 3.52, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 8.02, 3.52, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Window, Name=JANELA-BAS,
Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 7.41, 1.84, 1.87, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 7.41, 1.84, 1.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 7.89, 3.16, 1.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 7.89, 3.16, 1.87; !- X,Y,Z ==> Vertex 4
138 Apêndices
Surface=Window, Name=PORTA-EXT-2, Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 6.92, 0.50, 2.10, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 6.92, 0.50, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 7.19, 1.26, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 7.19, 1.26, 2.10; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=S2-PAREDE-INT-4,
Azimuth=20.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 8.02, 3.52, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 8.02, 3.52, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 4.59, 4.77, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 4.59, 4.77, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Door, Name=PORTA-INT-4, Azimuth=20.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface
5.72, 4.36, 2.10, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 5.72, 4.36, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 5.06, 4.60, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 5.06, 4.60, 2.10; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=S2-PAREDE-INT-3, Azimuth=290.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 4.59, 4.77, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1
4.59, 4.77, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 2.52, -0.92, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 2.52, -0.92, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Door, Name=PORTA-INT-2, Azimuth=290.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 4.38, 4.20, 2.10, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 4.38, 4.20, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2
4.13, 3.50, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 4.13, 3.50, 2.10; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Door, Name=PORTA-INT-3, Azimuth=290.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 4.01, 3.17, 2.10, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 4.01, 3.17, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 3.73, 2.42, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3
3.73, 2.42, 2.10; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=iz-S1-PAREDE-INT-2, Azimuth=290.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 4.06, 3.33, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 4.06, 3.33, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 2.52, -0.92, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 2.52, -0.92, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=iz-S3-PAREDE-INT-4,
Azimuth=20.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 8.02, 3.52, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 8.02, 3.52, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 4.59, 4.77, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 4.59, 4.77, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Floor, Name=S2-PISO, Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface
5.95, -2.16, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 2.52, -0.92, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 4.59, 4.77, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 8.02, 3.52, 0.00; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Roof, Name=S2- TETO, Azimuth=200.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface
4.59, 4.77, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 2.52, -0.92, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 5.95, -2.16, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 8.02, 3.52, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=S3-PAREDE-SE, Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 8.02, 3.52, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1
8.02, 3.52, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 9.53, 7.66, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 9.53, 7.66, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Window, Name=JAN-CORRER-3, Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 8.50, 4.85, 2.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 8.50, 4.85, 1.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 9.02, 6.26, 1.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3
9.02, 6.26, 2.00; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=S3-PAREDE-NE, Azimuth=20.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 9.53, 7.66, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 9.53, 7.66, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 6.10, 8.91, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 6.10, 8.91, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4
Surface=Wall, Name=S3-PAREDE-INT-5, Azimuth=290.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 6.10, 8.91, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 6.10, 8.91, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 4.59, 4.77, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 4.59, 4.77, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Door, Name=PORTA-INT-1,
Azimuth=290.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 5.99, 8.63, 2.10, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 5.99, 8.63, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 5.75, 7.97, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 5.75, 7.97, 2.10; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=S3-PAREDE-INT-4, Azimuth=200.0
4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 4.59, 4.77, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 4.59, 4.77, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 8.02, 3.52, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 8.02, 3.52, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=iz-S2-PAREDE-INT-4, Azimuth=200.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 4.59, 4.77, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1
4.59, 4.77, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 8.02, 3.52, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 8.02, 3.52, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Door, Name=iz-PORTA-INT-4, Azimuth=200.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 5.06, 4.60, 2.10, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 5.06, 4.60, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2
5.72, 4.36, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 5.72, 4.36, 2.10; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=iz-S4-PAREDE-INT-6, Azimuth=290.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 6.10, 8.91, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1
139 Apêndices
6.10, 8.91, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 4.06, 3.33, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 4.06, 3.33, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Floor, Name=S3-PISO, Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 8.02, 3.52, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 4.59, 4.77, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 6.10, 8.91, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3
9.53, 7.66, 0.00; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Roof, Name=S3-TETO, Azimuth=200.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 6.10, 8.91, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 4.59, 4.77, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 8.02, 3.52, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 9.53, 7.66, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=S4-PAREDE-NO, Azimuth=290.0
4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 3.58, 9.83, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 3.58, 9.83, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 1.55, 4.25, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 1.55, 4.25, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Window, Name=JAN-CORRER-4, Azimuth=290.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface
2.42, 6.65, 2.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 2.42, 6.65, 1.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 1.91, 5.24, 1.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 1.91, 5.24, 2.00; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=S4-PAREDE-NE, Azimuth=20.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 6.10, 8.91, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1
6.10, 8.91, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 3.58, 9.83, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 3.58, 9.83, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=S4-PAREDE-INT-6, Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 4.06, 3.33, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 4.06, 3.33, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2
6.10, 8.91, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 6.10, 8.91, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=S4-PAREDE-INT-7, Azimuth=200.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 1.55, 4.25, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 1.55, 4.25, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 4.06, 3.33, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 4.06, 3.33, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4
Surface=Wall, Name=iz-S3-PAREDE-INT-5, Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 4.59, 4.77, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 4.59, 4.77, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 6.10, 8.91, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 6.10, 8.91, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Door, Name=iz-PORTA-INT-1,
Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 5.75, 7.97, 2.10, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 5.75, 7.97, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 5.99, 8.63, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 5.99, 8.63, 2.10; !- X,Y,Z ==> Vertex 4
Surface=Floor, Name=S4-PISO, Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 4.06, 3.33, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 1.55, 4.25, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 3.58, 9.83, 0.00, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 6.10, 8.91, 0.00; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Roof, Name=S4-TETO, Azimuth=200.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface
3.58, 9.83, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 1.55, 4.25, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 4.06, 3.33, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 6.10, 8.91, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Wall, Name=S5-EMPENA-NE, Azimuth=200.0 3, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 2.97, -1.08, 4.20, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 0.00, 0.00, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 2
5.95, -2.16, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 3 Surface=Window, Name=ABERTURA-NE, Azimuth=200.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 2.48, -0.90, 3.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 2.48, -0.90, 3.30, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 3.47, -1.26, 3.30, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 3.47, -1.26, 3.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4
Surface=Wall, Name=S5-EMPENA-SO, Azimuth=20.0 3, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 6.56, 8.76, 4.20, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 9.53, 7.67, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 3.58, 9.84, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 3 Surface=Window, Name=ABERTURA-SO, Azimuth=20.0
4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 7.05, 8.58, 3.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 7.05, 8.58, 3.30, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 6.06, 8.94, 3.30, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 6.06, 8.94, 3.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Floor, Name=iz-S1-TETO, Azimuth=20.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 4.06, 3.33, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1
2.52, -0.92, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 0.00, 0.00, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 1.55, 4.25, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Floor, Name=iz-S2- TETO, Azimuth=20.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 8.02, 3.52, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 5.95, -2.16, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 2.52, -0.92, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 4.59, 4.77, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4
Surface=Floor, Name=iz-S3-TETO, Azimuth=20.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 9.53, 7.66, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 8.02, 3.52, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 4.59, 4.77, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 6.10, 8.91, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Floor, Name=iz-S4-TETO, Azimuth=20.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface
6.10, 8.91, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 4.06, 3.33, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 1.55, 4.25, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 3.58, 9.83, 2.70; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Roof, Name=S5-TELHADO-NO, Azimuth=290.0
140 Apêndices
4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface 6.56, 8.76, 4.20, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 3.58, 9.84, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 0.00, 0.00, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 2.97, -1.08, 4.20; !- X,Y,Z ==> Vertex 4 Surface=Roof, Name=S5-TELHADO-SE, Azimuth=110.0 4, !- Number of (X,Y,Z) groups in this surface
2.97, -1.08, 4.20, !- X,Y,Z ==> Vertex 1 5.95, -2.16, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 2 9.53, 7.67, 2.70, !- X,Y,Z ==> Vertex 3 6.56, 8.76, 4.20; !- X,Y,Z ==> Vertex 4
COMPONENTES ALL OBJECTS IN CLASS: CONSTRUCTION 489 Construction, 490 PAREDES-14-EXT, !- Name 491 REBOCO EXT, !- Outside Layer 492 TIJOLO-8FQ-14, !- Layer 2 493 REBOCO INT; !- Layer 3 495 Construction, 496 PAREDES-14-INT, !- Name
497 REBOCO INT, !- Outside Layer 498 TIJOLO-8FQ-14, !- Layer 2 499 REBOCO INT; !- Layer 3 501 Construction, 502 PISO-INTERNO, !- Name 503 SOLO-FUNDAÇÃO, !- Outside Layer 504 CONTRAPISO, !- Layer 2 505 ARGAMASSA, !- Layer 3
506 PISO-CERÂMICO; !- Layer 4 508 Construction, 509 TELHADO, !- Name 510 TELHA-CERÂMICA; !- Outside Layer 512 Construction, 513 PORTAS-INT, !- Name 514 MAD.AGLOMERADA, !- Outside Layer 515 AR-PORTA, !- Layer 2
516 MAD.AGLOMERADA; !- Layer 3 518 Construction, 519 LAJE-F, !- Name 520 CONCR.LAJE FORRO, !- Outside Layer 521 REBOCO INT; !- Layer 2 523 Construction, 524 EMPENA, !- Name 525 REBOCO EXT, !- Outside Layer 526 TIJOLO-8FQ-14; !- Layer 2
528 Construction, 529 PORTAS-VIDRO, !- Name 530 VIDRO-SIMPLES 3MM; !- Outside Layer 532 Construction, 533 JANELA-BAS, !- Name 534 VIDRO-SIMPLES 3MM; !- Outside Layer 536 Construction, 537 PORTA-MAD, !- Name
538 MAD.AGLOMERADA, !- Outside Layer 539 AR-PORTA, !- Layer 2 540 MAD.AGLOMERADA; !- Layer 3 542 Construction, 543 JAN-CORRER, !- Name 544 VIDRO-SIMPLES 3MM; !- Outside Layer 546 Construction, 547 ABERT-ATICO, !- Name
548 VIDRO-SIMPLES 3MM; !- Outside Layer
SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO ALL OBJECTS IN CLASS: HVACTEMPLATE: THERMOSTAT 2406 ! HVACTemplate:Thermostat, 2407 ! TERMOSTATO, !- Name
2408 ! , !- Heating Setpoint Schedule Name 2409 ! , !- Constant Heating Setpoint {C} 2410 ! , !- Cooling Setpoint Schedule Name 2411 ! 18; !- Constant Cooling Setpoint {C} ALL OBJECTS IN CLASS: HVACTEMPLATE:
SYSTEM: UNITARY 2436 ! HVACTemplate:System:Unitary, 2437 ! SISTEMA-1, !- Name 2438 ! Sch-SPLIT, !- System Availability Schedule Name 2439 ! ZONA-3, !- Control Zone or Thermostat Location Name 2440 ! 550, !- Supply Fan Maximum
Flow Rate {m3/s} 2441 ! Cycling, !- Supply Fan Operating Mode Schedule Name 2442 ! 1, !- Supply Fan Total Efficiency 2443 ! 600, !- Supply Fan Delta Pressure {Pa} 2444 ! 0.9, !- Supply Fan Motor
Efficiency 2445 ! 1, !- Supply Fan Motor in Air Stream Fraction 2446 ! SingleSpeedDX, !- Cooling Coil Type 2447 ! , !- Cooling Coil Availability Schedule Name 2448 ! autosize, !- Cooling Coil Capacity
{W} 2449 ! autosize, !- Cooling Coil Rated Sensible Heat Ratio 2450 ! 3, !- Cooling Coil Rated COP 2451 ! Electric, !- Heating Coil Type 2459 ! NoEconomizer, !- Economizer Type 2460 ! NoLockout, !- Economizer
Lockout
VENTILAÇÃO NATURAL ALL OBJECTS IN CLASS: AIRFLOWNETWORK: SIMULATION CONTROL
2441 AirflowNetwork:SimulationControl, 2442 VENT-NATURAL, !- Name 2443 MultizoneWithoutDistribution, !- AirflowNetwork Control 2444 SurfaceAverageCalculation, !- Wind Pressure Coefficient Type 2445 , !- AirflowNetwork Wind Pressure Coefficient Array Name
2446 , !- Height Selection for Local Wind Speed Calculation 2447 LowRise, !- Building Type
141 Apêndices
2448 500, !- Maximum Number of Iterations 2449 ZeroNodePressures, !- Initialization Type 2450 0.0001, !- Relative Airflow Convergence Tolerance 2451 0.000001, !- Absolute Airflow Convergence Tolerance {kg/s}
2452 -.5, !- Convergence Acceleration Limit 2453 20, !- Azimuth Angle of Long Axis of Building {deg} 2454 0.55; !- Ratio of Building Width Along Short Axis to Width Along Long Axis AIRFLOWNETWORK:MULTIZONE: COMPONENT: DETAILEDOPENING 2659 AirflowNetwork:MultiZone Component:
Detailed Opening, 2660 JAN-CORRER, !- Name 2661 0.00028, !- Air Mass Flow Coefficient When Opening is Closed {kg/s-m} 2662 0.5, !- Air Mass Flow Exponent When Opening is Closed 2663 HorizontallyPivoted, !- Type of Rectanguler Large Vertical Opening (LVO)
2664 1.7, !- Extra Crack Length or Height of Pivoting Axis {m} 2665 3, !- Number of Sets of Opening Factor Data 2666 0, !- Opening Factor 1 2667 0.001, !- Discharge Coefficient for Opening Factor 1 2668 0, !- Width Factor for
Opening Factor 1 2669 1, !- Height Factor for Opening Factor 1 2670 0, !- Start Height Factor for Opening Factor 1 2671 0.5, !- Opening Factor 2 2672 0.125, !- Discharge Coefficient for Opening Factor 2
2673 0.466, !- Width Factor for Opening Factor 2 2674 0.828, !- Height Factor for Opening Factor 2 2675 0.17, !- Start Height Factor for Opening Factor 2 2676 1, !- Opening Factor 3 2677 0.5, !- Discharge Coefficient for Opening Factor 3
2678 0.466, !- Width Factor for Opening Factor 3 2679 0.828, !- Height Factor for Opening Factor 3 2680 0.17; !- Start Height Factor for Opening Factor 3 2682 AirflowNetwork:MultiZone:Component: Detailed Opening,
2683 PORTA-INT, !- Name 2684 0.0024, !- Air Mass Flow Coefficient When Opening is Closed {kg/s-m} 2685 0.5, !- Air Mass Flow Exponent When Opening is Closed
2686 NonPivoted, !- Type of Rectanguler Large Vertical Opening (LVO) 2687 2.1, !- Extra Crack Length or Height of Pivoting Axis {m} 2688 2, !- Number of Sets of Opening Factor Data 2689 0, !- Opening Factor 1 2690 0.001, !- Discharge Coefficient
for Opening Factor 1 2691 0, !- Width Factor for Opening Factor 1 2692 1, !- Height Factor for Opening Factor 1 2693 0, !- Start Height Factor for Opening Factor 1 2694 1, !- Opening Factor 2 2695 1, !- Discharge Coefficient for
Opening Factor 2 2696 1, !- Width Factor for Opening Factor 2 2697 1, !- Height Factor for Opening Factor 2 2698 0; !- Start Height Factor for Opening Factor 2 2699
2700 AirflowNetwork:MultiZone: Component: Detailed Opening, 2701 ABERTURA, !- Name 2702 0.00028, !- Air Mass Flow Coefficient When Opening is Closed {kg/s-m} 2703 0.5, !- Air Mass Flow Exponent When Opening is Closed 2704 NonPivoted, !- Type of Rectanguler
Large Vertical Opening (LVO) 2705 0.9, !- Extra Crack Length or Height of Pivoting Axis {m} 2706 2, !- Number of Sets of Opening Factor Data 2707 0, !- Opening Factor 1 2708 0.5, !- Discharge Coefficient for Opening Factor 1
2709 0, !- Width Factor for Opening Factor 1 2710 1, !- Height Factor for Opening Factor 1 2711 0, !- Start Height Factor for Opening Factor 1 2712 1, !- Opening Factor 2 2713 1, !- Discharge Coefficient for Opening Factor 2
2714 0.16, !- Width Factor for Opening Factor 2 2715 0.26, !- Height Factor for Opening Factor 2 2716 0.4; !- Start Height Factor for Opening Facto
142 Apêndices
8.8 APÊNDICE H
Estudos realizados por Barbosa et al. (2007), Navarine et al. (2007) e Souza
et al. (2002), comprovam a possibilidade do uso de globos alternativos para obtenção
da temperatura de globo, em substituição aos termômetros de globo negro com esfera
de cobre. Com base nesses estudos, foi realizado experimento utilizando-se globos de
material plástico, enfeites natalinos de 12 e 9 cm de diâmetro apresentados na Figura
8. 2, e termo-higrômetros com data logger, comparados a um termômetro de globo
padrão.
(a) (b) Figura 8. 2 - Globos negros alternativos e os termo-higrômetros com data logger
Fonte – Omar et al. (2010)
Na montagem do experimento foram utilizados três unidades dos globos
alternativos e um termômetro padrão, distribuídos conforme Figura 8. 3, sendo:
(a) (b)
Figura 8. 3 - Foto do arranjo e esquema de montagem do experimento
Fonte – Omar et al. (2010)
GC – Globo de cobre de 15 cm de diâmetro, termômetro padrão TGD-100, da marca
INSTRUTHERM;
GP12 – Globo plástico de 12 cm de diâmetro, tendo inserido um termo- higrômetros
com data logger, modelo HT-4000, do fabricante ICEL;
GP9 - Globo plástico de 9 cm de diâmetro, tendo inserido um termo- higrômetros
com data logger, modelo HT-4000, do fabricante ICEL;
143 Apêndices
GPT - Globo plástico de 9 cm de diâmetro, tendo inserido um sensor termopar TMC
50-HD, conectado a um HOBO data logger U-12-012, do fabricante ONSET.
Fontes de Calor – Uma lâmpada de 40W e uma de 100W, testadas alternadamente.
A avaliação dos termômetros foi realizada comparando-se as temperaturas
médias radiante, obtidas com as temperaturas de globo registradas por cada sensor.
Os dados obtidos para cada fonte de calor foram analisados estatisticamente por meio
da ANOVA e pelo coeficiente de determinação R2, o que confirmou a hipótese de
igualdade entre os valores obtidos com os globos testados.
Os resultados destes estudos encontram-se detalhados em Proposta
Alternativa de Globo Negro para Obtenção de Temperatura Radiante em Ambientes
Internos (OMAR et al., 2010).