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DEFESA EM jec
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7/18/2019 Defesa Avon
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A V E N ID A A L M IR A N T E B A R R O S O , 5 2 – S A L A 1 2 0 2 C E N T R O R IO D E J A N E IR O R J B R A S I L C E P 2 0 . 0 3 1 - 0 0 0PA B X ( 5 5 . 2 1 ) 3 2 6 2 . 3 0 0 0 FA X ( 5 5 . 2 1 ) 3 2 6 2 . 3 0 1 1
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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 18ª VSJE DO CONSUMIDOR
UNIVERSO VESPERTINO DA COMARCA DE SALVADOR – BA
Processo nº 0077986-90.2015.8.05.0001
AVON COSMÉTICOS LTDA., com sede na Avenida
Interlagos, nº 4.300, Prédio Administrativo, 1º e 2º andares, CEP 04660-907,
Jardim Marajoara, São Paulo/SP, inscrita no CNPJ/MF sob o nº56.991.441/0001-57, por seu advogado que esta subscreve, nos autos da
AÇÃO INDENIZATÓRIA ajuizada por CAMILA BARRETO AZEVEDO, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no Art. 30 da Lei
9.099/95, apresentar a presente CONTESTAÇÃO, com base nas razões de fato
e de direito a seguir aduzidas.
I. DAS INTIMAÇÕES
Inicialmente, em cumprimento ao disposto no artigo 39, I, do CPC, requer
que todas as publicações/intimações referentes ao presente processo, sejam
dirigidas EXCLUSIVAMENTE em nome do advogado Rafael Augusto Capitão,
OAB/SP nº 156.671, com escritório em São Paulo no endereço declinado no
rodapé.
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II. PRELIMINARMENTE
Antes de passar ao embate do mérito propriamente dito, o presente caso
comporta particularidades que exigem uma breve digressão dos fatos narradosem sede inicial, isto porque o presente feito não diz respeito apenas a mais uma
demanda de indenização por danos morais decorrentes de protesto ou inscrição
indevida, pois é plenamente possível que este esteja inserido em um contexto
que indica a existência de fraudes praticadas no estado da BAHIA notadamente
em virtude de que contam-se, às centenas, ações similares a esta, todas
ajuizadas em períodos próximos.
Deste modo, houve crescimento expressivo de demandas distribuídas em
desfavor da Ré no estado da Bahia, notadamente na Comarca de Salvador,
concentradas em seleto grupo de advogados e SEMPRE o mesmo tipo de ação:
nunca revendeu, com idênticas causa de pedir e iguais pedidos, ao passo que
restou cabalmente verificada as seguintes diretrizes:
Incomum coincidência das demandas;
Causa de pedir e pedido idênticos nas diversas ações;
Alegação de inexistência de relação jurídica;
Pretensão de reconhecimento de inexistência de dívida e de reparação por
danos morais.
À vista do exposto, o acolhimento cego à teoria do risco, em um caso do
jaez deste aqui tratado, que possui especificidades únicas, equivaleria à
iniquidade, fato que o Judiciário hodierno não pode tolerar e, também, pactuar.
Logo, na hipótese vertente, responsável único pelo dano é o terceiro que
perpetrou a fraude, jamais a Ré, a qual seguiu o procedimento padrão e ao
lançar o nome do devedor no cadastro de inadimplentes ou ao perfectibilizar o
protesto, agiu estritamente no exercício regular de um direito.
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Deveras, representaria uma grande iniquidade condenar a Ré se esta
também foi vitima, de modo que sua boa-fé deve ser presumida.
No mais, sequer é possível afirmar que houve culpa concorrente,porquanto a Ré agiu de forma diligente.
Deste modo, com o fito de PREVENIR e, ao menos tentar coibir pratica
fraudulenta, REQUER que se digne Vossa Excelência a DETERMINAR que a
Parte Autora compareça em Juízo para apor sua assinatura nos autos.
Esclarece que tal pedido é necessário para JUSTIFICAR, bem como
REITERAR a assinatura aposta nos documentos representativos acostados no
processo epigrafado, sob pena de extinção sem resolução do mérito, uma vez
que a divergência (e/ou ausência) existente entre estes é flagrante.
Ainda, REQUER que seja determinada a expedição de ofício aos órgãos
protetivos de crédito (SPC/Serasa/CDL) para que estes bancos de dados acostem
aos autos históricos detalhado dos apontamentos verificados em nome da Parte
Autora, notadamente para comprovar qual o período de permanência darestrição combatida.
Ressalta-se que tal cuidado é um meio de coibir a reincidência das fraudes
verificadas nos estados da Bahia, Goiás e Mato Grosso, notadamente em
Cuiabá/MT, Várzea Grande/MT, Poconé/MT, Goiânia/GO, Trindade/GO e
Salvador/BA.
Por derradeiro, alternativamente, caso não seja deferida a intimação da
Autora para comparecimento em cartório e confronto das assinaturas, REQUER a
Ré a produção de prova pericial grafotécnica e, logo, a incompetência do JEC,
extinguindo o processo sem resolução do mérito.
Outrossim, caso não seja deferida a expedição do Oficio aos órgãos de
proteção ao crédito, para detalhamento da restrição combatida, REQUER a Ré a
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incompetência do JEC ante a complexidade da matéria, extinguindo o processo
sem resolução do mérito.
Nestes termos, segue abaixo o entendimento do E. Tribinal de Justiçaacerca da matéria versada:
Ementa: CIVIL. CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL.INCLUSÃO INDEVIDA DO NOME DO CONSUMIDOR NO ROL DOSDEVEDORES INADIMPLENTES. DANO MORAL. FRAUDE. EXTINÇÃO DO FEITO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. Ação indenizatória pelaindevida inclusão do nome do consumidor nos cadastros restritivos decrédito.Em atenção ao Aviso TJ/RJ nº 93/11 que implementou
medidas devido às fraudes na distribuição de ações de reparação pordano moral, foi determinada a intimação da Autora paraesclarecimentos sobre os fatos da causa, oportunidade em queafirmou não conhecer o patrono que a representa no feito e nãoserem suas as assinaturas constantes dos documentos que instruema inicial.Se a assinatura na procuração não foi exarada pela própriaAutora, manifesta a nulidade do instrumento a macular arepresentação da parte, o que leva a extinção do feito semresolução de mérito de acordo com artigo 267 , IV , do Código deProcesso Civil pela falta de pressuposto ao regular desenvolvimentoda lide. Processo extinto.
Ementa: INDENIZATÓRIA. CADASTRAMENTO EM ÓRGÃONEGATIVADOR. INADIMPLÊNCIA EM CONTRATO DE ABERTURA DECRÉDITO ROTATIVO. FALSIDADE DE ASSINATURA SUSCITADA.POSSIBILIDADE DE FRAUDE. NECESSIDADE DE PRODUÇÃO DEPROVA TÉCNICA. INCOMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS.EXTINÇÃO DO FEITO, DE OFÍCIO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. RECURSO PREJUDICADO. (Recurso Cível Nº 71002827079, SegundaTurma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: FernandaCarravetta Vilande, Julgado em 26/01/2011)
CONSUMIDOR. CHEQUES ENVIADOS SEM SOLICITAÇÃO E EMITIDOSNA PRAÇA. APONTAMENTO EM CADASTRO DE INADIMPLENTES.DANO MORAL CARACTERIZADO. REPARAÇÃO. CONDENAÇÃO.RAZOABILIDADE DO VALOR ARBITRADO. RECURSO NÃO PROVIDO.SENTENÇA MANTIDA.1. REJEITA-SE A ALEGAÇÃO DEINCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL, PORQUE O JUIZ É ODESTINATÁRIO DA PROVA E, ASSIM, COMPREENDENDODESNECESSÁRIA A DILAÇÃO PROBATÓRIA, MORMENTE PARAPERÍCIA, NÃO HÁ QUE SE COGITAR DA COMPLEXIDADE PARAEXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO,
ESPECIALMENTE QUANDO VERIFICADO, COMO NA ESPÉCIE, QUE AS
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PROVAS COLIGIDAS AOS AUTOS SÃO SUFICIENTES AOCONVENCIMENTO. A PROPÓSITO, NO JUIZADO ESPECIAL O JUIZPOSSUI AMPLA LIBERDADE PARA DETERMINAR AS PROVAS A SEREMPRODUZIDAS, PARA APRECIÁ-LAS E PARA DAR ESPECIAL VALOR ÀSREGRAS DE EXPERIÊNCIA COMUM OU TÉCNICA (ART. 5º DA LEI Nº9.099 /95). NO CASO, O JUÍZO A QUO CONCLUIU QUE HOUVEFRAUDE NA EMISSÃO DOS CHEQUES DIANTE DE FLAGRANTEFALSIFICAÇÃO E, REALMENTE, NÃO HAVIA NECESSIDADE DEPERÍCIA TAMANHA A DIVERGÊNCIA, BASTANDO O SIMPLESCONFRONTO DA ASSINATURA DO RECORRIDO (F. 4, 5-V, 12) COM AASSINATURA NOS CHEQUES (F. 32 E 34).2. NA RELAÇÃO DECONSUMO, A RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR É OBJETIVA EINTEGRAL PELOS DANOS CAUSADOS AO CONSUMIDOR. ASHIPÓTESES DO ARTIGO 14 § 3º., DA LEI Nº 8.078 /90, TAL COMO ACULPA DE TERCEIRO, AFASTAM A RESPONSABILIDADE CIVIL DOFORNECEDOR, MAS ISSO NÃO SE VERIFICA NO CASO. ADEMAISRESTA EVIDENCIADO NOS AUTOS ASSINATURA NOS CHEQUES
DIVERGENTES DA ASSINATURA DO RECORRIDO. NESTE PASSO, OSUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA TEM ASSENTADO EM SUAJURISPRUDÊNCIA QUE O BANCO É RESPONSÁVEL PELA GUARDA DOTALONÁRIO DE CHEQUES ATÉ SUA EFETIVA ENTREGA AOCONSUMIDOR (RESP 297.436/RJ, REL. MINISTRO HÉLIO QUAGLIABARBOSA), BEM ASSIM QUE A SEGURANÇA É PRESTAÇÃOESSENCIAL À ATIVIDADE BANCÁRIA, NÃO CONFIGURANDO CASOFORTUITO OU FORÇA MAIOR, PARA EFEITO DE ISENÇÃO DERESPONSABILIDADE CIVIL, A AÇÃO DE TERCEIRO QUE FURTA, DOINTERIOR DO PRÓPRIO BANCO, TALONÁRIO DE CHEQUES EMITIDOEM FAVOR DE CLIENTE DO ESTABELECIMENTO (RESP 750.418/RS,REL. MINISTRO ALDIR PASSARINHO JUNIOR). CORRETA A
SENTENÇA, PORTANTO, AO CONDENAR O RECORRENTE NAREPARAÇÃO DO DANO MORAL PELO INDEVIDO APONTAMENTO DORECORRIDO EM CADASTRO NEGATIVO. AFINAL, ESTÁCONSOLIDADO NA JURISPRUDÊNCIA QUE "A INSCRIÇÃO OU AMANUTENÇÃO INDEVIDA EM CADASTRO DE INADIMPLENTES GERA,POR SI SÓ, O DEVER DE INDENIZAR E CONSTITUI DANO MORAL INRE IPSA, OU SEJA, DANO VINCULADO A PRÓPRIA EXISTÊNCIA DOFATO ILÍCITO, CUJOS RESULTADOS SÃO PRESUMIDOS" (STJ - AGRGNO AG 1.379.761/SP, REL. MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO,QUARTA TURMA).3. PARA O ARBITRAMENTO NA COMPENSAÇÃO DODANO MORAL, A LEI NÃO FORNECE CRITÉRIOS. DESTARTE, ADOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA APONTAM CRITÉRIOS PARA SERVIR
DE PARÂMETROS NA FIXAÇÃO DO VALOR, O QUE, POR ÓBVIO, DEVEAMOLDAR-SE A CADA CASO. NO PRESENTE CASO AFIGURA-SERAZOÁVEL E PROPORCIONAL O ARBITRAMENTO NO JUÍZO DEORIGEM, EM OBSERVÂNCIA ÀS FINALIDADES COMPENSATÓRIA,PUNITIVA, PEDAGÓGICA E PREVENTIVA DA CONDENAÇÃO, BEMASSIM ÀS CIRCUNSTÂNCIAS DA CAUSA, ESPECIALMENTE ACAPACIDADE FINANCEIRA DO OFENSOR (INSTITUIÇÃOFINANCEIRA).4. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.5.CONDENA-SE O RECORRENTE VENCIDO NO PAGAMENTO DASCUSTAS PROCESSUAIS, PORÉM, NÃO HÁ CONDENAÇÃO NOPAGAMENTO DOS HONORÁRIOS PORQUE A PARTE RECORRIDA NÃOFOI PATROCINADA POR ADVOGADO
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À vista do exposto, requer a intimação da parte Autora para
comparecimento em cartório, munida de documentos, a fim de comprovar sua
assinatura e residência. Alternativamente, caso não seja o entendimento deVossa Excelência, REQUER que seja expedido oficio para detalhamento do
histórico da restrição combatida, ao passo que, se indeferido, deverá ser
reconhecida a incompetência do JEC para processamento e julgamento desta
lide, ante a complexidade da causa e extinto o processo sem resolução do
mérito, nos termos do Art. 267, do CPC.
Outrossim, REQUER que seja determinada a realização de períciadocumentoscópica e grafotécnica das assinaturas e documentos apresentados,
ao passo que, tão logo, deverá ser reconhecida a incompetência do JEC para
processamento e julgamento desta lide, ante a complexidade da causa e extinto
o processo sem resolução do mérito, nos termos do Art. 267, do CPC C/C Art.
51, inciso II, da Lei nº 9.099/95.
II. 1 - DA DOCUMENTAÇÃO ACOSTADA À PEÇA INICIAL
Conforme se verifica por meio de análise pormenorizada dos documentos
acostados à peça inicial, há flagrante divergência entre a assinatura aposta no
instrumento de procuração e a assinatura aposta no documento pessoal juntado.
À vista do exposto, ante a ausência de segurança jurídica dos documentos
acostados, REQUER que se digne Vossa Excelência a determinar que a parte
autora compareça em juízo para assinar pessoalmente a procuração,
para confirmar a veracidade dos fatos.
III. DA COMPOSIÇÃO
Conforme alhures mencionado, a Ré rotineiramente é exposta à ocasiões
fraudulentas, de modo que, com o fito de prevenir eventual conivência com tal
prática, obstará, momentaneamente, qualquer possibilidade de composição
para fim do litigio.
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IV. DOS FATOS ALEGADOS PELA AUTORA
Assevera a Autora que ao tentar realizar compras em um estabelecimento
comercial, descobriu que seu nome fora inscrito nos órgãos de proteção aocrédito pela Ré.
Contudo, alega que nunca firmou qualquer negócio jurídico com a ora Ré,
motivo pelo qual requer:
(I) Cancelamento do débito, bem como a exclusão do nome da
Autora dos órgãos de proteção ao crédito.(II) A condenação da Ré ao pagamento de danos morais.
(III) Por fim, a declaração e a desconstituição definitiva do
protesto contido em seu nome.
Todavia, Excelência, é certo que, ao contrário das alegações feitas pela
Autora, a presente demanda deve ser julgada totalmente improcedente, pelos
motivos a seguir explanados.
V. DO MÉRITO
a. DA VALIDADE E LICITUDE DAS COBRANÇAS GERADAS EM NOME DA
AUTORA
Inicialmente, conforme assevera em sua peça vestibular a Autora
encontra-se cadastrada como revendedora dos produtos da Avon e que paraisso, os interessados em ingressar no quadro de revendedores da empresa Ré, o
fazem voluntariamente, informando seus dados pessoais e endereço para
entrega das mercadorias.
Cumpre esclarecer que após a aprovação do cadastro, os revendedores
efetuam o preenchimento do pedido, entregam para a Gerente de Setor que, por
sua vez, remete à empresa para providências.
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Posteriormente, os revendedores recebem no endereço informado na sua
ficha cadastral, a caixa com os produtos solicitados; a nota fiscal referente aos
produtos que estão sendo entregues; o boleto bancário para pagamento dos
mesmos; um informativo comercial que esclarece os valores que estão sendocobrados, bem como lhes é devolvido o formulário do pedido.
Como se vê, as alegações da Autora são completamente infundadas e
improcedentes, pois realizou o seu cadastro, fez pedido de mercadorias e estas
foram devidamente entregues.
Assim, existindo uma relação comercial entre a Revendedora cadastrada ea empresa Ré, e desta restando um débito pendente a favor da Ré, justificada
está a cobrança do referido valor, bem como a inclusão do nome da devedora
nos Órgãos de Proteção ao Crédito.
Neste sentido, também é o entendimento jurisprudencial de nossos
Tribunais:
(...) 13. Caracterizada a mora, o registro do nome do
inadimplente em cadastros (SERASA, SPC, etc...) não tem
índole abusiva, tendo respaldo até mesmo na ótica do Código
de Defesa do Consumidor em seu art. 43.(...)” (STJ – 3ª Turma
- AI 284.690/PR, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito,
julgado e 17/03/00).
Cumpre salientar que os referidos cadastros de proteção ao crédito são
instituições particulares que prestam serviço de proteção ao crédito, informando
para as instituições coligadas sobre a existência, ou não, de débitos de pessoas
físicas e jurídicas, prestando serviços de relevante interesse público, evitando
que outras instituições também sofram danos materiais.
Sendo assim, a não inscrição do devedor no SERASA e no SPC viola a
legislação, impedindo que terceiros tenham acesso à informação de que esta se
encontra em situação de inadimplemento, podendo causar novos danos.
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Tal medida não possui nenhum caráter abusivo e sequer fere a dignidade
humana ou a imagem da Autora, porém, a título de informação, com intuito de
manter um bom relacionamento com o mercado, a Ré retirou a restrição
do nome da Autora.
Desta forma, não restou comprovado pela Autora que os produtos não
foram devidamente entregues, razão pela qual o valor cobrado é plenamente
devido e a presente ação deverá ser julgada totalmente improcedente.
b. DA RELAÇÂO JURÍDICA ENTRE AS PARTES E DA AUSÊNCIA DOS
REQUISITOS PARA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Com efeito, no que tange a relação entre as partes, a lei 8.078/90, no
artigo 2º, caput, é clara ao definir consumidor como “toda pessoa física
ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário
final”.
À vista do narrado, não se pode olvidar que a relação jurídica
mantida entre as partes é nitidamente de natureza comercial, incumbindo
à Autora o ônus de provar o fato constitutivo do seu direito (art. 333, I, do CPC),
e não à Ré ilidi-lo, sem que se possa cogitar qualquer possibilidade de inversão
na regra processual comentada, uma vez que a Autora NÃO É NEM NUNCA FOI
CONSUMIDORA, ao passo que não se enquadra na definição legal de
consumidor, visto que é revendedora varejista dos produtos comercializados pela
empresa RÉ, sendo a relação existente entre ambas de natureza comercial, pelo
que se aplica a legislação Cível e Comercial, e não a Consumerista.
Desta forma, cabe à Autora, nos termos da legislação processual civil em
vigor, fazer prova das suas alegações, ou seja, que não recebeu os referidos
produtos, conforme preconiza o artigo 333, inciso I, do Código de Processo Civil,
conforme julgados de Santa Catarina e Minas Gerais:
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(...) Conforme mencionado pela própria autora na inicial, elaera revendedora dos produtos da requerida, razão pelaqual não se caracteriza a relação de consumo entre aspartes, (…). Sendo assim,observada a ausência de relação deconsumo entre as partes, não há possibilidade da inversão doônus da prova, razão pela qual incumbia à autora o ônus daprova quanto a fato constitutivo de seu direito, conformedispõe o art. 333, I, do CPC. Entretanto, a autora nãoapresentou as provas do direito pleiteado, juntou apenaso pagamento da cobrança que alega ser a última devida,o recebimento da cobrança no valor de R$ 127,66 quesustenta ser indevida e a inscrição do seu nome do SPC (fls. 12-17), razão pela qual não restou cumprido o art. 333, I, doCPC.(...) Ante exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedidoda autora, condenando-a ao pagamento das despesasprocessuais e honorários advocatícios (…) (Juíza de Direito Dra.Viviana Gazaniga Maia da Vara Única de Santo Amaro da
Imperatriz/SC – processo nº: 057.08.002367-0 – AvonCosméticos Ltda X Nerilda Schneider. Pub. 9 de julho de 2009)(grifos nossos)
Ou então:
Como a própria Autora afirmou ser revendedora dosprodutos da requerida, ausenta-se a figura dodestinatário final (...). (...) Dessa forma, como arequerente não produziu uma única prova capaz dedesconstituir dito documento, revela-se legítima arestrição, devendo ser afastada, portanto, a pretensão
indenizatória. Pelo exposto, julgo improcedentes os pedidosiniciais, (...)” (4ª Vara Cível de Uberaba – Juiz Lênin Ignachitti,processo nº 701.06.159.667-5 – Dirce Isabel Amaral Pires XAvon Cosméticos Ltda – pub. 10.11.2008)(grifos nossos)
Em que pese à responsabilidade da empresa Ré alegada pela Autora,
todavia, não se pode confundir a ausência de necessidade de demonstração de
culpa ou dolo, decorrente desse tipo de responsabilidade, com ausência de
demonstração do dano sofrido e principalmente a culpa da Ré, pois não há danoa se indenizar sem a prova da culpabilidade do mesmo.
E mais, ainda que assim não o fosse, reza nossa doutrina e jurisprudência
que, na dúvida, mesmo que havendo provas do alegado, o que não ocorreu no
presente caso, visto que não houve qualquer mácula, mas sendo estas provas
insuficientes, deve a ação ser julgada improcedente.
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Se há, num processo, igualdade de provas, tanto em favor deuma parte quanto em prol de seu adversário, ou se as provasse entrechocam ou se excluem reciprocamente, ou se existecomo que um impasse probatório ou empate, tem-se achamada colisão de prova, em que se tratando de causaspatrimoniais, acarreta a improcedência da ação” (Apelação532.199/9 – Relator Celso Bonilha – 1º TAC/SP).
E,
O conhecimento dos julgadores encontra limitações naspróprias limitações que as partes enfrentam em sua capacidadede demonstrar a veracacidade do que alegam. Deficiente aprova, e não podendo o juiz pronunciar o “non liquet”, há de
recorrer ele à máxima “quod non est in actis non est inmundus”, e considerar inexistente o fato não provado.(Apelação Cível 269.398-1 – TJSP – Rel Pinheiro Franco).
Contudo, cabe ressaltar que a Autora não trouxe qualquer comprovação de
que não estava em débito e sabe-se, o ônus de provar é de quem alega, afinal,
alegar e não comprovar e o mesmo que não alegar.
Desta feita, cabe à Autora a comprovação de suas alegações, conforme
preconiza o artigo 333, do Código de Processo Civil, é claro ao dispor sobre o
assunto, senão vejamos:
O ônus da prova incumbe: I – ao Autor, quanto ao fatoconstitutivo de seu direito; (...) (grifos nossos)
Assim, não restou comprovado que o pedido não foi devidamente
entregue, razão pela qual o valor é plenamente devido pela Autora.
Desta forma, é totalmente descabido o pedido de inversão do ônus da
prova e pedidos alegados pela Autora.
VI. DA INEXISTÊNCIA DE DANOS MORAIS
Ato ilícito é aquele que é praticado em desacordo com a ordem jurídica,
violando direito subjetivo individual, ocasionando, por conseguinte, dano
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patrimonial e/ou moral (CF, art.5º, V e X) a outrem, criando o dever de repará-lo
(CC, art. 927).
Contudo, para que se configure o ato ilícito, perfaz-se imprescindível que,
conforme leciona a ilustre Maria Helena Diniz, haja a concomitância de três
pressupostos, a saber, fato lesivo voluntário, causado pelo agente, por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência; ocorrência de um dano
patrimonial e/ou moral; e, por fim, nexo de causalidade entre o dano e o
comportamento do agente.
No caso sub judice estão ausentes todos os requisitos citados, visto que,
caso dano houvesse todo transtorno fora causado unica e exclusivamente pela
Autora que deu causa ao manter o inadimplemento das mercadorias adquiridas.
A hipótese em tela enquadrar-se dentre as excepcionais, que não
constituem atos ilícitos. Isto porque o procedimento utilizado, por motivo
legítimo estabelecido em lei, não acarreta o dever de indenizar, porquanto a
própria norma jurídica lhe retira a qualificação de ilícito.
Assim, conforme o artigo 188, I, do Código Civil de 2002, não são ilícitos
aqueles procedimentos realizados através do exercício regular de um
direito reconhecido.
Deste modo, se alguém, no uso normal de um direito, lesar outrem, não
terá qualquer responsabilidade pelo dano, por não ser um procedimento ilícito,
pois quem usa de um direito seu não causa dano a ninguém.
Outrossim, considerando o principio da eventualidade, é possível que a
parte tenha experimentado dano de ordem moral, cuja configuração independe
de qualquer outra prova. Contudo, conforme averbado alhures, em sede
preliminar, a Ré não é responsável pelo evento danoso, pois quem teve culpa
exclusiva na causação do ato foi terceira pessoa. Cabe, portanto, à parte Autora
exigir do terceiro, caso o identifique, reparação do dano que experimentou, de
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modo que, ficará a encargo da Ré, somente o cancelamento da inscrição e débito
contidos em seu nome.
E mais, é de se verificar a existência de outros registros de pendênciasfinanceiras nos órgãos de proteção ao crédito, além dos referidos na lide, tanto
pretéritos como contemporâneos à inscrição reclamada especificamente “ in
casu”, de igual modo não há o que se falar em prejuízo à Autora.
De colacionar, pois, o entendimento consolidado do Colendo Superior
Tribunal de Justiça, “in verbis”:
Súmula 385/STJ – Da anotação irregular em cadastro de proteçãoao crédito, não cabe indenização por dano moral, quandopreexistente legítima inscrição, ressalvado o direito aocancelamento.
Portanto, inexistindo prova da culpa, do dano e/ou do nexo de
causalidade, máxime da inscrição do débito pela Ré, ou, ainda, constando outras
inscrições anteriores ou contemporâneas à época dos fatos narrados na inicial, o
pedido de indenização deve ser julgado improcedente “in totum”.
À vista do exposto, resta absolutamente comprovado que os fatos
narrados pela Autora, supera todos os argumentos anteriormente delineados,
são inábeis a configurar dano moral, de modo que, outra conclusão não cabe ao
Douto Julgador, no caso dos autos, que a improcedência do pedido da Autora a
reparação por dano moral.
VII. DO QUANTUM INDENIZATÓRIO PLEITEADO
Não obstante a intransponibilidade das alegações e provas ora
colacionadas pela Ré, no caso de eventual condenação, mas que só se admite
“ad argumentandum tantum” , o valor da indenização por alegados danos morais
deverá ser arbitrado moderadamente.
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De fato, mesmo que se admita a ocorrência de uma fraude no caso
vertente, a Ré teria sido lesada tanto quanto a Parte Autora, subtraindo-lhe o(s)
agente(s) criminoso(s) responsável(is) pelo suposto delito bens do seu
patrimônio.
Com efeito, o preenchimento de “Ficha Cadastral”, bem como a
apresentação de documentos originais (RG e CPF), são indispensáveis
para que uma pessoa possa se tornar revendedor(a) dos produtos da Ré,
sendo que, se alguém conseguiu abrir um cadastro falso em nome da
parte Autora, certamente usou de ardis que impediram a Ré de evitar os
fatos reclamados no caso“in examine”.
Assim, Excelência, se alguma indenização for devida à Parte Autora,
eventual valor a ser pago pela Ré, data vênia, deverá ser arbitrado com
razoabilidade e proporcionalidade, de modo que a indenização, valendo
dizer, se e somente se comprovada a inexistência cabal e inequívoca da dívida,
seja compatível com os fatos ocorridos in casu (no máximo 01 salário mínimo),
sob pena de enriquecimento sem causa.
VII. DA CONCLUSÃO
À vista do exposto, requer a intimação da parte Autora para
comparecimento em cartório, munida de documentos, a fim de comprovar sua
assinatura e residência.
Alternativamente, caso não seja o entendimento de Vossa Excelência,REQUER que seja expedido oficio para detalhamento do histórico da restrição
combatida, ao passo que, se indeferido, deverá ser reconhecida a incompetência
do JEC para processamento e julgamento desta lide, ante a complexidade da
causa e extinto o processo sem resolução do mérito, nos termos do Art. 267, do
CPC.
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Outrossim, REQUER que seja determinada a realização de perícia
documentoscópica e grafotécnica das assinaturas e documentos apresentados,
ao passo que, tão logo, deverá ser reconhecida a incompetência do JEC para
processamento e julgamento desta lide, ante a complexidade da causa e extintoo processo sem resolução do mérito, nos termos do Art. 267, do CPC C/C Art.
51, inciso II, da Lei nº 9.099/95.
Por fim, caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, requer a
Ré que seja a presente ação julgada totalmente improcedente, ou, ainda, em
atenção ao princípio da eventualidade, uma vez reconhecida a inexistência do
débito, o que só se admite ad argumentandum tantum, seja o pedidocondenatório em danos morais formulado pela Parte Autora julgado
improcedente ou, ainda, que eventual indenização arbitrada seja em valor não
superior a 01 (um) salário mínimo.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidos, depoimento pessoal da Autora sob pena de confissão, designação de
audiência de instrução e julgamento para apuração da realidade fática, oitiva de
testemunhas da terra e de fora dela, as quais serão arroladas no momento
oportuno, realização de pericia grafotécnica e documentoscópica, juntada de
novos documentos, expedição de carta precatória e ofícios que se fizerem
necessários no decorrer da instrução processual.
SÃO PAULO, 1 de setembro de 2015
Rafael Augusto CapitãoOAB/RJ nº. 156.671