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 AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 52  SALA 1202  CENTRO  RIO DE JANEIRO  R J  BRASIL  CEP 20.031-000 PABX (55.21) 3262.3000 FAX (55.21) 3262.3011 AV. PRESIDENTE JUSCELINO KUBITSCHEK, 360, 10.º ANDAR  VILA NOVA CONCEIÇÃO  SÃO PAULO  SP  BRASIL  CEP 04543-000 PABX (55.11) 3077.3500 FAX (55.11) 3077.3501 1 EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 18ª VSJE DO CONSUMIDOR UNIVERSO VESPERTINO DA COMARCA DE SALVADOR  BA Processo nº 0077986-90.2015.8.05.0001 AVON COSMÉTICOS LTDA., com sede na Avenida Interlagos, nº 4.300, Prédio Administrativo, 1º e 2º andares, CEP 04660-907, Jardim Marajoara, São Paulo/SP, inscrita no CNPJ/MF sob o 56.991.441/0001-57, por seu advogado que esta subscreve, nos autos da AÇÃO INDENIZATÓRIA ajuizada por CAMILA BARRETO AZEVEDO, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no Art. 30 da Lei 9.099/95, apresentar a presente CONTESTAÇÃO, com base nas razões de fato e de direito a seguir aduzidas. I. DAS INTIMAÇÕES Inicialmente, em cumprimento ao disposto no artigo 39, I, do CPC, requer que todas as publicações/intimações referentes ao presente processo, sejam dirigidas EXCLUSIVAMENTE em nome do advogado Rafael Augusto Capitão, OAB/SP nº 156.671, com escritório em São Paulo no endereço declinado no rodapé.

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 18ª VSJE DO CONSUMIDOR

UNIVERSO VESPERTINO DA COMARCA DE SALVADOR – BA

Processo nº 0077986-90.2015.8.05.0001 

AVON COSMÉTICOS LTDA., com sede na Avenida

Interlagos, nº 4.300, Prédio Administrativo, 1º e 2º andares, CEP 04660-907,

Jardim Marajoara, São Paulo/SP, inscrita no CNPJ/MF sob o nº56.991.441/0001-57, por seu advogado que esta subscreve, nos autos da

AÇÃO INDENIZATÓRIA ajuizada por  CAMILA BARRETO AZEVEDO, vem,

respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no Art. 30 da Lei

9.099/95, apresentar a presente CONTESTAÇÃO, com base nas razões de fato

e de direito a seguir aduzidas.

I. DAS INTIMAÇÕES 

Inicialmente, em cumprimento ao disposto no artigo 39, I, do CPC, requer

que todas as publicações/intimações referentes ao presente processo, sejam

dirigidas EXCLUSIVAMENTE em nome do advogado Rafael Augusto Capitão,

OAB/SP nº 156.671, com escritório em São Paulo no endereço declinado no

rodapé.

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A V . PR E S ID E N T E J US CE L IN O K UB IT S CHE K , 3 6 0 , 1 0 . º A N D A R  V I L A N O V A CO N CE IÇÃ O  S Ã O PA UL O   S P  B R A S I L  C E P 0 4 5 4 3 - 0 0 0 PA B X ( 5 5 . 1 1 ) 3 0 7 7 . 3 5 0 0 FA X ( 5 5 . 1 1 ) 3 0 7 7 . 3 5 0 1

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II.  PRELIMINARMENTE 

Antes de passar ao embate do mérito propriamente dito, o presente caso

comporta particularidades que exigem uma breve digressão dos fatos narradosem sede inicial, isto porque o presente feito não diz respeito apenas a mais uma

demanda de indenização por danos morais decorrentes de protesto ou inscrição

indevida, pois é plenamente possível que este esteja inserido em um contexto

que indica a existência de fraudes praticadas no estado da BAHIA notadamente

em virtude de que contam-se, às centenas, ações similares a esta, todas

ajuizadas em períodos próximos.

Deste modo, houve crescimento expressivo de demandas distribuídas em

desfavor da Ré no estado da Bahia, notadamente na Comarca de Salvador,

concentradas em seleto grupo de advogados e SEMPRE o mesmo tipo de ação:

nunca revendeu, com idênticas causa de pedir e iguais pedidos, ao passo que

restou cabalmente verificada as seguintes diretrizes:

  Incomum coincidência das demandas;

  Causa de pedir e pedido idênticos nas diversas ações;

  Alegação de inexistência de relação jurídica;

  Pretensão de reconhecimento de inexistência de dívida e de reparação por

danos morais.

À vista do exposto, o acolhimento cego à teoria do risco, em um caso do

 jaez deste aqui tratado, que possui especificidades únicas, equivaleria à

iniquidade, fato que o Judiciário hodierno não pode tolerar e, também, pactuar.

Logo, na hipótese vertente, responsável único pelo dano é o terceiro que

perpetrou a fraude, jamais a Ré, a qual seguiu o procedimento padrão e ao

lançar o nome do devedor no cadastro de inadimplentes ou ao perfectibilizar o

protesto, agiu estritamente no exercício regular de um direito.

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Deveras, representaria uma grande iniquidade condenar a Ré se esta

também foi vitima, de modo que sua boa-fé deve ser presumida.

No mais, sequer é possível afirmar que houve culpa concorrente,porquanto a Ré agiu de forma diligente.

Deste modo, com o fito de PREVENIR e, ao menos tentar coibir pratica

fraudulenta, REQUER   que se digne Vossa Excelência a DETERMINAR   que a

Parte Autora compareça em Juízo para apor sua assinatura nos autos.

Esclarece que tal pedido é necessário para JUSTIFICAR, bem como

REITERAR a assinatura aposta nos documentos representativos acostados no

processo epigrafado, sob pena de extinção sem resolução do mérito, uma vez

que a divergência (e/ou ausência) existente entre estes é flagrante.

Ainda, REQUER que seja determinada a expedição de ofício aos órgãos

protetivos de crédito (SPC/Serasa/CDL) para que estes bancos de dados acostem

aos autos históricos detalhado dos apontamentos verificados em nome da Parte

Autora, notadamente para comprovar qual o período de permanência darestrição combatida.

Ressalta-se que tal cuidado é um meio de coibir a reincidência das fraudes

verificadas nos estados da Bahia, Goiás e Mato Grosso, notadamente em

Cuiabá/MT, Várzea Grande/MT, Poconé/MT, Goiânia/GO, Trindade/GO e

Salvador/BA.

Por derradeiro, alternativamente, caso não seja deferida a intimação da

Autora para comparecimento em cartório e confronto das assinaturas, REQUER a

Ré a produção de prova pericial grafotécnica e, logo, a incompetência do JEC,

extinguindo o processo sem resolução do mérito.

Outrossim, caso não seja deferida a expedição do Oficio aos órgãos de

proteção ao crédito, para detalhamento da restrição combatida, REQUER a Ré a

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incompetência do JEC ante a complexidade da matéria, extinguindo o processo

sem resolução do mérito.

Nestes termos, segue abaixo o entendimento do E. Tribinal de Justiçaacerca da matéria versada:

Ementa: CIVIL. CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL.INCLUSÃO INDEVIDA DO NOME DO CONSUMIDOR NO ROL DOSDEVEDORES INADIMPLENTES. DANO MORAL. FRAUDE.  EXTINÇÃO DO FEITO SEM RESOLUÇÃO  DO MÉRITO.  Ação indenizatória pelaindevida inclusão do nome do consumidor nos cadastros restritivos decrédito.Em atenção ao Aviso TJ/RJ nº 93/11 que implementou

medidas devido às fraudes na distribuição de ações de reparação pordano moral, foi determinada a intimação da Autora paraesclarecimentos sobre os fatos da causa, oportunidade em queafirmou não conhecer o patrono que a representa no feito e nãoserem suas as assinaturas constantes dos documentos que instruema inicial.Se a assinatura na procuração não foi exarada pela própriaAutora, manifesta a nulidade do instrumento a macular arepresentação da parte, o que leva a extinção  do feito semresolução de mérito de acordo com artigo 267 , IV , do Código deProcesso Civil pela falta de pressuposto ao regular desenvolvimentoda lide. Processo extinto.

Ementa: INDENIZATÓRIA. CADASTRAMENTO EM ÓRGÃONEGATIVADOR. INADIMPLÊNCIA EM CONTRATO DE ABERTURA DECRÉDITO ROTATIVO. FALSIDADE DE ASSINATURA  SUSCITADA.POSSIBILIDADE DE FRAUDE.  NECESSIDADE DE PRODUÇÃO DEPROVA TÉCNICA. INCOMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS.EXTINÇÃO DO FEITO, DE OFÍCIO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. RECURSO PREJUDICADO. (Recurso Cível Nº 71002827079, SegundaTurma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: FernandaCarravetta Vilande, Julgado em 26/01/2011)

CONSUMIDOR. CHEQUES ENVIADOS SEM SOLICITAÇÃO E EMITIDOSNA PRAÇA. APONTAMENTO EM CADASTRO DE INADIMPLENTES.DANO MORAL CARACTERIZADO. REPARAÇÃO. CONDENAÇÃO.RAZOABILIDADE DO VALOR ARBITRADO. RECURSO NÃO PROVIDO.SENTENÇA MANTIDA.1. REJEITA-SE A ALEGAÇÃO DEINCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL, PORQUE O JUIZ É ODESTINATÁRIO DA PROVA E, ASSIM, COMPREENDENDODESNECESSÁRIA A DILAÇÃO PROBATÓRIA, MORMENTE PARAPERÍCIA, NÃO HÁ QUE SE COGITAR DA COMPLEXIDADE PARAEXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO,

ESPECIALMENTE QUANDO VERIFICADO, COMO NA ESPÉCIE, QUE AS

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PROVAS COLIGIDAS AOS AUTOS SÃO SUFICIENTES AOCONVENCIMENTO. A PROPÓSITO, NO JUIZADO ESPECIAL O JUIZPOSSUI AMPLA LIBERDADE PARA DETERMINAR AS PROVAS A SEREMPRODUZIDAS, PARA APRECIÁ-LAS E PARA DAR ESPECIAL VALOR ÀSREGRAS DE EXPERIÊNCIA COMUM OU TÉCNICA (ART. 5º DA LEI Nº9.099  /95). NO CASO, O JUÍZO A QUO CONCLUIU QUE HOUVEFRAUDE NA EMISSÃO DOS CHEQUES DIANTE DE FLAGRANTEFALSIFICAÇÃO E, REALMENTE, NÃO HAVIA NECESSIDADE DEPERÍCIA TAMANHA A DIVERGÊNCIA, BASTANDO O SIMPLESCONFRONTO DA ASSINATURA DO RECORRIDO (F. 4, 5-V, 12) COM AASSINATURA NOS CHEQUES (F. 32 E 34).2. NA RELAÇÃO DECONSUMO, A RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR É OBJETIVA EINTEGRAL PELOS DANOS CAUSADOS AO CONSUMIDOR. ASHIPÓTESES DO ARTIGO 14 § 3º., DA LEI Nº 8.078 /90, TAL COMO ACULPA DE TERCEIRO, AFASTAM A RESPONSABILIDADE CIVIL DOFORNECEDOR, MAS ISSO NÃO SE VERIFICA NO CASO. ADEMAISRESTA EVIDENCIADO NOS AUTOS ASSINATURA NOS CHEQUES

DIVERGENTES DA ASSINATURA DO RECORRIDO. NESTE PASSO, OSUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA TEM ASSENTADO EM SUAJURISPRUDÊNCIA QUE O BANCO É RESPONSÁVEL PELA GUARDA DOTALONÁRIO DE CHEQUES ATÉ SUA EFETIVA ENTREGA AOCONSUMIDOR (RESP 297.436/RJ, REL. MINISTRO HÉLIO QUAGLIABARBOSA), BEM ASSIM QUE A SEGURANÇA É PRESTAÇÃOESSENCIAL À ATIVIDADE BANCÁRIA, NÃO CONFIGURANDO CASOFORTUITO OU FORÇA MAIOR, PARA EFEITO DE ISENÇÃO DERESPONSABILIDADE CIVIL, A AÇÃO DE TERCEIRO QUE FURTA, DOINTERIOR DO PRÓPRIO BANCO, TALONÁRIO DE CHEQUES EMITIDOEM FAVOR DE CLIENTE DO ESTABELECIMENTO (RESP 750.418/RS,REL. MINISTRO ALDIR PASSARINHO JUNIOR). CORRETA A

SENTENÇA, PORTANTO, AO CONDENAR O RECORRENTE NAREPARAÇÃO DO DANO MORAL PELO INDEVIDO APONTAMENTO DORECORRIDO EM CADASTRO NEGATIVO. AFINAL, ESTÁCONSOLIDADO NA JURISPRUDÊNCIA QUE "A INSCRIÇÃO OU AMANUTENÇÃO INDEVIDA EM CADASTRO DE INADIMPLENTES GERA,POR SI SÓ, O DEVER DE INDENIZAR E CONSTITUI DANO MORAL INRE IPSA, OU SEJA, DANO VINCULADO A PRÓPRIA EXISTÊNCIA DOFATO ILÍCITO, CUJOS RESULTADOS SÃO PRESUMIDOS" (STJ - AGRGNO AG 1.379.761/SP, REL. MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO,QUARTA TURMA).3. PARA O ARBITRAMENTO NA COMPENSAÇÃO DODANO MORAL, A LEI NÃO FORNECE CRITÉRIOS. DESTARTE, ADOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA APONTAM CRITÉRIOS PARA SERVIR

DE PARÂMETROS NA FIXAÇÃO DO VALOR, O QUE, POR ÓBVIO, DEVEAMOLDAR-SE A CADA CASO. NO PRESENTE CASO AFIGURA-SERAZOÁVEL E PROPORCIONAL O ARBITRAMENTO NO JUÍZO DEORIGEM, EM OBSERVÂNCIA ÀS FINALIDADES COMPENSATÓRIA,PUNITIVA, PEDAGÓGICA E PREVENTIVA DA CONDENAÇÃO, BEMASSIM ÀS CIRCUNSTÂNCIAS DA CAUSA, ESPECIALMENTE ACAPACIDADE FINANCEIRA DO OFENSOR (INSTITUIÇÃOFINANCEIRA).4. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.5.CONDENA-SE O RECORRENTE VENCIDO NO PAGAMENTO DASCUSTAS PROCESSUAIS, PORÉM, NÃO HÁ CONDENAÇÃO NOPAGAMENTO DOS HONORÁRIOS PORQUE A PARTE RECORRIDA NÃOFOI PATROCINADA POR ADVOGADO

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À vista do exposto, requer a intimação da parte Autora para

comparecimento em cartório, munida de documentos, a fim de comprovar sua

assinatura e residência. Alternativamente, caso não seja o entendimento deVossa Excelência, REQUER que seja expedido oficio para detalhamento do

histórico da restrição combatida, ao passo que, se indeferido, deverá ser

reconhecida a incompetência do JEC para processamento e julgamento desta

lide, ante a complexidade da causa e extinto o processo sem resolução do

mérito, nos termos do Art. 267, do CPC.

Outrossim, REQUER que seja determinada a realização de períciadocumentoscópica e grafotécnica das assinaturas e documentos apresentados,

ao passo que, tão logo, deverá ser reconhecida a incompetência do JEC para

processamento e julgamento desta lide, ante a complexidade da causa e extinto

o processo sem resolução do mérito, nos termos do Art. 267, do CPC C/C Art.

51, inciso II, da Lei nº 9.099/95.

II. 1 -  DA DOCUMENTAÇÃO ACOSTADA À PEÇA INICIAL 

Conforme se verifica por meio de análise pormenorizada dos documentos

acostados à peça inicial, há flagrante divergência entre a assinatura aposta no

instrumento de procuração e a assinatura aposta no documento pessoal juntado.

À vista do exposto, ante a ausência de segurança jurídica dos documentos

acostados, REQUER que se digne Vossa Excelência a determinar  que a parte

autora compareça em juízo para assinar pessoalmente a procuração,

para confirmar a veracidade dos fatos. 

III.  DA COMPOSIÇÃO

Conforme alhures mencionado, a Ré rotineiramente é exposta à ocasiões

fraudulentas, de modo que, com o fito de prevenir eventual conivência com tal

prática, obstará, momentaneamente, qualquer possibilidade de composição

para fim do litigio.

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IV.  DOS FATOS ALEGADOS PELA AUTORA 

Assevera a Autora que ao tentar realizar compras em um estabelecimento

comercial, descobriu que seu nome fora inscrito nos órgãos de proteção aocrédito pela Ré.

Contudo, alega que nunca firmou qualquer negócio jurídico com a ora Ré,

motivo pelo qual requer:

(I)  Cancelamento do débito, bem como a exclusão do nome da

Autora dos órgãos de proteção ao crédito.(II)  A condenação da Ré ao pagamento de danos morais.

(III)  Por fim, a declaração e a desconstituição definitiva do

protesto contido em seu nome.

Todavia, Excelência, é certo que, ao contrário das alegações feitas pela

Autora, a presente demanda deve ser julgada totalmente improcedente, pelos

motivos a seguir explanados.

V.  DO MÉRITO 

a.  DA VALIDADE E LICITUDE DAS COBRANÇAS GERADAS EM NOME DA

AUTORA

Inicialmente, conforme assevera em sua peça vestibular a Autora

encontra-se cadastrada como revendedora dos produtos da Avon e que paraisso, os interessados em ingressar no quadro de revendedores da empresa Ré, o

fazem voluntariamente, informando seus dados pessoais e endereço para

entrega das mercadorias.

Cumpre esclarecer que após a aprovação do cadastro, os revendedores

efetuam o preenchimento do pedido, entregam para a Gerente de Setor que, por

sua vez, remete à empresa para providências.

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Posteriormente, os revendedores recebem no endereço informado na sua

ficha cadastral, a caixa com os produtos solicitados; a nota fiscal referente aos

produtos que estão sendo entregues; o boleto bancário para pagamento dos

mesmos; um informativo comercial que esclarece os valores que estão sendocobrados, bem como lhes é devolvido o formulário do pedido.

Como se vê, as alegações da Autora são completamente infundadas e

improcedentes, pois realizou o seu cadastro, fez pedido de mercadorias e estas

foram devidamente entregues.

Assim, existindo uma relação comercial entre a Revendedora cadastrada ea empresa Ré, e desta restando um débito pendente a favor da Ré, justificada

está a cobrança do referido valor, bem como a inclusão do nome da devedora

nos Órgãos de Proteção ao Crédito.

Neste sentido, também é o entendimento jurisprudencial de nossos

Tribunais:

(...) 13. Caracterizada a mora, o registro do nome do

inadimplente em cadastros (SERASA, SPC, etc...) não tem

índole abusiva, tendo respaldo até mesmo na ótica do Código

de Defesa do Consumidor em seu art. 43.(...)” (STJ – 3ª Turma

- AI 284.690/PR, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito,

 julgado e 17/03/00).

Cumpre salientar que os referidos cadastros de proteção ao crédito são

instituições particulares que prestam serviço de proteção ao crédito, informando

para as instituições coligadas sobre a existência, ou não, de débitos de pessoas

físicas e jurídicas, prestando serviços de relevante interesse público, evitando

que outras instituições também sofram danos materiais.

Sendo assim, a não inscrição do devedor no SERASA e no SPC viola a

legislação, impedindo que terceiros tenham acesso à informação de que esta se

encontra em situação de inadimplemento, podendo causar novos danos.

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Tal medida não possui nenhum caráter abusivo e sequer fere a dignidade

humana ou a imagem da Autora, porém, a título de informação, com intuito de

manter um bom relacionamento com o mercado, a Ré retirou a restrição

do nome da Autora. 

Desta forma, não restou comprovado pela Autora que os produtos não

foram devidamente entregues, razão pela qual o valor cobrado é plenamente

devido e a presente ação deverá ser julgada totalmente improcedente.

b.  DA RELAÇÂO JURÍDICA ENTRE AS PARTES E DA AUSÊNCIA DOS

REQUISITOS PARA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Com efeito, no que tange a relação entre as partes, a lei 8.078/90, no

artigo 2º, caput, é clara ao definir consumidor como “toda pessoa física

ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário

final”. 

À vista do narrado, não se pode olvidar que a relação jurídica

mantida entre as partes é nitidamente de natureza comercial, incumbindo

à Autora o ônus de provar o fato constitutivo do seu direito (art. 333, I, do CPC),

e não à Ré ilidi-lo, sem que se possa cogitar qualquer possibilidade de inversão

na regra processual comentada, uma vez que a Autora NÃO É NEM NUNCA FOI

CONSUMIDORA, ao passo que não se enquadra na definição legal de

consumidor, visto que é revendedora varejista dos produtos comercializados pela

empresa RÉ, sendo a relação existente entre ambas de natureza comercial, pelo

que se aplica a legislação Cível e Comercial, e não a Consumerista.

Desta forma, cabe à Autora, nos termos da legislação processual civil em

vigor, fazer prova das suas alegações, ou seja, que não recebeu os referidos

produtos, conforme preconiza o artigo 333, inciso I, do Código de Processo Civil,

conforme julgados de Santa Catarina e Minas Gerais:

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A V E N ID A A L M IR A N T E B A R R O S O , 5 2 –  S A L A 1 2 0 2  C E N T R O   R IO D E J A N E IR O   R J  B R A S I L  C E P 2 0 . 0 3 1 - 0 0 0PA B X ( 5 5 . 2 1 ) 3 2 6 2 . 3 0 0 0 FA X ( 5 5 . 2 1 ) 3 2 6 2 . 3 0 1 1

A V . PR E S ID E N T E J US CE L IN O K UB IT S CHE K , 3 6 0 , 1 0 . º A N D A R  V I L A N O V A CO N CE IÇÃ O  S Ã O PA UL O   S P  B R A S I L  C E P 0 4 5 4 3 - 0 0 0 PA B X ( 5 5 . 1 1 ) 3 0 7 7 . 3 5 0 0 FA X ( 5 5 . 1 1 ) 3 0 7 7 . 3 5 0 1

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(...) Conforme mencionado pela própria autora na inicial, elaera revendedora dos produtos da requerida, razão pelaqual não se caracteriza a relação de consumo  entre aspartes, (…). Sendo assim,observada a ausência de relação deconsumo entre as partes, não há possibilidade da inversão doônus da prova, razão pela qual incumbia à autora o ônus daprova quanto a fato constitutivo de seu direito, conformedispõe o art. 333, I, do CPC. Entretanto, a autora nãoapresentou as provas do direito pleiteado, juntou apenaso pagamento da cobrança que alega ser a última devida,o recebimento da cobrança  no valor de R$ 127,66 quesustenta ser indevida e a inscrição do seu nome do SPC (fls. 12-17), razão pela qual não restou cumprido o art. 333, I, doCPC.(...) Ante exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedidoda autora,  condenando-a ao pagamento das despesasprocessuais e honorários advocatícios (…) (Juíza de Direito Dra.Viviana Gazaniga Maia da Vara Única de Santo Amaro da

Imperatriz/SC –  processo nº: 057.08.002367-0 –  AvonCosméticos Ltda X Nerilda Schneider. Pub. 9 de julho de 2009)(grifos nossos)

Ou então:

Como a própria Autora afirmou ser revendedora dosprodutos da requerida, ausenta-se a figura dodestinatário final (...). (...) Dessa forma, como arequerente não produziu uma única prova capaz dedesconstituir dito documento, revela-se legítima arestrição, devendo ser afastada, portanto, a pretensão

indenizatória. Pelo exposto, julgo improcedentes os pedidosiniciais, (...)” (4ª Vara Cível de Uberaba – Juiz Lênin Ignachitti,processo nº 701.06.159.667-5 –  Dirce Isabel Amaral Pires XAvon Cosméticos Ltda – pub. 10.11.2008)(grifos nossos) 

Em que pese à responsabilidade da empresa Ré alegada pela Autora,

todavia, não se pode confundir a ausência de necessidade de demonstração de

culpa ou dolo, decorrente desse tipo de responsabilidade, com ausência de

demonstração do dano sofrido e principalmente a culpa da Ré, pois não há danoa se indenizar sem a prova da culpabilidade do mesmo.

E mais, ainda que assim não o fosse, reza nossa doutrina e jurisprudência

que, na dúvida, mesmo que havendo provas do alegado, o que não ocorreu no

presente caso, visto que não houve qualquer mácula, mas sendo estas provas

insuficientes, deve a ação ser julgada improcedente.

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A V E N ID A A L M IR A N T E B A R R O S O , 5 2 –  S A L A 1 2 0 2  C E N T R O   R IO D E J A N E IR O   R J  B R A S I L  C E P 2 0 . 0 3 1 - 0 0 0PA B X ( 5 5 . 2 1 ) 3 2 6 2 . 3 0 0 0 FA X ( 5 5 . 2 1 ) 3 2 6 2 . 3 0 1 1

A V . PR E S ID E N T E J US CE L IN O K UB IT S CHE K , 3 6 0 , 1 0 . º A N D A R  V I L A N O V A CO N CE IÇÃ O  S Ã O PA UL O   S P  B R A S I L  C E P 0 4 5 4 3 - 0 0 0 PA B X ( 5 5 . 1 1 ) 3 0 7 7 . 3 5 0 0 FA X ( 5 5 . 1 1 ) 3 0 7 7 . 3 5 0 1

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Se há, num processo, igualdade de provas, tanto em favor deuma parte quanto em prol de seu adversário, ou se as provasse entrechocam ou se excluem reciprocamente, ou se existecomo que um impasse probatório ou empate, tem-se achamada colisão de prova, em que se tratando de causaspatrimoniais, acarreta a improcedência da ação” (Apelação532.199/9 – Relator Celso Bonilha – 1º TAC/SP).

E,

O conhecimento dos julgadores encontra limitações naspróprias limitações que as partes enfrentam em sua capacidadede demonstrar a veracacidade do que alegam. Deficiente aprova, e não podendo o juiz pronunciar o “non liquet”, há de

recorrer ele à máxima “quod non est in actis non est inmundus”, e considerar inexistente o fato não provado.(Apelação Cível 269.398-1 – TJSP – Rel Pinheiro Franco).

Contudo, cabe ressaltar que a Autora não trouxe qualquer comprovação de

que não estava em débito e sabe-se, o ônus de provar é de quem alega, afinal,

alegar e não comprovar e o mesmo que não alegar.

Desta feita, cabe à Autora a comprovação de suas alegações, conforme

preconiza o artigo 333, do Código de Processo Civil, é claro ao dispor sobre o

assunto, senão vejamos:

O ônus da prova incumbe: I –  ao Autor, quanto ao fatoconstitutivo de seu direito; (...) (grifos nossos)

Assim, não restou comprovado que o pedido não foi devidamente

entregue, razão pela qual o valor é plenamente devido pela Autora.

Desta forma, é totalmente descabido o pedido de inversão do ônus da

prova e pedidos alegados pela Autora.

VI.  DA INEXISTÊNCIA DE DANOS MORAIS 

Ato ilícito é aquele que é praticado em desacordo com a ordem jurídica,

violando direito subjetivo individual, ocasionando, por conseguinte, dano

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A V E N ID A A L M IR A N T E B A R R O S O , 5 2 –  S A L A 1 2 0 2  C E N T R O   R IO D E J A N E IR O   R J  B R A S I L  C E P 2 0 . 0 3 1 - 0 0 0PA B X ( 5 5 . 2 1 ) 3 2 6 2 . 3 0 0 0 FA X ( 5 5 . 2 1 ) 3 2 6 2 . 3 0 1 1

A V . PR E S ID E N T E J US CE L IN O K UB IT S CHE K , 3 6 0 , 1 0 . º A N D A R  V I L A N O V A CO N CE IÇÃ O  S Ã O PA UL O   S P  B R A S I L  C E P 0 4 5 4 3 - 0 0 0 PA B X ( 5 5 . 1 1 ) 3 0 7 7 . 3 5 0 0 FA X ( 5 5 . 1 1 ) 3 0 7 7 . 3 5 0 1

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patrimonial e/ou moral (CF, art.5º, V e X) a outrem, criando o dever de repará-lo

(CC, art. 927).

Contudo, para que se configure o ato ilícito, perfaz-se imprescindível que,

conforme leciona a ilustre Maria Helena Diniz, haja a concomitância de três

pressupostos, a saber, fato lesivo voluntário, causado pelo agente, por ação ou

omissão voluntária, negligência ou imprudência; ocorrência de um dano

patrimonial e/ou moral; e, por fim, nexo de causalidade entre o dano e o

comportamento do agente.

No caso sub judice estão ausentes todos os requisitos citados, visto que,

caso dano houvesse todo transtorno fora causado unica e exclusivamente pela

Autora que deu causa ao manter o inadimplemento das mercadorias adquiridas.

A hipótese em tela enquadrar-se dentre as excepcionais, que não

constituem atos ilícitos. Isto porque o procedimento utilizado, por motivo

legítimo estabelecido em lei, não acarreta o dever de indenizar, porquanto a

própria norma jurídica lhe retira a qualificação de ilícito.

Assim, conforme o artigo 188, I, do Código Civil de 2002, não são ilícitos

aqueles procedimentos realizados através do exercício regular de um

direito reconhecido. 

Deste modo, se alguém, no uso normal de um direito, lesar outrem, não

terá qualquer responsabilidade pelo dano, por não ser um procedimento ilícito,

pois quem usa de um direito seu não causa dano a ninguém.

Outrossim, considerando o principio da eventualidade, é possível que a

parte tenha experimentado dano de ordem moral, cuja configuração independe

de qualquer outra prova. Contudo, conforme averbado alhures, em sede

preliminar, a Ré não é responsável pelo evento danoso, pois quem teve culpa

exclusiva na causação do ato foi terceira pessoa. Cabe, portanto, à parte Autora

exigir do terceiro, caso o identifique, reparação do dano que experimentou, de

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A V E N ID A A L M IR A N T E B A R R O S O , 5 2 –  S A L A 1 2 0 2  C E N T R O   R IO D E J A N E IR O   R J  B R A S I L  C E P 2 0 . 0 3 1 - 0 0 0PA B X ( 5 5 . 2 1 ) 3 2 6 2 . 3 0 0 0 FA X ( 5 5 . 2 1 ) 3 2 6 2 . 3 0 1 1

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modo que, ficará a encargo da Ré, somente o cancelamento da inscrição e débito

contidos em seu nome.

E mais, é de se verificar a existência de outros registros de pendênciasfinanceiras nos órgãos de proteção ao crédito, além dos referidos na lide, tanto

pretéritos como contemporâneos à inscrição reclamada especificamente “ in

casu”, de igual modo não há o que se falar em prejuízo à Autora. 

De colacionar, pois, o entendimento consolidado do Colendo Superior

Tribunal de Justiça, “in verbis”: 

Súmula 385/STJ – Da anotação irregular em cadastro de proteçãoao crédito, não cabe indenização por dano moral, quandopreexistente legítima inscrição, ressalvado o direito aocancelamento.

Portanto, inexistindo prova da culpa, do dano e/ou do nexo de

causalidade, máxime da inscrição do débito pela Ré, ou, ainda, constando outras

inscrições anteriores ou contemporâneas à época dos fatos narrados na inicial, o

pedido de indenização deve ser julgado improcedente “in totum”. 

À vista do exposto, resta absolutamente comprovado que os fatos

narrados pela Autora, supera todos os argumentos anteriormente delineados,

são inábeis a configurar dano moral, de modo que, outra conclusão não cabe ao

Douto Julgador, no caso dos autos, que a improcedência do pedido da Autora a

reparação por dano moral.

VII.  DO QUANTUM  INDENIZATÓRIO PLEITEADO 

Não obstante a intransponibilidade das alegações e provas ora

colacionadas pela Ré, no caso de eventual condenação, mas que só se admite

“ad argumentandum tantum” , o valor da indenização por alegados danos morais

deverá ser arbitrado moderadamente.

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De fato, mesmo que se admita a ocorrência de uma fraude no caso

vertente, a Ré teria sido lesada tanto quanto a Parte Autora, subtraindo-lhe o(s)

agente(s) criminoso(s) responsável(is) pelo suposto delito bens do seu

patrimônio.

Com efeito, o preenchimento de “Ficha Cadastral”, bem como a

apresentação de documentos originais (RG e CPF), são indispensáveis

para que uma pessoa possa se tornar revendedor(a) dos produtos da Ré,

sendo que, se alguém conseguiu abrir um cadastro falso em nome da

parte Autora, certamente usou de ardis que impediram a Ré de evitar os

fatos reclamados no caso“in examine”.

 

Assim, Excelência, se alguma indenização for devida à Parte Autora,

eventual valor a ser pago pela Ré, data vênia, deverá ser arbitrado com

razoabilidade e proporcionalidade, de modo que a indenização, valendo

dizer, se e somente se comprovada a inexistência cabal e inequívoca da dívida,

seja compatível com os fatos ocorridos in casu (no máximo 01 salário mínimo),

sob pena de enriquecimento sem causa.

VII. DA CONCLUSÃO 

À vista do exposto, requer a intimação da parte Autora para

comparecimento em cartório, munida de documentos, a fim de comprovar sua

assinatura e residência.

Alternativamente, caso não seja o entendimento de Vossa Excelência,REQUER que seja expedido oficio para detalhamento do histórico da restrição

combatida, ao passo que, se indeferido, deverá ser reconhecida a incompetência

do JEC para processamento e julgamento desta lide, ante a complexidade da

causa e extinto o processo sem resolução do mérito, nos termos do Art. 267, do

CPC.

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Outrossim, REQUER que seja determinada a realização de perícia

documentoscópica e grafotécnica das assinaturas e documentos apresentados,

ao passo que, tão logo, deverá ser reconhecida a incompetência do JEC para

processamento e julgamento desta lide, ante a complexidade da causa e extintoo processo sem resolução do mérito, nos termos do Art. 267, do CPC C/C Art.

51, inciso II, da Lei nº 9.099/95.

Por fim, caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, requer a

Ré que seja a presente ação julgada totalmente improcedente, ou, ainda, em

atenção ao princípio da eventualidade, uma vez reconhecida a inexistência do

débito, o que só se admite ad argumentandum tantum, seja o pedidocondenatório em danos morais formulado pela Parte Autora julgado

improcedente ou, ainda, que eventual indenização arbitrada seja em valor não

superior a 01 (um) salário mínimo.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito

admitidos, depoimento pessoal da Autora sob pena de confissão, designação de

audiência de instrução e julgamento para apuração da realidade fática, oitiva de

testemunhas da terra e de fora dela, as quais serão arroladas no momento

oportuno, realização de pericia grafotécnica e documentoscópica, juntada de

novos documentos, expedição de carta precatória e ofícios que se fizerem

necessários no decorrer da instrução processual.

SÃO PAULO, 1 de setembro de 2015

Rafael Augusto CapitãoOAB/RJ nº. 156.671