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UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
Docente: Doutora Ana Rosa Trindade
Fevereiro 2011
DEFICIÊNCIAS SENSORIAIS MÚLTIPLAS
2
O significado das coisas não está nas
coisas em si, mas sim na nossa atitude
em relação a elas.
Antoine de Saint-Exupéry
PÁG.
Introdução 4
I. “Dia Internacional da Pessoa com Deficiência” 5
1. Conceito 5
2. Objectivo 6
3. Projecto “Dia Internacional da Pessoa com Deficiência” 7
II. “Passaporte de Comunicação” 10
1. Conceito 10
2. Objectivo 11
3. “Passaporte de Comunicação” 12
Considerações Finais 13
Bibliografia 14
Anexos 15
Anexo I 16
Anexo II 28
Anexo III 30
Anexo IV 33
Índice
3
Introdução
O presente trabalho foi realizado no âmbito do módulo de Deficiências Sensoriais
Múltiplas, incorporado no Mestrado em Ciências da Educação: Educação Especial e tem
como objectivo abordar a temática da Multideficiência.
Das propostas apresentadas no programa do módulo, optámos por elaborar um
Passaporte para a Comunicação, por considerarmos o mesmo como uma ferramenta de
grande valor para as crianças com dificuldades graves em se expressarem. Além disso,
desenvolvemos um projecto que visa a comemoração do “Dia Internacional da Pessoa
com Deficiência” numa escola do ensino regular. Ambas as propostas assentam no
pressuposto da inclusão, uma vez que promovem a compreensão das crianças portadoras
de Multideficiência, assim como incitam à realização de actividades em que as crianças
portadoras desta problemática tenham a possibilidade de interagirem com a restante
comunidade educativa.
O trabalho está assim dividido em duas partes: I – Projecto para a comemoração do
“Dia Internacional da Pessoa com Deficiência”; II – Passaporte para a Comunicação, as
quais serão especificadas de seguida.
4
I. “Dia Internacional da Pessoa com Deficiência”
1. Conceito
O dia internacional das pessoas com deficiência, dia 3 de Dezembro, é uma data
comemorativa internacional promovida pela Organização das Nações Unidas desde
1998.
O objectivo desta comemoração é promover uma maior compreensão dos assuntos
respeitantes à deficiência e para mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e o bem-
estar das pessoas. Pretende igualmente aumentar a consciência dos benefícios trazidos
pela integração das pessoas com deficiência em cada aspecto da vida política, social,
económica e cultural. A cada ano o tema deste dia é baseado no objectivo do exercício
pleno dos direitos humanos e da participação na sociedade, estabelecido pelo Programa
Mundial de Acção a respeito das pessoas com deficiência, adoptado pela Assembleia
Geral da ONU em 1982. (Wikipédia)
Os objectivos a longo prazo incluem a conquista de oportunidades iguais às de pessoas
não portadoras de deficiência, a garantia que pessoas com deficiência possam participar
plenamente da vida da comunidade, assegurar que pessoas deficientes tenham voz em
programas e políticas que afectam nossa vida, a eliminação da violação de nossos
direitos humanos.
Neste dia internacional, reconheçamos que a batalha contra a pobreza, a doença e a
discriminação não será ganha sem a existência de leis específicas, políticas e programas
que capacitem esse grupo. Reafirmemos o compromisso de manter viva, na comunidade
das pessoas com deficiências, a promessa dos objectivos. E, vamos incluí-las não
somente como beneficiárias, mas como importantes agentes de mudança nos cinco anos
que nos faltam até 2015 para atingir esses objectivos. (Ban Ki-moon, Secretário-Geral
da ONU, 2010)
5
2. Objectivo
Este projecto tem como objectivo:
Sensibilizar os alunos para aceitarem as diferenças;
Sensibilizar para a inclusão dos alunos com NEE;
Envolver os alunos em projectos que visem sensibilizar a comunidade escolar para esta
temática e por fim, modificar valores e atitudes em toda a comunidade escolar.
6
3. Projecto para o “Dia Internacional da Pessoa com Deficiência
O projecto para o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência é composto por duas
partes:
I-Actividades que foram planificados com o intuito de envolver toda a comunidade
educativa, de forma a haver uma interacção entre os diferentes elementos.
II-Jogos (Anexo I), que têm como objectivo sensibilizar as crianças que não têm
qualquer deficiência, perante as dificuldades que os alunos e jovens com deficiência ou
multidifeciência sentem no deu quotidiano. Neste sentido, foram também criados alguns
materiais ajustados a cada faixa etária, de forma dinamizar as actividades planificadas.
Simultaneamente às actividades e aos jogos decorreriam actividades paralelas, com o
intuito de promover e divulgar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (Anexo
II). Nestas actividades, está incluído a distribuição de um panfleto (Anexo III) que tem
como finalidade esclarecer e publicitar toda a comunidade educativa acerca da pessoa
com deficiência, e, ainda, um cartaz (Anexo IV) que visa também difundir este dia tão
significativo.
7
Actividades:
Apresentação em LGP
Os alunos serão recebidos com Língua Gestual Portuguesa (LGP).
Esta actividade provocará surpresa nos alunos e servirá para introduzir o tema.
Quadro Interactivo PowerPoint
WindowsMedia Player
Materiais dos jogos
Desenhos para Colorir
Fichas de Trabalho
Trevos desenhados em papel
Cartolina ou papel de cenário
Enquadramento Histórico
Através de uma apresentação em PowerPoint, serão apresentados alguns aspectos importantes relacionados com o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.
Audição de uma história
Leitura expressiva da história: “Um trevo diferente” será projectada no quadro interactivo; Exploração oral da história; Associação da história à realidade
Audição e entoação de uma música
Audição da música: “Todos diferentes, todos iguais” http://www.youtube.com/watch?v=qb5E4KV-CGo
Visualização de um vídeo elaborado para uma campanha de solidariedade a favor da Associação de Paralisia Cerebral de Leiria. Este projecto teve a colaboração de João Portugal e Carlos Alberto Moniz;
Entoação da canção;Jogos de sensibilização1
Dinamização de vários jogos distribuídos por três bases; Os alunos terão a oportunidade de experimentar
sensações que lhes permitam perceber o que sentem as crianças com deficiência;
Fichas de trabalho e desenhos para colorir
Serão entregues desenhos às educadoras e à professora do 1º e do 2º anos, para os alunos colorirem;
Aos alunos do 3º e 4º ano, além dos desenhos, serão entregues fichas de trabalho, que servirão para os alunos sistematizarem as suas ideias sobre esta temática;
Serão, ainda, entregues trevos às professoras e educadoras para que os alunos, em grupo de quatro elementos, decorem (no caso do Pré-escolar) e escrevam palavras ou frases sobre este dia em cada pétala do trevo;
Elaboração de um cartaz
Os trevos entregues anteriormente, deverão ser recolhidos e servirão para elaborar um cartaz que será exposto na escola, num local onde a comunidade escolar possa ver.
8
Jogos:
Se eu tivesse deficiência visual…
Com os olhos vendados, os alunos seguirão um caminho determinado, ora como acompanhante, sem a venda, ora simulando uma deficiência visual, com a venda, utilizando uma bengala;
De seguida terão de descobrir os objectos através do tacto e do cheiro;
Terão, ainda, a oportunidade de contactar com o Código Braille;
VendasObjectos variados dentro de uma caixaAlimentos para os alunos cheiraremFolha ou livro escrito em Braille
Se eu tivesse deficiência auditiva…
Visualização de um filme sem som; Posteriormente, um aluno deverá transmitir uma
mensagem ao restante grupo, recorrendo apenas a gestos; Os alunos irão observar a professora a dizer o alfabeto
em Língua Gestual Portuguesa. Será distribuído o alfabeto LGP.
ComputadorFilmeFolha com o alfabeto em LGP
Se eu tivesse deficiência motora…
Ilustração de um desenho com a mão mobilizada com fita-cola;
Correr com umas talas nas pernas de forma que não consigam andar;
Vestir um casaco com um braço atado à cintura;
Desenho para colorirTalasLençosCasaco
Se eu tivesse multidificiência…
Os alunos devem ser divididos em pequenos grupos. Um deles calça meias na mão, as quais deverão ser atadas com fita, dificultando os movimentos dos dedos. O aluno deverá fazer várias actividades, como calçar os sapatos ou apertar o casaco, com os outros a observá-lo;
Essa deficiência pode afectar a fala e uma forma de simular essa dificuldade é pedir aos alunos para escreverem alguma música ou versos conhecidos. Um a um, todos devem contar aos outros o que escreveram, mas com a língua no fundo do céu-da-boca. Enquanto isso, os outros tentam adivinhar qual o que o colega está a dizer;
Os alunos terão contacto com algumas pranchas de comunicação; Para simular situações em que é necessário o uso de pranchas de comunicação, os alunos serão colocados em pares e deverão apontar para as letras para comunicar alguma coisa.
MeiasFitaPranchas de comunicação
9
II. “Passaporte de Comunicação”
1. Conceito
O conceito de Passaporte para a Comunicação foi introduzido por uma terapeuta da
fala inglesa, há mais de 10 anos, junto de um pequeno número de alunos com
acentuadas dificuldades em se expressarem oralmente.
Todas as pessoas, independentemente da extensão e severidade das suas deficiências,
têm o direito de influenciar, através da comunicação, as suas condições de existência.
Nesta perspectiva, os passaportes para a comunicação são instrumentos muito úteis para
crianças e jovens que apresentam limitações acentuadas na área da comunicação. Este
colecta todas as informações importantes, que um potencial interlocutor necessita para
comunicar com essas crianças e jovens que apresentam as ditas limitações. O passaporte
da comunicação facilita as viagens, transferências e os encontros inesperados. Não se
destina a dar qualquer informação sobre a pessoa, mas somente o que é útil na
interacção com a criança ou jovem. Como por exemplo a identificação, a descrição dos
seus problemas de saúde e eventual medicação, o modo de comunicar (de que lado, de
que forma, através de que suporte), os gostos e preferências, o equipamento que usa, os
contactos em caso de emergência…
Segundo Nunes, o “Passaporte de Comunicação” um documento simples, prático e
personalizado que visa facilitar a interacção entre a criança/jovem que não usa a fala e
as pessoas que não a conhecem. Através da sua leitura as pessoas passam a
compreender melhor as necessidades dessa criança/jovem e a forma como ela percebe e
interage com o mundo que a rodeia. Estes aspectos ajudam a comunicar com a
criança/jovem de uma forma mais adequada e consistente (Millar e Caldwell, 1997).
10
2. Objectivo
Segundo, Millar e Caldwell (1997) este documento aumenta as possibilidades da
criança/jovem comunicar com outros parceiros, isto é, facilita o sucesso das suas
interacções com as pessoas com quem contacta menos frequentemente ou com quem
não a conhece; permite construir uma relação de confiança e estabelecer relações
positivas entre a criança/jovem e as pessoas que a desconhecem, nomeadamente os
profissionais que não interagem com ela habitualmente; promove ainda o uso de
abordagens idênticas mesmo em pessoas que não conhecem a criança/jovem.
Consequentemente, as estratégias são mais consistentes e a interacção entre ambos está
facilitada; promove a interacção entre a família e os técnicos e valoriza o papel da
família e das pessoas que conhecem bem a criança/jovem, permitindo criar uma imagem
positiva da criança/jovem.
O passaporte proporciona um sentimento de segurança especialmente durante
mudanças, viagens, transferências de escola ou hospital. ...
11
3. O “Passaporte de Comunicação”
Relativamente ao Passaporte da Comunicação/Identificação, foi realizado um
Passaporte da Comunicação, não se especificando a quem (aluno/jovem) seria aplicado.
As ideias foram retiradas de um exemplo de um passaporte facultado pela Docente Drª
Rosa Trindade (anexo em Power Point).
12
Considerações Finais
Este trabalho permitiu-nos perspectivar o “Dia Internacional da Pessoa com
deficiência”, não como um acto isolado, mas sim como um conjunto de acções que
deveremos mobilizar, no nosso quotidiano, enquanto cidadãos responsáveis, para
promovermos a participação das pessoas portadoras de deficiência.
Consideramos ainda que a expressão crescente, nos últimos anos, da comemoração
deste dia tanto nas escolas como nos media, poderá ser um reflexo de que a nossa
sociedade, cada vez mais, respeita e reconhece que as experiências das crianças/adultos
portadoras de deficiência são tão importantes, como as dos restantes elementos da
comunidade.
Neste sentido, podemos considerar que os objectivos da criação deste “Dia
Internacional da Pessoa com Deficiência” começam lentamente a ser alcançados, ainda
que não na sua plenitude, porque todos sabemos que há muito a fazer no que respeita à
inclusão das pessoas portadoras de deficiência.
A elaboração do presente trabalho, levou-nos ainda a reflectir sobre as necessidades dos
alunos com multideficiência, bem como a compreender que, por vezes, recorrendo a
ferramentas tão simples, como o “Passaporte para a Comunicação”, poderemos
contribuir para aumentar a comunicação destas crianças, que é uma das áreas onde
apresentam maiores lacunas e consequentemente a que com maior frequência limita a
sua interacção com a comunidade.
13
Bibliografia
Capdevila, Paco (2004). Nino, Nina e Guau, Os Meus amigos especiais, Lisboa, Marina Editores.
Luz, Ana Cristina (2005). O pequeno trevo. Leiria, APPC
Millar, S. e Caldwell, M. (1997). Personal Communication Passport. CALL Centre e
SENSE Scotland. Comunicação apresentada na Conferência da SENSE. [Em linha].
Disponível em <http://callcentre.education.ed.ac.uk/downloads/passports/passports1.pdf
> [Consultado em 25/01/11].
Nunes, Clarisse. (2005). Passaportes para a Comunicação. Centro de Recursos para a
Multideficiência, Direcção de Serviços da Educação Especial e do Apoio
Socioeducativo. Ministério da Educação.
ONIC. Centro de Informação das Nações Unidas. (2010). [Em linha]. Disponível em
http://unicrio.org.br/dia-internacional-de-pessoas-com-deficiencia-3-de-dezembro-de-
2010/> [Consultado em 25/01/11].
Wikipédia. A Enciclopédia livre. [Em linha]. Disponível em <
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_internacional_das_pessoas_com_defici%C3%AAncia
> [Consultado em 25/01/11].
Sites:
http://www.youtube.com/watch?v=qb5E4KV-CGo
http://www.cedipod.org.br/Dia3.htm
14
Anexos*
*Para além dos anexos disponíveis neste trabalho, o filme, o cartaz informativo, o panfleto e o passaporte da comunicação, encontram-se à parte porque foram elaborados noutros programas.
15
ANEXO IMateriais ajustados a cada faixa etária
Nome:______________________________ Data: ____ /____ / ____
Pinta o desenho.
As crianças portadoras de deficiência, física ou mental,
têm direito à educação e cuidados especiais.
16
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Nome:___________________________ Data: ____ /____ / ____
Pinta o desenho.
As crianças portadoras de deficiência, física ou mental, têm direito à educação e cuidados especiais.
18
Nome:___________________________ Data: ____ /____ / ____
Pinta o desenho.
As crianças portadoras de deficiência, física ou mental,
têm direito à educação e cuidados especiais.
19
Nome:___________________________ Data: ____ /____ / ____
Completa as frases, de acordo com a tua opinião pessoal.
Se vir uma criança com dificuldade em subir ou descer as escadas eu…
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Existem crianças que têm dificuldade em ouvir, por isso, eu …
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Imagina que és um menino diferente, com multideficiência. Conta como gostarias de ser tratado na escola e em casa.
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Ninguém é igual a ninguém!
Mas podemos todos ser amigos!
20
ALFABETO - LÍNGUA GESTUAL PORTUGUESA
21
PRANCHA DE COMUNICAÇÂO
22
SISTEMA DE COMUNICAÇÃO POR FIGURAS
23
24
25
26Agrupamento de Escolas________
Dia Internacional das
ANEXO IIActividades paralelas às actividades e jogos
27
Agrupamento de Escolas________
Dia Internacional das
ANEXO IIActividades paralelas às actividades e jogos planificadas
Planificação de uma actividade:
Comemoração do Dia Internacional da Pessoa Portadora de Deficiência
Objectivo Geral Objectivos Específicos Actividades a Avaliação da
28
Desenvolver Actividade
Comemorar o "Dia Internacional das pessoas com deficiência”
Sensibilizar a comunidade escolar para a existência do "Dia Internacional das Pessoas Portadores de deficiência;
Despertar a comunidade escolar para as diversas problemáticas existentes na escola
Fornecer informações sobre essas problemáticas /deficiências.
1. EscolaFixação de cartazes alusivos ao Dia (na entrada dos blocos);. . Indicação de setas ou balões com pensamentos conduzindo a comunidade escolar; à biblioteca onde poderão aprofundar os conhecimentos referentes a este dia
2. BibliotecaFilme " Se todos fossem iguais". Este irá reproduzido ao longo de todo o dia; .Distribuição de um panfleto com breves informações sobre as deficiências; . Distribuição de um marcador de livro alusivo ao tema.
3. Sala de Professores
Distribuição de um panfleto com breves informações sobre as deficiências; . Distribuição de um marcador de livro alusivo ao
Recolha de dados através de questionários aos professores e alunos
29
tema.
Anexo IIIPanfleto do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência
30
APROFUNDAR CONHECIMENTOS
Troncoso, M. & Cerro, M. (2008). Síndroma de Down: Leitura e Escrita. Porto: Porto Editora.
Sandra C. (2010). Tenho um filho normal…com trissomia 21! Húmus Editora.
http://www.appt21.org.pt/ Val Cumine, Julia Leach, Gill Stevenson
(2008). Compreender a Síndroma de Asperger - Guia Prático para Educadores. Porto Editora.
Immaculada M. García (2001). Hiperactividade: Prevenção, Avaliação e Tratamento na Infância. Mc Graw-Hill.
Goldstein, S. (2006). Hiperactividade. Papirus Editora.
http://www.apdch.net/
MESTRADO EM DOMÍNIO COGNITIVO E MOTOR
UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA
MESTRE A NA ROSA TRINDADE
DISCIPLINA: DEFICIÊNCIAS SENSORIAIS MÚLTIPLAS
GRUPO DE TRABALHO
CARLA GANHÃO
FILOMENA DAMIL
INÊS PEDRO
OLGA VICENTE
“As pessoas com deficiência gozam dos mesmos direitos fundamentais que os restantes cidadãos. O artigo primeiro da Declaração Universal dos Direitos do Homem declara: Todos os seres humanos são livres e iguais em dignidade e direitos. Para alcançar este objectivo, todas as comunidades devem celebrar a sua diversidade intrínseca e devem assegurar que as pessoas com deficiência possam desfrutar integralmente dos direitos humanos: civis, políticos, sociais, económicos e culturais reconhecidos nas diversas Convenções Internacionais, no Tratado da União Europeia e nas constituições nacionais.”
Declaração de Madrid
“O que hoje se realizar em nome das pessoas com deficiência, terá significado para todos no mundo de amanhã.”
Declaração de Madrid
32
TRISSOMIA 21 A trissomia 21, ou síndrome de down, foi descrito pela primeira vez com pormenor por um médico inglês, John Longdon, em 1986, sendo uma patologia (alteração) congénita, que causa um atraso no desenvolvimento físico e intelectual, podendo surgir em qualquer família, em pais de qualquer faixa etária, raça, religião ou estrato social, tanto no primeiro filho como em irmãos.
A Trissomia 21 resulta da presença de um cromossoma 21 supranumerário (três cromossomas, em vez dos dois habituais).
As pessoas portadoras de trissomia 21 apresentam problemas de desenvolvimento nos seguintes processos:
Nos mecanismos de atenção, no estado de alerta, nas atitudes de iniciativa.
Na expressão do seu temperamento, do seu comportamento, da sua sociabilidade.
Nos processos de memória a curto e a médio prazo.
Nos mecanismos de correlação, de análise, de cálculo e de pensamento abstracto.
Nos processos de linguagem expressiva.
Normalmente estas pessoas apresentam problemas de visão e audição o que se repercute de forma bastante negativa sobre os processos de entrada de informação e o seu posterior processamento cerebral.
HIPERACTIVIDADEAs crianças com DDAH (Desordem por
Défice de Atenção com Hiperactividade) têm muitas dificuldades em cumprir as regras definidas ou em manter o empenho nas actividades dirigidas
pelo adulto. Os comportamentos perturbadores e as dificuldades de aprendizagem, que lhes estão associadas, são manifestações muito frustrantes para o professor e para a criança, podendo conduzir ao desenvolvimento de sentimentos mútuos de aversão ou mesmo de hostilidade (Vasquez, 1997).
Assim, é importante estabelecer estratégias que permitam, com mais facilidade, ajustar o comportamento da criança, de tal modo que esta aprenda e deixe que os outros alunos, da turma onde se encontra integrada, aprendam também.
É importante ter sempre presente que a DDAH é uma perturbação crónica de base orgânica, cujas manifestações são agravadas pelas características ambientais, que é tratável mas não é curável, e que se prolongará por todo o percurso escolar do aluno (Pfiffner & Barkley, 1998).
As crianças com perturbações nestas áreas funcionam melhor se o ambiente for previsível, se respeitar rotinas facilmente compreendidas pela criança e se induzir sentimentos de conforto, de estabilidade e de segurança, isto é, se for um ambiente bem estruturado.
SÍNDROME DE ASPERGER A síndrome de Asperger é um distúrbio que, embora esteja inserido no autismo, tem características bastante diferentes.
A Síndrome de Asperger é uma perturbação neurocomportamental de base genética, podendo ser definida como uma perturbação do desenvolvimento que se manifesta por alterações sobretudo na interacção social na comunicação e no comportamento. Embora seja uma disfunção com
origem num funcionamento cerebral particular, não existe marcador biológico, pelo que o diagnóstico se baseia num conjunto de critérios comportamentais.
Entre as características mais comuns podemos destacar:
Dificuldade na interacção social; Dificuldade na comunicação verbal e não-
verbal; Dificuldade em criar empatia; Interesses limitados; Gestos, sons ou actividades repetidas; Hipersensibilidade aos estímulos sensoriais
(sons, cheiros, textura ou luzes).
Anexo IVCartaz
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