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Uma sequência de PORCOS NA SALA DEMÓNIOS BERTACAO NO MINISTÉRIO DE JESUS FRANK HAMMOND

Demonios e libertação no ministerio de jesus frank hammond

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Uma sequência de PORCOS NA SALA

DEMÓNIOSBERTACAO

NO MINISTÉRIO DE JESUS

FRANK HAMMOND

DEMÓNIOS E LIBERTAÇÃONO MINISTÉRIO DE JESUS

FRANK HAMMOND

HOLY BlBLE

DEMÓNIOS E LIBERTAÇÃO NO MINISTÉRIO DE JESUSFrank Hammond

Publicado por:Edições Holy Bible Ltda.Avenida Tiradentes, 139001102-000 - São Paulo - SP - BrasilFone: (11) 3346-2025 Fax: (11) 3346-2037

Tradução: Rosilene Brandão MoredoRevisão: Patrícia MurariCapa e Diagramação: Emerson de Lima

Publicado em inglês originalmente com o título:DEMONS & DELIVERANCE IN THE MINISTRY OF JESUSImpact Christian Books, Inc.Copyright © 1991, 2011 by Impact Christian Books, Inc.

ISBN: 978-85-7557-114-9Código: 93303

Todos os direitos reservados. Permissão escrita deve ser obtida da editora para usar ou reproduzirqualquer parte deste livro, exceto para citações breves em críticas, revistas ou artigos.

As citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Sagrada, Almeida, Corrigida, Fiel (ACF), 1994,1995, daSociedade Bíblica Trinitariana.

Impresso no Brasil

SUMARIO

PREFÁCIO DO AUTOR 5AGRADECIMENTOS 6INTRODUÇÃO 7As TENTAÇÕES NO DESERTO 9O EVANGELHO DO REINO 16LIBERTAÇÃO: UM MINISTÉRIO PÚBLICO 18LIBERTAÇÃO NA RECONCILIAÇÃO 38MINISTRANDO PARA A MULTIDÃO 41O MINISTÉRIO PARA A MULTIDÃO CONTÍNUA 44ORAÇÃO E LIBERTAÇÃO 46O TESTE DO VERDADEIRO DISCIPULADO 47O TESTEMUNHO DE MILAGRES 50CURADOS DE DEMÓNIOS 53DOIS REINOS OPOSTOS 57ENCHENDO A CASA 63A PARÁBOLA DO SEMEADOR 77A PARÁBOLA DO JOIO 79O GADARENO ENDEMONINHADO 80OUTRA LIBERTAÇÃO CURADORA E ACUSAÇÃO PROFANA 84OS DOZE COMISSIONADOS E UNGIDOS 86PERSEGUIÇÃO ENFRENTADA 92LIBERTAÇÃO É o ALIMENTO DOS FILHOS 94LIGAR E DESLIGAR 97HOMENS USADOS POR DEUS E Às VEZES USADOS PELO DIABO 100

A FALHA NA LIBERTAÇÃO 102EXCLUSIVIDADE PARA EXPULSAR 107DISCIPLINA NA IGREJA 108A MALDIÇÃO DA FALTA DE PERDÃO 110A MISSÃO DOS SETENTA 112UM ESPÍRITO DE ENFERMIDADE 116INTIMIDAÇÃO 120JUDAS POSSUÍDO POR SATANÁS 122SATANÁS PEDE PEDRO... . .125

PREFACIO DO AUTOR

Depois de vinte anos de envolvimento intenso no ministério delibertação, cheguei a uma encruzilhada. Por todos esses anos tenhosido um pastor ativo de uma igreja local, e mantendo o equilíbrioda necessidade de pregar os planos de Deus para uma assembleialocal. Agora, enfrento um chamado de Deus de tempo integral paraum trabalho com batalha espiritual. O chamado para um minis-tério itinerante necessitaria de minha resignação ao pastorado, esignificaria que eu tinha que me especializar em libertação. Penseiem um perigo específico envolvido na especialização de um campo:o perigo do desequilíbrio doutrinário. Já tinha presenciado outroscaírem nesse desequilíbrio, mas o erro dos outros não era umadesculpa para que eu recusasse o chamado de Deus. Eu tinha, naverdade, acabado de enfrentar uma tentação de levar abaixo "trilhasde coelho" como uma fuga para ensino repetitivo. Enquanto euorava sobre o desequilíbrio doutrinário, o Espírito Santo falou aomeu coração: "Fique com a carne e batatas da libertação". Entendique significava para eu ficar com os princípios básicos de libertaçãoe manter o ensino e o ministério baseado nas Escrituras.

Os princípios mais auxiliadores de libertação são encontrados nosensinamentos e atividades de Jesus. Esta é a razão pela qual decidi es-crever este livro baseado nos evangelhos sinópticos. Este livro está es-tabelecido em oração de que ajudará outras pessoas, tanto dar comoreceber resultados do ministério de libertação, e manter a integridadee evitar armadilhas pela lealdade aos princípios bíblicos básicos.

AGRADECIMENTOS

A tarefa de escrever um livro caminha com tranquilidade eprazer quando existem aqueles que dão suporte ao escritor paraencorajar, aconselhar e ajudar. Sou especialmente abençoado emtodas essas áreas.

Primeiramente, com muita alegria agradeço a Ida Mae, minhaesposa e companheira de ministério. Temos aprendido juntosatravés do estudo e da experiência, os princípios da libertaçãoestabelecidos neste livro, e colocamos essas verdades nele.

Meus agradecimentos especiais aos meus parceiros de ministé-rio. Por meio das orações deles, estamos espiritualmente fortaleci-dos e por meio dos presentes em amor estamos fisicamente abaste-cidos. Com ajuda de vocês, Ida Mae e eu ficamos disponíveis paratirar alguns meses sabáticos e terminar os manuscritos.

Minha apreciação especial a Sydna Loden, uma amiga cheiade fé, que com alegria, entusiasmo e habilidades literárias deixousuas marcas na maioria das páginas deste manuscrito.

FRANK HAMMONDPlainview, Texas.

INTRODUÇÃO

Jesus enfrentou o diabo nas tentações no deserto logo no iníciodo seu ministério. Imediatamente depois, ele começou a expulsardemónios de pessoas na multidão. Assim que escolheu os doze, Elecomeçou a ensiná-los a expulsar demónios; então enviou-os com acomissão e ungidos para fazer. Por isso, os evangelhos sinópticosdão uma excelente visão sobre a existência e atividades de Satanás eseus demónios. Os crentes também foram ensinados a dominar osespíritos malignos com confiança.

Existem muitas atividades do diabo registradas em todos os evan-gelhos as quais não são expressamente atribuídas a ele. Por exemplo,o diabo determinou que desde o nascimento de Jesus ele de algumaforma destruiria o Cristo "criança". Satanás, o assassino, trabalhoupor meio do rei Herodes para matar a criança, Jesus, com um assas-sinato em massa de todas as crianças do sexo masculino. Depois queo ministério de Jesus começou, Satanás trabalhou principalmentepor intermédio dos líderes religiosos judeus que faziam conspira-ções e tomaram medidas para matá-Lo, mas todas essas tentativasdo diabo, seja direta ou indiretamente, fracassaram. Jesus estavadestinado a morrer na cruz pelos pecados do homem, e Satanás nãopoderia matá-Lo prematuramente.

Além disso, o diabo estava a trabalho em todos os eventos em di-reção à crucificação. Quando o sangue de Jesus foi despejado lá nacruz, o diabo achou que tinha conseguido a vitória; mas, a grandecoisa que o fez pensar que era a sua vitória tornou-se o instrumentode sua própria derrota:

"Entretanto falamos de sabedoria entre os que já têm maturidade,mas não da sabedoria desta era ou dos poderosos desta era, que estão

sendo reduzidos a nada. Ao contrário, faiamos da sabedoria de Deus, domiste'rio que estava oculto, o qual Deus preordenou, antes do princípio daseras, para a nossa glória. Nenlium dos poderosos desta era o entendeu,pois, se o tivessem entendido, não teriam crucificado o Senhor da glória"(l Coríntios 2.6-8).

No estudo dos evangelhos sinópticos, portanto, deve ser obser-vado que muitas atividades de Satanás não estão especificamenteidentificadas como tal. Em particular neste estudo nós extraímossomente as referências das atividades satânicas. As anotações foramfeitas em ordem cronológica, a seguir por Dr. A.T. Robertson 's TheHarmony of the Gospels (A.T. Robertson ' s - A Harmonia dos Evan-gelhos). Onde as anotações foram encontradas em mais de umevangelho, todas as referências são dadas.

AS TENTAÇÕES NO DESERTOMATEUS 4.1-11 (MARCOS 1.12,13; LUCAS 4.1-13;

Então foi conduzido Jesus peio Espírito ao deserto, para ser tentadopeio diabo.

E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;

E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, mandaque estas pedras se tornem em pães.

Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá ohomem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o piná-culo do templo,

E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, (ança-te de aqui abaixo; porqueestá escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ãonas mãos, Para que nunca tropeces em alguma pedra.

Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.

Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhetodos os reinos do mundo, e a glória deles.

E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.

Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhorteu Deus adorarás, e só a eie servirás.

Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam.

CONDUZIDO PELO ESPIRITO

Jesus tinha acabado de ser batizado por João, e assim que Ele saiudas águas do Rio Jordão,

"... e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendocomo pomba e vindo sobre ele". Mateus 3.16.

Desse modo, Jesus foi ungido pelo Espírito Santo para o ministériopara o qual tinha sido enviado.1 "Então" (imediatamente) Jesus foilevado pelo Espírito até o deserto para ser confrontado pelo diabo.

Por que o Espírito Santo levou propositadamente Jesus para terum confronto direto com o diabo? Ele fez isso porque Jesus tinhasido enviado exatamente ao mundo para esse confronto:

"Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras dodiabo" l João 3.8.

Sem dúvida, alguns cristãos consideram que o plano de Deuspara a vida deles também é passar por confrontos com o diabo.

Certamente como o Espírito Santo levou Jesus para ter esse tipode encontro, o crente também será guiado a encarar o diabo,

para que esteja comissionado a agir.2

Há um exemplo em minha própria vida em que um crente ungidofoi impelido pelo Espírito Santo a confrontar o diabo. Vinte e quatrohoras após minha consagração para o ministério pelo batismo no Es-pírito Santo, fui surpreendido por uma confrontação com espíritosdemoníacos. Eu tinha acabado de dar o testemunho do meu batismono Espírito Santo para uma convenção de empresários cristãos. Antesde deixar o palco, três hippies descabelados invadiram o palco e inter-romperam a reunião. Assim que vi os três se aproximando, exclameipara o pastor que estava sentado perto de mim, "Estes homens nãosão do espírito de Deus". Então, apontando para o hippie que estava

1 Atos 10.37, 38.2 Marcos 16.17

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à frente, declarei, "Aquele homem está com demónio!". O líder queestava descabelado e com os olhos brilhando por causa das drogas,pegou o microfone e declarou, "Eu sou Jesus, eu sou o caminho!".Naquele exato momento minha esposa, Ida Mae, também sob o poderdo Espírito Santo, veio da parte de trás do auditório apontando osseus dedos para o palco, e gritou "Demónio eu te repreendo em nomede Jesus!". Em seguida, os três hippies caíram no chão como sacos debatatas, esmagados pelo poder de Deus.

Nem a minha esposa nem eu havia identificado ou enfrentadoum manifestação demoníaca em uma pessoa, o que o Espírito Santofez por meio de cada um de nós foi absolutamente bíblico. Nós doistínhamos acabado de ser ungidos através do batismo no EspíritoSanto para o ministério. Assim como Jesus, nós fomos imediata-mente levados a uma confrontação com o diabo.

Jesus também declarou que a igreja dele seria uma igreja militan-te, ofensiva no ataque contra as forcas de Satanás:

"sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno nãoprevalecerão contra ela". Mateus ] 6.18.

Todo crente em Jesus Cristo é identificado como a Igreja dele e échamado para atacar "as portas do inferno".

Batalha espiritual está em todo chamado cristão.

O DIABO COMO UM TENTADOR

Em seus ataques contra Jesus, o diabo fez o papel de tentador.Tentação é uma das três principais táticas dele. Todo ataque que odiabo faz contra a raça humana é também por meio de tentação,acusação ou decepção.

Jesus se preparou para este confronto com o diabo fazendo je-jum. Desse modo,

Jesus deixou claro para nós que jejum é importante para bata-lha espiritual.

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Na verdade, jejum é uma disciplina espiritual exigida que todocristão pratique. Jesus não disse "se" vocês jejuarem; ele disse"quando" vocês jejuarem (Mateus 6.16). Em uma ocasião, quandoos discípulos foram incapazes de expulsar um demónio, Jesus expli-cou "mas esta casta de demónios não se expulsa senão pela oração e pelojejum" (Mateus 17.21).

O diabo é também um oportunista. Ele sabia que Jesus estariacom fome ao fim de um jejum de quarenta dias. Qualquer dia amais do que quarenta dias necessitaria ser sobrenatural, pois depoisdesta quantidade de tempo em que o corpo usou sua própria reser-va de energia armazenada na gordura, a inanição chega e toma con-ta. Então, a primeira tentação do diabo foi que Jesus, independentedo desejo do Pai, poderia providenciar alimento para si mesmotransformando pedras em pão.

Há um paralelo entre a tentação de Jesus e de Eva no jardimdo Éden. Em ambas as tentações o diabo apelou para a cobiça dacarne, e lançou dúvida sobre a Palavra de Deus. Ele disse para Eva"Foi isto mesmo que Deus disse?" e para Jesus ele desafiou: "Se tués o Filho de Deus..."

Deus havia falado claramente para Eva não comer do fruto daárvore do conhecimento do bem e do mal. O diabo desafiou avalidade da Palavra de Deus, roubou dela a autoridade pela qual atentação não pôde ser resistida.

Com Jesus o diabo usou a mesma tática: "Se tu és o Filho deDeus" (Mateus 4.3). Sendo que Jesus tinha acabado de vir do ba-tismo nas águas do rio Jordão onde dos céus a voz do Pai declarou,"Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" Mateus 3.17.Logo, por meio do testemunho do Pai, Jesus é o Filho de Deus.

Jesus não foi movido pela tentação do diabo a desacreditar na Pa-lavra de Deus. Como sempre, Satanás procura lançar dúvida sobre aPalavra de Deus. Ele teme a luz e o poder inerente à Palavra.

O Tentador é derrotado pelo uso da "espada do Espírito, que é apalavra de Deus" (Efésios 6.17). Eva deveria ter dito à serpente que

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Deus tinha falado expressamente que ela não comesse do fruto daárvore do conhecimento do bem e do mal, e que ela permaneceriafirme na palavra. Desta forma ela teria resistido ao diabo e causadoa fuga dele.3

Jesus subjugou a tentação do diabo em relação ao desejo da carnerespondendo:

Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra quesai da boca de Deus" (Mateus 4.4).

Dessa forma Jesus derrota Satanás com a espada do Espíritocomo a citação em Deuteronômio 8.3.

A Palavra de Deus é uma arma poderosa e nós não devemos ja-mais esquecê-la ou ignorá-la.

O diabo usará de todas as formas que puder para convencer oguerreiro cristão a substituir a Palavra por qualquer outra coisa. Apsicologia e o conselho mundano não vão eliminar o diabo. Fiquefirme na Palavra de Deus. Josué foi instruído por Deus em comogarantir sucesso na batalha: Não deixe a Palavra de Deus se afastarda sua boca, medite nela dia e noite e faça o que a Palavra de Deusmanda (veja Josué 1.8).

Na segunda tentação, o diabo apelou para a soberba. Ele se en-soberbeceu. Aproximou-se de Eva com a mentira de que se ela e oAdão apenas comessem do fruto proibido, eles seriam "como Deus"(Génesis 3.5). O diabo continua a espalhar a sua mentira "ser comoDeus" através da "Nova Era" que defende quem aceita o enganohindu no qual os homens se tornam deuses através de repetidos car-mas de reencarnacões. Os mórmons também propagam o enganode que homens tornam-se deuses. Fiquemos atentos a todos falsosensinamentos que aparecem para mexer com a soberba humana pormeio das mentiras do diabo.

Soberba é conhecida como "condenação do diabo" (ITimóteo 3.6).

Tiago 4.7

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É exatamente isso, a soberba é a mesma condenação na qual o diabocaiu.4

O diabo é cheio de soberba, e quer ver todo homem sobre amesma condenação.

No mesmo apelo à soberba, o diabo tentou Jesus a pular dopenhasco e deixar que os anjos viessem para resgatá-lo. O diaboofereceu a Jesus um meio extraordinário de ganhar reconhecimentoe aceitação fora dos desejos de Deus.

Podemos notar que quando Jesus resistiu à primeira tentação citandoas Escrituras, era como se o diabo falasse "Ah! Então você pretende ficarnas Escrituras, não é? Bem, deixe-me falar o que a Palavra diz". Satanásusa as Escrituras contra aqueles que estão na Palavra. Por exemplo, eletenta aqueles que respeitam a Palavra para seguir as leis mais do que oespírito da lei, pois ele sabe muito bem que a lei mata e o espírito dávida. Portanto uns podem permanecer na Palavra em um legalismocego que serão levados à interpretações imprudentes das Escrituras oua "bibliolatria" que venera excessivamente a palavra escrita, acima dorelacionamento pessoal com Deus.

A terceira tentação foi relacionada à luxúria. No caso de Eva, otentador mostrou a ela a árvore que era "agradável aos olhos" (Génesis3.6). No mesmo tipo de tentação ele mostrou a Jesus os reinos destemundo e a sua glória. Desta forma, ele tentou tanto a Eva quanto a Jesusa aceitarem o gíamour do mundo como substituto ao desejo de Deus.De qualquer forma Jesus resistiu a essa tentação. Ele nos mostrou quenão podemos barganhar com o diabo. O preço é muito alto. Satanásquer que o ser humano o adore. É um usurpador que cobiça o trono deDeus, para uma adoração que somente Deus é digno de receber. O maisalto desejo de Satanás é a adoração do homem. Jesus disse, "Retire-seSatanás". Desta forma Satanás foi forçado a se retirar. Ele não recebeu re-conhecimento de Jesus, muito menos adoração. E preciso que fique bemclaro que qualquer um que adorar a Satanás é imediatamente capturadopor ele, se tornando o seu escravo e é levado à mais severa escravidão. Poroutro lado, os que adoram e servem a Deus recebem liberdade e vida.

4 Isaías 14.12-14.

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Quando nos submetemos a Deus e resistimos ao diabo, o diabofoge5. Se submeter a Deus é submeter-se aos desejos de Deus.

Fazendo o que Deus nos fala para fazer nos tornamos qualifica-dos para dizer ao diabo o que ele deve fazer.

Deus dá sua autoridade nele próprio. Todos crentes têm o nomede Jesus como um poder de autoridade; eles podem agir com auto-ridade do Nome de Jesus e obter os mesmos resultados que Jesusproporcionou durante o seu ministério na Terra.

A espada do Espírito é manejada através da palavra. Devemos abrira nossa boca e falar a Palavra de Deus com a autoridade dada por Deus.Satanás nos vencerá se permitirmos que ele nos envolva. Não devemosignorá-lo, mas sermos agressivos para resisti-lo e ele fugirá.

O MINISTÉRIO DOS ANJOS

Existem anjos e demónios em todo lugar. Cada crente tem pelomenos um anjo que o acompanha onde ele estiver. Quando Pedrobateu na porta depois de ter sido libertado da prisão de modo so-brenatural, seus amigos pensaram que era o "anjo dele" na porta.6

Quando o crente caminha no Espírito fazendo o desejo de Deus,os anjos estão disponíveis para auxiliá-lo em seu ministério.

Por outro lado, se o crente está desobediente e caminha em re-belião ao desejo de Deus, ele permite para si mesmo a influência,interferência e invasão demoníaca. Sempre escolhemos o nossomestre pelas decisões que tomamos:

"Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obe-decer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ouda obediência para a justiça?". Romanos 6.16

Perceba que na citação acima o mestre é "quem", uma pessoa,mais do que uma influência impessoal.

Se alguém não está servindo a Deus, está servindo ao diabo.Não existe meio termo.

' Tiago 4.7"Atosl2.15

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O EVANGELHO DO REINOMATEUS 4.23-25 (MARCOS 1.39)

E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas e pre-gando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e mo(e'stias

entre o povo.

E a sua. fama correu por toda a Síria, e tra^iam-íhe todos os que pade-ciam, acometidos de farias enfermidades e tormentos, os endemoninha-

dos, os lunáticos, e os paralíticos, e eíe os curam.

E seguia-o uma grande muitidão da Gaiileia, de Decápoíis, de Jerusa-íe'm, da Judeia, e de além do Jordão.

Por intermédio de Jesus o Evangelho do Reino foi proclamado emanifestado. O evangelho dele inclui cura e libertação. Aqueles queestavam endemoninhados foram curados através da libertação. Apalavra grega para "cura" no verso 24 é therapeuo, a qual literalmentesignifica o cuidado e atendimento necessário para trazer de volta àtotalidade. Therapeuo sugere um processo de libertação.

O evangelho é a "Boa Nova" que Jesus, o Salvador (o Mensagei-ro), veio trazer para dar libertação e cura para todo o homem. Oespírito do homem foi trazido da morte pelo poder vivo do EspíritoSanto, a cura total do corpo e da personalidade foi feita através doSeu toque e/ou pela libertação dos espíritos imundos.

Hoje as multidões estão necessitadas e desesperadas como esta-vam no tempo de Jesus. O Evangelho não mudou nem perdeu a suaforça. Jesus não mudou! Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre.

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A cura e libertação permanecem para nós como provisão do tra-balho reconciliador de Jesus.

Cura e libertação são parceiros de ministérios, pois frequente-mente existem necessidades sobrepostas. O epilético pode ter umdemónio, mas ele também pode precisar de uma cura no cérebro.Não importa a necessidade, temos que aprender a ir até Jesus pelafé, sabendo que ele é o salvador, mensageiro e grande médico.

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LIBERTAÇÃO -UM MINISTÉRIO PÚBLICO

MARCOS 1.21-28; LUCAS 4.31-37

Entraram em Ca/arnaum e, logo no sábado, indo ele à sinagoga, ali en-

sinava.

E maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo au-

toridade, e não como os escribas.

E estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, o qual

exclamou,

Dizendo: Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos?

Bem sei quem és: o Santo de Deus.

E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te, e sai dele.

Então o espírito imundo, convulsionando-o, e clamando com grande voz,

saiu dele.

E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é

isto? Que nova doutrina ê esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos

imundos, e eles lhe obedecem!

E logo correu a sua fama por toda a província da Galileia.

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ENSINAMENTO ABENÇOADO PROVOCA OS DEMÓNIOS

Jesus entrou na sinagoga num sábado e começou a ensinar. Amanifestação do demónio pode ter chamado mais a atenção do queo ensinamento; embora, o ensino era uma prioridade com Jesus.

O ensino é uma necessidade para o ministério de libertação efrequentemente é o prelúdio para a libertação.

Os ensinos bíblicos expõem o inimigo; é a luz contra o reinodas trevas. As pessoas ficavam admiradas com a doutrina de Jesus.Supomos que os ensinamentos dele naqueles dias eram baseadosem libertação, embora isso não esteja especificamente declarado.O objetivo era certamente mexer com os demónios que estavam nohomem.

A primeira coisa que impressionou os adoradores foi a autorida-de com a qual Jesus ensinava, era um contraste com os mestres queregularmente ensinavam na sinagoga. Os ensinamentos de Jesusatiçavam os demónios a se exporem, enquanto outros mestres seposicionavam a não ameaçá-los. Da mesma forma, os demónios nãosão ameaçados pelos ensinamentos e pregações em algumas igrejashoje. Um enfraquecimento, o evangelho pode não escandalizar ohomem, mas também não escandalizará os demónios! Portanto,uma pregação feita com autoridade e força na fé faz qualquer de-mónio estremecer.

Eu me recordo uma vez em que eu estava fazendo um sermãosobre "O Poder do Sangue", de repente uma mulher começou agritar, ou melhor, o demónio que estava nela começou a gritar,como mencionado em Marcos 1.23. Enquanto a congregação can-tava suavemente, os demónios saíram dela. Então o marido dela

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começou a gritar, e ele, também recebeu libertação. Nós ficamossabendo que aquele casal estava lá por causa da insistência de umparente. Eles vieram com uma atitude de zombaria, mas a men-sagem do sangue de Jesus agitou os demónios que estavam neles,levando-os a explosão.

UM ADORADOR EM NECESSIDADE

O homem com o espírito imundo, mencionado em Marcos eLucas, deve ter sido um adorador comum. Não existe razão paraafirmarmos que ele estava com alguns gentios estranhos que pe-rambulavam na sinagoga. Ele poderia ser até mesmo um dos líderesda sinagoga. Da mesma forma, é muito comum para as pessoas dehoje, que verdadeiramente amam o Senhor e o adoram de todo ocoração, serem atormentadas por espíritos malignos.

Não precisamos sair do lado de fora da igreja paraencontrarmos esses necessitados de libertação.

O CRISTÃO PODE SER POSSUÍDO PELO DEMÓNIO?

Não, um filho redimido de Deus não pode ser posse do diabo.Estar redimido significa "libertar pagando um preço de resgate". Opreço pago por Jesus para nossa redenção foi o seu próprio sangue:

Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, quefostes resgatados... Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um

cordeiro imaculado e incontaminado. l Pedro 1.18, 19

Por esta razão, um cristão é uma posse adquirida pelo Senhor,"Porque fostes comprados por bom preço" ICoríntios 6.20.

Um cristão é possuído por Jesus e não por demónios!

Muitas divergências ocorreram a partir de uma tradução quea versão King James deu para a palavra grega daimonizomai como

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"possuído com demónios". Uma tradução mais apurada da palavradaimonizomai é: "estar debaixo do poder de um demónio."7 Existeuma grande diferença entre "ser posse" (propriedade) do demónioe "ter" demónios. Webster apresenta possuído com referência a de-mónios como "afetado por demónios ou agentes invisíveis".8

A questão apropriada não é, "Um Cristão pode ser possuído peloDemónio?", mas "Um Cristão pode ter um demónio ou estar debai-xo do poder de demónios?".

Uma "declaração honesta" do ensino do Novo Testamentodeve nos trazer a conclusão que o Novo Testamento não

faz distinção entre crentes e não crentes quanto no que dizrespeito a demónios.

Por esta razão, se o Novo Testamento não faz tal distinção, entãoninguém mais o fará. A conclusão óbvia é que tanto crentes quantonão crentes podem ser endemoninhados.

Como podemos entender o demonismo de um cristão? A ques-tão é: Uma propriedade com dono pode ser tomada por outra pes-soa? Suponhamos que um proprietário de terras tem uma parte delacom madeiras para fornecer abrigo aos esquilos. Um invasor podevir até aquela propriedade e começar a atirar nos esquilos, mas eletambém pode ser expulso da propriedade, pois é uma pessoa quenão tem direitos legais. Isso é precisamente o que acontece quandoum demónio habita num cristão. O espírito diabólico não temdireitos sobre a propriedade. Sendo assim, quando o espírito malig-no é comandado para sair, pelo Proprietário ou pelas autoridadesdelegadas por ele, o espírito maligno não tem escolha a não ser irembora. Invasores podem ser expulsos.

Libertação para os crentes representa a expulsão dosespíritos invasores.

7 Thayer's Greek-English Lexiocon (Dicionário Thayer Grego-Inglês)8 American Dictionary of the English Language. Noah Webster, 1828. (Dicionário

Americano da Língua Inglesa, Noah Webster, 1828).

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Outra importante questão é: "Quem opera a libertação?". Jesuschamou de libertação "o pão dos filhos" (Mateus 15.26), significaque libertação de demónios é para os que têm fé em Jesus Cristo.Jesus declarou que o pão dos filhos não era para ser dado aos "ca-chorros", significa que para aqueles que estão impuros ou os queestão fora da promessa de Deus. A mulher de Canaã, que estavabuscando a libertação da filha dela, demonstrou fé por se contentarque até mesmo os cachorros têm permissão para comer das miga-lhas que caem da mesa de seus donos. Sobre o que Jesus declarou,

"O mulher, grande é a tua fé! Seja isso feito para contigo como tu dese-

jas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã." Mateus 15.28

Quando espíritos malignos são expulsos de uma pessoa, aconteceuma condição espiritual que Jesus compara a uma casa limpa recen-temente. Ele ensinou que se a "casa" (a vida da pessoa) permanecedesocupada, ela está sujeita a receber de volta o velho inquilinojunto com seus amigos. Somente um crente pode preencher suavida com as coisas de Cristo.

Quem não preenche a si mesmo com Jesus e leva um estilo devida oposta a isso, está em um perigo iminente de acabar sete vezespior do que estava antes.9

MANIFESTAÇÕES DEMONÍACAS

Referindo-se novamente ao homem de Cafarnaum, como Marcos1.23 registra, "e ele gritou", as Escrituras estão se referindo ao demóniomais do que necessariamente ao homem, embora o demónio utilizassea voz do homem. Qualquer ministro experiente em libertação podedizer a você que o espírito maligno grita por necessidade ou pelo recebi-mento de libertação, especialmente quando os demónios são expostosa uma atmosfera cheia do poder do Espírito Santo.

É comum para os demónios revelar a presença deles quandoestão expostos ao poder dominante.

' Mateus 12.43-45

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Em uma pregação e ensinos cheios de unção, espíritos imundossão lançados para fora também. Os demónios estão bem informa-dos do perigo que enfrentam quando aqueles que estão presentes, epodem discerni-los, tem fé para expulsá-los. Os demónios reagirãoao temor e revelarão a sua presença.

Um alerta para o ministro que lidera a igreja prestar atenção àperturbação que causa distração e confusão na reunião. Demóniospodem causar choros de bebés, ou provocar um exibicionismo reli-gioso em adultos, Qualquer coisa que não é do Espírito Santo deveser tratado, quer seja da carne quer seja demónio.

A PLURALIDADE DE DEMÓNIOS

O demónio que falou por meio do homem em Cafarnaumnão estava sozinho, ali existiam outros espíritos hospedados. Opronome nesta passagem passa do singular para o plural. Porexemplo, "Ele (singular) gritou, dizendo: Ah! que temos (nós-plural) contigo... Vieste destruir-nos (plural)? Bem sei (singular)quem és..." (Marcos 1.23,24). O demónio que estava falandopor meio do homem era o "homem forte" ou o espírito domi-nante? Ele estava no comando da operação demoníaca dentrodeste homem.

Como no caso da legião (Lucas 8.26-40), podemos perceber queuma pessoa endemoninhada pode estar hospedando uma fila deespíritos. Eles se organizam como um sistema coordenado do mal,com os espíritos inferiores debaixo da autoridade de um líder.

Uma tropa de demónios , mais do que um agrupamento deespíritos desconectados, é o desafio encontrado em cada situação

de libertação.

Alguém nunca encara "um" demónio exceto no sentido de um"homem forte".10 Cada demónio tem uma conexão direta com oreino demoníaco.

' Mateus 12.29; Marcos 3.27; Lucas 11.21.

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DISCERNIMENTO ALCANÇADO

Observe a seguir o discernimento sobre demónios, que refletemaquilo que este espírito imundo diz:

1. Os demónios não querem nada com Jesus. Eles não têm nadaem comum com ele. Eles não querem um confronto abertonem com Jesus ou, podemos acrescentar, nem com os seusdiscípulos que possuem a autoridade dele.

2. Os demónios sabem quem Jesus é. O demónio no homemem Cafarnaum conhecia a identidade de Jesus como o "Santode Deus". Entretanto, pouquíssimos homens naquele tempo,nem ao menos suspeitavam de quem ele era. Do mesmo modo,os demónios também sabiam e reconheciam os servos ungidosdo Senhor. Em uma ocasião, lemos que, "Respondendo, porém,o espírito maligno, disse: Conheço a Jesus, e bem sei quem ê Paulo;mas vós quem sois.7" (Atos 19.15).

3. Os demónios sabem que estão destinados à destruição e estãoapavorados por causa disso. (Compare: "E eis que clamaram,dizendo: 'Que temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus? Viesteaqui atormentar-nos antes do tempo?'" Mateus 8.29).

O DEMÓNIO FALANTE SILENCIADO

Em Mateus 8 Jesus mandou o espírito parar de falar. Demóniospodem ter permissão para falar ou manter-se calado por aqueles quetêm autoridade sobre eles. Jesus proibiu o espírito de falar, pois nãohavia nada positivo que se pudesse aproveitar.

O objetivo na libertação é expulsar o demónio e não fazê-lo falar.

POR QUE NÃO CONVERSAR COM DEMÓNIOS?

1. Nós deveríamos seguir o exemplo de Jesus. Quando Jesus foiensinar na sinagoga naquele dia, um homem com um espírito

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maligno gritou alto. Jesus reconheceu que era um espírito malig-no gritando através do homem. "E repreendeu-o Jesus, dizendo:'Cala-te, e sai dele'" (Marcos 1.25). O espírito maligno estavadisposto a falar, mas Jesus não usou a ocasião como uma opor-tunidade para conversar com o demónio nem para interrogá-lo.Novamente as Escrituras reforçam, "Eie também expulsou muitosdemónios; não permitia, porém, que estes falassem, porque sabiamquem ele era1 (Marcos 1.34 NVI). Os demónios são anticristoem tudo que falam ou fazem. Portanto o que eles dizem nuncaserá um prova válida para a Pessoa de Cristo. Não devemos acei-tar, em momento algum, o testemunho deles como base paravalidar qualquer verdade. Mesmo quando o que eles dizem sejaverdade (como em Marcos 1.24), o testemunho é inaceitável.Deus não utiliza o testemunho de demónios para anunciar oSeu evangelho. Por exemplo, um demónio de adivinhação emuma jovem testemunhou quem Paulo e Silas eram "Estes ho-mens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos doDeus Altíssimo" (Atos 16.17). Em vez de ficarem felizes com aspalavras lisonjeiras ditas pelo demónio, estes homens de Deusficaram "ofendidos" (K/V), "indignados" (NVI) e "extremamen-te aborrecidos" (Amplified). Finalmente, Paulo, perturbado, vol-tou-se e disse ao espírito: "Em nome de Jesus Cristo, te mando quesaias dela" (Atos 16.18).

2. Os espíritos malignos são todos mentirosos e enganadores.Eles têm a mesma natureza que "o pai das mentiras", o diabo.Jesus disse: "Ele (Satanás) foi homicida desde o princípio e não seapegou a verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala asua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira" (João 8.44NVI). O propósito do diabo e de seus demónios é a mentira eo engano. Aqueles que ouvem as mentiras deles estão em peri-go de acreditar no que eles dizem. A fala dos demónios nuncaserá motivada pelo desejo de nos ajudar; os demónios sãoarmadores de ciladas. Ouvi-los com a intenção de considerarqualquer verdade que eles possam articular, pode ser compa-rado a beber um copo d'água com veneno, com uma intençãode extrair o veneno da água com os nossos dentes.

3. Deus é um Deus zeloso. Não devemos procurar em nenhumoutro espírito por direcão, conhecimento, sabedoria, cura

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ou poder. "Porque o SENHOR teu Deus é um fogo que consome,um Deus zeloso" (Deuteronômio 4.24). Se precisarmos saberalguma coisa sobre a atividade do inimigo, melhor irmos atéDeus do que confiar no inimigo. Josué, o líder do exércitode Deus, criou um problema irreversível quando permitiu serguiado por um interrogatório do inimigo em vez de consultarao Senhor. O esclarecimento está no capítulo nove de Josué.Durante a conquista de Canaã, os gibeonitas enviaram ummensageiro até Josué, como representante de uma terra dis-tante. Embora eles estivessem próximo das pessoas na linhade conquista de Israel, eles se apresentaram como viajantesde uma terra distante e desejavam fazer um acordo com Josuépara que não fossem agredidos. A Palavra de Deus declara,"Então os homens de Israel tomaram da provisão deles e não pedi-ram conselho ao SENHOR" (Josué 9.14).

4. Nós temos acesso a toda verdade e todo poder através doEspírito Santo.11 Não estamos na dependência das mentirase meias verdades de Satanás. Qualquer tipo de suposta ajudaque um espírito maligno poderia nos dar, podemos alcançaratravés do Espírito Santo. Qual dessas duas fontes para seadquirir conhecimento glorifica a Deus? Qual é o curso maissábio a seguir?

5. Depender de demónios para informações desencoraja ouso dos dons do Espírito Santo. "Entretanto, busquem comdedicação os melhores dons" (ICoríntios 12.31). "Sigam ocaminho do amor, e busquem com dedicação os dons espiri-tuais" (ICoríntios 14.1). O único que pode nos chamar paraa batalha nos equiparará para a batalha. Deveríamos desejarzelosamente o poder dos dons do Espírito Santo. Esses donscrescem pela fé e pelo uso. Os dons do Espírito que sãomais necessários para expulsar demónios são: palavra de co-nhecimento, palavra de sabedoria, o dom da fé, e o dom dediscernimento de espíritos. Esses dons espirituais vêm até nóspor meio da "promessa do Pai" (Atos 1.4), o poder do Espírito

11 João 8.31, 32; ICoríntios 12.7-11

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Santo. "Mas receberão poder quando o Espírito Santo descersobre vocês" (Atos 1.8).

6. Colocar confiança em demónios permite que eles direcionem oministério. Devemos permitir que apenas o Espírito Santo lidereo caminho e não permitir que demónios tenham controle ou in-fluência em uma sessão de libertação. Se colocarmos a confiançaem um demónio para que ele possa nos dar informação sobreele mesmo, ou sobre outros espíritos malignos, estaremos entre-gando as rédeas do ministério para aquele demónio. O plano debatalha fica então determinado pelo o que o espírito maligno nosfalar. Em todo ministério o Espírito Santo deve ser o nosso guia.Quando as informações dadas por demónios são usadas paraguiar o ministério, então eles estão tomando o lugar que somenteo Espírito Santo deveria preencher.

7. Não existe embasamento bíblico sobre conversar com demó-nios. Na verdade, conversar com demónios é proibido pelasEscrituras.

"Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou asua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro,

nem feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espíritoadivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos" (Deute-

ronômio 18.10, 11).

Em outras palavras, aqueles que consultam um espírito familiar,ou por meio de um morto, tenta se comunicar com a morte, verda-deiramente se comunica com demónios.

Nota: Em Marcos 5.9 Jesus perguntou ao demónio que falavapor meio do gadareno endemoninhado, "Qual o seu nome?". Porque Jesus comandou a Legião pelo nome? Jesus não sabia como eraa identidade da Legião? Não, Jesus sabe todas essas coisas. O seuconhecimento é completo. Era importante saber a identidade daLegião para a libertação daquele homem? Não, Jesus não usou aidentidade da Legião para fazer aquele homem livre. Então, deve-mos procurar por uma resposta para a razão de Jesus ter comandadoa Legião a revelar sua identidade.

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Quando Jesus começou comandar e questionar o demónio, oespírito maligno reagiu; "E gritou em alta voz: 'Que queres comigo, Je-sus...? Rogo-te por Deus que não me atormentes!'" (Marcos 5.7). Quan-do um demónio é forcado a se identificar, ele perde a sua forca.Então, o questionamento não era para se obter informação, masera uma tática de batalha espiritual. Os demónios fazem melhoro seu trabalho quando escondem sua presença e identidade. Elestrabalham sobre a proteção da escuridão. Ê um grande estouropara eles quando a sua presença e natureza são revelados. Paraforçar um demónio a se revelar, o principal passo é expulsá-lo dapessoa. Essa é uma tática útil quando há um confronto obstinadoe demónios persistentes.

Nota: Outra explicação muito plausível de Marco 5.9 é queJesus perguntou ao homem (não ao demónio) o seu nome. O pro-pósito poderia ter sido trazer o homem de volta a controlar suasfaculdades mentais. Tal procedimento é comum em ministériosde libertação nos casos em que os demónios dominam pessoas.Mas a resposta veio do demónio hospedado, e não do homem,dando o nome de Legião.

8. Isso prolonga a libertação e é imprudente para a pessoa queestá recebendo libertação. Quanto mais o demónio puderdistrair o ministro da libertação por meio da sua fala, ele pos-tergará sua expulsão com uma astúcia pela qual possa escapar.Também, é muito desgastante para a pessoa que está sendousada pelos demónios. As pessoas pelas quais os demóniostêm falado, geralmente ficam com uma sensação de confusãoe peso. Por outro lado, o Espírito Santo fala por meio de umapessoa para edificação: "Quem fala em língua a si mesmo se edi-fica" (ICoríntios 14.4 NVI). A segunda maneira pela qual oEspírito Santo fala é através de pessoas com profecias, e umdiscurso profético é edificante e encorajador: "Mas quem pro-fetiza, o faz para edificação, encorajamento e consolação doshomens... quem profetiza edifica a igreja" (ICoríntios 14.3,4bNVI). A influência de espíritos malignos é o oposto disso. OEspírito Santo fala somente por meio de um vaso que permita,já o espírito maligno controla a fala da pessoa.

9. Devemos evitar a tentação de nos gabar por ter conversado

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com demónios. Orgulho é o pecado pelo qual o diabo perdeuseu benefício com Deus, e ele tenta a toda pessoa com orgulho.12

O diabo pode fazer um ministro de libertação cair por orgulho,até mesmo se orgulhar de ter conversado com demónios, ele temcolocado uma excelente armadilha para os pés humanos. Umapessoa nunca se tornará forte contemplando o que os demóniostêm dito, mas uma pessoa se torna forte como uma árvore plan-tada a beira de águas correntes quando se apoia no que Deustem dito.13 O sucesso sobre o inimigo vem através da Palavra deDeus e meditando nela dia e noite. Deus disse a Josué quandoele enfrentou os gigantes de Canaã: "Não se aparte da tua boca olivro desta lei', antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidadode fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farásprosperar o teu caminho, e serás bem sucedido" (Josué 1.8).

10. Devemos evitar a decepção de acharmos que temos recebi-do alguma informação valiosa ou confidencial por parte dosdemónios. O diabo sabe muito bem que se alguém acrescentarou tirar alguma coisa que está escrito na Bíblia estará debaixode maldição. A Palavra de Deus termina com este valiosoaviso: "Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras daprofecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa,Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; E, sealguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tiraráa sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas queestão escritas neste livro" (Apocalipse 22.18, 19)

Se alguém se comunica com espíritos malignos, ele pode seconvencer que conseguiu informações especiais sobre a hierarquiademoníaca, os planos do diabo, ou outra revelação. Se a pessoaaceita tal informação e a toma como verdadeira, então cairá nadecepção. A Bíblia nos alerta que essas decepções ocorrerão nosúltimos tempos.

"O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandona-

12 Isaías 14.12-15; Ezequiel 28.15-17; ITimóteo 3.613 Leia: Salmo 1.1-3

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rão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demónios" (ITi-móteo 4.1 NVI).

11. Conversar com demónios não é necessário para a libertaçãode uma pessoa. Jesus expulsava os demónios sem conversarcom eles, e isso também funciona nos ministérios de liberta-ção de hoje.

12. A fala de demónios não promove fé. Isso pode ser teorizadoque ouvir o que os demónios falam produzirá fé nos céticos enaqueles que não foram convencidos que demónios são reais. ABíblia não nos ensina que a fé vem por ouvir o demónio falar,mas sim que, "... A fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem éouvida mediante a palavra de Cristo" (Romanos 10.17 NVI).

O demónio falar pode estimular a carne, mas para ele mesmo nãotem propósito algum. No Novo Testamento os demónios ás vezes fala-vam ou gritavam quando estavam sendo expulsos, hoje, no ministériode libertação, também pode-se passar pela mesma experiência, masalguém tem que refrear a procura por emoções ou obter informaçõesem relação ao encorajamento para que os demónios falem.

13. Conversar com demónios pode facilmente cair na parteproibida de ser um "consultor de espíritos" (Deuteronômio18.11). Se alguém se torna um elo de comunicação com o rei-no maligno, ele se torna um médium espírita, e a informaçãoque transmite é uma "doutrina de demónios" (ITimóteo 4.1NVI). Portanto, questionamentos aos demónios e conversaçãocom eles, não é somente uma insensatez como também algoexcessivamente perigoso.

RESISTÊNCIA DEMONÍACA

Os espíritos malignos resistem a serem expulsos. Por isso encon-tramos a expressão "sacudiu o homem" referindo-se ao homem deCafarnaum (Marcos 1.26). Manifestações estão acompanhadas delibertação, em alguns casos, demonstração de resistência. E comose o demónio estivesse determinado a fazer tanto estrago quanto ele

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possa antes de ir embora. Ocasionalmente, uma pessoa é jogada nochão, se contorce, se enche de dores ou sente uma fraqueza agudano rastro da libertação.

Se forem permitidos ou encorajados a fazer, os demónios fre-quentemente se manifestarão com demonstrações convincentes.Se eles são barrados ou proibidos pela autoridade espiritual deuma manifestação desnecessária, há uma notável redução de suasatividades. Contudo, qualquer ministério válido de libertação podeantecipar algumas manifestações. Visto que Jesus não privou todasas manifestações, então, nem nós deveríamos esperar o mesmo.

MANIFESTAÇÕES

As manifestações demoníacas deixam algumas pessoas conscien-tes e outras não. Não é bíblico, nem se revelar nas manifestaçõesnem ser rejeitado por eles. Na passagem de Marcos l, o espírito"gritou" quando inicialmente foi exposto, e novamente "gritou emalta voz" como se estivesse sendo expulso. Outras manifestaçõessão: tosse e ânsia (algumas vezes com muco e ocasionalmente comsangue, mas raramente com vómito), arroto, bocejo, suspiro, choroe riso. No entanto, manifestações não devam se tornar um critériopara um julgamento da libertação bem sucedida.

Algumas pessoas recebem muitas libertações válidas sem algumamanifestação perceptível, então está incorreto relacionar manifesta-ções como uma evidência de libertação. Encorajar demónios a semanifestarem dá a eles licença para tornarem-se demonstrativos eviolentos. Segue um exemplo típico:

O nosso pessoal do ministério estava conduzindo um grupo parauma sessão de libertação na Suíça. Certo homem começou a batercom seus punhos fortemente nas costas do assento da poltrona dafrente dele, como se estivesse esmurrando um saco. Quando um dosnossos conselheiros começou a mandar o espírito sair, o homem caiuno chão e começou a morder a bota do conselheiro de libertação.Depois de alguns minutos de esforço violento, os demónios foramexpulsos e o irmão ficou livre. Ao questionar o companheiro aprende-

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mós que ele tinha falado que aquelas manifestações foram necessáriaspara a libertação dele; por essa razão, ele tinha permitido que os espí-ritos que estavam nele se manifestassem. Na prática de espiritismo ebruxaria, os demónios são requisitados e suas manifestações são bemvindas, logo eles se manifestarão loucamente com proezas estranhas.Como em uma situação de libertação onde as manifestações demo-níacas são solicitadas pelo ministro, os demónios se sujeitarão a taiscoisas como falar por meio das pessoas, controlar o corpo da pessoa,fazer com que a pessoa se torne violenta e destrutiva, ou imobilizar apessoa como se ela estivesse inconsciente ou morta.

Os demónios são orgulhosos por natureza e adoram ser o centroda atenção. Por que encorajá-los a exibir o mau comportamento?Por que não exaltar a Jesus de todas as maneiras e fazê-lo ser glorifi-cado no meio da batalha?

O objetivo da libertação deveria ser expulsar o espírito no menortempo possível e com a menor demonstração possível.

Assim poupa-se a energia do ministro de libertação, se demonstraconsideração pela pessoa que está sendo tratada, se glorifica a Deuse há resultados melhores para todos os lados.

REAÇÕES À LIBERTAÇÃO

As pessoas têm diversas reações em relação à libertação. EmMarcos 1.27 algumas pessoas de Cafarnaum ficaram admiradas equestionavam entre elas. Eles gostaram do fato do homem ter sidoliberto, mas ficaram perplexos com a tranquilidade e autoridadecom a qual isso aconteceu. Essa admiração é uma reação comumpara as pessoas que estão passando ou presenciando uma libertaçãopela primeira vez. Dois mil anos depois as pessoas ainda se pergun-tam? "O que é isto? Um novo ensino!" (Marcos 1.27).

A resposta para os "por quês" não são encontradas dentro de nósmesmos, mas na Palavra do Senhor. Alguns, ainda pela lógica humana,concluem que a libertação é uma mera ilusão, hipnotismo, malandra-gem demoníaca ou uma representação. Se essas conclusões fossem ver-

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dade, o ministério de Jesus seria invalidado; em vez disso, o ministériodele comprova experiências de libertação nos dias de hoje.

AUTORIDADE SOBRE OS DEMÓNIOS

No Novo Testamento a libertação é consumada porautoridade espiritual.

Jesus tem autoridade nele mesmo e tem dado a seus seguidores.

"E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo opoder no céu e na terra.

Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações..." (Mateus28.18, 19a)

Quando Jesus expulsou um espírito imundo daquele homemna sinagoga, criou-se um movimento. Assim, as pessoas naquelaépoca de Jesus estavam familiarizadas com espíritos demoníacos.Os judeus na sinagoga por um momento não questionaram a reali-dade de demónios nem o fato daquele homem que estava no meiodeles estar com demónios. (Alguns, ainda nos dias de hoje, nãocresceram em relação ao entendimento daquela época). Mas o queos judeus admiraram foi a autoridade que Jesus demonstrou, a qualera marcada pelo contraste dos seus próprios meios de exorcismo.

Com absoluto espanto disseram: "O que ê isto.7 Um novo ensino- e com autoridade! Até aos espíritos imundos ele da ordens, e eles lheobedecem!" (Marcos 1.27 NVI). A demonstração de autoridade dele(Jesus) foi tão surpreendente para aqueles que estavam na sinagogaquanto para os doze escolhidos que presenciaram quando ele orde-nou que o vento e as ondas se acalmassem.

Os métodos de exorcismo empregados pelos judeus naquelesdias de Jesus se comparam com os daquelas pessoas pagãs queusavam encantamentos supersticiosos, fórmulas mágicas e misturasherbáticas. Um historiador da antiguidade, Josephus, fala do exor-cismo que presenciou feito Eleazar, que afirmou ter adquirido suashabilidades através dos ensinamentos de Salomão. Se, de fato, seusmétodos vieram de Salomão, certamente Salomão adquiriu essastécnicas de suas esposas e concubinas pagãs quando ele já estavavelho e tinha abandonado os caminhos de Deus.

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Josephus descreve um dos rituais de exorcismo elaborado porEleazar: "A maneira da cura era esta: Ele colocava um anel comuma raiz daquelas mencionadas por Salomão nas narinas do ende-moninhado, depois puxava para fora o demónio através das narinasdele, e quando o homem caía no chão imediatamente, ele ordenavaque o demónio não voltasse mais, fazendo menção ao nome de Sa-lomão, e recitando os encantamentos que compôs". M

O Rev. Alfred Edersheim, sábio inglês, também recita algumasdas técnicas bizarras e encantamentos aplicados pelos exorcistasjudeus. Ele conclui seu artigo declarando:

"Tem sido uma tarefa exaustiva e desagradável registrar taissuperstições desprezíveis... O maior contraste que se poderia rara-mente ser estabelecido é entre o que lemos no Novo Testamento eas visões e práticas mencionadas nos escritos rabínicos - e se isto,como é esperado, tem sido firmemente estabelecido, mesmo o tra-balho ingrato conferido em colecionar essas informações de maugosto terá sido suficientemente retribuído."1'

A declaração de um exorcista charlatão em Atos 19 é dada diantedo contraste da falência miserável deles com o sucesso de Paulo emexpulsar demónios.

E alguns dos exorcistas judeus ambulantes tentavam invocar o nome doSenhor ]esus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus a quem Paulo prega... Respondendo, porém, o espírito malig-no, disse: Conheço a Jesus, e bem sei quem é Paulo; mas vós quem sois? E,saítancío neles o homem que tinha o espírito maiigno, e assenhoreando-sede todos, pôde mais do que eles; de tal maneira que, nus e feridos, fugiramdaquela casa. (Atos 19.13,15-16)

Os filhos de Ceva certamente aprenderam depois dessa experiênciaque apenas repetir o nome de Jesus não lhe dá autoridade. Somente osverdadeiros crentes em Cristo têm o direito de usar o nome Dele.

Josephus, Antiquities ofthe Jews, Book VIU. Chapter 5 (Joshephus, Antiquidades dosJudeus, Livro VIII, Capítulo 5).Edersheim, The Life and Times of Jesus the Messiah, p.776 (Edersheim, A Vida eTempo de Jesus, o Messias, p. 776)

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Embora tanto os exorcistas charlatões quanto Paulo tenhamusado palavras como método de se dirigir aos espíritos malignos, osjudeus usavam encantamentos supersticiosos enquanto o discípulode Jesus aplicava palavras de verdadeira autoridade espiritual.

O método de libertação que distingue Jesus e seus discípulosde todos os outros era a "autoridade". Este fato vem à tona emMarcos 1.27 quando os judeus na sinagoga ficam maravilhados,"Que autoridade! Até aos espíritos imundos ele dá ordens, e eleslhe obedecem!".

Uma coisa que Jesus consistentemente entregou a seus discípulosfoi "autoridade" para expulsar demónios. Quando os doze foramcomissionados, ele "... deu-lhes poder sobre os espíritos imundos,para os expulsarem..." Mateus 10.1; "E nomeou doze para queestivessem com ele e os mandasse a pregar, e para que tivessem opoder de curar as enfermidades e expulsar os demónios" (Marcos3.14, 15).

Quando os setenta nomeados retornaram da primeira missãodeles, falaram, "Senhor, pelo teu nome, até os demónios se nossujeitam" (Lucas 10.17). O verbo "sujeitar" e um termo militar des-crevendo sujeição e obediência à autoridade. Quando os discípulosmandavam os demónios "irem", ele iam!

Jesus lembrou aos setenta que eles não deveriam se surpreenderporque os demónios estavam submissos à autoridade deles: "Eis quevos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força doinimigo" (Lucas 10.19).

Como a autoridade é utilizada? Jesus "comandou" demónioscom autoridade. Autoridade é administrada por meio de comandosdiretos.

O método bíblico de libertação é "expulsar demónios" ordenan-do-os a sair em nome de Jesus! (Marcos 16.17).

Quando a libertação de demónios é necessária, não devem existiralternativas de expulsá-los sem autoridade. Por exemplo, os demó-nios não podem ser recomendados a sair. Recomendar acompanha-

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ria libertação, mas recomendar não é libertação. O crescimentoespiritual também é vital e diminuirá a influência de demónios,mas até mesmo maturidade em Cristo não é uma alternativa para li-bertação. Espíritos oprimidos se contentam em esperar por algumaoportunidade futura para agirem novamente.

Libertação não requer uma parafernália de material.

Autoridade espiritual não é uma citação da Bíblia carregada jun-to ao corpo, uma cruz ou crucifixo colocado em seu peito, beber vi-nho da comunhão ou água benta espirrada em sua cabeça. O nomede Jesus é a nossa autoridade, e no nome dele nós utilizamos nossasarmas espirituais. Nós usamos a "espada do Espírito" quando lemosou citamos as Escrituras, utilizamos o poder que tem no sangue deJesus quando testemunhamos que o seu sangue tem poder para jus-tificar, redimir, reconciliar e purificar; derrotamos o diabo atravésda "nossa fala" quando testemunhamos que Jesus Cristo é o Filhode Deus e que veio em carne como homem, viveu sem pecado, mor-reu na cruz para carregar a penalidade pelos nossos pecados, masressuscitou da morte, subiu aos céus e está vindo novamente em suaglória para julgar o mundo.

A REPUTAÇÃO DO MINISTRO

"E logo correu a sua fama por toda a província da Galileia" (Mar-cos 1.28).

Ministros de libertação rapidamente desenvolvem uma reputa-ção. As pessoas ouvirão as notícias e virão de todos os cantos parareceber deste ministério. Há muitas pessoas desesperadas que têmsido atormentadas por demónios por tanto tempo que elas recebemcom alegria as notícias sobre ajuda e desesperadamente queremreceber.

Uma coisa que o ministro de libertação menos precisa é publici-dade. Ele nunca precisará fazer propaganda do seu ministério por-que cada um que ele ajuda falará para outros e assim rapidamente

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ele terá mais pessoas batendo em sua porta do que tempo e forcapara ajudá-las. Isso nos faz entender porque Jesus algumas vezes fa-lava para os que eram curados e libertos através do seu ministériopara não falar para ninguém. Ele precisava de tempo com os dozepara ensiná-los e treiná-los.

As pessoas estão tão desesperadas e necessitadas que o ministrode libertação, às vezes, deve reservar um tempo para outros proble-mas importantes.

Por causa da pressão da multidão Jesus fala para os seus discí-pulos orarem ao Senhor para mandar mais trabalhadores. Isso étambém porque Jesus mesmo quem treinou e enviou os doze e ossetenta. Um homem, nem mesmo Jesus em carne, ministraria paratodos os necessitados.16

Aos chamados por Deus para o ministério de libertação farámuito bem em seguir o exemplo de Jesus, passar parte do tempo

treinando outras pessoas.

Durante a jornada, mais pessoas receberão libertação à medidaem que novos trabalhadores forem treinados e enviados para ocampo.

16 Mateus 9.32; 10.8

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LIBERTAÇÃO NA RECONCILIAÇÃOMateus 8.16, 17 (Marcos 1.32-34; Lucas 4.40, 41)

"E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele coma sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos os que estavam en-fermos; Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta /saías, que diz:Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças."

Aqui está a evidência de que Jesus morreu pelo homem por in-teiro; espírito, alma e corpo. A grande profecia messiânica de Isaías53.4 é completamente declarada por meio do ministério de Jesusde cura e libertação. Isaías 53 previu a provisão de Deus para todopecado humano através do trabalho reconciliador do Messias.

"Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores,e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiamo rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso aigum. Verdadeiramenteele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas ííores levou sobresi; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foiferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossasiniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suaspisaduras fomos sarados" (Isaías 53.3-5).

Que provisão tremenda! Nosso Senhor Jesus Cristo tomou sobresi a penalidade dos nossos pecados. Ele nos resgatou da morte espi-ritual por meio da sua morte física, e através do seu sofrimento nóstivemos a cura e libertação no corpo e na alma.

Em outras palavras, a provisão da cruz foi mais do que um pre-sente para vida eterna. Vários segmentos de igreja têm ensinadoque o novo nascimento é o único benefício do sofrimento e morte

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de Jesus. Entretanto, o pecado não apenas trouxe a morte para oespírito humano, como também trouxe a fraqueza e enfermidadespara o corpo e alma.

BENEFÍCIOS DA CRUZ

Os benefícios da cruz são apropriados na forma pela qual Deusescreveu. A provisão total da cruz não veio automaticamente comuma experiência de um novo nascimento. Se isso fosse verdade,nenhum cristão ficaria fisicamente doente, pois "e pelas suas feridasfostes sarados" (lPedro 2.24). Há formas apropriadas para a cura fí-sica. Às vezes há pré-requisitos estabelecidos antes de a cura chegar.Também toda vez que os demónios forem responsáveis pela doençado corpo ou personalidade humana, os demónios devem ser expul-sos. Pela fé em Jesus como filho de Deus e Salvador, ordenar aosdemónios que saiam em nome de Jesus, eles saem. E a fé ativa eobediente que força os demónios a saírem. A Palavra não nos ins-trui a acreditar que Deus expulsará os demónios, mas que nos foidada autoridade sobre eles.

Por que ordenar um demónio mais de uma vez?

"Ele expulsou os espíritos com uma palavra" (Mateus 8.16 NVI).Se Jesus expulsa demónios com uma única palavra de comando,por que não podemos sempre fazer o mesmo? Com um exame maisaprimorado percebemos nesta passagem que Jesus não expulsa osdemónios exatamente com uma única palavra. Isso é um erro co-mum: crer que Jesus nunca comandou um espírito maligno maisde uma vez. Entretanto, não existe um artigo no texto grego. Overso literalmente diz: "Ele expulsou os espíritos com palavra". Aconstrução grega coloca ênfase sobre a autoridade expressa pelapalavra falada.

Contrastando com o exorcismo judeu, onde usavam encanta-mentos, ervas e parafernálias ocultas. Jesus simplesmente falavaautoritariamente com os demónios e eles o obedeciam. No caso

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do gadareno, Jesus ordenou o demónio repetidamente. Em grego,o verbo "dizer" (Marcos 5.8) expressa acão contínua, a qual é tradu-zida pela Bíblia Ampliada: "Pois Jesus estava ordenando: 'Saia destehomem, espírito imundo"' (Marcos 5.8). Literalmente, Jesus estavaordenando repetidas vezes, "Saia deste homem! Saia deste homem!Saia deste homem!".

Os demónios são personagens. Como pessoas, alguns espíritosimundos são mais fortes em determinação do que outros, portanto,são mais devagar para responder às ordens dadas. Nossa batalhacontra os espíritos demoníacos é uma luta constante por meio depressão contínua sobre eles até que sejam derrotados. Ordenançasdadas repetidas vezes aos demónios mantêm uma pressão espiritualsobre eles até que se rendam.

Não podemos imaginar que comandar um demónio mais deuma vez é uma posição negativa para a nossa fé, mas sim, uma evi-dência de qualidade para a nossa fé. A verdadeira fé é persistente eativa, não presunçosa e passiva.

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MINISTRANDO PARA A MULTIDÃOMarcos 3.8-i 6

"E de Jerusalém, e da Idumeia, e de além do Jordão, e de perto de Tiroe de Sidom; uma grande multidão que, ouvindo quão grandes coisas fazia,vinha ter com ele. E ele disse aos seus discípulos que lhe tivessem semprepronto um barquinha junto dele, por causa da multidão, para que o nãooprimisse. Porque tinha curado a muitos, de tal maneira que todos quantostinham algum mal se arrojavam sobre ele, para lhe tocarem. E os espíritosimundos vendo-o, prostravam-se diante dele, e clamavam, dizendo: Tu éso Filho de Deus. E ele os ameaçava muito, para que não o manifestassem.E subiu ao monte, e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele. E no-meou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar, e para quetivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os demónios."

Quanto mais Jesus ministrava para as necessidades da pessoamais eles pressionavam. Ele encontrou um recurso de pegar um bar-co e ministrar longe das margens do Mar da Galileia para prevenirque as pessoas não o atropelassem. Eles o pressionavam apenas paratocá-lo. Os espíritos imundos reagiam em meio à multidão dianteda grande presença do Filho de Deus. Partindo desse pressuposto,aprendemos que:

1. Espíritos imundos prontamente reconhecem Jesus como oFilho de Deus enquanto a nação judia, como um todo, nãopuderam decidir ainda sobre a identidade dele. Os demóniostem uma vantagem que os homens não possuem, pois elessabiam que Ele não tinha pecados. Todos os esforços que fize-ram para que Jesus pecasse, faliram.

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2. Espíritos imundos são forçados a se curvar diante de Jesus.Vejam, eles "se curvam diante dele". O conhecimento dele eramais do que um reconhecimento: era uma rendição.17

3. Espíritos imundos podem ser impedidos de falar. Jesus orde-nou que não falassem sobre Ele. Mesmo quando os espíritosfalam a verdade, o testemunho deles não deve ser válido. E tãoimportante para o homem saber quem é Jesus a fim de acre-ditar nele, quanto o testemunho dos demónios não é válido.Jesus consistentemente se recusou a aceitar qualquer testemu-nho sobre ele mesmo trazido pelos demónios.

Os demónios também conhecem os servos ungidos de Deus. Elesresponderam para os filhos de Ceva: "Jesus, eu conheço, Paulo, eusei quem é; mas vocês quem são?" (Atos 19.15 NVI).

Exatamente como os espíritos malignos caem diante da autoridadede Jesus sobre eles, também tremem quando são confrontados pelosguerreiros cristãos que caminham com discernimento e fé.

De vez em quando relatórios chegam de outros ministérios delibertação dizendo que ouviram demónios falar que conhecem osHammonds. Um pastor disse: "Tenho falado com um demónio, eperguntei a ele sobre você. Gostaria de saber o que o demónio falousobre você?". Fiquei indignado! Sem hesitar já falei: "Não tenho inte-resse algum em saber o que os demónios pensam de mim; acima detudo estou interessado em saber o que o Senhor pensa de mim".

O bom senso aponta que devemos rejeitar totalmente o que osespíritos malignos têm para falar. Caso contrário correremos o riscode cair no laço do diabo de orgulho e de decepção. Como mencio-nado anteriormente.

Qualquer verdade dita por demónios é com a intenção de enga-nar e nunca traz efeitos benéficos.

4. Jesus escolhe os discípulos e os prepara para continuar o seuministério. Qual era o seu ministério? Jesus respondeu essa

17 Filipenses 2.9-11

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questão quando estava na sinagoga em Nazaré e leu sobre elemesmo no livro de Isaias:

"O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizaros pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liber-dade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade osoprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor." (Lucas 4.18, 19)

O trabalho de libertação hoje é dar continuidade ao ministériode Jesus. Portanto, libertação permanece fazendo parte da comissãoda igreja tanto quanto pregar, ensinar e curar.

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O MINISTÉRIO PARA AMULTIDÃO CONTINUA

Lucas 6. J 7-19

"E, descendo com eles, parou num lugar plano, e também um grande nú-

mero de seus discípulos, e grande multidão de povo de toda a Judeia, e de Jeru-

salém, e da costa marítima de Tiro e de Sidom; os quais tinham vindo para o

ouvir, e serem curados das suas enfermidades, Como também os atormentadosdos espíritos imundos; e eram curados. E toda a multidão procurava tocar-lhe,

porque saía dele virtude, e curava a todos" (Lucas 6.17-19).

Essa passagem parece um paralelo ao sermão da montanhaencontrado em Mateus 5.7. Somente Lucas relata o ministério decura e libertação para os seus discípulos e para um grande númerode pessoas vindas de diversos lugares. Os que foram libertos dosespíritos imundos falavam que estavam sendo perturbados (ator-mentados, fustigados ou incomodados) por eles. Esses sinónimosdescrevem exatamente os efeitos dos espíritos malignos na vida deuma pessoa. Por um lado, Jesus é o Príncipe da Paz e o seu domínioproduz paz nos seus discípulos; por outro lado, o diabo é o des-truidor da paz. A ausência de paz e a presença de tribulação é umindicativo de demónios.

A palavra grega ochieo traduzida como atormentado na versão Al-meida Corrigida e Revisada Fiel, também é encontrada na traduçãode Atos 5.16 na versão NVI.

"Afluíam também multidões das cidades próximas a Jerusalém,trazendo seus doentes e os que eram atormentados por espíritosimundos, e todos eram curados" (Atos 5.16).

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Depois da ascensão de Jesus, o ministério de libertação conti-nuou por meio do ministério dos apóstolos e se espalha por inter-médio dos novos discípulos. O ministério de libertação continuaaté hoje, e pela graça de Deus está sendo completamente restauradopara o corpo de Cristo.

Soteria, a palavra para salvação em grego significa libertação. Em-bora, o evangelho completo de salvação inclua não apenas as "boasnovas" de libertação da penalidade dos pecados, mas também as"boas novas" da libertação do poder dos espíritos imundos e doen-ças. O evangelho é "boas novas" de todas as bênçãos dadas por Deussobre o homem em Cristo através do Espírito Santo.

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ORAÇÃO E LIBERTAÇÃOMateus 6.13

"E não nos induzas à tentação; mas íivra-nos do maí".

Esse versículo familiar da oração do "Pai Nosso" nos ensina a orar dia-riamente por libertação. Precisamos da proteção contínua de Deus con-tra o diabo, especialmente, contra as tentações dele. Em Mateus 26.41Jesus alerta os seus discípulos "Vigiem e orem para que não caiam emtentação". Eles falharam em seguir o conselho sobre a fraqueza da carnee consequentemente não estavam preparados para o teste que viria. Porexemplo: Pedro negou O Senhor: todos eles seguiram-no à distância, elesficaram desencorajados, retornaram para vida de pescador e duvidaramquando ouviram a primeira notícia sobre a ressurreição de Jesus.

Jesus já havia alertado previamente que Satanás desejava tê-los e penei-rá-los como trigo. Satanás deseja peneirar-nos também.

Por meio da oração incessante nós permanecemos vigilantes. Portan-to, a falta de oração é fatal para a vida do cristão, pois isso permite queo diabo se mova.

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O TESTE DO VERDADEIRODISCIPULADO

Mateus 7.21-23 (Lucas 6.46)

"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, masaquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão na-quele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nomenão expulsamos demónios? e em teu nome não /icemos muitas maravilhas.'' Eentão lhes direi abertamente: Nunca ws conheci; apartai-vos de mim, ws quepraticais a iniquidade".

Este é um aviso muito sério expresso nesta dura linguagem. Nemtodos que falam sobre o céu irão para o céu! Esse alerta é endereçadoàqueles que dizem "Senhor, Senhor" e clamam por merecimento pelosmotivos de suas obras sobrenaturais (incluindo expulsar demónios). Nodia do julgamento Jesus falará para muitos desses "Nunca os conheci.Afastem-se de mim vocês. Que praticam o mal".

Duas importantes lições devem ser aprendidas do contexto de Mateus7.13-23. Primeira, o alerta é real! A aplicação do aviso é:

1. Para aqueles que não entraram pelo caminho para a vida eternaatravés da porta estreita e do portão apertado pelo arrependimentodos pecados e fé no Senhor Jesus Cristo (v.13, 14).

2. Para os falsos profetas os quais seus frutos não condizem com suasprofecias a respeito do Senhor Jesus (v. 15, 16).

3. Para aqueles que o chamam de "Senhor", mas falham em fazer osdesejos do Pai (v.21); e

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4. Para aqueles que clamam pelos trabalhos sobrenaturais feitos emnome de Jesus para adquirir a aceitação dele (v.22).

Todos esses trabalhadores da "iniquidade" citados acima são os queserão irreversivelmente rejeitados por Jesus Cristo "naquele dia" do julga-mento final, e o destino deles será "Toda a árvore que não dá bom frutocorta-se e lança-se no fogo" (Mateus 7.19).

Essa passagem reforça a doutrina da salvação pela graça por meio dafé e não por obras.18 A consideração principal para todo homem deveriaser a questão do seu destino eterno.

Além disso, mesmo os milagres realizados em nome de Jesus não sãorazão exclusiva para regozijo. Quando os setenta, recentemente nomea-dos discípulos, começaram a se regozijar sobre as vitórias de libertação,Jesus trouxe-lhes de volta à realidade através destas palavras:

"Mas, não ws alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrawos antespor estarem os wssos nomes escritos nos céus" (Lucas 10.20).

Alguns que são genuinamente salvos ficam sofrendo diante dos avi-sos de condenação feitos por Cristo. Eles vivem com medo da rejeiçãoderradeira. Em vez da fé deles em Jesus e anos de serviços fervorosos,eles tremem diante do pensamento do julgamento, e do sentimento daúltima condenação de Deus.

O que faz alguns cristãos sentirem tanto medo do julgamento final?Eles são perfeitos em amor. Eles certamente foram rejeitados, torturadosou atormentados por outras pessoas, por essa razão, permanecem incer-tos do amor - até mesmo do amor de Deus. Mas...

"E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor, equem está em amor está em Deus, e Deus nele. Nisto é perfeito o amor paraconosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somosnós também neste mundo" (IJoão 4.16, 17).

Algumas vezes uma raiz de culpa é responsável por esse tormento emrelação ao medo do julgamento de uma pessoa nascida de novo. Embora

18VejaEfésios2.8,9

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tenha pedido perdão a Deus, o diabo continua a acusá-lo e fazê-lo sen-tir-se não merecedor do perdão. Na verdade, ninguém é merecedor doperdão. O perdão é nosso por meio da graça de Deus. Enquanto o crentepermitir que o diabo o condene, sua paz será destruída e ele não sentirásegurança que Deus responderá às suas orações. Além disso, ele ficarána linha da batalha espiritual. Como ele poderá expulsar um demónioquando ele mesmo está consciente de seus pecados?

Como pode alguém ter certeza de que foi perdoado e que não estaráentre os rejeitados derradeiros? Simples! Receba de Deus as condições dearrependimento e caminhe com fé e obediência. Então acredite no queDeus disse:

"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar ospecados, e nos purificar de toda a injustiça" (IJoão 1.9).

Algumas pessoas que têm um vasto entendimento e apreciação peloministério de libertação têm distorcido as Escrituras pela afirmação deque todo aquele que expulsa demónios, especialmente dos cristãos, serácondenado no final. Tais críticos se enganam grosseiramente em suasconsiderações, de que todos os ministros de libertação são falsos e sãodesaprovados por Deus. Não somos intimidados com tais comentáriosabsurdos, pois conhecemos a comissão do nosso Deus para expulsardemónios. Deixe os críticos examinarem o fruto, pois "... pelo fruto seconhece a árvore" (Mateus 12.33b).

Esse tipo de ataque sobre os servos de Jesus é uma tática satânica paradesviar o ministro do seu trabalho diante da defesa do seu ministério. Osescribas e os fariseus ficavam frustrados em suas tentativas de atacar Jesuscom essas táticas. Jesus apontou brevemente os erros deles e se dirigiua ministrar para aqueles que o recebiam. Este é um método frutífero eseguro para os cristãos seguirem nos dias de hoje.

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O TESTEMUNHO DE MILAGRESLucas 7.21

"E, na mesma hora, curou muitos de enfermidades, e maies, e espíritosmaus, e deu vista a muitos cegos".

Nesse contexto João Batista foi questionado sobre o Messias. João estavapreso e enviou-os a Jesus, dizendo: "És tu aquele que havia de vir, ou esperamosoutro?" (Lucas 7.19). Jesus instruiu aos homens de João Batista que disses-sem a ele sobre as obras sobrenaturais que Ele estava fazendo. Jesus estavacumprindo tudo o que havia sido profetizado sobre o ministério dele.19

Jesus não censurou João Batista por questionar sobre a sua identida-de, pelo contrário, ele procedeu daquela forma para recompensar João,o maior tributo revelado. O Senhor sempre encontra questionadorescom perguntas sinceras, enquanto seus críticos indóceis recebiam o seu"pesar".

Todo ministro do evangelho está sujeito a questionamentos e críticassobre a sua doutrina e a eficácia do seu ministério. O homem de Deus,humildemente, deveria imaginar que ele está suscetível a erros também.Ê prudente que estejamos abertos para correção. Uma crítica pode serconstrutiva, pode livrar a pessoa do erro e da decepção. Posição defensivae sensibilidade pode conduzir a indisponibilidade de avaliar a crítica eaceitar correção.

Minha esposa e eu tínhamos muitas oportunidades para falar a respei-to da crítica. Quando o nosso livro, Pigs in the Paríor (Porcos na Sala) foi

19 Isaías 29.18-19; 35.5-6;61.11.

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publicado, continha um capítulo chamado "Prory Deliverance" (Libertaçãorepresentada). Um ministro da África do Sul nos advertiu que aquele ensi-namento estava errado e que ele não recomendaria o nosso livro por causadesse capitulo. Permaneci na defensiva e recusei sua critica. Mais tarde, oSenhor falou ao meu coração, e eu vi que o termo "frory" (representada)não convinha com o que realmente pretendíamos dizer. "Prory" (represen-tada) tem a ideia de que uma pessoa pode ser representada por outra. Issoera interpretado por algo parecido como se um representante pudesse con-vidar demónios que estavam habitando outra pessoa para dentro de si mes-mo e então receber a libertação para essa pessoa através desse processo.

Na edição subsequente de "Pigs in the Parior" (Porcos na Sala), o ca-pítulo "Prory Deliverance" foi mudado para "Intercessor? Prayer Warface"(Batalha de oração intercessora). Portanto, esta revisão abriu a porta paranovas objeções, e poucas pessoas nos censuraram pela troca do capítulo.Contudo, ficamos agradecidos pela crítica construtiva que nos ajudou acorrigir algo que não convinha com o que pretendíamos, e estava causan-do alguns equívocos. A maioria dos trabalhadores da área de libertaçãoconcorda que além de não ser bíblico é muito perigoso uma pessoaconvidar demónios para entrar nela mesma por qualquer razão que seja,mesmo que suas intenções sejam as melhores.

Se o servo de Deus sabe que ele está em Cristo, conhece o Seu cha-mado, sabe que está dentro dos desejos de Deus, sabe que está firme naPalavra e que produz bons frutos, então dúvidas e críticas não abalarãoa sua confiança.

Lembro-me de um incidente quando o meu ministério foi desafiado.No final do ensino, um jovem saltou no palco com a Bíblia aberta gri-tando comigo por eu ter ministrado libertação para crentes. Finalmentequando ele ficou um pouco mais calmo, eu o lembrei que Jesus comis-sionou aos crentes para expulsar demónios. Citei Marcos 16.17, no qualfala que aqueles que crerem em Jesus expulsarão demónios. Se ele nãoestava expulsando demónios dos cristãos, de quem que ele estava expul-sando então? Ele ficou sem respostas, por isso ele não estava expulsandodemónios de ninguém.

Quando uma crítica é infundada, o fruto do ministério de alguémé a resposta suficiente. Quando os fariseus acusaram Jesus de expulsardemónios pelo poder de Belzebu, Ele respondeu,

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"Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu frutomau; porque pelo fruto se conhece a árvore' (Mateus 12.33).

Apesar de que, até o fruto bom não satisfará aqueles que estão cegospelos seus próprios prejuízos. Até mesmo Jesus, o Mestre dos mestres,não satisfazia as mentes dos indóceis. Além disso, eles recusavam a reco-nhecer o "fruto bom" do ministério de Jesus.

Os fariseus e os escribas também acusaram João Batista de ter demó-nios porque ele veio sem comer nem beber. Esses mesmos indivíduosficaram por ali e acusaram Jesus de comilão e beberrão porque Ele veiocomendo e bebendo.20

As Escrituras dizem,

"Mas os fariseus e os doutores da lei rejeitaram o conselho de Deus..." (Lucas7.30).

Se João Batista e Jesus foram acusados falsamente e criticados, outrosservos de Deus podem esperar por melhor tratamento?

Os homens que estão cegos pelo orgulho do legalismo religioso, ou li-mitados pelo tradicionalismo religioso não podem discernir a verdadeiranatureza do Reino de Deus nem compartilhar corretamente a palavra daverdade. Tais críticos são rejeitados por Jesus. "Mas a sabedoria é compro-vada pelas obras que a acompanham" (Mateus 11.19b - NVI). Em outraspalavras, examine o fruto!

20 Mateus 11.18,19; Lucas 7.33, 34

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CURADOS DE DEMÓNIOSLucas 8. l -3

"E aconteceu, depois disto, que andava de cidade em cidade, e de al-deia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus; eos doze iam com ele. E algumas mulheres que haviam sido curadas de es-píritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qualsaíram sete demónios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes,e Suzana, e muitas outras que o serviam com seus bens".

CIDADES E VILAREJOS

Jesus não se restringiu apenas a grandes ministérios, mas foi demons-trando a sua compaixão tanto em cidades quanto em vilarejos. Ministrositinerantes terão oportunidade de seguir o exemplo de Jesus. Por queum ministro se prende a algumas pessoas quando ele pode ministrarpara milhares? Deve-se caminhar dirigido pelo Espírito Santo. Filipe, odiácono evangelista, foi um ministro bem sucedido em Samaria quandoo Espírito falou para ele sair dali e ir até uma região no deserto e mi-nistrar para um único homem, o etíope eunuco. Quem conhecia qualinfluência espiritual aquele servo da rainha levaria ao seu próprio país?Não devemos supor que Deus nos daria limites para ministrar apenas agrandes cidades ou grandes congregações.

O EVANGELHO COMPLETO

Mais uma vez vemos que o evangelho do reino inclui cura e liberta-ção. Isto é o que alguns chamam de "o evangelho completo". Qualquer

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evangelho que não inclua todos os benefícios da cruz deve ser considera-do como um evangelho parcial.

TREINANDO OUTROS

Jesus tinha doze com ele, por isso estava treinando esses homens alevarem adiante o Seu ministério após a sua partida. Não importa quan-tos ministros existem entre nós, o Senhor nós dará outros para seremtreinados, propagadores e herdeiros daquele ministério.

"E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis,que sejam idóneos para também ensinarem os outros" (2Timóteo 2.2).

CURANDO A PERSONALIDADE

A palavra "cura" não está limitada à cura física, mas é aplicada noNovo Testamento à cura do espírito e da alma humana (personalidade).Em Lucas 8.1-3, algumas mulheres receberam cura dobrada. Podemosseguramente supor que cada uma delas já tinha recebido a cura de seusespíritos, o qual resultou na salvação para vida eterna. As pessoas podemexperimentar um novo nascimento espiritual e ainda precisarem de curaem seus corpos e personalidades. Todo tipo de cura não vem em umúnico pacote.

Aquelas mulheres, especificamente, foram curadas de "espíritos malig-nos e enfermidades". A cura dos espíritos malignos foi distinta da curadas enfermidades, pois isso foi uma cura de alguma outra coisa além deseus corpos. Outra consideração poderia ser a necessidade da cura daalma delas (Greco: psuche) ou delas mesmas. De si mesmo, ou personali-dade, é demonstrado através de pensamentos, emoções e desejos. Essassão as áreas mais comuns da escravidão demoníaca. Muitos cristãos sãoescravos de suas próprias personalidades, consequentemente, estão comsuas almas inseguras.21

21 2Pedro 2.24; Tiago 1.8

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Há quatro palavras diferentes para "cura" traduzidas no Novo Testamen-to Grego. A palavra utilizada neste contexto é therapeuo, derivada da palavrainglesa "thempy" (terapia). Essa palavra descreve a cura e atendimento neces-sário para trazer a pessoa de volta à sua totalidade. Descreve um processo decura interna da pessoa, a qual é submetida à terapia até ser completado otrabalho de reabilitação. Esta palavra precisamente se encaixa a verdade deque uma libertação pode levar um período de tempo antes que a libertaçãoesteja completa. Isso não é em relação à quantidade de tempo que seja ne-cessária para se expulsar demónios, mas o tempo que a pessoa leva para sedisciplinar e preencher a sua "casa" com as coisas de Deus.

O quadro que vemos da therapeuo dessas mulheres que elas conti-nuem a se submeter ao ministério de Jesus até estarem completamenteestabilizadas em suas personalidades e totalidade do corpo. Se elas ti-vessem ficado desencorajadas diante do fator tempo, elas nunca teriamconhecido a vitória.

SETE DEMÓNIOS

Maria Madalena foi liberta de "sete espíritos". Começamos a pensarporque o número de espíritos foi dado. Quase todos os ministros delibertação falariam que não é comum expulsar de uma pessoa grandenúmero ou centenas de demónios. O gadareno endemoninhado tinhauma "legião" de espíritos, isso seria mais de cinco mil! Então o que seriatão estranho que Maria Madalena estivesse com sete espíritos? A impres-são deixada é que ela estava completamente endemoninhada. Esta ex-plicação deve ser considerada teoricamente, Maria provavelmente tinhasete demónios dominantes que estavam liderando uma multidão de ou-tros espíritos. Cada espírito líder poderia facilmente estar representandosete personalidades demoníacas diferentes. Então no caso dela poderiaser uma dominação mais severa do que a mencionada.

LIVRE PARA SERVIR

Aqueles que são libertos ficam tão agradecidos que querem abençoar,de alguma forma, aquele que foi usado por Deus para o processo de sua

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libertação. Aquelas mulheres deram de si mesmas para contribuir comJesus e os doze. O coração delas estava repleto de amor. Você consegueimaginar um trabalho que envolva alimentar e lavar as roupas de trezehomens robustos?

Pessoas que estão continuamente preocupadas com seus própriosproblemas, não estão disponíveis para servir as outras. Uma das maioresbênçãos de quebrar barreiras dentro de si mesmo é a liberdade de serviraos outros. O Corpo de Cristo é para ser um organismo servidor; por issoos seus vários membros devem estar livres para realização do ministério.

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DOIS REINOS OPOSTOSMateus 12.22-37 (Marcos 3.22-30)

"Trouxeram-lhe, então, um endemoninhado cego e mudo; e, de talmodo o curou, que o cego e mudo falava e via. E toda a multidão seadmirava e dizia: Não é este o Filho de Davi?

Mas os fariseus, ouvindo isso, diziam: Este não expulsa os demóniossenão por Belzebu, príncipe dos demónios.

Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo oreino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa,dividida contra si mesma não subsistirá.

E, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; comosubsistirá, pois, o seu reino?

E, se eu expulso os demónios por Belzebu, por quem os expulsamentão vossos filhos? Portanto, eles mesmos serão os vossos juizes.

Mas, se eu expulso os demónios pelo Espírito de Deus, logo é chegadoa vós o reino de Deus.

Ou, como pode alguém entrar em casa do homem valente, e furtaros seus bens, se primeiro não maniatar o valente, saqueando então a

Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espa-lha.

Portanto, eu vos digo: Todo o pecado e blasfémia se perdoará aos ho-mens; mas a blasfémia contra o Espírito não será perdoada aos homens.

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E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe seráperdoado, nem neste século nem no futuro.

Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seufruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.

Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Poisdo que há em abundância no coração, disso fala a boca.

O homem bom tira boas coisas do bom tesouro do seu coração, e ohomem mau do mau tesouro tira coisas más.

Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disseremhão de dar conta no dia do juízo.

Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras seráscondenado."

Um homem endemoninhado foi trazido para Jesus. Existem aquelesque desconhecem a libertação provida por Jesus, e alguns são incapa-citados de virem por iniciativa própria, e necessitam ser trazidos até oSenhor por aqueles que conhecem o amor e o poder de Jesus em curare libertar.

A NATUREZA DO REINO DE SATANÁS

O reino de Satanás é mau, e aqueles que são capturados por ele sãocolocados em cativeiro. Esta cegueira do homem e o silêncio são devidoaos laços demoníacos. Não estamos falando o que deu aos espíritosmalignos o direito legal sobre a vida dele, isso pode ter sido alguma mal-dição passada através das transgressões de seus ancestrais, ou por causade algum pecado em sua própria vida. A igreja mais uma vez está come-çando a reconhecer que a escravidão física algumas vezes esta atribuída àsobras do maligno. E importante que a causa da enfermidade do homemseja diagnosticada cuidadosamente; pois, se o problema for espiritual edemoníaco, nunca será curado por meios naturais.

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A NATUREZA DO REINO DE DEUS

O poder e o benefício do Reino de Deus estão refletidos na curado homem. Tão logo Jesus entrou em cena, as correntes da enfermi-dade foram quebradas, e os aflitos ficaram livres para enxergar e falar.Então, os dois reinos são opostos: um leva o homem ao cativeiro, e ooutro o liberta.

REAÇÕES DA LIBERTAÇÃO

Sempre que uma libertação é feita em lugar público, existe uma va-riedade de reacões. Alguns ficam cheios de medo e outros admirados;alguns acreditam outros não; alguns dão glória a Deus outros zombam.Aqui podemos perceber um típico contraste de reacões. Alguns reconhe-cem Jesus como o Filho de Davi, o Messias, e outros acusam Jesus defazer a obra sob o poder de Belzebu, o príncipe dos diabos.

E um problema muito sério quando líderes religiosos estão insensíveisao chamado do Espírito Santo para libertação. Eles não apenas se colocamfora do benefício da libertação, como também influenciam muitos outrosa rejeitar o precioso benefício da cruz. Há vários segmentos de igrejas hoje,de todo tipo de denominação, que estão se colocando fora das bênçãos delibertação por causa do preconceito doutrinário de seus líderes.

FALTA DE CONHECIMENTO

Na passagem de Mateus 12, Jesus demonstrou o quanto aqueleshomens estavam sendo ignorantes em atribuir a libertação ao trabalhode Belzebu. Se a libertação era libertar-se do diabo, então eles estariamse opondo a si mesmos. Se um reino ou uma casa está dividida contrasi mesma, não permanecerá firme, se autodestruirá. Satanás não está aserviço de expulsar demónios! Ele não está dividido. Um fato observadomais e mais no trabalho de libertação é a firmeza dos espíritos em apoiarum ao outro. Existe uma unidade entre eles, que faz envergonhar todo ocorpo de Cristo. Embora a unidade deles não seja baseada em amor, masem respeito à autoridade e a propensão deles para o mal.

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Certamente, Satanás pode e faz simulação de libertação quandoisso convém aos seus propósitos. Existem situações nas quais supostas"curas" são feitas por meio de forcas ocultas, a "mesa branca". O queaparenta ser um desabamento da casa de Satanás pelas suas própriasmãos é na verdade uma decepção pela qual ele está aumentando a casadele. Por exemplo, uma pessoa pode sentir-se aliviada de uma dor decabeça e acabar com um câncer, por meio de simulações demoníacasocorre uma troca de um cativeiro menor por um maior. A existência desimulação prova a existência da realidade. Satanás não poderia simularuma libertação se ela não existisse.

A LIBERTAÇÃO É O REINO DE DEUS EM AÇÃO

Sempre que um demónio é expulso, o reino de Deus está operante."Mas, se eu expulso os demónios pelo Espírito de Deus, logo é chegadoa vós o reino de Deus" (Mateus 12.28). O reino de Deus é superior aoreino satânico. Satanás é chamado "o deus deste mundo" (2Coríntios4.4), isto significa que o mundo está sob o domínio de Satanás com aexcecão de certas pessoas e áreas as quais são protegidas pelo exército deDeus. O reino de Deus está estabelecido na Terra para destruir o reinode Satanás.

A cura de um homem cego e mudo pelo poder do reino de Deussobre o reino do diabo.

Essa vitória é alcançada todas as vezes que os demónios são expulsos.Não é uma questão de derrotar demónios específicos, mas confrontartodo o reino demoníaco. Cada demónio lida com conexões diretas edefinitivas com o reino que ele representa. Existe uma hierarquia de espí-ritos, as Escrituras chamam de "principados" e " potestades... nas regiõescelestiais" (Efésios 6.12). Nossa batalha é nos lugares celestiais, no reinoinvisível de atividades demoníacas. Se nós pudéssemos ver os cativos se-rem livres, nós poderíamos aprender onde batalhar e como.

Jesus declarou que é pelo "Espírito de Deus" que Ele expulsa demó-nios, não por Belzebu. Uma expressão levemente diferente está expressaem Lucas 11.20: "Mas é pelo dedo de Deus que eu expulso demónios".Então, "dedo de Deus" significa o mesmo que "Espírito de Deus". Ob-

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viamente Jesus utilizou a expressão de Êxodo 8.19 onde Moisés e Arãoconfrontam o Faraó e seus magos. Quando os magos foram incapazesde acompanhar os poderes de Deus por meio de Moisés e Arão, elesconfessaram a inferioridade de suas habilidades admitindo, "Isso é odedo de Deus".

O resultado inevitável da operação do poder de Deus na vida do cren-te é a derrota do reino da escuridão. A batalha pode ser longa enquantolutamos contra principados e potestades, mas o resultado final será avitória pelo "dedo de Deus".

PRIMEIRO AMARRE O HOMEM FORTE

Jesus revelou como Ele foi capaz de fazer o homem cego e mudotornar-se livre. Ao fazer isso ele revelou um princípio espiritual impor-tante para nós: "primeiro amarre o homem forte", e então roube acasa dele.22

Sempre que Satanás está na ativa, ele utiliza um representante demo-níaco encarregado. Este encarregado da operação é chamado "homemforte". O homem forte é o espírito líder sobre um sistema de espíritos.Existem homens fortes designados sobre pessoas, famílias, igrejas e áreasgeopolíticas de cidades a nações. Jesus deu poder à Sua igreja para amar-rar o homem forte e roubar a casa dele. Isso significa que os cativos dodiabo são libertos, seu controle é quebrado, sua autoridade é cancelada eseu governo é destituído por Deus.

NÃO HÁ LUGAR PARA A NEUTRALIDADE

Não há meio-termo no chamado para batalha espiritual. Jesus escla-receu esta verdade com estas palavras: "Aquele que não está comigo, estácontra mim" (Mateus 12.30). Aqueles que não estão envolvidos na bata-lha espiritual e de libertação tornam-se, por omissão, aliados de Satanás.Aqueles que são contra a libertação, que dizem que um cristão não pode

22 Mateus 12.29.

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ter um demónio, que negam a existência de demónios, estão enganadospelo diabo e usados por ele para levar outros para o cativeiro. Algumasigrejas e denominações íntegras estão nesta triste condição. Devemosorar para que seus olhos sejam abertos a fim de que possam ministrarlibertação sobre os responsáveis. Eles estão cegos para o fato de que estãoservindo a Satanás.

BLASFEMAR CONTRA O ESPIRITO SANTO

Atribuir o trabalho do Espírito Santo a Satanás é um sério problema.Jesus disse que esse pecado nunca seria perdoado nem neste mundonem no que está por vir. Ele chamou este pecado de "blasfémia contrao Espírito". Os fariseus estavam rejeitando as diversas provas do Espíritoque foram realizadas para trazê-los à fé.

"Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis. Mas, se as faço, enão credes em mim, crede nas obras; para que conheçais e acrediteis queo Pai está em mim e eu nele" Qoão 10.37, 38).

Jesus declarou que a árvore é conhecida pelo seu fruto. Uma árvoremá não pode dar bom fruto, e uma árvore boa não pode dar mau fruto.Eles não poderiam chamá-Lo Mau, porque Seu fruto era bom. A cura deum homem cego e mudo era um bom fruto. Bom fruto vem dos minis-térios de libertação: este é um bom fruto.

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ENCHENDO A CASAMateus 12.43-45

E, quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos,buscando repouso, e não o encontra. Então diz: Voltarei para a minha casa, deonde sai. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada. Então vai, e levaconsigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e são osúitimos atos desse homem piores do que os primeiros. Assim acontecerá tambéma esta geração má.

Esse ensinamento é destinado aos escribas e fariseus que confronta-ram Jesus, acusando que ele estava expulsando demónios pelo poderde Belzebu, o príncipe dos demónios. No capítulo anterior (Mateus12.22-42), Jesus começou sua resposta a essas críticas. Vamos recordarbrevemente o que Jesus respondeu:

1. Um reino dividido contra si mesmo não pode permanecer firme.Satanás não está expulsando demónios.

2. Jesus ministra pelo Espírito de Deus, e, sempre que os demóniossão expulsos, é uma evidência de que o reino de Deus está mani-festado. O reino de Deus tem poder e autoridade sobre o reino deSatanás.

3. Aqueles que não estão aliados a Jesus na libertação, estão contraele, o que significa que na verdade eles estão do lado de Satanás.

4. Creditar ao diabo o trabalho do Espírito Santo de libertação éblasfemar contra o Espírito Santo.

5. Porque eles pedem um sinal, o sinal do profeta Jonas será dado a eles:

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o sinal do sepultamento e da ressurreição de Cristo. Ao menos queeles acreditem neste sinal e arrependam-se, eles serão condenados.

Jesus conclui sua admoestação em relação a critica com uma verdadebásica de libertação que eles entenderam muito bem:

Quando um demónio é expulso de um homem, coisas positivas de-vem ser trazidas para ocupar o lugar da forca negativa que foi removida.Caso contrário, a pessoa terminará em uma condição pior do que a queestava antes de sua libertação.

Os fanáticos religiosos que desafiaram Jesus acreditavam em tirarmuitas coisas de suas vidas. A doutrina deles era basicamente negativa elegalista - não faca isso, não faça aquilo. Jesus confronta-os com a neces-sidade de uma fé positiva e prática. A eliminação de coisas más de umavida deve ser seguida pelo reposicionamento da pessoa, fruto e poder doEspírito Santo, caso contrário um vazio espiritual perigoso é deixado.

Eles estavam diante da reivindicação de Cristo como o Messias deles.Ele deve preencher a vida deles agora. Seu aviso concluindo foi: se elesnão preencherem a si mesmos com Aquele que cumpriu o sinal de Jonas,eles serão como o homem liberto de demónios que não preencheu a simesmo com Deus; "e o estado final daquele homem torna-se pior do queo primeiro" (Mateus 12.45).

"Assim acontecerá a esta geração perversa" (Mateus 12.45). Toda ageração dos israelitas permaneceu em um extremo perigo espiritual. Amenos que aceitassem Jesus como Senhor e Salvador, eles terminariamcomo um liberto de demónios que não preencheram sua "casa". Estesreligiosos acusadores e descrentes foram destinados a um julgamentoirreversível devido à teimosia descrente deles. "Mas quem falar contra oEspírito Santo não será perdoado, nem nesta era nem na que há de vir"(Mateus 12.32). Este é um alerta rigoroso para todos aqueles, como osescribas e fariseus, que se negam a pedir perdão pelos seus erros e conti-nuam a resistir ao testemunho do Espírito Santo.

E quanto aquele homem cego e mudo que foi gloriosamente libertoe curado? E quanto à multidão de pessoas que foram libertas de cadeiasdemoníacas através do ministério de Jesus Cristo? Eles, também, devemaceitar o sinal do profeta Jonas: a morte, o sepultamento e a ressurreiçãodo Filho de Deus. Eis a última libertação. Ao menos que eles preencham

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a si mesmos com fé em Jesus, o futuro deles será pior do que antes. Osdemónios que foram expulsos voltarão com forca maior.

MORANDO SOBRE AS SERPENTES

Quando a nossa família se mudou para as montanhas do Colorado,uma das coisas que eu mais esperava era adentrar através da floresta eescalar sobre as pedras. Mas eu ficava esperto com as cobras. No lugarem que morávamos no Texas, por duas vezes tinha escapado por muitopouco de uma mordida de cobra enquanto explorava aquele país aciden-tado. Nossa! Quantos répteis venenosos habitam nesses arredores?

Um nativo do Colorado riu do meu medo. Ele disse, "Irmão Frank,não existem cobras venenosas nestas montanhas. Você está a dez milpés de altura, você mora sobre as cobras. As cobras não vêem até estaaltitude".

Então, eu moro sobre as cobras! Essa é uma metáfora espiritualpoderosa. Nas Escrituras, os demónios são comparados com serpentese escorpiões." Se alguém está sendo atacado por serpentes espirituais(demónios) ele precisa escalar para uma altura segura mais espiritual.

Assim, depois que uma pessoa tenha passado por libertação, ela deveter o propósito de escalar para uma elevação espiritual onde os demóniosnão possam alcançá-la.

Quais são os passos para esta elevação mais alta?

1. ARREPENDIMENTO EM ALERTA. Quando Deus percebeu omau no coração de Caim, Ele alertou Caim com estas palavras:

"Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecadoo ameaça a porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo." (Génesis4.7 NVI)

O diabo, como uma fera furiosa, ameaçou a porta de Caim, pronto

23 Lucas 10.19.

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para devorá-lo. Deus estava chamando Caim para o arrependimento. Oarrependimento fecharia a porta para o inimigo. Por meio do arrepen-dimento ele predominaria sobre a presença do diabo que esperava poruma oportunidade para atacar.

E exatamente isso que as Escrituras alertam cada um de nós,

"hai-vos, e não pequeis', não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugarao diabo". (Efésios 4.26, 27)

Quando negligenciamos o arrependimento de nossa ira (ou qual-quer pecado) antes de o sol se pôr, é dada uma oportunidade para odiabo atacar.

Não há vantagem de um arrependimento tardio - exceto a vantagemdada ao diabo para deslizar nela. Se alguém pairar sobre uma injustiçasofrida, estará chocando uma víbora. Através do arrependimento escala-rá para um nível onde as serpentes não o alcançarão.

2. CAMINHAR EM AMOR. O amor deve direcionar e motivar asua vida.

O amor (de Deus em nós) "Não maltrata, não procura seus interesses,não se ira facilmente, não guarda rancor" (ICoríntios 13.5 NV1).

Muitas pessoas se preocupam mais com as coisas erradas que alguémfez a elas do que o que elas fizeram a outras pessoas. O cisco no olho dooutro é maior do que a viga que está em seu próprio olho.

Para cada abuso há um abusador. Geralmente quem tem sofrido aofensa é quem vem ao conselheiro, não o autor da ofensa. Muitos che-gam dizendo: "Eu fui molestado", mas raramente alguém confessa, "Eusou o molestador". Tanto o amor que honra o outro e o amor que per-doa o irmão transgressor deve prevalecer na vida daqueles que esperamtriunfar sobre o diabo.

O perdão é uma das principais formas na qual o amor é demonstra-do. Deus nos dá o exemplo e padrão de amor nos perdoando pelo Seuamor.

Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós,sendo nós ainda pecadores. (Romanos 5.8)

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O amor de Deus destrói o último objetivo de Satanás. O mesmoamor perdoador de nossa parte também nos manterá fora do alcancedo diabo.

3. UMA VIDA DISCIPLINADA. Mais e mais descobrimos que vidasindisciplinadas dão acesso para a invasão demoníaca. Por isso, sealguém espera fechar a porta para demónios e viver sobre a presada Velha Serpente, deve disciplinar diretamente todas as áreas dasua vida. Uma vida com pensamentos indisciplinados pode ser asementeira para uma infestação demoníaca. Quando um homemé nascido de novo, sua mente não é instantaneamente renovada.Paulo exorta os cristãos em Roma,

"Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-sepela renovação da sua mente..." (Romanos 12.2 NVI)

A renovação da mente vem por meio da programação da mentepela Palavra de Deus. Ter "este pensamento em vocês, igual ao queera em Jesus Cristo" é um processo de disciplina diário.

Muitos cristãos vivem derrotados, tristes, depressivos e desen-corajados, simplesmente porque suas mentes estão repletas comlixo alimentado pelo diabo. Uma das maiores descobertas que umcristão pode fazer é que ele tem poder sobre os seus pensamentos.Ele pode escolher o que pensar e o que não pensar. Qual é o foco deuma vida com propósito?

"Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre,tudo o que for carreto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo oque for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensemnessas coisas". (Filipenses 4.8 NVI)

Os versículos acima descrevem a escolha de pensamentos edifi-cantes e religiosos. Se os pensamentos que preenchem uma mentelevam para o caminho do medo, depressão, sujeira, descrenças e coi-sas contrárias a Palavra de Deus, então se deve ativar o desejo e virara "chave da mente" para a posição "rejeitar". Uma mente em paz éconseguida em apenas poucos dias de autodisciplina. A escolha dospensamentos é nossa!

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A BATALHA NA MENTE É UMA ESTRATÉGIA DE GUERRA.

A menos que a batalha na mente esteja ganha, os pensamentos comos problemas da vida se infiltrarão com as emoções e vontades. Porexemplo, um pensamento desenfreado de ressentimento pode levarrapidamente ao sentimento de amargura e retaliação. Através da faltade disciplina da mente, Satanás fica livre para construir uma fortalezaem nossa mente a qual só pode ser destruída pelo uso das "... armas danossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição dasfortalezas" (ZCoríntios 10.4).

Em segundo lugar, as emoções também exigem disciplina. A maioriade nós pode facilmente se identificar com o salmista, em como ele noscompara a uma montanha-russa de emoções, das alturas, "Batei palmas,todos os povos; aclamai a Deus com voz de triunfo" (Salmos 47.1) às profun-dezas "Pois a nossa alma está abatida até ao pó; o nosso ventre se apega à terra".(Salmos 44.25)

O salmista sabia que o excesso emocional não estava em Deus, porqueisso impedia seu louvor e dedicação a Deus. Portanto, ele lidou dura-mente com sua alma:

Por que você está assim tão triste, ó minha aima.? Por que está assim tão per-turbada dentro de mim? Ponfia a sua esperança em Deus! Pois ainda o íotwarei;ele é o meu Salvador e o meu Deus. (Salmos 43.5 NVI)

As emoções disciplinadas são emoções sadias: são canais pelos quaispodemos expressar nosso louvor, adoração, amor e alegria.

Emoções indisciplinadas são canais preenchidos com a escuridão dainveja, ódio, fúria, medo, desesperança, autopiedade e depressão.

Em terceiro lugar, o desejo do homem deve ser disciplinado. De umlado do espectro a passividade e a amabilidade, enquanto na outra extre-midade encontram-se o rebelado e obstinado. A rebelião é um declive,uma descida direto para a toca da cobra. A passividade cria um caminhoescorregadio à espera dos braços do diabo.

Mas, o desejo do homem que está submisso ao desejo de Deus desco-bre uma comunhão com Deus e a vitória sobre o adversário.

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"Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá devocês" Tiago 4.7- NVI

A quarta prioridade de uma vida disciplinada é o controle da língua.

Toda palavra falada vai além do ministério.

Nossas palavras tanto podem destruir quanto edificar. Verdadeira-mente, "A morte e a vida estão no poder da língua" (Provérbios 18.21).

"...Vejam como um grande bosque é incendiado por uma simples fagulha. As-sim tambe'm, a língua é um fogo; é um mundo de iniquidade. Colocada entre osmembros do nosso corpo, contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o cttrsode sua vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno". (Tiago 3.5b-6 NVI)

Quando a língua está inclinada ao fogo do inferno ela cospe palavrasdestrutivas que servem para os propósitos do diabo. A lingua indiscipli-nada mantém uma pessoa cercada de serpentes!

A quinta área da batalha disciplinar é com os desejos da carne. A co-biça descontrolada por comida, bebida e sexo tem levado muitas pessoaspara a ruína. Paulo percebeu que os seus anos de serviço fiel a Deus nãoera garantia de uma vitória contínua. Ele diariamente se guardava contrao vergonhoso fracasso:

"Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escraw, para que, depois deter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprowdo" (ICoríntios9.27 NVI).

A mais alta motivação para controlar os apetites da carne e glorificara Deus no corpo é a confissão diária que o corpo é o templo do EspíritoSanto o qual habita nele.24

4. ENCARAR AS PROVAÇÕES DE ACORDO COM AS ESCRI-TURAS. Ninguém está imune às provações e testes. E uma ilusãotransparente achar que nesta vida virá um dia de completa utopia.

24 ICoríntios 6.19, 20.

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"Neste mundo vocês terão aflições..." (João 16.33 NV1). O proble-ma intensifica quando as reações diante da pressão são erradas.

O demónio encontra uma porta para entrar quando as provaçõesda vida não estão adequadamente resolvidas.

Os primeiros oito versículos do livro de Tiago são preciosos. Elesnos dão a fórmula de Deus para lidarmos com as provações. Primeiro,nós somos privilegiados "Considerem motivo de grande alegria o fatode passarem por diversas provações" (Tiago 1.2 NVI). Além do mais,Jesus ensinou para os seus discípulos se "regozijarem" (tradução literal:exuberantemente alegres, saltos de alegria) quando os perseguiram, osinsultaram e o acusaram falsamente.25 Somos forçados a confessar quetais reações de imensa alegria diante das dificuldades são realmente raras.E alguma maravilha que o diabo tenha qualquer tipo de vantagem emtempos de adversidade?

Segunda necessidade para a vitória em tempos de provação é "aperseverança deve ter ação completa" (v.4). Algumas provações não vãoembora durante a noite, elas duram dias, semanas, meses e anos. Perse-verança na fé é a marca da maturidade. Nós demonstramos imaturidadeespiritual se, sob pressão, perdemos nossa paciência, acusamos Deus edebatemos com os outros.

Terceira necessidade: orar por sabedoria. O que Deus está dizendo nomeio da provação? Ele é o bom Pai do céu que "dá (sabedoria) a todoslivremente, de boa vontade..." (v.5). Não devemos deixar de pedir, nemde ouvir a resposta Dele.

A quarta necessidade diante da provação é permanecer firme na fé- "com fé, sem duvidar" (v.6). Quem é indeciso não pode esperar coisaalguma do Senhor.

A fé é a chave para receber de Deus. A salvação vem pela fé, osdons do Espírito operam pela fé, cura é recebida pela fé, o confortode Deus é encontrado por meio da fé e a ajuda em tempo de angústiavem através da fé.

26 Mateus 5.11,12.

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Mente dividida é uma maldição. Ela mantém os filhos de Deus dis-tantes de suas orações e causa instabilidade e desconfiança. O homemcom mente dividida não apenas desgasta-se a si mesmo, mas a todos quese relacionam com ele. Para esse tipo de homem não há vitória na horada tribulação.

5. Mantenha a sua família no mandamento divino. Deus tem umplano especial para proteger as famílias das ciladas de Satanás. Éum projeto Dele para o governante da família e está resumido emEfésios 5.22; 6.4:

(1) O marido é a cabeça abaixo de Cristo;

(2) A esposa está submissa ao seu marido como a Cristo;

(3) Filhos obedeçam e respeitem seus pais no Senhor.26

Famílias que entendem e aceitam as ordenanças de Deus vivem aci-ma da forca da "antiga serpente que é o Diabo" (Apocalipse 20.2).

Famílias dentro da ordenança divina vivem com retidão, paz e alegria.Em constraste com aqueles que rejeitam e negligenciam a ordenança deDeus para as famílias, invariavelmente tornam-se atormentados, assedia-dos e destruídos pelo inimigo.

6. Seja um praticante da Palavra.

A linha base para viver acima da linha da cobra é fazer o que Deusnos manda fazer.

Ser ouvinte apenas e não praticante, engana-se a si mesmo.27 Aqueleque acha que pode conseguir algo sem obedecer a Deus é um tolo!

No sermão da montanha, Jesus concluiu a sua palavra com a parábolade dois construtores. Um constrói sua casa sobre a rocha e o outro cons-

26 Veja Kingdom Living for the Family - Frank e Ida Mae Hammond27 Tiago 1.22.

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trói sobre a areia. O tempo de teste é o mesmo. A chuva cai, transbordamos rios, os ventos sopram. Essas forças da natureza simbolizam a pressãoe os testes que aparecem de todas as direções. A casa construída na rocharesiste à vibração, mas aquela construída sobre a areia desmorona.

"Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, as-semelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha"(Mateus 7.24).

O que é a rocha? A "rocha" é ouvir e praticar a Palavra de Deus! Umavida construída sobre qualquer coisa além da obediência à Palavra deDeus está construída sobre areia. Mas, Jesus não é a rocha? Certamente!Jesus e Sua Palavra são inseparáveis.

O diabo está rondando para destruir todas as vidas possíveis. Se elepuder seduzir o homem para desrespeitar e desobedecer a Palavra deDeus, ele poderá destruir esta vida.

Existe um lugar no Espírito de Deus onde podemos morar com segu-rança. Nenhum destruidor pode nos tocar no caminho de Deus.

"E ali haverá uma estrada, um caminho, aue se chamará o 'Caminho dosSantos'; ... Ali não haverá leão, nem animal feroz subirá a ele, nem se acharánele; porém só os remidos andarão por ele' (Isaías 35.8-9 - ênfase do autor).

PARA ONDE OS DEMÓNIOS VÃO QUANDO SÃO EXPULSOS?

Quando os demónios são expulsos, eles deveriam falar para ondevão? Nós temos autoridade para mandá-los para o abismo, para umpaís distante ou qualquer outro lugar? Os demónios apenas ficamrondando na área onde são expulsos, a menos que sejam ordenadospara ir a certo destino?

Há várias passagens que podemos considerar para responder essasquestões. Primeiramente deve ser observado que os espíritos malignostêm muito medo da sua derradeira punição que será quando Satanás etodos os seus comandados serão lançados no lago de fogo. (Veja Apoca-lipse 20.10; 21.8).

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Isso é o que alguns demónios pensaram que iria acontecer com elesquando Jesus os confrontou. Eles gritaram, "O que queres conosco, Jesusde Nazaré? Vieste para nos destruir?" (Marcos 1.24 NVI). Em outro lugar,o espírito que se identificou como "legião" gritou em alta voz, "Viestesaqui para nos atormentar antes do devido tempo?" (Mateus 8.29 NVI).Há destino certo esperando pelos demónios, e o tempo tem sido deter-minado por Deus. Não pode ser imposto prematuramente.

A "Legião" também "implorava a Jesus, com insistência, que não osmandasse sair daquela região" (Marcos 5.10 NVI). Isso sugere que é possí-vel mandar os espíritos malignos para outro local. Não há precedente nasEscrituras para esse feito, e, se isso é feito ou não em algumas situações,baseia-se na liderança do Espírito Santo. Para um demónio ser mandadopara outro território necessitaria que estivesse sob a autoridade de umdemónio diferente de principados e autoridade. Por alguma razão inexpli-cável os espíritos tem certa relutância para mudar de seus territórios.

Finalmente, "Os demónios imploraram a Jesus: 'manda-nos para os porcos,para que entremos neles'. Ele lhes deu permissão, e os espíritos imundos saírame entraram nos porcos" (Marcos 5.12-13 NVI).

Novamente, nenhuma explicação é dada pela razão de Jesus dar estapermissão. O incidente revela que:

1. Jesus considerou que a felicidade do homem está acima dos animais.

2. Os espíritos malignos podem e fazem morada em animais.

3. Se um demónio não pode habitar em uma pessoa ele prefere ficarem algum animal a ser expulso da área;

4. O objetivo do espírito invasor é a destruição.

5. Os espíritos expulsos das pessoas podem ter permissão para entrarnos animais.

Para nós parece imprudente utilizar esse procedimento como práticarotineira, sendo que Jesus não utilizou esse método de enviar demóniospara os corpos dos animais em nenhuma outra libertação registrada.Estamos frequentemente propensos a fixar-nos em métodos em vez deaprender a seguir a voz do Espírito Santo. O que Ele nos fala para fazer?

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Onde existe uma clara instrução na Palavra de Deus é o que é óbvioque devemos fazer. O Espírito Santo nunca falará para alguém fazeralgo que seja contrário a Palavra de Deus. Às vezes, quando algumasalternativas estão disponíveis, devemos receber nossa direção específicado Espírito Santo.

Não existe nenhum caso em que Jesus permitiu a um espírito retornarpara uma pessoa sendo que já tinha sido expulso.

"Espírito mudo e surdo, eu ordeno que o deixe e nunca mais entrenele." (Marcos 9.25 NVI).

Este é um caso de uma criança endemoninhada a qual o pai era res-ponsável pela proteção espiritual da criança. Como o pai não deu umaclara declaração de fé, Jesus, soberanamente proveu a proteção da crian-ça libertando-a de um espírito destrutivo e atormentador proibindo-o deretornar nela.

Se tivesse em mente que em toda a situação os demónios são proibi-dos de voltar, então Jesus não teria ensinado que eles poderiam voltare, realmente tentariam fazê-lo. Manter a libertação não está baseado emmandar demónios para um país distante!

A proteção contra a volta de demónios está em manter-se preenchidocom as coisas de Deus.

Jesus disse que quando um demónio vai embora de um homem, va-gueia em lugares áridos. Não é ficar andando; mas, se ele não encontraralívio em lugar algum, ele voltará para inspecionar o lugar de onde foiexpulso. Se a "casa" (vida da pessoa) estiver vazia, o demónio entrará epode trazer outros espíritos com ele - até mesmo alguns mais perversosdo que ele mesmo!

Há muito mais coisas envolvidas em manter-se livre do que mandaros demónios embora. Uma vez que os demónios saem, a pessoa deve en-cher-se com o que é oposto daquilo de que ela foi liberta. Outras pessoaspodem encorajar e ajudar esta que foi liberta a permanecer livre, mas setorna uma responsabilidade pessoal de cada indivíduo preencher a suaprópria casa.

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OS DEMÓNIOS PODEM, POR SUA PRÓPRIA VONTADE,SAIR DE UMA PESSOA?

"E, quando o espirito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos,buscando repouso, e não o encontra. Então diz: Voltarei para a minha casa, de ondesaí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada". (Mateus 12.43, 44).

A expressão "quando o espírito imundo tem saído" em Mateus 12.43,tem sido interpretada por alguns com o significado de que os demóniosdeixam a pessoa por sua própria vontade. Isso é mera suposição. Ocontexto da passagem começa com Jesus forçando o demónio a sair porordenança. Joseph Henry Thayer, um reconhecido na autoridade da lín-gua grega, disse que a frase "tem saído" fala "daqueles que são banidos ouexpulsos (especialmente de demónios forçados a sair de um corpo queeles tinham tomado posse)28. Então, o espírito ter saído é um resultadode ter sido expulso; ele não saiu por sua própria vontade.

Observe também, que "sair" de um demónio pressupõe que ele estavadentro da pessoa. Algumas pessoas ficam desnecessariamente envergo-nhadas em admitir que espíritos malignos estavam dentro delas. Este éum resultado de uma terminologia evasiva. Por exemplo, ao invés de ad-mitir "demonização" uma pessoa pode dizer que ele estava "oprimido".

Libertação não é uma questão de remover demónios dos ombros; éexpulsá-los fora!

MINHA CASA

Quando os demónios falam por meio das pessoas durante o processode libertação, eles frequentemente se referem ao corpo da pessoa queeles invadiram como "minha casa". Se a pessoa está em Cristo, então areinvidicação de posse é infundada. O crente foi comprado pelo sanguede Jesus e pertence ao Senhor. Esta reinvidicação de posse é um meio deenganação do demónio para tentar fazer o ministro de libertação pensarque o demónio tem direito legal sobre aquela pessoa e, com isso, desistirdo ataque contra ele.

* Thayer, Greek-English Lexicon ofthe New Testament, 222. (Thayer, Dicionário Greco-Inglês do Novo Testamento, 222).

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PIOR DO QUE O PRIMEIRO

Jesus deixou claro nesta referência espíritos "piores" que os demóniosvariam em graus de maldade. Todos eles são maus, mas alguns são maisvilões que outros.

Os demónios também possuem graus variados de forca. Este tipo estáindicado no caso do epilético quando Jesus disse: "Mas esta casta de de-mónios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum" (Mateus 17.21).

O quanto é importante a possibilidade dos espíritos retornarem emforca maior do que quando saíram? A partir do momento que os espí-ritos malignos não podem fazer nada além do que eles são permitidos afazer, a resposta para essa questão é relevante para o compromisso espi-ritual da pessoa que recebeu a libertação. Por esta razão, o ministro delibertação deve ser prudente com aqueles a quem ele ministra. Por exem-plo, como podeira prevenir uma manifestação maior de um descrenteque será liberto? Com o que ele possivelmente completaria a si mesmo?A menos que tenha entregado o seu coração e sua vida para Jesus imedia-tamente e comece a preencher a si mesmo com a verdade viva, ele estariaabsolutamente vulnerável.

Ocasionalmente um crente expressa medo de libertação porque lem-bra das Escrituras alertando que os demónios pode retornar em maiornúmero e força. Mas é muito raro. A razão dessa raridade é porque amaioria dos cristãos, depois de receber libertação, caminha nos caminhosdo Senhor. Em relação a essa experiência, temos visto pouquíssimos ca-sos onde o estado da pessoa fica pior do que antes. Alguns perdem o queeles ganharam, mas poucos perdem mais do que eles ganharam.

Um ministro prudente ensinará aos novos libertos a importância depreencherem suas casas.

Não há benefício duradouro de ter expulsado demónios, a menosque eles permaneçam fora.

O candidato ideal para libertação é aquele que tem como motivoprincipal o crescimento na imagem e semelhança de Cristo, mais do queo alívio de seus problemas.

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A PARÁBOLA DO SEMEADORMarcos 4.3,4, J5 (Mateus 13.3,4;l8,19; Lucas 8.5,6,12)

"Ouvi: Eis que saiu o semeador a semear. E aconteceu que semeando ele,uma parte da semente caiu junto do caminho, e vieram as aves do céu, e acomeram."

"E, os que estão junto do caminho são aqueles em quem a palavra é semea-da; mas, tend&a eles ouvido, vem logo Satanás e tira a paiawa que foi semeadanos seus corações."

A semente, o evangelho do Reino, cai em diferentes tipos de solo, querepresentam o coração dos ouvintes.

Satanás é ladrão. Ele sabe o potencial do crescimento da verdaderecebida pela fé no coração do homem, e sabe que a verdade libertao homem.29 Se a Palavra não estiver misturada com a fé daquele que aouve, então a verdade não penetrará em seu coração, mas permanece nasuperfície da sua consciência, e Satanás, como um pássaro mau, roubaa semente.

O que explica porque alguns que ouvem a verdade não se desenvol-vem espiritualmente. Tem que ter fé no coração para receber a Palavra deDeus.10 A menos que a Palavra seja aceita e tenha efeito sobre a pessoa,ela será rapidamente roubada pelo diabo e esquecida.

Também, a semente que é lançada entre os espinhos é sufocada pe-las "preocupações desta vida, e o engano das riquezas" (Marcos 4.18).

29 João 8.3230 Hebreus 4.2

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Não se esqueça que Satanás é o "deus deste mundo" (ZCoríntios 4.4);portanto, a influência mundial está diretamente ligada ao diabo. Umcristão conformado com este mundo é como um campo cheio de ervasdaninhas. Não importa a quantidade de semente que foi plantada emseu coração, ela será sufocada rapidamente, e não há benefício duradou-ro. Um homem deve desistir do mundo para aceitar Jesus Cristo. Umcristão deve continuar desistindo do mundo a fim de que possa crescerespiritualmente.

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A PARÁBOLA DO JOIOMateus 13.24-26,37-39

"Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhanteao homem que semeia a boa semente no seu campo; mas, dormindo oshomens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio.

E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente é o Filhodo homem; o campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino;e o joio são os filhos do maligno; o inimigo, que o semeou, é o diabo; ea ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos."

Jesus é aquele que semeia a boa semente no mundo. Ele plantou seusfilhos e sua igreja no mundo. Então Satanás veio da escuridão, quandoo homem estava espiritualmente dormindo, e plantou os filhos dele naterra. Bons e maus se desenvolverão lado a lado até o juízo final. Entãochegará o tempo da colheita quando os justos que pertencem a Cristoserão recolhidos para Ele, e aqueles que pertencem ao diabo serão quei-mados no fogo.

Portanto, essa parábola revela a raiz principal que causou a maldadeencontrada no mundo e porque Deus não a julgou ainda. À luz destarevelação, nós deveríamos estar mais determinados do que nunca empermanecer conforme Jesus Cristo e o Seu evangelho. Deixe os verdadei-ros filhos de Deus brilhar mais e mais entre a escuridão demoníaca, poiso tempo de julgamento se aproxima.

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O GADARENO ENDOMONINHADOLucas 8.26-39 (Marcos 5.1-20; Mateus 8.28-34)

"E navegaram para a terra dos gadarenos, que está defronte da Galileia.

E, quando desceu para terra, saiu-lhe ao encontro, vindo da cidade,um homem que desde muito tempo estava possesso de demónios, e nãoandava vestido, nem habitava em qualquer casa, mas nos sepulcros.

E, quando viu a Jesus, prostrou-se diante dele, exclamando, e dizendocom grande voz: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?Peco-te que não me atormentes.

Porque tinha ordenado ao espírito imundo que saísse daquele ho-mem; pois já havia muito tempo que o arrebatava. E guardavam-nopreso, com grilhões e cadeias; mas, quebrando as prisões, era impelidopelo demónio para os desertos.

E perguntou-lhe Jesus, dizendo: Qual é o teu nome? E ele disse: Le-gião; porque tinham entrado nele muitos demónios.

E rogavam-lhe que os não mandasse para o abismo. E andava alipastando no monte uma vara de muitos porcos; e rogaram-lhe que lhesconcedesse entrar neles; e concedeu-lho.

E, tendo saído os demónios do homem, entraram nos porcos, e amanada precipitou-se de um despenhadeiro no lago, e afogou-se.

E aqueles que os guardavam, vendo o que acontecera, fugiram, e fo-ram anunciá-lo na cidade e nos campos.

E saíram a ver o que tinha acontecido, e vieram ter com Jesus. Acha-

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ram então o homem, de quem haviam saído os demónios, vestido, e emseu juízo, assentado aos pés de Jesus; e temeram.

E os que tinham visto contaram-lhes também como fora salvo aqueleendemoninhado.

E toda a multidão da terra dos gadarenos ao redor lhe rogou que seretirasse deles; porque estavam possuídos de grande temor. E entrandoele no barco, voltou.

E aquele homem, de quem haviam saído os demónios, rogou-lhe queo deixasse estar com ele; mas Jesus o despediu, dizendo:

Torna para tua casa, e conta quão grandes coisas te fez Deus. E ele foiapregoando por toda a cidade quão grandes coisas Jesus lhe tinha feito."

ALTAMENTE ENDEMONINHADO

Hoje, os profissionais da saúde mental diagnosticam pessoas iguaisa esse gadareno, como doentes mentais. Eles são institucionalizados etranquilizados.

Considerando tanto a evidência bíblica quanto a experiência prática,pode ser entendido que muitos confinados em instituições mentais

poderiam ser curados por meio da libertação.

As evidências de "endemoninhado" incluem:

1. Preocupação com a morte: o gadareno vivia entre os túmulos.

2. Forca subrenatural: correntes não conseguiam prendê-lo.

3. Ferocidade: ele era como um animal selvagem. Nenhum homemconseguia dominá-lo.

4. Autodestruição: ele se cortava com pedras com tendência suicida.

5. Características esquizofrênicas: personalidade dividida

- Algo nele queria adorar a Jesus.

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-Algo nele não queria saber de Jesus.

6. Algo nele sentia-se ameaçado pela presença de Jesus e suplicava paranão ser atormentado.

O QUE JESUS FAZIA

Jesus fazia o seguinte quando lidava com endemoninhados desse nível:

1. Jesus mandou o demónio ir embora. Ele estava no controle com-pleto da situação. Ele sabia o que estava fazendo. O verbo "tinhaordenado" (Lucas 8.29) expressa uma acão contínua. Jesus estavapressionando ou ordenando ao espírito imundo por meio de repe-tidas ordens para ele sair.

2. Jesus pediu para o demónio se identificar. Ele certamente não esta-va ignorando a identidade do demónio, nem era uma informaçãonecessária para o processo de libertação. Quando este espírito fortefoi forcado a se identificar seu poder enfraqueceu, isso fica claropelo apelo dele para que Jesus não os mandassse para o abismo.

3. Ele expulsou os demónios com Sua autoridade.

4. Ele permitiu a Legião entrar nos porcos.31

É mais provável que Jesus tenha permitido aos demónios entraremnos porcos porque ele queria aliviar o endemoninhado de serferido por tantos espíritos, e permitindo que eles entrassem nosporcos, sairiam sem resistência.32

31 Lucas 8.31,3232 Visão defendida pelo autor.

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OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OS DEMÓNIOS

1. Uma pessoa pode ser possuída por milhares de espíritos. Umalegião representaria uns cinco mil.

2. Demónios invasores trabalham juntos como uma fileira de sol-dados e só um único comandante. O reino de Satanás não estádividido em seu próprio trabalho maligno.

3. Os demónios temem a tormenta da espera pelo juízo final deles.

REPERCUSSÃO E RESULTADOS DA LIBERTAÇÃO

1. Os cuidadores dos porcos "correram" com medo e alarmaram todaa cidade.

2. As pessoas da cidade estavam tristes pelos danos materiais, afinal osporcos se perderam, e "dominados pelo medo" diante das explica-ções dadas. Eles suplicaram a Jesus que saíssem da região deles.

3. O endemoninhado foi abençoado e tornou-se um discípulo. Elequis ficar com Jesus permanentemente.

4. Os amigos do antigo endemoninhado e aqueles que o ouviamficavam "admirados" (Marcos 5.20).

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OUTRA LIBERTAÇÃOCURADOURA E ACUSÃO PROFANA

MATEUS 9.32-43

E, hm«ndo-se eies retirado, trouxeram-ÍKe um homem mudo e endemoninhado.

E, expulso o demónio, falou o mudo; e a multidão se maravilhou, dizendo:Nunca tal se viu em Israel.

Mas os fariseus diziam: Ele expulsa os demónios peio príncipe dos demónios.

O VALOR DO TESTEMUNHO

A multidão estava correpondendo ao ministério de Jesus devido aostestemunhos daqueles que foram libertos e curados. Nesse contextodois homens curados da cegueira "saíram e espalharam a fama Delepor toda terra", e, entre aqueles que vinham para Jesus, estava estehomem sob o poder de um espírito mudo. Quando o demónio saiu, ohomem pôde falar.

JESUS E SEU MINISTÉRIO DE LIBERTAÇÃO JULGADOSCOMO SENDO DE SATANÁS

Os fariseus novamente acusaram que Jesus era do diabo e os mi-lagres que estavam sendo realizados era pelo poder de Satanás. Semdúvida os fariseus estavam afetados pelo ministério de Jesus porque aspessoas estavam se direcionando a Ele em massa. O que Jesus estavafazendo, tão divergente das práticas deles, era intolerável para os fari-seus, e Ele ensinava com tanta autoridade que eles ficavam incapazes

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de contestá-lo. Eles chegaram à mesma decisão que toda pessoa chegousobre a identidade oficial de Jesus. Jesus ou seria aceito pelo que Ele dizque é, ou rejeitado como falso. Diante dessa decisão, o homem devese assegurar de que não seja influenciado pelo seu próprio orgulho,ciúmes ou prejuízo religioso.

É racional compreender que homens religiosos que gastaram suasvidas estudando as profecias sobre a vinda do Messias fossem incapazesde reconhecê-Lo e aceitá-lo quando Ele viesse. Decepção e erros são ini-migos sutis buscando enlaçar todos que professam seguir a Deus. Pauloalertou a Timóteo que o homem que é cheio de orgulho e indócil, évulnerável a cair na mesma condenação em que o diabo caiu.33

33 ITimóteo 3.6.

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OS DOZE COMISSIONADOSE UNGIDOS

Mateus 10.1,5-8 (Mattos 6.7; Lucas 9.1,2;

"E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espí-ritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidadee todo o mal.

Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo cami-nho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; Mas ide antesàs ovelhas perdidas da casa de Israel;

E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus.

Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsaios demónios; de graça recebestes, de graça dai."

O CHAMADO E A CAPACITAÇÃO

Existem chamados de Deus dentro dos chamados. Jesus chamouaqueles doze para serem apóstolos, e agora ele os chama para ministériosespecíficos. Os servos do Senhor devem sempre permanecer abertos parafazer o que o Mestre deles chamou para ser feito. Somos ensinados a nãonos compararmos com os outros, nem nossos ministérios, mas sermosfielmente obedientes às instruções do Mestre. Hoje o Senhor tem cha-mado alguns para o ministério de cura e libertação.

Deus me chamou para o ministério quando eu tinha vinte e seis anos.Aos quarenta e sete anos, Ele me chamou para o ministério de liberta-

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cão. Uma noite Jesus parou na cabeceira da minha cama e me falou,"Frank, Frank!" Acordei a minha esposa como testemunha do chamado.Sem acordar completamente, respondi com todo o meu coração, "Jesus?Jesus!". Ele disse: "Eu o chamei pelo nome". Qual seria outro chamado?Imediatamente nós nos entregamos ao ministério de libertação. Nuncatínhamos aspirado este ministério. Então as pessoas começaram a nosprocurar de todos os lugares solicitando libertação. Os dons do EspíritoSanto começaram a fluir - discernimento de espíritos, palavras de co-nhecimento e fé.

A todos os que o Senhor chama, Ele os capacita. Porque esses ho-mens estavam expulsando demónios, Ele "deu a eles autoridade sobreos espíritos imundos". Moisés não se achava capacitado quando Deus ochamou na sarça ardente e o comissionou a ser um libertador do povode Deus, mas, como Moisés foi adiante e obedeceu, a capacitação eraevidente. Este exemplo de capacitação de Deus para o chamado é consis-tente em toda a Escritura. Quando Jesus comissionou os doze, os setentae a igreja, Ele deu-lhes autoridade e poder.

"Reunindo os doze, Jesus deu-lhes poder e autoridade para expulsartodos os demónios e curar doenças" (Lucas 9.1 - ênfase do autor).

"Poder" e "autoridade" estão representados separados, mas estão com-pactados na capacitação do ministério.

"Autoridade" (em grego - exousia) são habilidade e força investidas emalguém. Nas mãos do homem, é uma extensão da autoridade do Senhor,por isso Jesus declarou que TODA autoridade foi dada a Ele nos céus e

Autoridade para expulsar demónios tem sido dada para todos oscrentes: "... em meu nome expulsarão demónios" (Marcos 16.17). Essaautoridade está divinamente conferida a todos os cristãos que tem fépara tomar posse dela. O diabo fica encantado quando os discípuloscristãos permitem que a autoridade deles fique adormecida.

"Poder" (em grego - dunamis) é poder em ação, este é o poder que fazos milagres, este é o poder do Espírito Santo. Bem próximo da ascensão

34 Mateus 28.18.

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de Jesus, Ele prometeu, "mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Es-pírito Santo" (Atos 1.8 NVI). Essa promessa foi iniciada no Pentecostesquando cento e vinte discípulos foram cheios do Espírito Santo15. Asboas novas é que

"Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os queestão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar" (Atos 2.39).

O poder dado para os crentes é por meio dos dons do Espírito Santoos quais incluem dom de cura, milagres e discernimento de espíritos. Umexemplo de uma cura e libertação milagrosa encontra-se em Atos 19.11-12:

"E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias. De sorteque até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as

enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam."

O poder do Espírito Santo em operação através de um crente é nor-malmente identificado como "o ungido". Qualquer um que já tenhaoperado sob a unção do Espírito Santo sabe que a unção não é constante- é maior em algumas ocasiões do que em outras. A autoridade é cons-tante, mas o poder pode ser intensificado. Oração e jejum são disciplinasespirituais que aumentam a unção.

Quando os discípulos fracassaram em expulsar certos demónios, Jesusos instruiu, "Esta espécie só sai pela oração e pelo jejum" (Marcos 9.29)16

"Esta espécie" poderia apenas ser expulsa com unção. A disciplina espiri-tual de oração e jejum aumentaria o poder deles.

As vezes nos questionamos porque não usufruímos do mesmo grau deunção com a qual Jesus curava e libertava. Essa é a mesma pergunta que osdoze fizeram para Jesus, "Por que não conseguimos expulsá-los?". Comoeles, o nosso potencial depende de comprometimento e disciplina.

O poder e autoridade para expulsar TODO tipo de demónio já fo-ram dados à igreja. Nós temos poder para despojá-los e expulsá-los - nãoimporta quantos são, quão astutos, quão diabólicos ou obstinados são.Portanto, todo fracasso ou sucesso parcial deve ser atribuído à nossaprópria fraqueza.

35 Atos 2.4.36 Muitas autoridades antigas acrescentaram "jejum".

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Aqueles que vão adiante com obediência e fé experimentarão a unçãodo Espírito Santo. O evangelho será confirmado com os sinais que oacompanham.37

AS LIMITAÇÕES NO MINISTÉRIO

O Senhor estabeleceu limites no ministério dos doze. Não era o tem-po ainda para irem aos gentios e samaritanos. Deus tem um tempo emque Ele trabalha, e uma grande parte do desejo de Deus está em traba-lhar dentro das limitações que Ele determina.

Libertação não pode ser ministrada indiscriminadamente. O Senhornos enviará para aqueles que Ele determina.

CURA E LIBERTAÇÃO

Cura e libertação são ministérios associados. A libertação frequente-mente resulta em cura física e mais com mais frequência ainda em curaemocional.

A cura física é frequentemente um produto da libertação.

Por exemplo, pessoas no cativeiro do ressentimento, ódio e falta deperdão, geralmente são vítimas de dores de cabeça, desordens estoma-cais, artrites e tumores. Quando o perdão e a reconciliação são estabele-cidos, o espírito maligno associado a essa raiz de amargura vai embora,então a cura muitas vezes é manifestada.

DAR LIVREMENTE

Jesus instruiu aqueles homens que dessem livremente o que livremen-te receberam. Eles podiam dar livremente, cura e libertação aos outros,pois eles eram os recipientes dessas bênçãos. Eles não tinham nada excetoo que receberam do mestre deles. Eles foram pelos lugares com uma atitu-de doadora, não pensando em o que ganhariam com o trabalho deles.

37 Marcos 16.14-20.

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Sem dúvida, os exorcistas judeus estavam acostumados a exigir paga-mento, como os médicos recebem pagamento por cuidar dos doentes.Os doze poderiam facilmente ganhar uma grande soma de dinheiro dosmilagres que estavam realizando. Todavia, eles não estavam procurandoganhos pessoais nem preocupados com sua própria vida.

Simão, o mago, quis comprar o poder do Espírito Santo38. Não estáà venda, ele é dado gratuitamente pelo Senhor. Não é conquistado porvaliosa busca de educação e trabalho.

A unção é recebida como um dom e o Senhor espera que ela sejaadministrada no mesmo espírito da graça.

Os doze estavam trabalhando para o Senhor, e Ele era o responsávelpor eles. Conforme eles davam, também era dado a eles, pois Ele faria ohomem colocar em seu coração uma boa medida, recalcada, sacudida etransbordante.

A avareza e o amor pelo dinheiro têm levado alguns ministros acaírem no laço do diabo. A tendência de hoje é comercializar o evan-gelho. Muitos hoje vêem a pregação do evangelho como uma profissãopara ganhar dinheiro mais do que como um ministério. Os servos deDeus são exortados a pastorear o rebanho de Deus, "não façam issopor ganância (como um trabalho em um escritório), mas com desejode servir" (IPedro 5.2 NVI).

INSTRUÇÕES E EXORTAÇÕES

No contexto que temos sido guiados em Mateus 10, são dadas instru-ções aos doze de como deveria ser a conduta deles. Estas instruções provêmuma direção prática para os ministros itinerantes nos dias de hoje.

Os discípulos foram instruídos como se comportarem nas casas ondefossem hospedados. Eles estavam fundamentados em qual ação tomarquando fossem aceitos ou não. Eles encontrariam perigo de tempo emtempo, por isso foram aconselhados a serem astutos como a serpente e sem

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malícia como as pombas. Deveriam estar atentos com os homens e não seenvolver em problemas banais. Quando fossem levados diante dos religio-sos e autoridades civis, deveriam considerar tais confrontos como oportu-nidades de Deus para representá-Lo. O Espírito Santo lhes daria sabedorianesses momentos e não precisavam se preocupar com o que falariam.

Então, Jesus está ensinando para aqueles que estão dentro do desejode Deus que podem passar por dificuldades. Não devemos nos apavorarou responsabilizar o diabo, apenas confie na providência do Senhor.

Intimidação e perseguição são premeditadas. Por que nem todos oslíderes de igreja são obedientes à comissão do Senhor em expulsar demó-nios? Às vezes é devido à ignorância, mas com mais frequência devidoao medo. Como as pessoas reagirão? O que os meus líderes pensarão? Oque fariam?

O medo do homem tem feito alguns recusar ou abandonar a comis-são para conduzir libertação.

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PERSEGUIÇÃO ENFRENTADAMateus 10.24-27

"Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o sen» mais do que o seu senhor.

Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao seroo como seu senhor. Se chama-ram Bekebu ao £>ai de família, quanto mais aos seus domésticos.7

Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-

se, nem oculto que não haja de saber-se.

O que ws digo em trews di^ei-o em luz; £ o que escutais ao ouvido pregai-osobre os telhados."

Embora, Jesus fizesse o bem e curasse todos que estavam oprimidospelo diabo39, Ele nem sempre era bem recebido. Depois que ele libertouo gadareno dos espíritos opressores, o povo pediu para que ele se retiras-se da comunidade deles. Em várias ocasiões os fariseus o chamavam deBelzebu e o acusavam de expulsar demónios pelo poder do diabo.

Jesus falou aos seus discípulos que eles poderiam esperar tratamentoparecido, pois o discípulo não está acima do seu Mestre. Não é diferentepara os ministros nos dias de hoje. Não importa onde, nem quando osdiabos são expulsos, sempre haverá oposicões e críticas - sempre partin-do das comunidades religiosas.

Em vez de resultados positivos, o ministro de libertação, frequente-mente é ridicularizado e enfrenta resistência ao seu ministério.

Isto é um paradoxo, pois aqueles que atacam os ministros e ministé-

39 Atos 10.38.

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rios de libertação estão agindo sob a influência do diabo. Na verdade, amaioria dos que são francamente contra a libertação está secretamenteabrigando o diabo em suas vidas. Os hipócritas temem exposição.

A responsabilidade do ministro de libertação no Senhor é ser um des-penseiro fiel da verdade incumbida a ele. Deixe os santos revelar a Suaverdade, e Ele confirmará a integridade deles em seu percurso.

NÃO TER MEDO

Quando é enfrentada perseguição, o discípulo não deve se render aomedo. Nesse contexto, três vezes Jesus fala para os seus discípulos não seapavorarem. Se fortalecer contra a tentação do medo, Ele ensina algunsprincípios bíblicos:

1. Os discípulos devem se antecipar à oposição e perseguição. Existeum preço a pagar por ser seguidor de Jesus.

2. Tudo que está escondido será trazido à luz. O ensinamento que Je-sus tem dado é verdade. Até o que eles aprenderam em particular,deve ser proclamado dos telhados. O mau e o erro são julgados ederrotados pela luz da verdade.

3. O medo é o inimigo da coragem. O medo do homem roubará acoragem dos servos de Cristo de proclamar a verdade Dele.

4. A fidelidade a Deus é mais importante do que a própria vida. Émelhor morrer do que negar. Embora, o medo reverenciai a Deusdeva ser colocado acima do medo do homem.

5. A recompensa do discípulo está em Deus. Ele conhece cada fio decabelo de nossa cabeça, e conhece a condição de cada pequeninopardal. Não somos valiosos aos olhos de Deus. Se morrermos poramor a Ele, a nossa morte não será em vão ou sem recompensa.

6. A verdade divide. Sempre existem aqueles que não aceitam serensinados. As divisões são necessárias a fim de que aqueles que sãoverdadeiros sejam manifestados.

"Mas é necessário que haja divergências entre vocês, para que sejam conhe-cidos quais dentre vocês são aprovados" (ICoríntios 11.19).

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LIBERTAÇÃO É O ALIMENTODOS FILHOS

Marcos 7.24-30 (Mateus 15.21-28)

"E, levantando-se dali, foi para os termos de Tiro e de Sidom. e, entrando

numa casa, não queria que alguém o soubesse, mas não pôde esconder-se;

Porque uma mulher, cuja filha tinha um espírito imundo, ouvindo falar dele,

foi e lançou-se aos seus pés.

E esta mulher era grega, siro-fenicia de nação, e rogava-lhe que expulsasse de

sua filha o demónio.

Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar os filhos; porque não cowém

tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.

Ela, porém, respondeu, e disse-lhe: Sim, Senhor, mas também os cachorri-

nhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos.

Então ele disse-lhe: Por essa palavra, vai; o demónio já saiu de tua filha.

E, indo ela para sua casa, achou a filha deitada sobre a cama, e que o

demónio já tinha saído."

PRINCÍPIOS DA LIBERTAÇÃO

Na passagem adma está uma valiosa fonte de princípios pertinentesà libertação:

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1. Crianças podem estar endemoninhadas. A forma diminutiva dapalavra "filha" está empregada em grego, e o seu significado é umafilha muito jovem.

2. Os pais são os guardiões espirituais responsáveis pelos seus filhosjovens. As crianças não são capazes de protegerem-se a si mesmasou tomarem a iniciativa de pedir sua libertação. Os pais devemprocurar um ministro de Cristo para suas crianças. Isso é especial-mente a responsabilidade do pai40, como Deus ordenou, a cabeçada família41. Esse texto não menciona o pai desta criança, talvez eletivesse falecido, ou não concordava com a sua esposa em procurarrespostas e soluções espirituais. Na ausência do pai que é "o cabe-ça", a mãe assume o papel com os filhos dela.

3. A libertação é "o alimento da criança". Esta é a libertação deDeus para o seu povo. A passagem faz uma menção de que essamulher era grega de nascimento e siro-fenícia de origem. Ela nãoera uma israelita, e, portanto, não pertencia ao povo descendentede Abraão; dessa forma, Jesus inicialmente ignorou a súplica damulher pela cura de sua filha. Como a mulher persistiu, Jesuspercebeu a sua fé, o que a qualificaria como uma verdadeira filhaespiritual de Abraão, pois Abraão era considerado justo pela fé.42

Quando a fé foi demonstrada, a filha recebeu a libertação.

4. Pessoas podem ser libertas de demónios sem estarem na presençado ministro de libertação. A garotinha não estava com a sua mãe,estava em casa. Jesus expulsou os espíritos a distância. Não existemproblemas de tempo nem de distância quando o assunto é reinoespiritual.

OBS: A prática de libertação a distância deve ser estabelecida comum representante familiar. O critério para esse ministério está na co-bertura espiritual sobre esta pessoa mais do que sobre a impossibilida-de de sua presença.

40 Efésios 6.4.41 Efésios 5.23; ITimóteo 3.4,12.42 Génesis 15.6.

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Alguns desejam o ministro que não está disponível pessoalmentenaquele momento, um item ungido dele poderia ser usado.4' Maisuma vez é necessário enfatizar que é necessária a orientação do Espí-rito Santo.

5. A fé é muito importante para a libertação: "Oh mulher, grande é atua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas" (Mateus 15.28).As bênçãos de Deus estão reservadas para aqueles que crêem.44 Alibertação não é excecão. A fé é necessária para a salvação, o batis-mo no Espírito Santo, a cura, a libertação e todas as coisas vêem deDeus. Alguém pode receber a libertação por meio da fé de outrapessoa, mas esse alguém que deverá manter sua própria fé. A Bíbliaensina e aconselha que acompanhem, com o propósito de edificara fé daqueles que procuraram por libertação. Trazendo-o para umaposição de fé, é uma parte essencial para um ministério eficaz.

OBS: A mulher sírio-fenícia não era uma descrente à procura de liber-tação. Ela chamou Jesus de "Senhor" e pediu por uma bênção da "mesado Senhor". Todo o comportamento dela demonstrou sua fé, a qualJesus imediatamente reconheceu e recompensou-a.

43 Atos 19.11,12. Hoje em dia também há o serviço de conferência pela Internet quepermite ao ministério de libertação atravessar estados e até mesmo fronteirasinternacionais.

44 Hebreus 11.6.

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LIGAR E DESLIGARMateus 16.13-19 (Marcos 8.27; Lucas 9.18-21;

"E, chegando Jesus às partes de Cesareia de Filipe, interrogou os seusdiscípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?

E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias,ou um dos profetas.

Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?

E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho doDeus vivo.

E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Bar-jonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que estános céus.

Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei aminha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;

E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na ter-ra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligadonos céus."

A BASE PARA AUTORIDADE DO CRENTE

Jesus levantou a questão sobre a Sua verdadeira identidade. O ho-mem sabe quem ele é? Muitos o viam como um dos profetas que já haviamorrido. Eles viam Jesus como alguém especial, mas não como o Filhode Deus.

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Quem dos doze escolhidos disse que Ele era? Pedro, o porta voz,responde: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Jesus parabenizouPedro pela revelação espiritual. Pedro tinha verdadeiramente percebidoa revelação do Pai dos céus. Jesus perguntou essa questão por uma razão.O que ele estava ensinando para eles, exigia que em primeiro lugar elessoubessem, sem dúvida alguma, quem Ele era.

O nome dele é sinónimo da autoridade dele.

Eles deveriam saber esta verdade a fim de entender a Sua igreja e amissão de guerra espiritual. Sua igreja é construída sobre a rocha (funda-ção) do Seu nome (autoridade). As portas do inferno não prevalecerãocontra ela. Sua igreja será uma igreja militante, um exército. Ela irá adian-te em Seu nome e batalhará contra "as portas do inferno (os poderes daregião infernal)", e essas portas cairão.

A IGREJA E A BATALHA ESPIRITUAL

Jesus fala a Pedro sobre a igreja e o seu papel na batalha espiritualconduzida pelos seguintes elementos:

1. Jesus constrói a Sua igreja.

2. Para ser eficiente na batalha espiritual, seus discípulos devem re-conhecer a autoridade representada pelo nome Dele, sobre o qualsua igreja é construída.

3. Sua igreja é chamada para uma batalha espiritual agressiva.

4. As portas do reino de Satanás, na qual a intenção é a morte e des-truição, não prevalecerão ao ataque da igreja.

5. Jesus já muniu a sua igreja com as chaves do Reino do Céu, comessas chaves a sua igreja chegará à vitória.

6. Essas chaves são o poder para ligar e desligar. As chaves são osímbolo da autoridade. Por exemplo, se você tem a chave de umautomóvel, você pode abrir a porta, ligar o motor e sair dirigindo.Ou você usa sua chave para desligar o carro, parar o motor e fechar

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as portas. Então, é dada autoridade à igreja para controlar as ativi-dades dos principados e potestades nas regiões celestiais.

7. Essas chaves não representam, como às vezes é interpretado, aautoridade para entrar no Reino dos Céus, mas a habilidade paraa função da autoridade no reino. Elas são as chaves "do" Reino,muito mais do que "para" o Reino.

8. As "portas do inferno" representam o governo do reino satânico.No Velho Testamento os portões de uma cidade representava suaautoridade daquele lugar. O rei e as pessoas daquela cidade seencontravam nos portões para uma transação oficial de negócios.Neste lugar as decisões e estratégias de guerra eram determinadas.

9. Derrubar os portões significa tomar a ofensiva contra o inimigoe derrotá-lo enquanto ele ainda está fazendo planos contra você.Isto é o que Jesus declarou que a sua igreja faria. A igreja está agoratomando a ofensiva e atacando os portões do inferno por meio dabatalha espiritual.

10. O que é ligado ou desligado na terra, primeiro deve ser ligadoou desligado no céu. Os verbos "deve ser ligado" ou "deve serdesligado" são perfeitos, estão na voz passiva. Isso indica quequalquer coisa ligada ou desligada na terra é o que já está na po-sição de ter sido ligado ou desligado nos céus. Este ligar e desligarnos céus representa o exercício da autoridade de igreja sobre oreino de Satanás numa luta contra os principados e potestadesnas regiões celestiais.45

Para mais detalhes, veja "The Sainsts at War" (Os Santos na Guerra) de FrankHammond, capítulo IV. Disponível pelo site www.impactchristianbooks.com

HOMENS USADOS POR DEUSE ÁS VEZES USADOS PELO DIABO

MATEUS 16.21-23

"Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convi-nha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principaisdos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia.

E Pedro, tomandoo de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Se-nhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso.

Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, queme serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são deDeus, mas só as que são dos homens."

OS HOMENS SÃO FALHOS

Há uma mistura no homem. O mesmo Pedro que momentos antesfalara da revelação divina depois se tornou a boca de Satanás!

Nós devemos reconhecer que todos os homens são falhos. Ê perigosoelevar qualquer homem, embora muitos têm sido usados por Deus eproclamado a verdade, elevá-lo faz dele um "Papa" infalível.

Muitos líderes se tornam "papas" aos olhos dos seus seguidores.Quando eles ensinam uma falsa doutrina, todos os seguidores vão juntopara o penhasco. Alguns ministros promovem e encorajam um compro-misso cego a eles mesmos e se vêem como infalíveis. Por exemplo, elespodem ver-se a si mesmos como apóstolos dos dias de hoje, e a razão éque os apóstolos foram usados para escrever a maior parte do Novo Tes-

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tamento, e por isso eram infalíveis no que escreviam, subentende-se queos apóstolos de hoje são infalíveis. Tal engrandecimento está repleto dedecepção e desilusão. "Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para quenão caia!" ICoríntios 10:12 - NVI.

Por outro lado, os líderes são feitos "papas" pelos seus liderados.Alguns discípulos ouvem a voz de apenas um ministro. Paulo alertoucontra essas limitações, e aqueles que praticam essas discriminações são"carnais" e estão causando inveja, contenda e divisão.46

Há um equilíbrio e segurança em ouvir as mensagens de todos osmensageiros de Deus. Nenhum ministro individualmente tem umacompleta revelação das coisas de Deus.

"Seja Paulo, seja Ajwio, seja Pedro, seja o mundo, a vida, a morte, o presenteou o futuro; tudo é de vocês" (ICoríntios 3.22).

A Bíblia é a base para julgar toda mensagem do homem. Jesus estavamostrando a seus discípulos (sem dúvida citando as profecias do VelhoTestamento) que Ele deveria ir até Jerusalém, sofrer, morrer e ressuscitarno terceiro dia.47 Quando Pedro contrariou Jesus por Ele ter dito quedeveria morrer, Pedro estava falando o contrário da Palavra de Deus. Aopinião dele era puro engano. Ele tinha se tornado um instrumento deSatanás. Jesus repreendeu Pedro assim como Satanás!

JESUS É DIGNO

Jesus sozinho é digno de ser a cabeça da Sua igreja. Todo homem, nãoimporta se exaltado por ele mesmo ou pelos outros, tem pés de barro.Muitos homens que têm sido poderosamente usados por Deus na pala-vra, mais tarde podem cair nas armadilhas de Satanás e se tornar presasdele. O rei Saul foi esse tipo de homem. Ele foi escolhido e ungido comorei. Ele profetizou pelo Espírito de Deus. Então, devido à sua desobedi-ência e rebelião, ele perdeu a sua unção e tornou-se controlado por umespírito maligno.48

* ICoríntios 3.1-4.47 Mateus 16.2118 l Samuel 15.16

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A FALHA NA LIBERTAÇÃOMarcos 9.14-29 (Mateus 17.14-21; Lucas 9.37-43)

Quando chegaram onde estavam os outros discípulos, viram umagrande multidão ao redor deles e os mestres da lei discutindo com eles.

Logo que todo o povo viu Jesus, ficou muito surpreso e correu parasaudá-lo.

Perguntou Jesus: "O que vocês estão discutindo?".

Um homem, no meio da multidão, respondeu: "Mestre, eu te trouxeo meu filho, que está com um espírito que o impede de falar.

Onde quer que o apanhe, joga-o no chão. Ele espuma pela boca,range os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos que expulsassem oespírito, mas eles não conseguiram".

Respondeu Jesus: "O geração incrédula, até quando estarei com vo-cês? Até quando terei que suportá-los? Tragam-me o menino".

Então, eles o trouxeram. Quando o espírito viu Jesus, imediatamentecausou uma convulsão no menino. Este caiu no chão e começou a rolar,espumando pela boca.

Jesus perguntou ao pai do menino: "Há quanto tempo ele está assim?""Desde a infância", respondeu ele.

"Muitas vezes o tem lançado no fogo e na água para matá-lo. Mas, sepodes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos."

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"Se podes?", disse Jesus. "Tudo é possível àquele que crê."

Imediatamente o pai do menino exclamou: "Creio, ajuda-me a vencera minha incredulidade!"

Quando Jesus viu que uma multidão estava se ajuntando, repreendeuo espírito imundo, dizendo: "Espírito mudo e surdo, eu ordeno que odeixe e nunca mais entre nele".

O espírito gritou, agitou-o violentamente e saiu. O menino ficoucomo morto, a ponto de muitos dizerem: "Ele morreu".

Mas Jesus tomou-o pela mão e o levantou, e ele ficou em pé.

Depois de Jesus ter entrado em casa, seus discípulos lhe perguntaramem particular: "Por que não conseguimos expulsá-lo?"

Ele respondeu: "Essa espécie só sai pela oração e pelo jejum".

UM PAI AFLITO

Certo homem implorava a Jesus que libertasse o seu filho que estavasendo torturado e impedido de falar. Essa situação causava ferimentosno menino que frequentemente caía no fogo ou na água.

Ferimentos podem ser puramente demoníacos, embora alguns sejamresultados de dano cerebral. A intenção do diabo de matar suas vítimasestá claramente evidente. Satanás poderia ter causado a morte deste me-nino por queimadura ou afogamento.

"O ladrão vem apenas para furtar, matar e destruir..." Qoão 10.10).

OS DISCÍPULOS FALHAM

Os discípulos tinham tentado libertar aquele menino, mas falharam.Isso preocupa o coração de Jesus quando falhamos no ministério. Vejao lamento de Jesus "O geração incrédula e perversa! até quando estarei euconvosco, e até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui" (Mateus 1717).

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POR QUE ELES FALHARAM

Jesus tinha chamado, comissionado e investido naqueles discípuloscom autoridade para expulsar TODOS os demónios.49 Como eles falha-ram? Como nós falhamos? Jesus colocou o seu dedo no problema. Eleseram "incrédulos". Essa palavra significa: oscilantes, infiéis, inconfiáveis,descrentes. Além de tudo eram perversos. Este mundo literalmente des-tina-se a desviar ou se corromper. Em outras palavras, os discípulos nãotinham adquirido uma maturidade total de fé e comprometimento.

APRENDENDO COM AS NOSSAS FALHAS

Os discípulos estavam verdadeiramente preocupados sobre a falha de-les. Eles tinham obtido grande sucesso em expulsar demónios. Eles esta-vam abertos para correção e ensino. Qual o ministro que não enfrentouum dilema parecido? Devemos nos manter humildes e dóceis. Quandofalhamos devemos ir para Jesus e pedir a sua orientação também.

Cada pessoa que precisa de libertação é importante. Devemos procu-rar estar no nosso melhor, pois estamos lidando com vidas de pessoasas quais Jesus morreu por elas. Quem pode clamar para ser tão eficientequanto Jesus? Não devemos também estar satisfeitos com um sucesso par-cial, mas nos aprofundarmos Nele até conseguir a completa habilidade.

Problemas demoníacos são "montanhas" nas vidas daqueles que ostem. Jesus ensinou que a fé do tamanho de um grão de mostarda é obastante para mover montanhas.50

Expulsar demónios é remover montanhas num ministério, exige fé.

Como cristãos devemos cultivar a fé e mante-la, pois sempre haveráoportunidades para utilizar a fé para nosso próprio interesse ou dosoutros.

Jesus apontou a razão da falha de fé dos discípulos. Ele disse: "Esta castanão pode sair com coisa alguma, a não ser com oração e jejum" (Marcos 9.29).

49 Lucas 10.19.50 Marcos 11.22,23.

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Esta pequena declaração está cheia de verdade:

1. Os demónios variam em "tipo". Alguns são mais fortes do que ou-tros. Personalidades demoníacas são como as das pessoas. Algunshomens são fisicamente mais fortes do que outros, e alguns sãomais fortes em suas determinações. Alguns homens lutarão feroz-mente por uma disputa e se recusam a desistir, enquanto outros serendem depois de uma tentativa. Essas experiências no ministériode libertação podem facilmente comprovar a batalha com demó-nios de vários graus de obstinação.

2. Expulsar uns demónios às vezes exige mais fé do que expulsar ou-tros. O ministro de libertação pode ficar satisfeito com um sucessoparcial. Ele pode estar capacitado para expulsar a maioria de demó-nios no seu grau de fé, mas deveria persistir na fé até ser capaz decontrolar todo demónio que encontrar pelo caminho.

3. Existem certas disciplinas espirituais que são necessárias para opoder espiritual. Oração e jejum são a chave da fé. Essas disciplinasnegam os vícios e prioridades da carne e depositam atenção totalao Pai e Seu reino.

OBS: Jesus não repreendeu os Seus discípulos sobre a falta de jejumdeles. Naquele tempo, em especial os discípulos, não precisariam jejuar.51

Jesus está instruindo os doze e a nós também. Nós estamos naquele pe-ríodo do tempo em que o Noivo não está mais presente neste mundo, enos damos a nós mesmos em jejum.

Não se espante com a igreja e seus ministérios terem se tornado tãoincrédulos diante de tão pouca atenção que tem sido dada à oração e aojejum.

Os filhos de Deus têm abandonado os caminhos de Deus e se perver-tido pelo mundo e os desejos da carne. Este tipo de vida carnal jamaisconstruirá homens fortes na fé.

O FRACASSO RETIF1CADO

O pai apela para a compaixão de Jesus em favor do seu filho. Ele

1 Mateus 9.14,15.

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pergunta se Jesus pode fazer alguma coisa para ajudá-lo, e Jesus imediata-mente coloca a responsabilidade sobre o pai: "Se podes? Tudo é possívelàquele que crê". A compaixão e habilidade de Jesus não é a questão. Alibertação da criança depende da fé do pai.

Mais uma vez, no caso da mulher síro-fenícia, nós vemos uma mãerepresentando uma criança. A criança recebeu libertação baseada na féque a mãe depositou. As crianças podem precisar de libertação, e proble-mas físicos podem ser demoníacos. Se for, eles não irão embora por si sóou apenas por oração. Sempre que um demónio está presente, ele deveser expulso. Se temos "a fé de Deus" (Marcos 11.22, tradução literal),seremos capazes de expulsar todo tipo de espírito maligno. Cada um denós fale o que o pai falou, "Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulida-de" (Marcos 9.24).

O demónio demonstrou uma grande resistência, sacudindo o garotoe lançando-o inerte no chão. Uma multidão tinha se amontoado e amaioria pensou que a criança estava morta. Quão estranho isso pareceupara alguns, não é uma experiência normal do trabalho de libertação. Es-píritos fortes demonstram resistência, e a pessoa é deixada fraca e inerte.Mas a pessoa não está morta, ela recobra suas forcas rapidamente e ficaem um estado perfeitamente normal.

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EXCLUSIVIDADE PARA EXPULSARMarcos 9.38-40 (Lucas 9.49-50)

"E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, i>imos um que em teu nome expulsava

demónios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue. Jesus,

porém, disse: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome

e possa (ogo falar mal de mim. Porque quem não ê contra nós, ê por nós".

Alguns discípulos de Jesus têm a tendência a tornar-se como o apósto-lo João, no que se refere a sua atitude em relação a outros cristãos traba-lhadores, pois eles querem "monopolizar o mercado" e alegar que apenaseles são qualificados para o ministério de libertação. A menos que outrosestejam identificados com ele e seus grupos, eles serão julgados comouma farsa. Este tipo de julgamento orgulhoso leva à exclusividade.

Jesus repreende tal julgamento e exclusividade. Ele nos mostra que de-vemos encorajar tantas pessoas quanto possível a estarem ativas na guer-ra espiritual. O inimigo procura continuamente dividir os trabalhadorescristãos, colocando um contra o outro, por meio de ciúmes e criandosuspeitas sobre outros métodos e motivos. Quanto mais os outros estãofazendo milagres em nome de Jesus, eles são contados como parte doexército de Deus.

A expressão "milagre" é encontrada em muitas versões bíblicas. Emgrego a palavra dunamis significa poder. E é atribuída a trabalho deorigem e caráter sobrenaturais, que não poderiam ser executados poragentes e recursos naturais. Portanto, expulsar demónios é consideradopor Jesus como um ministério de milagre.52

2 Compare Atos 8.6-11.

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DISCIPLINA NA IGREJAMateus 18.15-18

"Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só;se te ouvir, ganhaste a teu irmão;

Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pelaboca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada.

E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja,considera-o como um gentio e publicano.

Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado nocéu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu."

Apenas duas vezes no Novo Testamento Jesus usou a palavra "igreja""Em ambos os contextos Jesus se refere à Sua igreja pela declaração dopoder de ligar e desligar. Em Mateus 16.18 o contexto é a respeito dosinimigos de fora da igreja. Na segunda referência o contexto é a respeitoda divisão dentro da própria igreja. Se todos os esforços de reconciliaçãoterminam em fracasso, então a igreja tem autoridade espiritual para uti-lizar o seu poder para excomungar o membro não arrependido e semcooperação.

E uma imensa responsabilidade da igreja a autoridade de amarrarSatanás para desligar aqueles que se recusam a se submeter à discipli-

na da igreja.

53 Mateus 16.18 e 18.17

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Paulo conduziu a igreja a usar a autoridade dela em duas ocasiões,quando os causadores de problemas não podiam permanecer entre osdemais membros da igreja para não corromper o corpo ou quebrar aunidade. Eles devem ser entregues a Satanás.54

O poder de Satanás operando dentro de uma pessoa pode ser amar-rado, mas o desejo de uma pessoa não pode ser controlado por outros.Se a pessoa continua a causar problemas na comunidade, Satanás podeser desamarrado para lidar com tal pessoa. Esta ação não é tomada atéque todas as outras fontes tenham sido utilizadas para trazer o pecadorao arrependimento. Isso deve ser feito sob a orientação direta do EspíritoSanto. Deve ser feito SOMENTE por aqueles que têm responsabilidadeespiritual pela igreja (uma responsabilidade apostólica). E feito na autori-dade do Senhor Jesus Cristo e pelo poder de ligar e desligar dado a igrejade Cristo.55

54 ICoríntios 5.1-5; ITimóteo 1.19-20.55 ICoríntios 5.4.

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A MALDIÇÃO DA FALTA DE PERDÃOMateus 18.34-35

"E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até quepagasse tudo o que devia.

Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdo-ardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas."

Perdão incondicional aos outros é um exigência absoluta para a liberta-ção. O contexto, que começa no versículo 23, expressa a lição do perdãona parábola baseada na experiência do mestre e o servo. O servo devia aomestre uma soma incontável. Não existia meio pelo qual ele pudesse pagara dívida. Isso tipifica a dívida do pecado de todo homem, por essa razão nãohá meio em que qualquer homem possa acertar a sua conta com Deus.

O mestre foi movido de compaixão e perdoou a dívida, tipifica a com-paixão de Jesus em perdoar todos os nossos pecados.

Logo depois, encontramos o servo que fora perdoado se recusando aperdoar um companheiro que devia uma pequena dívida a ele. O mestreficou indignado e entregou o servo impiedoso aos atormentadores atéque pagasse tudo o que devia.

Deus pede aos que Ele tem perdoado para perdoar. Se não perdoa-rem, Ele voltará e entregará aos "atormentadores" até que paguem todaa dívida do perdão.

Deus quer de cada um de nós que "Não devam nada a ninguém, anão ser o amor de uns pelos outros..." (Romanos 13.8). Todos nós temos

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uma dívida de amor que só pode ser paga por meio do perdão. Sempreexistirão ofensas, então sempre existirá a necessidade de perdoar uns aosoutros. Não existe dívida alguma que melhor tenhamos "pago".

Os espíritos demoníacos são os "atormentadores", e eles são osatormentadores para aqueles que Deus se dirige quando se recusam aperdoar.

Quando Deus entrega alguém aos espíritos atormentadores, essesespíritos não podem ser expulsos até que a pessoa deseje perdoar

aqueles que têm transgredido contra ela.

Caso contrário, os demónios têm direito legal de estar lá, pois têm apermissão de Deus.

Aquele que sofre atormentação pelos espíritos malignos pode experi-mentar tormentos na mente, emoções ou no corpo físico. Esta é a razãopela qual o ministro de libertação deve sempre orientar a pessoa a orarpedindo libertação na mente para que ele possa perdoar a cada um quea tenha ofendido.

O autor tem visto muitos exemplos de pessoas que não perdoam epermanecerem em seus tormentos e que não recebem libertação até queatendam à condição de Deus, Deus requer perdão para todos, indepen-dente das circunstâncias.

Às vezes uma pessoa se sente injustiçada e fica abrigando amarguracontra a outra. Ela considera o seu coração muito duro para oferecerperdão. Mas, quando honestamente considera o que Jesus fez para per-doá-la, se sentirá envergonhada pela sua falta de perdão.

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A MISSÃO DOS SETENTALucas 10.1, 17-20

"E depois disto designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-osadiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aondeele havia de ir.

E voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, pelo teu nome,até os demónios se nos sujeitam.

E disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu.

Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a forcado inimigo, e nada vos fará dano algum.

Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vosantes por estarem os vossos nomes escritos nos céus."

A NECESSIDADE DE TRABALHADORES

A comissão dos setenta poderia ser comparada com a dos doze.56 Emambas as passagens Jesus chama a atenção para a colheita e a falta de tra-balhadores. Nos dois exemplos Jesus estimula seus discípulos a orarempor mais trabalhadores, então envia Seus discípulos de dois em dois paratoda região.

A necessidade por mais trabalhadores para Cristo nunca diminuiu. A

'* Mateus 9.36;10.1.

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urgência de trabalhadores para completar a colheita no campo espiritualse intensifica em nossos dias. O apelo por trabalhadores de libertação éespecialmente forte. Existem mais necessidades do que parece. Muitospaíses em volta do mundo estão clamando por alguém que comande a"Macedônia" deles e os ajude.

Em todos os momentos que Jesus enviou seus discípulos a saírem,Ele lhes deu autoridade para expulsar demónios:

(1) Os doze (Mateus 10.1,8)

(2) Os vinte (Lucas 10.1,17)

(3) A igreja (Marcos 16.17)

Quando Ele enviou os doze, o primeiro poder que deu a eles foi paraexpulsarem espíritos imundos. Quando os setenta retornaram, o primei-ro sucesso relatado foi que os demónios eram sujeitados a eles pelo Seunome. Quando Jesus comissionou a igreja, ele disse que sinais sobrena-turais seguiriam os crentes. O primeiro sinal mencionado é: "em meunome expulsarão demónios". Essa primeira menção é uma indicativa daprioridade que a libertação deve ser dada por aqueles que irão pregar oevangelho.

DANDO GLÓRIA A DEUS

Os setenta deram glória a Deus pelas suas vitórias. Tudo foi feito emnome de Jesus. Deus honrará os seus servos, mas Ele não dividirá a suaglória com outros. Devemos ser rápidos para dar toda a glória a Deus, atéo falta de vitória sobre Satanás é também um ganho em nome Dele.

A DERROTA DE SATANÁS CONFIRMADA

Jesus confirmou. Seus olhos estariam sobre eles quando foram. Elesabia do sucesso deles, pois Ele "Viu Satanás caindo do céu como relâm-pago". Ele viu o reino de Satanás destruído e o reino de Deus estabele-cido naquele lugar.

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A derrota de Satanás está sempre seguida pela vinda do Reino deDeus.

"E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, eSatanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjosforam lançados com ele.

E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: AGORA E CHEGADA A SAL-VAÇÃO, E A FORÇA, E O REINO DO NOSSO DEUS, E O PODER DOSEU CRISTO, PORQUE JÁ O ACUSADOR DE NOSSOS IRMÃOS ÉDERRUBADO..." (Apocalipse 12.9,10).

Derrubar Satanás de sua posição de controle, e recolocá-lo sob o se-nhorio de Cristo, é restabelecido a todo instante em que uma libertaçãoé experimentada com sucesso.

A AUTORIDADE DO CRENTE

Os discípulos foram relembrados da autoridade dada a eles. Eles "pisa-riam sobre cobras e escorpiões". Isto é, eles receberam domínio sobre tan-to o maior quanto o menor na classe dos espíritos malignos. As serpentessão mais venenosas do que os escorpiões e representam os demónios maispoderosos. Também, serpentes e escorpiões podem se referir a diferentestipos de demónios. Através das Escrituras a serpente está associada à de-cepção, e o escorpião é o tipo de medo e tormento. Em todo caso, aoscrentes foi dada autoridade sobre "toda" classe de Satanás.

Enquanto o crente está colocando Satanás debaixo dos seus pés, eleé confortado pela promessa do Senhor de que "nada lhes fará dano".Certamente o diabo nos machucaria se ele pudesse, mas ele está impossi-bilitado de retaliar quando é atacado. Essa promessa de imunidade a feri-mentos não deve nos levar a presunção ou falta de cuidado, mas devemoscontinuamente estar vestidos com a "armadura de Deus" (Efésios 6.11)quando estamos envolvidos numa batalha espiritual. O inimigo é capazde ter vantagem sobre alguma área exposta onde a armadura de Deusnão está colocada. Na verdade, os demónios entram através de aberturascriadas pela omissão de qualquer parte de uma armadura espiritual.

A promessa que "nada lhes fará dano" nos dá ousadia para nos empe-

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nharmos em uma batalha espiritual contra demónios que habitam emindivíduos e contra principados territoriais nas regiões celestiais.

Nós temos a segurança da Palavra de Deus de que não seremos feridospelo diabo quando pisarmos nele.

OS MOTIVOS DE REGOZIJO

Certamente, cada vitória sobre o inimigo é motivo para regozijo,embora por mais gloriosa que essas vitórias sejam elas não são a causaprincipal de regozijo. O poder de se tornarem filhos de Deus57 é o maiorresultado e motivo de regozijo do que o poder de expulsar demónios.

Existem alguns que expulsam demónios, mas serão renegados porCristo no dia do julgamento58, mas todos aqueles que têm o nome escri-to no Livro da Vida viverá eternamente.

Antes, durante e depois de uma libertação é bom se regozijar no Se-nhor e orar exuberantemente. Deixe que cada um dê graças a honra dese tornarem filhos de Deus e ter o seu nome escrito nos céus.

57 João 1.12.58 Mateus 7.21-23.

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UM ESPIRITO DE ENFERMIDADELucas 13.10-17

"E ensinava no sábado, numa das sinagogas.

E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermida-de, havia já dezoito anos; e andava curvada, e não podia de modo algumendireitar-se.

E, vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tuaenfermidade.

E pôs as mãos sobre ela, e logo se endireitou, e glorificava a Deus.

E, tomando a palavra o príncipe da sinagoga, indignado porque Jesuscurava no sábado, disse à multidão: Seis dias há em que é mister traba-lhar; nestes, pois, vinde para serdes curados, e não no dia de sábado.

Respondeu-lhe, porém, o Senhor, e disse: Hipócrita, no sábado nãodesprende da manjedoura cada um de vós o seu boi, ou jumento, e nãoo leva a beber?

E não convinha soltar desta prisão, no dia de sábado, esta filha deAbraão, a qual há dezoito anos Satanás tinha presa?

E, dizendo ele isto, todos os seus adversários ficaram envergonhados,e todo o povo se alegrava por todas as coisas gloriosas que eram feitaspor ele."

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OS CRISTÃOS PRECISAM DE LIBERTAÇÃO

A cena dessa maravilhosa libertação se passa na sinagoga, o lugar ondeas pessoas de Deus se encontravam aos sábados para adorar e aprendera palavra de Deus. A mulher com "um espírito de enfermidade" era umdos adoradores. Da mesma forma, nos dias de hoje a necessidade delibertação é frequentemente encontrada entre a maioria dos devotosadoradores. Isto não deveria ser uma surpresa.59

OS DEMÓNIOS CAUSAM ENFERMIDADES

Algumas enfermidades são causadas por espíritos malignos. Essapobre mulher tinha sido cativa do seu corpo por dezoito anos. Ela es-tava impossibilitada de ficar ereta, estava provavelmente em sofrimento.Pense nos tratamentos e medicamentos que ela seria sujeitada em nossosdias! Mas o simples remédio para o problema dela foi a libertação.

Jesus expulsou espíritos de cegueira, mudez, surdez, epilepsia e febre.Muitas das curas que Jesus realizou foram por meio da libertação ou emconjunto com ela. A verdade é a mesma para os dias de hoje. Tumores,doenças repentinas, pressão alta, asma, esterilidade, verrugas, câncer,diabetes, cegueira, surdez e muitos outros tipos de doenças físicas estãosendo curadas através da libertação.

Embora, nem toda doença ou enfermidade do corpo representeuma necessidade clara de libertação.

Lembrem-se de que Jesus curou muitas pessoas mesmo quando nãofoi mencionado nenhum tipo de libertação. Não faltemos com a nossafé quando uma necessidade de cura não é alcançada através da liberta-ção. Jesus é tanto o libertador quanto a cura.

AS MANIFESTAÇÕES NEM SEMPRE SÃO EVIDENCIADAS

Não há relato de manifestação quando a enfermidade demoníaca saiu

59 Marcos 1.21-28.

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da mulher. Provavelmente não havia, pois este é o caso em que muitos es-píritos malignos são expulsos. Manifestações nem sempre acompanhama libertação, embora seja comum ocorrerem as manifestações.

DESLIGADO DO DEMÓNIO

Jesus "desligou" aquela mulher que Satanás tinha como cativa. Issonos dá uma compreensão das palavras de Jesus quando Ele falou daschaves do Reino pela qual temos poder para desligar.60 O que precisa serdesligado? Aqueles que Satanás tem mantidos cativos precisam de desli-gamento, Jesus tem nos dado poder para amarrar Satanás e desamarraros cativos.

IMPOSIÇÃO DE MÃOS

"E pôs as mãos sobre ela" Jesus com frequência impunha Suas mãossobre aqueles que Ele ministrava. Essa prática é encontrada como umaajuda na libertação, embora nem sempre seja necessário. Como em to-das as situações no ministério, todos devem ser liderados pelo EspíritoSanto mais do que ficar restrito aos métodos padronizados.

Não deve haver medo de pegar outros demónios pela imposição demãos sobre uma pessoa durante a ministração de libertação.

Lembre-se que os demónios podem apenas entrar através de portasabertas. Se o ministro de libertação não tem portas abertas dando opor-tunidades ao acesso do espírito maligno, então nenhum poderá entrarnele.

O PÃO PARA OS FILHOS DE DEUS

A mulher que era uma "filha de Abraão", o qual lhe deu direito dereceber bênçãos do Messias. Ela era espiritualmente qualificada paracompartilhar do "pão dos filhos de Deus" (Marcos 7.27).

Também, ser "uma filha de Abraão" significava que ela era uma "irmã"perante as regras da sinagoga e os judeus foram insensíveis à enfermidadedela. Para eles, ela significava menos do que um boi ou um jumento, osquais são mais bem posicionados sob as regulamentações do sábado.

w Mateus 16.19.

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As pessoas são uma prioridade para Jesus e elas devem ser a priori-dade para a igreja.

Quando as regras e regulamentações dos religiosos tornam-se maisimportantes do que as pessoas e suas necessidades, então o legalismoimpiedoso prevalece sobre o amor e a compaixão.

OBJEÇÕES LEVANTADAS POR LÍDERES RELIGIOSOS

Mais uma vez havia objeções ao o que Jesus fez. A regra da sinagogafoi negligenciada quando Jesus curou em um sábado e por meio dissodesrespeitou a tradição legalista judaica, foi quando Jesus duramenterepreendeu a hipocrisia deles, Seus adversários ficaram envergonhados.Cedo ou tarde todos "religiosos" que desprezam e se opõem aos milagresde Cristo de cura e libertação, se envergonharão.

A hipocrisia deles era transparente. Eles odiavam Jesus Cristo e ca-muflavam seu ódio em um zelo fingido pelo sábado. Um espírito doanticristo controlava esses judeus. É o espírito do anticristo que nega adivindade e o trabalho sobrenatural de Cristo.

119

INTIMIDAÇÃOLucas 13.31,32

"Naquele mesmo dia chegaram uns fariseus, dizendo-lhe: Sai, e retira-te daqui, porque Herodes quer matar-te.

E respondeu-lhes: Ide, e dizei àquela raposa: Eis que eu expulso demó-nios, e efetuo curas, hoje e amanhã, e no terceiro dia sou consumado."

Os fariseus procuravam amedrontar Jesus avisando-o que o rei Hero-des tinha intenção de matá-lo. Jesus deixou claro que continuaria o seuministério de cura e libertação até que ele fosse para a cruz.

O diabo não para com suas táticas de intimidação. Hoje ele sussurramedo nos ouvidos dos pastores e líderes de igreja. Esta é uma tentativade Satanás de interromper os ministérios de cura e libertação. No ori-ginal grego, tanto Herodes quanto o fariseu, que deu o alerta, foramchamados por Jesus de "raposas". O texto diz, "Ide, e dizei àquela raposa,e a esta também..."

Medo é a razão primária pela qual muitos líderes cristãos não seguema comissão de Jesus para expulsar demónios. Existe o medo da retaliaçãodemoníaca, medo de líderes demoníacos, medo de outras opiniões,medo de perder membros da igreja, medo de confrontação, medo dofracasso, medo da crítica e medo do desequilíbrio.

Jesus não desistiu quando foi intimidado. Ele sabia que os seus inimi-gos não poderiam fazer dano algum a ele. O destino Dele era completaro desejo do Pai. Ele morreria numa cruz em Jerusalém.

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Para resistir às táticas intimidadoras de Satanás, homens e mulheresde Deus devem possuir três qualidades:

1. Convicção

(1) Que a libertação é bíblica - uma provisão da cruz (Mateus8.16,17)

(2) Que nada pode substituir a libertação - nem aconselhamento,ensinamentos ou "fé apenas".

(3) Que se opor ou resistir à libertação é estar contra Jesus Cristo(Mateus 12.30).

2. Comprometimento

(1) Suportar a demanda física por longas horas, porque há pressãoda multidão e a necessidade para persistir na batalha até que avitória venha.

(2) Suportar pacientemente aqueles que precisam de ajuda repetidasvezes.

(3) Suportar as manifestações repulsivas de espíritos imundos.

(4) Satisfazer as necessidades espirituais, oração, jejum e manter-selivre.

(5) Amar o não amado e o desagradável, ser um amigo e confidente.

3. Coragem

(1) Para enfrentar o diabo e seus demónios.

(2) Para obedecer a Deus diante de críticas.

(3) Manter-se firme diante das ameaças e intimidações.

O servo de Deus deve estar alerta para qualquer tentação de desviodo chamado de Deus para ele.

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JUDAS POSSUÍDO POR SATANÁSLucas 22.3,4

"Entrou, porém, Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscario-tes, o qual era do número dos doze.

E foi, e falou com os principais dos sacerdotes, e com os capitães, decomo lho entregaria."

SATANÁS OPERA ATRAVÉS DAS PESSOAS

Satanás usa homens para atingir os seus propósitos. Através do enga-no ele os atrai como seus agentes. Jesus tinha escolhido Judas como umdos doze, e Jesus sabia desde o início o que estava no coração de Judas:

"Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós éum diabo. E isto dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão; porque esteo havia de entregar, sendo um dos doze." João 6.70,71

SATANÁS ENTRA EM JUDAS

Tem sido um assunto de debate entre os estudantes das Escrituras,se foi o próprio Satanás que entrou em Judas, ou se foi um espírito de-moníaco que o possuiu. Alguns têm suposto que Satanás não deixariaesta responsabilidade principal para qualquer espírito além dele mesmo.Outros vêem Satanás como uma autoridade suprema no reino demonía-co, que sempre trabalha por meio dos seus "anjos" ou mensageiros paraconseguir os seus propósitos.

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Satanás é um anjo caído, "foi ungido como um querubim guardião"(Ezequiel 28.14). Em toda probabilidade ele era um arcanjo. QuandoSatanás liderou a sua rebelião no céu, ele levou com ele um terço das"estrelas" - anjos (Apocalipse 12.4).

Esses anjos caídos compõem os principados, potestades, dominadoresdo mundo das trevas, forca espiritual do mal, onde a esfera de operaçãoestá nos "lugares celestiais" (Efésios 6.12).

Existe uma distinção entre anjos caídos e demónios. A luz das Es-crituras os anjos são consistentemente representados como tendo seupróprio corpo. Por outro lado, os demónios são espíritos sem corpos. Osdemónios são espíritos a procura de corpos, preferencialmente corposhumanos para habitar a fim de realizar os seus propósitos malignos. An-jos têm os seus próprios corpos não habitam em corpos humanos.

Quando Judas traiu Cristo, ele foi instigado por Satanás.

Metaforicamente foi dito, "e Satanás entrou em Judas" quando umagente demoníaco de Satanás entrou no corpo de Judas.

O PECADO ABRE A PORTA

Judas era avarento e levou a vantagem de sua posição como tesoureirodo grupo para roubar da bolsa de dinheiro.61 Satanás usou a avareza docoração de Judas para tentá-lo a ganhar algumas moedas para que traísseJesus. Como sempre, as tentações atraentes de Satanás logo se tornammaldições amargas. O único que vem "para matar, roubar e destruir"(João 10.10), conseguiu outra vítima.

JUDAS ERA "UM DIABO"

Jesus tinha tido que Judas era "um diabo" (João 6.70). A palavra "diabo"(em grego: diabolos) significa acusador; caluniador. Exatamente isso, Judas

1 João 12.6.

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maliciosamente fez falsas acusações contra Jesus, que foram calculadas paraprejudicar a reputação dele. Todo aquele que abriga tal caráter assassinocontra outros está submetido ao mesmo espírito que Judas estava.

"Diabo" é um dos nomes de Satanás. Ele é o diabo, o acusador, o calu-niador. Judas é a única pessoa em toda a Bíblia que foi dito que era "umdiabo". Isso porque Judas era como um diabo com ele mesmo; Judas eraum acusador, um mentiroso, um hipócrita. Judas não apenas tinha umdemónio como também era "um diabo". Seu caráter era falso.

O caso com Judas nos permite entender porque a libertação de demó-nios não é uma cura instantânea para todos os problemas. Se o problemade Judas tivesse sido simplesmente demoníaco, Jesus teria expulsado o(s)demônio(s) e deixado Judas livre. O coração de Judas não era correto.Ele precisava de uma mudança interior.

Se uma pessoa é basicamente má, ela mesma se abre para os demóniosfazerem morada. Um caráter imperfeito é uma porta através da qual osdemónios entram. Junto com a libertação o homem pode desenvolverintegridade - pureza, honestidade e lealdade - caso contrário os demó-nios têm direito legal de permanecer na moradia.

Poderíamos perguntar: "Por que Jesus não expulsou os demónios dosfariseus e lhes fez livres da hipocrisia e do julgamento?". Porque eles nãoaceitavam a Sua palavra. Eles não admitiriam mudar suas necessidades.Eles eram indisciplináveis. Esta é a razão de Jesus ter dito para eles, "vo-cês pertencem ao pai de vocês o diabo" (João 8.44).

Um verdadeiro filho de Deus exibirá as características de seu pai. Eleserá santo, ou pelo menos esforça-se para a santidade. Aqueles que repre-sentam a natureza e o caráter do diabo não têm motivos para se gabar,pois nem Deus ou Abraão é pai deles.

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SATANÁS PEDE PEDROLUCAS 22.31,32 (NVl)

"Simão, Simão, Satanás pediu iwcés para peneirá-los como trigo.

Mas eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E quando wcé seconverter, fortaleça os seus irmãos."

Satanás tinha vindo a Jesus pedindo permissão para atacar e afligir to-dos os apóstolos. "Vocês" no plural. Satanás queria pegar todos eles, masespecificamente Pedro. Pedro era o porta-voz do restante, e logo depois omais impulsivo de todos.

Satanás tem corno prioridade capturar líderes espirituais, pois elesabe que quando líderes caem afetam a vida de muita gente.

SATANÁS ESTA LIMITADO

O pedido de Satanás é reminiscente ao seu pedido de tentar Jó62. Suaforça é limitada pela graça soberana de Deus. Se não fosse pela proteçãode Deus, Satanás já teria destruído cada um de nós há muito tempo.Da mesma forma que Deus permitiu Satanás testar Jó, Jesus permitiuSatanás testar os seus discípulos escolhidos. Através desta "peneira", Elesabia que eles seriam refinados. Satanás dispõe deste recurso para o mal,mas Deus dispõe disso para o bem.

A intenção de Satanás era demonstrar que não existia nada além de

62 Jó 1.6-12.

125

palha em Pedro, mas Jesus sabia que quando Pedro visse a quantidade depalha que havia nele, ele se arrependeria e então se tornaria mais eficien-te para ministrar aos outros.

JESUS CRISTO O NOSSO INTERCESSOR

Pedro foi encorajado através da intercessão segura de Cristo por eleenquanto percorria o seu caminho pela fé. Qual de nós traria provaçãopara nossa própria vida? Se a escolha ficasse por nossa própria conta,sempre escolheríamos ficar imunes às dificuldades. Alguns anos maistarde, depois que Pedro tinha deixado as provações para trás, escreveu:

"Amados, não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para os pro-

var, como se algo estranho lhes estivesse acontecendo. Mas alegrem-se à medidaque participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a suaglória for revelada, vocês exultem com grande alegria" (IPedro 4.12,13).

Observe como Jesus orou por Pedro em Lucas 22.31,32. Ele oroupara que a fé dele não desfalecesse. Este é o "escudo da fé" com oqual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do maligno.63 Omedo é uma seta inflamada que apenas a fé pode apagar. O medo éderrotado pela fé. Satanás colocou medo em Pedro, e quando Pedro foiconfrontado por uma moça, como um dos que andavam com Jesus, eleestava temeroso que, também pudesse ser levado à morte. Esse medoo fez negar o seu Senhor.

Pode haver uma queda temporária da fé, o que é diferente de umafalência total da fé. Através da intercessão de Jesus, Pedro foi sustentadoe liberto de um desastre total. É reconfortante compreender que Jesusintercede por cada um de nós individualmente. Ele também nos ensi-nou a orarmos por nós mesmos: "E perdoa-nos os nossos pecados, poistambém nós perdoamos a qualquer que nos deve, e não nos conduzasem tentação, mas livra-nos do mal" (Lucas 11.4).

63 Efésiosó.16.

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FORTALECER O SEU IRMÃO

Jesus permitiu que Pedro soubesse que ele tinha um ministério especí-fico que esperava por ele do outro lado da tormenta. Depois de ter sidotestado e se recuperado através do arrependimento, ele poderia entãofortalecer seus irmãos.

A fim de ser efetivamente usado pelo Senhor, nós devemos ser vasospurificados. Quando o lixo é removido de nossa vida, podemos imedia-tamente ministrar aos outros. Nós, como Pedro, podemos até sentir quesomos fortes, e que nunca negaríamos o nosso Senhor. O teste revelaa palha. Quando nossa palha é exposta, seremos trazidos ao arrepen-dimento e restauração do relacionamento com Jesus. Então podemosservi-lo ministrando aos outros.

O motivo em procurar libertação é estar livre de qualquer obstácu-lo para servir ao Senhor e ministrar às pessoas em nome de Jesus.

Depois de Davi ter caído na proeza da tentação, ele orou:

"Esconde o rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniquidades.

Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espíritoestável.

Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito.

Devolve-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito prontoa obedecer.

Então ensinarei os teus caminhos aos transgressores, para que os pecadores sevoltem para ti" (Salmos 51.9-13).

Amém!

127

•§••••

Demónios e Libertação no Ministério de Jesus

Uma sequência do livro de grande sucessoPorcos na Sala - um manual prático sobre libertação.

Este livro dá prosseguimento à apresentação dos princípiosensinados por Jesus no ministério de expulsar demónios elibertar os oprimidos. Os evangelhos sinóticos são a base para acompreensão acerca da ação do diabo e seus demónios e revelam opadrão bíblico para a libertação.

> Você vai aprender conceitos práticos e úteis acerca de:

> A natureza e atuação do império demoníaco.

> Discernir quais os métodos certos e os errados de libertação.

> Os medos que podem trazer derrota aos soldados cristãos.

> A comissão, a autoridade e a unção dadas aos que crêem emCristo.

> A manutenção do equilíbrio na libertação.

> Manter-se longe do alcance do diabo.

> A relação da ação demoníaca com doenças psíquicas.

Frank Hammond graduou-se pela Universidade de Baylor e peloSeminário Teológico Batista do Sudoeste. Possui mais de 40 anosde experiência como pastor e professor. E autor de diversos livros,DVDs e CDs sobre guerra espiritual e sobre relações familiares, comtraduções em várias línguas. Ele e sua esposa, Ida Mae, iniciaramem 1968 um ministério de libertação de alcance internacional.

: 93303

ISBN 978-85-7557-114-9

HOLY BlBLEI I 7 8 8 5 7 5 H 5 7 1 1 49