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Dengue e Febre da Chikungunya Subsecretaria de Vigilância em Saúde Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental

Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

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Page 1: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Dengue e Febre da Chikungunya Subsecretaria de Vigilância em Saúde Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental

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Dengue

•Doença febril aguda

•Agente etiológico: vírus RNA do gênero Flavivirus; são conhecidos sorotipos 1, 2, 3 e 4

•Vetores: mosquitos do gênero Aedes

•Os óbitos por dengue são absolutamente evitáveis e sua ocorrência é um indicador de fragilidade da rede de assistência.

Page 3: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Casos de Dengue no Estado do Rio de Janeiro e Sorotipos Predominantes Circulantes – 1986 a 2012 (Fonte SINAN – Dados até

31/12/2012)

DENV-1

DENV-2

DENV-3

DENV-4

Page 4: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Caos de dengue no estado do Rio de Janeiro 1986-2014

Page 5: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Caso suspeito de dengue

Todo paciente com doença febril aguda com duração máxima de sete dias, tendo estado nos ultimos 15 dias em area com transmissao de dengue ou que tenha a presenca do Aedes aegyti, acompanhada de pelo menos dois dos sinais ou sintomas: -cefaleia

-dor retro-orbitária

-mialgia

-artralgia

-exantema -prostração

Todo caso suspeito de dengue deve ser notificado a Vigilancia Epidemiologica, sendo imediata a notificação das formas graves da doenca.

Page 6: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Manifestações clínicas

Febre Cefaleia, adinamia, mialgias, artralgias, dor retrorbitária Exantema Prurido Anorexia

Diarréia

Vômitos Dor abdominal Manifestações hemorrágicas Alterações neurológicas Alterações cardiopulmonares

Page 7: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Anamnese

• HDA – início dos sintomas, cronologia, caracterização da febre, sangramentos, sinais de alarme

• epidemiologia – casos semelhantes no bairro, deslocamentos

• HPP: doenças associadas, uso de medicamentos, dengue anterior

• sinais vitais, exame físico, prova do laço

Page 8: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Dengue na criança

assintomatica

sindrome febril classica viral

sinais e sintomas inespecificos: adinamia, sonolência, recusa da alimentação e de líquidos, vômitos, diarréia ou fezes amolecidas, choro persistente, adinamia e irritabilidade

Page 9: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Laboratório

• Elisa IgM

• Elisa IgG • Isolamento viral • PCR

• NS1- não identifica o sorotipo de vírus, sensibilidade média 64%, especificidade 82-100%

Page 10: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Classificação de

Risco

Page 11: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Prova do laço

Insuflar o manguito até o valor médio da pressão arterial e manter durante cinco minutos nos adultos e três minutos em crianças. Desenhar um quadrado com 2,5 cm de lado no antebraço e contar o número de petéquias formadas dentro dele; a prova será positiva se houver 20 ou mais petéquias em adultos e dez ou mais em crianças

Se a prova do laço apresentar-se positiva antes do tempo preconizado para adultos e crianças, a mesma pode ser interrompida.

A prova do laço frequentemente pode ser negativa em pessoas obesas e durante o choque.

Page 12: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Sinais de alarme

• dor abdominal intensa e contínua

• vômitos persistentes • hipotensão postural e/ou lipotímia

• hepatomegalia dolorosa

• sangramento de mucosa ou hemorragias importantes (epistaxe, •gengivorragia, metrorragia, hematemese, melena, hematuria) • sonolência e/ou irritabilidade

• diminuição da diurese

• diminuição repentina da temperatura corpórea ou hipotermia

• aumento repentino do hematócrito

• queda abrupta de plaquetas • desconforto respiratório

Page 13: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Diagnósticos diferenciais •sindrome febril: influenza e outras viroses respiratórias, hepatites virais, malaria, febre tifoide e outras arboviroses •sindrome exantematica febril: rubeola, sarampo, escarlatina, eritema infeccioso, exantema súbito, enteroviroses, mononucleose infecciosa, parvovirose, citomegalovirose, outras arboviroses (mayaro), farmacodermias, doenca de Kawasaki, doenca de Henoch-Schonlein etc; • sindrome hemorragica febril: hantavirose, febre amarela, leptospirose, malaria grave, riquetsioses e purpuras; • sindrome dolorosa abdominal: apendicite, obstrução intestinal, abscesso hepático, abdome agudo, pneumonia, ITU, colecistite • sindrome do choque: meningococcemia, septicemia, febre purpurica brasileira, sindrome do choque toxico e choque cardiogênico (miocardites); • sindrome meningea: meningites virais, meningite bacteriana e encefalite

Page 14: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Fisiopatologia das formas graves

• alteracões do endotélio vascular • hemoconcentracao, hipoalbuminemia e/ou derrames cavitários • coagulopatia de consumo

• Plaquetopenia • lesão viral direta

Os sinais de alarme anunciam a perda plasmática, no entanto os pacientes podem evoluir para o choque sem evidencias de sangramento espontâneo ou prova do laco positiva

Page 15: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Formas graves

• alterações cardíacas – insuficiência cardíaca, miocardite, choque cardiogênico, SARA (síndrome da angustia respiratória)

• alterações hepáticas - insuficiência hepática, ictericia, distúrbios de coagulação e encefalopatia

• SNC - meningite linfomonocítica, encefalite e Sindrome de Reye, polirradiculopatias,neurite, depressão, irritabilidade, psicose, demência, amnesia, sinais meníngeos, paresias, paralisias, polineuropatias (Sindrome de Guillain-Barre) e encefalite

• renal - insuficiência renal aguda

Page 16: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Indicação de internação hospitalar

• Presença de sinais de alarme

• Recusa na ingesta de alimentos ou líquidos

• Plaquetas <20.000

• Impossibilidade de retorno à unidade de saúde

• Comorbidades descompensadas

• Comprometimento respiratório

• A critério clínico

Page 17: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Uso de anti plaquetários na dengue

Page 18: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Uso de anti plaquetários na dengue

Page 19: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Uso de anti plaquetários na dengue

Page 20: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Transfusão de plaquetas na dengue

• plaquetas < 50.000 e sangramento SNC ou de risco

• Plaquetas < 20.000

•Não há indicação de transfusão profilática

•Dose: 1 unidade para cada 7 Kg de peso do paciente

•Pode ser repetida a cada 8 ou 12 h até que a hemorragia esteja controlada

•Não há necessidade de contagem pós transfusional

Page 21: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Fatores que contribuem para ocorrência de complicações

• não valorização do emprego do estadiamento clínico e uso do fluxograma

•sinais de alarme não pesquisados rotineiramente

•esquemas de hidratação venosa em desacordo com os protocolos do Ministério da Saúde

•exames laboratoriais (como hematócrito) não solicitados com a frequência recomendada

•excessiva valorização da contagem de plaquetas como principal indicador de monitoramento clínico e manejo clínico não realizado

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Febre de Chikungunya

Síndrome febril aguda causada por um virus de RNA do gênero Alphavirus e transmitida pela fêmea do mosquito Ae. Aegypti e Ae. Albopictus. Característica: epidemias com alta taxa de ataque Todos os países com histórico de transmissão de dengue estão sob risco Não há imunidade na população brasileira

Page 23: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Vírus Chikungunya

Família: togaviridade

Gênero: Alphavirus

RNA +

Vetores: Aedes spp

Incubação: 2-6 dias

Baixa taxa de letalidade

Não há vacina

Não há tratamento específico

Page 24: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

CHIKV - Vírus RNA da família Togaviridae, gênero Alphavirus

Agente Etiológico

Page 25: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Febre de Chikungunya

•Agente etiológico: Virus chikungunya (CHIKV)

•Vetores: Ae. aegypti e Ae. Albopictus

•Periodo de incubação extrínsica: 3 a 7 dias

•Viremia: por até 10 dias e inicio 2 dias antes dos sintomas

•Sintomas: entre 4 a 10 dias após picada do mosquito

•3-25% dos casos são assintomáticos

•Classificação clínica: aguda, subaguda e crônica

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Historico das epidemias

• 1952 -1953: primeiros casos documentados. Tanzania. Isolamento viral • 1956: Sudáfrica

• 1999- 2000: Republica Democrática do Congo. • 2005: Isla la Reunión

• 2006: India (co-circulacão de dengue–chikungunya). • 2007: Ravenna-Italia

• 2009: Tailandia, Sul da India. • 2011: Republica Democrática de Congo

• 2012: Camboja, Serra Leoa. • 2013: Micronesia

• 2013: Saint Martin (Caribe) Nas Américas • 2014: Guiana Francesa (América do Sul) • 2014: República Dominicana

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Febre de Chikungunya

Caso suspeito: paciente com febre de início subito >38,5°C e artralgia/artrite intensa de início agudo não explicado por outras condições, sendo residente ou ter visitado area endêmica/epidêmica até 2 semanas antes do início dos sintomas ou que tenha vinculo epidemiológico com caso confirmado

Caso confirmado: isolamento viral (<3dias), PCR (<8dias), IgM na fase aguda (4-7 dias) ou covalescência ou aumento de 4x títulos de anticorpos (2-3 semanas) entre a fase aguda e covalescência

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Sinais e Sintomas – fase aguda

(% de pacientes sintomáticos) Febre 76-100

Poliartralgia 71-100

Cefaleia 17-74

Mialgia 6-72

Dor nas costas 34-50

Náusea 50-69

Vômito 4-59

Exantema 28-77

Poliartrite 12-32

Conjuntivite 3-56

Fonte: (BORGHERIN et al., 2007; STAIKOWSKY et al., 2008; STAIKOWSKY et al., 2009; REZZA et al., 2007).

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Quadro clínico – fase aguda

• febre alta (> 38,5oC)de início súbito • artralgia intensa • edema é comum

• exantema maculopapular • cefaleia • mialgia

• nausea, vomitos, • poliartrite • conjuntivite

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Manifestações Clínicas

Fonte: J Glob Infect Dis. 2011 Jul-Sep; 3(3): 221–226.

Distribuição Etária dos Sintomas, 1913 Pacientes, Kerala-India

Page 35: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Fonte: J Glob Infect Dis. 2011 Jul-Sep; 3(3): 221–226.

Page 36: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Quadro clinico – fase subaguda

duração média de 7 dias após a defervescência

•persistência ou piora da artralgia

•poliartrite distal, edematosa

• tenossinovite

•astenia

•prurido, exantema maculo papular •lesoes purpuricas, vesiculares e/ou bolhosas

Page 37: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Fonte: J Glob Infect Dis. 2011 Jul-Sep; 3(3): 221–226.

Obs: Duração > 1 mês

Page 38: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Fonte: J Glob Infect Dis. 2011 Jul-Sep; 3(3): 221–226.

Page 39: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Clinical Infectious Diseases 2009; 49:942–8

Page 40: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Fase crônica

Sintomas inflamatorios, articulares e musculoesqueleticos persistentes (>3 meses)

Pode evoluir com artropatia degenerativa.

Outros: fadiga, cefaleia, prurido, alopecia, exantema, bursite, tenossinovite, disestesias, parestesias, dor neuropatica, fenomeno de Raynaud, alteracoes cerebelares, disturbios do sono, alteracoes da memoria, deficit de atencao, alteracoes do humor, turvacao visual e depressao

Page 41: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Fatores de risco para cronificação

•idade acima de 45 anos •Desordem articular pre-existente •maior intensidade das lesoes articulares na fase aguda.

Após 1 ano: 64% dos pacientes têm rigidez e dor articular Após 3-5 anos: 12% ainda possuem sintomas

Page 42: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Diagnóstico Diferencial

•Dengue

•FR – poliartrite migratória em geral grande articulações

•Artrite séptica – leucocitose, edema articular

•Leptospirose – mialgia intensa. Congestão ocular, icterícia, história de contato com água contaminada

•Malária – periodicidade da febre, paroxismos, insuficiência renal, icterícia, história de exposição em área de transmissão

Page 43: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Formas atípicas/graves

Ausência de febre ou artralgia

•Nervoso: Meningoencefalite, encefalopatia, convulsao, Sindrome de Guillain-Barré, Sindrome cerebelar, paresias, paralisias e neuropatias •Olho :Neurite optica, iridociclite, episclerite, retinite e uveite

•Cardiovascular: Miocardite, pericardite, insuficiencia cardiaca, arritmia, instabilidade hemodinamica

•Pele: Hiperpigmentacao por fotossensibilidade, dermatoses vesiculobolhosas, ulceracoes aftosa-like

•Rins: Nefrite, insuficiencia renal aguda

•Outros : Discrasia sanguinea, pneumonia, insuficiencia respiratoria, hepatite, pancreatite, sindrome da secrecao inapropriada do hormonio antidiuretico, insuficiencia adrenal Fonte: Adaptado de Rajapakse et al. (2010) In OPAS (2011, p.14).

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Formas graves – fatores de risco

• idade <1 ano ou >65 anos

•Uso de AAS ou AINES

•Comorbidades : HAS, DM, alcoolismo, IC, asma, doenças hematológicas ou reumatológicas

Page 45: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Frequências das Principais

Manifestações Clínicas

Graves

Page 46: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Causas de óbito em pacientes com CHIKV

Page 47: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Laboratório

•Linfopenia

•Plaquetopenia e leucopenia

•Hipocalcemia

•Transaminases elevadas discretamente

Page 48: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Dignóstico laboratorial

•Isolamento viral: ≤ 3 dias

•RT-PCR: ≤ 8 dias de doença (4 - 12)

•Sorologia: Elisa IgM e IgG - Após 4 a 7 dias de doença

Page 49: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro
Page 50: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

-Da mesma forma que sinais e sintomas, não há achados laboratoriais significativos para diferenciação dos dois agravos

-Dengue tende a causar mais leucopenia, neutropenia e trombocitopenia.

- Chikungunya tende a ter menos achados laboratoriais anormais.

-Embora os sinais e sintomas possam sugerir Chikungunya ou Dengue, não há achados clínicos definitivos que permitam diferenciar as duas doenças.

Dengue X Chikungunya – Achados Laboratoriais

Page 51: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Tipos de amostras para o diagnóstico da Febre Chikungunya

Pesquisa de vírus - Fase aguda (<8 dias ): Soro

Detecção de anticorpos - Fase aguda e convalescente: soro

Outros tipos de amostras

LCR em casos de meningoencefalite

Líquido sinovial em caso de artrite com derrame

Tecidos de autopsia

A coleta, o procesamento, o armazenamento e o transporte das amostras são aspectos essenciais para o diagnóstico laboratórial. Todas as amostras clínicas devem ser acompanhadas das informações clínico-epidemiologicas.

Page 52: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Conservação da amostra até o envio:

-Soro : manter em geladeira (2 a 8 °C) por até

48 hs, após este período, congelar em freezer

(-20 °C) até o momento de entrega.

-Sangue total : manter em geladeira por, no

máximo, 3 dias.

- Fragmentos de órgãos: devem ser coletados

em até 24 h do óbito e mantidos congelados

(-20ºC) , até o momento de entrega no

LACEN/RJ.

-NÃO UTILIZAR CONSERVANTE.

Forma de acondicionamento para

transporte:

- Tubos e frascos corretamente identificados,

acondicionados em caixa de isopor ou caixa

térmica, com gelo reciclável ou gelo seco.

Page 53: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Tratamento

Fase aguda: - Repouso – diminui o risco de cronificação

- Analgesia – compressa fria, paracetamol, dipirona, codeína/tramadol - Hidratação

Atenção: não usar AINES ou AAS, evitar automedicação

Fase crônica: - analgesia – AINES, corticóide, cloroquina, metotrexato, fisioterapia

Page 54: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Gestantes

• A infecção pelo CHIKV no período gestacional não modifica o curso da gravidez

• Não há evidencias de efeitos teratogênicos

• Mães com Febre de Chikungunya no período perinatal podem transmitir o virus aos recém-nascidos por via vertical (49-85% dos casos)

• A realização de cesariana não altera o risco da transmissao

• Sem evidência de transmissão pelo aleitamento materno

Page 55: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Neonatos

• Transmissão vertical 50% dos casos

• Mãe virêmica /sintomática 4 dias antes do parto

• Início dos sintomas 3-7 dias pós parto

• Formas graves em 50% dos casos

• Síndrome hiperálgica

• Principal causa de óbito: encefalopatia

Page 56: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Neonatos

•Manifestacões Número de casos/44 (%) •Síndrome hiperálgica 38 (86) •Erupção cutânea 23 (52) •Edemas de extremidades 11 (25) •Meningo –encefalite 9 (20) •Insuficiência respiratória 7 (16) •Descamação grave 3 (7) •Hiperpigmentação 2 (5) •Dermatose bullosa 2 (5) Manifestations observées chez 44 nouveaux-nés, avril 2005-mars 2006, La Réunion. (Dominguez M et coll.)

Page 57: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Suspeita de Dengue / Chikungunya

Febre com duração máxima de 07 dias e pelo menos mais um destes sintomas (Artralgia,

cefaléia, exantema, mialgia, dor retrorbitária)

Sinais de choque

Hipotensão arterial

Pressão arterial convergente (PA diferencial < 20mm/Hg)

Choque

Pulso rápido e fino

Enchimento capilar lento (>2 segundos)

Tem sinal de alarme e/ou sinal de choque / Neonato / Descompensação de doença de base?

Sinais de Alarme

Dor abdominal intensa e contínua

Vômitos persistentes

Hipotensão postural e/ou lipotimia

Hepatomegalia dolorosa

Sangramento de mucosas

Hemorragias importantes (Hematêmese ou melena)

Sonolência e/ou irritabilidade

Hipotermia

Diminuição da diurese

Aumento repentino de hematócrito

Queda abrupta de plaquetas

Desconforto respiratório

Não Sim

Page 58: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Grupo B

Com sangramento

espontâneo ou

induzido (prova do laço

positiva), Risco social,

Comorbidades, > 65

anos, Gestantes, >28

dias e < de 02 anos

Grupo C

Sinal de alarme de dengue ou

neonato (≤ 28 dias) ou

descompensação de doença de

base.

Grupo D

Sinais de choque e/ou dispneia

e/ou disfunção grave de órgãos

Não Sim

Conduta a

critério

Clínico

Acompanhamento

Leito de internação

por um período

mínimo de 48h

Acompanhamento

Leito de terapia

intensiva

Exames complementares

- Hemograma completo, proteína, albumina e tipagem

sanguínea: obrigatório

- Outro exames conforme necessidade (gasometria,

eletrólitos, transaminases, Rx de tórax,

ultrassonografia).

- Exame específico (sorologia/isolamento viral):

obrigatório

Sinal de

Alarme

Descompensação

de doença de

base ou neonato

Sinais de

choque

Disfunção

grave de

órgãos e/ou

dispnéia

Conduta a

critério

Clínico

Acompanhamento

Em observação até

resultado de exames

Exames Complementares

- Hemograma completo:

Obrigatório

- Exame específico de acordo

com orientação da vigilância

Epidemiológica.

- Outros exames a critério

médico.

Exames

complementares

Hemograma completo

Acompanhamento

Ambulatorial

Grupo A

Sem sangramento

espontâneo ou induzido

(prova do laço

negativa), sem sinais de

alarme/choque, sem

condição especial, sem

risco social e sem

comorbidades.

Page 59: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Conduta

Hidratação Oral

Avaliar diagnósticos

diferenciais

Adultos

80ml/kg/dia, sendo 1/3

com solução salina oral

e 2/3 com ingestão de

líquidos caseiros (água,

suco de frutas, chás,

água de coco, etc).

Crianças

Precoce e abundantes,

com soro de reidratação

oral, oferecido com

frequência sistemática,

completar com líquidos

caseiros para crianças <

2 anos, oferecer 50 –

100ml (¼ a ½ copo) de

cada vez; para crianças

> 2 anos, 100 – 200ml

(½a 1 copo) de cada vez.

Repouso Sintomático

- Antitérmicos e

analgésicos (Dipirona ou

Paracetamol)

- Antieméticos, se

necessário.

Conduta Tratamento em leito de observação:

hidratação oral supervisionada ou parenteral

Adultos 80ml/kg/dia, sendo 1/3 administrados

em 4h e na forma de solução salina. Crianças

Hidratação oral 50 a 100ml/kg em 4h

Hidratação venosa se necessário: Soro fisiológico ou Ringer lactato – 40

ml/kg/4h

Conduta

Adultos e crianças

Hidratação IV

imediata: 20ml/kg/h,

com soro fisiológico ou

ringer lactato.

Reavaliação

Clínica e laboratorial a

cada 2h

Melhora clínica e

laboratorial. Sinais

vitais e PA estáveis,

diurese normal, e

queda do hematócrito

Não Sim

Repetir fases

de expansão

até três

vezes.

Resposta

inadequada =

conduzir

como grupo

D

Conduta

Hidratação IV

imediata,

independente do local

de atendimento

Adultos e crianças

Hidratação IV com

solução salina

isotônica: 20ml/kg em

até 20 minutos;

Repetir estas fases até

três vezes se

necessário

Reavaliação

Reavaliação clínica a cada 15-30

minutos e hematócrito após 2h

Melhora clínica e de

hematócrito.

Retornar para fase de

expansão do Grupo C

Resposta inadequada

Conduta

Hidratação oral conforme

recomendado para o Grupo A, até

o resultado dos exames.

Avaliar diagnósticos diferenciais

Hematócrito

aumentado

em mais de 10% ou

crianças > 38%

mulheres > 44%

homens> 50%

Reavaliação

Clínica e do hematócrito em 4h

(após etapa de hidratação)

Aumento de hematócrito ou surgimento de sinais de alarme

Sim Não

Seguir conduta do

Grupo C

Hematócrito

normal

Seguir conduta

do Grupo A

Hidratação

domiciliar =

Grupo A

Page 60: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Manutenção Adultos

I fase de 25 ml/kg em 8h, sendo 1/3

com soro fisiológico e 2/3 de soro

glicosado.

Crianças

Regra de Holliday-Segar:

- Até 10kg: 100 ml/kg/dia

- De 10 a 20kg: 1000ml + 50 ml/kg/dia

para cada kg acima de 10kg

-De 20 a 30kg: 1500ml + 20ml/kg/dia

para cada kg acima de 20kg

- Acima de 30kg: 40 a 60ml/kg/dia ou

1700 a 2000 ml/m²SC

- Sódio: 3mEq em 100ml de solução

ou 2 a 3 mEq/kg/dia

- Potássio: 2mEq em 100ml de solução

ou 2 a 3 mEq/kg/dia

Hematócrito em

elevação

Hematócrito em

queda

- Utilizar expansores

plasmáticos (colóides

sintéticos – 10ml/kg/h):

na falta deste: albumina

– adulto 3ml/kg/h

Criança 0,5ml/kg/h

Investigar

hemorragias e

coagulopatia de

consumo

Sim Não

Investigar hiper-

hidratação, ICC

e tratar com

diminuição da

infusão de

líquido,

diuréticos e

inotrópicos,

quando

necessário.

- Se hemorragias:

transfundir

concentrado de

hemácias.

- Se coagulopatia:

avaliar

necessidade de

plasma (10ml/kg),

vitamina K e

criopreciptado (IU

para cada 5-10kg)

Se resposta adequada, tratar como

Grupo C

Retorno

Reavaliação clínica

e laboratorial

diária ou imediata

na presença de

sinais de alarme.

Entregar o cartão

de

acompanhamento

da dengue.

Acompanhar o

paciente até 48h

após a queda da

febre.

Importante

Os sinais de alarme e

agravamento da dengue

costumam ocorrer na

fase de remissão da

febre

Retorno

Imediato em caso de

aparecimento de sinais

de alarme

Reavaliar o paciente a

cada 48h.

Critérios de Alta

Estabilização hemodinâmica durante 48h;

Ausência de febre por 48h;

Melhora visível do quadro clínico;

Hematócrito normal e estável por 24h;

Plaquetas em elevação e acima de

50000/mm³

Ausência de sintomas respiratórios

Retorno

Após preencher critérios de alta = retorno

conforme Grupo B.

Entregar cartão de acompanhamento

Page 61: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Orientações para os serviços de vigilância

Notificar os casos suspeitos (SINAN) em até 7 dias e encerrados em até 60 dias (dengue) e em até 24 h (CHIK)

Realizar coleta de sangue/soro , cadatrar as amostras no Sistema Gerenciador de Amostra Laboratorial (GAL) e enviá-las ao LACEN/RJ

Page 62: Dengue e Febre da Chikungunya - Rio de Janeiro

Contatos

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