Dependência Química

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Slide sobre transtornos associados a dependência química. Engloba aspectos psicológicos e as diferenças na classificação dos transtornos associados a dependência do DSM IV para o DSM V.

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Apresentao do PowerPoint

Carla, Fernanda, Gidvanny, Glaycianny e HellenSNDROMES RELACIONADAS AO CONSUMO DE SUBSTNCIAS PSICOATIVASSubstncias que ao entrarem em contato com o organismo, sob diversas vias de administrao, atuam no sistema nervoso central, produzindo alteraes de comportamento, humor e cognio, possuindo grande propriedade reforadora, sendo, portanto, passvel de auto-administrao.Drogas ou substncias psicoativasQuanto origem:NaturaisSemissintticasSintticas

Quanto legalidade:LcitasIlcitas

classificaoQuanto ao no Sistema Nervoso Central (SNC): Depressores Estimulantes Perturbadores/Alucingenas

classificaoUso Recreativo/ocasionalUso HabitualUso DependenteCompulso de usar a droga para experimentar seu efeito psquico ou evitar o desconforto provocado pela sua ausncia.Formas de usoTOLERNCIADiminuio do efeito de uma droga aps administraes repetidas. ABSTINNCIASinais e sintomas que ocorrem horas ou dias aps o indivduo que j desenvolveu algum grau de tolerncia e uma dependncia fsica quando a ingesto da droga interrompida ou reduzida.Ex.: ansiedade, inquietao, nuseas, tremor, sudorese, etc.

Abuso e dependnciaAbuso e dependnciaCARACTERSTICAS DA SNDROME DE DEPENDNCIA AO LCOOL (SDA)*

DIMENSES DO DIAGNSTICO

- Fsica: alteraes na sade fsica decorrentes do uso do lcool.

- Psicolgica: irritabilidade, ansiedade, depresso, agressividade, insnia, desmoralizao crnica, etc.

- Social: transtornos no relacionamento matrimonial e familiar, dificuldades e problemas no trabalho e no estudo (faltas, acidentes, desemprego, etc), problemas legais, acidentes de transito, desmoralizao, isolamento social, etc.

*Pgina 214alcoolismoAs causas so complexas e multifatoriais. Com contribuio de aspectos:GenticosPsicossociaisAmbientais

A transio do uso ocasional, recreacional ou controlado de drogas at a perpetuao de um comportamento alterado de busca constante de seus efeitos reforadores.Percurso histricoSculo XIX Instintos subconscientesSculos XX Personalidade adictaTeoria do reforo

SISTEMA DE RECOMPENSA CEREBRAL

Percurso histricoDSM IV DSM - VProblemas legais recorrentes relacionados a substncias.Substitudo por fissura.Transtorno por uso de substncia.- No h mais distino entre abuso e dependncia- Critrios para: intoxicao;Abstinncia;Transtornos induzidos por substnciasTranstornos relacionados a substncias no identificadas.DSM-IV x DSM-vTranstorno por Uso de Substncia e a gravidade do quadro passou a ser classificada de acordo com o nmero de critrios preenchidos: dois ou trs critrios indicam um transtorno leve, quatro ou cinco indicam um distrbio moderado e seis ou mais critrios indicam um transtorno grave. ( ARAJO & NETO, 2014, p.14)

dsmA atual verso do manual passou a incluir os diagnsticos de Abstinncia de Cannabis e Abstinncia de Cafena e excluiu o diagnstico de Dependncia de Mltiplas Substncias. O Transtorno por Uso de Nicotina foi substitudo pelo Transtorno por Uso de Tabaco. ( ARAJO & NETO, 2014, p.14)

dsmRemisso precoce e remisso sustentada;

Incluso do Transtorno de Jogo entre os Transtornos Relacionados Substncias e Adio.

Nomenclatura: de Transtorno por uso de substncia a Transtornos Relacionados a Substncias e Adio

DSM

Os medicamentos utilizados no tratamento dos problemas com lcool e outras drogas visam tratar a intoxicao, a sndrome de abstinncia ou a sndrome de dependncia das substncias psicoativas. (...) o tratamento farmacolgico somente para o uso de lcool, nicotina e opioides, porque so substncias para as quais existe tratamento com medicaes especficas, alm da cocana e crack, devido relevncia desse tipo de dependncia na atualidade. (SUPERA, 2014, p.50)

Tratamento farmacolgico O objetivo do tratamento da Sndrome de Abstinncia ao lcool (SAA) prevenir a ocorrncia de: Convulses - Delirium tremens - Morte por complicaes da SAA.

- Benzodiazepnicos (tranquilizantes, calmantes): So as medicaes de escolha para o tratamento da SAA, pois so seguros e efetivos para prevenir e tratar convulses e delrios.

- Haloperidol: uma medicao antipsictica que pode ser utilizada para tratar agitao e alucinao. No entanto, pode aumentar o risco de convulses, por isso deve ser utilizada aps a administrao de benzodiazepnicos que so anticonvulsivantes.

- Tiamina (vitamina B1): A suplementao de timina importante para a preveno da sndrome de Wernicke Korsakoff. Apesar de muitos no apresentarem deficincia de timina, ela deve ser prescrita regularmente para todos os pacientes em SAA, pois no apresenta feitos adversos ou contra indicaes.

A doena de Wernicke (...) caracterizada por nistagmo, marcha atxica, paralisia do olhar conjugado e confuso mental. (...) A psicose de Korsakoff uma desordem mental na qual a memria de reteno est seriamente comprometida em um paciente at ento sadio. Esta desordem est tambm associada ao alcoolismo e deficincia nutricional.(ZUBARAN et AL, 1996, p.603)

LCOOL- Dissulfiam: Inibe a metabolizao do lcool, causando reaes desagradveis (sudorese, nuseas e palpitaes at reaes mais intensas, como falta de ar, tontura e convulses) quando o paciente consome lcool. A intensidade das reaes ir depender da dose da medicao, da quantidade de lcool consumida e da vulnerabilidade individual. Sugere-se que seu uso ocorra num programa de tratamento para dependncia de lcool sob superviso mdica e acompanhamento psicolgico.

- Naltrexone: Essa medicao foi aprovada para tratamento da dependncia de lcool, em conjunto com intervenes psicossociais (ex: psicoterapia, orientao individual e familiar). A medicao diminu os efeitos prazerosos do lcool e, com isso diminui a vontade de beber. Testes em pacientes alcoolistas mostraram que naltrexone, quando combinado com intervenes psicossociais, diminua em 50% a chance de recada, diminua a vontade de beber e o nmero de dias bebendo.

- Acamprosato: uma das medicaes recentemente aprovadas para tratamento do alcoolismo, sendo efetiva na reduo da recada de pacientes, alm de aumentar o nmero de dias de abstinncia de lcool. Os efeitos adversos mais comuns so: diarria, dor de cabea, nusea, vmito e azia. O acamprosato no interage com lcool e pode ser utilizado mesmo que o paciente tenha recado.

Dependncia de lcoolO tratamento farmacolgico da dependncia de nicotina pode ser realizado pela reposio de nicotina (com goma de mascar ou adesivo de nicotina) ou pelo uso de determinados medicamentos, diminuindo os sintomas de abstinncia e a chance de recada, principalmente se estiver associada com acompanhamento psicolgico.

- Bupropriona: um antidepressivo eficaz em aumentar o tempo de abstinncia e reduzir o aumento de peso, devendo ser prescrito cerca de uma a duas semanas antes de o paciente parar completamente com o uso do cigarro. - Vareniclina: Atua no crebro no local afetado pela nicotina e pode ajudar as pessoas a pararem de fumar, aliviando os sintomas de abstinncia e bloqueando os efeitos da nicotina, efeito significativo nas taxas de cessao do tabagismo, na preveno de recada.

nicotinaOs opioides apresentam um grande potencial de abuso e dependncia, tanto os lcitos (morfina, meperidina, codena) quanto os ilcitos (herona). Algumas medicaes podem ser utilizadas para tratar a abstinncia ou a dependncia dessas substncias.

- Metadona: Essa substncia pode ser utilizada por perodos longos; em conjunto com intervenes psicossociais (ex: psicoterapia, orientao individual e familiar) e deve ser retirada lentamente. A metadona tambm causa dependncia. Os resultados obtidos com o uso da Metadona mostram reduo importante da gravidade dos sintomas de abstinncia, principalmente quando usada como parte de um programa de tratamento com apoio psicossocial.-Buprenorfia: Vrios trabalhos demonstraram a eficcia desse medicamento no enfrentamento da sndrome de abstinncia e na manuteno do tratamento.

opiides Ao contrrio das substncias acima referidas, no existe um tratamento especfico para a abstinncia ou dependncia de cocana e crack. O tratamento focado na diminuio dos sintomas de fissura, agitao psicomotora, tratamento de delrios ou alucinaes e alteraes de humor causados pelo uso dessa substncia.(SUPERA, 2014, p.56)

COCANA E CRACKAntipsictios e Benzodiazepnicos: Apesar de no haver estudos consistentes mostrando a eficcia desses medicamentos no uso de cocana e crack, essas medicaes acabam sendo o recurso utilizado para o manejo da agitao psicomotora e em momento de fissura pela substncia, por provocarem sedao e diminuio da ansiedade. Os antipsicticos tambm podem atuar nos sintomas de delrio e alucinaes, que so comuns em quem usa crack ou cocana.

-Dissulfiam: Age inibindo a converso da dopamina em noradrenalina, aumentando a disponibilidade de dopamina no crebro, e podendo reduzir o desejo de consumo dessa droga. -Topiramato: Alguns estudos mostram a eficcia dessa medicao agindo no sistema de recompensa cerebral e diminuindo o efeito euforizante da droga, reduzindo a magnitude de busca pela substncia.

Importante! Muitos pacientes usurios de crack ficam muito desnutridos, aumentando o risco para deficincia de timiana e Sndrome de Wernicke-Korsakoff mesmo que no sejam alcoolistas, sendo recomendvel nesses casos o tratamento com tiamina.

Antipsictios e BenzodiazepnicosTranstornos mentais induzidos por substncias

Os Transtornos Induzidos por Substncias podem desenvolver-se no contexto de uma Intoxicao com Substncia ou Abstinncia de Substncia, ou podem persistir por muito tempo aps a eliminao da substncia do organismo. (Transtornos Persistentes Induzidos por Substncias). Um tipo diferenciao que pode ser utilizada entre um transtorno mental primrio e um Transtorno Induzido por Substncia, a presena de caractersticas atpicas do transtorno mental primrio (por ex., idade de incio ou curso atpicos).Deve-se levar em conta, tambm, a presena ou ausncia de caractersticas fisiolgicas e comportamentais de Intoxicao ou Abstinncia especficas substncia.

Ex: Transtorno psictico induzido por cocana, Transtorno Amnstico Persistente Induzido por lcool. Referncia: Manual Diagnstico e Estatstico de Transtornos mentais Texto Revisado IV (DSM IV T.R)Aspectos psicolgicos do consumo de drogasRezende (2000) aponta que h estudos longitudinais que analisam a participao de fatores de risco ambientais relacionados com padres de utilizao de drogas. E outros estudos que sugerem que certas caractersticas familiares podem estar associadas ao consumo de drogas por adolescentes. Sendo que quatro aspectos so geralmente destacados como: consumo de drogas pelos pais; qualidade da relao pais e filhos; personalidade e atitudes dos pais e a presena de problemas de relacionamento entre os pais.

REZENDE, M.M. Modelos de Anlise do uso de Drogas e de Interveno Teraputica: Algumas Consideraes . Rev. biocinc.,Taubat, v.6, n.1, p.49-55, jan-jul.2000.Segundo Rezende (2000) um estudo de Kandel e Davies (1996) investigou as caractersticas distintivas dos adolescentes que atingiram diferentes estgios de uso de drogas, em particular, o grau mais alto, representado pelo crack. Os resultados da pesquisa mostram que os estudantes usurios de drogas ilcitas tm prejuzos no rendimento escolar, na qualidade da relao familiar, na sade e revelam aumento de sintomas psicolgicos. Comparados a no-usurios, so mais propensos a prticas transgressoras e mais ativamente envolvidos com seus pares. Vivem em ambientes sociais nos quais outros jovens e mesmo parentes tm maior tolerncia ao uso de drogas. A delinquncia e a extenso do uso dessas substncias aumentam, com a elevao do estgio de utilizao. O uso de crack provoca o mais baixo nvel de funcionamento psicossocial, quando comparado a qualquer outro grupo de drogas do referido estudo. REZENDE, M.M. Modelos de Anlise do uso de Drogas e de Interveno Teraputica: Algumas Consideraes . Rev. biocinc.,Taubat, v.6, n.1, p.49-55, jan-jul.2000.As concluses do estudo de Kandel e Davies (1996), citado por Rezende (2000) so:

Drogas utilizadas com os pares (maior envolvimento com drogas, maior ligao grupal) e participao em delinquncias so as maiores diferenas entre usurios e no- usurios. Existe maior alienao da famlia e da escola no caso dos usurios. O uso de lcool e de cigarros pelos pais est mais relacionado com a utilizao, pelos filhos, de drogas legalizadas. J o uso, pelos pais, de medicamentos prescritos est mais relacionado experimentao, pelos filhos, de drogas ilcitas. Sugere-se que a sua utilizao pode representar uma forma de automedicao. No possvel determinar se o declnio de nvel de adaptao social observado entre esses jovens causa ou consequncia do uso de drogas. Provavelmente, ambos os processos esto envolvidos. Maior dificuldade de adaptao social indica maior possibilidade de iniciao no uso de drogas, o que, por sua vez, incrementa o desajustamento. A aceitao do uso de drogas pelo grupo de iguais o maior fator de motivao (relatado pelos sujeitos) na evoluo de estgios de uso. Falta de intimidade (proximidade) com os pais e problemas psicolgicos, refletidos em sintomas depressivos, predizem a progresso do uso de maconha para o de outras drogas ilcitas.REZENDE, M.M. Modelos de Anlise do uso de Drogas e de Interveno Teraputica: Algumas Consideraes . Rev. biocinc.,Taubat, v.6, n.1, p.49-55, jan-jul.2000.Os achados contidos nas pesquisas citadas por Rezende (2000), fortalecem as sugestes de vrios estudiosos que apontam para a importncia da famlia fazer parte do conjunto de estratgias teraputicas. A literatura apresenta evidncias de que, quando a famlia participa do programa de tratamento, os resultados nos aspectos de adeso ao mesmo e na reduo de recadas podem ser melhores, alm de possibilitar a realizao de um diagnstico familiar mais completo (Rezende 1999).REZENDE, M.M. Modelos de Anlise do uso de Drogas e de Interveno Teraputica: Algumas Consideraes . Rev. biocinc.,Taubat, v.6, n.1, p.49-55, jan-jul.2000.Os transtornos psiquitricos que apresentam maiores taxas de comorbidade com consumo de SPA so: transtorno de ansiedade (28%), aqui inclusos transtorno de pnico e transtorno de ansiedade generalizada; em seguida, transtornos do humor (26%), transtorno de personalidade anti-social (18%) e esquizofreniacomorbidadesTXICAS Causa: ao direta da droga sobre o crebroDurao: horas ou no mximo, diasSintomas: rebaixamento do nvel de conscincia, confuso mental, iluses, alucinaes visuais, medo e perplexidades.

INDUZIDAS POR DROGASCausa: perodos de uso intenso da drogaDurao: dias ou no mximo, semanasSintomas: quadros maniatiformos, esquizofrenimorfos ou polimorfos. FUNCIONAISCausa: ocorrncia de futuros episdios psicticos independente da exposio droga.Durao: mais de um msSintomas: retraimento social, distanciamento afetivo ou afeto incongruente, hipopragmatismo, etc.psicosesPossibilidades de cuidado de acordo com o ministrio da sadeDe acordo com a prpria Organizao Mundial de Sade (OMS, 2001), cerca de 10% das populaes dos centros urbanos de todo o mundo, consomem abusivamente substncias psicoativas independentemente da idade, sexo, nvel de instruo e poder aquisitivo.

Considerando dados referentes ao ano de 2001 (DATASUS, 2001), tivemos no Brasil 84.467 internaes para o tratamento de problemas relacionados ao uso do lcool, mais de quatro vezes o nmero de internaes ocorridas por uso de outras drogas. Tipos de uso: recreativo, habitual e dependente.O Relatrio Mundial da Sade - Sade Mental: Nova Concepo, Nova Esperana (OMS, 2001) traz dez recomendaes bsicas para aes na rea de sade mental / lcool e drogas. So elas: Promover assistncia em nvel de cuidados primrios Disponibilizar medicamentos de uso essencial em sade mental Promover cuidados comunitrios Educar a populao Envolver comunidades, famlias e usurios Estabelecer polticas, programas e legislao especficaDesenvolver recursos humanos Atuar de forma integrada com outros setores Monitorizar a sade mental da comunidade Apoiar mais pesquisasPossibilidades de cuidado

O uso de frmacos importante no tratamento da dependncia qumica, mas no e no dever ser o nico tipo de interveno usada, dever agir complementando outras intervenes psicossociais buscando melhorar todos os aspectos da vida do paciente. No entanto em muitos casos a terapia individual ou de grupo, s sero possveis se o paciente estiver minimamente equilibrado para poder participar desses espaos e absorver seus contedos.REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

ZUBARAN, Carlos et AL. (1996). Aspectos clnicos e neuropatolgicos da sndrome de Wernicke-Korsakoff. Revista Sade Pblica. (602-608). Disponvel em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v30n6/5118.pdf, acessado em 10.05.2015.SUPERA. (2014). Sistema para deteco do Uso abusivo e dependncia desubstncias Psicoativas: Encaminhamento, interveno breve, Reinsero social e Acompanhamento / coordenao [da] 6. ed. Maria Lucia Oliveira de Souza Formigoni. Disponvel em: www.supera.senad.gov.br , acessado em 08.05.2015.

ARAJO, A. C.; NETO, F. L. A Nova Classificao Americana Para os Transtornos Mentais o DSM-5. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva. ISSN 1982-3541 2014, Vol. XVI, no. 1, 67 82.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

REZENDE, M.M. Modelos de Anlise do uso de Drogas e de Interveno Teraputica: Algumas Consideraes . Rev. biocinc.,Taubat, v.6, n.1, p.49-55, jan-jul.2000.