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http://dx.doi.org/10.35265/2236-6717-211-8764
FORTALEZA-CE. EDIÇÃO 211. V.9. ANO 2021.
DEPRESSÃO E CAPACIDADE FUNCIONAL
EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS [ver artigo online]
Nandiara Figueiredo Araujo¹
RESUMO
A população idosa vem crescendo consideravelmente nas últimas décadas com um aumento
significativo das doenças psíquicas, dentre elas a depressão, considerada uma das maiores causas de
declínio funcional e diminuição da qualidade de vida. O objetivo desta pesquisa foi feito para
compreender a depressão no idoso institucionalizado e relacionar quais os níveis de depressão que
interferem na sua capacidade funcional. A metodologia aplicada constitui-se de uma revisão integrativa
baseada na produção científica, utilizados como critérios de inclusão, artigos selecionados nas bases de
dados da Biblioteca virtual em saúde (BVS): LILACS, SciELO e MEDLINE, que foram publicados
entre os anos de 2006 a 2016 e coletados no primeiro semestre de 2017, nos idiomas português e inglês.
Espera-se que os resultados desta revisão contribuam para a reflexão sobre as necessidades de suporte
psicológico aos idosos que vivem no âmbito institucional. Assim, é importante os profissionais de saúde
entender acerca dos conhecimentos necessários sobre a sintomatologia da depressão para servir de
subsídios na atuação do acolhimento humanizado e integral, com o direcionamento adequado para a
prevenção desse transtorno mental e capacidade funcional no idoso.
Palavras-chave: Depressão. Idoso Fragilizado. Saúde do idoso Institucionalizado.
¹ Enfermeira pela Faculdade Estácio de Sergipe, Aracaju, SE. Pós-graduada em Saúde Mental e Gerontologia
pela Faculdade Dom Alberto, Santa Cruz, RS. E-mail: [email protected]
DEPRESSÃO E CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS
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DEPRESSION AND FUNCTIONAL CAPACITY IN
INSTITUTIONALIZED ELDERLY
Nandiara Figueiredo Araujo¹
ABSTRACT
The elderly population has grown considerably in recent decades with a significant increase in psychic
diseases, including depression, considered one of the major causes of functional decline and decreased
quality of life. The purpose of this research was to understand depression in institutionalized elderly and
to relate which levels of depression interfere with their functional capacity. The applied methodology
consists of an integrative review based on scientific production, used as inclusion criteria, articles
selected from the databases of the Virtual Health Library (VHL): LILACS, SciELO and MEDLINE,
which were published between 2006 to 2016 and collected in the first half of 2017, in Portuguese and
English. The results of this review are expected to contribute to the reflection on the needs of
psychological support to the elderly living in the institutional context. Thus, it is important for health
professionals to understand about the necessary knowledge about the symptoms of depression to serve
as subsidies in the performance of humanized and integral care, with appropriate guidance for the
prevention of this mental disorder and functional capacity in the elderly.
Keywords: Depression. Fragile elderly. Health of the elderly Institutionalized.
¹ Nurse at Faculdade Estácio de Sergipe, Aracaju, SE. Postgraduate in Mental Health and Gerontology from Fa-
culdade Dom Alberto, Santa Cruz, RS. E-mail: [email protected].
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INTRODUÇÃO
A população idosa vem crescendo consideravelmente nas últimas décadas,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2016) nos próximos
20 anos poderá ultrapassar os 30 milhões de pessoas e deverá representar quase 13%
da população ao final deste período.
O crescimento demográfico da terceira idade representa um significativo
aumento de doenças, principalmente psíquicas, dentre elas a depressão, considerada
uma das maiores causas de declínio funcional e diminuição da qualidade de vida
(SOARES; COELHO; CARVALHO, 2012).
A prevalência de depressão entre os idosos pode variar muito e deve-se levar
em consideração fatores como genêro, idade, tipo de residência e diagnóstico médico.
Estima-se que 15% da população dessa faixa etária apresentam algum sintoma
depressivo e que a depressão seja mais frequente em idosos institucionalizados
(SILVA et al., 2012).
A institucionalização não integra ainda uma prática comum em nossa
sociedade, levando o idoso ao sentimento de abandono, perda de autonomia,
distanciamento social e transtornos depressivos afetando diretamente no
agravamento de doenças preexistentes e diminuição na capacidade de realização de
tarefas básicas diárias (CARREIRA et al., 2011).
Assim, o objetivo deste estudo foi de compreender acerca de depressão e
capacidade funcional em idosos, nas literaturas nacionais e internacionais.
Para isso, foi analisado teoricamente o perfil dos idosos residentes de
Instituições de Longa Permanência (ILPI). Investigar a produção científica sobre
declínio funcional em decorrência a idade levando em consideração os níveis de
depressão.
Portanto, o tema escolhido apresenta-se como uma forma de maior
esclarecimento de observações, importancia de entender as particularidades da
depressão e diferentes niveis do declinio da capacidade funcional principalmenter em
Idosos institucionalizados para tentar entender as necessidades de suporte
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psicológico e as necessidades dos programas sociais voltados à saúde do idoso, a
fim de prestar melhores intervenções e um melhor prognóstico.
1 Matérias e Método
O estudo trata-se de uma revisão integrativa de literatura, que é considerada a
mais ampla abordagem metodológica referente às revisões com abordagem
qualitativa, a partir da análise de artigos e revistas eletrônicas, abordando sobre
assuntos referentes à depressão e capacidade funcional em idosos institucionalizados,
realizando síntese de múltiplos estudos publicados a respeito de uma determinada
área.
A revisão integrativa envolve a análise de conceito e discussão dos resultados
de uma pesquisa bibliográfica sobre um determinado tema, sendo também bastante
relevante na busca de evidências das práticas clínicas para os profissionais na área
de saúde (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
Ainda conforme Mendes, Silveira e Galvão (2008), para a construção
integrativa é utilizado seis etapas: 1) definição do tema e a questão norteadora da
pesquisa, 2) estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão, 3) definição das
informações a serem extraídas dos estudos selecionados, 4) avaliação das
informações a serem empregados na revisão, 5) interpretação dos estudos, 6)
apresentação da revisão integrativa.
Como critérios de inclusão foram utilizados textos disponíveis na íntegra, em
língua portuguesa e inglesa, nas bases de dados acima citadas. Com os seguintes
descritores: depressão, idoso fragilizado, saúde do idoso Institucionalizado.
Apresentando em seus resultados fatores significativamente associados à sinto-
matologia depressiva e capacidade funcional em pessoas idosas institucionalizadas.
Seguindo critérios de exclusão foram desconsideradas publicações inferiores
ao ano de 2006, assim como teses, dissertações, artigos de revisão, estudos que
incluíssem em sua amostra pessoas com idade inferior a 60 anos e que não
possuíssem uma abordagem específica com o tema proposto.
Os artigos consultados para elaboração desse texto foram selecionados nas
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seguintes bases de dados: Biblioteca virtual em saúde (BVS), Literatura Latino
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library
Online (SciELO) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online /Biblioteca
Virtual em Saúde (MEDLINE/BVS), todos compreendidos entre os anos de 2006 a
2016, além de adotar como base o caderno de atenção básica número 19, ministério
da saúde, tendo como relevância a importância do diagnóstico, sintomas de
depressão e comprometimento da capacidade funcional em idosos.
O processo de análise e tratamento dos dados ocorreu através da leitura,
interpretação e síntese textual, o qual se trata de um modo de aprofundamento em
processos discursivos, visando alcançar saberes sob a forma de compreensões
reconstruídas dos discursos.
Os artigos foram avaliados de acordo com a temática proposta, onde foi
selecionado, e após analisados e interpretados foram inseridos em um quadro que
servirá como base para a discussão. A pesquisa obedeceu aos critérios de ética em
pesquisa fundamentados nas Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
– ABNT 10.520 e 6023, que fala das citações e referências. E na lei 12.853/13 que
regulamenta os direitos autorais dos autores analisados.
2 Discussão
2.1 Envelhecimento
O envelhecimento é por si só, um conjunto das alterações fisiológicas e
patológicas que determinam a perda gradativa da capacidade de adaptação do
indivíduo ao meio ambiente, sendo considerado um processo dinâmico e progressivo
(MARINHO et al., 2013).
Estimativas revelam que em 2032 é possível que a população com idade maior
que 65 anos represente 14,32% da população total do país, tornando o Brasil uma
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nação com altos índices da terceira idade conforme os parâmetros estipulados pela
OMS (IBGE, 2016).
A população está ficando mais velha, e esse processo de envelhecimento
desenvolve no organismo humano, diversas modificações tanto biológicas,
psicológicas quanto sociais, evidenciando ainda mais com o avançar da idade. O bem
estar da pessoa idosa depende de vários fatores e pode estar relacionando a
situações positivas ou negativas na vida do idoso e assim como na interação da
vivência com seus familiares (FONSECA; FRANCO et al DIAS, 2007).
De acordo com o caderno de atenção básica da pessoa Idosa, o
envelhecimento pode ser caracterizado como dois tipos de processo, como
senescência classificado como um processo é natural de redução da reserva funcional
do idoso que em condições normais não costumam provocar nenhum problema, e não
deve ser tratado como doença. E a senilidade onde existe umas condições de
sobrecarga relacionadas aos mecanismos fisiopatológicos do idoso, chamado de, que
pode ocasionar uma condição patológica que requeira alguma assistência.
O idoso poderá apresentar falhas em seu desempenho cognitivo e físico como
problemas de memória e concentração, necessitando de cuidados especiais,
orientação, acompanhamento médico. E, na parte funcional há perda da
independência e autonomia, necessitando de auxílio para desempenhar suas
atividades básicas do cotidiano (SILVA et al., 2012).
Envelhecer traz um sentimento de marasmo, melancolia, e quando o idoso se
depara com uma nova realidade, de viver uma nova fase, em instituições de longa
permanência, pode trazer sentimentos de abrir mão de vínculos afetivos, moradia,
rotinas e pessoas que fizeram parte de sua vida, configurando uma situação delicada
e pouco aceita (MORAIS et al., 2012).
Ainda conforme autor citado, a proposta das ILPI’s constitui-se de estratégia
para garantir a moradia e alimentação de pessoas com idade superior a 60 anos, com
ou sem fins lucrativos. Infelizmente, surge a questão do abandono de suas famílias,
repassando a responsabilidade do cuidado para os cuidadores e profissionais que
trabalham nesses locais.
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Vale ressaltar que não necessariamente o processo de moradias
institucionais traga fragilização no bem estar do indivíduo, muitos dos residentes já
carregam consigo uma má percepção da vida e, consequentemente, uma baixa
qualidade no momento em que se procura por uma Instituição de Longa Permanência
para Idosos (ILP’S) (SOARES; COELHO; CARVALHO, 2012).
Entretanto, quando o idoso passa a residir nessas instituições, ele sofre uma
mudança drástica no seu cotidiano, perda de ambiente e convívio familiar, ocasionado
isolamento social, o que justifica a grande incidência de episódios depressivos e
limitações desse indivíduo.
Na literatura aponta que cerca de 13% dos idosos institucionalizados
desenvolvem algum episódio depressivo dentro de um ano (SILVA et al., 2012). O
idoso encontra-se em uma situação de fragilidade física, cognitiva e emocional. Tal
situação decorre de fatores internos e externos as ILPI’s. Entre esses fatores, destaca-
se a própria estrutura física e administrativa das instituições, caracterizada pela rigidez
de horários e normas, rotinas engessadas, pode-se citar também o abandono por
parte de familiares e entes queridos, comorbidades pré-existentes, aspectos
econômicos, baixa escolaridade.
Neste caso, o idoso institucionalizado perde a autonomia das tomadas de
decisões, pois esse ambiente traz limitações, o que favorece o sentimento de
inutilidade, visto que a tomada de decisões fica de responsabilidade administrativa
das ILPIS (SOARES; COELHO; CARVALHO, 2012).
Os fatores que podem contribuir para essa institucionalização estão à falta de
programas sociais voltados para promoção de saúde do idoso, a ausência de
familiares ou pessoas disponíveis para cuidar dos idosos em situação de dependência
e o alto investimento de cuidadores domiciliares (MARINHO et al., 2013).
Diante das dificuldades enfrentadas do idoso com quadros depressivos faz-se
necessário a aproximação de seus familiares, que nem sempre aceitam ou possuem
capacidade de desempenhar o papel de cuidadores, aumentando a demanda por
Instituições de Longa Permanência para Idosos (NOBREGA et al., 2015).
Desse modo, o foco principal do trabalho em ILPI’s deve ser manter no idoso
em uma rotina ativa, com horários flexíveis, de lazer. Um estudo de Soares (2012),
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aponta que a percepção do profissional da saúde sobre essa fase da vida é bastante
importante e deve-se encarar com respeito às vivências de cada idoso, respeitar suas
necessidades e direitos a liberdade de decisões e privacidade.
Considera-se que a chegada do idoso nas ILP’s parece exigir uma adaptação
tecida por vários sentimentos que produz isolamento e causa desconforto com o novo
estilo de vida, tornando situações, na maioria das vezes, difícil de se conformar
(MARINHO et al., 2013).
Assim, o idoso nas ILP’s se estabelece, como pessoas que foram privadas de
seus direitos por encontrar-se afastado de suas rotinas, vivências, lembranças das
relações nas quais sua história de vida foi construída. Nesse cenário, as ILP’s ainda
constituem um desafio, pois ao mesmo tempo em que cuidam afastam o idoso de seu
convívio familiar (MORAIS et al., 2012).
Ainda conforme autores citados acima, se em uma vertente as ILPI’s
contribuem para o acolhimento e assistência ao idoso, por outra, pode se acarretar
uma mudança de contato social externo, que proporciona um confinamento social, e
rompimento com a ligação dos seus entes queridos.
É papel do profissional de saúde averiguar os fatos do convívio social do idoso
referente a autonomia e independência, recorrendo a ações educativas que auxiliem
nesse processo de adaptabilidade, orientações, promover bem estar, além de criar
vínculos e familiaridade que favoreçam a convivência estabelecendo relações
baseados na humanização, com um atendimento acolhedor e compreensivo
(SOARES, 2012).
2.2 Depressão
A depressão é um dos transtornos mentais mais comuns em idosos, com o
maior número de diagnósticos na faixa etária de 70-74 anos, de natureza multifatorial,
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que pode diferenciar-se em relação a sintomas, gravidade, recorrência e prognóstico.
Podendo levar o indivíduo a perda da independência e a piora de patologias
preexistentes (SILVA et al., 2012). Cerca de 15% dos idosos apresentam sintomas
depressivos, entretanto, esse distúrbio tende a ser mais recorrente nas populações
idosas residentes em Instituições de Longa Permanência(ILPI).
A depressão pode ser recorrente ou de início tardio, ou seja, a primeira
caracteriza-se pela repetição dos episódios depressivos, alternados por períodos de
normalidade e a segunda manifestada pela primeira vez com mais de 60 anos, está
associada à redução de energia, declínio da capacidade funcional, dificuldades de
concentração, perda de motivação, redução da coordenação, desinteresse e apatia,
gerando processos de autodesvalorização, insegurança, e o medo do abandono
(CHAIMOWICZ, 2013; TESTON; CARREIRA; MARCON, 2014).
A depressão está cada vez mais presente na vida do idoso, comprometendo
sua rotina e alterando de forma significativa sua qualidade de vida. Essa doença
acomete grande parte das pessoas da terceira idade, principalmente as que vivem em
instituições asilares, longe de suas famílias e, por diversas vezes, isolados (DUARTE
et al., 2007).
Diferente da tristeza, a depressão é uma doença que modifica fisiologicamente
o indivíduo deprimido. Essa doença é caracteriza pelas diversas alteração
tanto física quanto psíquica que vão surgindo ao longo do tempo, podendo diferenciar
em relação a sinais e sintomas, gravidade, curso e prognóstico (VALCARENGHI et al.,
2011).
O quadro depressivo provoca intensa reação na psique do indivíduo e
desenvolve um sentimento de tristeza profunda e crônica a ponto de gerar ideias de
frustração, amargura, desgosto, potencializado a idealizações suicidas. Quando a
depressão afeta o idoso frequentemente agregado ao declínio físico, gera risco de
queda, a movimentação fica mais lenta, afetando sua qualidade de vida, acometendo
a capacidade funcional e elevando o índice de mortalidade (VALCARENGHI et al.
2011; PERISSINOTTO et al., 2012).
A tendência a considerar os sintomas depressivos como processo natural do
envelhecimento, tantos os profissionais, quanto os familiares e o próprio idoso, faz
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com que o diagnóstico torne-se complexo, sendo pouco apurado, dificultando seu
tratamento (TESTON; CARREIRA; MARCON, 2014).
Diante disso, torna-se necessário que os profissionais de saúde tenham
qualificação adequada para a realização de diagnósticos corretos e possam promover
uma melhor assistência, pois o processo de envelhecimento assume características
peculiares em cada indivíduo e a idade por si só não é fator de risco para depressão
(VALCARENGHI et al., 2011).
Quando o idoso é diagnosticado com depressão o cuidado não se restringe
apenas aos cuidados mentais, mas também físicos. A equipe multiprofissional deve
atuar estabelecendo objetivos não apenas medicamentoso, mas também focado na
interação desses idosos na instituição, escuta qualificada, atividades que desperte o
interesse, e acolhimento tanto previne quanto auxiliam no controle dos níveis de
depressão (SILVA et al., 2012; WICHMANN et al., 2013).
É fundamental que se mantenha a qualidade de vida, a saúde mental e bem
estar, não só no tratamento, mas também no dia a dia dos idosos institucionalizados.
A assistência das famílias e as boas relações afetivas são bastante relevantes
no cuidado ao idoso com sintomas depressivos e exerce influência positiva na
qualidade de vida desses indivíduos. É de extrema importância a funcionalidade
familiar onde apresenta-se como um ambiente de conforto que inclui a escuta,
atenção, observação e até mesmo suporte econômico, que assegura o bem estar do
idoso (SOUZA et al., 2014).
Grupos de apoio aos idosos são de grande importância, pois nesses locais
possibilita que cada pessoa encontre seu estímulo para ter um convívio social, tendo
momentos de lazer, interagir com outras pessoas, desenvolver artes prazerosas, entre
outras. Diante dessas realizações ocorrem mudanças na sua aceitação social, na
autoestima, no comportamento e no psicológico (WICHMANN et al., 2013).
Existem outras medidas de prevenir a depressão tais como uso da atividade
física, que gera benefícios não somente na parte física evitando a perda funcional,
mas também no psicológico. A maioria deles são sedentários e não realizam
exercícios que podem melhorar sua qualidade de vida. Os benefícios são grandes,
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pois além de facilitar a interação social criando novos vínculos de amizade, auxilia na
sua independência funcional (JESTE et al., 2013; GONÇALVES et al., 2014).
2.3 Capacidade Funcional
A Capacidade funcional está diretamente associada aos indicadores de
qualidade de vida e a sua avaliação é essencial para a escolha do melhor tipo de
tratamento e monitorização do quadro clínico dos idosos (SANTOS; CUNHA, 2013).
Quando se avalia a funcionalidade da pessoa idosa, é necessário diferenciar
desempenho e capacidade funcional. A capacidade funcional pode ser caracterizada
como o desempenhar de determinadas atividades, e pode ser medido em duas áreas:
atividades básicas de vida diária (ABVD) que envolvem autocuidado na higiene,
alimentação, entre outras. E atividades instrumentais de vida diária (AIVD) que
indicam a autonomia dos idosos como cozinhar, tomar remédios, pagar contas e
realizar tarefas básicas do cotidiano (MARCIEL, 2010).
A primeira escala desenvolvida, e que até hoje mais citada e utilizada, é a
escala de Katz, planejada para medir a habilidade da pessoa em desemprenhar suas
atividades cotidianas de forma independente e assim determinar as necessidades
intervenções de reabilitação.
Posteriormente, Lawton propôs um outro instrumento para avaliar as
atividades instrumentais de vida diária (AIVD), considerada mais complexas e cuja
independência para desempenho está diretamente relacionada com a capacidade de
vida comunitária independente. A capacidade em realizá-las torna as pessoas idosas
mais autoconfiantes para a vida em comunidade (BARBOSA, 2013).
Atividades Básicas de Vida Diária (ABVDs) – que envolvem as relacionadas ao
autocuidado como alimentar -se, banhar-se, vestir-se, arrumar-se, mobilizar-se,
manter controle sobre suas eliminações;
Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs) – que indicam a capacidade
do indivíduo de levar uma vida independente dentro da comunidade onde vive e inclui
a capacidade para preparar refeições, realizar compras, utilizar transporte, cuidar da
casa, utilizar telefone, administrar as próprias finanças, tomar seus medicamentos.
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Conforme caderno de atenção básica (2006), envelhecimento e saúde da
pessoa idosa, a atenção à saúde por meio da avaliação da capacidade funcional tem
demonstrado ser mais significativa nas intervenções terapêuticas do que apenas a
presença ou ausência de doenças. O processo incapacitante corresponde à evolução
de uma condição crônica que envolve fatores de riscos, dentre as consequências do
processo incapacitante, destaca-se a hospitalização e a institucionalização. Três
conceitos apresentam-se interligados e interdependentes: são eles autonomia,
independência e dependência.
Autonomia – se expressa na liberdade para agir e tomar decisões;
Independência – significa ser capaz de realizar as atividades sem ajuda de
outra pessoa;
Dependência – significa não ser capaz de realizar as atividades cotidianas sem
ajuda de outra pessoa.
Muitas idosos ainda tem sua autonomia, apesar de ser dependentes de
capacidade física para executar uma determinada ação. Ainda conforme a caderneta
de Envelhecimento e saúde da pessoa idosa, a avaliação funcional determinará,
necessariamente, o grau de dependência da pessoa idosa e os tipos de cuidados que
será necessário, além de como e por quem os mesmos poderão ser mais
apropriadamente realizados.
Quanto mais suporte o idoso recebe para manter sua independência,
individualidade, capacidade física e cognitiva mais fortalece sua autonomia lhe
proporcionando atividades que traga prazer, que afeta positivamente para aceitar
tratamentos e possibilitar uma vida mais longínqua (LOURENÇO et al., 2012).
Avaliação funcional pode ser caracterizada como um modo sistemático e
objetivo, fácil aplicação, podendo apresentar os níveis nos quais uma pessoa é capaz
de realizar conforme determinadas funções básicas do cotidiano, utilizando das mais
variadas formas. É um parâmetro que, associado a outros indicadores de saúde, pode
ser utilizado para apontar a eficácia e a eficiência das intervenções, proporcionando
melhor assistência de forma individual, fornecendo subsídios a toda equipe
multiprofissional (DUARTE et al., 2007).
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A avaliação da capacidade funcional permite atender as demandas específicas
do indivíduo, direcionando a assistência de forma mais especifico de cada um,
identificando riscos e prevenindo prejuízos na qualidade de vida do indivíduo. Apesar
de fácil manejo, esse instrumento requer um olhar interdisciplinar e exige do
profissional treinamento específico para o uso das ferramentas e interpretação dos
dados e poder correlacionar aos fatores de riscos como quadros depressivos e assim
poder traçar um plano de cuidados mais eficiente.
A maior longevidade do ser humano só faz sentido se corresponder a uma boa
qualidade de vida, autonomia para tomar suas próprias decisões, domínio do bem
estar físico, como também pelo estado psicológico, nível de independência, relações
sociais e interações com meio ambiente (LOBO; SANTOS; GOMES, 2014).
Dessa forma, esses instrumentos auxiliam nas melhores intervenções e
manejo dos cuidadores referentes aos idosos que vivem nessas instituições.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O artigo tem como objetivo entender do que se trata a depressão e
correlacionar os níveis de declínio de capacidade funcional em idosos que vivem em
instituições de longa permanência. Conceitos de depressão e capacidade funcional
que reforça e esclarece a importância de um diagnóstico precoce para melhores
intervenções em trabalho multidisciplinar. Ao analisar os resultados da pesquisa,
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constata-se um aumento significativo nos índices de depressão em idosos
institucionalizados, o que contribui a um estado crônico, declínio funcional e aumento
da morbimortalidade. Faz-se essencial ampliar e aprofundar pesquisas que englobem
o idoso em condição de institucionalização, principalmente em relação à depressão.
O estudo também mostrou a importância dos profissionais de saúde acerca dos
conhecimentos necessários sobre a sintomatologia da depressão, muitas vezes
confundido com sintomas da senescência, devido avançar da idade, toda essa
percepção vem servindo de subsídios na atuação no acolhimento humanizado e
integral, com o direcionamento adequado para a prevenção desse transtorno mental
e capacidade funcional.
REFERÊNCIAS BARBOSA, B. et al. Avaliação da capacidade funcional dos idosos e fatores associados à incapacidade, 2014. Disponível em: < https://doi.org/10.1590/1413-81232014198.06322013> acesso em 30 novembro 2016. CADERNO DE ATENÇÃO BÁSICA Nº19. Envelhecimento e Saúde da pessoa idosa. Ministério da Saúde. Brasília – DF, 2006.
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DEPRESSÃO E CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS
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