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Desafio 2020: Porto pensa a Energia

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Brochura sobre a estratégia da autarquia do Porto para combater as Alterações Climáticas

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Com o intuito de aproximar a União Europeia (UE) dos Cidadãos, a Comissão Europeia criou aRede Europe Direct, cujos centros de informação têm como missão: permitir que os cidadãosdisponham de informação, orientação, assistência e resposta a questões relativas à UE; promoveractivamente o debate sobre a UE e as suas políticas; apoiar as instituições europeias na difusãode informação adaptada às necessidades locais e regionais e possibilitar ao público o envio dereacções às instituições europeias.

A Câmara Municipal do Porto, considerando a importância das temáticas europeias no quotidianodos cidadãos, apresentou uma candidatura junto da Representação da Comissão Europeia emPortugal para acolher um destes centros durante o período 2005/2009 e 2009/2013, surgindoassim o Europe Direct Porto que foi integrado na Direcção Municipal dos Serviços daPresidência - Divisão Municipal de Relações Internacionais.

Sendo a problemática das alterações climáticas um dos grandes desafios da actualidade, aComissão Europeia designou-a como prioridade de Comunicação para 2010. Assim, a CâmaraMunicipal do Porto, o Centro de Informação Europe Direct Porto e a AdEPorto - Agência de Energiado Porto elaboraram esta publicação, destinada a um público entre os 15 e os 18 anos, quecontempla os compromissos e os esforços desenvolvidos neste domínio a nível local.

[email protected] 090 412

EUROPE DIRECT PORTO

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PORTO PENSA A ENERGIA

INTRODUÇÃO

O PAPEL DA ENERGIA NAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

UTILIZAÇÃO RESPONSÁVEL DA ENERGIA

A ENERGIA NA CIDADE DO PORTO

O PORTO E OS DESAFIOS PARA 2020

Page 5: Desafio 2020: Porto pensa a Energia

A problemática das alterações climáticas e da energia começou a destacar-se, a partir da décadade 90, nas preocupações dos responsáveis políticos mundiais, enquanto critério e condiçãodeterminante do desenvolvimento sustentável.

O Protocolo de Quioto da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre asalterações climáticas constituiu o primeiro grande desafio lançado aos Estados ao estabelecer,para o conjunto dos países desenvolvidos, o objectivo de reduzir as suas emissões de gases comefeito de estufa (GEE) em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990. A União Europeia (UE)ratificou este acordo em 2002, tendo os Estados-membros assumido o compromisso de ir maislonge reduzindo as suas emissões de GEE em 8% entre 2008 e 2011. O Acordo de Copenhaga,resultado da Cimeira da ONU realizada em Dezembro de 2009, apesar de não ser vinculativo,alicerça as bases para a implementação de novos passos na luta contra o aquecimento globale alterações climáticas ao estabelecer o limite máximo de 2ºC para o aumento da temperaturamédia da Terra no futuro.

Entretanto, a UE desenvolveu o Programa Europeu para as Alterações Climáticas e a EstratégiaEuropeia de Desenvolvimento Sustentável (EEDS) que constituem importantes estímulos paraa criação e implementação de políticas em prol da sustentabilidade. A Carta de Aalborg materializaestes esforços ao nível local.

INTRODUÇÃO

EM 2008, OS DIRIGENTES EUROPEUS APROVARAM O PACOTE CLIMA-ENERGIA ‘TRÊS VINTES ATÉ 2020’DIRIGIDO AOS ESTADOS-MEMBROS, QUE PRETENDE COLOCAR A EUROPA NO CAMINHO DE UM FUTUROSUSTENTÁVEL, COM UMA ECONOMIA DE BAIXO CARBONO E ENERGETICAMENTE EFICIENTE. TEM POROBJECTIVOS:

REDUZIR EM 20% AS EMISSÕES DE GEE (30% SE SE CHEGAR A UM ACORDO INTERNACIONAL);

REDUZIR O CONSUMO ENERGÉTICO EM 20% ATRAVÉS DE UM AUMENTO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA;

ASSEGURAR 20% DAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS A PARTIR DE FONTES RENOVÁVEIS (10% DEENERGIAS RENOVÁVEIS NO SECTOR DOS TRANSPORTES).

A PAR DAS PREOCUPAÇÕES INTERNACIONAIS, A CIDADE DO PORTO SUBSCREVEU QUER A CARTADE AALBORG, EM JANEIRO DE 2006, QUER O PACTO DOS AUTARCAS, EM FEVEREIRO DE 2009.

AO ASSUMIR ESTE COMPROMISSO A CIDADE DO PORTO ADOPTA O LEMA DA ONU

ISTO É, ‘PENSA GLOBALMENTE, AGE LOCALMENTE’.

‘THINK GLOBAL, ACT LOCAL’

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Portugal desenvolveu a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS) e o PlanoNacional de Acção para a Eficiência Energética - Portugal Eficiência 2015.

Nos países desenvolvidos cerca de 70%1 da população concentra-se nos centros urbanos o quetem fortes consequências nos usos da energia. Este facto levou a Comissão Europeia a lançar oPacto dos Autarcas2, no qual as cidades se comprometem a reduzir as emissões de CO2 emmais de 20% até 2020, graças a medidas no domínio da eficiência energética e da promoção deenergias renováveis.

Page 6: Desafio 2020: Porto pensa a Energia

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O PAPEL DA ENERGIA NAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Segundo o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, este termo designa umamudança no clima que pode ser identificada por alterações na média e/ou na variância dassuas propriedades que persistem por um extenso período de tempo, tipicamente na ordemde décadas, como resultado de factores internos e/ou externos. Os primeiros são intrínsecosao sistema climático e manifestam-se por interacções entre os seus componentes. Os externospodem ser naturais como as erupções vulcânicas ou as variações na actividade solar; ouantropogénicos, onde se incluem a emissão de GEE e de outros poluentes para a atmosfera,e as alterações no uso dos solos: plantações, desflorestação, impermeabilização do solo.

Actualmente, a conversão e a utilização da energia são as actividades que mais contribuem para a emissão de GEE,sendo aí que se concentram os grandes desafios de actuação tanto ao nível local como global, constituindo a principaloportunidade de combate às alterações climáticas, nomeadamente pela utilização de energias mais limpas queemitem menores quantidades de substâncias nocivas para o meio ambiente. O conhecimento dos vectores energéticosenvolvidos e das suas proporções torna-se essencial no desenvolvimento das melhores estratégias para asustentabilidade. Deste modo, é fundamental a selecção do vector energético de acordo com a finalidade a quese destina e de acordo com o seu grau de eficiência, isto é, aquele que menos matéria-prima utiliza e que menosperdas comporta no processo de conversão, transporte e utilização.

OS GEE SÃO CONSTITUINTES NATURAIS DA ATMOSFERA QUE ABSORVEM E EMITEM RADIAÇÃO NO MESMOCOMPRIMENTO DE ONDA DA RADIAÇÃO INFRAVERMELHA EMITIDA PELA SUPERFÍCIE DO PLANETA, PELAPRÓPRIA ATMOSFERA E PELAS NUVENS. ESTA PROPRIEDADE ORIGINA O EFEITO DE ESTUFA QUE É UMFENÓMENO NATURAL QUE MANTÉM ESTÁVEL A TEMPERATURA DO PLANETA PERMITINDO O DESENVOLVIMENTODE VIDA. CONTUDO, AS ELEVADAS EMISSÕES DE GEE PARA A ATMOSFERA REDUZEM A LIBERTAÇÃO DE CALORPARA O ESPAÇO, AUMENTANDO O EFEITO DE ESTUFA E PROVOCANDO O AUMENTO DA TEMPERATURA MÉDIAE O AQUECIMENTO GLOBAL DO PLANETA [ALGUNS GEE: DIÓXIDO DE CARBONO (CO2), METANO (CH4), ÓXIDONITROSO (N20), ETC.].

OS GEE DIFEREM NO SEU POTENCIAL DE AQUECIMENTO GLOBAL E NA SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O SISTEMACLIMÁTICO DEVIDO ÀS DIFERENTES PROPRIEDADES RADIATIVAS E AO TEMPO DE PERMANÊNCIA NA ATMOSFERA.

O CO2 APESAR DE SER O GEE QUE TEM MENOR POTENCIAL DE AQUECIMENTO GLOBAL É AQUELE QUE É EMITIDOEM MAIOR QUANTIDADE E QUE PERMANECE MAIS TEMPO NA ATMOSFERA POTENCIANDO, DIRECTA EINDIRECTAMENTE, CERCA DE 80% DE TODO O AQUECIMENTO GLOBAL.

6

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MIX ELÉCTRICO NACIONAL EM 2008 3

Note-se, porém, que em Portugal a electricidade representa apenas 20% da energia usada; os restantes 80% são combustíveis usadosdirectamente nos transportes e na indústria.

Page 7: Desafio 2020: Porto pensa a Energia

Desde a sua fonte natural até à sua utilização, a energia passa por diversas formas:

ENERGIA PRIMÁRIA - encontra-se disponível na natureza, podendo ter origem em fontes renováveis, como o sole o vento, ou fósseis, como o gás natural e o petróleo;

ENERGIA FINAL - a que é disponibilizada aos utilizadores, como seja, o sol, a biomassa, a electricidade e oscombustíveis.

ENERGIA ÚTIL - aquela que efectivamente é utilizada para satisfazer necessidades, sejam elas de calor, climatização,iluminação, mobilidade, produção, etc..

A utilização de fontes fósseis para a satisfação das nossas necessidades compromete a sustentabilidade do nosso Planeta,pelo que na fase de transição para uma utilização mais generalizada de fontes de energia renováveis devemos dar prioridadea fontes fósseis menos poluentes como, por exemplo, o gás natural. Actualmente, em Portugal a electricidade é o vectorenergético responsável por mais emissões de CO2(0,5kg) por cada kWh útil disponível. Com menos 40% desse impacteestá o gás natural, com um factor de 0,23 kg de CO2 por kWh 4.

NA NATUREZA ENCONTRAMOS DOIS TIPOS DE FONTES DE ENERGIA:

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2008

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A sua utilização não compromete as gerações futurasuma vez que existem na natureza, são capazes de seregenerar e, portanto, são virtualmente inesgotáveise pouco ou nada poluentes, traduzindo-se num usoracional e inteligente dos recursos naturais. As fontessão o sol, a água, o vento, a biomassa e a geotermia(calor da Terra). Comummente são referenciadas nãoas fontes, mas as energias que lhes estão associadas:

SOLARA radiação solar poderá ser considerada a fonte principal de energiauma vez que dela dependem todas as outras. É uma fonte deiluminação natural; de calor, através de colectores solares térmicospara o aquecimento de água sanitária; de electricidade, porintermédio de painéis fotovoltaicos, possibilitando o fornecimentodesta de uma forma descentralizada ou em locais remotos.

HÍDRICAA deslocação da água permite produzir electricidade, quer sejaem barragens de grande porte ou em mini-hídricas, ou atravésdas ondas e das marés; é a forma de produção renovável maistradicional em Portugal, no entanto apenas garante cerca de13,7% 3 do mix eléctrico.

EÓLICAA energia cinética contida numa massa de ar em movimento (vento)pode ser convertida em energia eléctrica por intermédio deaerogeradores (turbina eólica).

BIOMASSAA energia contida nos resíduos da floresta, das indústrias agro-pecuária e alimentar, do tratamento de efluentes, entre outros.Pode ser transformada em biocombustível usado nos transportesou queimada para a produção de calor e electricidade.

GEOTÉRMICAA energia (calor) proveniente do interior da Terra. É muito exploradaem zonas de actividade vulcânica para fins de aquecimento(climatização de edifícios ou fins industriais) ou para geração deelectricidade.

Existem na natureza mas são finitas, ou seja, não podemser regeneradas ou reutilizadas, numa escala temporalque possa sustentar a sua taxa de consumo. A suaconversão para formas de energia finais implica diversosimpactos ambientais pela emissão de GEE:

CARVÃOExtraído das minas é o mais barato e utilizado dos combustíveisnão-renováveis. É o que se estima existir maiores reservas e o queacarreta maiores impactes em termos ambientais. É utilizado,entre outros, em centrais térmicas para produção de electricidade.

PETRÓLEOResulta da decomposição de matéria orgânica ao longo de milhõesde anos e está contido em jazidas, mais conhecidas por poços depetróleo. A sua extracção e refinação origina diversos combustíveis:gasóleos, gasolinas, gases propano e butano, entre outros. Sãousados em centrais térmicas para produção de electricidade, mastambém directamente para climatização, mobilidade, etc..

GÁS NATURALEncontra-se no subsolo, na maioria das vezes associado a jazidasde petróleo, e resulta da degradação de matéria orgânica soterradaa grandes profundidades. As suas características fazem dele umafonte de energia menos poluente do que o carvão ou o petróleo.É utilizado para a produção de electricidade nas centrais térmicase directamente como combustível, tanto na indústria como emnossas casas.

URÂNIO OU OUTROS ELEMENTOS RADIOACTIVOSA energia concentrada no núcleo do átomo e que mantém osprotões e os neutrões agregados é libertada quando se dá a fissãodo núcleo de elementos radioactivos, como por exemplo o urânio.É uma fonte finita de energia que é utilizada em centrais nuclearespara produção de electricidade, acarreta graves riscos deradioactividade.

NÃO RENOVÁVEISRENOVÁVEIS

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Page 8: Desafio 2020: Porto pensa a Energia

O USO RACIONAL DA ENERGIA E A EFICIÊNCIA ENERGÉTICACONSTITUEM AS MELHORES VIAS PARA COMBATER AS ALTERAÇÕESCLIMÁTICAS, SENDO ESSENCIAL UMA MUDANÇA NA ATITUDE DOSCIDADÃOS EM RELAÇÃO À UTILIZAÇÃO DA ENERGIA QUE SE REFLECTENOS GESTOS DO QUOTIDIANO.

UTILIZAÇÃO RESPONSÁVEL DA ENERGIA

O sector energético está dividido em ‘OFERTA’ e na ‘PROCURA’, em que a primeira se refere,lato senso, aos ‘fornecedores’ de energia e a segunda aos ‘consumidores’ ou ‘utilizadores’,cidadãos ou actividades produtivas.

Até que a Oferta consiga garantir o fornecimento de energia com menores emissões de substânciasnocivas para o meio ambiente, teremos de utilizar fontes fósseis pelo que é fundamental a selecçãodo vector em função da finalidade, privilegiando sempre aquele que menos matéria-primautiliza e que menos perdas comporta no processo de conversão e transporte.

O CONJUNTO DOS VECTORES ENERGÉTICOS DISPONIBILIZADOS AOS UTILIZADORES:

› ELECTRICIDADE;

› COMBUSTÍVEIS GASOSOS: GÁS NATURAL, BUTANO, PROPANO,ETC.;

› COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS: GASÓLEOS, GASOLINAS, ETC.;

› COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS: LENHA, ‘PELLETS’ OU OUTRAS BIOMASSAS;

› CALOR E FRIO: DISPONIBILIZADOS ATRAVÉS DE REDES.

REPRESENTA AS NECESSIDADES ENERGÉTICAS DOS UTILIZADORES:

› ILUMINAÇÃO;

› ELECTRICIDADE ESPECÍFICA: ELECTRODOMÉSTICOS;

› CLIMATIZAÇÃO: AQUECIMENTO, ARREFECIMENTO;

› MOBILIDADE;

› PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS: INDUSTRIAIS, ALIMENTARES, ETC..

OFERTA

A electricidade, antes de o ser, foi água nas barragens, foi vento nas turbinas eólicas, mas foiprincipalmente combustíveis fósseis nas centrais térmicas. A conversão nestas centrais térmicasimplica elevadas perdas (50 a 60%) às quais acrescem as perdas na rede de distribuição (10%). Destaforma, a electricidade que usamos em nossas casas representa apenas entre 30 e 40% da energia quelhe deu origem (primária). No entanto, o gás natural quando queimado directamente para fins decalor comporta perdas reduzidas, abaixo dos 20%.

A utilização de colectores solares térmicos para produção de águas quentes sanitárias é outramedida a adoptar, pois numa casa o sol pode contribuir com cerca de 70% do total da energia necessáriapara a produção da água quente.

PROCURA

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Page 9: Desafio 2020: Porto pensa a Energia

Em meados do século XX, o Porto caracterizava-se como uma cidade ‘toda eléctrica’ devido aoprograma da hidroelectricidade para o serviço público em Portugal. Entretanto a cidade foifavorecida, até aos anos 80, por tarifários vantajosos quando comparados com o resto do país.Actualmente e considerando os compromissos assumidos junto da Comissão Europeia torna-sefundamental fazer a diversificação da electricidade, por ser, em grande parte, obtida à custa decombustíveis fósseis.

De acordo com a Matriz Energética do Porto, que é do diagnóstico o desempenho energéticoda cidade, o concelho do Porto apresenta um consumo anual de energia primária de 5661 GWh*,o que corresponde à emissão de 1,3 Mton** de CO2. Este valor corresponde a 24 MWh/habitante.ano,e é cerca de 8% inferior à média de Portugal (26 MWh/habitante.ano, 2004) e 44% inferior à médiaEuropeia (43 MWh/habitante.ano, UE 15, 2003).

PELO LADO DA OFERTA,

FIG.B _ PROCURA

REPARTIÇÃO DA ENERGIA PRIMÁRIA E FINAL PELOS DIFERENTES VECTORES ENERGÉTICOS

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RESIDENCIAL(21% EF)

SERVIÇOS(26% EF)

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FIG.A _ OFERTA

REPARTIÇÃO DA ENERGIA PRIMÁRIA E FINAL PELOS DIFERENTES VECTORES ENERGÉTICOS

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GASOLINAS(18% EF)

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OUTRAS(8% EF)

ENERGIA PRIMÁRIA _ _ %ENERGIA FINAL _ _ %

ELECTRICIDADE(33% EF)

A ENERGIA NA CIDADE DO PORTO

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o Porto é, como já foi referido, uma cidade muitodependente da electricidade que representa 52% daenergia primária utilizada e com muito baixapenetração do gás natural.

o sector dos edifícios é o utilizador mais significativode energia com 58%, sendo que os transportesrepresentam cerca de metade deste valor. Nos edifíciosresidenciais a electricidade é o vector com mais peso,80%, sendo que, 71% das utilizações de energia sãopara fins de calor: 24% para águas quentes sanitárias,24% para preparação de refeições e 23% paraaquecimento ambiente - o que evidencia que os usosde calor devem ser prioritários na implementação demedidas de eficiência energética.

PELO LADO DA PROCURA,

Page 10: Desafio 2020: Porto pensa a Energia

A MATRIZ ENERGÉTICA DO PORTO DE 2004 PERMITIU DEFINIR 3 VIAS COMPLEMENTARESPARA A REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE CO2, QUE ESTÃO EM TOTAL SINTONIA COM OSCOMPROMISSOS ASSUMIDOS:

› AUMENTO DA PENETRAÇÃO DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS;

› PROMOÇÃO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NOS EDIFÍCIOS;

› REDUÇÃO DA DEPENDÊNCIA DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS MAIS INTENSIVOS EM CO2.

A abordagem das cidades será tipicamente pelo lado da gestão da procura da energia, istoé, pela selecção das formas de energia mais adequadas para cada serviço ou finalidade, daío enfoque nos edifícios mas, também, nos transportes onde a recente chegada do Metro eo facto de 50% da frota da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto ser a gás naturalrepresentam um importante contributo.

O PORTO E OS DESAFIOS PARA 2020

A protecção dos valores do ambiente, seja a que escala for - local, regional ou global – encontrauma das principais oportunidades ao nível das cidades já que, por definição, é nas cidadesque se concentram as pessoas, isto é, os destinatários de todos os recursos naturais queformam o ambiente: a água, o ar, os alimentos, os materiais, a energia, etc..

As últimas décadas vieram marcar a dimensão global do impacte das cidades no ambienteao identificar as emissões de CO2 de origem humana como a causa do aquecimento globale, por via deste, das prováveis alterações climáticas. Uma vez que não há actividade humanaque não careça de energia, o desafio que se coloca às cidades do futuro é o de, antes de mais,usarem apenas a energia de que precisam sobretudo quando parte da energia utilizada nosnossos dias é de origem fóssil, isto é, altamente poluente.

Vários projectos estão já em curso com o objectivo de estimular comportamentos quefavoreçam a redução das emissões de CO2 per capita, dos quais se destacam:

EM TERMOS DE OFERTA DE PROXIMIDADE:

› promoção da energia solar térmica (projecto de 5000 m2 de colectores solares na habitação social);› fomento da substituição da electricidade pelo gás natural para efeitos de calor;› criação de uma rede urbana de calor e frio a partir da queima de gás natural.

EM TERMOS DE PROCURA:

› criação de um Observatório que analisa o desempenho energético-ambiental dos edifícioslicenciados;› promoção e implementação de medidas de eficiência energética em edifícios;› melhoria dos serviços de transporte colectivo, nomeadamente pela expansão do Metro;› promoção de ciclovias;› optimização da iluminação pública.

Transversalmente, decorrem iniciativas de sensibilização e formação energética quer ao nívelda população em geral, quer ao nível das escolas.

Assim, a cidade do Porto assinou, em 2009 o PACTO DOS AUTARCAS , no âmbito da UE, ondese compromete a convergir com os OBJECTIVOS DA COMISSÃO EUROPEIA PARA 2020:

+ 20% de energia de origem renovável;+ 20% de eficiência energética;- 20% de emissões de CO2.

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Page 11: Desafio 2020: Porto pensa a Energia

( TÍTULO ) WWW.DESAFIO2020.EU

PORTO PENSA A ENERGIA

( EDITOR )

› EUROPE DIRECT PORTO

CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO

DIRECÇÃO MUNICIPAL DOS SERVIÇOS DA PRESIDÊNCIA

- DIVISÃO MUNICIPAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

› ADEPORTO – AGÊNCIA DE ENERGIA DO PORTO

( TIRAGEM ) 2000 EXEMPLARES

( DESIGN GRÁFICO ) COMUNICAR ESSÊNCIA

( DATA ) DEZEMBRO 2009

Page 12: Desafio 2020: Porto pensa a Energia

DESLIGAR AS LUZES QUANDO NÃO NECESSITAR DELAS DAR PREFERÊNCIA À

ILUMINAÇÃO NATURAL E À ARTIFICIAL DE BAIXO CONSUMO DESLIGAR OS

APARELHOS ELÉCTRICOS QUANDO NÃO ESTIVER A UTILIZÁ-LOS, NÃO DEIXAR EM

MODO DE ESPERA (STAND-BY) PREFERIR ELECTRODOMÉSTICOS COM ETIQUETA

ENERGÉTICA MAIS ELEVADA (A OU A+) EVITAR IMPRIMIR DOCUMENTOS E SEMPRE

QUE FOR FUNDAMENTAL, FAZÊ-LO EM MODO DE RASCUNHO REDUZIR O TEMPO DE

ABERTURA DA PORTA DO FRIGORÍFICO COZINHAR COM AS PANELAS TAPADAS E

DESLIGAR O FORNO OU A PLACA ALGUM TEMPO ANTES DE TERMINAR UTILIZAR

AS MÁQUINAS DE LAVAR ROUPA E LOUÇA NA SUA CAPACIDADE MÁXIMA E A MAIS

BAIXAS TEMPERATURAS CONSUMIR ALIMENTOS PRODUZIDOS A NÍVEL LOCAL E

QUANDO POSSÍVEL OS SAZONAIS SEGUIR A PRÁTICA DOS 3 R’S: REDUZIR,

REUTILIZAR, RECICLAR TOMAR DUCHE EM VEZ DE BANHO DE IMERSÃO PRIVILEGIAR

O TRANSPORTE PÚBLICO AO INDIVIDUAL, ANDAR A PÉ E DE BICICLETA APROVEITAR

A RADIAÇÃO SOLAR PARA AQUECER A CASA NO INVERNO, EVITAR OS GANHOS

SOLARES EXCESSIVOS NO VERÃO INSTALAR COLECTORES SOLARES TÉRMICOS

APOIADOS A GÁS NATURAL PARA O AQUECIMENTO DE ÁGUA SANITÁRIA E AMBIENTE

DAR PREFERÊNCIA A CASAS COM CLASSIFICAÇÃO ENERGÉTICA A OU A+

ESTES SÃO APENAS ALGUNS CONSELHOS.QUER AJUDAR-NOS A COMPLETAR ESTA LISTA?ENVIE UM EMAIL PARA:

[email protected]