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DESAFIOS DO MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DOS PROJETOS DE COMBATE À POBREZA NO ESTADO DO C EARÁ EVERTON CABRAL M ACIEL LARA M ARIA SILVA COSTA LARISA F ÁTIMA M ARTINS BEZERRA

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DESAFIOS DO MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

DOS PROJETOS DE COMBATE À POBREZA NO ESTADO DO CEARÁ

EVERTON CABRAL MACIEL LARA MARIA SILVA COSTA

LARISA FÁTIMA MARTINS BEZERRA

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Painel 23/069 Impacto do monitoramento e avaliação de programas e projetos sociais na entrega ao cidadão

DESAFIOS DO MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DOS PROJETOS

DE COMBATE À POBREZA NO ESTADO DO CEARÁ

Everton Cabral Maciel Lara Maria Silva Costa

Larisa Fátima Martins Bezerra

RESUMO

Este trabalho discute os desafios da gestão das políticas de combate à pobreza e inclusão social, com foco nas estratégias de monitoramento e avaliação dos projetos financiados pelo Fundo Estadual de Combate à Pobreza do Estado do Ceará

(FECOP) por meio de duas ações principais. Primeiro, a inclusão do Marco Lógico (ML) na elaboração das propostas favorecendo uma ferramenta de mediação entre

os componentes principais do projeto e de análise de sua estrutura, além de proporcionar a identificação da cadeia lógica de objetivos e a construção dos indicadores de verificação, com foco nos resultados. Este processo possibilita que

os projetos tenham seus resultados monitorados e ainda que seu planejamento seja revisto e ajustado de acordo com a aferição dos indicadores. Segundo, o

desenvolvimento do Programa de Formação em Elaboração, Monitoramento e Avaliação de Projetos para gestores e técnicos objetivando desenvolver competências técnicas, gerenciais e organizacionais para otimização do processo de

monitoramento a partir da melhor definição dos indicadores dos projetos , bem como, a partir dessa, viabilizar a identificação dos efeitos e impactos gerados pelo FECOP.

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INTRODUÇÃO

O combate à pobreza tem se apresentado no cenário nacional como uma

necessidade prioritária para garantia de direitos sociais e, embora previstos

constitucionalmente, os governos recentes chegaram ao entendimento de que a

população pobre tem mais dificuldade para acessar a dimensão das políticas

públicas e, portanto, há a necessidade de estratégias articuladas para garantir a

superação da condição de pobreza. Nesta perspectiva, no Estado do Ceará, o

Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FECOP) vem fortalecendo e ampliando as

políticas públicas e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população

pobre, por meio do financiamento de projetos nas diversas áreas de atuação:

trabalho e renda, saúde, assistência social, educação, cultura, esporte, habitação,

desenvolvimento agrário, entre outras.

Considerando a importância da temática e a necessidade de conhecer os

resultados dos projetos financiados com recursos do FECOP, iniciou-se um

processo de discussão sobre as estratégias de monitoramento e avaliação. Logo,

este trabalho tem como foco discutir duas ações principais: primeiro, a inclusão do

Marco Lógico (ML) na elaboração das propostas favorecendo uma ferramenta de

mediação entre os componentes principais do projeto e de análise de sua estrutura,

além de proporcionar a identificação da cadeia lógica de objetivos e a construção

dos indicadores de verificação, com foco nos resultados; segundo, o

desenvolvimento do Programa de Formação em Elaboração, Monitoramento e

Avaliação de Projetos para gestores e técnicos objetivando desenvolver

competências técnicas, gerenciais e organizacionais para otimização do processo de

monitoramento a partir da melhor definição dos indicadores dos projetos.

No âmbito da Administração Pública, a definição conceitual da pobreza

como categoria analítica é importante em virtude da necessidade da escolha das

diretrizes a serem utilizadas no planejamento, execução e avaliação das políticas

públicas que se propõem trazer soluções eficazes para o problema, bem como na

definição da metodologia concernente à mensuração do fenômeno e ao emprego do

corte utilizado para demarcar quem é ou não pobre.

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Nos anos recentes observa-se a ampliação do número de estudos sobre

a dinâmica da pobreza e uma tendência à sua reconceituação qualitati va no que diz

respeito à abordagem e mensuração. Entre as análises, por um lado identificam-se

abordagens mais tradicionais sob o aspecto monetário, que apresenta o recorte da

renda como parâmetro para o limite separador entre pobres e não-pobres. Por outro

lado, há concepções mais complexas de pobreza que levam em consideração um

conjunto de informações sobre os indivíduos e os critérios que os impedem de

superar essa condição.

Barros, Henrique e Mendonça (2000), afirmam que a pobreza remete a

situações de carências que impedem aos indivíduos manter um padrão mínimo de

vida tendo como referência a realidade social em determinado contexto histórico.

Nesta perspectiva, Kageyama e Hoffman (2006) pontuam que a definição de

pobreza agrega não apenas a privação material, mas também inclui elementos de

ordem cultural e social. Os autores, ao desenvolverem um estudo sobre a pobreza

no Brasil entre 1992 e 2004, classificam os pobres em três grupos: 1) pessoas com

renda insuficiente; 2) pessoas sem acesso a dois de três equipamentos básicos

(água canalizada, banheiro, luz elétrica); 3) pessoas com renda insuficiente e sem

acesso aos três equipamentos básicos.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) desde o

ano de 1990 trabalha com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que agrega

renda, educação e saúde, na tentativa de medir a longo prazo o progresso das

nações.

Considerando os avanços nos campos da saúde e da educação e, ao

mesmo tempo, a persistência da pobreza e da desigualdade, surge a parti r do

Relatório do Desenvolvimento Humano de 2010 (PNUD, 2010), a necessidade de

utilizar uma perspectiva mais ampla nas medições do desenvolvimento humano.

Para tanto, é apresentado neste relatório o Índice de Desenvolvimento Humano

Ajustado a Desigualdade (IDHAD), o Índice de Desigualdade de Gênero (IDG) e o

Índice de Pobreza Multidimensional (IPM). O IPM trabalha com dez indicadores

divididos a partir de três dimensões descritas a seguir: a) educação: crianças

matriculadas e anos de escolaridade; b) saúde: mortalidade infantil e nutrição; c)

padrões de vida: ativos, pavimentos, eletricidade, água, sanitário e combustível de

cozinha. Para ser considerada multidimensionalmente pobre, a família deve sofrer

privações entre dois a seis destes indicadores.

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No Brasil a discussão sobre pobreza para fins de programas

governamentais ainda se baseia na proporção que classifica as pessoas abaixo de

um determinado nível de renda, que a literatura da área define como “ linha de

pobreza”. Rocha (2003) destaca que a linha de pobreza é um meio para se

classificar os pobres e não pobres a partir da renda, ressaltando o subgrupo de

indigentes, ou seja, das pessoas com renda insuficiente para atendimento das

necessidades nutricionais.

Apesar da importância da mensuração da proporção de pobres no que

tange ao delineamento de políticas públicas para combater a pobreza, não existe um

consenso quanto à definição dessa linha. Embora o dissenso, prevalece o

entendimento dos que relacionam pobreza à renda per capita familiar como

parâmetros para identificar os pobres, as linhas de pobreza ou extrema pobreza. A

linha de inclusão no Programa Bolsa Família (PBF), por exemplo, é de ½ salário

mínimo vigente per capita, já a do Benefício de Prestação Continuada (BPC) é de ¼.

No Estado do Ceará, o art. 1o da Lei no 14.859/2010 dispõe que “é

considerado pobre, para inscrição em programas sociais, e para obtenção de

benefícios do Estado, toda pessoa que apresente privação acentuada dos

elementos básicos para a sobrevivência digna, tais como: alimentação, habitação e

vestuário”. Esta mesma Lei estabelece a necessidade de comprovação da situação

de pobreza através de documentos, destacando a fatura da conta de energia com

consumo até 80 kwh, a fatura da conta de água demonstrando o consumo até 10m³;

comprovante de inscrição em benefícios assistenciais do Governo Federal; e

comprovante de obtenção de rendimento mensal inferior a meio salário mínimo por

membro do núcleo familiar.

Nestes termos, a pobreza pode ser compreendida tanto a partir de

perspectivas multidimensionais e contextualizada com a desigualdade social, como

a partir de perspectivas restritas como as destacadas pelos governos e órgãos

oficiais do Estado, sendo mensurada através da renda e comprovada pela ausência

de bens ou acesso a serviços. No entanto, todas as perspectivas impulsionam o

desenvolvimento de políticas públicas que são incorporadas na proposta dos

governos e se caracterizam como um conjunto de ações realizadas pelo Estado com

o objetivo de atender demandas da população e garantir direitos constitucionais.

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Financiadas com recursos públicos, as ações de combate à pobreza

precisam, além prestar contas à sociedade sobre o uso correto da máquina e

recursos públicos, resolver o problema a que se propôs e melhorar a vida das

pessoas em situação de pobreza. Para tanto, o monitoramento adequado que vise

os resultados e não apenas o gerencial, bem como, as avaliações sobre a real

mudança na vida das pessoas beneficiadas e envolvidas após a execução dos

projetos se tornam desafios para a gestão das políticas de combate à pobreza e

inclusão social.

O FUNDO ESTADUAL DE COMBATE À POBREZA (FECOP)

O Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FECOP), instituído pela Lei

complementar no 37, de 26 de novembro de 2003 e altarações, e regulamentado

pelo Decreto no 29.909, de 29 de setembro de 2009, vem se consolidando como um

instrumento de referência no Estado do Ceará, fundamentalmente por oportunizar o

desenvolvimento de ações governamentais na perspectiva de fortalecer a

assistência à população em situação de pobreza, possibilitando-lhe em curto prazo

as condições mínimas de sobrevivência e em médio e longo prazo o

desenvolvimento produtivo com o fortalecimento do capital humano e social

(SEPLAG, 2014.b).

A concepção do FECOP considera que a redução da pobreza e o

exercício da cidadania dependem fundamentalmente do fortalecimento do capital

social capaz de superar problemas coletivos que não poderiam ser abordados

individualmente, bem como do capital humano e físico, por meio do desenvolvimento

de políticas públicas de educação, saúde, assistência social, geração de emprego e

renda, entre outras.

Compreende como capital humano o potencial de um ser humano em

transformar, interpretar e produzir, e está ligado a capacidades técnicas e cognitivas;

como capital social, o potencial de um grupo de indivíduos em construir e manter

redes sociais de maneira que essa organização e intercâmbio gerem melhorias no

bem-estar social; e como capital físico, o potencial de edificações, máquinas e

ferramentas utilizadas na produção de bens e serviços.

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O FECOP apoia projetos em duas grandes categorias definidas no

Decreto no 29.910 de 29/09/2009:

I. Projetos Assistenciais: priorizam ações direcionadas às pessoas ou

grupos mais vulneráveis com baixa potencialidade de migrar da

condição de pobre para não pobre e encontram-se divididos em:

Proteção Social Básica (PSB)

Os projetos de Proteção Social Básica atuam na prevenção de

situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades

e aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e

comunitários. Tem como público-alvo a população que vive em

situação de fragilidade decorrente da pobreza, ausência de renda,

acesso precário ou nulo aos serviços públicos ou fragilização de

vínculos afetivos (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por

deficiências, dentre outras).

Proteção Social Especial (PSE)

Os projetos dessa categoria têm como foco as famílias e indivíduos

em situação de risco pessoal ou social, cujos direitos tenham sido

violados ou ameaçados. Incidem sobre os indivíduos em situação de

violação de direitos por ocorrência de violência física ou psicológica,

abuso ou exploração sexual, abandono, rompimento ou fragilização

de vínculos ou afastamento do convívio familiar.

Segurança Alimentar e Nutricional (SAN)

A Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional – LOSAN (Lei

no 11.346, de 15/09/2006) define a Segurança Alimentar e

Nutricional - SAN como a realização do direito de todos ao acesso

regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade

suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades

essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de

saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental,

cultural, econômica e socialmente sustentáveis. Nesta categoria

encontram-se os projetos que contribuem para a melhoria das

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condições de acesso a alimentos básicos de qualidade, em

quantidade suficiente, de modo permanente e sem interferir no

acesso a outras necessidades primordiais.

II. Projetos Estruturantes: destinam-se à população em situação de

pobreza, visando proporcionar condições que lhes possibilite a

migração da condição de pobre para não pobre, conforme a divisão a

seguir:

Educação

Categoria que abrange os projetos ligados à educação formal em

seus diversos estágios, da infância à vida adulta, desenvolvidos de

forma suplementar às ações de responsabilidade legal do Estado.

Os projetos incluídos nesse grupo vinculam-se diretamente ao

fortalecimento da qualidade do ensino educacional.

Ocupação e Renda

Essa categoria envolve projetos que contribuem para acesso ao

mercado de trabalho e complementação de renda familiar. De

acordo com a área de atuação, está subdividida em:

Inclusão Produtiva Urbana – abrange os projetos de fomento e

capacitação profissional, adequados às vocações locais, com

vistas à inserção e reinserção no mercado formal de trabalho,

bem como, os projetos de empreendedorismo, desenvolvidos

conforme o conhecimento da região e o perfil de seu público.

Inclusão Produtiva Rural – Inclui os projetos direcionados ao

fortalecimento da agricultura familiar através de ações de

assistência técnica e extensão rural e fomento.

Infraestrutura

Esse grupo abrange os serviços básicos que contribuem para o

desenvolvimento econômico e social de determinada localidade.

Subdividem-se, conforme a seguir:

Domiciliar – quando o benefício restringe-se ao âmbito do

indivíduo e/ou da família.

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Comunitária – quando toda comunidade é beneficiada com o

produto do projeto. Atualmente, os projetos pertencentes a esse

grupo têm adotado a seguinte subclassificação, de acordo com o

foco predominante:

Econômico: urbanização (revitalização de perímetros urbanos);

saneamento básico (sistemas de abastecimento de água e

esgotamento sanitário), comercialização (centros de artesanato

e de distribuição de produtos agrícolas) e transporte público;

Social: habitação, assistência social (abrigos, centros de

ressocialização), educação (escolas, creches), e saúde

(hospitais, unidades de saúde).

Participação Social

A Política Nacional de Participação Social define esse termo como

um conjunto de processos e mecanismos democráticos criados para

possibilitar o diálogo e o compartilhamento de decisões sobre

programas e políticas públicas entre o governo e a sociedade civil,

por meio de suas organizações e movimentos sociais, ou

diretamente pelo cidadão.

Esporte

Abrange os projetos que promovem a inclusão social de pessoas por

meio do esporte, possibilitando o ponto de partida para a ascensão

social, através da descoberta e aproveitamento de talentos,

democratizando a prática esportiva e de lazer como direito de todos,

contribuindo para a saúde mental, física e motora, e agregando

conceitos de responsabilidade social aos agentes envolvidos.

Cultura

Essa categoria envolve as ações de oferta de oportunidades

culturais, artísticas e de lazer às pessoas em situação de

vulnerabilidade social, buscando promover o desenvolvimento

cultural com inclusão e participação de todos os setores da

sociedade.

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Para o financiamento de diversas propostas, o FECOP deve contar com

uma receita anual considerável. Para tanto, os recursos do Fundo são originários de

parcela do produto da arrecadação correspondente ao adicional de dois pontos

percentuais na alíquota do Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de

Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e

Intermunicipal e de Comunicações (ICMS), os quais incidem sobre os seguintes

produtos e serviços: bebidas alcoólicas, armas e munições, embarcações

esportivas, fumo, cigarros, aviões ultraleves e asas-delta, energia elétrica, gasolina,

serviços de comunicação e de outras receitas que vierem a ser destinadas ao Fundo

(art. 2o da LC no 37/2003).

Desde o ano de 2007, no contexto de reforma institucional do Estado, o

FECOP passou a ser gerenciado pela Secretaria do Planejamento e Gestão

(SEPLAG), garantindo mais agilidade nos processos de análise de viabilidade e

emissão do parecer técnico dos projetos submetidos ao Conselho Consultivo de

Políticas de Inclusão Social.

Em 2013 foi criada a Coordenadoria de Promoção de Políticas de

Combate à Pobreza e Inclusão Social (CCOPI) que assume como desafio maior a

efetividade das ações e agrega as competências executivas e operacionais da

Gerência Executiva do FECOP. As funções da Gerência passam, portanto, a ser

desempenhadas no âmbito da CCOPI, formada pela Célula de Análise e

Monitoramento de Projetos do FECOP e pela Célula de Controle e

Acompanhamento Financeiro do FECOP.

A instância máxima de decisão do FECOP é o Conselho Consultivo de

Políticas de Inclusão Social (CCPIS) formado por 17 membros sendo 12

representantes de órgãos de Governo e 05 representantes de entidades da

Sociedade Civil, relacionados a seguir: I- Secretaria do Planejamento e Gestão

(SEPLAG); II- Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS); III-

Secretaria da Fazenda (SEFAZ); IV- Casa Civil (CASA CIVIL); V- Secretaria da

Saúde (SESA); VI- Secretaria da Educação (SEDUC); VII- Secretaria da Cultura

(SECULT); VIII- Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA); IX- Secretaria da

Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SECITECE); X- Secretaria das Cidades

(CIDADES); XI- Secretaria do Esporte (SESPORTE); XII- Conselho Estadual da

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Assistência Social (CEAS); XIII- Conselho Estadual de Direitos da Criança e do

Adolescente (CEDCA); XIV- Conselho Estadual de Educação (CEE); XV- Conselho

Estadual de Saúde (CESAU); XVI- Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional

do Ceará (CONSEA); VVII- Associação de Prefeitos do Estado do Ceará (APRECE).

Ao CCPIS compete:

coordenar a formulação das políticas e diretrizes gerais que orientam

as aplicações do FECOP;

homologar a seleção de programas e ações a serem financiados com

recursos do FECOP;

aprovar os projetos de aplicação dos recursos do FECOP submetidos à

sua apreciação;

aprovar, anualmente, os orçamentos e metas para os projetos de

natureza continuada;

avaliar, anualmente, o desempenho das ações desenvolvidas pelo

FECOP, conferindo seu impacto frente à redução da pobreza no

Estado;

publicar, trimestralmente, no diário oficial do Estado do Ceará, relatório

financeiro, discriminando as receitas e aplicações dos recursos;

dar publicidade à alocação e uso dos recursos do FECOP

encaminhando semestralmente, à Assembléia Legislativa do Estado do

Ceará, à Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado do Ceará (CGE) e

ao Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE), relatório de

desempenho físico – financeiro.

Os critérios de seleção dos projetos a serem financiados com recursos

do FECOP estão definidos na legislação que regulamenta o Fundo, conforme segue:

Programas e projetos direcionados a municípios de todo o Estado e

bairros de Fortaleza cujas populações estejam situadas abaixo da linha

da pobreza;

Programas e projetos direcionados a grupos ou famílias que se

encontrem em situação de vulnerabilidade, articulando e integrando

ações das várias políticas setoriais; e

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Diferentes atores sociais, secretarias setoriais, executores, parceiros e

comunidade local, envolvidos na construção do diagnóstico social,

elaboração, execução, monitoramento e avaliação dos programas e

projetos.

As ações passíveis de serem financiadas com recursos do FECOP são

formuladas pelas Secretarias Setoriais a partir de demandas da comunidade ou de

propostas técnicas oriundas da identi ficação de problemas e oportunidades. Os

projetos são elaborados conforme roteiro padronizado e encaminhados pelas

secretarias de Estado à CCOPI. Após o parecer da equipe de analistas quanto à

coerência e alinhamento dos objetivos do projeto com as diretrizes do Fundo, estes

são submetidos à apreciação do CCPIS para liberação dos recursos.

METODOLOGIA

A metodologia uti lizada neste trabalho considera além de procedimentos

e técnicas, as aproximações teóricas que dialogam e constroem mediações com os

processos de monitoramento e avaliação de projetos de combate a pobreza e

inclusão social.

Destaca-se que o foco do estudo é discutir o monitoramento e a avaliação

dos projetos financiados com recursos do FECOP, com foco na inclusão do Marco

Lógico (ML) na elaboração das propostas e no Programa de Formação em

Elaboração, Monitoramento e Avaliação de Projetos de Combate à Pobreza e

Inclusão Social.

Portanto, definido nosso objeto de estudo, seguimos os seguintes passos

metodológicos:

estudo bibliográfico sobre as temáticas abordadas buscando

aproximações com as categorias contextualizadas com a realidade em

estudo.

pesquisa documental, trabalhando a análise dos projetos conforme as

secretarias apresentaram para a Coordenadoria de Promoção de

Políticas de Combate à Pobreza e Inclusão Social (CCOPI), como meio

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para conseguir financiamento; e a avaliação realizada por meio de uma

empresa contratada pela Secretaria do Planejamento e Gestão

(SEPLAG), gestora do FECOP.

Estudo sobre a inclusão do Marco Lógico nas propostas e o

desenvolvimento do Programa de Formação em Elaboração,

Monitoramento e Avaliação de Projetos de Combate à Pobreza e

Inclusão Social.

Para conhecer o monitoramento dos projetos realizados pelas setoriais,

considerou-se as propostas inicialmente aprovadas em 2015 e separou-se as que

dispõem em seu orçamento valores iguais ou superiores a 1 milhão de reais, que

totalizam 56% dos projetos. Destes foram escolhidos de forma aleatória uma

amostra de 54 ações e tendo por base os i tens contemplados na estrutura do

projeto, desenvolveu-se uma análise acerca da existência ou não dos seguintes

pontos:

A definição, no item diagnóstico, de um indicador situacional que

servirá de base para a criação dos indicadores de produtos e

resultados, possibilitando assim a verificação dos avanços no decorrer

e ao final da ação;

A definição de indicadores de produtos;

A definição de indicadores de resultados;

A existência de um cadastro de beneficiários dispondo de dados

básicos, que pode constar em sistemas informatizados, planilhas ou

meio físico;

A realização de coleta de dados sobre a execução dos projetos, que

podem ser registrados em sistemas informatizados, plani lhas ou meio

físico, independente de sua relevância para a aferição dos resultados;

A coerência entre os dados a serem coletados e os indicadores

estabelecidos, verificando a possibilidade de aferir os indicadores a

partir das informações disponíveis;

A periodicidade da coleta de informações especificada;

O processo de monitoramento estabelecido, com instrumentais de

coleta definidos e modelo sistematizado para organização dos dados;

O setor responsável pelo monitoramento especificado.

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A Avaliação de Impactos de Projetos Financiados pelo FECOP (SEPLAG,

2013) foi coordenada pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará

(IPECE) que por meio de edital de concorrência pública contratou os serviços de

consultoria para a avaliação de resultados e de impactos de nove projetos

selecionados pelo Conselho Consultivo de Políticas de Inclusão Social (CCPIS).

Tendo como base os resultados da avaliação de impactos, analisamos o

parecer apresentado pelo IPECE para entender os limites e as possibilidades do

monitoramento e da avaliação dos projetos financiados pelo FECOP, como foco nas

seguintes questões:

Relação entre objetivos do projeto e resultados alcançados;

Qualidade dos dados disponibilizados pelas setoriais para a realização

da avaliação.

MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS

O monitoramento objetiva propiciar ao gestor e demais envolvidos

conhecimento sobre a execução e os resultados que vêm sendo obtidos pelos

projetos considerando o planejamento inicial. Na definição de Holanda (2006, p.5):

“corresponde ao levantamento continuado, regular e sistemático de informações

para documentar e avaliar o andamento e o progresso obtido na execução de uma

intervenção social, tendo como referência principal o seu plano ou seu projeto

original”. O autor destaca ainda alguns tipos de monitoramento:

Monitoramento Gerencial: utilizado na rotina institucional para

supervisionar a execução das atividades conforme previsto e para fins

de prestação de contas junto aos órgãos competentes;

Monitoramento de Desempenho: funciona como uma etapa

preparatória para a avaliação, visando indagar se a ação está atingindo

o objetivo planejado e se é adequada para resolver o problema

identificado junto à população beneficiada;

Monitoramento de Avaliação: avança na busca das causas do sucesso

ou fracasso do projeto, podendo ainda constituir uma etapa

preparatória para a avaliação de resultados e impactos;

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Monitoramento de Resultados: com foco no sucesso ou fracasso das

ações e das parcerias estratégicas estabelecidas, são definidos

indicadores de produtos e resultados e coletado os dados coerentes

com a verificação das contribuições de cada etapa no alcance dos

resultados.

Os projetos são acompanhados pela CCOPI através módulo específico

para o FECOP no Sistema Integrado de Acompanhamento de Programas (SIAP),

onde é feito o monitoramento gerencial com foco na utilização dos recursos, o

número de pessoas beneficiadas por município e a execução das metas, mantendo-

se como base a proposta do planejamento. A equipe da CCOPI realiza ainda visitas

institucionais e domiciliares para verificar “in loco” a execução dos projetos. Como

resultado das duas atividades são gerados dois relatórios respectivamente: o

Relatório de Desempenho da Gestão encaminhado aos órgão de controle e o

Relatório de Monitoramento de Projetos que é submetido à apreciação do Conselho,

ambos disponibilizados na página eletrônica do FECOP para acesso público.

O monitoramento dos projetos é realizado individualmente pelas

Secretarias Executoras e por exigência da CCOPI os dados coletados são

organizados e agregados ao Relatório de Desempenho da Gestão do FECOP.

Considerando que até o mês de março de 2015, o FECOP contava com 113 projetos

com recursos programados desta fonte para utilização no ano, e que os mesmos

tem execução independentes tem-se como hipótese que existem estratégias de

monitoramento variadas.

A avaliação, por sua vez é uma estratégia para aferir e/ou analisar

criticamente a relevância dos projetos financiados com recursos públicos e que

tenham como objetivo solucionar um problema econômico ou social (HOLANDA,

2006). Em Cohen e Franco (1998, p. 77), “a avaliação é uma atividade que tem

como objetivo maximizar a eficácia dos programas na obtenção de seus fins e a

eficácia na alocação de recursos para a consecução dos mesmos”. Para tanto,

devem ser definidos o modelo, os objetivos, as hipóteses, os indicadores, a

população alvo, as técnicas e os instrumentos para coleta de dados e informações,

bem como demais elementos.

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Nestes termos, deve contribuir para melhoria da tomada de decisão, além

de auxiliar na alocação de recursos e definir sobre as responsabilidades e visa

ainda, “oferecer entendimento e uma visão justificada dos programas de

implementação de políticas” (ALA-HARJA; HELGASON, 2000, p.10). Logo, ao

planejar uma avaliação deve-se ter clareza dos objetivos e dos elementos

importantes a serem considerados, tendo em vista que o processo pode se deter a

vários aspectos, ou seja, envolvendo o planejamento, a execução e os resultados.

De acordo com Holanda (2006), existem categorias de avaliação:

Avaliação de Necessidades: usualmente chamada de diagnóstico, tem

como objetivo identificar o problema social que justificará o projeto;

Pré-avaliação: trata-se de uma análise da viabilidade da avaliação;

Avaliação da teoria do programa: visa compreender a concepção,

estrutura lógica e o desenho técnico do projeto;

Avaliação do processo: focada nas atividades, envolve todo o processo

de execução;

Avaliação de implementação: analisa a implementação do projeto,

buscando antecipar seu potencial de sucesso ou fracasso;

Avaliação de resultados e impactos: visa identificar o alcance dos

objetos propostos;

Avaliação de Eficiência: tem como foco a análise do custo-benefício.

Ressalta-se a categoria avaliação de resultados e impactos, tendo em

vista que por determinação legal devem ser realizadas avaliações de impacto de

projetos financiados com recursos do Fundo. Estas avaliações são coordenadas

pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará ( IPECE) e seus

resultados apresentados ao CCPIS para apreciação. O relatório da avaliação de

impactos também é disponibilizado para a população através do site do FECOP.

A avaliação de impactos utiliza modelos experimentais e não

experimentais para isolar os efeitos da intervenção e garantir que análise de que os

resultados e impactos do projeto provocaram a mudança esperada (HOLANDA,

2006). Tratando-se de uma avaliação que demanda custos e tempo, deve partir de

uma decisão política do governo ao compreender a importância do projeto para a

gestão.

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Na perspectiva de fortalecer os processos de monitoramento do conjunto

das ações financiadas pelo FECOP e garantir a existência de uma base de dados

eficiente para o desenvolvimento de avaliações futuras, buscou-se traçar o perfil do

monitoramento promovido pelas Secretarias executoras.

Acredita-se que a construção de uma ideia inicial sobre os processos de

monitoramento torne-se úti l para desenvolvimento de estratégias para verificar os

resultados e impactos de cada ação, mas principalmente, do conjunto de projetos

financiados com recursos do Fundo. Por sua vez, o maior controle da execução e

dos resultados das ações possibilitará o acompanhamento dos beneficiários,

visualizando as contribuições do conjunto de benefícios gerados pelo acesso aos

diversos projetos, ao curto, médio e longo prazo.

O monitoramento dos projetos do FECOP até então realizados pelas

secretarias executoras foram analisados seguindo os passos descritos na

metodologia e a seguir são destacados os resultados principais:

100% dos projetos analisados fizeram o diagnóstico sobre a área de

atuação, contudo apenas 15% aproveitaram este espaço para

apresentar indicadores que fossem úteis para a formação de uma base

de comparação com os resultados encontrados no decorrer do

processo. Deste modo os diagnósticos apresentaram informações

gerais, úteis para uma introdução do tema específico, contudo não é

possível saber de onde se partiu para estabelecer as metas e o os

indicadores de resultados.

98% dos projetos estabeleceram indicadores de produtos e resultados

por ocasião da construção do Marco Lógico, contudo optou-se não

verificar nesta primeira análise se os indicadores apresentados eram

passíveis de aferição.

78% dos projetos afirmaram que já possuem cadastro de beneficiários

com informações pessoais básicas. No entanto, nesta análise não foi

verificado outras informações disponíveis e as semelhanças entre eles,

bem como sobre a possibilidade de cruzamento entre os dados de modo

a possibilitar a identificação de pessoas que recebem mais de um

benefício. Destacamos ainda, que existem diversos tipos de cadastros:

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em papel impresso com escrita manual, planilhas eletrônicas, sistemas

do governo estadual e sistemas do governo federal, nos casos de

projetos que recebem recursos federais, etc;

87% dos projetos possuem uma sistemática de coletas de dados sobre

a execução do projeto e apenas 65% destacaram a periodicidade da

coleta de dados. Ressalta-se ainda que do total de projetos analisados,

63% coletam dados coerentes com os indicadores estabelecidos para

aferição dos resultados. No entanto, não verificou-se neste primeiro

momento a utilidade de todos os dados coletados e a ausência de

outras informações importantes que deveriam constar neste processo

de coleta.

59% dos projetos apresentaram processos de monitoramento

definidos, sendo que os modelos apresentados podem ser

classificados como monitoramento gerencial ou de desenvolvimento.

Os demais projetos analisados, embora descreva uma proposta, a

mesma não apresenta detalhamento suficiente para análise. Do total

dos projetos, 61% especificaram os setores responsáveis pelo

monitoramento no âmbito da secretaria executora.

Nas estratégias de monitoramento descritas não são destacadas a

relação entre Monitoramento e Marco Lógico, tornando-se este último

apenas uma formalidade para solicitar os recursos junto ao FECOP.

Ressalta-se ainda, que não há nos projetos a indicação de coleta de

dados que possam ser úteis para avaliar os resultados ao longo prazo,

bem como os mesmos não apresentam estratégias de controle dos

beneficiários após o término da ação ou recebimento do benefício.

Não há indicação de integração entre os processos de monitoramento,

ainda que os projetos tenham a mesma área de atuação e sejam

executados pela mesma secretaria.

Analisando os resultados da avaliação de impactos de nove projetos

financiados com recursos do FECOP, de acordo com os pontos especificados na

metodologia, encontrou-se os seguinte resultados:

19

Considerando a relação entre objetivos descritos na proposta e os

resultados observados entre nove projetos avaliados, verifica-se que

apenas 3 projetos apresentam coerência entre o planejado e o

executado, sendo que destes 1 apresentou problemas na execução

que tem impacto na qualidade do resultado.

Dos projetos avaliados, 6 apresentaram resultados diferentes do

programado, sendo que 1 se destacou com um bom nível de satisfação

dos beneficiários. A sugestão dos avaliadores para estes projetos em

geral foi rever o planejamento.

Os 9 projetos avaliados apresentaram problemas na qualidade dos

dados disponibilizados para a avaliação, com destaque para os

principais pontos: insuficiência de informações na base de dados;

ausência de indicadores ou indicadores não quantificáveis, ausência de

integração com outras bases de dados de outras políticas que

impactam nos resultados previstos, tendo em vista que atendem o

mesmo público; projetos com dados não informatizados; fragilidade no

acompanhamento; e inconsistência nas informações.

MARCO LÓGICO DOS PROJETOS

Para compreender a composição dos projetos financiados pelo FECOP e

contribuir para o processo de planejamento, monitoramento e avaliação, foi

estabelecido a construção do Marco Lógico ou Matriz Lógica em todas as propostas

apresentadas. De acordo com Bracagioli Neto; Gehlen e Oliveira (2010), “o método

tem uma compreensão da lógica de comportamento e da dinâmica do projeto,

baseada nas relações causa/efeito entre diferentes sucessos”. A matriz é utilizada

pelas principais agências bilaterais e multilaterais do mundo e ao ser sintetizada em

um quadro, têm como referência os objetivos e metas para a construção de

indicadores, meios de verificação e riscos.

20

A USAID (United States Agency for Internacional Development)

desenvolveu a metodologia LFA (Logical Framenwork Appoach), sendo a tradução

em português, Método do Quadro Lógico (MQL), após realizar um diagnóstico sobre

a efetividade dos projetos de desenvolvimento no final dos anos 1960. A agência

desencadeou este processo porque encontrou problemas no planejamento devido à

ausência de relação entre objetivos e resultados, demonstrando as falhas no

monitoramento e consequentemente na avaliação. Nos anos 1970 o MQL passa a

ser incorporado em outras organizações e se integra a novos processos de

planejamento de projetos.

O Marco Lógico encontra-se sistematizado em manuais da Agência

Brasileira de Cooperação - ABC (BRASIL, 2005), do Instituto de Pesquisa

Econômica Aplicada –IPEA (CASSIOLATO; GUERESI, 2010), do Banco Mundial

(WORLD BANK, 2005) e no guia do ZOPP (Zielorientiere Projekt Planung), com

tradução para o português, Planejamento de Projeto Orientado para Objetivos

(HELMING; GÖBEL, 1998), desenvolvido pela GTZ (Deutsche Gesellschaft für

Technische Zusammenarbeit), entre outros.

O processo de formulação do Marco Lógico dos projetos FECOP deve

contribuir para a garantia das seguintes condições:

Desenvolvimento de um planejamento que agrega os diversos

elementos da proposta, sendo sistematizado em uma matriz;

Definição e inter-relação clara e viável dos objetivos e resultados

esperados;

Identificação de indicadores relevantes de desempenho; e

Comprometimento dos gestores e demais interessados na proposta.

Destaca-se que para se verificar o alcance dos objetivos propostos nos

projetos devem ser criadas estratégias de acompanhamento dos níveis que o

compõe, quais sejam: os insumos utilizados, as atividades realizadas no processo

de implantação e operacionalização, os produtos gerados, os resultados alcançados

e impactos desejados. Estes níveis de objetivos, por sua vez são acompanhados

através dos indicadores estabelecidos, os meios de verificação escolhidos e os

riscos previstos.

21

Por meio da sistematização em quadro da Matriz de Marco Lógico

utilizada nos projetos financiados pelo FECOP é possível visualizar a lógica vertical

e a lógica horizontal da matriz. Na lógica vertical é possível perceber as

causalidades entre os elementos que se inicia pela base com a definição e aplicação

dos insumos, desencadeando a execução das atividades e consequentemente a

verificação dos produtos, os resultados e impactos. Através da lógica horizontal é

possível visualizar para cada nível de objetivo os retornos esperados, com a

definição dos indicadores e dos riscos.

Matriz de Marco Lógico

Cadeia Lógica de

Objetivos Descrição Indicadores

Meios de

Verificação Riscos

Impactos

Resultados

Produtos

Atividades

Insumos

Os Impactos são os objetivos mais amplos para os quais o projeto

contribui, caracterizando os seus resultados de longo prazo. São ainda, de acordo

com Roche (2000, p.37), “mudanças duradouras ou significativas – positivas ou

negativas, planejadas ou não – nas vidas das pessoas e ocasionadas por

determinada ação ou série de ações”. Deste modo, representam as transformações

a serem observadas no público beneficiado e revelam o êxito do projeto, tornando-o

referência para a reprodução da mesma proposta em territórios similares ou grupos

semelhantes. Representam ainda um campo aberto para as mudanças, caso a

avaliação não seja satisfatória.

O conhecimento sobre os impactos dos projetos torna-se um desafio,

tendo em vista que a rotina da gestão no serviço público nem sempre agrega

avaliações neste nível. Portanto, faz-se necessário o estabelecimento de

22

parâmetros para a verificação não apenas dos produtos e resultados imediatos,

mas também, sobre as mudanças geradas na população beneficiada após a

intervenção do projeto.

Considerando que as mudanças não ocorrem isoladamente e não é

resultado apenas de uma ação, torna-se fundamental o conhecimento do contexto

socioeconômico, político e histórico no qual o projeto foi implantado, bem como no

qual os resultados foram encontrados. Os indicadores, portanto, devem ser

acompanhados para a comparação entre o ponto de partida e a realidade após as

mudanças identificadas.

Os resultados são os efeitos que devem ser produzidos no público

beneficiado no período de tempo determinado como consequência da utilização dos

produtos gerados pelo projeto. Encontram-se relacionados com o objetivo geral e

correspondem à contribuição imediata do projeto na resolução de um determinado

problema ou demanda pública.

Os projetos que tem o foco nos resultados apresentam as seguintes

características (SALSER; NEVES, 2006):

Transformam intenções em resultados que concretizam produtos e

transformações relevantes para a população beneficiada;

Apresentam foco definido, objetivos claros e resultados mensuráveis;

Apresentam capacidade de articulação e mobilização dos interessados

para o alcance dos resultados;

Desenvolvem um contínuo trabalho de gestão, envolvendo os recursos

humanos, os processos necessários para o desempenho das

atividades, o envolvimento dos beneficiários, entre outros.

Os resultados obtidos podem não ser exatamente como o previsto nos

objetivos do projeto. Deste modo, o monitoramento e a avaliação fundamentada no

Marco Lógico favorecem uma melhor compreensão sobre as variáveis determinantes

que perpassam o projeto.

Os Produtos são os bens e/ou serviços entregues ao final da execução do

projeto e são resultados das atividades realizadas no prazo previsto. Logo uma

atividade ou um conjunto de atividades geram os produtos que , por sua vez,

contribuem para os resultados do projeto.

23

Os produtos seguem uma especificação conforme programado no projeto

e, portanto, é possível medir o sucesso da ação comparando os produtos entregues

com os objetivos específicos e as metas programadas no projeto.

As Atividades são esforços a serem desenvolvidos por meio de ações que

levem à obtenção dos produtos especificados. A realização de uma atividade ou de

um conjunto de atividades gera os produtos do projeto conforme o programado no

planejamento.

A elaboração da proposta por meio da definição das atividades permite

programar os insumos e os custos de cada ação. No entanto, no Marco Lógico

devem ser destacadas as atividades principais que estão diretamente relacionadas

com os objetivos ficando, portanto, o detalhamento de cada ação descrito no projeto.

Os Insumos são os recursos financeiros, materiais e humanos

necessários para a execução das atividades do projeto. A partir do detalhamento

das atividades é que se procede à especificação e quantificação dos insumos do

projeto.

Os Indicadores são variáveis definidas com o objetivo de medir um

conceito que se relaciona a um significado social, econômico ou ambiental, na

perspectiva de orientar a tomada de decisão e redesenhar os processos quando

necessário. Podem ser traduzidos em número e/ou percentual e permitem conhecer

o desenvolvimento das ações e mensurar o alcance dos objetivos (SESI, 2010).

Diversas variáveis podem se combinar para sintetizar um conceito

abstrato complexo, em um único valor, formando um índice. O Índice de

Desenvolvimento Humano, por exemplo, uti liza indicadores da saúde, renda e

educação, com apenas e um valor e possibilitando a comparação entre países.

Para a elaboração de indicadores é importante considerar os seguintes

aspectos:

utilizar dados e fontes confiáveis;

utilizar conceitos de fácil compreensão de modo a favorecer a

comunicação e o envolvimento dos interessados;

escolher dados que sejam de fácil coleta e atualização compatível com

a necessidade de utilização, permitindo a construção de bases

temporais;

24

atender a necessidade de monitorar e avaliar diferentes grupos sociais

e localidades, favorecendo aproximações com realidades diversas e o

desenvolvimento de ações públicas específicas;

verificar a capacidade de captação da maioria das variações sobre a

realidade estudada, possibilitando o estabelecimento de metas a curto,

médio e longo prazo, sem contudo ser muito amplo ou muito

específico.

Portanto para garantir que os indicadores estabelecidos sejam úteis para

o planejamento, monitoramento e avaliação devem ser formulados indicadores para

as diferentes etapas (SESI, 2010):

Para o planejamento é importante estabelecer os indicadores da

situação que se propõe a modificar, permitindo assim, além da

aproximação com a realidade, a definição de objetivos , metas e quais

os indicadores serão necessários para o monitoramento e avaliação

dos projetos;

Para o monitoramento da execução deve-se estabelecer indicadores

para medir a realização das atividades e o alcance das metas, produtos

e resultados;

Para a avaliação, estabelecer indicadores que possam avaliar de fato,

as mudanças significativas em relação à realidade encontrada no

planejamento, e que possam ser comparados com os indicadores

estabelecidos nesta fase, considerando ainda, os fatores externos que

contribuíram para o resultado final.

Os Meios de verificação são as fontes utilizadas para acompanhar a

evolução dos indicadores de desempenho em cada nível de objetivos (SESI, 2010).

Podem ser:

Administrativas: dados oriundos de processos administrativos,

registrados sistematicamente e que podem ser colocados para acesso

público;

De Pesquisas: dados coletados de pesquisa amostral ou senso em um

período de referência específico.

25

Os projetos devem em sua estrutura conter as informações necessárias

sobre os modelos de coleta de dados e informações, especificando as estratégias

para organização e disponibilização dos dados, de modo a garantir que os

indicadores escolhidos sejam passíveis de averiguação. Deste modo, no Marco

Lógico devem ser especificados os locais, documentos ou fontes utilizadas para se

verificar os indicadores.

Os Riscos são condicionalidades internas e externas que podem intervir

na execução do projeto, impactando nos custos, objetivos, metas, resultados entre

outras variáveis. Logo, o monitoramento dos riscos deve acontecer de forma

sistemática de modo a identificar em tempo hábil as ameaças e prevenir os impactos

negativos (SALSER; NEVES, 2006).

Os riscos internos podem ser de natureza burocrática, técnica, financeira,

ambiental e institucional e, portanto, estão relacionados ao descumprimento de

prazos, insuficiência de recursos, discordâncias entre as partes envolvidas,

fragilidades no planejamento e gerenciamento, entre outros.

Os riscos externos estão relacionados a questões macro e

microeconômica, políticas governamentais, fenômenos climáticos, entre outros.

Deste modo, embora possam ser previsíveis em alguns casos, os gestores tem

pouca ou nenhuma influência.

Previsível ou não, as suposições sobre os riscos devem ser estimadas e

estratégias de monitoramento de riscos manifestos devem ser traçadas para que o

projeto seja ajustado considerando as possíveis mudanças.

Considerando a diversidade de conceitos e práticas a serem discutidas no

processo de elaboração, monitoramento e avaliação de projetos do FECOP, bem

como a diversidade de áreas contempladas nos projetos e a formação dos gestores

e técnicos, desenvolveu-se o Programa de Formação Continuada em Elaboração,

Monitoramento e Avaliação de Projetos de Combate à Pobreza e Inclusão Social.

26

PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM ELABORAÇÃO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE COMBATE A POBREZA E INCLUSÃO SOCIAL

O Programa de Formação Continuada em Elaboração, Monitoramento e

Avaliação de Projetos de Combate à Pobreza e Inclusão Social acontece por meio

da parceria entre a Coordenadoria de Promoção de Políticas de Combate à Pobreza

e Inclusão Social (CCOPI), a Escola de Gestão Pública do Ceará (EGP) e o Instituto

de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), e tem como objetivo

desenvolver competências (conhecimento, habilidades e atitudes) técnicas,

gerenciais e organizacionais para elaboração, monitoramento e avaliação de

projetos de combate à pobreza e inclusão social.

É voltado para servidores/empregados públicos estaduais em exercício no

poder executivo, que atuam como técnicos e gestores de projetos financiados pelo

Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FECOP).

Para o alcance dos objetivos propostos, o Programa estrutura suas ações

de capacitação e socialização da produção técnica e científica da área de interesse

do Programa em dois níveis (SEPLAG, 2014.a):

Nível Básico

As atividades deste nível abordam a concepção e a estrutura do

FECOP, as condicionantes técnicas e legais para o acesso aos

recursos do Fundo, a socialização de experiências exitosas, dentre

outros aspectos envolvidos com o tema geral, tais como a análise e

compreensão das condicionantes da pobreza, caracterização dos

pobres no Ceará e o papel do Estado no enfrentamento da pobreza.

Nível Específico

As atividades deste nível destinam-se à difusão de métodos e técnicas

específicas de planejamento, buscando o aperfeiçoamento do Projeto

de Referência, elaborado de acordo com o modelo definido pela gestão

do FECOP, para a obtenção de recursos do FECOP, de forma a

possibilitar a implantação e/ou reforço das atividades de

27

acompanhamento e monitoramento, a estruturação, divulgação e

análise de processos de avaliação de projetos financiados pelo Fundo.

Para melhor monitorar e avaliar o Programa de Formação foi

desenvolvido o Marco Lógico que pode ser visualizado a seguir:

Marco Lógico

Programa de Formação Continuada em Elaboração, Monitoramento e Avaliação de Projetos de Combate a Pobreza e Inclusão Social

Cadeia Lógica de Objetivos

Descrição Indicadores Meios de

Verificação Riscos

Impactos

Projetos

elaborados de acordo com as diretrizes do

FECOP

No de projetos

elaborados em conformidade com as diretrizes do

FECOP

Relatório de avaliação de

impacto do programa

Mudança nas equipes

responsáveis pelos projetos

Resultados

Ampla divulgação das ações realizadas no

âmbito do FECOP e das informações socioeconômicas

da população assistida

Servidores/empreg

ados públicos aptos para trabalhar com os

projetos do FECOP

No de pessoas

certificadas no nível básico

No de acessos à

Biblioteca Virtual

No de pessoas

certificadas em

pelo menos 80% das atividades de nível específico

Relatórios da

Gerência Executiva do FECOP

Relatórios da Escola de Gestão pública

Rotatividade de pessoal nas Secretarias

executoras dos projetos

Baixo índice de

aproveitamento dos cursos

Produtos

Servidores/empregados públicos capacitados

Biblioteca Virtual Implantada

No de pessoas

certificadas no

nível básico

No de pessoas

certificadas no

nível específico

No de arquivos

disponibilizados no

site

Relatórios da

Escola de Gestão Pública

Relatórios da

Gerência Executiva do FECOP

Alto índice evasão nos cursos

Entraves na disponibilização de acervo no

ambiente virtual

28

Atividades

Realização de atividades de nível

básico (palestras, workshops, seminários,

simpósios, etc)

Realização de atividades de nível

específico (cursos e oficinas)

Implantação de

Biblioteca Virtual do FECOP

No de atividades

de nível básico realizadas

No de atividades

de nível específico realizadas

No de horas aula

ministradas

% de implantação da Biblioteca

Virtual

Relatórios da Gerência

Executiva do FECOP

Relatórios da

Escola de Gestão pública

Demanda insuficiente para os eventos de

capacitação

Não liberação dos técnicos das

setoriais para participação nas capacitações

Insumos

Recursos humanos e

financeiros da EGP

Recursos

humanos e financeiros da SEPLAG

Recursos humanos da SEPLAG e IPECE

% de execução

dos recursos programados

No de pessoas

envolvidas com o projeto

Relatórios financeiros dos

sistemas corporativos do Estado

Relatórios gerenciais do Programa

Alternância de

poder no Estado

Dificuldades para disponibilização de

recursos financeiros

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A gestão das políticas de combate à pobreza proporciona conhecimentos

sobre a realidade social, as particularidades locais e os meios de intervenção mais

adequados para atingir os objetivos. Trata-se, portanto, de um aprendizado que

demanda um diálogo constante entre governo e população beneficiada, de modo a

atualizar conceitos e melhorar as práticas de planejamento e gestão das ações.

Para tanto, a gestão deve agregar os diversos atores envolvidos, bem

como integrar as diversas políticas, programas e ações existentes de modo a

potencializar os recursos e fortalecer os resultados. Destaca-se a integração com a

comunidade que deve ser pautada em parcerias com os diversos atores envolvidos

direta e indiretamente, considerando que a comunidade acumulou conhecimento

sobre a realidade vivenciada e desenvolveu estratégias para conviver com a

pobreza.

29

A aproximação com o processo de monitoramento dos projetos, que

resultou na constatação de que apenas 15% apresentaram indicadores de partida,

63% fazem coletas de dados coerentes com os indicadores estabelecidos no Marco

Lógico e que não existe integração nos processo de monitoramento, instiga a uma

compreensão mais profunda das estratégias e rotinas das secretarias executoras,

bem como incita o desenvolvimento de modelos que agreguem os processos

existentes a uma proposta de monitoramento mais abrangente do FECOP.

Compreende-se deste modo, que existem lacunas no planejamento,

principalmente referente a integração das ações e na relação entre objetivos e

resultados dos projetos. Logo, as estratégias de monitoramento encontradas nas

propostas apresentam limitações que podem interferir na realização de avaliações

efetivas que garantam o conhecimento sobre os resultados e impactos dos projetos

e estabeleçam as medidas para as melhorias necessárias.

O Marco Lógico ao integrar os projetos traz novos desafios para gestão e

deste modo pontua-se a necessidade de desenvolver estratégias para que essa

matriz possa de fato refletir as propostas dos projetos, permitindo o seu

acompanhamento e que não se torne apenas um mecanismo burocrático na sua

elaboração. Para tanto, deve ser garantido:

A execução do Programa de Formação em Elaboração, Monitoramento

e Avaliação de Projetos, de modo a capacitar os gestores e técnicos e

qualificar as estratégias de elaboração do Marco Lógico e de

monitoramento das setoriais;

A realização de um diagnóstico do monitoramento dos projetos

financiados com recursos do FECOP executado no nível das

secretarias executoras, utilizando-se de visitas técnicas, aplicação de

questionários e reuniões com os gestores dos projetos e os setores

responsáveis pelo monitoramento, bem como analisar os modelos de

coleta e organização dos dados, os responsáveis pelo processo e a

utilização e disponibilização dos resultados;

O fortalecimento das visitas de monitoramento como meio de visualizar

o funcionamento e a organização dos projetos, dialogar com as

equipes responsáveis pela execução, acolher as sugestões dos

beneficiários, bem como, identificar potencialidades para a melhoria no

processo de monitoramento;

30

Incluir no módulo FECOP do Sistema Integrado de Acompanhamento

de Programas (SIAP) o acompanhamento dos indicadores que

constam no Marco Lógico dos projetos, possibilitando que

semestralmente sejam verificados;

Desenvolver um Sistema de Monitoramento de projetos do FECOP,

agregando as informações disponibilizadas pelas setoriais e mantendo

o banco de dados de beneficiários.

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termos dos arts. 5o inciso LXXIV e 24, inciso XIII e §§ 2o e 4o da Constituição Federal e Disposições da Constituição Estadual acerca do Conceito de Pobreza, a forma de

sua comprovação e dá outras providências. Diário Oficial Estado, Fortaleza, CE, 06 jan. 2011.

31

CEARÁ. Lei Complementar no 37, de 26 de novembro 2003. Institui o Fundo

Estadual de Combate à Pobreza – FECOP, nos termos da Emenda constitucional Federal no 31, de 14 de dezembro de 2000, cria o Conselho Consultivo de Políticas

de Inclusão Social, extingue os fundos que indica e dá outras providências. Diário Oficial do Estado, Fortaleza, CE, 27 nov. 2003.

______. Lei Complementar no 76, de 21 de maio de 2009. Dá nova redação ao caput e inclui §§ 3o e 4o ao art. 1o, ao parágrafo único do art. 4o, ao caput e aos §§ 1o e 3o

do art. 5o, aos incisos II e III do art. 6o, ao caput do art. 7o, ao art. 8o e ao caput do art. 20, todos da Lei Complementar no 37, de 26 de novembro de 2003, que institui o Fundo Estadual de Combate à Pobreza – FECOP, e dá outras providências. Diário

Oficial do Estado, Fortaleza, CE, 25. maio 2009.

______. Decreto no 29.910, de 29 de setembro de 2009. Regulamenta a Lei Complementar Estadual, no 37, de 26 de novembro de 2003, que institui o Fundo Estadual de Combate à Pobreza, e dá outras providências. Diário Oficial do Estado,

Fortaleza, CE, 30, set. 2009.

______. Lei Complementar no 89, de 26 de outubro de 2010. Altera dispositivos da Lei Complementar no 37, de 26 de dezembro de 2003, que institui o Fundo Estadual de Combate à Pobreza e dá outras providências.

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33

___________________________________________________________________

AUTORIA

Everton Cabral Maciel – Orientador da Célula de Análise e Monitoramento de Projetos do

FECOP da Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará.

Endereço eletrônico: [email protected]

Lara Maria Silva Costa – Assessora Técnica da Célula de Análise e Monitoramento de

Projetos do FECOP da Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará.

Endereço eletrônico: [email protected]

Larisa Fátima Martins Bezerra – Orientadora da Célula de Acompanhamento Financeiro do

FECOP da Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará.

Endereço eletrônico: [email protected]