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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA DESAFIOS E PRÁTICAS DA GESTÃO ESCOLAR: um relato de experiência CARAUBAS - RN 2017

DESAFIOS E PRÁTICAS DA GESTÃO ESCOLAR: um relato de ... · dos desafios presentes no ambiente escolar, assim como para o desenvolvimento de práticas que elevam a instituição

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  • MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

    CENTRO DE EDUCAÇÃO

    CURSO DE PEDAGOGIA

    DESAFIOS E PRÁTICAS DA GESTÃO ESCOLAR: um relato de experiência

    CARAUBAS - RN

    2017

  • MARIA BETÂNIA DE LUCENA LEANDRO OLIVEIRA

    DESAFIOS E PRÁTICAS DA GESTÃO ESCOLAR: um relato de experiência

    Artigo apresentado à disciplina Trabalho de

    Conclusão de Curso da Universidade Federal

    do Rio Grande do Norte, como requisito

    parcial para obtenção do título de graduada em

    Pedagogia.

    Profª Orientadora: Ms. Rúbia Kátia Azevedo

    Montenegro.

    CARAUBAS - RN

    2017

  • DESAFIOS E PRÁTICAS DA GESTÃO ESCOLAR: um relato de experiência

    Maria Betânia de Lucena Leandro Oliveira1

    Rúbia Kátia Azevedo Montenegro2

    RESUMO

    Este trabalho tem como tema Desafios e práticas da gestão escolar: um relato de experiência,

    cujo objetivo é analisar os desafios e as práticas da gestão escolar numa dimensão

    democrático-participativa. Foi realizado com base nas experiências vivenciadas na Escola

    Municipal Francisco de Paula Pessoa Filho, Comunidade de Cachoeira – Caraúbas/RN. Está

    dividido em três partes. A primeira traz o conceito de gestão escolar, nos remetendo a um

    entendimento sobre gestão democrático-participativa. A segunda reflete sobre o trio gestor e

    suas atribuições no ambiente escolar. Já a terceira parte, trata-se de um relato de experiência

    que se subdivide na caracterização da Escola e no Relato de Experiência. Para embasar

    teoricamente o tema, serão utilizadas obras de autores como: Dalcorso (2012), Libâneo

    (2007), Lück (2000), Martins (2010), Santos (2012), Silva (2011), entre outros. Os

    procedimentos metodológicos utilizados foram de cunho qualitativo e quantitativo através

    coleta de dados e intervenções com a atual gestão da Escola. Em suma, estes escritos servirão

    de orientação para gestores escolares e educadores em geral, que desejarem ressignificar suas

    práticas, por se tratar de um conjunto de experiências bem sucedidas e atividades exitosas que

    culminaram no sucesso da Instituição aqui apresentada.

    Palavras chave: Gestão. Desafio. Prática. Democrático. Participativa.

    ABSTRACT

    This paper has the theme "Challenges and practices of school management: an account of

    experiences", whose objective is to analyze the challenges and practices of school

    management in a democratic-participatory dimension. It was carried out based on the

    experiences lived in the Municipal School Francisco de Paula Pessoa Filho, Community of

    Cachoeira - Caraúbas / RN. It is divided into three parts. The first brings the concept of school

    management, referring to an understanding of democratic-participatory management. The

    second reflects on the trio manager and his assignments in the school environment. The third

    part, it is an experience report that is subdivided into the characterization of the School and

    the Report of Experience. To base the topic theoretically, works of authors such as: Dalcorso

    (2012), Libâneo (2007), Lück (2000), Martins (2010), Santos (2012), Silva (2011), among

    others. The methodological procedures used were of a qualitative and quantitative nature

    through the collection of data and interventions with the current management of the School. In

    short, these writings will serve as a guide for school managers and educators in general, who

    wish to re-signify their practices, since it is a set of successful experiences and successful

    activities that culminated in the success of the Institution presented here.

    Keywords: Management. Challenge. Practice. Democratic. Participatory.

    1 Graduanda em Pedagogia pela UFRN – [email protected]

    2 Orientadora Mestre em Ciências da Educação, Especialista em Mídias na Educação e Psicopedagogia

    Institucional e Graduada em Letras – [email protected]

  • 4

    1 INTRODUÇÃO

    O presente trabalho tem como objetivo analisar os desafios e as práticas da gestão

    escolar numa dimensão democrática e participativa, com o desenvolvimento de práticas e

    ações que visam obter bons resultados na instituição escolar como um todo; iniciando por

    uma compreensão sobre o que é gestão escolar, gestão democrática e participativa e

    identificando as práticas desenvolvidas pela gestão escolar para o bom andamento da

    instituição e os desafios enfrentados pelo gestor escolar.

    Aqui, será também atestada a importância do trio gestor para o desenvolvimento da

    escola, voltada para uma aprendizagem significativa, reconhecendo que resultados podem ser

    alcançados através de uma gestão democrática e participativa. E, por fim, será apresentado um

    relato de experiência ou estudo de caso relacionado ao tema.

    A pesquisa bibliográfica e tanto qualitativa como quantitativa terá como base diversos

    autores que tratam sobre a temática da gestão escolar e servirá como embasamento teórico

    para corroborar com as idéias aqui discutidas. Assim, para embasar teoricamente o tema,

    serão utilizadas obras de autores como Dalcorso (2012), Libâneo (2007), Lück (2000),

    Martins (2010), Santos (2012), Silva (2011), Entre Outros autores que versam sobre gestão

    escolar, com bastante propriedade.

    Sabendo que a gestão democrática e participativa é o carro chefe para o enfrentamento

    dos desafios presentes no ambiente escolar, assim como para o desenvolvimento de práticas

    que elevam a instituição escolar e o trabalho do gestor e sua equipe, torna-se necessário, nos

    dias atuais, o profissional da educação repensar sua prática e buscar aprimorar seu trabalho,

    no intuito de contribuir para uma educação de qualidade.

    Por isso, a instituição escolar necessita de uma gestão democrática e participativa para

    que possa desenvolver um bom trabalho, sempre vencendo os desafios e desenvolvendo

    práticas que promovam o bem-estar da instituição, mesmo diante das dificuldades que se

    apresentam no seio da educação como um todo.

    Trataremos ainda acerca dos desafios enfrentados pelo gestor escolar e as possíveis

    soluções, visando o desenvolvimento da instituição como um todo, pois cabe ao gestor escolar

    desenvolver ações que fortaleça a instituição e promova a aprendizagem significativa dos

    alunos, como afirma Libâneo et.al. (2007):

    Uma escola bem organizada e gerida é aquela que cria e assegura condições

    organizacionais, operacionais e pedagógicas que permita o bom desempenho dos professores em sala de aula, de modo que todos os seus

  • 5

    alunos sejam bem sucedidos em suas aprendizagens (LIBÂNEO et.al.,

    2007, p. 301-302)

    Isto significa que a partir do momento em que a aprendizagem dos alunos acontece, a

    qualidade do ensino oferecido pela escola se materializa e o modelo de educação oferecido

    pela instituição se consolida.

    Martins (2010, p. 19), nos dar importante contribuição, quando afirma que “é muito

    importante que os profissionais da educação, em especial as equipes de gestão, assumam o

    papel de articuladores na busca da qualidade da e na escola”. Assim, nos dar suporte para

    entendemos que, a garantia de uma boa aprendizagem reflete-se através de um bom processo

    de ensino e gestão da educação.

    Sobre o papel do gestor escolar e o aprimoramento de sua gestão, Dalcorso (2012), nos

    diz que:

    Uma das formas de conseguir melhorias educacionais é buscar aprimorar a gestão escolar. As atividades são de grande complexidade e o gestor deve se

    preocupar, em linhas gerais, com a formação dos alunos, com a participação

    da comunidade, com a melhoria dos processos administrativos e

    pedagógicos, com a gestão dos recursos e com a formação de professores e funcionários. Assim, uma das alternativas para viabilizar melhores práticas

    é a implementação de projetos específicos e bem definidos, que visem

    melhorar os processos internos críticos para a obtenção de uma educação de qualidade (DALCORSO, 2012, p. 65).

    Com isso, percebemos que o papel do gestor escolar não é tão simples como muitos

    pensam, pois vai desde a preocupação com a aprendizagem dos alunos a garantir meios para

    que esta aprendizagem aconteça, através da oferta de cursos de formação para os professores,

    e muito mais, como afirma Severino (1992, apud Dalcorso, 2012, p. 66):

    O papel do gestor não se limita a um papel puramente burocrático-administrativo, mas é uma tarefa de articulação, de coordenação, de

    internacionalização que, embora suponha o administrativo, o vincula

    radicalmente ao pedagógico.

    Portanto, o trabalho do gestor escolar deve estar pautado numa proposta que promova

    a qualidade do ensino e culmine no sucesso da escola como um todo, como cita Dalcorso

    (2012, p. 66), “o grande desafio do gestor escolar é fazer funcionar a escola pautada em um

    projeto coletivo com foco na qualidade da educação”.

  • 6

    2 CONCEITUANDO A GESTÃO ESCOLAR

    Segundo o dicionário Aurélio, gestão é o “ato ou efeito de gerir; gerência”. Logo, o

    vocábulo gestão refere-se à administração, isto é, administrar uma instituição, organização ou

    empresa levando-a a alcançar a consolidação de suas metas e de seus objetivos. Gestão é

    realizar ações, é exercer com empenho a função de gerir, de conduzir o que está sob a

    responsabilidade do gestor à realização das metas e dos objetivos propostos.

    Conforme Garcia (2008, p. 8), “a palavra gestão provém do verbo latino gero, gessi,

    gestum, gerere e significa: levar sobre si, carregar, chamar a si, executar, exercer, gerar”.

    Ainda conforme Garcia:

    O conceito de gestão está associado ao fortalecimento da democratização do

    processo educacional e pedagógico; à participação responsável de todos nas discussões, decisões, efetivação das decisões, acompanhamento e avaliação;

    e dialogicidade, mediante um compromisso coletivo com resultados

    educacionais cada vez mais efetivos (GARCIA, 2008, p. 8).

    Sobre a gestão democrática nas escolas, Silva (2001, p. 12), nos oferece relevante

    contribuição quando afirma que a “gestão democrática é a maneira de administrar uma escola

    de forma que os vários segmentos da comunidade escolar tenham vez e voz, onde todos

    possam participar ativamente para a melhoria da qualidade do ensino”.

    A democratização das escolas foi um passo importante para a educação brasileira. A

    Constituição de 1988 (sobretudo no artigo 206, inciso VI) e da Lei de Diretrizes e Bases da

    Educação - Lei nº 9.394, de 1996 (sobretudo no artigo 14), são documentos que falam sobre o

    modelo de gestão democrática nas escolas.

    Segundo Lima (2011 apud SILVA, 2011), tais instrumentos normativos idealizam, em

    suma, a educação como um direito público, acessível a todos indistintamente, e dever do

    Estado e da família, a ser promovida e incentivada em parceria e cooperação com a sociedade,

    de maneira que Estado e sociedade compartilhem responsabilidades tanto em relação aos

    direitos quanto aos deveres de todos.

    Ainda de acordo com Lima (2011 apud SILVA, 2011), a gestão democrática pode ser

    percebida como acréscimo da participação da comunidade, baseando-se nos princípios de

    descentralização administrativa, participação, flexibilidade, transparência e autonomia, onde

    cada escola assuma suas decisões, analise suas prioridades de forma a atender as

    particularidades locais. Para este autor, os principais instrumentos agentes desse modelo de

  • 7

    gestão são, sobretudo a criação dos conselhos escolares, associações de pais e mestres e de

    grêmios estudantis, a elaboração de um projeto político pedagógico em âmbito interno com

    participação efetiva dos membros da comunidade escolar e a escolha direta dos diretores.

    Libâneo (2004, apud SANTOS, 2008, p. 52), idealiza o modelo de gestão

    democrático-participativa e suas funções dentro da escola:

    A concepção democrático-participativa apóia-se na relação orgânica entre

    a direção e os membros da equipe na busca de objetivos comuns assumidos por todos. Defende uma forma coletiva de tomada de decisões sem, todavia,

    desobrigar as pessoas da responsabilidade individual. Advoga formas de

    gestão participativa, mas não exclui a necessidade de liderança, de

    coordenação, de diferenciação de competências profissionais entre os membros da equipe, de gestão eficaz e de avaliação sistemática da execução

    das decisões tomadas. Para isso, valoriza os elementos internos do processo

    organizacional - o planejamento, a organização, a direção, a avaliação -, uma vez que não basta a tomada de decisões: é preciso que elas sejam

    postas em prática em função de prover as melhores condições para

    viabilizar os processos de ensino e aprendizagem.

    Deste modo, sobre o processo de democratização da gestão Poti (2014), explicita que

    neste processo a escola deixa de ser uma instituição burocrática para se tornar um instrumento

    de efetivação da intencionalidade política e pedagógica, norteada por princípios

    fundamentados em sua proposta pedagógica. Segundo esta autora, nesse contexto a escola

    passa a ser vista como um espaço de formação da identidade profissional do professor em

    defesa dos interesses coletivos, com vistas a melhores condições de aprendizagem dos alunos,

    dialogando entre o discurso e a prática.

    A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9.394, de 1996, e em seu

    artigo 14 menciona que “os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do

    ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades” e aborda também

    os princípios da gestão democrática nos incisos I e II “participação dos profissionais da

    educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades

    escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes”.

    Com base no exposto acima, alguns esclarecimentos são importantes no tocante ao

    projeto político-pedagógico e aos conselhos escolares, enquanto aliados da gestão

    democrática e participativa nas escolas.

    A promulgação da LDB de 1996 estabelece o PPP como ferramenta da gestão escolar

    a ser construído coletivamente, sendo que antes disso, a Constituição Federal de 1988, já

    explicitava sobre a necessidade da democratização da gestão escolar. Daí percebe-se a

  • 8

    importância desse documento para o modelo de gestão democrática. Neste sentido, Silva

    (2011), reforça que:

    Gerir democraticamente implica, sobretudo, em descentralizar o poder,

    permitindo a participação de todos, seja na tomada de decisões, ou na

    execução das mesmas e ser transparente quanto à administração como um todo. Sendo assim, e para que isto aconteça de modo organizado, como a

    própria lei afirma, é necessário que os profissionais da educação elaborem o

    projeto político pedagógico da instituição. Este documento é um guia para o desenvolvimento do trabalho escolar, uma seqüência de ações que irão

    orientar a prática.O projeto expressa a cultura da escola, pois reflete seus

    valores, hábitos, desejos, propostas, intenções e crenças. Ao mesmo tempo, também representa a criação e o desenvolvimento do ambiente escolar, na

    medida em que permite a transformação da realidade e a produção do que se

    deseja (SILVA, 2011, p. 12).

    Assim, o Projeto Político Pedagógico - PPP se configura num instrumento que auxilia,

    por demais, o trio gestor das escolas a administrar as instituições de forma adequada, pois sua

    construção e o conhecimento de seu conteúdo facilita o trabalho do gestor, que vai desde a

    parte burocrática das escolas até a preocupação com a aprendizagem dos alunos, haja vista

    que o PPP deve contemplar todos os segmentos existentes nos estabelecimentos de ensino,

    sendo que sua construção deve partir do diagnóstico da escola, com a participação de todos os

    sujeitos escolares e comunidade como um todo.

    Com relação aos conselhos escolares, estes têm papel determinante na democratização

    da educação e da escola, e constitui-se em um espaço de debates, onde acontece o processo de

    democratização, na medida em que reúnem todos os atores escolares, como diretores,

    professores, funcionários, estudantes, pais e representantes da comunidade, que acompanham,

    discutem, definem e avaliam todas as práticas e ações, pautadas no projeto político-

    pedagógico da escola. A cerca dos conselhos escolares, Silva (2011), afirma que:

    Quanto aos Conselhos Escolares pode-se dizer que são fóruns que permitem

    a expressão da vontade da sociedade na formulação das políticas e das

    normas educacionais e nas decisões dos dirigentes. Cabe ao Conselho Escolar zelar pela manutenção da escola e participar da gestão

    administrativa, pedagógica e financeira, contribuindo com as ações dos

    dirigentes escolares a fim de assegurar a qualidade de ensino (SILVA, 2011, p. 14).

    Portanto, a função dos conselhos escolares é elevar o papel da escola enquanto agente

    de acesso à educação, lutando por garantir aos estudantes o acesso à escola, em todas as

  • 9

    modalidades do ensino, e pela melhoria do processo educativo de todos que estão na escola. O

    que se configura numa luta essencial à concretização do direito à educação de qualidade.

    3 O TRIO GESTOR

    Atualmente no cenário da educação fala-se bastante no trio gestor, um novo conceito

    em gestão escolar, visto que há pouco tempo a responsabilidade de gerir a escola ficava a

    cargo unicamente da pessoa do diretor. Hoje, percebe-se que, com todas as mudanças porque

    tem passado a educação, surgiram novas concepções e conceitos em educação, e novas formas

    de gerenciamento do espaço escolar.

    Neste sentido, verifica-se que o papel centralizador da função do diretor escolar, que

    antes era o responsável por todas as decisões da escola, está sendo substituído pelo trio gestor,

    de forma democrática e descentralizadora.

    Em seus escritos, Santos (2012) enfatiza que a chamada “trindade pedagógica gestora”

    ou “trio pedagógico gestor”, denominação que começa a aparecer cada vez com maior

    frequência no mundo da Educação e da Pedagogia, é a soma de forças do trabalho

    desenvolvido pela direção escolar, coordenação pedagógica e supervisão de ensino nas

    instituições escolares públicas e privadas de Educação Básica.

    Assim, o trio gestor surgiu da junção do trabalho do diretor, do coordenador

    pedagógico e do supervisor de ensino, a fim de dar suporte ao trabalho do professor que,

    durante muito tempo foi tido como o único responsável pela aprendizagem dos alunos e por

    incutir na mente dos educandos o tão sonhado conhecimento, o que fazia com que a tarefa do

    professor se tornasse a cada dia mais difícil e exaustiva, pois a responsabilidade pesava sobre

    seus ombros e era uma carga pesada sobre uma única pessoa.

    Nos dias de hoje, o professor conta com o apoio do trio gestor em suas ações em sala

    de aula, pois junto com ele implementa políticas que culminam com o sucesso, não só da sala

    de aula, mas também da gestão escolar, conforme abordado por Dalcorso (2012):

    A gestão escolar é uma área de atuação do profissional da educação responsável pelo planejamento, organização, orientação, coordenação e o

    monitoramento dos processos para efetivação das ações para a promoção da

    aprendizagem e formação dos alunos. Esses profissionais compõem uma equipe que é responsável pela organização administrativa e pedagógica. É

    formada por diretores, supervisores. , coordenadores, orientadores e

    secretários de escola. Todos, a partir de uma concepção de gestão democrática, são elementos importantes para a formação dessa equipe

    gestora, pois suas ações articuladas deverão promover o bom andamento da

    rotina da escola (DALCORSO, 2012, p. 41-42).

  • 10

    Nesta perspectiva, torna-se fundamental conhecer a função de cada ator escolar que

    compõe o trio gestor, haja vista que, antes de se articularem enquanto trio gestor, cada um

    desempenha diferentes funções dentro da escola, funções que, quando se articulam e se

    combinam, cada um cumprindo seu papel, enquanto peça importante que compõe o trio

    gestor, o trabalho oferecido pela escola torna-se eficiente e é visto por toda a comunidade

    escolar. Neste sentido, Polato (S/D), os remete a um entendimento detalhado sobre a função

    do diretor, do coordenador pedagógico e do supervisor de ensino:

    O diretor é o gestor escolar por excelência, aquele que lidera, gerencia e

    articula o trabalho de professores e funcionários em função de uma meta: a

    aprendizagem de todos os alunos. É ele quem responde legal e judicialmente pela escola e pedagogicamente por seus resultados [...]. Já o

    coordenador pedagógico deve ser o especialista nas diversas didáticas e o

    parceiro mais experiente do professor. É ele quem responde por esse

    trabalho junto ao diretor, formando assim uma relação de parceria - e cumplicidade - para transformar a escola num espaço de aprendizagem. [...].

    O supervisor, terceira peça do trio gestor, é o funcionário destacado pela

    Secretaria de Educação, geralmente um educador, para dar apoio às escolas e fazer a interface do Executivo com elas. As redes mais bem estruturadas

    dispõem de uma equipe de supervisores que divide responsabilidades e se

    articula para fazer a orientação dos diretores e apoiá-los nas questões do dia a dia, formar os coordenadores pedagógicos e os professores e garantir a

    implementação das políticas públicas, que são as orientações oficiais que

    dão unidade à rede. [...].

    Mesmo com funções diferentes dentro da escola, a junção de tarefas é possível e o

    trabalho do trio gestor torna-se importante quando bem planejado e articulado de maneira que

    as ações e práticas estejam de acordo com o que foi planejado, viabilizando os caminhos para

    uma escola democrática, na qual os educandos sejam vistos como alvo principal de suas

    ações, pois sem ações toda a teoria se perde e os objetivos não são alcançados.

    Segundo Santos (2012), o trabalho do trio gestor,

    É de fundamental importância para o desenvolvimento geral da escola, pois a esse trio gestor cabe a responsabilidade de estabelecer conexões entre

    teorias e práticas pedagógicas, tomar decisões corretas e acertadas acerca da

    implantação de políticas educacionais para a escola, aproximar cada vez mais a comunidade externa da instituição escolar, criar estratégias didático-

    metodológicas que promovam um ensino de qualidade e uma aprendizagem

    significativa para os alunos, tornar o projeto político-pedagógico da escola um instrumento eficiente de construção e ação coletiva; bem como

    assessorar pedagogicamente os docentes em suas atividades laborais,

    investindo maciçamente na formação continuada dos mesmos para a

    conquista de resultados satisfatórios (SANTOS, 2012, p. 54).

  • 11

    Assim, entende-se que o trabalho conjunto do trio gestor, que antes agia isoladamente,

    tem sortido efeito no ambiente escolar, pois, além do diretor dividir as responsabilidades com

    o coordenador pedagógico e com o supervisor de ensino, tornando o trabalho eficiente,

    demanda um melhor resultado das ações desenvolvidas pelo trio, visando principalmente a

    aprendizagem dos alunos, como afirma Santos (2012):

    É fato que um trabalho em conjunto e bem realizado leva a escola ao

    alcance de resultados satisfatórios. Analogamente às diversas partes de um jogo de encaixe, as funções desenvolvidas por diretores escolares,

    coordenadores pedagógicos e supervisores de ensino se articulam

    perfeitamente formando um bloco coeso capaz de tornar a instituição-escola eficiente e garantir o sucesso da aprendizagem por parte dos alunos

    (SANTOS, 2012, p. 54).

    Nesse sentido, o trio gestor, de contínuo, precisa ter em mente a responsabilidade com

    a aprendizagem dos alunos, com a relação harmoniosa dentro do ambiente escolar, resolvendo

    as situações conflituosas do dia a dia da escola, por intermédio de práticas mediadoras que

    contribuam com o progresso da escola em todos os segmentos, promovendo ações inovadoras

    e significativas, que façam a diferença e estabeleçam a participação de todos de forma

    democrática.

    4 RELATO DE EXPERIÊNCIA

    4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

    A Escola Municipal Francisco de Paula Pessoa Filho, localizada na Comunidade de

    Cachoeira, Zona Rural, a 12 km do Município de Caraúbas, no Estado do Rio Grande do

    Norte, atendendo as modalidades de Educação Infantil, Ensino Fundamental e EJA –

    Educação de Jovens e Adultos – foi criada pelo Decreto Lei n° 187/85 de 04 de fevereiro de

    1985, ou seja, neste ano de 2017 esta Escola completou 32 Anos de existência nesta

    Comunidade.

    A missão da Escola Francisco de Paula é “Promover uma Educação Humanizada que

    culmine com a formação de cidadãos preparados para conviver com as exigências do mundo

    presente, contribuindo para uma constante melhoria das condições educacionais da população,

    visando assegurar uma educação de qualidade aos alunos em um ambiente criativo, inovador

  • 12

    e de respeito ao próximo”. Sobre as vivências no ambiente escolar e os cuidados do diretor

    para que tudo ocorra bem, Alonso (2002) diz que:

    Ainda que o trabalho pedagógico seja realizado predominantemente na sala de aula, pelos professores, é importante lembrar que todas as experiências

    vivenciadas na escola, com os colegas, com professores, dirigentes ou

    outros auxiliares, concorrem para a formação do aluno e fazem parte do

    cotidiano escolar, o que faz supor que a forma como a escola está organizada, o clima existente e as oportunidades que ela oferece exigem

    cuidados especiais da parte da direção. (ALONSO, 2002, p. 2)

    A partir do ano de 1985, a Escola, que até então era denominada Escola da Cachoeira

    e oferecia apenas o Ensino Fundamental I, na época, 1ª a 4ª Série, passou a oferecer o Ensino

    Fundamental II, ou seja, o Ginásio, como era chamado na época.

    Segundo relatos de moradores da Comunidade, a Escola Municipal Francisco de Paula

    Pessoa Filho, já existe há aproximadamente 50 anos e durante esse período, antes de receber o

    nome que leva hoje, esta Escola teve vários professores e Asg’s, muitos deles in memorian.

    O terreno para sua construção foi doado pelo senhor Francisco de Paula Pessoa Filho e

    numa justa homenagem foi escolhido o seu nome para ser o nome da Escola, por ser ele o

    doador do terreno, e uma pessoa de destaque na Comunidade naquela época.

    Francisco de Paula Pessoa Filho nasceu no dia 20 de junho de 1875, no sitio

    Primavera, Município de Caraúbas RN, faleceu no dia 26 de maio de 1970 na Comunidade de

    Cachoeira, neste Município.

    Homem trabalhador, apesar de não ter estudo, quase analfabeto, conseguiu uma

    razoável fortuna em terras e gado constituindo-se assim num autêntico coronel dos Sertões

    Nordestino. Homem de grande prestígio e respeito não só na Comunidade, mas seu raio de

    influência estendia-se além das fronteiras. Suas palavras e decisões eram acatadas por todos

    como lei. Atuava como juiz em questões de seus apadrinhados bem como questões de

    casamentos, dívidas não pagas, roubos de animais, entre outros.

    Bastante católico devoto do Sagrado Coração de Jesus, era tido por todos como um

    homem bom e generoso. Foi responsável pela doação de um pedaço de terra na Comunidade

    de Cachoeira, Município de Caraúbas, com a finalidade de construir uma Escola. Graças a

    essa doação, hoje a Comunidade conta com uma instituição de ensino que recebeu o seu nome

    Escola Municipal Francisco de Paula Pessoa Filho.

    Os Diretores(as) e Vice-diretora que atuaram na referida Escola, desde o seu início até

    o ano de 2016, que antecede a atual Diretoria, foram os seguintes:

  • 13

    1º) Maria Luzineide de Oliveira

    2º) Maria Risolete Pessoa

    3º) Jaime João Pessoa

    4º) Leonilton Benevides Gurgel

    5º) Ana Carla de Oliveira Targino

    6º) Antonia Aruza de Paiva Gomes Targino

    7º) Francisco Robenildo de Lima

    8º) Lidiany Kelly Gurgel Pessoa

    9º) Débora Raquel Alves de Oliveira (Vice-Diretora)

    10º) Maria Betânia de Lucena Leandro Oliveira

    Passou a exercer a função de Diretora desta Unidade de Ensino, neste ano de 2017, a

    professora Lisandra Mara Gurgel Pessoa, que ocupa o 11º lugar na galeria de Diretores, que

    juntamente com o grupo gestor tem a honra e a responsabilidade de levar avante o nome de

    sucesso e competência na Educação em Caraúbas, nestes 32 Anos de existência da Escola

    Municipal Francisco de Paula Pessoa Filho.

    Por aqui já passaram inúmeros professores e funcionários, profissionais de destaque.

    Vários alunos que sentaram nos bancos desta Escola moram em outras cidades, pois

    alcançaram êxito em suas vidas estudantil e profissional.

    Enfim, a Escola Francisco de Paula é uma Escola que busca desempenhar com

    compromisso e responsabilidade o seu papel de agência de transformação da sociedade,

    humanizando a educação e formando cidadãos críticos, reflexivos e participantes na sociedade

    na qual estão inseridos. E neste sentido o trio gestor da instituição tem papel importantíssimo.

    Conforme Lopes (2013):

    O trabalho na gestão escolar nas instituições escolares brasileiras, a partir da

    LDB/96 art.14 é entendido como atividade compartilhada pela comunidade escolar e local. Neste sentido deveria tornar-se uma tarefa coletiva,

    organizadora e produtiva que resulte na aprendizagem dos educandos

    (LOPES, 2013, p.10).

    Os órgãos mantenedores da referida Escola são o FNDE – Ministério da Educação – e

    a Prefeitura Municipal de Caraúbas/RN, através da Secretaria Municipal do Desenvolvimento

    da Educação e do Desporto.

    A Escola conta com uma Cooperativa Escolar e anualmente recebe recursos do PDDE

    (Programa Dinheiro Direto na Escola) e de Projetos e Programas do Governo Federal, por

  • 14

    intermédio do FNDE - Ministério da Educação - que são destinados à compra de materiais

    permanentes e de consumo de acordo com as ações constantes nos planos de ações.

    A destinação dos recursos financeiros recebidos pela Escola é pautada na transparência

    e no estímulo à participação da coletividade, no acompanhamento e fiscalização da aplicação

    desses recursos.

    Os setores que funcionam na Escola Francisco de Paula são: Direção, Secretaria,

    Coordenação Pedagógica, Salas de aulas, Biblioteca, Sala de Atendimento Educacional

    Especializado (AEE), Laboratório de Informática, Brinquedoteca, Cantina, Depósito de

    Merenda, Almoxarifado E Banheiros.

    Assim, a estrutura física da Escola Municipal Francisco de Paula Pessoa Filho é

    considerada uma das melhores do Município, em comparação com as escolas localizadas na

    Zona Rural e mesmo na Zona Urbana, porém, necessitando ainda de algumas melhorias.

    O Corpo Docente da referida Escola é composto por dezoito (18) professores, sendo

    sete (07) especialistas, sete (07) graduados e quatro (04) cursando a graduação. Já o Corpo

    Discente é formado por duzentos e vinte e quatro (224) alunos, distribuídos em três

    modalidades de ensino: Infantil, Fundamental e EJA – Educação de Jovens e Adultos. Os

    alunos, em sua grande maioria, são de famílias pobres, filhos de agricultores e lenhadores. A

    idade dos educandos varia entre 2 e 5 anos (Ensino Infantil), 6 e 12 anos (Ensino Fundamental

    I), 12 e 16 anos (Ensino Fundamental II) e 16 anos acima, (EJA).

    As Comemorações, Eventos, Projetos e Programas existentes na Escola, ao longo dos

    anos, são:

    - Carnachoeira;

    - Dia das Mães;

    - Dia dos Pais;

    - Dia do Coordenador Pedagógico;

    - Dia da Criança;

    - Dia do Professor(a);

    - Dia do Diretor(a);

    - Família na Escola;

    - Celebração Pascal;

    - Desfile Cívico de 07 de Setembro;

  • 15

    - Jogos da Semana da Pátria;

    - Gincana Cultural Interclasse da Francisco de Paula;

    - Gincana Solidária da Francisco de Paula;

    - I Campeonato Interclasse da Escola Francisco de Paula;

    - Participação na Festa do Padroeiro Sagrado Coração de Jesus;

    - Participação em Campeonatos, Torneios e Copas;

    - Participação em Feiras de Ciências promovidas pelas Escolas do Município, Estado e

    Particulares;

    - Participação nas Semanas Pedagógicas e demais Eventos promovidos pela Secretaria

    Municipal do Desenvolvimento da Educação e do Desporto, como o Desfile Cívico de 07 de

    setembro, dentre outros;

    - Participação em Cursos de Formação Continuada para Professores e Funcionários,

    promovidos pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento da Educação e do Desporto;

    - Projeto PDA – Sonhos do Sertão

    - Projetos de Leitura diversos;

    - Projeto Horário Cívico;

    - Projeto “Eu já sei ler”;

    - Projeto “6º “B” com a Bola Toda”;

    - Projeto “Semana Feliz”;

    - Projeto “Aprendendo com o lúdico”;

    - Projeto Halloween;

    - Projeto Folclore;

    - Projeto “Ler é preciso, entender é essencial”

    - Projeto “Eu posso mudar o mundo. E você, pode?”;

    - Projeto “Beneficiamento da Caatinga”;

    - Projeto “Dengue”

    - Projeto “Junino”

  • 16

    - Quadrilha Estilizada “Alegria do Sertão”

    - Quadrilha Matuta;

    - Casamento Matuto;

    - Projeto “Inglês e Globalização (English and Globalization)”;

    - Projeto “Região Nordeste”;

    - Projeto “Rodas de Conversa – História”;

    - Projeto “Uso de jogos didáticos no processo de ensino-aprendizagem”;

    - Projeto “Rádio 9º Mania”;

    - Projeto “Jornal 8º Notícia”;

    - Projeto “Páscoa Solidária”;

    - Projeto “Com São João, São Pedro e São José a EJA arrasta o pé”;

    - Semana do Meio Ambiente – SEMMEIA;

    - Projeto Todos Contra o Mosquito - Dengue, Zika e Chikungunya

    - Semana da Arte: Formação inteligente;

    - Semana da Matemática;

    - Semana Olímpica;

    - Programa Mais Educação;

    - Programa Mais Cultura nas Escolas;

    - Programa Saúde na Escola – PSE;

    - Outros.

    A Escola Francisco de Paula conhece as ações e os programas governamentais

    destinados à Educação Básica, inclusive, várias ações e programas governamentais estão

    pactuadas no Projeto Político-Pedagógico da Escola, que se encontra atualizado.

    A referida Escola participa dos programas de avaliação institucional. Esse tipo de

    avaliação contribui significativamente para a melhoria da qualidade do ensino, pois desperta o

    desejo de melhorar cada vez mais a aprendizagem dos alunos.

  • 17

    4.2 RELATO DE EXPERIÊNCIAS

    A seguir serão tratadas tão somente as experiências vivenciadas na Escola Municipal

    Francisco de Paula Pessoa Filho – localizada na Comunidade de Cahoeira – Caraúbas/RN –

    enquanto Gestora dessa Instituição de Ensino durante 8 (oito) anos consecutivos, ou seja, de

    janeiro de 2009 a dezembro de 2016. Durante todos estes anos buscamos desenvolver uma

    gestão voltada para a aprendizagem dos alunos, enquanto responsáveis pela existência da

    Escola, pois em nossa concepção, se não existissem alunos, obviamente não existiria escola,

    professor, diretor e demais profissionais da educação, então entendemos que os alunos são as

    peças principais que, juntas a outras, formam um grande quebra-cabeça que é a escola. E que

    para montar este quebra-cabeça é necessário agir com cautela, compromisso, autonomia,

    responsabilidade e, além do mais, ter competência, vocação e amor pela educação.

    Conforme Santos (2006):

    O educador não é um trabalhador qualquer. Seu campo de ação e o ser

    humano, com sua expectativa e projetos de vida, que merece todo respeito. Mais que um trabalho, é uma missão, uma vocação. Difícil desempenhar

    dadas as condições precárias, o descaso governamental, o próprio descrédito

    e desprestigio da escola. Porém um trabalho inadiável e imprescindível. A

    criança, o jovem, o adulto ai estão sofrendo, como o professor e o diretor, injustiça a violência, a carência e todos os problemas de um sistema

    (SANTOS, 2002, p. 58-59):

    Partindo deste pressuposto, aqui serão atribuídos enfoques de nossa gestão, sobre as

    práticas desenvolvidas e os desafios enfrentados, pois sabemos que fazer educação de verdade

    demanda grandes desafios, mas cabe a nós, educadores, permanecermos atuantes e preparados

    para enfrentar os desafios e desenvolver práticas que culminem com o sucesso da instituição

    escolar como um todo, com a participação de todos os envolvidos no processo educativo,

    sempre pensando no aluno, no seu desenvolvimento e formação cidadã. Segundo Silva

    (2009):

    Um trabalho com ação participativa em que todos os integrantes têm um

    alvo comum é indubitavelmente satisfatório e positivo, enquanto um

    trabalho com discussões polarizados, com ideias fragmentadas, não possibilitará resultados eficazes ou, nem mesmo, haverá nesse trabalho

    objetivos traçados visando o bem estar social e, em se tratando do aluno, a

  • 18

    formação de um cidadão crítico e preparado para a sociedade (SILVA,

    2009, p. 25).

    Levando em consideração que a educação brasileira, no decorrer do tempo, enfrentou

    inúmeras dificuldades e desafios que foram, pouco a pouco, sendo amenizadas, com o

    surgimento de leis que objetivam assegurar uma educação de qualidade através de uma gestão

    democrática, e que, diversos estudiosos sobre o assunto elevam a função da educação na vida

    das pessoas, como algo de suma importância, destacamos que, a educação ainda é o melhor

    caminho a seguir, pois é capaz de proporcionar, na vida dos estudantes, uma mudança

    significativa. E nós, educadores, temos um papel relevante neste sentido.

    Enquanto gestora da Escola Francisco de Paula, sempre primamos por uma gestão

    democrática e participativa e desenvolvemos projetos educativos junto à comunidade escolar

    e local, visando um melhor desempenho no processo ensino-aprendizagem, bem como o

    aprimoramento das normas de conduta dos alunos na Escola, no que diz respeito ao zelo pelo

    patrimônio público, entre outras normas. Com isso buscávamos também fortalecer o papel da

    Escola diante da comunidade e vice versa, através de atitudes de respeito e cidadania.

    De acordo com Lück (2000):

    Um diretor de escola é um gestor da dinâmica social, um mobilizador e

    orquestrador de atores, um articulador da diversidade para dar-lhe unidade e consistência, na construção do ambiente educacional e promoção segura da

    formação de seus alunos. Para tanto, em seu trabalho, presta atenção a cada

    evento, circunstância e ato, como parte de um conjunto de eventos, circunstâncias e atos, considerando-os globalmente, de modo interativo e

    dinâmico. (LÜCK, 2000, p. 16).

    Assim, os planejamentos das ações a serem desenvolvidas sempre aconteceram de

    forma integrada, com todos os profissionais envolvidos nesse processo e davam seu parecer

    em todas as ações da Escola, tanto no âmbito pedagógico, como no financeiro e

    administrativo. Nos processos democráticos de gestão, sempre buscamos envolver todos os

    profissionais e a comunidade em nossas ações e agimos democraticamente com todos.

    Além do mais, o planejamento sempre esteve focado no contexto escolar e social em

    que reside o aluno. Sempre pensando na sua realidade, no seu mundo e na sua forma de ver e

    pensar a realidade na qual convive.

    Dentro de uma sociedade que sofre constantes transformações, nossa meta dentro da

    instituição escolar era formar alunos críticos, participativos, éticos, questionadores, aptos para o

  • 19

    mercado de trabalho e para a vida em sociedade, exercendo influente participação nas tomadas

    de decisões da sociedade em que vivem, tendo consciência de seus direitos e deveres.

    Com base nesse perfil, nossa gestão primava por desenvolver atividades que

    favorecessem o atendimento às necessidades dos alunos, para que pudessem desenvolver suas

    potencialidades, resultando numa melhor qualidade de vida e cidadania. A equipe gestora

    sempre esteve avaliando, diagnosticando, discutindo e propondo soluções viáveis às

    situações-problemas da Escola, dos grupos e dos indivíduos, a fim de que a Escola

    continuasse desempenhando o seu papel saudavelmente.

    De acordo com Veiga (1997):

    A gestão democrática exige a compreensão em profundidade dos problemas postos pela prática pedagógica. Ela visa romper com a separação entre

    concepção e execução, entre o pensar e o fazer, entre a teoria e a prática.

    Busca resgatar o controle do processo e do produto do trabalho pelos

    educadores (VEIGA, 1997, p.18).

    Quando assumimos a gestão da Escola no ano de 2009, fizemos o Curso de Formação

    de Gestores da Educação Básica, pela UFBA – Universidade Federal da Bahia. O Curso foi

    realizado na modalidade semipresencial. As aulas presenciais aconteciam em Natal/RN, e

    algumas atividades eram desenvolvidas através do Ambiente Virtual de Aprendizagem –

    AVA – ou Moodle.

    Sendo este o primeiro Curso que realizamos na área de gestão escolar, mas não o

    único, pois daí em diante não paramos de fazer cursos de capacitação que só vieram para

    somar e melhorar, cada dia mais, a nossa prática e nos capacitar para desenvolver uma gestão

    democrática e participativa, através de estudo de temáticas como avaliação, currículo, PPP,

    conselho escolar, entre outros. Entre os cursos que realizamos estão ainda o e-Proinfo, Formar

    em Rede, Formação pela Escola, entre outros.

    Quanto às questões ambientais, a referida Escola está localizada, como já citamos, na

    zona rural, numa área bastante relevante para o seu funcionamento, onde não existe poluição

    atmosférica, pelo fato da ausência de fábricas ou padarias em suas proximidades. No entanto,

    apesar desse ponto positivo e das ações que desenvolvemos frequentemente por intermédio da

    Escola, envolvendo toda a comunidade escolar, com relação a preservação do meio ambiente,

    alguns moradores praticavam o hábito da queima de lixo, o que se tornava um problema na

    Comunidade e um desafio a ser superado.

  • 20

    Assim, em virtude da preocupação com a qualidade do meio ambiente e o espaço

    recreativo da Escola, desenvolvemos ações como plantio de mudas de árvores frutíferas no

    entorno da Escola, e não-frutíferas nas residências da comunidade, assim como ações voltadas

    para a questão do lixo, inclusive o nosso TCC - Trabalho de Conclusão do Curso - de Pós-

    graduação em Educação Ambiental, foi sobre a temática do lixo na Comunidade de

    Cachoeira.

    Diante de tais práticas, enfatizamos que a nossa gestão esteve sempre em constante

    vigília na conservação do ambiente no qual a Escola está inserida, pois só assim

    desenvolvemos o senso crítico e ideológico nos nossos alunos e em toda a Comunidade. A

    comunidade escolar sempre esteve engajada na busca de ações pedagógicas que fortalecem a

    participação e o diálogo entre todos os envolvidos no processo educacional da Escola,

    inclusive a população local, tendo em vista que, a Comunidade, de maneira significativa,

    sempre esteve atuante nas ações desenvolvidas pela Escola.

    Neste sentido, Gadotti (2004), diz que:

    A participação possibilita à população um aprofundamento do seu grau de

    organização. [...] ela contribui para a democratização das relações de poder no seu interior e, conseqüente, para a melhoria da qualidade do ensino.

    “Todos os segmentos da comunidade podem compreender melhor o

    funcionamento da escola, conhecer com mais profundidade todos os que

    nela estudam e trabalham, intensificar seu envolvimento com ela e, assim, acompanhar melhor a educação ali oferecida”. (GADOTTI, 2004. p. 16).

    Durante nossa gestão desenvolvemos também projetos voltados para o meio ambiente

    e higiene e saúde, a fim de conscientizarmos os alunos e toda a comunidade escolar sobre os

    cuidados necessários para uma qualidade de vida e saúde.

    Sempre primamos por uma Escola que apresentasse boas condições de higiene com

    um serviço de limpeza contínuo, para que proporcionasse tanto ao educador quanto ao

    educando um ambiente saudável para o bom desenvolvimento das atividades.

    Ainda quanto à conservação e limpeza da instituição, era realizado todo ano, em todas

    as dependências da Escola, obras como pinturas, reparos e manutenção, melhoramentos na

    cozinha e nas instalações hidráulicas e elétricas. Em nossa gestão foi construído um muro em

    toda a Escola, pois até então a instituição não era murada, construímos salas, adaptamos e

    inauguramos as salas de informática e de Atendimento Educacional Especializado - AEE,

    depósito para merenda escolar, entre outros. É valido salientar que a maioria dos serviços foi

    feita com recursos do Governo Federal - Escola do Campo e Escola Sustentável - e

  • 21

    complementadas com recursos da Secretária Municipal do Desenvolvimento da Educação e

    do Desporto.

    Na questão da organização dos encontros e planejamentos, no início de cada ano letivo

    fazíamos um estudo com toda a comunidade escolar, no qual elaborávamos a agenda escolar

    com as datas de encontros administrativo/pedagógicos, planejamentos, palestras para alunos e

    pais, reuniões com os pais, eventos e festividades da Escola, como gincanas, colação de grau,

    confraternizações, entre outros. Para Lück (2005):

    O conceito de gestão está associado à mobilização de talentos e esforços

    coletivamente organizados, à ação construtiva conjunta de seus

    componentes, pelo trabalho associado, mediante reciprocidade que cria um “todo” orientado por uma vontade coletiva (LÜCK, 2005, p.17).

    Neste sentido, segue abaixo, o esboço de algumas ações construídas coletivamente,

    visando o desempenho das atividades e o compromisso com uma educação de qualidade:

    Os encontros administrativo-pedagógicos eram realizados mensalmente, com a

    participação de todos os professores e funcionários da Escola, estando a cargo da Direção da

    Escola presidir este momento. Nestes encontros eram tratados assuntos administrativos, como

    avaliações do trabalho desenvolvido pela Escola, busca de melhorias, organização de eventos

    e festividades, prestações de contas, dentre outros assuntos de cunho administrativo. E

    também eram tratados assuntos pedagógicos, como avaliação do rendimento dos alunos,

    eventos pedagógicos, calendário de provas, entre outros.

    O professor de Apoio Pedagógico ou Coordenador Pedagógico realizava os

    planejamentos com os professores quinzenalmente, com a presença da gestão da Escola,

    sempre avaliando e planejando as atividades a serem desenvolvidas no âmbito pedagógico,

    verificando se os objetivos estavam sendo atingidos, e mediante os pontos negativos eram

    traçadas novas metas e feitos novos planejamentos, buscando novas metodologias que

    visavam um melhor aprendizado para o aluno.

    As palestras para alunos eram realizadas de acordo com a agenda de cada mês

    e geralmente eram ministradas por pessoas convidadas. Eram tratados assuntos interessantes,

    que chamavam a atenção, principalmente dos adolescentes, que eram o público maior, ou seja,

    o alvo dessas palestras, pois eram tratados temas como Valores, Esportes e Saúde, Drogas,

    Sexualidade, Gravidez na Adolescência, Bullying, entre outros temas de interesse dos

    adolescentes.

  • 22

    Realizávamos as reuniões de pais bimestralmente ou de acordo com as

    necessidades, e na ocasião apresentávamos os resultados bimestrais dos alunos, além de

    tratarmos assuntos do interesse de todos, como eventos, festividades, prestações de contas,

    entre outros assuntos importantes.

    A todo o momento nos dedicamos a incentivar o processo de ensino-aprendizagem no

    seio da Escola, a fim de obtermos uma aprendizagem satisfatória, como também oferecer um

    ensino de qualidade, por intermédio do trabalho dos professores, sempre reconhecendo a

    importância do Projeto Político Pedagógico – PPP – como um documento norteador na

    elaboração de seus projetos (plano de aula), e oferecendo condições para que os profissionais

    buscassem novas propostas de trabalho, voltadas para o ensino-aprendizagem dos alunos,

    visando sempre o seu desenvolvimento pleno nas diversas áreas da vida. Assim, sobre a

    importância do Projeto Político-Pedagógico, Veiga (1995), destaca:

    Nessa perspectiva, o projeto político-pedagógico vai além de um simples

    agrupamento de planos de ensino e de atividades diversas. O projeto não é

    algo que é construído e em seguida arquivado ou encaminhado às autoridades educacionais como prova do cumprimento de tarefas

    burocráticas. Ele é construído e vivenciado em todos os momentos por

    todos os envolvidos com o processo educativo da escola (VEIGA, 1995, p. 12).

    Assim sendo, fazendo jus ao uso do Projeto Político Pedagógico – PPP – sempre

    lutamos para não faltar o necessário ao desenvolvimento das atividades dos professores,

    principalmente. Sempre que possível adquiríamos materiais pedagógicos diversos e recursos

    úteis ao bom andamento de suas atividades em sala de aula. Adquiríamos também materiais

    para uso da equipe de apoio, assim como materiais esportivos, a fim de promover o esporte na

    Escola e na Comunidade.

    Em nossa trajetória enquanto gestora escolar, enfrentamos também inúmeros desafios,

    apesar de que a Comunidade e os pais sempre foram muito participativos nas ações

    desenvolvidas, como projetos, eventos, festividades, reuniões, assembléias, entre outras, não

    obstante haver um grande índice de famílias de baixa renda e a maioria dos pais ter que se

    deslocar para trabalhar em Projetos de melancia, melão, tomate, dentre outros, em

    comunidades e cidades vizinhas, o que se tornava um desafio à gestão por gerar a

    problemática dos alunos não serem acompanhados por seus pais, e até mesmo de alguns

    abandonarem os estudos para contribuírem com sua mão-de-obra no orçamento familiar.

  • 23

    Tudo isso implicava dificuldades no processo de aprendizagem desenvolvido pela

    Escola, porque os alunos acabavam não tendo a assistência devida dos pais no que se refere ao

    apoio nas atividades escolares, ao afeto, ao diálogo, à informação, à valorização, entre outros.

    Outro desafio enfrentado era com relação ao índice de famílias analfabetas, que era

    elevado, no entanto percebemos que, ao longo dos anos, esse índice começou a baixar, pois o

    acesso aos estudos se tornou mais fácil, com a implantação e a permanência de turmas da EJA

    – Educação de Jovens de Adultos – na Escola, embora que, muitos que se matriculavam nesta

    modalidade de ensino, tinham baixa freqüência, pois boa parte dos matriculados eram pais, e

    passavam a semana, ou parte dela, trabalhando em outras localidades, quando arrumavam

    serviço.

    No início de nossa gestão nos deparamos com muitos alunos indisciplinados, o que

    dificultava bastante o nosso trabalho, pois esses alunos/adolescentes chegavam a tirar o

    sossego do ambiente escolar, tornando-se um desafio a ser superado. Sempre muito resistentes

    não se submetiam facilmente às normas da Escola.

    Então, partindo dessa problemática começamos a desenvolver alguns projetos visando

    envolver aqueles alunos em nossas atividades. O primeiro Projeto que desenvolvemos neste

    sentido foi o Projeto “6º ‘B’ com a Bola Toda”, aproveitando o momento da Copa do Mundo

    de 2010 e por saber que eles gostavam muito de futebol. A partir de então começamos a

    conquistar aqueles alunos, pois as atividades do Projeto eram voltadas para o futebol, mas

    sem perder o foco da aprendizagem dos conteúdos. Resumindo, o referido Projeto foi um

    sucesso e possibilitou um avanço significativo na melhoria do comportamento dos alunos

    participantes, e o pontapé inicial para o desenvolvimento de muitos outros ao longo de nossa

    gestão, como já apresentamos em uma lista, no tópico anterior.

    Sobre a necessidade de desenvolvermos atividades diferenciadas visando a

    aprendizagem dos alunos que se encontram em dificuldades, tendo em vista a meta de uma

    escola inclusiva em todos os aspectos, Beyer (2006), explicita:

    O desafio é construir e por em prática no ambiente escolar uma pedagogia

    que consiga ser comum ou válida para todos os alunos da classe escolar,

    porém capaz de atender os alunos cujas situações pessoais e características de aprendizagem requeiram uma pedagogia diferenciada. Tudo isto sem

    demarcações, preconceitos ou atitudes nutridoras dos indesejados estigmas.

    Ao contrário pondo em andamento na comunidade escolar, uma

    conscientização crescente dos direitos de cada um (BEYER 2006, p. 76).

  • 24

    Assim, muitos outros desafios foram enfrentados, pois nos deparamos também com

    profissionais descompromissados, recursos financeiros escassos, estrutura física, em parte,

    precária, entre outros desafios. No entanto, todos foram vencidos e superados.

    Na análise do atendimento à clientela, verificamos que, no decorrer dos 8 (oito) anos

    que estivemos à frente da Instituição, houve um acréscimo no número total de alunos

    matriculados. Verificamos também que os índices de aprovação a cada ano mostraram-se

    crescentes. Outro ponto observado na análise foi que o índice de alunos em distorção idade-

    série baixou consideravelmente.

    Os resultados finais, a cada ano demonstraram que o número de evasões era baixo em

    comparação aos anos anteriores, fruto de um trabalho sistemático da equipe administrativo-

    pedagógica junto ao aluno e a família, através da gestão democrático-participativa.

    Em se tratando de transferências constatamos que o índice foi mínimo, ocorrendo na

    grande maioria das vezes por motivo de mudança do aluno para a sede do Município ou para

    outro município circunvizinho.

    Em nossa gestão sempre agimos de maneira democrática, primando pela permanência

    do aluno na Instituição e buscando corresponder às necessidades da Comunidade em tudo que

    era possível, o que nos fez, enquanto trio gestor, sermos bem vistos de forma positiva pela

    Comunidade como um todo. Libâneo (2008, Apud GADOTTI e ROMÃO, 1997, p. 139),

    afirmam que:

    Todos os segmentos da comunidade podem compreender melhor o funcionamento da escola, conhecer com mais profundidade os que nela

    estudam e trabalham, intensificar seu envolvimento com ela e, assim,

    acompanhar melhor a educação ali oferecida.

    Em se tratando de parcerias, sempre recebemos apoio para que pudéssemos

    desenvolver todas as nossas atividades, tanto administrativas quanto pedagógicas. Deste

    modo, alguns dos nossos parceiros foram a Prefeitura Municipal de Caraúbas/RN, através da

    Secretaria Municipal do Desenvolvimento da Educação e do Desporto; a Secretaria Municipal

    de Saúde, por intermédio do Programa Saúde na Escola e do Posto de Saúde da Comunidade.

    Contávamos ainda com a parceria das Associações Comunitárias da Comunidade de

    Cachoeira e Comunidades circunvizinhas; o Projeto PDA Sonhos do Sertão – Governador

    Dix-Sept Rosado, e pessoas/comerciantes da própria Comunidade e da Cidade de

    Caraúbas/RN.

    Sempre que possível inseríamos as novas tecnologias nas atividades cotidianas da

    Escola, sobretudo em sala de aula, pois a Escola dispunha de diversos recursos tecnológicos

  • 25

    como televisão, DVD, caixa de som, microfone, computadores, notebooks, internet,

    impressoras, data-show, câmera fotográfica, micro system, mp4, bússolas, binóculos, entre

    outros.

    Sabemos que as novas tecnologias auxiliam o trabalho docente de forma eficaz,

    através das quais é possível aos professores inovar, dinamizar e despertar o interesse dos

    alunos em suas aulas, com formas diferenciadas de transmitir conteúdos e atuar como

    mediador do conhecimento, pois o professor deve está em constante busca, através de cursos

    de formação continuada, sendo que o gestor escolar deve favorecer as condições e colocar os

    professores diante destas oportunidades de estudo, além de garantir a oferta de materiais para

    o desenvolvimento de suas atividades em sala de aula.

    Conforme Libâneo (2001):

    A formação em serviço ganha hoje tamanha relevância que constitui parte

    das condições de trabalho profissional. Os sistemas de ensino e as escolas

    precisam assegurar condições institucionais técnicas e materiais para o desenvolvimento profissional permanente do professor (LIBÂNEO, 2001,

    p. 191).

    Com relação à inclusão dos alunos com deficiência, sempre incluímos essa questão em

    nossa prática, pois se trata de algo muito importante e gratificante, pois, ao agir desta maneira,

    nós, educadores, estamos abrindo as portas a estas pessoas/alunos, de conhecer novas formas

    de aprender e de se inserir nas atividades cotidianas da Escola e da Comunidade,

    proporcionando-lhes uma nova maneira de ver e encarar a vida, agora como alguém que está

    ultrapassando a barreira do medo e da vergonha, que muitos sentem por ser uma

    criança/adolescente deficiente.

    Neste sentido, Sanches e Teodoro (2006) afirmam que:

    Educação inclusiva não significa educação com representações e baixas expectativas em relação aos alunos, mas sim a compreensão do papel

    importante das situações estimulantes, com graus de dificuldade e de

    complexidade que confrontem os professores e os alunos com

    aprendizagens significativas. ] (SANCHES e TEODORO, 2006, p. 73).

    Durante os 8 (oito) anos de gestão, recebemos algumas premiações da Secretaria do

    Desenvolvimento da Educação e do Desporto, do Município de Caraúbas/RN. Fomos

    premiada por dois (2) anos consecutivos (2014/2015), por ser escolhida como a Profissional

    Nota 10 da Escola Francisco de Paula. A escolha foi feita pelos professores e funcionários da

    Escola, através da Avaliação Institucional realizada pela Secretaria de Educação.

  • 26

    Recebemos ainda, uma premiação de reconhecimento por está entre as seis (6)

    melhores gestões do Município, e por está sempre em sintonia com a Secretaria Municipal do

    Desenvolvimento da Educação e do Desporto.

    Diante do exposto, satisfatório, baseado na responsabilidade, no compromisso, na ética

    e na busca de uma educação humanizada, visando tão somente a formação dos educandos.

    enfatizamos que, durante a nossa gestão, não medimos esforços no sentido de desenvolver um

    trabalho

    5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

    A realização deste trabalho nos oportunizou significativamente a obtenção de novos

    conhecimentos sobre gestão escolar, os quais se somaram aos já existentes, pois pesquisar,

    mais uma vez, sobre esta temática demandou grande aprendizado que serviu para ampliar

    nossos conhecimentos e aprimorar nossa prática, caso um dia tenhamos a oportunidade de

    conduzir, mais uma vez, uma escola.

    Desta forma, ressaltamos que, além da prática que já possuímos, as teorias sobre

    gestão escolar só vieram a contribuir com as já existentes, para uma nova visão de

    conhecimento sobre a temática, e também para a nossa formação enquanto profissional da

    educação.

    A cada dia nos certificamos que, atuar na Educação é algo prazeroso, gratificante e

    satisfatório, tornando-se, às vezes, desafiador, por apresentar dificuldades, tanto nos aspectos

    administrativos, burocráticos, éticos, sociais, quanto na questão humana, pedagógica, pois

    demanda grande responsabilidade com a aprendizagem e rendimento escolar dos educandos e,

    também, por nos fazer sentirmos compromissados com a construção do conhecimento e de

    valores éticos, tornando o aluno o cidadão do mundo, preparado para atuar na vida em todos

    os sentidos, capaz de sonhar, criar e realizar.

    Nesta perspectiva, a escola é o lugar onde se adquire conhecimentos, sendo esta o

    centro de referência e excelência em ensino e educação. E, o gestor escolar, o trio gestor, é

    convocado a firmar compromisso e a desenvolver uma prática educativa coerente a esses

    ideais. Portanto, neste trabalho, buscamos concretizar tais compromissos, otimizando assim, o

    que vivenciamos em nossa prática em gestão escolar.

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