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Desafios Institucionais do Brasil: A Qualidade da Educação
André Portela SouzaEESP/FGV
Rio de Janeiro
13 de maio de 2011
Estrutura da Apresentação1. Porque Educação?
Educação e Crescimento2. Educação no Brasil
Resultados de Quantidade Resultados de Qualidade Gastos em Educação
3. Desafios Institucionais: Como aumentar a eficiência dos gastos? Algumas experiências brasileiras
O uso dos métodos estruturados O uso do sistema de incentivos: O programa pró-jovem
Elementos para um sistema de accountability no Brasil A provisão descentralizada da educação pública O IDEB
Porque educação
A educação é um elemento importante para o crescimento pois é um componente do capital humano das pessoas.
O capital humano é um dos fatores determinantes do crescimento econômico
Educação e Crescimento
Educação e crescimento
Educação no Brasil
Embora tenha aumentado ao longo dos anos, o Brasil apresenta níveis relativamente baixos de anos de escolaridade (quantidade)
Analogamente, embora tenha aumentado ao longo dos anos, o Brasil apresenta níveis muito inferiores de proficiência (qualidade)
Educação no Brasil: QuantidadeMédias de Anos de Escolaridade da População Adulta
02468
101214
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Brazil
Chile
Colombia
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Peru
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OECD avera
ge
1960 1990 2000 2010
Fonte: Banco Mundial, 2010
Educação no Brasil: QuantidadeFluxo Educacional no Brasil
Fonte: Banco Mundial, 2010.
Educação no Brasil: QualidadeExame de Matemática do PISA
Educação no Brasil: Qualidade
Czech RepublicIreland
SwedenFrance
Belgium
Netherlands
Denmark
AustraliaIceland
Germany
Tunisia
ItalyPortugal
Greece
Turkey
Brazil
Mexico
CanadaJapan
New Zealand
Luxembourg
Finland
Macao-China
Spain
Slovak Republic
Latvia
Russian Federation
Hungary
Liechtenstein
Thailand
Norway
Korea
Hong Kong-China
United States
Uruguay
Poland
Serbia
Switzerland
Indonesia
350
400
450
500
550
600
-30 -20 -10 0 10 20 30 40
Score point change in mathematics performance between 2003 and 2009
Mea
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009
Score point change in mathematics between 2003 and 2009
PISA 2009 performance above OECD averagePerformance improved
PISA 2009 performance below OECD averagePerformance improved
PISA 2009 performance below OECD averagePerformance declined
PISA 2009 performance above OECD averagePerformance declined
OECD average - 34
Educação no Brasil: Qualidade
0102030405060708090
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2009 2003
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Change in the percentage of students below
proficiency Level 2 in th ti b t
Educação no Brasil: Qualidade
160
180
200
220
240
260
280
300
Scor
e
1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009Year
4th Grade 8th Grade 11th GradeNote: Public schools include Estadual and Municipal Schools,except in 11th Grade where it only includes Estadual Schools
Proficiência de Matemática no SAEB
Gastos em Educação no Brasil
O Brasil não gasta pouco em educação. O Brasil gasta em educação, em proporção ao PIB, cerca da média dos gastos dos países da OCDE.
Mas o Brasil gasta mal. A distribuição dos recursos é mais favorável ao
alunos ao final do ciclo de vida escolar A eficiência dos gastos em termos de quantidade e
qualidade da educação é muito baixa
Gastos em EducaçãoGastos Públicos em Educação como % PIB de 2007
Fonte: Banco Mundial 2010.
Gastos em EducaçãoGastos por aluno por níveis educacionais em relação ao
custo aluno na educação primária em 2007
Educação primária = 100
Fonte: Banco Mundial 2010.
Gastos em EducaçãoPr
ofic
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édia
Gastos por aluno nos municípios do Brasil em 2007Menezes Filho (2009)
A influência da escola na proficiência Estudos nossos aplicando métodos de
decomposição de variância encontram que do total da variância de proficiência entre os alunos da quarta série do ensino público: 60%-70% é devido à qualidade do matching
escola/aluno Destes, 10%-15% é efeito da escola. O restante é
devido ao efeito fixo do aluno
Desafios institucionais: Como aumentar a eficiência dos gastos Algumas experiências brasileiras: O uso dos
métodos estruturados Os sistemas de ensino de métodos estruturados
propõem oferecer: Estruturação dos conteúdos curriculares e das
atividades pedagógicas por meio de materiais didáticos destinado a alunos e professores.
Capacitação e assessoria pedagógica ao corpo docente e acesso a portal educativo.
Desafios institucionais: Impactos dos métodos estruturados
Tabela 16: Regressão com Efeito Fixo do Município: Amostra Ampliada4a Série 8a Série
Taxa de Aprovação
(1a a 4a)
Proficiência Matemática
Proficiência Português
Taxa de Aprovação
(5a a 8a)
Proficiência Matemática
Proficiência Português
Método Estruturado 0,626 4,712** 3,353** 2,077 6,261** 4,921*
(0,655) (2,284) (1,624) (1,596) (2,928) (2,660)Ano 2007 1,342*** 12,679*** 0,569 1,481** 3,058** 6,955***
(0,255) (0,887) (0,631) (0,670) (1,230) (1,118)Constante 91,341*** 194,622*** 185,610*** 86,396*** 246,692*** 228,509***
(0,169) (0,591) (0,420) (0,456) (0,836) (0,760)Número de Observações 852 852 852 302 302 302
nota: *** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1. Desvio padrão entre parênteses.
Desafios institucionais: Impactos dos métodos estruturados
O Efeito Por Ponto de Partida 4a Série
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
155 165 175 185 195 205 215 225
PortuguêsMatemática
Desafios Institucionais: A experiência do Programa Jovem do Futuro A finalidade do projeto é a melhoria na gestão das escolas estaduais com o objetivo
principal de elevar o desempenho escolar e diminuir a evasão dos alunos doEnsino Médio
O Instituto Unibanco propõe que as escolas elaborem um Plano Estratégico deMelhoria de Qualidade (PEMQ)
As atividades desenvolvidas pelas escolas participantes do projeto, de acordo comseu PEMQ, devem respeitar as linhas financiáveis propostas pelo Instituto Unibanco,são elas: incentivos ao professor, incentivos ao aluno e infra-estrutura.
As escolas participantes recebem um valor total de R$ 100 por aluno cadastrado,cursando o Ensino Médio (1° ao 3° ano), durante 3 anos (tempo de duração doprojeto em cada escola).
Para verificar a meta de desempenho escolar, o Instituto Unibanco desenvolveu umsistema de avaliação em larga escala, baseado no SAEB, que permite medir aproficiência dos alunos nas disciplinas de língua portuguesa e matemática.
Os alunos da 1ª série do Ensino Médio são avaliados censitariamente por meio detrês avaliações: uma diagnóstica em março, uma formativa em junho e umasomativa ao final do ano letivo, em novembro.
A escolha das escolas participantes do projeto foi feita aleatoriamente.
Desafios Institucionais: A experiência do Programa Jovem do Futuro
Modelo Estimado:NSij = α + ρNDij + βT + γYj + uj + eij
NSij Nota somativa somativa do aluno i da escola j NDij Nota diagnostica do aluno i da escola j T T=1 se o aluno i pertence a uma escola j do grupo de tratamento e T=0 se pertence a uma escola j do grupo de controleYj Matriz de variáveis observáveis relativas à escola j a qual o aluno pertence, do censo escolar 2007. uj componente aleatório do erro da escola jeij componente aleatório do erro do aluno i da escola j
Minas Gerais Nota somativa
de matemática
Nota
somativa
de português
Intercepto87,61*** 78,05***
(11,4884) (11,2144)
Nota diagnóstica de
matemática/portuguê
s
0,65 *** 0,65***
(0,0099) (0,00949)
Tratamento (T)11,16** 15,34***
(4,4260) (4,3135)
N 6.735 6.833
Rio Grande do Sul
Nota somativa
de
matemática
Nota somativa
de português
Intercepto99,38*** 118,86***
(8,0495) (10,2523)
Nota diagnóstica de
matemática/portugu
ês
0,58*** 0,50***
(0,01275) (0,0124)
Tratamento (T)20,57*** 23,93***
(3,4267) (4,9748)
N 4.481 4.607
Elementos para um sistema de “Accountability” Um sistema de accountability comporta:
Provisão descentralizada do bem público Um sistema de avaliação externa (provas, exames ,etc.) Um sistema de indicadores Formulação de metas com base nos indicadores Um sistema de prêmios e punições em função das metas
alcançadas O Brasil já possui alguns desses elementos. O desafio
está em organizá-los de modo a alinhá-los aos resultados de aprendizado dos alunos
Elementos para um sistema de “Accountability” A descentralização da provisão da
educação públicaOcorreu nas últimas duas décadas a
municipalização das redes de ensino: transferências das escolas dos estados para os municípios
A expectativa é que a descentralização permita alinhar melhor os interesses dos beneficiários com os provedores e gestores
Desafios institucionaisParticipação das Matrículas em Escolas Privadas e Públicas Estaduais e
Municipais em Relação às Matrículas Totais do Ensino Fundamental
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
1991
1992
1993
1994
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1996
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1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
EstaduaisMunicipaisPrivadas
Desafios institucionais: impacto da municipalização
Resultados Médios dos Exames de Proficiência – 4ª Série
E-E E-M M-M
Matemática
SAEB 173,77 175,61 170,21
Prova Brasil 178,55 180,03 174,79
Diferença 4,78 4,42 4,58
Dif. - Dif. -0,36
Português
SAEB 165,96 165,52 162,38
Prova Brasil 172,10 172,13 167,77
Diferença 6,14 6,61 5,39
Dif. - Dif. 0,46
O IDEB
IDEBsj = ProvaBrasilsj * πsj ProvaBrasilsj= proficiência média na
última série do ciclo Πsj = taxa de aprovação média no ciclo s = ciclo j = escola Normalizado entre 0 e 10
Desafios institucionais
A dificuldade do sistema de accountability está em criar indicadores que reflitam bem o impacto dos esforços dos agentes sobre os resultados de interesse (aprendizado dos alunos)
ResultsRanking by Familiar Background versus Ranking Proficiency – 4th
y = 0,8861x + 58,141R² = 0,7852
0
200
400
600
800
1000
0 200 400 600 800 1000
rank
pro
fic
rank θj
Fonte: Cury e Portela Souza 2011.
ResultsRanking by Management versus Ranking Proficiency – 4th
y = 0,2685x + 373,42R² = 0,0721
0
200
400
600
800
1000
0 200 400 600 800 1000
rank
pro
fic
rank θj
Fonte: Cury e Portela Souza 2011.
Desafios institucionais
A outra dificuldade está em estabelecer um sistema explícito de metas e punições.Remuneração variávelProgressão em carreiraPrêmios coletivos ou individualizados
Desafios institucionais
Fonte: de Pieri, 2011.
Desafios institucionais
Fonte: de Pieri, 2011.