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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BANCÁRIOS DE SEXTA A DOMINGO, EM SÃO PAULO Edição Diária 7261 | Salvador, quinta-feira, 27.07.2017 Presidente Augusto Vasconcelos BANCO DO BRASIL Descanso sábado ameaçado A juventude pobre sofre no Brasil Página 2 Página 4 Um dos objetivos do projeto neoliberal do governo é sucatear as empresas estatais para privatizá-las e entregá-las de bandeja ao grande capital. É o caso do Banco do Brasil. Sucatear para privatizar TÂNIA REGO - AGÊNCIA BRASIL - FOTOS PÚBLICAS Além de reduzir drasticamente o número de funcionários e fechar centenas de agências, a instituição tem investido no digital. Tudo para reduzir custos. Página 3 Mais de 40% das crianças com até 14 anos estão em situação de pobreza no Brasil. Expectativa não é animadora

Descanso sábado ameaçado - bancariosbahia.org.br · rização e eleva ainda mais o nú-mero de desempregados no país. O país dos informais O DESEMPREGO no país atinge níveis

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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia

Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BANCÁRIOSDE SEXTA A DOMINGO, EM SÃO PAULO

Edição Diária 7261 | Salvador, quinta-feira, 27.07.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

BANCO DO BRASIL

Descanso sábado ameaçado

A juventude pobre sofreno Brasil

Página 2

Página 4

Um dos objetivos do projeto neoliberal do governo é sucatear as empresas estatais para privatizá-las e entregá-las de bandeja ao grande capital. É o caso do Banco do Brasil.

Sucatear para privatizar

tânia rego - agência brasil - fotos públicas

Além de reduzir drasticamente o número de funcionários e fechar centenas de agências, a instituição tem investido no digital. Tudo para reduzir custos. Página 3

Mais de 40% das crianças com até 14 anos estão em situação de pobreza no Brasil. Expectativa não é animadora

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira, 27.07.20172 BANCÁRIOS

Com reforma, dia de repouso semanal remunerado pode ser revisto pelo TST FABiAnA [email protected]

joão ubaldo

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Descanso sábado corre risco

informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima - Reg. MTE 4645 DRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz Leal - Reg. MTE 4590 DRT-BA e Rafael Barreto - Reg. SRTE-BA 4863. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Salete Maso. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

SÃO muitos os direitos ameaçados pela reforma trabalhista. Mas, ainda é possível impedir mais prejuízos fortalecendo as en-tidades representativas. No caso dos ban-cários, o repouso remunerado aos sábados corre sério risco, se a categoria permitir.

A lei trabalhista, que entra em vigor em novembro, pode levar a revisões de diversas questões na esfera do direito do trabalho, entre elas, a definição do sábado como dia de repouso semanal remunerado.

Importante destacar que em novembro de 2016, o TST (Tribunal Superior do Tra-balho) já havia tomado decisão favorável aos bancos e decidiu que o divisor aplicável para horas extras da categoria é de 180 ho-

ras e 220 horas. Até 2012, o tribunal definia que o divisor

a ser aplicado seria de 150 para bancários com jornada de seis horas e 200 para os de oito horas. Na prática, a questão central é se sábado deve ser ou não considerado dia de

descanso remunerado. O momento é delicado para todos os tra-

balhadores. Outros direitos estão na mira das empresas. Mas, os bancários têm gran-de unidade. A hora é para se fortalecer e evitar que direitos sejam tirados.

A pauta sábado no SBBA é saúde SÁBADO, às 9h, o Sindicato dos Ban-cários da Bahia realiza reunião com a categoria para tratar sobre saúde. En-tre os assuntos, questões relacionadas ao INSS (Instituto Nacional do Segu-ro Social), licença médica, atestados e avaliação do ASO (Atestado de Saúde Ocupacional).

Sindicato debate conjuntura no Sinttel

Conferência da Cassi em agostoA 8ª CONFERÊNCIA de Saúde da Cas-si BA, com o tema Cassi: Um desafio do Modelo de Atenção Integral à Saúde, acontece no dia 3 de agosto, das 8h às 12h15, no auditório do Banco do Brasil, 9º andar, localizado na avenida Estados Unidos, 561, Comércio, Salvador – BA. Na ocasião, serão homologados os novos Conselheiros para gestão 2017-2019.

A CONjUNTURA nacional e os impactos do projeto neoliberal para o país e para os trabalhadores estiveram no centro do de-bate, que ocorreu ontem, no Sinttel (Sindi-cato dos Trabalhadores em Telecomunica-ções da Bahia).

O presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, falou so-bre como o sistema financeiro abocanhou a economia mundial e como a ganância do

capitalismo levou ao alto índice de desem-prego no país.

Na ordem do dia, as reformas neoli-berais também foram tratadas. Após a aprovação da trabalhista, o objetivo ago-ra é retomar a tramitação da Previdência, que, na prática, acaba com a aposentado-ria do trabalhador brasileiro. A única sa-ída é alterar a correlação de forças para barrar os retrocessos.

Para a categoria bancária, o sábado é equiparado a dia de repouso semanal remunerado

Sindicato dos Bancários da Bahia discute o Brasil em crise durante debate no Sinttel, ocorrido ontem

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, quinta-feira, 27.07.2017 3BANCO DO BRASIL

Enquanto agências fecham, empresa investe no digitalAnA BEATRiz LEAL [email protected]

manoel porto - arquivo

Desmonte segue em ritmo acelerado

O PROCESSO de desmonte do Banco do Brasil, capitaneado pelo governo Temer, segue a passos largos. A instituição tem investido de forma contundente na ampliação dos escritórios di-gitais. Por outro lado, o número de agências teve queda brusca.

No país, o banco fechou 402 unidades bancárias e transfor-mou 379 em postos de atendi-mento. Ao todo, 9 mil postos de trabalho foram extintos.

Ao contrário do divulgado, o processo de reestruturação, ini-ciado em 2016, não visa apenas reduzir custos, faz parte da es-tratégia do governo de privati-

zação das empresas públicas. Ganha o grande capital. Ban-

cários e população só perdem. O atendimento tende a ficar precarizado. As filas aumen-tam. A sobrecarga de traba-lho também. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeco-nômicos), o número de recla-mações junto ao Banco Central

tem relação com o fechamento de agências.

Entre o primeiro semestre de 2015 e o segundo semestre de 2017, houve elevação de 46% no número de queixas de clien-tes. O total de registros pulou de 12.246 para 17.889. Em igual período, a quantidade de agên-cia caiu de 5.541 para 4.943, re-tração de 11%.

Conferência discute Brasil de TemerA NOvA legislação trabalhis-ta, terceirização, desmonte dos bancos públicos, estão na pauta de debates da Conferência Na-cional dos Bancários, de sexta--feira a domingo, em São Paulo.

O corte de 24 mil postos de trabalho do BB e Caixa mostra a política privatista do governo Temer. A ideia é tentar mostrar à sociedade que o setor públi-co é supérfluo. O alerta é dado pelo presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augus-to Vasconcelos. O grave cenário será discutido na sexta-feira.

Os impactos da reforma traba-lhista será debatido no sábado. A nova legislação fortalece a tercei-rização e eleva ainda mais o nú-mero de desempregados no país.

O país dos informais

O DESEMPREGO no país atinge níveis altíssimos. São quase 14 milhões desempre-gados. Fora os milhares de terceirizados e trabalhadores informais. A situação cala-mitosa faz com que o brasi-leiro aceite “qualquer coisa” por um emprego.

Segundo pesquisa interna-cional, o Brasil é o primeiro colocado quando as questões são salários menores e contra-tos temporários. O percentu-al é de 92% dos entrevistados que aceitariam contrato tem-porário para não ficar desem-pregado. Para não ficar sem trabalho, até mudar de profis-são é considerado.

BNDES sucateado. Ladeira abaixoOS NúMEROS do BNDES (Banco Nacional de Desenvol-vimento Econômico e Social) no primeiro semestre de 2017 mostram o que o governo Te-mer faz com os bancos e insti-tuições públicas. Reduz ao mí-nimo. Transforma em sucata.

Em apenas seis meses, os in-vestimentos caíram 26%. Só na indústria, a queda foi de 42%. Comércio e serviços, infraes-trutura e agropecuária tiveram reduções de 13%, 6% e 3%, res-pectivamente. Em 12 meses até junho, o índice de retração che-

ga a 38%. Incrível.Enquanto isso, os lucros dos

bancos privados sobem. Só no primeiro trimestre, Itaú, Bra-desco e Santander registraram soma total de R$ 13,104 bilhões. Em 2016, o montante foi de R$ 46,606 bilhões.

Resistência ao desmonte do BB continua. Mais de 9 mil postos eliminados

no BnDES, investimentos caíram 26% em apenas seis meses. Governo Temer quer reduzir instituição ao mínimo

no Brasil, falta emprego formal

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira, 27.07.20174

SAQUE

DESIGUALDADE SOCIAL

Regiões norte e nordeste têm as piores taxas, 54% e 60,6%, respectivamente RoSE LiMA [email protected]

Milhões de jovens na pobreza

SABE DISCERNIR Muita gente pensa que o povo absorve, automática e literalmente, tudo que a mídia, em especial a tele-visão, tenta empurrar goela abaixo. A pesquisa do Instituto Ip-sos, divulgada na terça-feira, mostra que não é bem assim. Os políticos mais impopulares hoje no Brasil são justamente três dos principais protagonistas do golpe de agosto do ano passado. Temer tem 94% de rejeição, Cunha 93% e Aécio 90%. Enquanto isso, Lula continua disparado na corrida presidencial. O público tem discernimento.

TUDO COMPRADO Com delação programada para este mês, o doleiro Lúcio Funaro, operador do PMDB, confirma que somente a JBS deu R$ 30 milhões para comprar a eleição de Edu-ardo Cunha à presidência da Câmara Federal, em fevereiro de 2015. Quer dizer, dinheiro para o golpe. Mas, o principal con-trolador da empresa, Joesley Batista, alvo de muitas outras de-núncias de crimes contra os interesses públicos, foi liberado da prisão pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e pelo ministro Edson Fachin, do STF. O ex-ministro Ciro Gomes não cansa em repetir que o Brasil foi “capturado por uma quadrilha”.

TEM RAZÃO Sem dúvida, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apoiou o golpe e a briga com Temer tem motiva-ções meramente pessoais. Mas, ele tem toda razão quando defen-de a permanência de Eduardo Cunha na cadeia. Soltá-lo agora é fortalecer um grupo de delinquentes com assento no Congresso Nacional, que tenta a todo custo se manter no poder, além de premiar a impunidade. Tem de mantê-lo preso. E mesmo atrás das grades é perigoso.

É REvOLTANTE A notícia de que somente no ano passado Henrique Meirelles ganhou mais de R$ 217 milhões, a maioria paga pela JBS, e que ele mantém todo esse dinheiro, além de tudo mais que já embolsou, investido no exterior, desperta indigna-ção em todo brasileiro. Afinal, em nenhum país sério do mundo, com democracia consolidada, um homem desse ocuparia o car-go de ministro da Fazenda. Revoltante.

CONSPIRAÇÃO, SIM Merece uma leitura atenta, a entre-vista, na revista Brasil247, do ex-senador Saturnino Braga, de-mocrata por convicção, que vê participação direta e decisiva dos Estados Unidos no golpe jurídico-parlamentar—midiático que derrubou a presidenta Dilma Rousseff em agosto do ano passa-do. Ele recorda o escândalo da espionagem norte-americana na Petrobrás e afirma que a Lava Jato é filha da conspiração. Foi montada para ajudar a eleição de Aécio Neves (PSDB-MG) à pre-sidência da República, em 2014, mas como fracassou serviu para criar as condições objetivas para o impeachment.

CERCA de 17 milhões de jovens até 14 anos vivem em situação

de pobreza no Brasil. O número corresponde a 40,2% dos brasi-

leiros até a faixa etária. Norte e Nordeste têm as maiores taxas, 54% e 60,6%, respectivamente.

As demais regiões têm ín-dices bem menores. No Cen-tro-Oeste, 28,4% das crianças e adolescentes até 14 anos es-tão na pobreza. O Sudeste tem 27,8% e o Sul, 23,1%, o menor do país. O relatório Cenário da Infância e Adolescência no Bra-sil é da Fundação Abrinq.

São consideradas pobres as famílias com renda de até meio salário per capita, ou seja, R$ 394,00 por pessoa. O levanta-mento utiliza como referência o mínimo de 2015, de R$ 788,00.

A Bahia é o quarto estado com crianças e adolescentes até 14 anos na condição de pobre-za, com índice de 60,8%. Os três

primeiros da lista também são do Nordeste, Alagoas (66%), Ma-ranhão (62,4%) e Ceará (61%).

Eleição para delegado sindical A ELEIÇÃO para delegado sin-dical de base, gestão 2017/2018, do Banco do Brasil, Caixa e BNB acontece até sábado.

O candidato deve ser sindi-calizado. Os interessados de-

vem enviar e-mail, nome com-pleto, data de nascimento, RG e CPF, nome da agência e prefixo, número de matrícula e telefone com Whatsapp para o endereço [email protected].

Angela Davis debate feminismo descolonizado O SALÃO nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia lotou, na terça-feira. O públi-co ouviu as palavras recheadas de militância e feminismo que ecoaram durante a conferência “Atravessando o tempo e cons-truindo o futuro da luta contra o racismo”.

A professora, filósofa e ati-

vista falou sobre a importância do “feminismo descolonizado” pontuando o papel das brasilei-ras para fortalecer o contexto. “As brasileiras negras represen-tam o futuro do movimento”, destacou Davis falou ainda so-bre as cotas nas universidades do Brasil e da dificuldade de instalar algo parecido nos EUA.

Durante a disputada conferência na UFBA, a ativista Angela Davis se mostrou impactada com o sistema educacional do Brasil

Um retrato inaceitável da pobreza

manoel porto