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desdobravel a redol
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Vida e Obra
Projeto de Animação Comum | 2011-2012
SABE — Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares
Biblioteca Municipal Almeida Garrett
Dia dos Namorados
14 de Fevereiro
Breve
o botão que foste
e o pudor de sê-lo
Breve
o laço vermelho
dado no cabelo.
Breve
a flor que abriu
e o sol mudou.
Breve
tanto sonho findo
que a vida pisou.
João José Cochofel
Os Poetas do Neo Realismo
António Gedeão, 1906-1997
Carlos de Oliveira, 1921-1981
Fernando Namora, 1919-1989
João José Cochofel, 1919-1982
Joaquim Namorado, 1914-1986
José Gomes Ferreira, 1900-1985
Manuel da Fonseca, 1911-1993
Alves Redol
1911-1969
Projeto de Animação Comum | 2011-2012
O amor que sinto
O amor que sinto
é um labirinto.
Nele me perdi
com o coração
Cheio de ter fome
do mundo e de ti
(sabes o teu nome),
Sombra necessária
de um Sol que não vejo,
onde cabe o pária,
a Revolução
e a Reforma Agrária
sonho do Alentejo
Só assim me pinto
neste Amor que sinto.
Amor que me fere,
chame-se mulher,
onda de veludo,
pátria mal-amada,
Chame-se "amar nada"
chame-se "amar tudo".
E porque não minto
sou um labirinto.
Só assim me pinto
neste Amor que sinto.
Amor que me fere,
chame-se mulher,
onda de veludo,
pátria mal-amada,
chame-se "amar nada"
chame-se "amar tudo".
E porque não minto
sou um labirinto.
José Gomes Ferreira
DIONÍSIO, Mário — Poesia incompleta, [c/ reedição inte-gral de Poemas]. Mem Martins: Publicações Europa-América, 1982 LOURENÇO, Eduardo — Sentido e forma da poesia neo realista. Lisboa: Dom Quixote, 1983 POEMAS de Amor: antologia de poesia portuguesa / Org. de Inês Pedrosa. Lisboa: Dom Quixote, 2001 POEMAS Portugueses. Antologia da Poesia Portuguesa do Século XIII ao Século XXI / Org. de Jorge Reis-Sá , Rui Lage. Porto: Porto Editora, 2009.
Sabia que...
As raízes deste dia remontam à Roma Antiga e à
Lupercália, festa em homenagem a Juno, deusa
associada à fertilidade e ao casamento. O festival
consistia numa lotaria, onde os rapazes tiravam à
sorte de uma caixa, o nome da rapariga que viria a
ser a sua companheira durante a duração das festi-
vidades, normalmente um mês. A celebração decor-
reu durante cerca de 800 anos, em Fevereiro, até
que em 496 d.c., o Papa Gelásio I decidiu instituir o
dia 14 como o dia de São Valentim, para que a cele-
bração cristã absorvesse o paganismo da data. (...)
http://diadosnamorados.kazulo.pt/
O Amor e o Neo Realismo
Sugestões de Leitura
Projecto de Animação Comum | 2011-2012
Alves Redol
A menina tonta passa metade do dia
a namorar quem passa na rua,
que a outra metade fica
p'ra namorar-se ao espelho.
A menina tonta tem olhos de retrós preto,
cabelos de linha de bordar,
e a boca é um pedaço de qualquer tecido vermelho.
A menina tonta tem vestidos de seda
e sapatos de seda,
é toda fria, fria como a seda:
as olheiras postiças de crepe amarrotado,
as mãos viúvas entre flores emurchecidas,
caídas da janela,
desfolham pétalas de papel...
No passeio em frente estão os namorados
com os olhos cansados de esperar
com os braços cansados de acenar
com a boca cansada de pedir...
A menina tonta tem coração sem corda
a boca sem desejos
os olhos sem luz...
E os namorados cansados de namorar...
Eles não sabem que a menina tonta
tem a cabeça cheia de farelos.
Manuel da Fonseca
ANTOLOGIA da Poesia Portuguesa 1940-1977 / Compil. de Maria Alberta Menéres , E.M. de Melo Castro. Lisboa: Moraes Editores, 1979. COCHOFEL, José João — Breve: poesia. Lisboa: Editorial Caminho, 2011