Desenho-Tecnico e Arquitetônico

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    1/61

    Coordenadoria de EducaoAberta e a Distncia

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    2/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    2

    Universidade Federal de Viosa

    ReitoraNilda de Ftima Ferreira Soares

    Vice-Reitor

    Demetrius David da Silva

    Conselho Editorial

    Andra Patrcia GomesJoo Batista Mota

    Jos Benedito PinhoJos Luiz Braga

    Tereza Anglica Bartolomeu

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    3/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    3

    Diretor

    Frederico Vieira Passos

    Avenida PH Rolfs s/nCampus Universitrio, 36570-000, Viosa/MG

    Telefone: (31) 3899 2858 | Fax: (31) 3899 3352

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    4/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    4

    Layout e Diagramao:Diogo Rodrigues

    Capa: Rodrigo Castro

    Reviso:Cibelih Hespanhol

    Reviso Final: Joo Batista Mota

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    5/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    5

    SUMRIO3.1 VISTASPRINCIPAIS

    3.2 VISTASAUXILIARES

    3.3 VISTASSECCIONAIS

    4. PERSPECTIVA

    4.1 PERSPECTIVAISOMTRICA5. DESENHOARQUITETNICO

    5.1 PLANTABAIXA

    5.2 CORTES

    5.3 FACHADAOUELEVAO

    5.4 PLANTADECOBERTURA

    5.5 PLANTADEIMPLANTAOOULOCAO

    5.6 PLANTADESITUAO

    REFERNCIASBIBLIOGRFICAS

    25

    25

    26

    30

    32

    34

    35

    48

    56

    58

    59

    60

    61

    APRESENTAO

    INTRODUO

    1. NORMASTCNICAS

    1.1 CALIGRAFIATCNICA

    1.2 FORMATOEDOBRADURADOPAPEL1.3 LEGENDA, RTULOOUETIQUETA

    1.4 TIPOSDELINHAS

    1.5 ESCALAS

    1.6 COTAGEM

    2. SISTEMADEPROJEES

    2.1 PROJEOCILNDRICA

    2.2 PROJEOCNICA

    3. VISTASORTOGRFICAS

    6

    7

    8

    8

    9

    12

    13

    14

    18

    20

    21

    23

    25

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    6/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    6

    ApresentaoEste material foi desenvolvido como material de apoio s aulas da disciplina de graduao ARQ100 - Desenho Tcnico, ofere-cida pelo Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Viosa. Trata-se, assim, de uma sntese sobre o

    contedo terico apresentado na referida disciplina, cujo objetivo fornecer ao estudante informaes teis para a interpretaoe a execuo de desenhos tcnicos.

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    7/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    7

    IntroduoO desenho tcnico uma forma de expresso grfica que tem por finalidade a representao da forma, dimenso e posio deobjetos de acordo com as diferentes necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e pela arquitetura. um

    ramo especializado do desenho, caracterizado pela normatizao e pelo uso que faz da Geometria Descritiva . O desenho tcnico uma das ferramentas mais importantes em um projeto, pois o meio de comunicao entre o projetista e quem produz (o mestrede obras, o tcnico em mecnica).

    Utilizando-se de vrios tipos e espessuras de linhas, simbologias especficas e indicaes textuais e numricas normatizadasinternacionalmente, o desenho tcnico definido como a linguagem grfica universal das engenharias e da arquitetura. E damesma forma que a linguagem escrita, a linguagem grfica requer alfabetizao para a execuo e a interpretao do desenho, oque exige um treinamento especfico. Isso porque, no desenho tcnico so utilizadas figuras planas (bidimensionais) para repre-sentar formas tridimensionais. Conhecendo-se a metodologia para a elaborao do desenho bidimensional possvel entender econceber mentalmente a forma tridimensional da figura plana. preciso enxergar o que est frente do objeto como elementovisvel e o que est atrs como no visvel, ou seja, possuir o que se chama de viso espacial. A viso espacial permite a percepoe o entendimento de formas tridimensionais sem estar vendo fisicamente os objetos. E a habilidade de percepo dessas formas apartir de figuras planas uma capacidade que pode ser desenvolvida atravs de exerccios progressivos.

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    8/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    8

    1. Normas Tcnicas1.1 Caligrafia tcnicaNBR 8402 Execuo de caracteres para escrita em desenhos tcnicosEsta norma determina as caractersticas de escrita usada em desenhos tcnicos. Os principais requisitos na escrita de desenho

    tcnico so:- Legibilidade: os caracteres devem ser bem legveis, de forma a no causar nenhuma dvida na sua leitura;- Uniformidade: os caracteres devem ser padronizados, ou seja, os caracteres maisculos e minsculos devem ter, em todo o

    desenho, o mesmo tamanho;- Adequao microfilmagem e outros processos de reproduo.

    Dessa forma, devem ser utilizados caracteres de traado simples, desenhados no sentido vertical ou inclinado a 15 com rela-

    o linha vertical.

    Exemplos:

    Forma de escrita vertical Forma de escrita inclinada

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    9/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    9

    Figura 1:Srie A Formato/Dimenses do A0Fonte: NBR 10068 - Folha de desenho - Leiaute e dimenses

    A1

    A2

    A3

    A4

    A4

    1189

    8

    41

    Ao

    1189

    8

    41

    1.2 Formato e dobradura do papel

    NBR 10068 Folha de desenho Layout e dimenses

    Esta norma padroniza as dimenses (formato), a maneira que o papel deve ser dobrado para arquivamento, e o leiaute do papel

    em branco utilizado em desenho tcnico. Com relao s dimenses ou formato, a norma tem por base a srie A, tendo o formatoA0 como origem. Os outros formatos se derivam de biparties sucessivas do A0.

    Formatos da srie A

    Figura 2: Srie A Formato/Dimenses do A1, A2, A3 e A4.Fonte: NBR 10068 - Folha de desenho - Leiaute e dimenses

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    10/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    10

    Dobradura dos formatos da srie A

    - Quando se termina a dobradura do papel, independentemente do formato do mesmo, o tamanho final deve ser o A4;- No formato final dobrado, a legenda deve ficar visvel na folha de frente;- Para que no seja perfurada a parte superior dos formatos A2, A1, A0, faz-se uma dobra triangular, para dentro, a partir da

    marcao;- Deve-se dobrar o papel primeiramente na largura e depois na altura.

    Figura 3: Dobradura do formato A0. Fonte: NBR10068 - Folha de desenho - Leiaute e dimenses

    Figura 4: Dobradura do formato A1. Fonte: NBR10068 - Folha de desenho - Leiaute e dimenses

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    11/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    11

    Fonte: NBR 10068 - Folha de desenho - Leiaute e dimenses

    Em qualquer formato de papel deve-se desenhar uma margem contornando suas bordas, de modo a de-limitar o espao de desenho. O tamanho das margens varia de acordo com o tamanho do papel. A margemesquerda deve possuir sempre 25mm de largura, de modo a permitir a fixao do papel dobrado em pastas. Asmargens laterais devem ter as dimenses conforme quadro abaixo:

    Formato DimensesMargem

    esquerdaDemais

    margens

    A0 841x1189 mm 25 10

    A1 594x841 mm 25 10

    A2 420x594 mm 25 7

    A3 297x420 mm 25 7

    A4 210x297 mm 25 7

    Quadro 1:Formato, dimenses e margens dos papis da srie AFonte: NBR 10068 - Folha de desenho - Leiaute e dimenses

    Figura 6: Dobradura do formato A3Figura 5:Dobradura do formato A2

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    12/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    12

    1.3 Legenda, rtulo ou etiqueta

    A legenda, rtulo ou etiqueta deve identificar todos os elementos existentes em uma prancha de desenho, contendo, obrigato-riamente: nome da repartio, firma, empresa ou proprietrio; endereo; ttulo do desenho; escala(s) usada(s) - se em uma pranchahouver desenhos em escalas diferentes elas devem ser indicadas logo abaixo do nome da pea grfica; nmero da prancha; data;

    identificao, assinatura e registro profissional do(s) responsvel (is) pelo projeto; e nome do desenhista.A legenda, rtulo ou etiqueta deve se situar no canto inferior direito da folha nos formato A0, A1, A2, A3, ou ao longo da largura

    da folha no formato A4. A direo de leitura da legenda, rtulo ou etiqueta deve corresponder direo de leitura do desenho.Exemplo de legendas, rtulos ou etiquetas

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    13/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    13

    1.4 Tipos de Linhas

    NBR 8403 Aplicao de linhas em desenhos Tipos de linhas Largura de linhasOs tipos e espessuras de l inhas utilizadas no Desenho Tcnico dependem dos seus usos e do que se deseja representar. Muitas

    vezes, o uso inadequado de um tipo de linha ou de sua espessura pode levar a interpretao incorreta do desenho. As linhas utili-

    zadas na confeco do desenho tcnico devem seguir as especificaes do quadro da pgina seguinte:

    Quadro 2:Tipos e usos de linhas no Desenho Tcnico

    Fonte: NBR NBR 8403 - Aplicao de linhas em desenhos. Tipos de linhas. Largura de linhas.

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    14/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    14

    1.5 Escalas

    NBR 8196 - Emprego de escalaDefinio:A escala de um desenho a relao constante existente entre as dimenses do objeto desenhado no papel (D) e

    as suas dimenses verdadeiras ou reais (R). As escalas podem ser indicadas de duas formas diferentes: atravs da representao

    numrica Escala Numrica, ou da representao grfica Escala Grfica.Escala numrica: estabelecida atravs de uma relao matemtica representada por uma frao onde o numerador (D) re-

    presenta as dimenses do desenho e o denominador (R) representa as dimenses reais do objeto. Desta forma,

    Escala = D/R

    As escalas numricas podem ser:

    1)Escala Natural: o objeto desenhado em tamanho real (original).

    Escala = D/R = 1/1

    Ex: Desenho de uma caneta.

    2)Escala de Ampliao: o objeto desenhado em tamanho maior que o real (original). Muito utilizada para desenhar peasmecnicas, objeto de pequenas dimenses e detalhes.

    Escala = D/R = X/1

    Ex: Engrenagens de relgio.Esc = 10/1, significa que o objeto est desenhado 10 vezes maior que o real (original).3)Escala de Reduo: o objeto desenhado em tamanho menor que o real (original).

    Escala = D/R = 1/X

    Ex: Desenho de uma cadeira.Esc = 1/100, significa que o objeto est desenhado 100 vezes menor que o real (original).Obs: As escalas numricas tambm podem aparecer representadas da seguinte forma: Esc = 1:100.

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    15/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    15

    Escala Grfica

    representada por um segmento de reta graduado sobre o qual est estabelecida a relao entre as distncias desenhadasno papel e a distncia real do objeto. Ela expressa diretamente os valores da realidade mapeada. Para se obter a dimenso real doobjeto s copiar a escala grfica numa tira de papel e aplic-la sobre a figura. A escala grfica dividida em duas partes, a partir

    da origem: o corpo, que a escala propriamente dita, e o talo (parte menor da escala), que subdividido em intervalos menorespara permitir uma medio mais precisa. O corpo da escala se inicia do zero para a direita. O talo, do zero para a esquerda.

    Para construir uma escala grfica devem-se seguir os seguintes passos:- Conhecer a escala numrica do desenho- Conhecer a unidade e o intervalo de representao dessa escala- Traar uma linha reta de comprimento igual a um intervalo estipulado (corpo da escala)- Dividir essa linha em no mnimo 3 partes iguais- Traar esquerda de 0 um segmento de reta de comprimento igual a 1 (um) intervalo (talo da escala)- Dividir esse segmento em 2, 4, 5 ou 10 partes iguais- Determinar a preciso grfica da escala

    Figura 7:Exemplo de correspondncia entre as escalas numrica e grfica

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    16/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    16

    Diferenciao do uso de escalas

    Aplicao

    rea representada

    Detalhes

    rea de representao

    Planta da casa 1/20;1/50

    1/100;

    Maior nvel de anlise edetalhamento

    Maior nmero de pormenores

    Menor rea representadaA escala considerada

    descritiva, ou seja, descrevepequenos detalhes.

    Planta de arruamentos 1/200; 1/250;1/500; 1/1000

    Planta de bairros de cidades,aldeia

    1/1.000; 1/2.000;1/5.000

    Mapas de grandespropriedades (rurais ouindustriais), cidades, regio.

    1/10.000; /25.000;1/50.000; /75.000;1/100.000

    Mapas de estados, pases,continentes, Mundo

    1/800.000;1/10.000.000;1/90.000.000;1/600.000.000

    Menor nvel de anlise edetalhamento

    Poucos pormenores

    Maior rea representadaA escala considerada

    explicativa.

    .Obs.:Quanto maior o denominador da frao, mais reduzida a escala, ou seja, menor o nvel de detalhes representados.

    h i h i i

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    17/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    17

    Figura 8:Exemplo de diferenciao do uso de escalasFonte: IBGE w ww.revistaescola.abril.com.br

    D h T i D h A i i

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    18/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    18

    - Linha de chamada ou auxiliar: deve ser utilizada linhaestreita contnua.

    - Linha de cota: deve ser utilizada linha estreita contnua.

    - Limite da linha de cota: a indicao do limite da linha decota deve ser feito por meio de seta ou trao oblquo. Oslimites das linhas de cota so posicionados na interseodas linhas de chamadas com as linhas de cota.

    - Cota: a cota propriamente dita a valor numrico que posicionado sobre a linha de cota, devendo ser escritaem caracteres legveis.

    Regras Gerais:

    1.A linha de chamada ou auxiliar dever ultrapassar a linha de cota em 3 mm e no deve tocar o desenho. Deixar uma dis-tncia de 2 mm (ver Fig 11);

    2.Quando a linha de cota estiver na horizontal, a cota deve se situar acima da mesma. Caso ela esteja na vertical, a cota deve sesituar sua esquerda (ver Fig 11);

    3. As cotas totais devem ser colocadas por fora das parciais, de forma a se evitar que elas se cruzem (ver Fig 11);4. Deve-se evitar, sempre que possvel, colocar cotas internas ao desenho;

    Figura 9:Elementos da cotagem

    1.6 Cotagem

    NBR 10.126 - Cotagem em desenho tcnicoCotar um desenho significa inserir nele informaes relativas s suas dimenses. Isso feito por meio da insero de cotas.A NBR 10.126 estabelece os princpios (regras) gerais de cotagem em Desenho Tcnico. Abaixo destacamos alguns dos princi-

    pais aspectos que devem ser observados.

    Elementos da cotagem:

    D h T i D h A it t i

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    19/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    19

    5. As cotas devem ser distribudas em todas as vistas;6. Cada detalhe deve ser cotado uma nica vez, na vista que melhor representar a sua forma;7. Deve-se evitar cotar as linhas que representam arestas invisveis;8. Deve-se sempre evitar o cruzamento das linhas de cota;9. A quantidade de cotas de um desenho deve informar todas as dimenses do objeto, no deixando dvidas nem margem

    para a necessidade de futuros clculos;10.As cotas so sempre representativas das dimenses reais do objeto, independente da escala utilizada;11.A caligrafia utilizada na cotagem deve seguir as normas tcnicas;12.Uma dimenso cotada mais de uma vez no mesmo desenho considerada um erro tcnico.

    Exemplos de objetos cotados

    D h T i D h A it t i

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    20/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    20

    2. Sistemas de ProjeesDefinio:

    Projeo o processo pelo qual se lanam raios sobre um objeto de modo que tais raios passem por esse objeto e incidamsobre um plano chamado plano de projeo. A projeo de um objeto a sua representao grfica no plano de projeo. Comoos objetos tm 3 dimenses, para represent-lo em um plano bidimensional (por exemplo, o papel) necessrio utilizar algunsartifcios de desenho. Primeiramente necessrio o conhecimento dos elementos bsicos da projeo.

    Elementos bsicos da Projeo1.Objeto tridimensional: objeto que ser projetado2.Plano de projees, plano de referncia ou plano do quadro: plano

    que capta a imagem projetada do objeto, onde incidem as retas proje-tantes

    3.Raios ou retas projetantes: projetam o objeto no plano de refern-

    cia. As linhas imaginrias que ligam os pontos do objeto at seus res-pectivos pontos projetados no quadro ou plano de projeo possuemuma origem que se encontra no centro de projees. Tambm pode serchamadas simplesmente de projetantes.

    4.Centro de projeo: o ponto fixo de onde partem as projetantes.5.Observador: um sujeito imaginrio que olha o objeto sobre o pla-

    no de projeo, simplificado como sendo apenas um ponto localizadono espao.

    Os sistemas de projees so classificados de acordo com a posioocupada pelo centro de projeo. Os tipos de projeo so:

    Figura 10:Elementos bsicos da ProjeoFonte: Adaptado de REIS e BARRETO, s/d, p. 15.

    D h T i D h A it t i

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    21/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    21

    2.1 Projees Cilndricas

    Tambm chamada de projeo paralela, pois os raios que incidem no objeto e no plano de projeo so todos paralelos entresi. Considera-se que o centro de projees est localizado no infinito. Esse o tipo de projeo mais utilizado em desenho tcnico,pois transmite informaes precisas a respeito das dimenses dos objetos. De acordo com o ngulo de incidncia das retas proje-

    tantes sobre o plano de projees, a projeo cilndrica pode ser de dois tipos: ortogonal (perpendicular) ou oblqua (inclinada).

    Figura 12: Projeo Cilndrica Ortogonal(retas projetantes incidem sobre o plano de pro-

    jees segundo um ngulo de 90)

    Figura 11: Projeo Cilndrica Oblqua(retas projetantes incidem sobre o plano de projees

    segundo um ngulo qualquer)

    D h T i D h A it t i

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    22/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    22

    Figura 13:Exemplo de Projeo Cilndrica. Fonte: www.algol.dcc.ufla.br

    Exemplo: Imagine um objeto sendo iluminado pelo sol. A sombra que o objeto faz em um plano, por exemplo, na calada a projeo do objeto. Os raios luminosos so as projetantes e a calada o plano de projeo. O centro de projeo o sol, mascomo ele est muito distante da terra os raios emitidos podem ser considerados paralelos. Considera-se que o centro de projees(nesse caso o sol) est localizado no infinito.

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    23/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    23

    2.2 Projees Cnicas

    Tambm chamada de projeo central, pois os raios que incidem sobre o objeto partem todos de um mesmo ponto (vrtice docone), ou seja, so todos concorrentes em um ponto central. A distncia entre o centro de projeo e o plano de projeo finita.

    Figura 14:Projeo central ou cnica

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    24/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    24

    Figura 15:Exemplo de Projeo Cnica. Fonte: www.algol.dcc.ufla.br

    Exemplo:

    Imagine um objeto sendo iluminado por um ponto especfico de luz (como uma lanterna ver figura 2). A sombra que o objetofaz em um plano, por exemplo, na parede, a projeo do objeto. Os raios luminosos so as projetantes, a fonte luminosa (nestecaso a lanterna) o centro de projeo e a parede o plano de projeo.

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    25/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    25

    Figura 16: Exemplo de Vistas principais eauxiliares. O desenho mostra uma casa cer-cada por 8 vistas. As 4 vistas paralelas s

    faces externas da edificao so chamadasde vistas principais e as no paralelas sochamadas de vistas auxiliares. Fonte: Forse-th, k. Projetos em Arquitetura. Hemus livra-ria, distribuidora e editora. 2004. Pag.34.

    3. Vistas OrtogrficasSo projees cilndricas ortogonais de um objeto segundo planos de projeo posicionados em locais pr-determinados.

    Existem trs tipos de vistas ortogrficas:

    3.1 Vistas principais

    Obtidas quando se projeta um objeto ortogonalmente nas seis faces de um cubo envolvente. Existem seis vistas principais:Vista Frontal, Vista Posterior, Vista Lateral Direita, Vista Lateral Esquerda, Vista Superior e Vista Inferior. A posio relativa entre asvistas no desenho normatizada. Deve obedecer a disposio que cada face do cubo envolvente ocupa aps realizar a aberturadesse cubo.

    3.2 Vistas Auxiliares:

    Obtidas quando a projeo feita em planos de projeo no paralelos s faces do cubo, chamados planos auxiliares. As vistasauxiliares produzidas so diferentes das vistas principais.

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    26/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    26

    3.3 Vistas Seccionais

    Obtidas quando um objeto cortado por um plano secante. Desta forma, removida a parte entre o plano secante e o obser-vador. So empregadas para mostrar detalhes internos que no so claramente mostrados nas vistas normais.

    Figura 17: Exemplo de vistas seccionaisFonte: Apostila de Desenho Mecnico UFU

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    27/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    27

    possvel definir as seis vistas ortogrficas principais de um objeto: basta coloc-lo dentro de uma caixa no formato de umparalelogramo transparente, conforme figura abaixo:

    Figura 18: Projees ortogonais doobjeto nas faces do cubo envolvente.Fonte: REIS e BARRETO, s/d, p. 20

    Figura 19:Abertura do cubo

    envolvente. Fonte: REIS eBARRETO, s/d, p. 20.

    Figura 20: Posio relativa entreas vistas ortogrficas principais

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    28/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    28

    Os tipos de linhas utilizados nodesenho das vistas ortogrficas de-pendem do posicionamento dasarestas do objeto em relao aoobservador e ao plano de proje-es. Desse modo, as arestas vis-veis mais prximas do observadorso desenhadas com linha larga; asarestas visveis mais afastadas do

    observador so desenhadas comlinha estreita; e as arestas invisveis,ou seja, que esto por trs de algu-ma face do objeto, so desenhadascom linha tracejada estreita. Obser-ve essa diferenciao nos desenhosao lado.

    Critrios para a escolha da Vista Frontal

    Quando a vista frontal (VF) no determinada, deve-se utilizar a vista mais importante do objeto. Existem alguns critrios quedevem ser levados em considerao para essa escolha, como: caracterizar como vista frontal (VF) a face que tem o maior nmerode detalhes, maior rea, e que proporcione uma vista lateral esquerda (VLE) tambm mais detalhada e com menos linhas invisveis.Uma vez escolhida a Vista Frontal, as outras vistas devem ser posicionadas relativamente a ela, conforme figura seguinte:

    Figura 21:Objeto em perspec-tiva e suas 6 vistas ortogrficas

    principais

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    29/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    29

    As vistas ortogrficas devem representar precisamente e de forma no ambgua todas as caractersticas de um objeto. A esco-lha das vistas mais apropriadas depende tanto do desenhista quanto do objeto. necessrio pelo menos duas vistas ortogrficaspara se representar as trs dimenses de um objeto: comprimento, largura e altura. Por exemplo, para se representar um crculo ,basta a vista frontal, pois ela conter todas as informaes. Mas se o desejado a representao de um cilindro, a vista lateral deveser feita para que se possa perceber a existncia da profundidade. Desse modo, dependendo da complexidade do objeto, dever

    ser escolhido certo nmero de vistas, de modo a represent-lo de forma clara, sem risco de dvida ou ambiguidade.As figuras abaixo nos mostram alguns exemplos. Reparem na localizao da seta que determina a posio do observador, ou

    seja, da Vista Frontal, e observem como a mudana do observador modifica o desenho das vistas.

    Para informar as dimenses do objeto representado, inserimos as cotas no desenho das vistas ortogrficas, conforme os exem-

    plos a seguir:

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    30/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    30

    4. PerspectivaDefinio

    Tcnica de representao dos objetos com aspecto semelhante ao visto por nossos olhos. A palavra perspectiva vem do latim Perspicere (ver atravs de). O desenho em perspectiva incorpora, assim, a noo de profundidade, mostrando os objetos comoeles aparecem nossa vista, com suas trs dimenses.

    Figura 22:Desenho feito em perspectivaFonte: www.paulooliveira.wordpress.com

    A perspectiva no nada maisque uma grande iluso que nossapercepo visual fabrica, para que

    possamos entender a profundida-de, volume e distncia dos objetos.

    Define-se a perspectiva comoa projeo em uma superfcie bidi-mensional de um determinado fe-nmeno tridimensional.

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    31/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    31

    Existem algumas tcnicas de representao do desenho em perspectiva. Por exemplo, um mesmo objeto pode ser representa-do de maneiras diferentes, segundo a tcnica utilizada (fig. 26).

    Figura 23: Desenho feito em diferentes tipos de perspectiva. Fonte: www.dc263.4shared.com

    A perspectiva pode ser obtida atravs de processos que utilizam os sistemas de projees cnicas ou cilndricas.

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    32/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    32

    Figura 24: Eixos isomtricos e um dado emperspectiva isomtricaFonte: relsiramone.blogspot.com

    4.1 Perspectiva Isomtrica

    O desenho da perspectiva isomtrica baseado num sistema de trs semiretas que tm o mesmo ponto de origem e formamentre si trs ngulos de 120.

    A perspectiva isomtrica mantm as mesmas propores da altura, do comprimento e da largura do objeto a ser representado,

    ou seja, o objeto ser representado com as medidas reais. Desta forma, o seu desenho bastante facilitado e, por isso mesmo, uma perspectiva muito utilizada.

    Figura 25:Orientao dos eixos da perspecti-va isomtrica. Fonte: www.kalipedia.com

    O desenho isomtrico possui as trs facesoblquas ao plano de trabalho, inclinadas a 30 com

    relao horizontal.

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    33/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    33

    OBS: As arestas no isomtricas, ou seja, as arestas que no so paralelas aos eixos isomtricos, no so representadas em ver-dadeira grandeza. Todas as arestas isomtricas so representadas em verdadeira grandeza.

    Figura 26:Exemplo de um desenho em pesrpectiva isomtricamostrando arestas isomtricas e no isomtricas

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    34/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    34

    5. Desenho Arquitetnico

    Definio: o conjunto de desenhos (representaes grficas) de uma edificao baseado no sistema de projees ortogonais ou cnicas

    que permitem uma perfeita leitura e interpretao do projeto de uma edificao, em seus mnimos detalhes, de forma que a suaexecuo seja possvel. Esses desenhos so: planta baixa, cortes, fachadas ou elevaes, planta de cobertura, planta de implanta-o ou locao e planta de situao.

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    35/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    35

    Figura 27:Corte horizontal esquemtico representativo doprocesso de construo do desenho da planta baixa. Fonte:

    REZENDE e GRANSOTTO, 2007, p. 6.

    5.1 Planta Baixa

    - So cortes feitos em cada pavimento por meio de planos hori-zontais paralelos ao piso;

    - Os planos de corte situam-se em uma altura entre a verga da por-

    ta e o peitoril da janela, altura essa de aproximadamente 1,50 metros;- A poro da edificao acima do plano de corte eliminada;- Representa-se o que um observador posicionado a uma distn-

    cia infinita veria ao olhar do alto a edificao cortada.A apresentao final de uma planta baixa deve conter: - paredes; - portas; - janelas; - peas e equipamentos da cozinha, do banheiro e da rea de

    servio; - projeo do beiral;

    - linhas indicando os degraus e sobressaltos relativos a dife-renas de nvel entre os pisos; - nome dos compartimentos; - rea dos compartimentos; - cotas de nvel dos pisos dos compartimentos (nvel); - indicao dos pisos impermeabilizados (por meio de hachu-

    ra); - cotas das dimenses dos compartimentos, das espessuras da

    paredes e das dimenses torais da edificao; - linha, sentido e denominao dos cortes verticais.

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    36/61

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

    36

    Tipos e Espessuras de linhas utilizadas em Planta Baixa

    Representao Tipo de linha Espessura da linha

    Estrutura e alvenaria em corte contnua larga

    Elementos no estruturais em corte(portas, vidros, etc)

    contnua larga

    Elementos em vista contnua estreita

    Arestas invisveis, elementos acima doplano de corte

    tracejada estreita

    Marcao do plano de corte trao-ponto larga

    Hachuras e quadriculados de pisos contnua estreita

    Cotas contnua estreita

    Obs:Dependendo da proximidade do elemento ou destaque desejado, as linhas podem ser de diferentes espessuras.

    A escala mais usual para sedesenhar uma planta baixa a escala 1:50 ou 1:100.Dependendo da rea total daedificao, ou seja, quando amesma muito grande (fbricas,shoppings, etc.) necessrioutilizar outras escalas.

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    37/61

    q

    37

    Figura 28:Desenho em perspectiva de porta e janelacom a denominao de suas medidas caractersticas

    Elementos representados em Planta Baixa

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    38/61

    q

    38

    Portas

    As portas so desenhadas sempre representando a(s) folha(s) da esquadria, especificando o movimento da(s) folha(s) e o espa-o ocupado por ela(s).

    Figura 29:Representao grfica de porta de abrir Figura 30:Diferentes tipos de porta. Fonte: SCHULER e MUKAI, s/d, p. 44

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    39/61

    q

    39

    A indicao das dimenses das portas devem ser da seguinte forma:

    P = L x H

    Em que L a medida da largura da porta e H a medida da altura da porta.

    Portas internas: a comunicao atravs da porta de um cmodo para o outro geralmente no tem diferena de nvel, salvobanheiros, cozinhas e reas de servio onde o inconveniente da gua passar para outro cmodo evitado com a diferenciao denvel ou diferena de cota. Essa diferena de cota nos pisos pode ser de 1 ou 2 cm.

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    40/61

    q

    40

    Portas externas:a comunicao atravs da porta entre um ambiente externo e o ambiente interno deve possuir diferena denvel (cotas diferentes), ou seja, o ambiente externo deve ser mais baixo que o interno.

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    41/61

    q

    41

    Janelas

    So representadas genericamente, sem muitos detalhes com relao ao nmero de caixilhos ou funcionamento da esquadria.A indicao das dimenses das janelas devem ser da seguinte forma:

    J = L x H / P

    em que L a medida da largura da janela, H a medida da altura da janela e P e a altura do peitoril ou parapeito (distncia dopiso interno at a parte mais baixa da janela).

    Figura 31:Representao grfica em plantabaixa de uma janela com peitoril

    Figura 32:Representao grficaem planta baixa de uma janela com

    peitoril menor que 1,50 m

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    42/61

    q

    42

    O plano de corte corta as janelas que possuem peitoril menores que 1,50 m. Elas devem ser representadas como se segue:

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    43/61

    43

    As janelas que possurem peitoral maior que 1,50 m, ou seja, o plano de corte no corta a janela, devem ser representadas comlinhas invisveis. Elas devem ser representadas como se segue:

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    44/61

    44

    Equipamentos

    A representao do mobilirio da edificao em planta baixa nem sempre obrigatria, ficando a critrio do projetista. Noentanto, alguns itens do mobilirio devem ser necessariamente representados, pois indicam o posicionamento das instalaes degua e esgoto. Esses itens so chamados de mobilirio fixo e correspondem s peas e equipamentos do banheiro, da cozinha e

    da rea de servio. Abaixo segue a representao de algumas dessas peas:

    Figura 33:Representao grfica em planta de alguns equipamentos fixosFonte: SCHULER e MUKAI, s/d, p. 46-47

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    45/61

    45

    Piso

    Em planta baixa os pisos so diferenciados em apenas 2 tipos: os pisos comuns e os pisos impermeveis (banheiro, cozinha,rea de servio, varandas, etc.). O tamanho do quadriculado do piso apenas uma simbologia, no correspondendo medida realdos pisos cermicos. Quando se deseja especificar a medida real dos pisos, feito um desenho de detalhe.

    Figura 34:Representao de piso em planta baixa

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    46/61

    46

    Nveis

    Os nveis so cotas de altura dos pisos e so sempre determinadas a partir do nvel 0 (zero) pr-fixado pelo projetista. A coloca-o dos nveis deve seguir as seguintes regras:

    - Deve ser colocado dos dois lados de onde houver uma diferena de nvel;- Deve-se evitar a repetio de nveis em reas prximas;

    - A escrita dos nveis deve ser sempre horizontal;- Deve ser colocado o sinal + ou antes das cotas de nvel, determinando se o nvel se encontra abaixo ou acima do nvel zero;- A indicao dos nveis deve ser na mesma unidade da cotagem geral do desenho;-Existe uma simbologia convencional para a representao de nvel em plantas baixas, mostrada abaixo:

    Figura 35:Representao de nveis em planta baixa

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    47/61

    47

    Cotas

    O desenho de uma planta baixa para ser considerado completo precisa, alm da representao grfica de todos os elementos,da colocao das cotas (dimenses) dos mesmos. A cotagem deve seguir as seguintes regras gerais:

    - Salvo em condies especiais e necessrias, as linhas de cotas devem ser colocadas externamente ao desenho;- A quantidade de linhas deve ser distribuda ao redor (entorno) do desenho;- Quando a dimenso a ser cotada no couber dentro das linhas auxiliares da cota, deve-se colocar a cota ao lado da linha au-

    xiliar, indicando o seu local exato;- As linhas de cotas que estiverem no mesmo alinhamento devem sempre ser completas;- Deve-se evitar cotar um mesmo elemento duas vezes, com exceo das espessuras das paredes, que podem ser cotadas mais

    de uma vez;- Todas as dimenses dos cmodos e espessuras de paredes devem ser cotadas;- Todas as dimenses totais devem ser cotadas;- No se deve cruzar as linhas de cota;- Deve-se identificar pelo menos 2 linhas de cota, como mostrado na figura abaixo: - Cota dos cmodos e paredes; - Cotas totais externas.

    Figura 36:Exemplo de cotagem em planta baixa

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    48/61

    48

    5.2 Cortes

    Os cortes so as representaes de vistas ortogrficas sec-cionais da edificao, obtidas quando passamos um plano decorte vertical paralelo s paredes. So elevaes verticais, feitas

    no sentido transversal e longitudinal dentro da edificao. Elesmostram as alturas dos elementos arquitetnicos, tais comoportas, janelas, escadas, rampas, telhados, p-direito e outros.So os desenhos em que so indicadas as dimenses verticais.

    O objetivo dos cortes verticais ilustrar o maior nmero

    de detalhes dos espaos interiores, detalhes esses que no sodevidamente esclarecidos em planta baixa, mas que so funda-mentais na construo da edificao.

    A quantidade de cortes necessrios em um projeto vai de-

    pender da necessidade de se mostrar mais ou menos detalhesda edificao. Os fatores que influenciam a necessidade de ummaior nmero de cortes so:

    a) irregularidades das paredes internas;b) sofisticao de acabamentos internos;c) formato poligonal da construo (forma irregular);d) diferenas de nveis nos pisos;e) existncia de detalhamentos internos.Normalmente, fazem-se no mnimo dois cortes, um transversal e outro longitudinal ao objeto cortado, para que se tenha

    um bom entendimento. Os cortes no precisam ser necessariamente retos, podendo sofrer desvios, desde que os desvios sejam

    sempre dentro do mesmo compartimento. Na maioria dos casos somos obrigados a mudar a direo do plano de corte a fim demostrar um maior nmero de detalhes, evitando assim a necessidade de se desenhar outros cortes.

    OBS: Os cortes devem ser desenhados SEMPRE na mesma escala do desenho da planta baixaA posio do plano de corte e o sentido de observao do mesmo vo depender do que se quer visualizar. Recomenda-se sem-

    pre pass-lo pelas reas lavveis (como banheiros, cozinha, rea de servio) e pelos equipamentos que possibilitam a circulaovertical na edificao, como escadas e poo dos elevadores.

    Os cortes necessariamente devem estar indicados nas plantas para possibilitar sua visualizao e sua interpretao indicarsempre a posio do corte e o sentido de visualizao.

    Figura 37:Desenho esquemtico de um corte.Fonte: REZENDE e GRANSOTTO, 2007, p. 8.

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    49/61

    49

    Figura 38:Indicao esquemtica dos planos geradores dos cortes transversal e longitudinal

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    50/61

    50

    Figura 39:Indicao esquemtica de observao dos cortes ver ticais

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    51/61

    51

    Elementos representados em corte

    PortasQuando estiverem em vista, so representadas pelo seu contorno. Quando cortadas, representa-se o vo, com a parede do

    fundo em vista e linhas duplas indicando a folha da portas.

    Janelas

    Quando estiverem em vista so representadas da mesma forma que as portas. Quando em corte, representa-se o vo da janela,com a parede do fundo em vista e linhas duplas indicando o vidro da janela.

    Figura 40:Representao de porta e janela nos cortes verticais

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    52/61

    52

    Equipamentos

    Os mesmos equipamentos que so representados na planta baixa, so tambm representados nos cortes, desde que os cortespassem por cmodos que possuam esses equipamentos. representada a vista lateral dos equipamentos.

    Figura 41:Representao grfica em corte de vaso sanitrio e pia do banheiroFonte: SCHULER e MUKAI, s/d, p. 66.

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    53/61

    53

    Fundao

    desenhada apenas a sua disposio geral e as dimenses

    aproximadas. detalhada no projeto estrutural.

    Laje do piso:

    Normalmente representada com 10 cm de espessura.

    Laje de cobertura/forro:

    Os forros so normalmente constitudos de lajes deconcreto, representada da mesma forma que a laje de piso,inclusive com a mesma espessura de 10 cm.

    Paredes

    Nos cortes, as paredes podem aparecer tanto em vistaquanto cortadas. Quando so cortadas a representao feita igual representao em planta baixa, ou seja, comlinha larga. Quando em vista, deve ser representada comlinha estreita.

    Figura 42:Representao de fundaes, laje de piso e laje decobertura nos cortes verticais

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    54/61

    54

    Nvel

    Todas as alturas dos nveis dos pisos devem ser especificadas, desde que haja diferena visvel entre elas. A simbologia para aindicao dos nveis em corte diferente da simbologia para planta baixa (ver figura abaixo), mas os valores devem ser os mesmos.

    Figura 43:Representao de nveis em corte

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    55/61

    55

    Cotas

    Nos cortes, somente as medidas verticais socotadas.

    A nica exceo com relao cota do bei-ral, que deve ser representada horizontalmente.

    Os elementos a serem cotados so:- p-direito: altura do piso (laje do piso) aoteto (laje de cobertura), na parte interior edi-ficao;

    - altura de balces e armrios fixos;- altura da impermeabilizao da parede

    quando ela for parcial;- altura de peitoris, janelas e vergas;- altura de portas, portes e suas respectivas

    vergas;- espessura de lajes;

    - altura de patamares de escadas e pisos in-termedirios;- no se cotam os elementos abaixo do piso

    (fundaes).

    Figura 44:Exemplo de cotagem nos cortes verticais

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    56/61

    56

    5.3 Fachadas ou Elevaes

    So as projees das arestas visveis decada face do objeto representadas em planosverticais paralelos s faces do mesmo objeto.

    Designao de cada face externa da edifica-o. Nelas aparecem os vos de janelas, por-tas, detalhes de composio, telhados assimcomo todos os outros elementos visveis defora da edificao.

    Num projeto arquitetnico normalmenteso desenhadas, no mnimo, duas fachadas.O ideal a representao das quatro facha-das (frontal, lateral esquerda, lateral direita eposterior) para que se tenham todas as infor-maes externas necessrias da edificao. A

    escala adotada, geralmente, a mesma dasplantas baixas.A fachada ou elevao uma vista ortogr-

    fica externa da obra. O objetivo de uma fachada , principal-

    mente, apresentar a proposta esttica do pro-jeto. Por isso, nos desenhos de fachadas no seadmite a diviso em duas ou mais partes, ou asupresso de pavimentos. O desenho deve serfeito sempre de forma completa, mesmo quepossua repeties.

    O conjunto de fachadas e a sua compo-sio plstica daro o carter e a fisionomiada edificao. Essa composio das fachadas feita atravs do tratamento dos planos, dassuperfcies, dos cheios e vazios, dos materiais,de sua textura e cor. Com esses elementos, oarquiteto trabalha e compe uma fachada,dando expresso final criao arquitetnica.

    Figura 45: Exemplo de como so geradas as fachadas de uma edificao.

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    57/61

    57

    Elementos representados nas Fachadas ou Elevaes

    Para a representao da fachada ou elevao necessrio observar:

    a.Na fachada no deve existir cotas (somente em alguns casos excepcionais);b.Pode-se indicar, atravs de setas, o tipo de material a ser empregado no revestimento. Exemplo: pintura, textura, cermica,

    pedra, etc.;c. Deve-se desenhar as paredes mais prximas do observador com trao largo contnuo;d.Deve-se desenhar as paredes ou partes mais distantes do observador com trao estreito;e.Ao contrrio do corte, na fachada so representados os detalhes das portas e janelas com trao estreito.

    As fachadas ou elevaes devero ter as seguintes informaes: - paredes em vista; - portas e janelas em vista (com detalhes); - hachuras indicando texturas (caso seja do seu interesse); - telhado e - linha de nvel externo.

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    58/61

    58

    5.4 Planta de Cobertura

    A planta de cobertura a representao da vistaortogrfica superior de uma edificao, ou vista areade seu telhado, acrescida de informaes sobre o es-

    coamento das guas pluviais.Representa no projeto a vista superior (vista decima) da edificao. Seu principal objetivo mostraro tipo, subdivises, direo e escoamento das guaspluviais na cobertura. Deve-se representar sempre o li-mite externo do telhado e, caso a edificao tenha bei-ral, ele tambm dever ser representado. Neste caso,o limite externo da edificao deve ser representadocom linha tracejada estreita. Caso a edificao possuaplatibanda, ela tambm dever ser representada.

    A largura do beiral deve ser cotada na planta de co-bertura, assim como as dimenses totais entre as pare-des externas da edificao. No desenho tambm deveser indicado o tipo de telha, o sentido da inclinaodo telhado (com uma seta) e o valor dessa inclinao.Caso existam condutores de guas pluviais, como ca-lhas, eles tambm devem ser representados. Em geral,para a planta de cobertura adotamos as escalas 1:100ou 1:200.

    Figura 46:Exemplo de uma planta de cobertura

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    59/61

    59

    5.5 Planta de implantao ou locao

    Na planta de locao ou implantao so representadas todas as informaes e elementos necessrios para se situar a edifica-o dentro do terreno. a representao da vista ortogrfica superior abrangendo o terreno e o seu interior, com a finalidade deidentificar o formato, as dimenses e a localizao da edificao dentro do terreno para o qual foi projetada.

    Na planta de implantao ou locao devem constar as se-guintes informaes:

    - curvas de nvel projetadas e existentes; - indicao da orientao geogrfica (norte); - indicao de vias de acesso, vias internas, estaciona-

    mentos, reas cobertas, taludes e vegetao; - permetro do terreno com suas cotas totais; - indicao dos limites externos da(s) edificao(es):

    recuos, afastamentos, forma, dimenso do terreno e da(s)

    edificao(es); - denominao das edificaes (quando houver mais de

    uma no terreno); - marcao de acessos, rampas e escadas externas.

    Figura 47:Exemplo de planta de implantao ou locao

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    60/61

    60

    5.6 Planta de situao

    Na planta de situao so representadas todas as informaes e elementos necessrios para se situar o ter-reno na rea da cidade onde ser construda a edificao. a vista ortogrfica superior esquemtica, com a fina-lidade de identificar o formato, as dimenses do lote e a amarrao do mesmo no quarteiro em que se localiza.

    Na planta de situao devem constar as seguintes informaes: - distncia do terreno at a esquina mais prxima; - nmero do lote ou da edificao existente ou que tenha existido; - curvas de nvel existentes ou projetadas; - indicao da orientao geogrfica (norte); - cotas gerais; - vias de acesso edificao, arruamento e logradouros vizinhos; - as escalas mais usuais so: 1:200, 1:250 e 1:500.

    Muitas vezes as plantasde situao e locao so

    desenhadas juntas, ou seja,em um mesmo desenho

    Figura 48:Exemplo de planta de situao

    Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico

  • 8/12/2019 Desenho-Tecnico e Arquitetnico

    61/61

    6. Referncias Bibliogrficas

    ABNT - Normas Tcnicas:

    NBR 8402 Execuo de caracteres para escrita em desenhos tcnicos

    NBR 10068 Folha de desenho Leiaute e dimenses

    NBR 8403 Aplicao de linhas em desenhos Tipos de linhas Largura de linhas

    NBR 8196 - Emprego de escala

    NBR 10.126 - Cotagem em desenho tcnico

    FORSETH, K. Projetos em Arquitetura. Hemus livraria, distribuidora e editora. 2004

    MONTENEGRO, G.A. - DESENHO ARQUITETNICO- SP - Ed. Edgard Blucher, 1978.

    REZENDE, A. S. E GRANZOTO, L. R. Apostila: Desenho Tcnico de Edificaes.UFRGS Universidade Federal do Rio Grande doSul. 2007.

    SHULER, D. e MUKAI, H. Apostila Desenho Tcnico.FAG Faculdade Assis Gurgacz, Cascavel PR, 2008.

    REIS, L. F. E BARRETO, E. M. Notas de aula Desenho Tcnico e Desenho Arquitetnico. UFV Universidade Federal de Viosa