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Desenho Técnico p Refrigeração e Climatização

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  • DESENHO TCNICO PARA

    REFRIGERAO E CLIMATIZAO

    Autores:

    Jesu Graciliano da Silva

    Gilson Jandir de Souza

    Srgio Pereira da Rocha

    1. Edio - 2014

  • Jesu Graciliano da Silva

    Gilson Jandir de Souza

    Srgio Pereira da Rocha

    Desenho Tcnico para Refrigerao e Climatizao

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob

    quaisquer meios existentes sem autorizao por escrito dos autores.

  • Autores:

    Gilson Jandir de Souza

    Formou-se no curso de mecnica industrial da antiga ETF-SC como projetista no ano de 1986,

    trabalhou em empresas exercendo o cargo de desenhista projetista. Paralelamente trabalhou em

    escritrio de projetos arquitetnicos. Em 1990 foi admitido como professor concursado para a

    rea de Refrigerao e Ar Condicionado, na Escola Tcnica Federal de Santa Catarina, para

    ministrar disciplinas de Desenho Tcnico, onde atua at hoje, alm do CAD. Em 1998 graduou-se

    pela UFSC no curso de Engenharia de Produo Mecnica. Em 2007 concluiu o curso de

    especializao em Gesto Pblica no Instituto Federal de Santa Catarina.

    Jesu Graciliano da Silva

    Na dcada de 80 trabalhou 6 anos como desenhista na rea de construo civil na cidade de

    Marlia-SP. Formou-se Engenheiro Mecnico pela Universidade Federal de Santa Catarina em

    1993. Em 1995 concluiu curso de especializao em Engenharia de Segurana do Trabalho pela

    UFSC e Curso de aperfeioamento na rea de gesto pblica - Escola de Governo pela UDESC. Concluiu mestrado na rea de cincias trmicas pela UFSC Engenharia Mecnica no ano de 1999. Desde 1993 professor efetivo do cmpus So Jos do Instituto Federal de Santa Catarina,

    onde ministra disciplinas nas reas de desenho tcnico, projetos de climatizao e refrigerao

    entre outras. tambm autor dos livros: Introduo Tecnologia da Refrigerao e da

    Climatizao Editora Artliber (2010) e Liderana tica e Servidora experincia concreta aplicada nos Institutos Federais Brasileiros Editora do IFSC (2014) e co-autor dos livros: Do Discurso Ao Editora Nova Letra (2007), Refrigerao e Ar Condicionado na Prtica (Amazon - 2014) e Instalao de Splits na Prtica (Amazon - 2014).

    Srgio Pereira da Rocha

    Engenheiro mecnico formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 1996, trabalhou na

    empresa Arclima (Salvador/Ba) at 1999, atuando no gerenciamento de diversas obras de mdio e

    grande portes. Em 1999 iniciou o mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),

    tendo concludo em 2001. Entre 2005 e 2007 foi professor do Centro Universitrio de Jaragu do

    Sul (UNERJ), onde lecionou disciplinas do curso de Engenharia Mecnica, tais como Refrigerao

    e Ar Condicionado, Mecnica dos Fluidos, Mquinas Trmicas e Termodinmica. No final de

    2007 finalizou o doutorado na UFSC na rea de cincias trmicas. No incio de 2008 foi admitido,

    como professor concursado, no Centro Federal de Educao Tecnolgica de Santa Catarina

    (CEFET-SC atual IFSC) para a rea de Mecnica, no Campus de Joinville. Desde 2009 leciona no Campus So Jos do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), na rea de Refrigerao e

    Climatizao, onde atua em diversas disciplinas como, por exemplo, Desenho Tcnico, Sistemas

    de Refrigerao Climatizao e Termodinmica.

  • Este texto foi escrito com o objetivo de compartilhar com os estudantes os princpios da

    rea de desenho tcnico aplicados refrigerao e climatizao.

    Agradecemos a nossas famlias e aos nossos alunos pelo incentivo permanente.

    Agradecemos tambm ao IFSC, aos colegas de trabalho e a todos nossos professores de desenho

    tcnico.

    Agradecemos ao estudante Isaac Alvim da Silva pelo apoio na digitalizao e na elaborao

    de parte das ilustraes.

    Caso alguma imagem no se apresente legvel no formato Kindle (formatao automtica),

    favor enviar uma mensagem para providenciarmos o envio via correio eletrnico.

    Sugestes e crticas so bem-vindas! Entre em contato com os autores: [email protected];

    [email protected] e [email protected].

  • SUMRIO:

    Apresentao

    1- Introduo rea de refrigerao e climatizao

    2- Conceitos bsicos em desenho tcnico

    3- Instrumentos utilizados em desenho tcnico

    4- Esboos a mo livre

    5- Caligrafia tcnica

    6- Formatos de papel e escalas utilizadas em desenho tcnico

    7- Escalas

    8- Desenhos em perspectiva

    9- Desenhos de vistas ortogonais

    10- Desenhos de planificao

    11- Cotagem em desenho tcnico

    12- Cortes em desenho tcnico

    13- Hachuras

    14- Desenhos para construo civil

    15- Desenhos para instalaes de climatizao

    16- Desenhos para instalaes de refrigerao

    Anexo 100 questes resolvidas

  • 7

    Apresentao O objetivo deste texto apresentar os fundamentos do desenho tcnico aplicados em projetos de sistemas de refrigerao e de climatizao.

    O desenho uma linguagem universal de comunicao e est presente o tempo todo em nossas vidas, desde a infncia. Aprendemos desenhar, antes mesmo de aprendermos a ler e escrever. Podemos

    afirmar que nenhum objeto de nosso uso dirio, tais como cadeiras e canetas so ou foram construdos sem

    a elaborao de um desenho prvio. O desenho tem sido utilizado para representar a realidade h milhares de anos. No sudoeste da

    Frana podem ser encontradas nas paredes das cavernas de Lascaux centenas de pinturas rupestres

    paleolticas com mais de 17 mil anos de idade. Elas consistem principalmente em imagens que representam

    a caa de animais que habitavam a regio na poca.

    Imagens de pinturas rupestres encontradas nas cavernas da Frana.

    A necessidade humana de comunicar suas ideias o que conectam esses desenhos primitivos aos

    mais avanados programas de desenho auxiliado pelo computador utilizado pelos tcnicos e engenheiros

    nos dias atuais. O primeiro registro do uso de um desenho com planta e elevao est includo no lbum de

    desenhos da livraria do Vaticano desenhado por Giuliano de Sangalo no ano de 1490. Em 1795, Gaspard

    Monge, publicou uma obra com o ttulo Geometrie Descriptive que a base da linguagem utilizada pelo desenho tcnico. No sculo XIX com a revoluo industrial, a Geometria Descritiva, foi universalizada e

    padronizada, passando a ser chamada de Desenho Tcnico. Podemos dizer que o desenho nasceu com o

    homem e evoluiu com o homem.

    Na sociedade do conhecimento, mesmo a inovao tecnolgica to necessria para o desenvolvimento dos pases, depende da apresentao de projetos detalhados para solicitao de registro de

    patentes. Na Figura a seguir ilustramos os desenhos apresentados pelo engenheiro alemo Karl Benz para

    solicitao da patente do primeiro automvel em 1886 e um dos desenhos apresentados pelo engenheiro americano W.H. Carrier para solicitao da patente do aparato para tratamento de ar em 1906.

    Desenhos das patentes originais do automvel e do ar condicionado.

    Mesmo aqueles que no atuaro diretamente como desenhistas tm necessidade de ler e interpretar

    desenhos. Esperamos que este texto contribua para que todos atinjam seus objetivos!

    Prof. Jesu Graciliano da Silva Prof. Gilson Jandir de Souza

    Prof. Srgio Pereira da Rocha

  • 8

    Introduo rea de refrigerao e climatizao

    A rea de refrigerao e climatizao no Brasil experimenta um crescimento muito superior

    ao crescimento do PIB brasileiro. No ano de 2013 cresceu 8%, totalizando um faturamento de 29

    bilhes de reais, segundo informaes publicadas pela ABRAVA Associao Brasileira de Refrigerao, Ar-condicionado, Ventilao e Aquecimento. Os motivos desse crescimento podem

    ser associados fora da construo civil, ao aumento de renda das camadas populares e a polticas

    de incentivo ao consumo empreendidas pelo governo federal.

    O crescimento no volume de vendas acompanhado por uma necessidade cada vez maior

    de profissionais qualificados nas reas de projetos, instalao e manuteno de sistemas de

    refrigerao e climatizao. Antes do incio de uma instalao de climatizao, por exemplo,

    necessria a avaliao das condies do ambiente a ser climatizado, o clculo da carga trmica, a

    seleo do equipamento, a interpretao de desenhos de arquitetura, a realizao de esboos

    mostrando o posicionamento das mquinas e das tubulaes de distribuio de ar. O desenho de

    instalaes de refrigerao e climatizao faz parte da rea de projetos, onde os conhecimentos

    especficos sobre ciclos e sistemas de refrigerao precisam ser associados aos conhecimentos da

    rea de desenho tcnico.

    Damos o nome de REFRIGERAO ao processo de remoo do calor de um meio, a

    partir da reduo da temperatura e da manuteno dessa condio por meios mecnicos ou

    naturais. Encontramos inmeras aplicaes para a refrigerao, sendo as principais na conservao

    de alimentos, no transporte, na produo industrial e na climatizao (Figura 1.1).

    Na segunda metade do sculo XVII os cientistas descobriram que organismos microscpios,

    presentes nos alimentos, multiplicavam-se rapidamente em temperaturas elevadas e, dessa forma,

    deterioravam os alimentos, porm, pareciam hibernar (dormir) sob temperaturas em torno de 10oC

    ou menores. Temperaturas mais baixas no matavam estes microorganismos, mas controlavam o

    seu crescimento.

    Figura 1.1 Ilustrao de uma cmara fria para conservao de alimentos.

    Assim, o alimento podia ser mantido em seu estado natural pelo uso do frio ao invs de

    preserv-lo atravs da defumao ou salgamento, tcnicas utilizadas at ento. O uso da

    refrigerao para esse fim estendeu-se para boa parte da populao mundial.

    A primeira descrio detalhada de um equipamento para produo de gelo foi patenteada por

    Jacob Perkins, em 1834. O primeiro equipamento real foi construdo por James Harrison (escocs),

    entre 1856 e 1857. Em 1862, em uma exibio internacional em Londres foi apresentada a

    primeira mquina de produzir gelo artificial

    Durante dcadas estes sistemas foram aperfeioados. Com a inveno dos motores eltricos

    foram desenvolvidos os primeiros refrigeradores para uso domstico, que passaram a ser vendidos

    na segunda dcada do sculo XX (Figura 1.2).

  • 9

    Figura 1.2 exposio de um refrigerador eltrico antigo.

    Os sistemas mais simples de refrigerao (Figura 1.3), que fazem parte de nossos

    refrigeradores domsticos, utilizam 4 componentes principais: compressor, evaporador,

    condensador e dispositivo de expanso. Esses componentes so interligados por uma tubulao

    por onde circula internamente um fluido refrigerante, que se evapora facilmente a baixas presses

    quando recebe calor. Ao passar pelo evaporador este fluido, inicialmente composto por uma

    mistura de vapor (~30%) e de lquido, retira calor do ambiente interno do refrigerador e se

    vaporiza. Esse vapor succionado pelo compressor. O compressor aumenta a presso impulsiona o

    fluido para o condensador, onde a energia retirada dos alimentos liberada para o meio ambiente.

    Nesse processo o fluido se condensa, transformando-se em lquido. A seguir o fluido passa por um

    dispositivo de expanso, onde a presso reduzida at a presso do evaporador. Nesse sistema

    temos dois nveis de presso: baixa e alta presso.

    Figura 1.3- Esquema de um ciclo de refrigerao

    A descoberta do ciclo de refrigerao e o desenvolvimento da mquina frigorfica abriram o

    caminho para o uso prtico do ar condicionado. O que pode ser considerado como o primeiro

    equipamento de ar condicionado foi patenteado em 1897, por Joseph McCreaty (Estados Unidos).

  • 10

    Seu sistema foi denominado lavador de ar (um sistema de resfriamento baseado no

    borrifamento de gua). O Dr. Willis Haviland Carrier (Estados Unidos) realizou com sucesso o

    controle de temperatura e umidade ao instalar, em 1906, um equipamento de ar condicionado em

    uma oficina grfica. Este equipamento era baseado no sistema de lavador de ar, que resfriou e

    saturou o ar at o ponto de orvalho.

    At o final da Segunda Guerra Mundial, o condicionamento de ar era utilizado

    principalmente em aplicaes industriais. Posteriormente, iniciou-se o desenvolvimento de

    sistemas visando ao conforto humano, conforme ilustrado na Figura 1.4.

    Figura 1.4- Foto antiga do uso dos primeiros aparelhos de ar condicionado nas residncias.

    Atualmente, o setor de refrigerao e ar condicionado ocupa um lugar de destaque na vida da

    civilizao. Pode-se utilizar os sistemas de refrigerao e climatizao para controle de poluentes

    numa sala limpa hospitalar, para congelamento rpido de produtos alimentcios, para

    armazenamento de frutas e verduras logo aps a colheita, para transporte areo, martimo e

    terrestre de alimentos congelados (Figura 1.5), para conforto residencial e automotivo, para

    produo de bebidas fermentadas entre outras aplicaes.

    COMPARTIMENTO REFRIGERADO

    SISTEMA DE REFRIGERAO

    Figura 1.5- Foto de um caminho utilizado no transporte de alimentos refrigerados.

    Tanto na refrigerao como no condicionamento de ar, tem sido crescente a preocupao em

    relao conservao de energia e, tambm, com a qualidade do ar interior. Nesse sentido, cada

    vez maior a adoo de equipamentos tecnologicamente mais avanados e de menor consumo, com

    a utilizao em massa da automao, possibilitando uma maior eficincia na distribuio do ar,

    ambientes mais limpos, economia de energia e maior controle do funcionamento dos

    equipamentos, mas, tambm exigindo dos profissionais conhecimentos bsicos de eletricidade e

    eletrnica e de projetos.

  • 11

    2 - Conceitos bsicos em desenho tcnico

    O desenho a arte de representar graficamente formas e ideias, sejam mo livre, com o uso

    de instrumentos apropriados, ou por meio de softwares especializados (CAD Computer Aidded Design). Desde os tempos mais remotos os desenhos foram utilizados como uma das primeiras

    formas de comunicao e de manifestao artstica da humanidade. Na Figura 2.1 ilustramos uma

    imagem antiga encontrada em tempo egpcio.

    Figura 2.1- Ilustrao de imagem encontrada em templo egpcio.

    O desenho tcnico uma forma de expresso grfica que tem por finalidade a

    representao de forma, dimenso e posio de objetos de acordo com as diferentes necessidades

    requeridas pelas diversas reas tcnicas. Utilizando-se de um conjunto de linhas, nmeros,

    smbolos e indicaes escritas normalizadas internacionalmente, o desenho tcnico definido

    como linguagem grfica universal da rea tcnica. Na Figura 2.2 ilustramos um desenho realizado

    mo livre (visor de lquido de um sistema de refrigerao) e outro com o auxlio de computador.

    Figura 2.2- Ilustraes de desenho: (a) feito mo livre; (b) assistido por computador.

    Podemos dividir o desenho tcnico em dois grandes grupos: DESENHO NO

    PROJETIVO, resultantes de grficos, diagramas, esquemas, fluxograma, organogramas, etc e

  • 12

    DESENHO PROJETIVO, resultantes de projees de objetos em um ou mais planos de projeo.

    Nesse grupo encontramos as vistas ortogrficas e as perspectivas.

    Como exemplo, na Figura 2.3 apresentamos uma planta baixa (desenho projetivo) e na

    Figura 2.4 apresentamos um diagrama de tubulaes industriais, classificado como desenho no

    projetivo.

    Figura 2.3- Ilustrao de um desenho projetivo.

    Figura 2.4 Ilustrao de desenho no projetivo fluxograma de refrigerao industrial.

    Um desenho tcnico possui diversos nveis de desenvolvimento. Um dos mais simples so

    os ESBOOS mo livre, que no tm uma escala definida mas respeita as propores. Temos

    ainda os DESENHOS PRELIMINARES, que so preliminares ao projeto e passveis de

    modificaes. Temos ainda o DESENHO DEFINITIVO, que corresponde soluo final do

    projeto para execuo; o DESENHO DE DETALHES, que so fundamentais para a produo e

    DESENHO DE CONJUNTO, que mostram os componentes e como eles se unem para formar o

  • 13

    todo. Na Figura 2.5 ilustramos um desenho de detalhes de um equipamento de climatizao. J na

    Figura 2.6 so mostrados os componentes internos de um compressor Bitzer.

    Figura 2.5 - Desenho de detalhes de um equipamento de climatizao.

    Figura 2.6 - Desenho dos componentes de um compressor Bitzer.

    http://www.friotech.com.br/pecasbitzer.html

  • 14

    A elaborao de desenhos tcnicos normalizada pela Associao Brasileira de Normas

    Tcnicas (ABNT). Os procedimentos para execuo de desenhos tcnicos aparecem em normas

    gerais que abordam desde a denominao e classificao dos desenhos at as formas de

    representao grfica. Na Tabela 2.1 apresentamos algumas normas mais importantes.

    Tabela 2.1 Normas para desenho tcnico. Norma Nome

    NBR 8403 Aplicao de linhas em desenho - Tipos de linha - Largura das linhas

    NBR 10582 Apresentao da folha para desenho tcnico

    NBR 10126 Cotagem em desenho tcnico

    NBR 10647 Desenho Tcnico

    NBR 13142 Desenho Tcnico - Dobramento de cpia

    NBR 13272 Desenho Tcnico - Elaborao das listas de itens

    NBR 8196 Desenho Tcnico - Emprego de Escalas

    NBR 13273 Desenho Tcnico - Referncia a itens

    NBR 14957 Desenho Tcnico - Representao de recartilhado

    NBR 14699 Desenho Tcnico - Representao de smbolos aplicados a tolerncias geomtricas -

    Propores e dimenses

    NBR 14611 Desenho Tcnico - Representao simplificada em estruturas metlicas

    NBR6493 Emprego de cores para identificao de tubulaes

    NBR 8402 Execuo de caracteres para escrita em desenho tcnico

    NBR 10068 Folha de desenho - leiaute e dimenses

    NBR 8404 Indicao do estado de superfcies em desenhos tcnicos

    NBR 10067 Princpios gerais de representao em desenho tcnico

    NBR 8993 Representao convencional de partes roscadas em desenhos tcnicos

    NBR 12298 Representao de rea de corte por meio de hachuras em desenho tcnico

    NBR 11534 Representao de engrenagem em desenho tcnico

    NBR 13104 Representao de entalhado em desenho tcnico

    NBR 11145 Representao de molas em desenho tcnico

    NBR 6492 Representao de projetos de arquitetura

    NBR 12288 Representao simplificada de furos de centro em desenho tcnico

    NBR 5444 Smbolos grficos para instalaes eltricas prediais

    NBR 6409 Tolerncias geomtricas - tolerncia de forma, orientao, posio e batimento - Generalidades, smbolos, definies e indicaes em desenho

    NBR10285 Vlvulas Industriais Terminologia

  • 15

    3- Instrumentos utilizados no desenho tcnico

    Nesse texto vamos tratar exclusivamente de desenhos elaborados sem apoio de um

    computador, onde so utilizados os seguintes instrumentos: lpis ou lapiseira, borracha macia,

    rgua graduada, escalmetro, jogo de esquadros de 45o e 60

    o e

    curva francesa. A seguir so

    apresentados mais detalhes de cada um deles.

    a) Lpis ou Lapiseira

    Os grafites dos lpis (ou lapiseiras) utilizados em desenho tm uma escala de dureza que

    recebe a classificao de duros: 8H 7H 6H 4H, mdios: 3H 2H H F HB B e moles: 2B 3B 4B 5B

    7B, que so os mais escuros, indicados para traos definitivos, conforme Tabela 3.1.

    Tabela 3.1 Tipos de traos e grafites recomendados.

    Traado (segmentos)

    Tipo / Tonalidade

    Grafite

    Dureza / Espessura Emprego

    Grosso contnuo e forte 0 Linhas definitivas e contornos

    Mdio contnuo mdio

    H 0,5

    Texturas (hachuras) e caligrafia

    Mdio tracejado mdio H 0,5 Linhas ocultas (invisveis) e imaginrias

    Fino, contnuo claro 2H 0,3 Linhas de construo (auxiliares) e cotas

    __ . __.__.__. __

    Fino, trao-ponto, claro 2H 0,3 Linhas de centro e simetria

    fundamental compreender a importncia do traado das linhas auxiliares em um desenho

    tcnico. Tal como os andaimes de um prdio, elas possibilitam que os erros sejam corrigidos antes

    do traado definitivo e mais escuro. Muitos desenhistas deixam as linhas auxiliares no desenho,

    uma vez que so linhas leves e no atrapalham o desenho final. Na Figura 3.1 ilustramos um

    esboo elaborado pelo grande desenhista Leonardo da Vinci, onde as linhas auxiliares so

    utilizadas.

    Figura 3.1- Ilustrao do uso das linhas auxiliares por Leonardo da Vinci.

  • 16

    b) Escalmetro

    O escalmetro tem formato triangular, o que permite a graduao de seis escalas diferentes.

    muito til para a elaborao e para a leitura de medidas em desenhos impressos em escalas: 1:20,

    1:25, 1:50, 1:75, 1:100 e 1:125.

    Figura 3.2- Ilustrao de um escalmetro.

    c) Compasso

    Durante mais de um sculo, o compasso foi o instrumento principal usado para o traado de

    circunferncias ou arcos, assim como para o transporte de medidas em desenho tcnico, ver Figura

    3.3.

    Figura 3.3 - Ilustrao de um compasso.

    d) Curva Francesa

    A curva francesa muito til para concordncia na elaborao de desenhos de planificaes, conforme ilustramos na Figura 3.4.

  • 17

    Figura 3.4 - Ilustrao de uma curva francesa para concordncia de linhas curvas.

    e) Esquadros

    Na Figura 3.5 ilustramos como usar um jogo de esquadros. Observe que utilizamos um

    esquadro fixo para deslizar o outro e traar linhas paralelas. Os esquadros mais comuns possuem

    ngulos de 45 30 / 60.

    Figura 3.5 - Ilustrao do uso de um jogo de esquadros.

    Mesmo na era das novas tecnologias ainda comum o uso destes instrumentos

    acompanhados de pranchetas, rgua T, rgua paralela e tecngrafos. Nas Figuras 3.6 e 3.7

    apresentamos ilustraes de um tecngrafo e de uma prancheta de desenho ainda utilizado por

    muitos desenhistas na atualidade.

  • 18

    Figura 3.6 - Ilustrao de um tecngrafo.

    Figura 3.7- Ilustrao do uso de uma prancheta.

  • 19

    4 Esboo a mo livre

    A habilidade de executar desenhos a mo livre essencial para qualquer tipo de projetista.

    No seu dia-a-dia ele necessita elaborar esboos de detalhes construtivos, peas, instalaes ou

    elementos que compe uma mquina. Um tcnico muitas vezes precisa comunicar por meio de

    esboos alteraes de uma instalao para a equipe de engenharia.

    H algumas dicas que podem ser utilizadas para desenvolvimento da habilidade de

    elaborao de esboos. A primeira delas o uso de linhas auxiliares, ou de construo, que so

    linhas finas e desenhadas com leve presso, o suficiente para serem vistas. Elas no fazem parte do

    desenho definitivo, mas auxiliam na construo. Aps a construo definitiva, as linhas de

    construo podem permanecer. Desta forma, minimizamos o uso da borracha. A segunda dica

    manter a proporo das partes desenhadas.

    Figura 4.1 Uso das linhas de construo.

    Para o desenvolvimento da habilidade do traado de esboos sugerimos que o leitor trace

    linhas horizontais, verticais e inclinadas, ligando pontos desenhados previamente em uma folha.

    Uma dica manter o olhar sobre o ponto de chegada.

    Figura 4.2 Tcnica para desenho de linhas horizontais a mo livre.

    Na Figura 4.3 ilustramos uma tcnica para desenho de esboos de curvas suaves a mo livre.

    Os pontos de construo auxiliam a obteno dos resultados finais.

  • 20

    Figura 4.3 Tcnica para desenho de linhas curvas a mo livre.

    Outro exerccio interessante completar desenhos que so simtricos. Iniciamos traando

    o seu eixo de simetria (trao-ponto), depois usamos linhas auxiliares perpendiculares ou eixo e

    sobre estas marcamos pontos espelhados, ou seja, pares de pontos um de cada lado do eixo, mas

    com a mesma distncia do mesmo, ver o exemplo na Figura 4.4 logo abaixo.

    Figura 4.4 Traado de linhas paralelas.

  • 21

    Exerccios de aprendizagem:

    1- Desenhe a parte de baixo do filtro secador a partir do espelhamento da figura de cima.

    2- Partindo das linhas de centro esquerda do desenho abaixo, complete o desenho do flange, conforme mostrado direita.

  • 22

    3- Complete a vlvula solenide a seguir, espelhando a parte esquerda.

    4- Reproduza o desenho da vlvula de expanso termosttica mo livre.

  • 23

    5 - Caligrafia tcnica

    Com o objetivo de manter a uniformidade e legibilidade dos desenhos, a norma NBR 8402

    fixou as caractersticas dos textos utilizados em um desenho tcnico. A norma apresenta detalhes

    tais como o formato dos caracteres e espessura das linhas. Sabemos que atualmente os desenhos

    finais so elaborados no computador, mas muitas vezes necessrio comunicar uma ideia de forma

    rpida quando estamos em uma obra. Um nmero compreendido de forma equivocada pode trazer

    grandes prejuzos. Para que o leitor desenvolva a habilidade de caligrafia tcnica sugerimos o

    treinamento dirio de meia hora por no mnimo 2 meses. Observe na Figura 5.1 algumas

    definies de alturas, distncias e larguras para a caligrafia tcnica.

    Figura 5.1 Dimenses usadas para a caligrafia tcnica.

    A seguir apresentamos algumas recomendaes para o desenvolvimento da habilidade de

    caligrafia tcnica:

    A escrita pode ser vertical como no exemplo ou inclinada em um ngulo de 75o (itlico).

    Deve-se observar a proporo e inclinao das letras mostradas na figura abaixo.

    Recomendam-se os sentidos, mostrados na Figura 5.2, para traar com firmeza as letras, sendo que para os canhotos o sentido pode ser o inverso.

    Ao fazer desenho com o auxlio do computador, como, por exemplo, o Auto-CAD, o estilo de letra que satisfaz a norma o ISOCPEUR.

    Figura 5.2 Propores e sentido de escrita na caligrafia tcnica.

  • 24

    Exerccios de aprendizagem:

    1 - Reproduza as letras e nmeros a seguir em uma folha de papel A4 inicialmente com linhas e

    posteriormente sem as linhas.

    2- Reproduza as letras:

    A A A

    B B B

    C C C

    D D D

    E E E

    F F F

    G G G

    H H H

    I I I

    J J J

    K K K

    L L L

    M M M

    N N N

    O O O

    P P P

    Q Q Q

    R R R

  • 25

    S S S

    T T T

    U U U

    V V V

    W W W

    X X X

    Y Y Y

    Z Z Z

    e e e

    f f f

    g g g

    h h h

    i i i

    j j j

    k k k

    l l l

    m m m

    n n n

    o o o

    p p p

    q q q

    r r r

    s s s

    t t t

    u u u

    v v v

    w w w

    x x x

  • 26

    y y y

    z z z

    1 1 1

    2 2 2

    3 3 3

    4 4 4

    5 5 5

    6 6 6

    7 7 7

    8 8 8

    9 9 9

    1 1 1

    2 2 2

    3 3 3

    4 4 4

    5 5 5

    6 6 6

    7 7 7

    8 8 8

    9 9 9

    1 1 1

    2 2 2

    3 3 3

    4 4 4

    5 5 5

    6 6 6

    7 7 7

    8 8 8

    9 9 9

    Nossa sugesto que o leitor preencha diariamente uma folha de papel A4 durante o

    perodo de 2 meses, quando j possvel perceber os resultados da mudana da qualidade da

    caligrafia tcnica.

  • 27

    6 - Formatos de papel e escalas utilizadas em desenho tcnico

    Em desenho tcnico utilizamos diversos formatos de papel. Os mais conhecidos so os

    formatos A4 e A3, conforme ilustrado na Figura 6.1.

    Figura 6.1 Tamanho do papel com margem e legenda.

    Figura 6.2 Obteno dos diferentes formatos de papel.

    A legenda ou selos de desenhos comuns, ver Figura 6.3, deve ficar no canto inferior direito

    nos formatos A0, A1, A2, A3, ou ao longo da largura da folha de desenho no formato A4. J as

    legendas nos desenhos industriais variam de acordo com as necessidades internas de cada empresa,

    mas devem conter, obrigatoriamente: Nome da repartio, firma ou empresa; Ttulo do desenho;

    Escala; Nmero do desenho; Datas e assinaturas dos responsveis pela execuo, verificao e

    aprovao; Nmero da pea, quantidade, denominao, material e dimenso em bruto.

  • 28

    Figura 6.3 - Ilustrao de uma legenda para desenho.

    Ao imprimir um desenho, a folha deve conter margens externa, com linha fina onde ser

    recortadas a folha, e margens internas com linha mais grossa. A margem da esquerda maior para

    possibilitar a fixao em pastas de projetos. Logicamente, quando usamos uma folha A4 para

    imprimir um desenho em impressora comum, a margem externa no ser impressa, pois a rea de

    plotagem da impressora sempre menor do que a folha A4. Neste caso a margem externa coincide

    com a borda da folha.

    A correta dobragem de um projeto tambm fundamental aps a plotagem. Na Figura 6.4

    ilustramos a forma de se proceder a dobragem de um desenho.

    Figura 6.4 Procedimento para dobra de desenho e formato A4.

  • 29

    7 - Escalas

    As escalas permitem que representemos a natureza em tamanho reduzido. No Egito Antigo

    j eram construdos mapas detalhados utilizando-se de tcnicas de proporcionalidade. Uma escala

    possibilita que a realidade seja representada de forma proporcional e que o desenho se adapte s

    dimenses do papel que temos disponvel.

    Em desenho tcnico, a escala indica a relao do tamanho do desenho da pea com o

    tamanho real da pea. A escala permite representar, no papel, peas de qualquer tamanho real.

    Nos desenhos em escala, as medidas lineares do objeto real ou so mantidas, ou ento so

    aumentadas ou reduzidas proporcionalmente, porm as formas dos objetos reais so mantidas.

    Como consequncias disso, as dimenses angulares do objeto permanecem inalteradas. Vejamos

    um exemplo.

    Observando a Figura 7.1, as medidas dos lados do quadrado B foram reduzidas

    proporcionalmente em relao s medidas dos lados do quadrado A. Cada lado de B uma vez

    menor que cada lado correspondente do quadrado A, ou seja, o quadrado B sofreu uma reduo em

    relao ao quadrado A. De forma contrria, os lados do quadrado C foram aumentados

    proporcionalmente, em relao aos lados do quadrado A. Cada lado de C igual a duas vezes cada

    lado correspondente do quadrado A, o que indica que o quadrado C sofreu uma ampliao em

    relao ao quadrado A. Note que as trs figuras apresentam medidas dos lados proporcionais e

    ngulos iguais. Ento, podemos dizer que as figuras B e C esto representadas em escala em

    relao figura A.

    Figura 7.1 - Escalas em desenho tcnico.

    Diante do exposto acima, fica evidente que as escalas podem ser classificadas como

    escalas: de reduo, de ampliao e natural.

    A escala natural aquela em que o tamanho do desenho tcnico igual ao tamanho real da

    pea. Nesse caso diz-se que a escala 1:1 (l-se 1 para 1).

    A escala de reduo aquela em que o tamanho do desenho tcnico menor que o

    tamanho real da pea. Vejamos, por exemplo, um desenho tcnico em que suas medidas grficas

    so vinte vezes menores que as suas medidas reais correspondentes. Logo, diz-se que a escala

    1:20 (l-se 1 para 20).

    A escala de ampliao aquela em que o tamanho do desenho tcnico maior que o

    tamanho real da pea. Vejamos, por exemplo, o desenho tcnico de uma agulha de injeo em

  • 30

    escala de ampliao. As dimenses deste desenho so duas vezes maiores que as dimenses

    correspondentes da agulha de injeo real. Este desenho foi feito, portanto, na escala 2:1 (l-se

    dois para um).

    Uma escala construda a partir de uma relao entre a medida grfica (D) do desenho e a

    sua medida natural (N), conforme normatizado pela norma NBR 8196. Como exemplo, imagine

    um terreno que mede 12m x 30m (distncia natural = N), que foi desenhado em uma folha de papel

    A4. Optou-se em representar o retngulo representativo do terreno a partir de uma figura de

    medidas 12cm x 30cm. Nesse caso, cada 100 cm real foi representado por 1 cm no desenho.

    Chamamos essa escala de 1:100 (1 para 100). As escalas 1:100, 1:50, 1:25, 1:20 so muito comuns

    na rea de projetos de refrigerao e ar condicionado e, como visto, anteriormente so escalas de

    reduo. Na Tabela 7.1 ilustramos algumas escalas comuns.

    Tabela 7.1 - Escalas mais comuns em desenho tcnico.

    Escala de

    Ampliao

    2:1 5:1 10:1

    20:1 50:1 100:1

    Escala Natural 1:1

    Escala de

    Reduo

    1:2 1:5 1:10

    1:20 1:50 1:100

    1:200 1:500 1:1000

    1:2000 1:5000 1:10000

    Todo desenho no papel deve indicar a escala utilizada na legenda. Caso em uma mesma

    folha sejam representados desenhos em escalas diferentes devemos indicar a escala abaixo de cada

    um deles. Apesar de muitos desenhos terem a indicao de suas escalas importante ter cuidado

    para no se medir diretamente com o escalmetro, at que se tenha certeza de que o desenho est

    impresso na escala indicada.

    Como exemplo, se uma linha de 24 cm representa uma terreno com dimenso real de 1200

    cm, tem-se uma escala de 1 para 50.

    Para ampliao, o leitor deve fazer: Desenho = Real x escala. Exemplo: Se um parafuso

    tem dimetro de 10mm dever ser representado na escala 5 para 1 por um circulo de 50mm de

    dimetro, ou seja: 50 = 10 x 5.

  • 31

    Exerccios de aprendizagem:

    1 - Desenhe a planta em miniatura na escala 2:1 (ampliao).

    2 - Complete a tabela a seguir *:

    3- Uma casa de formato retangular e medidas reais de 8m de largura por 12m de comprimento

    seria representado por retngulos de quantos centmetros na escala 1:50 e 1:20 ? *

    * As respostas esto disponibilizadas no Anexo.

  • 32

    8- Desenhos em perspectiva

    Desenho em perspectiva a tcnica de representao de um objeto real em suas trs

    dimenses no plano bidimensional.

    Atualmente h diversos programas especializados na construo de perspectivas na rea de

    refrigerao e ar condicionado, arquitetura, mecnica entre outras. A habilidade de traar uma

    perspectiva importante para tcnicos e engenheiros no desenvolvendo das primeiras ideias de um

    projeto. Alm disso, a comunicao de uma idia tcnica para um leigo se torna mais fcil por

    meio de um desenho em perspectiva.

    Como visto em esboos mo livre, o traado inicial de um desenho deve ser bem leve

    para possibilitar correes de eventuais erros. Estas correes devem ser feitas com traos firmes e

    ntidos com presso moderada, ver Figura 8.1.

    Figura 8.1- Uso de linhas de construo.

    Muitas vezes devemos fazer um esboo de um detalhe construtivo de uma obra. Para isso

    podemos fazer uso de uma perspectiva realstica. Para projetos completos, atualmente existem

    programas sofisticados tais como Arqui 3D (http://www.grapho.com.br/arqui3d/arqui3d.htm), o

    software Sketchup (http://www.sketchup.com/pt-BR) entre outros, que facilitam muito o trabalho

    dos projetistas.

    Nas Figuras 8.2 e 8.3 ilustramos perspectivas construdas pelo mtodo de pontos de fuga. A

    primeira foi construda com 1 ponto de fuga e a segunda foi construda com 2 pontos de fuga.

    Ponto de fuga o ponto onde convergem as linhas do desenho.

    Figura 8.2 Desenho em perspectiva com um ponto de fuga.

  • 33

    Figura 8.3 Desenho em perspectiva construda com 2 pontos de fuga.

    J o desenho da Figura 8.4 foi construdo a partir do programa Sketchup. A grande

    vantagem que nesse caso o desenho pode ser girado para mostrar os diferentes ngulos

    construtivos.

    Figura 8.4 Desenho em perspectiva construda no software Sketchup

    Cortesia de Jlia Cidade de Souza

    Considerando-se efeitos ticos, a perspectiva de um objeto definida pela interseo dos

    raios visuais com a superfcie, denominado quadro, onde se pretende desenhar a imagem (plano de

    verdadeira grandeza), ver Figura 8.5. Os princpios da viso aplicam-se exatamente operao

    geomtrica de projeo, cujo centro o olho do observador. J os raios projetantes correspondem

    aos raios visuais e a projeo no quadro entre observador e objeto a perspectiva do objeto.

  • 34

    Figura 8.5- Projeo do objeto em um plano de referncia.

    Esse princpio foi mostrado no ano de 1525 por Albrecht Durer (Figura 8.6).

    Figura 8.6- Mquina de perspectiva de Albrecht Drer (1525)

    Na Figura 8.7 apresentamos os tipos mais comuns de perspectivas. Em desenhos de

    refrigerao e climatizao trabalhamos com a perspectiva isomtrica.

    Figura 8.7 - Tipos mais comuns de perspectivas.

    Quando olhamos para um objeto, temos a sensao de profundidade e relevo. As partes que

    esto mais prximas de ns parecem maiores e as partes mais distantes aparentam ser menores. A

    fotografia mostra um objeto do mesmo modo como ele visto pelo olho humano, pois transmite a

    ideia de trs dimenses: comprimento, largura e altura. O desenho, para transmitir essa mesma

    ideia, precisa recorrer a um modo especial de representao grfica: a perspectiva isomtrica. Ela

    mantm as mesmas propores do comprimento, da largura e da altura do objeto representado.

  • 35

    As arestas OX, OY, OZ da Figura 8.8 so chamadas Eixos Isomtricos e fazendo entre si

    ngulos iguais de 120. Qualquer linha paralela aos trs eixos isomtricos denominada linha

    isomtrica. Para elaborarmos um desenho isomtrico importante traarmos uma linha base

    conforme ilustrado na parte direita da Figura 8.8. Na Figura 8.9 ilustramos um desenho de um

    equipamento em perspectiva isomtrica.

    Figura 8.8 Eixos Isomtricos da perspectiva isomtrica.

    Figura 8.9 Exemplo de desenho isomtrico.

    As linhas no paralelas aos eixos isomtricos so chamadas linhas no isomtricas.

  • 36

    Figura 8.10 Desenho de vista isomtrica.

    Para facilitar a elaborao de perspectivas mais complexas sugerimos ao leitor que no

    tenha experincia em desenho, que comece com figuras geomtricas mais simples e v avanando

    conforme sua habilidade manual for se desenvolvendo.

    As perspectivas isomtricas so muito utilizadas para representao de tubulaes de

    refrigerao, conforme ilustrado na Figura 8.11.

    Figura 8.11- Ilustrao de conjunto de tubulaes.

    Na Figura 8.12 mostramos a perspectiva isomtrica de um fan-coil vertical utilizado em

    sistemas de climatizao do tipo expanso indireta.

  • 37

    Figura 8.12- Ilustrao de um fan-coil vertical.

    Figura 8.13- Ilustrao de uma perspectiva isomtrica e de uma vista de um resfriador.

  • 38

    Exerccios de aplicao:

    1 Reproduza a perspectiva representada abaixo utilizando dois pontos de fuga indicados.

    2- Reproduza a perspectiva isomtrica da derivao do duto de climatizao:

    3- Desenhe a cmara fria a seguir utilizando a tcnica de perspectiva isomtrica:

  • 39

    4- Refaa o desenho da tubulao industrial a seguir:

    5- Redesenhe a perspectiva isomtrica da pea indicada abaixo:

  • 40

    9 Desenhos de vistas ortogonais

    A projeo de vistas ortogonais surgiu a partir do desenvolvimento da geometria descritiva,

    quando o matemtico Gaspard Monge, militar francs que no incio do sculo VIII criou um

    mtodo grfico para representao espacial revolucionando o estudo da geometria e dando origem

    ao desenho atravs de vistas: o desenho tcnico (Figura 9.1).

    Figura 9.1 Ilustrao da representao de uma linha em pura

    Da mesma forma que a linguagem escrita exige alfabetizao, a execuo e a interpretao

    da linguagem grfica do desenho tcnico exige treinamento especfico, porque so utilizadas

    figuras planas (bidimensionais) para representar formas espaciais.

    Na Figura 9.2 ilustramos como uma pea representada por meio de 3 projees

    ortogonais nos planos de projeo.

    Figura 9.2 Ilustrao da forma de obteno das vistas ortogonais.

  • 41

    Da mesma forma as peas representadas nas Figuras 9.3 e 9.4 so representadas por meio

    de suas vistas ortogonais.

    Figura 9.3 Perspectiva e vistas ortogonais de uma pea.

    Figura 9.4 - Perspectiva e vistas ortogonais de uma pea.

    Conhecendo-se a metodologia utilizada para elaborao do desenho bidimensional

    possvel entender e conceber mentalmente a forma espacial representada na figura plana. Na

    prtica pode-se dizer que, para interpretar um desenho tcnico, necessrio enxergar o que no

    visvel e a capacidade de entender uma forma espacial a partir de uma figura plana, chamada viso

    espacial. Por exemplo, fechando os olhos pode-se ter o sentimento da forma espacial de um copo,

    de um determinado carro, da sua casa etc. Ou seja, a viso espacial permite a percepo (o

    entendimento) de formas espaciais, sem estarmos vendo fisicamente os objetos. Para representao

    das vistas ortogonais temos que observar a posio do observador em relao ao plano de projeo,

    conforme ilustramos na Figura 9.5.

  • 42

    Figura 9.5- Posio do observador em relao ao plano de projeo.

    Na Figura 9.5 podemos observar alguns conceitos bsicos de projees. So elas:

    a) Centro de projeo: corresponde posio do observador;

    b) Objeto a ser observado: pea em 3D em perspectiva;

    c) Raios projetantes: corresponde s linhas que ligam as projees nos planos PV, PH e PP;

    d) Planos PV, PH e PP: so os planos onde se representada as projees da pea;

    e) Projees do objeto: figuras bidimensionais nos planos.

    Na Figura 9.6 ilustramos a forma de obteno de uma projeo de um objeto em um plano

    paralelo.

    Figura 9.6- Ilustrao da projeo ortogonal vista frontal

    Quando desenhamos figuras geomtricas planas todos os seus pontos podem ser descritos

    (posicionados) usando-se duas coordenadas X e Y no plano cartesiano (Figura 9.7).

  • 43

    Figura 9.7- Representao de um ponto no plano cartesiano.

    Quando o ponto no estiver posicionado sobre um determinado plano, mas sim

    posicionado no espao, temos a situao representada na Figura 9.8. Aps a projeo devemos

    fazer o REBATIMENTO DOS PLANOS de perfil e horizontal (planificao). a partir deste

    momento que nos valemos da geometria descritiva. Ou seja, os trs planos so rebatidos e

    representados em um nico plano. Este processo chamado de Rebatimento de Planos.

    Figura 9.8- Representao da projeo de um ponto P nos planos de projeo.

    Podemos dividir um ngulo de 360 graus em 4 ngulos de 90 graus chamados de diedros.

    Eles so numerados no sentido anti-horrio e denominados de 1o, 2

    o, 3

    o e 4

    o diedros.

    Compreendemos que a representao no primeiro diedro se mostra mais conveniente para o

    desenho tcnico, mas h autores, normalmente dos Estados Unidos da Amrica, que adotam

    representao no 3 diedro.

    De acordo com sua posio, relativa aos planos de projeo, o segmento de reta recebe um

    nome. Nas Figuras 9.9 e 9.10 representamos um cubo. Nele podemos visualizar vrios segmentos:

    Horizontal ou de nvel segmento BD; Frontal ou de frente segmento BC; Fronto-horizontal ou paralela linha; de terra segmento AB; Vertical segmento AC; De topo ou de ponta segmento AD; De perfil segmento DC; Qualquer segmento BE (passando pelo interior do cubo).

  • 44

    Figura 9.9- Ilustrao de representao de linhas no 1 diedro.

    Cada tipo de segmento ao projetar-se num plano de projeo sua projeo poder ser: um

    segmento de mesmo tamanho, quando est paralelo ao plano de projeo; um segmento de

    tamanho reduzido, quando est inclinado com relao ao plano de projeo ou apenas um ponto,

    quando est perpendicular ao plano de projeo. Para facilitar o entendimento a projeo no plano

    frontal acompanhada do nmero 1, as no plano horizontal pelo nmero 2 e as no plano de perfil

    pelo nmero 3.

    Figura 9.10 Ilustrao das projees obtidas.

    Um plano pode ser representado por, no mnimo, trs pontos e pode ocupar vrias posies

    espaciais relativas aos trs planos de projeo. De acordo com sua posio relativa aos planos de

    projeo recebem nomes diferentes. Na Figura 9.10 podemos identificar cada uma das faces do

    cubo: Horizontal ABCD, De perfil ADEF e Frontal ABGF.

  • 45

    Figura 9.11- Ilustrao de um cubo representado no 1 diedro.

    Representamos na Figura 9.12 as representaes do objeto (cubo) nos planos horizontal,

    frontal e de perfil.

    Figura 9.12 Representao das projees do cubo.

    Na Figura 9.13 possvel visualizar outro exemplo de obteno das projees de um objeto.

  • 46

    De topo - CBEF

    P.P.

    B

    FB

    C

    P.F.

    P.H.

    F

    E

    C

    E

    CE

    E F

    C B

    BF

    F G

    D

    F

    C

    G

    D C D C

    F GD

    P.F.

    F

    P.H.

    G

    P.P.

    C

    De rampa - DCGF

    Figura 9.13 Projees de objetos no plano.

    Conclumos que para cada tipo de segmento projetado no plano podemos ter: 1 - um

    segmento de reta, quando est perpendicular ao plano de projeo; 2 - um segmento de plano com

    a mesma forma, porm de tamanho reduzido, quando est inclinado com relao ao plano de

    projeo; 3 - um segmento de plano com o mesmo tamanho, quando est paralelo ao plano de

    projeo.

    Como os slidos so constitudos de vrias superfcies, as projees ortogonais so

    utilizadas para representar as formas tridimensionais atravs de figuras planas. Na prtica

    usaremos um nmero de vistas que seja suficiente para representar a pea. Na Figura 9.14

    observamos que os 3 objetos possuem a mesma projeo no plano vertical. Por isso fundamental

    tambm a representao no plano horizontal para diferenci-las.

    Figura 9.14- Projees no plano vertical e horizontal.

  • 47

    Tambm comum que as trs vistas sejam apresentadas para que o desenhista elabore a

    perspectiva. Para os iniciantes, esta atividade um desafio e muito til para desenvolver um

    raciocnio lgico e tridimensional. Nas Figuras 9.15 e 9.16 ilustramos as vistas ortogonais para

    que o leitor elabore as perspectivas isomtricas. As respostas so mostradas no Anexo.

    Figura 9.15 Vistas ortogonais para elaborao da perspectiva da pea.

    Figura 9.16 Vistas ortogonais para elaborao da perspectiva da pea.

  • 48

    Como vimos na Figura 9.12, a indexao de nmeros ou letras facilita a construo das

    projees ortogonais e, tambm, exercitam o raciocnio lgico. Nas Figuras 9.17 e 9.18 temos

    exemplos do uso destas indexaes.

    Figura 9.17- Representao das trs vistas ortogonais de uma pea.

    Figura 9.18- Projeo das vistas ortogonais de uma pea com chanfro.

    Na Figura 9.19 mostramos a representao de uma linha tracejada na vista lateral e na vista

    superior. Isso acontece porque as duas arestas esto ocultas da viso do observador. As linhas

    tracejadas so constitudas de pequenos traos de comprimento uniforme, espaados de um tero

    de seu comprimento e levemente mais finas que as linhas cheias.

    Figura 9.19- Linhas tracejadas nas arestas ocultas.

  • 49

    Peas de formato cilndrico so muito comuns na rea de refrigerao e climatizao e

    precisam ser representados de forma correta nas vistas ortogonais. Para estes tipos de peas surge a

    necessidade do uso das linhas de centro e de simetria, sempre que tiverem superfcies curvas. Estas

    linhas so compostas de traos e pontos que denominada linha de centro. As linhas de centro so

    usadas para indicar os eixos em corpos de rotao e tambm para assinalar formas simtricas

    secundrias. As linhas de centro so representadas por traos finos separados por pontos (o

    comprimento do trao da linha de centro deve ser de trs a quatro vezes maiores que o trao da

    linha tracejada). a partir da linha de centro que se faz localizao de furos, rasgos e partes

    cilndricas. Na Figura 9.20 ilustrado um exemplo de aplicao da linha de centro.

    Figura 9.20 - Representao correta das projees de um cilindro.

    Como regra para representao, pode-se dizer que, quando no houver arestas, uma

    superfcie curva gera linha na projeo resultante quando o raio da curva for perpendicular ao

    sentido de observao (A). Se houver interseo da superfcie curva com qualquer outra superfcie,

    haver aresta resultante, onde tem interseo tem canto (aresta) e onde tem canto na pea, tem

    linha na projeo ortogonal.

    Lembre-se tambm que a representao de:

    arestas e contornos visveis deve ser executada com linha contnua grossa;

    de arestas e contornos invisveis deve ser executada com linha tracejada mdia;

    de eixos (de sistema, centros de furo, eixos, engrenagens e raios de arredondamento) deve ser executada com linha fina trao ponto.

    Para mais informaes sobre projees ortogonais, acesse os vdeos disponveis nos links:

    http://www.ufrgs.br/napead/repositorio/objetos/edital18/croquis/cava.html

    http://www.youtube.com/watch?v=sDF0M3_T99M

    http://www.youtube.com/watch?v=OQxqcLgjTkY

    http://www.youtube.com/watch?v=XS7xsdeLYlg

  • 50

    Exerccios de aprendizagem:

    1) Desenhe as trs vistas ortogonais a partir das perspectivas dadas.

  • 51

    10- Desenhos de planificao

    Planificao o processo empregado para transformar em superfcie plana, peas,

    reservatrios, unies de tubulaes e de dutos para sistemas de ventilao e condicionamento de

    ar, normalmente feitos em chapas. Na Figura 10.1 podemos visualizar a planificao de um prisma

    retangular.

    Figura 10.1- Planificao de um prisma.

    Na Figura 10.2 ilustramos a planificao de um tronco de pirmide. Esta pea semelhante

    s coifas utilizadas em sistemas de exausto.

    Figura 10.2 Planificao de um tronco de pirmide

  • 52

    Figura 10.3 Planificao de uma coifa.

    Figura 10.4 Planificao de uma coifa.

    Figura 10.5 Transformao retangular para circular.

  • 53

    Figura 10.6 Transformao retangular para circular.

    Figura 10.7 Planificao de um prisma de base triangular

    As transies podem ser cotovelos, curvas, redutores, colares, conexes flexveis e

    combinaes variadas. Alguns tipos podem ser vistos na Figura 10.8 a seguir. Na internet h

    diversas videoaulas sobre o assunto: https://www.youtube.com/watch?v=lykqNDPDXA4.

    Figura 10.8- Algumas transformaes comuns em dutos.

  • 54

    Exerccios de Aprendizagem:

    1- Faa o desenho de planificao do conjunto de dutos e acessrios abaixo. Calcule a quantidade de chapas necessrias para a construo. Cada chapa tem formato 1m x 2m.

    2- Calcule a rea de chapas necessria para construo dos dutos representados a seguir. Seja

    AB=4m, BC = 5m, BD = 3m e DE = 3m.

  • 55

    11 Cotagem em desenho tcnico

    Algumas regras gerais so descritas a seguir: a distncia entre uma linha de cota e a linha de

    desenho dever ser sempre de 7mm, assim como a distancia entre uma linha de cota e outra. A

    linha de extenso dever ultrapassar a linha de cota em 3mm, no devendo tocar o contorno do

    desenho. A cota dever situar-se sempre acima da linha de cota, quando esta estiver na horizontal.

    Se a linha de cota estiver na posio vertical, a cota dever situar-se esquerda da mesma (Figura

    11.1).

    Figura 11.1 Indicaes sobre cotagem.

    As setas que findam as linhas de cota devero, obrigatoriamente, tocar as linhas de

    extenso, ser bem delgadas e possuir um comprimento aproximado de 3mm. As cotas maiores

    devero ser colocadas por fora das menores, evitando-se cruzamento de linhas. A cotagem dever

    ser feita preferencialmente, fora da vista, no sendo errado, porm, em certos casos, cotar-se

    internamente. A localizao de detalhes circulares ser sempre feita em funo do centro do

    detalhe, funcionando neste caso, a linha de centro como linha de extenso. A linha de extenso, se

    necessrio for, poder ser substituda tambm pela linha de contorno visvel da vista, o que no

    poder ser feito com a linha de cota. A linha de centro, quando usada como linha de extenso, deve

    continuar como linha de centro at a linha de contorno do objeto. As circunferncias so cotadas

    pelos dimetros, conforme exemplos abaixo (Figura 11.2).

    Figura 11.2 - Exemplo de cotagem.

    Para a cotagem de raios, dever ser utilizada uma das formas abaixo. Se o centro do arco

    estiver indicado, poder ser omitida a letra R.

    Figura 11.3- Exemplo de cotagem.

  • 56

    Quando a forma do elemento cotado estiver claramente definida, os smbolos podem ser

    omitidos, conforme mostramos na Figura 11.4.

    Figura 11.4- Tcnica de cotagem.

    Figura 11.5- Tcnica de cotagem.

    Figura 11.6- Tcnica de cotagem.

  • 57

    12- Cortes em desenho tcnico

    Os cortes so utilizados para representar de modo claro, os detalhes internos das peas ou

    de conjuntos. Em desenhos de conjunto ressaltam a posio das peas que o constituem. Alm de

    indicarem o material de que feita a pea ou peas, facilitam a colocao de cotas internas

    (Figuras 12.1 a 12.3).

    Figura 12.1- Representao da obteno de cortes em uma pea.

    Figura 12.2- Representao do corte transversal em um duto de climatizao.

    .

    Figura 12.3- Representao da obteno de um corte.

    Para mais informaes sugerimos que o leitor assista os vdeos sobre cortes e planos de

    projeo disponveis nos links: https://www.youtube.com/watch?v=9bCFkJylZKk https://www.youtube.com/watch?v=3CKfQmXbk_A

  • 58

    13- Hachuras

    Hachura significa textura. Sua finalidade indicar as partes macias, evidenciando as reas

    de corte.

    Figura 13.1- Indicao de hachura.

    As hachuras so constitudas de linhas finas, podendo ser de cor diferente do contorno,

    eqidistantes, e traadas a 45 em relao aos contornos ou aos eixos de simetria da pea. O

    espaamento entre as hachuras dever variar com o tamanho da rea a ser hachurada. Quando a

    rea a ser hachurada for muito grande, pode-se colocar as hachuras acompanhando o contorno da

    pea.

    Figura 13.2 Uso de hachuras.

    As hachuras de peas com espessura muito pequena, peas delgadas so representadas em

    preto, com filetes brancos separando as partes contguas, conforme mostram as figuras seguintes.

    Desenhos de engrenagem, chavetas, rebites e nervuras, quando seus eixos longitudinais

    estiverem no plano de corte, no sero cortados, portanto, no sero hachurados. Nas vistas em

    corte no se deve colocar linhas tracejadas. As arestas invisveis que esto situadas alm do plano

    de corte s devem ser representadas se forem necessrias compreenso da pea. A disposio das

    vistas em corte deve seguir a mesma disposio das vistas principais. Em peas simples, nas quais

    seja bvia a localizao da posio do plano de corte, pode ser dispensado o desenho da linha de

    corte.

    Quando o corte da pea for constitudo de planos secantes paralelos, as hachuras devem ter

    a mesma direo, porm, sero deslocadas para distinguir os planos de corte. A seguir ilustramos

    algumas hachuras recomendadas (Figura 13.3).

  • 59

    Figura 13.3- Uso de hachuras

    Na Figura 13.4 ilustramos o uso de hachuras para diferenciao dos materiais que

    compem uma pea metlica.

    Figura 13.4- Aplicao de hachuras no desenho tcnico.

    Figura 13.5- Aplicao de hachuras no desenho tcnico.

  • 60

    14- Desenhos para construo civil

    A linguagem de desenho tcnico que apresentamos nos captulos anteriores pode ser

    aplicada na rea de construo civil para elaborao de projetos arquitetnicos (plantas baixas,

    fachadas, cortes, etc) e para projetos para execuo de instalaes hidro-sanitrias, de eletricidade

    predial entre outros. Como exemplo, na Figura 14.1 ilustramos como seriam desenhadas as

    projees de uma casa simples no primeiro diedro.

    Figura 14.1- Ilustrao da obteno das vistas de um projeto arquitetnico

    Antes de apresentar alguns desenhos mais comuns utilizados na construo civil vamos

    definir alguns termos tcnicos: PEITORIL a altura do cho ao incio da janela; P-DIREITO a

    medida entre o cho e a laje; CUMEEIRA a linha mais alta de um telhado; PLANTA BAIXA

    a projeo obtida quando a parte superior de uma casa cortada por um plano de seco horizontal

    retirada; CORTE a projeo a partir da retirada da parte anterior ao plano de seco; BREESES

    E MARQUISES so elementos construtivos que impedem a entrada de radiao solar direta no

    interior da construo e protegem os pedestres das chuvas; VIGAS E PILARES so elementos

    estruturais responsveis pela sustentao da construo atravs da distribuio das foras e

    transmisso at o alicerce da construo.

    Cada municpio possui um Cdigo de Obras, mas comum que o recuo frontal exigido por

    lei do incio do terreno at o incio da casa seja igual ou superior a 4,00m; os recuos laterais

    precisam ser maiores ou iguais a 1,50m. Normalmente, o p-direito mnimo exigido por lei de

    2,50m para banheiros e corredores e no mnimo 2,70m para demais dependncias. As portas

    devem ter largura de 90cm quando externas, 80cm para os quartos e 70cm para banheiros. Em

    geral as portas possuem altura de 2,10m. A abertura mnima para ventilao iluminao deve ser

    de um sexto (1/6) da rea do piso; a inclinao de coberturas construdas com telhas de barro de

    30% a 35%; uma laje possui espessura mdia de 12cm e as paredes possuem espessura de 15cm

    (chamada de parede de meio tijolo) ou 25cm (chamada de parede de um tijolo). Nos desenhos de

    arquitetura as linhas que representam as paredes so bem destacadas. Para isso no momento da

    plotagem de uma planta so escolhidas penas mais grossas para representar as paredes. Quando

    desenhamos no AutoCAD, as linhas devem ser plotadas com pena 0,6mm se em escala 1 para 50 e

    em pena 0,4mm se em escala 1 para 100; linhas mais finas so usadas para indicar arestas e

    detalhes no cortados pelo plano de seco. Nas figuras a seguir apresentaremos cada um dos

    elementos que compem um projeto arquitetnico.

  • 61

    Para isso vamos utilizar uma casa popular (casa padro) como exemplo (Figura 14.2). Essa

    casa possui largura de 6,90m por 9,15m.

    Figura 14.2- Perspectiva de uma casa popular

    Uma planta-baixa obtida a partir do uso de um plano de seco horizontal que passa a

    uma distncia aproximada de 1,50m do piso, conforme ilustrado na Figura 14.3. A parte superior

    da seco deve ser removida para obteno do desenho da planta baixa. Na Figura 14.4 ilustramos

    a viso obtida aps o corte realizado.

    Figura 14.3- Plano de seco horizontal para obteno da planta-baixa.

    Figura 14.4- Vista isomtrica obtida a partir da seco horizontal.

  • 62

    Na Figura 14.5 ilustramos a planta-baixa resultante quando olhamos para a parte que

    sobrou da casa aps retirada da parte superior ao plano de seco horizontal. As janelas e portas

    indicadas possuem dimenses (largura x altura): J1= J3 = 200 x 120, J2 = 100 x 60, J4 = 200 x

    150, P1 = 90 x 210, P2 = 80 x 210 e P3 = 70 x

    Figura 14.5- Planta-Baixa de uma casa popular

    Nas Figuras 14.6 e 14.7 ilustramos duas outras plantas para que o leitor possa ampliar sua

    compreenso sobre o assunto.

  • 63

    Figura 14.6- Ilustrao de uma planta baixa de residncia.

    Considere: J1 = J2 = J3 = 200 x 120, J3 = 100 x 60, J4 = 220 x 60, P1 = 250 x 210, P2 = 90 x

    210, P3 = 80 x 210, P4 = 70 x 210.

  • 64

    Figura 14.7- Ilustrao de uma planta baixa de residncia.

    Considere J1=J3 = 200 x 120, J2 = 100 x 60, J4 = 200 x 60 e J5 = 200 x 120.

    A escala mais comum utilizada nos desenhos de arquitetura 1 para 50 (1:50) que significa

    que para cada 2cm indicado no desenho, a medida real da casa vale 100cm (100/2=50). Algumas

    plantas podem ser representadas na escala 1:100, sendo comum o uso das escalas 1:20 e 1:25 para

    se fazer detalhes.

    Nas Figuras 14.8 a 14.11 mostramos como so obtidos cortes na casa padro. A

    compreenso de um corte muito importante para a leitura de projetos na rea de climatizao

    porque preciso identificar vigas e obstculos para a passagem das tubulaes.

    Figura 14.8 Indicao de cortes na planta-baixa.

  • 65

    Figura 14.9- Ilustrao dos planos de seco AB e EF.

    Figura 14.10- Ilustrao da vista isomtrica obtida a partir do plano de seco EF.

    Figura 14.11 Ilustrao da vista isomtrica obtida a partir do plano de seco AB.

  • 66

    Figura 14.12 Representao ortogonal do corte AB.

    Figura 14.13 Representao ortogonal do Corte EF.

    Figura 14.14 Representao ortogonal do Corte CD.

  • 67

    Nas Figuras 14.15 e 14.16 ilustramos a representao de duas fachadas (elevaes

    frontais).

    Figura 14.15 Fachada da casa padro

    Figura 14.16 Ilustrao de uma fachada.

    A planta de situao ilustrada na Figura 14.17 utilizada para mostrar as referncias do

    terreno em relao s ruas e lotes vizinhos. Tambm necessrio indicar o norte geogrfico em

    relao ao terreno. Essa informao muito importante para projeto de sistemas de aquecimento

    solar.

    Figura 14.17- Ilustrao de uma Planta de situao

    Nas Figuras 14.18 a 14.20 a seguir ilustramos detalhes da instalao de esgoto e de

    distribuio de gua. Observe que a planta da casa padro mais uma vez utilizada. A gua entra

    na caixa dgua vindo do ramal principal e distribuda para consumo, descarga, banho e para

    lavao de roupas por meio dos ramais de gua fria, chamados de AF.

  • 68

    Na caixa dgua preciso prever um ramal para descarga da gua caso a bia no funcione

    adequadamente. Esse ramal se chama ladro.

    Figura 14.18- Planta de instalao hidrulica.

  • 69

    Atualmente muitas construes j so realizadas prevendo-se tambm ramais para

    distribuio de gua quente. Na Figura 14.19 possvel observar que os dois coletores solares

    esto posicionados na direo do norte geogrfico. Um reservatrio (boiler) utilizado para

    armazenar a gua quente. A caixa dgua est posicionada acima do boiler para mant-lo

    pressurizado, garantindo que o efeito de termosifo ocorra. Este sistema no necessita de uma

    bomba de circulao.

    Figura 14.19- Desenho esquemtico de uma instalao hidrulica com aquecimento solar.

  • 70

    Na Figura 14.20 temos a representao da rede de esgoto da casa padro.

    Figura 14.20- Desenho esquemtico de uma instalao de esgoto.

    Na Figura 14.21 ilustramos alguns detalhes de uma rede hidro-sanitria.

  • 71

    Figura 14.21- Esquema de uma instalao sanitria.

    Na Figura 14.22 ilustramos a planta de eletricidade da casa popular. importante

    compreender a linguagem utilizada na representao dos circuitos, das tomadas, dos pontos de

    fora e dos interruptores.

    Em muitas instalaes preciso verificar a disponibilidade de carga para ligar os

    equipamentos de climatizao. Na Legenda possvel observar a simbologia mais utilizada para

    representao de uma instalao eltrica.

    Nos sites recomendados a seguir h o detalhamento passo a passo de como o leitor pode

    elaborar um projeto eltrico residencial:

    http://wiki.sj.ifsc.edu.br/wiki/index.php/Instala%C3%A7%C3%B5es_El%C3%A9tricas_Residenciais

    http://www.suzuki.arq.br/unidadeweb/sistemas2/aula7/aula7.htm

    https://www.youtube.com/watch?v=8zuOas2HIog

  • 72

    Figura 14.22- Planta de eletricidade da casa popular.

    Figura 14.23- Legenda da simbologia utilizada na planta-baixa

  • 73

    Figura 14.24- Diagrama unifilar do quadro de fora.

    Na Figura 14.25 ilustramos detalhes da instalao de eletricidade. Podemos observar

    como so representadas as tomadas, o interruptor e a caixa de luz.

    Figura 14.25- Ilustrao de detalhes de desenho de eletricidade.

    Figura 14.26 Ilustrao da entrada de energia.

  • 74

    15- Desenhos para instalaes de climatizao

    Neste captulo vamos apresentar desenhos e a simbologia utilizada nos projetos de climatizao. importante que o leitor compreenda a importncia da integrao dos projetos de

    arquitetura com os desenhos de climatizao de hidrulica e de eletricidade.

    Por falta de conhecimento tcnico, muitos engenheiros e arquitetos projetam casas de

    mquinas sub-dimensionadas e que impossibilitam a tomada de ar externo de renovao. Muitas

    vezes a casa de mquinas at consegue abrigar os equipamentos, mas no permitem a manuteno.

    Em algumas situaes h desconhecimento da necessidade de se prever espaos para uma torre de

    arrefecimento. Muitas vezes o projetista de ar condicionado no observa a existncia de vigas

    estruturais que impedem a instalao dos dutos.

    Entre os problemas principais decorrentes de um mau projeto temos: espaos no previstos,

    m distribuio da malha eltrica ou hidrulica, p-direito baixo, falta de previso para furos em

    vigas. A lista de obstculos poderia ser reduzida com integrao de todas as partes que compem a

    obra.

    O consumo de energia nas instalaes de ar condicionado tambm poderia ser reduzido

    com simulao das orientaes solares, seleo de materiais mais adequados, uso de vidros

    especiais, adoo de lmpadas mais eficientes e posicionamento de breeses.

    Muitas vezes os problemas de interferncia em vigas e lajes que comprometam a esttica e

    a estrutura do prdio podem ser solucionados com insuflamento atravs de um piso elevado. Mas

    o insuflamento pelo piso falso depende muito da configurao e da localizao do prdio. O processo de climatizar um edifcio passa necessariamente pela interpretao das plantas (arquitetura, estrutural, hidro-sanitrio, telefonia entre outras). Como exemplo, ilustramos na

    Figura 15.1 o projeto de uma instalao de ar condicionado dutado. Podemos observar que uma

    rede de dutos utilizada para distribuir uniformemente o ar climatizado para todo o ambiente.

    Observamos que as medidas que esto marcadas sobre os dutos representam a largura e altura.

    Figura 15.1- Ilustrao de uma planta de rede de dutos.

  • 75

    Muitas instalaes encontram dificuldades pela falta de uma simples sada de esgoto para

    eliminao do dreno ou falta de rede eltrica capaz de suportar a carga adicional do equipamento.

    Muitas vezes o profissional de refrigerao precisa fazer modificaes no quadro de fora para que

    os equipamentos possam ser ligados. Por isso muito importante que profissional da rea de

    refrigerao e ar condicionado tenha conhecimentos de desenho de planta baixa, cortes, estrutura

    de concreto, eletricidade, saneamento, hidrulica e tubulaes industriais, que so utilizadas em

    sistemas de refrigerao por amnia por exemplo.

    Na Figura 15.2 ilustramos o esquema de uma instalao de climatizao de zona nica para

    que o leitor possa compreender tecnicamente a planta de dutos ilustrada na Figura 15.1. Observem

    que o ar insuflado na sala e retorna pela grelha de retorno. Parte desse ar retorna para ser

    misturado com o ar externo de renovao. Isso acontece na casa de mquinas, onde o ar de mistura

    resfriado e desumidificado para ser novamente insuflado no ambiente climatizado. Em diversos

    processos resistncias eltricas e umidificadores so utilizados para se ajustar precisamente a

    temperatura e umidade em valores desejados.

    Figura 15.2- Ilustrao de um esquema tpico de sistema de climatizao.

    Para que o leitor possa compreender elaborar desenhos de refrigerao e ar condicionado

    importante conhecer a linguagem utilizada na construo civil. Nos captulos anteriores

    detalhamos como um objeto pode ser representado por meio de suas projees no primeiro diedro.

    Uma instalao de ar condicionado ou de refrigerao segue regras parecidas para sua

    representao.

  • 76

    Com essas ilustraes apresentadas vocs j tm os elementos necessrios para

    compreender projetos arquitetnicos simples. A seguir apresentaremos desenhos mais comuns

    utilizados na rea de refrigerao e ar condicionado.

    Existem dois tipos de sistemas de climatizao: sistema de expanso direta e sistema de

    expanso indireta. Entre os sistemas de expanso direta temos os splits, o ar condicionado de

    janela e o self-contained. J o sistema de expanso indireta (fan-coil chiller) muito utilizado para

    instalaes de maior porte. Na Figura 15.3 ilustramos uma planta de ar condicionado, onde

    possvel visualizar a distribuio do ar no ambiente sendo realizada por um duto do tipo oval.

  • 77

    Figura 15.3- Ilustrao de uma planta de climatizao com rede de dutos.

    Figura 15.4- Ilustrao de uma planta de climatizao com rede de dutos..

    Na Figura 15.5 ilustramos uma rede de dutos de um sistema de climatizao de expanso

    direta do tipo self-contained dutado.

  • 78

    Figura 15.5- Ilustrao de uma rede de dutos

    Figura 15.6- Ilustrao de uma instalao de climatizao com dutos.

    Figura 15.7- Ilustrao de uma planta de instalao de climatizao com dutos.

  • 79

    Figura 15.8- Ilustrao de uma planta de climatizao com rede de dutos.

  • 80

    Figura 15.9- Ilustrao de um sistema de climatizao

    Na tabela 15.1 a seguir esto indicadas as espessuras das chapas que devem ser utilizadas

    na construo dos dutos de distribuio de ar.

    Tabela 15.1- chapas recomendadas.

    O detalhamento da instalao de uma rede de dutos representado nas Figuras 15.10 a

    15.13

  • 81

    Figura 15.10- Ilustrao de rede de dutos.

    Figura 15.11- Ilustrao da fixao de uma rede de dutos.

    Figura 15.12- Ilustrao da tubulao de sada de um sistema de climatizao.

  • 82

    Nas Figuras 15.13 a 15.14 ilustramos representaes de sistemas de expanso direta do

    tipo split (dividido). Na Figura 15.13 possvel observar a necessidade de instalao de sifo na

    tubulao de fluido refrigerante a cada 3m sempre que a unidade condensadora ficar situada

    acima da unidade evaporadora.

    Figura 15.13- Ilustrao do esquema para interligao das unidades interna e externa de um split.

    Figura 15.14- Ilustrao da interligao das unidades interna e externa de um split.

  • 83

    Figura 15.15- Ilustrao da instalao de equipamentos splits tipo cassete.

    Figura 15.16- Detalhe da instalao de uma unidade condensadora.

  • 84

    Nas Figuras 15.17 a 15.23 ilustramos os componentes de um sistema de expanso

    indireta do tipo fan-coil chiller. Nesses sistemas so utilizados equipamentos para condensao da

    gua (bombas de gua de condensao, tubulaes e torres de arrefecimento), para produo e

    distribuio de gua gelada (bomba de gua gelada, tubulaes isoladas, resfriador ou chiller e

    fan coils verticais e horizontais). Tambm so utilizados dutos para distribuio uniforme do ar

    climatizado no ambiente. Diversas vlvulas e sistemas de controle fazem parte da instalao.

    Figura 15.17- Esquema de um sistema fan-coil / chiller.

    Figura 15.18- Ilustrao de um resfriador de gua gelada (chiller).

  • 85

    Figura 15.19- Ilustrao dos componentes de uma torre de arrefecimento.

    Figura 15.20- Esquema de um sistema fan-coil chiller.

  • 86

    Figura 15.21- Ilustrao dos componentes de uma bomba de gua

    Figura 15.22- Ilustrao dos componentes de uma bomba de gua.

    Figura 15.23- Esquema de montagem de uma torre de arrefecimento.

  • 87

    Os sistemas de expanso direta tambm podem operar com condensao a ar,

    principalmente em regies onde h risco de racionamento de gua. Na Figura 15.24 ilustramos

    uma instalao tpica do tipo fan-coil chiller com condensao a ar.

    Figura 15.24- Ilustrao de corte de uma instalao do tipo fan-coil chiller

    (condensao a ar)

    Na Figura 15.25 ilustramos um desenho para instalao de um ar condicionado de janela,

    onde destacamos o caixilho de madeira e a inclinao apropriada para escoamento da gua de

    condensao. Esse um o mais antigo sistema de expanso direta utilizado.

    Figura 15.25- Ilustrao da instalao de um ar condicionado de janela.

  • 88

    16- Desenhos para instalaes de refrigerao

    Os desenhos de refrigerao podem ser realizados para representao de cmaras frias

    simples, conforme Figura 16.1 ou sistemas mais complexos conforme representado na Figura

    16.2.

    Figura 16.1- Ilustrao de uma cmara fria de pequeno porte.

    Na Figura 16.2 ilustramos o diagrama parcial de uma instalao de refrigerao para

    conservao de alimentos. Podemos observar na figura o separador de lquido e o trocador de

    calor.

    Figura 16.2- Ilustrao de um diagrama de instalao de uma cmara fria.

    Este diagrama faz parte de projetos mais complexos para representao de sistemas de

    refrigerao por amnia geralmente funcionam com dois estgios de compresso e evaporadores

    com diferentes nveis de temperatura de resfriamento, onde so utilizados separadores de lquido,

    resfriadores intermedirios, trocadores de calor, bombas de amnia etc. Na Figura 16.3,

    ilustramos a planta baixa de uma cmara fria de pequeno porte.

  • 89

    Figura 16.3- Ilustrao da planta baixa de uma cmara fria.

    Figura 16.4- Ilustrao do encaixe do isolamento de uma cmara fria.

  • 90

    Figura 16.5- Ilustrao da tubulao de fluido refrigerante de uma cmara fria.

    Figura 16.6- Ilustrao de uma planta e de uma vista de uma cmara fria.

    Figura 16.7 - Ilustrao de uma condensadora utilizada em cmaras frias.

  • 91

    Figura 16.8- Ilustrao da simbologia utilizada em tubulaes de refrigerao.

    Figura 16.9- Ilustrao de esquema unifilar de uma instalao de refrigerao por amnia.

    Figura 16.10- Ilustrao da unidade evaporadora de um sistema de refrigerao por amnia.

  • 92

    Figura 16.11- Ilustrao de esquema unifilar de uma instalao de amnia.

    Figura 16.12- Ilustrao do suporte da tubulao de amnia.

  • 93

    Figura 16.13- Ilustrao do suporte da tubulao de amnia.

    Figura 16.14- Ilustrao de um resfriador de lquido para amnia.

  • 94

    Figura 16.15- Ilustrao de simbologias utilizadas na rea de refrigerao e climatizao.

  • 95

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR 10067, Princpios Gerais de

    Representao em Desenho Tcnico. Maio de 1995.

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    http://sistema-diedrico.blogspot.com.br/

    http://www.ufrgs.br/napead/repositorio/objetos/edital18/croquis/iso.html

    http://www.ufrgs.br/napead/repositorio/objetos/edital18/croquis/cava.html

    http://www.youtube.com/watch?v=sDF0M3_T99M http://www.youtube.com/watch?v=OQxqcLgjTkY

    http://www.youtube.com/watch?v=XS7xsdeLYlg

    https://www.youtube.com/watch?v=UDZJU_aPdtQ

    https://www.youtube.com/watch?v=EwzifddfDKw&list=PLDE5B57441F9E07F4

    https://www.youtube.com/watch?v=8zuOas2HIog

    https://www.youtube.com/watch?v=FJEyyw3T9Vo

    https://www.youtube.com/watch?v=r4jW50-DPu0

    https://www.youtube.com/watch?v=J-3v2LE6Rrs

    https://www.youtube.com/watch?v=Eoh5ZK5UBnk

    https://www.youtube.com/watch?v=_6ft8KryQMs

    https://www.youtube.com/watch?v=vFGk0JKH8i4 https://www.youtube.com/watch?v=yCyWmYcKgKM

    https://www.youtube.com/watch?v=7M7_XUvqXLo

    https://www.youtube.com/watch?v=aBW-K4ph718

    https://www.youtube.com/watch?v=UqsO1P43G40

  • 96

    ANEXO 100 QUESTES RESOLVIDAS

    1- O que um diedro?

    R. Em desenho tcnico o diedro definido como a regio do espao obtida a partir do cruzamento

    de 3 planos, sendo dois verticais e um horizontal. Em desenho tcnico comumente trabalhamos

    com a visualizao no primeiro diedro.

    2- O que so vistas ortogonais ?

    R. Uma vista ortogonal a representao obtida quando projetamos as arestas de um objeto em um

    plano vertical ou horizontal. No primeiro diedro as vistas obtidas quando o observador visualiza o

    objeto de cima, de frente e de lado representada na figura.

    3- Como a planta-baixa de uma casa obtida?

    R. Uma planta baixa de uma casa a representao geomtrica obtida a partir de um plano de

    seco paralelo ao plano horizontal cortando a casa a uma altura aproximada de 120cm a partir do

    cho.

  • 97

    4- Como usar escalas em desenho?

    R. Uma escala possibilita a representao de objetos em um desenho com a conservao da

    proporcionalidade de suas partes. Se um objeto muito pequeno utilizamos uma escala de

    ampliao. Podemos representar um objeto na escala 1 para 1 e tambm em escalas de reduo, no

    caso de objetos maiores. Como exemplo, uma sala de dimenses reais de 5m x 4m representada

    em um desenho por 10cm x 8cm na escala 1 para 50. J a seco de um parafuso de 6mm de

    espessura representado em um desenho por um circulo de dimetro de 30mm na escala 5 para 1.

    5- Quais so as escalas mais utilizadas em desenho ?

    R. Depende da rea de aplicao. No desenho mecnico so utilizadas escalas de ampliao 2 para

    1 ou at 5 para 1. No desenho de arquitetura e de climatizao so utilizadas escalas 1 para 50 e 1

    para 100. Para elaborao de detalhes muito comum o uso da escala 1 para 20.

    6- Que tipo desenho utilizado para marcar uma obra no terreno?

    R. A marcao de uma obra muito importante e por isso necessrio que seja realizada

    seguindo-se a representao chamada de Planta de Locao. Os eixos horizontais e verticais das

    paredes so marcados por meio de letras e nmeros, facilitando-se a compreenso da marcao das

    posies das estacas, blocos, sapatas e vigas baldrames que compem a fundao de uma casa.

    7- O que planificao?

    R. A planificao o mtodo de construo de peas a partir da unio de suas faces. Todos os

    slidos so formados pela unio de figuras planas, que uma vez unidas possibilitam a planificao

    de um objeto. Um cubo, por exemplo, composto por 6 quadrados de faces iguais.

  • 98

    8- Defina perspectiva isomtrica.

    R. Perspectiva isomtrica o processo de representao tridimensional em que objeto se situa em

    um sistema de trs eixos coordenados. Estes eixos fazem entre si ngulos de 120:

    9- Qual a importncia das hachuras?

    R. As hachuras representam as partes slidas de um objeto quando cortado por um plano de

    seco. As hachuras so constitudas de linhas finas, podendo ser de cor diferente do contorno,

    eqidistantes, e traadas a 45 em relao aos contornos ou aos eixos de simetria da pea.

    10- O que so linhas de cota?

    R. Linhas de cota ou de medida so utilizadas para identificar as medidas reais de um objeto real

    representado por um desenho.

  • 99

    11- Preencher a tabela de escalas de desenho (medidas em cm):

    12- Desenhar a perspectiva isomtrica a partir das 3 vistas ortogonais.

    13- Desenhar a perspectiva isomtrica a partir das 3 vistas ortogonais.

    14- Desenhar a perspectiva isomtrica a partir das 3 vistas ortogonais.

  • 100

    15- Desenhar a perspectiva isomtrica a partir das 3 vistas ortogonais.

    16- Desenhar a perspectiva isomtrica a partir das 3 vistas ortogonais.

    17- Desenhar a perspectiva isomtrica a partir das 3 vistas ortogonais.

    18- Desenhar a perspectiva isomtrica a partir das 3 vistas ortogonais.

  • 101

    19- Desenhar a perspectiva isomtrica a partir das 3 vistas ortogonais.

    20- Desenhar a perspectiva isomtrica a partir das 3 vistas ortogonais.

    21- Qual o tamanho do papel mnimo (normatizado) para representar uma planta-baixa de

    uma casa na escala 1 para 50, que est posicionada dentro de um terreno de 20m por 30m de

    comprimento?

    R. Considerando a definio de escala, a medida do desenho obtida pela relao entre a medida

    real e a escala. Logo a medida do desenho que representar a largura do terreno 2000cm dividido

    por 50 = 40cm. Da mesma forma fazemos: 3000cm dividido por 50 = 60cm. Logo, somente no

    papel A1 poderia ser representado esse terreno na escala 1 para 50.

    22- Assinale a opo que corresponde ao corte AA representado na figura a seguir

  • 102

    R. A resposta correta a letra c.

    23- Qual das 3 representaes corresponde pea desenhada por meio das 3 vistas

    ortogonais?

    R. A pea representada pelas 3 vistas ortogonais est na letra b.

    24- Que tipo de perspectiva est representado abaixo?

    R. Esta uma perspectiva isomtrica com ngulos de 30 graus (alternativa c).

    25- Qual alternativa corresponde ao uso correto da norma de cotagem (NBR 10126 / 1987) ?

  • 103

    R. A representao correspondente norma est na letra a.

    26- Qual alternativa corresponde representao correta no 1. diedro ?

    R. A representao correta est representada na alternativa b.

    27-A NBR 8196 / 1999 trata do uso de escalas em desenhos tcnicos. Ao medir o desenho em

    escala representado na figura por meio de uma rgua percebeu-se que a distncia entre os

    centros dos dois furos est representada por 6cm. As cotas mostram medidas em mm.

  • 104

    R. O desenho est representado na escala 1 para 5 ou 1:5, pois cada cm no desenho corresponde a

    5cm na realidade.

    28- Um profissional de Arquitetura necessitou representar uma edificao de formato

    retangular em um papel formato A4. Sabe-se que essa edificao possui dimenses de 15,00m

    de frente por 25,00m de profundidade. O terreno foi desenhado com 30cm por 50cm. Nesse

    caso qual a escala utilizada?

    R. A escala foi de 1:50, onde cada 1cm no desenho representa 50cm no real.

    29- Qual alternativa representa a correta representao da perspectiva isomtrica da pea?

    R. A representao correta visualizada na alternativa b.

    30- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

  • 105

    R. A perspectiva isomtrica da pea :

    31- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    32- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    33- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

  • 106

    34- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    35- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

  • 107

    36- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    37- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    38- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    39- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

  • 108

    40- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    41- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    42- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    43- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

  • 109

    44- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    45- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    46- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    47- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

  • 110

    48- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    49- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    50- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    51- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

  • 111

    52- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    53- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    54- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    55- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

  • 112

    56- Desenhe a perspectiva isomtrica que representa a pea representada pelas 3 vistas.

    57- Quais os tamanhos de papel recomendados pela norma NBR 10.068 para desenho

    tcnico?

    R. Os principais formatos de papis recomendados pela norma so A0, A1, A2, A3 e A4.

    58- Complete a tabela de escalas:

    Medida no desenho em cm Escala utilizada Medida do objeto real (cm)

    15 300

    12 50

    100 400

    R. Na primeira linha tem se escala 1:20, na segunda linha tem-se medida real de 600cm e na

    terceira linha tem-se medida no desenho de 4cm.

  • 113

    59- Em qual dos desenhos abaixo foi utilizada a representao em pura correta do

    segment