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1
Desenho um
Filipa Oliveira Antunes
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. ULHT
Faculdade de Arquitectura, Urbanismo, Geografia e Artes.
FAUGA
Lisboa
2011
2
“Quem sabe desenhar?”…é uma das questões que se coloca quando
o desenho configura uma etapa conceptual e ao mesmo tempo de
comunicação. Diz-se que, quem sabe escrever saberá também
desenhar, porque a caligrafia é efectivamente desenhada e
ensinada.
Este manual pretende ser um instrumento prático de trabalho para
quem utiliza o desenho como forma de registo aplicado à
arquitectura e urbanismo.
Resulta de um conjunto de práticas académicas que consolidam
conhecimentos técnicos aliados a expressividades criativas.
Resulta também, de anos dedicados ao ensino da arquitectura em
contacto directo com as novas gerações, perseguindo o objectivo
claro de lhes transmitir conhecimento técnico e executivo,
potenciador de identidades singulares.
Filipa Oliveira Antunes
3
Introdução
A capacidade de dominar a ferramenta desenhada
resultará sem dúvida da execução regular de
exercícios dirigidos a determinado objectivo. Assim,
em cada capítulo deste manual pretende-se
contextualizar e explorar a especificidade de uma
matéria do desenho, incentivando o processo de
repetição das propostas apresentadas.
O desenho, como expressão conceptual, aplicado
ao universo da arquitectura e urbanismo, consistirá o
objectivo primordial da metodologia adoptada.
Este manual foi concebido de acordo com a prática
académica de desenho arquitectónico
referenciado a um período de tempo de trabalho
semestral e organizado nos seguintes capítulos:
I Preconceito e memória;
II Domínio do registo;
III Referências;
IV Perspectiva;
V Observação;
VI Escala;
VII Linguagem.
Cada tema contém enunciados de exercícios
práticos explicados pela descrição, metodologia,
objectivos e materiais necessários. Começando pelo
capítulo I Preconceito e memória, é sem dúvida uma
das fases mais importantes neste processo de
aprendizagem. O diagnóstico do estado
4
desenhado, prende-se sobretudo com a identidade
individual. Dando um exemplo, todos temos uma
caligrafia manuscrita distinta que reflecte muitas
vezes a nossa personalidade, porque “a mão tem
memória”, vícios, formas, técnicas, velocidade, força
…. Existe um código comunicacional genérico que
todos compreendemos, mas a sua concretização é
personalizada. No desenho é igual, existirá uma
identidade singular.
No segundo tema, O domínio do registo, são
explorados os materiais utilizados no desenho
conceptual de arquitectura e urbanismo, assim
como os suportes de registo. Experimentar o limite
das potencialidades técnicas e expressivas do lápis e
da caneta, em papel será o grande objectivo.
No capítulo das Referências, são apresentados
trabalhos de autores que inspirarão olhares e
continuidades artísticas. Personalidades que fizeram
ou fazem do desenho o seu maior poder.
A temática da técnica da perspectiva no desenho
livre defende-se aqui, que fará de um bom
observador um expoente máximo na transposição
espacial. A tridimensionalidade e sobretudo a
dimensão da profundidade harmónica de uma
imagem assumem um protagonismo ímpar na
definição de lugar, interior ou exterior.
A observação aplicada ao desenho consiste na
percepção de estímulos visuais gerados pelo meio
envolvente. Treinar o processo olhar | desenhar é
um trabalho de fundo, que deve ser encarado
como treino intensivo a longo prazo com metas
5
estabelecidas, etapa a etapa. É sem dúvida um
treino diário a desenvolver - observar e desenhar -.
A representação da figura humana será aqui
trabalhada na definição de escala e dimensão
espacial, fundamental nos conceitos arquitectónicos
e urbanísticos. Esta matéria será explorada na
procura clara de indicadores atribuídos na
caracterização de territórios habitáveis: a figura
humana e o espaço.
Por fim, a linguagem do desenho entendida como
processo criativo, de expressão, comunicação e
intenção.
Pretende-se aqui estimular e implementar o hábito
de desenhar no acto de pensar e comunicar.
Material necessário para a execução dos exercícios
propostos:
Todos os desenhos propostos são de execução livre
sem auxílio de régua.
Elementos riscadores
Lápis de grafite com vários graus de
dureza (conforme a quantidade de
grafite da mina) por ordem crescente
de dureza:
Brandos 8B, 7B, 6B, 5B, 4B, 3B, 2B, e B
Médios HB E F
Duros H, 2H,3H,4H,5H,6H,8H e 9H
Barras de carvão e grafite.
6
Canetas de desenho cor preta com
duas espessuras. Exemplo 0,5mm e
2,0mm.
Elementos suporte
Folhas de papel brancas formato
normalizado designação A3.
A norma internacional ISO 216, de 1975 e
Norma Portuguesa NP-48 (1968) formato
do papel.
Dimensão (mm x mm)
A0 841 x 1189
A1 594 x 841
A2 420 x 594
A3 297 x 420
A4 210 x 297
A5 148 x 210
A6 105 x 148
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:A_size_illustration.svg
8
Preconceito e memória Exercício 01| Identidade
Descrição | Desenho e reprodução de
caligrafia manuscrita, em formatos e técnicas não
convencionais.
Metodologia | Começar por escrever com
caligrafia manuscrita o próprio nome, assinando em
grande escala numa folha de papel branco formato
A3. Depois, deve trocar a folha assinada, com um
colega e tentar por observação, representar uma
cópia do nome manuscrito. Repita o mesmo
exercício mas colocando a folha assinada a copiar,
invertida. Compare as duas reproduções e verifique
que os sucessos nem sempre são os óbvios.
Objectivos | Representar uma marca
individual traduzida na caligrafia como código
entendível por todos, mas retirando o preconceito
dos símbolos que conhecemos, neste caso as letras,
executando a reprodução observando e
focalizando apenas nas formas.
Material | Folhas de papel formato A3
e caneta preta.
9
Preconceito e memória Exercício 02| Cérebro
Descrição | Desenhar uma figura
geométrica simples com a mão menos treinada, a
esquerda para destros e a direita para canhotos.
Metodologia | Desenhar várias figuras
geométricas (quadrado, circulo, triângulo…) primeiro
com a mão menos treinada e depois repetir várias
vezes, desenhando com um lápis e uma caneta, um
na mão esquerda e a outra na direita ao mesmo
tempo, em simetria aproximando e afastando os
registos.
Objectivos | Familiarização e
consciencialização do processo mecânico de
representação associado aos dois hemisférios da
actividade motora comandada pelo cérebro.
Material | Folha de papel formato A3,
lápis HB e caneta preta.
10
Preconceito e memória Exercício 03| Palavras
Descrição | Desenhar simbolicamente e
sinteticamente as palavras dadas, numa grelha.
Metodologia | Traçar uma malha ortogonal
dividindo desta forma a folha formato A3 em 64
espaços, sem auxilio de régua. Em cada espaço
desenhar simbolicamente a palavra dada, tendo
em conta a máxima economia de traçados, e
desenhando cada uma em 1minuto. Exemplo: sol
Palavras a desenhar:
Sol, peixe, nuvem, casa, árvore, lua, mar, barco
Janela, criança, chuva, filme, rato, escada, luz, gelo
Música, lápis, mesa, cadeira, flor, sorriso, porta, relva
Pedra, casaco, dado, cabelo, caracol, carro, ovo, saída
Hotel, faca, pé, chapéu, vento, sapato, elefante, estrela
Televisão, roda, avião, pensar, dente, suave, escuro, pó bicicleta, madeira, chave, laranja,
gato, telefone, lente, sal
Colher, olhos, parabéns, silêncio, proibido, estrada, pesado, fim.
Objectivos | Tradução desenhada de
objectos e conceitos conhecidos, procurando
diagnosticar uma linguagem universal
representativa.
Material | Folha de papel formato A3 e
lápis HB.
11
Preconceito e memória Exercício 04| Sem ver
Descrição | Visualizar uma sucessão de
imagens durante alguns minutos.
Metodologia | Reproduzir uma das imagens
desenhando-a sem a ver.
Objectivos | Testar a memória visual
relacionando-a com um estímulo visual pontual.
Perceber o mecanismo sensorial relacionado com a
sensibilidade individual.
Material | Folhas de papel formato A3
e lápis HB.
Desenhos de Filipa Antunes (Anexos I e II)
13
Domínio do registo Exercício 05| Paralelas
Descrição | Desenhar sucessivas linhas
paralelas verticais, e horizontais com várias
intensidades.
Metodologia | Desenhar primeiro as linhas
verticais, depois noutra folha as linhas horizontais.
Deslizando o lápis sem auxílio de régua, procurar
rigor e intensificar a pressão do lápis atingindo uma
escala de valores gradualmente crescente. Repetir o
exercício com todos os graus de dureza do lápis de
grafite. Identificar no canto inferior direito a
designação do lápis utilizado.
Objectivos | Conhecer o resultado do
elemento riscador no suporte, dominando a escala
de valor possíveis para cada nível de dureza.
Exercitar a capacidade de desenho associado a
referências geométricas como o paralelismo e os
elementos verticais e horizontais.
Material | Folhas de papel formato A3
e lápis de grafite de todos os níveis de dureza de 8B
a 9H.
14
Domínio do registo Exercício 06| Onduladas
Descrição | Desenhar sucessivas linhas
onduladas paralelas no sentido vertical, e horizontal
com várias intensidades.
Metodologia | Desenhar primeiro as linhas
onduladas no sentido vertical, depois noutra folha no
sentido horizontal. Deslizando o lápis, procurar rigor e
intensificar a pressão do lápis atingindo uma escala
de valores gradualmente crescente. Repetir o
exercício com todos os graus de dureza do lápis de
grafite. Identificar no canto inferior direito a
designação do lápis utilizado.
Objectivos | Conhecer o resultado do
elemento riscador no suporte, dominando a escala
de valor possíveis para cada nível de dureza.
Exercitar a capacidade de desenho associado a
referências geométricas curvas, como o movimento
ondulante.
Material | Folhas de papel formato A3
e lápis de grafite de todos os níveis de dureza de 8B
a 9H.
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Domínio do registo Exercício 07| Fios
Descrição | Tendo como objectos de
observação um fio de arame preto e um fio de lã
preta, deve representá-los reflectindo as
características da sua materialidade (peso, tensão,
textura)
Metodologia | Começar por manusear os
fios propostos, tomando desta forma consciência
das suas distintas propriedades. Optar por um lápis
específico para representar cada um dos elementos.
Objectivos | Conseguir expressar a
materialidades dos objectos desenhados tirando
partido das diferentes marcas produzidas com o
lápis de grafite. Consolidar o tema das linhas e traços
no desenho livre.
Material | Folhas de papel formato A3
e lápis de grafite de todos os níveis de dureza de 8B
a 9H. Fios pretos de arame e de lã.
Fotos: Filipa Antunes
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Domínio do registo Exercício 08| Mancha
Descrição | Desenhar uma sucessão de
manchas homogéneas estruturando uma escala de
valores com intensidades gradualmente crescentes.
Metodologia | Começar por desenhar tiras
de quadrados contíguos para cada grau de dureza
do lápis de grafite. Manchar criteriosamente cada
espaço. Identificar no fim de cada tira o tipo de lápis
ou o tipo de barra de grafite e/ou carvão utilizado.
Objectivos | Conhecer o resultado do
elemento riscador no suporte, dominando a escala
de valor possíveis para cada nível de dureza,
aplicando ao processo da mancha.
Material | Folhas de papel formato A3
lápis de grafite de todos os níveis de dureza de 8B a
9H e barras de grafite e carvão.
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Domínio do registo Exercício 09| Pedra papel
Descrição | Tendo como objectos de
observação uma folha de papel amachucada e
uma pedra texturada, deve representá-los
reflectindo as características da sua materialidade
(peso, tensão, textura).
Metodologia | Começar por manusear os
elementos propostos, tomando desta forma
consciência das suas distintas propriedades. Optar
por um lápis ou barra de grafite/carvão específico
para representar cada um dos elementos.
Objectivos | Conseguir expressar a
materialidades dos objectos desenhados tirando
partido das diferentes marcas produzidas com o
material riscador. Consolidar o tema da mancha no
desenho livre.
Material | Folhas de papel formato A3,
lápis de grafite de todos os níveis de dureza de 8B a
9H e barras de grafite/carvão. Folha de papel
amachucada e pedra texturada.
Fotos : Filipa Antunes
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Referências Exercício 10| M.C. Escher
Descrição | Tendo como referência a
obra de um dos mais incríveis artistas gráficos M.C.
Escher, neste caso Gallery 1946 (1st state) till 1949
(further states), Mezzotint, 4th state) deve reproduzir
a imagem apresentada utilizando uma grelha
ortogonal sobreposta.
Metodologia | Começar por traçar uma
grelha ortogonal sobre o desenho de Escher, sem
auxílio de régua, depois por referenciação reproduzir
numa folha composta pela mesma malha.
Objectivos | Trabalhando sobre um
desenho inspirador conseguir encontrar nos limites e
na malha ortogonal, pontos de referência.
Material | Folhas de papel formato A3
e lápis de grafite de todos os níveis de dureza de 8B
a 9H.
Desenho de M.C. Escher (Anexo III)
http://www.mcescher.com/
20
Referências Exercício 11|Leonardo da Vinci
Descrição | Tendo como referência a
obra de um dos mais incríveis artistas plásticos,
Leonardo da Vinci, neste caso Profile of a Young
Fiancée séc.xv, desenhar o perfil do retrato proposto.
Repetir o exercício observando o perfil de uma
pessoa.
Metodologia | Começar a desenhar em
cima da figura o contorno riscando apenas em linha
de silhueta. Reproduzir o perfil numa folha branca e
ensaiar a sua simetria.
Objectivos | Dominar a capacidade de
abstracção e sintetização de contorno, trabalhando
ao mesmo tempo a noção de simetria.
Material | Folhas de papel formato A3
e lápis de grafite de todos os níveis de dureza de 8B
a 9H e caneta preta.
Desenho de Leonardo da Vinci ( Anexo IV)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Profile_of_a_Young_Fiancee_-_da_Vinci.jpg
21
Referências Exercício 12| Miguel Ângelo
Descrição | Tendo como referência a
obra de um dos mais incríveis artistas, Miguel Ângelo,
neste caso a Planta da Basílica de São Pedro, 1546,
redesenhar a imagem invertendo a mancha negra
com os espaços em branco.
Metodologia | Reproduzir os espaços em
branco da imagem e, utilizando marcador preto
inverter o esquema de claro/escuro, trabalhando a
noção de espaço positivo versos espaço negativo.
Objectivos | Transpor a ideia de cheio
vazio, exercitando a observação de determinada
imagem partindo da representação dos espaços
vazios e não do objecto em si.
Material | Folhas de papel formato A3
e lápis de grafite e caneta preta.
Desenho de Miguel Ângelo (Anexo V)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Michelangelo_Buonarotti,_Plan_for_New_Saint_Peter%27s,_Vatican.JPG
23
Perspectiva Exercício 13| Isometria
Descrição | Desenhar os três eixos
axonométricos representativos das três
coordenadas, a largura (x), a altura (z) e a
profundidade (y), em posição isométrica, ou seja
fazendo um ângulo de 120º entre si.
Metodologia | Começar por traçar um eixo
vertical do centro da folha até ao topo superior,
depois configurar o eixo de x e de y fazendo entre si
um ângulo com 120º do mesmo centro (origem 0)
até ao limite do desenho.
Marcar os três eixos a caneta preta, e a lápis
desenhar sucessivas linhas paralelas aos eixos
principais. Tudo sem auxílio de régua.
Objectivos | Consolidar a matéria das
linhas paralelas e conhecer a metodologia técnica
de um tipo de perspectiva axomométrica, muito
utilizada na representação de espaços
arquitectónicos e urbanos, em verdadeira grandeza,
sem redução métrica.
Material | Folhas de papel formato A3
lápis de grafite e caneta preta.
24
Perspectiva Exercício 14| Malha Isometria
Descrição | Tomando como suporte
uma folha composta por uma malha isométrica,
desenhar vários cubos mágicos eliminando algumas
peças.
Metodologia | Colocar a malha isométrica
sobre a folha de papel A3, definir o
dimensionamento do cubo fazendo um primeiro
esboço a lápis. Utilizando a linha e a mancha,
representar as faces do cubo imaginando que
faltam algumas peças. Repetir a representação
noutras posições, continuando o desenho para além
da malha.
Objectivos | Familiarização do sistema
axonométrico e domínio volumétrico.
Material | Folha de papel formato A3,
malha isométrica, lápis de grafite de todos os níveis
de dureza de 8B a 9H.
(modelo em Anexo VI)
25
Perspectiva Exercício 15| Iso escada
Descrição | Desenhar dois lances de
escada (oito degraus cada) com um patamar
intermédio utilizando a técnica da perspectiva
isométrica.
Metodologia | Começar por dimensionar a
generalidade da escada, depois desenhar cada
lance tirando partido da expressividade possível das
superfícies verticais e horizontais, sem auxílio de
régua.
Objectivos | Contextualização dos
elementos do espaço arquitectónico e urbano,
procurando dominar a noção de volumetria no
sistema axonométrico, conhecendo as figuras de
dimensão e proporção.
Material | Folha de papel formato A3,
lápis de grafite de todos os níveis de dureza de 8B a
9H.
26
Perspectiva Exercício 16| Iso Cilindro
Descrição | Desenhar várias posições de
cilindros em perspectiva isométrica.
Metodologia | Começar por desenhar um
círculo perfeito dividido em oito partes iguais,
referenciando as coordenadas com pontos.
Desenhar de seguida um círculo em posição vertical
e outro em posição horizontal na perspectiva
isométrica. Completar o desenho com o registo
volumétrico de cilindros isométricos verticais e
horizontais.
Objectivos | Identificar os pontos de
referenciação necessários para a representação
axonométrica de figuras geométricas curvas.
Material | Folha de papel formato A3,
lápis de grafite de todos os níveis de dureza de 8B a
9H.
27
Perspectiva Exercício 17| Cónica
Descrição | Desenhar várias linhas
diagonais convergentes no mesmo ponto no centro
da folha.
Metodologia | Começar por identificar o
centro da folha e a partir desse ponto convergir
várias linhas dispostas em leque até ao limite do
desenho. Repetir o exercício procurando encontrar o
rigor sem auxílio de régua.
Objectivos | Familiarização com as
metodologias de convergência da perspectiva
cónica, exercitando o rigor.
Material | Folhas de papel formato A3
lápis de grafite.
28
Perspectiva Exercício 18| Malha Cónica
Descrição | Desenhar uma espiral
ortogonal convergente no centro da folha.
Metodologia | Utilizando como base as
linhas diagonais convergentes, desenhar uma espiral
rectangular.
Objectivos | Compor uma malha cónica
percebendo a noção de profundidade.
Material | Folhas de papel formato A3
lápis de grafite.
29
Perspectiva Exercício 19| Sala cónica
Descrição | Tendo como base a malha
cónica, desenhar um espaço de sala idealizado
com a definição dos planos do tecto, chão e
paredes, incluindo a representação de uma porta e
de uma janela à escolha.
Metodologia | Compor um espaço interior
realçando a noção de profundidade através da
mancha e/ou estereotomias.
Objectivos | Dominar a representação
espacial e tridimensional em perspectiva cónica.
Material | Folhas de papel formato A3
lápis de grafite e caneta.
30
Perspectiva Exercício 20| Fotografia
Descrição | Observando a fotografia de
um espaço exterior, devem ser identificados os
seguintes elementos da perspectiva cónica: linha do
horizonte, ponto de fuga e linhas convergentes
(paralelas). Executar um desenho síntese da análise
efectuada.
Metodologia | Utilizando uma folha de
papel vegetal sobreposta à fotografia, identificar os
traçados da perspectiva cónica, depois numa folha
branca reproduzir a síntese do espaço representado.
Objectivos | Saber identificar numa
determinada paisagem a composição técnica da
perspectiva cónica com um ponto de fuga.
Material | Folhas de papel formato A3,
papel vegetal, lápis de grafite e caneta preta.
Foto: Filipa Antunes ( Anexo VII)
31
Perspectiva Exercício 21| Escada cónica
Descrição | Desenhar um lance de
escada em perspectiva cónica com um ponto de
fuga.
Metodologia | Começar por desenhar em
verdadeira grandeza os vários degraus, neste caso
orientados frontalmente perante o observador, sem
auxílio de régua.
Objectivos | Representar um elemento
arquitectónico dominando a perspectiva cónica.
Material | Folhas de papel formato A3,
lápis de grafite e caneta preta.
Desenho de Filipa Antune
33
Observação Exercício 22| Origami escada
Descrição | Construir um modelo
tridimensional de uma escada pela técnica de corte
e dobragem. Desenhar a maqueta por observação.
Metodologia | No modelo disponibilizado
devem ser cortadas as linhas de maior espessura;
dobradas para fora as linhas tracejadas; e dobradas
para dentro as linhas ponteadas. Colar a folha numa
cartolina preta.
Objectivos | Tomar contacto com um
modelo à escala do objecto e praticar o desenho
por observação.
Material | Folhas de papel formato A3,
cartolina preta, x-acto, cola, lápis de grafite e barra
de grafite ou carvão ou caneta.
Desenho de Filipa Antunes (Anexo VIII)
34
Observação Exercício 23| À escala da mão
Descrição | Desenhar o contorno da
própria mão e representar à vista a sua simetria.
Metodologia | Colocar uma mão sobre a
folha contorná-la com o lápis de forma a registar a
silhueta, depois por observação representar a
simetria. Com as barras de grafite ou carvão atribuir
volume.
Objectivos | Tomar contacto com a
sinuosidade da forma da mão e consolidar a
matéria da simetria.
Material | Folhas de papel formato A3
lápis de grafite e barra de grafite ou carvão.
Desenho de Filipa Antunes
35
Observação Exercício 24| Mão
Descrição | Tomando como inspiração
os extraordinários exemplos que a história do
desenho anatómico nos mostra, posicionar e
desenhar à vista a própria mão.
Metodologia | Optar criteriosamente por
determinado gesto ou tensão da mão e representá-
la com o máximo de expressividade.
Objectivos | Continuar o trabalho de
desenho de observação aliado à capacidade
expressiva.
Material | Folhas de papel formato A3
lápis de grafite e barras de grafite ou carvão.
Desenho de Albrecht Dürer 1471-1528
36
Observação Exercício 25| Figura humana
Descrição | Conceber o desenho de
figura humana perseguindo os objectivos de
referência arquitectónica. Desenho de síntese.
Metodologia | Tomando como elemento
observado uma figura humana deve representá-la
apenas pelo seu contorno e volumetria.
Objectivos | Dominar as proporções da
figura humana no espaço arquitectónico e urbano.
Material | Folhas de papel formato A3
lápis de grafite e barras de grafite ou carvão.
Os humanos de Antony Gormley
http://www.antonygormley.com/
38
Escala Exercício 26| Espaço humano
Descrição | Desenhar conjuntos de
pessoas em vários espaços exteriores e interiores
procurando numa segunda fase alterar a sua escala
perante a paisagem de fundo.
Metodologia | Começar por fazer um
desenho de observação da figura humana inserida
num determinado território e depois num segundo
registo alterar sua dimensão perante a paisagem de
fundo, ou seja modificando a escala.
Objectivos | Dominar as proporções da
figura humana no espaço arquitectónico e urbano.
Material | Folhas de papel formato A3
lápis de grafite e barras de grafite ou carvão.
39
Escala Exercício 27| Dimensão
Descrição | Escolher um objecto de
reduzidas dimensões, representar um pormenor
ampliando em grande escala. Por fim contextualizá-
lo num território urbano.
Metodologia | Começar por fazer um
desenho de observação do objecto escolhido,
depois seleccionar um detalhe. Ampliar o pormenor
inserindo-o num contexto urbano.
Objectivos | Dominar as proporções e
dimensões no espaço arquitectónico e urbano.
Material | Folhas de papel formato A3
lápis de grafite e barras de grafite ou carvão.
Foto: Filipa Antunes
41
Linguagem Exercício 28|Desenho. Literatura
Descrição | Da leitura de um texto
retirado do livro “De profundis, valsa lenta”
publicações Dom Quixote, 1997 de José Cardoso
Pires, deverá ser produzido um desenho sensorial
descrito na cena literária.
“Janeiro de 1995, quinta-feira. Em roupão e de cigarro
apagado nos dedos, sentei-me à mesa do pequeno-almoço
onde já estava a minha mulher com a Sylvie e o António que
tinham chegado na véspera a Portugal. Acho que dei os
bons-dias e que, embora calmo, trazia uma palidez de cera.
Foi numa manhã cinzenta que nunca mais esquecerei, as
pessoas a falarem não sei o quê e eu a correr a sala com o
olhar, o chão, as paredes, o enorme plátano por trás da
varanda. Parei na chávena de chá e fiquei. Sinto-me mal,
nunca me senti assim, murmurei numa fria tranquilidade.
Silêncio brusco. Eu e a chávena debaixo dos meus olhos. De
repente viro-me para a minha mulher: «Como é que tu
te chamas?»
Pausa. «Eu? Edite.» Nova pausa. «E tu?»
«Parece que é Cardoso Pires», respondi então.
Metodologia | Desenhar o espaço interior
descrito aplicando todos os conhecimentos
adquiridos neste módulo.
Objectivos | Realizar o desenho como
conceito e linguagem.
Material | Folhas de papel formato A3
lápis de grafite e barras de grafite ou carvão.
42
Linguagem Exercício 29| Desenho. Música
Descrição | Desenhar a imagem
associando o gesto do desenho ao som da música.
Metodologia | Começar por ouvir uma
música, registando apenas grafismos sensoriais
acompanhantes do ritmo sonoro. Depois realizar por
observação a imagem proposta com o mesmo nível
de expressividade.
Objectivos | Sentir o movimento do
desenho na produção de expressividades.
Material | Folhas de papel formato A3
lápis de grafite e barras de grafite ou carvão,
caneta preta.
43
Linguagem Exercício 30| Desenho . Fusão
Descrição | Tomando como exemplo as
imagens de design de fusão, devem ser analisados e
compostos num terceiro objecto, dois objectos
seleccionados.
Metodologia | Começar por esboçar os
dois objectos escolhidos, depois propor uma solução
criativa desenhada de fusão.
Objectivos | Incentivar a forma do
desenho no processo criativo.
Material | Folhas de papel formato A3
lápis de grafite e barras de grafite ou carvão,
caneta preta.
Naomi Thellier
44
Índice
Introdução 03
I Preconceito e memória 07
Exercício 01 | Identidade 08
Exercício 02 | Cérebro 09
Exercício 03 | Palavras 10
Exercício 04 | Sem ver 11
II Domínio do registo 12
Exercício 05 | Paralelas 13
Exercício 06 | Onduladas 14
Exercício 07 | Fios 15
Exercício 08 | Mancha 16
Exercício 09 | Pedra Papel 17
III Referências 18
Exercício 10 | M.C. Escher 19
Exercício 11 | Leonardo da Vinci 20
Exercício 12 | Miguel Ângelo 21
IV Perspectiva 22
Exercício 13 | Isometria 23
Exercício 14 | Malha Isométrica 24
Exercício 15 | Iso escada 25
Exercício 16 | Iso cilindro 26
Exercício 17 | Cónica 27
Exercício 18 | Malha cónica 28
Exercício 19 | Sala cónica 29
Exercício 20 | Fotografia 30
Exercício 21 | Escada cónica 31
V Observação 32
Exercício 22 | Origami escada 33
45
Exercício 23 | À escala da mão 34
Exercício 24 | Mão 35
Exercício 25 | Figura humana 36
VI Escala 37
Exercício 26 | Espaço humano 38
Exercício 27 | Dimensão 39
VI Linguagem 40
Exercício 28 | Desenho. Literatura 41
Exercício 29 | Desenho. Música 42
Exercício 30 | Desenho. Fusão 43
Anexos 46
Anexo I 47
Anexo II 48
Anexo III 49
Anexo IV 50
Anexo V 51
Anexo VI 52
Anexo VII 53
Anexo VIII 54
50
Anexo IV:: Desenho de Leonardo da Vinci
51
Anexo V:: Desenho de Miguel Ângelo