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1 Desenho um Filipa Oliveira Antunes Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. ULHT Faculdade de Arquitectura, Urbanismo, Geografia e Artes. FAUGA Lisboa 2011

Desenho um · 5 estabelecidas, etapa a etapa. É sem dúvida um treino diário a desenvolver - observar e desenhar -. A representação da figura humana será aqui trabalhada na definição

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1

Desenho um

Filipa Oliveira Antunes

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. ULHT

Faculdade de Arquitectura, Urbanismo, Geografia e Artes.

FAUGA

Lisboa

2011

2

“Quem sabe desenhar?”…é uma das questões que se coloca quando

o desenho configura uma etapa conceptual e ao mesmo tempo de

comunicação. Diz-se que, quem sabe escrever saberá também

desenhar, porque a caligrafia é efectivamente desenhada e

ensinada.

Este manual pretende ser um instrumento prático de trabalho para

quem utiliza o desenho como forma de registo aplicado à

arquitectura e urbanismo.

Resulta de um conjunto de práticas académicas que consolidam

conhecimentos técnicos aliados a expressividades criativas.

Resulta também, de anos dedicados ao ensino da arquitectura em

contacto directo com as novas gerações, perseguindo o objectivo

claro de lhes transmitir conhecimento técnico e executivo,

potenciador de identidades singulares.

Filipa Oliveira Antunes

3

Introdução

A capacidade de dominar a ferramenta desenhada

resultará sem dúvida da execução regular de

exercícios dirigidos a determinado objectivo. Assim,

em cada capítulo deste manual pretende-se

contextualizar e explorar a especificidade de uma

matéria do desenho, incentivando o processo de

repetição das propostas apresentadas.

O desenho, como expressão conceptual, aplicado

ao universo da arquitectura e urbanismo, consistirá o

objectivo primordial da metodologia adoptada.

Este manual foi concebido de acordo com a prática

académica de desenho arquitectónico

referenciado a um período de tempo de trabalho

semestral e organizado nos seguintes capítulos:

I Preconceito e memória;

II Domínio do registo;

III Referências;

IV Perspectiva;

V Observação;

VI Escala;

VII Linguagem.

Cada tema contém enunciados de exercícios

práticos explicados pela descrição, metodologia,

objectivos e materiais necessários. Começando pelo

capítulo I Preconceito e memória, é sem dúvida uma

das fases mais importantes neste processo de

aprendizagem. O diagnóstico do estado

4

desenhado, prende-se sobretudo com a identidade

individual. Dando um exemplo, todos temos uma

caligrafia manuscrita distinta que reflecte muitas

vezes a nossa personalidade, porque “a mão tem

memória”, vícios, formas, técnicas, velocidade, força

…. Existe um código comunicacional genérico que

todos compreendemos, mas a sua concretização é

personalizada. No desenho é igual, existirá uma

identidade singular.

No segundo tema, O domínio do registo, são

explorados os materiais utilizados no desenho

conceptual de arquitectura e urbanismo, assim

como os suportes de registo. Experimentar o limite

das potencialidades técnicas e expressivas do lápis e

da caneta, em papel será o grande objectivo.

No capítulo das Referências, são apresentados

trabalhos de autores que inspirarão olhares e

continuidades artísticas. Personalidades que fizeram

ou fazem do desenho o seu maior poder.

A temática da técnica da perspectiva no desenho

livre defende-se aqui, que fará de um bom

observador um expoente máximo na transposição

espacial. A tridimensionalidade e sobretudo a

dimensão da profundidade harmónica de uma

imagem assumem um protagonismo ímpar na

definição de lugar, interior ou exterior.

A observação aplicada ao desenho consiste na

percepção de estímulos visuais gerados pelo meio

envolvente. Treinar o processo olhar | desenhar é

um trabalho de fundo, que deve ser encarado

como treino intensivo a longo prazo com metas

5

estabelecidas, etapa a etapa. É sem dúvida um

treino diário a desenvolver - observar e desenhar -.

A representação da figura humana será aqui

trabalhada na definição de escala e dimensão

espacial, fundamental nos conceitos arquitectónicos

e urbanísticos. Esta matéria será explorada na

procura clara de indicadores atribuídos na

caracterização de territórios habitáveis: a figura

humana e o espaço.

Por fim, a linguagem do desenho entendida como

processo criativo, de expressão, comunicação e

intenção.

Pretende-se aqui estimular e implementar o hábito

de desenhar no acto de pensar e comunicar.

Material necessário para a execução dos exercícios

propostos:

Todos os desenhos propostos são de execução livre

sem auxílio de régua.

Elementos riscadores

Lápis de grafite com vários graus de

dureza (conforme a quantidade de

grafite da mina) por ordem crescente

de dureza:

Brandos 8B, 7B, 6B, 5B, 4B, 3B, 2B, e B

Médios HB E F

Duros H, 2H,3H,4H,5H,6H,8H e 9H

Barras de carvão e grafite.

6

Canetas de desenho cor preta com

duas espessuras. Exemplo 0,5mm e

2,0mm.

Elementos suporte

Folhas de papel brancas formato

normalizado designação A3.

A norma internacional ISO 216, de 1975 e

Norma Portuguesa NP-48 (1968) formato

do papel.

Dimensão (mm x mm)

A0 841 x 1189

A1 594 x 841

A2 420 x 594

A3 297 x 420

A4 210 x 297

A5 148 x 210

A6 105 x 148

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:A_size_illustration.svg

7

I Preconceito e memória

8

Preconceito e memória Exercício 01| Identidade

Descrição | Desenho e reprodução de

caligrafia manuscrita, em formatos e técnicas não

convencionais.

Metodologia | Começar por escrever com

caligrafia manuscrita o próprio nome, assinando em

grande escala numa folha de papel branco formato

A3. Depois, deve trocar a folha assinada, com um

colega e tentar por observação, representar uma

cópia do nome manuscrito. Repita o mesmo

exercício mas colocando a folha assinada a copiar,

invertida. Compare as duas reproduções e verifique

que os sucessos nem sempre são os óbvios.

Objectivos | Representar uma marca

individual traduzida na caligrafia como código

entendível por todos, mas retirando o preconceito

dos símbolos que conhecemos, neste caso as letras,

executando a reprodução observando e

focalizando apenas nas formas.

Material | Folhas de papel formato A3

e caneta preta.

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Preconceito e memória Exercício 02| Cérebro

Descrição | Desenhar uma figura

geométrica simples com a mão menos treinada, a

esquerda para destros e a direita para canhotos.

Metodologia | Desenhar várias figuras

geométricas (quadrado, circulo, triângulo…) primeiro

com a mão menos treinada e depois repetir várias

vezes, desenhando com um lápis e uma caneta, um

na mão esquerda e a outra na direita ao mesmo

tempo, em simetria aproximando e afastando os

registos.

Objectivos | Familiarização e

consciencialização do processo mecânico de

representação associado aos dois hemisférios da

actividade motora comandada pelo cérebro.

Material | Folha de papel formato A3,

lápis HB e caneta preta.

10

Preconceito e memória Exercício 03| Palavras

Descrição | Desenhar simbolicamente e

sinteticamente as palavras dadas, numa grelha.

Metodologia | Traçar uma malha ortogonal

dividindo desta forma a folha formato A3 em 64

espaços, sem auxilio de régua. Em cada espaço

desenhar simbolicamente a palavra dada, tendo

em conta a máxima economia de traçados, e

desenhando cada uma em 1minuto. Exemplo: sol

Palavras a desenhar:

Sol, peixe, nuvem, casa, árvore, lua, mar, barco

Janela, criança, chuva, filme, rato, escada, luz, gelo

Música, lápis, mesa, cadeira, flor, sorriso, porta, relva

Pedra, casaco, dado, cabelo, caracol, carro, ovo, saída

Hotel, faca, pé, chapéu, vento, sapato, elefante, estrela

Televisão, roda, avião, pensar, dente, suave, escuro, pó bicicleta, madeira, chave, laranja,

gato, telefone, lente, sal

Colher, olhos, parabéns, silêncio, proibido, estrada, pesado, fim.

Objectivos | Tradução desenhada de

objectos e conceitos conhecidos, procurando

diagnosticar uma linguagem universal

representativa.

Material | Folha de papel formato A3 e

lápis HB.

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Preconceito e memória Exercício 04| Sem ver

Descrição | Visualizar uma sucessão de

imagens durante alguns minutos.

Metodologia | Reproduzir uma das imagens

desenhando-a sem a ver.

Objectivos | Testar a memória visual

relacionando-a com um estímulo visual pontual.

Perceber o mecanismo sensorial relacionado com a

sensibilidade individual.

Material | Folhas de papel formato A3

e lápis HB.

Desenhos de Filipa Antunes (Anexos I e II)

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II Domínio do registo

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Domínio do registo Exercício 05| Paralelas

Descrição | Desenhar sucessivas linhas

paralelas verticais, e horizontais com várias

intensidades.

Metodologia | Desenhar primeiro as linhas

verticais, depois noutra folha as linhas horizontais.

Deslizando o lápis sem auxílio de régua, procurar

rigor e intensificar a pressão do lápis atingindo uma

escala de valores gradualmente crescente. Repetir o

exercício com todos os graus de dureza do lápis de

grafite. Identificar no canto inferior direito a

designação do lápis utilizado.

Objectivos | Conhecer o resultado do

elemento riscador no suporte, dominando a escala

de valor possíveis para cada nível de dureza.

Exercitar a capacidade de desenho associado a

referências geométricas como o paralelismo e os

elementos verticais e horizontais.

Material | Folhas de papel formato A3

e lápis de grafite de todos os níveis de dureza de 8B

a 9H.

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Domínio do registo Exercício 06| Onduladas

Descrição | Desenhar sucessivas linhas

onduladas paralelas no sentido vertical, e horizontal

com várias intensidades.

Metodologia | Desenhar primeiro as linhas

onduladas no sentido vertical, depois noutra folha no

sentido horizontal. Deslizando o lápis, procurar rigor e

intensificar a pressão do lápis atingindo uma escala

de valores gradualmente crescente. Repetir o

exercício com todos os graus de dureza do lápis de

grafite. Identificar no canto inferior direito a

designação do lápis utilizado.

Objectivos | Conhecer o resultado do

elemento riscador no suporte, dominando a escala

de valor possíveis para cada nível de dureza.

Exercitar a capacidade de desenho associado a

referências geométricas curvas, como o movimento

ondulante.

Material | Folhas de papel formato A3

e lápis de grafite de todos os níveis de dureza de 8B

a 9H.

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Domínio do registo Exercício 07| Fios

Descrição | Tendo como objectos de

observação um fio de arame preto e um fio de lã

preta, deve representá-los reflectindo as

características da sua materialidade (peso, tensão,

textura)

Metodologia | Começar por manusear os

fios propostos, tomando desta forma consciência

das suas distintas propriedades. Optar por um lápis

específico para representar cada um dos elementos.

Objectivos | Conseguir expressar a

materialidades dos objectos desenhados tirando

partido das diferentes marcas produzidas com o

lápis de grafite. Consolidar o tema das linhas e traços

no desenho livre.

Material | Folhas de papel formato A3

e lápis de grafite de todos os níveis de dureza de 8B

a 9H. Fios pretos de arame e de lã.

Fotos: Filipa Antunes

16

Domínio do registo Exercício 08| Mancha

Descrição | Desenhar uma sucessão de

manchas homogéneas estruturando uma escala de

valores com intensidades gradualmente crescentes.

Metodologia | Começar por desenhar tiras

de quadrados contíguos para cada grau de dureza

do lápis de grafite. Manchar criteriosamente cada

espaço. Identificar no fim de cada tira o tipo de lápis

ou o tipo de barra de grafite e/ou carvão utilizado.

Objectivos | Conhecer o resultado do

elemento riscador no suporte, dominando a escala

de valor possíveis para cada nível de dureza,

aplicando ao processo da mancha.

Material | Folhas de papel formato A3

lápis de grafite de todos os níveis de dureza de 8B a

9H e barras de grafite e carvão.

17

Domínio do registo Exercício 09| Pedra papel

Descrição | Tendo como objectos de

observação uma folha de papel amachucada e

uma pedra texturada, deve representá-los

reflectindo as características da sua materialidade

(peso, tensão, textura).

Metodologia | Começar por manusear os

elementos propostos, tomando desta forma

consciência das suas distintas propriedades. Optar

por um lápis ou barra de grafite/carvão específico

para representar cada um dos elementos.

Objectivos | Conseguir expressar a

materialidades dos objectos desenhados tirando

partido das diferentes marcas produzidas com o

material riscador. Consolidar o tema da mancha no

desenho livre.

Material | Folhas de papel formato A3,

lápis de grafite de todos os níveis de dureza de 8B a

9H e barras de grafite/carvão. Folha de papel

amachucada e pedra texturada.

Fotos : Filipa Antunes

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III Referências

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Referências Exercício 10| M.C. Escher

Descrição | Tendo como referência a

obra de um dos mais incríveis artistas gráficos M.C.

Escher, neste caso Gallery 1946 (1st state) till 1949

(further states), Mezzotint, 4th state) deve reproduzir

a imagem apresentada utilizando uma grelha

ortogonal sobreposta.

Metodologia | Começar por traçar uma

grelha ortogonal sobre o desenho de Escher, sem

auxílio de régua, depois por referenciação reproduzir

numa folha composta pela mesma malha.

Objectivos | Trabalhando sobre um

desenho inspirador conseguir encontrar nos limites e

na malha ortogonal, pontos de referência.

Material | Folhas de papel formato A3

e lápis de grafite de todos os níveis de dureza de 8B

a 9H.

Desenho de M.C. Escher (Anexo III)

http://www.mcescher.com/

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Referências Exercício 11|Leonardo da Vinci

Descrição | Tendo como referência a

obra de um dos mais incríveis artistas plásticos,

Leonardo da Vinci, neste caso Profile of a Young

Fiancée séc.xv, desenhar o perfil do retrato proposto.

Repetir o exercício observando o perfil de uma

pessoa.

Metodologia | Começar a desenhar em

cima da figura o contorno riscando apenas em linha

de silhueta. Reproduzir o perfil numa folha branca e

ensaiar a sua simetria.

Objectivos | Dominar a capacidade de

abstracção e sintetização de contorno, trabalhando

ao mesmo tempo a noção de simetria.

Material | Folhas de papel formato A3

e lápis de grafite de todos os níveis de dureza de 8B

a 9H e caneta preta.

Desenho de Leonardo da Vinci ( Anexo IV)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Profile_of_a_Young_Fiancee_-_da_Vinci.jpg

21

Referências Exercício 12| Miguel Ângelo

Descrição | Tendo como referência a

obra de um dos mais incríveis artistas, Miguel Ângelo,

neste caso a Planta da Basílica de São Pedro, 1546,

redesenhar a imagem invertendo a mancha negra

com os espaços em branco.

Metodologia | Reproduzir os espaços em

branco da imagem e, utilizando marcador preto

inverter o esquema de claro/escuro, trabalhando a

noção de espaço positivo versos espaço negativo.

Objectivos | Transpor a ideia de cheio

vazio, exercitando a observação de determinada

imagem partindo da representação dos espaços

vazios e não do objecto em si.

Material | Folhas de papel formato A3

e lápis de grafite e caneta preta.

Desenho de Miguel Ângelo (Anexo V)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Michelangelo_Buonarotti,_Plan_for_New_Saint_Peter%27s,_Vatican.JPG

22

IV Perspectiva

23

Perspectiva Exercício 13| Isometria

Descrição | Desenhar os três eixos

axonométricos representativos das três

coordenadas, a largura (x), a altura (z) e a

profundidade (y), em posição isométrica, ou seja

fazendo um ângulo de 120º entre si.

Metodologia | Começar por traçar um eixo

vertical do centro da folha até ao topo superior,

depois configurar o eixo de x e de y fazendo entre si

um ângulo com 120º do mesmo centro (origem 0)

até ao limite do desenho.

Marcar os três eixos a caneta preta, e a lápis

desenhar sucessivas linhas paralelas aos eixos

principais. Tudo sem auxílio de régua.

Objectivos | Consolidar a matéria das

linhas paralelas e conhecer a metodologia técnica

de um tipo de perspectiva axomométrica, muito

utilizada na representação de espaços

arquitectónicos e urbanos, em verdadeira grandeza,

sem redução métrica.

Material | Folhas de papel formato A3

lápis de grafite e caneta preta.

24

Perspectiva Exercício 14| Malha Isometria

Descrição | Tomando como suporte

uma folha composta por uma malha isométrica,

desenhar vários cubos mágicos eliminando algumas

peças.

Metodologia | Colocar a malha isométrica

sobre a folha de papel A3, definir o

dimensionamento do cubo fazendo um primeiro

esboço a lápis. Utilizando a linha e a mancha,

representar as faces do cubo imaginando que

faltam algumas peças. Repetir a representação

noutras posições, continuando o desenho para além

da malha.

Objectivos | Familiarização do sistema

axonométrico e domínio volumétrico.

Material | Folha de papel formato A3,

malha isométrica, lápis de grafite de todos os níveis

de dureza de 8B a 9H.

(modelo em Anexo VI)

25

Perspectiva Exercício 15| Iso escada

Descrição | Desenhar dois lances de

escada (oito degraus cada) com um patamar

intermédio utilizando a técnica da perspectiva

isométrica.

Metodologia | Começar por dimensionar a

generalidade da escada, depois desenhar cada

lance tirando partido da expressividade possível das

superfícies verticais e horizontais, sem auxílio de

régua.

Objectivos | Contextualização dos

elementos do espaço arquitectónico e urbano,

procurando dominar a noção de volumetria no

sistema axonométrico, conhecendo as figuras de

dimensão e proporção.

Material | Folha de papel formato A3,

lápis de grafite de todos os níveis de dureza de 8B a

9H.

26

Perspectiva Exercício 16| Iso Cilindro

Descrição | Desenhar várias posições de

cilindros em perspectiva isométrica.

Metodologia | Começar por desenhar um

círculo perfeito dividido em oito partes iguais,

referenciando as coordenadas com pontos.

Desenhar de seguida um círculo em posição vertical

e outro em posição horizontal na perspectiva

isométrica. Completar o desenho com o registo

volumétrico de cilindros isométricos verticais e

horizontais.

Objectivos | Identificar os pontos de

referenciação necessários para a representação

axonométrica de figuras geométricas curvas.

Material | Folha de papel formato A3,

lápis de grafite de todos os níveis de dureza de 8B a

9H.

27

Perspectiva Exercício 17| Cónica

Descrição | Desenhar várias linhas

diagonais convergentes no mesmo ponto no centro

da folha.

Metodologia | Começar por identificar o

centro da folha e a partir desse ponto convergir

várias linhas dispostas em leque até ao limite do

desenho. Repetir o exercício procurando encontrar o

rigor sem auxílio de régua.

Objectivos | Familiarização com as

metodologias de convergência da perspectiva

cónica, exercitando o rigor.

Material | Folhas de papel formato A3

lápis de grafite.

28

Perspectiva Exercício 18| Malha Cónica

Descrição | Desenhar uma espiral

ortogonal convergente no centro da folha.

Metodologia | Utilizando como base as

linhas diagonais convergentes, desenhar uma espiral

rectangular.

Objectivos | Compor uma malha cónica

percebendo a noção de profundidade.

Material | Folhas de papel formato A3

lápis de grafite.

29

Perspectiva Exercício 19| Sala cónica

Descrição | Tendo como base a malha

cónica, desenhar um espaço de sala idealizado

com a definição dos planos do tecto, chão e

paredes, incluindo a representação de uma porta e

de uma janela à escolha.

Metodologia | Compor um espaço interior

realçando a noção de profundidade através da

mancha e/ou estereotomias.

Objectivos | Dominar a representação

espacial e tridimensional em perspectiva cónica.

Material | Folhas de papel formato A3

lápis de grafite e caneta.

30

Perspectiva Exercício 20| Fotografia

Descrição | Observando a fotografia de

um espaço exterior, devem ser identificados os

seguintes elementos da perspectiva cónica: linha do

horizonte, ponto de fuga e linhas convergentes

(paralelas). Executar um desenho síntese da análise

efectuada.

Metodologia | Utilizando uma folha de

papel vegetal sobreposta à fotografia, identificar os

traçados da perspectiva cónica, depois numa folha

branca reproduzir a síntese do espaço representado.

Objectivos | Saber identificar numa

determinada paisagem a composição técnica da

perspectiva cónica com um ponto de fuga.

Material | Folhas de papel formato A3,

papel vegetal, lápis de grafite e caneta preta.

Foto: Filipa Antunes ( Anexo VII)

31

Perspectiva Exercício 21| Escada cónica

Descrição | Desenhar um lance de

escada em perspectiva cónica com um ponto de

fuga.

Metodologia | Começar por desenhar em

verdadeira grandeza os vários degraus, neste caso

orientados frontalmente perante o observador, sem

auxílio de régua.

Objectivos | Representar um elemento

arquitectónico dominando a perspectiva cónica.

Material | Folhas de papel formato A3,

lápis de grafite e caneta preta.

Desenho de Filipa Antune

32

V Observação

33

Observação Exercício 22| Origami escada

Descrição | Construir um modelo

tridimensional de uma escada pela técnica de corte

e dobragem. Desenhar a maqueta por observação.

Metodologia | No modelo disponibilizado

devem ser cortadas as linhas de maior espessura;

dobradas para fora as linhas tracejadas; e dobradas

para dentro as linhas ponteadas. Colar a folha numa

cartolina preta.

Objectivos | Tomar contacto com um

modelo à escala do objecto e praticar o desenho

por observação.

Material | Folhas de papel formato A3,

cartolina preta, x-acto, cola, lápis de grafite e barra

de grafite ou carvão ou caneta.

Desenho de Filipa Antunes (Anexo VIII)

34

Observação Exercício 23| À escala da mão

Descrição | Desenhar o contorno da

própria mão e representar à vista a sua simetria.

Metodologia | Colocar uma mão sobre a

folha contorná-la com o lápis de forma a registar a

silhueta, depois por observação representar a

simetria. Com as barras de grafite ou carvão atribuir

volume.

Objectivos | Tomar contacto com a

sinuosidade da forma da mão e consolidar a

matéria da simetria.

Material | Folhas de papel formato A3

lápis de grafite e barra de grafite ou carvão.

Desenho de Filipa Antunes

35

Observação Exercício 24| Mão

Descrição | Tomando como inspiração

os extraordinários exemplos que a história do

desenho anatómico nos mostra, posicionar e

desenhar à vista a própria mão.

Metodologia | Optar criteriosamente por

determinado gesto ou tensão da mão e representá-

la com o máximo de expressividade.

Objectivos | Continuar o trabalho de

desenho de observação aliado à capacidade

expressiva.

Material | Folhas de papel formato A3

lápis de grafite e barras de grafite ou carvão.

Desenho de Albrecht Dürer 1471-1528

36

Observação Exercício 25| Figura humana

Descrição | Conceber o desenho de

figura humana perseguindo os objectivos de

referência arquitectónica. Desenho de síntese.

Metodologia | Tomando como elemento

observado uma figura humana deve representá-la

apenas pelo seu contorno e volumetria.

Objectivos | Dominar as proporções da

figura humana no espaço arquitectónico e urbano.

Material | Folhas de papel formato A3

lápis de grafite e barras de grafite ou carvão.

Os humanos de Antony Gormley

http://www.antonygormley.com/

37

VI Escala

38

Escala Exercício 26| Espaço humano

Descrição | Desenhar conjuntos de

pessoas em vários espaços exteriores e interiores

procurando numa segunda fase alterar a sua escala

perante a paisagem de fundo.

Metodologia | Começar por fazer um

desenho de observação da figura humana inserida

num determinado território e depois num segundo

registo alterar sua dimensão perante a paisagem de

fundo, ou seja modificando a escala.

Objectivos | Dominar as proporções da

figura humana no espaço arquitectónico e urbano.

Material | Folhas de papel formato A3

lápis de grafite e barras de grafite ou carvão.

39

Escala Exercício 27| Dimensão

Descrição | Escolher um objecto de

reduzidas dimensões, representar um pormenor

ampliando em grande escala. Por fim contextualizá-

lo num território urbano.

Metodologia | Começar por fazer um

desenho de observação do objecto escolhido,

depois seleccionar um detalhe. Ampliar o pormenor

inserindo-o num contexto urbano.

Objectivos | Dominar as proporções e

dimensões no espaço arquitectónico e urbano.

Material | Folhas de papel formato A3

lápis de grafite e barras de grafite ou carvão.

Foto: Filipa Antunes

40

VI Linguagem

41

Linguagem Exercício 28|Desenho. Literatura

Descrição | Da leitura de um texto

retirado do livro “De profundis, valsa lenta”

publicações Dom Quixote, 1997 de José Cardoso

Pires, deverá ser produzido um desenho sensorial

descrito na cena literária.

“Janeiro de 1995, quinta-feira. Em roupão e de cigarro

apagado nos dedos, sentei-me à mesa do pequeno-almoço

onde já estava a minha mulher com a Sylvie e o António que

tinham chegado na véspera a Portugal. Acho que dei os

bons-dias e que, embora calmo, trazia uma palidez de cera.

Foi numa manhã cinzenta que nunca mais esquecerei, as

pessoas a falarem não sei o quê e eu a correr a sala com o

olhar, o chão, as paredes, o enorme plátano por trás da

varanda. Parei na chávena de chá e fiquei. Sinto-me mal,

nunca me senti assim, murmurei numa fria tranquilidade.

Silêncio brusco. Eu e a chávena debaixo dos meus olhos. De

repente viro-me para a minha mulher: «Como é que tu

te chamas?»

Pausa. «Eu? Edite.» Nova pausa. «E tu?»

«Parece que é Cardoso Pires», respondi então.

Metodologia | Desenhar o espaço interior

descrito aplicando todos os conhecimentos

adquiridos neste módulo.

Objectivos | Realizar o desenho como

conceito e linguagem.

Material | Folhas de papel formato A3

lápis de grafite e barras de grafite ou carvão.

42

Linguagem Exercício 29| Desenho. Música

Descrição | Desenhar a imagem

associando o gesto do desenho ao som da música.

Metodologia | Começar por ouvir uma

música, registando apenas grafismos sensoriais

acompanhantes do ritmo sonoro. Depois realizar por

observação a imagem proposta com o mesmo nível

de expressividade.

Objectivos | Sentir o movimento do

desenho na produção de expressividades.

Material | Folhas de papel formato A3

lápis de grafite e barras de grafite ou carvão,

caneta preta.

43

Linguagem Exercício 30| Desenho . Fusão

Descrição | Tomando como exemplo as

imagens de design de fusão, devem ser analisados e

compostos num terceiro objecto, dois objectos

seleccionados.

Metodologia | Começar por esboçar os

dois objectos escolhidos, depois propor uma solução

criativa desenhada de fusão.

Objectivos | Incentivar a forma do

desenho no processo criativo.

Material | Folhas de papel formato A3

lápis de grafite e barras de grafite ou carvão,

caneta preta.

Naomi Thellier

44

Índice

Introdução 03

I Preconceito e memória 07

Exercício 01 | Identidade 08

Exercício 02 | Cérebro 09

Exercício 03 | Palavras 10

Exercício 04 | Sem ver 11

II Domínio do registo 12

Exercício 05 | Paralelas 13

Exercício 06 | Onduladas 14

Exercício 07 | Fios 15

Exercício 08 | Mancha 16

Exercício 09 | Pedra Papel 17

III Referências 18

Exercício 10 | M.C. Escher 19

Exercício 11 | Leonardo da Vinci 20

Exercício 12 | Miguel Ângelo 21

IV Perspectiva 22

Exercício 13 | Isometria 23

Exercício 14 | Malha Isométrica 24

Exercício 15 | Iso escada 25

Exercício 16 | Iso cilindro 26

Exercício 17 | Cónica 27

Exercício 18 | Malha cónica 28

Exercício 19 | Sala cónica 29

Exercício 20 | Fotografia 30

Exercício 21 | Escada cónica 31

V Observação 32

Exercício 22 | Origami escada 33

45

Exercício 23 | À escala da mão 34

Exercício 24 | Mão 35

Exercício 25 | Figura humana 36

VI Escala 37

Exercício 26 | Espaço humano 38

Exercício 27 | Dimensão 39

VI Linguagem 40

Exercício 28 | Desenho. Literatura 41

Exercício 29 | Desenho. Música 42

Exercício 30 | Desenho. Fusão 43

Anexos 46

Anexo I 47

Anexo II 48

Anexo III 49

Anexo IV 50

Anexo V 51

Anexo VI 52

Anexo VII 53

Anexo VIII 54

46

Anexos

47

Anexo I :: Desenhos de Filipa Antunes

48

Anexo II :: Desenho de Filipa Antunes

49

Anexo III:: Desenho de M.C. Escher

52

Anexo VI :: Malha Isométrica

53

Anexo VII :: Fotografia de Filipa Antunes

54

Anexo VIII :: Desenho de Filipa Antunes