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Desenvolvimento Sustentável

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RENOVANDO COMPROMISSOSRENOVANDO COMPROMISSOSLição 3Lição 3

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Introdução

Qual foi o assunto da semana? ________________________________________________________________

Apesar de alguns assuntos de pouca relevância, o grande chamariz foi o caos provocado pelas chuvas, principalmente na região serrana do Rio de Janeiro, onde mais de 500 pessoas, ricas e pobres, perderam suas vidas. Quais os fatores que contribuíram para uma catástrofe como esta? Que diferença vemos para o desastre das águas ocorrido aqui no ano passado?________________________________________________________________________________________________

O jornalista Fernando Mitre da Band emitiu uma opinião que nos faz pensar: “Os governos já deviam colocar em sua agenda a ocorrência de desastres por conta das chuvas, pois os mesmos nada fazem para evitar este quadro”.

Não querendo aprofundar os desdobramentos desta tragédia, vamos usar esta notícia para tratar do nosso tema de hoje, desenvolvimento sustentável.

Desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades (CMMAD, 1987).

Ao falar deste tema, lembramo-nos rapidamente da presidenciável Marina que tomou este tema como base da sua candidatura. Mas este tema, que já vem sendo debatido com intensidade há quase 30 anos e tem se tornado mais e mais urgente, não pode ser tratado como simplesmente uma proposta

política, e sim, como um dos compromissos a serem renovados pela Comunidade da Aliança, que busca aliança com o mundo, enquanto criação. Logo, não podemos nos abster deste debate e nem deixá-lo de trazê-lo para a prática.

Desenvolvimento Sustentável: Assun-to da Igreja?

Com certeza. Ao sermos chamados por Deus para cuidarmos deste mundo (Gn. 1:28-30; 2:15), para sermos os mordomos da criação, temos que nos apresentar como proponentes e praticantes de uma cosmovisão que abrange todas as áreas da vida.

Logo, não só o desenvolvimento sustentável, como também, mídia, bioética, evolucionismo, política, tecnologia, etc., são áreas que precisamos nos pronunciar e vivenciar sob a luz do evangelho. O mundo muitas vezes não nos ouve ou não nos dá crédito porque não sabemos ou não nos preocupamos em aplicar a graça de Deus revelada a nós na nossa vida cotidiana.

No que tange ao desenvolvimento sustentável, os verbos das passagens paralelas já citadas de Gênesis nos dão a devida instrução. Por um lado, Deus nos chamou a sujeitar e dominar a terra, o que implica em usarmos os recursos providos por Deus para nós de forma a enchermos a terra, o que se coaduna com desenvolvimento. Já na outra passagem, somos chamados a cultivar e cuidar do jardim, o que implica na responsabilidade de preservar a criação de Deus, que tem valor intrínseco por ser criação. Logo, o

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desenvolvimento não pode ser predatório, e sim, sustentável.

Na revelação progressiva de Deus para nós, o tema do desenvolvimento sustentável foi tratado em vários outros momentos, mas nos iremos ater nos postulados da Lei de Moisés e nos princípios trazidos pelo Senhor Jesus e desenvolvido pelos apóstolos.

Base do Desenvolvimento Sustentável

A base para a prática do desen-volvimento sustentável são os temas que tratamos nos últimos dois domingos à noite: aliança com Deus e aliança com o próximo. Sem estes parâmetros não há como colocar em prática este conceito. Como você relaciona estes temas a partir da Lei de Moisés?___________ ________________________________________________________________

Jesus falou que o resumo da Lei está em Dt. 6:5 e em Lv. 19:18. Além disso, o anúncio inicial dos estatutos da Lei e de sua repetição (Ex. 20 e Dt. 5) são os dez mandamentos, onde os 4 primeiros falam da nossa aliança com Deus e os 6 últimos da nossa aliança com o próximo. A partir da base dos dez mandamentos, é trazido o restante da Lei que trata de como a nação de Israel deve se desenvolver e organizar.

Sem aliança com Deus, não enxergamos a dignidade da Criação ou, pelo contrário, colocamos a criação no lugar do Criador, podendo ir dos extremos da exploração predatória para a adoração panteísta. Sem aliança com o próximo, só nos preocupamos em nos darmos bem e satisfazer nossas necessidades presentes, não nos importando com as dificuldades que outros passam ou venham a passar pelo nosso atual “bem estar”. Neste caso, o importante é o indivíduo e não a comunidade.

Três Princípios de Desenvolvimento

Ainda trabalhando os princípios da Lei de Moisés, podemos extrair três claros princípios para o desenvolvimento:

1) Exploração Limitada (Lv. 25) – Da mesma forma que há o descanso sabático para os homens, a terra também teria um Sábado que seria de sete em sete anos, onde não haveria exploração daquela terra para a colheita. Este é um reconhecimento claro que não só o homem, mas toda a criação precisa de descanso. Quantas terras você já viu serem exploradas a ponto serem completamente exauridas? Quantas coisas consumimos sem atentarmos que as mesmas fazem parte de exploração predatória? ______________________ ________________________________

2) Economia Solidária (Ex. 23:10-19; Lv. 25, 27) – Nos mandamentos trazidos na Lei, percebe-se uma clara proteção aos mais desfavorecidos (pobres, escravos, estrangeiros, viúvas, órfãos) e o lucro pessoal não devia ser buscado a todo custo, e sim, o bem estar da comunidade como um todo. Isso é um reconhecimento que tudo que ganhamos vem de Deus e deve ser usado para a glória de Deus, não simplesmente para nós mesmos. Ou seja, um desenvolvimento só é sustentável se ele reconhece que todo o ganho provém de Deus, através da prática dos dízimos e ofertas, e promove o acesso a condições mínimas de dignidade a todas as pessoas de comunidade, através da prática da caridade e misericórdia. Deus ama a quem dá com alegria (2Co. 9:6-8) 3) Práticas de Justiça (Lv. 19:35-37; 20) – Apesar das poucas referências colocadas, este é o tópico mais trabalhado pela Lei de Moisés, as práticas justas. Não adianta ganhar dinheiro, se não for de forma honesta. Deus se agrada em que se cumpra a sua palavra, em que se viva por ela, e não nos frutos da desobediência ou em meros rituais mortos(1Sm. 15:22). Esta

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é uma das grandes razões pela qual o nosso país não avança como poderia, pois o vírus da corrupção, do jeitinho e da malandragem contamina a grande maioria das pessoas neste país.

Conclusão

O desenvolvimento sustentável de acordo com a Palavra de Deus é parte fundamental da aliança que Deus nos chama a fazer com o mundo, enquanto criação.

Israel foi a nação escolhida de Deus para representar o Seu santo nome em meio às outras nações. Nós, hoje, somos o Israel de Deus e como representantes Dele devemos defender o desenvolvimento sustentável, não como bandeira política, mas como modus vivendis, colocando em prática a exploração limitada, a economia solidária e as práticas de justiça.

Não fomos chamados para fazer um mundo melhor, mas para transtornar o mundo com a pregação e a vivência do Evangelho do Reino, cuidando da criação de Deus, em meio a um mundo que jaz no maligno.