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DETERMINANTES E CONDICIONANTES DA
SAÚDE – PROCESSO SAÚDE DOENÇA – PARTE I
Profª Ma.Carolina VasconcelosMestre em Enfermagem - UPEEspecialista em Saúde Coletiva
Enfermeira (Bacharelado e Licenciatura) – UFPE
Epidemiologia - conceito
◦ Ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, analisando a
distribuição populacional e os fatores determinantes do risco de doenças,
agravos e eventos associados à saúde, propondo medidas específicas de
prevenção, controle ou erradicação de enfermidades, danos ou problemas
de saúde e de proteção, promoção ou recuperação as saúde individual e
coletiva, produzindo informação e conhecimento para apoiar a tomada de
decisão no planejamento, na administração e na avaliação de sistemas,
programas, serviços e ações de saúde.
Doença
◦A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições
fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o
sofrimento, a dor, o prazer, enfim os valores e sentimentos expressos
pelo corpo subjetivo que adoece (CANGUILHEM; CAPONI apud
BRÊTAS e GAMBA, 2006)
Doença
◦ “Para Evans & Stoddart (1990) a doença não é mais que um constructo que guarda relação
com o sofrimento, com o mal, mas não lhe corresponde integralmente. Quadros clínicos
semelhantes, ou seja, com os mesmos parâmetros biológicos, prognóstico e implicações
para o tratamento, podem afetar pessoas diferentes de forma distinta, resultando em
diferentes manifestações de sintomas e desconforto, com comprometimento diferenciado
de suas habilidades de atuar em sociedade. O conhecimento clínico pretende balizar a
aplicação apropriada do conhecimento e da tecnologia, o que implica que seja formulado
nesses termos. No entanto, do ponto de vista do bem-estar individual e do desempenho
social, a percepção individual sobre a saúde é que conta (EVANS; STODDART, 1990).”
(OLIVEIRA; EGRY, 2000).
Saúde
A saúde é silenciosa, geralmente não a percebemos em suaplenitude; na maior parte das vezes apenas a identificamos quandoadoecemos. É uma experiência de vida, vivenciada no âmago docorpo individual. Ouvir o próprio corpo é uma boa estratégia paraassegurar a saúde com qualidade, pois não existe um limitepreciso entre a saúde e a doença, mas uma relação dereciprocidade entre ambas; entre a normalidade e a patologia, naqual os mesmos fatores que permitem ao homem viver (alimento,água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia, relações familiarese sociais) podem causar doenças. Essa relação é demarcada pelaforma de vida dos seres humanos, pelos determinantes biológicos,psicológicos e sociais. Tal constatação nos remete à reflexão deque o processo saúde-doença-adoecimento ocorre de maneiradesigual entre os indivíduos, as classes e os povos, recebendoinfluência direta do local que os seres ocupam na sociedade(BERLINGUER apud BRÊTAS e GAMBA, 2006)
Saúde
◦Canguilhem (apud BRÊTAS e GAMBA, 2006) considera que, para a
saúde, é necessário partir da dimensão do ser, pois é nele que
ocorrem as definições do normal ou patológico. O considerado
normal em um indivíduo pode não ser em outro; não há rigidez no
processo. Dessa maneira, podemos deduzir que o ser humano
precisa conhecer-se, necessita saber avaliar as transformações
sofridas por seu corpo e identificar os sinais expressos por ele. Esse
processo é viável apenas na perspectiva relacional, pois o normal e o
patológico só podem ser apreciados em uma relação.
Saúde
◦Nessa dimensão, a saúde torna-se a capacidade que o ser
humano tem de gastar, consumir a própria vida. Entretanto, é
importante destacar que a vida não admite a reversibilidade,
ela aceita apenas reparações. Cada vez que o indivíduo fica
doente, está reduzindo o poder que tem de enfrentar outros
agravos; ele gasta seu seguro biológico, sem o qual não estaria
vivo (BRÊTAS e GAMBA, 2006).
◦Diferentes Dimensões de análise do processo saúde – doença;
◦Esses diferentes olhares convivem, complementam-se e disputam
espaços de compreensão e intervenção. A diversidade das práticas
em saúde tem relação com as formações sociais e econômicas, os
significados atribuídos, o conhecimento disponível e com cada
época.
Processo saúde-doença na história
◦ Pré-história:
◦ As doenças e agravas que não podiam ser entendidos como resultado do cotidiano
◦ influência do sobrenatural, deuses, demônios e espíritos malignos.
◦ Pensamento mágico-religioso
◦ Neolítico:
◦ Fixaram-se próximos a rios e vales férteis.
◦ Originou os aldeamentos; domesticação dos animais para o trabalho ou para a alimentação;
◦ Surgimento de novas doenças;
◦ Excedente deu origem ao comércio (aglomerações) Mais doenças.
Antiguidade: assírios, egípcios, caldeus,hebreus e outros povos
◦corpo humano como receptáculo de elemento externo;
penetrando-o irá produzir a doença sem que o homem participe
ativamente do processo; elementos tanto naturais como
sobrenaturais
◦sistemas filosóficos de compreensão do mundo: caráter religioso,
◦observações empíricas relativas ao aparecimento da doença e
função curativa das plantas e recursos naturais eram revestidas de
caráter religioso
Medicina hindu e Medicina chinesa
◦ Doença vista como desequilíbrio entre os elementos/humores que compõem o
organismo humano causa buscada no ambiente;
◦ Influência dos astros, clima,insetos e outros animais
◦ Sistema complexo de correspondência entre os cinco elementos(madeira, metal,
terra, fogo e água);
◦ Saúde para os chineses: equilíbrio entre os princípios Yang e Yin; causas
externas, internas e mistas causam o seu desequilíbrio. recuperação=
restabelecer o equilíbrio de energia
◦ O homem desempenha papel ativo no processo e as causas perdem o caráter
mágico e religioso, são naturalizadas.
Gregos: racionalismo
◦ Gregos:
◦ Panteístas – Os médicos também eram filósofos – Além de cuidar da saúde procuravam
entender as relações do homem com a natureza;
◦ Procuravam interpretar a saúde e a doença como resultados de processos naturais e não
sagrados;
◦ Panacéia preconizava a medicina curativa
◦ Higéia, defendia a saúde como resultante da harmonia entre os homens e ambientes
Hipócrates
◦Hipócrates – 400 a.C. – a saúde resultava do equilíbrio existente
entre o corpo, a mente e o meio ambiente.
◦Teoria dos Miasmas: “maus ares”
◦Saúde é uma Homeostasia entre o homem e o Meio.
◦Caracterizou os fatores responsáveis pela endemicidade: local, clima,
solo, água, modo de vida e nutrição.
Idade Média, Renascimento, Id.Moderna
◦ Declínio da cultura urbana; decadência da organização e das práticas de saúde
pública.
◦ Catolicismo – Afirmava a existência de uma conexão entre doença e pecado.
◦ Hospitais - Foi Instituído o período de quarentena com o objetivo de deter o
avanço das doenças.
◦ Renascimento – Universidades
◦ Rotas comerciais
◦ Contagionistas X Não Contagionistas
◦ Era bacteriológica
Modelo Biomédico
“desajuste ou falha no mecanismo de adaptação do organismo ou umaausência de reação aos estímulos a cuja reação está exposto(...) processo queconduz a uma pertubação da estrutura ou da função de um órgão, de umsistema ou de todo o organismo oude suas funções vitais”(Jénick &Cléroux,1982)
◦ Modelo teórico que considera doença como resultado da agressão de umagente etiológico a um organismo;
◦ Eficaz para explicação de doenças infecciosas e parasitárias;
◦ O conceito se aplica indiferentemente a organismo de todas as espécies;
◦ Aborda duas perspectivas: a Patologia e a Clínica Médica.
Modelo unicausal
◦Representou um reducionismo do fenômeno saúde / doença.
◦Aboliu o Subjetivo a favor do Objetivo;
◦Aboliu os aspectos Qualitativos em prol dos Quantitativos;
◦Hipervalorização da fisiologia, anatomia, patologia e farmacologia,
que se tornaram bases do pensamento médico;
◦Racionalidade Científica
Modelo Multicausal
◦ Após a Segundo Grande Guerra houve um declínio do Modelo Unicausal.
◦ Motivo:
◦ Não explicava as doenças associadas a múltiplos fatores de risco.
◦ Neste período houve uma transição epidemiológica.
◦ Ou seja,Diminuiu a incidência das doenças Infecto parasitárias para
aumentar das crônicas degenerativas.
PROCESSO SAÚDE DOENÇA: MEDICINA BASEADA NA SAÚDE
PREVENÇÃO DE DOENÇAS E PROMOÇÃO DA SAÚDE –PARTE II
Profª Ma.Carolina VasconcelosMestre em Enfermagem - UPEEspecialista em Saúde Coletiva
Enfermeira (Bacharelado e Licenciatura) – UFPE
◦Teoria da Promoção da Saúde
◦Práticas de saúde individuais: hábitos
◦e estilos de vida
◦Práticas de saúde micro sociais:
◦famílias, grupos sociais e profissionais
◦Intervenções ambientais
◦Intervenções estratégicas (OMS 1986)
Marcos Conceituais de Saúde
◦ Afinal o que é Saúde?
◦ 1947 OMS Saúde – bem estar físico, mental e social
◦ 1960 Reforma Sanitária movimento social por saúde
◦ 1974 Relatório de Lalonde – Promoção da saúde
◦ 1978 Alma-Ata – ações básicas de saúde
◦ 1986 VIII Conferência Nacional de Saúde
◦ 1986 I Conferência Internacional Promoção da Saúde
◦ 1988 Constituição Brasileira – Sistema Único de Saúde
◦ 2006 Política Nacional de Promoção da Saúde
Crise dos sistemas de saúde:
◦ Década de 70
◦ Ineficácia, ineficiência, ineqüidades e crise de credibilidade, face à transição
demográfico-epidemiológica: envelhecimento e mudança nos padrões
nosológicos,medicalização, desenvolvimento tecnológico e explosão de
custos e gastos.
◦ Novas concepções do processo saúde-doença: cuidado, mais
globalizantes, articulando saúde e qualidade de vida.
Promoção da saúde - Marco
◦ “Até agora, quase todos os esforços da sociedade canadense destinado a melhorar a saúde,
assim como os gastos setoriais diretos, concentraram-se na assistência médica. Entretanto, as
causas principais de adoecimento e morte têm origem nos outros três componentes do conceito”
(A New Perspective on the Health of Canadians).
◦ Informe Lalonde (1974) –Modelo do “Campo da Saúde”: Saúde
determinada por um conjunto de fatores
◦ Biologia humana
◦ Ambiente
◦ Estilo de vida
◦ Organização da Atenção à Saúde.
Saúde para Todos no Ano 2.000(1977) –30a. Assembléia Mundial de Saúde
◦ Oito elementos essenciaispara alcançar saúde para todos:
◦ educação dos problemas de saúde prevalentes;prevenção e controle.
◦ promoção do suprimento de alimentos e nutrição adequada.
◦ abastecimento de água e saneamento básico apropriados.
◦ atenção materno-infantil, incluindo o planejamento familiar.
◦ imunizações contra as principais doenças infecciosas.
◦ prevenção e controle de doenças endêmicas.
◦ tratamento apropriado das doenças comuns e dos acidentes.
◦ distribuição de medicamentos básicos
CONCEITO SAÚDE / DOENÇA
◦1978 -Conferência Internacional sobre CUIDADOS
PRIMÁRIOS DE SAÚDE em Alma-Ata -medidas p/ promover
a saúde de todos os povos do mundo.
◦I-A conquista do mais alto grau de saúde exige a intervenção de
muitos outros setores sociais e econômicos além do setor saúde;
◦II-A promoção e proteção da saúde da população é indispensável
para o desenvolvimento econômico e social sustentado e contribui
para melhorar a qualidade de vida e alcançar a paz mundial.
1986 -1ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, Otawa, Canadá
◦ “A Promoção da Saúde é o nome dado ao processo de capacitação da
comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde,
incluindo uma maior participação no controle deste processo”.
◦ Para atingir um estado de completo bem-estar-físico, mental e social, tanto os
indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer
necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente.
1986 -1ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, Otawa, Canadá
◦ Implementação de políticas públicas saudáveis
◦ Criação de ambientes saudáveis
◦ Reforço da ação comunitária
◦ Desenvolvimento de habilidades pessoais
◦ Reorientação do sistema de saúde
Promoção da saúde
◦ “O processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua
qualidade de vida e saúde , incluindo uma maior participação no controle
deste processo” (Carta de Otawa, 1986)
◦ Saúde tem como determinantes diversos fatores como alimentação, moradia,
saneamento básico, meio ambiente, renda, educação, transporte, lazer e o
acesso aos bens e serviços essenciais e de direito (VIII Conferencia Nacional
de Saúde, 1986)
CONSTITUIÇÃO FEDERAL -1988 LEI ORGÂNICA DA SAÚDE-1990 SUS-8.080 E 8142
◦ Art. 196: “A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
◦ Lei 8.080 (art.2º): “A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre
outros, a alimentação, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a
educação, o transporte, o lazer e o acesso a bens e serviços sociais; os níveis de saúde da
população expressam a organização social e econômica do país (par. 3º).
Conceito de Saúde – Mais abrangente
◦Saúde é a resultante das condições de alimentação, educação, renda,
meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade,
acesso e posse da terra, acesso a serviços de saúde.... resultado de
formas de organização social de produção, as quais podem gerar
profundas desigualdades no níveis de saúde.
◦8a. Conferência Nacional de Saúde
Bases conceituais
◦ Promoção e prevenção
Promover melhoria das condições/estilos de vida (medidas inespecíficas)
Prevenir exposição a riscos (atuais e potenciais)
◦ Campo da saúde
Fatores ligados à biologia humana, ambiente, estilos de vida e acesso às ações eserviços de saúde
◦ Determinação social
Momentos de reprodução biológica, ecológica, econômica e sociocultural(comportamentos e condutas)
Promoção na saúde - Conceito
◦Articulação de saberes técnicos e populares e a mobilização de
recursos institucionais e comunitários, públicos e privados, para o
enfrentamento e resolução de problemas de saúde e seus
determinantes (Buss, 2000).
◦ Prevenir:
◦ Preparar, chegar antes de, impedir que se realize...
◦ Ação antecipada,baseada no conhecimento da história natural da doença para tornar seuprogresso improvável.
◦ Implica no conhecimento epidemiológico para o controle e, redução do risco de doenças.
◦ Projetos de prevenção e educação baseiam-se na informação científica e recomendaçõesnormativas.
◦ Promover:
◦ Impulsionar, fomentar, originar, gerar.
◦ Refere-se a medidas que não se dirigem a doenças específicas, mas que visam aumentar asaúde e o bem estar.
◦ Implica no fortalecimento da capacidade individual e coletiva para lidar com a multiplicidadede dos condicionantes da saúde.
◦ FATORES DETERMINANTES DA DOENÇA
◦ Endógenos: Fatores determinantes que, no quadro geral da ecologia da doença, são inerentes aoorganismo e estabelecem a receptividade do indivíduo.
◦ Herança genética.
◦ Anatomia e fisiologia do organismo humano.
◦ Estilo de vida.
◦ Exógenos:Fatores determinantes que dizem respeito ao ambiente.
◦ Ambiente biológico: determinantes biológicos.
◦ Ambiente físico: determinantes físico-químicos.
◦ Ambiente social: determinantes sócio-culturais.
Fatores determinantes sociais
A aquisição de conhecimentos sobre os determinantes sociais parte do estudo da desigualdade social,tida como geradora de agravos à saúde, traduzidos em morbidade e mortalidade.
Categorias gerais desses determinantes:
◦ Comportamentais
◦ Psicossociais - Relacionados à personalidade do indivíduo.
◦ Hábitos e estilos de vida:sexualidade, étnicos (relacionados à cultura), adquiridos.
◦ Organizacionais
◦ Estruturais (Ocupação, Família, nível socioeconômico)
◦ Evolutivos ----- Relacionados ao Desenvolvimento
Intrasociais:convivência (mobilidade social); produção e desenvolvimento (apropriação dos recursossociais); e competição.
Intersociais:agressões ao meio ambiente, migrações populacionais, intercâmbio social e conflitos.
Desigualdade e iniquidade
◦ Desigualdades: diferenças sistemáticas na situação de saúde de grupos
populacionais (Jairnilson, 2006)
◦ Iniqüidades: as desigualdades na saúde evitáveis, injustas e desnecessária
(Whitehead)
◦ Determinantes sociais de saúde são as condições sociais em que as pessoas
vivem e trabalham ou "as características sociais dentro das quais a vida
transcorre”(Tarlov,1996)
Prevenção
◦ A prevenção primária é a realizada no período de pré-patogênese. O conceito
de promoção da saúde aparece como um dos níveis da prevenção primária,
definido como “medidas destinadas a desenvolver uma saúde ótima”. Um
segundo nível da prevenção primária seria a proteção específica “contra agentes
patológicos ou pelo estabelecimento de barreiras contra os agentes do meio
ambiente”.
◦ A fase da prevenção secundária também se apresenta em dois níveis: o
primeiro, diagnóstico e tratamento precoce e o segundo, limitação da invalidez.
◦ Por fim, a prevenção terciária que diz respeito a ações de reabilitação
Prevenção
◦“ação antecipada, baseada no conhecimentoda história natural a
fim de tornar improvável o progresso posterior da doença”
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE
PARA GESTÃO DO SUS –PARTE I
Profª Ma.Carolina VasconcelosMestre em Enfermagem - UPEEspecialista em Saúde Coletiva
Enfermeira (Bacharelado e Licenciatura) – UFPE
Conceito:
◦ Como em qualquer outra atividade, no setor saúde a informaçãodeve ser entendida como um redutor de incertezas, um
instrumento para detectar focos prioritários, levando a um
planejamento responsável e a execução de ações de que condicionem a
realidade às transformações necessárias.
Segundo o Ministério da Saúde (MS), através Portaria Ministerial nº3 de 04/01/96 :
“É essencial conceber o SIS como um instrumento para o processo de
tomada de decisões, seja na dimensão técnica, seja na dimensão de políticas a serem
formuladas e implementadas; o sistema deve ser concebido pois, na qualificação
de suas ações, como produtor de conhecimentos e como descritor de uma
realidade... Um SIS deve assegurar a avaliação permanente da situação de saúde da
população e dos resultados das ações de saúde executadas, fornecendo elementos
para, continuamente, adequar essas ações aos objetivos do SUS”.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define Sistema de Informação em Saúde (SIS):
“...é um conjunto de componentes que atuam de forma integrada por meio de
mecanismos de coleta, processamento, análise e transmissão da informação
necessária e oportuna para implementar processos de decisões no Sistema de Saúde.
Seu propósito é selecionar dados pertinentes e transformá-los em informações para
aqueles que planejam, financiam, provêm e avaliam os serviços de saúde”
(OMS, 1981:42)
Planejamento
◦ É um processo de tomada de decisões que, com base na
situação atual, visa a determinação de providências a tomar
objetivando atingir uma situação futura desejada.
Todos os sistemas de informação em saúde dos estados e municípios se integram aos
sistemas nacionais correspondentes, alimentando seus bancos de dados e
utilizando formulários padronizados de registro que cobrem todos os serviços
públicos de saúde
A CONCEPÇÃO DO SNIS
ETAPAS DO SIS
1. Coleta de dados
2. Processamento
3. Análise
4.Transmissão da informação
Conhecer os passos de cada uma das etapas de um Sistema de Informações pode garantir a
fidedignidade das bases de dados, a permanência e a plena utilização das mesmas.
COLETA PROCESSAMENTO DECISÃO E CONTROLE
Origem e Registros
dos DadosRecebimento e
Controle (Avaliação)
Análise Preliminar
dos Dados
Ordenamento dos
Documentos da
Coleta
Pedido de Informação
Adicional
Comparação com
Parâmetros
Controle da
Quantidade e do ConteúdoCodificação Identificação e Análise
das Discrepâncias
Transmissão Opções de DecisãoDigitação e Crítica
Classificação e
Tabulação
Controle de Erros e
Inconsistências
Cálculos Básicos
Apresentação
(Moraes, 2004, adapt. SES-SC)
Produz fragmentação da realidade.
Centralização dos Sistemas;
Produção de dados descolada do processo decisório;
Produção não atende às necessidades sociais.
(Moraes, 2004)
SIS: CENÁRIO ATUAL
Tecnologia
Complexidade dos dados existentes e da estrutura dos
bancos;
Falta de padronização nos procedimentos de
obtenção, análise e disseminação das informações;
Ausência de um claro interesse epidemiológico
quando da implantação dos bancos de dados;
PROBLEMAS IDENTIFICADOS
Processo de trabalho
Precário conhecimento dos técnicos sobre a grande diversidade de bancos de nacionais, estaduais e municipais;
Tendência a multiplicar e sobrepor indicadores;
Sub-utilização dos dados pelas equipes de saúde (gestão e assistência): reflexos no sub-registro;
Os dados demoram a retornar para o nível local de modo a permitir o M&A e a tomada de decisão.
PROBLEMAS IDENTIFICADOS
Gestão
Inexistências de instâncias responsáveis pela análise dos dados;
Disparidades regionais: oportunidade, qualidade e cobertura das informações variando de acordo com as áreas geográficas onde são produzidas;
PROBLEMAS IDENTIFICADOS
Infra-estrutura
Custo de manutenção e renovação tecnológica;
Insuficiência de recursos, particularmente recursos
humanos qualificados para apoiar o processo de
desenvolvimento e análise do SIS;
PROBLEMAS IDENTIFICADOS
ESTRATÉGIAS DE SUPERAÇÃO
Fomento de desenvolvimento de sistemas de informação em saúde ascendente, compatíveis com a realidade local;
Interligação dos diversos níveis de informação – REDES;
Ampliação do espectro de usuários;
Acompanhamento permanente das informações das bases de dados: subsídios para sua própria reformulação.
Dado: é uma descrição limitada do real, desvinculada de um referencial explicativo e difícil
de ser utilizada como informação por ser ininteligível.
Informação:é uma descrição mais completa do real associada a um referencial explicativo sistemático. Pode se dizer que é a representação de fatos da realidade com base em determinada visão de
mundo. É portanto a ponte entre fatos da realidade ou as idéias de algumas pessoas e o exercício da
cidadania.
(Moraes, 1994, p.19-20)
DIFERENÇA ENTRE DADO E INFORMAÇÃO
TRANSFORMANDO DADO EM INFORMAÇÃO
A transformação de um dado em
informação exige, além da análise, a
divulgação.
Deve considerar possíveis recomendações
para a ação.
Sistemas de informação em saúde
◦ Informação instrumento essencial para a tomada de decisões.
◦ Informação em saúde é o esteio para a gestão dos serviços, poisorienta a implantação, acompanhamento e avaliação dos modelos deatenção à saúde e das ações de prevenção e controle de doenças.
◦ Ferramenta imprescindível à vigilância epidemiológica, por constituirfator desencadeador do processo “informação-decisão-ação”,
◦ tríade sintetiza a dinâmica de suas atividades que devem ser iniciadasa partir da informação de um indício ou suspeita de caso de alguma doençaou agravo.
◦ Dado
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
“informação-decisão-ação”
INDÍCIO OU SUSPEITA DE CASO DE ALGUMA DOENÇA OU AGRAVO
Dado − valor quantitativo referente a um fato ou circunstância”,“o
número bruto que ainda não sofreu qualquer espécie de tratamento
estatístico”, ou“a matéria-prima da produção de informação”.
Informação − “o conhecimento obtido a partir dos dados”, “o dado
trabalhado” ou “o resultado da análise e combinação de vários dados”,
o que implica em interpretação, por parte do usuário. É “uma
descrição de uma situação real, associada a um referencial
explicativo sistemático”.
◦ “Informação é o significado atribuído a um determinado dado, por meio
de convenções e representações.
◦ Toda informação deve gerar uma decisão, que desencadeará uma
ação”.
◦ “Informação em Saúde deve ser entendida como um instrumento de
apoio decisório para o conhecimento da realidade sócio-econômica,
demográfica e epidemiológica para o planejamento, gestão, organização e
avaliação nos vários níveis que constituem o Sistema Único de Saúde”.
Sistemas de informação em saúde
◦ Entende-se sistema como o “conjunto integrado de partes que se articulam para umafinalidade comum.”
◦ Para sistema de informação existem várias definições, tais como:
◦ “conjunto de unidades de produção, análise e divulgação de dados que atuam integradas e
articuladamente com o propósito de atender às demandas para o qual foi concebido”;
◦ A Lei Federal 8.080, de 1990, estabelece o papel das informações em saúde e a formaçãodos Sistemas de Informação.
◦ Um sistema é um conjunto ordenado de meios de ação ou de idéias
visando um resultado, realizar funções específicas.
◦ “É básica a necessidade de cadastros de pacientes, população e de
estabelecimentos, produção das atividades de saúde, conhecimento do
perfil de doenças atendidas, da mortalidade, número de profissionais de
saúde, número de consultórios, leitos, equipamentos, medicamentos,
gastos efetuados e outras tantas informações”.
Sistemas de informação em saúde
◦ Sistema de informação deve disponibilizar o suporte necessário para que oplanejamento, decisões e ações dos gestores, em determinado nível decisório (municipal,estadual e federal), não se baseie em dados subjetivos, conhecimentos ultrapassados.
◦ Sistema de Informação em saúde (SIS) é constituído por vários sub-sistemas e temcomo propósito geral facilitar a formulação e avaliação das políticas, planos e programasde saúde, subsidiando o processo de tomada de decisões.
◦ Para isso, deve contar com: requisitos técnicos e profissionais necessários aoplanejamento, coordenação e supervisão das atividades relativas à
coleta, registro, processamento, análise, apresentação e difusão de dados e geração deinformações.
Sistema de Informação em Saúde -SIS
A Organização Mundial da Saúde define Sistema de Informação em Saúde –SIS como:
um mecanismo de coleta, processamento, análise e transmissão da informação
necessária para se planejar, organizar, operar e avaliar os serviços de saúde.
Considera-se que a transformação de um dado em informação exige, além da análise, a
divulgação, e inclusive recomendações para a ação.
Sistemas de informação em saúde
◦ Existem Subsistemas de informação em saúde que destacam-se em razão de sua maiorrelevância para a vigilância epidemiológica:
◦ SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação;
◦ SIM - Sistema de Informações sobre Mortalidade;
◦ SINASC - Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos;
◦ SIH/SUS - Sistema de Informações Hospitalares;
◦ SIA/SUS - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS;
◦ SIAB - Sistema de Informação da Atenção Básica;
◦ SISVAN - Sistema de Informações de Vigilância Alimentar e Nutricional;
◦ SI-PNI - Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização;
◦ SISÁGUA - Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para
Consumo Humano.
Sistema do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES)
Seu objetivo é cadastrar todos estabelecimentos de saúde, hospitalares e ambulatoriais,
componentes da rede pública e privada, existentes no país, e manter atualizados os bancos de
dados nas bases locais e federal, visando subsidiar os gestores na implantação/implementação
das políticas de saúde, muito importante para áreas de planejamento, regulação, avaliação,
controle, auditoria e de ensino/pesquisa.
O cadastro compreende o conhecimento dos Estabelecimentos de Saúde nos aspectos de
Área Física, Recursos Humanos, Equipamentos, Profissionais e Serviços Ambulatoriais e
Hospitalares.
Consultas ao CNES podem ser realizadas através do link abaixo:
http://cnes2.datasus.gov.br/Index.asp?home=1
Manual CNES: http://cnes.datasus.gov.br/pages/downloads/documentacao.jsp
Sistema Nacional de Agravo de Notificação (SINAN)
Seu objetivo é coletar, transmitir e disseminar dados gerados rotineiramente pelo sistema de vigilância
epidemiológica, nas três esferas de governo, para apoiar processos de investigação e de análise das informações sobre
doenças de notificação compulsória.
Critérios para inclusão de doença e agravos na lista de notificação compulsória:
Vulnerabilidade;
Compromissos internacionais;
Ocorrência de epidemias, surtos e agravos inusitados à saúde;
Magnitude;
Potencial de disseminação;
Transcendência (severidade, relevância social, relevância econômica).
Sistema Nacional de Agravo de Notificação (SINAN)
Há dois documentos básicos, que complementam entre si as informações sobre cada caso notificado.
Ficha Individual de Notificação (FIN): preenchida pelas unidades assistenciais a partir da suspeita clínica da ocorrência
de algum agravo de notificação compulsória ou outro agravo sob vigilância. É utilizada também para a Notificação
Negativa;
Ficha Individual de Investigação (FII): contém campos específicos de orientação para a investigação do caso.
Constam ainda do sistema a planilha e o boletim de acompanhamento de surtos, assim como os boletins de
acompanhamento de hanseníase e tuberculose.
A partir da alimentação do banco de dados do SINAN pode-se:
Realizar diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na população;
Fornecer subsídios para explicações causais dos agravos de notificação compulsória;
Indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo na identificação da realidade epidemiológica de
determinada área geográfica;
Calcular a incidência, prevalência, letalidade e mortalidade.
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
◦ Considerado o mais importante sistema;
◦ Desenvolvido entre 1990 e 1993, visando sanar as dificuldades do Sistema de Notificação
Compulsória de Doenças (SNCD) e substituí-lo;
◦ O SINAN foi concebido pelo Centro Nacional de Epidemiologia, com o apoio técnico do
Datasus e da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte para ser operado a partir das unidades
de saúde, considerando o objetivo de coletar e processar dados sobre agravos de notificação
em todo o território nacional, desde o nível local.
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
◦ É alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos
constantes da lista nacional de doenças de notificação compulsória, mas é facultado a
estados e municípios incluir outros problemas de saúde regionalmente importantes em sua
região.
◦ Sua utilização efetiva permitirá:
◦ a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na população;
◦ fornece subsídios para explicações causais dos agravos de notificação compulsória;
◦ indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo Identificação da realidade
epidemiológica de determinada área geográfica.
OBJETIVO:
◦ Coletar, transmitir e disseminar dados gerados rotineiramente pelo Sistema de
Vigilância Epidemiológica das três esferas de governo, por intermédio de uma
rede informatizada, para apoiar o processo de investigação e dar subsídios à
análise das informações de vigilância epidemiológica das doenças de notificação
compulsória.
Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN)
◦ ATRIBUIÇÕES DAS TRÊS ESFERAS DE GOVERNO
◦ UNIÃO
◦ Compete à SVS/MS, como gestora nacional do Sinan:
◦ I. estabelecer diretrizes e normas técnicas para o Sinan;
◦ II. prestar apoio técnico às unidades federadas para utilização e operacionalização do Sinan;
◦ III. estabelecer fluxos e prazos para o envio de dados pelo nível estadual;
◦ IV. atualizar e fornecer as versões do Sinan e os modelos de instrumentos de coleta de dados
para as unidades federadas;
◦ V. coordenar a seleção dos códigos correspondentes aos agravos de interesse estadual e
municipal, segundo a Classificação Internacional de Doenças – CID 10;
◦ VI. consolidar os dados provenientes das unidades federadas;
Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN)
◦ ATRIBUIÇÕES DAS TRÊS ESFERAS DE GOVERNO
◦ UNIÃO
◦ VII. informar às unidades federadas a ocorrência de casos de notificação compulsória,detectados em países que fazem fronteira com o Brasil, ou a ocorrência de surtos ouepidemias, com risco de disseminação no país;
◦ VIII. avaliar regularidade, completitude, consistência e integridade dos dados e duplicidade deregistros, efetuando os procedimentos definidos como de responsabilidade do nível nacional,para a manutenção da qualidade da base de dados;
◦ IX. realizar análises epidemiológicas e operacionais;
◦ X. retroalimentar as informações para os integrantes do sistema; e
◦ XI. divulgar informações e análises epidemiológicas
Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN)
◦ ATRIBUIÇÕES DAS TRÊS ESFERAS DE GOVERNO
ESTADOS
◦ Compete aos estados:
◦ I. consolidar os dados do Sinan provenientes dos municípios;
◦ II. prestar apoio técnico aos municípios para utilização e operacionalização do Sinan;
◦ III. coordenar a seleção dos códigos correspondentes a tabela de estabelecimentos de saúde aser utilizada pelo Sinan;
◦ IV. estabelecer fluxos e prazos para o envio de dados pelo nível municipal, respeitando osfluxos e prazos estabelecidos pela SVS/MS;
◦ V. distribuir as versões do Sinan e seus instrumentos de coleta de dados para os municípios;
◦ VI. enviar os dados à SVS/MS regularmente, observados os prazos estabelecidos nestaPortaria;
Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN)
◦ ATRIBUIÇÕES DAS TRÊS ESFERAS DE GOVERNO
ESTADOS
◦ VII. informar às outras unidades federadas a ocorrência de casos de notificação compulsória,detectados na sua área de abrangência (residentes em outras unidades federadas), ou a ocorrênciade surtos ou epidemias, com risco de disseminação no país;
◦ VIII. informar à SVS/MS a ocorrência de surtos ou epidemias, com risco de disseminação nopaís;
◦ IX. avaliar a regularidade, completitude, consistência e integridade dos dados e duplicidade deregistros, efetuando os procedimentos definidos como de responsabilidade da unidade federada,para a manutenção da qualidade da base de dados;
◦ X. realizar análises epidemiológicas e operacionais;
◦ XI. retroalimentar as informações para os integrantes do sistema;
◦ XII. divulgar informações e análises epidemiológicas; e
◦ XIII. normatizar aspectos técnicos em caráter complementar a atuação do nível federal para asua área de abrangência.
Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN)
◦ ATRIBUIÇÕES DAS TRÊS ESFERAS DE GOVERNO
◦ MUNICÍPIOS
◦ I. prestar apoio técnico às unidades notificantes;
◦ II. coletar e consolidar os dados provenientes de unidades notificantes;
◦ III. estabelecer fluxos e prazos para o envio de dados pelas unidades notificantes; respeitando osfluxos e prazos estabelecidos pela SVS/MS;
◦ IV. enviar os dados ao nível estadual, observados os fluxos e prazos estabelecidos pelos estados epela SVS/MS;
◦ V. distribuir as versões do Sinan e seus instrumentos de coleta de dados para as unidadesnotificantes;
◦ VI. informar à unidade federada a ocorrência de casos de notificação compulsória, detectados nasua área de abrangência, residentes em outros municípios, ou a ocorrência de surtos ouepidemias, com risco de disseminação no País;
Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN)
◦ ATRIBUIÇÕES DAS TRÊS ESFERAS DE GOVERNO
◦ MUNICÍPIOS
◦ VII. avaliar a regularidade, completitude, consistência e integridade dos dados e duplicidade de
registros, efetuando os procedimentos definidos como de responsabilidade do município, para a
manutenção da qualidade da base de dados;
◦ VIII. realizar análises epidemiológicas e operacionais;
◦ IX. retroalimentar os dados para os integrantes do sistema;
◦ X. divulgar informações e análises epidemiológicas; e
◦ XI. normatizar aspectos técnicos em caráter complementar à atuação do nível estadual para a sua
área de abrangência.
Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN)
◦ ATRIBUIÇÕES DAS TRÊS ESFERAS DE GOVERNO
◦ DISTRITO FEDERAL
◦ Compete ao Distrito Federal, no que couber, simultaneamente, as atribuições referentes a estados
e municípios.
Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN)
Instrumentos de Coleta de Dados
◦ As unidades federadas deverão utilizar o modelo padronizado pela SVS/MS. A
Ficha de Notificação deverá ser impressa em duas vias pré-numeradas.
◦ A primeira via deverá ser enviada pela unidade de saúde para o local no qual
será feita a digitação, caso a unidade de saúde não seja informatizada, e a
segunda via deverá ser arquivada na própria unidade de saúde.
Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN)
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
◦ A impressão, distribuição e controle da Ficha de Notificação para os municípios é de
responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde, podendo ser delegada para o município.
◦ A distribuição e controle da Ficha de Notificação para as unidades de saúde e outras fontes
notificadoras é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde.
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
PORTARIA Nº 104, DE 25 DE JANEIRO DE 2011
Define as terminologias adotadas em legislação nacional, conforme o disposto no RegulamentoSanitário Internacional 2005 (RSI 2005), a relação de doenças, agravos e eventos em saúdepública de notificação compulsória em todo o território nacional e estabelece fluxo, critérios,responsabilidades e atribuições aos profissionais e serviços de saúde.
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
◦ SINAN a entrada de dados ocorre pela utilização de alguns formulários
padronizados:
◦ 1) Ficha Individual de Notificação (FIN) − é preenchida para cada paciente, quando
da suspeita de problema de saúde de notificação compulsória e encaminhada pelas
unidades assistenciais aos serviços responsáveis pela informação e/ou vigilância
epidemiológica.
É também utilizada para a Notificação Negativa.
Notificação negativa − é a notificação da não-ocorrência de doenças de
notificação compulsória na área de abrangência da unidade de saúde.
Indica que os profissionais e o sistema de vigilância da área estão
alertas para a ocorrência de tais eventos.
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
◦ A Ficha de Notificação deverá ser utilizada para:
◦ Notificação negativa;
◦ Notificação individual de casos suspeitos e/ou confirmados dos seguintes agravos
de notificação compulsória: botulismo, carbúnculo ou “antraz”, cólera, coqueluche,
dengue, difteria, doença de Creutzfeldt-Jacob, doença de Chagas (casos agudos), doença
meningocócica e outras meningites, eventos adversos pós-vacinação, febre amarela, febre do
Nilo, febre maculosa, febre tifóide, hantaviroses, hepatites virais, leishmaniose visceral,
leptospirose, malária (em área não endêmica), peste, paralisia flácida aguda/poliomielite, raiva
humana, rubéola, sarampo, síndrome da rubéola congênita, síndrome respiratória aguda
grave, tétano neonatal e tétano acidental, tularemia, varíola.
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
◦ 2) Ficha Individual de Investigação (FII) − roteiro de investigação, distinto para cada
tipo de agravo, devendo ser utilizado, preferencialmente, pelos serviços municipais de
vigilância ou unidades de saúde capacitadas para a realização da investigação epidemiológica.
◦ Esta ficha, é utilizada para investigação de surtos e epidemias, permite obter dados que
possibilitam a identificação da fonte de infecção e mecanismos de transmissão da doença.
◦ As informações da FII possibilitam maior conhecimento acerca da situação
epidemiológica do agravo investigado, fontes de infecção, modo de transmissão e
identificação de áreas de risco, dentre outros importantes dados para o desencadeamento das
atividades de controle.
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
◦ Notificação de surto:
◦ agravos inusitados de pelo menos dois casos epidemiologicamente vinculados.
◦ A notificação destes agravos deverá ser realizada por meio da abordagem sindrômica, de
acordo com as seguintes categorias: diarréia aguda sanguinolenta, ictérica aguda, febre
hemorrágica aguda, respiratória aguda, neurológica aguda, insuficiência renal aguda e outras
síndromes;
◦ casos agregados, constituindo uma situação epidêmica, das doenças que não constam na Lista
de Doenças de Notificação Compulsória (LDNC); e
◦ casos agregados das doenças que constam na LDNC, mas cujo volume das notificações torne
operacionalmente inviável o registro individualizado dos casos.
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
◦ A impressão, distribuição e numeração desses formulários é de responsabilidade do
estado ou município.
◦ Após o preenchimento dos referidos formulários, as fontes notificadoras deverão
encaminhá-los para o primeiro nível informatizado.
A partir daí, os dados serão enviados para os níveis hierárquicos superiores.
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
◦ FIN preenchidas pelos profissionais de saúde nas unidades assistenciais, as quais devem
manter uma 2ª via arquivada pois a original é remetida para o serviço de vigilância
epidemiológica responsável pelo desencadeamento das medidas de controle necessárias.
◦ Os formulários deverão ser encaminhados para o setor de digitação das secretarias municipais,
para que posteriormente os arquivos de transferência sejam enviados às secretarias estaduais e,
em seguida, ao Ministério da Saúde;
◦ No nível federal, os dados do SINAN são processados, analisados juntamente com aqueles que
chegam por outras vias e divulgados pelo Boletim Epidemiológico do SUS e informes
epidemiológicos eletrônicos, disponibilizados no site www.saude.gov.br.
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
A partir da alimentação do banco de dados do SINAN, pode-se:
◦ calcular a incidência, prevalência, letalidade e mortalidade,
◦ realizar análises de acordo com as características de pessoa, tempo e lugar, particularmenteno que tange às doenças transmissíveis de notificação obrigatória,
◦ além de outros indicadores epidemiológicos e operacionais utilizados para as avaliaçõeslocal, municipal, estadual e nacional.
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
◦ A manutenção periódica da atualização da base de dados do SINAN é fundamental para o
acompanhamento da situação epidemiológica dos agravos incluídos no Sistema.
◦ Dados de má qualidade, oriundos de fichas de notificação ou investigação com a maioria
dos campos em branco, inconsistências nas informações (casos com diagnóstico
laboratorial positivo, porém encerrado como critério clínico) e duplicidade de registros,
entre outros problemas freqüentemente identificados apontam para a necessidade de
uma avaliação sistemática da qualidade da informação coletada e digitada no primeiro nível
hierárquico de entrada de dados no Sistema;
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
◦ Necessário garantir tanto a Qualidade como a Cobertura dos dados;
◦ Gerar instrumentos para a formulação e avaliação das políticas, planos e programas de
saúde, subsidiando o processo de tomada de decisões e contribuindo para a melhoria da
situação de saúde da população.
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE
PARA GESTÃO DO SUS –PARTE II
Profª Ma.Carolina VasconcelosMestre em Enfermagem - UPEEspecialista em Saúde Coletiva
Enfermeira (Bacharelado e Licenciatura) – UFPE
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)
◦ Criado em 1975;
◦ Seu instrumento padronizado de coleta de dados é a Declaração de Óbito (DO),impressa em três vias;
◦ O preenchimento da DO deve ser realizado exclusivamente por médicos, exceto emlocais onde não existam, situação na qual poderá ser preenchida por oficiais de Cartóriosde Registro Civil, assinada por duas testemunhas;
◦ Variáveis mais importantes causa básica, sexo, idade, grau de instrução, ocupaçãohabitual, local de ocorrência, assistência médica.
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)
◦ As informações obtidas pela DO também possibilitam o delineamento do perfil de
Mortalidade e morbidade de uma área, no que diz respeito às doenças mais letais e às doenças
crônicas não sujeitas à notificação compulsória, representando, praticamente, a única fonte
regular de dados.
◦ Uma vez preenchida a DO, quando se tratar de óbitos por causas naturais, ocorridos em
estabelecimento de saúde:
◦ 1ª via (branca) será da secretaria municipal de saúde (SMS);
◦ 2ª via (amarela) será entregue aos familiares do falecido, para registro em Cartório de Registro
Civil e emissão da Certidão de Óbito (ficando retida no cartório);
◦ 3ª via (rosa) ficará arquivada no prontuário do falecido.
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)
◦ Nos óbitos de causas naturais ocorridos fora do estabelecimento de saúde, mas com assistênciamédica, o médico que fornecer a DO deverá levar a 1ª (branca) e 3ª (rosa) vias para a SMS,entregando a 2ª (amarela) para os familiares do falecido.
◦ Nos óbitos por causas naturais em localidades sem médicos, o responsável pelo falecido,acompanhado de duas testemunhas, comparecerá ao Cartório de Registro Civil onde serápreenchida a DO.
A 2ª via (amarela) deste documento ficará retida no cartório e a 1ª (branca) e 3ª (rosa) viasserão recolhidas pela secretaria municipal de saúde.
◦ Para óbitos por causas acidentais e/ou violentas
◦ O legista do Instituto Médico Legal (IML) ou, no caso de não existir na localidade o IML, o
perito designado para tal preenche a DO.
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)
◦ Secretarias Municipais de Saúde (SMS) realizarão a busca ativa dessas vias em todos os
hospitais e cartórios, evitando a perda de registro de óbitos no SIM, com conseqüente perfil
irreal da mortalidade da sua área de abrangência.
◦ Nas SMS as 1ª (branca) vias são digitadas e enviadas (digitalizados) para as Regionais,
que fazem o consolidado de sua área e o enviam para as secretarias estaduais de saúde, que
consolidam os dados estaduais e os repassam para o Ministério da Saúde.
◦ A análise dos dados do SIM permite a construção de importantes indicadores para o
delineamento do perfil de saúde de uma região.
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC)
◦ Desde 1992 sua implantação gradual;
◦ O número de nascidos vivos constitui relevante informação para o campo da saúde pública,pois possibilita a constituição de indicadores voltados para a avaliação de riscos à saúde dosegmento materno-infantil;
◦ O SINASC tem como instrumento padronizado de coleta de dados Declaração de Nascido Vivo (DN);
◦ DN preenchida nos hospitais e outras instituições de saúde que realizam parto, e nosCartórios de Registro Civil, na presença de duas testemunhas, quando o nascimento ocorreem domicílio sem assistência de profissional de saúde.
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC)
◦ Nos partos ocorridos em estabelecimentos de saúde:
◦ 1ª via (branca) da DN preenchida será para a SMS;
◦ 2ª via (amarela) deverá ser entregue ao responsável pela criança, para a obtenção da Certidãode Nascimento no Cartório de Registro Civil, onde ficará retida;
◦ 3ª (rosa) será arquivada no prontuário da puérpera.
◦ Para os partos domiciliares com assistência médica:
◦ 1ª via: deverá ser enviada para a SMS,
◦ 2ª e 3ª vias entregues ao responsável, que utilizará a 2ª via para registro do nascimento emcartório e a 3ª para apresentação em unidade de saúde onde realizar a primeira consulta dacriança.
◦ Nos partos domiciliares sem assistência médica: a DN será preenchida no Cartório de RegistroCivil, que reterá a 1ª via, a ser recolhida pela SMS, e a 2ª, para seus arquivos. A 3ª via seráentregue ao responsável, que a destinará à unidade de saúde do primeiro atendimento dacriança.
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC)
◦ As 1ª vias da DN deverão ser recolhidas ativamente pelas SMS, que após digitá-las envia o
consolidado para as SES, onde os dados são processados e distribuídos segundo o municípiode residência e, a seguir, enviados para o MS, que os reagrupa por estados de residência, sendodisponibilizados através do site www.datasus.gov.br
◦ Variáveis mais importantes: sexo, peso ao nascer, tipo de parto, local de ocorrência, duraçãoda gestação, no consultas pré-natais realizadas, grau de instrução da mãe.
◦ Entre os indicadores de interesse para a atenção à saúde materno-infantil, construídos a partirdas informações contidas na DN: proporção de nascidos vivos de baixo peso, proporção denascimentos prematuros, proporção de partos hospitalares, e outros.
Como fonte de dados para o conhecimento da situação de saúde, o SINASC
contribui para obter informações sobre natalidade, morbidade e mortalidade
infantil e materna e sobre as características da atenção ao parto e ao recém-nascido.
Essas informações são essenciais para a atenção integral à saúde da mulher e da
criança.
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos
(SINASC)
Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS)
◦ O SIH/SUS, que possui dados informatizados desde 1984;
◦ Não foi concebido sob a lógica epidemiológica, mas sim com o propósito de operar o
sistema de pagamento de internação dos hospitais contratados pelo Ministério da
Previdência;
◦ Reúne informações de cerca de 70% dos internamentos hospitalares realizados no país,
tratando-se, portanto, de grande fonte das enfermidades que requerem internação,
importante para conhecimento da situação de saúde e gestão de serviços;
Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS)
◦ Seu instrumento de coleta de dados é a Autorização de Internação Hospitalar (AIH);
◦ Variáveis mais importantes: internações, AIH pagas, valor médio AIH, média depermanência, óbitos, taxa, mortalidade (por sexo, faixa etária, diagnóstico de internação, etc.).
◦ Este formulário contém, entre outros, os dados de atendimento, com diagnósticos deinternamento e alta, informações relativas às características de pessoa (idade e sexo), tempo elugar (procedência do paciente) das internações, procedimentos realizados, valores pagos edados cadastrais das unidades de saúde, que permitem sua utilização para finsepidemiológicos.
Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS)
Sua finalidade é registrar todos os atendimentos provenientes de internações hospitalares que foram
financiadas pelo SUS, e a partir deste processamento, gerar relatórios para que os gestores possam fazer os
pagamentos dos estabelecimentos de saúde.
Seu documento básico de registro das informações é a Autorização de Internação Hospitalar (AIH),
que habilita a internação do paciente e gera valores para pagamento.
A abrangência do sistema está limitada às internações no âmbito do SUS, excluindo, portanto, as que
são custeadas diretamente ou cobertas por seguro-saúde. Eventuais reinternações e transferências do mesmo
paciente a outros hospitais também não são identificadas, o que pode resultar em contagem cumulativa.
Dispõe de informações sobre recursos destinados a cada hospital que integra a rede do SUS, as
principais causas de internação no Brasil, a relação dos procedimentos mais frequentes realizados mensalmente
em cada hospital, município e estado, a quantidade de leitos existentes para cada especialidade e o tempo médio
de permanência do paciente no hospital.
Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS)
Dispõe de informações sobre recursos destinados a cada hospital que integra a rede do SUS, as
principais causas de internação no Brasil, a relação dos procedimentos mais frequentes realizados
mensalmente em cada hospital, município e estado, a quantidade de leitos existentes para cada especialidade e
o tempo médio de permanência do paciente no hospital.
Manual Técnico Operacional SIH/SUS:
ftp://ftp2.datasus.gov.br/public/sistemas/dsweb/SIHD/Manuais/MANUAL_SIH_janeiro_2015.pdf
O Laudo para Solicitação de AIH
é o documento para solicitar a
autorização de internação
hospitalar.. Pode ser utilizado em
suporte físico ou digital. Os laudos
em suporte físico devem ser
legíveis, sem abreviaturas e com a
assinatura do profissional
solicitante e autorizador com
respectivo carimbo. Estes deverão
ser impressos em via única, que
deve ser anexada ao prontuário do
paciente, não sendo mais
necessário a manutenção de uma
via destes nos órgãos
autorizadores
Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS)
◦ Tomando como base o Sistema de Assistência Médico-Hospitalar da Previdência Social -SAMHPS, e seu instrumento, a AIH (Autorização de lnternação Hospitalar), em toda redeHospitalar Própria, Federal, Estadual, Municipal, Filantrópica e Privada Lucrativa.
◦ O acervo de informações e valores do Sistema de Assistência Médico-Hospitalar da
Previdência Social - SAMHPS passou a compor a base do SIH/SUS.
Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS)
◦ O SIH/SUS foi desenvolvido propiciar a elaboração de alguns indicadores de avaliação de
desempenho de unidades;
◦ Além do acompanhamento dos números absolutos relacionados à freqüência de AIHs e que
vêm sendo cada vez mais utilizados pelos gestores para uma primeira aproximação da
avaliação de cobertura de sua rede hospitalar, e até para a priorização de ações de caráter
preventivo.
Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS)
◦ Dispõe de informações sobre recursos destinados a cada hospital que integra a rede do SUS,
as principais causas de internações no Brasil, a relação dos procedimentos mais freqüentes
realizados mensalmente em cada hospital, município e estado, a quantidade de leitos existentes
para cada especialidade e o tempo médio de permanência do paciente no hospital.
◦ Suas informações facilitam as atividades de Controle e Avaliação e Vigilância Epidemiológica
em âmbito nacional
◦ os arquivos de dados e utilitários do SIH são disponibilizados ao público através da Internet,
no site www.datasus.gov.br
Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA-SUS)
Este é o sistema que processa todas as apresentações ambulatoriais deAtenção Básica, Média e Alta Complexidade gerando arquivo para compor o bancodedados nacional dos atendimentos ambulatoriais.
Foi implantado nacionalmente na década de noventa. Ao longo dos anos,vem sendo aprimorado para ser efetivamente um sistema que gere informaçõesreferentes ao atendimento ambulatorial e que possa subsidiar os gestores estaduais emunicipais no monitoramento dos processos de planejamento, programação,regulação, avaliação e controle dos serviços de saúde, na área ambulatorial.
Manual Técnico Operacional SIA/SUS: ftp://arpoador.datasus.gov.br/siasus/Documentos/sia/MANUAL_OPERACIONAL_SIA.pdf
O documento básico de
registro dessas
informações é o Boletim
de Produção Ambulatorial
(BPA), preenchido pelos
estabelecimentos que
ofertam procedimentos
ambulatoriais. O BPA
contém o número de
atendimentos realizados
por tipo de procedimento
e, dependendo deste, o
grupo populacional. As
informações não são
individualizadas.
Para procedimentos
ambulatoriais de alta
complexidade e alto custo
(hemodiálise, terapia
oncológica), o SIA/SUS
tem como documento
básico de registro dessas
informações a Autorização
para Procedimentos de
Alto Custo/Complexidade
(APAC). As informações
são individualizadas e
bastante detalhadas
Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS)
◦ A Portaria nº 896, de 29 de junho de 1990, incumbe o INAMPS de implantar o Sistema de
Informações Ambulatoriais do SUS – SIA/SUS, a partir de 01/10/90, e sua regulamentação
se deu pela Resolução INAMPS nº 228, de 01/08/1990.
◦ Permite o acompanhamento das programações físicas e orçamentárias, das ações de saúde
prestadas pela assistência ambulatorial.
◦ Substituiu a antiga GAP – Guia de Autorização de Pagamento, permitindo maior controle e
agilidade nos pagamentos do SUS. Sua alimentação é descentralizada, sendo
responsabilidade de cada gestor.
Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS)
◦ Em 1991, o SIA/SUS foi formalmente implantado em todo o território nacional como
instrumento de ordenação do pagamento dos serviços ambulatoriais (públicos e conveniados);
◦ Sua unidade de registro de informações é o procedimento ambulatorial realizado.
◦ Outros indicadores operacionais podem ser importantes como complemento das análises
epidemiológicas, por exemplo: número de consultas médicas por habitante/ano; número de
consultas médicas por consultório; número de exames/terapias realizados pelo quantitativo de
consultas médicas
Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS)
◦ Oferece aos gestores estaduais e municipais de saúde, em conformidade com as normas do
MS, instrumentos para operacionalização das funções de cadastramento, controle e cálculo da
produção e para a geração de informações necessárias ao repasse do custeio ambulatorial
(RCA).
◦ Oferece, ainda, informações para o gerenciamento de capacidade instalada e produzida, bem
como dos recursos financeiros orçados e repassados aos prestadores de serviços.
Sistema de Informações de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN)
◦ Instrumento de políticas federais, focalizadas e compensatórias.
◦ Atualmente, encontra-se implantado em aproximadamente 1.600 municípios considerados derisco para a mortalidade infantil.
◦ Disponibiliza informações sobre o programa de recuperação de crianças desnutridas e gestantessob risco nutricional.
◦ Variáveis mais importantes: Peso, idade, altura, idade gestacional.
Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI)
◦ Implantado em todos os municípios brasileiros, fornece dados relativos à coberturavacinal de rotina e, em campanhas, taxa de abandono e controle do envio de boletinsde imunização.
◦ Contém informações referentes às doses de vacinas aplicadas.
◦ Visa o controle das coberturas vacinais alcançadas.
◦ Fonte: Mapa diário do registro de doses aplicadas e Boletim Mensal de dosesaplicadas.
Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da
Água para Consumo Humano (SISÁGUA)
◦ Fornece informações sobre a qualidade da água para consumo humano proveniente dos
sistemas público e privado, e soluções alternativas de abastecimento.
◦ Objetiva coletar, transmitir e disseminar dados gerados rotineiramente, de forma a produzir
informações necessárias à prática da vigilância da qualidade da água de consumo humano
(avaliação da problemática da qualidade da água e definição de estratégias para prevenir e
controlar os processos de sua deterioração e transmissão de enfermidades) por parte das
secretarias municipais e estaduais de saúde.
Outros Sistemas de Informação:
◦ SisHiperDia – Sistema de Informação do Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus;
◦ SISPRENATAL – Sistema de Informação do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN);
◦ SCNES/FCES – Sistema de Informação do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde;
◦ SIS API – Sistema de Avaliação de Doses Aplicadas de Vacinas;
◦ SIS AIU – Sistema de Apuração de Imunobiológicos Utilizados;
◦ SIS EAPV – Sistema de Informação sobre Eventos Adversos Pós Vacinais.
A utilização dos SISTEMAS DE INFORMAÇÕES DE SAÚDE e de outras fontes de
dados, pelos serviços de saúde e instituições de ensino e pesquisa, dentre outras, pode serviabilizada via Internet, propiciando o acesso a dados nas seguintes áreas:
◦ Demografia – informações sobre população, mortalidade e natalidade;
◦ Morbidade – morbidade hospitalar e ambulatorial, registros especiais, seguro social, acidentesde trânsito, de trabalho, etc.; meio ambiente: saneamento básico, abastecimento de água,destino dos dejetos e lixo, poluição ambiental, condições de habitação, estudo de vetores;
◦ Recursos de saúde e produção de serviços – recursos físicos, humanos, financeiros, produçãona rede de serviços básicos de saúde e em outras instituições de saúde, vigilância sanitária; noâmbito documental e administrativo: legislação médico-sanitária, referências bibliográficas esistemas administrativos.
Sistemas de Informação em Saúde
A necessidade de integração dos bancos de dados, para maior dinamização das
ações de vigilância epidemiológica por meio da utilização dos sistemas
nacionais de informações descritos, apresenta-se como pré-requisito para o
melhor desenvolvimento de uma política de informação e informática para o
SUS.
CNES – Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde
◦ O Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde – CNES constitui-se de importante
ferramenta gerencial, pois favorece por meio de sua base de dados, o conhecimento de
informações sobre a rede ambulatorial e hospitalar que compõem o Sistema Único de
Saúde.
◦ é de responsabilidade do gestor do SUS o cadastro completo e fidedigno de
unidades prestadoras de serviços de saúde e a garantia de atualização permanente
dos dados cadastrais e da alimentação dos bancos de dados nacionais do SUS.
• Passou a integrar com o Cartão Nacional de Saúde .
• Esta integração visa agilizar e garantir qualidade ao processo de
regulação nacional, dando assim uma maior credibilidade aos dados
dos pacientes atendidos.
• Serve para o gerenciamento de todo Complexo Regulatório, indo da
rede básica à internação hospitalar, visando à humanização dos
serviços, maior controle do fluxo e a otimização na utilização dos
recursos, além de integrar a regulação com as áreas de avaliação,
controle e auditoria.
Atualmente o sistema atua em 1600 municípios em todo
o Brasil com 204 CENTRAIS DE REGULAÇÃO
AMBULATORIAL e 19 CENTRAIS DE
REGULAÇÃO HOSPITALAR.Fonte: Coordenação de Desenvolvimento de Sistemas de Saúde/CGAM Departamento de
Informática do SUS
SISREG ambulatorial• É um sistema que se destina a regular as consultas ambulatoriais
especializadas bem como os exames complementares.
• As vagas para esse nível de complexidade são finitas e portanto o
encaminhamento para consultas e a solicitação dos exames
complementares deve ser uma conduta reservada .
• Não se destina portanto à regulação de vagas urgentes e situações de
emergência nem tampouco regulação de vagas de internação hospitalar.
Nessas situações os profissionais devem acessar diretamente a Central
de regulação hospitalar.
Critérios de Prioridade
O SISREG permite no momento da solicitação de exame/consulta especializada a
priorização por cores:
VERMELHO: são situações clínicas graves e/ou que necessitam um agendamento
prioritário, em até 30dias.
AMARELO: são situações clínicas que necessitam um agendamento prioritário, para
próximos dias, em até 90dias.
VERDE: são situações clínicas que necessitam um agendamento prioritário, Podendo
aguardar até 180dias.
AZUL: são situações clínicas que não necessitam um agendamento prioritário,
Podendo aguardar mais que 180 dias.
ATENÇÂO: trata-se exclusivamente de regulação ambulatorial. Toda situação que
necessitar encaminhamento imediato ao especialista ou remoção, em caso de urgência
ou emergência com risco de morte deve ser acionada a Central de Regulação para
“VAGA ZERO” e a central de ambulâncias se houver necessidade de
remoção.
E-SUS/SISAB
◦ Estratégia do Ministério da Saúde através do Departamento de Atenção Básica
(DAB) para reestruturar as informações da atenção primária à saúde (APS).
◦ Modernização:
◦ Informatizar as unidades básicas de saúde;
◦ Oferecer ferramentas para ampliar o cuidado;
◦ Melhorar o acompanhamento da gestão;
◦ Pretensões da AB:
◦ Redução da carga de trabalho empenhada na coleta;
◦ Inserção;
◦ Gestão;
◦ Uso da informação na APS;
INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS –
AULA 03
Profª Ma.Carolina VasconcelosMestre em Enfermagem - UPEEspecialista em Saúde Coletiva
Enfermeira (Bacharelado e Licenciatura) – UFPE
Indicadores Epidemiológicos
- os indicadores epidemiológicos expressam a relação entre
o subconjunto de doentes (ou óbitos por uma dada doença,
ou sujeitos portadores de uma condição relacionada à
saúde) e o conjunto de membros da população.
Esta relação equivale ao cálculo da
probabilidade de uma ocorrência, ou seja,
constitui a expressão mais geral e
simplificada do risco
Subconjuntos da morbimortalidade
O G D I E P
P – Base Populacional do Risco
E – Sub-conjunto de Exposição
I – Sub-conjunto de Infectados
D – Subconjunto da Doença
G – Subconjunto de Casos Graves
O – Subconjuntos de Óbitos
Indicadores Epidemiológicos
1. Macroindicadores – aqueles cujos denominadores se referem àbase populacional plena P. (TAXA)
2. Microindicadores – aqueles que tomam como denominador
qualquer dos subconjuntos hierarquicamente inferiores a P.(COEFICIENTE)
◦Coeficiente de incidência
◦Coeficiente de prevalência
◦Coeficiente de letalidade
Coeficientes de Morbidade
MORBIDADE
Indicador de
morbidade=
No de casos de uma doença
PopulaçãoX 10n
Refere-se a uma população predefinida, com
clara localização espacial, intervalo de tempo e
abrangência do estudo
Prevalência- descreve a força com que subsistem as doenças na
coletividade. É um indicador de morbidade.
Taxa de
Prevalência= X 10n
No de casos conhecidos de
uma dada doença
População
IncidênciaSignifica a ocorrência de casos novos relacionadosà unidade de intervalo de tempo, dia, semana, mêsou ano.
Taxa de
Incidência = X 10n
No de caos de uma doença em
determinada comunidade em certo
período de tempo
População exposta ao risco de
adquirir a doença no referido
período
• A letalidade mede a severidade de uma doença e é definida como a
proporção de mortes dentre aqueles doentes por uma causa
específica em um certo período de tempo.
CL = __N° óbitos por determinada doença/período_
N° de casos da doença/período
• Pode ser uma característica da doença:
Ex: Raiva Humana: 100% de letalidade
Coeficiente de Letalidade
Mortalidade
◦ quocientes entre freqüências absolu-tas de óbitos
e número de sujeitos ex-postos ao risco de morrer
= O/P
Taxa de Mortalidade Geral (TMG)
Taxa de Mortalidade Específica (TME)
•Representa o risco de óbito na comunidade.
•Principais usos:
• Descrição das condições de saúde de uma população;
• Investigação epidemiológica
• Avaliação de intervenções saneadoras
CGM = __N° total de óbitos/período__
População total/período
Coeficiente de mortalidade geral
•O coeficiente (ou taxa) de mortalidade infantil é comumente
utilizado como um indicador do nível de saúde de uma
comunidade.
•Essa taxa mede o número de óbitos durante o primeiro ano de
vida, dividido pelo número de nascidos vivos no mesmo ano.
Coeficiente de mortalidade Infantil
•Dividido em:
•Coeficiente de Mortalidade Neonatal (quatro primeiras semanas,
isto é, entre 0 e 28 dias incompletos após o nascimento):
• Precoce = morte de um RN antes de sete dias completos de vida;
• Tardia = depois de sete dias completos, mas antes de 28 dias
•Coeficiente de Mortalidade Perinatal (começa em 22 semanas
completas de gestação e termina com sete dias)
•Coeficiente de Mortalidade Pós-Neonatal (óbitos após 28 dias
completos até 364 dias de vida)
Coeficiente de Mortalidade Infantil
• Interpretação:
• Reflete as condições de desenvolvimento sócio-econômico e infraestrutura
ambiental, bem como o acesso e qualidade dos recursos disponíveis à atenção
da saúde materna e população infantil.
• Classifica-se como:
• Alta = 50/1000 NV ou mais
• Médio = 20 a 49/1000 NV
• Baixo = menor que 20/1000 NV
• OMS recomenda valores abaixo de 10/1000 NV.
Coeficiente de Mortalidade Infantil
Mortalidade Infantil no Brasil
Taxa de mortalidade infantil, segundo as regiões do Brasil, de
1980, 1990, 2000 e 2010
Ano Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-
Oeste
1980 79,4 117,6 57,0 58,9 69,6
1990 44,6 74,3 33,6 27,4 31,2
2000 28,6 43,0 20,7 18,4 21,0
2010 23,5 33,2 16,6 15,1 17,8
Fonte: IBGE, 2011
• “morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da
gestação, independente da duração ou da localização da gravidez, devida a qualquer
causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela,
porém não devida a causas acidentais ou incidentais.”• Fonte: Classificação Internacional de Doenças (CID-10)
• Reflete a qualidade da atenção à saúde da mulher.
• Cálculo:
Razão de Mortalidade Materna
•N° de pessoas que nascem por 1.000 habitantes durante um ano
•Está relacionado com o tamanho da população
•Tem caído substancialmente ao longo dos anos
CN = _nascidos vivos em determinada área/período_
população da mesma área/período
Coeficiente de Natalidade
•N° médio de filhos que uma mulher teria ao final de sua idade
reprodutiva.
•Tem como denominador o n° de mulheres em idade reprodutiva
CF = _Nascidos vivos em determinada área/período_
Mulheres de 15 a 49 anos na mesma área/período
Coeficiente de fecundidade
Natalidade e Fecundidade no Brasil
• No Brasil, ao longo das últimas
décadas a taxa de natalidade vem
decrescendo.
• Em 1970, cada mulher tinha em
média 5,8 filhos, 1,81 no censo de
2010 e, em 2013, esse índice caiu
para 1,77.
• A taxa de fecundidade caiu entre
2000 e 2010, principalmente nos
grupos etários mais jovens.
• Caiu de 6,16, em 1940, para 1,9,
entre 2000 e 2010.
• Para a população continuar
crescendo, o nível mínimo, chamado
de reposição, é de 2,1 (apenas a
região Norte = 2,47, está acima da
média).
Esperança de Vida ao Nascer
◦ Numa dada população, a expectativa de vida ao nascer ou esperança de vida à nascença é o
número médio de anos que um grupo de indivíduos nascidos no mesmo ano pode esperar viver, se
mantidas, desde o seu nascimento, as taxas de mortalidade observadas no ano de observação.
◦ A expectativa de vida no nascimento é também um indicador de qualidade de vida de um país, região
ou localidade. Pode também ser utilizada para aferir o retorno de investimentos feitos na melhoria das
condições de vida e para compor vários índices, tais como o Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH).
◦ É calculada considerando-se, além das taxa de mortalidade geral e infantil segundo a classe de renda, o
acesso a serviços de saúde, saneamento, educação, cultura e lazer, bem como os índices de violência,
criminalidade, poluição do local onde vive a população.
◦ Números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que, em 2012, a
expectativa de vida ao nascer no Brasil passou para 74,6 anos.