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DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO DE QUIPAPÁ QUIPAPÁ PERNAMBUCO PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral Secretaria de Desenvolvimento Energético Ministério de Minas e Energia Outubro/2005

DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO DE QUIPAPÁ PERNAMBUCO

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DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIODE QUIPAPÁ

QUIPAPÁ

PERNAMBUCO

PROJETO CADASTRODE FONTES DE

ABASTECIMENTO PORÁGUA SUBTERRÂNEA

Secretaria de Geologia,Mineração e Transformação Mineral

Secretaria deDesenvolvimento Energético

Ministério deMinas e Energia

Outubro/2005

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIASilas Rondeau Cavalcante Silva

Ministro de Estado

SECRETARIA EXECUTIVANelson José Hubner Moreira

Secretário Executivo

SECRETARIA DO PLANEJAMENTO EDESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO

Márcio Pereira ZimmermamSecretário

SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃOE TRANSFORMAÇÃO MINERAL

Cláudio ScliarSecretário

PROGRAMA LUZ PARA TODOSAurélio Pavão

Diretor

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTOENERG ÉTICO DOS ESTADOS E

MUNICÍPIOSPRODEEM

Luiz Carlos VieiraDiretor

SERVI ÇO GEOL ÓGICO DO BRASIL – CPRM

Agamenon Sérgio Lucas DantasDiretor-Presidente

José Ribeiro MendesDiretor de Hidrologia e Gestão Territorial

Manoel Barretto da Rocha NetoDiretor de Geologia e Recursos Minerais

Álvaro Rogério Alencar SilvaDiretor de Administração e Finanças

Fernando Pereira de CarvalhoDiretor de Relações Institucionais e

Desenvolvimento

Frederico Cláudio PeixinhoChefe do Departamento de Hidrologia

Fernando Antonio Carneiro FeitosaChefe da Divisão de Hidrogeologia e Exploração

Ivanaldo Vieira Gomes da CostaSuperintendente Regional de Salvador

José Wilson de Castro TemóteoSuperintendente Regional de Recife

Hélbio PereiraSuperintendente Regional de Belo Horizonte

Darlan Filgueira MacielChefe da Resid ência de Fortaleza

Francisco Batista TeixeiraChefe da Residência Especial de Teresina

Ministério de Minas e EnergiaSecretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético

Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação MineralPrograma Luz Para Todos

Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municí pios - PRODEEMServiço Geológico do Brasil - CPRM

Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial

PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO PORÁGUA SUBTERRÂ NEA

ESTADO DE PERNAMBUCO

DIAGNÓSTICO DO MUNICÍ PIO DE QUIPAPÁ

ORGANIZAÇÃO DO TEXTO

Breno Augusto BeltrãoJoão de Castro Mascarenhas

Jorge Luiz Fortunato de MirandaLuiz Carlos de Souza Junior

Manuel Julio da Trindade G. GalvãoSimeones Neri Pereira

RecifeSetembro/2005

CPRM - Serviç o Geológico do BrasilProjeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea. Diagnóstico do municí pio

de Quipapá, estado de Pernambuco / Organizado [por] Joã o de Castro Mascarenhas, Breno AugustoBeltrã o, Luiz Carlos de Souza Junior, Manoel Julio da Trindade G. Galvã o, Simeones Neri Pereira,Jorge Luiz Fortunato de Miranda. Recife: CPRM/PRODEEM, 2005.

12 p. + anexos

“ Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea, estado de Pernambuco”

1. Hidrogeologia– Pernambuco - Cadastros. 2. Água subterrânea – Pernambuco - Cadastros. I.Mascarenhas, João de Castro org. II. Beltrã o, Breno Augusto org. III. Souza Júnior, Luiz Carlos deorg. IV. Galvão, Manoel Julio da Trindade G. org. V. Pereira, Simeones Neri org. VI, Miranda, JorgeLuiz Fortunato de org. VII Tí tulo.

CDD 551.49098134

COORDENA ÇÃO GERALFrederico Cláudio Peixinho - DEHID

COORDENA ÇÃO T ÉCNICAFernando Antônio C. Feitosa - DIHEXP

COORDENA ÇÃO ADMINISTRATIVO-FINANCEIRAJos é Emílio C. de Oliveira – DIHEXP

APOIO T ÉCNICO-ADMINISTRATIVOSara Maria Pinotti Benvenuti-DIHEXP

COORDENA ÇAO REGIONALJaime Quintas dos S. Colares - REFOFrancisco C. Lages C. Filho - RESTEJoão Alfredo C. L. Neves - SUREG-REJo ão de Castro Mascarenhas – SUREG-REJos é Alberto Ribeiro - REFOJos é Carlos da Silva - SUREG-RELuiz Fernando C. Bomfim - SUREG-SAOderson A. de Souza Filho - REFO

EQUIPE T ÉCNICA DE CAMPO

SUREG-REAri Teixeira de OliveiraBreno Augusto BeltrãoCícero Alves FerreiraCristiano de Andrade AmaralDunaldson Eliezer G. A. da RochaFranklin de MoraesFrederico José Campelo de SouzaJardo Caetano dos SantosJo ão de Castro MascarenhasJorge Luiz Fortunato de MirandaJos é Wilson de Castro TemoteoLuiz Carlos de Souza JúniorManoel Julio da Trindade G. GalvãoSaulo de Tarso Monteiro PiresS érgio Monthezuma Santoianni GuerraSimeones Néri PereiraValdecílio Galvão Duarte de CarvalhoVanildo Almeida Mendes

SUREG-SAEdmilson de Souza RosasEdvaldo Lima MotaHermínio Brasil Vilaverde LopesJo ão Cardoso Ribeiro M. FilhoJos é Cláudio ViegasLuis Henrique Monteiro PereiraPedro Antônio de Almeida CoutoVânia Passos Borges

SUREG-BHAngélica Garcia SoaresEduardo Jorge Machado SimõesEly Soares de OliveiraHaroldo Santos VianaReynaldo Murilo D. Alves de Brito

REFOÂngelo Tr évia VieiraFelicíssimo MeloFrancisco Alves PessoaJáder Parente FilhoJos é Roberto de Carvalho GomesLiano Silva VeríssimoLuiz da Silva CoelhoRob ério B ôto de Aguiar

RESTEAntonio Reinaldo Soares FilhoCarlos Ant ônio LuzCipriano Gomes OliveiraHeinz Alfredo TreinNey Gonzaga de Souza

EM DESTAQUEAlmir Araújo Pacheco- SUREG-BEAna Cl áudia Vieiro – SUREG-PABráulio Robério Caye - SUREG-PACarlos J. B. Aguiar - SUREG-MAGeraldo de B. Pimentel – SUREG-PAPaulo Pontes Araújo – SUREG-BETomás Edson Vasconcelos - SUREG-GO

RECENSEADORESAcácio Ferreira JúniorAdriana de Jesus FelipeAlerson Falieri SuarezAlmir Gomes Freire – CPRMÂngela Aparecida PezzutiAntonio Celso R. de Melo - CPRMAntonio Edílson Pereira de SouzaAntonio Jean Fontenele MenezesAntonio Manoel Marciano SouzaAntonio Marques HonoratoArmando Arruda C. Filho - CPRMCarlos A. Góes de Almeida - CPRMCelso Viana MarcielCícero René de Souza BarbosaCláudio Marcio Fonseca VilhenaClaudionor de FigueiredoCleiton Pierre da Silva VianaCristiano Alves da SilvaEdivaldo Fateicha - CPRMEduardo Benevides de FreitasEduardo Fortes CrisóstomosEliomar Coutinho BarretoEmanuelly de Almeida Le ãoEmerson Garret MenorEmicles Pereira C. de SouzaÉr ika Peconnick VenturaErval Manoel Linden - CPRMEwerton Torres de MeloFábio de Andrade LimaFábio de Souza PereiraFábio Luiz Santos FariaFrancisco Augusto A. LimaFrancisco Edson Alves RodriguesFrancisco Ivanir Medeiros da SilvaFrancisco José Vasconcelos SouzaFrancisco Lima Aguiar JuniorFrancisco Pereira da Silva - CPRMFrederico Antonio Araújo MenesesGeancarlo da Costa VianaGenivaldo Ferreira de AraújoGustavo Lira MeyerHaroldo Brito de SáHenrique Cristiano C. AlencarJamile de Souza FerreiraJaqueline Almeida de SouzaJeft é Rocha HolandaJo ão Carlos Fernandes CunhaJoão Luis Alves da SilvaJoelza de Lima EnéasJorge Hamilton Quidute GoesJos é Carlos Lopes - CPRMJoselito Santiago LimaJosemar Moura Bezerril JuniorJulio Vale de OliveiraK ênia Nogueira Di ógenesMarcos Aurélio C. de Góis FilhoMatheus Medeiros Mendes CarneiroMichel Pinheiro RochaNarcelya da Silva AraújoNicácia Débora da SilvaOscar Rodrigues Acioly JúniorPaula Francinete da Silveira BaiaPaulo Eduardo Melo CostaPaulo Fernando Rodrigues GalindoPedro Hermano Barreto Magalh ãesRaimundo Correa da Silva NetoRamiro Francisco Bezerra SantosRaul Frota Gonçalves

Saulo Moreira de Andrade -CPRMS érvulo Fernandez CunhaThiago de Menezes FreireValdirene Carneiro AlbuquerqueVicente Calixto Duarte Neto - CPRMVilmar Souza Leal – CPRMWagner Ricardo R. de AlkimimWalter Lopes de Moraes Junior

TEXTO

ORGANIZA ÇÃOBreno Augusto BeltrãoJo ão de Castro MascarenhasJorge Luiz Fortunato de MirandaLuiz Carlos de Souza JuniorManuel Julio da Trindade G. GalvãoSimeones Neri Pereira

CARACTERIZA ÇÃO DO MUNICIPIO EDIAGN ÓSTICO DOS PO ÇOSCADASTRADOSBreno Augusto BeltrãoJo ão de Castro MascarenhasLuiz Carlos de Souza Júnior

ASPECTOS SOCIOECON ÔMICOSBreno Augusto BeltrãoLiliane Assunção Serra Ramos CamposMaria Lúcia Acioli Beltrão

FIGURAS ILUSTRATIVASAloízio da Silva LealFabiane de Andrade Lima Amorim AlbinoJaqueline Pontes de LimaNúbia Chaves GuerraWaldir Duarte Costa Filho

MAPAS DE PONTOS D’ ÁGUAFelipe Jos é Alves de AlbuquerqueRobson de Carlo SilvaSilas César de Castro Junior

BANCO DE DADOS

Desenvolvimento dos SistemasJosias Barbosa de LimaRicardo César Bustillos Villafan

CoordenaçãoFrancisco Edson Mendonça Gomes

AdministraçãoEriveldo da Silva Mendonça

EDITORA ÇÃO ELETR ÔNICAAline Oliveira de LimaFabiane de Andrade Lima Amorim AlbinoJaqueline Pontes de LimaMiviam Gracielle de Melo Rodrigues

SUPORTE T ÉCNICO DE EDITORA ÇÃOClaudio ScheidJos é Pessoa Veiga JuniorManoel Júlio da T. Gomes Galvão

ANALISTA DE INFORMA ÇÕESDalvanise da Rocha S. Bezerril

Permitida a reprodução desde que mencionada a fonte

APRESENTAÇÃ O

A CPRM – Serviço Geológico do Brasil, cuja missão é gerar e difundirconhecimento geológico e hidrológico básico para o desenvolvimento sustentável doBrasil, desenvolve no Nordeste brasileiro, para o Ministério de Minas e Energia,ações visando o aumento da oferta hí drica, que estão inseridas no Programa deÁgua Subterrânea para a Região Nordeste, em sintonia com os programas dogoverno federal.

Executado por intermédio da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial,desde o iní cio o programa é orientado para uma filosofia de trabalho participativa einterdisciplinar e, atualmente, para fomentar ações direcionadas para inclusão sociale redução das desigualdades sociais, priorizando ações integradas com outrasinstituições, visando assegurar a ampliação dos recursos naturais e, em particular,dos recursos hí dricos subterrâneos, de forma compatí vel com as demandas daregião nordestina.

É neste contexto que está sendo executado o Projeto Cadastro de Fontes deAbastecimento por Água Subterrânea, localizado no semi-árido do Nordeste, queengloba os estados do Piauí , Ceará, Rio Grande do Norte, Paraí ba, Pernambuco,Alagoas, Sergipe, Bahia, norte de Minas Gerais e do Espí rito Santo. Embora commúltiplas finalidades, este projeto visa atender diretamente as necessidades doPRODEEM, no que se refere à indicação de poços tubulares em condições dereceber sistemas de bombeamento por energia solar.

Assim, esta contribuição técnica de significado alcance social do Ministério deMinas e Energia, em parceria com a Secretaria de Geologia, Mineração eTransformação Mineral e com o Serviço Geológico do Brasil, servirá para darsuporte aos programas de desenvolvimento da região, com informaçõesconsistentes e atualizadas e, sobretudo, dará subsí dios ao Programa Fome Zero, notocante às ações efetivas para o abastecimento público e ao combate à fome dascomunidades sertanejas do semi-árido nordestino.

José Ribeiro MendesDiretor de Hidrologia e Gestão Territorial

CPRM – Serviço Geológico do Brasil

SUMÁ RIO

APRESENTAÇÃO

1. INTRODUÇÃO 1

2. ÁREA DE ABRANGÊNCIA 1

3. METODOLOGIA 2

4. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍ PIO DE QUIPAPÁ 2

4.1 - LOCALIZAÇÃO E ACESSO 24.2 - ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS 34.3 - ASPECTOS FISIOGRÁFICOS 44.4 - GEOLOGIA 4

5. RECURSOS HÍ DRICOS 5

5.1 - ÁGUAS SUPERFICIAIS 55.2 - ÁGUAS SUBTERRÂNEAS 5

5.2.1 - DOMÍ NIOS HIDROGEOLÓGICOS 5

6. DIAGN ÓSTICO DOS POÇOS CADASTRADOS ERRO! INDICADOR NÃODEFINIDO.

6.1 - ASPECTOS QUALITATIVOS 9

7. CONCLUS ÕES E RECOMENDAÇÕES 11

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 12

ANEXOS

1 - PLANILHAS DE DADOS DAS FONTES DE ABASTECIMENTO

2 - MAPA DE PONTOS DE ÁGUA

3 - ARQUIVO DIGITAL - CD ROM

Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água SubterrâneaDiagnóstico do Municí pio de Quipapá

Estado de Pernambuco

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1. INTRODU ÇÃO

O Polígono das Secas apresenta um regime pluviométrico marcado por extrema irregularidadede chuvas, no tempo e no espaço. Nesse cen ário, a escassez de água constitui um forte entrave aodesenvolvimento socioeconômico e, até mesmo, à subsistência da população. A ocorrência cíclicadas secas e seus efeitos catastróficos são por demais conhecidos e remontam aos prim órdios dahist ória do Brasil.

Esse quadro de escassez poderia ser modificado em determinadas regiões, através de umagestão integrada dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos. Entretanto, a carência de estudosde abrangência regional, fundamentais para a avaliação da ocorrência e da potencialidade dessesrecursos, reduz substancialmente as possibilidades de seu manejo, inviabilizando uma gestãoeficiente. Al ém disso, as decisões sobre a implementação de ações de convivência com a secaexigem o conhecimento básico sobre a localização, caracterização e disponibilidade das fontes deágua superficiais e subterrâneas.

Para um efetivo gerenciamento dos recursos hídricos, principalmente num contextoemergencial, como é o caso das secas, merece atenção a utilização das fontes de abastecimento deágua subterrânea, pois esse recurso pode tornar-se significativo no suprimento hídrico da populaçãoe dos rebanhos. Neste sentido, um fato preocupante é o desconhecimento generalizado, em todos ossetores, tanto do número, quanto da situação das captações existentes, fato este agravado quando seobserva a grande quantidade de captações de água subterrânea no semi-árido, principalmente emrochas cristalinas, que se encontram desativadas e/ou abandonadas por problemas de pequena monta,em muitos casos passíveis de serem solucionados com ações corretivas de baixo custo.

Para suprir as necessidades das instituições e demais segmentos da sociedade atuantes naregi ão nordestina, no atendimento à população quanto à garantia de oferta hídrica, principalmentenos momentos críticos de estiagem, a CPRM está executando o Projeto Cadastro de Fontes deAbastecimento por Água Subterrânea em conson ância com as diretrizes do Governo Federal e dosprop ósitos apresentados pelo Ministério de Minas e Energia.

Este Projeto tem como objetivo a realização do cadastro de todos os po ços tubulares, poçosescavados representativos e fontes naturais, em uma área de 722.000 km2 da região Nordeste doBrasil, excetuando-se as áreas urbanas das regiões metropolitanas.

2. ÁREA DE ABRANG ÊNCIA

A área de abrangência do projeto de cadastramento (figura 1) estende-se pelos estados doPiauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais eEspírito Santo.

Figura 1 – Área de abrang ência do Projeto

Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água SubterrâneaDiagnóstico do Municí pio de Quipapá

Estado de Pernambuco

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3. METODOLOGIA

O planejamento operacional para a realização desse projeto teve como base a experi ência daCPRM nos projetos de cadastramento de poços dos estados do Cear á e Sergipe, executados comsucesso em 1998 e 2001, respectivamente.

Os trabalhos de campo foram executados por microrregião, com áreas variando de 15.000 a25.000 km2. Cada área foi levantada por uma equipe coordenada por dois t écnicos da CPRM ecomposta, em média, de seis recenseadores, na maioria estudantes de nível superior dos cursos deGeologia e Geografia, selecionados e treinados pela CPRM.

O trabalho contemplou o cadastramento das fontes de abastecimento por água subterrânea (poçostubulares, poços escavados e fontes naturais), com determinação das coordenadas geográficas pelo usodo GPS (Global Positioning System) e obtenção de todas as informações possíveis de serem coletadasatravés de uma visita técnica (caracterização do poço, instalações, situação da captação, dadosoperacionais, qualidade da água, uso da água e aspectos ambientais, geológicos e hidrológicos).

Os dados coletados foram repassados sistematicamente á Divis ão de Hidrogeologia eExploração da CPRM, em Fortaleza - Cear á, para, ap ós rigorosa an álise, alimentarem um bancode dados. Esses dados, devidamente consistidos e tratados, permitiram a elabora ção de ummapa de pontos d’ água, para cada um dos municípios inseridos na área de atuação do Projeto,cujas informações s ão complementadas por esta nota explicativa, visando um f ácil manuseio euma compreensão acessível aos diferentes usu ários.

Na elaboração dos mapas de pontos d‘ água, foram utilizados como base cartográfica, osmapas municipais estatísticos em formato digital do IBGE (Censo 2000), elaborados a partir dascartas topográficas da SUDENE e DSG – escala 1:100.000, sobre os quais foram colocados osdados referentes aos poços e fontes naturais contidos no banco de dados. Os trabalhos de arte finale impress ão dos mapas foram realizados com o aplicativo CorelDraw. A base estadual com os limitesmunicipais foi cedida pelo IBGE.

Há municípios em que ocorrem alguns casos de poços plotados fora dos limites do mapamunicipal. Tais casos ocorrem devido à imprecisão nos traçados desses limites, seja pela pequenaescala do mapa fonte utilizado no banco de dados (1:250.000), seja por problemas ainda existentesna cartografia estadual, ou talvez devido a informa ções incorretas prestadas aos recenseadores ou,simplesmente, erro na obtenção das coordenadas.

Além desse produto impresso, todas as informações coligidas estão disponíveis em meiodigital, através de um CD ROM, permitindo a sua contínua atualização.

4. CARACTERIZA ÇÃO DO MUNICÍPIO DE QUIIPAPÁ

4.1 - Localização e Acesso

O município de Quipapá est á localizado na Zona da Mata Meridional do Estado dePernambuco, limitando-se a norte com o município de Panelas, a sul com Ibateguara, estado deAlagoas, a leste com São Benedito do Sul e a oeste com Canhotinho e Jurema.

A área municipal ocupa 224,70 km2 (0,23% PE), inserida na meso-regi ão do AgrestePernambucano e na micro-regi ão de Garanhuns, predominantemente nas Folhas Garanhuns (SC.24-X-B-VI) e Palmares (SC.25-V-A-IV) na escala 1:100.000, editadas pelo MINTER/SUDENE em 1973.

A sede do município tem uma altitude aproximada de 462 m e coordenadas geogr áficas de8°49’40’’ de latitude sul e 36°00’42’’ de longitude oeste.

O acesso a partir de Recife é feito através das rodovias pavimentadas BR-101, PE-126 e PE-177 com percurso total em torno de 200,80 km (Figura 2).

Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água SubterrâneaDiagnóstico do Municí pio de Quipapá

Estado de Pernambuco

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Escala Gráfica

0 30 60 90 120km

LegendaSede do mun icípi oRodovi a Federal

Rodovi a EstadualRodovi a Não PavimentadaLimite Municipal

Limite Estadual

N

ALAGOAS

ALAGOAS

BAHIA

BAHIA

BAHIA

PIAUÍ

PIAUÍ

CEARÁ

CEARÁ

PARAÍBA

PARAÍBA

PARAÍBA

PARAÍBA

OCEANO ATLÂNTICO

Figura 2- Mapa de acesso rodoviário

4.2 - Aspectos Socioeconômicos

O município foi criado em 19 de maio de 1900, pela Lei Estadual nº 432, desmembrado domunicípio de Panelas. Seus principais distritos s ão Quipapá e Pau ferro. Seus Povoados são UsinaÁgua Branca e Cruzeiro.

De acordo com o censo 2000 do IBGE, a população total residente é de 22.145 habitantes,dos quais 10.998 do sexo masculino (49,66 %) e 11.147 do sexo feminino (50,34 %). Os habitantesda área urbana s ão 10.885 (49,15%) e da área rural são 11.260 (50,85%). A Densidade demográficaé de 98,55 hab/km2.

A rede de saúde dispõe de 01 hospital com 40 leitos, 14 unidades ambulatoriais, 10 postos desaúde e 02 centros de sa úde. N ão h á consult órios m édicos ou odontol ógicos. Existem também 15Agentes de Saúde Comunitária no município.

Na área educacional, o município possui 39 estabelecimentos de ensino fundamental com6.031 alunos matriculados (27,23% da população), 02 de ensino médio, com 431 alunos matriculados(1,95% da população) e 05 de ensino pré-escolar (1,33%)(IBGE/2000). Da população total residente,existem 9.458 habitantes com idades acima de 10 anos, alfabetizados (42,70%).

Dos 4.943 domicílios particulares permanentes, 3.711 (75,07%) possuem banheiro ousanitário, 1.580 estão ligados à rede geral de esgotamento sanitário (31,96%), 2.860 (57,86%) sãoabastecidos pela rede geral de água, 1.551 são abastecidos por poço ou fonte natural (31,38%) e 532usam outras formas de abastecimento (10,76%). A coleta de lixo urbano atende a 2.550 domicílios(51,59%).

Existem no município 330 imóveis rurais, sendo a maioria de minifúndios (<10 ha) = 199(60,30%) e 110 (33,33%) pequenas propriedades (INCRA/1998). Existe ainda 01 assentamento, com133 famílias e 1.296,50 ha.(INCRA/FUNTEPE - 1999)

A economia do município divide-se entre o com ércio local, que conta com 125 empresas comCNPJ atuantes (1998), ocupando 578 pessoas (2,61% da população), a área de pecuária, que contacom os seguintes rebanhos (cabeças): bovinos – 4.700; suínos – 242; eqüinos – 950; asininos – 95;muares –520; caprinos – 340; ovinos – 1.000 e aves – 12.900. A produção leiteira é de 182.000 litrose a produção de ovos – 20.000 d úzias. Na área agrícola, predomina a cana de açúcar, ocupando2.120 ha (produção de 28.000 t); banana – 535 ha (695 mil cachos); laranja –5 ha (produção de 75mil frutos); coco da baía – 4 ha (12 mil frutos); feij ão – 200 ha (produção de 46 t); mandioca – 80 ha(produção de 600 t); milho –200 ha (produção de 50 t); caf é (coco) – 30 ha (produção de 12 t); Ch áda Índia (folha verde) – 12 t; abacaxi – 07 ha.

Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água SubterrâneaDiagnóstico do Municí pio de Quipapá

Estado de Pernambuco

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O extrativismo vegetal produz 5 t de castanha de caju. (IBGE 2000)A principal receita municipal é o FPM, com receita de R$ 3.629.451,60 (2000); ICMS

arrecadado - R$ 131.029,41 e ICMS repassado – R$ 1.090.397,27; Fundef – R$ 1.878.018,52;. Ovalor do ITR é de R$ 2.374,15.

O salário m édio mensal nas unidades locais é de R$ 200,31 (83,46% do sal ário mínimonacional vigente). (sal ário/PO assalariado)

Quanto à infra-estrutura, o município dispõe de 01 agência do Banco do Brasil, 01 agênciados Correios, 01 ag ência lot érica, 02 postos de gasolina, 02 pousadas e 290 linhas telefônicas, sendo30 públicas (Telemar, 2001).

Existem 15.538 eleitores cadastrados no município (70,16 % da população).No ranking de desenvolvimento, o município está em 152º lugar no estado (152/185

municípios) e em 5.003º lugar no Brasil (5.003/5.561 municípios).(www.desenvolvimentomunicipal.com.br). O IDH-M = 0,579 (PNUD/IPEA/FJP – 2000)

4.3 - Aspectos Fisiográficos

O município de Quipapá est á inserido na Zona da Mata Sul do estado de Pernambuco, quecondiciona a vegetação, as culturas e a fixação do homem ao meio.Relevo e Segmentos de Solos Predominantes

O relevo de Quipap á faz parte da unidade de superfícies retrabalhadas, áreas com relevobastante dissecado e vales profundos. Os solos são geralmente f érteis nas encostas e pobres nostopos. Esta unidade ocorre na região litorânea de PE e AL, com altitudes variando entre 100 e 600 m.Em Pernambuco é formada pelo “mar de morros” que antecede a Chapada da Borborema, com solospobres e vegetação de floresta subperenifólia.

O relevo é do tipo forte ondulado, com topos planos, vertentes íngremes e vales estreitos defundos chatos. Os solos s ão oriundos da decomposição de rochas do embasamento cristalino,sendo, em sua maioria, do tipo podzólico vermelho amarelado, de composição areno-argilosa.

Nos topos planos predominam os latossolos, nas vertentes íngremes, os podzólicos e nosfundos chatos dos vales estreitos, os gleissolos de várzea.

ClimaO clima é do tipo As’ da classificação de K öppen, Tropical chuvoso, quente e úmido com

chuvas no outono e inverno. O período normal de chuva inicia-se em dezembro/janeiro e podeestender-se até setembro. Dados históricos de precipitação revelam uma média anual de 1.007,40mm, com um máximo de 1.532,60 mm e um mínimo de 666,70 mm (Sudene,1962-1985).As temperaturas variam, acompanhando a época das precipitações pluviométricas. A m édia anualfica em torno de 23,6 °C. O período compreendido entre maio e agosto é caracterizado por noitesfrias, com temperaturas em torno de 18°C, podendo descer um pouco mais.

Vegetação

A vegetação nativa predominante é a floresta subperenif ólia que compõe a chamada MataAtl ântica, que j á se encontra algo desfigurada pelas ações antrópicas. A Monocultura da cana-de-açucar, predominante na região, gerou um amplo e desordenado desmatamento, com grandesprejuízos ambientais. (ZANE – Zoneamento Agroecológico do Nordeste – EMBRAPA/2000)

4.4 - Geologia

O município de Quipapá encontra-se inserido, geologicamente, na Província Borborema,sendo constituídopelos litotipos dos Complexos Cabrob ó e Belém do São Francisco e das suítesIntrusiva Leucocrática Peraluminosa e Calcialcalina de Médio a Alto Potássio Itaporanga, como podeser observado na figura 3.

Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água SubterrâneaDiagnóstico do Municí pio de Quipapá

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Contato geológico

CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS

CONVENÇÕES GEOLÓGICAS

Limites Intermunicipais

Rio s e riachos

Sede Municipal

Rodovias

Linha férrea

N

UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS

Suíte intrusiva leucocrática peraluminosa: leucograni tóide a duasmicas com granada e cordierita

MN al

Complexo Belém do Sã o Fra ncisco: leuco-ortognaisse tonal ítico -granodiorítico migmatizado, enclave s de supracrustais (1070 Ma Rb-Sr)MP3bf

Complexo Cabro bó (ca2): xisto, gnaisse, leucognaisse, metarcóseo,metagrauvaca e quartzitoMPca2

NeoproterozóicoNP3 2cm Suíte calcialcalina de médio a alto potássio Itaporanga (cm):

granito e granodiorito porfi rítico associado a diorito (588 Ma U-Pb)

Mesoproterozóico

MN al

MP3bf

MPca2

NP3 2cm

Jurema

BR 104

PE 126

PE 177

Canhotinho

Panelas

São Beneditodo Sul

ALAGOAS

Quipapá

36°06’ 36°04’ 36°02’ 36°00’ 35°58’

36°06’ 36°04’ 36°02’ 36°00’ 35°58’

8°46’

8°48’

8°50’

8°52’

8°54’

8°46’

8°48’

8°50’

8°52’

8°54’

Figura 3 - Mapa Geol ógico

5. RECURSOS HÍDRICOS

5.1 - Águas Superficiais

O município de Quipapá est á inserido na área de domínio de duas bacias hidrográficas, asdos Rios Una e Mundaú, com predomin ância do primeiro. O Rio Pirangi é o principal afluente do rioUna na área, além dos sub-afluentes principais, o Rio da Embiribeira e os Riachos Barra do Boi, daAreia, das Paixões e Duas Barras. Quase todos os seus afluentes e sub-afluentes são perenes,favorecidos pelo clima e pelo relevo movimentado da regi ão, onde afloram muitas nascentes, que sãoa principal fonte de abastecimento da população da área rural.

5.2 - Águas Subterrâneas

5.2.1 - Domínios Hidrogeológicos

O município de Quipapá est á totalmente inserido no Domínio Hidrogeológic Fissural ODomínio Fissural é composto de rochas do embasamento cristalino que englobam o sub-domíniorochas metamórficas constituído do, Complexo Belém do São Francisco e do Complexo Cabrobó e osub-domínio rochas ígneas da Suite calcialcalina Itaporanga e da Suite Intrusiva LeucocráticaPeraluminosa.

Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água SubterrâneaDiagnóstico do Municí pio de Quipapá

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6. DIAGN ÓSTICO DOS PO ÇOS CADASTRADOS

O levantamento realizado no município registrou a existência de 39 pontos d’ água, sendo 34fontes naturais e 05 poços tubulares, conforme mostra a fig.6.1.

Fontenatural

87%

Poço tubular13%

Fonte natural Poço tubular

Fig.6.1 – Tipos de pontos d’ água cadastrados no município

Com relação à propriedade dos terrenos onde estão localizados os pontos d’ água cadastrados,podemos ter: terrenos públicos, quando os terrenos forem de serventia pública e, particulares, quandoforem de uso privado. Conforme ilustrado na fig.6.2, existem 19 pontos d’ água em terrenos públicos,e 20 em terrenos particulares.

Particular51%

Público49%

Particular Público

Fig.6.2 – Natureza da propriedade dos terrenos onde existem poços tubulares.

Quanto ao tipo de abastecimento a que se destina a água, os pontos cadastrados foramclassificados em: comunitários, quando atendem a várias famílias e, particulares, quando atendemapenas ao seu proprietário. A fig.6.3 mostra que 24 pontos d’ água destina-se ao atendimentocomunitário, 07 ao atendimento particular e 08 pontos n ão tiveram a finalidade do abastecimentodefinida.

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7

Indefinido21%

Comunitário61%

Particular18%

Indefinido Comunitário Particular

Fig.6.3 – Finalidade do abastecimento dos poços.

Quatro situações distintas foram identificadas na data da visita de campo: poços em operação,paralisados, não instalados e abandonados. Os poços em operação são aqueles que funcionavamnormalmente. Os paralisados estavam sem funcionar temporariamente devido a problemasrelacionados à manutenção ou quebra de equipamentos. Os não instalados representam aquelespoços que foram perfurados, tiveram um resultado positivo, mas n ão foram ainda equipados comsistemas de bombeamento e distribuição. E por fim, os abandonados, que incluem poços secos epoços obstruídos, representam os poços que n ão apresentam possibilidade de produção.

A situação dessas obras, levando-se em conta seu caráter público ou particular, é apresentadaem números absolutos no quadro 6.1 e em termos percentuais na fig.6.4.

Quadro 6.1 – Situação dos poços cadastrados conforme a finalidade do usoNatureza do

Poço Abandonado Em Operação Não Instalado Paralisado Indefinido

Comunitário - 5 - - 19Particular - 2 - - 5Indefinido 2 - 2 - 4Total 2 7 2 - 28

Abandonado5%

Em Operação18%

Não Instalado5%

Indefinido72%

Indefinido AbandonadoEm Operação Não Instalado

Fig.6.4 – Situação dos poços cadastrados

Em relação ao uso da água, 47%, do ponto cadastrado, são destinados ao uso dom ésticoprimário (água de consumo humano para beber); e 51% são utilizados para o uso domésticosecund ário ( água de consumo humano para uso geral) e 02 % para dessedentação animal conformemostra a fig.6.5.

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8

Animal2%

DomésticoSecundário

51%

DomésticoPrimário

47%

Animal Doméstico Primário Doméstico Secundário

Fig.6.5 – Uso da água

A fig.6.6 mostra a relação entre os poços tubulares atualmente em operação e os poçosinativos (paralisados e n ão instalados) que são passíveis de entrar em funcionamento.

Verificou-se a exist ência de 02 poços p úblicos n ão instalados ou paralisados e, portanto,passíveis de entrar em funcionamento, podendo vir a somar a suas descargas àquelas dos 07 poçosque estão em operação.

0123456

Particular 6

Público 1 2

Em Operação

Fig.6.6 – Relação entre poços em uso e desativados

Com relação à fonte de energia utilizada nos sistemas de bombeamento dos poços, a fig.6.7mostra que os 08 poços utiliza energia el étrica, sendo 07 particulares e 01 p úblico.

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9

01234567

Particular 7

Público 1

Energia Elétrica Outras Fontes

Fig. 6.7 – Tipo de energia utilizada no bombeamento d’ água

6.1 - Aspectos Qualitativos

Com relação à qualidade das águas dos pontos cadastrados, foram realizadas in loco medidasde condutividade el étrica, que é a capacidade de uma substância conduzir a corrente el étrica estandodiretamente ligada ao teor de sais dissolvidos sob a forma de íons.

Na maioria das águas subterrâneas naturais, a condutividade el étrica multiplicada por um fator,que varia entre 0,55 a 0,75, gera uma boa estimativa dos sólidos totais dissolvidos (STD) na água.Para as águas subterrâneas analisadas, a condutividade elétrica multiplicada pelo fator 0,65 forneceo teor de sólidos dissolvidos.

Conforme a Portaria no 1.469/FUNASA, que estabelece os padrões de potabilidade da águapara consumo humano, o valor máximo permitido para os s ólidos dissolvidos (STD) é 1000 mg/l.Teores elevados deste parâmetro indicam que a água tem sabor desagrad ável, podendo causarproblemas digestivos, principalmente nas crianças, e danifica as redes de distribuição.

Para efeito de classifica ção das águas dos pontos cadastrados no município, foramconsiderados os seguintes intervalos de STD (Sólidos Totais Dissolvidos):

0 a 500 mg/l água doce501 a 1.500 mg/l água salobra

> 1.500 mg/l água salgada

Foram coletadas e analisadas amostras de 01 ponto d’ água. Os resultados das análisesmostraram valores oscilando de 234,00 e 234,00 mg/l, com valor médio de 234,00 mg/l. Observandoo quadro 6.2 e a fig.6.8, que ilustra a classificação das águas subterrâneas no município, verifica-se apredominância de água doce no ponto amostrado.

Quadro 6.2– Qualidade das águas subterrâneas no município conforme a situação do poçoQualidade da

águaEm Uso Não

InstaladoParalisado Indefinido Total

Doce 7 - - 25 32Salobra - 1 - 2 3Salina - - - - 0Total 7 1 0 27 35

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10

Doce91%

Salobra9%

Doce Salobra

Fig. 6.8 – Qualidade das águas subterrâneas do município.

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7. CONCLUS ÕES E RECOMENDA ÇÕES

A an álise dos dados referentes ao cadastramento de pontos d´água executado no municípiopermitiu estabelecer as seguintes conclusões:

• A situação atual dos poços tubulares existentes no município é apresentada no quadro 7.1 aseguir:

Quadro 7.1 – Situação atual dos poços cadastrados no município.Naturezado Poço Abandonado Em

OperaçãoNão

Instalado Paralisado Indefinido Total

Público 2 (11%) 1 (5%) 2 (11%) - 14 (74%) 19 (49%)Particular - 6 (30%) - - 14 (70%) 20 (51%)Indefinido - - - - - 0 (0%)Total 2 (5%) 7 (18%) 2 (5%) - 28 (72%) 39 (100%)

• Os 39 pontos d’ água cadastrados estão assim distribuídos: 05 poços tubulares e 34 poçosnaturais, sendo que 07 encontram-se em operaçãol, 02 foram descartados (abandonados)por estarem secos ou obstruídos. Os 30 pontos restantes incluem os n ão instalados e osparalisados, por motivos os mais diversos. Estes poços representam uma reserva potencialsubstancial, que pode vir a reforçar o abastecimento no município se, após uma análisetécnica apurada, forem considerados aptos à recuperação e/ou instalação. Cabe àadministração municipal promover ou articular o processo de análise desses poços, podendoaumentar substancialmente a oferta hídrica no município.

• Foram feitas analises em 35 amostras d’agua, tendo 32 apresentado água doce e 03salobras ou salinas, evidenciando a necessidade de uma urgente intervenção do poderpúblico, principalmente no que concerne aos poços comunit ários, visando a instalação dedessalinizadores, para melhoria da qualidade da água oferecida à população e redução dosriscos à sa úde existentes.

• Todos os poços devem ser submetidos a manutenção peri ódica para assegurar o seu plenofuncionamento, principalmente em tempos de estiagem prolongada. Por manutençãoperi ódica entende-se um período, no mínimo anual, para retirada de equipamento do poço esua manutenção e limpeza, al ém de limpeza do poço como um todo, possibilitando arecuperação ou manutenção das suas vazões originais.

• Para assegurar a boa qualidade da água, do ponto de vista bacteriológico, devem serimplantadas em todos os poços ativos e paralisados, possíveis de recuperação, medidas deproteção sanit ária tais como: selo sanitário, tampa de proteção, limpeza permanente doterreno, cerca de proteção, etc. O que pode ser articulado entre a Prefeitura Municipal e aprópria população benefici ária do poço.

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8. REFER ÊNCIAS BIBLIOGR ÁFICAS

ANU ÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2000. Brasília: DNPM, v.29, 2000. 401p.

BRASIL. MINIST ÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Minas e Metalurgia; CPRM – ServiçoGeológico do Brasil [CD ROM] Geologia, tect ônica e recursos minerais do Brasil, Sistema deInforma ções Geográficas SIG. Mapas na escala 1:2.500.000. Brasília: CPRM, 2001. Disponívelem 04 CD’s

FUNDA ÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Geografia doBrasil. Região Nordeste. Rio de Janeiro: SERGRAF, 1977. Disponível em 1 CD.

FUNDA ÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Mapas Base dosmunicípios do Estado de Pernambuco Escalas variadas. In édito.

RODRIGUES E SILVA, Fernando Barreto; SANTOS, José Carlos Pereira dos; SILVA, Ademar Barrosda et al [CD ROM] Zoneamento Agroecológico do Nordeste do Brasil: diagnóstico eprogn óstico. Recife: Embrapa Solos. Petrolina: Semi-Árido, 2000. Disponível em 1 CD

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ANEXO 1

PLANILHA DE DADOS DAS FONTES DE ABASTECIMENTO

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C ÓDIGO LATITUDE LONGITUDE PONTO DE NATUREZA PROF. VAZÃO SITUAÇÃO EQUIPAMENTO DE FONTE FINALIDADE STDPOÇO

LOCALIDADES W ÁGUA DO TERRENO (m) (L/h) DO POÇO BOMBEAMENTO DE ENERGIA DO USO (mg/L)

GV649 GUERRA 084539,9 354859,2 Poço tubular Particular 6 Em Operação Bomba centrifuga Trifásica Doméstico Primário, Doméstico Secund ário, 234

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ANEXO 2

MAPA DE PONTOS D’ ÁGUA