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DIAGNÓSTICOSOCIAL
PARTICIPADO
Grupo Dinamizador para a Intervenção Social Participada
Um caminho para a sustentabilidadedas gerações futuras
Diagnóstico Social Participado | 2016
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“O trabalho realizado no presente, permite pensar e planear o Concelho, para encarar o futuro com mais qualidade
de vida, sustentado num plano de desenvolvimento que coloque o cidadão como alvo prioritário”.
“A realização desta Intervenção Social Participada já é um passo. O Diagnóstico dos problemas do Concelho é um
ponto de partida para futuras soluções.”
Autores:
Participantes no Workshop Participativo de dia 5 de março de 2015 Museu de Imprensa da Madeira
Diagnóstico Social Participado | 2016
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Ficha Técnica
Título: Diagnóstico Social Participado | 2016
Edição e Imagem: Câmara Municipal de Câmara de Lobos
Supervisão Técnica: Together, Rede Internacional de Territórios de Corresponsabilidade | Isabel de Sousa
Documento elaborado por: Grupo Dinamizador para a Intervenção Social Participada, integrado pelas seguintes
entidades:
Coordenação geral: Câmara Municipal de Câmara de Lobos
Vice-Presidente com o Pelouro de Intervenção Social e Educação
Sónia Maria de Faria Pereira
Equipa Técnica:
CMCL | Divisão de Desenvolvimento Social | Subunidade de Intervenção Social e Habitação
Chefe de Divisão: Elisabete Costa
Coordenação técnica: Cátia Freitas e Teresa Velosa
Apoio técnico: Alexandre Branco, Fátima Andrade, Sónia Rodrigues e Tracey Vieira
Apoio administrativo: Maria José Vieira e Teresa Azevedo
Imagem: Fábio Teles e Fátima Freitas
SRIAS | Instituto da Segurança Social da Madeira, IP-RAM | Departamento de
Desenvolvimento Social | Unidade da Zona Oeste
Aida Rodrigues
SRIAS | Investimentos Habitacionais da Madeira, EPERAM | Direção de Serviços de Inclusão
Social
Lídia Abreu e Tânia Rodrigues
SRE | DRIG | Delegação Escolar | EB23 Estreito de Câmara de Lobos
Sónia Brazão e Cristina Freitas
SRIAS | Instituto de Emprego da Madeira, IP-RAM | Pólo de Emprego Casa do Povo do
Estreito de Câmara de Lobos
Ana Nóbrega e Emanuel Gonçalves
SRS | Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira, EPE-RAM | Centros de Saúde de
Câmara de Lobos
Fátima Pontes
Colaboraram ainda:
CRM | Divisão Policial de C.ª Lobos | Esquadra da PSP Câmara Lobos – Roberto Fernandes,
Carlos Pragana, Flávio Matos e João Sobral
SRS | Direção dos Centros de Saúde de Câmara de Lobos – Fábio Camacho
SRIAS | ISSM, IP-RAM | Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Câmara de Lobos –
Alice Silva e Marisa Magalhães
SRE | Direção Regional da Educação – Vanda Oliveira e Ana Almada
SRE | Direção Regional de Inovação e Gestão – Elizabeth Gonçalves
SRE | Instituto para a Qualificação, IP-RAM – Sara Relvas e Cilísia Camacho
SRS | IASAUDE, IP-RAM | Unid. Operativa de Saúde Pública de C.ª de Lobos – Carmo Ferreira
e Paula Abreu
Diagnóstico Social Participado | 2016
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Nota prévia
O Plano de Desenvolvimento Económico e Social para o período 2014-2020 designado “Compromisso
Madeira@2020” prevê que a Coesão Social territorial deverá centrar-se no esforço de atenuação da macrocefalia
do território regional, potenciando o reforço dos centros urbanos de segunda ordem nas políticas de investimento
material e imaterial. Deste modo, importa reforçar o espaço de mobilização dos parceiros económicos e sociais na
implicação para o emprego e a inclusão social. Por outro lado, um novo ciclo de acesso e utilização dos recursos do
FSE na Região deve ser fortemente norteado pelo reforço da dimensão social, combinando incentivos à criação de
emprego, formação de competências e a redução do abandono escolar, com intervenções de combate à pobreza e
exclusão, de melhoria do acesso aos cuidados de saúde e de inclusão social. Estes pressupostos estão em linha com
as necessidades identificadas e diagnosticadas a nível regional e que fundamentaram os eixos da estratégia da UE para
as Regiões Ultraperiféricas no horizonte 2020.
Face a estes novos desafios, os municípios assumem um papel fulcral na programação e acesso aos fundos
comunitários e no planeamento estratégico local, no sentido de garantir a sustentabilidade dos seus territórios e o
desenvolvimento económico, social e ambiental.
No caso particular de Câmara de Lobos, foi adotado de modo pioneiro na Região, um projeto âncora – Agenda 21
Local – que suporta toda a gestão dos pelouros autárquicos de modo horizontal, tendo constituído, em 2014, o
grupo interno de gestão e coordenação do processo “Agenda 21 Câmara de Lobos: Realizar o Futuro”.
Concretamente na área da Coesão Social, a Agenda 21 Local pressupõe o desenvolvimento prioritário de políticas
de equidade social, através de programas que promovam a inclusão social, a criação de programas de sensibilização,
educação e formação, ligados ao desenvolvimento sustentável, a aproximação dos poderes públicos aos cidadãos e
aos diversos agentes sociais, a implementação de processos de consulta, informação e parcerias, de modo a
promover uma maior capacitação das pessoas e das instituições, através da participação nos processos de tomada
de decisão, bem como o desenvolvimento de projetos comuns e a resolução de desequilíbrios, segundo o princípio
da negociação.
Em Câmara de Lobos, a Agenda 21 Local definiu cinco vetores estratégicos de governação: o Mar, a Agricultura, a
Economia Local, o Turismo e as Pessoas. Especificamente neste último vetor, o atual órgão executivo estabeleceu
como objetivos, reforçar as políticas e os apoios nas áreas da educação e cultura e contribuir para a criação de novas
sinergias, através da promoção do trabalho em rede, promovendo uma ação concertada, na área social, e viabilizando
a comunicação e a partilha de informação, com vista à otimização de recursos e respostas sociais.
Em simultâneo e diretamente relacionado com este objetivo, pretende-se dinamizar a Economia Local e adotar
políticas municipais de desenvolvimento sustentável, privilegiando a relação com as Juntas de Freguesia, numa lógica
de proximidade, de subsidiariedade e de descentralização.
Diagnóstico Social Participado | 2016
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O Município tem vindo a cumprir estes objetivos nas áreas da educação e da intervenção social, destacando-se a
elaboração da “Carta Educativa” e o lançamento do projeto piloto “Intervenção Social Participada”, ambos
desenvolvidos ao longo do ano 2015. Estes projetos constituem pilares basilares para a revisão do Plano Diretor
Municipal, bem como para a elaboração de outros planos estratégicos, tais como o Plano Municipal de Emergência
de Proteção Civil e o Plano de Ordenamento do Território.
Em março de 2015, a autarquia propôs aos parceiros sociais chave do Concelho a criação de um Programa designado
de “Intervenção Social Participada”, tendo em conta os seguintes objetivos, a atingir a curto-médio prazo: a)
identificar grupos populacionais e áreas de intervenção prioritárias; b) construir o Diagnóstico Social, de forma
participada, tendo em conta a realidade concreta de cada Freguesia; c) elaborar o Plano de Ação na área da
Intervenção Social; d) contribuir para o alinhamento das políticas sociais com as aspirações e vontade dos cidadãos
e instituições; e) promover formas de comunicação articulada e continuada, entre cidadãos e instituições, reforçando
a proximidade e o trabalho em rede; f) otimizar recursos e inovar nas respostas sociais, promovendo o
empreendedorismo social; g) capacitar as Instituições para atrair recursos e fundos estruturais; h) capacitar os
cidadãos no seu desenvolvimento pessoal e social, tendo em vista o exercício de uma cidadania devidamente
informada e ativa.
Estas metas deveriam ser assumidas em conjunto por uma “Plataforma de Parceiros Sociais” e operacionalizados,
numa primeira fase, mediante um Grupo Dinamizador, ao qual competiria elaborar o Diagnóstico Social e Plano de
Ação concelhios, devendo estes instrumentos funcionar como motor de Desenvolvimento Social.
O desafio foi aceite pelos parceiros sociais que desde logo propuseram as linhas mestras do Programa “Intervenção
Social Participada”, garantindo uma abrangência total do território e a transversalidade de setores e agentes sociais,
incluindo os cidadãos. O projeto envolveu ativamente as cinco freguesias do Concelho, diversos organismos de
âmbito regional, tutelados pelas respetivas Secretarias Regionais, cerca de uma centena de instituições locais e mais
de duzentos cidadãos Câmara-lobenses.
A todos(as) os(as) que contribuíram para a construção deste caminho de sustentabilidade para as gerações futuras,
deixamos o nosso sincero reconhecimento, reiterando o nosso compromisso com os princípios que norteiam a
missão e a visão da autarquia, pautados pelos valores da proximidade, da transparência, da responsabilidade, da
sustentabilidade, da qualidade e do rigor.
Câmara de Lobos, 30 de maio de 2016.
Sónia Maria de Faria Pereira
(Vice-Presidente com o Pelouro de Intervenção Social e Educação)
Diagnóstico Social Participado | 2016
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Índice Geral
Introdução ................................................................................................................................................................... 13
Metodologia ....................................................................................................................................................................................... 14
Capítulo I – Caraterização Geral do Concelho .......................................................................................................... 24
1. Nota histórica ......................................................................................................................................................................... 25
2. Enquadramento geográfico .................................................................................................................................................. 29
3. Caraterização socioeconómica .......................................................................................................................................... 33
4. Enquadramento demográfico .............................................................................................................................................. 38
Capítulo II – Recursos e Dinâmicas ............................................................................................................................ 58
Introdução ......................................................................................................................................................................................... 59
1. Educação .................................................................................................................................................................................. 62
2. Emprego ................................................................................................................................................................................... 75
3. Formação Profissional........................................................................................................................................................... 90
4. Habitação .............................................................................................................................................................................. 105
5. Proteção de Crianças e Jovens ........................................................................................................................................ 123
6. Proteção Social .................................................................................................................................................................... 134
7. Saúde ...................................................................................................................................................................................... 148
8. Segurança e Proteção Civil ............................................................................................................................................... 165
Capítulo III – Câmara de Lobos: Território de Corresponsabilidade....................................................................... 182
Introdução ...................................................................................................................................................................................... 183
1. A Criação de uma Rede de Facilitadores para a Coesão Social ............................................................................. 185
2. O Bem-Estar na perspetiva dos Câmara-lobenses ..................................................................................................... 186
3. A Visão dos Parceiros Sociais sobre o Território ..................................................................................................... 193
Capítulo IV – Vulnerabilidades Sociais e Eixos Prioritários de Intervenção ............................................................. 201
Introdução ...................................................................................................................................................................................... 202
1. Principais Vulnerabilidades Identificadas ....................................................................................................................... 206
2. Eixos Prioritários de Intervenção Social ....................................................................................................................... 208
Nota conclusiva ......................................................................................................................................................... 214
Bibliografia ................................................................................................................................................................. 215
Diagnóstico Social Participado | 2016
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ANEXOS ................................................................................................................................................................... 217
Anexo I - Iniciativa “Agenda 21 Local: Realizar o Futuro: Um Passo para a Corresponsabilidade” ....................... 218
Anexo II - Lista de Instituições da Rede de Facilitadores ................................................................................................... 227
Anexo III - Grupo Dinamizador para a Intervenção Social Participada - Plano de Trabalho 2015 ......................... 228
Anexo IV - Lista de Entidades Participantes nas Sessões S.W.O.T. ................................................................................ 229
Anexo V - O bem-estar definido pelos cidadãos: dados por grupo homogéneo ........................................................ 232
Anexo VI - Lista de instituições participantes na implementação da SPIRAL ............................................................... 237
Anexo VII - SPIRAL: as 9 dimensões e 68 componentes do Bem-Estar ......................................................................... 241
Anexo VIII - Cartografia da Vulnerabilidade Social no concelho de Câmara de Lobos em caso de Catástrofe ou
Risco Tecnológico......................................................................................................................................................................... 249
Diagnóstico Social Participado | 2016
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Índice de Figuras
Figura 1 - Diagnóstico Social de Câmara de Lobos - Resumo das etapas metodológicas .......................................... 16
Figura 2 - Oficinas de Participação - Temas das “Mesas de Café” .............................................................................. 19
Figura 3 - Contributos da Rede de Facilitadores para o incremento da corresponsabilidade para o bem-estar ..... 185
Índice de Mapas
Mapa 1 - Localização do concelho de Câmara de Lobos na RAM .............................................................................. 29
Mapa 2 - Densidade populacional dos concelhos da RAM.......................................................................................... 30
Mapa 3 - Freguesias do concelho de Câmara de Lobos.............................................................................................. 30
Mapa 4 - Índice de envelhecimento dos edifícios, nas freguesias, no ano 2011 ........................................................ 107
Índice de Quadros
Quadro EG - População residente e densidade populacional, por freguesia, no ano 2011 ........................................ 31
Quadro CE1 - Indicadores de turismo no Concelho, de 2009 a 2013 ....................................................................... 35
Quadro CE2 - Superfície agrícola utilizada no Concelho, nos anos 1989, 1999 e 2009 ............................................ 35
Quadro CE3 - N.º de explorações agrícolas com culturas permanentes, no Concelho e por freguesia, no ano 2009
..................................................................................................................................................................................... 36
Quadro D1 - Evolução da população residente no Concelho, de 1920 a 2011 ......................................................... 38
Quadro D2 - Duração média dos movimentos pendulares da população residente, empregada ou estudante, no
Concelho, nos anos 1991, 2001 e 2011 ...................................................................................................................... 53
Quadro D3 - Proporção de famílias clássicas unipessoais de pessoas com 65 ou mais anos de idade, na RAM,
Concelho e freguesias, nos anos 1991, 2001 e 2011 .................................................................................................. 57
Quadro D4 - Evolução da distribuição percentual das famílias monoparentais na RAM e Concelho, nos anos 2001 e
2011 ............................................................................................................................................................................. 57
Quadro ED1 - Estabelecimentos de ensino, segundo a tipologia, no Concelho, no ano letivo 2015/2016 ............... 64
Quadro ED2 - Taxa de analfabetismo na RAM e Concelho, nos anos 2001 e 2011 .................................................. 68
Quadro ED3 - Taxa de abandono escolar nas freguesias, nos anos 1991, 2001 e 2011 ............................................ 71
Quadro ED4 - Taxas de escolarização no Concelho, de 2008 a 2014 ....................................................................... 71
Quadro ED5 - Taxa de transição/conclusão, no ensino básico e secundário, no Concelho, de 2008 a 2014 ........... 72
Quadro F1 - Oferta Formativa Profissional - ano letivo 2013/2014 ........................................................................... 91
Quadro F2 - Número médio de alunos por turma, nos anos letivos 2010/2011 a 2013/2014 .................................. 94
Quadro F3 - Número médio de alunos por turma, nos anos letivos 2010/2011 a 2013/2014 .................................. 99
Quadro H1 - N.º de edifícios por tipo de utilização, no Concelho e freguesias, no ano 2011 ................................ 105
Quadro H2 - Proporção de edifícios com acessibilidade através de cadeira de rodas, no Concelho e freguesias, no
ano 2011 .................................................................................................................................................................... 108
Quadro H3 - Variação do n.º de alojamentos familiares, no Concelho, de 1991 a 2011 ......................................... 109
Quadro H4 - Alojamentos familiares clássicos, segundo a forma de ocupação, no Concelho e freguesias, no ano
2011 ........................................................................................................................................................................... 110
Quadro PS - Valores médios processados de prestação de RSI por família, em dezembro de cada ano ................ 140
Quadro SC1 - Ações de sensibilização dirigidas ao público em geral, desenvolvidas pela PSP – Esquadra de Câmara
de Lobos, de 2011 a 2015 ......................................................................................................................................... 176
Quadro SC2 - Ações de sensibilização no âmbito da Segurança Rodoviária, promovidas pela PSP – Esquadra de
Câmara de Lobos, de 2011 a 2015 ........................................................................................................................... 176
*Ações distribuídas pelas freguesias de acordo com o n.º de população ................................................................. 176
Diagnóstico Social Participado | 2016
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Quadro SC3 - Ações de sensibilização no âmbito da Escola Segura, promovidas pela PSP – Esquadra de Câmara de
Lobos, de 2011 a 2015 .............................................................................................................................................. 177
Quadro TC1 - Análise S.W.O.T. - Quinta Grande, Jardim da Serra e Curral das Freiras ............................................. 195
Quadro TC2 - Análise S.W.O.T. - Estreito de Câmara de Lobos e Câmara de Lobos .................................................. 198
Quadro EP1 - Eixo 1 - Valorização do Capital Humano ........................................................................................... 209
Quadro EP2 - Eixo 2 - Reforço dos Equipamentos e Respostas Sociais .................................................................. 210
Quadro EP3 - Eixo 3 - Dinamização da Economia Local e Empreendedorismo ...................................................... 211
Quadro EP4 - Eixo 4 - Reforço das Acessibilidades, Mobilidade e Transportes ...................................................... 211
Quadro EP5 - Eixo 5 - Proteção das Comunidades e Grupos socialmente mais vulneráveis .................................. 212
Quadro EP6 - Eixo 6 - Incremento da Corresponsabilidade, Cidadania e Participação ........................................... 213
Índice de Gráficos
Gráfico CE1 - Produtores agrícolas singulares no Concelho, por grupo etário, no ano 2009 .................................. 36
Gráfico CE2 - Evolução do n.º de empresas no Concelho, de 2004 a 2012 .............................................................. 37
Gráfico D1 - Variação da população residente, no Concelho, de 1920 a 2011 ......................................................... 39
Gráfico D2 - Evolução da população residente, nas freguesias, de 1920 a 2011 ........................................................ 39
Gráfico D3 - População por grupo etário e género, no Concelho, no ano 2011 ...................................................... 40
Gráfico D4 - Pirâmides etárias do Concelho, nos anos 1991, 2001 e 2011 ............................................................... 41
Gráfico D5 - Evolução da população residente, por grupo etário, na freguesia de Câmara de Lobos, de 1991 a 2011
..................................................................................................................................................................................... 41
Gráfico D6 - Pirâmides etárias da freguesia de Câmara de Lobos, dos anos 1991, 2001 e 2011 .............................. 42
Gráfico D7 - Evolução da população residente, por grupo etário, na freguesia do Curral das Freiras, de 1991 a
2011 ............................................................................................................................................................................. 43
Gráfico D8 - Pirâmides etárias da freguesia do Curral das Freiras, dos anos 1991, 2001 e 2011 ............................. 43
Gráfico D9 - Evolução da população residente, por grupo etário, na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, de
1991 a 2011 ................................................................................................................................................................. 44
Gráfico D10 - Pirâmides etárias da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, dos anos 1991, 2001 e 2011 ......... 45
Gráfico D11 - Evolução da população residente, por grupo etário, na freguesia da Quinta Grande, de 1991 a 2011
..................................................................................................................................................................................... 45
Gráfico D12 - Pirâmides etárias da freguesia da Quinta Grande, dos anos 1991, 2001 e 2011................................. 46
Gráfico D13 - Pirâmides etárias da freguesia do Jardim da Serra, dos anos 2001 e 2011.......................................... 47
Gráfico D14 - Taxa bruta de natalidade e mortalidade, no Concelho, de 1994 a 2014 ............................................. 48
Gráfico D15 - Taxa de mortalidade infantil, na RAM e Concelho, de 1994 a 2014 ................................................... 49
Gráfico D16 - Taxa de fecundidade geral, na RAM e Concelho, de 1994 a 2014 ...................................................... 49
Gráfico D17 - Taxa bruta de nupcialidade e divorcialidade, no Concelho, de 1994 a 2013 ...................................... 50
Gráfico D18 - Índice de envelhecimento, na RAM e Concelho, de 1994 a 2014 ....................................................... 51
Gráfico D19 - Índices de dependência, no Concelho, de 1994 a 2014 ...................................................................... 51
Gráfico D20 - Saldo migratório, no Concelho, de 1993 a 2013 ................................................................................. 52
Gráfico D21 - População estrangeira, no Concelho, no ano 2014 ............................................................................. 52
Gráfico D22 - Meio de transporte mais utilizado nos movimentos pendulares, no Concelho, no ano 2011 ............ 53
Gráfico D23 - Distribuição de famílias clássicas, por freguesia, no ano 2011............................................................. 54
Gráfico D24 - Distribuição de famílias institucionais, por freguesia, no ano 2011 ..................................................... 54
Gráfico D25 - Evolução do n.º de famílias clássicas, na RAM e Concelho, de 1981 a 2011 ....................................... 55
..................................................................................................................................................................................... 55
Gráfico D26 - Dimensão média das famílias clássicas, por Concelho de residência, no ano 2011 ............................ 55
Gráfico D27 - Dimensão média das famílias clássicas, na RAM, Concelho e freguesias, no ano 2011 ....................... 56
Gráfico ED1 - Distribuição de estabelecimentos de ensino, nas freguesias do Concelho, no ano letivo 2015/2016 63
Gráfico ED2 - Evolução do n.º de alunos, por nível de educação e ensino, no Concelho, de 2001/2002 a 2013/2014
..................................................................................................................................................................................... 65
Diagnóstico Social Participado | 2016
10
Gráfico ED3 - N.º médio de alunos por docente, na RAM e Concelho, no ano letivo 2013/2014 ........................... 65
Gráfico ED4 - Pessoal docente e não docente nos estabelecimentos de ensino, no Concelho, de 2010 a 2014 ..... 66
Gráfico ED5 - População residente, segundo o nível de escolaridade atingido, no Concelho, no ano 2011 ............. 67
Gráfico ED6 - População residente segundo o nível de escolaridade atingido, nos concelhos de Câmara de Lobos,
Funchal, Machico e Santa Cruz, no ano 2011 ............................................................................................................. 67
Gráfico ED7 - População residente por grupo etário e nível de escolaridade atingido, no Concelho, no ano 2011 68
Gráfico ED8 - Taxa de analfabetismo nos concelhos da RAM, no ano 2011 ............................................................. 69
Gráfico ED9 - Taxa de analfabetismo nas freguesias, nos anos 2001 e 2011 ............................................................. 69
Gráfico ED10 - Taxa de abandono escolar na RAM e Concelho, nos anos 1991, 2001 e 2011 ................................ 70
Gráfico ED11 - Taxa de abandono escolar, nos concelhos da RAM, no ano 2011 .................................................... 70
Gráfico ED12 - Taxas de retenção e desistência no ensino básico, no Concelho, de 2008 a 2014 .......................... 73
Gráfico EM1 - Taxa de atividade na RAM e Concelho, de 1991 a 2011 .................................................................... 76
Gráfico EM2 - Taxa de desemprego na RAM e Concelho, de 1991 a 2011 ............................................................... 76
Gráfico EM3 - População empregada por setor de atividade, no Concelho, no ano 2011 ........................................ 77
Gráfico EM4 - Desemprego registado na RAM e Concelho, de 2011 a 2015 ............................................................ 78
Gráfico EM5 - Evolução do desemprego registado, por freguesia, de 2011 a 2015 ................................................... 78
Gráfico EM6 - Desemprego registado por grupo etário, na RAM e Concelho, em 2011 e 2015 .............................. 79
Gráfico EM7 - Evolução do desemprego registado, segundo o grupo etário, nas freguesias, em junho 2015 ........... 80
Gráfico EM8 - Desemprego registado por nível de instrução, na RAM e Câmara de Lobos, em junho de 2015 ...... 80
Gráfico EM9 - Desemprego registado por nível de instrução, nas freguesias do Concelho, em junho 2015 ............ 81
Gráfico EM10 - Desemprego registado, segundo o tempo de inscrição, no Concelho, de 2011 a 2015 .................. 82
Gráfico EM11 - Desemprego registado, segundo o tempo de inscrição na RAM e Concelho, em junho 2015 ........ 82
Gráfico EM12 - Desemprego registado por freguesia e tempo de inscrição, nas freguesias, em junho 2015............ 83
Gráfico EM13 - Desemprego registado, por atividade económica do último emprego, na RAM e Concelho, em
junho 2015 ................................................................................................................................................................... 83
Gráfico EM14 - Desemprego por atividade económica, nas freguesias, em junho 2015 ............................................ 84
Gráfico EM15 - Profissões com mais desemprego registado, no Concelho, em junho 2015 ..................................... 85
Gráfico EM16 - N.º de beneficiários de subsídio de desemprego, na RAM e Concelho, de 2004 a 2014 ................. 85
Gráfico EM17 - N.º de beneficiários de subsídio de desemprego, segundo o grupo etário, na RAM e Concelho, no
ano 2014 ...................................................................................................................................................................... 86
Gráfico EM18 - Evolução do n.º de ofertas de emprego, no Concelho, de 2013 a 2015 ........................................... 86
Gráfico EM19 - Ofertas de emprego por grupos de profissões, no Concelho, de janeiro a junho 2015 .................. 87
Gráfico EM20 - Evolução das colocações, por atividade económica, no Concelho, de 2013 a 2015 ........................ 87
Gráfico EM21 - Colocações por grupo de profissões, no Concelho, em junho 2015 ............................................... 88
Gráfico F1 - Evolução do n.º de alunos CEF e EFA - 2.º Ciclo, de 2010 a 2014 ........................................................ 92
Gráfico F2 - Evolução do n.º de alunos CEF e EFA - 3.º Ciclo, de 2010 a 2014 ........................................................ 92
Gráfico F3 - Evolução do n.º de alunos CEF, EFA e Profissional - Secundário, de 2010 a 2014 ................................ 93
Gráfico F4 - Número médio de alunos por turma, no ano letivo 2013/2014 ............................................................ 94
Gráfico F5 - Alunos dos 2.º e 3.º ciclos matriculados, por freguesia de residência, no ano letivo 2013/2014 .......... 95
Gráfico F6 - Alunos do secundário matriculados, por freguesia de residência, no ano letivo 2013/2014 ................. 96
Gráfico F7 - N.º de alunos matriculados, segundo a modalidade e género, no ano letivo 2013/2014 ....................... 96
Gráfico F8 - N.º alunos de matriculados nos cursos EFA, segundo o ciclo e grupo etário, no ano letivo 2013/2014
..................................................................................................................................................................................... 97
Gráfico F9 - N.º de alunos matriculados nos cursos CEF, segundo o ciclo e idade, no ano letivo 2013/2014 .......... 98
Gráfico F10 - N.º de alunos matriculados nos Cursos Profissionais, por idade, no ano letivo 2013/2014 ................ 98
Gráfico F11 - N.º de alunos, segundo o escalão de apoio social escolar, nos cursos CEF e CP, de 2010 a 2014 ... 100
Gráfico F12 - Distribuição dos alunos pelo escalão de apoio escolar, no ano letivo 2013/2014 ............................. 100
Gráfico F13 - N.º de alunos matriculados no IQ, IP-RAM, segundo a freguesia de residência, de 2010 a 2014...... 101
Gráfico F14 - N.º de alunos do IQ, IP-RAM, residentes no Concelho, por curso de formação, no ano letivo
2013/2014 .................................................................................................................................................................. 102
Diagnóstico Social Participado | 2016
11
Gráfico H1 - Edifícios por tipo de utilização, no Concelho, no ano 2011 ................................................................ 106
Gráfico H2 - Edifícios segundo o número de pisos, no Concelho, no ano 2011 ..................................................... 106
Gráfico H3 - Edifícios segundo o estado de conservação, nas freguesias, no ano 2011 ........................................... 108
................................................................................................................................................................................... 108
Gráfico H4 - Evolução do n.º de alojamentos, na RAM e Concelho, de 1991 a 2011 ............................................. 109
Gráfico H5 - Proporção de alojamentos familiares clássicos, sem pelo menos uma infraestrutura básica, no
Concelho, no ano 2011 ............................................................................................................................................. 111
Gráfico H6 - Proporção de alojamentos familiares clássicos, sem pelo menos uma infraestrutura básica, no
Concelho e freguesias, no ano 2011 ......................................................................................................................... 111
................................................................................................................................................................................... 111
Gráfico H7 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da IHM, EPERAM, no ano 2015 ................. 113
Gráfico H8 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da IHM, EPERAM, por escalão etário, no ano
2015 ........................................................................................................................................................................... 114
Gráfico H9 - Distribuição de fogos da IHM, EPERAM, por tipologia, no ano 2015 ................................................. 114
Gráfico H10 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, no ano 2015 ........................... 115
Gráfico H11 - Distribuição de fogos da CMCL, segundo a tipologia, no ano 2015 ................................................. 116
Gráfico H12 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, por género, no ano 2015 ....... 116
Gráfico H13 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, por estado civil, no ano 2015 . 117
Gráfico H14 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, por escalão etário, no ano 2015
................................................................................................................................................................................... 117
Gráfico H15 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, por situação profissional, no ano
2015 ........................................................................................................................................................................... 118
Gráfico H16 - Vistorias de condições de habitabilidade, no Concelho, de 2008 a 2015 ......................................... 119
Gráfico H17 - Candidaturas no âmbito do PAESD, de 2008 a 2015 ........................................................................ 120
Gráfico H18 - Evolução do n.º de candidaturas, no âmbito do PRID, no Concelho, de 2011 a 2015 ..................... 121
Gráfico PM1 - Volume processual na CPCJ Câmara de Lobos, de 2011 a 2015 ...................................................... 125
Gráfico PM2 - Evolução do n.º de novos processos, por freguesia, de 2011 a 2015 ............................................... 125
Gráfico PM3 - Motivos de intervenção da CPCJ Câmara de Lobos (somatório dos anos 2011 a 2015) ................ 126
Gráfico PM4 - Entidades sinalizadoras na CPCJ Câmara de Lobos (somatório dos anos 2011 a 2015) .................. 127
Gráfico PM5 - Nº de Crianças e Jovens acompanhados pela Equipa de Rua, de 2011 a 2014 ................................. 129
Gráfico PM6 - Evolução do n.º de crianças e jovens em acolhimento familiar, de 2011 a 2014 .............................. 129
Gráfico PS1 - N.º de requerentes das prestações de abono de família para crianças e jovens, segundo o Concelho
de residência, no ano 2014 ....................................................................................................................................... 135
Gráfico PS2 - Evolução do n.º de titulares de abono de família para crianças e jovens, na RAM e Concelho, de 2004
a 2014 ........................................................................................................................................................................ 135
Gráfico PS3 - N.º de titulares de abono de família para crianças e jovens, nas freguesias, no ano 2014 ................. 136
Gráfico PS4 - N.º de titulares de bonificação por deficiência, na RAM e Concelho, de 2011 a 2014 ...................... 136
Gráfico PS5 - N.º de pensionistas na RAM e Concelho, no ano 2014 ..................................................................... 137
Gráfico PS6 - N.º de beneficiários de RSI, por Concelho da RAM, no ano 2014 ..................................................... 138
Gráfico PS7 - N.º de beneficiários do RSI, na RAM e Concelho, de 2005 a 2014 .................................................... 138
Gráfico PS8 - N.º de beneficiários do RSI, por grupo etário, na RAM e Concelho, no ano 2014 ........................... 139
Gráfico PS9 - N.º de famílias com RSI, segundo a freguesia de residência, nos anos de 2011 a 2014 ..................... 139
Gráfico PS10 - N.º de beneficiários de RSI, por freguesia de residência, no ano 2014 ............................................ 140
Gráfico PS11 - N.º de beneficiários do CSI, na RAM e Câmara de Lobos, de 2011 a 2014 .................................... 141
Gráfico PS12 - N.º de beneficiários do CSI, por freguesia, no ano 2014 .................................................................. 141
Gráfico PS13 - N.º de pessoas a frequentar equipamentos geridos ou protocolados com a Segurança Social, de
acordo com a valência, de 2011 a 2015 .................................................................................................................... 143
Gráfico PS14 - N.º de utentes com apoio domiciliário, por freguesia, no ano 2014 ................................................ 144
Gráfico PS15 - N.º de utentes com apoio domiciliário, no Concelho, por faixas etárias, no ano 2014................... 144
Gráfico S1 - Evolução do n.º de recursos humanos, nos centros de saúde do Concelho, de 2011 a 2014............. 149
Diagnóstico Social Participado | 2016
12
Gráfico S2 - Evolução do n.º de utentes inscritos nos centros de saúde do Concelho, de 2011 a 2014 ................ 150
Gráfico S3 - N.º de utentes inscritos nos centros de saúde do Concelho, no ano 2014 ......................................... 150
................................................................................................................................................................................... 150
Gráfico S4 - N.º de utentes inscritos nos centros de saúde do Concelho, por género, no ano 2014..................... 151
Gráfico S5 - N.º de utentes inscritos nos centros de saúde do Concelho, por grupo etário, no ano 2014 ............ 151
Gráfico S6 - Evolução do total de inscritos nos centros de saúde do Concelho, com e sem médico de família, de
2011 a 2014 ............................................................................................................................................................... 152
Gráfico S7 - Distribuição do total de inscritos nos centros de saúde, por freguesias, com e sem médico de família
(somatório de 2011 a 2015) ...................................................................................................................................... 152
Gráfico S8 - Evolução do n.º de consultas de nutrição, psicologia e serviço social, no Concelho, de 2011 a 2014 153
................................................................................................................................................................................... 153
Gráfico S9 - N.º de consultas de psicologia, nutrição e serviço social, por centro de saúde, de 2011 a 2014 ........ 154
Gráfico S10 - N.º de consultas médicas por centro de saúde, no Concelho, de 2011 a 2014 ................................ 155
Gráfico S11 - N.º de consultas médicas nos centros de saúde do Concelho, de 2011 a 2014 ................................ 155
Gráfico S12 - N.º total de consultas de enfermagem nos centros de saúde do Concelho, no período de 2011 a
2014 ........................................................................................................................................................................... 156
Gráfico S13 - N.º de ações desenvolvidas pela UOSPCL, de 2011 a 2014 ............................................................... 161
Gráfico S14 - N.º de colheitas de águas efetuados pela UOSPCL, de 2011 a 2014 ................................................. 162
Gráfico S15 - N.º de ações no âmbito do Programa de Monitorização das Ovitraps, BG-Sentinel Traps e Programa
REVIVE, de 2011 a 2014 ............................................................................................................................................ 162
Gráfico S16 - N.º de ações médicas efetuadas pela Autoridade de Saúde, de 2011 a 2014..................................... 163
Gráfico SC1 - N.º de crimes registados pelas autoridades policiais, no Concelho, no ano 2014 ............................ 167
Gráfico SC2 - Evolução do n.º de crimes registados pelas autoridades policiais, no Concelho, de 2004 a 2014 .... 167
Gráfico SC3 - Evolução do n.º de crimes registados, segundo a categoria de crime, no Concelho, de 2004 a 2014
................................................................................................................................................................................... 168
Gráfico SC4 - N.º de crimes registados, segundo a categoria de crime, nos concelhos da RAM, no ano 2014 ...... 169
Gráfico SC5 - N.º de crimes de violência doméstica, nos concelhos da RAM, no ano 2015 ................................... 169
Gráfico SC6 - Evolução da taxa de criminalidade na RAM e Concelho, de 2004 a 2014 ......................................... 170
Gráfico SC7 - Taxa de criminalidade dos concelhos da RAM, no ano 2014 ............................................................ 170
Gráfico SC8 - Taxa de criminalidade segundo a categoria de crime, no Concelho, de 2011 a 2014 ....................... 171
Gráfico SC9 - Evolução da taxa de criminalidade contra a integridade física, na RAM e Concelho, de 2004 a 2014
................................................................................................................................................................................... 171
Gráfico SC10 - Evolução da taxa de criminalidade de furto ou roubo por esticão e na via pública, na RAM e
Concelho, de 2004 a 2014 ........................................................................................................................................ 172
Gráfico SC11 - Evolução da taxa de criminalidade de furto de veículo e em veículo motorizado, na RAM e
Concelho, de 2004 a 2014 ........................................................................................................................................ 172
Gráfico SC12 - Evolução da taxa de criminalidade de condução de veículo com taxa de álcool igual ou superior a
1,2g/l, na RAM e Concelho, de 2004 a 2014 ............................................................................................................. 173
Gráfico SC13 - Evolução da taxa de criminalidade de condução sem habilitação legal, na RAM e Concelho, de 2004
a 2014 ........................................................................................................................................................................ 173
Gráfico SC14 - Evolução da taxa de criminalidade contra o património, na RAM e Concelho, de 2004 a 2014 .... 174
Gráfico TC1 - Oficinas de participação - Distribuição dos 26 grupos homogéneos, por freguesia ......................... 187
Gráfico TC2 - Oficinas de participação - Distribuição dos 238 cidadãos por freguesias ......................................... 188
Gráfico TC3 - Dimensões de Bem-Estar dos Câmara-lobenses - resultados globais ............................................... 188
Gráfico TC4 - Dimensões de Bem-Estar dos Câmara-lobenses - resultados por questão ...................................... 191
Diagnóstico Social Participado | 2016
13
Introdução
O Diagnóstico Social Participado de Câmara de Lobos enquadra-se no âmbito da implementação do projeto piloto
“Intervenção Social Participada”, sistematizando todos os contributos que foram recolhidos ao longo de 2015, pela
equipa multidisciplinar, a quem competiu o papel de caráter operacional neste processo – o Grupo Dinamizador
para a Intervenção Social Participada.
Esta equipa de trabalho foi constituída em março de 2015, durante a iniciativa promovida pela autarquia, “Agenda 21
Local: Realizar o futuro – Intervenção Social Participada: Um passo para a corresponsabilidade”, a partir da qual se
desenvolveu um intenso processo participativo que culminou em julho, em que colaboraram cerca de 120 parceiros
sociais de âmbito regional e concelhio e mais de 200 cidadãos Câmara-lobenses.
Na Região Autónoma da Madeira, o concelho de Câmara de Lobos prefigura-se assim como pioneiro, no que diz
respeito à elaboração de um Diagnóstico Social territorial, construído de forma participada e intersetorial, com o
contributo das forças vivas locais e dos cidadãos, constituindo documento estratégico de suporte à definição das
futuras políticas e parte integrante do Plano Diretor Municipal. Este instrumento tem também a particularidade de
incluir dados estatísticos desagregados por freguesias, no sentido de permitir aprofundar e conhecer as diferentes
realidades locais, procurando promover uma intervenção social mais sustentada.
O Diagnóstico Social Participado encontra-se subdividido em quatro capítulos distintos. No primeiro capítulo,
denominado “Caraterização Geral do Concelho”, inclui-se uma nota histórica e os enquadramentos geográfico,
socioeconómico e demográfico do território. No segundo capítulo, denominado “Recursos e Dinâmicas”, analisam-
se alguns indicadores relevantes sobre a Educação, a Formação Profissional, o Emprego, a Habitação, a Proteção de
Crianças e Jovens, a Proteção Social, a Saúde, a Segurança e a Proteção Civil. No terceiro capítulo, intitulado “Câmara
de Lobos: Território de Corresponsabilidade”, colocam-se em evidência as principais dimensões de bem-estar dos
cidadãos, bem como as potencialidades e vulnerabilidades das freguesias, resultantes dos momentos participativos.
No quarto e último capítulo, identificam-se os eixos prioritários de intervenção social, com base nos resultados
obtidos.
Importa referir que o Diagnóstico Social de Câmara de Lobos é assumido como um instrumento dinâmico, sujeito
a atualização periódica, resultante da participação dos parceiros sociais e do contributo dos cidadãos, possibilitando
o conhecimento e a compreensão da realidade social local, através da identificação das necessidades, da deteção dos
problemas prioritários e respetiva causalidade, bem como dos recursos, potencialidades e constrangimentos locais.
O presente Diagnóstico permitiu estabelecer prioridades de intervenção no território, constituindo base para a
elaboração de um Plano de Ação integrado que suporte a tomada de decisão, por parte de profissionais, de dirigentes
e de decisores políticos, tendo em vista o desenvolvimento social do Concelho.
Mais do que um mero processo de recolha de dados, procurou-se estabelecer uma dinâmica que possibilitasse
identificar e mobilizar as forças vivas, no sentido da afirmação de Câmara de Lobos enquanto Território de
Corresponsabilidade e Bem-Estar para todos(as).
Diagnóstico Social Participado | 2016
14
Metodologia
A noção de Diagnóstico Social Participado introduz a perspetiva de um projeto social que vai além da fragmentação
dos conhecimentos especializados e competências de cada um dos atores sociais. Privilegia, claramente, a noção de
dinâmicas de construção de um saber coletivo, permitindo a redescoberta partilhada do território e dos seus
habitantes, remetendo-nos para uma redistribuição do poder do saber e aproximação da realidade social
pluridisciplinar e multissetorial.
Um Diagnóstico Social Participado, no âmbito do desenvolvimento social territorial, constrói-se com o envolvimento
de um grande número de intervenientes de um mesmo território (a população, as organizações com e sem fins
lucrativos, os poderes públicos, entre outros), através de uma dinâmica de rede que se desenvolve e reforça em
horizontalidade, em que o respeito, a autonomia, a corresponsabilização, a transparência e a partilha (recursos,
informação e poder) são requisitos necessários ao seu bom funcionamento.
A elaboração de Diagnósticos Sociais enquanto instrumentos metodológicos de planeamento estratégico, vem sendo
prática comum em Portugal, no âmbito da medida Rede Social1, ou seja, uma plataforma de articulação de parceiros
sociais (públicos e/ou privados) que assenta no trabalho de parceria alargada, efetiva e dinâmica, visando o
planeamento estratégico da intervenção social local e orientando a intervenção dos diferentes agentes locais para o
desenvolvimento social.
A noção de Desenvolvimento Social, surgiu a partir das contestações a modelos de desenvolvimento que valorizavam
o crescimento económico e cuja promoção e planificação se fazia do topo para a base. Partia-se de uma visão
funcionalista do desenvolvimento no território, em que se supunha que um nível de crescimento económico
satisfatório, alcançado por determinadas regiões, seria o motor da generalização do bem-estar e da prosperidade de
outras regiões. As noções de desenvolvimento local, humano, comunitário e social vieram questionar estes modelos
e trazer perspetivas alternativas.
No que diz respeito ao Desenvolvimento Social, as suas bases foram definidas, sobretudo, em torno de um conjunto
de princípios e de um programa de ação que a Conferência de Copenhaga, em 1995, veio sedimentar e que Portugal
também subscreveu.
No contexto português, o planeamento da intervenção para o desenvolvimento social territorial, baseia-se no
conhecimento da realidade dos concelhos e das freguesias, sendo precisamente essa a função do Diagnóstico Social.
Podemos, deste modo, afirmar que este instrumento assume uma dupla função, ou seja, é “resultado e meio de um
processo maior”, pois, se por um lado, constitui um “instrumento de conhecimento do território, em dado
momento”, por outro lado, é um canal “potenciador da criação de dinâmicas de parceria e de implicação dos
parceiros na intervenção” (Atouguia, 2010).
1 Resolução do Conselho de Ministros n.º 197/1997 de 18 de novembro; Despacho Normativo n.º 8/2002 de 12 de fevereiro e Decreto-Lei n.º 115/2006 de 14 de junho. Estes diplomas não se encontram adaptados às Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, mas apenas ao território
continental.
Diagnóstico Social Participado | 2016
15
O desenvolvimento social territorial pressupõe uma intervenção social assente na parceria e na participação de
diversos atores sociais locais (população, instituições, poderes públicos e privados), estruturantes e estruturadores
da mudança das práticas profissionais e dos atores sociais, em geral, ultrapassando a simples satisfação das
necessidades ou resolução dos problemas. Para tal, é necessário adotar uma lógica de projeto estratégico, numa
dinâmica participativa e passar a práticas de responsabilização e participação. Em suma, da resolução de problemas
de um território ao desenvolvimento do território.
Podemos considerar que “fazer um diagnóstico social é conceber uma radiografia sobre o social, em determinado
momento e face a um contexto delimitado. Um diagnóstico é um processo apuradamente complexo de descrição
do sentido da realidade sobre um problema social, uma dada situação de um grupo, comunidade, território. Fazer
um diagnóstico é desmontar a complexidade do social” (Fialho, Silva e Saragoça, 2015).
Foi com base nestes pressupostos que se orientou o presente Diagnóstico, com as respetivas adaptações
decorrentes das especificidades regionais.
A elaboração do Diagnóstico Social Participado de Câmara de Lobos, baseou-se numa estratégia de investigação
para a ação, com recurso a métodos quantitativos e qualitativos. Destaca-se a análise documental – recolha e análise
de dados estatísticos e de caracterização dos recursos e medidas de políticas implementadas – e a aplicação de
metodologias participativas, baseadas nos seguintes princípios técnico metodológicos: participação e implicação dos
atores sociais locais, corresponsabilização dos vários parceiros e agentes sociais, constituição de equipa
multidisciplinar e intersetorial local, conhecimento prospetivo e partilhado, com vista a um planeamento estratégico
criativo e participativo, flexibilidade, inovação, acompanhamento e avaliação.
Partindo dos princípios anteriormente enunciados, o presente documento contou com os contributos de cerca de
120 parceiros sociais (regionais e concelhios) e 238 cidadãos Câmara-lobenses.
Com esta dinâmica, pretendeu-se também contribuir para a consolidação do Capital Inclusivo do território, na aceção
que lhe é atribuída no estudo Referencial de Coesão Social, promovido pelo Instituto da Segurança Social, IP-RAM, em
parceria com o Instituto de Estudos Sociais e Económicos (2015) e que pretende ponderar a capacidade potencial
dos territórios para a intervenção social (condições de suporte, presença de abordagens integradas territoriais de
intervenção social, dinâmica das redes sociais e rede de equipamentos e respostas sociais).
De seguida, descreve-se, resumidamente, as etapas metodológicas deste processo, salientando, no entanto, que
algumas destas etapas decorreram em paralelo ou de forma intercalada.
Diagnóstico Social Participado | 2016
16
Figura 1 - Diagnóstico Social de Câmara de Lobos - Resumo das etapas metodológicas
Etapas
Etapa 1
Etapa 2
Etapa 3
Etapa 4
Descrição fase metodológica
Levantamento e sistematização de
equipamentos e recursos sociais
Constituição de plataforma de parceiros
sociais
Planificação de atividades e/ou ações
Processo de escuta dos parceiros sociais nas
freguesias
Resultados
Guia de Recursos –Equipamentos Sociais do
Concelho
Grupo Dinamizador
Rede de Facilitadores
Plano de trabalho comum e calendarização
Potencialidades, constrangimentos,
ameaças e oportunidades locais
Técnicas utilizadas
Inquérito por questionário
World Café
Workshop Participativo
Inquérito por questionário
Reuniões de equipa periódicas
Análise documental
Observação participante
Sessões S.W.O.T
Diagnóstico Social Participado | 2016
17
Figura 1 - Diagnóstico Social de Câmara de Lobos - Resumo das Etapas metodológicas
(continuação)
Fonte: Elaboração própria
1. Levantamento e sistematização de Equipamentos e Recursos sociais
A primeira etapa do processo metodológico consistiu no levantamento dos
principais equipamentos e recursos sociais do Concelho, por parte da autarquia,
através de consultas a bases de dados e relatórios pré-existentes. Foi igualmente
aplicado um inquérito por questionário a cerca de 160 parceiros sociais ou serviços
públicos, de maio a setembro de 2014, resultando na publicação do manual Guia de
Recursos 2015 – Equipamentos Sociais do concelho de Câmara de Lobos, a 5 de março
de 20152, cuja apresentação pública teve lugar neste mesmo dia, durante a iniciativa
“Agenda 21 Câmara de Lobos: Realizar o Futuro – Intervenção Social Participada:
Um Passo para a Corresponsabilidade”.
2 Publicado e disponível desde 05/03/2015 em
http://www.cmcamaradelobos.pt/Files/Filer/Documentos/Guia%20de%20recursos/Guia%20Recursos-2015%20-%20maio.pdf
Etapas
Etapa 5
Etapa 6
Etapa 7
Etapa 8
Descrição fase metodológica
Processo de escuta dos cidadãos
Recolha e produção de dados quantitativos
Tratamento e análise das informações recolhidas
de forma integrada
Validação da informação pela plataforma de parceiros sociais
Resultados
Definição e análise de indicadores de bem-
estar
Definição e análise de indicadores sociais
relevantes
Definição de eixos prioritários de
intervenção social
Diagnóstico Social
Participado
Técnicas utilizadas
Metodologia SPIRAL
Pesquisa e análise documental
Consulta de bases de dados e
relatórios pré-existentes
Análise documental
Análise documental
Equ
ipam
ent
os
So
ciai
sIn
tro
du
ção
GUIA DE RECURSOSMunicípiode Câmarade Lobos
Pelouro deIntervenção Social e Educação 22-05-2015Município deCâmara deLobos
Diagnóstico Social Participado | 2016
18
2. Constituição de uma Plataforma de Parceiros Sociais
A segunda etapa metodológica consistiu na constituição de uma Plataforma de
Parceiros Sociais, fruto da iniciativa intitulada “Agenda 21 Câmara de Lobos:
Realizar o Futuro – Intervenção Social Participada: Um Passo para a
Corresponsabilidade”, promovida pela autarquia, em parceria com a Together,
Rede Internacional dos Territórios de Corresponsabilidade3, no dia 5 de março de
2015, no Museu de Imprensa da Madeira4.
Esta iniciativa teve como principal objetivo mobilizar os parceiros sociais e
promover contextos participativos que contribuíssem para a definição das linhas
orientadoras do Programa “Intervenção Social Participada”. Para tal, foram
convidados 30 organismos e instituições, de âmbito regional e concelhio, que se
fizeram representar por 60 pessoas, entre dirigentes políticos, dirigentes de
órgãos públicos e técnicos.
No período da manhã, após a sessão de abertura, decorreu a apresentação pública do Guia de Recursos 2015 –
Equipamentos Sociais do Concelho e a dinamização de oficinas de participação. No período da tarde, deu-se
continuidade aos trabalhos da manhã, com um Workshop participativo intitulado “Intervenção Social Participada –
Das Ideias à Ação”, a partir do qual se formou um Grupo Dinamizador para a Intervenção Social Participada e uma Rede
de Facilitadores.
Estas oficinas de participação e o Workshop participativo constituíram o motor de arranque de um ciclo de momentos
participativos que foram desenhando o presente Diagnóstico (vide lista de participantes em anexo I).
a) Oficinas de Participação: Onde estamos? Para onde queremos ir? Como?
Para a realização das oficinas de participação, com os atores
locais, foi utilizada uma técnica denominada World Café, em que
todos os participantes foram convidados a reunir em grupos, com
um mínimo de 10 pessoas cada e a percorrer as cinco mesas de
trabalho existentes – “os cafés”.
3 Abreviadamente designada como Together. 4 Vide Relatório sobre esta iniciativa e resultados de questionário aos participantes publicados em file:///C:/Users/CMCL/Downloads/Relatório+SPIRAL.pdf
Diagnóstico Social Participado | 2016
19
Em intervalos de cerca de quinze minutos, os participantes eram convidados a mudar de café, e assim sucessivamente,
até que todos tivessem passado por todas as mesas, assegurando, desta forma, uma participação o mais abrangente
possível, em todos os temas em análise.
Cada café tinha um “dono” que tinha por função receber os novos clientes, enquadrá-los no tema em debate e criar
as melhores condições de participação. Era ainda da responsabilidade do dono do café a apresentação, de forma
sintética, dos resultados finais dos trabalhos. Tendo presente o título da Oficina de Participação, o processo
participativo realizou-se em torno de um conjunto de cinco temas (vide transcrição literal de resultados, em anexo
I):
Figura 2 - Oficinas de Participação - Temas das “Mesas de Café”
Fonte: Elaboração própria
• Intervenção Territorial Participada e Integrada. AsPessoas
• Quais os principais problemas? O que queremos ao invésdisto? O que pode ser feito? O que podemos fazer emconjunto?
Mesa de Café 1
• Conhecer para melhor intervir em conjunto –Diagnóstico Social
• Que contributos posso dar? Quais são as fontes deinformação concelho/freguesia? Que informação temos?Que informação precisamos e não temos –problemáticas?
Mesa de Café 2
• Definir o Bem-Estar com Todos: Participação
• Freguesias;
• Cidadãos: quem escutar já?
• Profissionais e Dirigentes?
• Quem nos pode ajudar?
• Mobilizar para a Participação: o que posso fazer?
Mesa de Café 3
• Construir o Futuro. “Em 2020 as pessoas de Câmarade Lobos são mais Felizes”
• O que está a acontecer em 2020? Como funcionam asinstituições (parceiros sociais e equipas de intervenção)?
• Como são as relações entre as pessoas?
Mesa de Café 4
• A Mudança começa em Mim
• Ser
• Saber mais e melhor sobre mim? O que me faz sentirbem? O que me irrita ou angustia?
• O que posso fazer já hoje para ser uma pessoa melhor?
Mesa de Café 5
Diagnóstico Social Participado | 2016
20
b) Workshop Participativo: Intervenção Social Participada – Das Ideias à Ação
Após a apresentação dos resultados dos trabalhos de cada café, impunha-se um
salto. O salto necessário para uma ação mobilizadora, participada e integrada,
onde todos tinham de encontrar o seu espaço e a possibilidade de darem o seu
contributo. Assim, no âmbito do Workshop realizado, no período da tarde, todos
os participantes foram convidados a dar um passo concreto na identificação do
que cada um poderia fazer, no sentido de uma ação conjunta e concertada.
Atendendo ao tempo para a realização deste momento de trabalho, colocou-se
o foco na ação de muito curto prazo (O que podemos fazer desde já?) que fosse,
ao mesmo tempo, facilitador e estruturante da intervenção, na medida em que
se pretendia lançar o Plano de Ação integrado, na área da intervenção social.
Deste modo, para que tal pudesse acontecer numa base alargada de
participação, foi proposto um caminho metodológico aos participantes, a operacionalizar da seguinte forma:
1. Constituição de um Grupo Dinamizador do processo;
2. Definição do Bem-Estar através da realização de oficinas de participação com Cidadãos;
3. Elaboração do Diagnóstico Social, integrando os resultados das dinâmicas participativas desenvolvidas e a
desenvolver, nomeadamente, com os cidadãos;
4. Definição do Plano de Ação integrado, na área da intervenção social, enquadrado na visão para o território e para
as Pessoas.
c) Grupo Dinamizador
A este grupo de trabalho competia a missão de unir e criar sinergias,
em torno de uma estratégia comum, cabendo-lhe criar as condições
necessárias para viabilizar uma proposta de Plano de Ação integrado,
resultante de um processo participativo bastante alargado. Este
grupo deveria ser constituído, no máximo, por sete parceiros chave
do Concelho, nomeadamente, de cada uma das seguintes áreas:
Educação, Emprego, Formação Profissional, Habitação, Poder Local,
Saúde e Segurança Social.
Durante o Workshop participativo, foram designados os
representantes de cada uma das áreas acima mencionadas que ficaram de agendar, posteriormente, uma primeira
reunião, para apresentação e definição de um plano de trabalho. As questões que se colocariam a este grupo seriam
as seguintes: para que, a curto prazo seja apresentada uma proposta de Plano de Ação integrado, o que precisamos
de fazer, quem faz, com quem, até quando?
Diagnóstico Social Participado | 2016
21
d) Rede de Facilitadores: Definir o Bem-Estar com Todos
Escutar os cidadãos, os políticos, os dirigentes e os profissionais
e “ouvir os não ouvidos”, foram algumas das respostas
encontradas pelos participantes nas oficinas de participação,
dando nota da grande necessidade deste processo de escuta,
quer seja em torno das questões do Bem-Estar, quer seja para
aprofundar o conhecimento acerca dos problemas, das
potencialidades e da realidade local, de uma forma geral. Deste
modo, durante o Workshop participativo, a dinamizadora da
Together, lançou uma proposta ao Município, no sentido de
adotar a metodologia SPIRAL – Societal Progress Indicatores for the Responsibility of All – para ajudar a definir os
indicadores de bem-estar dos Câmara-lobenses.
Em termos operacionais, esta metodologia consistia em: a) criar um grupo de facilitadores, constituído por
representantes de instituições de todas as freguesias; b) organizar, num curto espaço de tempo, oficinas de
participação para a definição do Bem-Estar dos Cidadãos de Câmara de Lobos (vide lista de Instituições da Rede de
Facilitadores em anexo II).
3. Planificação de atividades e/ou ações
O Grupo Dinamizador para a Intervenção Social Participada reuniu, pela primeira vez, no mês de maio de 2015 e
definiu um plano de trabalho conjunto e respetiva calendarização, no sentido do cumprimento e elaboração do
Diagnóstico Social e Plano de Ação integrado. Cabe aqui referir que a fase de recolha e análise estatística e
documental ultrapassou a calendarização inicialmente prevista, constituindo fator de maior morosidade no processo
(vide plano de trabalho em anexo III).
Pretendendo-se realizar um Diagnóstico Social Participado, foi dada particular atenção aos processos de escuta. Para
tal, foram criados momentos específicos, resumidos nos dois pontos seguintes (4 e 5).
Diagnóstico Social Participado | 2016
22
4. Processo de escuta dos Parceiros Sociais nas Freguesias
No período de fevereiro a junho de 2015, foram desenvolvidas
sessões S.W.O.T.5 em todas as freguesias do Concelho, onde
participaram cerca de 90 parceiros sociais, com o objetivo de
equacionar as principais potencialidades, constrangimentos,
ameaças e oportunidades, a nível local. Durante este processo
de escuta, não foram estabelecidos previamente focos
específicos de análise, ficando ao critério dos participantes a
livre exposição de ideias e opiniões. Após a identificação das
áreas-chave mais problemáticas, os participantes lançaram
algumas pistas para a ação, a serem desenvolvidas no terceiro capítulo deste trabalho (vide lista de participantes em
anexo IV).
5. Processo de escuta dos Cidadãos
O processo de escuta dos Cidadãos baseou-se na aplicação da
metodologia SPIRAL – Societal Progress Indicatores for the
Responsibility of All. Esta foi fomentada pelo Conselho da Europa,
no âmbito da Nova Estratégia para a Coesão, com o objetivo de
avaliar as questões do bem-estar e da Coesão Social, sendo esta
entendida como medida de política que visa a promoção do
desenvolvimento social e que deverá basear o seu trabalho em
metodologias participativas.
A SPIRAL, parte do princípio que a definição de bem-estar de
todos deve ser construída a partir da visão dos próprios cidadãos, assentando na realização de oficinas de
participação com grupos homogéneos.
Assim, nos dias 6, 7 e 8 de julho de 2015 decorreu em Câmara de Lobos, uma ação de formação dirigida à Rede de
Facilitadores SPIRAL e oficinas de participação com os Cidadãos, para a definição do Bem-Estar. Os resultados
pormenorizados deste estudo serão explanados no terceiro capítulo deste documento, podendo também ser
consultados, diretamente, na página oficial da Rede Together6 (vide lista de facilitadores, lista de instituições
participantes, guião com dimensões e componentes de bem-estar, dados por grupo homogéneo, em anexos II, V, VI
e VII).
Este tema (pontos 4 e 5) será retomado no capítulo III, onde se dá conta dos resultados obtidos, mediante estes
processos participativos e que constituem dimensão qualitativa do presente Diagnóstico.
5 Modelo de análise assente na identificação de «pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças». A sigla S.W.O.T resulta da junção da letra inicial de cada uma destas palavras em Inglês – Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats. 6 Vide site oficial da Rede Together – https://wikispiral.org/tiki-index.php?page=Infos+C%C3%A2mara%20de%20Lobos
Diagnóstico Social Participado | 2016
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6. Recolha e análise documental
Em função dos resultados obtidos nos encontros participativos, o Grupo Dinamizador selecionou um conjunto de
indicadores sociais relevantes para a elaboração do Diagnóstico Social. A partir desta bateria de indicadores foi
construída uma matriz comum que privilegiou as seguintes áreas temáticas: Educação, Emprego, Formação
Profissional, Habitação, Proteção de Crianças e Jovens, Proteção Social, Saúde, Segurança e Proteção Civil.
O período privilegiado para análise evolutiva de dados, foi o de 2011 a 2015. Os dados foram trabalhados a partir
das estatísticas disponíveis, nas fontes oficiais, bem como das bases de dados de diversos organismos regionais. De
salientar, também, que sempre que possível, foram recolhidos e analisados indicadores desagregados por freguesias.
Principais fontes de Informação:
Instituto Nacional de Estatística;
Direção Regional de Estatística;
Relatórios pré-existentes;
Trabalhos académicos;
Estatísticas e bases de dados dos organismos e instituições de âmbito regional e concelhio, nomeadamente:
Comando Regional da Polícia de Segurança Pública; Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco
de Câmara de Lobos; Direção Regional da Educação; Direção Regional da Inovação e Gestão - Observatório
da Educação da RAM; Instituto para a Qualificação, IP-RAM; Instituto da Segurança Social da Madeira, IP-
RAM; Instituto de Emprego da Madeira, IP-RAM; Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais,
IP-RAM; Investimentos Habitacionais da Madeira, EPERAM e Serviço Regional de Saúde, EPE-RAM.
7. Tratamento e análise das informações recolhidas de forma integrada
Esta etapa decorreu de setembro de 2015 a maio de 2016 e consistiu no tratamento estatístico e análise integrada
de toda a informação recolhida, qualitativa e quantitativa, competindo a cada elemento do Grupo Dinamizador
analisar e interpretar os indicadores relativos à sua respetiva área de atuação. Após a análise da informação
disponível, esta equipa propôs eixos de intervenção prioritários, a ter em conta no Plano de Ação integrado.
8. Validação da informação pela Plataforma de Parceiros Sociais
Concluídas as etapas anteriores, o Diagnóstico Social Participado foi submetido à apreciação e validação definitiva,
por parte da Plataforma de Parceiros Sociais, em julho de 2016 (vide constituição em anexo I).
Diagnóstico Social Participado | 2016
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1. Nota histórica
1.1. O concelho de Câmara de Lobos
A designação de “Câmara de Lobos” foi atribuída pelo capitão João Gonçalves
Zarco, aquando da descoberta da Ilha da Madeira, em 1419. Conta a história
que entre duas rochas que formavam uma espécie de câmara esculpida a pedra
e rocha viva, ficava um braço de mar em remanso, onde o capitão entrou com
os seus companheiros e surpreendendo-se com uma grande colónia de lobos-
marinhos, atribuiu a esse lugar, o nome pelo qual hoje o conhecemos. Na sua
segunda viagem à Ilha da Madeira, em 1420, o capitão voltou a esta localidade,
onde terá residido até 1424.
A sede de Concelho, conhecida vila piscatória, tem sido reconhecida ao longo da história pela sua beleza natural,
demarcando-se atualmente da imagem estereotipada de outrora que a identificava com a pobreza das suas gentes,
relatadas na história dos séculos XIX e XX.
Esta mudança de paradigma verificou-se no período pós 25 de abril de 1974, data a partir da qual se assistiu em
Câmara de Lobos a “novos estilos de vida e de vivência quotidiana, com valores e padrões de consumo urbano
diferentes, sobretudo por pescadores e suas famílias” (Teles, 2013).
Administrativamente, o concelho de Câmara de Lobos era inicialmente constituído pelas freguesias de Câmara de
Lobos, Curral das Freiras, Estreito de Câmara de Lobos e Campanário. A 24 de julho de 1848 foi criada a freguesia
da Quinta Grande, como resultado do desmembramento de alguns sítios das freguesias do Campanário e de Câmara
de Lobos, pelo que o Concelho ficou dotado de mais uma freguesia. A 6 de maio de 1914, a freguesia do Campanário
foi integrada no novo Concelho da Ribeira Brava, deixando de fazer parte de Câmara de Lobos. A 5 de julho de
1996 foi criada uma nova freguesia, denominada Jardim da Serra, a partir da desagregação de alguns sítios das zonas
altas da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos.
Assim, a partir dessa data, o concelho de Câmara de Lobos, passou a ser constituído pelas freguesias de Câmara de
Lobos, do Estreito de Câmara de Lobos, do Curral das Freiras, da Quinta Grande e do Jardim da Serra.
O dia do Concelho ou feriado municipal celebra-se, anualmente, a 16 de outubro, data fixada por deliberação
camarária de 10 de novembro de 1977.
Diagnóstico Social Participado | 2016
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1.2. As Freguesias
1.2.1. Freguesia de Câmara de Lobos
A freguesia de Câmara de Lobos foi criada por volta de
1430, sendo uma das mais antigas da Madeira. A primitiva
sede da paróquia foi a capela do Espírito Santo que terá
sido fundada por João Gonçalves Zarco e mais tarde
transferida para a Igreja de São Sebastião. Com a criação
do concelho de Câmara de Lobos e sua instalação,
verificada a 4 de outubro de 1835, a freguesia de Câmara
de Lobos passou a ser a sede do Concelho. Assume-se que,
a partir dessa data, surgiu a denominação de vila, atribuída à parte mais populosa e importante da freguesia, onde
ficaram instalados os paços do Concelho. No dia 3 de agosto de 1996 a vila de Câmara de Lobos foi elevada à
categoria de cidade. Em termos administrativos, a freguesia subdivide-se pelos sítios da Caldeira, Caminho Grande
e Preces, Caminho Grande e Ribeiro de Alforra, Cruz da Caldeira, Espírito Santo e Calçada, Facho, Fajã, parte do
Garachico, Eras, Jesus Maria José, Lourencinha, Nogueira, Palmeira, Panasqueira, Pé-de-Pico, Pedregal, Quinta do
Leme, Rancho, Ribeira da Caixa, Ribeiro de Alforra e Fonte Garcia, Ribeiro Real, Saraiva, parte Sul do Serrado de
Adega e Torre, Vila e Ilhéu.
1.2.2. Freguesia do Estreito de Câmara de Lobos
A origem do nome desta freguesia resulta da denominação
de um lugar, situado nas proximidades ou no local onde se
encontra a igreja paroquial e que devido às suas
características físicas ou orográficas era conhecido por
Estreito. A corroborar esta hipótese há o facto de ainda
hoje a generalidade das pessoas residentes nos sítios mais
distantes da freguesia referirem que vão ao Estreito,
quando pretendem deslocar-se à igreja matriz ou às suas
redondezas. A paróquia do Estreito de Câmara de Lobos
foi criada em 1509. No entanto, a data da denominação da freguesia é remetida para 1515. Diz-se que antes da
criação da paróquia ou freguesia, esta terá sido um curato, com sede numa pequena ermida, construída em madeira,
por frades franciscanos no ano de 1440, onde se localiza a atual Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Graça. Estreito
de Câmara de Lobos foi promovido à categoria de vila em 1994. Administrativamente é composta pelos sítios de
Barreiros, parte sul do Cabo do Podão, Casa Caída, Castelejo, Covão, Covão e Panasqueira, Fajã das Galinhas,
Fontes, parte sul do Foro, parte do Garachico, Igreja, Marinheira, Pomar do Meio, Pico e Salões, Quinta de Santo
António, Ribeira da Caixa, Ribeira Fernanda, parte sul das Romeiras e Vargem.
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1.2.3. Freguesia da Quinta Grande
A freguesia da Quinta Grande foi criada em 1848, a partir da
desagregação de alguns sítios da freguesia de Câmara de
Lobos e da freguesia do Campanário, pertencendo esta
última, nessa data, ao concelho de Câmara de Lobos. Tinha
por sede a Capela de Nossa Senhora dos Remédios que, em
8 de fevereiro de 1820, foi elevada à categoria de Curato e
em 1848, por carta régia de 24 de julho, à categoria de
paróquia autónoma. Precedendo a atual denominação de
Quinta Grande, os terrenos que a constituem passaram por
diversas designações, na maior parte das vezes relacionadas com o seu proprietário.
Em 1501 era conhecida por Quinta do Cabo Girão e depois por Quinta de Manuel de Noronha. Seguiram-se as
denominações de Quinta de D. Maria de Ataíde, Quinta de Luís de Noronha, Quinta de Fernão de Noronha, Quinta
dos Padres e Quinta da Companhia, sendo ainda cognominada, em documentos oficiais de Quinta da Vera Cruz e,
finalmente, de Quinta Grande, em alusão à sua grande dimensão, como propriedade. Administrativamente, a
freguesia da Quinta Grande é composta pelos sítios do Aviceiro, Fontainhas, Fontes, Igreja, Lombo, Quinta, Ribeira
do Escrivão, Vera Cruz e Câmara do Bispo.
1.2.4. Freguesia do Curral das Freiras
No início da colonização, Curral das Freiras denominava-se
Curral ou Curral da Serra, devendo-se essa designação ao
facto de este sítio ser um centro de pastagens. Segundo
alguns autores, a denominação de Curral das Freiras deu-se
por volta de 1497, após a aquisição destas terras pelo
segundo capitão-donatário do Funchal, João Gonçalves da
Câmara, que as doou às suas duas filhas, D. Elvira e D. Joana,
então freiras, no Convento de Santa Clara. Outras fontes
referem que esta denominação se deu em 1566, por ocasião do saque da cidade do Funchal, por corsários franceses,
o qual deu origem a que as religiosas do convento de Santa Clara ali se refugiassem. A 17 de março de 1790, por
Carta Régia assinada pela Rainha D. Maria I, Curral das Freiras adquire o estatuto de paróquia independente,
separando-se definitivamente de Santo António. Administrativamente, compreende os sítios de Achada, Balceiras,
Capela, Casas Próximas, Colmeal, Fajã dos Cardos, Fajã Escura, Lombo Chão, Murteira, Pico do Furão, Terra Chã e
Seara Velha.
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1.2.5. Freguesia do Jardim da Serra
A denominação de Jardim da Serra teve origem na Quinta
do Jardim da Serra, construída no século XIX, por Henri
Veitch no primitivo Lugar da Serra, na freguesia do Estreito
de Câmara de Lobos. Ao construir esta quinta, Henri
Veitch dotou-a de um grandioso jardim, conhecido por
Jardim da Serra que deu origem à denominação da quinta
e das zonas limítrofes. Neste lugar foi criada a freguesia do
Jardim da Serra, em 5 de julho de 1996, por desagregação
da zona alta da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos,
sendo o seu orago S. Tiago. Em termos administrativos compreende os sítios do Marco e Fonte da Pedra, Corrida,
Achada, Chote, Pomar Novo, Jardim da Serra, Luzirão, Fonte Frade, parte norte do sítio do Foro, parte norte das
Romeiras e o Cabo do Podão.
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2. Enquadramento geográfico
O concelho de Câmara de Lobos está localizado na vertente sul e zona ocidental da Ilha da Madeira e faz fronteira,
a norte, com os concelhos de São Vicente e de Santana, partilhando com este último, o ponto mais alto da Ilha que
é o Pico Ruivo (1.862 m). No sentido oeste, faz fronteira com o concelho da Ribeira Brava, no sentido este, com o
Funchal, e a sul, com o Oceano Atlântico. Excetua-se a parte sul da freguesia da Quinta Grande que faz fronteira
com a Fajã dos Padres, pertencente ao concelho da Ribeira Brava (mapa 1)7.
Em termos de fronteiras naturais, encontramos, a oeste, a cumeada do vale da Quinta da Grande, a este, a Ribeira
dos Socorridos, a norte, o interflúvio do Curral das Freiras e a sul, o oceano Atlântico. Sobretudo nas zonas mais
altas, a paisagem do Concelho carateriza-se por declives muito acentuados, o que veio a refletir-se na agricultura,
com o recurso aos socalcos e poios. Particularmente, a sede de Concelho, freguesia de Câmara de Lobos, carateriza-
se pela presença de dois acidentes naturais – a enseada em forma de “U” que serve de abrigo às embarcações de
pesca, e o ilhéu, a oeste daquela, local onde reside a grande maioria da comunidade piscatória local, conferindo a
este sítio uma fisionomia muito própria que se conjuga com as características histórico-culturais da população.
Mapa 1 - Localização do concelho de Câmara de Lobos na RAM
De acordo com os Censos 2011, Câmara de Lobos tem uma área de 52 km2, um perímetro de 46 km e um
comprimento N-S de 13 km e extensão E-O de 10 km. A sua densidade populacional é de 684 habitantes/km², valor
duas vezes superior à média da RAM. O Concelho regista a segunda maior densidade populacional da RAM (mapa
2).
7 A sua divisão administrativa limítrofe é definida pelo Decreto-Lei n.º 40/221 de 5 de julho de 1955.
Fonte: Câmara Municipal de Câmara de Lobos
Diagnóstico Social Participado | 2016
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Mapa 2 - Densidade populacional dos concelhos da RAM
Em termos de organização espacial e administrativa, o concelho de Câmara de Lobos é composto por cinco
freguesias (mapa 3) cujas denominações e áreas são as seguintes: Câmara de Lobos 7,7 km2; Curral das Freiras 25
km2; Estreito de Câmara de Lobos 7,9 km2; Quinta Grande 4,2 km2 e Jardim da Serra 7,4 km2.
Mapa 3 - Freguesias do concelho de Câmara de Lobos
Fonte: Câmara Municipal de Câmara de Lobos
Fonte: INE, Censos 2011
Diagnóstico Social Participado | 2016
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O território apresenta uma distribuição irregular da população, ao longo da sua acidentada paisagem, registando-se
uma maior concentração populacional, junto ao litoral, na freguesia de Câmara de Lobos, sede do Concelho.
Em termos absolutos, as freguesias de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara de Lobos, com 17.986 e 10.269
habitantes, respetivamente, reúnem 79% da população do Concelho, sendo os restantes 21% repartidos pelas
freguesias rurais, nomeadamente: Curral das Freiras, com 2.001 habitantes, Jardim da Serra, com 3.311 habitantes e
Quinta Grande, com 2.099 habitantes.
A densidade populacional tem igualmente uma distribuição irregular, registando-se os valores mais elevados nas
freguesias ditas urbanas, nomeadamente, Câmara de Lobos e Estreito de Câmara de Lobos (quadro EG) 8.
Quadro EG - População residente e densidade populacional, por freguesia, no ano 2011
Freguesias
População
residente
Densidade
populacional
(hab./km2)
2011
Concelho 35.666 684,00
Câmara de Lobos 17.986
2.324,60
Estreito de Câmara de Lobos 10.269 1.304,90
Jardim da Serra 3.311 449,60
Quinta Grande 2.099 506,90
Curral das Freiras 2.001 79,90
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Na sua generalidade, a matriz urbana do concelho de Câmara de Lobos apresenta características de dispersão, devido
a uma componente morfológica extremamente acentuada, e sobretudo, devido à influência da estrutura fundiária na
dinâmica populacional. A concentração de quantitativos populacionais, subdivide-se em aglomerados populacionais
urbanos principais e secundários, bem como ao longo de eixos rodoviários estruturantes, originando uma
concentração linear (polinuclear). Esta disposição, determina uma paisagem extremamente humanizada e um
povoamento disperso.
O estudo ‘Sistema Urbano: Áreas de Influência e Marginalidade Funcional’, desenvolvido pelo INE e a DRE (2004),
permitiu a caraterização dos aglomerados populacionais existentes na RAM, “através da análise da hierarquia dos
centros urbanos e das interações que entre eles se estabelecem, com vista à aquisição de bens e serviços”. Para além
disso, de acordo com a quantidade e importância do conjunto de bens e serviços, associados às diferentes atividades,
determinou os níveis de marginalidade funcional dos territórios.
8 No diploma da reforma da Administração Local, como princípio orientador e de enquadramento ao processo de agregação de freguesias, encontra-se consagrado o conceito de malha urbana que, de acordo com as recomendações internacionais da Nações Unidas (ONU, 2006, EM
INE, 2010), procede à distinção entre áreas urbanas e rurais. Assim, é classificado como urbano, o lugar que tiver população igual ou superior a 2.000 habitantes (ibidem, art.º 5, n.º 1), enquanto os lugares com um registo de quantitativos populacionais inferiores (2.000 habitantes), são definidos como rurais. No Município de Câmara de Lobos, considerando os pressupostos anteriores e de acordo com o Anexo II da Lei n.º
22/2012 de 30 de maio, encontram-se enquadrados e classificados como espaços urbanos, as freguesias de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara de Lobos e como espaços rurais, as freguesias do Jardim da Serra, Quinta Grande e Curral das Freiras.
Fonte: INE, Censos 2011
Diagnóstico Social Participado | 2016
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No âmbito da hierarquização regional dos centros urbanos, o estudo supramencionado refere uma distribuição
populacional, heterogénea e irregular, na RAM, refletindo-se em forte desequilíbrio do índice de centralidade,
provocado pela macrocefalia urbana, devido ao elevado índice de centralidade do núcleo urbano da cidade do Funchal
e à ausência de áreas urbanas, correspondentes a um patamar intermédio.
Estes pressupostos analíticos, permitem aferir no concelho de Câmara de Lobos, uma tendência análoga de
organização do território. Assim, verifica-se a ocorrência de uma espécie de “macrocefalia urbana interna”, em
função do número de quantitativos populacionais, e consequentemente, a existência ou carência de funções
especializadas, o que contribui para uma rede secundária de centros urbanos, desequilibrada, e um sistema urbano
constituído por núcleos de importância relativa e/ou diferenciada.
Nas freguesias posicionadas fora do núcleo urbano central, constata-se a carência de funções não especializadas,
menor na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, enquanto que Curral das Freiras, Jardim da Serra e Quinta
Grande, apresentam um nível de carência moderado, contribuindo para o decréscimo da coesão territorial e social.
O concelho de Câmara de Lobos possui um contraste interno acentuado, na medida em que as freguesias rurais
(Jardim da Serra, Quinta Grande e Curral das Freiras) apresentam uma marginalidade funcional forte, corroborando
a importância e necessidade da estruturação viária (acessibilidades) e de implementação de políticas estratégicas de
desenvolvimento e dinamização local, sobretudo, através da promoção e atração de funções e serviços que
contribuam para a fixação da população. Por outro lado, entre as freguesias urbanas, Estreito de Câmara de Lobos
possui uma marginalidade funcional fraca e Câmara de Lobos muito fraca.
Esta situação, determina a existência de uma correlação direta entre o aumento do número de equipamentos de
utilização pública e a consequente disponibilização dos mais variados serviços e o acréscimo de quantitativos
populacionais9.
9 Câmara Municipal de Câmara de Lobos, Departamento de Ordenamento do Território (DOT)
Diagnóstico Social Participado | 2016
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3. Caraterização socioeconómica
Os Censos 2011 revelam que a maioria da população ativa do Concelho está empregada no setor terciário (71%),
embora com valores inferiores à média regional (79.8%), sendo o setor primário, o menos expressivo, com apenas
5% da população ativa. Embora não se registe uma percentagem significativa, em termos de mão-de-obra, no setor
primário, o concelho de Câmara de Lobos é uma referência regional no que diz respeito à produção vinícola e à
pesca. Segundo dados de 2011, do IVBAM (Instituto do Vinho, Bordado e do Artesanato da Madeira), 62% do total
de uvas recolhidas, na Região, para a produção do Vinho Madeira, provêm do concelho de Câmara de Lobos, em
particular, da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos.
No setor primário, assume grande importância no Concelho, o subsetor das pescas, conferindo à Cidade a sua mais
reconhecida característica paisagística – a baía – que “garante abrigo às embarcações pesqueiras conhecidas pelo seu
colorido intenso e o movimento de pescadores que logo pela manhã dão vida às ruas do centro histórico (…)
atribuindo autenticidade ao epíteto de vila piscatória” (Teles, 2013).
Para além do significado que este setor assume na identidade e imagem da Cidade, a pesca também tem especial
importância em termos sociais e económicos.
Segundo os Censos 2011, encontram-se empregadas no ramo da pesca e aquicultura, 29% do total de efetivos da
Região, sendo Câmara de Lobos o segundo concelho com mais indivíduos ligados ao setor, depois de Machico
(Caniçal). Particularmente, a captura do peixe-espada preto, representa o grosso das capturas locais, sendo que a
nível regional, esta espécie representou, no ano de 2011, cerca de 43% do total de pescado descarregado nos portos
da RAM, o que equivale, aproximadamente, a 53% do valor global do pescado.
No entanto, segundo os dados apurados pela DREM (Direção Regional de Estatística da Madeira – Estatística da
Pesca, 2011), o porto de Câmara de Lobos representa apenas 0,01% do total de pescado descarregado na Região, o
que equivale a 0,03% do valor da pesca descarregada. Este facto pode ser explicado por se verificar que a quase
totalidade das embarcações pesqueiras, registadas em Câmara de Lobos, optam por descarregar as respetivas
capturas no porto do Funchal (que concentra aproximadamente 3/4 da pesca descarregada na Região), por
beneficiarem de melhores condições para a operação de descarga.
Em termos sociais, é significativo o número de famílias diretamente dependentes desta atividade, no Concelho.
Segundo os Censos de 2011 (cit. in Teles, 2013), 189 pessoas encontram-se empregues no ramo da pesca e
aquicultura, o que a nível regional, corresponde a 29% do total de efetivos, tornando, assim, Câmara de Lobos, o
segundo concelho da RAM (o primeiro corresponde a Machico, com 42%), com maior número de indivíduos ligados
ao setor.
Diagnóstico Social Participado | 2016
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3.1. Turismo
O turismo, representa um setor estratégico chave no desenvolvimento socioeconómico da RAM. Os concelhos
enquanto parcelas do território regional, não constituem por si só motivos de atração de turistas à Ilha da Madeira,
mas antes, integram um todo regional que se apresenta ao mundo com uma identidade particular capaz de fixar,
anualmente, cerca de um milhão de hóspedes nas unidades hoteleiras.
A cidade de Câmara de Lobos recebe diariamente centenas de turistas que constituem uma significativa mais-valia
no tecido económico local. Essa qualidade é-lhe reconhecida pelo POT (Plano de Ordenamento Turístico da RAM)10,
em sede da “distribuição territorial dos produtos/pontos de atração”, onde se perspetiva “a exploração da oferta
temática, por áreas geográficas, associada aos recursos endógenos”.
Neste importante referencial estratégico, é atribuído a Câmara de Lobos o papel de «Centro de Animação», assim
caracterizado: “aproveitar da proximidade do Funchal e as características urbanas do casco antigo de Câmara de
Lobos para requalificar e reforçar a oferta de animação e restauração neste centro”.
Porém, Câmara de Lobos é mais do que a sua Cidade e oferece um conjunto de potencialidades e atrativos que
convidam o turista a uma passagem pelo Concelho. Conforme refere Teles (2013) “a associação do concelho de
Câmara de Lobos a um «Centro de Animação», tal como sugere o Plano de Ordenamento Turístico da RAM, parece-
nos extremamente redutor, deixando por explorar todo um Concelho com inúmeras valências culturais e um
considerável património natural com reconhecidas potencialidades turísticas”.
Note-se que Câmara de Lobos oferece um conjunto de atrativos que convidam o turista a uma passagem pelo
Concelho e apresenta inúmeras potencialidades, por explorar, conforme iremos verificar no capítulo III deste
Diagnóstico. Este território reúne inúmeras condições e recursos para afirmar-se, não só como “Centro de
Animação”, mas também, como um dos principais destinos turísticos da Região, podendo oferecer produtos
turísticos específicos, no âmbito do turismo rural, da natureza, da montanha, de saúde, da cultura, do lazer, do
desporto, do mar e da gastronomia.
A definição de uma estratégia de promoção local, devidamente enquadrada com a política regional, definida para o
setor, revela-se, pois, pertinente. A título de exemplo, a criação de meios de divulgação, como um roteiro turístico
pedestre, poderá representar uma importante ferramenta de diferenciação e valorização do Concelho, face à
restante oferta turística regional.
3.1.1. Atividade turística
De acordo com os dados do INE, o concelho de Câmara de Lobos possuía cinco estabelecimentos turísticos, em
2013 (quadro CE1). Relativamente ao número de hóspedes, houve um decréscimo de 30% entre 2009 e 2013, apesar
de, neste último ano, se ter registado uma recuperação. Os hóspedes dos estabelecimentos existentes neste
Concelho eram essencialmente de nacionalidade estrangeira (80%).
10 Decreto Legislativo Regional n.º 17/2002/M.
Diagnóstico Social Participado | 2016
35
Paralelamente a esta diminuição no número de hóspedes, verificou-se uma redução na taxa líquida de ocupação cama
(relação entre o número de dormidas e o número de camas disponíveis no período de referência), rondando os
30/40%.
Apesar da redução no número de hóspedes, a estada média nos estabelecimentos hoteleiros registou uma tendência
oposta, passando de 4,9, em 2009, para 6,3, em 2013.
Quadro CE1 - Indicadores de turismo no Concelho, de 2009 a 2013
2009 2010 2011 2012 2013
N.º de estabelecimentos 4 4 4 4 5
N.º de hóspedes 20.708 16.971 15.410 12.527 13.915
Estada média (n.º) 4,9 5,1 5,4 6 6,3
Proporção de hóspedes estrangeiros (%) 89,4 84,2 91,9 85,2 94,9
Taxa líquida de ocupação cama (%) 40,6 34,6 33,4 30,7 40,4
Fonte: INE, Inquérito à Permanência de Hóspedes e Outros Dados na Hotelaria
Estada média: relação entre o número de dormidas e o número de hóspedes que deram origem a essas dormidas, no período de referência, na perspetiva
da oferta.
T.O.L. (cama) = [Nº de dormidas durante o período de referência / (Nº de camas disponíveis x Nº de dias do período de referência)] x 100
3.2. Agricultura
A Agricultura representa uma marca socioeconómica bastante relevante no Concelho, destacando-se o cultivo da
banana e da vinha, no Estreito de Câmara de Lobos, da castanha, no Curral das Freiras, e das cerejas, no Jardim da
Serra.
Segundo o recenseamento agrícola de 2009, do INE, cerca de 70% da superfície agrícola utilizada no Concelho,
correspondia a culturas permanentes, seguindo-se as terras aráveis, e com menor expressão, a horta familiar (quadro
CE2).
Quadro CE2 - Superfície agrícola utilizada no Concelho, nos anos 1989, 1999 e 2009
Fonte: INE, Recenseamento Agrícola
Composição da superfície agrícola utilizada (ha)
Câmara de Lobos
1989 1999 2009
Total 660 524 710
Terras aráveis 153 149 199
Horta familiar 9 6 10
Culturas permanentes 498 368 496
Pastagens permanentes 0 1 5
Diagnóstico Social Participado | 2016
36
Das culturas permanentes existentes no Concelho, em 2009, destacavam-se as explorações de vinha (1.227), sendo
que cerca de 56% localizavam-se na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos e 23% na freguesia de Câmara de
Lobos. Com especial relevância, encontravam-se também explorações de frutos subtropicais (670 explorações)
localizadas, essencialmente, na freguesia de Câmara de Lobos, e de frutos frescos (455 explorações), localizadas no
Jardim da Serra e Estreito de Câmara de Lobos, nomeadamente, cerejeiras.
Na freguesia do Curral das Freiras, destacavam-se as explorações de vinha e frutos de casca rija (castanheiros) e na
Quinta Grande, as explorações de vinha e frutos subtropicais (quadro CE3).
Quadro CE3 - N.º de explorações agrícolas com culturas permanentes, no Concelho e por freguesia,
no ano 2009
Fonte: INE, Recenseamento Agrícola
Entre 1989 e 1999, o número de produtores agrícolas, no Concelho, diminuiu de forma significativa, tal como na
RAM. No entanto, de 1999 para 2009, deu-se um acréscimo de 406 produtores, passando o Concelho a contar com
2.142 produtores agrícolas. Na sua maioria, os produtores agrícolas possuem idades mais avançadas, sobretudo, a
partir dos 65 anos (gráfico CE1).
Gráfico CE1 - Produtores agrícolas singulares no Concelho, por grupo etário, no ano 2009
Fonte: INE, Recenseamento Agrícola
Localização geográfica Total Frutos frescos
(exceto citrinos) Citrinos
Frutos subtropicais
Frutos de casca rija
Vinha
Outras
culturas permanentes
Concelho de Câmara de
Lobos 1.903 455 71 670 200 1.227 7
Câmara de Lobos 642 39 28 520 8 283 2
Curral das Freiras 128 8 2 4 83 90 2
Estreito de Câmara de Lobos 741 126 23 104 32 687 2
Quinta Grande 117 17 3 26 3 96 1
Jardim da Serra 275 265 15 16 74 71 -
0
50
100
150
200
250
300
350
Câmara de
Lobos
Curral das
Freiras
Estreito de
Câmara de
Lobos
Quinta Grande Jardim da Serra
N.º
15 - 24 anos
25 - 34 anos
35 - 44 anos
45 - 54 anos
55 - 64 anos
65 e mais anos
Diagnóstico Social Participado | 2016
37
3.3. Empresas sedeadas no Concelho
Nos últimos anos, o número de empresas, sedeadas no Concelho, tem vindo a aumentar, progressivamente,
passando de 1.402 empresas em 2004, para 1.716 empresas, em 2009. Nos anos seguintes, ocorreu um ligeiro
retrocesso, novamente retomado no ano de 2012 (gráfico CE2).
Gráfico CE2 - Evolução do n.º de empresas no Concelho, de 2004 a 2012
Em 2012, as empresas de comércio por grosso e a retalho e as empresas de reparação de veículos automóveis e
motociclos, correspondiam a 21,2% do total de empresas sedeadas no Concelho. Seguiam-se as empresas de
atividades administrativas e dos serviços de apoio (13,8%), as de agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca
(12,7%), as de construção (11,5%), e por fim, as de alojamento, restauração e similares (9,2%) (Fonte: INE, Sistema
de Contas Integradas das Empresas).
1 4021 477
1 5601 640
1 714 1 7161 643 1 603
1 666
0
200
400
600
800
1 000
1 200
1 400
1 600
1 800
2 000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
N.º
Anos
Fonte: INE, Sistema de Contas Integradas das Empresas (SCIE)
Diagnóstico Social Participado | 2016
38
4. Enquadramento demográfico
De acordo com os Censos 2011, o concelho de Câmara de Lobos ocupa o terceiro lugar entre os concelhos do
arquipélago da Madeira, em termos de população residente, com 35.666 habitantes, representando 13,6% do total
da população da Região.
Apesar de ser um dos mais antigos concelhos da RAM, Câmara de Lobos tem como caraterística única e
diferenciadora, o facto de ser o Concelho mais jovem e com a maior dimensão média familiar, da Região, o que está
intimamente relacionado a fatores históricos e culturais, pois o Concelho sempre se caraterizou por elevadas taxas
de natalidade.
Entre os municípios da RAM, Câmara de Lobos é aquele onde as crianças e jovens assumem maior expressão, no
total da população residente, na medida em que 36% da população possui idade inferior a 25 anos e 20,9% possui
idade até aos 14 anos11. Por outro lado, o índice de envelhecimento é um dos mais baixos da Região, contrastando
com os concelhos da costa norte e extremo ocidental sul da ilha.
Segundo os Censos 2011, Câmara de Lobos apresenta a segunda maior densidade populacional da Região, com 684
habitantes/Km², valor duas vezes superior à média registada para a RAM. Este indicador confirma a expansão que se
tem verificado, sobretudo, nos últimos vinte anos, para os concelhos limítrofes a leste e a oeste da capital da Região,
fruto das novas acessibilidades e da oferta imobiliária a custos acessíveis.
4.1. Evolução da população residente
O quadro D1, representa a evolução da população residente, no concelho de Câmara de Lobos, ao longo das últimas
décadas. Relativamente à freguesia do Jardim da Serra, apenas são apresentados dados, a partir do ano 2001, uma
vez que apenas foi criada em 1996.
Quadro D1 - Evolução da população residente no Concelho, de 1920 a 2011
Fonte: INE, Censos 1960-2011
No período de 1920/2011, ocorreu uma evolução positiva da população do Concelho, à exceção da década de
1970/1981, em que se verificou uma variação negativa (-2,44) (gráfico D1).
11 Censos 2011, Dia da Criança - Em Foco (Publicação da Direção Regional de Estatística da Madeira, 2013)
Unidade Territorial Ano
1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
RAM 180.360 212.458 249.450 269.769 268.937 251.135 252.844 253.426 245.011 267.785
Concelho de Câmara de Lobos 17.578 21.806 24.130 27.420 29.759 31.810 31.035 31.476 34.614 35.666
Câmara de Lobos 8.792 11.120 11.740 12.913 14.184 14.345 14.991 15.097 16.842 17.986
Curral das Freiras 1.476 1.920 2.168 2.501 2.556 2.705 2.388 2.324 1.673 2.001
Estreito de Câmara de Lobos 6.251 7.280 8.604 10.172 11.112 12.810 11.734 12.151 10.236 10.269
Quinta Grande 1.059 1.486 1.618 1.834 1.907 1.950 1.922 1.904 2.156 2.099
Jardim da Serra - - - - - - - - 3.707 3.311
Diagnóstico Social Participado | 2016
39
Gráfico D1 - Variação da população residente, no Concelho, de 1920 a 2011
Em termos de evolução da população residente, por freguesia, a sede de Concelho apresenta uma evolução positiva,
ao longo dos anos censitários em análise. Nas restantes freguesias, essa evolução foi positiva até à década de 70,
tendo a partir daí, ocorrido uma tendência de declínio populacional.
A análise ao período intercensitário dos recenseamentos da população, em particular entre 2001 e 2011, permite
aferir a tendência de estagnação efetiva dos quantitativos populacionais de Câmara de Lobos, observando-se um
decréscimo das taxas de crescimento. Apesar disso, o Concelho continua a ser um dos municípios do arquipélago
com índices de sustentabilidade potencial mais elevados (gráfico D2).
Gráfico D2 - Evolução da população residente, nas freguesias, de 1920 a 2011
Fonte: INE, Censos 1960-2011
Fonte: INE, Censos 1960-2011
24,05
10,66
13,63
8,536,89
-2,44
1,42
9,97
3,04
-5,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
1920/1930 1930/1940 1940/1950 1950/1960 1960/1970 1970/1981 1981/1991 1991/2001 2001/2011
%
0
5 000
10 000
15 000
20 000
25 000
30 000
35 000
40 000
1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
N.º
Anos censitários
Concelho de Câmara de Lobos Câmara de LobosCurral das Freiras Estreito de Câmara de LobosQuinta Grande Jardim da Serra
Diagnóstico Social Participado | 2016
40
4.2. População residente no Concelho e freguesias, por grupo etário e género
4.2.1. Concelho de Câmara de Lobos
Segundo os Censos 2011, Câmara de Lobos é o concelho mais jovem da RAM, na medida em que 36% da sua
população residente, possui idade inferior a 25 anos e 20% possui idade inferior a 15 anos. Nas faixas etárias mais
jovens, verifica-se existir um maior número de homens face ao de mulheres, enquanto nas faixas etárias mais
avançadas, sucede o contrário (gráfico D3). Assim, verifica-se também que o Concelho possui a menor idade média
da população residente na RAM, ou seja, 34,6 anos12.
Gráfico D3 - População por grupo etário e género, no Concelho, no ano 2011
A estrutura etária da população residente no Concelho, tem sofrido algumas mudanças ao longo dos anos, em
resultado das variações nas dinâmicas demográficas, nomeadamente, na natalidade e na mortalidade, salientando-se,
também, a forte componente migratória.
As pirâmides etárias representam a distribuição da população por grupos etários e por género, de forma a facilitar
a sua análise. O estreitamento nas bases das pirâmides etárias, revela uma diminuição da natalidade e da população
jovem, de um determinado território ou zona habitada. Por outro lado, o alargamento da zona central das pirâmides,
revela um aumento da população adulta e em idade ativa.
Em 1991, Câmara de Lobos apresentava uma população muito jovem e uma elevada natalidade, refletindo-se numa
pirâmide etária de base larga. Para além disso, apresentava uma taxa de mortalidade elevada e uma menor esperança
média de vida, evidenciando-se no topo estreito da pirâmide.
Nas pirâmides etárias de 2001 e 2011, é notória a alteração na distribuição da população, nomeadamente, o
estreitamento da base, como resultado da diminuição na natalidade.
12 Fonte: INE, Censos 2011, O Retrato dos Municípios da RAM (Publicação da DRE, 2013)
Fonte: INE, Censos 2011
3 851
1 474 1 370 1 287 1 435 1 562 1 416 1 294933 747 604 390 345 513
3 594
1 460 1 333 1 3041 386
1 4851 368 1 395
1 082908
781667 604
1 078
0
1 000
2 000
3 000
4 000
5 000
6 000
7 000
8 000
Menos
de 15
anos
15-19
anos
20-24
anos
25-29
anos
30-34
anos
35-39
anos
40-44
anos
45-49
anos
50-54
anos
55-59
anos
60-64
anos
65-69
anos
70-74
anos
75 ou
mais
anos
N.ºM
H
Diagnóstico Social Participado | 2016
41
Em simultâneo, verifica-se um aumento da população adulta e uma tendência para o aumento populacional, nas faixas
etárias mais avançadas, traduzindo uma maior esperança média de vida (gráfico D4).
Gráfico D4 - Pirâmides etárias do Concelho, nos anos 1991, 2001 e 2011
4.2.2. Freguesia de Câmara de Lobos
Entre 1991 e 2011, a freguesia de Câmara de Lobos registou um acréscimo de 2.889 habitantes (gráfico D5). Nos
grupos etários mais jovens registou-se uma evolução negativa, enquanto nas faixas etárias mais avançadas, observou-
se uma evolução positiva.
Gráfico D5 - Evolução da população residente, por grupo etário, na freguesia de Câmara de Lobos,
de 1991 a 2011
Fonte: INE, Censos 1991, 2001 e 2011
2 000 1 500 1 000 500 0 500 1 000 1 500 2 000
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
≥85
População
Pirâmide Etária (1991)(Concelho de Câmara de Lobos)
Homens
Mulheres
2 000 1 500 1 000 500 0 500 1 000 1 500 2 000
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
≥85
População
Pirâmide Etária (2001)(Concelho de Câmara de Lobos)
Homens
Mulheres
2 000 1 500 1 000 500 0 500 1 000 1 500 2 000
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
≥85
População
Pirâmide Etária (2011)(Concelho de Câmara de Lobos)
Homens
Mulheres
0
2 500
5 000
7 500
10 000
12 500
1991 2001 2011
N.º
Anos
0-14 15-24 25-64 ≥65
Fonte: INE, Censos, 1991
Diagnóstico Social Participado | 2016
42
As pirâmides etárias revelam que a freguesia de Câmara de Lobos possui uma população muito jovem. No entanto,
entre 1991 e 2011, deu-se um estreitamento da base da pirâmide e uma diminuição de residentes, com menos de
25 anos, bem como um aumento de residentes, com idades acima dos 25 anos (gráfico D6).
4.2.3. Freguesia do Curral das Freiras
Curral das Freiras é a freguesia do concelho de Câmara de Lobos que possui maior área territorial e menor número
de habitantes. Em 1991 apresentava 2.324 habitantes, diminuindo para 1.673 habitantes, em 2001. Em 2011,
recuperou, ligeiramente, passando a ter 2.001 habitantes. Entre 1991 e 2001, todos os grupos etários registaram um
decréscimo de população (gráfico D7). Na década seguinte, houve uma ligeira recuperação, excetuando-se o grupo
etário dos 0 aos 14 anos que manteve uma tendência para diminuição populacional.
Gráfico D6 - Pirâmides etárias da freguesia de Câmara de Lobos, dos anos
1991, 2001 e 2011
Fonte: INE, Censos 1991, 2001 e 2011
1 000 500 0 500 1 000
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
≥85
População
Pirâmide Etária (1991)
Homens Mulheres
1 000 500 0 500 1 000
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
≥85
População
Pirâmide Etária (2001)
Homens Mulheres
1 000 500 0 500 1 000
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
≥85
População
Pirâmide Etária (2011)
Homens Mulheres
Diagnóstico Social Participado | 2016
43
Gráfico D7 - Evolução da população residente, por grupo etário, na freguesia do Curral das Freiras,
de 1991 a 2011
Na freguesia do Curral das Freiras, a estrutura etária da população sofreu alterações bastante visíveis, nos últimos
20 anos, facto intimamente ligado a uma acentuada diminuição da natalidade e à emigração (gráfico D8).
Gráfico D8 - Pirâmides etárias da freguesia do Curral das Freiras, dos anos
1991, 2001 e 2011
Fonte: INE, Censos 1991, 2001 e 2011
Fonte: INE, Censos 1991, 2001 e 2011
0
500
1 000
1 500
2 000
2 500
1991 2001 2011
N.º
Anos
0-14 15-24 25-64 ≥65
200 150 100 50 0 50 100 150 200
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
≥85
População
Pirâmide Etária (1991)
Homens Mulheres
200 150 100 50 0 50 100 150 200
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
≥85
População
Pirâmide Etária (2001)
Homens Mulheres
200 150 100 50 0 50 100 150 200
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
≥85
População
Pirâmide Etária (2011)
Homens Mulheres
Diagnóstico Social Participado | 2016
44
No período de 1991 a 2001, esta freguesia assistiu a um decréscimo de 39%, na população dos 0 aos 14 anos, e de
42%, na população dos 15 aos 24 anos. Entre 2001 e 2011, deu-se novamente uma diminuição da população, na faixa
etária dos 0 aos 14 anos, em cerca de 15%. Por outro lado, houve um significativo aumento da população ativa e
idosa, registando-se um acréscimo de 38% habitantes, na faixa etária dos 25 aos 64 anos, e de 42% habitantes, na
faixa etária igual ou superior a 65 anos, o que reflete um maior envelhecimento da população (gráfico D8).
4.2.4. Freguesia do Estreito de Câmara de Lobos
A freguesia do Estreito de Câmara de Lobos é a segunda maior freguesia do Concelho, com 10.236 habitantes. Em
2011, ocorreu um aumento de 218 habitantes, nesta freguesia, comparativamente a 1991. Porém, entre os anos de
1991 e 2011 e à semelhança das freguesias referidas anteriormente, verificou-se uma diminuição de população, nas
faixas etárias mais jovens (< 25 anos), e um aumento, nas faixas etárias mais avançadas (> 25 anos) (gráfico D9).
Gráfico D9 - Evolução da população residente, por grupo etário, na freguesia do Estreito de Câmara
de Lobos, de 1991 a 2011
Entre 1991 e 2001, as classes etárias que apresentaram maior acréscimo de população, na freguesia do Estreito de
Câmara de Lobos, foram as dos 30 aos 49 anos e dos 65 aos 74 anos. Contudo, entre 2001 e 2011, esse aumento
populacional, deu-se sobretudo nas faixas etárias imediatamente mais avançadas, ou seja, dos 40 aos 59 anos e com
idade superior a 70 anos (gráfico D10).
Fonte: INE, Censos 1991, 2001 e 2011
0
1 500
3 000
4 500
6 000
7 500
1991 2001 2011
N.º
Anos
0-14 15-24 25-64 ≥65
Diagnóstico Social Participado | 2016
45
4.2.5. Freguesia da Quinta Grande
Em 1991, a freguesia da Quinta Grande possuía 1.904 habitantes, e em 2001, possuía 2.156 habitantes, decrescendo
para 2.099 habitantes, em 2011. Em termos de variação populacional, por grupo etário, ocorreu um decréscimo de
população, sobretudo nas faixas mais jovens, na década de 2001-2011, em que se registou uma quebra de
aproximadamente 20% de população com menos de 25 anos, nesta freguesia (gráfico D11).
Gráfico D11 - Evolução da população residente, por grupo etário, na freguesia da Quinta Grande, de
1991 a 2011
Gráfico D10 - Pirâmides etárias da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, dos anos
1991, 2001 e 2011
Fonte: INE, Censos 1991, 2001 e 2011
Fonte: INE, Censos 1991, 2001 e 2011
750 500 250 0 250 500 750
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
≥85
População
Pirâmide Etária (1991)
Homens Mulheres
750 500 250 0 250 500 750
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
≥85
População
Pirâmide Etária (2001)
Homens Mulheres
750 500 250 0 250 500 750
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
≥85
População
Pirâmide Etária (2011)
Homens Mulheres
0
500
1 000
1 500
1991 2001 2011
N.º
Anos0-14 15-24 25-64 ≥65
Diagnóstico Social Participado | 2016
46
Na década de 1991-2001, a diminuição populacional foi mais visível na faixa etária dos 10 aos 19 anos,
contrabalançando com um aumento populacional, na ordem dos 60%, nas faixas etárias dos 25 aos 39 anos e dos 65
aos 74 anos.
Na década seguinte, o grupo de idades entre os 0 e os 34 anos, apresentava uma variação populacional negativa, com
particular incidência na população, dos 0 aos 9 anos e dos 20 aos 29 anos. Por sua vez, as classes etárias dos 40 aos
49 anos, dos 75 aos 79 anos e dos 85 e mais anos, registaram aumentos populacionais superiores a 50%.
4.2.6. Freguesia do Jardim da Serra
Na década de 2001-2011, registou-se uma redução de aproximadamente 30% da população (menos 396 habitantes),
da freguesia do Jardim da Serra, possuindo esta mesma freguesia, 3.311 habitantes, em 2011.
No que se refere à variação por grupo etário, a freguesia manteve a sua população dos 25 aos 64 anos (população
ativa), registando-se um decréscimo de 30%, na população com menos de 25 anos. Esta perda de população jovem
contrastou com um aumento da população idosa (65 e mais anos).
Nesta freguesia, através da observação das pirâmides etárias de 2001 e 2011, conclui-se que houve tendência para
o estreitamento da base e para o alargamento do topo, ou seja, houve uma redução da população mais jovem e um
aumento da população adulta e idosa. Todas as classes etárias com menos de 30 anos, registaram diminuição de
população, contrastando com o acréscimo populacional, nas classes etárias com 55 e mais anos (gráfico D13).
Fonte: INE, Censos 1991, 2001 e 2011
Gráfico D12 - Pirâmides etárias da freguesia da Quinta Grande, dos anos 1991, 2001 e
2011
150 100 50 0 50 100 150
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
≥85
População
Pirâmide Etária (1991)
Homens Mulheres
150 100 50 0 50 100 150
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
≥85
População
Pirâmide Etária (2001)
Homens Mulheres
150 100 50 0 50 100 150
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
≥85
População
Pirâmide Etária (2011)
Homens Mulheres
Diagnóstico Social Participado | 2016
47
4.3. Taxa bruta de natalidade, mortalidade e crescimento natural
A taxa bruta de natalidade (TBN) expressa o número de nados vivos ocorridos num determinado ano, por 1.000
habitantes. A taxa bruta de mortalidade (TBM) permite obter o número de óbitos por 1.000 habitantes, em
determinado ano civil.
Na década de 90, o concelho de Câmara de Lobos possuía a taxa de natalidade mais elevada da RAM. Em média
nasciam entre 15 a 20 crianças por 1.000 habitantes. Esta taxa registou uma evolução negativa com o decorrer dos
anos, particularmente, a partir de 2005. Neste mesmo ano, o Concelho apresentava uma taxa bruta de natalidade
de 15,1‰, baixando para 7,4‰ em 2014 (gráfico D14).
Em 2014, o Concelho apresentava a terceira taxa de natalidade mais elevada da RAM (7,4‰) e uma das taxas de
mortalidade mais reduzidas (Fonte: INE, Estatísticas Demográficas).
Gráfico D13 - Pirâmides etárias da freguesia do Jardim da Serra, dos anos
2001 e 2011
Fonte: INE, Censos 2001 e 2011
250 150 50 50 150 250
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
≥85
População
Pirâmide Etária (2001)
Homens Mulheres
250 150 50 50 150 250
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
≥85
População
Pirâmide Etária (2011)
Homens Mulheres
Diagnóstico Social Participado | 2016
48
Gráfico D14 - Taxa bruta de natalidade e mortalidade, no Concelho, de 1994 a 2014
Entre 1994 e 2014, a evolução da taxa bruta de mortalidade revela pouca oscilação, variando entre os 6 e 9 óbitos
por 1.000 habitantes. Assim, considerando que a taxa de mortalidade não sofreu grandes oscilações, por um lado, e
a taxa de natalidade registou uma diminuição significativa, por outro lado, podemos concluir que houve uma redução
significativa na taxa de crescimento natural (TCN), refletindo a diferença entre a taxa bruta de natalidade e a taxa
bruta de mortalidade.
Nos anos 90, a taxa de crescimento natural era elevada no Concelho, com valores próximos ou superiores a 10‰,
diminuindo de forma progressiva, até atingir um valor negativo, em 2014. Estes indicadores também evoluíram de
forma semelhante, a nível regional, a partir de 2009 (superioridade da mortalidade face à natalidade).
4.4. Taxa de mortalidade infantil
A taxa de mortalidade infantil (TMI) traduz o número de óbitos com menos de um ano, ocorridos num determinado
ano, por 1.000 nados vivos, em determinado território ou zona habitada. No ano de 2014, cinco concelhos da RAM
registaram uma taxa de mortalidade infantil de 0‰. Entre os restantes seis concelhos, Câmara de Lobos apresentava
uma das taxas mais reduzidas (2,7‰), com um valor abaixo da média regional (4,6‰).
Fonte: INE/DREM - Estatísticas Demográficas
TBN = n.º de nados vivos / pop. média x 1.000
TBM = n.º óbitos / pop. média x 1.000
Taxa bruta de natalidade= n.º de nados vivos x 1.000
Pop. média
00
05
10
15
20
25
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
‰
Anos
Taxa Bruta de Natalidade Taxa Bruta de Mortalidade
Diagnóstico Social Participado | 2016
49
Entre 1994 e 2003, Câmara de Lobos registou taxas de mortalidade infantil elevadas, na maioria das vezes, superiores
às da RAM. Nos últimos anos, o Concelho registou valores muito próximos aos da RAM, apresentando uma TMI de
3,9‰, em 2014 (gráfico D15).
Gráfico D15 - Taxa de mortalidade infantil, na RAM e Concelho, de 1994 a 2014
4.5. Taxa de fecundidade
A taxa de fecundidade geral, reflete o número de nados vivos por 1.000 mulheres, em idade fértil. Quer a nível da
Região, quer a nível do Concelho, a taxa de fecundidade geral registou uma evolução negativa, entre 1994 e 2014
No entanto, verifica-se que essa redução foi mais acentuada no Concelho, comparativamente à RAM.
Câmara de Lobos passou de uma taxa de fecundidade geral de 74‰ (74 nados vivos por 1.000 mulheres em idade
fértil) em 1994, para 27,2‰ em 2014, enquanto a RAM passou de 50,5‰, em 1994, para 26,3‰, em 2014 (gráfico
D16).
Gráfico D16 - Taxa de fecundidade geral, na RAM e Concelho, de 1994 a 2014
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
‰
RAM Câmara de Lobos
Fonte: INE/DREM - Estatísticas Demográficas
TMI= Óbitos de crianças com menos de 1 ano / nados vivos x 1.000
Fonte: INE/DREM - Estatísticas Demográficas
Taxa de Fecundidade Geral = Nados vivos / Mulheres em idade fértil (15-49 anos) x 1.000
00
10
20
30
40
50
60
70
80
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
‰
Anos
RAM Câmara de Lobos
Diagnóstico Social Participado | 2016
50
4.6. Taxas de nupcialidade e divorcialidade
Entre 1994 e 2013, as curvas das taxas brutas de nupcialidade (TBN) e divorcialidade (TBD), no Concelho,
apresentaram tendências de evolução ligeiramente opostas. Enquanto a taxa de nupcialidade diminuiu drasticamente,
a taxa de divorcialidade aumentou, gradualmente, sobretudo a partir de 2008. Em 1994, Câmara de Lobos registou
259 casamentos e 18 divórcios, e em 2009, 94 casamentos e 62 divórcios, o que representa uma redução de 165
casamentos e um aumento de 44 divórcios (gráfico D17). A partir de 2010, foram contemplados os casamentos
entre pessoas do mesmo sexo, e em 2011, os divórcios entre pessoas do mesmo sexo, não sendo possível comparar
os valores da TBN e TBD com os anos anteriores.
Gráfico D17 - Taxa bruta de nupcialidade e divorcialidade, no Concelho, de 1994 a 2013
4.7. Índices de envelhecimento e de dependência
O índice de envelhecimento reflete o número de habitantes com 65 e mais anos, por cada 100 jovens dos 0 aos 14
anos.
Em 2014, Câmara de Lobos correspondia ao segundo concelho da RAM, com índices de envelhecimento (58,9) e
dependência de idosos (15,3) mais baixos. Entre 1994 a 2014, o Concelho apresentou uma evolução semelhante à
da RAM, relativamente ao índice de envelhecimento. Nesse mesmo período, este índice aumentou cerca de 30%,
enquanto na RAM aumentou cerca de 40%.
Em 1994, o Concelho possuía um índice de envelhecimento de 25,9%, ou seja, existiam 26 habitantes com 65 e mais
anos, por cada 100 jovens dos 0 aos 14 anos. Em 2004, este valor aumentou para 37%, e em 2014, para 58,9%,
significando que, neste último ano, por cada 100 habitantes dos 0 aos 14 anos, existiam 59 pessoas com 65 e mais
anos. Na RAM, este índice era superior, atingindo nos últimos anos, valores muito próximos dos 100% (gráfico D18).
Fonte: INE/DREM - Estatísticas Demográficas
┴ - A partir de 2010 os valores das TBN incluem os casamentos celebrados entre pessoas do mesmo sexo. Os casamentos
dissolvidos por divórcio, a partir de 2011, incluem os valores dos divórcios entre pessoas do mesmo sexo, reflexo da
alteração da legislação do casamento (Lei nº 9/2010 de 31 de maio).
TBN = Casamentos / pop. média x 1.000
TBD = Divórcios / pop. média x 1.000
00
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
%
Anos
Nupcialidade
Divorcialidade
Diagnóstico Social Participado | 2016
51
Gráfico D18 - Índice de envelhecimento, na RAM e Concelho, de 1994 a 2014
Em termos demográficos, os jovens e os idosos são considerados “dependentes”, uma vez que não contribuem para
a produção de riqueza. O peso destes dois grupos face à população com idades intermédias ou população em idade
ativa é avaliado pelos índices de dependência.
O índice de dependência de jovens, em Câmara de Lobos, registou uma evolução negativa, entre 1994 e 2014,
diminuindo de 47,1% para 26,0%. Esta diminuição deveu-se ao decréscimo da taxa de natalidade e da população
jovem. Por outro lado, o índice de dependência de idosos registou um ligeiro aumento, em virtude do acréscimo de
população com idades mais avançadas, passando de 12,2%, em 1994, para 15,3%, em 2014 (gráfico D19).
Gráfico D19 - Índices de dependência, no Concelho, de 1994 a 2014
00
20
40
60
80
100
120
%
Anos
RAM Câmara de Lobos
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
%
Índice de dependência total Índice de dependência de jovens
Índice de dependência de idosos
Fonte: INE/DREM - Estatísticas Demográficas
Índice de envelhecimento = pop. com 65 e mais anos / pop. entre os 0 e os 14 anos x 100
Fonte: INE/DREM - Estatísticas Demográficas
Índice de dependência de jovens = pop. entre os 0 e os 14 anos / pop. entre os 15 e os 64 anos x 100
Índice de dependência de idosos = pop.com 65 ou mais anos / pop. entre os 15 e os 64 anos x 100
Índice de dependência total = (pop. entre os 0 e os 14 anos + pop.com 65 ou mais anos) / pop. entre os 15 e os 64 anos x 100
s x 100
Diagnóstico Social Participado | 2016
52
4.8. Saldo migratório
Entre 1993 e 2013, o saldo migratório (SM) para Câmara de Lobos, obtido através da diferença entre o número de
entradas e saídas por migração, internacional ou interna, registou sempre valores negativos, à exceção do período
decorrido entre 1999 e 2001. Isto significa que durante esta década, o número de residentes que saíram do
Concelho, por motivo de migração ou emigração, foi superior ao número de indivíduos que vieram residir para o
Concelho.
Gráfico D20 - Saldo migratório, no Concelho, de 1993 a 2013
O gráfico D20 demonstra que as saídas migratórias do Concelho têm sido superiores às entradas, sobretudo nos
últimos anos, em que se observa um saldo migratório negativo mais acentuado (exemplo de 2011: -623).
Gráfico D21 - População estrangeira, no Concelho, no ano 2014
Em 2014, segundo os dados do INE (Anuário Estatístico da RAM), existiam 148 habitantes estrangeiros, com estatuto
de residente no Concelho, na sua maioria, provenientes do Brasil (48) (gráfico D21).
Fonte: INE/DREM - Estatísticas Demográficas
Fonte: INE, Anuário Estatístico da RAM 2014
-700
-600
-500
-400
-300
-200
-100
0
100
200
199319941995199619971998199920002001200220032004200520062007200820092010201120122013
N.º
48
6
2
6
13
11
1
5
0
10
20
30
40
50
60
Brasil Ucrânia Cabo
Verde
Roménia Angola Guiné
Bissau
Reino
Unido
Moldávia China
Diagnóstico Social Participado | 2016
53
4.9. Movimentos pendulares
Segundo os Censos 2011, nas interações municipais na Região, foram identificados dois polos de articulação: em
primeiro lugar, o Funchal, com interações municipais com os concelhos vizinhos, como Câmara de Lobos, Ponta do
Sol, Calheta, Machico e Santa Cruz; em segundo lugar, o concelho de Santa Cruz, identificando-se a interligação com
Machico e Ribeira Brava.
Gráfico D22 - Meio de transporte mais utilizado nos movimentos pendulares, no Concelho, no ano
2011
Em 2011, 44,4% da população do Concelho utilizava o automóvel como principal meio de transporte, nas deslocações
entre casa e o trabalho ou entre casa e o local de estudo, sendo que 27,7% utilizava-o como condutor e 16,7% como
passageiro. Ao automóvel seguia-se o autocarro, a deslocação a pé e o transporte coletivo da empresa ou da escola
(gráfico D22).
Quadro D2 - Duração média dos movimentos pendulares da população residente, empregada ou
estudante, no Concelho, nos anos 1991, 2001 e 2011
Em termos médios, os residentes em Câmara de Lobos, demoram mais tempo a chegar ao local de trabalho ou
estudo (21,5 minutos), comparativamente aos dois maiores concelhos da RAM. Este tempo é superior nas freguesias
do Curral das Freiras (30,17 minutos) e Jardim da Serra (27,30 minutos) (quadro D2).
1991 2001 2011
minutos
Concelho de Câmara de Lobos 20,81 25,46 21,50
Câmara de Lobos 17,55 21,16 18,10
Curral das Freiras 25,92 36,43 30,17
Estreito de Câmara de Lobos 22,57 25,89 23,74
Quinta Grande 26,37 27,08 24,74
Jardim da Serra 24,86 40,32 27,30
Fonte: INE, Censos 2011
Fonte: INE, Censos 2011
Fonte: INE, Censos 2011
18,13
29,47
7,32
27,71
16,700,49
0,17
A pé
Autocarro
Transporte coletivo da empresa ou
da escolaAutomóvel ligeiro- como condutor
Automóvel ligeiro - como
passageiroMotociclo ou bicicleta
Outro meio
Diagnóstico Social Participado | 2016
54
4.10. Famílias
4.10.1. Famílias clássicas e famílias institucionais
O concelho de Câmara de Lobos possuía em 2011, 10.460 famílias clássicas e 3 famílias institucionais (Censos, 2011).
A distribuição das famílias clássicas, por freguesia, apresentava-se da seguinte forma: 5.095 em Câmara de Lobos,
3.065 no Estreito de Câmara de Lobos, 1.000 no Jardim da Serra, 659 no Curral das Freiras e 641 na Quinta Grande
(gráfico D23).
Gráfico D23 - Distribuição de famílias clássicas, por freguesia, no ano 2011
Relativamente às famílias institucionais, duas localizavam-se na freguesia de Câmara de Lobos e uma no Estreito de
Câmara de Lobos (gráfico D24).
Gráfico D24 - Distribuição de famílias institucionais, por freguesia, no ano 2011
Fonte: INE, Censos 2011
Fonte: INE, Censos 2011
Fonte: INE, Censos 2011
5 095
659
3 065
641
1 000
Câmara de Lobos Curral das Freiras
Estreito de Câmara de Lobos Quinta Grande
Jardim da Serra
2
1
0 0 0
Câmara de Lobos Estreito de Câmara de Lobos
Jardim da Serra Quinta Grande
Curral das Freiras
Diagnóstico Social Participado | 2016
55
Nas décadas situadas entre 1981 e 2011, houve um aumento no número de famílias clássicas, no Concelho, passando
de 6.195, para 10.460 famílias. Este aumento foi superior entre 1991 e 2001, correspondendo a um acréscimo de
31% (gráfico D25). Entre 2001 e 2011, o aumento do número de famílias clássicas foi mais significativo nas freguesias
do Curral das Freiras e Câmara de Lobos (Fonte: INE, Censos 1981-2011)
Gráfico D25 - Evolução do n.º de famílias clássicas, na RAM e Concelho, de 1981 a 2011
4.10.2. Dimensão média das famílias clássicas
Em 2011, o Concelho apresentava uma dimensão média das famílias clássicas de 3,41, valor superior à média regional
e nacional (gráfico D26), sendo também aquele onde os núcleos de casais com filhos estavam mais representados na
Região (78,1%)13.
Gráfico D26 - Dimensão média das famílias clássicas, por Concelho de residência, no ano 2011
13 Fonte: INE, Censos 2011, O Retrato dos Municípios da RAM (Publicação da DRE, 2013)
Fonte: INE, Censos 1981-2011
Fonte: INE, Censos 2011
58 16965 759
73 619
92 823
6 195 6 863 8 957 10 460
0
10 000
20 000
30 000
40 000
50 000
60 000
70 000
80 000
90 000
100 000
1981 1991 2001 2011
AnosRegião Autónoma da Madeira Câmara de Lobos
2,85
3,41
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
Diagnóstico Social Participado | 2016
56
Segundo dados dos Censos de 1991, 2001 e 2011, o concelho de Câmara de Lobos, tem registado uma tendência
para diminuição das famílias mais numerosas, nomeadamente, com mais de 5 elementos. Em 1991 existiam 356
famílias, com 10 indivíduos, e em 2011, não se registava nenhuma família com esta dimensão. Não obstante, registou-
se um aumento das famílias clássicas, com 1 a 4 elementos.
No que se refere à dimensão média das famílias clássicas, nas várias freguesias, verifica-se que a freguesia de Câmara
de Lobos é a que apresenta uma maior dimensão média (3,52), contrastando com Curral das Freiras que apresenta
a menor dimensão média (3,04) (gráfico D27).
Gráfico D27 - Dimensão média das famílias clássicas, na RAM, Concelho e freguesias, no ano 2011
4.10.3. Famílias clássicas unipessoais de pessoas com 65 ou mais anos de idade
Nos últimos três anos censitários (1991, 2001 e 2011), a proporção de famílias clássicas unipessoais de pessoas com
65 e mais anos de idade, no concelho de Câmara de Lobos, foi sempre inferior quando comparada com a RAM.
Nas duas últimas décadas, essa percentagem evoluiu positivamente, passando de 4,24%, em 1991, para 5,58%, em
2011 (quadro D3). Por outro lado, ao analisar este mesmo indicador, por freguesia, constata-se que em 2011, as
freguesias do Curral das Freiras e da Quinta Grande, apresentavam percentagens superiores às médias do Concelho
e às da Região, com 10,47% e 8,42%, respetivamente, traduzindo um maior envelhecimento da população.
2,85
3,413,52
3,04
3,35 3,27 3,31
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
Região
Autónoma da
Madeira
Concelho de
Câmara de
Lobos
Câmara de
Lobos
Curral das
Freiras
Estreito de
Câmara de
Lobos
Quinta Grande Jardim da
Serra
Fonte: INE, Censos 2011
Diagnóstico Social Participado | 2016
57
Quadro D3 - Proporção de famílias clássicas unipessoais de pessoas com 65 ou mais anos de idade,
na RAM, Concelho e freguesias, nos anos 1991, 2001 e 2011
4.10.4. Famílias monoparentais
Considera-se família monoparental “um núcleo familiar onde vive um pai ou uma mãe só (sem cônjuge) e com um
ou vários filhos solteiros” (Wall e Lobos, 1999). Na última década, a proporção de núcleos familiares monoparentais
aumentou, praticamente, em todos os municípios da Região. De 2001 a 2011, Câmara de Lobos foi o segundo
concelho com acréscimo mais expressivo de núcleos monoparentais (3,6%).
Quadro D4 - Evolução da distribuição percentual das famílias monoparentais na RAM e Concelho,
nos anos 2001 e 2011
Fonte: INE, Censos 2011, O Retrato dos municípios da RAM (Publicação da DRE – 2013)
Em 2011, existiam 1.901 núcleos familiares monoparentais, o que correspondia a 19,4% do total de núcleos familiares
existentes no Concelho (9.819)14 (quadro D4). Os núcleos familiares monoparentais, por freguesia, distribuíam-se
da seguinte forma: 980 em Câmara de Lobos, 510 no Estreito de Câmara de Lobos, 177 no Jardim da Serra, 118 na
Quinta Grande e 116 no Curral das Freiras.
14 Fonte: Direção Regional de Estatística da Madeira (DRE) – Núcleos familiares: conjunto de duas ou mais pessoas pertencentes à mesma família clássica mantendo uma relação de cônjuges, parceiros numa união de facto ou progenitor e descendentes e que pode traduzir-se em casal sem
filhos, casal com um ou mais filhos ou pai ou mãe com um ou mais filhos.
Local de residência
Proporção de famílias clássicas unipessoais
de pessoas com 65 ou mais anos de idade
(%)
1991 2001 2011
Região Autónoma da Madeira 6,10 7,17 8,34
Concelho de Câmara de Lobos 4,24 5,00 5,58
Câmara de Lobos 3,31 4,31 3,85
Curral das Freiras 6,69 9,41 10,47
Estreito de Câmara de Lobos 4,05 4,94 6,33
Quinta Grande 8,39 7,67 8,42
Jardim da Serra 4,17 4,56 7,10
Local residência
Famílias
monoparentais
Famílias
monoparentais
Variação
percentual
2001 2011 %
RAM 16,9% 19,7% +2,8
Funchal 17,9% 21,7% +3,8
Santa Cruz 14.9% 17,1% +2,2
Câmara de Lobos 15,8% 19,4% +3,6
Fonte: INE, Censos 2011
Diagnóstico Social Participado | 2016
59
Introdução
Após uma caraterização geral do Concelho, neste capítulo, importa abordar as dimensões sociais chave, identificadas
pelo Grupo Dinamizador, em função dos resultados obtidos, nas dinâmicas participativas levadas a efeito.
Pretende-se desta forma, investigar e sistematizar a informação disponível, de forma integrada, não só sobre os
principais indicadores e fatores de maior força e fraqueza, territoriais, mas também relativamente aos recursos, às
dinâmicas e os agentes de capital inclusivo em presença, visando obter um retrato da realidade social do Concelho,
numa perspetiva de investigação para a ação que permita definir linhas estratégicas de intervenção social prioritária,
bem como uma gestão concertada dos recursos/potencialidades, para fazer face às necessidades/problemas do
território, mediante a corresponsabilização dos vários parceiros.
Assim, este capítulo está estruturado em torno de oito pontos que incidem sobre as áreas temáticas selecionadas:
Educação, Emprego, Formação Profissional, Habitação, Proteção de Crianças e Jovens, Proteção Social, Saúde e
Segurança e Proteção Civil.
Tratando-se este Diagnóstico Social Participado de uma iniciativa pioneira, no Concelho e na RAM, assinala-se alguma
morosidade no tratamento de dados, nomeadamente, pela multiplicidade de fontes de informação a que é necessário
recorrer em trabalhos desta natureza.
Os dados recolhidos, reportam-se a estatísticas disponíveis nas fontes oficiais e nas bases de dados de diversos
organismos regionais, privilegiando-se a análise evolutiva de 2011 a 2015. De salientar, também, que sempre que
possível, foram recolhidos e analisados indicadores por freguesia.
Relativamente aos equipamentos e recursos sociais existentes no Concelho, e previamente à elaboração do
Diagnóstico Social, foi publicado, em março de 2015, o Guia de Recursos – Equipamentos Sociais do concelho de
Câmara de Lobos15, sistematizando informação relativamente aos equipamentos, instituições e serviços de maior
relevância social, cujo respetivo conteúdo foi estruturado, por freguesia, e subdividido por tipo de equipamento,
serviço ou resposta, nomeadamente, associações e coletividades, estabelecimentos de ensino, estabelecimentos de
saúde, instituições de apoio social e serviços de utilidade pública.
Para a elaboração deste Guia, foi aplicado um questionário para recolha de informação, no período compreendido
entre maio e setembro de 2014, tendo sido registadas, em base de dados, cerca de 170
organismos/instituições/serviços/valências.
O Guia de Recursos, enquanto instrumento de caráter informativo, teve como principais objetivos, valorizar e dar
visibilidade ao trabalho social desenvolvido pelas instituições do Concelho, e em simultâneo, reforçar o trabalho em
rede, permitindo às instituições e aos cidadãos, conhecer melhor as respostas sociais existentes. Pretendeu-se,
igualmente, contribuir para um processo de diagnóstico e aprofundamento da realidade social do Concelho, através
de um maior envolvimento de todos os parceiros sociais, no processo de tomada de decisões, com vista à planificação
de futuras medidas de política social que sustentem o bem-estar comum.
15 Disponível para consulta em http://www.cm-camaradelobos.pt/Files/Filer/Documentos/Guia%20de%20recursos/Guia%20Recursos-2015%20-
%20maio.pdf
Diagnóstico Social Participado | 2016
60
É de destacar, no Concelho, a presença e o forte dinamismo dos movimentos associativos, nomeadamente,
Associações Desportivas, Culturais e Recreativas, Clubes Desportivos, Grupos de Jovens, Grupos de Escutismo,
Grupos Corais, entre outros, tendo sido identificadas, ao todo, 34 associações e coletividades: 19 em Câmara de
Lobos, 7 no Estreito de Câmara de Lobos, 4 no Curral das Freiras, 3 no Jardim da Serra e 1 na Quinta Grande.
Os sistemas de informação são fundamentais para democratizar a informação, facilitando a construção de
diagnósticos e outros instrumentos de planeamento e garantindo a circulação de informação importante entre os
vários parceiros, como por exemplo, a abertura de candidaturas a diversos programas de apoio ou a divulgação de
ações dinamizadas por entidades internas ou externas à Plataforma de Parceiros Sociais, entre outras.
Para tal, é comum recorrer-se à circulação de informação por correio eletrónico, páginas na internet, boletins
informativos, guias de recursos e outros instrumentos.
Diagnóstico Social Participado | 2016
62
1. Educação
Conforme recomendações da UNESCO para a sociedade do século XXI, valorizada em todas as suas dimensões, a
educação constitui um bem fundamental na vida de todas as pessoas, ao longo de todo o seu percurso existencial,
devendo, nessa medida, estar inscrita no centro das dinâmicas de desenvolvimento social das comunidades e das
cidades.
Enquanto membro da Associação Internacional das Cidades Educadoras (AICE)16, a cidade de Câmara de Lobos
inscreve-se nesta linha de compromisso social com a educação e o desenvolvimento dos seus habitantes.
Neste sentido, o Município constituiu, recentemente, o Conselho Municipal da Educação, órgão a quem compete a
elaboração e aprovação da Carta Educativa.
O Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15 de janeiro regulamenta o processo de elaboração e aprovação da Carta Educativa,
definindo-a como “o instrumento de planeamento e ordenamento prospetivo de edifícios e equipamentos
educativos, a localizar no Concelho, de acordo com a oferta de educação e formação que seja necessário satisfazer,
tendo em vista a melhor utilização dos recursos educativos, no quadro do desenvolvimento demográfico e
socioeconómico de cada município”.
A Carta Educativa é parte integrante do Plano Diretor Municipal (PDM), sendo a sua elaboração da competência da
Câmara Municipal e posterior aprovação, por parte da Assembleia Municipal, após discussão e parecer do Conselho
Municipal de Educação. Assim, este documento de planeamento estratégico deverá abranger a identificação e a
localização dos equipamentos educativos, o diagnóstico baseado na análise da oferta e procura educativas, as
projeções de desenvolvimento e as propostas de intervenção relativas à rede pública.
Em matéria de Educação, para além do apoio regular nos transportes escolares e nas bolsas de estudo17, o Município
implementou, em 2014, o Prémio de Mérito Escolar “Joaquim Pestana” que tem como principal finalidade, distinguir,
anualmente, os melhores alunos dos estabelecimentos de ensino público, do Concelho, dos seguintes níveis de
ensino: 1.º, 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário; 1.º, 2.º e 3.º anos dos cursos profissionais; 1.º e 2.º anos dos cursos
CEF e Turmas de Percursos Curriculares Alternativos (PCA).
A denominação do prémio visa, igualmente, enaltecer e recuperar a memória histórica do poeta Câmara-lobense,
Joaquim Pestana que fez publicações em diversos periódicos nacionais e estrangeiros. Foi ainda Vereador da Câmara
Municipal de Câmara de Lobos, e citando o Padre Eduardo Pereira, “ajudou a dotar o Concelho de alguns
melhoramentos importantes”.
A decisão de atribuição do prémio foi aprovada em reunião de Câmara, tendo sido deliberado atribuir, tanto no ano
letivo 2013/2014 como no ano letivo 2014/2015, um prémio individual ou “cheque ensino”, no montante de 50,00€
(cinquenta euros), a cada aluno, destinado exclusivamente à aquisição de material didático. Nos anos letivos de
2013/2014 e 2014/2015, o Prémio “Joaquim Pestana” foi concedido a um total de 246 alunos, do Concelho.
16 Vide http://www.edcities.org/rede-portuguesa/ 17 Este programa de apoio tem um regulamento próprio (Diário da República, 2.ª série, n.º 16 de 2008) e consiste na atribuição de um apoio
económico a estudantes residentes no Concelho que, já tendo cumprido o ensino obrigatório, apresentam dificuldades económicas. De 2008 a
2012, foram apoiados, ao todo, 661 estudantes através deste programa. Atualmente, o regulamento encontra-se em fase de revisão, pelo que os
apoios se encontram suspensos.
Diagnóstico Social Participado | 2016
63
1.1. Estabelecimentos de ensino no concelho de Câmara de Lobos
A Portaria n.º 107/2015, de 3 de julho, procedeu a várias fusões de estabelecimentos de educação ou de ensino, por
forma a adequar a rede escolar ao contexto sociodemográfico atual. Em Câmara de Lobos, foram reestruturados os
seguintes estabelecimentos, na sua maioria, das freguesias de Câmara de Lobos e Estreito de Câmara de Lobos:
Jardim de Infância “O Pião”, Escola Básica do 1.º Ciclo com Pré-escolar do Pedregal, Escola Básica do 1.º Ciclo com
Pré-escolar das Romeiras e Escola Básica do 1.º Ciclo com Pré-escolar de Seara Velha.
O gráfico ED1 mostra a distribuição de estabelecimentos de ensino, das redes pública e privada, por freguesia, no
ano letivo 2015/2016.
Gráfico ED1 - Distribuição de estabelecimentos de ensino, nas freguesias do Concelho, no ano letivo
2015/2016
Relativamente aos estabelecimentos de 1.º ciclo com pré-escolar, existem cinco localizados na freguesia de Câmara
de Lobos e cinco localizados na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos. Na freguesia da Quinta Grande, existe
um estabelecimento de 1.º ciclo com pré-escolar (também com creche), e na freguesia do Jardim da Serra, dois
estabelecimentos (quadro ED1). Na freguesia do Curral das Freiras, a Escola de 1.º ciclo ficou agregada à Escola dos
2.º e 3.º ciclos, a partir de 2015/2016.
O Concelho possui três Escolas Básicas de 2.º e 3.º ciclos, localizadas em Câmara de Lobos, Estreito de Câmara de
Lobos e Curral das Freiras e apenas uma Escola de Ensino Secundário, localizada em Câmara de Lobos.
0
1
2
3
4
5
6
7
Câmara de
Lobos
Curral das
Freiras
Estreito de
Câmara de
Lobos
Quinta
Grande
Jardim da
Serra
7
1
6
1
2
5
0
1
0 0
N.ºEnsino Público
Ensino Privado
Fonte: Câmara Municipal de Câmara de Lobos
Diagnóstico Social Participado | 2016
64
Quadro ED1 - Estabelecimentos de ensino, segundo a tipologia, no Concelho, no ano letivo
2015/2016
Freguesia Escola Básica de 1.º
Ciclo com Pré-escolar
Escola Básica 2.º,
3.º ciclo e Ensino
Secundário
Escola Básica
123/PE
Câmara de Lobos 5 2 -
Curral das Freiras - - 1
Estreito de Câmara de Lobos 5 1 -
Quinta Grande 1 - -
Jardim da Serra 2 - -
Total 13 3 1
Fonte: Câmara Municipal de Câmara de Lobos
1.2. Alunos matriculados por nível de ensino
Nos últimos anos, observou-se uma diminuição geral do número de alunos, no Concelho, sobretudo, a nível do
ensino pré-escolar, 1.º ciclo e 2.º ciclo (gráfico ED2).
Particularmente, nos anos letivos compreendidos entre 2001/2002 e 2013/2014, registou-se um acentuado
decréscimo do número de alunos a frequentar o 1.º ciclo (-1.332). Entre os anos letivos 2010/2011 e 2013/2014,
por comparação aos anos letivos anteriores, verificou-se também uma diminuição acentuada do número de alunos,
a nível do ensino pré-escolar e 2.º ciclo.
Por outro lado, no 3.º ciclo e ensino secundário, tem havido tendência para o aumento do número de alunos,
refletindo menor abandono escolar e maior diversidade de oferta formativa, permitindo aos alunos prolongarem os
seus estudos, através de outras modalidades de ensino que melhor correspondem às suas aspirações pessoais e
profissionais.
Algumas modalidades de ensino, alternativas ao ensino regular, são o Ensino Recorrente (1.º ciclo), os Cursos de
Educação e Formação (CEF), os Percursos Curriculares Alternativos (PCA), os Cursos Profissionais (CP) e os Cursos
de Educação e Formação de Adultos (EFA), os quais têm como principal objetivo aumentar o nível de escolaridade
e as qualificações profissionais da população. Esta temática será melhor desenvolvida no subcapítulo relativo à
Formação Profissional.
Diagnóstico Social Participado | 2016
65
Gráfico ED2 - Evolução do n.º de alunos, por nível de educação e ensino, no Concelho, de 2001/2002
a 2013/2014
1.3. Número médio de alunos por docente
No ano letivo de 2013/2014, tal como se registou a nível regional, o número médio de alunos, por docente, no
Concelho, foi mais elevado na educação pré-escolar e no 2.º ciclo (gráfico ED3).
Gráfico ED3 - N.º médio de alunos por docente, na RAM e Concelho, no ano letivo 2013/2014
0
500
1 000
1 500
2 000
2 500
3 000
3 500
2001/2002 2004/2005 2007/2008 2010/2011 2013/2014
Pré-Escolar 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo Secundário
8
7
8
6
9
7
9
7
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Ed. Pré-escolar 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo e Secundário
Câmara de Lobos RAM
Fonte: DREM/ OERAM
Fonte: OERAM
Diagnóstico Social Participado | 2016
66
1.4. Pessoal docente e não docente nos estabelecimentos de ensino, no Concelho, por ano letivo
Ao longo dos últimos quatro anos, o número de pessoal docente tem-se mantido relativamente estável, no Concelho,
embora se perspetive uma tendência para diminuição da contratação de novos docentes, devido aos fatores já
conhecidos: diminuição do número de alunos nas escolas e conjuntura económica (gráfico ED4).
Gráfico ED4 - Pessoal docente e não docente nos estabelecimentos de ensino, no Concelho, de 2010
a 2014
No que diz respeito ao pessoal não docente, verificou-se uma quebra, nos últimos quatro anos, superior a 10%. Esta
quebra tem sido parcialmente compensada com a entrada de pessoal, no âmbito dos Programas Ocupacionais do
IEM, IP-RAM, em situação temporária (9 meses).
1.5. Nível de escolaridade da população
No panorama regional, o concelho de Câmara de Lobos apresenta indicadores mais favoráveis, relativamente ao
abandono escolar. No entanto, persistem ainda taxas de escolaridade abaixo das médias regionais, sobretudo, a nível
do 3.º ciclo e secundário. O Concelho apresenta também uma das mais baixas taxas de população, com 23 e mais
anos que completou o ensino superior (5,7%)18.
1.5.1. População residente por nível de escolaridade
Segundo os Censos 2011, o Concelho possui 35.666 habitantes, entre os quais 31.059 com 10 e mais anos. Nesse
mesmo ano, a população residente no Concelho possuía, maioritariamente, o ensino básico, com principal destaque
para o 1.º Ciclo (36%)19. De referir, ainda, que 4.566 habitantes atingiram o ensino secundário e 4.013 não tinham
nenhum nível de escolaridade (gráfico ED5).
18 Fonte: INE, Censos 2011, O Retrato dos Municípios da RAM (Publicação da DREM, 2013). 19 36% diz respeito à população que atingiu o 1.º ciclo, incluindo os que completaram, os que estão a frequentar e os que têm o 1.º ciclo
incompleto.
Fonte: OERAM
501 484 455 443
787
899 893849
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014
N.º
Anos Letivos
Pessoal não docente Pessoal docente
Diagnóstico Social Participado | 2016
67
Gráfico ED5 - População residente, segundo o nível de escolaridade atingido, no Concelho, no ano
2011
No gráfico ED6, podemos constatar que os quatro maiores concelhos da RAM têm em comum o facto de possuirem
a maioria de população com o 1.º ciclo. Contudo, nas classes etárias mais jovens, essa tendência tem vindo a inverter-
se.
Gráfico ED6 - População residente segundo o nível de escolaridade atingido, nos concelhos de
Câmara de Lobos, Funchal, Machico e Santa Cruz, no ano 2011
As classes etárias mais jovens apresentam níveis de escolaridade mais elevados, ao contrário das classes mais
avançadas que na sua maioria, não ultrapassam o ensino básico, sobretudo, o 1.º Ciclo. A percentagem de população
que não possui qualquer nível de escolaridade é mais elevada nas faixas etárias a partir dos 55 anos (gráfico ED7).
4 013
1 352
12 944
5 046 5 4494 566
298
1 998
0
2 000
4 000
6 000
8 000
10 000
12 000
14 000
1.º Ciclo 2.º Ciclo 3.º Ciclo
Nenhum
nível de
escolaridade
Ensino pré-
escolar
Ensino básico Ensino
secundário
Ensino pós-
secundário
Ensino
superior
N.º
0
5 000
10 000
15 000
20 000
25 000
30 000
35 000
Câmara de Lobos Funchal Machico Santa Cruz
N.º
Nenhum nível de escolaridade Ensino pré-escolar 1.º Ciclo2.º Ciclo 3.º Ciclo Ensino secundárioEnsino pós-secundário Ensino superior
Fonte: INE, Censos 2011
Nota: Os dados referem-se à população com um nível de escolaridade completo/ incompleto ou a frequentar o mesmo.
Fonte: INE, Censos 2011
Diagnóstico Social Participado | 2016
68
Gráfico ED7 - População residente por grupo etário e nível de escolaridade atingido, no Concelho,
no ano 2011
1.6. Taxa de Analfabetismo
À semelhança da RAM, o Concelho viu a sua taxa de analfabetismo diminuir entre os anos 2001 e 2011, passando
de uma taxa de 15,81%, em 2001, para 9,80%, em 2011. Isto significa que, neste último ano, por cada 100 pessoas
com 10 e mais anos, 9 “não sabiam ler nem escrever” (quadro ED2).
Quadro ED2 - Taxa de analfabetismo na RAM e Concelho, nos anos 2001 e 2011
Fonte: INE, Censos 2011
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
10-24 anos 25-34 anos 35-44 anos 45-54 anos 55-64 anos ≥65 anos
Nenhum nível de escolaridade 1.º ciclo 2.º ciclo
3.º ciclo Ensino secundário Ensino pós-secundário
Ensino superior
2001 2011 Diferença
Região Autónoma da Madeira 12,71 6,97 -5,74
Concelho de Câmara de Lobos 15,81 9,80 -6,01
Fonte: INE, Censos 2011
Nota: Os dados referem-se à população com o nível de escolaridade completo/incompleto ou a frequentar o mesmo.
Diagnóstico Social Participado | 2016
69
De acordo com os Censos 2011, em termos de taxa de analfabetismo, o Concelho apresenta um valor intermédio
(9,80%) na RAM, correspondendo ao 6.º concelho com a taxa mais baixa (gráfico ED8).
Gráfico ED8 - Taxa de analfabetismo nos concelhos da RAM, no ano 2011
Entre 2001 e 2011, todas as freguesias do Concelho registaram uma diminuição nas taxas de analfabetismo, tendo
essa diminuição sido mais expressiva nas freguesias da Quinta Grande, Jardim da Serra e Câmara de Lobos. Por sua
vez, Curral das Freiras e Jardim da Serra correspondiam às freguesias com as taxas de analfabetismo mais elevadas,
com 20,23% e 14,15%, respetivamente. A freguesia de Câmara de Lobos era a que apresentava a taxa mais reduzida,
com 6,95% (gráfico ED9).
Gráfico ED9 - Taxa de analfabetismo nas freguesias, nos anos 2001 e 2011
9,80
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
Calheta Câmara
de Lobos
Funchal Machico Ponta do
Sol
Porto
Moniz
Ribeira
Brava
Santa
Cruz
Santana São
Vicente
Porto
Santo
Fonte: INE, Censos 2001 e 2011
Fonte: INE, Censos 2011
13,33
24,91
15,51
20,0921,06
6,95
20,23
10,6212,65
14,15
0
5
10
15
20
25
30
Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de
Câmara de Lobos
Quinta Grande Jardim da Serra
%
2001 2011
Diagnóstico Social Participado | 2016
70
1.7. Taxa de abandono escolar
A taxa de abandono escolar, calculada pelo INE, refere-se à percentagem de crianças e jovens entre os 10 e 15 anos
que abandonam a escola, sem concluir o 9.º ano de escolaridade. O Decreto-Lei n.º 176/2012, de 2 de agosto, veio
estabelecer o alargamento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos (12 anos de escolaridade).
O concelho de Câmara de Lobos, à semelhança do que acontecia a nível regional, em 1991, possuía uma taxa de
abandono escolar muito elevada. Entre 1991 e 2011, verificou-se uma redução acentuada, desta mesma taxa, sendo
que no ano de 2011, o Concelho apresentava uma taxa de abandono escolar de 1,92%, inferior à da RAM (2,42%)
(gráfico ED10).
Gráfico ED10 - Taxa de abandono escolar na RAM e Concelho, nos anos 1991, 2001 e 2011
Em 2011, Câmara de Lobos apresentava a quarta taxa de abandono escolar mais baixa da Região (1,92%), conforme
se pode verificar no gráfico ED11.
Gráfico ED11 - Taxa de abandono escolar, nos concelhos da RAM, no ano 2011
11,30
3,14 2,42
22,91
5,13
1,92
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
1991 2001 2011
Região Autónoma da Madeira Concelho de Câmara de Lobos
1,92
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
%
Fonte: INE, Censos 1991- 2011
Fonte: INE, Censos 2011
Diagnóstico Social Participado | 2016
71
As freguesias do concelho de Câmara de Lobos apresentavam taxas de abandono escolar muito elevadas em 1991,
nomeadamente, com valores próximos e superiores a 20%. A freguesia do Curral das Freiras apresentava o valor
mais elevado (28,34%).
Nos anos seguintes, esta problemática foi fortemente combatida, de modo que em 2011, essas mesmas taxas
variavam entre 1,04% e 2,30%, nas freguesias do Concelho (quadro ED3).
Quadro ED3 - Taxa de abandono escolar nas freguesias, nos anos 1991, 2001 e 2011
*Dados retificados pelo INE
1.8. Níveis de escolarização
As taxas brutas de escolarização, consistem na relação percentual entre o número de alunos matriculados em
determinado ciclo de estudos, independentemente da idade, e a população residente, em idade normal de frequência
desse mesmo ciclo de estudos.
Quadro ED4 - Taxas de escolarização no Concelho, de 2008 a 2014
2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014
Taxa bruta de pré-escolarização
(%)
76,2 76,5 76,2 80,6 76,8 75,1
Taxa bruta de escolarização no
ensino básico (%)
101,7 106,5 106,2 102,4 99,1 97,0
Taxa bruta de escolarização no
ensino secundário (%)
16,0 20,1 23,5 31,5 30,0 31,1
Local de residência Taxa de abandono escolar (%)
1991 2001 2011
RAM 11,30 3,14 2,42*
Concelho de C.ª de Lobos 22,91 5,13 1,92*
Freguesias:
Câmara de Lobos 24,49 5,77 2,23*
Curral das Freiras 28,34 5,41 1,04
Estreito de Câmara de Lobos 19,86 4,15 1,52*
Quinta Grande 21,51 7,01 1,55
Jardim da Serra 20,99 3,60 2,30*
Fonte: INE, Recenseamento da População e Habitação 1991, 2001 e 2011
Fonte: INE
Diagnóstico Social Participado | 2016
72
Através do quadro ED4, verifica-se que a taxa bruta de pré-escolarização, no Concelho, manteve-se nos 76%, entre
2008/2009 e 2010/2011, aumentando para 80,6%, no ano letivo 2011/2012. No último ano letivo registado, isto é,
2013/2014, essa taxa tornou a diminuir para 75,1%.
Em relação ao ensino básico, a população entre os 6 e os 14 anos foi totalmente abrangida, até ao ano letivo,
2010/2011, uma vez que a taxa de escolarização atingiu os 100%. De referir que as taxas de escolarização, no ensino
básico, com valores acima dos 100%, estão relacionadas, por um lado, com o facto de existirem ciclos de estudos
frequentados por alunos que se encontram fora da idade própria, devido ao fenómeno da retenção ou a residir fora
do Concelho, mas, sobretudo, com as ofertas formativas existentes para adultos (EFA e Recorrente). A partir do
ano letivo 2012/2013, a taxa de escolarização, no ensino básico, diminuiu, atingindo os 97,0%, em 2013/2014.
O nível secundário, pelo contrário, apresentava uma taxa de escolarização inferior, apesar de ter sofrido um ligeiro
aumento, alcançando 31,5%, no ano letivo 2011/2012.
As baixas taxas de escolarização, no ensino secundário, explicam-se pelo insucesso em ciclos anteriores ou insucesso
durante o próprio ciclo ou pela desistência. Por outro lado, também não podemos esquecer que no caso de Câmara
de Lobos, existem muitos alunos a frequentar o ensino secundário, fora do concelho.
1.9. Taxa de transição/conclusão
A taxa de transição/conclusão respeita à percentagem de alunos que no final do ano letivo, obtêm aproveitamento,
podendo transitar para o ano de escolaridade seguinte. No Concelho, esta taxa foi mais elevada a nível do 1.º ciclo,
com valores superiores a 90%. Em 2013/2014, os 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário, apresentaram taxas bastante
aproximadas, embora o 3.º ciclo revelasse uma taxa ligeiramente superior (quadro ED5).
Quadro ED5 - Taxa de transição/conclusão, no ensino básico e secundário, no Concelho, de 2008 a
2014
Fonte: OERAM Nota: Estes valores dizem respeito ao ensino básico regular, aos cursos científico-humanísticos/gerais e cursos tecnológicos do ensino secundário regular e os cursos profissionais.
Ano Letivo Ensino Básico (%)
Ensino Secundário (%) Total 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo
2008/2009 85,5 91,3 84,3 76,6 61,0
2009/2010 84,6 92,6 79,9 75,8 70,4
2010/2011 86,2 93,8 82,0 78,0 65,9
2011/2012 83,2 91,2 80,4 74,0 70,4
2012/2013 82,6 90,1 78,8 75,2 74,3
2013/2014 84,0 92,3 78,3 77,1 76,3
Diagnóstico Social Participado | 2016
73
1.10. Taxas de retenção e desistência
Através do gráfico ED12, verifica-se que as taxas de retenção e desistência, no Concelho, são mais elevadas no 3.º
ciclo, variando entre 22%, em 2010/2011 e 26%, em 2011/2012, com tendência para diminuição, a partir deste último
ano letivo. No 2.º ciclo, as taxas variavam entre 15,7%, em 2008/2009 e 21,7%, em 2013/2014, com tendência para
um aumento gradual, a partir de 2010/2011. Por sua vez, no 1.º ciclo registaram-se taxas mais baixas que variavam
entre 6,2%, em 2010/2011 e 9,9%, em 2012/2013.
Gráfico ED12 - Taxas de retenção e desistência no ensino básico, no Concelho, de 2008 a 2014
No capítulo que se segue sobre os indicadores de Emprego, iremos constatar que a maioria da população
desempregada registada no Instituto de Emprego, IP-RAM, possui habilitações máximas, a nível dos 1.º e 2.º ciclos
de escolaridade.
8,77,4
6,2
8,89,9
7,7
15,7
20,118,0
19,621,2 21,7
23,4 24,122,0
26,024,8
22,9
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014
%
1.º Ciclo 2.º Ciclo 3.º Ciclo
Fonte: OERAM
Diagnóstico Social Participado | 2016
75
2. Emprego
Neste subcapítulo, privilegiamos a informação estatística recolhida junto do Instituto de Emprego da Madeira, IP-
RAM, no período de 2011 a 2015.
O IEM, IP-RAM foi criado a 18 de abril de 2009 (Decreto Legislativo Regional 3/2013/M, de 2 de janeiro), sendo um
Instituto Público dotado de personalidade jurídica, autonomia administrativa e financeira e de património próprio.
Tem por missão a coordenação e execução da política de emprego na Região Autónoma da Madeira, através da
implementação de medidas ativas e de ações de promoção do emprego e combate ao desemprego.
De forma a estruturar a intervenção pública no âmbito do emprego, foram definidos cinco eixos estratégicos no
Plano Regional de Emprego para o período 2012-202020, a saber: a) promover a criação de emprego e combater o
desemprego; b) combater o desemprego jovem e promover a transição para a vida ativa; c) reforçar a educação e a
qualificação da população madeirense; d) fomentar a inclusão social e a inserção no mercado de trabalho de pessoas
desfavorecidas; e) impulsionar o crescimento sustentável.
Apresenta-se de seguida uma análise sumária dos principais indicadores nesta temática, cabendo previamente referir
que o Concelho se encontra dotado de dois polos de emprego, localizados nas freguesias de Câmara de Lobos e
Estreito de Câmara de Lobos, cujo principal objetivo é apoiar a inserção ou reinserção de jovens e adultos
desempregados no mercado de trabalho, em estreita cooperação e articulação com o IEM, IP-RAM.
2.1. Taxa de atividade e Taxa de desemprego
A taxa de atividade permite analisar o peso percentual da população ativa sobre o total da população. Em 1991,
Câmara de Lobos possuía uma taxa de atividade de 34,9% que aumentou, progressivamente, até atingir 41,3%, em
2001 e 45,6%, em 2011, o que traduz um maior peso da população ativa, no total de população do Concelho. De
referir, ainda que, desde 1991, a taxa de atividade masculina manteve-se superior à feminina. No entanto, esta
diferença passou a ser menos expressiva a partir de 2011 (gráfico EM1).
20 Vide www.iem.gov-madeira.pt
Diagnóstico Social Participado | 2016
76
Gráfico EM1 - Taxa de atividade na RAM e Concelho, de 1991 a 2011
Na década de 2001 a 2011, ocorreu um aumento significativo nas taxas de desemprego, quer a nível a nível da Região,
quer a nível do Concelho. De 2001 para 2011, Câmara de Lobos passou de uma taxa de 2,6% para 18,1%, enquanto
a RAM passou de 4,6% para 14,6%.
Nos anos de 1991 e 2011, o Concelho apresentava taxas superiores às da RAM, representando, neste último ano,
o segundo concelho com a maior taxa de desemprego da RAM (18,1%), ao contrário do ano 2001, em que a taxa
de desemprego na RAM foi superior à do Concelho.
Em 1991 e 2001, tanto a nível da Região como do Concelho, o desemprego nas mulheres manifestou-se superior ao
dos homens, situação que se inverteu em 2011 (gráfico EM2).
Gráfico EM2 - Taxa de desemprego na RAM e Concelho, de 1991 a 2011
0
5
10
15
20
25
HM H M HM H M HM H M
1991 2001 2011
7,8
4,3
16
2,61,7
4,1
18,1
21,3
14,2
RAM Câmara de Lobos
0
10
20
30
40
50
60
HM H M HM H M HM H M
1991 2001 2011
34,9
51,8
20
41,3
54,1
29,4
45,6
51,8
39,8
RAM Câmara de Lobos
Fonte: INE, Censos 1991-2011
Taxa de atividade = população ativa / total da população x 100
Fonte: INE, Censos 1991-2011
Taxa de desemprego = população desempregada / população ativa x 100
Diagnóstico Social Participado | 2016
77
2.2. População empregada por setor de atividade
Em 2011, o Concelho possuía 13.316 pessoas empregadas (menos 620 que em 2001). Esta população encontrava-se
essencialmente empregada no setor terciário que ocupava 9.463 indivíduos, ou seja, 71% da população empregada,
com especial incidência no setor terciário – área económica. Relativamente à restante população empregada,
encontrava-se assim distribuída: 24% no setor secundário e 5% no setor primário (gráfico EM3).
Gráfico EM3 - População empregada por setor de atividade, no Concelho, no ano 2011
2.3. Desemprego Registado
No final do ano de 2011, encontravam-se inscritas, para efeitos de emprego, no Instituto de Emprego, IP-RAM, 2.951
pessoas residentes no Concelho, correspondendo a cerca de 16% do total de inscritos na RAM (19.016).
De dezembro de 2011 até dezembro de 2012, observou-se um aumento dos níveis de desemprego, quer a nível
regional (25%), quer a nível concelhio (24%). Nos anos seguintes, registou-se um decréscimo progressivo do
desemprego na RAM, correspondendo a uma redução de 7,6%, entre dezembro de 2012 e junho de 2015.
De dezembro de 2012 a dezembro de 2014, registou-se uma redução de 8,2% inscritos (menos 300 indivíduos),
residentes no Concelho, no entanto, em junho de 2015, deu-se um acréscimo de 99 inscritos (gráfico EM4).
Fonte: INE, Censos 2011
5%
24%
28%
43%
Primário Secundário Terciário (social) Terciário (económico)
Diagnóstico Social Participado | 2016
78
Gráfico EM4 - Desemprego registado na RAM e Concelho, de 2011 a 2015
2.3.1. Desemprego registado por freguesia
Relativamente ao desemprego registado, por freguesia, no período mais recente (junho 2015), observa-se que a
freguesia de Câmara de Lobos possuía, em média, 52% do total de desempregados inscritos. Seguiam-se as freguesias
do Estreito de Câmara de Lobos, com 28%, do Jardim da Serra, com 9%, do Curral das Freiras, com 6%, e da Quinta
Grande, com 5% dos desempregados (gráfico EM5).
Numa análise genérica dos inscritos, por género, em junho 2015, conclui-se que o desemprego atingia sobretudo os
homens, rondando valores médios na ordem dos 60%, no período de referência. Nesta mesma data, registavam-se
2.001 inscritos do género masculino e 1.449 do género feminino (Fonte: IEM, IP-RAM).
Gráfico EM5 - Evolução do desemprego registado, por freguesia, de 2011 a 2015
1 652
1 9371 834
1 709 1 790
167 224 187 181 210
811
1 034 1 021 982 965
198 263 267 289 296123 193 196 190 189
0
500
1 000
1 500
2 000
2 500
V.A. V.A. V.A. V.A. V.A.
DEZEMBRO/11 DEZEMBRO/12 DEZEMBRO/13 DEZEMBRO/14 JUNHO/15
N.º
Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de Câmara de Lobos Jardim da Serra Quinta Grande
2 9513 651 3 505 3 351 3 450
19 016
23 74122 758 22 603
21 944
0
5 000
10 000
15 000
20 000
25 000
Dezembro/11 Dezembro/12 Dezembro/13 Dezembro/14 Junho/15
Concelho de Câmara de Lobos RAM
Fonte: IEM, IP
Fonte: IEM, IP
Diagnóstico Social Participado | 2016
79
Quanto à evolução do desemprego registado, nas freguesias, particularmente no período de 2012 a 2015, é de
assinalar a constante redução do número de desempregados, no Estreito de Câmara de Lobos, que passou de 1.034
desempregados, em 2012, para 965, em 2015. Por sua vez, a freguesia do Jardim da Serra, registou um acréscimo de
desempregados nesse mesmo período. Nas restantes freguesias, houve uma maior oscilação dos níveis de
desemprego registado (gráfico EM5).
2.3.2. Desemprego registado por grupo etário
No que concerne à distribuição etária dos desempregados, no período de 2011 a 2015, verifica-se que enquanto
houve uma diminuição de jovens desempregados inscritos, com menos de 25 anos (a percentagem variou de 19,7%
para 15%), ocorreu um aumento de 4,7%, no grupo de desempregados, com idade superior a 25 anos (a percentagem
passou de 80,3% para 85,0%) (gráfico EM6).
Gráfico EM6 - Desemprego registado por grupo etário, na RAM e Concelho, em 2011 e 2015
À semelhança da RAM, no Concelho, registaram-se percentagens acima dos 80% de desempregados, com idade igual
ou superior a 25 anos, tanto em 2011 (80,3%) como em 2015 (85,0%) (gráfico EM6).
19,7 15,0 16,7 12,1
80,3 85,0 83,3 87,9
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Dezembro/11 Junho/15 Dezembro/11 Junho/15
Câmara de Lobos RAM
< 25 anos de idade ≥ 25 anos de idade
Fonte: IEM, IP
Diagnóstico Social Participado | 2016
80
Gráfico EM7 - Evolução do desemprego registado, segundo o grupo etário, nas freguesias, em junho
2015
Considerando o número total de desempregados, inscritos no IEM, IP-RAM, por grupo etário, em junho de 2015,
verifica-se que a freguesia de Câmara de Lobos agregava 55% de desempregados, com idades até aos 25 anos e 51%
com 25 e mais anos. Seguia-se a freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, com 27% dos inscritos, com idades
inferiores a 25 anos e 28% dos inscritos, com 25 e mais anos de idade (gráfico EM7).
2.3.3. Desemprego registado por nível de instrução
A análise do desemprego registado no Concelho, em 2015, segundo o nível de instrução, revela um deficit de
qualificações dos desempregados, observando-se que 65,9% dos inscritos possuíam, no máximo, o 2º ciclo do ensino
básico, valor acima da média regional (53,1%) (gráfico EM8).
Gráfico EM8 - Desemprego registado por nível de instrução, na RAM e Câmara de Lobos, em junho
de 2015
293
32140
36 28
1 497
178
825
260161
0
200
400
600
800
1 000
1 200
1 400
1 600
Câmara de LobosCurral das Freiras Estreito de
Câmara de Lobos
Jardim da Serra Quinta Grande
< 25 anos de idade ≥ 25 anos de idade
412
1 123737
475 555148
1 419
5 772
4 470
3 452
4 832
1 999
0
1 000
2 000
3 000
4 000
5 000
6 000
7 000
Nenhum
Nível de
Instrução
Básico - 1.º
Ciclo
Básico - 2.º
Ciclo
Básico - 3.º
Ciclo
Secundário Superior
Câmara de Lobos RAM
Fonte: IEM, IP
Fonte: IEM, IP
Diagnóstico Social Participado | 2016
81
Na RAM, os desempregados possuíam maioritariamente o 1.º ciclo do ensino básico (5.772) e o ensino secundário
(4.832). No Concelho, conforme referido anteriormente, os desempregados, possuíam sobretudo o 1.º ciclo (1.123)
e o 2.º ciclo (737) (gráfico EM8).
Gráfico EM9 - Desemprego registado por nível de instrução, nas freguesias do Concelho, em junho
2015
À semelhança dos anos anteriores, em junho de 2015, em todas as freguesias, a maioria dos desempregados inscritos
no IEM, IP-RAM possuía o 1.º ciclo do ensino básico, representando no total 33% dos inscritos.
De seguida, destacava-se o 2.º ciclo, em todas as freguesias, à exceção da freguesia do Curral das Freiras que detinha
25,2% dos desempregados inscritos com “nenhum nível de escolaridade”.
O maior número de inscritos com o 3.º ciclo do ensino básico pertencia à freguesia do Jardim da Serra, com uma
representatividade de 17%, em relação ao total da população desempregada da freguesia.
O maior número de desempregados, com o nível secundário, pertencia à freguesia da Quinta Grande, com uma
representatividade de18%, face ao total de inscritos, nesta mesma freguesia (gráfico EM9).
A proporção de desempregados inscritos, com o ensino superior, era mais representativa nas freguesias do Estreito
de Câmara de Lobos e de Câmara de Lobos, com 4,9% e 4,7%, respetivamente (Fonte: IEM, IP-RAM).
175
561
414
250
305
8553
7632 21 25
3
128
326
190
126148
4740
9855 55 38
101662 46
23 393
0
100
200
300
400
500
600
Nenhum Nível
de Instrução
Básico - 1.º
Ciclo
Básico - 2.º
Ciclo
Básico - 3.º
Ciclo
Secundário Superior
Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de Câmara de Lobos
Jardim da Serra Quinta Grande
Fonte: IEM, IP
Diagnóstico Social Participado | 2016
82
2.3.4. Desemprego registado por tempo de inscrição
No período de 2013 a 2015, as percentagens de desemprego registadas na RAM e em Câmara de Lobos, segundo o
tempo de inscrição, revelam que o desemprego de longa duração (≥ 1 ano de inscrição) prevalecia sobre o
desemprego de curta duração (< 1 ano de inscrição), o que não se verificou nos anos de 2011 e 2012 (gráfico EM10).
Gráfico EM10 - Desemprego registado, segundo o tempo de inscrição, no Concelho, de 2011 a 2015
Na RAM, em junho de 2015, existia uma diferença de 2.006 desempregados, entre os inscritos com um ou mais anos
de inscrição e os inscritos há menos de um ano. Em Câmara de Lobos, essa diferença era de 154 desempregados
(gráfico EM11).
Gráfico EM11 - Desemprego registado, segundo o tempo de inscrição na RAM e Concelho, em
junho 2015
1 643
1 937
1 592 1 535
1 648
1 308
1 714
1 9131 836
1 802
0
500
1 000
1 500
2 000
2 500
Dez/11 Dez/12 Dez/13 Dez/14 Jun/15
< 1 ano de inscrição ≥ 1 ano de inscrição
9 969
1 648
11 975
1 802
0
5 000
10 000
15 000
20 000
25 000
RAM Câmara de Lobos
< 1 ano de inscrição ≥ 1 ano de inscrição
Fonte: IEM, IP
Fonte: IEM, IP
Diagnóstico Social Participado | 2016
83
No que se refere ao tempo de inscrição dos desempregados, provenientes das várias freguesias, em junho de 2015,
as freguesias do Estreito de Câmara de Lobos, do Jardim da Serra e da Quinta Grande, apresentavam dinâmicas
semelhantes às da RAM e às do Concelho, ou seja, o desemprego de longa duração era superior ao de curta duração.
Por sua vez, a freguesia do Curral das Freiras registou o mesmo número de desempregados, nos dois parâmetros,
enquanto a freguesia de Câmara de Lobos foi a única a registar um maior número de desempregados inscritos de
curta duração (gráfico EM12).
Gráfico EM12 - Desemprego registado por freguesia e tempo de inscrição, nas freguesias, em junho
2015
2.3.5. Desemprego registado por atividade económica
Relativamente à atividade económica de origem dos desempregados, salienta-se que entre 2011 a 2015, houve uma
tendência para aumento de desempregados provenientes da área de “serviços”, contrastando com uma evolução
inversa no setor da “indústria, energia e água e construção” (Fonte: IEM, IP-RAM).
Gráfico EM13 - Desemprego registado, por atividade económica do último emprego, na RAM e
Concelho, em junho 2015
907
105
427131 78
883
105
538
165 1110
200
400
600
800
1 000
1 200
1 400
1 600
1 800
2 000
Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de Câmara
de Lobos
Jardim da Serra Quinta Grande
< 1 ano de inscrição ≥ 1 ano de inscrição
96 3711 163
5 809
1 795
13 478
0
2 000
4 000
6 000
8 000
10 000
12 000
14 000
16 000
Câmara de Lobos RAM
Agric.,pecuária,caça, silvic.e pesca Indústria,energia e água e construção Serviços
Fonte: IEM, IP
Fonte: IEM, IP
Diagnóstico Social Participado | 2016
84
No 2.º trimestre de 2015, analisando a distribuição percentual relativa aos setores de origem dos desempregados e
considerando, como referência, os 3.054 candidatos a novo emprego, conclui-se que 58,8% trabalhavam em
atividades do setor dos “serviços”, 38,1% provinham do setor da “indústria, energia e água e construção”, com
particular relevo para a construção e 3,1% provinham da “agricultura” (gráfico EM13).
Gráfico EM14 - Desemprego por atividade económica, nas freguesias, em junho 2015
Em todas as freguesias, existia uma superioridade de desempregados oriundos dos setores secundário e terciário
(gráfico EM14).
2.3.6. Desemprego registado por profissões
No que respeita ao desemprego registado por profissões, no Concelho, em junho de 2015, podemos salientar que
existiam três grupos distintos que correspondiam a 48,5% do total de desempregados registados, nomeadamente,
“trabalhadores de limpeza”, “trabalhadores qualificados da construção e similares, exceto eletricista” e
“trabalhadores não qualificados da indústria extrativa, construção, indústria transformadora e transportes” (gráfico
EM15).
46 8 29 8 5
562
68
359
102 72
965
114
470
15393
0
200
400
600
800
1 000
1 200
Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de
Câmara de Lobos
Jardim da Serra Quinta Grande
Freguesia
Agric.,pecuária,caça, silvic.e pesca Indústria,energia e água e construção Serviços
Fonte: IEM, IP
Diagnóstico Social Participado | 2016
85
Gráfico EM15 - Profissões com mais desemprego registado, no Concelho, em junho 2015
2.4. Subsídio de desemprego
De acordo com os dados do INE, entre 2004 e 2014, houve um aumento de 8.690 beneficiários do subsídio de
desemprego do Instituto de Segurança Social, IP-RAM na Região. No Concelho, esse aumento foi de 1.651
beneficiários.
Os anos de 2012 e 2013, foram aqueles em que se registou o maior número de beneficiários de subsídio de
desemprego, na RAM e no Concelho, tendo havido tendência para decréscimo, a partir de 2014 (gráfico EM16).
Gráfico EM16 - N.º de beneficiários de subsídio de desemprego, na RAM e Concelho, de 2004 a 2014
602 592
379
280
150 133 132 103 80 76
-
500
1000
Trabalhadores de limpezaTrabalhadores qualificados da construção e similares, exceto eletricistaTrab. não qualif. da ind. ext., construção, ind. transf. e transportesVendedoresCondutores de veículos e operadores de equipamentos móveisEmpregados de escritório, secretários em geral e operadores de processamento de dadosAssistentes na preparação de refeiçõesTrabalhadores dos resíduos e de outros serviços elementaresAgricultores e trab. qualificados da agricultura e prod. animal, orientados para o mercadoTrabalhadores dos cuidados pessoais e similares
6 909 7 4168 386
9 41710 186
13 26714 730 14 301
16 900 17 249
15 599
684 741 898 1 126 1 337 1 897 2 279 2 353 2 769 2 757 2 335
0
2 000
4 000
6 000
8 000
10 000
12 000
14 000
16 000
18 000
20 000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
N.º
RAM Câmara de Lobos
Fonte: IEM, IP
Fonte: INE
Nota: Inclui beneficiários de subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego inicial, subsídio social de desemprego
subsequente e prolongamento de subsídio social de desemprego.
Diagnóstico Social Participado | 2016
86
No ano de 2014, quer na RAM quer no Concelho, a maioria dos beneficiários de subsídio de desemprego do Instituto
de Segurança Social, IP-RAM possuíam idades entre os 30 e os 49 anos (gráfico EM17).
Gráfico EM17 - N.º de beneficiários de subsídio de desemprego, segundo o grupo etário, na RAM e
Concelho, no ano 2014
2.5. Ofertas de emprego
Os dados relativos às ofertas de emprego, por grupos de profissões, desagregados por freguesias, só foram possíveis
a partir do ano de 2013. Deste modo, registaram-se 116 vagas, em 2013, no Concelho, havendo uma tendência para
a diminuição das ofertas (menos 46 ofertas registadas em junho de 2015, comparativamente ao ano de 2013), em
todas as freguesias (gráfico EM18).
Constata-se que era na freguesia de Câmara de Lobos que predominavam as ofertas de emprego, representando
71% do total das ofertas do Concelho (valor médio dos anos em referência). Do total de 283 ofertas registadas, nos
três anos em análise, 201 pertenciam à freguesia de Câmara de Lobos (Fonte: IEM, IP-RAM).
Gráfico EM18 - Evolução do n.º de ofertas de emprego, no Concelho, de 2013 a 2015
116
97
70
0
20
40
60
80
100
120
140
2013 2014 2015 (JAN/JUN)
629
1 502
4 356 4 337
2 107
2 668
122286
614 699
305 309
0
500
1 000
1 500
2 000
2 500
3 000
3 500
4 000
4 500
5 000
Menos de 25
anos
25-29 anos 30-39 anos 40-49 anos 50-54 anos 55 e mais
anos
N.º
RAM Câmara de Lobos
Fonte: IEM, IP
Fonte: INE
Nota: Inclui beneficiários de subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego inicial, subsídio social de desemprego
subsequente e prolongamento de subsídio social de desemprego.
Diagnóstico Social Participado | 2016
87
No período de janeiro a junho de 2015, o grupo dos “trabalhadores dos serviços pessoais” correspondia ao grupo
com maior número de ofertas (26), seguindo-se o grupo dos “trabalhadores dos resíduos e de outros serviços
elementares” (6) e o dos “trabalhadores qualificados da metalurgia, metalomecânica e similares” (5) (gráfico EM19).
Gráfico EM19 - Ofertas de emprego por grupos de profissões, no Concelho, de janeiro a junho 2015
2.6. Colocações
Apesar de apenas ter sido possível apurar as colocações, a partir do ano de 2013, constata-se que de 2013 para
2014, houve uma diminuição de 26,8%, no total de colocações, registando-se uma maior prevalência de colocações
na área dos “serviços”, seguindo-se a “indústria, energia e água e construção” e a “agricultura, produção animal,
caça, floresta e pesca” (gráfico EM20).
Gráfico EM20 - Evolução das colocações, por atividade económica, no Concelho, de 2013 a 2015
59
31 3034 34
114 6 2
0
20
40
60
80
2013 2014 2015 (JAN/JUN)
Serviços
Indústria, Energia e Água e Construção
Agricultura, Produção Animal, Caça, Floresta e Pesca
26
64 4 5
3 3 3 3 2 2
-
10
20
30
2015 (JAN/JUN)
Trabalhadores dos serviços pessoaisTrabalhadores dos resíduos e de outros serviços elementaresAssistentes na preparação de refeiçõesVendedoresTrabalhadores qualificados da metalurgia, metalomecânica e simil.Técnicos de nível intermédio, das áreas financeira, administrativa e dos negóciosTrabalhadores qualificados em eletricidade e em eletrónicaTrabalhadores qualificados da construção e similares, exceto eletricistaTrabalhadores de limpezaPessoal de apoio direto a clientesTrabalhadores da transf. alimentos, da madeira, do vestuário e outras ind. e artesanato
Fonte: IEM, IP
Fonte: IEM, IP
Diagnóstico Social Participado | 2016
88
Relativamente às colocações por grupos de profissões (janeiro/junho 2015), conclui-se que houve um maior número
de colocações na profissão de “trabalhadores dos serviços pessoais” e “trabalhadores dos resíduos e de outros
serviços elementares” (gráfico EM21).
Gráfico EM21 - Colocações por grupo de profissões, no Concelho, em junho 2015
De referir, ainda, que segundo dados do IEM, IP-RAM, no período entre janeiro a junho de 2015, a freguesia de
Câmara de Lobos foi a que registou o maior número de colocações (37 no total de 43), em todos os grupos de
profissões, à exceção da “agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca”.
14
6
43
2 2 2
-
5
10
15
2015 (JAN/JUN)
Trabalhadores dos serviços pessoaisTrabalhadores dos resíduos e de outros serviços elementaresTrabalhadores qualificados da metalurgia, metalomecânica e simil.Assistentes na preparação de refeiçõesVendedoresTrab. não qualif. da ind. ext., construção, ind. transf. e transportesTrabalhadores de limpeza
Fonte: IEM, IP
Diagnóstico Social Participado | 2016
90
3. Formação Profissional
A Lei de Bases do Sistema Educativo define que a Formação Profissional constitui um complemento na preparação
para a vida ativa, proporcionando uma integração dinâmica no mundo do trabalho, através da aquisição de
conhecimentos e de competências profissionais, por forma a responder às necessidades de desenvolvimento e à
evolução tecnológica. Refere, ainda, que a Formação Profissional deve apresentar uma estrutura baseada em modelo
institucional e pedagógico, suficientemente flexível, que permita integrar os alunos com níveis de formação e
características diferenciadas.
A Formação Profissional é uma realidade que tem vindo a crescer em Portugal, devido às rápidas transformações
tecnológicas que exigem uma melhoria dos conhecimentos e competências técnicas e profissionais dos cidadãos.
Este tipo de formação, proporciona uma preparação adequada para o exercício de uma atividade profissional,
valorizando a personalidade do indivíduo, os conhecimentos já adquiridos e as experiências vividas, com vista a
permitir uma melhor inserção social.
A nível regional, a Formação Profissional tem abrangido, nos últimos anos, as seguintes modalidades: Cursos de
Educação e Formação (CEF), Cursos Profissionais (CP), Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA), Cursos
de Aprendizagem, processos Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) e Formações
Modulares (FM).
A oferta formativa de Educação e Formação destina-se, preferencialmente, a jovens com idade igual ou superior a
15 anos, em risco de abandono escolar ou que abandonaram a escola, antes da conclusão da escolaridade do ensino
secundário, bem como àqueles que após conclusão dos 12 anos de escolaridade, não possuindo uma qualificação
profissional, pretendem adquiri-la para ingresso no mundo do trabalho.
Os Cursos Profissionais destinam-se a jovens com o 9.º ano de escolaridade ou formação equivalente e têm como
principais objetivos, o desenvolvimento de competências pessoais e profissionais, a adequação da oferta formativa
às necessidades de trabalho e a preparação para o acesso a formações pós-secundárias ou ao ensino superior.
Os Cursos de Educação e Formação de Adultos, correspondem a oferta de educação e formação dirigida a adultos
(idade igual ou superior a 18 anos, e a título excecional, com idade inferior) que pretendem elevar as suas
qualificações, através de percursos de dupla certificação ou apenas de habilitação escolar.
Os Cursos de Aprendizagem permitem obter uma certificação escolar e profissional, privilegiando a inserção no
mercado de trabalho, através da forte componente de formação realizada em contexto de empresa. Destinam-se a
jovens com idade entre 14 e 24 anos e com o 9.º ano de escolaridade ou nível de escolaridade superior, sem
conclusão do 12.º ano. Os processos de RVCC, desenvolvidos nos CQEP (Centros para a Qualificação e o Ensino
Profissional), consistem no reconhecimento de competências adquiridas pelos adultos, ao longo da vida, em
contextos formais, informais e não-formais, tendo em vista a certificação escolar e/ou profissional. As Formações
Modulares são capitalizáveis para a obtenção de uma ou mais qualificações, constantes do Catálogo Nacional de
Qualificações, integradas no âmbito da formação contínua de ativos, dando a possibilidade aos adultos de adquirir
mais competências escolares e profissionais.
Diagnóstico Social Participado | 2016
91
3.1. Oferta formativa
No ano letivo de 2013/2014, a oferta formativa profissional nas escolas do Concelho foi diversificada, a nível do 3.º
Ciclo e Secundário, abrangendo as modalidades dos Cursos de Educação e Formação (CEF), Cursos Profissionais
(CP) e Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA).
No que se refere ao 2.º ciclo, existia apenas a oferta do curso de EFA B2, enquanto no 3.º ciclo foram oferecidos
13 cursos CEF, o curso EFA B3 e dupla certificação de operador/a de informática. A nível do secundário, existia
oferta de 2 cursos CEF, 6 cursos profissionais e cursos EFA certificação escolar (A, B e C) e dupla certificação. Os
cursos CEF e CP funcionavam em regime diurno e os cursos EFA em regime noturno.
Quadro F1 - Oferta Formativa Profissional - ano letivo 2013/2014
Nível de escolaridade Curso Regime
2.º Ciclo EFA Escolar - E. Básico - Tipo B2 Noturno
3.º Ciclo
CEF
Apoio Familiar - Tipo 2
Diurno
Assistente Administrativo - Tipo 2
Cozinheiro - Tipo 2
Curso de Instalação e Reparação de Computadores
Curso Práticas Administrativas - Tipo 2
Práticas Técnico Comerciais- Tipo 2
Instalação e Oper. de Sistemas Informáticos- Tipo 2
Instalador/Reparador de Computadores - Tipo 3
Jogador de Futebol - Tipo 2
Operador de Informática - Tipo 2
Operador de manutenção hoteleira - Tipo 2
Operador/a Agrícola - Horticultura/Fruticultura Biológica
Práticas Técnico Comerciais - Tipo 3
EFA Operador/a de Informática
Noturno EFA Escolar - E. Básico - Tipo B3
Secundário
EFA
EFA - Tipo A, B e C - Turma regular sem DC
Noturno
EFA Escolar - E. Secundário - Tipo A
EFA Escolar - E. Secundário - Tipo B
EFA Escolar - E. Secundário - Tipo C
Técnico de Apoio à Gestão Desportiva
Técnico de Gestão Desportiva
Técnico/a de Informática - Sistemas
CEF Curso de Formação Complementar de Téc. de vendas
Diurno Operador de Armazenagem - Tipo 4
CP
Curso Profissional de Restauração e Bar
Diurno
Técnico de Multimédia
Técnico de Desenho Digital 3D
Técnico de Informática de Gestão
Técnico de Apoio à Gestão Desportiva
Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos
Fonte: OERAM
Diagnóstico Social Participado | 2016
92
3.2. Evolução do n.º de alunos, segundo a modalidade, regime, turmas, por ciclo e curso
Os cursos CEF de 2.º Ciclo funcionaram apenas até ao ano letivo 2011/2012, possuindo 16 alunos em 2010/2011, e
11 alunos em 2011/2012. Os cursos EFA revelaram uma quebra no número de alunos, entre 2010/2011 e 2012/2013,
recuperando no ano letivo seguinte (gráfico F1).
Gráfico F1 - Evolução do n.º de alunos CEF e EFA - 2.º Ciclo, de 2010 a 2014
Os cursos CEF de 3.º Ciclo registaram, sensivelmente, o mesmo número de alunos, entre os anos letivos de
2010/2011 e de 2013/2014. Já nos cursos EFA, houve uma tendência para decréscimo de alunos, passando de 128
em 2010/2011, para 97 alunos, no ano letivo 2013/2014 (gráfico F2).
Gráfico F2 - Evolução do n.º de alunos CEF e EFA - 3.º Ciclo, de 2010 a 2014
16
11
0 0
38
26
15
39
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014
N.º
Anos letivos
CEF
EFA
243
213
243229
128114
92 97
0
50
100
150
200
250
300
2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014
N.º
Anos letivos
CEF
EFA
Fonte: OERAM
Fonte: OERAM
Diagnóstico Social Participado | 2016
93
No que concerne ao ensino profissional de nível secundário, destaca-se o aumento gradual de abertura de cursos
profissionais, refletindo-se no aumento significativo do número de alunos nestes cursos. Em 2010/2011 existiam 15
alunos matriculados, e em 2013/2014, 120 alunos.
Por outro lado, a evolução do número de alunos matriculados nos cursos EFA, revela uma tendência inversa. O
número de 200 alunos, em 2011/2012, baixou para 140, em 2013/2014. Os cursos CEF – Secundário não registaram
oferta formativa nos anos letivos entre 2010/2011 e 2012/2013. No entanto, no ano letivo 2013/2014, funcionaram
três turmas, com um total de 45 alunos (gráfico F3).
Gráfico F3 - Evolução do n.º de alunos CEF, EFA e Profissional - Secundário, de 2010 a 2014
Os CEF parecem ser os mais adequados e indicados para os jovens, como alternativa ao ensino regular. As vantagens
destes cursos que se destinam a jovens com idade igual ou superior a 15 anos e baixa escolaridade, são as seguintes:
a) podem ingressar nos cursos com o 6.º ano; b) podem concluir o 9.º ano em dois anos; c) têm estágio integrado;
d) terminam o curso com uma carteira de aptidão profissional; e) a taxa de conclusão é muito elevada.
No entanto, a abertura destes cursos acarreta custos acrescidos para as escolas, uma vez que implica a contratação
de entidades ou empresas que assegurem a formação tecnológica e obrigam ao cumprimento de um elevado número
de horas, podendo forçar os docentes a lecionar nas interrupções letivas.
Os cursos profissionais têm tido grande procura e são uma excelente aposta, pois permitem aos alunos concluírem
o ensino secundário, com uma carteira profissional e a possibilidade de ingressarem no ensino superior.
3.2.1. Número médio de alunos, por turma, segundo a modalidade, por ano letivo e ciclo
Do ano letivo 2010/2011 até 2013/2014, os cursos EFA foram aqueles que apresentaram um maior número médio
de alunos, por turma, com números médios que variavam entre 10,8 e os 26,0.
No ano letivo de 2013/2014, o número médio de alunos, por turma, era mais elevado nos cursos EFA de 2.º e 3.º
Ciclos e nos cursos CEF (gráfico F4).
00 0
45
134
200
173
140
15
70
121120
0
50
100
150
200
250
2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014
N.º
Anos Letivos
CEF EFA Profissional
Fonte: OERAM
Diagnóstico Social Participado | 2016
94
À semelhança dos cursos EFA (secundário), nos cursos profissionais (secundário) tem havido uma tendência para a
redução do número médio de alunos por turma. Por exemplo, em 2010/2011, enquanto nos cursos profissionais se
registou uma média de 15 alunos, por turma, em 2013/2014, registou-se um número médio de 11 alunos (gráfico
F2). Neste último ano letivo, ocorreu a abertura de cursos CEF, a nível secundário, com um número médio de 15
alunos por turma, sobrepondo-se à média de alunos dos cursos EFA (10,8) e profissionais (10,9) (gráfico F4; quadro
F2).
Gráfico F4 - Número médio de alunos por turma, no ano letivo 2013/2014
Quadro F2 - Número médio de alunos por turma, nos anos letivos 2010/2011 a 2013/2014
Número médio alunos por turma
Total CEF EFA Profissional
201
0/2
011
2º Ciclo 18,0 16,0 19,0 -
3º Ciclo 14,8 13,5 18,3 -
Secundário 21,3 - 22,3 15,0
201
1/2
012
2º Ciclo 18,5 11,0 26,0 -
3º Ciclo 13,6 13,3 14,3 -
Secundário 15,9 - 16,7 14,0
201
2/2
013
2º Ciclo 15,0 - 15,0 -
3º Ciclo 14,6 13,5 18,4 -
Secundário 11,8 - 10,8 13,4
201
3/2
014
2.º Ciclo 19,5 - 19,5 -
3.º Ciclo 14,2 13,5 16,2 -
Secundário 11,3 15,0 10,8 10,9
Fonte: OERAM
0,0
19,5
0,0
13,5
16,2
0,0
15,0
10,8 10,9
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
CEF EFA Profissional
N.º
2.º Ciclo 3.º Ciclo Secundário
Fonte: OERAM
Diagnóstico Social Participado | 2016
95
3.3. Número de alunos, segundo o ciclo e modalidade, por ano letivo e freguesia de residência
No ano letivo de 2013/2014, os alunos matriculados no 2.º ciclo – EFA eram residentes, na sua maioria, nas freguesias
de Câmara de Lobos e Curral das Freiras. Relativamente aos alunos matriculados nos cursos EFA-3.º Ciclo, mais de
50% eram residentes na freguesia de Câmara de Lobos, seguindo-se a freguesia do Estreito de Câmara de Lobos,
sendo que, cerca de 15%, eram provenientes de outro concelho.
Ainda no 3.º Ciclo, as freguesias que possuíam maior número de alunos matriculados nos cursos CEF, por ordem
decrescente, eram as seguintes: Câmara de Lobos, Curral das Freiras e Estreito de Câmara de Lobos (gráfico F5).
Gráfico F5 - Alunos dos 2.º e 3.º ciclos matriculados, por freguesia de residência, no ano letivo
2013/2014
No ensino secundário, as freguesias com maior número de alunos matriculados nos cursos EFA eram, Câmara de
Lobos e Estreito de Câmara de Lobos. Nos cursos profissionais, eram as freguesias de Câmara de Lobos, Curral das
Freiras e Estreito de Câmara de Lobos. Nos cursos CEF, apenas estavam matriculados alunos de Câmara de Lobos
e Estreito de Câmara de Lobos. De fora do Concelho, estavam matriculados 22 alunos nos cursos EFA, e 2 nos
cursos profissionais (gráfico F6).
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
EFA EFA CEF
2.º Ciclo 3.º Ciclo
Fora do Concelho
Quinta Grande
Jardim da Serra
Estreito de Câmara de Lobos
Curral das Freiras
Câmara de Lobos
Fonte: OERAM
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96
Gráfico F6 - Alunos do secundário matriculados, por freguesia de residência, no ano letivo
2013/2014
3.4. Número de alunos, segundo o ciclo, modalidade e género, por freguesia de residência
No ano letivo de 2013/2014, as modalidades com maior número de alunos matriculados eram as seguintes: CEF –
3.º Ciclo (229 alunos), EFA – Secundário (140 alunos) e os CP (120 alunos). O número de rapazes era superior ao
das raparigas, nos cursos EFA – 2.º Ciclo, CEF – 3.º Ciclo e CP (gráfico F7).
Gráfico F7 - N.º de alunos matriculados, segundo a modalidade e género, no ano letivo 2013/2014
EFA EFA CEF EFACursos
ProfissionaisCEF
Curso de
Formação
Complementa
r
2.º Ciclo 3.º Ciclo Secundário
M 27 48 125 66 79 5 11
F 12 49 104 74 41 9 20
0
50
100
150
200
250
N.º
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
EFA Cursos Profissionais CEF Curso de Formação
Complementar
Secundário
Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de Câmara de Lobos
Jardim da Serra Fora do Concelho Quinta Grande
Fonte: OERAM
Fonte: OERAM
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97
3.5. Evolução dos alunos, segundo o ciclo e modalidade e por idade
No ano letivo de 2013/2014, as idades dos formandos que frequentavam cursos EFA variavam de acordo com o
ciclo de estudos. Nos cursos EFA de nível secundário, matricularam-se alunos mais jovens, nomeadamente, entre 18
e 29 anos de idade. Nos cursos EFA de nível básico – 2.º e 3.º Ciclo (B2 e B3) – as idades situavam-se entre os 16 e
59 anos, sendo que no B2, existia predominância das seguintes faixas etárias: menos de 19 anos, entre 35 e 39 anos
e entre 45 e 49 anos. No B3, existia maior número de alunos nas faixas etárias até aos 24 anos e entre 35 e 44 anos
(gráfico F8).
Gráfico F8 - N.º alunos de matriculados nos cursos EFA, segundo o ciclo e grupo etário, no ano
letivo 2013/2014
Os alunos matriculados nos cursos CEF no 3.º ciclo do ensino básico, possuíam, na maioria, idades entre 15 (idade
mínima para ingresso) e 17 anos e no ensino secundário, idades entre 17 e 18 anos (gráfico F9).
0
5
10
15
20
25
30
35
≤19 anos 20 - 24
anos
25 - 29
anos
30 - 34
anos
35 - 39
anos
40 - 44
anos
45 - 49
anos
50 - 54
anos
55 - 59
anos
≥ 60 anos
2.º Ciclo 3.º Ciclo Ensino Secundário
Fonte: OERAM
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98
Gráfico F9 - N.º de alunos matriculados nos cursos CEF, segundo o ciclo e idade, no ano letivo
2013/2014
No ano letivo de 2013/2014, os alunos matriculados nos cursos profissionais, no Concelho, possuíam idades entre
15 e 23 anos, sendo que a maioria possuía entre 16 e 19 anos, com predominância de alunos com 17 anos de idade
(36 alunos) (gráfico F10).
Gráfico F10 - N.º de alunos matriculados nos Cursos Profissionais, por idade, no ano letivo
2013/2014
2
21
36
26
20
8
5
2
15 anos
16 anos
17 anos
18 anos
19 anos
20 anos
21 anos
23 anos
Idades
25
86
58
40
13
5
2
0
2
7
12
16
6
2
0 20 40 60 80 100
14 anos
15 anos
16 anos
17 anos
18 anos
19 anos
21 anos
Ensino Secundário Ensino Básico - 3.º Ciclo
Fonte: OERAM
Fonte: OERAM
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99
3.6. Taxa de conclusão dos alunos, segundo o ciclo e modalidade e por ano letivo, de 2010 a 2014
Os cursos CEF e CP têm apresentado, ao longo dos últimos anos letivos, taxas de conclusão superiores a 80%,
alcançando, em alguns casos, taxas superiores a 90%.
No ano letivo 2013/2014, o curso CEF tipo 3 registou uma taxa de conclusão de 100%. A taxa de conclusão mais
baixa (81,3%) registou-se nos cursos profissionais (quadro F3).
Quadro F3 - Número médio de alunos por turma, nos anos letivos 2010/2011 a 2013/2014
Ano Letivo
2.º
Ciclo 3.º Ciclo Secundário
CEF
CEF Curso
Profissional
CEF
Total Tipo 2 Tipo 3 Total Tipo 4 C. Formação
Complementar
2010/2011 81,3% 86,9% 87,3% 85,2% - - - -
2011/2012 90,9% 92,6% 93,6% 87,5% 93,3% - - -
2012/2013 - 91,2% 89,7% 95% - - - -
2013/2014 - 93,7% 91,1% 100% 81,3% 88,9% 92,9% 87,1%
Fonte: OERAM
3.7. Apoio Social Escolar
Os alunos que revelam maiores dificuldades económicas e que frequentam os cursos CEF e CP, são apoiados pela
ASE, em livros e refeições (exceto os adultos). A nível de transporte, apenas são apoiados aqueles que frequentam
cursos que não funcionam no concelho de residência.
Entre os anos letivos de 2010/2011 e 2013/2014, houve uma tendência para um aumento do número de alunos
apoiados com os 1.º e 2.º escalões. No 1.º escalão, passou-se de 140 alunos para 163 alunos, e no 2.º escalão, passou-
se de 72 para 110 alunos. No 3.º escalão não se registaram praticamente alunos com ASE (3 alunos). Por sua vez, os
alunos sem apoio também aumentaram, passando de 362 alunos para 392 alunos (gráfico F11).
Diagnóstico Social Participado | 2016
100
Gráfico F11 - N.º de alunos, segundo o escalão de apoio social escolar, nos cursos CEF e CP, de 2010
a 2014
No ano letivo de 2013/2014, cerca de 59% dos alunos do Concelho matriculados nos cursos acima mencionados,
não possuíam apoio de ASE. Entre os que recebiam apoio, 24% eram apoiados com o escalão 1 e 17% com o escalão
2 (gráfico F12).
Gráfico F12 - Distribuição dos alunos pelo escalão de apoio escolar, no ano letivo 2013/2014
Fonte: OERAM
Fonte: OERAM
2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014
Escalão 1 140 134 170 163
Escalão 2 72 78 101 110
Escalão 3 0 3 0 0
Sem apoio 362 419 373 397
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
N.º
Escalão 124%
Escalão 217%
Escalão 30%
Sem apoio59%
Diagnóstico Social Participado | 2016
101
3.8. Número de alunos matriculados no Instituto para a Qualificação, IP-RAM, segundo a freguesia
de residência
Nos anos letivos de 2010/2011 a 2013/2014, o número de alunos matriculados no Instituto para a Qualificação da
Madeira (IQ, IP-RAM), provenientes do Concelho, foi pouco expressivo. A freguesia de Câmara de Lobos foi a única
que revelou um ligeiro aumento no número de alunos inscritos, entre 2010/2011 e 2013/2014. Na freguesia do
Estreito de Câmara de Lobos houve uma diminuição de 5 alunos, de 2010/2011 para 2013/2014 (gráfico F13).
Gráfico F13 - N.º de alunos matriculados no IQ, IP-RAM, segundo a freguesia de residência, de 2010
a 2014
3.9. Número de alunos matriculados no IQ, IP-RAM, segundo a modalidade ou curso de
formação, por freguesia de residência, idade e género
Os cursos do IQ, IP-RAM, frequentados por alunos residentes no Concelho, no ano letivo 2013/2014, foram os
seguintes: Técnico de Relações Laborais (3 alunos), Técnico de Vendas (3 alunos), Técnico de Manutenção Industrial
(2 alunos), Esteticista Cosmetologista (2 alunos), Técnico de Receção e Orçamentação de Oficina (1 aluno) e
Cabeleireiro (1 aluno) (gráfico F14).
Fonte: OERAM e CFPM
6
1
6
1 1
2
1
4
1 1
4
1 1
0 0
8
2
1
0
1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de Câmara
de Lobos
Jardim da Serra Quinta Grande
2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014
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102
Gráfico F14 - N.º de alunos do IQ, IP-RAM, residentes no Concelho, por curso de formação, no ano
letivo 2013/2014
Com base nos indicadores de Formação Profissional, atrás mencionados, apresentam-se, de seguida, alguns pontos
para reflexão e sugestões de melhoria:
a. Para uma oferta formativa adequada às necessidades do Concelho, propõe-se realizar reuniões entre os
órgãos de gestão das escolas e os respetivos parceiros sociais locais e regionais (IEM-IP, ISSM-IP, Câmara
Municipal, Juntas de Freguesia e Casas do Povo), para fazer o levantamento das necessidades de abertura
de cursos;
b. Sugere-se continuar a apostar na oferta de cursos CEF para conclusão do 3º ciclo;
c. Propõe-se a criação de parcerias que possam beneficiar a abertura dos cursos, assegurando a formação
tecnológica;
d. A abertura de cursos EFA, no regime diurno, permitiria o aumento do número de alunos adultos;
e. Manter uma oferta formativa diversificada e adequada às necessidades do Concelho contribuiria para uma
maior procura de formação, por parte da população;
f. Há necessidade de analisar o motivo por que se inscrevem menos raparigas e assegurar a possibilidade de
terminarem a sua formação;
g. Há necessidade de divulgar, mais detalhadamente, o que significa frequentar um curso de formação
profissional, tanto junto dos alunos, como dos Encarregados de Educação, tendo em atenção os seguintes
aspetos:
i. Promover ações de sensibilização ao longo do ano;
ii. Apelar ao ingresso em cursos de formação profissional, principalmente, no ensino
secundário, logo após a conclusão do 3º ciclo;
iii. Estar atentos ao facto de que há um elevado número de alunos que ingressam no ensino
regular após o 9º ano, nas escolas fora do Concelho, e que após uma ou duas retenções,
Técnico de Manutenção
Industrial ; 2
Técnico de Receção e
Orçamentação de Oficina ; 1
Técnico de Relações
Laborais; 3
Cabeleireiro ; 1
Curso de Técnico de
Vendas ; 3
Esteticista Cosmetologista ; 2
Fonte: OERAM e CFPM
Diagnóstico Social Participado | 2016
103
acabam por regressar, tentando concluir a escolaridade dentro das ofertas formativas
existentes;
iv. Reforçar as vantagens de tirar um curso profissional, nomeadamente, o facto de permitir
concluir a escolaridade obrigatória, obter um certificado e diploma de qualificação
profissional, ingressar no mundo do trabalho e a possibilidade de se candidatar à faculdade.
h. Os cursos mais procurados junto das escolas, são os ligados à hotelaria, restauração, cabeleireiro e
mecânica, mas, as ofertas formativas nem sempre coincidem com a procura, uma vez que a abertura destes
cursos implica custos elevados para as escolas, como foi referido anteriormente;
i. As escolas optam por oferecer cursos, cujo funcionamento, conseguem garantir, através do seu próprio
quadro docente especializado, havendo por esse motivo, um grande número de cursos ligados à informática
(no ano letivo de 2013/2014, funcionaram 10 cursos de Informática, nas Escolas do Concelho);
j. Relativamente aos alunos abrangidos pela escolaridade obrigatória e que frequentem cursos no Concelho,
sugere-se manter o mesmo critério de apoio, no âmbito da ASE, em relação aos transportes, desde que as
escolas possam oferecer cursos atrativos e com saídas profissionais;
k. Os alunos não abrangidos pela escolaridade obrigatória que frequentam os cursos EFA estão na quase
totalidade, em situação de desemprego, apresentando, por vezes, dificuldades a nível de deslocação (muitos
percorrem grandes distâncias a pé, por não poderem comprar passe). Assim, sugere-se a avaliação futura,
por parte das entidades competentes, relativamente à possibilidade de ser concedido algum tipo de apoio,
a nível de subsídio de transporte/passe, nas situações mais urgentes;
l. A diminuição de alunos a frequentar o Instituto para a Qualificação da Madeira (IQ, IP-RAM), provenientes
da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos deveu-se, por um lado, ao encaminhamento dessa mesma
entidade para as escolas, e por outro lado, ao aumento do leque formativo, por exemplo, da EB23 do
Estreito de Câmara de Lobos;
m. A fim de contribuir para a definição da oferta formativa do IQ, IP-RAM, bem como dos respetivos
levantamentos sobre as necessidades formativas, habitualmente efetuados por esta mesma entidade,
propõe-se efetuar um levantamento, a nível do Concelho, relativamente às necessidades formativas
específicas da população, de forma a permitir aos jovens almejarem um futuro com maior empregabilidade
e de evitar o abandono escolar precoce e a consequente emigração.
Diagnóstico Social Participado | 2016
105
4. Habitação
A habitação ocupa um lugar central no bem-estar dos cidadãos, constituindo um elemento básico de suporte nos
processos de autonomização de vida, e como tal, um dos fatores chave nas dinâmicas de inserção e Coesão Social.
Neste sentido, as políticas da habitação, a nível regional, diligenciam no sentido da melhoria das condições de
habitabilidade, baseadas, na oferta de habitação social, nos apoios à requalificação das habitações, bem como na
adequação das mesmas às necessidades de mobilidade e acessibilidade dos cidadãos, em geral, e dos grupos mais
vulneráveis, em particular, as famílias de maior dimensão, as pessoas idosas e as pessoas com deficiência e/ou
incapacidade.
Na RAM, as entidades que têm competência neste âmbito são a Investimentos Habitacionais da Madeira, EPE-RAM
e as Câmaras Municipais.
No município de Câmara de Lobos, assumem particular relevância, o Programa de Reabilitação de Imóveis
Degradados (PRID) da IHM, EPERAM, o Programa de Apoio a Estratos Sociais Desfavorecidos (PAESD) e os apoios
ao arrendamento social apoiado (Habitação Social).
Neste sentido, é de referir o reforço da Câmara Municipal e das Juntas de Freguesia, na intervenção de proximidade,
através da conjugação de uma política de habitação com uma política de reabilitação urbana e o reforço de iniciativas
de Coesão Social e de revalorização dos espaços públicos, combatendo a centralização e consolidando os laços
sociais e a melhoria de condições de acessibilidade e mobilidade.
Para uma melhor compreensão sobre esta realidade no Concelho, apresenta-se neste subcapítulo, uma breve
caraterização do parque habitacional, dando particular destaque à questão da habitação social.
4.1. Edifícios
Em 2011, o Concelho possuía 10.319 edifícios, 70% dos quais se concentravam nas freguesias de Câmara de Lobos
e Estreito de Câmara de Lobos. Por sua vez, Quinta Grande correspondia à freguesia com menos edifícios (822)
(quadro H1).
Quadro H1 - N.º de edifícios por tipo de utilização, no Concelho e freguesias, no ano 2011
Localização geográfica
N.º de edifícios por tipo de utilização 2011
Total
Edifício
exclusivamente
residencial
(100%)
Edifício
principalmente
residencial (de
50% a 99%)
Edifício
principalmente
não residencial
(até 49%)
Concelho de Câmara de Lobos 10.319 9.939 333 47
Câmara de Lobos 3.861 3.700 149 12
Curral das Freiras 901 874 17 10
Estreito de Câmara de Lobos 3.393 3.247 128 18
Quinta Grande 822 797 21 4
Jardim da Serra 1.342 1.321 18 3
Fonte: INE, Censos 2011
Diagnóstico Social Participado | 2016
106
Quanto ao tipo de utilização destes edifícios, podem ser classificados de acordo com três tipologias: “exclusivamente
residenciais”, “principalmente residenciais” e “principalmente não residenciais”. Em 2011, 96% dos edifícios no
Concelho eram exclusivamente residenciais (gráfico H1).
Gráfico H1 - Edifícios por tipo de utilização, no Concelho, no ano 2011
Segundo os Censos 2011, os edifícios existentes no Concelho, caracterizam-se por possuir, em média, 1,98 pisos
por edifício, valor ligeiramente superior ao verificado para a RAM (1,91 pisos). Câmara de Lobos é um dos concelhos
da RAM com o maior número de pisos, por edifício. A freguesia de Câmara de Lobos é a que apresenta a média
mais elevada de pisos, por edifício (2,08).
O Concelho apresentava, em 2011, 55,3% dos edifícios com 2 pisos, 26,3% com apenas 1 piso e 14,5% com 3 pisos.
Os restantes 1,3% possuíam 4 ou mais pisos (gráfico H2).
Gráfico H2 - Edifícios segundo o número de pisos, no Concelho, no ano 2011
96%
3%
1%
Edifício exclusivamente
residencial (100%)
Edifício principalmente residencial
(de 50% a 99%)
Edifício principalmente não
residencial (até 49%)
26
55
15
03
01
00
00
1 piso
2 pisos
3 pisos
4 pisos
5 pisos
6 pisos
7 ou mais pisos
Fonte: INE, Censos 2011
Fonte: INE, Censos 2011
Diagnóstico Social Participado | 2016
107
O índice de envelhecimento dos edifícios, determina a percentagem de edifícios construídos até 1960, face aos
edifícios construídos após 2001. Segundo os Censos 2011, o Concelho apresenta um índice de envelhecimento dos
edifícios de 129,6%, valor ligeiramente inferior ao da RAM (131,1%).
No que se refere ao envelhecimento dos edifícios, por freguesia, verifica-se que são as freguesias de Câmara de
Lobos e Quinta Grande que apresentam um índice mais elevado (170% e 173,1%, respetivamente). Por outro lado,
as freguesias do Jardim da Serra e do Curral das Freiras, possuem um parque habitacional mais jovem, apresentando
um índice de envelhecimento de 68,6% e 78,7%, respetivamente (mapa 4).
Mapa 4 - Índice de envelhecimento dos edifícios, nas freguesias, no ano 2011
No que se refere ao estado de conservação dos edifícios, recenseados em 2011, no Concelho, 25% dos edifícios
apresentavam necessidades de reparação, 30,5% não possuíam necessidades de reparações, e apenas 1% estavam
muito degradados. Dos 25% que demonstravam necessidades de reparação, a maioria correspondia a pequenas
reparações.
Curral das Freiras (42%) e Estreito de Câmara de Lobos (32%) correspondiam às freguesias com maior percentagem
de edifícios a necessitar de reparações. Jardim da Serra e Curral das Freiras apresentavam a maior percentagem de
edifícios muito degradados (gráfico H3).
Fonte: INE, Censos 2011
Diagnóstico Social Participado | 2016
108
Gráfico H3 - Edifícios segundo o estado de conservação, nas freguesias, no ano 2011
Em 2011, apenas 19,4% dos edifícios em Câmara de Lobos possuíam entrada acessível a pessoas com mobilidade
através de cadeira de rodas, correspondendo ao concelho da RAM com a percentagem mais baixa. Relativamente às
freguesias, essa percentagem era mais elevada no Curral das Freiras (29,19%) e em Câmara de Lobos (26,24%),
sendo que na Quinta Grande, apenas 1,82% dos edifícios facultavam a referida acessibilidade (quadro H2).
Quadro H2 - Proporção de edifícios com acessibilidade através de cadeira de rodas, no Concelho e
freguesias, no ano 2011
Localização geográfica Proporção de edifícios com acessibilidade
através de cadeira de rodas (%) 2011
Concelho de Câmara de Lobos 19,46
Câmara de Lobos 26,24
Curral das Freiras 29,19
Estreito de Câmara de Lobos 16,42
Quinta Grande 1,82
Jardim da Serra 11,92
4.2. Alojamentos
No período entre 1991 e 2011, e sobretudo, na última década, registou-se na RAM, um aumento significativo do
número total de alojamentos. Em Câmara de Lobos, registou-se um aumento de 25% de alojamentos, entre 1991 e
2001, e de 31%, entre 2001 e 2011 (gráfico H4).
0%
10%
20%
30%
40%50%
60%
70%
80%
90%100%
Concelho de
Câmara de
Lobos
Câmara de
Lobos
Curral das
Freiras
Estreito de
Câmara de
Lobos
Quinta Grande Jardim da Serra
Sem necessidade de reparação Com necessidade de reparação Muito degradado
Fonte: INE, Censos 2011
Fonte: INE, Censos 2011
Diagnóstico Social Participado | 2016
109
Gráfico H4 - Evolução do n.º de alojamentos, na RAM e Concelho, de 1991 a 2011
Em 2011, do total de alojamentos existentes em Câmara de Lobos (13.370), 13.356 eram alojamentos familiares e
14 eram alojamentos coletivos (Censos, 2011). Com base na variação do número de alojamentos familiares, verifica-
se que o aumento foi mais acentuado na década de 2001-2011, sendo de destacar o caso do Curral das Freiras que
de 1991 para 2001, perdeu 18% de alojamentos familiares, e de 2001 para 2011, registou um aumento de 70%
(quadro H3).
Quadro H3 - Variação do n.º de alojamentos familiares, no Concelho, de 1991 a 2011
Local de residência
Variação de alojamentos
familiares (%)
1991/2001 2001/2011
Região Autónoma da Madeira 19 36
Concelho de Câmara de Lobos 25 31
Câmara de Lobos 32 36
Curral das Freiras -18 70
Estreito de Câmara de Lobos -5 24
Quinta Grande 7 31
Jardim da Serra - 16
Em 2011, Câmara de Lobos possuía 13.346 alojamentos familiares clássicos, correspondendo ao terceiro concelho
da RAM com mais alojamentos desse tipo.
Do total de alojamentos existentes no Concelho, 88,53% estavam ocupados e 11,47% vagos. Dos alojamentos
ocupados, a maioria correspondia a residência habitual (10.425) e dos alojamentos vagos, a maioria destinava-se a
venda (276).
79 956
95 241
129 643
8 141 10 178 13 370
0
20 000
40 000
60 000
80 000
100 000
120 000
140 000
1991 2001 2011
Região Autónoma da Madeira Concelho de Câmara de Lobos
Fonte: INE, Censos 1991-2011
Alojamento familiar: alojamento que, normalmente, se destina a alojar apenas uma família e não é totalmente utilizado para outros fins no momento de referência.
Fonte: INE, Censos 1991-2011
Diagnóstico Social Participado | 2016
110
Nesse mesmo ano, a freguesia de Câmara de Lobos era a que apresentava maior número de alojamentos familiares
clássicos (6.213), seguindo-se Estreito de Câmara de Lobos (3.974), Jardim da Serra (1.377), Curral das Freiras (934)
e Quinta Grande (848). Por outro lado, estas duas últimas freguesias possuíam a maior percentagem de alojamentos
familiares clássicos vagos (18,52%, no Curral das Freiras, e 19,69%, na Quinta Grande) (quadro H4).
Quadro H4 - Alojamentos familiares clássicos, segundo a forma de ocupação, no Concelho e
freguesias, no ano 2011
De um modo geral, ao longo dos últimos anos, assistiu-se a uma melhoria significativa nas condições de habitabilidade
na Região. Em 2011, na RAM, os alojamentos clássicos sem pelo menos uma infraestrutura (água canalizada, sistema
de esgotos e instalação de banho ou duche) representavam apenas 1,92%. Assinale-se, no entanto, que o concelho
de Câmara de Lobos apresentava uma das percentagens mais elevadas, a nível regional, de alojamentos familiares,
sem pelo menos uma infraestrutura básica (2,94%) (gráfico H5).
Residência
habitual
Uso
sazonal ou
residência
secundária
Para
venda
Para
aluguer
Para
demolirOutros
N.º N.º % N.º N.º N.º % N.º N.º N.º N.º
Concelho de Câmara de
Lobos13.346 11.815 88,53 10.425 1.390 1.531 11,47 276 80 56 1.119
Câmara de Lobos 6.213 5.623 90,50 5.078 545 590 9,50 201 16 8 365
Curra l das Freiras 934 761 81,48 659 102 173 18,52 12 6 30 125
Estrei to de Câmara de
Lobos3.974 3.518 88,53 3.053 465 456 11,47 51 54 8 343
Quinta Grande 848 681 80,31 637 44 167 19,69 8 1 7 151
Jardim da Serra 1.377 1.232 89,47 998 234 145 10,53 4 3 3 135
TotalLocalização geográfica
Alojamentos familiares clássicos segundo a forma de ocupação 2011
Total
Alojamentos ocupados
Total
Alojamentos vagos
Fonte: INE, Censos 1991-2011
Alojamento familiar clássico: Alojamento familiar constituído por uma divisão ou conjunto de divisões e seus anexos num edifício de caráter
permanente ou numa parte estruturalmente distinta do edifício, devendo ter uma entrada independente que dê acesso direto ou através de
um jardim ou terreno a uma via ou a uma passagem comum no interior do edifício (escada, corredor ou galeria, entre outros).
Diagnóstico Social Participado | 2016
111
Gráfico H5 - Proporção de alojamentos familiares clássicos, sem pelo menos uma infraestrutura
básica, no Concelho, no ano 2011
Analisando este mesmo indicador, por freguesia, as percentagens distribuíam-se, por ordem crescente, da seguinte
forma: Curral das Freiras (7,44%), Quinta Grande (5,02%), Jardim da Serra (4,61%), Estreito de Câmara de Lobos
(2,85%) e Câmara de Lobos (1,83%) (gráfico H6).
Gráfico H6 - Proporção de alojamentos familiares clássicos, sem pelo menos uma infraestrutura
básica, no Concelho e freguesias, no ano 2011
Em 2011, existiam 161,2 alojamentos por km2 na RAM. Em Câmara de Lobos, existiam 256,4 alojamentos por km2,
traduzindo uma das densidades de alojamentos mais elevada, a nível regional.
1,92
2,94
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
2,94
1,83
7,44
2,85
5,024,61
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Concelho de
Câmara deLobos
Câmara de
Lobos
Curral das
Freiras
Estreito de
Câmara deLobos
Quinta Grande Jardim da Serra
%
Fonte: INE, Censos 2011
Fonte: INE, Censos 2011
Diagnóstico Social Participado | 2016
112
As freguesias de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara de Lobos apresentavam as densidades de alojamentos
mais elevadas do Concelho, com 804,67 alojamentos por km2 e 505,76 alojamentos por km2, respetivamente. Por
sua vez, a freguesia do Curral das Freiras era a que apresentava a densidade mais baixa (37,39 alojamentos por km2)
(mapa H2).
Mapa H2 - Densidade de alojamentos, no Concelho, no ano 2011
4.3. Habitação Social
Nas últimas duas décadas, os progressos nas condições habitacionais dos cidadãos Câmara-lobenses são inegáveis e
resultam de uma forte aposta nas políticas regionais e locais de apoio à habitação, em articulação com as políticas
de reabilitação urbana. Estas medidas tiveram grande impacto na qualidade de vida das famílias e na sua
autonomização.
Segundo dados do INE (2011), Câmara de Lobos apresenta médias superiores às da RAM, relativamente ao número
de edifícios de habitação social (136,5), de bairros sociais (9,9), de fogos de habitação social (503,2) e de pedidos de
habitação social (601,0), posicionando-se em segundo lugar, face aos restantes concelhos da RAM.
Em 2015, o Concelho possuía, ao todo, 21 bairros sociais, 967 fogos de habitação social e 3.936 inquilinos,
maioritariamente, residentes nas freguesias de Câmara de Lobos e Estreito de Câmara de Lobos (no total de fogos
da IHM, EPE e CMCL). Apenas 0,1% de inquilinos residiam na Quinta Grande, sendo esta a freguesia menos dotada
de habitação social, no Concelho. Aqui existiam, unicamente, dois fogos de habitação social, com quatro inquilinos
(Realojamento Municipal das Fontes, gerido pela Câmara Municipal de Câmara de Lobos).
No que respeita ao valor das rendas de habitação social, Câmara de Lobos apresentava, em 2012, o valor médio de
76 euros, o segundo mais elevado da RAM.
Fonte: INE, Censos 2011
Diagnóstico Social Participado | 2016
113
4.3.1. Caracterização dos bairros sociais
4.3.2. Investimentos Habitacionais da Madeira, EPERAM
A Investimentos Habitacionais da Madeira, E.P.E. (IHM, EPERAM) foi criada pelo Decreto Legislativo Regional nº
27/2004/M, de 24 de agosto, em substituição do anterior Instituto de Habitação da Madeira, mantendo, no entanto,
a mesma responsabilidade de implementar a política do Governo Regional da Madeira, no domínio do apoio à
habitação destinado a famílias mais carenciadas.
A IHM, EPERAM tem sob a sua gestão, 15 complexos de habitação social, no Concelho, onde residem 3.545 pessoas.
Bairros ou Complexos Habitacionais da IHM, EPE:
Freguesia de Câmara de Lobos: Ribeiro Real, Torre, Palmeira, Luzirão, Espírito Santo e Calçada, Padre Pita
Ferreira, Nova Cidade, Serrado do Mar, Ilhéu e Colinas Park
Freguesia do Estreito de Câmara de Lobos: Pedreira
Freguesia do Jardim da Serra: Conjunto Habitacional do Jardim da Serra
Freguesia do Curral das Freiras: Achada, Balseiras e Seara Velha
Gráfico H7 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da IHM, EPERAM, no ano 2015
Fonte: IHM, EPERAM
A maioria dos residentes nos bairros de habitação social da IHM, EPERAM, reside na freguesia de Câmara de Lobos,
nomeadamente, nos bairros da Palmeira (1.423) e Nova Cidade (625), seguindo-se Ribeiro Real e Vale Real (358),
Bairro Espírito Santo e Calçada (302), Serrado do Mar (190), Torre (186), Colinas Park (171), Ilhéu (67), Luzirão
(36) e Padre Pita Ferreira (5). De seguida, temos os bairros localizados na freguesia do Jardim da Serra (86) e no
Curral das Freiras (67). A freguesia do Estreito de Câmara de Lobos é a que possui menos inquilinos de habitação
social (total de 28 residentes), sendo que na freguesia da Quinta Grande não existem inquilinos da IHM, EPERAM
(gráfico H7).
41 17 986
28
358 302190
67
1423
625
171 186
36 50
500
1000
1500
Achada Balseiras Seara Velha Jardim da Serra Pedreira Ribeiro Real e Vale Real Espírito Santo e Calçada Serrado do Mar Ilhéu Palmeira Nova Cidade Colinas Park Torre Luzirão Padre Pita Ferreira
Diagnóstico Social Participado | 2016
114
Gráfico H8 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da IHM, EPERAM, por escalão
etário, no ano 2015
Fonte: IHM, EPERAM
No geral, os residentes nos complexos habitacionais da IHM, EPERAM, apresentam uma estrutura etária bastante
jovem, encontrando-se, na sua maioria, em idade escolar. Em primeiro lugar, temos jovens com idades
compreendidas entre os 10 e os 19 anos, seguindo-se a faixa dos 20 aos 29 anos e dos 0 aos 9 anos (gráfico H8).
Gráfico H9 - Distribuição de fogos da IHM, EPERAM, por tipologia, no ano 2015
Fonte: IHM, EPERAM
A maioria dos fogos é de tipologia T3 (381 fogos), T2 (214 fogos) e T4 (219 fogos), observando-se um número
reduzido de fogos de tipologia T1 e T0 (49 fogos) (gráfico H9).
478
787
651
421464
419
217
82
26
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
[00-09]
[10-19]
[20-29]
[30-39]
[40-49]
[50-59]
[60-69]
[70-79]
[80-89]
2 47
214
381
219
T0
T1
T2
T3
T4
Diagnóstico Social Participado | 2016
115
4.3.3. Câmara Municipal de Câmara de Lobos
A Câmara Municipal de Câmara de Lobos tem a seu cargo a gestão e manutenção dos fogos camarários, de acordo
com o regulamento municipal das habitações camarárias, decorrente do edital n.º 107/99 (2.ª série), publicado no
Diário da República, II série, n.º 81, de 07/04/1999 que regulamenta os direitos e obrigações dos respetivos inquilinos.
A Câmara Municipal de Câmara de Lobos gere, atualmente, seis (6) complexos ou núcleos habitacionais e alguns
fogos dispersos, com um total de 103 inquilinos e 391 residentes, distribuídos por 104 fogos de habitação social, de
tipologias T1/Quartos, T2, T3 e T4, nas freguesias de Câmara de Lobos, Estreito de Câmara de Lobos e Quinta
Grande.
Bairros ou Complexos Habitacionais camarários:
Freguesia de Câmara de Lobos: Complexo habitacional Quinta do Leme, Realojamento municipal da Trincheira,
Realojamento municipal das Preces e outros Realojamentos dispersos
Freguesia do Estreito de Câmara de Lobos: Complexo habitacional Encosta dos Socorridos, Habitações
camarárias do Castelejo e outros Realojamentos dispersos
Freguesia da Quinta Grande: Habitações municipais das Fontes
Gráfico H10 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, no ano 2015
Fonte: Divisão de Desenvolvimento Social – Câmara Municipal de Câmara de Lobos (CMCL)
No que se refere às famílias residentes em habitação social camarária, 85% dos residentes (329 residentes)
pertencem aos complexos habitacionais da Encosta dos Socorridos e da Quinta do Leme e 15% (62 residentes)
residem nos restantes núcleos habitacionais de menor dimensão (gráfico H10).
217
112
28
1311 6 4
Encosta dos Socorridos
Quinta do Leme
Realojamento Municipal das
Preces
Realojamentos dispersos
Habitações Camarárias do
Castelejo
Realojamento Municipal da
Trincheira
Habitações Municipais das
Fontes
Diagnóstico Social Participado | 2016
116
Gráfico H11 - Distribuição de fogos da CMCL, segundo a tipologia, no ano 2015
Fonte: Divisão de Desenvolvimento Social – CMCL
A maioria dos fogos camarários é de tipologia T2 (38 fogos), T3 (29 fogos) e T1 (27 fogos). Existem apenas 10 fogos
de tipologia T1, sendo que alguns correspondem a quartos em residência, com cozinha e instalações sanitárias em
comum (gráfico H11).
Gráfico H12 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, por género, no ano
2015
Fonte: Divisão de Desenvolvimento Social – CMCL
Verifica-se ainda que 51% dos residentes em habitação social camarária são do género masculino e 49% são do
género feminino, na sua maioria, solteiros (160) ou casados (113) (gráfico H12; gráfico H13).
27
38
29
10
T1/Quartos
T2
T3
T4
192199
Feminino
Masculino
Diagnóstico Social Participado | 2016
117
Gráfico H13 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, por estado civil, no
ano 2015
Fonte: Divisão de Desenvolvimento Social – CMCL
Nos complexos habitacionais camarários, a população é maioritariamente jovem, com 45% dos residentes a possuir
idade inferior a 25 anos, e 27% de residentes, com idades entre 25 e 44 anos de idade (gráfico H14).
Gráfico H14 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, por escalão etário,
no ano 2015
Fonte: Divisão de Desenvolvimento Social – CMCL
Em relação à ocupação profissional, constata-se que 35% dos residentes é estudante, 23% encontra-se desempregado
e 15% é pensionista, seguindo-se as restantes profissões, com menor representatividade (gráfico H15).
113
160
18
8
92
Casado (a)
Solteiro (a)
Viúvo (a)
Divorciado (a)
Desconhecido
87 88
106
77
25
8
0
20
40
60
80
100
120
[0-14]
[15-24]
[25-44]
[45-64]
[65-74]
[75 ou mais]
Diagnóstico Social Participado | 2016
118
Gráfico H15 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, por situação
profissional, no ano 2015
Fonte: Divisão de Desenvolvimento Social – CMCL
Apesar do deficit de qualificações generalizado dos residentes nos bairros sociais, é de salientar alguns projetos que
têm sido desenvolvidos para colmatar esta problemática.
A título ilustrativo, refira-se o projeto “Esc@Up”, desenvolvido nos bairros da Palmeira, do Ribeiro Real e da Quinta
do Leme e o projeto “Capacitar para o Futuro”21 que incidiu sobre a (des)qualificação profissional da população
jovem, em dois bairros de habitação social camarários, nomeadamente, Quinta do Leme e Encosta dos Socorridos,
através do qual foram promovidas diversas ações, direcionadas a um grupo de indivíduos, em situação de desemprego
e/ou baixas qualificações profissionais, em parceria com a Escola Profissional de Hotelaria e Turismo da Madeira, a
Direção Regional para a Qualificação Profissional e a Unidade de Inserção na Vida Ativa.
4.4. Vistorias de condições de habitabilidade
No âmbito das suas competências, compete à Câmara Municipal de Câmara de Lobos, em colaboração com a
Unidade Operativa de Saúde Pública do Centro de Saúde de Câmara de Lobos, a realização de vistorias de condições
de habitabilidade. Estas vistorias são realizadas a pedido do munícipe e têm por objetivo, avaliar e verificar as
condições de segurança e salubridade das habitações, e consequentemente, eventuais carências a nível de habitação
social. Os relatórios elaborados pelos serviços intervenientes são encaminhados para a Investimentos Habitacionais
da Madeira-EPE, para posterior avaliação e eventual realojamento social.
21 Freitas, Carolina (2014). Relatório Final do Estágio Capacitar para o Futuro, sob orientação de Pedro Fonseca e Elisabete Costa. UMA - Centro de Competências de Artes e Humanidades, 1.º Ciclo de Serviço Social, 2013/2014 Estágio II. Funchal.
135
90
60
25 22 179 7 6 5 4 4 3 2
0
50
100
150
Estudante Desempregado
Pensionista Desconhecida
Doméstica Empregada de Limpeza/Doméstica
Emigrante Pescador
Desconhecida Construção Civil
Empregado de mesa/balcão Recluso
Operador de Armazém Baixa Médica
Diagnóstico Social Participado | 2016
119
No gráfico H16, apresenta-se o volume de vistorias realizadas, no concelho de Câmara de Lobos, no período de
2008 a 2015.
Gráfico H16 - Vistorias de condições de habitabilidade, no Concelho, de 2008 a 2015
Fonte: Divisão de Desenvolvimento Social - CMCL e Unidade Operativa de Saúde Pública de C.ª Lobos - ISAUDE, IP-RAM
Conforme se pode verificar, o número de vistorias de condições de habitabilidade oscilou, ao longo do período em
análise, atingindo um pico máximo, em 2014, com 87 vistorias realizadas.
Este indicador revela que a atual realidade social, traduz as dificuldades próprias de um período de recessão
económica, refletindo-se no aumento do sobre-endividamento das famílias e consequente aumento de pedidos de
apoio registados, bem como em maiores dificuldades, no que se refere à aquisição e conservação da habitação.
4.5. Programas de apoio à reabilitação de imóveis
4.5.1. Programa de Apoio a Estratos Sociais Desfavorecidos
O Programa de Apoio a Estratos Sociais Desfavorecidos (PAESD) cujo regulamento foi publicado no Diário da
República, 2.ª série, n.º 10, de 15 de janeiro de 2008, é promovido pela autarquia e consiste na cedência, a fundo
perdido, de materiais de construção, com vista à requalificação de imóveis degradados. Tem como principal objetivo
permitir a melhoria das condições de habitabilidade dos munícipes mais carenciados, e consequentemente, da sua
qualidade de vida, destinando-se a apoiar famílias que residam em habitação precária e/ou insalubre, tendo em vista
a melhoria das suas condições de segurança e conforto.
Este apoio obedece a critérios de atribuição específicos e é concedido, em cada ano, dentro dos limites financeiros
aprovados para o efeito.
3641
24
35 34
46
87
52
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Diagnóstico Social Participado | 2016
120
Desde 2008, a Câmara Municipal de Câmara de Lobos registou 200 candidaturas, a este programa, tendo sido
aprovadas, ao todo, 56 candidaturas (gráfico H17). De salientar que o processo de avaliação de candidaturas
pressupõe, numa primeira fase, a realização de uma vistoria e respetiva avaliação, por parte da comissão técnica de
análise, composta por um técnico da área social e um técnico da área de engenharia civil, sendo atribuído um grau
de prioridade para a realização da obra. Após a aprovação da candidatura, é atribuído o material para construção ao
agregado familiar, ficando a obra sujeita a acompanhamento técnico, por parte dos serviços municipais.
Após avaliação técnica e quando se justifica, os serviços municipais poderão ainda remeter as candidaturas, em
alternativa, para a Investimentos Habitacionais da Madeira, IHM, EPERAM, para serem enquadradas no âmbito do
Programa de Reabilitação de Imóveis Degradados (PRID).
Gráfico H17 - Candidaturas no âmbito do PAESD, de 2008 a 2015
Fonte: Divisão de Desenvolvimento Social - CMCL
Neste âmbito, para além dos apoios de materiais de construção, promovidos pela Câmara Municipal, as Juntas de
Freguesia do Estreito de Câmara de Lobos e do Curral das Freiras, apostadas numa intervenção de proximidade,
implementaram, recentemente, programas para apoio a famílias carenciadas que abrangem, para além de outros
apoios, a cedência de materiais de construção, para realização de pequenas obras.
4.5.2. Programa de Reabilitação de Imóveis Degradados
O Programa de Reabilitação de Imóveis Degradados (PRID), promovido pela IHM-EPERAM, consiste na atribuição
de apoio financeiro, destinado à concretização de pequenas obras de recuperação de habitações degradadas,
pertencentes a famílias economicamente carenciadas e sem possibilidade de recorrerem ao crédito bancário. O
apoio é concedido sob a forma de empréstimo, sem juros, sendo que quando devidamente comprovada, a extrema
carência do agregado, poderá ser concedido a fundo perdido. A Câmara Municipal de Câmara de Lobos avalia em
parceria com aquela entidade, a necessidade efetiva de atribuição do referido apoio (gráfico H18).
13
39
1921
7
36
3134
0
10
0
19
0
27
0 0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Candidaturas apresentadas Candidaturas aprovadas
Diagnóstico Social Participado | 2016
121
Gráfico H18 - Evolução do n.º de candidaturas, no âmbito do PRID, no Concelho, de 2011 a 2015
Fonte: Investimentos Habitacionais da Madeira, EPERAM
A tendência para diminuição do número de candidaturas a este programa, nos últimos quatro anos, justifica-se pelo
facto de a maioria dos pedidos de apoio, dar entrada diretamente nos serviços municipais que, por sua vez, efetuam
uma triagem e avaliação das candidaturas e o eventual encaminhamento para a IHM, EPERAM. Durante o período
em análise (2011-2015), deram entrada, nos serviços sociais municipais,108 candidaturas ao PAESD (gráfico H17).
8
21
2
0
27
01
6
1
0
5
10
15
20
25
30
2011 2012 2013 2014 2015
Novos Pedidos
Apoiados
Diagnóstico Social Participado | 2016
123
5. Proteção de Crianças e Jovens
O artigo 1.º da Convenção sobre os Direitos da Criança define “criança” como todo o ser humano até à idade de
18 anos, salvo se atingir a maioridade mais cedo, de acordo com a legislação de cada país. Esta noção coincide com
a lei portuguesa, já que considera ser menor quem não tiver completado 18 anos de idade (artigo 122.º do Código
Civil). Ao atingir a maioridade, o jovem adquire plena capacidade de exercício de direitos e fica habilitado a reger a
sua vida e a dispor dos seus bens (artigo 130.º do Código Civil)22.
Toda a criança tem o direito de viver feliz e segura na família, quer seja com os progenitores, representante legal ou
pessoa que tenha a guarda de facto, onde um futuro de excelência seja uma garantia.
A criação de respostas específicas que visem o despiste e resolução de situações de crianças e jovens em perigo é
crucial em qualquer território.
Nos pontos seguintes, apresenta-se a informação disponível sobre esta temática, de forma particular, a informação
relativa à atividade da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Câmara de Lobos.
5.1. Comissão de Proteção de Crianças e Jovens
As Comissões de Proteção de Menores (CPM), criadas pelo Decreto-Lei n.º 189/91, de 17 de maio, apelando a uma
participação ativa da comunidade, numa relação de parceria com o Estado, constituíram um passo fundamental na
proteção de crianças e jovens no nosso país. As CPM foram instaladas, localmente, mediante a publicação de portaria
específica. No caso de Câmara de Lobos, tal veio a ocorrer em 1995, através da Portaria n.º 74/95, de 4 de julho.
A primeira reunião da Comissão de Proteção de Câmara de Lobos realizou-se no dia 19 de dezembro de 1995, no
Salão Nobre da Câmara Municipal, com as seguintes entidades: Ministério Público, Centro Regional de Saúde,
Delegação Escolar, Polícia de Segurança Pública e Câmara Municipal, sendo presidida pelo Ministério Público e
secretariada pelo representante da autarquia. Esta Comissão de Proteção ficou instalada, durante vários anos no
edifício principal da Câmara Municipal, sendo transferida, em junho de 2009, para novas instalações, situadas na Praça
da Autonomia, Edifício C, nº1 R/C A23. Posteriormente, ao abrigo da Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo,
aprovada pela Lei n.º 147/99, de 1 de setembro, estas comissões foram substituídas pelas Comissões de Proteção
de Crianças e Jovens, adiante designadas por CPCJ. Como resultado, a CPM foi reorganizada, através da Portaria n.º
1226-EE/2000, de 30 de dezembro, dando lugar à CPCJ de Câmara de Lobos.
A referida Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo sofreu alterações, em 2003, e posteriormente, em 2015,
pela Lei n.º 142/2015, de 8 de setembro.
De acordo com a lei em vigor, as CPCJ são definidas como instituições oficiais não judiciárias, com autonomia
funcional, que visam promover os direitos da criança e do jovem e prevenir, ou pôr termo, a situações suscetíveis
de afetar a sua segurança, saúde, formação, educação ou desenvolvimento integral. O seu âmbito territorial de
competência corresponde à área do município onde têm sede.
22 Fonte: www.cnpcjr.pt 23 Fonte: Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Câmara de Lobos
Diagnóstico Social Participado | 2016
124
Ao abrigo do ponto 2, do artigo 3º da Lei n.º 147/99, de 1 de setembro, alterada e republicada pela Lei n.º 142/2015,
de 8 de setembro, considera-se que a criança ou o jovem está em perigo, quando se encontra em alguma(s) das
seguintes situações:
a) Está abandonada ou vive entregue a si própria;
b) Sofre maus tratos físicos ou psíquicos ou é vítima de abusos sexuais;
c) Não recebe os cuidados ou a afeição adequados à sua idade e situação pessoal;
d) Está aos cuidados de terceiros, durante período de tempo em que se observou o estabelecimento com estes
de forte relação de vinculação, e em simultâneo, o não exercício pelos pais das suas funções parentais;
e) É obrigada a atividades ou trabalhos excessivos ou inadequados à sua idade, dignidade e situação pessoal ou
prejudiciais à sua formação ou desenvolvimento;
f) Está sujeita, de forma direta ou indireta, a comportamentos que afetam gravemente a sua segurança ou o seu
equilíbrio emocional;
g) Assume comportamentos ou se entrega a atividades ou consumos que afetam gravemente a sua saúde,
segurança, formação, educação ou desenvolvimento, sem que, os pais, o representante legal ou quem tenha a
guarda de facto, se lhes oponham de modo adequado a remover essa situação.
A intervenção das CPCJ, tem lugar quando não seja possível às entidades com competência em matéria de infância
e juventude atuarem de forma adequada e suficiente a remover o perigo em que se encontram as crianças e jovens.
As CPCJ funcionam em modalidade alargada ou restrita. À comissão alargada compete desenvolver ações de
promoção dos direitos e de prevenção das situações de perigo para a criança e jovem, nomeadamente, ações de
sensibilização (por ex.: nos estabelecimentos de ensino), procurando alertar sobre o funcionamento da CPCJ, bem
como organizar atividades lúdico-desportivas, culturais e recreativas, na comunidade, com o objetivo de promover
a promoção e proteção dos direitos das crianças e jovens (por ex.: a comemoração do “Mês de Prevenção dos Maus
Tratos na Infância”).
No que concerne à comissão restrita, que funciona em regime de permanência, compete-lhe intervir nas situações
em que uma criança/jovem está em perigo, atendendo e informando as pessoas que a elas se dirijam, apreciar
liminarmente as situações de que a comissão de proteção tenha conhecimento, proceder à instrução dos processos,
decidir a aplicação, acompanhar e rever as medidas de promoção e proteção, com exceção da medida de confiança
a pessoa selecionada para a adoção ou instituição, com vista a futura adoção.
As Comissões de Proteção podem aplicar as seguintes medidas de promoção e proteção: a) apoio junto dos pais; b)
apoio junto de outro familiar; c) confiança a pessoa idónea; d) apoio para a autonomia de vida; e) acolhimento familiar
e f) acolhimento residencial.
É de referir, ainda, que ao abrigo do artigo 14.º da Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo, a Câmara
Municipal de Câmara de Lobos presta apoio logístico, financeiro e administrativo à CPCJ de Câmara de Lobos. De
acordo, ainda, com o disposto na alínea a) do artigo 17.º e no artigo 20.º da Lei supramencionada, o Município
encontra-se representado na composição da CPCJ.
Diagnóstico Social Participado | 2016
125
5.1.1. Volume processual global
De seguida, apresenta-se alguns dos principais indicadores que retratam a realidade social do Concelho relativamente
à CPCJ de Câmara de Lobos, no período de 2011 a 2015.
Gráfico PM1 - Volume processual na CPCJ Câmara de Lobos, de 2011 a 2015
Fonte: Relatórios de Atividades 2011 a 2015 - CPCJ Câmara de Lobos
Nos últimos cinco anos, registou-se um aumento do volume processual, na CPCJ de Câmara de Lobos, traduzindo
o número de processos de promoção e proteção (PPP), no final de cada ano. Entre os anos 2012 e 2015, também
se verificou um aumento do número dos PPP arquivados, ao abrigo dos artigos 11.º, 63.º, ponto 1 do 98.º e 99.º da
Lei n.º 147/99 de 1 de setembro, aprovada e republicada pela Lei n.º 142/2015 de 8 de setembro.
Em 2015, foram instaurados 185 PPP, traduzindo um aumento percentual, na ordem dos 34%, comparativamente a
2011 (gráfico PM1).
Gráfico PM2 - Evolução do n.º de novos processos, por freguesia, de 2011 a 2015
Fonte: CPCJ de Câmara de Lobos
115
149 148161
201
131 126 134152
177
246275 282
313
378
0
50
100
150
200
250
300
350
400
2011 2012 2013 2014 2015
Total de PPP Ativos Total de PPP Arquivados Total
11 7 612 11
6 82
9 7
4439
24
39 36
7
2413
1912
51 51 54
72
119
0
20
40
60
80
100
120
140
2011 2012 2013 2014 2015
Quinta Grande Curral das Freiras Estreito de Câmara de Lobos
Jardim da Serra Câmara de Lobos
Diagnóstico Social Participado | 2016
126
O gráfico PM2 reflete a evolução do número de PPP novos, nos anos de 2011 a 2015. Na freguesia de Câmara de
Lobos, houve um aumento de 43% nos novos PPP.
Em 2015, a freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, registou uma diminuição no número de casos, na ordem dos
19%, comparativamente a 2011. A oscilação percentual nas restantes freguesias foi menos expressiva, à exceção do
Jardim da Serra, onde se assistiu de 2011 para 2012, a um aumento percentual superior a 50%, o qual veio a diminuir
em 2014 e 2015. Neste último ano, a distribuição de casos novos, por freguesia, era a seguinte: Câmara de Lobos
(119), Estreito de Câmara de Lobos (36), Jardim da Serra (12), Quinta Grande (11) e Curral das Freiras (7).
5.1.2. Motivos de sinalização
Através da observação do gráfico PM3, conclui-se que os principais motivos que estiveram na origem das
intervenções da CPCJ, no período de 2011 a 2015, estavam associados, em primeiro lugar, à exposição a
comportamentos que afetavam o bem-estar e desenvolvimento da criança / jovem (ex.: exposição a ambientes ou
pessoas com consumos de álcool ou drogas, exposição a situações de violência doméstica, entre outros), e em
segundo lugar, à negligência (ex.: falta de cuidados parentais a nível de cuidados de saúde, higiene, alimentação, entre
outros). Em terceiro lugar e sobretudo nas freguesias de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara de Lobos,
verifica-se que o fator de perigo predominante, era o facto da criança ou jovem assumir comportamentos que
afetavam o seu bem-estar e desenvolvimento.
Nos últimos anos, ocorreu também um aumento no número de sinalizações, devido a situação de
abandono/absentismo escolar, o que poderá estar relacionado com a aprovação do Decreto Legislativo Regional n.º
21/2013/M de 25 de junho (Estatuto do Aluno) que veio introduzir esclarecimentos no processo de sinalização para
a CPCJ.
Gráfico PM3 - Motivos de intervenção da CPCJ Câmara de Lobos (somatório dos anos 2011 a 2015)
Fonte: CPCJ Câmara de Lobos
9 5
32
8
68
93
177
56
1 1 1 514 11
62
34
99
6 2
30
1621
8 8
37
9
98
3 3
0
20
40
60
80
100
120
Quinta Grande Curral das Freiras Estreito de Câmara
de Lobos
Jardim da Serra Câmara de Lobos
A Criança/Jovem assume comportamentos que afetam o seu bem-estar e desenvolvimento
Abandono/ Absentismo Escolar
Abuso Sexual
Exposição a comportamentos que possam comprometer o bem-estar e desenvolvimento
Maus Tratos Físicos/Psicológicos
Negligência
Outras situçoes de perigo
Diagnóstico Social Participado | 2016
127
Relativamente ao tipo de problemáticas mais diagnosticadas, em cada uma das faixas etárias, verifica-se que na faixa
dos 0 aos 10 anos de idade, as problemáticas mais recorrentes, prendiam-se com a negligência, a violência doméstica
e a exposição a comportamentos que comprometiam o bem-estar e desenvolvimento da criança.
Na faixa etária dos 11 aos 14 anos de idade, as problemáticas mais diagnosticadas prendiam-se com a negligência, o
facto da criança ou jovem assumir comportamentos que afetavam o seu bem-estar e desenvolvimento, sem que os
pais se opusessem de forma adequada, e ainda, a violência doméstica.
Na faixa etária dos 15 aos 17 anos, as problemáticas mais diagnosticadas estavam relacionadas com o facto da criança
ou jovem assumir comportamentos que afetavam o seu bem-estar e desenvolvimento, sem que os pais se opusessem
de forma adequada, e por último, com o absentismo e o abandono escolar.
Em termos processuais, as medidas de promoção e proteção mais aplicadas pela CPCJ de Câmara de Lobos, nos
anos em análise foram, em primeiro lugar, o apoio junto dos pais (148 medidas aplicadas), seguindo-se o acolhimento
residencial (23 medidas aplicadas), o apoio junto de outro familiar (19 medidas aplicadas) e a confiança a pessoa
idónea (2 medidas aplicadas).
5.1.3. Entidades sinalizadoras
De acordo com o artigo n.º 8.º da Lei n.º 147/99 de 1 de setembro, aprovada e republicada pela Lei n.º 142/2015 de
8 de setembro, a intervenção da CPCJ tem lugar quando não seja possível às entidades em matéria de infância e
juventude atuar de forma adequada e suficiente a remover o perigo em que a criança ou jovem se encontra, passando
a sinalizar a situação à CPCJ.
O gráfico PM4 ilustra quais as entidades sinalizadoras à CPCJ de Câmara de Lobos, no período em análise. Verifica-
se que os Estabelecimentos de Ensino foram aqueles que mais sinalizaram situações, seguindo-se o Ministério Público,
a Polícia de Segurança Pública e os Estabelecimentos de Saúde.
Gráfico PM4 - Entidades sinalizadoras na CPCJ Câmara de Lobos (somatório dos anos 2011 a 2015)
Fonte: Relatórios de Atividades 2011 a 2015 - CPCJ Câmara de Lobos
14
98
2
53
1
257
87
6
126
1
64
8 3
48 58
120
50
100
150
200
250
300
Diagnóstico Social Participado | 2016
128
Face a estes indicadores, podemos afirmar que tem havido uma tendência evolutiva para o incremento da
vulnerabilidade social, no grupo das Crianças e Jovens.
No terceiro capítulo, nos resultados das oficinas de participação, em torno da definição de bem-estar, conclui-se
que entre os 238 cidadãos ouvidos, apenas no grupo “Crianças e Jovens 4”, a dimensão do acesso aos meios de
subsistência foi a mais sublinhada, consistindo no único grupo homogéneo, no total de 26, em que isso aconteceu
(ver anexo V). Neste sentido, assume particular relevância, a promoção de projetos na área da intervenção precoce
nas entidades com competência em matéria de infância e juventude (ex.: Escolas, Serviços de Saúde, Instituto de
Segurança Social da Madeira, IP-RAM, entre outros), a realização de projetos ocupacionais (ex.: campos de férias,
entre outros), bem como o reforço dos meios e recursos dos serviços com competência em matéria de proteção
de crianças e jovens.
5.2. Respostas locais de apoio à Infância e Juventude
5.2.1. Centro de Apoio para Crianças e Jovens - Equipa de Rua de Câmara de Lobos
Trata-se de uma resposta social promovida pelo Instituto de Segurança Social da Madeira, IP-RAM, destinada ao
apoio a crianças e jovens em situação de perigo, desinseridas a nível sociofamiliar e que subsistem pela via de
comportamentos desviantes24.
Os objetivos desta resposta social passam por:
Promover a reintegração das crianças e jovens na família, escola e comunidade;
Recuperar as crianças e jovens de rua, incentivando a construção de um projeto de vida saudável;
Fazer prevenção primária da toxicodependência e de comportamentos desviantes e eventual
encaminhamento para estruturas de rede existentes para promover a inserção social;
Despistar situações de risco a nível do jovem consumidor e sensibilizar para a mudança de comportamentos
e para o abandono do consumo de droga;
Fazer a prevenção do contágio pelas doenças sexualmente transmissíveis e satisfazer necessidades básicas de
alimentação, higiene, saúde e vestuário;
Promover o contacto e a ligação com as famílias e o envolvimento na comunidade, tendo em vista a prevenção,
o apoio e a resolução de problemas.
24 Vide http://www.cartasocial.pt
Diagnóstico Social Participado | 2016
129
Gráfico PM5 - Nº de Crianças e Jovens acompanhados pela Equipa de Rua, de 2011 a 2014
Fonte: Instituto de Segurança Social da Madeira, IP-RAM
O gráfico PM5 reflete o número de crianças e jovens acompanhados pela Equipa de Rua de Câmara de Lobos, nos
últimos quatro anos. Verifica-se que o ano em que foram acompanhadas mais crianças e jovens foi o de 2012 (39),
tendo este valor decrescido em 2014 (29), importando diagnosticar melhor os contornos desta realidade.
Gráfico PM6 - Evolução do n.º de crianças e jovens em acolhimento familiar, de 2011 a 2014
Fonte: Instituto de Segurança Social da Madeira, IP-RAM
Através do gráfico PM6, verifica-se que o número de crianças e jovens encaminhados para acolhimento familiar tem
vindo a aumentar nos últimos quatro anos.
30
3937
29
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
jan/11 jan/12 jan/13 jan/14
7
10 10
14
0
2
4
6
8
10
12
14
16
jan/11 jan/12 jan/13 jan/14
Diagnóstico Social Participado | 2016
130
5.2.2. Projeto Esc@Up – Programa Escolhas
Este projeto é promovido pelo Centro Social e Paroquial de Santa Cecília e envolve quatorze parceiros sociais do
Concelho. Partindo do princípio de que a Educação é a principal ferramenta no combate à pobreza e exclusão social,
na medida em que pode contribuir, em grande medida, para alterar o ciclo vicioso da reprodução desses fenómenos,
o projeto Esc@Up procura prevenir e atenuar os problemas sociais, através de respostas integradas que fomentem
a participação e responsabilização das pessoas e grupos da comunidade local.
O Projeto constitui, por um lado, um "escape" ou um percurso alternativo e, por outro lado, uma oportunidade de
capacitação, ao serviço da população mais vulnerável de três bairros sociais do concelho de Câmara de Lobos: Bairro
da Palmeira, Bairro do Ribeiro Real e Bairro da Quinta do Leme. A prioridade de intervenção é a inclusão social de
crianças e jovens nesses contextos socioeconómicos.
Em traços gerais, o objetivo é o de promover a ocupação de adolescentes e jovens, sem quaisquer perspetivas e
sem um projeto de vida. Pretende-se, assim, motivar esses adolescentes/jovens em risco para um percurso escolar
e profissional, proporcionando-lhes oportunidades de realização de tarefas de planeamento e desenvolvimento
vocacional, que permitam fundamentar um projeto de vida, e por conseguinte, a sua inserção socioprofissional.
Neste sentido, procura-se contribuir para o aumento do interesse dos adolescentes e jovens pelas tradições da sua
comunidade, para uma maior e melhor solidariedade e convívio intergeracional, bem como para a tolerância e
respeito pelas pessoas mais velhas. O enfoque da ação é na capacitação das crianças e jovens e membros da sua rede
formal e informal de apoio.
Reportando-nos aos meses de setembro a junho – ano letivo 2014/2015 – constata-se que os contributos do projeto
para os objetivos gerais do “Programa Escolhas”, quanto à taxa de sucesso escolar global, foram bastante
satisfatórios, na ordem dos 82%. Contudo, assistiu-se em simultâneo, a uma grande desvalorização da escola, quer
por parte dos adolescentes, quer por parte de algumas das suas famílias, dando lugar à falta de motivação em
continuar a frequentar a escola, ao aumento do absentismo escolar e a uma situação de desocupação, o que pode
favorecer comportamentos pouco saudáveis, se não mesmo, condutas desviantes. Deste modo, o desinteresse dos
jovens em frequentar a escola, refletiu-se nas reintegrações escolares, na medida em que até ao 1.º semestre de
2015, apenas foram reintegrados 4 jovens, na escola, através deste projeto.
Em relação aos encaminhamentos para formação e emprego, conseguiu-se encaminhar 85 indivíduos. Da totalidade
dos indivíduos encaminhados, conseguiu-se integrar 19 indivíduos, em formação profissional, e 10 indivíduos, no
mercado de trabalho. Foram, ainda, certificados 147 indivíduos, com o diploma de competências básicas em
informática25.
25 Relatório de Avaliação do projeto Esc@Up 1.º semestre 2015
Diagnóstico Social Participado | 2016
131
5.2.3. Projetos promovidos ou apoiados pela autarquia
Na área da infância e juventude, a intervenção da autarquia passa por promover e/ou apoiar iniciativas e projetos
que concorram para a proteção e promoção dos direitos das crianças e jovens do Concelho.
Neste campo, os projetos dinamizados procuram desenvolver as competências pessoais e sociais, prevenir
comportamentos de risco, reeducar e possibilitar um desenvolvimento social saudável, autónomo e responsável dos
seus participantes, através de ações que valorizem e reforcem os laços de amizade, o conhecimento do meio, a
importância da prática de atividade física e dos valores, tais como a cooperação, o trabalho em equipa e o respeito
pelo outro.
Os projetos de ocupação de tempos livres sazonais, como é o caso do “Bairro a Brincar” e “Lobos Radical”,
pretendem ocupar de forma saudável as crianças e jovens, especificamente, durante o período de férias escolares de
páscoa e verão.
5.2.3.1. Campo de Férias “Bairro a Brincar”
Este projeto teve início em 2006 e visa o desenvolvimento de um conjunto de atividades de cariz educativo, social,
cultural e desportivo, no período das férias escolares de verão. O público-alvo deste projeto são as crianças e jovens
dos 6 aos 15 anos de idade, residentes no Concelho, com prioridade para crianças e jovens, provenientes dos bairros
camarários, acompanhados pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Câmara de Lobos e/ou pelos Serviços
locais do Instituto de Segurança Social da Madeira, IP-RAM. Em 2015, esta atividade decorreu, como habitualmente,
na Biblioteca Municipal e participaram, no total, 25 crianças.
5.2.3.2. Campo de Férias “Lobos Radical”
A Câmara Municipal de Câmara de Lobos promove, desde 2002, o campo de férias “Lobos Radical”, em parceria
com a Escola Básica e Secundária Dr. Luís Maurílio da Silva Dantas que cede as instalações. Esta iniciativa consiste na
promoção de um conjunto de atividades de cariz educativo, social, cultural e lúdico-desportivo que decorrem no
período das férias escolares de verão, tendo como principal público-alvo, as crianças e jovens, residentes no concelho
de Câmara de Lobos, com idades compreendidas entre 6 e 15 anos.
O “Lobos Radical” inclui, normalmente, dois períodos de atividade (meses de julho e agosto) e funciona a tempo
inteiro. Em cada período de atividades, funcionam dois grupos de participantes, consoante o número de inscrições
em cada ano e as faixas etárias. Em 2015, esta atividade contou com a participação de 120 crianças que foram
acompanhadas por um coordenador, da área de desporto, e sete monitores, com formação na área socioeducativa.
Diagnóstico Social Participado | 2016
132
5.2.3.3. Cursos de Educação Parental
Este curso decorreu de abril a junho de 2015 e foi promovido e financiado pela Câmara Municipal de Câmara de
Lobos, em parceria com o CELFF – Centro de Estudos, Línguas e Formação do Funchal, S.A. do Funchal, no Centro
Comunitário “Cidade Viva”.
Com uma duração total de 60 horas, o curso teve como principais destinatários a população mais carenciada,
encaminhada quer pelos serviços sociais da Câmara Municipal, quer pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens
de Câmara de Lobos ou pelos Serviços locais do Instituto de Segurança Social da Madeira, IP-RAM, com o objetivo
de desenvolver e melhorar as competências pessoais e parentais e contribuir para a integração social das famílias.
Nesta atividade, participaram, ao todo, 16 formandos, maioritariamente, do género feminino, com idades
compreendidas entre 29 e 49 anos, tendo concluído a formação, 11 formandos.
5.2.3.4. OTL – Ocupação de Tempos Livres Páscoa 2015
A autarquia dinamizou este projeto de ocupação de tempos livres, destinado a crianças e jovens, no Centro
Comunitário “Vila Viva”, nas férias escolares da Páscoa, mais precisamente, no período de 23 de março a 6 de abril
de 2015. Ao todo, participaram no projeto, 25 crianças, com idades dos 6 aos 12 anos, sob orientação de uma
estagiária de Serviço Social e de uma Professora de Artes Plásticas. A autarquia assumiu os custos com os lanches e
seguro, cabendo a cada participante o pagamento da inscrição.
5.2.3.5. Projeto Prevenir Educando
É um projeto de inclusão social e de cidadania, direcionado a crianças e jovens, dos 6 aos 12 anos, sobretudo, dos
bairros Nova Cidade e Quinta de Leme, sendo desenvolvido nos Centros Comunitários Municipais “Cidade Viva” e
“Vila Viva”. Este projeto, tem como finalidade o desenvolvimento das competências pessoais e sociais dos
participantes, através da criação de espaços criativos e/ou inovadores e informais, potenciadores de diálogo, partilha
e experiências que promovam a inclusão, tolerância e respeito, o envolvimento ativo e uma cidadania responsável e
participativa. Para o desenvolvimento destes espaços de diálogo/partilha/trabalho, recorre-se a técnicas de
aprendizagem tais como workshops, jogos didáticos e atividades ao ar livre, com vista a estimular a criatividade, a
participação ativa e a iniciativa dos participantes. Pretende-se assim que as crianças/jovens adquiram competências
que os ajudem a refletir e a olhar de forma tolerante e crítica para o meio que os rodeia, capacitando-os enquanto
agentes de transformação/mudança, na família, na escola e na comunidade. Para a concretização do projeto são
indispensáveis, ainda, as parcerias entre a CMCL e diversas entidades/instituições locais e regionais, nomeadamente,
a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Câmara de Lobos, as Associações e Clubes Desportivos, o Instituto
de Segurança Social da Madeira, IP-RAM – Equipa de Rua, o Centro de Saúde, entre outras.
Em 2015, o projeto decorreu de fevereiro a junho, envolvendo crianças e jovens dos 6 anos 15 anos, no Centro
Comunitário “Vila Viva”, sob a orientação de uma estagiária profissional de Serviço Social e uma Professora de Artes
Plásticas. As inscrições eram gratuitas, assumindo a autarquia os custos com os materiais e com o seguro.
Diagnóstico Social Participado | 2016
134
6. Proteção Social
Na Região Autónoma da Madeira, a gestão do sistema de proteção social compete ao Instituto de Segurança Social
da Madeira, IP-RAM (ISSM, IP-RAM), pessoa coletiva de direito público, integrado na administração indireta da Região
Autónoma da Madeira, com personalidade jurídica, dotado de autonomia administrativa e financeira e de património
próprio. Enquanto instituto público de regime especial, o ISSM, IP-RAM rege-se pelo disposto no Decreto Legislativo
Regional n.º 34/2012/M, de 16 de novembro de 2011 e pelas normas aplicáveis do regime jurídico dos institutos
públicos, exercendo a sua atividade sob a tutela e superintendência da Secretaria Regional da Inclusão e Assuntos
Sociais (SRIAS), com competências relativamente aos beneficiários de segurança social, com residência na RAM e
aos contribuintes da segurança social, quer sejam entidades empregadoras ou equiparadas e trabalhadores
independentes com sede, direção efetiva, domicílio profissional ou residência na RAM, ainda que detenham
estabelecimentos, locais de trabalho ou sucursais fora do território regional.26
O ISSM, IP-RAM tem sede no Funchal e dispõe de serviços locais de atendimento ao cidadão, em todos os concelhos
da RAM, nomeadamente, em Câmara de Lobos. Neste Concelho, o ISSM, IP-RAM dispõe de serviços locais de
atendimento, em todas as freguesias, competindo-lhe ainda a gestão direta de alguns equipamentos e respostas
sociais, tais como, o Centro de Apoio Crianças e Jovens de Câmara de Lobos, o Lar de Idosos do Ilhéu, o Centro
de Dia de Câmara de Lobos, o Centro de Dia do Jardim da Serra e o Centro de Dia da Quinta Grande, bem como
o apoio indireto aos cidadãos, através de protocolos com diversas Instituições Particulares de Solidariedade Social.
Nos pontos seguintes apresenta-se uma caraterização sumária dos principais apoios e prestações sociais concedidos
pelo ISSM, IP-RAM, no Concelho.
6.1. Prestações Sociais
6.1.1. Abono de Família
O abono de família para crianças e jovens corresponde a uma prestação monetária atribuída, mensalmente, com o
objetivo de compensar os encargos familiares respeitantes ao sustento e educação das crianças e jovens27.
Em 2014, Câmara de Lobos ocupava o segundo lugar entre os concelhos da RAM, no que se refere ao número de
beneficiários ou requerentes de abono de família (gráfico PS1).
26 Fonte: http://www.seg-social.pt 27 Fonte: http://www.seg-social.pt
Diagnóstico Social Participado | 2016
135
Gráfico PS1 - N.º de requerentes das prestações de abono de família para crianças e jovens, segundo
o Concelho de residência, no ano 2014
Fonte: INE
No que diz respeito à evolução do número de titulares de abono de família para crianças e jovens (descendentes ou
equiparados), quer na RAM quer no Concelho, verifica-se que o número de crianças e jovens tem vindo a diminuir,
sobretudo, desde 2010, embora a curva de decréscimo seja menos acentuada no Concelho, conforme se pode
verificar no gráfico PS2.
Gráfico PS2 - Evolução do n.º de titulares de abono de família para crianças e jovens, na RAM e
Concelho, de 2004 a 2014
Fonte: INE
4 150
0
1 000
2 000
3 000
4 000
5 000
6 000
7 000
8 000
N.º
Concelho
47 748 46 416 47 790 47 353 46 861 47 207 46 116
36 467 35 192 34 316 33 240
9 774 9 542 9 737 9 739 9 459 9 349 9 080 7 961 7 698 7 371 7 029
0
10 000
20 000
30 000
40 000
50 000
60 000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
N.º
Anos
RAM Câmara de Lobos
Diagnóstico Social Participado | 2016
136
Em 2014, as freguesias de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara de Lobos eram as que tinham maior número
de titulares de abono de família, seguindo-se Jardim da Serra, Quinta Grande e Curral das Freiras (gráfico PS3).
Gráfico PS3 - N.º de titulares de abono de família para crianças e jovens, nas freguesias, no ano 2014
Fonte: ISSM, IP-RAM
A bonificação por deficiência é um acréscimo ao abono de família para crianças e jovens que é atribuído quando por
motivo de perda ou anomalia, congénita ou adquirida, de estrutura ou função psicológica, intelectual, fisiológica ou
anatómica, a criança ou jovem necessite de apoio pedagógico ou terapêutico28.
No Concelho, verifica-se que nos últimos quatro anos e à semelhança da RAM, têm vindo a aumentar ligeiramente
os titulares de bonificação por deficiência. Em 2014 houve um aumento de 313 beneficiários face a 2011 (gráfico
PS4).
Gráfico PS4 - N.º de titulares de bonificação por deficiência, na RAM e Concelho, de 2011 a 2014
Fonte: ISSM, IP-RAM
28 Fonte: http://www.seg-social.pt
3 517
382
2 091
597
426
0 500 1 000 1 500 2 000 2 500 3 000 3 500 4 000
Câmara de Lobos
Curral das Freiras
Estreito de Câmara de Lobos
Jardim da Serra
Quinta Grande
N.º
Fre
gu
esi
a
678 792 842991
2 4142 656
2 984 3 056
0
500
1 000
1 500
2 000
2 500
3 000
3 500
2011 2012 2013 2014
N.º
Anos
Concelho de Câmara de Lobos RAM
Diagnóstico Social Participado | 2016
137
6.1.2. Pensões
Existem três tipos de pensões atribuídas pelo Instituto da Segurança Social da Madeira, IP-RAM: 1) Pensão de velhice
que é um valor pago, mensalmente, destinado a proteger os beneficiários do regime geral de Segurança Social, na
situação de velhice, substituindo as remunerações de trabalho; 2) Pensão de sobrevivência ou pensão social de
velhice que é uma prestação em dinheiro, atribuída, mensalmente, a partir da idade normal de acesso à pensão de
velhice do regime geral de Segurança Social, ou seja, 66 anos; 3) Pensão de invalidez que corresponde a uma prestação
atribuída às pessoas que se encontram em situação de incapacidade permanente para o trabalho29.
O número de pensionistas tem vindo a aumentar, ligeiramente, desde 2004, quer a nível da RAM quer a nível do
Concelho. Em 2014, a maioria dos pensionistas da RAM e do Concelho beneficiava de pensão por velhice, seguindo-
se a pensão de sobrevivência e a pensão de invalidez (gráfico PS5).
Gráfico PS5 - N.º de pensionistas na RAM e Concelho, no ano 2014
Fonte: INE
6.1.3. Rendimento Social de Inserção
O Rendimento Social de Inserção (RSI) é uma medida de proteção social criada para apoiar as pessoas ou famílias
que se encontrem em situação de grave carência económica e em risco de exclusão social. Pressupõe a celebração
de um contrato de inserção com vista à integração social e profissional dos beneficiários e a atribuição de uma
prestação monetária, para a satisfação das suas necessidades básicas (Decreto-Lei n.º 283/2003, de 8 de novembro
e Decreto-Lei n.º 42/2006, de 23 de fevereiro)30.
29 Fonte: http://www.seg-social.pt 30 Idem
1 1054 169
2 297
8 248
40 478
18 822
0
5 000
10 000
15 000
20 000
25 000
30 000
35 000
40 000
45 000
Invalidez Velhice Sobrevivência
Concelho de Câmara de Lobos RAM
Diagnóstico Social Participado | 2016
138
Em 2014, o concelho de Câmara de Lobos encontrava-se posicionando, em segundo lugar, face aos restantes
concelhos, em termos de beneficiários de Rendimento Social de Inserção, com 1.070 beneficiários. Em primeiro
lugar, encontrava-se o Funchal, e em terceiro lugar, Santa Cruz (gráfico PS6).
Gráfico PS6 - N.º de beneficiários de RSI, por Concelho da RAM, no ano 2014
Fonte: INE
Verifica-se que, desde 2010, tem havido uma tendência para diminuição do número de beneficiários de Rendimento
Social de Inserção, a nível da RAM e do Concelho, devido a alterações legais de acesso a esta prestação e à
implementação de novos critérios relativos à prova de condição de recursos dos agregados familiares (gráfico PS7).
Gráfico PS7 - N.º de beneficiários do RSI, na RAM e Concelho, de 2005 a 2014
Fonte: INE
7 035
1 070
0
1 000
2 000
3 000
4 000
5 000
6 000
7 000
8 000
RAM Calheta Câmara
de
Lobos
Funchal Machico Ponta
do Sol
Porto
Moniz
Ribeira
Brava
Santa
Cruz
Santana São
Vicente
Porto
Santo
0
2 000
4 000
6 000
8 000
10 000
12 000
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
N.º
Anos
RAM Câmara de Lobos
Diagnóstico Social Participado | 2016
139
Em 2014 e à semelhança da RAM, o grupo etário mais abrangido pelo RSI, no Concelho, foi o das crianças e jovens
com idades até aos 24 anos (551 beneficiários), significando que esta medida abrange um elevado número de núcleos
familiares com filhos (gráfico PS8).
Gráfico PS8 - N.º de beneficiários do RSI, por grupo etário, na RAM e Concelho, no ano 2014
Fonte: INE
Nos últimos quatro anos, a evolução do número de famílias beneficiárias de RSI não se fez sentir da mesma forma,
em todas as freguesias do Concelho. Assim, a par de um ligeiro aumento do número de famílias, nas freguesias do
Curral das Freiras e da Quinta Grande, verificou-se um decréscimo significativo do número de famílias, na freguesia
de Câmara de Lobos, e uma ligeira diminuição, no Jardim da Serra. Na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos,
após um ligeiro crescimento, entre 2011 e 2013, deu-se uma quebra do número de famílias, em 2014 (gráfico PS9).
Gráfico PS9 - N.º de famílias com RSI, segundo a freguesia de residência, nos anos de 2011 a 2014
Fonte: ISSM, IP-RAM
Menos de 25 anos
25-39 anos
40-54 anos
55 e mais anos
3 096
1 275
1 825
839
551
197
246
76
Câmara de Lobos RAM
203183
166
143
24 30 29 34
107 111 119108
34 30 32 3111
21 22 22
0
50
100
150
200
250
2011 2012 2013 2014
Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de Câmara de Lobos
Jardim da Serra Quinta Grande
Diagnóstico Social Participado | 2016
140
Em 2014, as freguesias que apresentavam maior número de beneficiários eram, por ordem crescente, Câmara de
Lobos (542), Estreito de Câmara de Lobos (348), Jardim da Serra (107), Curral das Freiras (86) e Quinta Grande
(78) (gráfico PS10).
Gráfico PS10 - N.º de beneficiários de RSI, por freguesia de residência, no ano 2014
Fonte: ISSM, IP-RAM
Ao analisarmos o valor médio da prestação, por família, em 2014, verifica-se que o valor mais baixo foi registado na
freguesia do Estreito de Câmara de Lobos (238,78€) e o valor mais elevado, na freguesia da Quinta Grande (254,84€)
(quadro PS).
Quadro PS - Valores médios processados de prestação de RSI por família, em dezembro de cada
ano
Freguesias Dez./2011 Dez./2012 Dez./2013 Dez./2014
Câmara de Lobos 303,17 € 301,50 € 244,53 € 243,29 €
Curral das Freiras 209,37 € 317,05 € 252,79 € 245,10 €
Estreito de Câmara de Lobos 270,46 € 282,57 € 305,09 € 238,78 €
Jardim da Serra 242,48 € 332,87 € 183,36 € 240,69 €
Quinta Grande 216,25 € 297,69 € 243,00 € 254,84 €
Fonte: ISSM, IP-RAM
Câmara de Lobos; 542
Curral das Freiras; 86
Estreito de Câmara de Lobos; 348
Jardim da
Serra; 107
Quinta Grande; 78
Diagnóstico Social Participado | 2016
141
6.1.4. Complemento Solidário para Idosos
O Complemento Solidário para Idosos é um apoio monetário pago, mensalmente, aos idosos de baixos recursos,
residentes em Portugal, com idade igual ou superior à idade normal de acesso à pensão de velhice do regime geral
de Segurança Social, ou seja, 66 anos31.
No Concelho, o número médio de beneficiários de CSI, tem-se mantido próximo dos 250 idosos, ao longo dos
quatro anos em análise. Entre 2011 e 2013, houve uma tendência para o aumento do número de beneficiários,
verificando-se um ligeiro decréscimo de 2013 para 2014 (gráfico PS11).
Gráfico PS11 - N.º de beneficiários do CSI, na RAM e Câmara de Lobos, de 2011 a 2014
Fonte: ISSM, IP-RAM
Em 2014, as freguesias onde se registaram maior número de idosos beneficiários de CSI foram, por ordem crescente,
Câmara de Lobos (113), Estreito de Câmara de Lobos (56), Curral das Freiras (34), Jardim da Serra (27) e Quinta
Grande (16) (gráfico PS12).
Gráfico PS12 - N.º de beneficiários do CSI, por freguesia, no ano 2014
31 Fonte: http://www.seg-social.pt
224 247 262 246
3 908 3 908 3 802
3 304
0
500
1 000
1 500
2 000
2 500
3 000
3 500
4 000
4 500
2011 2012 2013 2014
N.º
Anos
Concelho de Câmara de Lobos RAM
113
34
56
2716
0
20
40
60
80
100
120
Câmara de
Lobos
Curral das
Freiras
Estreito de
Câmara de
Lobos
Jardim da Serra Quinta Grande
N.º
Freguesias
Fonte: ISSM, IP-RAM
Diagnóstico Social Participado | 2016
142
6.2. Equipamentos e respostas sociais
No concelho de Câmara de Lobos existem três centros comunitários: dois localizados na freguesia de Câmara de
Lobos e um situado na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos.
O Centro Comunitário “Integrar e Desenvolver” gerido pelo Centro Social e Paroquial de Santa Cecília (CSPSC)
resulta de um protocolo com o Instituto da Segurança Social da Madeira, IP-RAM, enquanto os restantes dois centros
comunitários, “Cidade Viva” e “Vila Viva” estão sob a gestão da Câmara Municipal de Câmara de Lobos. Estes
equipamentos abrangem não só a população idosa residente naquelas freguesias, mas também, crianças, jovens e
adultos.
Quanto às valências de Centro de Dia/ Centro de Convívio, o ISSM, IP-RAM tem sob a sua gestão direta, as valências
de Centro de Dia/ Centro de Convívio, neste caso, abrangendo as freguesias da Quinta Grande, Curral das Freiras
e Câmara de Lobos (Ilhéu). Na freguesia do Jardim da Serra, funciona um Centro de Convívio, também sob a gestão
do ISSM, IP-RAM.
Para além destas respostas, o ISSM, IP-RAM presta apoio domiciliário, em articulação com algumas Instituições
Particulares de Solidariedade Social (IPSS).
6.2.1. Equipamentos e respostas sociais, promovidos pelo Instituto de Segurança Social da Madeira,
IP-RAM e pelas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS)
Através do gráfico PS13, verifica-se que, nos últimos quatro anos, tem havido tendência para o aumento do número
de utentes dos Centros de Dia/ Centros de Convívio que abrangem as freguesias da Quinta Grande, Curral das
Freiras e Câmara de Lobos (Ilhéu). O Centro de Convívio do Jardim da Serra tem mantido o mesmo número de
utentes, nos últimos três anos.
Os Centros de Dia dos Centros Sociais e Paroquiais de Santa Cecília, do Carmo e da Encarnação, localizados nas
freguesias de Câmara de Lobos e Estreito de Câmara de Lobos, têm mantido praticamente o mesmo número de
utentes, ao longo dos últimos quatro anos, apenas com um ligeiro aumento de 2011 para 2013.
O único lar de idosos, existente no Concelho, localizado na freguesia de Câmara de Lobos, tem mantido igualmente
o mesmo número de utentes (13), o que corresponde à sua capacidade máxima.
Diagnóstico Social Participado | 2016
143
Gráfico PS13 - N.º de pessoas a frequentar equipamentos geridos ou protocolados com a Segurança
Social, de acordo com a valência, de 2011 a 2015
O Centro Comunitário “Integrar e Desenvolver”, do Centro Social e Paroquial de Santa Cecília, surgiu no âmbito
do Programa de Luta Contra a Pobreza, em outubro de 1998, para implementar medidas que possibilitassem a
satisfação das necessidades específicas da população alvo, mas, acima de tudo, o desenvolvimento efetivo da
comunidade do Bairro da Palmeira. As linhas de atuação desta resposta social passam por prestar acompanhamento
psicossocial, pela promoção socioeducativa de crianças e jovens, pela intervenção na família e pelo acompanhamento
de dependentes de substâncias psicoativas. Este centro comunitário promove também a valência de Centro de Dia,
abrangendo, ao todo, 35 idosos. Há ainda que contabilizar as famílias apoiadas em géneros alimentícios, pelo Centro
Comunitário: 192 agregados (cerca de 576 pessoas), em 2014.
Em 2014, este Centro Comunitário registou um decréscimo no número de utentes. Esta situação ficou a dever-se à
emigração de alguns jovens e famílias (Fonte: CSPSC).
6.2.2. Serviço de Apoio Domiciliário
Em dezembro de 2013, Câmara de Lobos ocupava a segunda posição na RAM, em termos de beneficiários de apoio
domiciliário, com um total de 340 utentes32. Este Serviço é prestado pelo ISSM, IP-RAM, através de protocolo com
o Centro Social e Paroquial de S. Bento (sedeado na Ribeira Brava) e também pela Casa do Povo do Curral das
Freiras, instituição que gere uma empresa de inserção – Panela de Ferro – fornecendo as refeições para os utentes
residentes naquela freguesia.
32 Carta Social (2013), publicada pelo Instituto da Segurança Social, IP-RAM
239
206
236
10689
103 101
144
4528 29 28
131138 144 142
13 13 12 13
0
50
100
150
200
250
300
jan/11 jan/12 jan/13 jan/14
Centro Comunitário (CSP de
Sta. Cecília)
Centro Dia/Centro Convívio
(QG, Casa Povo CF e Ilhéu)
Centro de Convívio (Jardim da
Serra)
Centros de Dia (CSP Carmo,
Encarnação e Sta. Cecília)
Lar Idosos (Ilhéu)
Fonte: ISSM, IP-RAM
Diagnóstico Social Participado | 2016
144
Gráfico PS14 - N.º de utentes com apoio domiciliário, por freguesia, no ano 2014
Relativamente ao número de beneficiários, por freguesia, em 2014, destacava-se em primeiro lugar, a freguesia de
Câmara de Lobos (132), seguindo-se Estreito de Câmara de Lobos (80), Curral das Freiras (73), Jardim da Serra (26)
e Quinta Grande (24) (gráfico PS14). Nesse mesmo ano, a maioria dos utentes possuía idade superior a 75 anos,
com prevalência para utentes entre os 80 e 84 anos (gráfico PS15).
Gráfico PS15 - N.º de utentes com apoio domiciliário, no Concelho, por faixas etárias, no ano 2014
132
7380
24 26
0
20
40
60
80
100
120
140
Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de C. de
Lobos
Quinta Grande Jardim da Serra
13
8
22
39
67
82
57
47
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
< 60 60 - 64 65 - 69 70 - 74 75 - 79 80 - 84 85 - 89 ≥90
Fonte: ISSM, IP-RAM
Fonte: ISSM, IP-RAM
Diagnóstico Social Participado | 2016
145
6.2.3. Serviços de atendimento ao Cidadão
No Concelho, existem cinco serviços de atendimento ao cidadão do ISSM, IP-RAM, distribuídos por todas as
freguesias. Em 2013, foram realizados 5.211 atendimentos, especificamente, no âmbito da ação social,
correspondendo a 16,5% do total de cidadãos atendidos, a nível da RAM (31.575)33.
6.3. Equipamentos e respostas sociais promovidos pela autarquia
6.3.1. Centros Comunitários
A Divisão de Desenvolvimento Social (DDS) da Câmara Municipal de Câmara de Lobos tem a seu cargo a gestão de
dois centros comunitários: o Centro Comunitário “Cidade Viva” (CCCV), localizado na freguesia de Câmara de
Lobos e o Centro Comunitário “Vila Viva” (CCVV), localizado na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos. Estas
respostas sociais têm como principais objetivos, a promoção de projetos e ações de caráter comunitário, dirigidos
a toda a população, com especial incidência para a população jovem e sénior, tendo em vista a informação, formação,
valorização pessoal, dinamização comunitária, cultural, desportiva, bem-estar e de lazer dos seus utentes.
O Centro Comunitário “Cidade Viva” foi inaugurado em outubro de 2007 e possui uma estrutura com diferentes
serviços e atividades. Conta, a nível de recursos materiais, com um auditório, uma cozinha equipada, duas salas de
formação, um ginásio, um espaço net, balneários e instalações sanitárias.
O Centro Comunitário “Vila Viva”, foi inaugurado em junho de 2008 e funciona de forma semelhante ao CCCV,
com os mesmos recursos físicos.
Em 2015, frequentaram as atividades destes centros comunitários, ao todo, 566 pessoas: 248, no Centro
Comunitário “Vila Viva” e 318, no Centro Comunitário “Cidade Viva” (Fonte: DDS).
De referir que, em 2012, foi realizado um estudo no sentido de avaliar em que medida as atividades de animação se
correlacionam com a qualidade de vida da população sénior e idosa, nos Centros Comunitários “Vila Viva” e “Cidade
Viva”, com uma amostra de 71 indivíduos, maioritariamente, do género feminino, com idades compreendidas entre
55 e 80 anos. Concluiu-se que os inquiridos que participavam com maior frequência na realização de atividades de
animação tendiam a evidenciar melhor qualidade de vida (Faria, 2012).
6.3.2. Projetos Comunitários
A Divisão de Desenvolvimento Social, desenvolve diversos programas e atividades de caráter regular ou pontual,
direcionados a diferentes públicos-alvo, visando a melhoria das suas competências pessoais, sociais e profissionais.
Por outro lado, centra parte do seu trabalho na promoção da atividade física e desportiva, como fator de promoção
da saúde, do bem-estar e da qualidade de vida dos seus munícipes, através de vários programas de atividade física e
desportiva de âmbito não federado.
33 Carta Social (2013), publicada pelo Instituto da Segurança Social, IP-RAM.
Diagnóstico Social Participado | 2016
146
Entre os vários projetos ou grupos, temos, como exemplo, os campos de férias “Bairro a Brincar” e “Lobos Radical”,
os projetos “Prevenir Educando”, “Andar pela Saúde”, “Turismo Sénior”, “Explorar a Madeira”, “Acantonamento
Sénior”, “Saúde Rural” e o “Grupo Sempre Jovem”. Para além disso, também são desenvolvidas nos centros
comunitários sessões ou aulas regulares de dança, karaté, yoga, ginástica, natação e hidroginástica (em parceria com
a piscina da Penteada), bem como cursos de formação pessoal e profissional, através de parcerias públicas ou
privadas.
Estas atividades socioculturais procuram promover uma cidadania ativa e participativa na comunidade e têm como
principais objetivos: promover uma vida mais saudável, dinâmica e participativa, contribuir para a ocupação dos
tempos livres de forma a evitar o isolamento social, fomentar a inclusão social; promover a autonomia, a autoestima
e bem-estar, incrementar uma cidadania ativa, plena e responsável e promover a inovação social.
6.3.3. Serviço de atendimento social
No âmbito das suas competências, a Divisão de Desenvolvimento Social proporciona um serviço diário de
atendimento ao cidadão, incluindo atendimento social.
O Serviço Social municipal é um recurso de proximidade, ao qual recorrem muitos munícipes para expor os seus
problemas e necessidades de ordem diversa. Assumem particular destaque, os problemas ou necessidades
relacionadas com as condições habitacionais precárias, as dificuldades financeiras e o desemprego. É também comum
a articulação entre este serviço e outros serviços municipais ou instituições externas, no sentido da resolução dessas
situações.
Atualmente, o atendimento social é assegurado por três técnicos superiores das áreas de Serviço Social, Política
Social e de Investigação Social Aplicada.
Em 2015, foram realizados 1.042 atendimentos sociais, maioritariamente, relacionados com necessidades
habitacionais. Em maio de 2014, este atendimento de proximidade foi alargado às freguesias mais distantes da sede
do Concelho, nomeadamente, Curral das Freiras, Estreito de Câmara de Lobos, Jardim da Serra e Quinta Grande.
Diagnóstico Social Participado | 2016
148
7. Saúde
7.1. Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira
O Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira, Entidade Pública Empresarial (SESARAM, E.P.E.), é uma unidade
integrada de prestação de cuidados de saúde, funcionando como dispositivo articulador, na base de
complementaridade, dos centros de saúde e dos hospitais, e ainda, como instância de planeamento de recursos,
cabendo-lhe a prestação de cuidados aos indivíduos, às famílias e aos grupos sociais.
O SESARAM, E.P.E., com sede no Funchal, é uma pessoa coletiva de direito público, de natureza empresarial, dotada
de autonomia administrativa financeira e patrimonial, nos termos do Decreto-Lei n.º 558/99, de 17 de dezembro,
alterado pelo Decreto-Lei n.º 300/2007, de 23 de agosto. Rege-se pelo regime aplicável às entidades públicas
empresariais, com as especificidades constantes do Decreto Legislativo Regional n.º 9/2003/M, 27 de maio, alterado
pelo Decreto Legislativo Regional n.º 23/2008/M, de 23 de junho, dos seus estatutos aprovados por aquele diploma
legal e dos seus regulamentos internos, bem como das normas em vigor para o Serviço de Saúde da RAM.
Compete ainda a este organismo, a gestão das unidades hospitalares, Dr. Nélio Mendonça e Hospital dos
Marmeleiros, os Centros de Saúde, o Centro Dr. Agostinho Cardoso e a Unidade Dr. João de Almada34.
Câmara de Lobos, pela proximidade ao concelho do Funchal, constitui-se como município privilegiado no acesso a
um conjunto variado de bens e serviços de Saúde (Serviço de Urgência, consultas de especialidade e exames
complementares de diagnóstico, quer nos Hospitais quer na oferta privada). O Concelho não só apresenta uma vasta
rede de centros de saúde, oferecendo a cada freguesia uma unidade de saúde, enquanto resposta integrada na
comunidade, como em cada centro de saúde disponibiliza uma equipa multidisciplinar (Médicos, Enfermeiros,
Psicólogos, Assistente Social, Nutricionista, Psicopedagogo e Técnicos de Saúde Ambiental, entre outros), para
responder, na proximidade, às necessidades da população-utente.
Estas unidades de saúde desempenham um papel fundamental na prevenção de doenças e na promoção de estilos
de vida saudáveis, ao longo de todo o ciclo de vida dos indivíduos, pelo que representam uma mais-valia para a
comunidade.
Reconhecido este valor, importa reforçar as equipas dos centros de saúde com recursos humanos, requalificar as
condições físicas em que são prestados os cuidados de saúde (especialmente na freguesia de Câmara de Lobos),
manter e reforçar a articulação entre as entidades da comunidade e os agentes da Saúde, no desenvolvimento de
ações conjuntas que promovam uma vida saudável da população.
34 http://www.sesaram.pt
Diagnóstico Social Participado | 2016
149
7.1.1. Recursos Humanos dos Centros de Saúde de Câmara de Lobos
Os Centros de Saúde de Câmara de Lobos dispõem de diferentes categorias profissionais, designadamente, Médicos,
Enfermeiros, Assistentes Operacionais, Assistentes Técnicos, Nutricionista, Psicólogos e Assistente Social. Entre os
anos de 2011 e 2014, o número de elementos, pertencentes a cada uma destas categorias profissionais, não variou
muito, registando-se, contudo, o reforço de três profissionais de Medicina35 e de um Psicólogo, bem como a
diminuição de quatro Enfermeiros, de um Assistente Operacional e de dois Assistentes Técnicos, mantendo-se o
mesmo número de Nutricionistas e Assistentes Sociais (gráfico S1).
No ano de 2014, existiam 147 profissionais em funções nos Centros de Saúde de Câmara de Lobos, passando a 149
em 2015 (dados provisórios). No final de 2015, o número de Psicólogos aumentou para cinco elementos, acrescendo
ainda um profissional de Psicopedagogia (Fonte: SESARAM, EPE).
Gráfico S1 - Evolução do n.º de recursos humanos, nos centros de saúde do Concelho, de 2011 a
2014
7.1.2. Estatística de Produção dos Centros de Saúde
7.1.2.1. Caraterização dos utentes inscritos
O número total de utentes inscritos nos Centros de Saúde de Câmara de Lobos, entre 2011 e 2014, passou de
40.009 para 38.163, correspondendo a uma redução de 1.846 utentes (gráfico S2).
35 Segundo o Relatório de Atividades do Agrupamento dos Centros de Saúde da RAM (2015), foram admitidos três médicos de família para os Centros de Saúde de Câmara de Lobos, até ao final de 2015.
16 16 17 17
66 64 62 62
1 1 1 13 3 4 41 1 1 1
26 26 24 24
39 38 38 38
0
10
20
30
40
50
60
70
2011 2012 2013 2014*
Médicos Enfermeiros Nutricionistas Psicólogos
Assistentes Sociais Assistentes Técnicos Assistentes Operacionais
Fonte: SESARAM, EPE *dados provisórios
Diagnóstico Social Participado | 2016
150
Gráfico S2 - Evolução do n.º de utentes inscritos nos centros de saúde do Concelho, de 2011 a 2014
Fonte: SESARAM, EPE
À exceção do Centro de Saúde de Câmara de Lobos, todos os centros de saúde sofreram uma redução no seu
número de utentes, com maior incidência no Centro de Saúde do Estreito de Câmara de Lobos (-1.198) (Fonte:
SESARAM, EPE).
O Centro de Saúde de Câmara de Lobos era o que apresentava o maior número de utentes, no ano de 2014, com
15. 173 inscritos, ao contrário do Centro de Saúde do Curral das Freiras, que apresentava o menor número, com
2. 489 utentes (gráfico S3).
Gráfico S3 - N.º de utentes inscritos nos centros de saúde do Concelho, no ano 2014
Fonte: SESARAM, EPE
40 009
39 039
38 490
38 163
37 000
37 500
38 000
38 500
39 000
39 500
40 000
40 500
2011 2012 2013 2014
N.º
Anos
15 173
3 755
2 510
10 768
3 468
2 489
Câmara de Lobos
Carmo
Curral das Freiras
Estreito
Jardim da Serra
Quinta Grande
Diagnóstico Social Participado | 2016
151
Em 2014, do total de utentes inscritos nas cinco freguesias do Concelho, a maioria pertencia ao género feminino
(gráfico S4).
Gráfico S4 - N.º de utentes inscritos nos centros de saúde do Concelho, por género, no ano 2014
Fonte: SESARAM, EPE
Nesse mesmo ano, as faixas etárias predominantes, nos utentes inscritos nos centros de saúde do Concelho,
situavam-se entre os 20 e os 49 anos (gráfico S5).
Gráfico S5 - N.º de utentes inscritos nos centros de saúde do Concelho, por grupo etário, no ano
2014
Fonte: SESARAM, EPE
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
45000
Câmara de
Lobos
Carmo Estreito de
Câmara de
Lobos
Quinta
Grande
Jardim da
Serra
Curral das
Freiras
Total
Câmara de
Lobos
N.º
Sexo Masculino Sexo Feminino
3 766
5 443
6 016
6 221
5 994
4 656
2 865
1 965
1 237
0 1 000 2 000 3 000 4 000 5 000 6 000 7 000
[0 a 9]
[10 a 19]
[20 a 29]
[30 a 39]
[40 a 49]
[50 a 59]
[60 a 69]
[70 a 79]
[80 ou mais]
Diagnóstico Social Participado | 2016
152
Gráfico S6 - Evolução do total de inscritos nos centros de saúde do Concelho, com e sem médico de
família, de 2011 a 2014
Ao longo do período de 2011 a 2014, o número de utentes inscritos, nos centros de saúde do Concelho, com
médico de família foi sempre superior ao número de utentes com médico de recurso. Em 2014, do total de utentes
inscritos, 22.376 tinham médico de família e 15.787 não beneficiavam de médico de família.
Nesse mesmo período, apesar de ter ocorrido uma redução do número de utentes com médico de família, verificou-
se que de 2013 para 2014 houve um acréscimo de 1.246 inscritos com médico de família (gráfico S6).
Gráfico S7 - Distribuição do total de inscritos nos centros de saúde, por freguesias, com e sem
médico de família (somatório de 2011 a 2015)
23 14321 553 21 130
22 376
16 866 17 486 17 36015 787
0
5 000
10 000
15 000
20 000
25 000
2011 2012 2013 2014
N.º
Com Médico de Família Recurso
42 361
33 170
28 87826 633
7 778
11 696
7 56110 168
11 694
975
12 671
310
5 000
10 000
15 000
20 000
25 000
30 000
35 000
40 000
45 000
Com Médico de Família Recurso
Câmara de Lobos Estreito Carmo Jardim da Serra Curral das Freiras Quinta Grande
Fonte: SESARAM, EPE
Fonte: SESARAM, EPE
Diagnóstico Social Participado | 2016
153
No período entre 2011 a 2015, os Centros de Saúde de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara de Lobos eram
os que registavam maior número de utentes com médico de família, 42. 361 e 28. 878 respetivamente.
Os Centros de Saúde da Quinta Grande e do Curral das Freiras eram os que registavam um menor número de
utentes sem médico de Família (recurso), entre 2011 e 2015 (gráfico S7). O Centro de Saúde do Curral das Freiras
passou de 3 utentes, sem médico de família, em 2011, para 550 utentes, em finais de 2015 (Relatório de Atividades do
Agrupamento dos Centros de Saúde da RAM, 2015).
7.1.2.2. Consultas de Nutrição, Psicologia e Serviço Social
De um modo geral, entre 2011 e 2014, registou-se um aumento do número de consultas de Psicologia, no Concelho.
De 4.533 consultas, em 2011, passou-se para 6.354 consultas, em 2014, tendo ocorrido um reforço de dois
Psicólogos, até finais de 2015. No que se refere às áreas da Nutrição e do Serviço Social, o número de consultas
manteve-se relativamente constante (gráfico S8).
Gráfico S8 - Evolução do n.º de consultas de nutrição, psicologia e serviço social, no Concelho, de
2011 a 2014
De 2011 para 2014, o Centro de Saúde do Estreito de Câmara de Lobos foi o que registou maior número de
consultas de Psicologia e Nutrição (8.903 e 3.629, respetivamente). No Centro de Saúde de Câmara de Lobos
também se realizou um número considerável de consultas de Psicologia (7.478). A consulta de Serviço Social
realizou-se em maior número no Centro de Saúde de Câmara de Lobos (2.257).
1 957 2 029 2 033 1 886
4 5334 961
5 834
6 354
8771 163 1 047 1 046
0
1 000
2 000
3 000
4 000
5 000
6 000
7 000
2011 2012 2013 2014
N.º
Anos
Nutrição
Psicologia
Serviço Social
Fonte: SESARAM, EPE
Diagnóstico Social Participado | 2016
154
As freguesias da Quinta Grande e do Curral das Freiras apresentam uma desvantagem, comparativamente às
restantes freguesias do Concelho, uma vez que não dispõem de atendimento de Serviço Social no Centro de Saúde
(gráfico S9).
Gráfico S9 - N.º de consultas de psicologia, nutrição e serviço social, por centro de saúde, de 2011 a
2014
7.1.2.3. Consultas Médicas
No período entre 2011 a 2014, foram realizadas, ao todo, 196.964 consultas médicas, nos centros de saúde do
Concelho. O Centro de Saúde onde se registou maior número de consultas foi o de Câmara de Lobos (65.605),
seguindo-se o Centro de Saúde do Estreito de Câmara de Lobos (60.909), o Centro de Saúde do Jardim da Serra
(21.936), o Centro de Saúde do Carmo (18.337), o Centro de Saúde do Curral das Freiras (15.721) e o Centro de
Saúde da Quinta Grande (14.456) (gráfico S10).
7 478
1 610
8 903
566
1 918
1 207
0
1 000
2 000
3 000
4 000
5 000
6 000
7 000
8 000
9 000
10 000
Câmara de
Lobos
Carmo Estreito Quinta Grande Jardim da Serra Curral das
Freiras
Psicologia Nutrição Serviço Social
Fonte: SESARAM, EPE
Diagnóstico Social Participado | 2016
155
Gráfico S10 - N.º de consultas médicas por centro de saúde, no Concelho, de 2011 a 2014
O tipo de consulta médica mais procurada foi a de Saúde do Adulto (92.776), seguida da Saúde do Idoso (37.887),
em todos os centros de saúde. O tipo de consulta médica menos procurada foi a de Saúde Escolar (38) (gráfico S11).
Gráfico S11 - N.º de consultas médicas nos centros de saúde do Concelho, de 2011 a 2014
171
16 223
3 390
235
38
17 415
21 472
92 776
37 887
3 548
1 531
2 278
0 20 000 40 000 60 000 80 000 100 000
Cuidados Paliativos
Planeamento Familiar
Saúde Materna
Revisão Puerpério
Saúde Escolar
Saúde Infantil
Saúde Juvenil
Saúde do Adulto
Saúde do Idoso
Consultas Domiciliárias
Cessação Tabágica
Alcoologia
65 605
18 337 15 721
60 909
21 936
14 456
0
10 000
20 000
30 000
40 000
50 000
60 000
70 000
Câmara de
Lobos
Carmo Curral das
Freiras
Estreito Jardim da
Serra
Quinta
Grande
N.º
Centro de saúde
Fonte: SESARAM, EPE
Fonte: SESARAM, EPE
Diagnóstico Social Participado | 2016
156
7.1.2.4. Consultas de Enfermagem
Entre 2011 e 2014, foram realizadas 293.011 consultas de enfermagem, nos centros de saúde do concelho de Câmara
de Lobos, com maior incidência no Centro de Saúde de Câmara de Lobos.
O tipo de consulta mais solicitada, em todos os centros de saúde, foi a consulta de Saúde do Adulto (111.476),
seguindo-se a de Saúde do Idoso (61. 483) e a menos solicitada foi a de Alcoologia (1.432) (gráfico S12).
Gráfico S12 - N.º total de consultas de enfermagem nos centros de saúde do Concelho, no período
de 2011 a 2014
7.1.3. Centro Dr. Agostinho Cardoso
O Centro Dr. Agostinho Cardoso é o serviço coordenador da organização antituberculosa na Região Autónoma da
Madeira e baseia-se no Programa Nacional de Luta Contra a Tuberculose. Ao Centro Dr. Agostinho Cardoso,
compete ainda o radiodiagnóstico de doentes com patologias respiratórias, para despiste de doença pulmonar. Esta
unidade abrange toda a população residente na RAM, competindo, neste estudo, a análise dos indicadores relativos
ao concelho de Câmara de Lobos.
No período entre 2011 e o 1º semestre de 2015, foram atendidos 421 utentes, residentes no Concelho, na Consulta
Médica (CM) do Centro Dr. Agostinho Cardoso. Foi no ano de 2013 que se registou o maior número de utentes
nesta consulta, com um total de 107 utentes. No que concerne às idades, a maioria dos utentes atendidos
encontrava-se nas faixas etárias entre 50 e 59 anos, e predominantemente, entre 60 e 69 anos (175 utentes). Ao
longo deste período, os utentes do sexo masculino foram os que mais recorreram às consultas (245 utentes)
comparativamente aos do sexo feminino (176).
111 476
61 483
32 000
27 563
23 053
18 400
15 362
2 242
1 432
0 20 000 40 000 60 000 80 000 100 000 120 000
Alcoologia
Cessação Tabágica
Saúde Materna
No Domicílio
Planeamento Familiar
Saúde Juvenil
Saúde Infantil
Saúde do Idoso
Saúde do Adulto
Fonte: SESARAM, EPE
Diagnóstico Social Participado | 2016
157
Quanto às freguesias de proveniência, constata-se que a maioria dos utentes, atendidos na consulta médica do
Centro Dr. Agostinho Cardoso, provinha da freguesia de Câmara de Lobos (183) e do Estreito de Câmara de Lobos
(134) (Fonte: SESARAM, EPE).
7.1.4. Consulta Externa Hospitalar – especialidades
Desde o início de 2011 até ao final do 1.º trimestre de 2015, foram atendidos 60.067 utentes, nas consultas de
especialidade, maioritariamente, das freguesias de Câmara de Lobos (22.731) e do Estreito de Câmara de Lobos
(13.749). A maioria era do sexo feminino (33.662 utentes) e encontrava-se na faixa etária dos 40 aos 49 anos (8.919
utentes).
Entre 2011 e 2015 foram realizadas 88.335 consultas, nas diferentes especialidades. O ano de 2012 foi aquele em
que se registou maior número de consultas de especialidade (30.680 consultas).
Destacam-se as especialidades mais frequentadas pelos utentes do Concelho: Ginecologia (6.804), Sessões de
Enfermagem (5.743), Pediatria (5.648), Oftalmologia (5.621), Ortopedia (5.462) e Cardiologia (3.734) (Fonte:
SESARAM, EPE).
7.1.5. Programa de Saúde Oral
O Programa de Saúde Oral está organizado em dois tipos de consulta: a de Higiene Oral e a de Medicina Dentária.
As consultas de Higiene Oral abrangem todas as crianças dos 3 aos 10 anos de todos os concelhos da RAM. As
consultas de Medicina Dentária são direcionadas a todas as crianças que frequentem o 1.º ciclo de escolaridade, em
todos os concelhos da RAM.
Desde o ano de 2011 até ao 1º semestre de 2015, no âmbito da consulta de Saúde Oral, foram atendidas 10.894
crianças pertencentes ao concelho de Câmara de Lobos. Destas, a grande maioria tinha como residência as freguesias
de Câmara de Lobos (5.128) e do Estreito de Câmara de Lobos (3.402), seguindo-se a freguesia do Jardim da Serra
(1088), Quinta Grande (715) e Curral das Freiras (561). O ano de 2012 foi aquele em que se registou o maior
número de atendimentos na consulta de Saúde Oral (2.373), embora nos anos subsequentes (2013 e 2014) não se
tenha verificado oscilações significativas (2.334 e 2.337, respetivamente) (Fonte: SESARAM, EPE).
7.1.6. Unidade de Cuidados Paliativos
Os Cuidados Paliativos são um serviço de apoio à pessoa com doença incurável, cujos principais objetivos são
prevenir e aliviar o sofrimento do doente e sua família, para que possam alcançar a melhor qualidade de vida possível.
Na Região Autónoma da Madeira e desde o dia 1 de outubro de 2012, existem equipas consultoras a nível hospitalar
e na comunidade (Funchal, Zona Este e Zona Oeste), bem como uma Unidade de Cuidados Paliativos com
internamento, situada na Unidade Dr. João de Almada. Esta unidade destina-se a doentes complexos, cujo
internamento é indispensável ao controlo eficaz dos sintomas.
Diagnóstico Social Participado | 2016
158
Desde o ano de 2011 até final do 1º semestre de 2015, foram atendidos pela Unidade de Cuidados Paliativos, 36
utentes com residência em Câmara de Lobos, sendo a maioria do sexo feminino (20), face aos do sexo masculino
(16), com idades que variavam entre 30 e 80 e mais anos. A maioria dos utentes era proveniente das freguesias de
Câmara de Lobos (26) e do Estreito de Câmara de Lobos (8), sendo que do Jardim da Serra e do Curral das Freiras
registou-se somente um utente, não havendo a registar utentes da Quinta Grande.
O ano de 2014 foi aquele em que se registou maior número de atendimentos pela UCP (14) (Fonte: SESARAM,
EPE).
7.1.7. Rede Regional de Cuidados Continuados Integrados (RRCCI)
A Rede Regional de Cuidados Continuados Integrados (RRCCI), iniciada na RAM em abril de 2004, é uma estrutura
constituída por serviços de apoio ao domicílio e de internamento, de curta, média e longa duração, que prestam, em
simultâneo, cuidados de saúde e de apoio social, promovendo a autonomia dos seus utentes.
No período entre 2011 e o 1º semestre de 2015, foram internados na Rede Regional de Cuidados Continuados
Integrados (RRCCI) 79 utentes provenientes do Concelho, maioritariamente, do sexo feminino (56) face aos do
sexo masculino (23).
A maioria dos utentes tinha idade igual ou superior a 65 anos e era proveniente das freguesias de Câmara de Lobos
(35) e do Estreito de Câmara de Lobos (24), seguindo-se Curral das Freiras (13), Jardim da Serra (4) e Quinta Grande
(3). A variação do número de internamentos de 2012 a 2014 foi pouco significativa, tendo-se registado 19, 21 e 20
internamentos, respetivamente (Fonte: SESARAM, EPE).
7.1.8. Unidade de Tratamento da Toxicodependência (UTT)
7.1.8.1. Consultas de Medicina Geral e Familiar (MGF)
Desde o ano de 2011 até ao 1º semestre do ano de 2015, foram atendidos na UTT, um total de 4.883 utentes, do
Concelho, na consulta de Medicina Geral e Familiar (MGF).
Ao longo dos cinco anos em análise, foram os utentes do sexo masculino que mais frequentaram estas consultas
(4.629), em comparação com os do sexo feminino (254), com uma diferença bastante acentuada.
Quanto às freguesias de proveniência, verifica-se que a maioria era de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara
de Lobos (2.847 e 1.276, respetivamente), seguindo-se a freguesia do Jardim da Serra (309), Curral das Freiras (176)
e Quinta Grande (107), não tendo sido possível identificar a freguesia de 168 utentes.
O ano de 2013 foi aquele em que se registou maior procura pela consulta de Medicina Geral e Familiar da UTT
(1.306), destacando-se os utentes na faixa etária dos 30 aos 39 anos (2.485), em todos os centros de saúde, à exceção
do Curral das Freiras, em que a maioria dos utentes possuía idades entre os 20 e os 29 anos (Fonte: SESARAM,
EPE).
Diagnóstico Social Participado | 2016
159
7.1.8.2. Sessões de enfermagem
Desde o ano de 2013 até final do 1º semestre de 2015, foram atendidos 28.617 utentes nas Sessões de Enfermagem
da UTT, sendo a maioria do sexo masculino (27.468), face a uma minoria do sexo feminino (1.149). O ano de 2014
foi aquele em que se registou o maior número de utentes nesta consulta (16.173).
A maioria dos utentes atendidos nas Sessões de Enfermagem era proveniente da freguesia de Câmara de Lobos
(22.724) e encontrava-se na faixa etária dos 30 a 39 anos (13.658), seguindo-se a freguesia do Estreito de Câmara
de Lobos (3. 825), Jardim da Serra (1.315), Curral das Freiras (345) e Quinta Grande (179) (Fonte: SESARAM, EPE).
7.1.8.3. Consultas de Psiquiatria
Entre o ano de 2013 e o 1º semestre de 2015, foram atendidos 141 utentes na consulta de Psiquiatria da UTT, na
sua maioria do sexo masculino (135) face ao sexo feminino (6). O ano de 2013 foi aquele em que foram atendidos
mais utentes (61).
A maioria dos utentes nesta consulta era proveniente das freguesias de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara
de Lobos (59 e 53, respetivamente), seguidas do Curral das Freiras (14), Jardim da Serra (6) e Quinta Grande (0),
registando-se 9 utentes com freguesia desconhecida. Encontravam-se, predominantemente, na faixa etária dos 30
aos 39 anos (100) (Fonte: SESARAM, EPE).
7.1.8.4. Sessões com Famílias
A Unidade de Tratamento da Toxicodependência, através da Subunidade de Intervenção Familiar, intervém junto
das famílias cujos filhos têm problemas de consumos de substâncias, dinamizando os Grupos de Famílias da UTT.
No período entre o ano de 2013 e o final do 1º semestre de 2015, foram atendidos pela UTT, 29 familiares, todos
eles do sexo feminino, maioritariamente, na faixa etária dos 50 aos 69 anos.
Quanto às freguesias de proveniência da maioria dos utentes que participaram nas Sessões com Famílias, destacaram-
se Jardim da Serra (13) e Estreito de Câmara de Lobos (11), seguidas de Câmara de Lobos (4), Quinta Grande (1) e
Curral das Freiras (0) (Fonte: SESARAM, EPE).
7.1.8.5. Sessões de Psicologia
No período entre 2011 e o 1º semestre de 2015, foram atendidos 730 utentes, nas sessões de Psicologia, na sua
maioria do sexo masculino (695), comparativamente aos do sexo feminino (35). A maioria encontrava-se na faixa
etária dos 30 aos 39 anos (375).
A maioria dos utentes era proveniente das freguesias de Câmara de Lobos e Estreito de Câmara de Lobos (426 e
198, respetivamente), seguidas do Curral das Freiras (27), Jardim da Serra (21), Quinta Grande (14), registando-se
44 utentes com freguesia desconhecida (Fonte: SESARAM, EPE).
Diagnóstico Social Participado | 2016
160
7.2. Instituto da Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM
O Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM tem por missão apoiar a definição das políticas,
prioridades e objetivos para o setor da saúde e consumo, na procura de ganhos em saúde e de um elevado nível de
proteção dos direitos e interesses dos consumidores, assegurando a melhor articulação entre os diversos serviços
e organismos36.
No momento atual, e como consequência da evolução dos padrões de saúde da comunidade, torna-se emergente
fortalecer a capacidade de ação dos serviços de Saúde Pública por forma a se atingir um patamar que permita otimizar
os resultados, com vista à obtenção de ganhos em saúde.
Ao longo do tempo, importa adotar formas de desenvolvimento equilibrado de trabalho, em que se procure
maximizar os esforços de concertação, sem deixar de tomar as decisões pertinentes e explicitar as orientações que
delas decorrem. Tudo isto pressupõe, uma intervenção imediata sempre que a magnitude do problema e as suas
consequências o justifiquem.
Assim sendo, os Serviços de Saúde Pública são de uma importância fundamental na promoção da saúde da
comunidade e na avaliação do impacto das intervenções em saúde.
Tendo presente os pressupostos anteriormente mencionados, a Unidade de Saúde Pública de Câmara de Lobos tem
desenvolvido as suas competências/atividades centrada nas especificidades locais, atendendo à diversidade cultural,
ao papel dos cidadãos e à sua autonomia. Para tal, mantém uma estreita colaboração, de forma permanente, com
outras entidades, com competências legalmente atribuídas.
A partir da análise dos indicadores de saúde pública (Autoridade de Saúde e Técnicos de Saúde Ambiental),
respeitante ao período temporal de 2011 a 2014, é possível apresentar a evolução da atividade da Unidade de Saúde
Pública, no concelho de Câmara de Lobos, nos pontos seguintes.
7.2.1. Expediente com a autarquia de Câmara de Lobos
A Unidade Operativa de Saúde Pública de Câmara de Lobos (UOSPCL) mantém uma maior colaboração no
desempenho das suas competências, com a autarquia de Câmara de Lobos.
Ao longo dos quatro anos em apreço, verificamos um aumento estatisticamente significativo do número de pedidos
de avaliação das condições de habitabilidade. Para este facto, tem contribuído decisivamente o aumento do
desemprego na comunidade e o sobre-endividamento das famílias que deixando de conseguir suportar as despesas
com uma renda habitacional ou com o empréstimo bancário, recorrem ao pedido de habitação social e por
conseguinte, a um pedido de vistoria de condições de habitabilidade.
O número de reclamações relacionadas com situações de insalubridade, nesse período, aumentou significativamente,
admitindo-se que este crescimento estará, em parte, relacionado com a maior intervenção e empenhamento que as
instituições (UOSPCL e Câmara Municipal de Câmara de Lobos) têm colocado na resolução dos problemas dos
reclamantes.
36 Vide http://iasaude.sras.gov-madeira.pt
Diagnóstico Social Participado | 2016
161
Por outro lado, verificou-se uma diminuição do número de Licenças de Autorização de Utilização e de Pareceres de
Obras, diminuição esta, inequivocamente, associada à redução do investimento privado, neste Concelho, e
consequentemente, à diminuição da construção de habitações (gráfico S13).
Gráfico S13 - N.º de ações desenvolvidas pela UOSPCL, de 2011 a 2014
7.2.2. Programas de Vigilância Sanitária à Qualidade das Águas
A Unidade de Saúde Pública de Câmara de Lobos efetuou colheitas de amostras de água para análise (Técnicos de
Saúde Ambiental), no âmbito dos Programas de Vigilância Sanitária à Qualidade das Águas: água destinada ao consumo
humano, águas de piscinas, águas balneares, Legionella pneumophila e a respetiva avaliação do risco para os
consumidores e utilizadores (Autoridade de Saúde). Estes programas são coordenados pela Unidade Flexível de
Engenharia Sanitária do Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM.
De 2011 a 2014, verificou-se um aumento do número de colheitas de água de abastecimento público e de água de
piscina. De 2012 para 2013 é de salientar, também, um aumento significativo na recolha de colheitas de água balnear
(passou de 5 colheitas para 51).
Por outro lado, verificou-se uma diminuição do número de colheitas de água de Legionella pneumophila e respetiva
avaliação (de 15 colheitas, em 2011, passou para 0, em 2014) (gráfico S14).
35 34
46
87
3033
42
60
913 11 9
1915
20
4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2011 2012 2013 2014
N.º
Condições de Habitabilidade Queixas/reclamações de Insalubridade
Licenças de Autorização de Utilização Projetos de Obras
Fonte: Relatórios 2011, 2012, 2013 e 2014 da UOSPCL
Diagnóstico Social Participado | 2016
162
Gráfico S14 - N.º de colheitas de águas efetuados pela UOSPCL, de 2011 a 2014
7.2.3. Programa de Monitorização das Ovitraps, BG-Sentinel Traps e Programa Revive
Entre 2011 e 2014, e no âmbito da coordenação inter setorial para a luta anti vetorial, particularmente, no sentido
de monitorizar a atividade do mosquito Aedes aegypti, na RAM, registou-se um aumento significativo das atividades
de campo, para controlo e prevenção da sua proliferação, através do Programa de Monitorização das Ovitraps; BG-
Sentinel Traps e Programa REVIVE. Este trabalho, coordenado pelo Núcleo de Apoio à Vigilância Entomológica
(NAVE), visou a zona mais afetada (porta a porta), efetuando-se o inventário e a avaliação de criadouros domésticos
e peridomésticos, bem como a orientação para a sua eliminação e cuidados de proteção individual à população. O
incremento das atividades deveu-se a uma maior adequação das medidas de controlo, em função da densidade dos
vetores e por terem sido intensificadas as campanhas educacionais (sensibilização da população) (gráfico S15).
Gráfico S15 - N.º de ações no âmbito do Programa de Monitorização das Ovitraps, BG-Sentinel
Traps e Programa REVIVE, de 2011 a 2014
36 35
40
49
6 5
51
16
0 03
8
15
31 0
0
10
20
30
40
50
60
2011 2012 2013 2014
Água de Abastecimento Público Água Balnear
Água de Piscina Pesquisa de Legionella pneumohila
16
8
29 29
0
5
10
15
20
25
30
35
2011 2012 2013 2014
Fonte: Relatórios 2011, 2012, 2013 e 2014 da UOSPCL
Fonte: Relatórios 2011, 2012, 2013 e 2014 da UOSPCL
Nota: Os números apresentados representam semanas
Diagnóstico Social Participado | 2016
163
7.2.4. Atividade Médica da Autoridade de Saúde
O número de exames médicos para avaliação de aptidão física e mental para candidatos a condutores ou para
titulares de carta que necessitam revalidar os respetivos títulos, consoante a idade, decresceu, uma vez que a emissão
dos atestados deixou de ser da competência exclusiva da autoridade de saúde pública.
De seguida, apresenta-se o gráfico que descreve o número de ações médicas da Autoridade de Saúde, no período
de 2011 a 2014 (gráfico S16).
Gráfico S16 - N.º de ações médicas efetuadas pela Autoridade de Saúde, de 2011 a 2014
Ao longo do período em análise, o número de verificações de doença não sofreu oscilações. Quanto à emissão dos
certificados de óbito, da competência da Autoridade de Saúde, sempre o óbito ocorre no domicílio ou na via pública,
não registou grandes oscilações. Em terceiro lugar, o número de mandados de condução (doença psiquiátrica)
emitidos manteve-se constante (gráfico S16).
265
180
7 013 11 8 935 48 39
5338 44 39 31
0
50
100
150
200
250
300
2011 2012 2013 2014
Inspeções médico-sanitárias para condutores de veículos automóveis
Verificação de doença
Verificação Óbitos
Mandatos de Condução (doença psiquiátrica)
Fonte: Relatórios 2011, 2012, 2013 e 2014 da UOSPCL
Mandados de Condução (doença psiquiátrica)
Diagnóstico Social Participado | 2016
165
8. Segurança e Proteção Civil
O conceito de “segurança” que decorre das exigências de bem-estar, de proteção e de paz social dos cidadãos,
assume um sentido muito amplo e multifacetado que, em boa medida, percorre todos os domínios de análise
considerados neste diagnóstico. Neste subcapítulo, para além dos dados de natureza estatística sobre as taxas de
criminalidade, os registos de agressões pessoais ou outros atos de perturbação da ordem pública, apresentamos
alguns dados relevantes sobre vulnerabilidade social, associada ao risco de catástrofe ou desastre natural ou
tecnológico, no âmbito da proteção civil.
No que diz respeito à criminalidade, a nível nacional, os dados do Ministério da Administração Interna, revelam que
a violência doméstica se encontra, nos últimos anos, entre as tipologias criminais mais participadas em Portugal. Em
2014, foram registadas 27.317 participações por violência doméstica, em todo o país, verificando-se uma diminuição
residual de 0,004% relativamente a 2013. Em 2014, registaram-se cerca de três participações por cada mil habitantes,
com uma taxa de incidência de 2,62%.
A nível nacional, à semelhança dos anos anteriores, regista-se uma taxa de incidência mais elevada na Região
Autónoma dos Açores (4,36) e na Região Autónoma da Madeira (3,87) relativamente à observada no Continente.
Em 77% dos casos, a intervenção policial ocorreu a pedido da vítima, sendo que em 38% dos casos foi presenciada
por menores. Em 41% das ocorrências foi sinalizada a existência de problemas relacionados com o consumo de
álcool, por parte do denunciado, e em 12%, problemas relacionados com o consumo de drogas. A violência física
esteve presente em 70% das situações, a psicológica em 81%, a sexual em 2%, a económica em 9%, e a social, em
13%.
A vitimização apresenta maior incidência no sexo feminino (84%), registando-se neste género, uma variação, de
acordo com o grupo etário da vítima. A violência contra ascendentes verifica-se a partir da faixa etária dos 45-54
anos, com maior incidência no grupo etário igual ou superior a 75 anos.
No que diz respeito à RAM, foram registadas 1.011 participações, em 2014, o que corresponde a uma diminuição
de 0,69% relativamente aos números registados em 201337.
A Região Autónoma da Madeira (RAM), desde 2001, integrou nas suas prioridades de definição de política social, a
luta contra a violência doméstica e criou estruturas e respostas específicas de prevenção e proteção das vítimas,
tendo, em 2009, aprovado o I Plano Regional Contra a Violência Doméstica 2009-2011 (Resolução de Governo n.º
1384/2009, publicada no JORAM Nº 120, Série I de 27/11/2009).
Este Plano definiu uma estratégia de acordo com três eixos de intervenção: Informar, Sensibilizar e Educar; Proteger
as Vítimas, Prevenir a Vitimização Secundária e Qualificar os Profissionais, definindo medidas orientadas para a
sensibilização, informação e formação, para a proteção e autonomização das vítimas, para o tratamento dos (das)
agressores (as) e para a qualificação dos profissionais.
37 Secretaria Regional da Inclusão e Assuntos Sociais, ISSM, IP-RAM, II Plano Contra a Violência Doméstica 2015-2019.
Diagnóstico Social Participado | 2016
166
A Rede de Parceiros constituída aquando da elaboração e execução do I PRCVD, reuniu-se em junho de 2014, em
Grupo de Trabalho com representação de todos as Entidades Parceiras38 e sob a coordenação do Instituto de
Segurança Social da Madeira, IP-RAM, com vista à elaboração do II Plano Regional Contra a Violência Doméstica (II
PRCVD), enquanto instrumento de política social para a prevenção e combate à violência doméstica na RAM. Neste
mesmo Plano, introduziram-se dois novos eixos face ao anterior: Intervir junto dos (as) Agressores (as) e Aprofundar
o Conhecimento Especializado sobre a Violência Doméstica39.
De acordo com informações prestadas pela Rede Regional Contra a Violência Doméstica, no ano de 2014, foram
apoiadas 20 pessoas residentes em Câmara de Lobos, das quais 10 foram acolhidas em Casas Abrigo. Em 2015, foram
acompanhadas pela RRCVD, 163 novos casos (vítimas), entre os quais, 28 pessoas residentes em Câmara de Lobos.
8.1. Indicadores de criminalidade
A análise dos indicadores relacionados com a segurança e criminalidade, registados no Concelho, permite-nos fazer
algumas reflexões sobre a importância das metodologias implementadas pela Polícia de Segurança Pública, através da
Esquadra de Câmara de Lobos, no que concerne aos objetivos que orientam as práticas policiais.
Neste sentido, analisando objetivamente os dados recolhidos, é possível concluir que há efetivamente uma condição
sine qua non entre o número de habitantes dos vários concelhos e a criminalidade registada.
O concelho do Funchal, seguido dos concelhos de Câmara de Lobos, Santa Cruz e Machico, por esta ordem, são os
concelhos com maior percentagem de crimes registados, coincidindo com o facto de estes concelhos concentrarem
cerca de 80% da população regional (gráfico SC1). No entanto, o concelho de Câmara de Lobos apresenta uma taxa
de criminalidade (número de crimes registados face ao total de população residente) inferior às registadas no Funchal
e em Machico (gráfico SC7).
38 A Câmara Municipal de Câmara de Lobos representa a AMRAM (Associação de Municípios da RAM) neste grupo de trabalho. 39 Secretaria Regional da Inclusão e Assuntos Sociais, ISSM, IP-RAM, II Plano Contra a Violência Doméstica 2015-2019.
Diagnóstico Social Participado | 2016
167
Gráfico SC1 - N.º de crimes registados pelas autoridades policiais, no Concelho, no ano 2014
Fonte: INE
Quanto à evolução do número de crimes registados, nos últimos dez anos, no Concelho, manteve-se relativamente
constante, atingindo o valor mais elevado, em 2009 (965 crimes), diminuindo, depois, para um dos valores mais
baixos registados, no ano 2014 (813 crimes) (gráfico SC2).
Gráfico SC2 - Evolução do n.º de crimes registados pelas autoridades policiais, no Concelho, de 2004
a 2014
Fonte: INE
813
0
500
1 000
1 500
2 000
2 500
3 000
3 500
N.º
Concelho
916881
776841
934965
883936
905
808 813
0
200
400
600
800
1 000
1 200
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
N.º
Anos
Diagnóstico Social Participado | 2016
168
Na última década, o tipo de crimes que mais se registaram, no Concelho, foram os crimes contra o património e
contra as pessoas. A partir de 2011, este último tipo de crime ultrapassou a categoria dos crimes contra o
património. Por outro lado, verificou-se também, a partir de 2008, uma subida significativa dos crimes contra a vida
em sociedade (gráfico SC3).
Gráfico SC3 - Evolução do n.º de crimes registados, segundo a categoria de crime, no Concelho, de
2004 a 2014
Fonte: INE
Em 2014, o concelho de Câmara de Lobos evidenciou-se face aos restantes concelhos, em relação aos crimes
praticados contra a vida em sociedade. Em termos absolutos, o Concelho ocupava a segunda posição (170 crimes),
depois do Funchal.
Nos crimes contra a vida em sociedade, a condução de veículo com taxa de álcool igual ou superior a 1,2 gramas
por litro de sangue é o crime que mais se tem registado no Concelho.
Na categoria de crimes contra o património, o Concelho posicionava-se em terceiro lugar (262 crimes) na RAM,
depois do Funchal e de Santa Cruz.
Relativamente ao número de crimes contra o património, em 2014, foram registados 262 crimes, no Concelho,
ocupando a terceira posição, depois do Funchal e Santa Cruz (gráfico SC4). Este número poderá justificar-se pelas
práticas de consumo de substâncias ilícitas, refletidas nas inúmeras ações policiais que têm vindo a ser desenvolvidas
e que culminam na apreensão de diversos objetos roubados e substâncias ilícitas.
0
100
200
300
400
500
600
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
N.º
Anos
Crimes contra as pessoas
Crimes contra o
património
Crimes contra a vida em
sociedade
Crimes contra o Estado
Crimes previstos em
legislação avulsa
Diagnóstico Social Participado | 2016
169
Gráfico SC4 - N.º de crimes registados, segundo a categoria de crime, nos concelhos da RAM, no
ano 2014
Fonte: INE
Em 2015, o Concelho encontrava-se na segunda posição, a nível regional, relativamente aos crimes de violência
doméstica, tendo sido registados, nesse ano, 149 crimes. Os dados incluem os crimes de violência doméstica
registados contra cônjuge ou análogo, contra menores e outros crimes de violência doméstica (gráfico SC5).
Gráfico SC5 - N.º de crimes de violência doméstica, nos concelhos da RAM, no ano 2015
Fonte: Direção Geral de Política de Justiça
0
200
400
600
800
1 000
1 200
1 400
Calheta Câmara
de
Lobos
Funchal Machico Ponta
do Sol
Porto
Moniz
Porto
Santo
Ribeira
Brava
Santa
Cruz
Santana São
Vicente
N.º
ConcelhoCrimes contra as pessoas Crimes contra o património
Crimes contra a vida em sociedade
149
0
100
200
300
400
500
600
Diagnóstico Social Participado | 2016
170
Ao longo dos últimos dez anos, a taxa de criminalidade no Concelho tem-se mantido relativamente constante e com
níveis abaixo da taxa regional. Na RAM, tem havido tendência para uma redução gradual da taxa de criminalidade,
sendo que, em 2014, o Concelho e a RAM apresentavam taxas idênticas (gráfico SC6).
Gráfico SC6 - Evolução da taxa de criminalidade na RAM e Concelho, de 2004 a 2014
Fonte: INE
Em termos de indicadores gerais de criminalidade (INE), o concelho de Câmara de Lobos apresenta uma taxa de
criminalidade (rácio entre a população residente e o número de crimes registados) de 23,6%, sendo idêntica à da
Região (23,9%), correspondendo a uma taxa intermédia (5ª taxa mais baixa), no panorama regional (gráfico SC7).
Gráfico SC7 - Taxa de criminalidade dos concelhos da RAM, no ano 2014
Fonte: INE
0
5
10
15
20
25
30
35
40
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
‰
Anos
Câmara de Lobos RAM
23,6
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Calheta Câmara
de
Lobos
Funchal Machico Ponta
do SolPorto
MonizPorto
SantoRibeira
BravaSanta
CruzSantana São
Vicente
‰
Concelho
Diagnóstico Social Participado | 2016
171
Nos últimos quatro anos (2011-2014), as categorias de crime em que se verificaram maiores taxas de criminalidade,
no Concelho, foram os crimes contra as pessoas (integridade física simples e violência doméstica) e os crimes contra
o património.40 As categorias de crimes que apresentaram uma menor taxa foram o furto/ roubo por esticão e na
via pública, o furto de veículo e em veículo motorizado e a condução sem habilitação legal (gráfico SC8).
Gráfico SC8 - Taxa de criminalidade segundo a categoria de crime, no Concelho, de 2011 a 2014
Fonte: INE
As taxas de criminalidade relativas aos crimes contra a integridade física no Concelho têm sido semelhantes às da
RAM, tendo sido, pontualmente, registados valores acima das taxas regionais, em 2008, em 2012 e em 2013, voltando
a baixar, em 2014 (gráfico SC9).
Gráfico SC9 - Evolução da taxa de criminalidade contra a integridade física, na RAM e Concelho, de
2004 a 2014
Fonte: INE
40 Não se encontram disponíveis e publicados dados por freguesias.
0
2
4
6
8
10
12
2011 2012 2013 2014
‰
Anos
Crimes contra a integridade
física
Furto/roubo por esticão e na via
pública
Furto de veículo e em veículo
motorizado
Condução de veículo com taxa
de álcool igual ou superior a
1,2g/l
Condução sem habilitação legal
Crimes contra o património
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
‰
Anos
Câmara de Lobos RAM
Diagnóstico Social Participado | 2016
172
Em relação aos crimes de furto por roubo ou por esticão na via pública, apesar do Concelho ter registado, entre
2004 e 2012, valores acima da taxa regional, a partir deste ano, essa taxa diminuiu significativamente, coincidindo
com a taxa da RAM, com valores na ordem dos 0,5‰ (gráfico SC10).
Gráfico SC10 - Evolução da taxa de criminalidade de furto ou roubo por esticão e na via pública, na
RAM e Concelho, de 2004 a 2014
Fonte: INE
Na última década, tem havido tendência para diminuição dos furtos de veículo motorizado, quer na RAM, quer no
Concelho. O Concelho, tem-se mantido com valores abaixo ou próximos das taxas regionais, à exceção dos anos
2007 e 2008, em que foram superiores às da RAM. Em 2014, ambas as taxas coincidiram com o valor de 1,1 ‰
(gráfico SC11).
Gráfico SC11 - Evolução da taxa de criminalidade de furto de veículo e em veículo motorizado, na
RAM e Concelho, de 2004 a 2014
Fonte: INE
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
‰
Anos
Câmara de Lobos RAM
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
‰
Anos
Câmara de Lobos RAM
Diagnóstico Social Participado | 2016
173
Até 2010, as taxas de criminalidade por condução de veículo com excesso de álcool, no Concelho, mantiveram-se
abaixo das taxas regionais. Contudo, a partir desse ano, a referida taxa ultrapassou a da RAM, atingindo um valor
superior a 4‰, em 2014 (gráfico SC12).
Gráfico SC12 - Evolução da taxa de criminalidade de condução de veículo com taxa de álcool igual
ou superior a 1,2g/l, na RAM e Concelho, de 2004 a 2014
Fonte: INE
Nos crimes de condução sem habilitação legal, sucedeu exatamente o mesmo comportamento, a partir de 2010, ou
seja, a taxa do Concelho ultrapassou a da RAM, embora com valores inferiores (1‰ -1,5‰) (gráfico SC13).
Gráfico SC13 - Evolução da taxa de criminalidade de condução sem habilitação legal, na RAM e
Concelho, de 2004 a 2014
Fonte: INE
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
‰
Anos
Câmara de Lobos RAM
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
‰
Anos
Câmara de Lobos RAM
Diagnóstico Social Participado | 2016
174
Na década 2004-2014, os crimes contra o património, no Concelho, mantiveram-se com níveis abaixo da taxa da
RAM, à exceção do ano 2008, em que ambos os valores coincidiram (12,3‰) (gráfico SC14).
Gráfico SC14 - Evolução da taxa de criminalidade contra o património, na RAM e Concelho, de
2004 a 2014
Fonte: INE
De uma forma geral, é possível constatar que a evolução criminal, no Concelho, tem acompanhado a tendência dos
números apresentados na RAM.
No panorama criminal do Concelho e particularmente, nos crimes contra as pessoas, lideram as ofensas à integridade
física simples e a violência doméstica, enquanto nos crimes contra o património, sobressai o furto, apesar de nos
últimos quatro anos, ter havido uma tendência para a diminuição deste último tipo de crime.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
‰
Anos
Câmara de Lobos RAM
Diagnóstico Social Participado | 2016
175
8.2. Modelo Integrado de Policiamento de Proximidade
A PSP, através da Diretiva Estratégica n.º 10/2006 de 15 de maio, relativa ao Programa Integrado de Policiamento
de Proximidade (PIPP), atualmente designado por Modelo Integrado de Policiamento de Proximidade (MIPP),
operacionalizou os objetivos definidos no Programa do Governo e sistematizou mecanismos de articulação entre as
valências de prevenção da criminalidade e policiamento de proximidade e as valências de ordem pública, investigação
criminal e informações policiais41.
Os elementos que constituem as Subunidades abrangidas pelo projeto-piloto, incluindo as Equipas de Proximidade
e de Apoio à Vítima (EPAV) e novas Equipas do Programa Escola Segura (EPES), receberam formação específica para
o desempenho das missões que lhes estão adstritas.
As Equipas de Proximidade e de Apoio à Vítima (EPAV) são responsáveis pela segurança e policiamento de
proximidade, em cada setor da área de responsabilidade das subunidades, e ainda, de acordo com o diagnóstico de
segurança, efetuado em cada Comando, pela prevenção e vigilância em áreas comerciais, pela vigilância em áreas
residenciais, maioritariamente, habitadas por cidadãos idosos, pela prevenção da violência doméstica, pelo apoio às
vítimas de crime e acompanhamento pós vitimização, pela identificação de problemas que possam interferir na
situação de segurança dos cidadãos e pela deteção de cifras negras.
A PSP de Câmara de Lobos também possui uma sala de atendimento e apoio à vítima, espaço que é utilizado para
permitir maior privacidade e proteção das vítimas de Violência Doméstica.
Existe uma Equipa de Proximidade e Apoio à Vítima (EPAV), bem como uma Equipa Especial de Investigação de
Crimes de Violência Doméstica (EEIVD) que têm sob a sua alçada, a sinalização e a investigação deste tipo de crimes.
A Esquadra de Câmara de Lobos tem efetuado diversas ações de sensibilização, no âmbito do Modelo Integrado de
Proximidade, nomeadamente, sobre as temáticas da violência doméstica, delinquência juvenil, segurança na internet,
bullying, prevenção primária da toxicodependência, segurança para idosos, entre outras, bem como ações de
prevenção, através de diversas ações de fiscalização rodoviária. A incidência das ações identificadas, associada aos
objetivos pretendidos não é alheia aos indicadores registados.
41 http://www.psp.pt
Diagnóstico Social Participado | 2016
176
Nos últimos cinco anos, a PSP- Esquadra de Câmara de Lobos, realizou, ao todo, 161 ações de sensibilização,
destinadas a diversos públicos: idosos, alunos, pais e professores, comerciantes e outros (quadro SC1).
Quadro SC1 - Ações de sensibilização dirigidas ao público em geral, desenvolvidas pela PSP –
Esquadra de Câmara de Lobos, de 2011 a 2015
ANO
N.º de
Ações
Público-Alvo
Temáticas
2011
23
População Vulnerável:
- Idosos
- Comerciantes
- Alunos/ Pais/ Professores
(Outras Profissões)
Segurança e Prevenção Rodoviária
Violência nas Escolas
Delinquência Infantil
Segurança na Internet
Prevenção Primária da Toxicodependência
Bullying
Comportamentos de segurança na atividade
comercial
Comportamentos de segurança nos idosos
Esclarecimentos sobre o euro
Lei tutelar de menores
Violência doméstica e no namoro
Dia Europeu – 112
Eco-driving – princípios de uma condução inteligente
2012
27
2013
35
2014
42
2015
(até 21 de
setembro)
34
Fonte: PSP - Esquadra de Câmara de Lobos
No âmbito da Segurança Rodoviária, foram realizadas 163 ações de sensibilização, em todas as freguesias do
Concelho, de 2011 a 2015 (quadro SC2).
Quadro SC2 - Ações de sensibilização no âmbito da Segurança Rodoviária, promovidas pela PSP –
Esquadra de Câmara de Lobos, de 2011 a 2015
ANO N.º de
Ações Freguesias*
2011
34
Câmara de Lobos
Curral das Freiras
Estreito de Câmara de Lobos
Jardim da Serra
Quinta Grande
2012
39
2013
44
2014
27
2015
(até 21 de
setembro)
19
Fonte: PSP - Esquadra de Câmara de Lobos
*Ações distribuídas pelas freguesias de acordo com o n.º de população
Diagnóstico Social Participado | 2016
177
8.2.1. Programa Escola Segura
As Equipas do Programa Escola Segura (EPES) são responsáveis pela segurança e vigilância nas áreas escolares, pela
prevenção da delinquência juvenil, pela deteção de problemas que possam interferir com a segurança dos cidadãos,
e ainda, pela deteção de cifras negras, no seio das comunidades escolares.
Na PSP de Câmara de Lobos, este programa está em pleno funcionamento, desde 2006, e além das atribuições
normais de policiamento de proximidade e preventivo, junto das escolas, têm sido efetuadas diversas ações de
sensibilização.
Os agentes de proximidade têm uma missão que abrange desde o policiamento de visibilidade, a resolução e gestão
de ocorrências/conflitos, o reforço da relação polícia – cidadão e a deteção de situações que possam constituir
problemas sociais ou dos quais possam resultar práticas criminais. Os agentes de proximidade estão sujeitos a um
determinado número de regras de empowerment ou delegação de poderes e de responsabilização. Estes desenvolvem
contactos com a população em geral, serviços das juntas de freguesia e das câmaras municipais, dos tribunais, técnicos
locais de determinados projetos de assistência social, conselhos diretivos dos estabelecimentos de ensino,
comerciantes, bem como os cidadãos em geral.
A responsabilização dos agentes de proximidade constitui outro dos elementos fundamentais do Programa,
designadamente, através de definição de protocolos de procedimento, formulários e normas de atuação que os
vinculem a identificar problemas e a atuar em situações que possam, direta ou indiretamente, influenciar a segurança
pública e segurança rodoviária (viaturas abandonadas, iluminação pública, graffities, sinais de trânsito danificados ou
destruídos, casas devolutas, identificação de menores em risco ou em situação de abandono).
Nos últimos cinco anos, foram realizadas 116 ações de sensibilização em todas as Escolas do Concelho, enquadradas
no programa “Escola Segura” (quadro SC3).
Quadro SC3 - Ações de sensibilização no âmbito da Escola Segura, promovidas pela PSP – Esquadra
de Câmara de Lobos, de 2011 a 2015
ANO N.º de
Ações
N.º de
elementos PSP Freguesias*
2011
21
3
Câmara de Lobos
Curral das Freiras
Estreito de Câmara de Lobos
Jardim da Serra
Quinta Grande
2012
24
3
2013
26
3
2014
21
3
2015
(até 21 de
setembro)
24
3
Fonte: PSP - Esquadra de Câmara de Lobos *As ações foram desenvolvidas em todas as escolas do Concelho
Diagnóstico Social Participado | 2016
178
8.2.2. Apoio 65 - Idosos em Segurança
A PSP possui como missão, entre outras, proteger, socorrer e auxiliar os cidadãos, bem como defender e preservar
os bens que se encontrem em situações de perigo. Entre os grupos de pessoas mais vulneráveis, destacam-se as
pessoas mais idosas, que por se encontrarem normalmente mais isoladas e fragilizadas, necessitam, com frequência,
do apoio de terceiros. Decorrente dessa dependência social, aumentam as debilidades securitárias, cabendo à PSP
reduzir o seu sentimento de insegurança e contribuir para a diminuição dos índices criminais de atos que vitimam
especificamente este grupo de risco.
Para este efeito, Ministério da Administração Interna implementou o programa “Apoio 65 – Idosos em segurança”,
conjuntamente com a PSP, que visa garantir as condições de segurança e tranquilidade das pessoas idosas, e deste
modo, prevenir e evitar situações de risco.
Neste sentido, a PSP de Câmara de Lobos tem preconizado uma crescente aposta em ações de sensibilização, junto
da comunidade, de forma a consciencializar os mais idosos, bem como aconselhar a adoção de medidas preventivas
e comportamentos de autoproteção, quer em casa, transportes públicos ou via pública, no intuito de diminuir
situações de risco, prevenir e evitar burlas/furtos/roubos e conferir um maior sentimento de segurança.
No desenvolvimento do Programa Idosos em Segurança, a PSP tem vindo a realizar parcerias formais e informais
com autarquias, entidades de solidariedade social, entidades de saúde e instituições particulares, no sentido de
prestar o apoio e encaminhamento adequados aos cidadãos idosos. Assim, em 2013, reforçou-se o policiamento nas
áreas maioritariamente habitadas e frequentadas por idosos, estabelecendo uma relação de empatia e confiança entre
os idosos e a PSP e articulando também com diversas entidades.
8.2.3. Programa Comércio Seguro
É um programa da PSP em que os agentes de proximidade têm como principal missão a prevenção da criminalidade
no setor comercial, através de policiamento reforçado, nas áreas comerciais, e de ações de sensibilização e
informação, junto dos comerciantes.
8.3. Proteção Civil
Em abril de 2015 foi instalada, no Concelho, a Comissão Municipal de Proteção Civil (CMPC), estrutura de
coordenação em que estão representadas as várias entidades, organismos e agentes de proteção civil que intervêm
nesta área, no Município. Em maio de 2015, deu-se início à elaboração do Plano Municipal de Proteção Civil de
Câmara de Lobos (PMPC), instrumento vital para o planeamento e gestão das operações de socorro e assistência
às populações, aquando da ocorrência de acidente grave ou catástrofe. Este projeto foi apoiado pelo Programa
Intervir+, no âmbito de uma candidatura promovida pela Associação de Municípios da Região Autónoma da Madeira
(AMRAM).
Diagnóstico Social Participado | 2016
179
O Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC) rege-se pelo regulamento municipal de proteção civil do Município,
aprovado pela Câmara Municipal e pela Assembleia Municipal, em reuniões realizadas em 5 de dezembro de 2013 e
24 de abril de 2014, respetivamente, publicado no Diário da República 2.ª Série, n.º 104, de 30 de maio de 201442.
Neste âmbito, têm sido realizados diversos estudos, nomeadamente, sobre a caraterização e diagnóstico do risco
natural e tecnológico e sobre a vulnerabilidade social e resiliência, no concelho de Câmara de Lobos.
A vulnerabilidade associada ao risco natural é um conceito multidimensional que permite caracterizar e compreender
o nível de exposição das comunidades e perceber como as mesmas conseguem responder e recuperar no período
pós-desastre (Cutter et al., cit in Santos, Tavares e Mendes, 2015).
A vulnerabilidade social consiste num indicador fundamental para a governação do risco, envolvendo os processos
e impactos decorrentes de eventos de origem natural, tecnológica e ambiental. A relevância da análise da
vulnerabilidade social a um nível inframunicipal, decorre da necessidade instrumental de fundamentar opções
políticas, traduzidas em medidas estratégicas e operacionais, no âmbito da prevenção, redução, mitigação e adaptação
ao risco, assim como, da necessidade de consolidar os indicadores de capacidade de suporte e de resiliência individual
e das comunidades. Dá-se, portanto, resposta a requisitos em áreas como a Proteção Civil e a Gestão da Emergência,
as Políticas Sociais, de Saúde e Educação, contribuindo também para os quadros de referência de Urbanismo e
Ordenamento do Território.
Na perspetiva da vulnerabilidade social, a sociedade não é dimensionada como um objeto homogéneo com isotropia
nos comportamentos, perceções e reações, mas é-o segundo os vários componentes da vulnerabilidade como, por
exemplo, a idade, o género, a escolaridade, a nacionalidade, o acesso aos equipamentos públicos, as condições do
alojamento ou o tipo e grau de incapacidade. Em caso de desastre, é ainda importante conhecer os cenários de
impacto previsíveis e os grupos mais vulneráveis, em relação aos diversos perigos, identificando as suas principais
fragilidades.
Por outro lado, é igualmente relevante identificar e diferenciar os territórios, segundo a sua capacidade em assegurar
o socorro, a resposta, a contingência e a recuperação da população e das atividades socioeconómicas. Nesta
perspetiva, importa considerar os equipamentos e estruturas públicas e privadas que atuarão ou poderão atuar no
prosseguimento daqueles objetivos.
Assim, a vulnerabilidade social não se resume somente às características dos indivíduos, como também às suas
relações em sociedade, à natureza dessas relações e ao ambiente.
Em Câmara de Lobos, no âmbito de um estudo preliminar desenvolvido pelo Observatório do Risco do Centro de
Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (OSIRIS)43, foram identificadas algumas zonas de maior vulnerabilidade
social, concluindo-se que para além das subsecções estatísticas situadas nas áreas serranas, muitas delas não
habitadas, a vulnerabilidade social é muito elevada em algumas subsecções dispersas, sobretudo nas freguesias de
Câmara de Lobos e de Curral das Freiras. Na freguesia de Câmara de Lobos, observa-se o efeito atenuador da
elevada capacidade de suporte (vide cartografia da vulnerabilidade social em anexo VIII).
42 CMCL, Revista Viver n.º 23/2016. 43 Santos, Tavares e Mendes (2015). Avaliação da Vulnerabilidade Social no Concelho de Câmara de Lobos – Métodos e Resultados (versão
preliminar). CES/OSIRIS, Universidade de Coimbra
Diagnóstico Social Participado | 2016
180
O município de Câmara de Lobos, complementarmente, apresenta um grande contraste e/ou heterogeneidade na
estrutura das unidades territoriais existentes, em termos de capacidade de suporte, como resultado do fenómeno
de macrocefalia urbana, provocada pela influência da dinâmica e mutabilidade socioeconómica, observada no centro
urbano e histórico da freguesia de Câmara de Lobos. Esta situação, que promove o desenvolvimento de contrastes
intermunicipais e submunicipais e de uma marginalidade funcional acentuada, demonstra a importância das políticas
locais e regionais no desenvolvimento local e evidencia a capacidade de atração de investimento e a necessidade de
infraestruturação do espaço urbano e de atribuição de apoio social, como resultado de uma maior densidade
populacional.
Na freguesia de Câmara de Lobos, a análise espacial permite evidenciar uma expressão espacial acentuada da
vulnerabilidade social, em áreas predominantemente rurais, uma vez que, em espaços maioritariamente urbanos,
observa-se o efeito atenuador da componente da capacidade de suporte, conforme referenciado anteriormente. Em
sentido inverso, verificou-se que o centro urbano de Câmara de Lobos é em termos de capacidade de suporte, a
área do Concelho com a classificação mais significativa, atenuando, consequentemente, o score compósito relativo
ao grau de vulnerabilidade social. Esta situação determina o isolamento das subsecções estatísticas, efetivamente
mais vulneráveis, ou seja, aquelas que mesmo após o efeito atenuante da capacidade de suporte, mantêm uma elevada
vulnerabilidade social. A idade, a qualificação e a situação perante o emprego, são as principais forças
incrementadoras da componente da criticidade nesta freguesia.
No que concerne à freguesia do Curral das Freiras, a análise permite observar, em diferentes escalas de análise, a
ocorrência de uma dinâmica idêntica à registada na freguesia de Câmara de Lobos, nomeadamente, a atenuação do
grau de criticidade de acordo com a dissipação espacial do grau de capacidade de suporte, a partir do centro urbano
da freguesia – localização preferencial de equipamentos e serviços e funções especializados, contribuindo para a
localização dos espaços com menor vulnerabilidade social no sítio da Achada.
No entanto, identifica-se, nesta área, algumas subsecções estatísticas classificadas com um grau de vulnerabilidade
muito elevada, à razão da localização de um conjunto de moradias unifamiliares a custos controlados.
Esta situação determina, de igual forma, um decaimento natural do nível de vulnerabilidade social, em função da
distância ao centro urbano, atingindo o seu valor máximo na periferia (de maior vulnerabilidade social). Não obstante,
ressalva-se o facto de ter sido registado, em algumas subsecções estatísticas, o agravamento significativo do nível de
criticidade, devido ao decréscimo da capacidade de suporte, e consequentemente, do grau de vulnerabilidade social.
Na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, os espaços classificados e/ou identificados com maior vulnerabilidade
social, apresentam uma dispersão espacial heterogénea e localizam-se, fundamentalmente, em áreas
predominantemente rurais. Não obstante, de acordo com a análise efetuada, esta situação apresenta uma
particularidade anómala à tendência identificada para o Concelho, uma vez que resulta e/ou é, sobretudo,
consequência de uma menor capacidade de suporte, contrariamente a outros casos paradigmáticos identificados nas
restantes unidades administrativas que por norma e complementarmente, apresentam uma criticidade elevada.
Complementarmente, e à semelhança da tendência verificada na freguesia de Câmara de Lobos, regista-se o facto
dos espaços classificados com menor vulnerabilidade social apresentarem, fundamentalmente, uma distribuição
associada a uma via rodoviária estruturante, a Estrada João Gonçalves Zarco.
Diagnóstico Social Participado | 2016
181
As unidades administrativas remanescentes, nomeadamente, as freguesias da Quinta Grande e do Jardim da Serra,
evidenciam uma dinâmica similar àquelas analisadas anteriormente, identificando-se a localização dos espaços
classificados com maior vulnerabilidade social, em áreas socio e economicamente desfavorecidas. Esta situação
contribui para o agravamento da coesão territorial e social.
Considerando estes pressupostos, a cartografia relativa à vulnerabilidade social (anexo VIII) permite referenciar,
como áreas de maior vulnerabilidade, as seguintes subsecções estatísticas:
a) Na freguesia de Câmara de Lobos, os sítios: Ribeira da Caixa, Caminho Grande e Preces e Quinta do
Leme, Nogueira, Garachico, Heras, Pedregal, Ribeira da Alforra e Fonte Garcia, Rancho, Facho, Caldeira,
Cruz da Caldeira e Fajã;
b) Na freguesia do Curral das Freiras, os sítios: Lombo Chão, Seara Velha, Balceiras, Terra Chã, Capela,
Murteira, Casas Próximas, Achada, Fajã dos Cardos, Fajã Escura, Colmeal e Pico Furão;
c) Na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, os sítios: Vargem, Covão e Panasqueira, Covão,
Garachico, Furneira, Foro, Cabo Podão, Fontes, Casa Caída, Castelejo, Pomar do Meio, Barreiros, Quinta
de Santo António e Fajã das Galinhas;
d) Na freguesia da Quinta Grande, os sítios: Aviceiro, Igreja, Quinta, Lombo, Fontes, Vera Cruz, Ribeira do
Escrivão e Fontainhas;
e) Na freguesia de Jardim da Serra, os sítios: Pomar Novo, do Luzirão, Fonte Frade, Foro, Romeiras, Cabo
Podão, Marco e Fonte da Pedra, Jardim da Serra, Chote, Achada e Corrida.
No setor setentrional do Concelho deve-se destacar que o efeito atenuante é verificado somente em relação a
algumas componentes da capacidade de suporte – sobretudo aquelas relacionadas às funções básicas asseguradas
pela Administração Pública. A nível dos equipamentos de proteção civil, verifica-se neste setor, representado pela
freguesia de Curral das Freiras, uma lacuna naquele tipo de equipamentos – não obstante a existência de um
destacamento dos Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos que presta serviços de emergência pré-hospitalar e
de primeira intervenção nesta freguesia. Por este motivo, a criticidade que mais a sul surge atenuada pela elevada
capacidade de suporte, não é a norte tão verificável na cartografia final da vulnerabilidade social (Santos, Tavares e
Mendes, 2015).
Diagnóstico Social Participado | 2016
183
Introdução
De acordo com o Conselho da Europa, o termo “social” não se limita ao que correntemente se designa por “políticas
sociais”. O que está em causa é a coesão da sociedade em todas as suas dimensões, designadamente nas que
encerram riscos potenciais ou reais de fragmentação social (social, económica, ambiental, cultural e política).
O Conselho da Europa define a Coesão Social como a capacidade que uma sociedade tem para assegurar o bem-
estar de todos os seus membros, reduzindo as disparidades ao mínimo e evitando a marginalização dos mesmos.
Nesse sentido, devem ser colocados à disposição da sociedade, os meios para assegurar a proteção social de todos
os seus membros.
A Coesão Social é um conceito político essencial à realização de três valores fundamentais: Direitos do Homem,
Democracia e Estado de Direito.
A nova estratégia para a Coesão Social foi apresentada no momento em que o sentido do termo “Progresso” evoluiu.
Se anteriormente estava associado a uma visão de prosperidade, de justiça e de liberdade, atualmente, passa por
iniciativas que visam proteger a sociedade contra as tendências regressivas, pensar na sustentabilidade e na justiça
social, num contexto, onde os recursos materiais e ambientais são limitados, evitar situações irreversíveis e garantir
a equidade entre gerações. O progresso societal implica o estudo das disparidades económicas e sociais, bem como
dos custos sociais e ecológicos dos modos atuais de produção e consumo.
Uma estratégia de Coesão Social é útil para garantir a plena participação e colaboração de todos os atores no
processo de desenvolvimento democrático e sustentável. Todas as sociedades devem conhecer os conflitos e
clivagens gerais existentes, a repartição desigual da riqueza, a diversidade étnica e cultural, bem como os efeitos do
ambiente na vida das pessoas.
A definição e a estratégia de Coesão Social introduzem dois elementos radicalmente novos, no modo de tratar a
questão social e de conceber o progresso social: 1) a definição do objetivo do progresso social como sendo o bem-
estar de todos, incluindo as gerações futuras; 2) a corresponsabilidade como base essencial para construir a Coesão
Social, sendo que a corresponsabilidade para o bem-estar de todos implica o envolvimento dos cidadãos para definir
o bem-estar e a construção de indicadores concertados, primeiro a nível local, e posteriormente, a nível regional,
nacional e europeu.
O Plano de Ação para a Coesão Social do Conselho da Europa baseia-se no cruzamento entre dois tipos de
abordagens44:
a) Uma ascendente, partindo dos processos de construção da corresponsabilidade para o bem-estar de
todos, com os cidadãos, a nível local, para elaborar objetivos e indicadores de bem-estar a nível regional,
nacional e europeu;
b) Uma descendente consistindo em reanalisar as políticas e os instrumentos jurídicos, a nível nacional, e
europeu, a partir daqueles objetivos e indicadores, para os tornar mais adequados às expectativas dos
cidadãos e permitir a sua apropriação a nível local.
44 Conselho Local de Ação Social de Sintra (2011). SPIRAL Guia do Facilitador. Sintra.
Diagnóstico Social Participado | 2016
184
Foi neste contexto que o Conselho da Europa desenvolveu, em várias regiões da Europa e em parceria com o
Congresso Europeu dos Poderes Locais e Regionais, uma metodologia de promoção da corresponsabilidade, a nível
local – SPIRAL (Societal Progress Indicators and Responsabilities for All) – tendo em vista refletir sobre os métodos para
construir uma pedagogia de compreensão, em torno do conceito do “Progresso versus Bem-Estar de todos”45.
A metodologia SPIRAL inscreve-se na abordagem ascendente atrás mencionada e visa a construção do progresso
social para o bem-estar de todos, com os cidadãos, e tem vindo a ser aplicada em diversas cidades da Europa, e não
só, sendo uma ferramenta complementar bastante útil nos processos de diagnóstico participado.
Parte-se da premissa de que a definição de bem-estar de todos deverá ser construída, a partir da visão dos próprios
cidadãos e assentar na realização de reuniões, com pequenos grupos da população, organizados segundo o que se
pretende conhecer (território, instituição, grupo-alvo).
De salientar, ainda, a relativa facilidade na sua aplicação e na extração expedita de resultados para diagnóstico, através
do Programa ESPOIR (Élaborer le Progrès Sociétal par l'Organisation d'Indicateurs Raisonnés)46, facultado gratuitamente
pelo Conselho da Europa.
Tomando estes princípios, em maio de 2015, o município de Câmara de Lobos aderiu à Together, Rede Internacional
de Territórios de Corresponsabilidade, comprometendo-se com um maior envolvimento e concertação dos agentes
sociais e dos cidadãos, em torno de ações de corresponsabilidade partilhada.
Este capítulo visa dar a conhecer o processo desenvolvido, bem como os resultados obtidos, estando estruturado
em três pontos. No primeiro ponto, dá-se conta da criação de uma Rede de Facilitadores de processos participativos
com vista à Coesão Social – metodologia SPIRAL. No segundo ponto, foca-se a visão dos Parceiros Sociais sobre o
território. Por último, no terceiro, o enfoque é dado à definição de bem-estar, na perspetiva dos Câmara-lobenses.
45 Para mais informação consultar https://spiral.cws.coe.int/tiki-index.php?page=processus+locaux 46 Base de dados elaborada a partir do EXCEL.
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1. A Criação de uma Rede de Facilitadores para a Coesão Social
A implementação de processos participativos, num determinado território, com vista à Coesão Social, supõe a
existência de facilitadores desses processos, devidamente habilitados.
Com este objetivo, decorreu, nos dias 6 a 8 de julho 2015, em Câmara de Lobos, uma ação de formação sobre a
metodologia SPIRAL, dirigida a técnicos de várias instituições e serviços, com intervenção no território.
Esta ação de formação, por um lado, teve como objetivo reforçar as competências dos profissionais, e por outro,
criou condições para o reforço da corresponsabilidade, no território e nas instituições.
Assim, e para além dos conhecimentos específicos adquiridos, esta ação constituiu-se também como um momento
de reflexão e partilha que, estamos certos, contribuiu para o enriquecimento do capital humano instalado no
território.
Salienta-se no esquema seguinte, o resumo de alguns aspetos a ter em consideração no incremento da
corresponsabilidade para o bem-estar de todos, no Concelho (figura 3):
Figura 3 - Contributos da Rede de Facilitadores para o incremento da corresponsabilidade para o
bem-estar
Fonte: Elaboração própria
Durante a ação de formação, foi capacitada uma Rede de Facilitadores, constituída por representantes de 23
instituições locais, com vista à dinamização de oficinas de participação com os cidadãos, para a definição de bem-
estar. Os resultados destas oficinas de participação serão objeto de análise no ponto 2 deste capítulo.
O que considera
mais relevante para
o incremento da
corresponsabilidade
para o bem-estar de
todos, em Câmara
de Lobos?
Concretização de ações; definição de
um plano de ação conjunto
para o Concelho
Participação das Instituições
Participação dos munícipes na
relflexão/decisão e ação para o
bem-estar
Cooperação/
Compromisso de todos
Realização de maior n.º de ações de
sensibilização junto das instituições e
cidadãos
Envolvimento/Escutae Compreensão da população para uma
melhor ajuda
Maior comunicação/ partilha entre
todas as entidades e instituições
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2. O Bem-Estar na perspetiva dos Câmara-lobenses
A definição do bem-estar pelos cidadãos Câmara-lobenses baseou-se no processo de escuta, por via da aplicação da
SPIRAL, conforme já mencionado. Nesta metodologia, parte-se do princípio que a definição de bem-estar de todos
deve ser construída a partir da visão dos próprios cidadãos, através da realização de oficinas de participação com
pequenos grupos (7 a 12 pessoas), identificados como grupos homogéneos, em função da partilha de características
comuns (idade, género, condições socioeconómicas, etc.).
Em Câmara de Lobos, tendo em conta que se pretendia obter “um olhar” sobre todo o território, foram
selecionados grupos homogéneos, de modo a assegurar resultados demonstrativos da realidade em análise
(diferentes freguesias, idades, sexo, condições socioeconómicas, formações, situação face ao emprego). Mais do que
uma representatividade estatística, procurou-se através desta metodologia, uma representatividade de facto dos
diferentes papéis e pertenças. Assim, foram selecionados grupos homogéneos de crianças, de adolescentes, de
adultos em idade ativa e de seniores. No que se refere à população adulta em idade ativa, foram constituídos grupos
de pessoas ativas e de desempregados, bem como de beneficiários de apoios sociais.
Neste processo de escuta da população, estiveram envolvidos, ao todo, 2 formadoras, 25 facilitadores e 238
cidadãos, com idades entre os 5 e os 85 anos de idade. Os participantes foram selecionados de forma totalmente
aleatória, sendo que apenas tinham em comum, o facto de residirem ou trabalharem no Concelho e/ou de serem
utentes das instituições inscritas na Rede de Facilitadores.
Os cidadãos foram convidados a responder a três questões: O que é para si o Bem-estar? O que é para si o Mal-
estar? O que faz ou pode fazer para melhorar o seu Bem-estar e o Bem-estar de todos?
As respostas foram registadas sob a forma de palavras ou pequenas frases em post-it e apresentadas e discutidas em
grupo. Os dados recolhidos foram posteriormente introduzidos no programa informático ESPOIR e foram
codificados com base em 9 dimensões e 68 componentes de bem-estar, pré-definidas pela SPIRAL (vide guião com
componentes de bem-estar, grupos homogéneos e resultados participativos, em anexos V e VII).
Previamente à apresentação dos resultados finais47, há que salientar que este estudo traduz uma experiência piloto
na RAM e no Concelho, pelo que a representatividade da amostra restringiu-se a cidadãos ou utentes e beneficiários
das respostas sociais existentes nas cinco freguesias do Concelho (ex.: Centro de Dia Lar, Equipa de Rua, Campos
de Férias, Clube de Emprego, Rendimento Social de Inserção, Escola, Infantário), pelo que os resultados deverão ser
interpretados à luz das caraterísticas específicas e perfil dos participantes.
47 Estes podem também ser consultados diretamente na página oficial da Rede Together, em https://wikispiral.org/tiki-
index.php?page=Infos+C%C3%A2mara%20de%20Lobos
Diagnóstico Social Participado | 2016
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2.1. Caraterização dos grupos homogéneos
Neste ponto faz-se a apresentação e análise dos resultados globais das oficinas de participação, em torno da definição
de bem-estar, a partir das 2895 respostas obtidas.
Numa fase inicial do processo, foram constituídos 26 grupos homogéneos48, compostos por 238 cidadãos de todas
as freguesias do Concelho e agrupados de acordo com as seguintes categorias (vide a descrição pormenorizada dos
grupos homogéneos em anexo VI):
Crianças e adolescentes: 7 grupos homogéneos
Adultos em idade ativa: 12 grupos homogéneos
Seniores: 7 grupos homogéneos
Nos gráficos TC1 e TC2, apresenta-se, por freguesia, a distribuição dos 26 grupos homogéneos e dos 238
participantes, sendo que a maioria residia ou trabalhava nas freguesias de Câmara de Lobos e Estreito de Câmara de
Lobos, coincidindo com a localização da maior parte das instituições que integravam a Rede de Facilitadores.
Gráfico TC1 - Oficinas de participação - Distribuição dos 26 grupos homogéneos, por freguesia
Fonte: Elaboração própria
48 Designações exatas dos grupos conforme constam no site oficial da Rede Together – www.wikispiral.pt: Adolescentes; Adultos com Deficiência Intelectual; Alunos da USCL; Assistentes Operacionais; Centro Convívio Idosos Casa do Povo do Curral das Freiras;
Centro de Dia; Colaboradores; Crianças do Pré-escolar; Crianças e Jovens 1; Crianças e Jovens 2; Crianças e Jovens 3; Crianças e Jovens 4; Desempregados; Encarregados de Educação; Equipa de Rua – Crianças e Jovens; Facilitadores Oficinas Participação 1; Facilitadores Oficinas Participação 2; Funcionários de Centro de Dia; Grupo 1 do Ribeiro Real; Idosos - Centro Comunitário Vila Viva; Idosos do lar e centro de Dia; Professores de 1º Ciclo; Utentes Consulta
Alcoologia e Grupo Mensal de Apoio; Utentes do centro Dia / Convívio do Jardim da Serra - G 2; Utentes do centro Dia / Convívio do Jardim da Serra - G 1 e Utentes RSI - Segurança Social.
Câmara de
Lobos
Curral das
Freiras
Estreito de
Câmara de
Lobos
Jardim da
Serra
Quinta
Grande
CL/ECL e
JS
13
1
7
2 21
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Conforme referido, a maioria dos cidadãos ouvidos pertencia à freguesia de Câmara de Lobos (136), seguindo-se as
freguesias do Estreito de Câmara de Lobos (58), Jardim da Serra (16), Quinta Grande (15) e Curral das Freiras (9).
De salientar ainda que um dos grupos homogéneos incluía quatro participantes de freguesias distintas: Câmara de
Lobos, Estreito de Câmara de Lobos e Jardim da Serra (4).
Gráfico TC2 - Oficinas de participação - Distribuição dos 238 cidadãos por freguesias
Fonte: Elaboração própria
2.2. Dimensões de Bem-Estar dos Câmara-lobenses
O gráfico TC3 representa os resultados globais das oficinas de participação, refletindo as dimensões de bem-estar
mais valorizadas pelos 238 cidadãos, em que se evidenciam as dimensões das atitudes e iniciativas, equilíbrios pessoais
e relações pessoais (vide os resultados por cada grupo homogéneo em anexo V).
Gráfico TC3 - Dimensões de Bem-Estar dos Câmara-lobenses - resultados globais
238 cidadãos | 2895 respostas
Fonte: Gráfico adaptado do site oficial da Rede Together – https://wikispiral.org/tiki-index.php?page=Infos+C%C3%A2mara%20de%20Lobos
367
73
31
523
147
510
244
689
311
0 200 400 600 800
Número de Critérios Expressados
Dim
en
sões
do
Bem
-Est
ar
Relações na Sociedade
Atitudes e Iniciativas
Sentimentos de Mal-Estar/Bem-Estar
Equilíbrios Pessoais
Equilíbrios Societais
Relações Pessoais
Relações com e entre as Organizações
Quadro da Vida
Acesso aos meios de Subsistência
136
9
58
16
15 4
Câmara de Lobos
Curral das Freiras
Estreito de Câmara de
Lobos
Jardim da Serra
Quinta Grande
CL/ECL e JS
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Numa primeira leitura, os resultados revelam um forte capital de proatividade nos cidadãos ouvidos, tendo em conta
as dimensões de bem-estar imateriais dominantes, por ordem decrescente: 1) Atitudes e iniciativas, 2) Relações pessoais
e 3) Equilíbrios pessoais.
Na grande maioria, os cidadãos valorizam componentes de bem-estar que passam pelas atitudes e iniciativas (689
respostas), traduzindo ações tomadas individualmente ou com outros, tais como o trabalho sobre si ou respeito de
si próprio, as atividades e iniciativas privadas, as atitudes e o ser sociável, o encontrar, ouvir e ser solidário, a
responsabilidade, o compromisso com a sociedade, a dinâmica e vontade coletiva. Com efeito, este tipo de critérios
está associado aos seguintes aspetos da vida quotidiana manifestados pelos participantes: “Ajudar os outros, dar apoio
moral, ser amigo do seu amigo, fazer voluntariado, ser compreensivo, ter força, ter um bom comportamento, ter tempo para
si, ser solidário, ser mais tolerante, ser honesto, dialogar, colocar-se no lugar do outro, saber ouvir, proteger o ambiente,
comunicar com todos, trabalhar, fazer atividade física, andar a pé, organizar convívios, dar opiniões, fazer formação”.
Em segundo lugar, surge a dimensão das relações pessoais (523 respostas), respeitantes às relações do indivíduo
com a família, os amigos ou as pessoas em geral, tais como relações de casal/relações sexuais e/ou sentimentais, vida
de família/relações familiares, amizade/amigos, relações de vizinhança, relações nos lugares de atividade (trabalho,
escola, etc.) e contactos com animais, estando assim estes critérios associados aos seguintes aspetos da vida do dia-
a-dia dos participantes: “Ter uma família, estar em harmonia com os outros, ter paz com os vizinhos, estar com os amigos,
bons relacionamentos, convívio entre as pessoas”.
A terceira maior dimensão de bem-estar dos cidadãos ouvidos foi a dos equilíbrios pessoais (510 respostas),
relacionada com critérios de bem-estar/mal-estar associados a equilíbrios internos (físicos, psicológicos,
organizacionais, entre outros), específicos da pessoa que expressa o critério, tais como equilíbrios pessoais em geral,
equilíbrio físico e saúde, autonomia, liberdade, utilização do tempo e equilíbrio entre as atividades, equilíbrio
mental/emocional, espiritualidade e religião, equilíbrio nas relações na sociedade, equilíbrio nas relações na natureza
e desenvolvimento pessoal, com destaque para os campos da vida quotidiana: “Ter ou sentir-se com saúde, amor, estar
em paz consigo próprio, estar bem com o próximo, estar bem com o mundo que nos rodeia”.
Não obstante terem sido privilegiados os critérios anteriormente mencionados, de cariz sobretudo imaterial,
dominando a tendência de respostas, por parte dos cidadãos, salienta-se que a quarta dimensão escolhida denota
um cariz material, uma vez que se refere ao acesso aos meios de subsistência (367 respostas) ou a elementos
materiais essenciais à vida quotidiana, tais como, alimentação, cuidados, medicamentos, alojamento, vestuário,
educação/formação, emprego/trabalho/atividade, lazer, cultura e desporto, poder de compra/acessos às finanças,
cuidados pessoais, mobilidade e informações/ intercâmbios.
Imediatamente a seguir à dimensão do acesso aos meios de subsistência, é valorizada a dimensão das relações na
sociedade (311 respostas), ou seja, entre os membros da sociedade em geral, onde se incluem relações de género,
relações entre gerações, entre culturas, entre classes sociais, de proximidade, cortesia, respeito e tolerância,
solidariedade, partilha e transmissão dos saberes e dos recursos e inclusão/exclusão. Depois das relações na
sociedade, foi selecionada a dimensão dos sentimentos de bem-estar/mal-estar (244 respostas), ou seja,
sentimentos de autoestima/vergonha, satisfação/frustração, serenidade/medo, stress/tranquilidade e alegria/tristeza.
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No extremo oposto, os campos menos valorizados pelos cidadãos, no que diz respeito ao seu bem-estar, foram os
equilíbrios societais, o quadro de vida e as relações com e entre as organizações.
Os equilíbrios societais (147 respostas) estão relacionados com as questões de identidade e valores, saberes,
consciência e equilíbrio na educação, equidade e mobilidade social, coabitação social, violência e paz, equilíbrios
económicos, equilíbrios demográficos, relações entre as sociedades e o meio ambiente e o progresso científico e
técnico. O quadro de vida (73 respostas), engloba componentes relacionadas com questões como a
salubridade/poluição/ruido, as infraestruturas, equipamentos e redes, os serviços e comércios de proximidade, os
espaços de vida social, a meteorologia e os fenómenos naturais, o ambiente e paisagem e o quadro de produção e
Trabalho. Por último, as relações com e entre as organizações (31 respostas), referem-se a questões de direitos
fundamentais/reconhecimento, funcionamento da justiça, concertação/democracia, transparência/comunicação,
organização, gestão finanças, acesso, informações e contactos e políticas públicas.
Numa abordagem mais individualizada aos resultados gráficos, é curioso verificar algumas diferenças de grupo para
grupo (adolescentes, adultos, idosos, utentes de determinado serviço), facto que pode ser relevante para a definição
de ações ou projetos de intervenção com esses grupos específicos.
Na maioria dos grupos homogéneos em análise, a tendência de respostas recaiu sobre a dimensão de bem-estar
associada às atitudes e iniciativas. Contudo, em alguns grupos, a primazia foi dada às dimensões dos equilíbrios
pessoais e das relações pessoais e/ou sentimentos de bem-estar/mal-estar. Foi o caso dos grupos “Crianças e jovens
1, 2 e 3”, “Crianças do Pré-escolar”, “Centro de Dia”, “Professores do 1.º Ciclo”, “Grupo 1 do Ribeiro Real”,
“Alunos da USCL” e “Adultos com Deficiência”.
No grupo “Professores do 1.º Ciclo” a dimensão das atitudes e iniciativas foi a menos valorizada pelos participantes
no que diz respeito ao bem-estar. Por outro lado, no grupo “Grupo 1 do Ribeiro Real”, logo depois das relações
pessoais, a dimensão do acesso aos meios de subsistência foi a mais importante.
Ocorreram ainda dois casos atípicos, em que a tendência de resposta recaiu sobre uma dimensão não escolhida pela
maioria. Foi o caso do grupo “Encarregados de Educação” e “Adolescentes” que optaram, em primeiro lugar, pela
dimensão das relações na sociedade.
De salientar também, a ocorrência de algumas divergências no mesmo grupo etário, com caraterísticas semelhantes,
no caso concreto, no grupo das Crianças. Verificou-se uma diferença entre os grupos homogéneos “Crianças e
Jovens 1, 2 3“, com idades entre os 9 e os 13 anos, comparativamente ao grupo “Crianças e Jovens 4”, com idades
entre os 8 e os 9 anos. Neste último, a dimensão que mais se destacou foi a do acesso aos meios de subsistência,
tendo sido, aliás, o único grupo homogéneo (no total de 26) em que isso aconteceu, evidenciando, uma maior
vulnerabilidade social destas crianças. A esta situação, não será alheio o facto de algumas destas crianças se
encontrarem sinalizadas na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, como medida de prevenção e promoção
(vide resultados por grupo homogéneo em anexo V).
Nos restantes grupos de crianças (1 2 e 3), as dimensões mais privilegiadas foram as relações pessoais, equilíbrios
pessoais e sentimentos de bem-estar/mal-estar.
Esta constatação leva-nos a concluir que muito embora essas crianças apresentassem um perfil semelhante, do ponto
de vista da idade, nível de ensino, género, escola frequentada, concelho de residência, o fator que mais determinou
os resultados obtidos, parece ter sido o da condição socioeconómica. Na seleção dos subgrupos homogéneos das
crianças foi privilegiado, em primeiro lugar, o critério da idade, para além do critério “ser participante no campo de
férias”, ou seja, os subgrupos de crianças foram basicamente agrupados consoante as idades (8-13 anos).
Diagnóstico Social Participado | 2016
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Estes resultados levam então a concluir que coincidentemente, as crianças com uma condição socioeconómica mais
desfavorável terão ficado agrupadas no mesmo subgrupo de idades.
Por fim, importa salientar que para além do grupo anteriormente mencionado, existiram outros em que a dimensão
do “acesso aos meios de subsistência” assumiu especial importância, posicionando-se em termos de tendência de
respostas, em segunda posição ou muito próximo desta. Nesta situação, encontramos, por exemplo, o “Grupo 1 do
Ribeiro Real”, os “Funcionários do Centro de Dia”, os “Utentes da consulta de Alcoologia” e o grupo
“Colaboradores”.
Estes resultados, pela sua riqueza e autenticidade, na medida em que traduzem o sentir das pessoas ouvidas, de
forma aberta, constituem um importante contributo para o desenho de atividades e projetos de intervenção social,
junto de públicos-alvo específicos e deixam em evidência os objetivos da aplicação da metodologia SPIRAL, em
determinado território ou grupo, permitindo chegar onde, por vezes, uma abordagem de caráter mais quantitativo
não consegue. A SPIRAL é uma ferramenta que possibilita desenvolver e planear atividades e projetos, partindo dos
interesses e aspirações dos intervenientes, e por outro lado, trabalhar os campos menos valorizados. Por exemplo,
se em Câmara de Lobos quisermos trabalhar e desenvolver competências pessoais e sociais em torno das questões
da identidade e valores e do progresso científico e técnico, recaindo estes itens na dimensão dos “equilíbrios
societais”, uma das menos valorizadas pela generalidade dos cidadãos ouvidos, pode-se, a partir dos resultados
SPIRAL, delinear estratégias que conduzam a mudança de paradigma.
Gráfico TC4 - Dimensões de Bem-Estar dos Câmara-lobenses - resultados por questão
Fonte: Gráfico adaptado do site oficial da Rede Together – https://wikispiral.org/tiki-index.php?page=Infos+C%C3%A2mara%20de%20Lobos
Diagnóstico Social Participado | 2016
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Por outro lado, há a salientar que apesar de, globalmente, as dimensões mais valorizadas pelos participantes, terem
sido as mencionadas anteriormente, a tendência de respostas variou de acordo com o tipo de questão colocada.
Assim, conforme podemos verificar no gráfico TC4, enquanto nos critérios relativos ao bem-estar, as dimensões
mais valorizadas foram os equilíbrios pessoais, as relações pessoais e o acesso aos meios de subsistência, nos critérios
relativos ao mal-estar, este último aspeto foi preterido face às “relações na sociedade”.
Quando os cidadãos foram questionados sobre o que poderiam fazer para assegurar o seu bem-estar e o bem-estar
dos outros, a tendência de resposta recaiu, em peso (grande número de respostas), nas atitudes e iniciativas.
Diagnóstico Social Participado | 2016
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3. A Visão dos Parceiros Sociais sobre o Território
Na iniciativa promovida a 5 de março de 2015, “Agenda 21 Local: Realizar o Futuro – Intervenção Social Participada:
Um Passo para a Corresponsabilidade”49, os parceiros sociais presentes reconheceram que seria importante realizar
um levantamento aprofundado da realidade social do Concelho, com informação transversal a vários setores e criar
uma base de dados comum, salientando que essa mesma informação deveria ser trabalhada de modo a ter implicações
práticas na vida das pessoas e instituições. Os participantes reconheceram, no entanto, que um dos constrangimentos
a este processo seria a “pouca abertura” das instituições, devendo esse caminho de sustentabilidade, pautar-se por
uma missão e visão a médio-longo prazo, com base no planeamento estratégico, ouvindo a população e os agentes
sociais e económicos, procurando rentabilizar as potencialidades do Concelho.
Porém, sabe-se que no plano prático, estes requisitos chocam com culturas organizacionais estruturadas em lógicas
verticais bastante hierarquizadas e que funcionam, por vezes, em registo de “fechamento” face ao que as rodeia.
Nota disto, foi dada pelos próprios participantes que demonstraram perfeita consciência das limitações e obstáculos
com que se deparam no “terreno”. Com a identificação dos mesmos, registou-se a vontade de os ultrapassar em
conjunto, de forma construtiva, colocando efetivamente os cidadãos no centro das preocupações e do Programa
Intervenção Social Participada (ISP).
Os participantes foram convidados à reflexão conjunta sobre a realidade social do Concelho e a indicar possíveis
caminhos para garantir a sustentabilidade das gerações futuras. Estes contributos vieram a constituir as “linhas
mestras” para a elaboração do presente Diagnóstico Social.
No período de 13 a 24 de maio de 2015, foi aplicado um questionário de avaliação50, por via eletrónica, anónimo e
confidencial, junto dos parceiros sociais presentes na iniciativa, realizada no dia 5 de março de 2015, no Museu de
Imprensa da Madeira (vide formulário questionário em anexo I). Os resultados obtidos foram apurados com base
numa amostra de 18 questionários respondidos.
Relativamente aos objetivos do Programa ISP, 77,8% dos parceiros sociais consideraram que os mesmos se
enquadram nos problemas identificados e nas necessidades do Concelho, sendo que 66,7% consideraram que o
Programa ISP não se sobrepunha a algum outro a funcionar na RAM, em termos de objetivos.
Os parceiros sociais, destacaram as oficinas de participação, em que foi aplicada a técnica participativa World Café,
como o “melhor momento” da iniciativa “Agenda 21 Câmara de Lobos: Realizar o Futuro – Programa Intervenção Social
Participada: Um Passo para a Corresponsabilidade” e salientaram, igualmente, como aspetos positivos, a aproximação
dos parceiros, o trabalho em grupo, a partilha e discussão de ideias e a produtividade da metodologia adotada, a
perspetiva de uma intervenção integrada ou conforme reconheceu um dos participantes: a “participação ativa de
todos os participantes na definição de uma estratégia”.
49 Relatório final disponível para consulta em http://www.cm-camaradelobos.pt/Default.aspx?ID=1473#.V3o2wo-cEdV 50 Resultados do questionário disponíveis em http://www.cm-camaradelobos.pt/Default.aspx?ID=1473#.V3o2wo-cEdV
Diagnóstico Social Participado | 2016
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Por outro lado, os parceiros sociais referiram que após a participação na iniciativa, ficou uma “maior consciência dos
problemas e da realidade das outras instituições, o sentimento de trabalho em equipa e o maior envolvimento
coletivo” e que “o trabalho realizado no presente, permite pensar e planear o Concelho, para encarar o futuro com
mais qualidade de vida, sustentado num plano de desenvolvimento que coloque o cidadão como alvo prioritário”.
Conforme referiu um dos participantes: “A realização desta Intervenção Social Participada já é um passo. O
Diagnóstico dos problemas do Concelho é um ponto de partida para futuras soluções”.
Quando questionados sobre a importância da participação dos cidadãos na construção futura das políticas sociais do
Concelho, os parceiros sociais foram unânimes em responder positivamente. Também 83,3% dos parceiros sociais
consideraram que o programa ISP contribuirá para a otimização e partilha de recursos, enquanto 56% dos parceiros
preveem que a ISP proporcionará modelos partilhados de sistematização de informação que reforcem o trabalho
em rede. Por sua vez, 60% dos participantes considerou que o programa promove uma mudança de atitude dos
profissionais, no sentido de adotar um novo modelo de intervenção social, no Concelho. A totalidade dos parceiros
sociais demonstrou ainda um nível de interesse considerável em continuar a receber notícias sobre o programa e
manifestou-se expectante (55,6%) ou otimista (44,4%), quanto ao futuro do Concelho, após a participação na
iniciativa.
Com base ainda nos resultados do questionário aplicado aos parceiros sociais, conclui-se que 83,3% atribuiu um grau
de prioridade elevado a este programa, enquanto promotor do desenvolvimento sustentável do Concelho. Por outro
lado, 88,9% dos parceiros sociais, quando questionados sobre a possibilidade de replicação do programa ISP pelos
restantes municípios, responderam “totalmente”, não havendo respostas negativas a registar. Por último, quando
questionados se consideravam que o programa ISP se sobrepunha a algum outro a funcionar na RAM, em termos de
objetivos, 66,7% responderam negativamente e 27,8% “parcialmente”.
Estes resultados deixam-nos antever que o nível de interesse por este tipo de abordagem é bastante elevado junto
dos parceiros sociais regionais que anseiam por medidas inovadoras.
Com vista a alargar e a aprofundar este processo de envolvimento dos parceiros locais na construção do Diagnóstico,
foram realizadas sessões SWOT51, em todas as freguesias do Concelho, cujos resultados são desenvolvidos nos
pontos seguintes.
3.1. As Freguesias: potencialidades e constrangimentos locais
No período de fevereiro a junho de 2015, foram desenvolvidas sessões SWOT em todas as freguesias do Concelho,
conforme referido. Nestas sessões, participaram cerca de 90 parceiros das instituições locais – Juntas de Freguesia,
Casas do Povo, Segurança Social, Centro de Saúde, Associações, IPSS, entre outras – com o objetivo de equacionar
as principais potencialidades, constrangimentos, ameaças e oportunidades, a nível local. Durante este processo de
escuta, não foram estabelecidos previamente focos específicos de análise, ficando ao critério dos participantes, a
livre exposição de ideias e opiniões. Em conjunto, estas instituições locais debateram e identificaram as principais
potencialidades e as fragilidades de cada uma das freguesias.
51 Modelo de análise assente na identificação de «pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças». A sigla SWOT resulta da junção da
letra inicial de cada uma destas palavras em Inglês – Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats.
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As sessões ocorreram de acordo com a seguinte calendarização:
Freguesia da Quinta Grande – 5 de fevereiro
Freguesia do Jardim da Serra – 14 de abril
Freguesia do Curral das Freiras – 27 de abril
Freguesia do Estreito de Câmara de Lobos – 2 de junho
Freguesia de Câmara de Lobos – 16 de junho
Os contributos foram agrupados, por freguesias rurais e freguesias urbanas, seguindo-se a análise pormenorizada
desses mesmos resultados.
3.1.1. Freguesias rurais
Quadro TC1 - Análise S.W.O.T. - Quinta Grande, Jardim da Serra e Curral das Freiras
Constrangimentos Potencialidades
- Desemprego (jovens sem ocupação)
- Baixa escolaridade e qualificação profissional
- Emigração/ migração (êxodo rural)
- Tendências demográficas
(natalidade e envelhecimento)
- Acessibilidades (falta de via expresso) e
mobilidade (escassez e custos transportes públicos)
- Habitação social (escassez)
-Economia local pouco dinamizada /falta de investimento
privado/ falta de apoios (agricultura, serviços e turismo)
– postos de informação turística
- População idosa (respostas sociais, mobilidade e
isolamento)
- População infantil (respostas ocupacionais)
- Competências pessoais e sociais
- Saúde mental
- Dependências (álcool e drogas)
- Paisagem
- Pontos turísticos
- Património cultural
- Turismo de montanha/ rural/ saúde
- Economia familiar
- Agricultura (produção local)
- Proximidade de serviços públicos/ respostas sociais/
equipamentos público-privados
- Redes informais de apoio (igreja, vizinhança)
- As pessoas, cultura e tradições
- Associativismo e desporto (dinamismo)
Ameaças Oportunidades
- Crise económica
- Baixa natalidade
- Envelhecimento da população
- Escassa oferta e custo dos transportes públicos
- Desemprego (falta de ofertas de emprego)
- Meios de comunicação
- Pouca informação de projeção turística
sobre freguesia(s)
- Poucos apoios área habitação
- Alterações climatéricas
- Fracos apoios à agricultura
- Pragas
- Educação globalizada
- Tráfico de drogas
- Apoios sociais (Segurança Social, Autarquia, outros)
- Oferta formativa
- Programas de emprego (POD, POT, Estágios)
- Respostas ao nível da saúde
- Via expresso
- Turismo rural/saúde
- Economia local (potencial de desenvolvimento)
- Projetos comunitários (UE)
- Agenda 14/20
- Cursos de formação
- Investimento privado
Fonte: Elaboração própria
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Conforme se pode observar no quadro TC1, os parceiros sociais foram unânimes em afirmar que nas freguesias da
Quinta Grande, do Jardim da Serra e do Curral das Freiras, a diminuição da taxa de natalidade, o envelhecimento da
população, o desemprego e a consequente emigração e êxodo rural, constituem os principais constrangimentos
internos52.
Em relação ao desemprego, os parceiros olham com particular preocupação a “desocupação” dos jovens e as suas
consequências, a nível dos comportamentos, designadamente, o consumo de álcool e drogas. É entendido que o
fenómeno do desemprego tem produzido efeitos, a nível da saúde mental das pessoas e nas relações familiares e
sociais53.
Relativamente à mobilidade e transportes, entende-se que existe uma escassez de transportes públicos para as zonas
rurais, acrescendo ainda elevados custos dos títulos de transporte, o que constitui obstáculo à inserção profissional
e social54. Neste sentido, a finalização do acesso rodoviário – via expresso – é considerada de extrema importância
para melhorar as acessibilidades, sobretudo das freguesias do Estreito de Câmara de Lobos e do Jardim da Serra, e
para estimular, também, a Economia Local55.
No que diz respeito à Educação, persistem ainda baixos níveis de escolaridade e baixas qualificações da população
nas zonas rurais, verificando-se aí as mais elevadas taxas de analfabetismo do Concelho56. A esta situação, acresce o
facto de as pessoas não valorizarem, suficientemente, a escolaridade e a evolução profissional. Foi evidenciado que
a Educação deverá ocupar um papel central, havendo necessidade de conferir competências de cariz
profissionalizante, de modo a promover a inserção no mercado de trabalho. Em relação a este último aspeto, os
parceiros salientam que o facto de existir uma “Educação Globalizada”, por vezes, dificulta a evolução escolar na
medida em que existem camadas específicas da população que não valorizam a formação clássica.
Os Programas do Instituto de Emprego foram apontados como oportunidades, no sentido de atenuar o problema
do desemprego, salientando-se a importância da promoção de ações de informação sobre formação e emprego.
Em relação à Economia local, os parceiros consideram que está pouco dinamizada, devido à falta de investimento
privado e à inexistência de alguns serviços e feiras agrícolas. Mas, realçam que algumas características intrínsecas ao
território, tais como a paisagem, as levadas, os miradouros, o sossego, os pontos turísticos (ex.: Boca dos
Namorados, Boca da Corrida, Pico da Cruz das Moças, Quinta Leonor, Aguagem) e a existência de unidades
hoteleiras (ex.: Hotel Quinta da Serra) e de um Centro de Hipismo (Escapada dos Cavaleiros) são potencialidades,
podendo esses recursos ser melhor aproveitados, por exemplo, para desenvolver projetos na área do turismo rural,
de montanha e de saúde57.
Por outro lado, os parceiros sociais defendem que a agricultura biológica é uma potencial fonte de
empreendedorismo, salientando a importância do investimento na promoção dos produtos, carateristicamente
locais, sendo o CDISA - Quinta Leonor, no Jardim da Serra, um recurso a explorar.
52 Dados corroborados pela evolução destes indicadores demográficos (vide capítulo II, subcapítulo Demografia). 53 Efetivamente, nos últimos quatro anos, houve um aumento significativo no recurso às consultas de Psicologia, nos Centros de Saúde do Concelho, tendo havido a esse nível, um reforço de recursos humanos (vide capítulo II, subcapítulo Saúde). 54 De referir que 29,5% da população do Concelho se desloca de autocarro e 18% a pé (vide capítulo II, subcapítulo Demografia). 55 Esta obra encontra-se prevista por parte do Governo Regional e pendente de fundos comunitários. 56 Em 2011, foi nas freguesias rurais que se verificaram os mais elevados níveis de analfabetismo do Concelho, com maior ênfase para a freguesia do Curral das Freiras, com uma taxa de 20%, embora tivesse havido um decréscimo considerável face a 2001 (vide capítulo II, subcapítulo
Educação). 57 Sobre este tema, perspetiva-se que o reposicionamento da Região para o setor turístico deverá passar por novos segmentos de mercado, tais como o turismo rural, de natureza e de saúde, a desenvolver privilegiadamente no interior da Região e na costa norte (vide IDR, IP-RAM. 2013.
Diagnóstico Prospetivo Regional)
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197
No entender dos parceiros sociais das freguesias rurais, é necessário um forte investimento na qualificação
profissional, em áreas ligadas à atividade turística e à agricultura biológica, apostando na formação profissional em
hotelaria, restauração, artesanato e línguas. Referiram, ainda, existir uma lacuna a nível da promoção turística das
freguesias, dando como exemplo, o pouco dinamismo ou até mesmo a inexistência de postos de turismo.
Devido à atual conjuntura socioeconómica, considera-se que deveria ser reforçada a proteção social à população
mais vulnerável, sobretudo, crianças, jovens e idosos. Em particular, a população idosa deverá ter uma atenção
redobrada, devido ao seu maior isolamento e dependência, apostando em projetos que promovam o envelhecimento
ativo e combatam o sedentarismo58.
Como pontos fortes nestas freguesias, foram referidos os apoios e as respostas sociais dos serviços locais do
Instituto de Segurança Social, IP-RAM e do Serviço Regional de Saúde, a proximidade de alguns serviços públicos,
mas também, os recursos naturais, paisagísticos e culturais e as características intrínsecas das pessoas, tais como a
solidariedade e as redes de vizinhança.
Por outro lado, foram reconhecidos os apoios concedidos às instituições que trabalham com jovens (clubes
desportivos) e às famílias carenciadas, por exemplo, no âmbito da recuperação de imóveis degradados, embora se
considere ser necessário investir mais nos apoios à habitação59, bem como nos equipamentos ocupacionais e
residenciais (lares) e na mobilidade (por ex.: transportes para os centros de dia) para esta população, bem como
reforçar o apoio às famílias com idosos a cargo60.
Na freguesia do Curral das Freiras, existem condicionalismos físicos (separação física com o restante Concelho, uma
vez que apresenta uma localização geográfica no interior de uma depressão morfológica) e a inexistência de um
acesso direto interno ao centro do Concelho, traduzindo um maior isolamento da população, em geral, e da
população idosa, em particular, constituindo este aspeto um fator duplamente fragmentador face às restantes
freguesias rurais.
O novo quadro de apoio da União Europeia foi visto como uma oportunidade de financiamento à inovação e à
contratação. Finalmente, outro dos aspetos focados pelos parceiros sociais foi a necessidade de melhorar a
cooperação entre as instituições locais, realçando que seria necessário maior interação e partilha de informação, e
nesta medida, o Programa Intervenção Social Participada foi visto como uma nova oportunidade.
58 Neste âmbito, a Câmara Municipal de Câmara de Lobos, promove ao longo do ano, diversos projetos que promovem o envelhecimento ativo, nomeadamente, Explorar a Madeira, Andar Pela Saúde e Saúde Rural, consistindo na organização de aulas de ginástica, passeios e caminhadas. 59 Segundo dados do INE de 2011, as freguesias rurais são as mais carenciadas em termos de infraestruturas básicas, com destaque para a freguesia do Curral das Freiras, com uma taxa de 7,44% (ver capítulo II, subcapítulo Habitação). 60 De salientar que apesar de Câmara de Lobos ser um dos concelhos da região com menor índice de envelhecimento, é o segundo maior
concelho com utentes beneficiários de Serviços de Apoio Domiciliário, o que poderá traduzir uma maior vulnerabilidade e nível de dependência da sua população idosa (ver capítulo II, subcapítulo Proteção Social).
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3.1.2. Freguesias urbanas
Quadro TC2 - Análise S.W.O.T. - Estreito de Câmara de Lobos e Câmara de Lobos
Constrangimentos Potencialidades
- Desemprego
- Emigração
- Tendências demográficas (natalidade e envelhecimento)
- Baixa escolaridade e qualificação
profissional
- Fracas sinergias interinstitucionais /Pouca abertura das
instituições (inovação, criatividade)
- Falta de promoção / espaços promocionais da freguesia
- Escassez alojamento a custos acessíveis
- Escassez Infraestruturas (lar idosos, museu do vinho,
parque infantil, pavilhão)
- Insegurança e vandalismo (falta de policiamento)
- Escassez de recursos nas escolas (financeiros, transportes,
infraestruturas)
- Falta de competências pessoais, sociais e profissionais
- Dependências (drogas e álcool) e comportamentos de
risco (prostituição, pedofilia)
- Violência (doméstica e maus tratos a animais)
- Mobilidade (horários e custo dos transportes públicos)
- Estigma social e preconceito
- Mitos
- Falta de Infraestruturas de saúde adequadas e recursos
humanos
- Escassez de respostas sociais (pop. idosa)
- Bairros sociais (bolsas de pobreza)
- Pobreza, mendicidade, subsidiodependência
- Desadequada gestão dos recursos
- Desmotivação, apatia, inversão de prioridades, falta de
hábitos de trabalho, de iniciativa
- Modelos parentais distorcidos, famílias disfuncionais, fracas
competências parentais
- Falta de técnicos (área social)
- Escassez de recursos financeiros
- População jovem
- Recursos naturais / paisagem
- Pontos turísticos
- Agricultura (vinha
- Gastronomia
- Tradições e costumes
- Turismo
- Associativismo (dinamismo)
- Rede escolar
- Clima (favorável a agricultura, pesca, lazer, turismo)
- Mar (proximidade)
- As pessoas (caraterísticas inatas: criatividade, comunicativas,
apetência pelas artes, música e desporto)
População sénior (dinamismo e apoios existentes)
- As instituições
- Religiosidade (valores)
- Diversidade e proximidade de serviços e infraestruturas
- Proximidade ao Funchal
- Valorização do papel da família
- Festas e eventos culturais, recreativos e educativos
- Rede de transportes (bons acessos rodoviários)
- Oferta formativa
Ameaças Oportunidades
- Crise económica
- Desemprego
- Baixa natalidade (falta de apoios)
- Falta de apoios à habitação
- Forte carga fiscal
- Falta de investimentos privados
- Falta de verbas destinadas à Educação (setor público e
privado)
- Legislação/burocracia
- Políticas sociais inadequadas
- Sistema educativo
- Preconceitos em relação ao Concelho/pessoas do
Concelho
- Alterações climatéricas
- Epidemias
- Crise de valores
- Falta de confiança nos políticos
- Falta de capacidade de planeamento a médio/longo prazo
- Poucos apoios ao empreendedorismo
- Via expresso
- Programa 14/20 (fundos comunitários)
- Turismo (habitação, saúde, rural)
- Diversidade na oferta formativa
- Parcerias com a Escola Hoteleira, Uma
- ERASMUS
- Emigração
- Hotelaria focadas nas potencialidades marítimas
- Proximidade ao Funchal
Fonte: Elaboração própria
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Conforme se pode observar no quadro TC2, à semelhança das freguesias rurais, as freguesias urbanas apresentam
os mesmos constrangimentos relacionados com o desemprego, a emigração, a diminuição da natalidade e o
envelhecimento da população, embora, neste último caso, de forma não tão acentuada, já que estas freguesias
possuem uma população predominantemente jovem, em idade ativa.
No que diz respeito ao fenómeno do desemprego, os parceiros sociais referem que existe escassez de ofertas de
emprego e baixas qualificações profissionais da população. Para colmatar esta situação e apesar da escassez de
recursos financeiros, foi relembrado que o recurso aos fundos comunitários e a captação de investimento externo
será uma oportunidade a ter em conta, bem como a retoma da construção da via-expresso.
No que diz respeito à Economia local, o turismo, a agricultura e a gastronomia foram vistos como potencialidades a
explorar, existindo diversos recursos internos que podem ser melhor rentabilizados, tais como, o próprio clima
(favorável à agricultura, à pesca, ao lazer e ao turismo), o mar, os pontos turísticos, as paisagens, as artes / música,
o associativismo e desporto (freguesia enquanto sede de eventos culturais, desportivos e recreativos), as instituições,
a gastronomia, as tradições, os costumes, as festas e eventos, havendo que apostar mais na promoção turística e em
espaços com essa função61.
Relativamente à Educação, os parceiros consideram que os baixos níveis de escolaridade, o absentismo e o abandono
escolar precoce, continuam a ser um entrave ao desenvolvimento local, havendo que apostar numa oferta formativa
diversificada.
Os participantes lembraram a existência de algumas “bolsas de pobreza”, associadas a uma desadequada gestão de
recursos, à subsidiodependência e à desresponsabilização das pessoas face aos seus problemas (modelos parentais
disfuncionais, inversão de prioridades e desinteresse pela educação dos filhos). Por outro lado, referem como
constrangimento, a escassez de respostas ocupacionais para as crianças e jovens nas férias letivas.
Entre as principais preocupações dos parceiros sociais das freguesias urbanas, encontram-se também as questões
associadas à insegurança e ao tráfico de drogas, pelo que reconhecem a necessidade de existir maior policiamento
de rua.62
Apesar disso, os parceiros sociais consideram que a população destas freguesias apresenta qualidades intrínsecas que
constituem mais-valia, tais como, a criatividade, as capacidades artísticas, de comunicação e a expressividade.
Outro dos recursos intrínsecos considerado importante foi a religião, pois contribui para que as pessoas tenham
respeito pelos valores, crenças, costumes e tradições, embora, por vezes, acarrete crenças e mitos que não
favorecem a abertura.
61 Sobre as potencialidades de desenvolvimento turístico do Concelho, vide Teles, M. P. B. (2013), Câmara de Lobos: estudos das potencialidades
de desenvolvimento e promoção turística do Concelho, FCSH-Universidade Nova de Lisboa. A propósito do núcleo urbano central da cidade, Teles (2013) refere que “a falta de um posto de turismo, associado também à venda de artesanato e de produtos de informação turística regional (…) será muito provavelmente a lacuna mais notória ao visitante.” 62 Relativamente a esta questão e apesar de não existirem dados a nível das freguesias, o Concelho apresenta uma taxa de criminalidade idêntica (rácio entre a população residente e o número de crimes registados) à da Região (23,7%); No panorama regional, o Concelho apresenta a 5.ª taxa de criminalidade mais baixa, com maior incidência para crimes contra as pessoas, contra o património e contra a vida em sociedade (vide
capítulo II, subcapítulo Segurança e Proteção Civil).
Diagnóstico Social Participado | 2016
200
Em termos de infraestruturas e sobretudo na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, apesar de existirem escolas
em número suficiente e equipamentos relevantes, tais como o mercado municipal, o centro cívico, diversos serviços
e bons acessos rodoviários, os participantes consideram que faz falta reforçar os equipamentos, com um parque
infantil, um lar de idosos e um museu alusivo ao vinho. Nesta mesma freguesia, foi sugerido o investimento no
alojamento a baixos custos, como forma de fixar os profissionais e dinamizar a Economia local.
Concretamente, na área da Saúde, foram mencionados alguns constrangimentos, relacionados com a degradação das
atuais instalações do Centro de Saúde de Câmara de Lobos e com a restrição do horário de atendimento nas
urgências, bem como a escassez de recursos humanos.
Existe também a noção que há escassez de respostas sociais específicas destinadas à população sénior, por exemplo,
a nível de apoio domiciliário e cuidados continuados integrados.
Como potencialidades, foi mencionada a “boa vontade das instituições e dos técnicos” e o espírito dinâmico da
autarquia.
Diagnóstico Social Participado | 2016
202
Introdução
Conforme referido no capítulo I, Câmara de Lobos ocupa o terceiro lugar na Região Autónoma da Madeira, em
termos de população residente, possuindo 35.666 habitantes, o que representa 13,6% do total da Região. No
panorama regional, o Concelho apresenta a segunda maior densidade populacional (684 habitantes/km2) e a maior
percentagem de população residente, com idade inferior aos 25 anos face ao total de população (36%), afirmando-
se como o Concelho mais jovem da Região.
O território engloba cinco freguesias, nomeadamente, duas freguesias urbanas, Câmara de Lobos (17.986 habitantes)
e Estreito de Câmara de Lobos (10.269 habitantes) e três freguesias rurais, Curral das Freiras (2.001 habitantes),
Jardim da Serra (3.311 habitantes) e Quinta Grande (2.099 habitantes).
Em termos geográficos, apresenta um contraste interno bastante acentuado, entre as freguesias urbanas e as
freguesias rurais. Estas apresentam uma marginalidade funcional forte, corroborando a importância e necessidade da
estruturação viária (acessibilidades) e de implementação de políticas estratégicas de desenvolvimento e dinamização
local, por exemplo, através do reforço das redes de transportes e da promoção e atração de funções e serviços que
contribuam para a fixação da população. Em termos médios, os residentes em Câmara de Lobos demoram mais
tempo a chegar ao local de trabalho ou estudo (21,5 minutos), comparativamente aos residentes de outros
concelhos, sendo esse tempo superior, nas freguesias do Curral das Freiras (30,17 minutos) e Jardim da Serra (27,30
minutos).
No caso particular da freguesia do Curral das Freiras, existe um fator duplamente fragmentador em relação ao
restante território. Por um lado, devido a condicionalismos físicos (separação física do restante Concelho, uma vez
que se localiza no interior de uma depressão morfológica); por outro, devido à escassez de infraestruturas que
colmatem a macrocefalia interna (por exemplo, a inexistência de um acesso interno direto para a sede de Concelho).
Esta freguesia também se encontra identificada pelo Serviço Municipal de Proteção Civil, como zona de maior
vulnerabilidade social, em caso de catástrofe, desastre natural ou tecnológico, situação agravada pela sua menor
capacidade de suporte, em termos de equipamentos e serviços.
Em termos demográficos, segundo os Censos, desde 2001, tem-se verificado uma tendência para a estagnação de
quantitativos populacionais. Contudo, o Concelho continua a apresentar uma das mais elevadas taxas de natalidade
da Região (terceira maior), uma das mais baixas taxas de mortalidade, a maior dimensão média das famílias clássicas
(3,4) e a maior proporção de núcleos familiares com filhos (78,1%). Nos últimos anos, ocorreu também um aumento
expressivo de famílias monoparentais (3,6%) e houve uma diminuição das famílias com cinco ou mais elementos,
refletindo-se na redução de alunos nas Escolas do 1.º ciclo e no encerramento de algumas escolas do ensino básico.
Salienta-se, ainda, que o índice de sustentabilidade potencial mais favorável do Concelho, no panorama regional (em
2014 existiam no Concelho 59 idosos por cada 100 jovens dos 0 aos 14 anos, enquanto na RAM era de 100 idosos
por cada 100 jovens nessa faixa etária), contrasta com o maior índice de envelhecimento da população, nas freguesias
rurais.
Diagnóstico Social Participado | 2016
203
Embora a proporção de famílias clássicas unipessoais de pessoas com 65 e mais anos de idade, no Concelho, se tenha
vindo a manter com níveis inferiores aos da Região, a situação diverge nas freguesias rurais. Em 2011, as freguesias
do Curral das Freiras e da Quinta Grande, apresentavam percentagens de famílias clássicas unipessoais de pessoas
com 65 e mais anos, superiores à da RAM (8,34%) e à do Concelho (5,58%), com 10,47% e 8,42%, respetivamente,
traduzindo um maior envelhecimento da população naquelas freguesias.
No que diz respeito à Educação, no concelho de Câmara de Lobos, à semelhança da RAM, a taxa de analfabetismo
tem vindo a diminuir, passando de uma taxa de 15,81%, em 2001, para 9,80%, em 2011, o que corresponde a uma
posição intermédia, a nível regional. Apesar disso, em 2011, continuava a apresentar uma taxa superior à da Região
(6,97%). Esta diminuição fez-se sentir em todas as freguesias, sendo mais expressiva na Quinta Grande, Jardim da
Serra e Câmara de Lobos. Em 2011, Curral das Freiras e Jardim da Serra eram as freguesias com taxas de
analfabetismo mais elevadas, com 20,23% e 14,15%, respetivamente. A freguesia de Câmara de Lobos era a que
apresentava a taxa mais reduzida, com 6,95%.
Relativamente à taxa de abandono escolar, entre 1991 e 2011, verificou-se uma redução acentuada no Concelho.
Em 2011, Câmara de Lobos apresentava uma taxa de abandono escolar de 1,92%, taxa inferior à da RAM, que era
de 2,42%. Em 2011, a freguesia do Curral das Freiras era a que apresentava o valor mais baixo (1,04%).
Não obstante esta evolução positiva, a população residente no Concelho mantém níveis de escolaridade baixos, com
predominância para o 1.º ciclo de escolaridade, sendo que apenas 5,7% da população possui o ensino superior. Os
níveis de escolarização no ensino secundário são inferiores aos dos níveis de ensino precedentes, evidenciando-se
taxas de retenção e desistência mais elevadas no 3.º ciclo.
Paralelamente, a análise do desemprego registado no Concelho, segundo o nível de instrução, confirma o deficit de
qualificações dos desempregados, observando-se que 65,9% dos desempregados inscritos possuíam, no máximo, o
2º ciclo do ensino básico, havendo que reforçar e diversificar a oferta de formação profissional, procurando ir ao
encontro da procura e necessidades do mercado. É nas freguesias de Câmara de Lobos e Estreito de Câmara de
Lobos (urbanas) que se verificam maiores percentagens de desempregados registados, com o ensino superior (4,7%
e 4,9% respetivamente).
A análise da situação das pessoas face ao emprego permite concluir que em 2011, o concelho de Câmara de Lobos
possuía 13.316 pessoas empregadas, menos 620 que em 2001. Esta população estava essencialmente empregada no
setor terciário, o qual empregava 9.463 habitantes, correspondendo a 71% da população empregada, com especial
incidência no setor terciário - área económica. A restante população empregada distribuía-se da seguinte forma: 24%
trabalhava no setor secundário e 5% no setor primário.
Apesar de nos últimos anos ter ocorrido um aumento progressivo da taxa de atividade, o Concelho depara-se com
uma elevada taxa de desemprego, fator que tem contribuído para o êxodo rural e para a emigração.
Na década de 2001-2011, ocorreu um aumento significativo nas taxas de desemprego, quer a nível da Região, quer
a nível do Concelho. O Concelho passou de uma taxa de 2,6% em 2001, para 18,1% em 2011, enquanto a RAM
passou de 4,6% para 14,6%. Nos anos de 1991 e 2011, o Concelho apresentou taxas superiores às da RAM, sendo
neste último ano, o segundo concelho com a maior taxa de desemprego da RAM (18,1%). Em 1991 e 2001, tanto a
nível da Região como do Concelho, o desemprego nas mulheres manifestou-se superior ao dos homens, situação
que se inverteu em 2011, devido à quebra no setor da construção civil.
Diagnóstico Social Participado | 2016
204
Em termos habitacionais, o concelho de Câmara de Lobos apresenta uma percentagem de habitação social acima da
média regional, com um total de 21 bairros sociais, 967 fogos e 3.936 inquilinos. Nos bairros de habitação social,
verifica-se também existir uma elevada percentagem de estudantes, desempregados e pensionistas.
Já no que diz respeito às condições de habitabilidade, verifica-se que, em 2011, os alojamentos clássicos sem pelo
menos uma infraestrutura (água canalizada, sistema de esgotos e instalação de banho ou duche) representavam
2,94%, no Concelho, percentagem ligeiramente mais elevada que a apurada na RAM (1,92%). Quanto à distribuição
por freguesias, salientam-se as freguesias rurais do Curral das Freiras (7,44%), Quinta Grande (5,02%) e Jardim da
Serra (4,61%), com percentagens mais elevadas.
No que se refere ao estado de conservação dos edifícios do Concelho, em 2011, 25% apresentava necessidades de
reparação. Curral das Freiras e Estreito de Câmara de Lobos correspondiam às freguesias com maior percentagem
de edifícios a necessitar de reparações, 42% e 32%, respetivamente. As freguesias do Jardim da Serra e do Curral
das Freiras apresentavam a maior percentagem de edifícios muito degradados.
Para colmatar os problemas relacionados com as fracas condições de habitabilidade, a Câmara Municipal e as Juntas
de Freguesia do Estreito de Câmara de Lobos e do Curral das Freiras, implementaram, recentemente, programas
de apoio a estratos sociais desfavorecidos.
No que se refere à acessibilidade dos edifícios, em 2011, apenas 19,4% dos edifícios em Câmara de Lobos possuíam
entrada acessível a pessoas com mobilidade através de cadeira de rodas, destacando-se as freguesias do Curral das
Freiras e Câmara de Lobos, com as maiores percentagens (29,19% e 26,24% respetivamente) e a freguesia da Quinta
Grande, com a menor percentagem (1,82%).
Concretamente na área da proteção social, há a destacar o aumento gradual de pensionistas e a diminuição de
beneficiários de abono de família, nos últimos anos, neste último caso, devido a alterações legais que introduziram
novos critérios de acesso a esta prestação.
No período de 2011 a 2014, houve um ligeiro aumento do número de beneficiários de Complemento Solidário para
Idosos (CSI) no Concelho. Em 2014, os beneficiários por freguesia, distribuíam-se da seguinte forma: 113 em Câmara
de Lobos, 56 no Estreito de Câmara de Lobos, 34 no Curral das Freiras, 27 no Jardim da Serra e 16 na Quinta
Grande.
Quanto à medida de Rendimento Social de Inserção, em 2014, o Concelho posicionava-se em segunda posição na
RAM, em termos de número de beneficiários, com 1.070 beneficiários, entre os quais, 50% tinham idade inferior a
25 anos. Relativamente às freguesias, os beneficiários distribuíam-se da seguinte forma: 542 em Câmara de Lobos,
348 no Estreito de Câmara de Lobos, 86 no Curral das Freiras, 107 no Jardim da Serra e 78 na Quinta Grande.
No que respeita ao apoio domiciliário, o Concelho ocupa o segundo lugar na RAM, com 340 utentes a beneficiar
deste apoio. Em 2014, os beneficiários de apoio domiciliário distribuíam-se da seguinte forma, por freguesia: 132 em
Câmara de Lobos, 80 no Estreito de Câmara de Lobos, 73 no Curral das Freiras, 26 no Jardim da Serra e 24 na
Quinta Grande. Em 2014, a faixa etária em que existia maior número de utentes de apoio domiciliário era a dos 75
aos 84 anos (total de 149 utentes).
Por outro lado, na Rede Regional de Cuidados Continuados Integrados, no período compreendido entre 2011 e o
1.º semestre de 2015, foram internados 79 utentes do Concelho, maioritariamente, das freguesias de Câmara de
Lobos (35), Estreito de Câmara de Lobos (24) e Curral das Freiras (13).
Diagnóstico Social Participado | 2016
205
Cruzando a informação demográfica com os dados relativos a respostas sociais, vocacionadas para este grupo etário,
conclui-se que as freguesias com maiores índices de envelhecimento (Curral das Freiras e Quinta Grande) são as
menos equipadas em lares, centros de dia, centros de convívio e centros comunitários. Ambas as freguesias
apresentam igualmente uma desvantagem devido à inexistência de atendimento de serviço social, na área da saúde
(Centro de Saúde).
Por fim, relativamente aos indicadores de segurança, salienta-se como ponto positivo, a tendência nos últimos anos,
para diminuição da taxa de criminalidade na RAM e a posição intermédia do Concelho (5.ª taxa mais baixa), em
termos de taxa de criminalidade. Contudo, persistem alguns sinais de alerta, nomeadamente, maiores percentagens
nos crimes de violência doméstica, crimes associados ao consumo de estupefacientes e crimes rodoviários, pelo que
a continuidade e reforço das ações de prevenção e de sensibilização, no âmbito do modelo integrado de policiamento
de proximidade são essenciais.
Nos pontos seguintes, faz-se uma análise integrada da informação quantitativa e qualitativa, no sentido da definição
dos eixos prioritários de intervenção social.
Diagnóstico Social Participado | 2016
206
1. Principais Vulnerabilidades Identificadas
O Diagnóstico Social Participado é por natureza um processo permanente e inacabado. Resultando de um processo
que se deseja amplamente participado, este tipo de diagnóstico constitui-se como um instrumento dinâmico que
permite uma compreensão da realidade social. Ao mesmo tempo, deve ser facilitador do desenvolvimento de
sinergias e de uma gestão concertada dos recursos/ potencialidades, para fazer face às necessidades/ problemas do
Concelho, criando, assim, as condições sociais e institucionais para o sucesso da intervenção, mediante a
corresponsabilização dos vários atores sociais.
Após uma caracterização do Concelho, bem como das suas dinâmicas e recursos, importa agora identificar as
principais vulnerabilidades do território que de acordo com os dados disponíveis, foi possível não só vislumbrar, mas
sustentar.
Em Câmara de Lobos, a partir da análise cruzada da informação recolhida e aqui sistematizada, nos capítulos
anteriores, é possível antever alguns fatores de maior vulnerabilidade, no Concelho, que afetam o bem-estar das
pessoas, colocando em risco a Coesão Social, nomeadamente:
a) O capital humano apresenta deficit de qualificações: os baixos níveis de educação e de qualificação
que se verificam no Concelho limitam o acesso das pessoas a empregos com melhores condições e
incapacitam a sua valorização e participação na sociedade. Destaca-se como elemento atenuador desta
vulnerabilidade, a proatividade da população e o forte dinamismo dos movimentos associativos.
b) Existe uma insuficiente cobertura de equipamentos e respostas sociais, associada a uma
macrocefalia urbana e centralização de respostas, sendo que as freguesias rurais revelam maiores
dificuldades de acesso a determinado tipo de respostas e serviços. Esta insuficiência na cobertura de
equipamentos e respostas sociais faz-se sentir, nomeadamente, nas seguintes áreas: i) População idosa,
associada a um elevado índice de envelhecimento nas freguesias rurais (Curral das Freiras, Jardim da Serra
e Quinta Grande) que apresentam uma menor capacidade de resposta; ii) Saúde, devido à desadequação de
equipamentos, no centro urbano; iii) Infância e Juventude, com uma insuficiência de respostas a diferentes
níveis (preventivas, ocupacionais, entre outras).
c) Elevada taxa de desemprego, com prevalência para o de longa duração: o Concelho apresenta uma das
taxas de desemprego mais elevadas da RAM, destacando-se o desemprego de longa duração. A este
fenómeno associa-se também uma Economia local estagnada e escasso investimento privado. Acresce ainda
uma insuficiente rentabilização das inúmeras potencialidades do Concelho, a nível de desenvolvimento
turístico.
d) Obstáculos à mobilidade da população: esta situação é condicionada sobretudo pela escassez e custo
dos transportes públicos, o que dificulta a mobilidade da população, e muitas vezes, a qualificação/inserção
profissional das pessoas, particularmente, das freguesias rurais.
Diagnóstico Social Participado | 2016
207
e) Presença de Grupos ou Comunidades Socialmente Vulneráveis:
O grupo das crianças e jovens que tem um grande peso no Concelho, apresenta algumas fragilidades, na
medida em que tem havido tendência para aumento das situações de risco, sendo que grande parte
destas situações estão associadas à exposição a comportamentos que afetam o bem-estar e
desenvolvimento da criança / jovem (toxicodependência, alcoolismo e violência doméstica) e à
negligência;
Existe um número significativo de população jovem em situação de privação material: verifica-se um
número considerável de jovens com menos de 25 anos registados como desempregados (em junho de
2015, representavam 15% do total de desempregados); assinala-se, também, o elevado número de jovens
a residir em bairros de habitação social e a beneficiar da medida Rendimento Social de Inserção, o que
faz transparecer maior dependência das medidas de política social;
Evidencia-se a presença de famílias mais numerosas e o aumento expressivo de famílias monoparentais:
a dimensão e o tipo de família, isto é, as famílias de maior dimensão e as famílias monoparentais tendem
a correr um maior risco porque têm menores rendimentos;
Existe um elevado grau de vulnerabilidade em caso de catástrofe ou risco natural, sobretudo, nas
freguesias de Câmara de Lobos e Curral das Freiras, com particular incidência para as zonas com menor
capacidade de suporte.
f) Pouca tradição de planeamento estratégico integrado, em sentido ascendente (do local para
o regional): apesar de esta metodologia ter sido largamente incrementada com o lançamento do
“Programa Intervenção Social Participada” e com o processo desencadeado para a elaboração do presente
Diagnóstico, é reconhecida a necessidade de consolidação do trabalho em parceria e de continuar a apostar
numa lógica de corresponsabilidade e de participação democrática, como motor de desenvolvimento social
do território.
Diagnóstico Social Participado | 2016
208
2. Eixos Prioritários de Intervenção Social
Concluído o processo de levantamento e análise de informação, importa agora refletir sobre a problematização dos
resultados obtidos, as principais forças e fraquezas identificadas e definir os eixos prioritários de intervenção social,
no Concelho. Procura-se fazer uma sistematização e análise integrada da informação quantitativa e qualitativa,
anteriormente produzida.
Tendo presentes as vulnerabilidades atrás identificadas, é possível proceder à identificação dos eixos prioritários de
intervenção social, seguindo-se uma descrição mais pormenorizada, das principais forças, sinais de alerta e pistas
para a ação, relacionados com cada um dos eixos mencionados (quadros EP1 a EP6):
Eixo 1 - Valorização do Capital Humano
Eixo 2 - Reforço dos Equipamentos e Respostas Sociais
Eixo 3 - Dinamização da Economia Local e Empreendedorismo
Eixo 4 - Reforço das Acessibilidades, Mobilidade e Transportes
Eixo 5 - Proteção das Comunidades e Grupos Socialmente Vulneráveis
Eixo 6 - Incremento da Corresponsabilidade, Cidadania e Participação
Estes eixos constituem fundamento para o Plano de Ação para a Coesão Social, territorial, que deverá ser elaborado
de forma integrada e sustentada, no sentido de colmatar os principais obstáculos ao bem-estar de todos(as),
identificados no Concelho.
Diagnóstico Social Participado | 2016
209
Quadro EP1 - Eixo 1 - Valorização do Capital Humano
Eixo 1 - Valorização do Capital Humano Linhas de força Sinais de alerta Pistas para ação
Índice de sustentabilidade potencial
favorável - Concelho mais jovem da
RAM e elevada natalidade;
Aumento da esperança média de vida;
As pessoas: caraterísticas como a
criatividade, artísticas, musicais,
desportivas;
Dinamismo da população sénior;
Cultura e tradições;
A valorização do papel da família e a
religiosidade (valores);
Rede escolar suficiente;
Taxa de abandono inferior à média
regional;
Existência de oferta formativa
(Cursos profissionais, Ensino
Recorrente, Educação e Formação de
Adultos);
Elevada procura de formação
profissional por parte dos alunos, sobretudo, cursos ligados à hotelaria,
restauração, cabeleireiro e mecânica.
Tendência para estagnação da
população;
Maiores índices de envelhecimento e
de dependência de idosos nas
freguesias rurais;
Aumento expressivo das famílias
monoparentais;
Saídas migratórias elevadas (êxodo
rural);
População ativa desmotivada devido
aos cortes;
Escassez de recursos humanos e
financeiros;
Baixos níveis de escolaridade
(sobretudo a nível do 3.º ciclo,
secundário e ensino superior);
Taxas de analfabetismo mais elevadas
nas freguesias rurais;
Diminuição de alunos no 1.º ciclo;
Taxas de retenção e desistência mais elevadas no 3.º ciclo;
Desvalorização do papel da Escola por
parte de algumas famílias;
Presença de famílias com fracas
competências parentais;
Carências alimentares detetadas em
alguns alunos;
Promoção de cursos profissionais
com componentes tecnológicas
implicam custos elevados para as
Escolas;
Menor número de raparigas inscritas
nos cursos de formação profissional;
Fracas competências linguísticas da
população jovem;
Alunos (jovens e adultos) com
carências socioeconómicas que não
podem beneficiar de ASE;
Oferta formativa local que nem
sempre coincide com a procura;
Escassez de formação certificada para
jovens, no Concelho;
Pouca diversificação da oferta
formativa;
Funcionamento de cursos EFA apenas
em regime noturno;
Pouca frequência dos cursos
oferecidos pelo IQ, IP-RAM por parte
dos jovens do Concelho.
Reforçar os apoios sociais às famílias
monoparentais;
Reforçar os apoios à população idosa,
sobretudo nas freguesias rurais;
Reforçar as políticas educativas e do
apoio às famílias mais desfavorecidas
no sentido de incrementar a
escolaridade sobretudo dos mais
jovens;
Reforçar os recursos humanos nas
escolas para apoio na orientação
vocacional e para prevenção do
insucesso, abandono escolar e
comportamentos de risco
(mediadores);
Promover a formação parental (cursos
de competências pessoais e sociais);
Incrementar e diversificar a formação
para profissionais;
Reintroduzir a disciplina de Educação Cívica nas Escolas;
Reavaliar os apoios a nível de ASE de
forma a favorecerem quem realmente
precisa;
Valorizar o sucesso escolar a nível do
ensino Recorrente e EFA;
Promover parcerias entre as Escolas e
outras entidades externas no sentido
da promoção de formação profissional
mais diversificada;
Reforçar a oferta de formação
profissional na área das Línguas e em
áreas com maior procura;
Reavaliar os apoios no âmbito da ASE
para alunos abrangidos pela
escolaridade obrigatória ou
desempregados;
Promover cursos EFA em regime
diurno.
Fonte: Elaboração própria
Diagnóstico Social Participado | 2016
210
Quadro EP2 - Eixo 2 - Reforço dos Equipamentos e Respostas Sociais
Eixo 2 - Reforço dos Equipamentos e Respostas Sociais Linhas de força Sinais de alerta Pistas para ação Obras públicas projetadas pelo
Governo Regional e Autarquia;
Resposta em termos de habitação
social superior à média regional;
Tipologias de habitação social adequadas às necessidades familiares
(T2, T3 e T4), tendo em conta ainda
que o Concelho é o que tem a maior
dimensão média de famílias clássicas;
Elevada proporção de alojamentos
familiares clássicos vagos, nas
freguesias rurais, podendo ser
melhor aproveitados para colmatar a
carência de habitação social;
Programas de apoio à
autoconstrução (PRID e PAESD);
Programas de apoio ao
arrendamento privado (Porta 65,
Apoio para Desempregados);
Descentralização e proximidade de
algumas respostas sociais (centro de
dia, centro de convívio e apoio
domiciliário);
Existência de projetos no terreno
que combatem o sedentarismo e
promovem o convívio inter
geracional;
Associativismo dinâmico;
As Pessoas: cultura, tradições e
dinamismo da população sénior;
As Instituições e os Técnicos;
Redes informais de apoio (igreja,
vizinhança);
Proximidade das unidades
hospitalares e restantes
equipamentos de saúde;
Descentralização e proximidade dos
centros de saúde;
Reforço de pessoal especializado,
nomeadamente, Médicos e
Psicólogos, nos Centros de Saúde;
Existência de projetos comunitários
na área da Saúde.
Escassez de determinado tipo de
infraestruturas, nomeadamente: lar de
idosos, museu do vinho, parques infantis
e pavilhão gimnodesportivo;
Maior percentagem de edifícios muito
degradados nas freguesias rurais;
Maior percentagem de alojamentos
familiares sem pelo menos uma
infraestrutura básica, nas freguesias
rurais;
Bairros sociais habitados, na sua
maioria, por estudantes,
desempregados ou pensionistas;
Existência de bolsas de pobreza nos
bairros sociais;
Endividamento das famílias (aumento de
insolvências);
Escassez de alojamento a custos
acessíveis; Escassez de respostas sociais, para os
idosos, sobretudo nas freguesias rurais;
Escassez de financiamento para
reparação/manutenção dos fogos de
habitação social;
Vulnerabilidade da classe média;
Elevado número de crianças e jovens a
beneficiar de RSI (50% com idades até
aos 24 anos);
Menos respostas sociais para idosos,
nas freguesias com maior índice de
envelhecimento (Curral das Freiras e
Quinta Grande);
Número significativo de pessoas a
beneficiar de apoio domiciliário (2.º
maior Concelho da RAM);
Necessidade de requalificação das
instalações do Centro de Saúde de
Câmara de Lobos;
Consultas de Psicologia com maior
procura;
Inexistência de Serviço Social na área da
Saúde, nas freguesias do Curral das
Freiras e Quinta Grande;
Aumento do n.º de ações de avaliação
de condições de habitabilidade.
Reforçar os apoios para a
recuperação de imóveis degradados,
a eliminação de barreiras
arquitetónicas
Reforçar os apoios a nível dos
edifícios e saneamento básico nas
freguesias rurais
Promover projetos de reabilitação e
manutenção de fogos de habitação
social
Reforçar os projetos de inserção
social nos bairros sociais
Reforçar os apoios no âmbito do
arrendamento às famílias em situação
de desemprego
Reforçar os apoios sociais de
emergência (apoio alimentar,
medicamentos, transportes,
habitação, etc.) Criar bolsas de estudo para jovens;
Reforçar as respostas sociais para a
população idosa nas freguesias rurais,
rentabilizando equipamentos e
espaços devolutos ou de fraca
utilização;
Reforçar os meios a nível de
transporte para o apoio domiciliário
Criar projetos de proximidade
destinados à população idosa
(recenseamento de idosos em
situação de maior vulnerabilidade
social);
Operacionalizar as novas instalações
do Centro de Saúde;
Reforçar os recursos humanos e
materiais dos Centros de Saúde;
Promover ações de sensibilização na
área de educação ambiental;
Reforçar os programas de prevenção
e combate à toxicodependência e
alcoolismo;
Promover ações de sensibilização na
área dos hábitos de vida saudável e
comportamentos de risco.
Fonte: Elaboração própria
Diagnóstico Social Participado | 2016
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Quadro EP3 - Eixo 3 - Dinamização da Economia Local e Empreendedorismo
Eixo 3 - Dinamização da Economia Local e Empreendedorismo Linhas de força Sinais de alerta Pistas para ação Recursos naturais e paisagens;
Pontos de atração turística;
Agricultura;
Gastronomia;
Tradições e costumes;
Turismo;
Associativismo dinâmico;
Clima;
Mar;
Património cultural;
Economia familiar;
Melhores níveis de escolaridade dos
desempregados e melhor dinâmica
de colocações, nas freguesias de
Câmara de Lobos e do Estreito de
Câmara de Lobos;
Localização de Polos de Emprego
nestas freguesias;
Emigração como alternativa à
escassez de ofertas de emprego;
Recursos internos que potenciam o
turismo e atividades económicas
(investimento);
Caraterísticas intrínsecas das pessoas
(criatividade, apetência pelas artes,
capacidades de comunicação,
proatividade);
Festas e eventos culturais,
recreativos e educativos.
Economia local estagnada e pouco dinamizada;
Escassez de investimento privado;
Elevada carga fiscal;
Fraca informação de projeção
turística sobre as freguesias;
Elevada taxa de desemprego de longa
duração;
Desemprego jovem;
Baixos níveis de escolaridade da
população ativa;
Deficit de qualificações dos
desempregados;
Escassez de horários e elevado custo
dos transportes públicos, sobretudo
para as freguesias rurais;
Desadequação entre a formação
profissional oferecida e as
necessidades do mercado;
Emigração e êxodo rural.
Promover maior formação para adultos em horário diurno;
Promover formação profissional
adaptada às necessidades do mercado;
Descentralizar os polos de emprego às
freguesias rurais;
Promover formação na área das
competências pessoais e sociais;
Implementar um passe social apoiado
para desempregados;
Promover e valorizar o mérito social e
as boas práticas (coletivas ou
individuais);
Promover incentivos à dinamização da
Economia Local e empreendedorismo;
Apostar no turismo de montanha/
rural/ saúde.
Fonte: Elaboração própria
Quadro EP4 - Eixo 4 - Reforço das Acessibilidades, Mobilidade e Transportes
Eixo 4 - Reforço das Acessibilidades, Mobilidade e Transportes Linhas de força Sinais de alerta Pistas para ação
Localização geográfica do Concelho;
Bons acessos rodoviários;
Obras públicas projetadas (via
expresso);
Diversidade e proximidade de
serviços e infraestruturas;
Apoios a particulares e obras de
proximidade das Juntas de Freguesia e
da Câmara Municipal; Transportes adaptados para pessoas
com mobilidade reduzida, por parte
da autarquia e das instituições (CAO).
Obstáculos à mobilidade, sobretudo
nas freguesias rurais: escassez e
elevados custos dos transportes
públicos e falta de acessos;
Concelho com maior percentagem de
edifícios sem entrada acessível a
pessoas com mobilidade reduzida;
Barreiras arquitetónicas (veredas,
escadarias, etc.); Maiores dificuldades de mobilidade e
isolamento da população idosa;
Escassez de transporte adaptado a
pessoas portadoras de deficiência.
Reforçar os horários dos transportes
públicos;
Implementar descontos nos títulos de
transportes para desempregados e
pessoas com baixos recursos
económicos;
Melhorar as acessibilidades para as
freguesias rurais;
Reforçar os meios de transporte acessíveis para a população com
mobilidade reduzida;
Reforçar os apoios para a eliminação
de barreiras arquitetónicas;
Construir novas acessibilidades.
Fonte: Elaboração própria
Diagnóstico Social Participado | 2016
212
Quadro EP5 - Eixo 5 - Proteção das Comunidades e Grupos socialmente mais vulneráveis
Eixo 5 - Proteção das Comunidades e Grupos Socialmente mais Vulneráveis Linhas de força Sinais de alerta Pistas para ação
Respostas locais que contribuem para a prevenção de risco: Equipa de Rua,
projeto Esc@Up, Campos de Férias,
OTL´s, projeto Prevenir Educando e
outros;
Dinamismo associativo: Associações
Culturais, Desportivas e Recreativas;
Comunidade atenta (escolas,
instituições, familiares e anónimos);
Ações de formação parental;
Escola Segura;
Taxa de criminalidade intermédia a
nível regional;
Comissão de Proteção de Crianças e
Jovens em Risco;
Representação do Município na Rede
Regional de Parceiros Contra a
Violência Doméstica;
Ações de sensibilização promovidas
pela PSP;
Constituição da Comissão Municipal
de Proteção Civil e elaboração do
Plano Municipal de Proteção Civil.
Aumento de sinalizações de crianças em risco, nos últimos cinco anos;
Existência de famílias com fracas
competências parentais;
Existência de crianças a cargo de
outros familiares, e por vezes, mais
desprotegidas, devido à emigração;
Escassez de respostas ocupacionais
para a infância e juventude;
Taxas de criminalidade elevadas nos
crimes contra as pessoas e nos crimes
contra o património, destacando-se a
violência doméstica e os
furtos/roubos associados ao consumo
de drogas;
Bullying;
Indicadores relevam maiores
problemas de saúde mental das
pessoas;
Elevado desemprego de longa
duração;
Desemprego jovem;
Elevada percentagem de crianças e
jovens em situação de maior privação
material;
Tendência para aumento dos crimes
contra a vida em sociedade, tais
como, condução sob o efeito de
álcool e condução sem habilitação
legal;
Escassez de policiamento no Estreito
C.ª Lobos;
Maior vulnerabilidade, em caso de
catástrofe natural ou risco
tecnológico, nas freguesias de Câmara
de Lobos e do Curral das Freiras.
Reforçar os recursos humanos na Comissão de Proteção de Crianças e
Jovens e nas Escolas (Psicólogos,
Assistentes Sociais, Educadores
Sociais);
Introduzir a figura de mediador Escola-
Família nas escolas;
Reforçar e descentralizar os projetos
ocupacionais para a infância e
juventude;
Promover formação parental;
Promover medidas de prevenção e
combate à violência doméstica;
Reforçar as medidas de combate ao
desemprego de longa duração e
desemprego jovem;
Reforçar as ações de sensibilização e
campanhas de prevenção e combate às
dependências e comportamentos de
risco;
Reforçar o policiamento de
proximidade;
Identificar as famílias mais vulneráveis
às catástrofes ambientais ou risco
tecnológico e definir um plano local de
intervenção, em caso de emergência
social.
Fonte: Elaboração própria
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Quadro EP6 - Eixo 6 - Incremento da Corresponsabilidade, Cidadania e Participação
Eixo 6 - Incremento da Corresponsabilidade, Cidadania e Participação Linhas de força Sinais de alerta Pistas para ação
Presença de dinamismo associativo, nas Associações Culturais,
Desportivas e Recreativas;
Perceção de dinamismo por parte da
Autarquia;
Caraterísticas individuais e culturais
da população;
Sentido de proatividade dos
cidadãos, demonstrada pela
componente de bem-estar
privilegiada nas oficinas de
participação - Atitudes e Iniciativas;
Implementação do Programa
Intervenção Social Participada é vista
como potencialidade;
Existência prévia de experiências de
trabalho em rede, a nível da CPCJ,
NLI e RRCVD;
Perceção de dinamismo das
Instituições e “boa vontade dos
Técnicos”.
Perceção por parte dos parceiros de que existe:
Fracas sinergias interinstitucionais;
Pouca abertura das instituições à
inovação e à criatividade;
• Problemas de comunicação e pouco
trabalho em parceria;
• Insuficiente ou inexistência de articulação institucional;
• Necessidade de descentralização das respostas;
• Fraca participação cívica;
• Imagem estereotipada sobre o
Concelho;
• Discriminação ou sentimento por parte de alguns cidadãos que existe
desvalorização da sua situação por
parte dos serviços públicos.
• Promover a corresponsabilidade;
• Manter articulação entre a dimensão económica e social;
Promover o trabalho em rede ou em
parceria, tendo em vista a
rentabilização de recursos e
otimização de respostas;
Promover a melhoria da comunicação
e articulação;
Apostar na descentralização das
respostas;
Promover uma intervenção
concertada;
Escutar a população enquanto agente
na solução dos seus próprios
problemas;
Reforçar a formação para os agentes
sociais;
Criar espaços de diálogo, debate e
reflexão conjunta;
Criar equipas multidisciplinares e
intersectoriais.
Fonte: Elaboração própria
Diagnóstico Social Participado | 2016
214
Nota conclusiva
O Diagnóstico Social Participado de Câmara de Lobos cumpre com um dos objetivos do Programa “Intervenção
Social Participada”, lançado pelo Município, em 2015, prestando assim um contributo para a identificação das
principais potencialidades e vulnerabilidades locais e das comunidades ou grupos socialmente mais vulneráveis, de
modo a valorizar a dimensão social, no planeamento estratégico e na definição das futuras políticas sociais territoriais,
em articulação com as dimensões política, económica, cultural, ambiental e de ordenamento do território.
O Programa Intervenção Social Participada possibilitou a participação dos parceiros sociais e dos cidadãos, no
processo de elaboração do presente documento estratégico, procurando conhecer a realidade para intervir melhor.
O município de Câmara de Lobos, através deste programa piloto na Região Autónoma da Madeira, desafiou os
atores locais para a criação de uma Plataforma de Parceiros Sociais concelhia que viabilizasse um Diagnóstico Social
Participado. Desafio aceite, foi o primeiro território, no âmbito da RAM, a aderir à Together, Rede Internacional de
Territórios de Corresponsabilidade e a aplicar a metodologia SPIRAL – Societal Progress Indicatores for the Responsibility
of All, através da realização de oficinas de participação, junto dos cidadãos, em torno da questão do bem-estar.
Assim, mais do que uma intervenção social setorializada, no âmbito da qual os “públicos-alvo” são meros
consumidores dos dispositivos sociais e intervenções socioeducativas de caráter mais assistencialista ou caritativa,
preconiza-se em Câmara de Lobos, a conceção de políticas sociais e programas integrados que englobem a totalidade
das PESSOAS, no seu contexto de vida quotidiana e não somente as mais desfavorecidas ou em risco, possibilitando
combinar diferentes setores, recursos, aproximações e métodos, numa lógica de complementaridade e ter presente
uma efetiva e concreta participação comunitária. Aspira-se fomentar na comunidade uma capacidade reflexiva e
conceber o social como indissociável do ambiente cultural, ecológico, económico, político e espiritual em que tem
lugar.
Com base nestes pressupostos, o desenvolvimento social em Câmara de Lobos deixa antever uma mudança
prometedora, simultaneamente, estruturante e estruturadora de novas formas de ser, saber e fazer. Anuncia relações
sociais de outra natureza, apela à mudança das práticas profissionais e organizacionais, mobiliza novas competências
e reclama ferramentas e saberes específicos do domínio do fazer.
Trata-se de passar da lógica de gestão sectorial a uma lógica de intervenção estratégica, numa dinâmica integrada e
participativa, de corresponsabilidade. Em suma, envolve passar do restrito tratamento dos problemas, à Coesão
Social e ao desenvolvimento integrado do Concelho, tendo presente que “um território capaz de tirar partido da
sua singularidade é um território mais coeso, ou seja, com maior capacidade de se antecipar e adaptar às tendências
evolutivas” (IESE, 2015).
Diagnóstico Social Participado | 2016
215
Bibliografia
Agência Portuguesa do Ambiente (2007). Guia Agenda 21 Local – Um desafio para todos.
Atouguia, Ana P. (2010). Políticas sociais territoriais e sistemas de informação para produção de diagnósticos sociais: o
caso do programa Rede Social em Portugal. Tese de Mestrado em Economia e Política Social. Instituto Superior de
Economia e Gestão, Lisboa.
Conselho Local de Ação Social de Sintra (2011). SPIRAL Guia do Facilitador. Sintra.
Diagnóstico Social de Viana de Castelo (2013). Conselho Local de Ação Social. Núcleo Executivo do CLAS de
Viana do Castelo.
Direção Regional de Juventude e Desporto (2013). Juventude na Região Autónoma da Madeira: Tempos Livres e
Educação Não Formal.
Faria, Verónica P. (2012). Animação e qualidade de vida na população sénior e idosa: um estudo no concelho de Câmara
de Lobos. Curso de Mestrado em Gerontologia Social. Centro de Competência de Tecnologias de Saúde.
Universidade da Madeira.
Fialho, Joaquim, Silva, Carlos A. e Saragoça, José (2015). Diagnóstico Social, Teoria, Metodologia e Casos Práticos.
Edições Sílabo.
Freitas, Carolina (2014). Relatório Final do Estágio Capacitar para o Futuro, sob orientação de Pedro Fonseca e
Elisabete Costa. UMA - Centro de Competências de Artes e Humanidades, 1.º Ciclo de Serviço Social, 2013/2014
Estágio II. Funchal.
Instituto da Segurança Social, IP-RAM (2014). Carta Social 2013 – Rede de Equipamentos e Serviços Sociais no
âmbito da Segurança Social na RAM.
Instituto de Desenvolvimento Regional, IP-RAM (2013). CompromissoMadeira@2020. Diagnóstico Prospetivo
Regional.
Instituto da Segurança Social, IP (2004). Guião Prático para Implementação da Rede Social.
Instituto da Segurança Social, IP (2004). Plano de Desenvolvimento Social. Núcleo da Rede Social, DIC –
Departamento de Investigação e Conhecimento.
Instituto de Estudos Sociais e Económicos. (s. d.). Projeto Rede em Prática - Relatório Final de Avaliação do
Programa Rede Social 2010-2012.
Instituto de Estudos Sociais e Económicos (2015). Referencial de Coesão Social. Instituto da Segurança Social,
IP.
Monteiro, Alcides et al. (2015). Revista de Política Social Rediteia n.º 48, Erradicar a Pobreza: Compromisso para uma
Estratégia Nacional. EAPN Portugal / Rede Europeia Anti Pobreza.
Monterey, G. D. (1976). Câmara de Lobos (Ilha da Madeira). Porto: Sociedade de papelaria.
Passos, É. (2007). Câmara de Lobos: do ilhéu à montanha. Câmara de Lobos: Câmara Municipal de Câmara de Lobos.
Porto Solidário - Diagnóstico Social do Porto (s/d). Faculdade de Psicologia e de Educação - Universidade
Católica Portuguesa. Centro Regional do Porto – Pólo da Foz.
Diagnóstico Social Participado | 2016
216
Santos, Pedro P. Tavares, Alexandre O. e Mendes, José M. (2015). Avaliação da Vulnerabilidade Social no concelho
de Câmara de Lobos – Métodos e Resultados (versão preliminar). CES/OSIRIS, Universidade de Coimbra.
Secretaria Regional da Inclusão e Assuntos Sociais, ISSM, IP-RAM, II Plano Contra a Violência Doméstica
2015-2019.
Secretaria Regional da Inclusão e Assuntos Sociais, IEM, IP-RAM, II Plano Regional de Emprego 2012-2020.
SESARAM, EPE. (2015), Relatório de Atividades do Agrupamento dos Centros de Saúde da RAM.
Silva, M. P. (s.d.). Câmara de Lobos, suas gentes, história e cultura. Obtido em 7 de agosto de 2015, de
http://www.Concelhodecamaradelobos.com/.
Teles, M. P. B. (2013). Câmara de Lobos: estudo das potencialidades de desenvolvimento e promoção turística do Concelho.
Dissertação de Mestrado em Gestão do Território. FCSH, Universidade Nova de Lisboa.
Wall, K. e Lobo, Cristina (1999). Famílias Monoparentais em Portugal, Análise Social, vol. XXXIV (150), pg. 123-
145.
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Anexo I - Iniciativa “Agenda 21 Local: Realizar o Futuro: Um Passo para a
Corresponsabilidade”
5 de março de 2015
Lista de Participantes nas Oficinas de Participação e Workshop Participativo
Concelho de Câmara de Lobos
Associação Cultural e Recreativa do Estreito de Câmara de Lobos
Associação de Desenvolvimento Comunitário “Câmara de Lobos Viva” - ADC
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos
Casa do Povo de Câmara de Lobos
Casa do Povo Curral das Freiras
Casa do Povo do Estreito de Câmara de Lobos
Casa do Povo do Jardim Serra
Casa do Povo Quinta Grande
Centro de Apoio Psicopedagógico de Câmara de Lobos
Centro de Atividades Ocupacionais de Câmara de Lobos (CAO)
Centro de Saúde de Câmara de Lobos
Centro Social e Paroquial do Carmo
Centro Social e Paroquial de Santa Cecília
Clube de Emprego do Estreito
Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Câmara de Lobos (CPCJ)
Delegação Escolar de Câmara de Lobos
Escola Básica do 2º e 3º Ciclos do Estreito Câmara de Lobos
Escola Básica do 2º e 3º Ciclos da Torre
Fundação D. Jacinta Ornelas Pereira
Junta de Freguesia de Câmara de Lobos
Junta de Freguesia do Curral das Freiras
Junta Freguesia da Quinta Grande
Polícia de Segurança Pública de Câmara de Lobos
Unidade Operativa de Saúde Pública de Câmara de Lobos
Entidades Regionais
Associação de Desenvolvimento da Costa Norte da Madeira (ADENORMA)
Direção Regional de Educação
Instituto de Emprego da Madeira, IEM-IP RAM
Instituto de Segurança Social da Madeira, IP - RAM
Investimentos Habitacionais da Madeira, EPE RAM
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Resultados ‘Mesas de Café'
Fonte: Elaboração própria
Mesa de Café 1: Intervenção Territorial Participada e Integrada
Que problemas ou áreas problemáticas?
• Baixas habilitações: Insuficiência de formação qualificante; Falta de competências linguísticas (população jovem); Economia localestagnada; Escassez de transportes (freguesias isoladas); Dificuldade de mobilidade; Barreiras arquitetónicas (veredas, escadariasetc.); Acessibilidades; Imagem que os outros têm (estereotipada); Transporte de pessoas com deficiência; Emprego (transversal)– desadequação entre as habilitações e as necessidades do mercado; Desvalorização da necessidade de estudar; Desemprego;Alunos com fome; Pobreza envergonhada; Bairros sociais (Torre, Ribeiro Real e Encosta dos Socorridos): existem alunos comescalão 1 que não fazem uso do benefício do lanche e outros alunos que não tem escalão e não têm acesso ao lanche; HabitaçãoSocial: Falta financiamento para reparação/manutenção das casas; Dificuldade em gerir a relação com os filhos – Falta deformação parental; Classe média mais empobrecida, com menos poder económico e o efeito que isso tem nos filhos; Falta dehabitação a custos acessíveis; Emigração: Menores a cargo dos familiares – Causa desestabilização emocional; Famíliasmonoparentais; Crise de valores; Fracas competências sociais e pessoais/valores/gestão doméstica; Desemprego/crise naconstrução civil; Falta de formação certificada dos jovens; Falta de interesse e valorização da formação; Falta de Educação Cívicae ambiental; Alunos como destinatários da ação - adultos necessitam de formação para adequar a linguagem aos diferentesdestinatários; Endividamento das famílias; Falta de recursos/financiamento por parte da autarquia/juntas de freguesia; Criançascomo objeto de conhecimento e não como sujeitos de conhecimento; Falta de participação cívica – direitos e deveres (Educaçãocívica); Abandono escolar; Isolamento dos idosos/falta de respostas; Comportamentos aditivos (bairros sociais); Violênciadoméstica; Agressividade Juvenil; Descredibilização dos serviços/técnicos; Falta de comunicação e pouco trabalho emparceria; Tráfico e prostituição; Alcoolismo; Descriminação (sentimento por parte de alguns cidadãos) – desvalorização da suasituação (atendimento dos serviços públicos); Subsídio dependência; Nós técnicos - postura institucional; Abuso sexual; Solidão(idosos); Educação (Orientação vocacional); Mudança de mentalidade (falta de confiança, dependência, autoestima, falta desentimento de luta, sentido/objetivos/projetos de vida); Depressão – transversal/resposta insuficiente/não há articulação;Dependência: comportamentos aditivos, isolamento, novas tecnologias; Acessibilidade - freguesias mais distantes; População ativadesmotivada; Crianças chegam à escola com fome; Necessidade de descentralização das respostas.
O que queremos ao invés disto?
• Crescimento Económico; Chuva de dinheiro; Recursos humanos e profissionais; Parcerias; Chuva de solidariedade; Natalidade;Respeito; Jovens com objetivos de futuro; Promover a corresponsabilidade; Manter articulação entre a dimensãoeconómica e social; Igualdade de oportunidades; Ver uma sociedade satisfeita/feliz; Intervenção concertada; Menosindividualismo, mais pro-atividade; Melhor rede de transportes; Mais emprego; Valorizar as potencialidades do território;Politicas sociais que respeitem a pessoa como um todo; Mais cidadania; Trabalho em equipa no local de trabalho, emcomunidade; Políticas de Emprego / Emprego; Valorizar a felicidade.
O que pode ser feito?
• Oportunidades para participação cívica; Escutar o cliente e compreendê-lo, encaminhando-o e orientando; Trabalho emparceria; Descentralização das respostas; Desburocratizar ou facilitar alguns serviços, face à pouca formação dos cidadãos;Rentabilizar os recursos; Descentralizar as respostas; Melhorar a distribuição dos recursos, informação e conhecimentos;Marketing do Concelho; Olhar e Agir com o Coração; Formação adequada às necessidades; Escutar as pessoas para que sejamas soluções para os seus problemas; Alteração de estratégias a nível educacional; Melhorar a comunicação entre todos; Redede transportes alternativa compatível com os horários das pessoas.
O que podemos fazer em conjunto?
• Mais formação nesta linha para todos nós; Escutar; Corresponsabilizamos; Parcerias; Disponibilizar os nossos recursos econhecimentos, rentabilizar; Apostar mais na Educação; Empreendedorismo; Mais ações na área do social; Mais articulaçãonas instituições para não duplicar apoios; Trabalho em rede; Construir em conjunto soluções criativas e inovadoras;Parcerias públicas/privadas; Trabalhar em parceria/em rede; Diagnóstico social do concelho participado;Articulação integrada; Trabalhar em conjunto as potencialidades das pessoas; Orientação participativa para o emprego;Refletir em conjunto – regularmente; Estar disponível para o diálogo/mudança; Mais oficinas de participação.
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• Mesa de Café 2: Conhecer para melhor intervir em conjunto
Que contributos posso dar?
• Levantamento de dados em parceria; Utilização do espaço escola e dos seus recursos nacriação de uma base de dados; Recorrer às experiências implementadas em outros concelhos;Existência de uma articulação concentrada e complementar entre todas as entidadesexistentes no concelho; Cada instituição sente que tem um contributo a dar; Deve ser promovidauma abertura à divulgação de informação entre as instituições; Ainda existe um poucoestigma/barreira à divulgação de informação; Disponibilidade por parte das instituições/técnicospara agir; Individualmente dar o seu contributo, porém, por vezes limitada pela hierarquia.
Quais são as fontes de informação
concelho/freguesia?
• Escolas; Segurança Social; Centro de Saúde; Associações; Instituições e serviços; Casas do Povo;Comissão de Proteção de Crianças e Jovens; População; Relatórios; Divulgação de dados semlimitações (ex: resultados de teses de Mestrado); Cada instituição é uma fonte deinformação, deveria existir mais abertura; Cada instituição não é uma Ilha.
Que informação temos?
• De forma generalizada o sentimento é de que a informação existe individualmente em cadainstituição, mas a partilha da mesma pode ser melhorada; Não existe “um centro departilha de informação”, onde todas as instituições tenham acesso à informação, ao mesmonível sobre as mais diversas problemáticas; É efetuado um levantamento dos dados semtratamento funcional/prático; Segurança Social dispõe de informação; O Núcleo local teminformação, mas faltam incentivos/oportunidades, uma missão e uma visão a médio e longoprazo (um compromisso e não apenas na vertente política); Os diagnósticos já existem massente-se a necessidade de partilha entre as instituições (por exemplo: que tipo de respostas sãodadas – a informação existe, cada instituição trabalha com os seus parceiros); Por vezes, dentroda própria instituição não existe divulgação de informação; O conhecimento que existe muitasvezes é o conhecimento prático do dia-a-dia; Partilha aos agentes ativos do concelho.
Que informação precisamos e não
temos -problemáticas?
• Famílias Monoparentais; Todos os “tipos” de família; Integração dos diagnósticos em termosde complementaridade; A atuação é no imediato, onde não conhecemos a causa do problema; Háconhecimento sobre onde obter informação, mas muitas vezes, não há conhecimento dosprocedimentos; Estudo aprofundado sobre as reais necessidades da população (exemplo:alimentação, nas escolas, exclusão social); Educação – Por vezes para poderem atuar a jusante,porque não partilhar dados mais concretos (sobre o abandono escolar, carências a nívelfamiliar, miúdos que não dormem); As pessoas mais próximas sabem mas, existirá uma partilhade conhecimento? Por vezes, conhece-se os problemas, mas o tempo de atuação é longo – nãoé aceitável; Faltará um trabalho em conjunto/parcerias entre instituições.
Fonte: Elaboração própria
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Fonte: Elaboração própria
Mesa de Café 3: Definir o bem-estar com todos - participação
Freguesias
• Jardim da Serra;
• Estreito Câmara de Lobos;
• Quinta Grande;
• Câmara de Lobos;
• Curral das Freiras.
Cidadãos (Quem escutar já?)
• Idosos; Crianças eJovens(orientação/formaçãoprofissional - família);Adultos (populaçãoativa);Desempregados;Representantes daComunidade(facilitadores decomunicação);Pais/educadores;Pessoas portadoras dedeficiência;Agricultores/pescadores (economiasustentável); Pessoasem risco social;Introspeção (a nósmesmos; “ouvir osnão ouvidos”.
Profissionais Dirigentes
• Forças vivas dasfreguesias; Técnicos;Sindicatosprofissionais; Tecidoempresarial; IPSS;Escolas/Professores;Religião/Paróquias;Associações Diversas;Centros de Saúde(que trabalham com acomunidade).
Quem nos pode Ajudar?
• Todos; Decisores;Comunicação Social;Visitantes;Profissionais/técnicosespecializados(Felicidade, coaching,flow, fluidez,harmonia,espiritualidade,equilíbrio,homeostasia); AgentesEconómicos; Eu (atorparticipativo nasolução dos meusproblemas) eresponsável nacomunidade.
Mobilizar
• Ouvir / saber ouvir;rentabilizar recursos;envolver todos(parceiros e cidadãos);Maior informação;Encontros formais einformais com osparceiros; Motivar (dar aconhecer o plano de açãoconcelhio); Fomentar osespaços de liberdade;Criação de espaços dediálogo/debate/reflexão; “AssembleiasPopulares”;Monitorização; Saberouvir/respeitar adignidade e a condição dapessoa;Sustentabilidade dassoluções encontradas.
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Fonte: Elaboração própria
Mesa de Café 4: Em 2020 as pessoas de Câmara de Lobos são mais Felizes
• Otimização dos meios e recursos, através de uma rede concertada; Tomada deconsciência e valorização da pessoa; Economia coletiva, com prossuposto do ganho mútuo;Definição das prioridades na educação; Debates; Organizar a população na participação destesdebates; Superar objetivos; Viver em equilíbrio; Fazer o que gostam; Sistema de educaçãodiferente; A população ter capacidade de decisão; Ensino personalizado; Conhecer e divulgaras novas experiências; As artes contribuírem para a Felicidade; Partilha de conhecimento.
O que está acontecer?
• Parcerias; Trabalham em rede, colaborando entre elas; Órgãos gestores não podem sertecnocráticos, têm de ouvir a população; Comunicação entre parceiros; Criação deprojetos em comum; Educação da população; Educar os parceiros que trabalham emequipa; Programas específicos às necessidades, mas com vista à integração; Responsabilidadesocial; Equipas de intervenção; Equipas multidisciplinares; Organização no trabalho;Planeamento das ações a desenvolver; Saber trabalhar em equipa; Flexibilidade; Ouvirtodos os grupos etários (crianças, jovens…); Treino de competências (pessoais, sociais eprofissionais); União; Coesão; Sem Juízos de Valor; Aproveitamento das potencialidadesexistentes no concelho (na área das artes/criatividade).
Como funcionam as instituições?
• Felicidade coletiva (partilhada); Voluntariado; Valorizar as relações; É aquilo que eu faço queavalia aquilo que eu sou; Valorizar mais o ser que o ter; Relações interpessoais; Boavizinhança; Igualdade; Descentralização dos serviços; Satisfação das necessidades básicas(educação, alimentação); Jovens Motivados.
Como são as relações entre as pessoas?
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Fonte: Elaboração própria
Mesa de Café 5 - A Mudança começa em Mim
SER
• Ser melhor para o Planeta; Ser Humana (Humanismo); Ser mais ativa, cooperante e ouvinte; Ser cidadãoativo, positivo e participativo; Ser criança para ser feliz para ser simples e amar todas as coisas; Ajudar osoutros; Eu própria tomar iniciativa e assumir uma atitude corajosa; Dar mais de mim a quem precisa de ajuda;Ser uma pessoa melhor do que fui ontem; Ser otimista, alegre, compreensiva – Ser mais; Lutadora, resiliente,atenta às necessidades dos outros; Mais altruísta, menos controladora; Dar mais de mim; Atrever-me mais;Ser útil; Melhorar as competências pessoais e profissionais; Reciclar-me e ajudar os outros a fazê-lo; Estarvivo; Mais responsável socialmente; Ser mais ativo socialmente; Ser útil para o próximo; Corrigir os meushábitos alimentares; Sonhadora; Acreditar nas pessoas; Menos exigente e mais tolerante; Ser mais otimista epositiva; Escutar mais; Corajosa e mudar de vida; Ser mais paciente; Boa disposição; Menos exigente; Dar omelhor de mim; Capacidade de ouvir; Ter menos pressa; Ter mais serenidade; escutar com amor e terpaciência com todos; Ser atento; Falar e ouvir com Amor; Saber que algo que possa fazer, faz com quealguém possa ser mais feliz; Menos exigente; Serena; felicidade dos meus filhos; Que o mundo (futuro) sejamelhor; Os meus filhos; Gosto de Escutar.
FAZER HOJE
• Dormir mais; Ser o melhor de mim; Ouvir com menos preconceitos; Dedicar mais tempo a mim mesma; Daro melhor de mim; Fazer hoje…dar um sorriso, ver o outro com o coração, acreditar na mudança e mudar-me; Adotar uma nova forma de trabalhar, deixar fluir o que há de melhor em mim; Fazer algo de positivo navida de alguém; Pensar mais no futuro; Vou reciclar; Mais atenta; Ser mais interventiva; Relaxar e desfrutar;Ajudar alguém; Ouvir mais e escutar; Mentalidades e comportamentos; Relaxar; Pensar, refletir, agir mais;ouvir os outros; Escutar; Ter mais tempo para os outros; Ouvir melhor; Sorrir mais; Ajudar alguém a serfeliz; Vou tentar ajudar alguém; Dar muitos abraços; cativar mais, agir mais; Outro projeto na área social;Organizar-me para ouvir mais; Fornecer ideias válidas e exequíveis para melhorar o futuro das pessoas –comunidade; Saber ouvir; Comportamento mais ecológico; Dedicar mais tempo aos meus; Ser mais tolerante;Ajudar quem precisa; Não julgar as pessoas pelo que dizem ou fazem; Gerir melhor o tempo; Beijar mais,dizer mais vezes gosto de ti, ligar/estar mais vezes com as pessoas importantes; Ser mais otimista; Realizarcom atenção todos os meus gestos; Fazer tudo com amor, ser criativa; Fazer o mundo brilhar e mudar; Estarcom a minha mãe; Mais mentalidade
SABER
• Saber mais e melhor; Conhecer-me melhor em comunhão com os outros; Como agir; A felicidade dosoutros; Saber ser…Saber fazer…Saber mudar; Ter noção que a minha opinião é válida e é tida em conta parao desenvolvimento do meu concelho; Superação; Dedicar-me mais aos meus animais; Saber que me preocupocom o Bem-Estar dos outros; Contribuir para melhorar a vida do planeta terra; Saber que tenho que sabermais para melhor agir, “saber” para intervir humanamente; Estar mais próximo do outro; Reconhecer o Euque vive em detrimento do outro; Perceber a causa das coisas, saber quem sou e o que quero ser; Precisoinquietar-me constantemente; Partilha, escuta, informar, amar; Sorrisos genuínos; Contribuir com os meusconhecimentos em prol dos outros; Dar o meu contributo na sociedade; O bem-estar de todos; Trabalharem equipa; Busca contínua de informação; Conhecer lugares novos, novas culturas; Mais positiva; Ser feliz –hoje, aqui, mais logo, no outro dia, no sorriso de alguém; Ajudar os outros; Ser fiel aos meus valores; Avaliar-me para melhorar no dia-a-dia; O meu filho; Estar com os outros; Saber que há mais pessoas a escutar comos ouvidos do coração; O futuro; Saber melhor como gerir projetos sociais; Família; Aprender a agradecermais, exigir menos e ver/olhar melhor; Partilhar mais o meu tempo útil com os outros; Perdoar; Fazer maiscom os outros.
O QUE O DEIXA IRRITADO, TRISTE, ANGUSTIADO
• Imparcialidade das pessoas; O aceitar; Não ter tempo para fazer o que desejo; Indiferença; Falta-me paciência;Falta de “pachorra”; A injustiça; Falta de iniciativa; Frieza; A preguiça; A estupidez; Ter uma atitudecívica/exemplo; Desresponsabilização; Desprezo; Mentira; Falta de oportunidades; Pessoas más.
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Questionário
Este questionário tem como objetivo aferir o grau de satisfação dos parceiros sociais, bem como recolher sugestões de melhoria
relativamente ao Programa Intervenção Social Participada (ISP), fruto da iniciativa “Agenda 21: Realizar o Futuro –
Intervenção Social Participada: um passo para a corresponsabilidade”, realizada no passado dia 5 de março, no Museu
de Imprensa da Madeira. Recordamos que esta iniciativa teve dois momentos distintos: numa primeira parte, uma apresentação
teórica e respetivo enquadramento do Programa ISP, numa segunda parte, um Workshop participativo.
A sua resposta é fundamental para a orientação futura dos trabalhos e processo participativo!
Todas as respostas serão tratadas de forma confidencial e anónima. Obrigado(a)!
I. Objetivos do Programa ISP
1. Considera que os objetivos do programa ISP se enquadram nos problemas identificados e nas
necessidades do concelho de Câmara de Lobos?
□ Totalmente □ Parcialmente □ Não
2. Considera que este programa se sobrepõe, em termos de objetivos, a algum projeto/programa a
funcionar na RAM?
□ Totalmente □ Parcialmente □ Não
3. De um modo geral, considera que o programa ISP prevê relações de complementaridade com outros
projetos/programas já existentes no Concelho?
□ Totalmente □ Parcialmente □ Não
4. Considera que este projeto poderá no futuro vir a ser replicado pelos restantes municípios da RAM?
□ Totalmente □ Parcialmente □ Não
II. Participação dos atores sociais
5. Considera que os parceiros sociais convidados foram suficientemente representativos face aos objetivos
propostos?
□ Totalmente □ Parcialmente □ Não
Se a sua resposta foi “Parcialmente” ou “Não”, que outros parceiros considera que deveriam ter sido convidados?
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_________________________________________________________________________________________
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225
6. Durante a ação, teve oportunidade de dar a sua opinião sobre as temáticas abordadas?
□ Totalmente □ Parcialmente □ Não
7. Como se considera relativamente ao futuro do concelho de Câmara de Lobos, após a participação nesta
iniciativa?
□ Otimista □ Expectante □ Pessimista □ Não sabe
Se considera que a sua visão face ao futuro do Concelho mudou, após a participação na iniciativa, pode indicar o que o
levou a essa mudança?:
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_________________________________________________________________________________________
III. Impactos no futuro
8. Face ao que considera prioritário para assegurar o desenvolvimento sustentável do Concelho, com que
grau de prioridade classifica a implementação da ISP?
□ Elevada □ Média □ Baixa □ Nenhuma □ Não sabe
9. Considera que a ISP contribui para a otimização e partilha de recursos no concelho de Câmara de
Lobos?
□ Totalmente □ Parcialmente □ Não
10. A perceção com que ficou sobre os objetivos da ISP é a de que estão contempladas ações que visem a
qualificação de recursos humanos do Concelho?
□ Totalmente □ Parcialmente □ Não
11. No seu entender, a ISP prevê modelos partilhados de sistematização de informação que reforcem o
trabalho em rede no Concelho?
□ Totalmente □ Parcialmente □ Não
12. Considera que o programa ISP promove uma mudança de atitude dos profissionais, no sentido de
adotarem um novo modelo de intervenção social?
□ Totalmente □ Parcialmente □ Não
13. Concorda que o programa ISP deva promover a participação dos cidadãos na construção futura das
políticas sociais?
□ Totalmente □ Parcialmente □ Não
14. Considera que o programa ISP potencia o empreendedorismo social no Concelho?
□ Totalmente □ Parcialmente □ Não
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226
15. Como avalia no geral o seu grau de satisfação com a iniciativa “Agenda 21: Realizar o Futuro –
Intervenção Social Participada: um passo para a corresponsabilidade”?
□ Totalmente satisfeito □ Parcialmente satisfeito □ Nada satisfeito
16. Na sua opinião, qual foi o melhor momento da iniciativa?
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_________________________________________________________________________________________
17. E o que faria de diferente?
_________________________________________________________________________________________
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IV. Organização, Comunicação e Imagem
18. No momento que tomou conhecimento da realização desta iniciativa, qual foi o seu nível de interesse
face ao tema?
□ Total □ Parcial □ Nenhum
19. Na sua opinião, como avalia a informação que lhe foi disponibilizada antes da ação de sensibilização?
□ Totalmente esclarecedora □ Parcialmente esclarecedora □ Nada esclarecedora
20. Considera que o convite para participar na ação foi enviado com a devida antecedência?
□ Sim □ Não
21. De modo geral, como avalia a informação que foi transmitida durante o decorrer da iniciativa?
□ Totalmente esclarecedora □ Parcialmente esclarecedora □ Nada esclarecedora
22. Na sua opinião, esta iniciativa foi suficientemente divulgada nos meios de comunicação social?
□ Totalmente □ Parcialmente □ Não
23. Qual o seu nível de interesse em continuar a receber novidades e desenvolvimentos sobre o programa
ISP?
□ Total □ Parcial □ Nenhum
Obrigado(a) pela sua participação!
Câmara de Lobos, 23 de abril de 2015
Pelouro de Intervenção Social e Educação
Diagnóstico Social Participado | 2016
227
Anexo II - Lista de Instituições da Rede de Facilitadores
Câmara de Lobos
Câmara Municipal de Câmara de Lobos / Campos de Férias
Casa do Povo de C.ª de Lobos - Universidade Sénior
Centro de Atividades Ocupacionais de Câmara de Lobos (CAO)
Centro Social e Paroquial de Santa Cecília
Investimentos Habitacionais da Madeira, EPE-RAM
Instituto da Segurança Social da Madeira, IP-RAM - Equipa de Rua do CACJ
Instituto da Segurança Social da Madeira, IP-RAM – Serviço de Atendimento Local
Instituto da Segurança Social da Madeira, IP-RAM – Estabelecimento do Ilhéu
Serviço Regional de Saúde, EPE – Centros de Saúde
Curral das Freiras
Casa do Povo do Curral das Freiras
Estreito de Câmara de Lobos
Casa do Povo do Estreito/ Clube de Emprego
Câmara Municipal de Câmara de Lobos / Centro Comunitário Vila Viva
Centro Social e Paroquial da Encarnação
Escola Básica 2º e 3º Ciclos do Estreito de Cª Lobos
Fundação D. Jacinta Ornelas Pereira
Quinta Grande
Casa do Povo da Quinta Grande
EB1 PE da Quinta Grande
Instituto da Segurança Social da Madeira, IP-RAM – Centro de Dia
Jardim da Serra
Instituto da Segurança Social da Madeira, IP-RAM – Centro de dia do Jardim da Serra e Serviço de Ajuda
Domiciliária
Diagnóstico Social Participado | 2016
Anexo III - Grupo Dinamizador para a Intervenção Social Participada - Plano de Trabalho 2015
Descrição da Ação Cronograma Responsável Recursos
J F M A M J J A S O N D
Reunião SWOT Quinta Grande
5
CMCL
1 Técnico Superior e 1 Estagiário, 1 Sala reuniões, 1 Portátil e 1 Vídeo
projetor, transporte e Material papelaria diverso.
Ação de Sensibilização e Workshop Participativo
5
CMCL
1 Formador (viagem + estadia + horas), 6 Técnicos superiores, 3
Estagiários, 1 Auditório, 1 Sala formação, 1 Vídeoprojetor, 1 Portátil,
transporte, material papelaria diverso e 2 coffee break.
Guia de Recursos do Concelho – Eq. Sociais
5
CMCL
1 Técnico Superior Área Social, 1 Técnico Superior Área Informática, 1
Técnico Superior Área Design Gráfico
Reunião SWOT Jardim da Serra
14
CMCL
1 Técnico Superior e 1 Estagiário, 1 Sala reuniões, 1 Portátil e 1 Vídeo
projetor, transporte e Material papelaria diverso.
Reunião SWOT Curral das Freiras
27
CMCL
1 Técnico Superior e 1 Estagiário, 1 Sala reuniões, 1 Portátil e 1 Vídeo
projetor, transporte e Material papelaria diverso.
Reunião Grupo Dinamizador – aprovação de Plano de
Trabalho
20
GD
7 Técnicos Superiores e 1 Estagiário, 1 Sala reuniões, 1 Portátil e 1
Vídeo projetor, transporte e Material papelaria diverso.
Reunião SWOT Estreito de C.ª Lobos
21
GD
1 Técnico Superior e 1 Estagiário, 1 Sala reuniões, 1 Portátil e 1 Vídeo
projetor, transporte e Material papelaria diverso.
Reunião SWOT Câmara de Lobos
28
GD
1 Técnico Superior e 1 Estagiário, 1 Sala reuniões, 1 Portátil e 1 Vídeo
projetor, transporte e Material papelaria diverso.
Oficinas de participação – Cidadãos
17
18
19
GD
1 Formador (viagem + estadia + horas), 3 Técnicos superiores, 2
Estagiários, 1 Sala formação, 1 Vídeoprojetor, transporte, 1 Portátil,
material papelaria diverso e 3 coffee break.
Elaboração de Pré-diagnóstico – Data limite para
envio de dados
30
GD
7 Técnicos Superiores, 1 Estagiário e material diverso.
Reunião Grupo Dinamizador – apresentação e
discussão de resultados obtidos – validação para
efeitos de diagnóstico
15
GD
7 Técnicos Superiores, 1 Estagiário e material diverso.
Apresentação pública do Diagnóstico Social e Plano
de Ação
16
GD
A definir
Diagnóstico Social Participado | 2016
229
Anexo IV - Lista de Entidades Participantes nas Sessões S.W.O.T.
Câmara de Lobos
Agrupamento de Escuteiros 1082 - Santa Cecília
Associação de Pais e Encarregados de Educação da EBS Dr. Luís Maurílio Silva Dantas
Associação Desportiva - Os Xavelhas
Associação Desportiva, Cultural e Recreativa Bairro da Argentina
Associação Náutica de Câmara de Lobos
Associação Insular de Geografia
Associação Musical, Cultural e Recreativa Coro de Câmara de Câmara de Lobos
Banda Recreio Camponês
Clube Motards Tolerância Zero
Conservatório - Escola das Artes - Núcleo de Câmara de Lobos
Escola B1-PE da Lourencinha
Escola B1-PE de Ribeiro de Alforra e Fonte Garcia
Escola B1-PE do Pedregal
Escola B1-PE do Rancho
Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos da Torre
Estabelecimento do Ilhéu – Idosos
Jardim de Infância - O Pião
Jardim de Infância - O Golfinho
Centro de Saúde de Câmara de Lobos
Centro de Saúde do Carmo
Casa do Povo de Câmara de Lobos
Câmara de Lobos Viva – ADC
Câmara Municipal de Câmara de Lobos
Centro de Apoio para Jovens - Equipa de Rua
Centro de Atividades Ocupacionais
Centro de Dia de Câmara de Lobos
Centro de Dia do Carmo
Centro Social e Paroquial de Santa Cecília
Centro Social e Paroquial do Carmo
Comissão de Proteção de Crianças e Jovens
Núcleo Local de Inserção - Câmara de Lobos
Serviço Local da Segurança Social de Câmara de Lobos
Diagnóstico Social Participado | 2016
230
Estreito de C. Lobos
Academia Madeirense das Carnes - Confraria Gastronómica da Madeira
ACRE - Associação Cultural e Recreativa do Estreito
Câmara Municipal de Câmara de Lobos
Casa do Povo do Estreito de Câmara de Lobos
Centro Cívico do Estreito de Câmara de Lobos
Centro de Saúde do Estreito de Câmara de Lobos
Clube de Emprego do Estreito
Escola B1-PE do Covão
Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos do Estreito de Câmara de Lobos
Escola B1-PE do Estreito de Câmara de Lobos
Escola B1-PE do Garachico
Escola B1-PE da Marinheira
Escola B1-PE da Vargem
Farmácia Nini
Fundação Dona Jacinta de Ornelas Pereira (Infantário)
Grupo Desportivo do Estreito
Investimentos Habitacionais da Madeira, EPE
Junta de Freguesia do Estreito de Câmara de Lobos
Serviço Local da Segurança Social do Estreito de Câmara de Lobos
Jardim da Serra
Associação Cultural e Desportiva do Jardim da Serra
CAL - Cooperativa de Produção e Consumo Liberdade
Câmara Municipal de Câmara de Lobos
Casa do Povo do Jardim da Serra
Centro de Saúde do Jardim da Serra
Clube de Emprego Estreito
Conferência de São Vicente Paulo - São Tiago
Escola B1-PE do Foro
Escola B1-PE do Jardim da Serra
Grupo Desportivo Corticeiras;
Junta de Freguesia
Paróquia de São Tiago
Serviço Local da Segurança Social
Diagnóstico Social Participado | 2016
231
Quinta Grande
Câmara Municipal de Câmara de Lobos
Casa do Povo da Quinta Grande
Escola B1-PE da Quinta Grande
Serviço Local da Segurança Social
Curral das Freiras
Associação de Pais e Encarregados de Educação da EB 123-PE do Curral das Freiras
Associação Refúgio da Freira
Câmara Municipal de Câmara de Lobos
Casa do Povo do Curral da Freiras
Clube de Emprego Estreito
Escola B123-PE do Curral das Freiras
Farmácia do Vale
Junta de Freguesia
Diagnóstico Social Participado | 2016
232
Anexo V - O bem-estar definido pelos cidadãos: dados por grupo homogéneo
(conforme disponíveis no site da Rede Together)
Grupos homogéneos, dimensões e questões
Legenda:
Diagnóstico Social Participado | 2016
237
Anexo VI - Lista de instituições participantes na implementação da SPIRAL
Formação (Rede de Facilitadores) e realização de sessões com Grupos homogéneos
Fonte: Elaboração própria
Oficina de participação
Crianças e jovens
Idosos
Encarregados de educação
Assistentes Operacionais
Utentes do CAO-CL
Local
EBS Dr. Maurílio da Silva
Dantas
Centro Comunitário
Vila Viva
EB23 do Estreito de Câmara de
Lobos
EB23 do Estreito de Câmara de
Lobos
CAO-CL
Instituição
CMCL/ Campos de
Férias
CMCL
EB23 do Estreito de Câmara de
Lobos
EB23 do Estreito de Câmara de
Lobos
CAO-CL
N.º de participantes
44
9
7
7
11
Faixa etária
8 aos 13 anos ( 10 mulheres / 34 homens)
77 aos 81 anos ( 9 mulheres)
37 aos 51 anos (7 mulheres)
36 aos 56 anos (7 mulheres)
24 aos 36 anos (6 mulheres /5
homens)
N.º de oficinas
4
1
1
1
1
Diagnóstico Social Participado | 2016
238
Fonte: Elaboração própria
Oficina de participação
Adolescentes
Idosos
Idosos
Funcionários
Inquilinos
Beneficiários de RSI
Local
Centro Comunitário
(Bairro da Palmeira)
Centro de dia do Jardim da
Serra
Estabelecimento Ilhéu
Centro de Dia Quinta Grande
Gabinete atendimento R.
Real
Segurança Social de
Câmara de Lobos
Instituição
Centro Social e Paroquial de Santa Cecília
(IPSS)
Centro de dia/convívio do Jardim da Serra
ISSM, IP -Estabelecimento
do Ilhéu
Centro de Dia Quinta Grande
IHM, EPE RAM
Segurança Social de
Câmara de Lobos
N.º de participantes
12
16
7
8
11
9
Faixa etária
11 aos 18 anos (7 mulheres /5
homens)
41 aos 81 anos (12 mulheres /
4 homens)
70 aos 83 anos (6 mulheres / 1
homem)
21 aos 57 anos (8 mulheres)
29 aos 76 anos (9 mulheres/ 2
homens)
16 aos 45 anos (5 mulheres/ 4
homens)
N.º de oficinas
1
2
1
1
1
1
Diagnóstico Social Participado | 2016
239
Fonte: Elaboração própria
Oficina de participação
Desempregados
Idosos
Alunos da Universidade
Sénior
Crianças
Idosos
Crianças e Jovens
Local
Casa do Povo do Estreito de
Câmara de Lobos
Centro Social e Paroquial da Encarnação
Casa do Povo de Câmara de
Lobos
Fundação D. Jacinta Ornelas
Pereira
Casa do Povo do Curral das
Freiras
Urbanização Coolobos
Instituição
Clube Emprego
Centro Social e Paroquial da Encarnação
Casa do Povo de Câmara de
Lobos
Fundação D. Jacinta Ornelas
Pereira
Casa do Povo do Curral das
Freiras
ISSM, IP -Equipa de Rua
do CACJ
N.º de participantes
9
8
9
18
9
8
Faixa etária
18 aos 44 anos (7 mulheres /2
homens)
63 aos 87 anos (8 mulheres)
50 aos 69 anos (8 mulheres/1
homem)
5 aos 48 anos (14 mulheres/ 4
homens)
58 aos 73 anos ( 9 mulheres)
9 aos 17 anos (4 mulheres / 4
homens)
N.º de oficinas
1
1
1
2
1
1
Diagnóstico Social Participado | 2016
240
Fonte: Elaboração própria
Oficina de participação
Utentes que frequentam a consulta de alcoolismo e grupo mensal
de apoio
Professores
Formandos
Local
Biblioteca Municipal de Câmara de
lobos
EB1 com PE da Quinta Grande
Biblioteca Municipal
Instituição
SESARAM, EPE - Centros de
Saúde
EB1 com PE da Quinta Grande
Rede de Facilitadores
N.º de participantes
4
7
25
Faixa etária
39 aos 58 anos (2 mulheres/ 4
homens)
34 aos 39 anos (7 mulheres)
> 25 anos (1 homem/ 24 mulheres)
N.º de oficinas
1
1
2
Diagnóstico Social Participado | 2016
241
Anexo VII - SPIRAL: as 9 dimensões e 68 componentes do Bem-Estar
G- SENTIMENTOS DE BEM / MAL-ESTAR
G00 - Sentimentos de mal-estar/ bem-estar em geral G01 - Autoestima/ vergonha G02 - Satisfação/ frustração G03 - Serenidade/ medo
G04 - Stress / tranquilidade G05 - Alegria/ tristeza
F- EQUILÍBRIOS PESSOAIS H- ATITUDES E INICIATIVAS
F00- Equilíbrios pessoais em geral
F01 - Equilíbrio físico e saúde
F02 - Autonomia, liberdade F03- Utilização do tempo e equilíbrio entre as atividades
F04 - Equilíbrio mental/emocional F05- Espiritualidade e religião F06 - Equilíbrio nas relações à sociedade
F07 – Equilíbrio nas relações à natureza F08- Desenvolvimento pessoal
H00 - Atitudes e iniciativas em geral
H01 - Trabalho sobre si/Respeito de si próprio
H02 - Atividades e iniciativas privadas H03- Atitudes/ ser sociável
H04 - Encontrar/ouvir, ser solidário H05 - Responsabilidade H06 - Comprometer-se na sociedade
H07 - Dinâmica, vontade coletiva
E- EQUILÍBRIOS SOCIETAIS I- RELAÇÕES NA SOCIEDADE
E00- Equilíbrios societais em geral
E01 – Identidade e valores E02 – Saberes, consciência e equilíbrio na educação E03 - Equidade e mobilidade social
E04 – Co habitação social E05 - Violência e paz E06- Equilíbrios económicos
E07- Equilíbrios demográficos E08 - Relações entre a sociedade e o meio ambiente E09- Progresso científico e técnico
I00. Relações na sociedade em geral
I01. Relações de género I02. Relações entre gerações I03. Relações entre culturas
I04. Relações entre classes sociais I05. Relações de proximidade I06. Cortesia, respeito e tolerância
I07. Solidariedade, partilha e transmissão dos saberes e dos recursos I08. Inclusão/exclusão
D- RELAÇÕES PESSOAIS
D00 - Relações pessoais em geral D01 - Casal/relações sexuais e/ou sentimentais D02 - Vida de família/relações familiares
D03 - Amizade/amigos D04 - Relações de vizinhança D05 - Relações nos lugares de atividade (trabalho, escola, ...) D06- Ligações com animais
C- RELAÇÕES COM E ENTRE AS ORGANIZAÇÕES
C00- Relações com e entre as organizações em geral C01 - Direitos fundamentais/reconhecimento C02 - Funcionamento da justiça
C03 - Concertação/democracia C04 - Transparência/comunicação C05 - Organização, gestão finanças
C06 - Acesso, informações e contactos C07 - Politicas públicas
A- MEIOS DE SUBSTÊNCIA B- QUADRO DE VIDA
A00 - Acesso aos meios de subsistência em geral A01 - Alimentação
A02 - Cuidados e medicamentos A03 - Alojamento A04 - Vestuário
A05 - Educação/Formação A06 - Emprego/trabalho/atividade A07- Lazeres, cultura e desporto
A08 - Poder de compra/acessos às finanças A09 - Serviços à pessoa A10 – Mobilidade
A11- Informações/ intercâmbios
B00 – Quadro de vida em geral B01 - Salubridade/poluição/ruido
B02 – Infraestruturas, equipamentos e redes B03 - Serviços e comércios de proximidade B04 - Espaços de vida social
B05 - Meteorología e fenómenos naturais B06 - Ambiente e paisagem B07- Quadro de produção e trabalho
Fonte: Rede Together https://wikispiral.org/tiki-index.php?page=Cl%C3%A9+de+d%C3%A9termination
Diagnóstico Social Participado | 2016
242
Dimensões, componentes e conteúdos
Fonte: Rede Together https://wikispiral.org/tiki-index.php?page=Cl%C3%A9+de+d%C3%A9termination
Critérios pessoais, pertencentes ao autor do critério Critérios coletivos, lidar com a sociedade
A. Acesso a recursos essenciais B. Condições de Vida
Critérios de Bem-estar/Mal-estar específicos da pessoa que os
expressa em relação a elementos materiais que são essenciais para a
sua vida
Critérios de Bem-estar/Mal-estar relativos ao ambiente físico com
impacto no Bem-estar/Mal-estar de todos
D. Relações pessoais C. Relações com e entre organizações
Critérios de Bem-estar/Mal-estar relativos às relações do indivíduo
(com a família, os amigos, as pessoas em geral, etc)
Critérios de Bem-estar/Mal-estar relativos à estrutura organizacional
e política (instituições públicas e organizações privadas)
F. Equilíbrios pessoais E. Equilíbrios sociais
Critérios de Bem-estar/Mal-estar relativos a equilíbrios internos
(físico, psicológico, organizacional, etc) específicos da pessoa que
expressa o critério
Critérios de Bem-estar/Mal-estar relativos aos equilíbrios ou
desequilíbrios que caracterizam sociedade na qual a pessoa que
expressa os critérios vive (bairro, região, país, mundo, áreas culturais,
etc)
I. Relações dentro da sociedade
Critérios de Bem-estar ou Mal-estar com base nas relações entre os
membros da sociedade
G. Sentimentos de Bem-estar/Mal-estar
Critérios específicos para a pessoa em causa que expressa um
sentimento de mal-estar ou bem-estar em geral, e não relacionados a
uma família já descrita
H. Atitudes e iniciativas
Critérios de Bem-estar/Mal-estar relativos às atitudes, iniciativas e
compromissos, tomados individualmente ou com outros
Critérios
materiais
Critérios
imateriais
Do sujeito
para o meio
envolvente
Do meio
envolvente
para o
sujeito
Diagnóstico Social Participado | 2016
243
A. Acesso aos meios de subsistência
A00. Acesso aos meios de subsistência em geral
Critério de bem-estar/mal-estar próprios ao locutor e relativos aos elementos materiais essenciais para a sua vida
NA0. Não Class A
A01. Alimentação
Acesso à alimentação ou a um modo de alimentação, à bebida (saudável, sem OGM…)
A02. Cuidados e medicamentos
Acesso aos medicamentos, aos diferentes tipos de tratamentos, a cirurgias, aos hospitais
A03. Alojamento
Acesso à habitação : casas, apartamentos e anexos, ligação às redes, aquecimento, isolamento
A04. Vestuário
Acesso ao vestuário ; roupa, calçado, modo e tipos de vestuário
A05. Educação/Formação
Acesso à educação, à escola, qualidade de ensino, formação profissional, formação contínua
A06. Emprego/trabalho/atividade
Acesso ao trabalho, a uma atividade profissional, estar desempregado
A07. Lazer, cultura, desportos
Acesso ao lazer, férias, desportos, cultura, leitura, cinema, música
A08. Poder de compra/acesso às finanças
Acesso ao poder de compra, níveis dos preços de compra, economias, dívidas
A09. Serviços às pessoas
Acesso aos apoios financeiros e materiais, aos serviços às pessoas, apoio às instituições
A10. Mobilidade
Acesso aos meios de transporte, aos transportes públicos e privados
A11. Informação/ intercâmbios
Acesso à informação, aos jornais, aos diferentes meios de comunicação
B. Quadro de vida
B00. Quadro de vida
Critérios de bem-estar/mal-estar relativos ao quadro físico e com influência sobre o
bem-estar/ mal-estar de todos
NB0. Não Class B
B01. Salubridade/poluição/ruido
Poluição, sujidade, resíduos, meio ambiente são, barulho, outras formas de poluição, circulação
B02. Infraestruturas e equipamentos de base
Estradas, ciclovias, passeios, segurança rodoviária, redes de comunicação, água, energia, casas, terrenos, imóveis,
hospitais, escolas, urbanismo, manutenção e acessibilidade das infraestruturas e redes
B03. Infraestruturas e equipamentos de serviços
Lojas, serviços públicos, correios, bancos, estruturas de acolhimento, creches e jardins de infância, proximidade de serviços
B04. Locais de encontro e de lazer
Diagnóstico Social Participado | 2016
244
Parques, espaços públicos, espaços comuns, áreas de lazer, todos os espaços públicos destinados ao encontro entre as
pessoas
B05. Meteorologia e fenómenos naturais
Sol, chuva, temperatura, condições naturais locais, fenómenos naturais
B06. Ambiente e paisagem
Contacto com a natureza, verdura, campo, montanha, rios ; preservação e proteção da paisagem
B07. Condições de produção e quadro de trabalho
Práticas agrícolas, industriais (agricultura biológica, não intensiva; indústrias menos poluentes), …
C. Relações com e entre as organizações
C00. Relações com e entre as organizações
Critérios de bem-estar/mal-estar relativos ao enquadramento organizacional e político (instituições públicas e privadas)
NC0. Não Class C
C01. Direitos fundamentais/reconhecimento
Direitos humanos, direitos sociais, estado de direito, reconhecimento pelo Estado, liberdade de expressão, direito à greve
C02. Funcionamento da justiça
Justiça, respeito das leis, regras, tribunais, juízes, advogados, prisões, sanções, policias, serviços de segurança
C03. Concertação/democracia
Funcionamento da democracia, participação às decisões e avaliação, diálogo entre instituições e cidadãos, sistema politico
C04. Transparência/comunicação
Comunicação pelas organizações públicas e privadas, coerência entre as promessas e os atos, nível de informação,
liberdade de imprensa, honestidade, qualidade e comportamento dos media.
C05. Organização, gestão finanças
Todas as questões de gestão pública dos territórios e de funcionamento das organizações, gestão dos recursos públicos,
simplificação das regras e administrativa, impostos, corrupção, burocracia, serviço público.
C06. Acesso, informação e contactos
Receção, acolhimento, acesso às informações, respeito pelos funcionários, facilitação dos processos administrativos,
informações
C07. Políticas públicas
Apoios políticos em várias áreas
D. Relações pessoais
D00. Relações pessoais
Critérios de bem-estar/mal-estar correspondentes às relações que o locutor tem (amigos, família, vizinhos, etc.)
ND0. Não Class D
D01. Casal/relações sexuais e/ou sentimentais
Ter relações sexuais e/ou sentimentais, viver em casal, estar casado, qualidade destas relações
Diagnóstico Social Participado | 2016
245
D02. Vida de família/relações familiares
Ter uma família, pais, vida de família/estar em família, proximidade com a sua família, dificuldades e virtudes da
vida familiar, entendimento familiar, ter filhos
D03. Amizade/amigos
Ter amigos, poder contar com os amigos, momentos passados com os amigos, amizade recíproca
D04. Relações de vizinhança
Ter contactos/relações com os vizinhos, acordos/desacordos com os vizinhos, tempo passado com os vizinhos,
tranquilidade da vizinhança
D05. Relações com animais
Ter animais de estimação, sentimentos em relação a animais de estimação, atividades com animais de estimação
D06. Relações nos lugares de atividades (escola, trabalho, …)
Relações na escola (para alunos) ou com o seu empregador, os seus colegas, relações de hierarquia no trabalho; ser
aceite, respeitado pelos colegas; qualidade das relações no trabalho (boas relações de trabalho, conflitos/abusos,
ambiente) ou na escola
E. Equilíbrios societais
E00. Equilíbrios societais
Critérios de bem-estar/mal-estar relativos aos equilíbrios e desequilíbrios caracterizando a sociedade na qual o
locutor vive (bairro região, país, mundo, espaços culturais, etc.)
NE0. Não Class E
E01. Afirmação e transmissão valores e identidades
Afirmação e transmissão de valores fundamentais (p. ex. amor, família, amizade), ética, educação com base em
valores, consciência da identidade (cultural, tradição, língua, religiosa) e de valores, sentimento coletivo de cidadania,
extremismos
E02. Conhecimento, consciência e equilíbrio na educação
Nível geral da educação na sociedade, o interesse de abertura (curiosidade ...), sentido coletivo de cidadania e de
cultura democrática, os processos de progresso social
E03. Equidade e mobilidade social
Ascensão social ; igualdade de oportunidades; partilha das riquezas, injustiça social, fome, miséria, pobreza
E04. Co habitação social
Guetização, segregação cultural, étnica, isolamento (social), promiscuidade, mestiçagem cultural, abertura cultural,
ações intergerações, coabitação
E05. Violência e paz
Paz, segurança, proteção, fraternidade/guerra, violência, conflitos, crimes e delitos
E06. Equilíbrios económicos
Equilíbrio ou desequilíbrio económico, propostas e alternativas económicas; crise, bens comuns/bens individuais, papel
do homem na economia; domínio do crescimento, do consumo
E07. Equilíbrios demográficos
Renovação da população, pirâmide etária
E08. Relações entre a sociedade e o meio ambiente
Sociedade respeitando/destruindo os equilíbrios ambientais, gestos coletivos para respeitar o ambiente
E09. O progresso científico e tecnológico
Diagnóstico Social Participado | 2016
246
Meios de investigação médica e científica, inovação tecnológica e científica para a ciência do bem-estar e tecnologia,
a bioética, o progresso científico, as novas tecnologias
E10. Adições e vícios
F. Equilíbrios pessoais
F00. Equilíbrios pessoais
Critérios de bem-estar/mal-estar relativos aos equilíbrios internos (físicos, psicológicos, organizacionais, …) próprios
ao locutor do critério
NF0. Não Class F
F01. Equilíbrio físico e saúde
Boa ou má saúde, doença, sono, repouso/cansaço, obesidade, doenças mentais (depressão, anorexia)
F02. Autonomia, liberdade
Liberdade de expressão, de escolhas, de ação; independência/capacidades físicas, faculdades intelectuais.
F03. Gestão do tempo e equilíbrio entre atividades
Estar disponível/estar sobrecarregado ; ter tempo livre, para si ; ocupação do tempo; equilíbrio/organização das
atividades; ritmo do dia; tempo de trabalho.
F04. Equilíbrio mental/emocional
Depressão, mal -estar/prazer de viver ; humor (cólera, alegria); motivação; estar bem consigo próprio.
F05. Espiritualidade e religião
Crenças pessoais, fé, práticas religiosas.
F06. Equilíbrio nas relações à sociedade
Relações com os outros; olhar dos outros; estatuto social; capacidade de se exprimir; carisma/timidez.
F07. Desenvolvimento pessoal
Desenvolvimento pessoal; sucesso/insucesso; amar a vida; criatividade.
G. Sentimentos de mal-estar/bem-estar
G00. Sentimentos de mal-estar/bem-estar
Critérios de bem-estar/mal-estar pessoais do locutor exprimindo um sentimento de
mal-estar ou de bem-estar de uma forma geral e não específico a uma dimensão já
descrita.
NG0. Não Class G
G01. Autoestima/vergonha
Autoestima, fraca autoestima; auto confiança; imagem de si.
G02. Satisfação/frustração
Deceção/satisfação; pesar/contentamento
G03. Serenidade/medo
Serenidade, tranquilidade/medo do futuro, do tempo que passa, do desconhecido.
G04. Stress / Tranquilidade
Problemas/quietude, serenidade face ao presente; excesso de responsabilidades/vida calma.
G05. Alegria/tristeza
Rir/chorar; estar contente/estar triste
Diagnóstico Social Participado | 2016
247
H. Atitudes e iniciativas
H00. Atitudes e iniciativas em geral
Critérios de bem-estar/mal-estar relativos a atitudes, iniciativas e compromissos assumidos individualmente ou com
outras pessoas
NH0. Não Class H
H01. Trabalho sobre si/Respeito de si próprio
Aceitar, afrontar; aprender; parar de fumar, de beber, etc. preocupar-se com si próprio, ter uma higiene de vida; ter
tempo para si, aproveitar, ouvir-se a si próprio;
H02. Atividades e iniciativas privadas
Fazer, realizar projetos, sonhos; criar, desenvolver, trabalhar; fazer o melhor possível, ter bons resultados; mudar de
vida, partir…
H03. Atitude/ser sociável
Comportamento com os outros, boa educação; amar/ser amado, falar, discutir, comunicar/bater-se, disputar-se; ter
paciência, gentileza/ maldade, zombaria, ter confiança
H04. Encontrar/ouvir, ser solidário
Ajudar, dar, fazer um favor, ir ao encontro, ocupar-se de; estar ao serviço de, atento, disponível, estar lá para, estar
à escuta; generosidade; fazer o bem;
H05. Responsabilidade para com os bens comuns
Assumir as suas responsabilidades, ser responsável (na sociedade, para com a sua família -educação das
crianças…), respeitar a lei, respeitar as regras de coabitação e de segurança (limites de velocidade, ruído…),
triagem de resíduos, respeitar o ambiente, os espaços e os bens comuns
H06. Comprometer-se na sociedade
Participar, investir-se individualmente nas ações e organizações coletivas, dar um contributo à sociedade, ser cidadão
ativo (voto, voluntariado, …)
H07. Dinâmica, vontade coletiva
Organizações, ações, sinergias coletivas levadas a cabo a nível da sociedade; movimentos e dinâmicas orientando o
pensamento e a reflexão coletiva; lutas comuns e propostas de compromissos coletivos.
I. Relações na sociedade
I00. Relações na sociedade
Critérios de bem-estar/mal-estar com base nas relações entre os membros da sociedade
NI0. Não - classificado I
I01. Relações de gênero
As relações entre pessoas ou grupos de pessoas de sexos diferentes, o respeito, a tolerância ou a igualdade entre os
sexos.
I02. As relações entre gerações
As relações entre pessoas de diferentes gerações e idades, entre jovens e velhos, respeito, tolerância entre diferentes
idades.
I03. Relações entre culturas
Abertura e diálogo intercultural, inter-religião, inter comunidade.
I04. As relações entre as classes sociais
Diagnóstico Social Participado | 2016
248
As relações entre pessoas de diferentes condições sociais, origens, níveis de riqueza e cultura e do respeito, da
solidariedade, entre eles.
I05. Relações de base local
As relações entre vizinhos, pessoas que compartilham o mesmo lugar, o convívio no âmbito dessas relações.
I06. Cortesia, respeito e tolerância
Racismo, preconceitos, arrogância, hipocrisia, mentira, sentimento de superioridade, humilhações, agressividade
verbal, tolerância, respeito mútuo (entre pessoas, culturas, gerações), aceitação dos outros, simpatia, civismo.
I07. Solidariedade, partilha e transmissão dos saberes e dos recursos
Indiferença, ausência de solidariedade, individualismo, egoísmo, ciúme, escuta, diálogo, ajuda mútua, altruísmo,
generosidade, troca de experiências e de conhecimentos, partilha (de ideias, de trabalho, de riqueza, de
responsabilidades, partilha entre gerações).
I08. Inclusão/exclusão
Ser excluído, rejeitado, ser integrado, ser aceite, ser reconhecido; isolamento.
Fonte: Rede Together https://wikispiral.org/tiki-index.php?page=Cl%C3%A9+de+d%C3%A9termination
Diagnóstico Social Participado | 2016
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Anexo VIII - Cartografia da Vulnerabilidade Social no concelho de Câmara de Lobos em
caso de Catástrofe ou Risco Tecnológico
Fonte: Santos, Tavares e Mendes (2015). Avaliação da Vulnerabilidade Social no concelho de Câmara de Lobos – Métodos e Resultados (versão
preliminar). CES/OSIRIS, Universidade de Coimbra.