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DIAGNÓSTICO DO EMPREGO DAS FERRAMENTAS DE GESTÃO EMPRESARIAL NAS INDUSTRIAS DE
ITAQUAQUECETUBA-SP1
Francisco Claudio Tavares2 Luiz Fernando Teodoro3
Priscila Balbina de Oliveira4
Resumo: Neste estudo especificamente, delimitou-se a analisar as empresas instaladas no Polo Industrial e bairro Monte Belo em Itaquaquecetuba, no estado de São Paulo. Dessa forma, a estratégia adotada pautou-se inicialmente no entendimento dos conceitos de gestão empresarial e ferramentas de gestão empresarial e, por último, buscou-se identificar as ferramentas de Gestão empregadas nas indústrias instaladas no Polo Industrial e bairro Monte Belo apoiado em entrevistas como instrumento para tal constatação. Assim, dentre os resultados obtidos constatou-se, em destaque, que a área financeira é a que mais se utiliza das ferramentas de gestão empresarial, representado por 61,5% dos entrevistados.
Palavras-chave: Gestão Empresarial. Ferramentas de Gestão Empresarial. Gestão Estratégica.
1 Introdução
O emprego eficaz das ferramentas adequadas e específicas para cada
área da organização garantem não apenas a eficácia da gestão empresarial,
mas também, expandem as possibilidades de sobrevivência das empresas que
desejam alavancar com êxito seus negócios e, bem como, superar as
dificuldades encontradas no atual mercado competitivo.
Dessa forma, é oportuno identificar se as ferramentas de gestão
empresarial disponíveis nas indústrias estão sendo utilizadas em sua
totalidade. Entretanto os fatores relacionados à sobrevivência das empresas no
mercado, estão ligados à forma como as organizações controlam e planejam
seus negócios. Diante disso, considerando a importância da gestão
1 Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho (Gestão/Administração) do Seminário
Internacional de Tecnologia, Educação e Sociedade, realizado pela Faculdade Tecnológica [Fatec] de Itaquaquecetuba, SP, no período de 27 a 30 de março de 2019.
2 FATEC Itaquaquecetuba. [email protected] 3 Universidade de Guarulhos, UNG. [email protected] 4 FATEC Itaquaquecetuba. [email protected]
12
empresarial em termos de planejamento e controle no setor industrial, é preciso
verificar as possíveis dificuldades na aplicação das ferramentas de gestão.
Vale destacar que, este artigo deriva de um projeto mais amplo que tem
por objetivo traçar o Perfil Industrial de Itaquaquecetuba. Este tipo de empresa
– as indústrias – além de gerar renda para os habitantes do município, também
contribui com 38%, do Produto Interno Bruto (PIB), conforme Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE, 2014). Portanto, entende-se que as
industriais instaladas no município proporcionam crescimento econômico local
e regional por meio da geração de tributos e renda também podem ser vista
como oportunidade de atrair mais investimento capaz de promover melhoraria
da qualidade de vida dos habitantes e contribuir para o desenvolvimento local e
regional.
Assim, neste trabalho, foram utilizadas exclusivamente um conjunto de
questões por tratar, os objetivos traçados neste trabalho, tendo como
parâmetro identificar quais as ferramentas de gestão empresarial se, as
mesmas, estão sendo utilizadas em sua totalidade e apontar as possíveis
dificuldades na aplicação das ferramentas de gestão.
Pode-se julgar ser relevante este estudo, por proporcionar a ampliação
do conhecimento como o entendimento da dinâmica das atividades indústrias
e, bem como, sua importância para a economia local. Julga-se, do mesmo
modo, importante para a comunidade local, que poderá servir de parâmetros
analíticos das atividades industriais, as quais são fontes geradoras de emprego
e renda.
Contudo, este artigo teve por objetivo apresentar os primeiros resultados
obtidos sobre o perfil industrial de um grupo de empresas do ramo industrial,
instaladas no Polo Industrial e bairro Monte Belo, no município de
Itaquaquecetuba, tendo como estratégia responder a seguinte indagação:
Quais as dificuldades na aplicação das ferramentas de gestão empresarial em
um conjunto de empresas do ramo industrial instaladas no município de
Itaquaquecetuba?
1.1 Procedimentos Metodológicos
13
A estratégia adotada para alcançar os objetivos traçados deu-se
inicialmente pela construção do Referencial Teórico. Para tanto, buscou-se
conceituar Gestão Empresarial, apoiando-se em autores como Gates (1999);
Farah, Cavalcante e Marcondes (2016), para conceituar Ferramentas de
Gestão Empresarial; e, Porter (2004), para conceituar Gestão Estratégica.
Por meio de pesquisas realizadas junto ao Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE), Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (IBGE); e,
Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), teve como
estratégia constituir dados e informação para caracterizar o município de
Itaquaquecetuba.
A proposta deste estudo, faz parte de um projeto mais amplo, dentro da
parceria entre a Faculdade de Tecnologia de Itaquaquecetuba (FATEC
Itaquaquecetuba) e a Frente Empresarial Pró-Itaquaquecetuba (FEMPI) com
objetivo de traçar o Perfil Industrial no município. Dentro dessa perspectiva, foi
elaborado questionário composto por 109 perguntas.
Dessa forma, no estudo em questão, foram utilizadas apenas 34
perguntas do total de 109, por estarem alinhadas aos objetivos propostos nas
iniciais desse artigo, tendo como parâmetro identificar quais as ferramentas de
gestão empresarial e se, as mesmas, estão sendo utilizadas em sua totalidade
e apontar possíveis dificuldades no emprego das ferramentas de gestão.
Com relação a aplicação do questionário, inicialmente, fez-se necessário
visitar pessoalmente (in loco) as empresas instaladas tanto Polo Industrial
quanto no bairro Monte Belo por apresentarem uma maior concentração de
indústrias no município. Ao longo das visitas, num total de 48 empresas, nem
todas as empresas obteve-se sucesso, onde devido a burocracia os atendentes
apenas indicavam, em alguns casos o telefone e, em outros, o e-mail para um
possível agendamento e/ou envio do questionário.
Desse total de 48 empresas, 15 formulários foram enviados por e-mail,
20 formulários foram entregues diretamente às empresas instaladas no Polo
Industrial e, outros 13, no bairro Monte Belo.
14
Do total de formulários entregues pelos meios acima citados, 15 de 48
empresas, responderam o questionário. Vale destacar que, duas das empresas
respondentes não se enquadravam ao objetivo desse estudo, ou seja, suas
atividades empresariais não eram de indústria de transformação. Assim,
apenas 13 empresas – questionários – foram validados. O Polo Industrial
representa 38% dos questionários respondidos e, o bairro Monte Belo,
responde 62%.
2. Revisão de Literatura
2.1 Gestão Empresarial
O processo de gestão empresarial exige dos envolvidos o devido
conhecimento das áreas geridas e, demandam o atendimento de um conjunto
de requisitos para que possa ser bem executada e promover uma efetiva
contribuição aos resultados na gestão das indústrias. Entende-se que a gestão
tem como foco principal a busca por conhecimento e melhoria nas atividades
empresariais.
De acordo com Aktouf (1989) apud Scatena (2011), gerir é maior e
abrangente, administrar é, dessa forma, uma aplicação de gerir. Ainda de
acordo com o autor, dentre as atividades do gestor está colocar em prática o
conhecimento adquirido sobre planejamento, organização, direção e controle,
fazendo com que os demais colaboradores envolvidos, de comum acordo e, de
forma harmônica, execute uma atividade com qualidade, de maneira adequada
ao que foi proposto pela organização.
Drucker (2002, p.132) afirma que, “[...] qualquer empreendimento
empresarial tem de montar uma verdadeira equipe e unir esforços individuais
em esforço conjunto”. O autor expressa a importância de uma gestão eficaz
onde todos trabalham com a mesma direção, o trabalho em equipe contribui
para o aumento do desempenho da empresa, cada participante contribui com
algo diferente, mais todos devem contribuir para um objetivo comum.
15
Segundo Tapscott (1999) apud Tachizawa (2006, p.196), as
organizações dispões de oportunidades sem preliminares para poder desfrutar
de novos mercados. Por outro lado, os mercados tradicionais estão mudando
intensamente, encolhendo ou não se tornando altamente competitivo. Nesse
caso os gestores devem atentar-se para a capacidade de reagir, dado que o
tempo de reação passará a constituir elemento fundamental para a definição
de estratégias e capacitação da administração das organizações para que
possam tornar claramente orientadas ao mercado.
Para Gates (1999) apud Tachizawa (2006, p.216), o gestor, no contexto
empresarial do futuro, deverá desenvolver novos requisitos de gestão, que
serão exigidos no desempenho de atividades do conhecimento, nas operações
empresariais, e no comércio.
Contudo, de acordo com o exposto pelos autores Décio, Edna, Moises
(2013, p. 231), embora os conceitos de administração e gestão possam ser
utilizados como sinônimos, de um ponto de vista mais amplo, considera-se
gestão uma ação para a qual há menor grau de probabilidade sobre o
resultado do processo a ser gerido.
2.2 Ferramentas de Gestão Empresarial
As ferramentas de gestão permitem aos gestores uma visão ampla de
todas as atividades desenvolvidas na tomada de decisão dentro de uma
organização, e, bem como, propiciando na ampliação do desempenho e
sobrevivência da empresa. Segundo Chiavenato (2000), “[...] tomada de
decisão é o núcleo da responsabilidade administrativa”. As ferramentas
também ajudam a analisar os problemas e achar soluções e/ou no
planejamento e gestão de projetos.
Na visão de Farah, Cavalcante e Marcondes (2016 p. 37), “[...] o
processo de tomada de decisão é uma tentativa racional de alcançar objetivos
ou resultados. Já em relação ao entendimento de ferramentas de gestão
empresarial, podemos nos apoiar em Peinado e Graeml (2007), onde segundo
estes, “[...] ferramentas de gestão empresarial são técnicas empregadas ou
16
aplicadas com a finalidade de mensurar, definir, analisar e propor soluções
para os problemas que interferem no bom desempenho dos processos
empresariais”.
É importante ressaltar que não se resume conhecer todas as
ferramentas, no entanto é essencial que se saiba decidir no momento exato
que cada uma deve ser utilizada. Vale destacar que, quando revisto na
literatura o número de ferramentas de gestão, observa-se o quão variado é o
entendimento desse total. Assim, neste estudo, apenas destacou-se aquelas
apontadas pelo Serviço Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas
(SEBRAE) como as principais: Análise SWOT5 (Strengths, Weaknesses,
Opportunities, Threats); Matriz BCG6; Matriz de ANSOFF7; e, CANVAS8.
Visto que, se as ferramentas não forem utilizadas no momento certo e
de maneira adequada, não apresentarão os resultados esperados. Elas
permitem o maior controle dos processos ou melhorias na tomada de decisões.
A gestão empresarial possui áreas que quando bem geridas contribuem para o
desenvolvimento organizacional, sendo estas áreas: finanças, marketing,
avaliação de desempenho, gestão estratégica e gestão qualidade.
2.3 Gestão Estratégica
Entende-se a gestão estratégica como, acompanhamento da estratégia
e suporte à tomada de decisões, fundamentados em indicadores e, em uma ou
mais ferramentas de gestão, que reflitam o progresso da organização em
direção à sua visão de futuro. A gestão estratégica é uma das áreas do campo
da Gestão que se destaca por sua relevância, sua importância constitui-se no
fato de organizar em um conjunto de ações gerenciais que permitem aos
5 A análise SWOT, também é conhecida no país como FOFA (forças, oportunidades, fraquezas e ameaças); 6 A Matriz BCG, pode ser entendida como a principal ferramenta de gestão empresarial quando o empreendimento precisa administrar melhor seus produtos e negócios 7 A Matriz de ANSOFF, permite a elaboração de um plano eficiente para o desenvolvimento de um produto ou serviço e a abertura de novos mercados. 8 CANVAS, é uma das ferramentas mais recentes, propicia o desenvolvimento de modelos de novos negócios quanto reestruturar negócios existentes.
17
gestores de uma empresa mantê-la integrada ao seu meio envolvente e no
curso correto de desenvolvimento, possibilitando atingir seus objetivos.
Porter (2004, p.44) afirma que o futuro das empresas pode ser
identificado a partir da construção de um cenário que represente situações que
considerem os fatores políticos, econômicos, ambientais e sociais, de modo a
prever incertezas e, consequentemente, auxiliar os gestores na tomada de
decisão. O autor ainda ressalta que, estas decisões envolvem estratégias
genéricas, que podem ser utilizadas de forma isolada ou combinada, visando
estabelecer referências para melhoria da posição competitiva dos produtos e
serviços das empresas no segmento em que atua, enfatizando a estratégia
competitiva de custo, de diferenciação e foco.
De acordo com a Quadro (1), a seguir são apresentadas as estratégias
competitivas, divididas entre vantagens competitivas, escopo competitivo
Segundo Porter:
Quadro 1 – As Estratégias Competitivas
Fonte: Porter (2004, 2017).
De acordo com o Quadro (1), anterior, a estratégia de Liderança de
Custo, objetiva alcançar a liderança no custo total, concentrando-se num alvo
estratégico e obtendo vantagem competitiva na posição de baixo custo. Já a
estratégia de Diferenciação, procura oferecer produtos/serviços com
características, diferenciadas buscando conquistar e fidelizar seus clientes. A
estratégia de Enfoque, tem como foco sua atenção em um determinado nicho
de mercado/cliente ou um produto.
18
2.4 Caracterização do município de Itaquaquecetuba
O município de Itaquaquecetuba faz parte da microrregião de Mogi das
Cruzes, localizado no Alto do Tietê que compõe a Região Metropolitana de São
Paulo, que se encontra na região Sudeste do Brasil.
Como municípios limítrofes, ao Norte está situado o município de Arujá,
ao Leste a cidade de Mogi das Cruzes, ao Sul estão os municípios de Poá e
Suzano e, à Oeste o município de Guarulhos, estes juntamente com
Itaquaquecetuba, compõe a Região do Alto do Tietê. Itaquaquecetuba, também
faz divisa com a Capital de São Paulo, mais especificamente com os bairros:
São Miguel Paulista; Itaim Paulista; Itaquera e Guainazes.
Em relação a infraestrutura logística, o acesso ao município é possível
tanto por rodovias e ferrovia. O sistema ferroviário é operado atualmente pela
Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Quanto ao acesso por
meio de rodovias, entrecortam o município, a saber: antiga Estrada São Paulo
– Rio (SP-66); Estrada de Santa Isabel (SP-56); a Rodovia Mogi-Dutra (SP-88),
além da Rodovia Ayrton Senna a qual possibilita fácil acesso ao Aeroporto
Internacional de Guarulhos. Tais meios de acesso constituem aspectos
positivos por configurar facilidades de acesso e escoamento da produção local.
2.4.1 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)
Ao observar os indicadores econômicos e sociais, no caso o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) elaborado pela Atlas de Desenvolvimento
Humano no Brasil (2013), pode-se julgar que o município vem apresentando
melhora nesses indicadores. Se comparado os dados das últimas duas décadas,
é possível identificar um crescimento significativo da ordem de 61,17% entre os
anos de 1991 e 2010, onde em 1991, o município encontrava-se na faixa de nível
“muito baixo”, por apresentar o IDHM de 0,443, passando a 0,592 em 2000,
apresentando um crescimento de 33,63%, e na última avaliação realizada em
2010, o município avançou para a faixa considerada de nível alto, por apresentar o
IDHM de 0,714.
19
Apesar de o Município ter apresentado melhoria em seu índice de
Desenvolvimento Humano, Itaquaquecetuba ocupa a 1486ª posição entre os
5.565 municípios brasileiros. A seguir será apresentado o IDHM do município
entre os períodos de 1991 a 2010.
Figura 1 – IDHM de Itaquaquecetuba entre os anos 1991 e 2010
Fonte: PNUD, IPEA e FJP, 2018.
O indicador que mais contribuiu para elevar o IDHM do município foi a
Longevidade, onde a expectativa de vida ao nascer passou de 0,670 em 1991,
para 0,740 em 2000, e, em 2010, elevou-se para 0,844. Ao passo que o
indicador de Renda apresentou crescimento de ordem de 33,26% quando
comparado entre os anos de 1991 e 2010. Em particular ao índice de
Educação, constatou-se que para o mesmo período passou de 0,211 em 1991
para 0,446 em 2000, e elevando para 0,648, em 2010.
2.4.2 Mercado de Trabalho
Itaquaquecetuba possui o total de 6.308 estabelecimentos, distribuídos
em 14 setores da economia, responsáveis pela geração de 37.565 postos de
empregos formais, com referência ao mês de janeiro de 2018. O número de
admissões referentes aos períodos de abril/2017 – março/2018 é da ordem de
20
15.012, já o de desligamentos corresponde a 13.085, segundo dados do
Ministério do Trabalho – MTE (2018).
De acordo com o Sistema Estadual de Análise de Dados – SEADE
(2018), o Produto Interno Bruto (PIB) do município de Itaquaquecetuba em
2015 foi estimado em R$ 6.476.632,00. Ainda de acordo com a Fundação, o
PIB per capita (por pessoa) no município em 2015 foi de R$ 18.730,00. Quanto
maior o PIB per capita de um país, mais desenvolvido poderá ser considerado
este país (GREMAUD, VASCONCELLOS E TONETO, 2017).
Na economia do município e associando à população economicamente
ativa, pôde-se constatar que o Setor da Indústria de Transformação representa
o maior gerador de empregos formais em Itaquaquecetuba, sendo responsável
por 42,68% dos empregos, seguido do Setor 5 – Comércio Varejista que
responde por 22,72% e, em terceira posição, o Setor 4 - Comércio e
Administração de Imóveis, Serviços Técnicos que detêm 7,90%. Vale destacar
que, o Setor 2 – Agropecuária, apresenta a menor participação, com apenas
0,22% do total de empregos formais.
Nos permite confirmar nesta seção, mesmo que preliminarmente, a
importância do setor industrial na dinâmica no processo de desenvolvimento
econômico e social de Itaquaquecetuba.
2.4.2 Indústria de Transformação
De acordo com o IPEA (2013), o desenvolvimento da atividade industrial
proporcionou na maioria dos países, avanços nos processos de urbanização,
aumentando da produção de alimentos e serviços de toda ordem, também
elevados ganhos de produtividade e de competitividade que permitiram aos
países exportar produtos, e assim, conquistar fatias importantes do mercado
internacional. Desta forma é possível entender que a indústria foi e, continua
sendo, a grande motivadora para a transformação e modernizações tanto
regional e local, pelas quais passam as estruturas produtivas e de emprego.
Conforme apresentado anteriormente, no município em questão conta
com 891 indústrias, sendo responsáveis por gerar 16.034 mil postos de
21
empregos formais, respondendo por aproximadamente 43% dos postos de
empregos formais. A seguir, a Tabela I, apresenta os setores de atividade
industrial, quantidades de estabelecimentos e números de empregos formais.
Tabela I – Indústrias de Transformação em Itaquaquecetuba, 2018
OR
Setores
Estab.
(N°)
Estab.
(%)
Emprego
(N°)
Emprego
(%)
1 Minerais não metálicos 61 6,85 1.313 8,19
2 Metalúrgica 172 19,30 3.092 19,28
3 Indústria mecânica 85 9,54 1.533 9,56
4 Material elétrico e de comunicações 23 2,58 324 2,02
5 Indústria do material de transporte 53 5,95 1.392 8,68
6 Madeira e mobiliário 43 4,83 682 4,25
7 Papel, papelão, editorial e gráfico. 59 6,62 1.100 6,86
8 Borracha, fumo, couros, peles, similares. 45 5,05 620 3,97
9 Química de produtos farmacêuticos,
veterinários, perfumaria.
131 14,70 2.805 17,49
10 Têxtil do vestuário e artefatos de tecidos 159 17,85 2.709 16,90
11 Calçados 2 0,22 54 0,34
12 Produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico 58 6,51 410 2,56
Total 891 100% 16.034 100%
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego - RAIS/MTPS, 2017.
Conforme a Tabela I, anterior, o Setor que apresenta o maior número de
estabelecimentos é o 2 - Metalúrgicas, com 172 estabelecimentos. Já o Setor
que apresenta o menor número de estabelecimentos, é o 11 - Calçados, com
apenas 2 estabelecimentos. O Setor 2 - Metalúrgicas, além de possuir o maior
número de estabelecimentos, é o maior gerador de empregos formais, sendo
responsável por aproximadamente 19,3% dos empregos no setor de Indústria
de Transformação.
3 Resultados Obtidos
22
Alinhado a estratégia estabelecida nos objetivos apresentados nas
iniciais do presente estudo, nessa seção objetiva demonstrar os resultados da
pesquisa aplicada nas empresas do ramo industrial instaladas no Polo
Industrial e bairro Monte Belo em Itaquaquecetuba, com a finalidade de
identificar quais as ferramentas de gestão empresarial utilizadas pelas
empresas analisadas.
Assim, dentre os resultados obtidos, constatou-se incialmente que as
indústrias do município são informatizadas. Ao questioná-las quanto ao nível de
informatização na gestão da produção, 75% dos entrevistados alegaram utilizar
sistemas informatizados em até 50% do setor. Enquanto 8,3% utilizam
sistemas informatizados em até 80% de suas operações produtivas e, por
último, 6,7% dos entrevistados, utilizam sistemas informatizados em até 100%.
Quando questionados em relação a área financeira, 61,5% afirmaram
ser a área informatizada, para outros 15,4% as áreas informatizadas são da
produção e contábil. Já 7,7% alegam não fazer emprego da tecnologia da
informação. É de suma importância a utilização sistemas informatizados,
ferramentas de gestão, no intuito de fornecer informações aos gestores para o
bom desempenho das atividades como: planejamento, organização, liderança e
controle, contribuindo ao progresso na direção de seus objetivos e transformar
os objetivos em realidade.
Com relação as dificuldades encontradas na gestão da empresa, 46,2%
dos entrevistados disseram ser a burocracia, a maior dificuldade, para outros
38,5%, a maior dificuldade está na elevada carga tributária, enquanto para
23,1% a maior dificuldade está na formação de preço. Ao passo que, 15,4%
apontam o custo elevado da logística como dificuldade. Com 15,4%, outros
entrevistados, disseram que há dificuldade de acesso a matéria prima. E por
último, com 7,7% creditaram como maior dificuldade a qualidade do produto na
fabricação. Cabe destacar que a gestão empresarial é constituída por meio de
políticas internas, estratégias e ações necessárias para um bom desempenho
dos departamentos, contribuindo para obter o sucesso e, a continuidade do
negócio.
23
Diante disso, é preciso estar atento a gestão da organização, dentre as
áreas das empresas se destaca a “área financeira”, pois seus procedimentos
administrativos envolvem o planejamento, análise e o controle das atividades.
Assim, mediante as repostas apresentadas, 100% dos entrevistados
demonstraram ter dificuldades na gestão do capital de giro. O que pode
explicar, por sua vez, grande parte dos problemas enfrentados associado a
tomadas de decisões pelas empresas.
Mais adiante, quando perguntado sobre a participação das vendas
dentro do mercado de Itaquaquecetuba, 69,2% dos entrevistados disseram
representar até 24% do volume total. Para 15,4%, a participação nesse
mercado é entre 25% e 49% de suas vendas. Ao passo que, 7,7% alegam que
entre 50% e 70% de suas vendas são dentro do município e, outros, 7,7%
afirmam não vender seus produtos no mercado local.
Contudo, é primordial a participação deste perfil de empresas no
mercado de Itaquaquecetuba, onde atividade Industrial responde por 38%
deste total. Vale destacar, entretanto, que a atividade industrial ocupa a 4ª
posição no composto da renda média mensal da população no município.
4 Considerações Finais
Conforme mencionado ao longo do artigo, este estudo corresponde ao
resultado parcial e pontual de um projeto mais amplo cujo objetivo é traçar o
Perfil Industrial de Itaquaquecetuba, sendo analisado os dados e informações
das empresas do ramo industrial no município em questão. Por meio do estudo
realizado, constatou-se entre outros pontos, a melhora nos últimos anos tanto
no nível de Desenvolvimento Econômico Local, quanto na renda per capita do
município.
O resultado obtido neste estudo por meio das entrevistas realizadas é
que tais empresas utilizam ferramentas de gestão empresarial, em destaques:
a área de finanças por ser a mais indicada, onde 61,5% afirmaram ser
totalmente informatizada; enquanto a área produtiva, 6,7% alegam sê-la 100%
24
informatizada; em suma, apenas 16,7% do total das empresas entrevistadas
utilizam sistemas informatizados em até 100%.
Ainda, por meio deste estudo foi possível identificar que dentre as
ferramentas de gestão utilizadas por esse conjunto de indústrias destaca-se a
de “Gestão Estratégica”, onde 69,2% dos respondentes alegam realizar
planejamento estratégico. Enquanto que, 7,7% alegam não se utilizar de
nenhum tipo de ferramenta de gestão, servindo como parâmetro explicativo das
dificuldades apontadas pelos entrevistados.
Quanto as dificuldades encontradas na gestão das empresas, os
respondentes alegam tê-las na administração dos recursos financeiros, onde
100% afirmam ser quanto ao capital de giro. Outros, apontam se encontrar,
também, na formação de preços representado por 23,1% dos entrevistados. Já
30,8% dos respondentes afirmam encontrar dificuldades para se posicionar no
mercado de Itaquaquecetuba, atribuindo tal fato, ao preço praticado no
mercado local.
Isso acaba, de alguma forma, impactando na participação das vendas
dessas indústrias dentro do próprio mercado de Itaquaquecetuba, onde 69,2%
dos entrevistados alegam ser as vendas no mercado local de até 24% do total.
Para outros 15,4%, afirmam entre 25% e 49% de suas vendas serem dentro do
município. Ao passo que, 7,7% indicam que entre 50% e 70% de suas vendas
ocorrem localmente e, outros, 7,7% apontam não vender seus produtos no
município.
Portanto, diante dos resultados obtidos é possível entender parte da
dinâmica das indústrias do município. Mais adiante, constatou-se que as
ferramentas de gestão não são empregadas em sua totalidade, ocasionando
dificuldades na interpretação dos dados e eventuais perdas nas tomadas de
decisões. Observou-se, também, apoiado nas respostas, existir a necessidade
de maior aproximação entre empresas, poder público local e associações de
classe patronal e, até mesmo, de trabalhadores na busca de estratégias para
acelerar o processo de desenvolvimento econômico local.
25
Referências
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<http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/itaquaquecetuba_sp#idh>. Acesso em 20/10/2018. CHIAVENATO, I. Teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro:
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26
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