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Diálogo para o Desenvolvimento / CDES_RS

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RioGrandedo SulGoverno do Estado

ES 0011 11 CAPA E CONTRA REV BALANÇO CDES 2011.indd 1 08/03/2012 20:20:59

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ÍNDICE

editorial: Um espaço democrático qUe Une governo e sociedade ..................... 04

cdes-rs: diálogo para o desenvolvimento do rio grande .................................... 06

carta de concertação: diretrizes para Uma nova agenda do estado ............... 09

recomendações: estratégias para o crescimento sUstentável........................... 12

diálogos cdes ampliam debate com a sociedade .................................................... 14

os grandes temas do estado passam pela análise do conselho ........................ 16

cdes-rs integra sistema estadUal de participação cidadã .................................... 19

gUaÍba: obras na área indUstrial dão novas perspectivas à região.................. 20

câmaras temáticas aprofUndam os debates ............................................................ 21

pacto pela edUcação fortalece o desenvolvimento do rs ................................... 22

pedágios: conselheiros apontam novo modelo de gestão de estradas ........... 24

criado conselho deliberativo metropolitano ......................................................... 26

piso regional: diálogo entre empresários e trabalhadores................................ 28

proposta de conselho de comUnicação social é debatida no rs ........................ 29

previdência com gestão sUstentável e garantia dos direitos ........................... 30

conselheiros avaliam primeiro ano de trabalho ................................................... 32

propostas para fortalecer o setor coUreiro-calçadista ..................................... 34

a prodUção cientÍfica deve estimUlar a inovação ................................................. 35

região da serra qUer redUzir desigUaldades e desenvolver arranjos prodUtivos locais ............................................................................................................ 36

indústria oceânica e abastecimento energético são considerados centrais para o fUtUro do rs ....................................................................................................... 38

em bUsca de Um novo modelo de desenvolvimento rUral ................................... 40

polÍticas sociais: inclUsão e melhoria na qUalidade de vida .............................. 42

câmaras da modernização do estado e infraestrUtUra iniciam os trabalhos ..................................................................................................................... 44

encontro ibero-americano de conselhos debate importância da concertação social .................................................................................................. 45

pesqUisas apresentam perfil e opiniões dos conselheiros ................................... 46

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Um espaço democrático qUe Une governo e sociedade

O Conselho de Desenvolvimento Econômico e So-cial do Rio Grande do Sul (CDES-RS) é um amplo espaço democrático que reúne governo e sociedade civil, com a finalidade de promover diálogo social e uma agenda de desenvolvimento para o Estado. É um espaço público institucional, não estatal, de assessoramento e consul-ta do governador, integrado por 90 conselheiros repre-sentando a pluralidade do pensamento da sociedade.

Assim, democratiza a gestão, media relações entre so-ciedade e Estado e produz o diálogo necessário para a concertação social.

Ao trazer para o debate todos os setores da socieda-de, busca o entendimento em pontos comuns sem que os atores envolvidos abdiquem de suas ideias ou convic-ções políticas.

Trata-se de criar condições para que sociedade e go-

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verno assumam novos papéis, apostando na perspectiva de um Estado indutor, que planeja estrategicamente os setores produtivos, promova o conhecimento, combata a miséria e a exclusão.

Neste primeiro ano, foram realizados importantes debates e formulados documentos e orientações estra-tégicas para o desenvolvimento do RS. A Primeira Carta de Concertação, por exemplo, estabelece diretrizes para o desenvolvimento que baliza e subsidia programas, pro-jetos e políticas públicas. Cada um dos temas colocados em debate nas diferentes instâncias resulta em Relató-rios de Concertação que, ao receber a aprovação do Ple-no, são encaminhados ao Governo Estadual.

O CDES-RS é constituído pelo Pleno, Comitê Ges-tor e Câmaras Temáticas. Mas também houve uma ampliação de atividades públicas, com os Diálogos CDES, que são assembleias abertas à participação da sociedade para apresentação e debate dos mais va-riados assuntos, tanto temáticos como regionais. Nos encontros realizados no interior do RS, os Conselhos Regionais de Desenvolvimento e as Associações de Municípios têm sido importantes parceiros na organi-zação das demandas e na articulação da participação dos diferentes agentes da comunidade. As sugestões colhidas são sistematizadas e entregues ao governo para avaliação e encaminhamento.

A dinâmica de todo esse processo vem produzindo resultados relevantes para o tratamento de temas que preocupam os gaúchos. Inserem-se aí o Pacto pela Edu-cação, previdência pública, a resolução de questões para permitir a instalação de empresas na Área Industrial de

Guaíba, a discussão de um novo modelo de pedágios, a reestruturação da TVE e da Rádio FM Cultura, a qualifi-cação do atendimento à saúde e uma política de reajuste do piso salarial regional.

Todos esses temas, em permanente análise e debate pelos conselheiros, exigem mobilização, reflexões e pro-postas. É isso que vem criando condições para superar dificuldades e encontrar soluções harmonizadas com políticas nacionais.

Ainda existem muitas questões a serem sanadas. En-tretanto, em tudo isso, uma disposição permanente para o diálogo e o entendimento se impõe, desde a instala-ção do Conselho e outras ações com caráter semelhante, como o PPA Participativo, os Encontros para o Desenvol-vimento, a Interiorização do governo, o Gabinete Digital e a retomada do Orçamento Participativo.

Neste Brasil que cresce, uma das ferramentas utili-zadas com sucesso pelo governo federal foi acolher as diferentes opiniões da sociedade por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, criado em 2003.

A criação de um Conselho nesses moldes no Rio Grande do Sul segue o mesmo passo, ao apontar para um pacto social que inaugura uma ética de responsabili-dade coletiva com a inclusão de atores sociais relevantes na cena política e o compromisso com ambientes de par-ticipação, diálogo e concertação. São grandes também os desafios pela frente. É preciso aliar desenvolvimento, sustentabilidade, justiça social e melhor qualidade de vida a toda a população. O diálogo continuará a indicar os melhores caminhos.

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CDES-RS: DIálogo paRa o DESENvolvImENto Do RIo gRaNDE

o conselho de desenvolvimento econômico e social do rio grande do sul (cdes-rs) realizou sua primeira reunião no dia 15 de março de 2011. em seu primeiro ano de ati-vidade, avançou no seu objetivo de ampliar o diálogo e a concertação, propondo diretrizes para o desenvolvimento econômico, social e ambientalmente sustentável do estado.

desde sua instalação, realizou mais de 120 reuniões de trabalho, produzindo um conjunto de recomendações para orientar o governo estadual sobre diferentes temas. este processo inaugurou um amplo espaço de reflexão com diferentes segmentos sociais para construir um novo mo-mento político de democratização da gestão.

no período, 16 câmaras temáticas entraram em fun-cionamento, das quais cinco encerraram suas atividades ao longo do ano, concluindo integralmente seus objetivos. importantes assuntos foram discutidos com a sociedade nos diálogos cdes, recolhendo opiniões e sugestões. o cdes-rs abriu um ciclo de debates que colabora para qualificar a vida pública e política do estado, num espaço inovador de diálogo.

entre os resultados, destacam-se a oferta de vagas em universidades para capacitação profissional, possibilitada

pelo pacto gaúcho pela educação; premissas que orienta-rão o novo modelo de pedágios; o programa para fortale-cer os arranjos produtivos Locais (apLs) da região da serra; a criação do conselho deliberativo metropolitano, um novo

“Estamos aqui para servir, sem nos servir; ter

compromisso com o Estado e não defender os próprios

interesses. tenho certeza que daqui a quatro anos seremos um Conselho que contribuiu decididamente para um novo

Rio grande do Sul”paulo vellinho

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A produção do CDES-RS

no seu primeiro ano de atividade, o cdes-rs for-mulou e aprovou um conjunto importante de docu-mentos com orientações dirigidas aos governos esta-dual e federal e, também, estabelecendo regras para o seu próprio funcionamento:

• 1ªCartadeConcertaçãocomdiretrizesparaa agenda sustentável para desenvolvimento econômico social e ambiental;

• 8RelatóriosdeConcertação;• 6NotasdeRecomendaçãoaogovernador;• PropostasaoProgramadeSustentabilidade do estado;• PropostasaoPlanoPlurianual(PPA);• PropostasparaossetoresprodutivosdoEstado;• PropostasaoprogramadeDesenvolvimento do rs.

arranjo institucional para gerir coletivamente as demandas da região metropolitana de porto alegre; e a proposta para a formação do conselho estadual de comunicação.

Pactuação social e política também chamado de conselhão, o cdes-rs é inspi-

rado na experiência do conselho da presidência da repú-blica, instalado em 2003, no primeiro ano do governo do presidente Luiz inácio Lula da silva. o conselho gaúcho e o nacional têm o mesmo número de integrantes. são 90 lideranças de áreas sociais, políticas, empresariais, intelec-tuais, culturais, reunidas num espaço plural de busca de soluções de consenso para diferentes temas. o trabalho do conselho municia o estado para responder de manei-ra democrática aos grandes temas concretos de natureza econômica, social e política.

o rio grande do sul é conhecido nacional e internacio-nalmente pela força de suas posições políticas, sua consci-ência democrática, seu dinamismo econômico e social. são características que orgulham os gaúchos e desempenham importante papel na história do Brasil e na formação da identidade local.

o cdes-rs é um espaço que fortalece e aprimora um processo de debates entre parceiros estratégicos, que co-locam sua experiência à disposição do interesse público, convergindo em torno de importantes assuntos para a so-ciedade gaúcha.

“o conselho é um agente de mudanças”, declarou o empresário paulo vellinho na instalação do cdes-rs no pa-lácio piratini. membro dos conselhos nacional e gaúcho, o conselheiro destacou o necessário trabalho altruísta que cada integrante deve buscar exercer. “estamos aqui para servir, sem nos servir; ter compromisso com o estado e não defender os próprios interesses. tenho certeza que daqui a quatro anos seremos um conselho que contribuiu decidida-mente para um novo rio grande do sul”, concluiu, citando que o conselho nacional foi responsável, por exemplo, por formular80%doProgramadeAceleraçãodoCrescimento.

a professora maria alice Lahorgue lembrou da tradição participativa e inovadora do rs, com experiências como os coredes e o orçamento participativo, que permanecem. “nós temos tarefas que são urgentes, mas também tare-fas de pensar o futuro, e sem a parceria desarmada entre todos nós, entre todos os segmentos da sociedade, difi-cilmente venceremos esses desafios”, declarou no ato de instalação. “os que estão aqui se dispõem a doar parte do seu tempo, de seu acúmulo, a serviço do rio grande do sul. as horas que vamos dedicar serão muitas vezes lon-gas, de reflexão, onde vamos, ao mesmo tempo, crescer e construir”, previu.

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Secretaria Executiva assessora atividades do CDES

a secretaria executiva do conselho de desenvolvimento econômico e social (secdes) foi criada para viabilizar as ati-vidades do cdes-rs. sua equipe tem o papel de assessorar o governador na presidência do conselho, convocar reuni-ões e organizar o funcionamento de todas as instâncias.

seu quadro técnico – formado por aproximadamente 25 pessoas – tem a incumbência também de elaborar do-cumentos, relatórios e ementas das deliberações do con-selho, assim como a sua publicação e divulgação. sediada no 21º andar do centro administrativo do estado, a sec-des tem a missão de promover espaços de diálogo entre governo, conselho e sociedade, fomentando a cultura da concertação, construindo assim um modelo de inclusão e desenvolvimento sustentável no rs.

Informação e comunicação digital

na segunda reunião do pleno, em maio, a secretaria executiva lançou o site www.cdes.rs.gov.br, com to-das as informações sobre as diferentes instâncias do con-selho e biblioteca com os documentos produzidos. em se-tembro, durante a quarta reunião, foi a vez de apresentar ao pleno a área do site restrita aos conselheiros, com fóruns de debates, mala direta e outros recursos. as ferramentas digitais foram desenvolvidas em parceria com a Fundação getúlio vargas, que também assessorou o conselho nacio-nal. pesquisa desta instituição, entre os conselheiros, apon-taque20%desejamfazermaiorusodosrecursosdigitais.

Estrutura e funcionamentoo cdes-rs é um órgão de consulta e assessoramento do governador, integrando o sistema estadual de partici-

pação. É formado pelo pleno, presidência, secretaria executiva, comitê gestor, câmaras temáticas e diálogos cdes. são 90 cidadãs e cidadãos que realizam trabalho voluntário, com mandato de dois anos, além de 12 secretá-

rios de estado, compondo um ambiente plural de reflexão, reconhecimento de diferenças, mediação. o conselho busca convergências para a constituição de estratégias que combinem crescimento econômico ambientalmente sustentável com equidade social, alicerçados no fortalecimento da democracia. cada conselheiro pode indicar um conselheiro técnico, que contribui com o trabalho do titular.

as reuniões do pleno ocorrem a cada dois meses no palácio piratini, sempre com a presença do governador. os encontros de 2011 ocorreram em 15 de março, 5 de maio, 7 de julho, 13 de setembro e 1º de dezembro.

o comitê gestor é um grupo de conselheiros designado a cada reunião do pleno com a atribuição de represen-tar o plenário e encaminhar suas deliberações.

as câmaras temáticas são grupos de trabalho com objetivos direcionados, com rotinas de reuniões conforme a necessidade de trabalho. podem ser criadas a pedido do governo ou dos conselheiros, com tempo de duração indeterminado, dependendo do objetivo de cada uma.

em 2011, 16 câmaras temáticas entraram em funcionamento e cinco finalizaram seus objetivos. a câmara da previdência foi reaberta após conclusão da primeira fase, somando dez colegiados que mantêm atividades em 2012.

os diálogos cdes são espaços de debates abertos à participação da sociedade, onde se promovem a escuta e a troca de ideias, tanto em questões temáticas como regionais. durante o ano foram realizados 13 encontros com essa dinâmica.

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o mais importante texto formulado pelo cdes-rs, em 2011, foi a primeira carta de concertação, apresentada à sociedade gaúcha e entregue ao governador no dia 7 de julho, na terceira reunião do pleno. o documento de-fine eixos e diretrizes para a construção de uma agenda sustentável para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do rio grande do sul, e pretende servir de re-ferência à elaboração e execução das políticas e ações do governo do estado, assim como das discussões travadas no âmbito do próprio conselho. o conteúdo foi debatido por conselheiras e conselheiros desde a instalação do pleno do conselho, em 15 de março, e aprofundado em reuni-ões e em seminário específico.

a carta estabelece que o projeto de desenvolvimento deva estar alicerçado na justiça social, na sustentabilidade ambiental e no equilíbrio regional. a agenda se constrói visando à promoção da equidade social e de gênero, ao crescimento econômico com ampliação do emprego e da renda e ao fortalecimento da democracia com a partici-pação cidadã em todas as esferas de gestão do governo.

o documento apresenta elementos orientadores e ei-xos prioritários para implementação da agenda de desen-volvimento.

CaRta DE CoNCERtação: DIREtRIzES paRa uma Nova agENDa Do EStaDo

Elementos Orientadores: 1. integração nacional e inserção internacional

participar ativamente do novo ciclo de desenvolvimen-to e redução da pobreza do país; aproveitar as oportuni-dades disponibilizadas pelos investimentos federais e pela expansão do mercado interno; inserção internacional e a ampliação das relações políticas e econômicas com outros países.

2. democracia e participação cidadãampliar, qualificar e integrar instrumentos de partici-

pação direta da sociedade gaúcha, através da constituição de um sistema estadual de participação cidadã, e de con-trole social.

3. recuperação das funções públicas do estadopara dar conta dos desafios colocados pela agenda

de desenvolvimento, o estado indutor e necessário deve ser estruturado e suas funções principais recuperadas, a partir de um novo modelo de gestão administrativa e fis-cal e recuperação da capacidade de investimento. entre

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as sugestões estão: uma política de fomento; retomada dos investimentos públicos com fontes de financiamento diversas, com atenção ao equilíbrio fiscal, aumentando o controle da sociedade sobre os gastos públicos e incenti-vos fiscais; qualificação dos serviços públicos, em especial, saúde, educação e segurança pública; estabelecimento de uma nova relação com os servidores públicos, recuperan-do o diálogo e instituindo um ambiente permanente de negociação, corrigindo as distorções salariais e funcionais; ter a capacidade de regulamentar a previdência pública e encontrar caminhos para superar as atuais dificuldades.

4. promoção do desenvolvimento regional e microrregional

conectar e potencializar projetos públicos e privados para combater as desigualdades regionais. rediscussão da política fiscal com direcionamento para um novo modelo de desenvolvimento, para dinamizar a indústria, o setor agropecuário e serviços nas regiões mais deprimidas do estado.

Eixos prioritários1. equidade e inclusão social

a sociedade gaúcha e o estado devem assumir o com-promisso político e humanista de construir as condições necessárias para, entre outras diretrizes, erradicar a pobre-za extrema e a fome; ampliar as oportunidades de renda no campo, visando à melhoria das condições de vida, de-mocratizando o acesso à terra e fomentando a agricultura familiar; garantir à população de baixa renda o direito à cidade, com habitação, regularização, saneamento, trans-porte coletivo e proteção ao meio ambiente; ampliar os in-vestimentos na educação e na saúde; buscar a diminuição da pobreza das mulheres, minimizar as desigualdades de gênero e melhorar continuamente as condições da saúde da mulher, atentando para a necessidade de redução da mortalidade infantil não superior a um dígito; articular as

políticas sociais a projetos de democratização da cultura, da arte, da comunicação e da inclusão digital; aumentar a formalização das relações de trabalho, ampliadas também às micro, pequenas e médias empresas; promover univer-salização do acesso aos meios e conteúdos digitais; e am-pliar os mecanismos de apoio, fomento e financiamento ao empreendedorismo.

2. desenvolvimento com sustentabilidade ambiental

o princípio da sustentabilidade deve perpassar todas as ações e políticas públicas. cinco itens integram este eixo:

2.1 desenvolvimento econômico com investimentos e geração de emprego e renda

Buscar o aumento da participação do estado no piB nacional, adensando as cadeias produtivas na economia gaúcha e promovendo a descentralização dos investimen-tos. Fortalecer as micro, pequenas e médias empresas com financiamento e incentivo aos empreendimentos de economia solidária e de agricultura familiar. Fomento às indústrias gaúchas ligadas à produção sustentável sob a ótica ambiental, incluindo o sistema cooperativista, arran-jos produtivos locais (apLs) e áreas ligadas à infraestrutura.

2.1.1 desenvolvimento ruralconjugar o desenvolvimento econômico com susten-

tabilidade ambiental, promovendo a elevação da qualida-de de vida no meio rural; implementar políticas de renda para as economias de base familiar e para as cooperativas; estimular a permanência dos jovens no campo, ampliar a produção de alimentos e promover a agricultura familiar como um modo de vida. no agronegócio, visar o aumento da rentabilidade do produtor, ampliação de investimentos tecnológicos, qualificação da produção e incremento da produção agrícola.

2.2 política ambientalinserir o estado na agenda global de proteção ao meio

ambiente, através da necessária relação entre planejamen-to e gestão ambiental, integrando as políticas em torno dos recursos hídricos, resíduos sólidos e preservação da biodiversidade. criar o sistema integrado de Licenciamen-to ambiental (silam), acelerando e qualificando o licencia-mento ambiental, integrado ao Zoneamento econômico--ambiental do estado, para melhor aproveitamento das potencialidades regionais para uso sustentável e proteção do patrimônio natural.

2.3 infraestrutura econômica e socialampliar as redes de abastecimento de água, esgoto e

tratamento dos resíduos; aumentar a oferta habitacional e levar infraestrutura aos assentamentos urbanos e rurais precários. constituir um sistema integrado para a malha viária, com recuperação das estradas, acessos asfálticos,

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qualificação das estradas vicinais, duplicação e construção de rodovias estaduais e federais, garantindo mobilidade para as pessoas e escoamento à produção. atenção es-pecial aos investimentos federais previstos no pac i e ii, observando obras emergenciais à realização da copa de 2014. investir em aeroportos, malha ferroviária, transporte fluvial e marítimo. revisão dos modelos de concessão de rodovias e pedágios.

2.4 desenvolvimento energético com sustentabilidade

constituir política sistêmica, integrando a expansão da energia proveniente da biomassa, solar, eólica e de pequenos e médios aproveitamentos hidroelétricos, com a produção de alimentos, em especial da agricultura fa-miliar. ampliar o papel das empresas estatais de energia, promover investimentos, fortalecer a indústria e incentivar a pesquisa em inovação tecnológica.

2.5 ciência, inovação e desenvolvimento tecnológicointegrar as políticas de pesquisa, ciência e tecnologia,

conectando governo estadual, políticas nacionais, elabo-ração de uma política de ciência, tecnologia e inovação, articulando governos, empresas, universidades, parques e corredores tecnológicos como instrumento de desenvolvi-mento sustentável. retomar o protagonismo no desenvol-vimento científico e tecnológico, voltando a apoiar consis-tentemente a pesquisa.

3. educaçãoo esforço da sociedade e do estado deve ser direcio-

nado à qualificação do ensino, envolvendo os diferentes sujeitos sociais. para isso, sugerem-se: • formaçãodecidadãosquepossamcontribuirparao

desenvolvimento científico, tecnológico e cultural da sociedade;

• promoção do conhecimento, incentivo à pesquisa einovação tecnológica, vinculando a educação à reali-dade econômica, social e cultural regional, disponibi-lizando o conhecimento produzido para melhoria das condições de vida;

• valorizarosprofessoreseprofissionaisdaeducaçãopormeio da dignidade salarial, resgate da autoridade do docente perante a sociedade e o ambiente escolar;

• formaçãoinicialecontinuadadeprofessores,comên-fase na qualidade do ensino;

• capacitaçãoprofissionalaostrabalhadores(as),articu-lada às demandas dos setores produtivos com ações educativas no meio rural e urbano;

• universalizaçãoequalificaçãodoensinomédio;• fortalecimentodaUergs,comaqualificaçãodosrecur-

sos humanos e revitalização física;• formaçãodeumaredehorizontalentreasinstituições

de ensino superior, a partir da Uergs, reunindo univer-sidades federais e comunitárias, institutos Federais e o estado visando a qualidade do ensino, inovação tecno-lógica, pesquisa e formação de professores, promoção do conhecimento e capacitação profissional, contem-plando as vocações culturais e econômicas regionais;

• proverescolaseespaçoseducacionaisdecondiçõesfí-sicas, estruturais, tecnológicas e pedagógicas.

4. rede de atenção e humanização da saúdeFortalecer o sistema Único de saúde (sUs) e garantir

a retomada de investimentos na área com a recuperação paulatinadomínimoconstitucionalorçamentáriode12%,revitalização da municipalização e do controle social.

5. segurança pública com cidadaniaenfrentamento à violência, à expansão do crime or-

ganizado e ao tráfico de drogas desenvolvendo confiança e parcerias entre estado e comunidades. parceria na am-pliação do programa nacional de segurança pública com cidadania (pronasci) e estabelecimento de territórios da paz. recuperar o efetivo da segurança pública e reestrutu-ração do sistema prisional. articular as áreas de inteligên-cia com políticas preventivas e estruturas de policiamento ostensivo.

6. direitos humanos e enfrentamento da violência contra pessoas

implementar políticas públicas de forma articulada com o poder Judiciário, o ministério público, a defenso-ria pública, as polícias civil e militar, demais órgãos esta-tais e os movimentos sociais para garantir os direitos das crianças e adolescentes, mulheres, negros, índios e idosos. capacitação dos profissionais das áreas de educação, saú-de, assistência social e segurança pública para atuar nos mecanismos de combate a todo tipo de violência contra a pessoa.

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além da primeira carta de concertação e os respecti-vos relatórios de concertação das cinco câmaras temáticas que encerraram suas atividades, os diferentes colegiados do cdes-rs produziram seis recomendações: cinco dirigidas ao governo estadual e uma ao governo federal, por meio do conselho de desenvolvimento da presidência da república.

Educação como prioridadea primeira recomendação do cdes-rs ao poder execu-

tivo foi aprovada em 25 de março e tratava da educação. “recomendamos atenção e dedicação total a esta área e a todas as questões relativas ao tema, com a necessária am-pliação dos índices estaduais de investimento para conquis-tar um novo patamar de protagonismo e qualidade na pro-moção do conhecimento”, aponta o documento formulado pelos conselheiros da câmara temática pacto gaúcho pela educação, e demandado pelo comitê gestor do conselhão.

o documento destaca, ainda, a necessidade de valoriza-ção dos professores e profissionais da educação, expansão do ensino infantil, universalização do ensino médio e forma-ção continuada.

a educação foi tema de uma segunda recomendação

encaminhada ao governo após a análise do programa de valorização dos professores e a proposta de reestruturação do ensino médio. os conselheiros manifestaram solidarieda-de à implementação dos projetos do governo e na reforçam a importância da educação como prioridade no desenvolvi-mento do estado.

“Um investimento forte na educação influencia na mu-dança da sociedade. temos que fazer este esforço. não adianta melhorar apenas o salário dos professores ou as condições da escola, mas investir no conjunto da sociedade para reduzir as desigualdades para ter uma casa, alimen-tação adequada, um mínimo que todo o cidadão precisa para usufruir”, avalia a professora e conselheira mercedes cânepa.

“Foi muito positivo fazer esta recomendação de valori-zar a educação. o rs foi protagonista no país em educação, mas fomos perdendo este posto nos últimos 30, 40 anos. queremos recuperar isto, garantir qualidade do ensino e formar profissionais que possam atender ao mercado e às novas necessidades”, observou o coordenador executivo da agenda 2020, o conselheiro técnico ronald Krummenauer. Ele informouna reunião que 60%das oportunidades detrabalho passam pelo ensino médio e não necessariamente pelo ensino superior.

REComENDaçõES: EStRatégIaS paRa o CRESCImENto SuStENtávEl

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Apoio à indústria nacional e ao emprego

no dia 26 de abril de 2011, em Brasília, o ministro da se-cretaria de assuntos estratégicos, moreira Franco, recebeu em mãos as sugestões do cdes-rs para que a tendência de desindustrialização do país integre a pauta no conselho de desenvolvimento da presidência da república.

“o conselho de desenvolvimento do rio grande ma-nifesta sua preocupação frente à tendência relativa de de-sindustrialização de alguns setores da economia brasileira e suas repercussões sobre o emprego e a produção interna, com impactos importantes sobre a indústria gaúcha”, diz o documento.

a proposição deste assunto no cdes-rs foi feita pelo conselheiro José martins e acatada pelos demais integrantes.

cabe destacar o papel estratégico do conselhão nacio-nal frente à crise econômicamundial, iniciada em 2008.partiram do cdes nacional sugestões que serviram de base ao conjunto de medidas adotadas pelo país durante a crise e que tiveram como principal resultado o fortalecimento do mercado interno. a estratégia brasileira das medidas anti-cíclicas protegeu a produção e o emprego nacionais, com destaque para ampliação do crédito, manutenção do inves-timento e redução do ipi para diversas linhas da indústria nacional, reduzindo o impacto da crise internacional. no se-gundo semestre de 2011, o governo federal lançou o plano Brasil maior e o governo gaúcho apresentou diretrizes para elaboração de programas setoriais que constituirão a políti-ca industrial gaúcha e uma série de projetos e programas de incentivo a investimentos, produção e ampliação do empre-go e da renda, com enfoque no desenvolvimento equilibra-do entre regiões do rio grande do sul.

Mais recursos ao setor primário

ao tomarem conhecimento dos valores orçamentários para as secretarias de governo ligadas ao setor primário, os conselheiros ainda na primeira reunião da câmara temática economias do campo, no dia 30 de junho, aprovaram uma recomendação ao governador solicitando recomposição orçamentária para as secretarias estaduais que tratam do assunto – agricultura, pecuária e agronegócio (seapa) e de-senvolvimento rural, pesca e cooperativismo (sdr). o índice previstopara2011erade0,75%.

Em2002,porexemplo,opercentualera2,7%doorça-mentototal.Em2006,baixoupara1,2%eem2009caiupara0,6%,correspondendoaR$182milhões.

os valores foram recompostos no plano plurianual. en-

quantonoperíodo2007/2011ototalparaosetorfoideR$1,5 bilhão, na proposta aprovada pela assembleia Legislati-vaparaoperíodo2012/2015aprevisãoédeR$2,6bilhões,correspondendoaumaumentode73%.

na proposta que tramita na assembleia Legislativa para operíodo2012/2015,aprevisãoédeR$2,6bilhões,corres-pondendoaumaumentode73%.

Ampliação do orçamento para a Cultura e reestruturação da Fundação Cultural Piratini

os conselheiros da câmara temática cultura e comu-nicação concluíram o texto de duas recomendações ao governador, entregues em 30 de agosto: solicitaram a re-composição orçamentária para a secretaria da cultura e a reestruturação da Fundação cultural piratini.

o orçamento da secretaria de estado da cultura pre-vistopara2011 foideR$29milhões, correspondendoa0,07%doorçamento.Ogovernoatendeuaopedido.Noplano plurianual aprovado pelo poder Legislativo, a proposta prevê aumento gradual do orçamento. para 2012 o valor passaparaR$30milhões;R$37milhõesem2013;R$73milhões em2014eR$85milhões em2015. “Ampliarofinanciamento público para a cultura é fator essencial para a valorização do papel do estado como gestor e agente fo-mentador da política cultural”, diz o documento.

no caso da Fundação cultural piratini, mantenedora das emissoras públicas tve e rádio Fm cultura, os con-selheiros ficaram impressionados com a desestruturação e ausência de investimentos nos últimos anos, exigindo importantes investimentos na recuperação técnica, atuali-zação tecnológica e reestruturação do quadro de pessoal. em consequência desta situação, ainda na primeira reu-nião da câmara decidiram solicitar a atenção especial do governo.

“a radiodifusão pública exerce papel estratégico nas sociedades democráticas. diante de todo o exposto, reco-mendamos ao governo do estado e à sociedade gaúcha a reestruturação da Fundação piratini e suas emissoras públicas de rádio e televisão”, diz o texto, que relaciona ainda uma série de ações que vão desde a atualização tecnológica até a realização de concurso para repor re-cursos humanos. ainda em 2011, o governo autorizou a contratação emergencial de pessoal, investimentos na recuperação técnica, além de convênio com a empresa Brasileira de comunicação para assegurar a permanência da Fundação na sede do morro santa tereza, entre outras iniciativas.

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a consolidação do cdes-rs como espaço de diálogo para o desenvolvimento do estado determinou a criação de mecanismos que ampliaram a participação da comu-nidade nas discussões travadas no âmbito do conselho. além das instâncias iniciais – câmaras temáticas, comitê gestor e pleno –, foi criada uma nova ferramenta: os di-álogos cdes. são assembleias abertas à participação da sociedade para o debate de variados assuntos de interesse coletivo. temáticos ou regionais, esses encontros têm como objetivo promover a escuta e a troca de ideias, buscando a concertação de opiniões dos diversos atores envolvidos.

a situação da pesca no rs, os entraves no porto de ca-choeira do sul, a extrema pobreza no meio rural, o apro-fundamento do debate para a formação de um conselho de comunicação, as iniciativas necessárias para apoiar as tecnologias de informação (t.i.), o programa de sustentabi-lidade do estado e o aprofundamento dos itens da primeira carta de concertação foram alguns dos temas tratados nos diálogos cdes.

nos encontros realizados no interior do estado, os con-selhos regionais de desenvolvimento (coredes) e as associa-ções de municípios têm sido importantes parceiros na orga-nização das demandas e na articulação da participação dos diferentes agentes da comunidade. as sugestões colhidas são sistematizadas e encaminhadas aos órgãos do governo. as demandas são avaliadas com as diferentes secretarias, definindo medidas que podem ser adotadas.

DIálogoS CDES amplIam DEbatES Com a SoCIEDaDE

Diálogos Temáticos:carta de concertação - 14 de abril

desenvolvimento, justiça social, sustentabilidade e par-ticipação são os quatro elementos norteadores da primeira carta de concertação. em 14 de abril foram debatidos “os elementos estratégicos para o desenvolvimento do rs” para a formatação do documento, que recebeu 25 contribuições.

novo modelo de pedágio do rs - 14 de maio representantes do governo estadual, federal, da as-

sembleia Legislativa, entidades, movimentos e lideranças comunitárias reuniram-se para o debate ‘construindo um novo modelo de gestão de estradas no rs’. a partir das discussões, mais de 10 sugestões foram apresentadas à ct pedágios.

programa de sustentabilidade financeira - 17 de maio o programa de sustentabilidade do estado foi detalha-

do aos conselheiros durante painel com a presença de vários secretários estaduais em atividade realizada no auditório do centro administrativo do estado, resultando num conjunto de sugestões incorporadas pelo governo.

plano plurianual - 2 de junho a proposta do ppa 2012/2015 foi debatida pelos con-

selheiros, que puderam enviar contribuições ao documento

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que estabelece, por setores e de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e metas da administração pública estadual pelo período de quatro anos. a secdes também acompanhou todos os debates do ppa participativo, realiza-do nas nove regiões Funcionais de planejamento.

diagnóstico da ciência e tecnologia - 31 de agosto

o atual quadro da ciência, inovação e desenvolvimento tecnológico foi debatido com palestras de especialistas da área. a atividade foi organizada com o intuito de expor ao governo e à sociedade civil um diagnóstico das necessidades e perspectivas desse tema em âmbito estadual. integrar pes-quisas científicas às necessidades do setor produtivo, maior estímulo à formação de profissionais da área de t.i. e priori-zação do setor como área estratégica para o desenvolvimen-to estão entre as constatações iniciais.

programas setoriais e matriz tributária do rs - 3 de agosto

a estrutura tributária e os 22 setores da economia gaú-cha que serão objeto da política industrial, em elaboração, foram apresentados e debatidos no conselho. na ocasião, os conselheiros tomaram conhecimento da atual carga tri-butária, do montante de incentivos econômicos, além dos critérios que determinaram a eleição dos setores considera-dos estratégicos ao desenvolvimento do rs.

programa de desenvolvimento para o rs - 8 de setembro

as medidas do governo estadual de estímulo o setor produtivo, com foco nas potencialidades específicas do es-tado, foram apresentadas aos conselheiros pelo governa-dor, antes de seguir para o Legislativo. Foram debatidos e receberam contribuições do cdes-rs: o programa de sub-venção de Juros (programa investe rs), novo Fundopem e programa de economia da cooperação e pró-inovação.

contribuições para o conselho de comunicação - 21 de outubro

Jornalistas, estudiosos, especialistas, estudantes, asses-sores de imprensa, professores, blogueiros, representantes de entidades empresariais e de comunicação comunitária participaram do debate sobre a criação de um conselho estadual de comunicação, proposto pela ct cultura e co-municação.

extrema pobreza é mais rural do que urbana - 1º de novembro

“desenvolvimento rural: o campo que queremos” foi o tema do debate realizado na Feira do Livro, onde foi deba-tido, junto com a Fundação de economia e estatística (Fee), oquadrodeextremapobrezade2,87%dapopulaçãogaú-cha. são mais de 300 mil pessoas nesta situação, foco do programa rs mais igual.

pesca tem atenção de câmara setorial - 21 de novembro

a pesca no rs começa a ser tratada como uma câmara setorial. essa foi a deliberação principal do debate realizado em rio grande, ocasião em que foi criado um grupo de tra-balho para tratar das atividades do setor pesqueiro gaúcho, que reúne cerca de 22 mil pescadores artesanais e 30 mil piscicultores.

Diálogos Regionais:demandas de cachoeira do sul estão em andamento - 28 de julho

implementação de ensino superior público com a exten-são de uma unidade da UFsm, apoio na criação e forta-lecimento de agroindústrias para ampliação de empregos, crédito assistido às microempresas, ações para estimular o jovem no meio rural, financiamento para habitação popular, programas de aproveitamento da água, projetos integrados de tratamento de resíduos sólidos e implementação do por-to de cachoeira foram alguns dos pedidos apresentados no encontro. compareceram lideranças de vários municípios da região e 14 representantes de secretarias de governo.

pelotas: as oportunidades da zona sul - 12 de setembro

aproveitar os investimentos no polo naval, os novos empreendimento de energia eólica, a duplicação da rodovia entre rio grande e pelotas, os investimentos em petróleo e gás, a implantação de novas indústrias e os investimentos em reflorestamento, os programas setoriais nas economias tradicionais sincronizados entre esfera federal e estadual e a prioridade no desenvolvimento da metade sul pelo gover-no foram pautas em pelotas, em 12 de setembro, reunindo participantes dos 22 municípios da Zona sul.

santa cruz do sul: a diversificação de cultura - 14 de setembro

debater iniciativas para o desenvolvimento levou lide-ranças das regiões do vale do rio pardo e centro-serra ao seminário realizado em santa cruz do sul. o estímulo à di-versificação de culturas para os agricultores da região, que é responsável por grande parte da produção de fumo do rs, foi um dos principais temas da atividade.

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ao longo do primeiro ano de trabalho do cdes-rs, os conselheiros tiveram várias oportunidades de colocar em prática suas funções de aconselhamento e assessoria ao governador. além dos temas tratados no âmbito das câ-maras temáticas, o conselho foi convocado para contri-buir na formatação e definição de diretrizes em projetos na área do desenvolvimento estratégico ao futuro da eco-nomia gaúcha.

os conselheiros construíram uma metodologia para análise, avaliação e apresentação de propostas, que contri-buiu para a qualificação da vida pública. pela importância dos trabalhos requeridos, o governo estadual colocou em prática o que é a vocação dos conselhos: a democratização da gestão.

antes de formular programas e políticas públicas para o desenvolvimento, ou mesmo adotar mecanismos de apoio ao setor produtivo, o governo do estado fez ques-tão de que as propostas fossem submetidas à consulta do colegiado para apreciação e contribuições.

assim ocorreu com o programa de sustentabilidade do estado, com o plano plurianual, a reestruturação da previ-dência, a política industrial e a formulação dos programas de apoio aos setores produtivos.

secretários de estado de diferentes pastas e dirigen-tes de autarquias se fizeram presentes nos encontros para subsidiar os conselheiros e disponibilizar informações.

1) programa de sustentabilidade do estadoo programa de sustentabilidade do estado foi apre-

oS gRaNDES tEmaSDo EStaDo paSSam pEla aNálISE Do CoNSElho

antes de formular programas e políticas públicas para o

desenvolvimento, o governo consulta o colegiado.

sentado aos conselheiros no dia 5 de maio. a proposta do governo tinha o objetivo de equilibrar as finanças estadu-ais, ampliar a capacidade de investimento e apresentar so-luções estruturais para temas como a previdência pública.

num período de 15 dias, conselheiras e conselheiros realizaram mais de 10 reuniões e debates em diferentes instâncias do cdes-rs, resultando em mais de 30 suges-tões que foram, em boa parte, incorporadas como medi-das de governo.

após receber o relatório de concertação com as con-tribuições ao plano de sustentabilidade, o governo enviou correspondência aos conselheiros informando o encami-nhamento de cada uma das sugestões. os projetos do exe-cutivo foram aprovados pela assembleia Legislativa do rs no dia 29 de junho.

entre as sugestões apresentadas pelos conselheiros está o aumento do percentual no pagamento de requi-sições de pequeno valor; modernização da gestão patri-monial do estado; transparência nas desonerações fiscais;

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Setores estratégicosprioritários: indústria oceânica e polo naval, a

agroindústria e o setor automotivo e de implementos rodoviários;

preferenciais: o setor de reciclagem e despolui-ção, máquinas e implementos agrícolas e o setor de madeira, celulose e móveis.

especiais: biocombustíveis, semicondutores, ener-gia eólica, saúde avançada, indústria da criatividade, equipamentos para petróleo e gás, produtos de bor-racha e material plástico, software, eletrônica e auto-mação e calçados e artefatos.

renegociação da dívida com a União e busca de fontes alternativas de receita, como a cobrança de iss das opera-doras de cartões de crédito (medida em estudo).

2) plano plurianual é amplamente debatidono dia 2 de junho, o cdes-rs recebeu a atribuição de

contribuir com a proposta do plano plurianual. os con-selheiros produziram um relatório de concertação com sugestões que foram incorporadas pelo governo. Foram incluídas iniciativas nas áreas da educação, fortalecimen-to do sistema básico de saúde, diversificação produtiva no meio rural, prevenção e enfrentamento da violência contra mulheres, melhoria na malha rodoviária, programas de sa-neamento, entre outros (íntegra do documento na biblio-teca do site).

além de ouvir os conselheiros, o plano foi debatido participativamente em assembleias nas nove regiões fun-cionais do estado, onde foram recolhidas sugestões dos maisdecincomilparticipantesdas28regiõesdosCoredes.

alcançar o crescimento do investimento, do emprego e da renda, elevar a qualidade de vida e erradicar a pobreza extrema, aprimorar a cidadania, promover o desenvolvi-mento regional, a paz e os valores republicanos foram as metas que orientaram o governo na construção do ppa 2012/2015.

“este diálogo aberto, todos juntos na mesma mesa, é muito positivo. como conselheira, tenho a expectativa de que o processo democrático deste novo espaço inspire conselhos similares em outros lugares do mundo”, regis-trou a porta voz do então comitê gestor do cdes-rs, a desembargadora maria Benerice dias.

3) política industrial é analisada em agosto, o governo apresentou ao conselho as li-

nhas da nova política industrial para o desenvolvimento econômico. o programa engloba ações específicas para 22 setores produtivos. o objetivo da iniciativa gaúcha é as-segurar a competitividade e promover o desenvolvimento econômico e social do estado, além de tornar a nova es-tratégia compatível e sintonizada com o programa federal plano Brasil maior, lançado um dia antes da apresentação.

a proposta compreende os principais setores da eco-nomia tradicional do rs, bem como um conjunto de seto-

res novos ou estratégicos para o estado. Foi apresentado o sistema de desenvolvimento do rs, criado para atender todos os setores da diversificada economia gaúcha e iden-tificar setores estratégicos que serão alvo das iniciativas do governo.

várias virtudes produtivas gaúchas foram destacadas no encontro, como a condição de segundo parque mais diversificado do Brasil; primeiro polo da indústria de equi-pamentos de transporte; primeiro polo da indústria de equipamentos agrícolas; segundo polo metalmecânico; segundo polo da indústria de máquinas; segundo polo de indústria petroquímica, plásticos e borracha; segundo polo da indústria eletroeletrônica e segunda maior federação de indústrias do Brasil, com 45.000 empresas industriais associadas.

os conselheiros concordaram com as premissas apre-sentadas, esclareceram dúvidas sobre diferentes temas e fizeram contribuições. “o antagonismo e as disputas polí-ticas nos enfraqueceram ao longo dos últimos anos, cená-rio agravado pela crise internacional, o prejuízo às expor-tações devido ao preço do dólar, resultando na tendência de desindustrialização”, observou o conselheiro osvaldo voges, saudando os debates no cdes-rs como uma forma de superação dessas características.

4) programa de desenvolvimento para o rio grande do sul

Nodia8desetembro,noPalácioPiratini,oGovernodo estado apresentou aos membros do conselho e às re-presentações da sociedade civil quatro medidas destinadas a acelerar o desenvolvimento, ampliar os investimentos, promover a inovação e fortalecer as cadeias produtivas regionais. as medidas foram detalhadas com a intenção de ouvir contribuições, antes de encaminhar os projetos à apreciação da assembleia Legislativa. os conselheiros fi-zeram várias sugestões, como a proposta do conselheiro cláudio Bier para a criação de um programa de irrigação, acolhida pelo governo na mesma reunião.

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1. programa investe rs – subvenção de juros concessão de subsídio de taxas de juros para operações

de crédito do Bndes (programa de sustentação do investi-mento–PSI,comjurosanuaisde4%a10%)destinadasàprodução e aquisição de bens de capital (como máquinas e equipamentos) e para a inovação tecnológica. o tesouro do estado vai custear financiamentos concedidos por meio do sistema Financeiro estadual (Banrisul, Brde ou Bade-sul) a empresas do setor produtivo, exclusivamente para aplicação em projetos executados no rio grande do sul, tornando-asmaiscompetitivas.Lei13.838,de5/12/2011.

2. novo fundopemenfatiza a utilização de conteúdo local nas compras das

empresas incentivadas; reforça a desconcentração regional ao aumentar os incentivos às regiões menos desenvolvidas. ao mesmo tempo, foca na contrapartida das empresas e na simplificação de regras, facilitando o acesso pelas em-presas, especialmente as pequenas e médias. além disso, propõe tratamento diferenciado para as cooperativas do Estado.Lei13.843,de05/12/2011.

3. pró-inovaçãoalteração na regulamentação da Lei 13.196/2009,

melhorando e potencializando o incentivo fiscal voltado à inovação e à pesquisa científica e tecnológica, para contri-buir para o desenvolvimento socioeconômico integrado e sustentável por meio de incentivo fiscal a empresas inova-doras que tenham atividade de pesquisa, desenvolvimento eInovação.Decreto48.717,de20/12/2011.

4. política de economia da cooperaçãoinstitui a política estadual de Fomento à economia da

cooperação para promover o desenvolvimento econômico dos territórios através dos programas de Fortalecimento de cadeias e arranjos produtivos Locais (apLs), redes de cooperação, do cooperativismo, da economia popular so-lidária. cria também a extensão produtiva para empresas e cooperativas, que fornece assessoria, consultoria e capaci-taçãodiretaaosempreendimentosprodutivos.Lei13.839,de 05/12/2011.

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os atuais processos democráticos vem sendo sacudi-dos em várias partes do mundo pela exigência dos cida-dãos por maior participação. as manifestações na europa, estados Unidos, mundo árabe e em várias outras partes apelam por maior transparência do estado e pela vigência de mecanismos que permitam maior influência nas deci-sões da máquina pública. a radicalização democrática na gestão vem ocorrendo de forma diferenciada em cada na-ção, dependendo de seus processos de escuta e equilíbrio na implementação da vontade da maioria da população.

no caso do Brasil, a dimensão territorial é um elemento que favorece a heterogeneidade da informação da popula-ção e de diferentes experiências nos estados da federação pela pluralidade cultural.

o rio grande do sul assumiu nas últimas duas décadas a liderança no processo de democracia participativa e acu-mulou um patrimônio conhecido e reconhecido nacional e internacionalmente.NaesteiradaConstituiçãode1988eda vitalidade dos movimentos populares, diversos proces-sos participativos foram inaugurados no estado e experi-mentados: o orçamento participativo, a consulta popular, os conselhos regionais de desenvolvimento (coredes) e os seus correspondentes municipais, os comudes, os conse-lhos de direitos e de políticas públicas e as conferências temáticas, que reúnem especialistas em políticas públicas, governamentais e da sociedade civil, para avaliar e propor novos objetivos e metas.

agora, o rs está diante de um desafio que representa um novo avanço para aprofundar a participação cidadã e consolidar a democratização da vida pública. esse patrimô-nio acumulado, junto com os modernos instrumentos de comunicação, diminui as distâncias entre os cidadãos e as instituições, ao mesmo tempo em que desafiam o governo a criar uma síntese que integre e avance na consolidação dos processos participativos como perfil de gestão pública.

o chamado sistema de participação popular e cidadã que está sendo estruturado no rs é a possibilidade de um estágio superior de organização do estado. o cdes-rs é parte do sistema e exercerá um papel crucial na realização desse projeto.

Conheça as ferramentas do Sistema aplicadas em 2011

• PPA Participativoem março, abril e maio, foi elaborado de forma participativa o plano pluria-

nual – ppa para o período de 2012 a 2015, com a realização de nove seminários regionais, que reuniram 6 mil lideranças do estado e 350 instituições, com a apre-sentação de 12 mil manifestações, traduzidas em 23 áreas e 67 programas.

• CDES-RSinspirado na experiência do conselhão nacional, o governo gaúcho instalou o

(cdes-rs). com 90 conselheiros, câmaras temáticas e reuniões regionais, o con-selho trabalhou na elaboração de diretrizes para o desenvolvimento do estado.

• Orçamento de 2012em maio, junho e julho, foi elaborado o orçamento de 2012, com o envolvi-

mento de 60 mil pessoas nas três primeiras etapas – audiências públicas regionais, assembleias municipais e microrregionais e fóruns regionais. mais de 1,1 milhão de pessoas votaram na votação das prioridades.

• Gabinete Digitalo governo do estado criou o gabinete digital, ligado ao gabinete do go-

vernador, como um instrumento de participação virtual. É um novo modelo de diálogo com as redes sociais e as práticas virtuais, conquistando cinco prêmios nacionais.

• Interiorizações e os Encontros para o Desenvolvimentoas interiorizações e os encontros para o desenvolvimento, presididas pelo

governador, levaram milhares de pessoas às reuniões com a instalação do gover-no em 11 cidades do interior.

• Programa de Combate às Desigualdades Regionaiso desenvolvimento do programa de combate as desigualdades regionais

– coordenado pelo gabinete do vice-governador – é executado de forma trans-versal. trabalha em nove regiões com baixo Índice de desenvolvimento sócio-eco-nômico (idese) e de menor potencial.

• Gabinete dos Prefeitos e Relações Federativaso gabinete dos prefeitos e relações Federativas estabeleceu um local privile-

giado de articulação municipal, além de acompanhar os seminários regionais do ppa participativo.

• Conferências Setoriais e de Direitosos conselhos de políticas setoriais estaduais estão em fase de reconstrução

das relações com o governo estadual, criando condições de funcionamento e pre-parando representantes do governo nos conselhos para melhor atuarem na políti-cas públicas. ao longo do ano, ocorreram conferências estaduais, antecedidas de significativo número de conferências municipais.

CDES-RS INtEgRa SIStEma EStaDual DE paRtICIpação CIDaDã

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guaÍba: obRaS Na áREa INDuStRIal Dão NovaS pERSpECtIvaS à REgIão

a área industrial de guaíba será o endereço de pelo menos seis empresas que confirmaram a instalação de plantas com investimentosdeaproximadamenteR$425milhões e a geração de 1500 empregos diretos.

os primeiros empreendimentos confirmados são: te-rex Latin américa comércio de equipamentos pesados de construção Ltda; Fate pneus do Brasil; c g Holding Brazil; international pet; gaya extração e transportes Florestais Ltda e andrita-supply service.

o governo do estado anunciou em 27 de junho o in-vestimentode R$100milhões na áreade932hectaresem obras de infraestrutura, incluindo redes de distribui-

ção de energia elétrica de alta tensão; rede de distribuição de água potável; rede coletora de esgoto tratado; sistema de macrodrenagem da área; implantação da via lateral à Br-116; construção da avenida central; e a duplicação da estrada do conde e da avenida nei Brito.

os novos investimentos são estratégicos para indústria gaúcha e têm a intenção de estimular o desenvolvimento da região, a promoção de emprego, renda, paz social, in-clusão social, diálogo e progresso para a região.

Trabalho intensivo e integrado

estes resultados foram a consequência de um proces-so de concertação, iniciado em 7 de janeiro por meio da criação de um grupo de trabalho para elaborar propostas visando efetivar a instalação de empresas nesta área de propriedade do estado.

em cinco meses de trabalho, foram realizadas quatro reuniões gerais, envolvendo todas as empresas interessa-das na área, secretarias integrantes do grupo de traba-lho, governo Federal, prefeitura municipal de guaíba e convidados, além de técnicos vinculados ao estado e às empresas.

a atividade resultou em adequações legais, licencia-mentos, transformação do distrito industrial em Zona mista para indústrias, centros de distribuição e serviços. e, ainda, a garantia de que o governo estadual viabilizará a infraestrutura necessária para operação das empresas.

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as câmaras temáticas são grupos de trabalho consti-tuídos tanto por solicitação do governo como pelos conse-lheiros e conselheiras, com o objetivo de aprofundar deba-tes sobre diferentes assuntos.

esses colegiados são compostos por conselheiros e re-presentantes da administração pública estadual, direta e indireta, além de especialistas convidados. são regidas pela Lei 13.656 de 07 de janeiro de 2011, com normas estabe-lecidas no regimento interno do cdes-rs e no guia Básico de procedimentos.

têm como objetivos realizar estudos e discussões, ado-tar posições sobre os temas definidos, sugerir e propor ações, notas e relatórios de concertação, que depois se-guem para a aprovação do pleno do conselho.

podem funcionar simultaneamente até 12 câmaras temáticas. cada uma tem um assessor responsável por subsidiar os conselheiros e organizar o trabalho. também podem constituir um comitê gestor para operacionalizar as decisões do grupo.

são encerradas quando alcançam os fins a que se des-tinam.

os conselheiros podem se inscrever para integrar qual-quer uma das câmaras, de acordo com a identidade com o tema, o grau de interesse ou para aprofundar os conhe-cimentos sobre o assunto debatido.

as dinâmicas do trabalho são definidas pela própria câmara, que mantém pelo menos uma reunião mensal, intercalada com outras atividades. nas páginas a seguir, podem ser conferidos os resultados de cada uma.

CâmaRaS tEmátICaS apRofuNDam oS DEbatES

Espaços de estudos e formulação

em 2011, 16 câmaras temáticas entraram em fun-cionamento e cinco encerraram seus trabalhos. a câmara da previdência, por exemplo, concluiu o objetivo a que se propôs no primeiro semestre e foi reaberta com o mesmo nome, mas com outra finalidade no segundo semestre.

a câmara pacto gaúcho pela educação também cum-priu seu objetivo no primeiro semestre, e outra câmara de educação foi reaberta para tratar da qualidade do ensino.

câmaras em atividadeciência, inovação e desenvolvimento tecnológicocultura e comunicaçãoeconomias do campoeducação indústria naval, petróleo, gás natural e setor energéticoinfraestrutura e Logísticamodernização do estadoPrevidência–2ªetapaproteção social

câmaras encerradascadeia produtiva do setor coureiro-calçadista desenvolvimento da região da serra e arranjos produtivos Locaisdesenvolvimento da região metropolitanapacto gaúcho pela educaçãopedágiospiso regionalPrevidência–1ªetapa

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melhorar a qualidade da educação, capacitar professo-res e aproximar o ensino das necessidades do mercado fo-ram alguns dos objetivos da câmara temática pacto gaúcho pela educação. a câmara foi precedida por um grupo de trabalho criado em janeiro de 2011, que preparou dados para os trabalhos do colegiado. as atividades da câmara temática iniciaram em 6 de abril e sua conclusão ocorreu em 7 de julho de 2011 com a entrega do relatório de con-certação para o governo do estado.

o governo estadual acolheu as recomendações cons-tantes no relatório de concertação e, em agosto, lançou o pacto gaúcho pela educação profissionalizante, técnica e tecnológica para contribuir na elaboração, proposição e execução de políticas públicas voltadas à promoção do co-nhecimento, pesquisa e qualificação profissional de profes-sores de nível superior e servidores públicos estaduais em diferentes instâncias do poder público. também é direcio-nado a alunos do ensino médio e profissionalizante e à ca-pacitação de trabalhadores para o setor produtivo gaúcho.

paCto pEla EDuCação foRtalECE o DESENvolvImENto Do RS

“Nações mais desenvolvidas nos ensinam que educação

e desenvolvimento são indissociáveis”

Diretrizes do Pacto - Formação de uma rede entre o governo do

estado, Uergs, as Universidades Federais, as Uni-versidades comunitárias, os institutos Federais (iFs) e os centros de pesquisa, tecnologia e inovação para promoção do conhecimento, incentivo à pes-quisa e à inovação e capacitação para os trabalha-dores.

- criação de um comitê gestor do pacto gaú-cho pela educação, por decreto, vinculado ao ga-binete do governador, com atribuição de coorde-nar a rede.

- Fortalecer a Universidade estadual do rio grande do sul (Uergs) e resgatar seu papel na pro-moção do conhecimento, no incentivo à pesquisa e inovação tecnológica, vinculando a educação com a realidade econômica, social e cultural regional, disponibilizando o conhecimento produzido em fa-vor do avanço no desenvolvimento do estado.

- constituição da câmara temática educação, com foco na qualidade do ensino.

câmara temática pacto gaúcho pela edUcação

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para Heitor muller, da Fiergs, “nações mais desenvol-vidas nos ensinam que educação e desenvolvimento são indissociáveis”, o que reforça a importância do pacto. o conselheiro celso Woyciechowski afirmou que, com o pac-to, “o rio grande do sul dá mais um passo para consolidar um novo modelo de desenvolvimento: sustentável, inova-dor e humanista”.

Qualidade do Ensino é foco da segunda etapa de debates

após o encerramento da câmara do pacto pela educa-ção, os conselheiros deliberaram pela criação de uma câ-mara com foco na qualidade da educação, reafirmando-a como prioridade central para o desenvolvimento susten-tável.

a nova câmara temática educação foi instalada em 19 de outubro, tendo como proposta discutir um conjunto de ações voltadas à melhoria da estrutura física das escolas, à recuperação da preparação e dignidade do trabalhador em educação e a preocupação em melhorar os conteúdos a serem ministrados.

Apoio às mudanças no Ensino Médio e na Avaliaçãoas propostas de mudanças no ensino médio e no

sistema de avaliação dos professores tem o apoio dos conselheiros da câmara temática educação. após co-nhecer o teor das propostas do governo, o colegiado avaliou a importância e a necessidade das mudanças e emitiu uma nota de recomendação no dia 23 de novembro. “os conselheiros presentes manifestam so-lidariedade à essência dos projetos apresentados pela secretaria da educação, apoiando a formação dos pro-fessores com qualidade para que se promova a realiza-ção do projeto do ensino médio e solicitam ao governo estadual a ampliação do prazo e do processo de deba-te”, diz o documento entregue ao governo estadual.

as mudanças no ensino médio estão sendo promovidas para alterar o quadro de baixas taxas de rendimento e altos índices de evasão e reprovação na rede estadual de ensino público dos últimos cinco anos.

também neste documento o colegiado reforça o pedido de que a educação esteja “no centro do debate da sociedade gaúcha”. os conselheiros recomendam uma política de estado para a valorização do professor e dos trabalhadores em educação.; incentivo à pesquisa e à inovação tecnológica articulados aos setores produti-vos e a universalização do ensino médio com a retoma-da da qualidade do ensino, sua identidade e objetivos na formação do aluno.

Uergs fortalecida no ano em que a Universidade do rio grande do

sul (Uergs) comemorou uma década de existência, o governo dedicou atenção especial à sua reestrutura-ção e fortalecimento. atendendo às recomendações dosconselheiros:ampliouem30%oorçamentopara2012; busca recompor o quadro de profissionais, através da realização de concurso público e da ela-boração de uma proposta de plano de carreira para os servidores, entre outras medidas. atualmente, a instituição está presente em 24 municípios, com ofer-tade18cursos;contacom2.025estudantese131docentes. o objetivo é que até 2014 seja ampliado o números de alunos e de docentes, atendendo, dessa forma, as necessidades do estado.

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por unanimidade, os integrantes da câmara temática pedágios aprovaram, em 26 de outubro, o relatório de concertação entregue ao governo do estado durante a última reunião do ano do pleno do conselho de desen-volvimento econômico e social (cdes-rs), realizada em 1º de dezembro.

diante da insatisfação da população com o modelo implementadoem1998,comtérminoprevistopara2013,um amplo diálogo foi realizado desde abril de 2011 com a sociedade, colhendo estudos, opiniões e contribuições para garantir estradas de qualidade, mobilidade social e escoamento da produção.

entre os itens aprovados, estão a não renovação dos contratos atuais, modelos adaptados a cada caso, extinção de praças em perímetros urbanos, mecanismos de transpa-rência e fiscalização permanente.

pEDágIoS: CoNSElhEIRoS apoNtam Novo moDElo DE gEStão DE EStRaDaS

Quadro atualdo total da malha rodoviária gaúcha de 155 mil

km,apenas9,8%sãopavimentados.Dototalpavi-mentado, 2700 km são pedagiados. atualmente, o rs tem três modelos:

pedágios comunitários: nas praças de coxilha, na rs-135; praça de campo Bom, na rs- 239; praça de portão, na rs-240;

programa estadual de concessão rodoviária – pecr: vacaria (3 praças de pedágio); Lajeado (5 pra-ças); metropolitano (5 praças); gramado (3 praças); caxias do sul (4 praças); santa cruz do sul (3 praças); carazinho (4 praças).

programas Federais: como o polo rodoviário de pelotas e Br-290, entre outros.

Participação da sociedadeparticiparam deste processo de formulação de dire-

trizes estratégicas sobre o novo modelo conselheiros e conselheiras, entidades representativas e movimentos da sociedade civil e órgãos governamentais. também foram ouvidos representantes da concessionária Univias, que apresentaram sugestões ao tema após a aprovação do re-latório no colegiado. os conselheiros deliberaram por ouvir a empresa, mas mantiveram o relatório de concertação.

futuras concessões devem garantir estradas

de qualidade, mobilidade social e escoamento da

produção.

câmara temática pedágios

camila domingUes

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Conclusões e recomendações • AsatuaisconcessõesestabelecidasatravésdoPrograma

estadual de concessão de rodovias – pecr – não de-vem ser renovadas e um novo modelo de financiamento rodoviário no rio grande do sul irá vigorar a partir do encerramento dos atuais contratos, em 2013. o gover-no estadual deverá notificar as atuais concessionárias do fato, bem como buscar pactuar com a União a forma mais adequada para a gestão qualificada destas rodo-vias.

• Esgotadastodasasinstânciastributárias,omodelodefi-nanciamento de infraestrutura rodoviária não será único e utilizará, mediante concessões públicas ou privadas, as diferentes modelagens previstas na legislação.

• Esgotadasaspossibilidadesdefinanciamentodainfra-estrutura rodoviária via recursos próprios do estado, investimentos federais e financiamentos externos, pode-rão ser adotados diferentes modelos de pedagiamento, tendo por base o instituto da concessão, da parceria público-privada ou do instituto de pedágio público ad-ministrado diretamente pelo estado, conforme neces-sidade dos projetos, a melhor alternativa definida por estudos de viabilidade técnica econômica e ambiental – evtea – e impacto social, levando em consideração a realidade e a necessidade de cada região, bem como o interesse geral do estado. no caso de concessões à iniciativa privada, deverão ser realizados certames licita-tórios independentes para cada projeto.

• Os Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Am-biental – evteas – e o impacto social definirão a melhor solução para cada segmento elencado como passível de concessão, atendendo as necessidades de cada projeto, bem como a mobilidade, o escoamento e a realidade de cada região.

• OsEVTEAseestudossobreoimpactosocialdevemsercontratados pelo governo do estado no ano de 2012. deverão ser desenvolvidos dentro de critérios claros, ob-jetivos e consagrados nos respectivos termos de refe-rência.

• AavaliaçãodasalternativasdeExecuçãodoProjetoBá-sico é requisito necessário para indicar a modalidade de execução que oferece maiores vantagens no emprego dos recursos públicos, para comprovar a conveniência

da contratação dos investimentos pela modalidade in-dicada: contrato de serviço e obras; concessão autos-sustentada (pública ou privada); concessão patrocinada (pedágio mais subsídio público).

• Asdemandasregionaisdeverãoserincluídasapartirdesua definição em audiências públicas onde se definam li-mites aplicáveis e aceitáveis de tarifa, taxa interna de re-torno, investimentos, melhorias e operação, permitindo um modelo sustentável, de custo de capital compatível, adaptado e inserido na realidade regional e de mercado.

• Aconcessãodosserviçospartedoprincípiodanecessi-dade dos investimentos em ampliação e modernização das rodovias, além de garantir os serviços de manuten-ção, conservação e atendimento ao usuário. para tanto, o governo estadual deve proporcionar a realização de estudo detalhado sobre a atual situação das rodovias concedidas, eventuais desequilíbrios econômicos e fi-nanceiros e alternativa de modelos a serem adotados.

• OsatuaiscontratosdoPECRpreveemapenasamanu-tenção e conservação das rodovias, sem atender a pos-sibilidade de sua ampliação e modernização. o estudo a ser realizado pelo governo estadual, além de analisar a inclusão das demandas regionais definidas em audi-ências públicas, deverá analisar as condições atuais das rodovias concedidas, melhorias necessárias e eventuais ampliações de capacidade.

• Ovalorpagopelousuáriodeveserproporcionalaosbe-nefícios por ele recebidos, com limite da taxa interna de retorno – tir – definido quando da licitação e custos aos usuários inferiores aos praticados atualmente.

• Quando da concessão à iniciativa privada, haverá se-gurança nas relações contratuais, correta atribuição de riscos dos empreendimentos às partes, condições ne-cessárias para garantir o equilíbrio contratual e a justa remuneração das empresas.

• Onovomodelodevepreveracriaçãodemecanismospermanentes de fiscalização pública e controle social que garantam a sua plena transparência.

• Independentemente domodelo adotado, os projetosdeverão conter equipe composta por veículo apropria-do, motorista e profissionais da área da saúde, vinte e quatro horas por dia, para resgate e imediato atendi-mento pós-trauma das vítimas de acidentes de trânsito, visando a aumentar a possibilidade de salvamento e a diminuir o número de óbitos por ausência de socorro profissional.

• FormaçãodeGrupodeTrabalhodoGovernoEstadualpara a condução do processo que resultará no novo mo-delo a ser implementado a partir de 2013.

• Extinçãodepraçasdepedágioslocalizadasemperíme-tros urbanos que dificultem o livre trânsito dos mora-dores, como é o caso da praça de Farroupilha, na serra gaúcha.

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CRIaDo CoNSElho DElIbERatIvo mEtRopolItaNo

a assembleia Legislativa aprovou em 6 de dezembro o projeto de Lei complementar 273/2011, que institui o conselho deliberativo metropolitano (cdm). este novo arranjo institucional representa a reconstrução de uma gestão articulada, inexistente desde o início da década de 1980.

o cdm reunirá diferentes entes federativos que terão por atribuição definir as diretrizes e ações de planejamento e gestão deste aglomerado populacional em áreas como saúde, mobilidade urbana, transporte público, habitação, entre outros.

a criação do cdm representa uma ampla pactuação realizada a partir do conselho de desenvolvimento eco-nômico e social (cdes-rs), onde a proposta foi discutida e acordada por diferentes atores sociais, especialistas, em-preendedores, movimento social e prefeituras.

“este projeto atende uma necessidade antiga e foi construído da melhor maneira possível, numa combinação do atendimento do desejo das prefeituras com a vontade política do governo estadual”, registra a conselheira maria

alice Lahorgue, economista e professora especializada em desenvolvimento.

a proposta foi construída pelos prefeitos dos 32 mu-nicípios da região em debates e diálogos no cdes-rs, durante diversas reuniões ao longo do primeiro semestre, na câmara temática desenvolvimento metropolitano. É o primeiro projeto formulado por conselheiros e aprovado pelo Legislativo.

“Este projeto atende uma necessidade antiga. foi

construído da melhor maneira possível, numa combinação

da vontade dos prefeitos e do planejamento do governo”.

câmara temática desenvolvimento metropolitano

maria alice lahorgue

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para atender a essa demanda histórica, o governo esta-dual criou um grupo de trabalho ainda no dia 7 de janeiro, dando início às reuniões entre governo e municípios. após a implementação do cdes-rs, o assunto transformou-se em câmara temática, e recebeu contribuições dos conse-lheiros, diferentes organizações municipais e estudiosos do tema.

o colegiado que debateu o tema no cdes-rs concluiu suas deliberações no dia 7 de julho, durante reunião do pleno. para a conselheira maria alice, que é doutora em economia regional, o resultado foi plenamente alcançado. “a câmara possibilitou a reunião da vontade e o acúmulo dos prefeitos com o que já existia de conhecimento técnico para a região”, resumiu.

“a aprovação do cdm constitui um novo nível de ges-tão pública que integra municípios, estado e governo fede-ral para beneficiar a população da região metropolitana. este fato é inédito e pode representar um exemplo para o restante do Brasil”, avalia o conselheiro mauri cruz.

Gabinete de Governança Metropolitana

será criado ainda o gabinete de governança metropo-litana (ggm), integrado à Fundação estadual de planeja-mento metropolitano e regional (metroplan), que proverá as condições para a execução das ações deliberadas pelo cdm e para o seu funcionamento. os conselheiros indica-ram ainda o fortalecimento administrativo e institucional

Composição do CDM em suas instâncias, o cdm terá o pleno e a diretoria executiva. o pleno será composto pelo governador do esta-

do, que presidirá o cdm; pelos prefeitos dos municípios que integram a rmpa; seis secretários de estado indicados pelo governador do estado; seis representantes da sociedade civil, indicados pelo governador do estado, preferen-cialmente entre os conselheiros do cdes-rs e dos conselhos regionais de desenvolvimento; cinco convidados da sociedade civil, preferencialmente de diferentes coredes; e a União Federal será convidada a participar do cdm, sendo-lhe asseguradas três cadeiras no pleno.

a diretoria executiva terá a seguinte composição: cinco prefeitos; cinco representantes da administração esta-dual; três representantes da sociedade civil.

Região concentra 40% da população e 50% do PIBa região é integrada por cinco coredes com fortes características metropolitanas e interações entre si: centro-sul,

metropolitano delta do Jacuí, vale do rio dos sinos, vale do caí e paranhana-encosta da serra. representa em torno de 50%doPIBdoEstadoeconcentraemtornode40%dapopulação,deacordocomdadosdaFundaçãodeEconomiae estatística.

É polo de serviços e indústria, tendo os mais fortes carregamentos em viagens entre eles e as mais densas redes de transportes. os municípios mantêm importantes correlações entre si em empregos, rede urbana, infraestruturas de comunicações, frequência a universidades, centros de pesquisas e serviços de saúde.

entre as competências do cdm está o de estabelecer as diretrizes para o desenvolvimento da rmpa; planejar o desenvolvimento estratégico; propor e aprovar o plano diretor da rmpa e o plano plurianual; identificar ações metro-politanas prioritárias, propondo sua incorporação na Lei de diretrizes orçamentárias e na Lei orçamentária anual do estado e dos municípios integrantes da rmpa.

da metroplan para ser o braço técnico e de planejamento da nova estrutura de governança metropolitana.

Agenda de Desenvolvimento

além da criação do cdm e do gabinete de gover-nança, os integrantes da câmara avançaram na proposta inicial e incluíram uma agenda estratégica de desenvolvi-mento para a região pactuada com os diferentes atores deste processo: desenvolvimento territorial, infraestrutura e proteção ambiental, serviços públicos, governança me-tropolitana e cidadania. em cada eixo foram detalhadas ações que competem aos diferentes agentes públicos rea-lizar de forma articulada.

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durante oito meses, foram realizadas diversas reuniões para ouvir as ponderações e propostas das centrais sindi-cais e das entidades patronais com o propósito de formular uma política de reajuste dos pisos salariais do estado, váli-da a partir de 2012. essa foi a dinâmica da câmara temáti-ca piso regional, instalada em 7 de abril, a partir do grupo de trabalho sobre o assunto criado em janeiro de 2011.

As centrais sindicais propuseram reajuste de 18,7%para 2012, tomando por base o inpc, mais o piB e um ín-dice para recuperar as perdas acumuladas desde a criação domínimoregionalem2001,quandocorrespondia1,28acima do salário nacional. os trabalhadores solicitaram que o reajuste vigorasse a partir de 1º de janeiro, a exem-plo do piso nacional, e cumprindo acordo fechado em 2010 com as entidades empresariais. durante as nego-ciações,asfederaçõesadmitiramumreajustede6,53%.

a última reunião do ano ocorreu em 7 de dezembro de 2011, encontro em que as partes mantiveram suas posi-ções sobre os índices, sem chegar a um acordo. esse tema foi o único do cdes-rs que não obteve consenso ao longo do ano.

Ligado à Fiergs, o conselheiro paulo tigre elogiou o processo de negociação no cdes. “as relações foram mui-to harmoniosas e o conselhão nos ensinou neste proces-so”, afirmou, atribuindo ao governador o poder discricio-nário de aplicar o índice que entender adequado frente às variáveis econômicas do rs.

para o presidente da cUt, celso Woychiechowski, o processo de debate realizado no âmbito do conselhão no ano de 2011 foi muito superior aos anos anteriores. “en-tendemos que são necessárias mais reuniões deste cole-giado, porque a cada encontro avançamos em diferentes

pISo REgIoNal: DIálogo ENtRE EmpRESáRIoS E tRabalhaDoRES

pontos”, declarou. o conselheiro aponta que o piso regio-nal é uma importante política de estado para a distribuição de renda e de proteção de categorias que não estão ampa-radas por dissídios coletivos.

Distribuição de renda o governo estadual entregou em dezembro aos diri-

gentes das entidades empresariais um ofício com os argu-mento do governo para a valorização do piso. o docu-mento ressalta que o piratini, assim como fez o governo federal nos últimos anos, aposta no aumento da capacida-de do poder de compra dos trabalhadores como um dos pilares para evitar a recessão da economia.

“a valorização do salário mínimo nacional desempe-nhou papel fundamental, pois é o instrumento mais eficaz de proteção do trabalhador assalariado e de distribuição de renda”, diz o texto.

para compensar o aumento das despesas das empre-sas, o governo estadual adotada uma série de medidas para fomentar e acelerar o desenvolvimento econômico do estado, como os incentivos na área de inovação, o fortale-cimento das cadeias produtivas regionais, o não aumento de impostos, além da reestruturação do Fundopem.

atendendo ao pedido das federações empresariais, o governo do estado retardou para 1º de março de 2012, e não para 1º de janeiro, a data de entrada em vigor do salá-rio regional. porém, a partir de 2013, a data será a mesma do salário mínimo nacional, que é 1º de janeiro.

câmara temática piso regional

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pRopoSta DE CoNSElho DE ComuNICação SoCIal é DEbatIDa No RS

o pleno do conselho chancelou a criação do conse-lho estadual de comunicação social em 1º de dezem-bro, última reunião do ano. o tema esteve em debate na câmara temática cultura e comunicação desde sua instalação, em 26 de maio. o colegiado trabalhou em quatro eixos: políticas públicas de comunicação (criação do conselho estadual de comunicação); sistema público de comunicação; plano estadual de cultura e economia da cultura. durante este período, realizou seis reuniões, resultando em três recomendações ao governador:

- reestruturação e fortalecimento da Fundação cul-tural piratini: medida já acatada pelo governo, com en-caminhamento de contratação de pessoal, ampliação do orçamento e aprovação de concurso público, além de outras iniciativas.

- ampliação dos recursos orçamentários para a se-cretaria estadual da cultura: medida já adotada a partir da inclusão de mais recursos no plano plurianual.

- diretrizes para a criação do conselho estadual de comunicação.

após debate público com a sociedade durante uma ediçãodosDiálogosCDES,em8deoutubro,foiaber-to prazo para recebimento de contribuições à proposta formulada pelos conselheiros. Foi consenso a necessida-

de de criar o conselho de comunicação com a finalida-de de ampliar o diálogo social e a democratização do tema no rio grande do sul.

os integrantes da câmara temática deliberaram ain-da pela criação de um grupo de trabalho constituído no âmbito do cdes-rs para a formatação do projeto de lei que cria o conselho estadual de comunicação, que deverá ser encaminhado para a assembleia Legislativa.

Características do Conselho • Órgãoconsultivodeassessoramentoeaconselha-

mento do poder executivo;• Instânciapúblicadecaráterindependente;• Integrado por representantes da sociedade civil,

instituições e organizações públicas e privadas; • Atuaçãovoluntáriaenãoremunerada;• Atuarcomoórgãodedefesadointeressepúblico

relacionado às políticas públicas de comunicação do estado do rio grande do sul.

câmara temática cUltUra e comUnicação

camila domingUes

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o sistema previdenciário dos servidores públicos do rs foi o tema tratado pela câmara temática previdência pú-blica, proposta pelo governo e instalada em 13 de abril.

com a apresentação do plano de sustentabilidade Fi-nanceira pelo governo em 5 de maio, os debates ficaram focados nas medidas previdenciárias contidas no plano. em 19 de junho, o colegiado encerrou seus trabalhos, re-metendo seu parecer ao governador do estado.

em 9 de agosto, inaugurou a segunda fase focada na regulamentação do regime próprio de previdência do rio grande do sul (rpps) e do Fundo previdenciário (Fundoprev), decorrentes da aprovação da Lei 13757/11 e 13758/11em28dejunhoesancionadaem15dejulho.

em dezembro, liminar da Justiça definiu como incons-titucional a parte do projeto que cobra diferentes alícotas de acordo com os salários. o governo estuda novas alter-nativas para o tema.

Pior situação do Brasil o rio grande do sul tem a pior situação previdenciária

dopaís,comumpassivoacumuladodeR$101bilhões.este quadro exige soluções urgentes porque o déficit anual

pREvIDêNCIa Com gEStão SuStENtávEl E gaRaNtIa DoS DIREItoS

Histórico dos debatesentre os itens do programa de sustentabilidade do

estado, a previdência foi o que recebeu o maior nú-mero de contribuições em 15 dias de debates e cerca de 10 reuniões em maio e junho. pela complexidade e relevância, os conselheiros registraram que o tema mereceria um prazo maior para estudo e propostas.

cresceaproximadamenteR$5,5bilhões.Osdebatestêmaintenção de buscar uma solução a esta situação antiga e de grande interesse para o estado e para a sociedade.

Solução gradual para um antigo problema

não existe solução mágica para esse problema grave e antigo. pela proposta original debatida no conselho, enca-minhada pelo governo e aprovada pelo Legislativo no final de junho, os servidores foram divididos em dois grupos. o primeiro, formado pelos que ingressaram no estado até a

câmara temática previdência

Walter fagUndes

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data da edição da nova Lei, foi incluído no regime Finan-ceiro de caixa ou repartição simples. este grupo passou acontribuir comumaalíquotade14%, sendoque,aosservidoresqueganhamatéR$7.379,32,eraaplicadoumredutorde21,43%,resultandoque80%doquadronãotivessem aumento na sua contribuição. ao estado caberá sempre uma contribuição igual a duas vezes a contribuição dos servidores.

o segundo grupo, constituído pelos funcionários que ingressarem após a data de edição da Lei, integrará o re-gime de capitalização, onde os recursos de contribuição tanto dos servidores como do estado irão para um fundo de previdência, a serem aplicados conforme a legislação federal. neste caso, as alíquotas de contribuição serão de 11%,cabendoaosfuncionárioseaoEstadoomesmoper-centual.

com o modelo proposto, o chamado déficit previ-denciário, a diferença entre a receita e a despesa, ainda aumenta no futuro, mas seria amortizado no longo pra-zo. ao mesmo tempo, a medida permite sustentabilidade financeira para o novo grupo de servidores que ingressa porque os valores arrecadados ficam reservados para os benefícios previdenciários.

os conselheiros constataram que o passivo previden-ciário tem razões históricas e estruturais que não podem ser cobradas apenas de uma geração, mas solucionado de forma gradual. no passado não existia contribuição ou reservas para o futuro. a proposta do governo estanca o crescimento, mas o déficit seria zerado em 70 anos, após a implementação das medidas.

o governo do estado está recorrendo da liminar do tribunal de Justiça, que em 19 de dezembro declarou in-constitucional a cobrança diferenciada entre servidores, determinando que a alíquota permaneça em 11% paratodos os contribuintes.

o executivo deve enviar novo projeto ao Legislativo. para isso, porém as contribuições a serem proporcionadas novamente pelos conselheiros e técnicos do cdes-rs em 2012 serão cruciais para que o governo consiga desenvol-ver uma proposta de qualidade e que represente o consen-so da sociedade gaúcha.

Acordos para a solução o colegiado teve consenso sobre a importância do go-

verno tomar medidas para buscar uma solução estrutural para o crescente passivo previdenciário estimado emR$5,5 bilhões ao ano, que reduz a capacidade de investimen-to do estado. os conselheiros manifestaram acordo na manutenção da previdência pública, da participação dos servidores na gestão do sistema; na manutenção dos di-

reitos adquiridos; que o estado é o agente garantidor do regime; da necessidade de regulamentar o regime próprio de previdência social (rpps), na ampliação das garantias de que os recursos do Fundo serão mantidos exclusivamente para o seu fim e da repactuação da renúncia fiscal, com critérios de transparência e contrapartidas.

Questões não consensuadas

parte dos integrantes da câmara temática manifestou--se contrária ao aumento de alíquotas e à constitucionali-dade do projeto. outros conselheiros sugeriram previdên-cia complementar e de aumento da idade mínina para aposentadoria do servidor público. em relação ao Fundo de capitalização, houve maioria favorável entre os conse-lheiros e ainda indicação de projetos substitutivos à pro-posta apresentada pelo governo.

sugestões para a reestruturação entre as alternativas para construir soluções ao déficit

previdenciário, os conselheiros sugeriram iniciativas como: - necessidade de concurso público para renovação do

quadro e ampliação da receita previdenciária; - ressarcimento de dívidas da União com o estado; - Utilização da receita da venda dos imóveis para o Fun-

do da previdência. - Uso dos recursos da dívida ativa para o Fundo da pre-

vidência. todas as propostas e contribuições foram anexadas ao

relatório e encaminhadas ao governo estadual.

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CoNSElhEIRoS avalIam pRImEIRo aNo DE tRabalho

vários conselheiros e conselheiras opinam sobre

os resultados do trabalho do primeiro ano, as atividades nas

Câmaras temáticas e o que significa esta nova experiência

no Rio grande do Sul.

vergilio frederico perius: com a cons-tituição do cdes-rs, criou-se um fórum de debate sobre temas de importância para o desenvolvimento do rio grande do sul. neste diapasão, as cooperativas gaúchas, que detêm cercade11%doPIBdoEstado, forammui-to influenciadas pelas discussões e conclusões dos encontros realizados em 2011, pois foram feitas sinalizações em direção ao desenvolvi-mento.

alexandrino de alencar: o cdes-rs, neste curto espaço de tempo, atingiu os seus objetivos, principalmente pela transparência na sua dinâ-mica e na profundidade dos temas abordados. dois aspectos merecem destaques: a receptivida-de da equipe da secretaria executiva quanto aos temas novos que surgiram e a interação entre os conselheiros nas câmaras temáticas, o que mos-trou que todos os participantes estavam e estão dispostos a contribuir no objetivo maior, que é o crescimento sustentado do estado do rs.

eduardo rolim de oliveira: 2011 marcou uma nova relação entre o governo e a sociedade, com pluralidade e diversidade de opiniões. temas de relevância foram tra-tados, como o pacto pela educação, a previ-dência e os pedágios.

esse ano foi de aprendizado para nós, o que nos permitirá uma ação mais profícua em 2012. estaremos mais aparelhados para os debates, principalmente no pleno, que deve ter um papel mais intenso, aumentan-do os espaços de polêmica. Já nas câmaras, vamos aprofundar o trabalho, como ocorrerá na de ciência, inovação e desenvolvimento tecnológico.

elton Weber: os debates estão sendo produtivos e positivos, pois é um bom espa-ço para a sociedade trazer os seus anseios, as suas opiniões para as discussões, através dos comitês gestores, que a cada reunião são es-colhidos os temas pertinentes, que afloram mais para as discussões que têm que ser fei-tas. e, por outro lado, ao mesmo tempo em que estamos instalados já há um ano, nós estamos aprendendo.

joão ricardo dos santos costa: conti-nuo a apostar que o conselho de desenvolvi-mento econômico e social conseguirá superar projetos político-partidários para cumprir as propostas e os programas que efetivamente garantam a retomada do desenvolvimento, mas que também assegurem a implementa-ção dos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais previstos na constituição. para tanto, é imperioso que se construam conceitos ligados ao fortalecimento do estado e à valori-zação dos servidores públicos.

claudir néspolo: este espaço plural – reunindo governo, trabalha-dores, empresários, sociedade em geral –, é um elemento fundamental para buscar equilíbrio para desenvolver as políticas públicas. a experiência deste primeiro ano é muito positiva neste sentido. não tínhamos no esta-do este histórico de coesão social num espaço dessa natureza, como é o cdes. estamos aprendendo a conviver com essas ferramentas. mas con-seguimos, por exemplo, do ponto de vista dos trabalhadores, contribuir muito para ajustar as políticas de desenvolvimento e constituir instrumen-tos como o novo Fundopem ou mesmo a manutenção do piso regional.

maria berenice dias: o conselhão nas-ceu questionado sobre qual seria a nossa fun-ção. Uma função que nem nós, que estávamos assumindo como conselheiros, conseguimos identificar num primeiro momento. mas, ao longo do ano, com toda a atividade que foi feita, foi muito profícuo. inclusive fiz parte do comitê gestor em um período de dois meses. É impressionante o comprometimento dos seg-mentos sociais que integram o conselho com as deliberações com a importância da sua res-ponsabilidade.

milton francisco Kempfer: o cdes-rs cumpriu seu papel no primeiro ano do seu funcionamento, pois aproxi-mou o pensamento dos diversos atores sociais, através do aprofundamento no debate de temas importantes e da so-cialização das informações dos diversos órgãos da estrutura do estado. acredito que, a partir desse segundo ano, alguns temas que ainda não tiveram o devido es-paço, como, por exemplo, a saúde, deve-rão ter prioridade nas câmaras temáticas.

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rui polidoro pinto: Faço uma avaliação positiva deste primeiro ano de participação como membro do conselhão. o conselhão permitiu um intenso debate sobre os temas substantivos do estado, dando aos seus in-tegrantes uma visão mais aprofundada das questões internas desses problemas, como: orçamento do estado, pedagogias na reforma do ensino de 2º grau, desoneração do setor produtivo (cooperativas) em produção e co-mercialização de alimentos, previdência do funcionalismo, entre outras.

a nossa expectativa para o segundo ano é positiva para avançar mais com a compreen-são das conquistas e mudanças conjunturais, principalmente.

no início de dezembro de 2011, tivemos reuniões com representantes dos conselhos de portugal, espanha, Uruguai e argentina, além do ministro da área de planejamento estratégico do Brasil. Houve várias apresenta-ções dos grupos participantes. o ex-presiden-te do Bid, enrique iglesias, e os presidentes do conselho de portugal e da espanha fizeram importantes avaliações sobre a crise mundial, mostrando a importância das organizações da sociedade para se engajar no novo pata-mar com mudanças do atual sistema econô-mico, patrimonial e representativo.

franco pallamolla: o cdes-rs ne-cessariamente reflete e refletirá a diversida-de de opiniões e interesses da sociedade civil gaúcha. Já avançamos nesta direção, uma real concertação desses interesses, sem que os segmentos ali representados renunciem à sua identidade e perspecti-vas próprias. isso resultará do seu ama-durecimento pelo debate e pela exigência de sustentação racional das opiniões de cada um. isto será acelerado se o governo, agindo no espaço de legitimidade que lhe é próprio, definir claramente a estratégia global, capaz de articular o conjunto dos pontos de vista ali representados. essa es-tratégia deve ser a de aumentar a capaci-dade de geração de riqueza da economia gaúcha.

jacques távora alfonsin: sou integrante da câmara temática economias do campo. per-mito-me analisar a nossa atividade em três seg-mentos principais. Foi muito limitada e insuficien-te a atividade de ouvir a população necessitada, seus sindicatos, cooperativas, suas ongs, suas en-tidades representativas e movimentos populares do campo. sem essa abertura, a visão de realidade do interior gaúcho ficou bastante prejudicada.

como consequência da deficiência acima identificada, as responsabilidades jurídicas das diversas secretarias de estado, direta ou indireta-mente vinculadas aos problemas rurais, parecem não ter recebido da nossa câmara uma contribui-ção mais eficaz, devendo-se ressaltar, no entan-to, o interesse demonstrado, especialmente pelo secretário da agricultura e pelo secretário pavan, por suas presenças em algumas das nossas reuni-ões como altamente positivas.

É de se esperar que reuniões, como essa e o diálogos cdes em campo novo, possam se rea-lizar com mais frequência e com uma pauta não dependente exclusivamente da administração estadual, mas sim composta por iniciativa tanto de parte do próprio povo do campo, municípios e regiões com problemas comuns, como também de integrantes desta câmara e daquela de prote-ção social.

julio mottin: tive a oportunidade de de-dicar meu tempo e experiência em três temas de vital importância para a economia e para a sociedade do rio grande do sul: previdência, educação e piso regional.

apesar de debate acalorado sobre a previ-dência, o governo demonstrou a situação pre-cária das finanças do estado e do impacto das despesas previdenciárias neste rombo. a pro-posta enviada à assembleia, discutida dentro do conselho, primou pela preservação de direi-tos adquiridos dos funcionários públicos e pela construção de um novo modelo que auxiliará o estado na recomposição de suas finanças no futuro.

na câmara temática educação, com o auxí-lio do secretário de educação e da sua equipe, o pacto gaúcho pela educação nasceu, bem como as propostas de valorização do ensino e dos pro-fessores. ainda são passos pequenos, mas estão na direção correta.

por fim, a discussão sobre o piso regional deixou claras as visões antagônicas entre sin-dicatos de empregados e de empregadores. a câmara temática foi um fórum de ideias muito valioso, onde todos foram respeitados e tiveram voz. apesar das rodadas de debates proporcio-nadas pelo governo, não foi possível buscar um posicionamento comum e coube ao governo ter a palavra final.

leonardo silveira: o cdes-rs em seu pouco tempo de vida conseguiu mate-rializar projetos e despertar debates impor-tantes na sociedade, como, por exemplo, o da democratização da mídia e conselho de comunicação. mas, sobretudo, seu grande mérito é estabelecer no rs um espaço per-manente e democrático de diálogo e troca de ideias acerca de um projeto para o de-senvolvimento do estado.

osvaldo voges: o trabalho desenvolvi-do pelo cdes-rs tem trazido ao debate vários temas relevantes para o rio grande do sul, en-volvendo todos os setores do estado. e poder ser partícipe destes debates muito me orgu-lha, em especial por podermos conviver com opiniões representativas de distintos setores da sociedade gaúcha. avalio que a decisão do governo gaúcho, na pessoa do governa-dor tarso genro, de ter um grupo que possa aconselhar nos caminhos para o rio grande, seja emblemática e deva se perpetuar, dando visibilidade às diversas vozes que compõem um estado democrático.

paulo tigre: após praticamente um ano de início dos trabalhos do cdes-rs, considero que a proposta do conselho trouxe inúmeros benefícios para um diálogo muito importante sobre o nosso estado, sua realidade e seus de-safios para o futuro dos gaúchos.

as câmaras temáticas aprofundam dis-cussões sobre assuntos específicos em que se buscam aumentar convergências, respei-tando as divergências de uma maneira aberta e respeitosa, levando ao governo do estado sua leitura e sensibilidade sobre os assuntos tratados. o cdes-rs não formula políticas pú-blicas, como também não substitui órgãos da sociedade organizada.

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pRopoStaS paRa foRtalECER o SEtoR CouREIRo-CalçaDISta

Base da economia de diversos municípios gaúchos e gerador de mais de 130 mil postos de trabalho, o setor coureiro-calçadista é uma das mais importantes cadeias produtivas para o desenvolvimento econômico e social do rio grande do sul. atento às complexas dificuldades pelas quais passa o setor, o cdes-rs instalou, em 11 de maio de 2011, a câmara temática cadeia produtiva do setor coureiro-calçadista, com o objetivo de aprofundar o de-bate e elaborar uma pauta com as principais medidas para restabelecer o desenvolvimento do setor, o aumento da produtividade e o fortalecimento das exportações.

a instalação desse colegiado resultou de um compro-misso assumido pelo governo do estado no dia 17 de ja-neirode2011,duranteaaberturada38ªCouromoda,emsão paulo. devido à complexidade dos temas que afetam o setor, os conselheiros criaram três grupos de trabalho: prospecção das necessidades e medidas para capacitação de trabalhadores; inovação e agregação de valor; e equa-cionamento das políticas de competitividade.

além das medidas contidas no relatório de concerta-ção, todas sugeridas no relatório de concertação, a câ-mara temática do setor coureiro-calçadista defende um posicionamento por parte do governo estadual, junto à União, em defesa da competitividade setorial e estímulo à produção e exportação de manufaturados com valor agre-gado. os conselheiros acreditam que fatores relacionados à guerra fiscal e ao câmbio causaram a migração de várias indústrias para outros estados e países, ocasionando a per-da de pelo menos 40 mil postos de trabalho nos últimos dez anos.

para o conselheiro valter souza, as discussões foram positivas e questões relacionadas aos trabalhadores pude-

Relatório de Concertaçãoa câmara temática coureiro-calçadista concluiu os trabalhos no dia 7 de julho de 2011 e apresentou ao governo

do estado o relatório de concertação, contendo propostas e recomendações dos conselheiros como alternativas para a superação dos problemas que envolvem o setor, em síntese:

a) a elaboração e implantação de um programa específico para o desenvolvimento do setor coureiro-calçadista; b) a criação de um plano de desenvolvimento científico e tecnológico, com incentivo ao conhecimento, à pesquisa

e à inovação, inclusive com a reativação do centro integrado de inovação em design (ciid);c) a criação de linhas de crédito para a busca de novas tecnologias e a elaboração de políticas que envolvam ma-

téria fiscal e tributária; d) a articulação com universidades, escolas e centros tecnológicos para criação de programas de desenvolvimento,

formação e capacitação de trabalhadores.

ram ser encaminhadas. “demonstramos nossa preocupa-ção com a atual situação e pedimos cautela a respeito de investimentos públicos em empresas que depois acabam indo embora do estado, deixando para trás milhares de desempregados”, explicou souza.

câmara temática coUreiro-calçadista

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o Brasil precisa relacionar de forma mais sistemática a sua produção científica com o empreendedorismo. essa foi uma das constatações da câmara temática ciência, inova-ção e desenvolvimento tecnológico, criada para subsidiar uma política pública que contemple instrumentos, progra-mas e iniciativas de apoio e fortalecimento do setor para alavancar o desenvolvimento do estado.

instalada em 15 de junho de 2011, a câmara realizou atividades para ouvir todos os setores envolvidos.

Foi realizado um diálogo cdes, em agosto, com a pre-sença de especialistas na área para aprofundar o diagnósti-co das necessidades e perspectivas.

em outubro ocorreu uma reunião com dezenas de re-presentantes da área com o secretário nacional de desen-volvimento tecnológico e inovação, ronaldo mota. Houve consenso de que é necessário estimular a produção de co-nhecimento tendo em vista as demandas do mercado, a partir do diálogo com o empresariado.

em dezembro, a ct enviou um questionário para 14 entidades estaduais ligadas ao segmento para levantar in-formações sobre a situação atual para elaborar um diagnós-tico sobre programas existentes, formas de financiamento, políticas de governo, entre outras questões, para subsidiar o melhor direcionamento dos investimentos.

o questionário está sendo respondido pela Fapergs, cientec, Uergs, Fepagro, emater, agdi, Lafergs, Feps, escola técnica estadual parobé, Fundação escola técnica Liberato salzano vieira da cunha, escola agrícola de guaporé, escola

a pRoDução CIENtÍfICa DEvE EStImulaR a INovação

RS tem estrutura de pesquisa

as informações apresentadas pelos especialistas apontam que o rs tem uma excelente estrutura, com academias qualificadas e um grande número de dou-tores trabalhando em diferentes linhas de pesquisa. também houve consenso na de que não há possibi-lidade de ter desenvolvimento econômico social sus-tentável se não estiver ancorado em inovação. “o rs tem toda a base pronta para decolar e se diferenciar dentro do país”, analisa alexandrino alencar.

câmara temática ciência, inovação e desenvolvimento tecnolÓgico

levantamento identifica programas necessários

para o setor.

agrícola de cachoeirinha, irga e escola técnica de agricul-tura de viamão.

após essa fase, que ainda está em andamento, será im-plementado um planejamento estratégico para definir as prioridades ao setor.

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a importância econômica da região da serra gaúcha e a força de sua base produtiva foram aspectos determinantes para a instalação da câmara temática denominada desen-volvimento da região da serra e arranjos produtivos Locais. Instaladaem8deabrilde2011,foiprecedidadeumGrupode trabalho criado em janeiro daquele ano e que preparou os dados para os trabalhos do colegiado.

com o objetivo de aprofundar os estudos sobre as al-ternativas de desenvolvimento, a partir de ações junto aos setores econômicos e arranjos produtivos locais da região serrana, a câmara temática trabalhou e apresentou ao go-verno do estado uma pauta com as principais medidas para reduzir as desigualdades entre os municípios serranos e for-talecer o crescimento sustentável.

para potencializar o estudo sobre as políticas de desen-volvimento regional, a câmara dividiu o debate em cinco eixos temáticos principais: educação e desenvolvimento tecnológico; turismo, meio ambiente, saúde e Habitação; infraestrutura e Logística; política de Fortalecimento dos arranjos produtivos Locais; e políticas de competitividade setorial.

apesar de cada um dos eixos temáticos trabalharem na articulação de propostas específicas à sua área de atuação, os conselheiros destacaram três recomendações iniciais. a primeira é que as escolas de ensino profissionalizante de caxias do sul e guaporé devem ser potencializadas através de parcerias entre governo, universidades, empresas e so-ciedade organizada; as escolas devem oferecer cursos de capacitação profissional voltados às vocações regionais e integrados aos arranjos produtivos Locais (apLs).

as outras duas recomendações dizem respeito ao pro-cesso de “desindustrialização”, o qual deve ser impedido pelo governo do estado através de medidas que incentivem

REgIão Da SERRa quER REDuzIR DESIgualDaDES E DESENvolvER aRRaNjoS pRoDutIvoS loCaIS

futuro da região serrana está em planejamento

a produção industrial e melhorem a infraestrutura local. também foi sugerida a constituição de uma mesma delimi-tação geográfica regional para todos os serviços prestados pelo estado, como as coordenadorias regionais de educa-ção e saúde – cres e crss – e os conselhos regionais de desenvolvimento – coredes.

Apoio às cadeias produtivas neste período de concertação, os conselheiros reuni-

ram-se com segmentos de atividades econômicas já ca-racterizadas como arranjos produtivos Locais para buscar elementos estratégicos de fortalecimento destas cadeias produtivas. são exemplos os apLs metalmecânico e auto-motivo, moveleiro e vitivinícola.

em contrapartida, o governo do estado acenou com a elaboração de um programa específico para os arran-jos produtivos Locais, no âmbito do estado, denominado “programa de Fortalecimento das cadeias e arranjos pro-dutivos Locais”.

dos cinco apLs pilotos apoiados pelo programa nesta primeira fase, três estão situados na serra: moveleiro, me-talmecânico e automotivo e têxtil e confecções. Já o apL

câmara temática desenvolvimentoda região da serra e apls

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vitivinícola conta com o apoio do governo do estado, pela secretaria da agricultura, pecuária e agronegócio (seapa) através, do Fundovitis.

Recomendações ao Governo

no dia 7 de julho de 2011, a câmara temática desen-volvimento da região da serra e arranjos produtivos Locais concluiu os trabalhos e apresentou ao governo do estado o relatório de concertação contendo propostas e reco-mendações em cada um dos eixos temáticos, em síntese:

educação e desenvolvimento tecnológico • Extensão da UFRGS – Universidade Federal do Rio

grande do sul – em caxias do sul; • FortalecimentodaUnidadedaUERGS;• RevitalizaçãodaEscolaTécnicaEstadualdeMetalurgia;• PotencializarasEscolasdeEnsinoProfissionalizantede

caxias do sul e guaporé; • ModernizaçãodoLaren;• AssistênciaTécnicaeExtensãoRural;• Estímuloàinovação,tecnologiaemodernização.

turismo, meio ambiente, saúde e habitação • InvestimentosnosetordeturismoestimulandooTuris-

mo rural e enoturismo; turismo de negócios e even-tos;

• RetomadadasatividadesdoTremRegional;• CriarumaCartilhaSetorialparaagilizaraobtençãodo

licenciamento ambiental; • PromoveraqualificaçãoprofissionalparaoTurismoe

avaliar a criação de cursos técnicos voltados ao turis-mo;

• RealizarestudosparaaformaçãodePolíciaespecíficapara o turismo;

• InvestimentosnoHospitalGeral;• InvestimentosemSaneamentoBásico.

infraestrutura e logística • CriarumProgramadeInvestimentosemInfraestrutura

de curto, médio e longo prazo, estabelecendo as prio-ridades para as rodovias da região;

• ConstruçãodoAeroportodaRegiãodaSerra;• Asfaltamentode17kmdeestradaque ligaPortãoà

futura rodovia do parque;• Duplicação e sinalizaçãodas rodoviasque interligam

centros produtivos, aeroportos, portos, trechos rodo-viários entre as cidades de Farroupilha – Bento gonçal-ves, Bento gonçalves – garibaldi, caxias do sul – Flores da cunha;

• Reduçãodosvalorescobradosnastarifasdepedágiosnas rodovias do rs;

• Realizarestudodeviabilidadedetransporteferroviáriode passageiros no eixo caxias do sul, Farroupilha, Ben-to gonçalves, garibaldi e Flores da cunha;

• AumentodaCapacidadedeGeraçãodeEnergianaRe-gião da serra gaúcha.

política de fortalecimento dos apls programa específico destinado às indústrias da região

da serra para obtenção do certificado de registro cadas-tral junto à petrobras; • SubdivisãodosegmentoMetalmecânicoeAutomotivo

em quatro segmentos: plásticos; eletro – eletrônicos; Ferramentaria; montadoras automotivas;

• AmpliaçãoderecursosdoFundodeDesenvolvimentoda vitivinicultura (Fundovitis) – através do instituto Bra-sileiro do vinho (ibravin);

• QualificaçãodaProduçãoVitivinícola–implantaçãodeprograma de qualidade;

• ProgramadeestímuloaoengarrafamentonaOrigem;• Maior competitividade ao SucodeUva: énecessário

incluir o suco de uva na cesta de produtos básicos;• Atraçãodematrizesprodutivas,atravésde incentivos

fiscais e apoio de infraestrutura, para suprir o abaste-cimento de insumos de matérias-primas para o setor moveleiro.

política de competitividade setorial • AumentodoPrazodevalidadedasCertidõesNegativas

de débito e/ou positivas de efeito negativo de 60 para 180dias;

• Aprofundamento do debate sobre a carga tributáriaincidente sobre a produção, comercialização, prestação de serviços, importação e exportação;

• Políticasdeincentivoàproduçãodemilho,comvistasaoaumento da produção de aves, suínos e outros;

• Combateaodescaminhodevinhos;• MedidasurgentescomrelaçãoàGuerraFiscalentreos

estados;• Financiamento–acessoàslinhasdecréditoBANRISUL,

Brde e BadesUL – menos burocracia e maior agilidade; • PraticarBenchmark Internacional– comoosmelhores

do ramo estão agindo; • EstimularJoint–Ventures–agrupamentodeempresas;• InvestimentonasbarreirassanitáriasnoRioGrandedo

sul; • Microcréditoàagriculturafamiliar,pequenasemédias

empresas; • RenovaçãoeoperacionalizaçãodoconvênioGarantiser-

ra com Banrisul; • BancodeDadosdoSetorMoveleirodoRSedaCadeia

produtiva de madeira e móveis. apoio da sdpi e da se-FaZ;

• CriaçãodeumProgramadeIncentivoFiscalproporcio-nal aos investimentos das empresas em qualificação e expansão.

camila domingUesedUardo seidl edUardo seidl

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INDúStRIa oCEâNICa E abaStECImENto ENERgétICo São CoNSIDERaDoS CENtRaIS paRa o futuRo Do RS

debater as políticas públicas relacionadas ao setor energético do estado e elaborar diretrizes e metas ao programa de estruturação, investimento e pesquisa em gás natural, petróleo e indústria naval do rio grande do sul (pgpin) são os objetivos principais da câmara temática indústria naval, petróleo, gás natural e setor energético, instalada em 20 de maio de 2011.

o abastecimento de energia foi considerado central

Indústria oceânica ganha força no sul do Estadoos integrantes da câmara conheceram as ações previstas no pgpin, durante reunião realizada em setembro,

setor prioritário para o governo estadual. além do adensamento da indústria offshore gaúcha, o programa inclui ações e medidas para o desenvolvi-

mento tecnológico do setor, fortalecimento do ensino técnico voltado à área, assim como formação e qualificação de mão de obra. revisão da regulamentação tributária e criação de um plano diretor à indústria oceânica também compõem a estratégia do governo para o fortalecimento desse segmento no rio grande do sul.

essas diretrizes foram detalhadas por aloísio nóbrega, representante da agência gaúcha de desenvolvimento e promoção do investimento (agdi), órgão responsável pela gestão do pgpin, programa criado pelo governo em março para consolidar a indústria oceânica e o setor energético gaúchos, visando a aumentar a visibilidade do rs no cenário nacional e internacional e atrair investimentos. desde então, o governo tem mantido agendas nacionais e internacionais intensas para consolidar o rs como nova fronteira da indústria offshore.

os conselheiros darão continuidade aos trabalhos em 2012 e têm a previsão de reunir todos os prefeitos dos municípios que compõem a Bacia Hidrográfica do polo naval com o intuito de assegurar que todas as comunidades se beneficiem desse novo segmento econômico que está transformando a região sul do estado.

câmara temática indústria naval, petrÓleo, gás natUral e setor energético

para o desenvolvimento pelos conselheiros. o rs conso-me cerca de 5500 megawatts, tendo disponíveis 6500 megawatts, boa parte proveniente do sistema nacional. os conselheiros realizaram um diagnóstico com a par-ticipação de todos os órgãos de energia do rs – crm, ceee, sulgás –, além da eletrosul e cgtee, além de dife-rentes reuniões com agentes públicos responsáveis pelo assunto.

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Gás necessáriocriar condições para qualificar a infraestrutura, am-

pliando a capacidade de atrair e suportar novos empreen-dimentos, é um dos alvos da estratégia de desenvolvimen-to do governo estadual apoiada pelos conselheiros. a área energética, tanto das fontes tradicionais como novas fon-tes, integra essa visão para garantir abastecimento energé-tico, preferencialmente de fontes limpas e renováveis.

Há gargalos energéticos a serem abertos que exigem ações conjuntas. o abastecimento de gás, por exemplo, é um dos debates em andamento, o que estimula o governo a estudar a viabilidade de uma planta de regaseificação no estado.

RS tem forte potencial eólicoMedidasdefortalecimentodosetoreóliconoRSforamapautadeumareuniãorealizadaem28dejulho,emSan-

tana do Livramento, com empresas do setor e municípios interessados em sediar projetos de energia eólica e mapear instrumentos de apoio ao segmento, gerador de energia limpa e sustentável. o potencial de ventos do rs assegura que o setor eólico seja uma importante matriz produtiva.

o diretor de engenharia da eletrosul, ronaldo custódio, por duas vezes já integrou as reuniões da câmara temá-tica, detalhando o potencial do segmento, informando que o estado é uma grande “mina de vento”.

o presidente do grupo ceee, sérgio dias, apresentou o projeto estratégico para expansão da energia eólica, ela-borado por um grupo de trabalho de nove órgãos de governo, com o objetivo de estimular a instalação de parques eólicos, indústrias de produção de máquinas e equipamentos e de empresas.

em agosto, o rs ficou em segundo lugar no país no número de projetos habilitados no leilão de energia eólica. cinco municípios gaúchos foram contemplados com novos projetos e deverão gerar 600 megawatts (mW) de po-tência, volume suficiente para atender, por exemplo, a capital gaúcha. a capacidade de geração de energia eólica do Brasil, já mapeada, é igual a 30 itaipus, usina que tem capacidade de 14 mil mW.

o colegiado recomendou ao governo estadual auxílio para a criação de um Fundo constitucional para a meta-de sul para garantir as mesmas condições de competitividade de outras regiões do Brasil, como nordeste, norte e centro-oeste, que têm fatores de financiamento muito mais vantajosos. a secretaria de infraestrutura e Logística anunciou a reativação do comitê de planejamento energético do rs (copergs).

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no conjunto da produção agropecuária e da industria-lização dos produtos – alimentos e biocombustível –, o tra-balho dos agropecuaristas gaúchos, plantando ou criando, geramaisde50%doPIBdoRSque,em2011,cresceu5,7%,contraos3,5%doPIBbrasileiro.Noentanto,apesardesse papel essencial, os produtores convivem com pro-blemas graves, que dificultam suas atividades com reflexos negativos na própria produção agropecuária.

a câmara temática economias do campo tem impor-tância exatamente porque pode contribuir para a formula-ção de diretrizes e políticas públicas visando ao desenvol-vimento econômico, social e sustentável do meio rural. os objetivos da câmara temática envolvem o debate sobre os seguintes temas: evitar o esvaziamento do campo; os efeitos das mudanças climáticas; o envelhecimento da po-pulação e a escassez de mão de obra; o êxodo dos jovens para as cidades; soberania alimentar e garantia do abas-tecimento e do armazenamento; instrumentos de gestão pública para o desenvolvimento rural; os custos de produ-ção e a logística para transporte, além da capacitação e inovação tecnológica. esses assuntos estão sendo debati-dos desde 30 de junho.

ainda na reunião de instalação, o grupo recomendou ao governador o aumento do orçamento para as pastas de

Esvaziamento do campo

dados recentes do iBge apontam que, somen-te nos últimos 10 anos, 276 mil agricultores deixa-ram o campo no rs, o que confirma uma diminui-ção da população que vive no meio rural. e ainda, conformepesquisadaUFRGS,54%dosrapazese74%dasmoçasentrevistadasnãopretendemficarna atividade agrícola. essas informações constam da recomendação ao governador aprovada pelos participantes da reunião.

governo que tratam com o setor primário – agricultura, pecuária e agronegócio e desenvolvimento rural, pesca e Cooperativismo–,fixadoem0,75%em2011.

no segundo encontro, em julho, os conselheiros ma-nifestaram a vontade de aprofundar os debates sobre o modelo de desenvolvimento do setor primário e sua sa-tisfação com o anúncio do plano safra estadual, feito na-quela semana.

Em buSCa DE um Novo moDElo DE DESENvolvImENto RuRal

câmara temática economias do campo

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Há mais pobres no campo do que na cidade, mostra estudo

ORSpossui2,87%desuapopulaçãonalinhadaextremapobreza,equivalendoa306.651pessoas.Conformeosdados,34,8%dessaparceladegaúchoshabitamomeiorural;enquantoque65,2%,azonaurbana.“Proporcio-nalmente, no entanto, há mais pessoas extremamente pobres no campo do que na cidade”, ressalvou o economista marcos Wink, da Fundação de economia e estatística (Fee), ao apresentar os dados em novembro, durante o diálogo cdes que abordou o tema “desenvolvimento rural: o campo que queremos”, realizado na Feira do Livro de porto alegre. o rs pretende ser o primeiro estado brasileiro a vencer a pobreza extrema antes do final da década.

AlinhanacionaldepobrezaextremacompreendeaspessoasquerecebemindividualmenteatéR$70,00pormês.Conformeosdados,onúmerodebrasileirosnessasituaçãorepresenta8,53%dapopulaçãonacional.OestadoqueapresentaoquadromaisgraveéoMaranhão,com25,72%desuapopulaçãoempobrezaabsoluta,seguidopeloPiauí,com21,35%.

Quatro eixos orientam o trabalhomeio ambiente: os efeitos das mudanças climáticas; políticas específicas para o enfrentamento da seca.desenvolvimento humano: além das questões do esvaziamento rural, envelhecimento da população do cam-

po, êxodo dos jovens do campo para a cidade e sucessão rural, estão na pauta o programa de combate à miséria no campo; geração de emprego e qualidade de vida; abertura de escolas no meio rural e perspectivas concretas aos jovens nas áreas de saúde, educação, previdência, entre outras.

desenvolvimento econômico: para o enfrentamento dos desafios de soberania alimentar e garantia do abas-tecimento e do armazenamento, a câmara está buscando soluções para os custos de produção e logística para o transporte; alteração na legislação Fundopem; – Lei n° 11.916/0 3; alíquotas diferenciadas de icms para energia elé-trica consumida pelos pequenos agricultores; desenvolvimento da agricultura familiar e cooperativismo no meio rural; reformulação da política de tributação sobre a produção do campo; turismo; escassez de alimentos; recomposição orçamentária; reforma agrária; crédito rural orientado.

tecnologias: instrumentos de gestão pública para o desenvolvimento rural; capacitação e inovação tecnoló-gica no campo; infraestrutura do campo (melhorias em estradas, comunicação, inclusão digital, celular e internet); qualificação e formalização das agroindústrias familiares e qualidade da energia no campo. além disso, a câmara temática aprovou a realização de uma edição dos diálogos cdes para debater temas ligados ao meio rural e formou seu comitê gestor, integrado por cinco conselheiros.

Diálogos CDES ruralpela amplitude das pautas deste importante segmento

econômico,querespondepor50%daeconomiagaúcha,sendo que as cadeias produtivas vinculadas à agricultura familiarrepresentam27%doPIB,háunanimidadeentreosconselheiros em realizar uma série de debates ampliados.

nos chamados diálogos cdes, que ocorrerão em 2012, serão tratados temas como sustentatibilidade econômica e ambiental das propriedades, garantia de renda aos agricul-tores, uso abusivo de agrotóxicos em escala, acesso à terra, políticas de permanência de jovens no campo e agilidade da operação das políticas públicas.

entre os temas para debate está qual conceito de de-senvolvimento deve orientar as políticas de estado. atual-mente as diretrizes baseadas na produção e produtividade não têm garantido renda suficiente para estimular a per-manência no campo e geram endividamento dos empre-endedores rurais.

ambientalista, o conselheiro Fernando costa apontou que, apesar da preocupação ambiental aparecer nos dis-cursos e documentos em geral, está afastada na prática. ele defende que os consumidores urbanos também devem ser ouvidos sobre que tipo de alimento querem consumir, com agrotóxicos ou organicamente.

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polÍtICaS SoCIaIS: INCluSão E mElhoRIa Na qualIDaDE DE vIDa

a câmara temática políticas de proteção social surgiu a partir de propostas apresentadas pelos conselheiros e conselheiras na primeira reunião do pleno do cdes-rs, em 15demarçode2011.Instaladaem28dejunho,temde-senvolvido uma agenda de discussões sobre a qualificação dos serviços de saúde e de segurança pública e a busca da superação do déficit habitacional.

o colegiado trabalha, ainda, ações estratégicas para o enfrentamento do crack, a promoção da equidade de gê-nero de forma transversal e demais questões relacionadas à política de direitos humanos e cidadania. destacam-se as políticas públicas para a juventude, a igualdade racial, os direitos dos portadores de deficiências, e os direitos vincu-lados à livre orientação sexual.

o objetivo principal é propiciar o diálogo sobre pro-posições voltadas à qualificação dos serviços de saúde e de segurança pública e a busca da superação do déficit habitacional no rs, bem como o fortalecimento de ações de equidade e transversalidade de gênero, igualdade racial e livre orientação sexual.

além das matérias abordadas, a câmara temática terá o grande desafio de apontar diretrizes para a efetivação de um sistema de monitoramento sobre as ações propostas, bem como para a qualificação e o fortalecimento dos me-canismos de controle social.

o objetivo principal é propiciar o diálogo sobre proposições voltadas à

qualificação dos serviços de saúde e de segurança pública

e a busca da superação do déficit habitacional no RS

os trabalhos subdividiram-se em eixos, e as atividades prosseguem em 2012: • Políticadeenfrentamentoaocrack;• ContextoeperspectivasdasaúdenoRioGrandedoSul

(acesso e Financiamento; qualidade e complementari-dade do sUs);

• Promoçãodeequidadedegênerodeformatransver-sal, com qualificação, profissionalização e inserção das mulheres no mercado de trabalho;

• PromoçãodosDireitosLGBTT(Lésbicas,Gays,Bissexu-ais, travestis e transexuais);

câmara temática proteção social

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• Acessoda juventudeaosbens culturais,mercadodetrabalho e formação profissional como forma de pre-venção à violência e construção de uma cultura de paz;

• Combateaoracismoepromoçãoeproteçãodosdirei-tos dos afrodescendentes;

• Políticas de promoção dos direitos das pessoas comdeficiências e altas habilidades e a garantia da acessibi-lidade universal;

• DebatesobreaimplantaçãodoProgramaEstadualdesegurança cidadã;

• Fortalecimentodaofertahabitacionalenquantoaçãode desenvolvimento econômico e social e de infraes-trutura.

Direitos humanos e cidadania na pauta

os secretários de estado apresentaram aos conselhei-ros as diferentes ações desenvolvidas e as políticas do setor, em áreas como saúde, segurança, combate à drogadição, políticas positivas, entre outros.

em julho, o combate ao crack pautou os trabalhos do grupo. em agosto, a secretaria da saúde apresentou deta-lhadamente as políticas para a saúde pública e suas metas.

a saúde foi apontada como o terceiro tema mais im-portante em pesquisa realizada entre os integrantes do cdes-rs. a meta da secretaria é ampliar o acesso com qualidade em todos os níveis de atenção de forma huma-nizada, promovendo a saúde e a qualidade de vida.

a promoção dos direitos LgBtt foi o centro dos de-bates da câmara no início de setembro, que contou com

a presença dos movimentos sociais que defendem os di-reitos homoafetivos. o colegiado sugeriu ao executivo a criação de um comitê junto ao governo que trabalhe no acompanhamento e monitoramento das políticas LgBt, com respaldo da secretaria de Justiça e direitos Humanos e representação das principais entidades ligadas à causa.

“É muito importante trazer esse debate para um espa-ço de interlocução como o cdes-rs. Há uma boa vontade por parte do governo em atender as demandas do setor, que sofre em especial com o preconceito e a discrimina-ção. precisamos, então, ouvir as entidades para entender suas reais necessidades”, declarou a conselheira maria Be-renice dias.

Respeito à diversidade sexual

da direção do grupo somos, Bernardo dall’olmo de amorim manifestou que, para lidar com diversidade se-xual, é necessária uma ação em todas as esferas sociais. “além de trabalhar a questão do preconceito, temos que trabalhar políticas afirmativas, lidando com saúde e com educação”, afirmou. conforme o ativista, na saúde, por exemplo, há diversas demandas especiais por parte dos LgBtt; e, na educação, está a possibilidade de se trabalhar para reduzir os preconceitos nas gerações futuras.

a conselheira nadine anflor considerou como uma conquista a realização do debate. “a questão da diversida-de sexual está presente nas ações do governo, mas ainda não é prioridade. esperamos que, com as discussões que estamos fazendo na câmara temática, consigamos maior operacionalidade”, opinou.

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CâmaRaS Da moDERNIzação Do EStaDo E INfRaEStRutuRa INICIam oS tRabalhoS

duas importantes câmaras temáticas foram instaladas em outubro de 2011 por sugestão dos conselheiros: moder-nização do estado e infraestrutura e Logística.

debater a modernização dos processos de trabalho, a reestruturação administrativa, a introdução de novas tecno-logias de gestão, a melhoria das relações e das condições de trabalho dos servidores públicos estaduais, a dívida do estado com a União, estão entre os objetivos da câmara temática modernização do estado. o colegiado tem em suas diretrizes de trabalho buscar sugerir maior eficiência, agilidade, inclusão social, indução do desenvolvimento, sus-tentabilidade fiscal e valorização dos funcionários públicos.

Um diagnóstico com as deficiências e disfunções estru-turais que reduzem a capacidade de suprimento das polí-ticas públicas estaduais deverá ser realizado pelo grupo, que conta com a participação das secretarias estaduais de administração e recursos Humanos; da Fazenda; da casa civil; da assessoria superior do governador; do planejamen-to, da gestão e participação cidadã; e da secretaria geral de governo.

para o conselheiro alexandrino alencar, a “transparência nos processos estatais e o corte das despesas consistem nos caminhos para alcançar um estado sustentável”. seu colega pedro Bandeira sugeriu a criação de um organismo estatal que fique responsável estritamente pela desburocratização da gestão.

câmaras temáticas modernização do estado e infraestrUtUra e logÍstica

Estado indutor do desenvolvimento

diagnosticar a atual realidade da infraestrutura e logís-tica, identificar os gargalos e buscar sua qualificação, mo-dernização e financiamento são os objetivos da câmara temática infraestrutura e Logística, que foca seus estudos e diálogos na modernização, qualificação e financiamento dessas áreas.

considerando o número de inscrições de conselheiros, bem como das entidades e movimentos sociais que desejam contribuir com os trabalhos, a câmara temática dividiu-se em três grupos: modais de transporte; transporte intermu-nicipal de passageiros; água e saneamento.

temas como mobilidade social, escoamento da produ-ção e sustentabilidade ambiental são bases para orientar os trabalhos da câmara. o governo do estado detalhou as prioridadeseaprevisãodeinvestircercadeR$3bilhõesnaárea de infraestrutura até 2014.

o governo do estado detalhou as prioridades e a previ-sãodeinvestircercadeR$3bilhõesnaáreaaté2014.

para o conselheiro athos cordeiro, a sociedade civil, através das entidades relacionadas ao tema, precisa unir esforços com as três esferas de governo juntamente com a iniciativa privada. “tenho a convicção de que essa câma-ra, assim como outras já fizeram aqui no conselho, saberá apontar os caminhos certos a serem percorridos”, opinou.

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trocar experiências, debater o papel da sociedade civil no novo modelo econômico, social e ambiental de gover-nança global e estimular espaços de pactuação social foi o objetivo do i encontro ibero-americano de conselhos econômicos e sociais. cerca de 500 pessoas integraram os debates que reuniram participantes de vários países. o cdes-rs realizou a última reunião do pleno durante o evento como forma de demonstrar o funcionamento do colegiado.

“entendemos que os conselhos são meios importantes para ampliar os processos democráticos. por isso fizemos questão de ser parceiros nesta bela iniciativa de promover este debate e mobilizar os países do bloco”, declarou en-rique iglesias, titular da secretaria-geral ibero-americana, entidade promotora do evento, juntamente com o conse-lho brasileiro, o cdes-rs, com apoio dos conselhos espa-nhol e português.

durante o encontro, representantes do Brasil, portugal e república dominicana assinaram um memorando de entendimento para atuar em conjunto em temas como a participação da sociedade nos governos.

“os conselhos de desenvolvimento econômico e so-cial são estruturas de pactuação. sejam elas corporativas, como em portugal, sejam pactuações a respeito de po-líticas de projetos públicos e organização do estado. os conselhos substituem a cultura política da controvérsia ex-

trema, que muitas vezes leva a debates superficiais, pela busca de consensos em pontos mínimos, que interessam universalmente à sociedade”, avalia o governador tarso genro.

“tivemos a oportunidade de conhecer experiências de diversos países, o que demonstrou toda a vitalidade desta importante ferramenta de democratização da gestão, que são os conselhos”, observou o secretário marcelo danéris.

no encontro foi firmada a declaração de porto alegre, em que fortalecem a aspiração de criar um espaço comum a favor da democracia, dos direitos humanos, da coesão social e territorial e do desenvolvimento sustentável para a região.

ENCoNtRo IbERo-amERICaNo DE CoNSElhoS DEbatE ImpoRtâNCIa Da CoNCERtação SoCIal

caco argemi

edU

ard

o s

eid

l

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a Fundação getúlio vargas realizou duas pesquisas com os conselheiros em 2011, respondidas nos meses de fevereiro e setembro.

a primeira ocorreu antes da primeira reunião do con-selho, realizada em 15 de março de 2011. teve o objetivo de traçar um perfil dos integrantes do cdes e levantar os temas considerados mais urgentes para debate.

Temas prioritários para o Estado 1. educação 2. segurança pública 3. saúde 4. capacidade de investimentos do estado 5. infraestrutura/logística 6. políticas públicas de proteção social e de combate à miséria 7. modernização do estado 8.Inclusãosocial 9. equilíbrio fiscal 10. Ética e combate à corrupção

pESquISaS apRESENtam pERfIl E opINIõES DoS CoNSElhEIRoS

Avaliação do trabalhoa segunda pesquisa foi realizada em setembro e teve a

finalidade de compreender as percepções dos conselheiros e conselheiras acerca dos principais temas da agenda gaú-cha que haviam sido tratados no ano.

educação, saúde, segurança pública novamente foram confirmados como as áreas prioritárias às quais o governo estadual deve focar suas ações. infraestrutura e logística, desenvolvimento com distribuição de renda e inovação tecnológica vêm a seguir. veja outras questões:

outRoS11,5%

INDúStRIa11,5%

SERvIçoS9,2%

agRopECuáRIa9,2%

SINDICatoS DE tRabalhaDoRES E/ou oRgaNIzaçõES

RElaCIoNaDaS18,4%

movImENto SoCIal/oNgS/RElIgIoSoS

17,2%

INtElECtualIDaDE/aCaDEmIa

10%

ENtIDaDESDE ClaSSE

13%

87,35% tem avaliação boa e ótima do trabalho do CDES-RSdesdesuainstalação;11,39%consideramregu-lar;1,27%,ruim.

78,67% dos conselheiros avaliaram o cdes como um espaço de convergência de opiniões diferentes. outros 21,33%observamserapenasumespaçodeapresentaçãode opiniões distintas.

64,56% considera sua participação como atuante nas atividades do CDES; 25,32% como pouco atuante;10,13%muitoatuante.

63,41% considera que o governo aproveita a produ-ção do conselho como insumo para suas políticas e esta-belecimentodeprioridades;17,07%achaqueoExecutivoacataas recomendaçõescommuitasalterações;14,63%acatacompoucasalterações;4,88%entendequenãoaca-ta as sugestões.

60% acredita que o cdes terá seu papel fortalecido no futuro com sua importância aumentada como uma arena útilàconstruçãodeconsensos;32%entendequeteráomesmovalor;8%queterásuaimportânciareduzida.

85% entende como positiva a ação do governo do estado em relação à participação social com equidade; 13,75%regular;1,25%ruim.

83,7% avalia positivamente o governo estadual no pri-meirosemestrede2011;16,25%comoregular.

82,93% interpreta como positivas e necessárias aos desenvolvimento as medidas contidas no plano de susten-tabilidadeFinanceira;8,54%muitonegativas;7,32%indi-ferente;1,22%negativo;

67,9% avalia o governo estadual como bastante in-tegrado ao governo federal para a construção de proje-tosdo interessedoRS;24,69%relativamente integrado;7,41%poucointegrado.

Segmento em que o conselheiro se posiciona

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CoNSElhEIRoS E CoNSElhEIRaS

ademar Schardong alexandrino de Salles Ramos de alencar

andré bier gerdau johannpeter

antonio Castro antônio César gonçalves borges

athos Cordeiro

atílio Ibargoyen bolívar baldisserotto moura

Cairo fernando Reinhardt Carlos paviani Carlos Schneider Celso ludwig

Celso Schröder Celso Woyciechowski César luis pacheco Chagas Clamir balen Cláudio affonso amoretti bier

Cláudio augustin

Cláudio josé allgayer Claudir Néspolo Daiane dos Santos Daniel Sebastiani Dom gílio felício

Dunga Eduardo linhares Eduardo Rolim de oliveira Elton Weber Ercy pereira torma fernando Costa

fernando antonio lucchese

franco pallamolla frei Sérgio görgen gedeão pereira giba assis brasil gilberto aguiar

Cléo de aquino ferreira

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gilberto antônio piccinini

CoNSElhEIRoS E CoNSElhEIRaS

guiomar vidor Irineu boff Isaías vedovato Ivo Cansan jaques távora alfonsin

joão batista Xavier da Silva

joão Ricardo dos Santos Costa

josé martins josé paulo Cairoli julio Ricardo mottin lauro beheregaray Delgado

leonardo monteiro Silveira

luis augusto fischer luiz fernando de pinedo Roman Ross

marcelo Dorneles maria alice lahorgue

maria berenice Dias maria helena Weber mauri Cruz mercedes maria loguércio Cânepa

milton francisco Kempfer Nadine tagliari farias anflor

Neuza Canabarro Ney josé lazzari Nilson luiz may osmildo pedro bieleski osvaldo voges paulo afonso frizzo

paulo Roberto barck paulo tigre paulo vellinho pedro antônio teixeira Raul gastão Klein Roberto de moraes maisonnave

luis Roberto dos Santos machado

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CoNSElhEIRoS E CoNSElhEIRaS

Ronaldo bolognesi Ronei alberto lauxen Rosane zimmer Rui polidoro Sergio de miranda Sérgio Schneider

Simone fontoura Sirmar antunes telmo magadan ubiratan batista job underleia bruscato valdecir luis folador

valter Souza vergílio frederico perius vitor augusto Koch Walter fabro Werner Schunemann

jorge ferreiraalexandre Sikinowski Saltz josiane Rodrigues de oliveira

pio Dresch Sandrali de Campos buenomariovane Weis

CoNSElhEIRoS NovoS – 2012

novos conselheiros assumem em 2012, substituindo respectivamente marcelo dorneles, luis roberto dos santos machado, vilmar zanchin, cléo de aquino ferreira, césar luis pacheco chagas e joão ricardo dos santos costa.

vilmar zanchin

Carlos pestana Cleber prodanov Estilac Xavier fernando guaragna Ivar pavan joao motta

Kalil Sehbe luiz augusto lara luiz fernando mainardi mauricio Dziedricki mauro Knijnik odir tonolier

SECREtáRIoS DE EStaDo CoNSElhEIRoS

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publicação do governo do Estado do Rio grande do SulSecretaria Executiva do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social – Secdes – Dezembro 2011

governadortarso genro

vice-governador beto grill

Secretário Executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social – Secdesmarcelo danéris

Secretária adjunta e Coordenadora das Câmaras temáticas mari machado

Direção-geral e Chefia de gabineteilza do canto

assessoria técnicaana fialho

Carla Saraiva Itiberê borba

josé Reis maria Eunice araújo

assessoria jurídicaRicardo Camargolúcia helena villar

assessoria das câmaras temáticas ana félix

andré Rosa Eleandra Koch

Ivan braz lauro belinipaulo NevesRene Ribeiro

coordenação administrativalauro machado

Revista de balanço das atividades realizadas pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio grande do Sul no ano de 2011 – porto alegre – Rio grande do Sul – brasil

assessoria de Comunicação da Secdes – Edição e textos da revista: Stela pastoreapoio: alexandre miorim (estagiário)

Consultoria: hélio gamaColaboração: juliano pilau/Secom

fotos: Cláudio fachel; Eduardo Seidl, alina Soares, Camila Domingues, Caco argemi, Caroline bicochi projeto gráfico: agência Escala

Diagramação: Kike borgesImpressão: gráfica Ideograftiragem: 1.000 exemplares

endereço da secdes Centro administrativo fernando ferrari

avenida borges de medeiros, 1501 – 21º andar porto alegre – RS – Cep: 90119-900

fone: + 55 51 [email protected]

www.cdes.rs.gov.br

EXpEDIENtE

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RioGrandedo SulGoverno do Estado

ES 0011 11 CAPA E CONTRA REV BALANÇO CDES 2011.indd 1 08/03/2012 20:20:59