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A Abertura de Contas (Bancos)(*) Para abrir uma conta no banco, o consumidor deve apresentar cópia do RG e CIC, comprovantes de residência e de renda. O consumidor deve ler cuidadosamente o contrato que fará com o banco antes de assiná-lo. Ação (CDC, art. 51, §4º) Direito Público subjetivo que faculta a qualquer pessoa deduzir pretensão ao Poder Judiciário, visando a uma sentença de mérito para resolver conflito de interesse entre as partes (Ver Código de Processo Civil, art. 3º). Ação (Como mover uma ação) (CDC, art. 81), (CDC, art. 6º, VIII e art. 38)(*) Alguns problemas de compra de produto ou pagamento de serviços têm de ser encaminhados à Justiça. O consumidor pode reclamar sozinho ou em grupo , no caso de várias pessoas terem o mesmo problema. (CDC, art. 81) Somente se o consumidor foi prejudicado, este sim, deve procurar a assistência jurídica gratuita, no caso de não poder pagar um advogado; caso contrário, ou seja, se puder pagar, o consumidor deve procurar um advogado de sua confiança. Se o valor que o consumidor quer receber pelo dano causado for menor do que 40 salários mínimos, este pode recorrer ao Juizado Especial de Pequenas Causas. O Juizado Especial de Pequenas Causas dedica-se exclusivamente ao julgamento de ações movidas por pessoas físicas e tem o objetivo de simplificar e diminuir o tempo de alguns tipos de processos. A sua competência abrange regiões ou bairros da cidade. Por isso, o consumidor que desejar acessar o Juizado Especial de Pequenas Causas para solucionar um problema deve procurar o mais próximo da residência da pessoa contra quem pretende mover uma ação, do lugar onde comprou um produto ou mesmo da sua casa. É importante que o consumidor leve a Carteira de Identidade (RG), o CIC e fotocópias autenticadas de todos os documentos relacionados à questão, ou seja, notas fiscais, cheque, ordem de serviço de entrega do produto, folheto de publicidade, contrato, etc. Caso contrário, o consumidor deve recorrer à Justiça Comum, mediante a contratação de um advogado. Se o dano for coletivo ou a um grupo, os órgãos de defesa do consumidor, o Ministério Público ou as associações de consumidores podem, em nome próprio, entrar com uma ação em defesa dos prejudicados.

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Abertura de Contas (Bancos)(*) Para abrir uma conta no banco, o consumidor deve apresentar cópia do RG e CIC, comprovantes de residência e de renda. O consumidor deve ler cuidadosamente o contrato que fará com o banco antes de assiná-lo.

Ação (CDC, art. 51, §4º)Direito Público subjetivo que faculta a qualquer pessoa deduzir pretensão ao Poder Judiciário, visando a uma sentença de mérito para resolver conflito de interesse entre as partes (Ver Código de Processo Civil, art. 3º). Ação (Como mover uma ação) (CDC, art. 81), (CDC, art. 6º, VIII e art. 38)(*)Alguns problemas de compra de produto ou pagamento de serviços têm de ser encaminhados à Justiça. O consumidor pode reclamar sozinho ou em grupo, no caso de várias pessoas terem o mesmo problema. (CDC, art. 81)

Somente se o consumidor foi prejudicado, este sim, deve procurar a assistência jurídica gratuita, no caso de não poder pagar um advogado; caso contrário, ou seja, se puder pagar, o consumidor deve procurar um advogado de sua confiança.Se o valor que o consumidor quer receber pelo dano causado for menor do que 40 salários mínimos, este pode recorrer ao Juizado Especial de Pequenas Causas.O Juizado Especial de Pequenas Causas dedica-se exclusivamente ao julgamento de ações movidas por pessoas físicas e tem o objetivo de simplificar e diminuir o tempo de alguns tipos de processos. A sua competência abrange regiões ou bairros da cidade. Por isso, o consumidor que desejar acessar o Juizado Especial de Pequenas Causas para solucionar um problema deve procurar o mais próximo da residência da pessoa contra quem pretende mover uma ação, do lugar onde comprou um produto ou mesmo da sua casa. É importante que o consumidor leve a Carteira de Identidade (RG), o CIC e fotocópias autenticadas de todos os documentos relacionados à questão, ou seja, notas fiscais, cheque, ordem de serviço de entrega do produto, folheto de publicidade, contrato, etc. Caso contrário, o consumidor deve recorrer à Justiça Comum, mediante a contratação de um advogado.Se o dano for coletivo ou a um grupo, os órgãos de defesa do consumidor, o Ministério Público ou as associações de consumidores podem, em nome próprio, entrar com uma ação em defesa dos prejudicados.O Código de Defesa do Consumidor ajuda-o de várias maneiras para fazer valer seus direitos na Justiça (CDC, art. 6º, VIII e art. 38).Uma dessas maneiras é a inversão do ônus da prova. O que significa Inversão do ônus da prova?Normalmente, na Justiça, quem tem de provar é a pessoa que reclama ou processa alguém. Quem reclama deve apresentar, no processo, as provas de que foi prejudicado. Essas provas podem ser documentos, fotografias, testemunhas, etc. O Código de Defesa do Consumidor permite ao Juiz determinar ao fornecedor que providencie as provas, ou seja, a obrigação de provar será do fornecedor do produto ou do prestador de serviços e não daquele que reclama, o consumidor. Ação Cautelar (CDC, art. 113)Uma das três modalidades do processo, objeto do Livro III, do Código de Processo Civil, mediante procedimento especial, com o qual se pretende medida urgente, prevenindo possível prejuízo se a ação principal for julgada em favor do requerente e o adversário não tiver meios para cumprir a obrigação imposta pela sentença. Diz-se também ação preparatória.

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Nota: A denominação legal "medida cautelar" é de mera tradição, quando se trata de verdadeira ação (ver Código de processo Civil, arts 801 a 807). Ação Civil (CDC, art. 91, caput)Diz-se do feito cujo objeto afunda-se em preceito de Direito Civil, ou seja, de natureza familial, real, obrigacional ou sucessorial. Ação Civil é aquela por meio da qual se pretende a reparação do dano decorrente da prática de ato delituoso (ver Código de Processo Penal, arts. 63 a 67). Ação de Regresso (ação regressiva) (CDC, art 88, caput)* É aquela que é dada à pessoa jurídica de direito público interno e à de direito privado prestadora de serviço público, contra seus agentes causadores de danos a terceiros, quando tiver havido culpa ou dolo dos ditos agentes (ver Constituição Federal, art. 37, § 6º; Lei nº 8.112, de 11-12-1990, art. 122, § 2º).* É o meio propiciado àquele que pagou obrigação solidária na qualidade de endossante, avalista ou fiador, para haver dos endossantes anteriores, dos avalistas desses, do devedor principal e avalistas desse, o importe pago (ver Código de Processo Civil, arts. 70, III, 80, 595 e 596, §2º)

Ação Judicial (CDC, art 59, § 3º)Ação Judicial diz-se do feito cujo objeto afunda-se em preceito de Direito Civil, ou seja, de natureza familial, real, obrigacional ou sucessorial. Ação Judicial é aquela por meio da qual se pretende a reparação do dano decorrente da prática de ato delituoso (ver Código de Processo Penal, art. 63 a 67). Ações Coletivas (CDC, art. 87, caput, art. 104, caput)Demanda que é atribuída aos legitimados para exercitar a defesa de interesses difusos ou coletivos; assim, a ação referente aos direitos dos consumidores ou usuários (ver CDC, arts. 87 e 104), e a de responsabilidade por omissão ou infringência dos direitos assegurados à criança e ao adolescente (ver ECA, art. 210). Aditamento de Custas (CDC, art. 116)É o ato de pagar qualquer quantia por conta de que será devido por obrigação ainda não vencida, e que do pagamento final será deduzida. Adimplemento (CDC, art. 84, caput)É o cumprimento, é a execução; é o ato de cumprir a obrigação, na forma e no tempo devidos. Aditivos (*)Os aditivos são substâncias colocadas nos alimentos, como conservantes, antioxidantes, estabilizantes e espessantes, corantes e aromatizantes.Os conservantes e oxidantes fazem o produto durar por mais tempoOs estabilizantes e espessantes conservam as propriedades físicas dos alimentos.Os corantes e aromatizantes tornam o produto mais atraente.Estes são identificados nos rótulos pelas abreviaturas "PV, PX, CII, etc.".Os corantes artificiais vêm sendo condenados por especialistas de saúde, pois possuem substâncias que provocam alergia ou outras doenças em algumas pessoas; um desses corantes é a tartrazina. Tartrazina é um corante amarelo usado em balas, gelatinas, pó para pudim, refrescos, bebidas, doces e medicamentos. Água (*)* Contas não entregues

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Se a conta do consumidor não for entregue, este deve entrar imediatamente em contato com o fornecedor desse serviço. Deve-se solicitar uma segunda via da conta e novo prazo para pagar, se for o caso, e sem cobrança de multa de mora.* Corte no FornecimentoSó poderá acontecer corte no fornecimento, após aviso prévio do atraso no pagamento da conta. Havendo atraso, o consumidor deve pagar a conta, e o fornecimento, se tiver sido interrompido, deverá ser restabelecido logo após a quitação. Quando faltar água, o consumidor deve perguntar aos vizinhos se eles também estão sem o serviço, pois pode se tratar de um problema na rede. O consumidor deve procurar o fornecedor do serviço e solicitar a solução do problema. Se não tiver sucesso, este deve procurar um órgão de defesa do consumidor. Alienações Fiduciárias (CDC, art. 53, caput)É um negócio jurídico bilateral, com todas as características do penhor, pelo qual é transferido ao credor (fiduciário) o domínio resolúvel e a posse indireta de coisa móvel, independentemente da tradição (entrega) efetiva, tornando-se o devedor (fiduciante) possuidor direto e depositário, com todas as responsabilidades e encargos (ver Lei nº 60, de 21-11-1966; CBAr, arts. 148 a 152; e CC, art. 765). Alimentos Fraudados (CDC, art. 18, § 6º, II)(*)O fornecedor, para obter maior lucro, pode, às vezes, cometer certas fraudes, como por exemplo, colocar água no leite. Quando isso acontece o alimento é fraudado. Se o consumidor perceber que um alimento foi fraudado, deve exigir a troca do produto ou procurar um laboratório para examiná-lo. Deve, ainda, solicitar uma declaração ao laboratório sobre o conteúdo do produto e fazer uma denúncia ao Promotor de Justiça. Alimentos impróprios para o consumo (CDC, art. 18, §6º)(*)São impróprios ao uso e consumo: (CDC, art. 18, §6º,)- os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;- os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados. Falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou ainda aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação.- os produtos que por qualquer motivo revelem-se inadequados ao fim a que se destinam.Se o consumidor notar que o alimento que comprou está estragado ou com a validade vencida, este deve exigir a troca do produto ou seu dinheiro de volta. Deve também denunciar à Vigilância Sanitária da cidade de sua residência.O alimento estragado tem gosto, cheiro e cores diferentes da do normal, podendo conter impurezas e ser prejudicial à saúde. É crime contra as relações de consumo vender ou expor à venda produto impróprio para o consumo (Lei nº 8.137/90, art. 7º, IX). Alimentos in natura (CDC, art 18, § 5º)(*) Alimentos in natura são os que não foram manufaturados, não passaram por uma indústria, isto é, são naturais. O peixe, o ovo de galinha e a carne fresca são alimentos in natura. Na compra desse tipo de alimento o consumidor deve verificar se a embalagem contém o nome o fabricante, o prazo de validade e os carimbos dos serviços de inspeção. Se o alimento estiver estragado, o consumidor deve exigir a troca do mesmo ou o dinheiro de volta Aluguel (locação de Imóveis)(*)VistoriaAntes de alugar um imóvel, o consumidor deve fazer uma vistoria completa para comprovar em que condições estava antes da locação. O consumidor deve descrever, detalhadamente, como se encontram o piso, as paredes, o teto, as maçanetas, os lustres, os interruptores, as tomadas, as janelas, os encanamentos, a parte elétrica, a pintura, etc.

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A vistoria tem que ser assinada pelo inquilino e pelo proprietário e anexada ao contrato, com uma cópia para o consumidor, ou seja quem está alugando o imóvel.TaxasNão podem ser cobradas taxas do inquilino para ser realizado um contrato de aluguel. O inquilino só deve pagar o aluguel e os encargos permitidos por lei. Não podem ser cobradas taxas de reservas de imóvel, nem é permitida a cobrança adiantada do aluguel, a Não ser em contratos que não apresentem garantias ou aluguéis de temporada.GarantiaO proprietário ou a imobiliária têm o direito de exigir uma garantia de pagamento. Existem três casos previstos na lei:- Caução: é um depósito que deve ser colocado em dinheiro, em conta conjunta proprietário/inquilino. Ao devolver as chaves, o inquilino terá direito de receber o valor total do resgate da caução. Se o proprietário se recusar a devolver, o inquilino tem o direito de processá-lo para receber de volta a caução.- Fiança: Quando o consumidor (inquilino) faz um contrato de aluguel, é preciso que uma terceira pessoa responsabilize-se por ele. Esta pessoa é o fiador. Portanto, fiança é a garantia dada pelo fiador no caso do consumidor (inquilino) não cumprir suas obrigações. Existem fiadores que cobram por seus serviços. São fiadores profissionais. Deve-se evitar negociar com este tipo de pessoa.- Seguro de fiança locatícia: É um seguro feito por companhias seguradoras. Este seguro cobre as dívidas do aluguel e de contas que não forem pagas, como por exemplo, contas de luz, condomínio, estragos no imóvel.Pagamento de aluguelO proprietário ou a imobiliária têm a obrigação de dar recibo de tudo o que foi pago (aluguel, taxas, etc) e se o inquilino atrasar o pagamento do aluguel, o proprietário pode entrar com a ação de despejo, a partir do primeiro dia de atraso. Pode também exigir multas permitidas por lei. O reajuste é anual e deve ser feito com base no valor escrito no contrato. Esse reajuste é tanto para aluguéis novos como para aluguéis de contratos renovados.DespesasDo inquilino. São de responsabilidade do inquilino: o pagamento pontual do aluguel, das contas de luz, água e saneamento.Se for condomínio, são também de responsabilidade do inquilino as despesas ordinárias, ou seja, material de limpeza, salários de funcionários, conservação e manutenção do elevador e das partes elétrica e hidráulica, além do seguro contra incêndio.Do proprietário. As chamadas despesas extraordinárias, ou seja, pintura interna ou externa, lavagem externa do prédio, instalação de grades ou porteiro eletrônico, grandes reparos em geral e tudo mais que signifique benfeitoria ou material permanente.O IPTU, em princípio, é de responsabilidade do proprietário, mas a lei permite que seja repassado ao inquilino, desde que esteja no contrato. Se não estiver no contrato, o consumidor (inquilino) não deve pagar. Vencimento do Contrato. Não existe a necessidade de um novo contrato quando vence o prazo do aluguel. O primeiro contrato renova-se automaticamente pelo mesmo prazo. Se o proprietário e o inquilino quiserem alterar uma ou mais cláusulas do contrato, deverão fazer um adendo contratual. Um adendo contratual é um documento que modifica o contrato e torna-se parte do mesmo. As despesas com o adendo contratual serão pagas pelo proprietário. Rescisão do Contrato. O contrato poderá ser rescindido pelo inquilino a qualquer momento desde que pague a multa estipulada. Se o contrato for estipulado por tempo indeterminado, poderá ser cancelado com uma simples notificação por escrito ao proprietário ou à imobiliária, de preferência por meio do Cartório de Títulos e Documentos. O prazo para cancelamento é de um mês antes da data em que forem entregues as chaves. Caso o proprietário queira retomar o imóvel por motivos legais, deve entrar com

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uma ação de despejo, depois de cumprir o prazo determinado em lei. Os motivos para retomar o imóvel são:- infração da lei ou do contrato pelo locatário;- necessidade do imóvel para uso próprio do locador ou familiares, etc. A melhor forma é um acordo amigável entre as partes. Aluguel (Locação de Automóveis)(*)Sempre que o consumidor desejar alugar um carro para viajar pelo Brasil, deve certificar-se, previamente, se possui o cartão de crédito solicitado como garantia pela locadora. Ao alugar um carro o consumidor não deve assinar notas ou faturas em branco.Se a empresa fizer esta exigência, o consumidor deve alugar o carro e denunciar o fato, imediatamente, a um órgão de defesa do consumidor.Se o consumidor alugar um veículo em outro país, deve verificar antecipadamente, antes de viajar, se pode pagar as diárias adiantadas no Brasil ou se tem que pagá-las no país onde vai retirar o veículo.As despesas extras, tais como seguros opcionais, impostos e combustíveis, deverão ser pagas no local onde o consumidor devolver o carro. Esse pagamento é feito em dinheiro, cheque de viagem ou cartão de crédito internacional.Em geral, as locadoras pedem que o carro seja devolvido com tanque cheio. O consumidor deve reservar com antecedência o veículo que deseja usar; deve também comunicar à empresa suas preferências quanto à marca, ano de fabricação, modelo e equipamentos, não obstante examinar cuidadosamente o carro ao recebê-lo. Se notar algum defeito, peça para trocá-lo.Se, durante a viagem, o carro ou algum de seus equipamentos forem roubados, o consumidor deve comunicar imediatamente à locadora. No caso de problemas mecânicos, o consumidor deve entrar em contato com a locadora solicitar a troca do veículo. Ameaça (CDC, art. 42,Caput)Ameaça é palavra ou gesto intimidativo capaz de produzir justo receio de que algum ato ou fato lesivo venha ocorrer (ver Código Penal, arts. 126, parágrafo único, 146, 147,157, 158, 161, §1º, 163, parágrafo único, 183,I, 197, 199, 213, 219, 222, §2º, 227, §2º, e 235, I). Analogia (CDC, art 7º, caput)Instrumento técnico, ou método de interpretação, com arrimo ao qual se supre a falta de dispositivo legal preciso para o caso em análise, empregando preceito disposto para caso semelhante.Analogia interna: dá-se quando esse preceito é extraído do próprio contexto legal em análise.Analogia Externa: dá-se quando buscada em outra lei do mesmo sistema jurídico. Apresentação do produto ou serviço (CDC, arts. 6º, 31 e 33)(*)Os produtos ou serviços devem trazer informações claras e completas em língua portuguesa. As informações versam sobre:- suas características;- qualidade;- quantidade;- composição;- preço;- garantia;- prazo de validade;- nome do fabricante e endereço;- riscos que possam ser apresentados à saúde e à segurança do consumidor.

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Os produtos importados devem trazer, em sua embalagem, uma etiqueta com as explicações escritas em português e o consumidor poderá exigir manuais de instrução também em português. Quando o consumidor compra um produto nacional ou importado, o fabricante ou o importador devem garantir a troca de peças enquanto o produto estiver sendo fabricado ou importado. A oferta de peças deve continuar por certo tempo, mesmo depois de o produto deixar de ser fabricado ou importado (CDC, art. 32).Na oferta ou venda por telefone e reembolso postal é preciso ter o nome do fabricante e endereço (CDC, art. 33):- na embalagem;- na publicidade;- em todos os impresso usados na compra.Quando o fornecedor não cumprir o que prometeu ou anunciou, o consumidor poderá (CDC, art. 35):- exigir o cumprimento do que foi anunciado;- aceitar outro produto ou prestação de serviço de valor igual; ou- desfazer o contrato, com direito a receber o valor pago com correção, e ser indenizado pelas perdas e danos. Arbitragem (CDC, art. 52, VII)Meio jurídico de solução dos conflitos, a que recorrem duas ou mais pessoas, atribuindo a uma terceira (indivíduo ou entidade) a resolução da pendência, por meio de laudo arbitral. Constitui-se por convenção ad hoc (compromisso) ou em virtude de previsão em tratado, ou seja, Juiz de fato e de direito, escolhido livremente pelas partes capazes de contratar e mediante compromisso escrito, com o fim de solver pendências judiciais ou extrajudiciais sobre direitos disponíveis e transacionáveis (ver Código Civil, arts. 1.037 e 1.043; e Código de Processo Civil, arts. 1.078 a 1.084). Assemblear (Autorização Assemblear (CDC, art. 82, IV))Autorização assemblear deriva de uma reunião, para tomada de deliberação, de pessoas que possuem igualdade ou semelhança de situação em face do objetivo comum. Assistência jurídica (Assistência Jurídica Integral)(CDC, art. 5º, I)Instituto de direito individual que obriga o Estado a dispensar a pessoas que comprovarem insuficiência de recursos, os meios necessários à defesa de seus direitos (Ver, Constituição Federal, art. 5º, LXXIV; Código de Processo Civil, art. 19; Consolidação das Leis do Trabalho, art. 514; Lei nº 1.060, de 5-12-1950, Lei nº 6.654, de 30-05-1979; Lei 6.707, de 20-10-1979; Lei nº 7.510, de 4-07-1986; Lei nº7.871, de 11-08-1989) o processo constitucional alargou substancialmente o conceito de assistência judiciária, consagrado nas Cartas políticas anteriores. Associação legitimada (CDC, art. 113)Associação legitimada é uma reunião de pessoas naturais que se obrigam a combinar esforços para fins comuns, dotada de personalidade distinta da de seus componentes e legalmente constituída (para todos os efeitos da lei). Associações representativas (CDC, art. 4º, II, b)São entidades que representam uma determinada categoria profissional ou econômica (ver Constituição Federal, art. 8º; Consolidação das Leis do Trabalho, arts. 511, 512 e 558). Autorizadas (Vícios não sanados pelas autorizadas dentro da garantia) (*)Se o consumidor levou seu produto na oficina autorizada e o seu problema não foi solucionado no prazo de 30 dias, este pode exigir do fornecedor (CDC, art. 18):

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- a substituição do produto por outro da mesma espécie em perfeitas condições de uso; ou- a restituição da quantia paga com correção e sem prejuízo de perdas e danos; ou ainda- o abatimento proporcional do preço.

Bancos (*)1. Quem fiscaliza os bancos? Os bancos, públicos e privados, são instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, regulamentado pela Lei Nº 4.595/64 e, nesta condição, submetem-se às normas editadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e por meio do Banco Central do Brasil (Bacen), faz cumprir as determinações. Independentemente do controle do Banco Central, as instituições financeiras bancárias também são consideradas fornecedores nos termos do Código de Defesa do Consumidor, sendo passíveis, portanto, de responsabilização perante os órgãos de defesa do consumidor. 2. Os bancos podem estabelecer critérios diferenciados de atendimento a clientes e não clientes ? Não, além deste procedimento ferir o princípio da isonomia, previsto na Constituição Federal e diversos outros diplomas legais, dentre eles o Código de Defesa do Consumidor, o assunto também é regulado pelo CMN que veda qualquer diferença no atendimento bancário a clientes e não clientes. Assim, são vedadas, entre outras condutas as que: - estabelecem horário para pagamentos de contas diferente do horário normal; - impedem qualquer pessoa de efetuar pagamentos em dinheiro de contas e outros títulos no caixa; - obrigam o consumidor a se dirigir a outra agência pelo fato de não ser correntista; - cobram taxas para o pagamento de títulos, contas carnês, etc., além daquelas já previstas no próprio boleto etc. 3. Existe um limite para os valores das taxas e tarifas bancárias ? Atualmente não há tabelamento das taxas ou tarifas bancárias, de modo que os bancos podem cobrar pelos seus serviços com ampla liberdade, havendo inclusive grande variação entre serviços iguais de fornecedores diferentes. É importante ressaltar entretanto que o banco somente poderá cobrar ou aumentar tarifas se já houver comunicado ao público com um mínimo de 30 dias de antecedência, seja através de cartas ou pela fixação de cartazes em lugares visíveis das agências bancárias. 4. Se uma conta nunca foi usada ou ficou muito tempo sem ser movimentada, é possível a cobrança de tarifas de manutenção de conta? O Banco Central autoriza os bancos a cobrarem pelos serviços prestados. A conta aberta, ainda que não movimentada, gera gastos que podem ser repassados ao correntista-consumidor, assim, caso a pessoa desista de movimentar uma conta bancária, deve formalizar seu pedido de encerramento à gerência da agência, por escrito, e entregar os cartões e cheques que possua daquela conta. Para encerrar definitivamente a conta, o consumidor deve antes quitar os débitos pendentes, inclusive os relativos a impostos como CPMF e IOF. 5. Os bancos podem exigir a aquisição de outros produtos ou serviços para manter uma conta? Considera-se prática comercial abusiva, proibida pelo Código de Defesa do Consumidor, condicionar o fornecimento de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, ou ainda prestar serviço sem prévia solicitação do consumidor. Os órgãos de defesa do consumidor têm combatido insistentemente essa prática, chamada também de venda casada.

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É importante lembrar que cheque especial ou empréstimos de dinheiro são colocados à disposição dos consumidores, e cujos contratos dependem de renovação periódica, sendo lícito às instituições financeiras, ao cabo da vigência dos contratos, a manutenção, alteração ou até cancelamento desses limites, desde que comuniquem previamente ao correntista sua intenção. Ao assinar qualquer documento de ajuste o consumidor deve ler e atentar inclusive para cláusulas que autorizam o banco a enviar serviços sem prévia comunicação. 6. No caso de furto, roubo ou extravio de cartões magnéticos, até quando o consumidor é responsável por movimentações efetuadas ? Os bancos têm o dever legal de zelar pela segurança de seus serviços, impedindo que terceiros façam mau uso de cartões dos correntistas. Os contratos assinados com os bancos normalmente estabelecem que toda e qualquer utilização do cartão e respectiva senha são de responsabilidade do correntista. Esta cláusula é abusiva, respondendo os bancos de forma objetiva pelos prejuízos causados ao consumidor por falhas na segurança do serviço nos termos do Código de Defesa do Consumidor. Para evitar problemas futuros, é sempre recomendável que a comunicação sobre a perda, furto ou roubo seja feita o mais rápido possível, por qualquer meio hábil, e nos casos de furto ou roubo seja comunicado o fato também à autoridade policial para que seja registrado e formalizado o Boletim de Ocorrência. A orientação também é aplicável para casos envolvendo talões de cheques. Pela Internet existem sites sobre os procedimentos que podem ser adotados nessas situações. O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Civil pelo site www.policia-civ.sp.gov.br oferece inúmeras informações, orientações além de disponibilizar serviços. 7. Como devem ser feitas as comunicações entre consumidores e os bancos ? Apesar dos bancos manterem serviços e centrais de atendimento ao cliente 24 horas ao dia, por via telefônica, o consumidor deve, sempre que possível, comunicar-se com o banco por escrito, redigindo cartas em duas vias, com uma delas sendo protocolada (assinada e/ou carimbada) por um funcionário do banco, e mantida pelo correntista como comprovante. A comunicação poderá ainda ser feita na forma de notificação extrajudicial, através de um cartório de títulos e documentos, ou por carta registrada com aviso de recebimento. 8. O cheque sustado pode ser cobrado ? Os cheques são títulos de crédito podendo ser transferidos por meio de endosso, e cobrados pelo portador, que substitui o beneficiário original em todos os seus direitos. Caso o cheque seja sustado por furto ou roubo, deve ser fornecida ao banco cópia do Registro de Ocorrência Policial, expedido por Delegacia de Polícia. Os cheques sustados por furto ou roubo não podem ser protestados no Estado de São Paulo, por determinação da Corregedoria Geral de Justiça, nem incluídos nos cadastros de proteção ao crédito (SCPC, Serasa, etc.), mas aqueles que os receberam de boa-fé podem por meio do Poder Judiciário cobrá-los. Recomenda-se que seja publicada uma comunicação à praça, através de jornal de grande circulação, do furto, roubo ou extravio do(s) talão(ões). No caso de sustação por desacordo em negócio, o cheque pode ser protestado e cobrado por via de execução judicial, portanto, deve ser evitada esta forma de suspensão do pagamento e, caso efetuada, seguida da medida judicial correspondente. Em ambas as situações, deve ser renovada a sustação de pagamento a cada seis meses, até que acabem as folhas de cheques sustadas. A cada sustação o banco poderá cobrar taxas pelo serviço. 9. O consumidor é obrigado a arcar com os custos de talões de cheques e cartões magnéticos? O consumidor pode optar por movimentar as contas através de cartão magnético ou

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talão de cheques. Caso opte por movimentar a conta através de talão de cheques, o banco terá de fornecer pelo menos um talão de cheques por mês com 10 folhas (Resolução Bacen 2747/00), sem cobrar taxas, além de garantir o acesso do consumidor à sua conta por intermédio de sua agência bancária. Caso o consumidor decida ter somente cartão magnético, igualmente deverá ser dispensado do pagamento de qualquer taxa. Obviamente, se o correntista possuir os dois, deverá optar por uma modalidade que será "gratuita", e a outra será cobrada, como determina a Resolução 2.303 do CMN.

Benfeitorias necessárias (CDC, art. 51, XVI)Entende-se por benfeitorias necessárias, a obra realizada numa coisa, móvel ou imóvel, no intuito de dar-lhe melhor serventia, a que tem por fim precípuo conservar essa coisa ou evitar que se deteriore (Código Civil, arts. 63, § 3º, 1,112, e 1.566, III). Bem jurídico a ser protegido (CDC, art. 82, § 1º)É tudo aquilo que é propriedade de alguém, ou que é apto a constituir seu patrimônio. O objeto do Livro II, da Parte Geral, do Código Civil (arts. 43 a 73). Geralmente, a expressão, no plural, tem emprego para as coisas materiais, deixando o uso do singular reservado às ações e obras humanas, tais como bem-estar comum, porém, há exceções, quando é imperioso singular, como bem de família.

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Cadastro de Consumidores (CDC, art. 43, caput)(*)Normalmente, o consumidor, quando aluga uma casa ou faz uma compra a prazo, precisa preencher fichas com seus dados pessoas. Essas fichas preenchidas formam um cadastro. As informações que o consumidor colocar na ficha não podem ser usadas pela empresa para outras finalidades. O Código de Defesa do Consumidor, para evitar que essas informações sejam usadas para outros fins, assegura ao consumidor:- o direito de corrigir os dados incorretos;- a retirada das informações negativas após um período de 5 anos;- o conhecimento das informações sobre o consumidor que estejam no cadastro (se for recusado, cabe habeas data);- a comunicação de abertura de ficha cadastral quando o consumidor não tiver pedido que seu cadastro seja aberto. Cadastro de reclamações contra fornecedores (CDC, art. 44, caput)(*)Os órgãos públicos de defesa do consumidor são obrigados, pelo Código de Defesa do Consumidor, a ter um cadastro das reclamações feitas pelo consumidor. Essas reclamações são contra os maus fornecedores de produtos e serviços. Esse cadastro pode ser consultado a qualquer momento pelos interessados e deverá ser publicado todo o ano. Caduca (caducar/caducidade)(CDC, art. 2, caput)É o perecimento (deixar de existir; ter fim; acabar; findar) de um direito por exaustão do período legal dentro do qual ele teria existência. Decadência. Carnes (*)As carnes, quando mal conservadas, estragam rapidamente. Para não correr o risco de comprar carne estragada, o consumidor deve observar alguns cuidados, a saber:1. Procurar açougues que tenham boas condições de higiene. Verificar as paredes, os balcões e principalmente a luz. Se a luz que ilumina a carne for vermelha, cuidado! Colocar esta luz vermelha é ilegal, pois muda a cor da carne fazendo-a parecer que é mais nova.

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1. Os carimbos roxos SIF (sistema de inspeção Federal) e do SIP (Serviço de Inspeção Estadual) mostram que a carne foi aprovada pela fiscalização. O consumidor deve tomar cuidado com a carne que não foi fiscalizada, pois pode estar contaminada depois da inspeção, no próprio açougue ou estabelecimento de comercialização. 2. Observar a cor da carne. A carne de boi estragada pode apresentar cor esverdeada e forte cheiro de podre. Carne com cor vermelho-vivo também deve ser evitada, pois foi colocado nela um pó branco que esconde sua má qualidade. Este pó branco é o sulfito de sódio. 3. Pelancas e cebos não podem ultrapassar 10% do total do peso da carne. 4. O consumidor deve verificar o olho da carne de porco: bolinhas brancas indicam a presença de parasitas, muito nocivos à saúde. 5. As aves devem ter a carne firme, cor amarelo-claro e com cheiro suave. 6. As carnes devem ser vendidas com a identificação da origem, etiqueta-lacre, contendo o número do Serviço de Inspeção, nome do frigorífico e origem, data de embalagem e de validade, sexo e tipo de animal. 7. Salame, presunto e lingüiça, etc., não devem ter manchas ou bolhas no interior da embalagem. 8. Quando se embala um alimento com plástico, o ar todo é retirado. São alimentos embalados a vácuo. Se o consumidor notar dentro da embalagem um líquido, manchas esverdeadas ou se o produto estiver solto nos pacotes, não deve comprar o alimento. Se perceber que a falha é do fornecedor, o consumidor deve denunciar à Vigilância Sanitária. 9. O peixe deve ter a carne firme, olhos salientes e brilhantes, guelras avermelhadas e escamas que não se soltem com facilidade.  Cartão de Crédito (*)1. Qual pode ser a definição prática para cartão de crédito? O cartão de crédito é uma identificação que possibilita o pagamento à vista de produtos e serviços, obedecidos requisitos pré-estabelecidos (validade, abrangência, limite valores etc.). Foi criado com a finalidade de promover o mercado de consumo, facilitando as operações de compra. O cartão é usado como espécie de "dinheiro virtual". 2. Quais as partes envolvidas numa operação com cartão de crédito? O consumidor, a administradora do cartão e o fornecedor de produtos e serviços que integra a rede credenciada. 3. São disponibilizados outros serviços pela administradora ao consumidor? Algumas administradoras oferecem outros serviços ao consumidor (crédito rotativo, contratação de financiamento para saldo devedor, seguros, saques em estabelecimentos bancários ou comerciais) que são prestados por empresas vinculadas contratualmente que formam a rede credenciada. 4. Qual é a fonte de recursos que a administradora de cartão de crédito se utiliza para "conceder" crédito ao consumidor? A administradora não é autorizada pelas normas do Banco Central a "emprestar dinheiro", ou seja, financiar os saques e compras a prazo para o consumidor. Sendo assim, recorre às instituições financeiras, tomando empréstimo para saldar o débito cujos custos são repassados para o consumidor. 5. A administradora de crédito é uma instituição financeira? Não, pois não tem autorização legal para atuar como financeira não podendo valer-se das mesmas prerrogativas. 6. O contrato de cartão de crédito é um contrato de adesão? O contrato de cartão é um contrato de adesão uma vez que suas cláusulas são estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. 7. Como se adere ao sistema de cartão de crédito?

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O consumidor adere ao sistema por meio do encaminhamento de proposta à administradora, que após o recebimento procede a análise das informações. Dessa análise pode haver a aceitação da proposta e respectiva emissão de contrato e do cartão, em nome do interessado. 8. A administradora de cartão é obrigada a aceitar a proposta enviada pelo consumidor? Não, isto porque, para a aceitação do consumidor esse deverá preencher requisitos impostos pela administradora. Contudo, a negativa deve ser justificada. 9. Qual a providência que o consumidor deve tomar ao receber um cartão de crédito sem ter solicitado? Deve inutilizar o cartão podendo inclusive entrar em contato com a administradora exigindo os devidos esclarecimentos, formalmente. Poderá também registrar reclamação junto aos órgãos de defesa do consumidor para que sejam tomadas as providências cabíveis ao caso e no âmbito coletivo. Caso sejam emitidas faturas de cobrança (anuidade, cartão adicional etc.) que possam acarretar prejuízo ou dano poderá ser pleiteada indenização. 10. O consumidor é obrigado a assinar proposta de cartão de crédito, na abertura da conta corrente bancária ou solicitação de financiamento? A chamada " venda casada" constitui prática abusiva sendo proibida pelo Código de Defesa do Consumidor e deve ser denunciada aos órgãos de proteção ao consumidor. 11. Quais são os encargos por atraso que podem incidir no cartão de crédito? Multa moratória de 2%, juros de mora de 1% e taxa de refinanciamento. 12. Como o consumidor deve proceder no caso de extravio, furto ou roubo do cartão de crédito? Deve comunicar o fato à central de atendimento da administradora, o mais rápido possível solicitando o bloqueio do cartão. Deve ainda pedir um número de protocolo do pedido formalizado anotando a data, horário e o nome do atendente. É importante também que seja lavrado um Boletim de Ocorrência (BO) sobre o fato, para afastar a responsabilidade sobre o uso indevido do mesmo. 13. O que é cláusula mandato no contrato de cartão de crédito? É a cláusula contratual estipulada pela administradora, em que o consumidor dá poderes para essa realizar diversos negócios jurídicos em seu nome, como procuradora. Por esta cláusula a administradora poderá abrir conta corrente, contratar empréstimo, emitir letras de câmbio, etc. Referida estipulação é considerada abusiva e colide frontalmente com os princípios do Código de Defesa do Consumidor. 14. O comerciante pode exigir diferença no valor da mercadoria quando o pagamento é feito com cartão de crédito? Não. O pagamento feito com cartão é considerado pagamento à vista. 15- Como deve proceder a rede credenciada no ato do pagamento com cartão de crédito? Para segurança do sistema e do consumidor, a rede credenciada deve checar as listagens fornecidas pelas empresas e tem ainda a obrigação de conferir a assinatura do consumidor, bem como solicitar a apresentação de documento pessoal que comprove a titularidade do usuário do cartão. 16. É seguro contatar a administradora de cartões de crédito, somente através da central de atendimento, a fim de esclarecer dúvidas, questionar lançamentos, ou ainda, solicitar o bloqueio ou cancelamento do cartão? Atualmente, a telefonia e a informática contam com recursos avançados porém, para a comprovação do contato é recomendável que sejam registrados alguns dados (nome atendente, número de protocolo, horário, data e assunto tratado). Sugere-se ainda que questões mais complexas sejam também feitas por escrito, através da remessa de carta com aviso de recebimento. 17. O seguro de perda, furto ou roubo é obrigatório?

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O seguro de perda, furto ou roubo é opcional e não obrigatório, sendo oferecido pelas administradoras de cartões de crédito e garantido por uma seguradora. O seguro têm a finalidade de cobrir os saques e compras derivados do uso indevido por terceiros. 18. Em alguns casos, o consumidor somente percebe e portanto comunica à administradora sobre a perda, roubo/furto do cartão após decorrido certo espaço de tempo. Neste lapso, entretanto, pode ocorrer o uso indevido do cartão por terceiros. Posto isto, a administradora é obrigada a assumir o uso indevido relacionado a esses eventos? Os contratos de cartão de crédito possuem cláusula indicando que as administradoras responsabilizam o titular/associado pelo uso indevido anterior a comunicação de fato à central de atendimento. No entanto, o Código de Defesa do Consumidor considera tal procedimento indevido, pois a responsabilidade na segurança da prestação do serviço também é do fornecedor, que deve tomar cuidados quando da aceitação do cartão para o pagamento de produtos ou serviços. Ressalte-se ainda que nos termos da legislação o consumidor é vulnerável e a fragilidade do sistema permite, por vezes, a utilização indevida do cartão por terceiros. 19. Como deve o consumidor proceder ao receber fatura da qual não reconhece algum lançamento? O consumidor deve entrar em contato imediatamente com a administradora de cartões e registrar reclamação impugnando os lançamentos. 20. Qual o procedimento a ser adotado quando a administradora não estornar os lançamentos indevidos? O consumidor deverá formalizar reclamação em um órgão de defesa do consumidor, no Juizado Especial Cível (valores até 20 salários mínimos) ou Justiça Comum. 21. Qual é a sistemática adotada para o pagamento do cartão de crédito? A administradora de cartão de crédito, normalmente disponibiliza algumas datas de vencimento da fatura. O consumidor ao fazer sua opção passará a receber as faturas para o pagamento na data ajustada. A falta de recebimento da fatura não exime o consumidor do pagamento devendo esse contatar a administradora antes do vencimento e efetuar o pagamento mediante boleto avulso ou outra forma disponibilizada. A possibilidade de escolha da data de pagamento permite que o consumidor programe seus gastos. 22. Quais as opções de pagamento da fatura? As opções de pagamento são quatro: - O consumidor paga a fatura com o valor integral, na data de vencimento; - O consumidor pagará o valor discriminado como pagamento mínimo, que em média corresponde a 20% do valor integral da fatura e utiliza o chamado "crédito rotativo". Assim o consumidor estará financiando o saldo da diferença verificada entre o valor total da fatura e o valor pago; - O consumidor poderá ainda efetuar pagamento maior que o mínimo. Nessa opção o saldo será acrescido dos encargos contratuais (taxas de financiamento) que serão cobrados na próxima fatura. - Ao consumidor no ato da aquisição de produtos ou serviços, nos estabelecimentos filiados, é oferecida a opção de parcelar a compra, devendo ser perguntado sobre eventuais acréscimos de juros no parcelamento. 23. Os juros incidem sobre o valor total da fatura, na opção de crédito rotativo? No financiamento, os juros somente incidem sobre o saldo verificado entre o valor da fatura e o valor pago. Exemplo: - Valor para pagamento total até o dia 30 - R$ 400,00 - Valor para pagamento mínimo -R$ 80,00 - Valor do saldo - R$ 320,00

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Portanto, somente o saldo de r$ 320,00 é que será acrescido dos juros em virtude do consumidor ter optado por esta modalidade de pagamento. 24. As taxas de financiamento na modalidade de crédito rotativo, sofrem algum tipo de limitação? No Brasil, as taxas não são "tabeladas" e variam devido a diversos fatores. Portanto, o consumidor deverá ter cautela ao aderir a qualquer modalidade de financiamento. Na fatura do cartão de crédito deverá estar expresso a taxa de juros que incidirá no período da fatura e, ainda, a do próximo período. 25. A administradora de cartões pode retirar a opção do pagamento mínimo, na modalidade de crédito rotativo, em caso de atraso ou inadimplência, e exigir o pagamento do valor total da fatura? Após o vencimento da fatura o valor lançado pode ser cobrado a qualquer momento, podendo a administradora retirar a opção do pagamento mínimo e exigir o valor integral da fatura. 26. A administradora é obrigada a parcelar o débito, nos casos em que o consumidor tenha dificuldades de pagamento? A administradora não é obrigada a parcelar o débito. O valor lançado nas faturas após o vencimento e os encargos poderão ser cobrados a qualquer momento. Qualquer negociação da dívida implicará em novo ajuste entre as partes.  Cartão Magnético (Bancos)(*)O consumidor deve assinar no verso do cartão logo após receb6e-lo e manter sua senha em segredo, nunca esta devendo ser revelada a ninguém, principalmente em caixas eletrônicos. Se o cartão do consumidor for roubado, perdido, se ficar preso na máquina ou cobrarem o que o consumidor não deve, este deve comunicar imediatamente à sua agência ou à Central de Atendimento. Cheque (Bancos) (*)O consumidor deve evitar sair de casa levando cheques assinados. Se for necessário, tenha o cuidado de cruzar seus cheques. Isto faz com que o cheque seja pago apenas pelo depósito e compensação bancária. Se o consumidor for vítima de furto ou roubo, este deve dirigir-se até a delegacia mais próxima e fazer um Boletim de Ocorrência. O consumidor deve levar o boletim ao banco em que tem conta e solicitar para suspender o cheque, informando o seu número e valor. Se o roubo acontecer fora do expediente bancário, em finais de semana ou feriados, o consumidor deve comunicar ao SERASA - Centralização de Serviços Bancários, pelo telefone (011) 232-0137. O consumidor deve tomar as devidas providências anteriormente mencionadas, no primeiro dia útil. Se o consumidor estiver em outra cidade, deve dirigir-se à agência do seu banco mais próximo para registrar a ocorrência. Cheque pré-datado (ou pós-datado) (Bancos). O cheque pré-datado não é legal. É apenas um acordo entre o fornecedor e o consumidor. A lei não impede que ele seja descontado antes da data nele colocada. O consumidor só deverá fazer um cheque pré-datado se o estabelecimento for de sua confiança e solicitar (exigir) para constar na nota, a data da entrada de cada cheque.  Cheque Sustado. (Bancos)(*)O consumidor somente deverá solicitar para sustar um cheque se houver um motivo muito forte para isso, como perda ou roubo do cheque ou do talonário, se o consumidor emitir um cheque para pagar a compra de um produto ou contratar um serviço e o produto não for entregue ou nem o serviço prestado, este deve proceder da seguinte forma:- enviar uma reclamação por escrito, por meio de "AR" (Aviso de Recebimento) ou de um Cartório de Registro de Documentos, pedindo ao fornecedor para solucionar o problema;

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- se o fornecedor não solucionar o problema, o consumidor deve comunicar o fato a um órgão de defesa do consumidor.  Circunstâncias agravantes (CDC, art. 76, caput)Existem circunstâncias que atenuam ou agravam a pena. Os atenuantes não podem fazer com que a pena caia abaixo do limite mínimo -inferior, segundo avaliação do juiz, porém, diz-se de circunstância acidental do crime ou agravante, aquela legalmente prevista, reveladora de sua maior gravidade, e que acarreta, obrigatoriamente, um aumento da pena, a critério do juiz, respeitado porém o limite máximo da cominação. Cláusula resolutória (CDC, art. 54, §2º)Do Direito obrigacional, é uma condição tácita, podendo ser expressa, em todo Contrato Bilateral, pela qual a inexecução da obrigação por uma parte autoriza a outra a pedir a resolução, ou a rescisão. Mesmo tácita, mas em obediência ao princípio de conservação do contrato, o cumprimento obrigacional deve ser buscado pela parte interessada, antes do recurso externo de resolução contratual. Cláusulas abusivas (CDC, art 6º, IV e art. 51)Nos contratos de fornecimento de produtos ou serviços, toda aquela que estabelecer desequilíbrio na relação do fornecedor com o consumidor ou o usuário, a qual não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência decorrer ônus excessivo a qualquer das partes. Cláusulas contratuais (CDC, art 6º, V, art. 47, caput)Ordinariamente são disposições constates de um instrumento obrigacional, definidor de seu objeto, condições e preceitos. Cláusulas onerosas (CDC, art. 6º, V)Diz-se cláusulas onerosas, em face dos contratos bilaterais de prestação diferida ou sucessiva, da extrema dificuldade no cumprimento da obrigação, por fatores supervenientes à celebração do negócio (cláusula rebus sic stantibus e teoria da imprevisão). Cobrança de dívidas (CDC art. 42)(*)O Código de Defesa do Consumidor não permite que o fornecedor, na cobrança da dívida, ameace ou faça o consumidor passar vergonha em público. Não permite também, que o fornecedor, sem motivo justo, cobre o consumidor no seu local de trabalho. É crime ameaçar, expor ao ridículo ou, injustificadamente, interferir no trabalho ou lazer do consumidor para cobrar uma dívida (CDC, art. 71).Se o fornecedor cobrar quantia indevida (o que já foi pago, mais do que o devido, em dobro, etc.), o consumidor terá direito de receber o que pagou, em dobro, com juros e correção monetária. Coisa julgada (CDC, art. 103, § 1º)É uma situação de sentença não mais sujeita a recurso, tornando-se imutável e indiscutível para as partes (ver Constituição Federal, art. 5º, XXXVI e LVII; Lei de Introdução ao Código Civil, art. 6º; Código de processo Civil, arts. 267, V, 301, §1º, 467 a 475, 485, IV, 1.097; Código de Processo Penal, arts. 65, 95 e 110; Consolidação das Leis do Trabalho, arts. 836 e 876).

 Comerciante (CDC, art. 13, caput)

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Comerciante é toda a pessoa natural que, legalmente inscrita no registro do comércio, ou junta comercial, exerce, efetiva e individualmente, atividade mercantil. Competente (Juízo Competente) (CDC, art. 93, caput)É a medida da jurisdição, pois limita o poder jurisdicional, inerente a cada juiz ou tribunal; é a faculdade que tem o juiz de exercer a jurisdição em certos lugares e sobre certas matérias ou relativamente a certas pessoas, que a lei assim determinar (ver Código de Processo Civil, arts. 86 a 124; Código de Processo Penal, arts. 69 a 81). Competência Concorrente (CDC, art. 93, II)Compet6encia concorrente, também denominada de competência dupla, é aquela em que, nas federações de estados e mediante regra constitucional, o Poder Central permite aos estados-membros legislar, tanto como a União, sobre determinadas matérias (ver Constituição Federal, arts. 22, parágrafo único, 24 §§ 1º a 4º). Compra de imóveis (*)DocumentaçãoAntes de fechar negócio, o consumidor deve procurar verificar junto à Prefeitura se há possibilidade de o imóvel ser desapropriado, como também os seguintes documentos:1. Do vendedor e de seu cônjuge:- certidão dos distribuidores cíveis;- certidão do distribuidor federal;- certidão de protesto.2. Do imóvel:- certidão vintenária;- certidão negativa de ônus e alienação;- certidão negativa de débitos fiscais, junto à prefeitura municipal, ou junto ao Incra, se for imóvel rural;- certidão previdenciária;- comprovante de pagamento de taxas de água, esgoto, luz e, se for o caso, de condomínio. DespesasGeralmente cabe ao comprador o pagamento da sua escritura e seu registro. Ao vendedor cabe pagar a comissão do corretor e as despesas com certidões. Cuidados básicosO consumidor deve prestar atenção na proposta e no contrato de compra e venda. Caso tenha dúvidas, antes de assinar, deve-se consultar um advogado ou um órgão de defesa do consumidor. O consumidor deve verificar se a proposta contém cláusulas que permita o cancelamento - direito de arrependimento do negócio. Se quem desiste é o comprador, este perde o sinal. Se for o vendedor, este deverá restituir o valor do sinal em dobro. Deve-se riscar os espaços em branco e rubricar todas as folhas do contrato. Deve-se exigir uma cópia do contrato. Por fim, deve-se registrar o contrato no Cartório de Registro de Imóveis competente. Comprar por Telemarketing (*)Antes de o consumidor comprar pelo telemarketing, deve consultar o cadastro de Reclamações dos Procon. Se o consumidor não receber o produto que comprou, deve reclamar com o fornecedor. No caso de não entrega do produto, a administradora do cartão não é responsável. Se não for resolvido o caso com o fornecedor, o consumidor deve procurar um órgão de defesa do consumidor. Concessão de financiamento ao consumidor (CDC, art. 52, caput)(*)

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Quando o consumidor for comprar à prestação, utilizando ou não os serviços de uma financeira, o fornecedor tem a obrigação de informar:- o preço do produto ou serviço em moeda nacional, os valores dos juros de mora e a taxa de juros do financiamento;- os acréscimos previstos por lei;- a quantidade e a data de vencimento das prestações; - o total a ser pago à vista ou financiado.A multa por falta de pagamento não pode ser maior do que 2% do valor da prestação. O consumidor pode adiantar o pagamento da dívida toda ou de parte dela, com direito à redução proporcional dos juros e outros acréscimos. Concessionária de serviço público (CDC, art. 59, §1º)Empresa a que foi outorgada uma concessão, ou seja, um privilégio que o governo concede a uma empresa que explore, em regime de monopólio, um serviço de utilidade pública. É um privilégio concedido pelo Estado a uma empresa ou indivíduo para exploração, mediante contrato. Concessionárias (CDC, art.22, caput)São empresas a que foi outorgada uma concessão, ou seja, um privilégio que o governo concede a uma empresa para que explore, em regime de monopólio, um serviço de utilidade pública. É um privilégio concedido pelo estado a uma empresa ou indivíduo para que explore, mediante contrato, recursos naturais cuja propriedade, segundo a Constituição, não pode ser privada. Concurso de créditos (CDC, art. 99, caput)Modalidade de execução por quantia certa, em que concorrem (circunstância de se encontrarem juntos dois ou mais créditos; encontro) vários créditos, com o fim de alienar bens do devedor para solução das dívidas. Concurso de órgãos e entidades (CDC, art. 106, VIII)É a circunstância de se encontrarem juntos dois ou mais órgãos ou entidades. 1. O que é o sistema de consórcio ? Sistema que reúne grupos de pessoas físicas ou jurídicas para adquirir bens ou serviços por meio de sorteios ou lances. 2. O que se deve saber antes de assinar um contrato de adesão ? - Conhecer o sistema tirando todas as dúvidas junto à administradora. - Verificar se a administradora está autorizada a funcionar no Banco Central. Contatar o Banco de Dados ou verificar o Cadastro de Reclamações Fundamentadas do Procon. 3. Como pode ser adquirida uma cota de consórcio? A aquisição de cota ocorre mediante o ingresso em um grupo em formação ou em grupo já formado. 4. O que deve ser observado no contrato de adesão? O consumidor deverá ler atentamente todos as cláusulas contratuais, observando se as informações são claras, legíveis e com caracteres ostensivos, conforme determina o Código de Proteção e Defesa do Consumidor. Também deve constar obrigatoriamente do contrato: - Identificação das partes contratantes; - Descrição do bem, conjunto de bens ou serviços; - Obrigações Financeiras do consorciado; - Condições para Contemplação; - Prazo e Duração do Contrato;

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- Taxa de Administração; - Possibilidades de antecipação de pagamento das parcelas; - Direito do consorciado dispor do crédito distribuído na assembléia de contemplação acrescido dos rendimentos líquidos proporcionais ao período que tenha sido aplicado; - Faculdade do consorciado contemplado adquirir o bem objeto ou crédito correspondente, e o procedimento adotado para solicitação, conforme determina a circular Nº 2.766 do Banco Central; - Garantias exigidas; - Condições para transferência de direitos e obrigações, de inadimplemento e exclusão. 5. Que valor deve ser pago como taxa de adesão? Atualmente não é cobrada taxa de adesão. Na assinatura do contrato, a administradora poderá cobrar a 1ª mensalidade e antecipação de recursos relativos à taxa de administração. 6. Como é calculada a prestação mensal? No sistema de consórcio os pagamentos mensais correspondem a percentuais do valor do crédito (fundo comum) e acréscimos previstos no contrato (taxa de administração, fundo de reserva e seguro). PM = FC + TA + FR + Seguro FC= Percentual do Crédito dividido por número de meses TA = Percentual Fixado no Contrato de Adesão FR= Percentual Fixado no Contrato de Adesão Eventuais diferenças nas prestações com relação ao preço do bem vigente na data da realização da Assembléia Geral serão compensadas na próxima parcela. 7. Pode ser antecipado o pagamento das parcelas mensais? Sim, o consorciado poderá abater o saldo devedor na ordem inversa, a contar da última parcela observando-se o seguinte: Contemplação com lance vencedor; Aquisição do bem de valor inferior, utilizando a diferença do crédito; Quitação integral do saldo devedor desde que tenha sido contemplado e utilizado o respectivo crédito. 8. Quais os encargos incidentes sobre as parcelas em atraso? O consorciado estará sujeito: - a multa moratória não superior a 2% (dois por cento) - juros de 1% (um por cento) ao mês. 9. Quais são as regras para a contemplação? - A contemplação será feita exclusivamente por sorteio ou lance, podendo a contemplação por lance ocorrer somente após a contemplação por sorteio. - Caso não seja realizado o sorteio por insuficiência de recursos, poderá ser realizada apenas a contemplação por lance. - A contemplação está condicionada à existência de recursos suficientes no grupo. - A administradora colocará à disposição do consorciado contemplado o respectivo crédito até o terceiro dia útil após a contemplação, permanecendo os referidos recursos depositados em conta vinculada devidamente aplicados , revertendo os rendimentos líquidos da aplicação a favor do consorciado contemplado. 10. O que acontece no caso de substituição do bem? Quando o bem objeto do contrato é retirado de fabricação a administradora deve convocar Assembléia Extraordinária para deliberar sobre a substituição, no máximo até cinco dias úteis após tomar conhecimento da alteração. A prestações dos consorciados obedecerão os seguintes critérios de cobrança: - As prestações dos contemplados , a vencer ou em atraso, permanecem no valor anterior e serão atualizadas quando houver alteração de preço do novo bem, na

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mesma proporção; - As prestações dos não contemplados , tanto as pagas quanto as a vencer, serão calculadas com base no novo preço. 11. Quando ocorre o encerramento do grupo? Até 60 dias após a contemplação de todos os consorciados do grupo, a administradora deverá colocar à disposição os créditos na seguinte ordem: - Consorciados que não tenham utilizado o crédito; - Excluídos e desistentes, valores relativos a devolução das quantias pagas, aplicando-se as regras estabelecidas pelo Banco Central; - Demais consorciados. 12. Como é utilizado o Fundo de Reserva? Os recursos do Fundo de Reserva são utilizados para: Cobertura de eventual insuficiência de receita nas assembléias ordinárias mensais, de forma a permitir a distribuição de, no mínimo, um crédito para a compra do bem; Cobertura de despesas com devolução ao participante desistente ou excluído; Pagamento de débitos de consorciados inadimplentes, após esgotados todos os meios de cobrança admitidos em direito; Devolução aos consorciados que não tenham sido excluídos ou desistentes, do saldo existente ao término das operações do grupo, proporcional às suas prestações mensais pagas. Os critérios mencionados estão de acordo com as normas estabelecidas pelo Banco Central (Circular Nº 2.766 , de 1/9/97).  Constrangimento (CDC, art. 42. Caput)É a situação ou estado de quem foi constrangido, violentado, coagido, insatisfeito, desagradado, descontentado, embaraçado; é o cerceamento da liberdade de alguém. Consumidor (CDC, art. 2º, caput e parágrafo único)Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produtos ou serviços como destinatário final. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.(*) É qualquer pessoa que compra um produto ou que contrata um serviço, para satisfazer suas necessidades pessoais ou familiares. Também é considerado consumidor as vítimas de acidentes causados por produtos defeituosos, mesmo que não os tenha adquirido (CDC, art. 17), bem ainda as pessoas expostas às práticas abusivas previstas no Código do Consumidor, como, por exemplo, publicidade enganosa ou abusiva (CDC, art. 29). Qualquer produto que você consuma ou serviço que você contrate, desde a compra de uma balinha até o serviço de um amolador de tesouras, torna você um consumidor. Consumidor inadimplente (CDC, art. 42, caput)Consumidor inadimplente é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utilizada produtos ou serviços como destinatário final, equiparando-se a este, a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo para satisfazer suas necessidades pessoais ou familiares, e não cumpre, no termo convencionado, as suas obrigações contratuais. Contrapropaganda (CDC, art. 50, caput)É o meio de divulgação destinado a combater ou anular outra propaganda ou publicidade. Na área do direito de consumo, ocorre quando o fornecedor incidir na prática de publicidade enganosa. Contrato (CDC, art. 30, caput)

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É o acordo entre duas ou mais pessoas, no sentido da transferência de algum direito e ou sujeições a alguma obrigação. O documento resultante desse acordo denomina-se "contrato".(*) o consumidor (contratante) deve escrever tudo o que o fornecedor fala quando combina a compra de um produto ou mesmo a prestação de um serviço. Não precisa ser advogado para escrever um contrato. É simples:- faça uma lista de todos os devedores e obrigações dos interessados em fazer o contrato;- tire uma fotocópia;- risque todos os espaços em branco;- coloque a data e assine, você e a outra parte interessada.Cancelamento de compra por contrato não cumprido(*)O cancelamento de compra, para o caso de o fornecedor não ter cumprido o contrato, deve ser feito por carta. Esta carta deverá ter o seguinte conteúdo:- a descrição da compra com o número da nota fiscal ou do pedido, data, produto, marca, preço, etc;- o problema (por exemplo, prazo de entrega não cumprido);- as tentativas de solução do problema;- a intenção de cancelar o pedido de compra devido ao fornecedor não ter cumprido sua obrigação;- o pedido de devolução de qualquer valor pago, devendo este valor ser atualizado.O consumidor (contratante) deve entregar pessoalmente a carta ou a enviar pelo correio, através de AR (Aviso de Recebimento).ATENÇÃO! O consumidor (contratante) não terá despesa alguma com o cancelamento da compra, no caso de ser provada a culpa do fornecedor. O fornecedor, às vezes, fala que a emissão da nota fiscal obriga o pagamento do ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - e que o consumidor (contratante) tem de pagar este imposto. Isto não é verdade. A nota fiscal pode ser cancelada. Contrato (rescisão de Contrato)(*)O consumidor pode desistir de um contrato que tenha feito por um certo prazo (um ano, por exemplo). Tem também direito à diferença da importância que pagou. A empresa pode reter, em alguns casos, uma parte (10%, por exemplo) do que o consumidor pagou, à título de indenização. Entretanto, corre o risco de não receber o que já pagou pelos meses que faltam até o fim do contrato. Se foi a administradora quem desistiu ou rescindiu o contrato, o consumidor receberá o valor daquilo que pagou pelo ano todo. Isto no caso de o consumidor ter cumprido todas as cláusulas do contrato, exceto as abusivas. Contrato acessórioO que pressupõe a existência de outro, do qual depende e, por via de regra, serve de garantia; pacto adjeto. Contrato aleatórioAquele em que ao menos uma contraprestação é incerta, por depender de fato futuro. Contrato bilateralAquele em que as partes estabelecem obrigações recíprocas; contrato sinalagmático. Contrato comutativoO que é oneroso, sendo certas e equivalentes as contraprestações estabelecidas. Contrato ConsensualO que se aperfeiçoa com o consenso das partes, podendo ser até verbal. 

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Contrato cotalícioAquele em que alguém se associa a um litigante a quem auxilia mediante certa percentagem no resultado final da demanda. Contrato de adesão (CDC, art. 18, §2º, art. 54)Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato. Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no CDC, art. 53, § 2º. Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão. Contrato formalAquele para cuja validez a lei estabelece determinada forma ou solenidade: contrato solene. Contrato leoninoAquele que uma das partes leva todas as vantagens ou a maioria delas, em detrimento da(s) outra(s) parte(s). Contrato realAquele que só se aperfeiçoa mediante a tradição da coisa que é objeto de prestação de uma das partes. O que tem por objeto bens imóveis ou diretos de garantia (hipoteca, penhor, etc.). Contrato resolúvelAto resolúvel. Contrato de seguros (*)O consumidor (segurado) deve prestar atenção nas regras básicas para se fazer um seguro:- escolha uma seguradora séria. Pesquise e informe-se a respeito da seguradora;- uma boa seguradora deve ser conhecida pelo pagamento correto e excelente serviço de apoio e atendimento;- lembre-se de que nem todos os seguros são iguais. Consulte um corretor;- o bom corretor é um profissional especializado em seguros e conhece todos os detalhes do processo, acompanhando-o até a solução final.Prazos para indenizaçãoO prazo é de 30 dias para a seguradora pagar a indenização. Este prazo começa a contar da data de entrega de toda a documentação solicitada ao segurado. Se o prazo não for respeitado ou se o contrato não for cumprido, o consumidor (segurado) deve reclamar à SUSEP - Superintendência de Seguros Privados. Deve-se fazer a reclamação por escrito e enviar cópia da documentação completa. Contrato sinalagmáticoContrato bilateral Contrato soleneContrato formal 

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Contrato sucessivoAquele em que uma das partes se obriga a efetivar prestações certas e periódicas. Contrato unilateralAquele em que só uma das partes se obriga para com a outra. Contravenções (CDC, art. 80, caput)Contravenção é uma infração a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. A rigor, não existe diversidade antológica entre crime e contravenção, a não ser na brandura da penalidade (ver lei de Introdução ao Código Penal, art 1º; Código de Processo Penal, arts. 26 e 531; Lei nº 8.245, de 19-10-1991, art. 43). Convenção Coletiva de Consumo (CDC, Título V, art. 107)Entidades civis de consumidores e associações de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica que podem regular, por convenção escrita, relações de consumo que tenham por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à quantidade e à garantia, características de produtos e serviços, bem como reclamações e composição do conflito de consumo. Correios (*)Abertura ou violação de correspondênciasMesmo que haja suspeita sobre o conteúdo de correspondências e pacotes, estes só poderão ser abertos na presença do remetente ou do destinatário.ApreensãoPara enviar qualquer encomenda pelos Correios, o consumidor (usuário) deverá obedecer todas as normas que regulamentam o envio de correspondência. As normas referem-se ao peso, dimensões, volume, formato, endereçamento, acondicionamento etc. O consumidor (usuário) deve se informar com o funcionário dos Correios se o seu pacote ou correspondência estão dentro das normas. Sua encomenda poderá ser apreendida se não estiver de acordo com as normas estabelecidas pelos Correios.Correspondências não entregues.Se sua correspondência for enviada e não chegar ao destinatário, deve-se procurar uma agência oficial dos Correios. Deve-se levar todos os comprovantes do serviço que utilizou e o valor da mercadoria. Deve-se preencher um formulário chamado "Pedido de informação". A agência informará a data que responderá ao consumidor. Se o objeto que o consumidor (usuário) enviou se extraviar, os Correios têm o dever de indenizá-lo, a não ser no caso de cartas simples que não possuem comprovantes de remessa.Perdas e DanosOs Correios são responsáveis pelas perdas ou danos de objetos registrados quando:- o problema não tenha ocorrido por força maior ou ação de autoridade competente;- a correspondência não for reclamada em prazo determinado, que deverá ser notificado ao consumidor. Costumes (CDC, art. 7º, caput)Entende-se por costume toda a manifestação consciente e intuitiva da vontade social, repetida tacitamente como lei não escrita, e que integra, como a lei, o direito positivo. Segundo o jurisconsulto francês Jacques Cujas (1500-1590): "Que é o costume? - A lei não escrita. E que é lei? - O costume escrito." (Ver Lei de introdução ao Código Civil, art. 4º; Código Civil, arts. 588, § 2º, 1.192, II, 1.210, 1.215, 1.218, 1.221, 1.242 e 1.807). 

Crime culposo (CDC, art. 63, § 2º)

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Diz-se que o crime é culposo quando o delito a que o agente deu causa foi por imprudência, negligência ou imperícia (ver Código Penal, arts. 18, II).Somente as condutas voluntárias é que interessam para o Direito Penal; para a existência de um fato culposo, é necessário que exista um comportamento, e que esse comportamento seja final. É indispensável que haja a observância do dever de cuidado objetivo; são princípios gerais do direito, da "ordem" como um todo; é o dever "geral". Na vida, de um modo geral, todos nós temos um dever jurídico de comportamento, de não causar prejuízo (lesões aos bens jurídicos) a outrem (respeitabilidade dos bens jurídicos); decorre até de consenso; devemos agir sempre com cuidado, com cautela; podendo ser declarativo ou expresso; é o "agir com atenção".A resposta penal deveria ser apenas respaldada em condutas dolosas (é a regra!); só que o legislador entendeu que precisava proteger os bens jurídicos importantes, também sem dolo (resposta penal para fatos cometidos sem dolo).A inobservância do dever de cuidado objetivo manifesta-se pela imprudência, negligência ou imperícia, embora poder-se-ia resumi-los apenas em uma: a negligência.Crime culposo, portanto, é um fato definido como crime, sem dolo, porém, com inobservância do dever de cuidar objetivo, a saber:Modalidades de inobservância do dever de cuidado objetivo:Imprudência: é a prática de um fato (ação) perigoso(a); é algo positivo; é fazer alguma coisa perigosa - a cautela indica que o agente não faça, e mesmo assim, ele o faz, como por exemplo, dirigir em alta velocidade, em uma rua movimentada. Negligência: ela seria negativa, ou seja, é não fazer alguma coisa; é um comportamento omissivo; é a falta de cuidado; é a ausência de precaução; é deixar de observar alguma coisa, como por exemplo, deixar uma arma de fogo carregada ao alcance de crianças.Imperícia: é a falta de aptidão, ou de destreza, para o exercício de uma arte ou profissão; deve conduzir-se (o agente) de acordo com as normas técnicas, inerentes a cada profissão, como por exemplo, um determinado médico vai realizar um parto e corta algum órgão indevidamente.Negligência: gênero das espécies de imprudência e imperícia. Só existe crime culposo quando a conduta do agente for voluntária e quando este (o agente) tenha agido com negligência, imperícia ou imprudência. Por derradeiro e a bem da verdade, imprudência, negligência e imperícia poderiam concentrar-se apenas na negligência; o resultado é o mesmo; a conseqüência jurídica é a mesma! Culpa exclusiva (CDC, art. 12, § 3º, III, art. 14, § 3º, II)Diz-se que a culpa é exclusiva quando a violação ou inobservância de uma regra de conduta produz lesão do direito alheio, tendo como elemento subjetivo da infração cometida a compreensão da negligência, imprudência ou imperícia, que pode existir em maior ou menor proporção da culpa levíssima à culpa grave), e obrigando sempre o próprio infrator à reparação do dano. Culpabilidade (CDC, art. 75, caput)É o puro juízo de valores, normativo, de reprovação da conduta do agente imputável (pré-requisito para verificação da culpabilidade), com potencial consciência da ilicitude, que poderia, as circunstâncias, ter agido de outro modo. É o mesmo que culpa, e sentido amplo (latu sensu); é uma idéia de responsabilidade; é a reprovação da pena; é preciso que o agente seja culpado.Existe uma diferença entre causar um resultado inevitável (inevitabilidade dos fatos - está no interior do ser humano) e causar um resultado evitável; só o homem pode prever.Condição da culpabilidadeÉ a reprobabilidade do agente, com potencial consciência da licitude pelo fato que cometera (dolosa ou culposamente); é um puro juízo de valor, normativo, de reprovação

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da conduta do agente imputável, com consciência potencial da licitude, que poderia, nas circunstâncias, ter agido de outro modo.Não há crime se não houver culpa (culpabilidade).Elementos antagônicosdolo = consciência + vontadeculpa = sobre um dos elementos (causa)Toda conduta é final; o dolo não é normativo; é consciência do fato mais a vontade.A culpabilidade tem como pressuposto a imputabilidade, a saber:- potencial de saber que era errado; e- agir de forma diferente.Evitabilidade dos fatosReside no interior (psiquismo) do homem (prevê os acontecimentos futuros e deseja ou não deseja esses acontecimentos, e portanto, evita-os).Elementos da culpabilidadeÉ necessário que haja potencial possibilidade de licitude e exigibilidade de conduta diversa.Por derradeiro, só há culpa se o agente sabia que sua conduta era contra a ordem jurídica, e mesmo assim, ele a realizou; só é "fato típico", aquilo que é exigido! Cupim (*)No caso dos móveis entregues apresentarem cupins, o consumidor deve exigir a substituição imediata ou o seu dinheiro de volta. O prazo é de 90 dias, a não ser em caso de vício oculto.

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Decadência (CDC, Capítulo IV, Seção IV)Condição do Direito que, nascido por lei para ter prazo certo de duração, expirado estes não mais poderá ser tutelado juridicamente.Observações:1. Além dos prazos misturados com os de prescrição no CC, art. 179, os demais distribuídos noutras partes do Código Civil são, em geral, de decadência. Todos os prazos estatuídos no Código Tributário Nacional e nas leis cambiárias (LUG-1 e LUG-2) são de prescrição.2. Ao contrário da prescrição, a decadência não admite renúncia, e a interrupção àquela pode aproveitar.3. Tal como a prescrição, a decadência, por ser extintiva de direito, só admite interpretação escrita. Declarações de Vontade (CDC, art. 48, caput)Declarações de vontade são manifestações explícitas e reconhecidas por lei, de que resulta um negócio jurídico (ver, Código Civil, arts. 85, 129 e 1.079; Código de Processo Civil, art. 158) Defesa do Consumidor em Juízo (CDC, Título III)A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou à título coletivo.A defesa coletiva será exercida, quando se tratar de interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos do Código de Defesa do Consumidor; os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; ou, os interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos do Código de Defesa do Consumidor, os transindividuais de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte

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contrária por uma relação jurídica-base; ou, os interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum. Delito (CDC, art. 106, V)É um ato lícito, ou que transgrida a lei, e para o qual ela estabelece punição. Delito é gênero de que são espécies o crime a contravenção, delitos penais, em que são puníveis tanto o ilícito consumado como a tentativa de consumá-lo, e o delito civil, que não pune a tentativa, mas apenas o ato ilícito consumado. Despesas processuais (CDC, art. 87, caput)Entende-se por despesas processuais, as estatuídas no Código de Processo Civil, ou sejam: Art.18. O juiz, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a indenizar à parte contrária ou prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e as despesas que efetuou. Art.19. Salvo as disposições concernentes à justiça gratuita, cabe às partes prover as despesas dos atos que realizam ou requerem no processo, antecipando-lhes o pagamento desde o início até sentença final; e bem ainda, na execução, até a plena satisfação do direito declarado pela sentença. §1º O pagamento de que trata este artigo será feito por ocasião de cada ato processual.§2ºCompete ao autor adiantar as despesas relativas a atos, cuja realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público. Art.20. A sentença condenará o vencimento a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Essa verba honorária será devida, também, nos casos em que o advogado funcionar em causa própria. §1ºO juiz, ao decidir qualquer incidente ou recurso, condenará nas despesas o vencido.§2ºAs despesas abrangem não só as custas dos atos do processo, como também a indenização de viagem, diária de testemunha e remuneração do assistente técnico.§3ºOs honorários serão fixados entre o mínimo de 10% (dez por cento) e o máximo de 20% (vinte por cento) sobre o valor de condenação, atendidos:a) o grau de zelo do profissional;b) o lugar de prestação do serviço;c) a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.§4º Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, naquelas em que não houver condenação ou for vencida a Fazenda Pública, e nas execuções, embargadas ou não, os honorários serão fixados consoante apreciação eqüitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas a, b e c do parágrafo anterior.§5ºNas ações de indenização por ato ilícito contra pessoa, o valor da condenação será a soma das prestações vencidas com o capital necessário a produzir a renda correspondente às prestações vincendas (art. 602), podendo estar ser pagas, também mensalmente, na forma do §2º do referido art. 602, inclusive em consignação na folha de pagamentos do devedor. Art. 21.Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e as despesas. Parágrafo Único. Se um litigante decair de parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e honorários. Art. 22. O réu que, por não argüir na sua resposta fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, dilatar o julgamento da lide, será condenado nas custas a partir do saneamento do processo e perderá, ainda que vencedor na causa, o direito a haver do vencido honorários advocatícios. Art.23. Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os vencidos respondem pelas despesas e honorários em proporção.

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Art.24. Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo requerente, mas rateadas entre os interessados. Art.25. Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados pagarão as despesas proporcionalmente aos seus quinhões. Art.26. Se o processo terminar por desistência ou reconhecimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que desistiu ou reconheceu. §1º Sendo parcial a desistência ou o reconhecimento, a responsabilidade pelas despesas e honorários será proporcional à parte de que se reconheceu.§2ºHavendo transação e nada tendo as partes disposto quanto às despesas, estas serão divididas igualmente. Art.27. As despesas dos atos processuais, efetuados a requerimento do Ministério Público ou da Fazenda Pública, serão pagas a final pelo vencido. Art.28. Quando, a requerimento do réu, o juiz declarar extinto o processo sem julgar o mérito 9art. 267, §2º), o autor não poderá intentar de novo a ação, sem pagar ou depositar em cartório as despesas e os honorários, em que foi condenado. Art.29. As despesas dos atos, que forem adiados ou tiverem de repetir-se, ficarão a cargo da parte, do serventuário, do órgão do ministério Público ou do juiz que, sem justo motivo, houver dado causa ao adiantamento ou à repetição. Art.30. Quem receber custas indevidas ou excessivas é obrigado a restituí-las, incorrendo em multa equivalente ao dobro de seu valor. Art.31. As despesas dos atos manifestamente protelatórios, impertinentes ou supérfluos serão pagas pela parte que os tiver promovido ou praticado, quando impugnados pela outra. Art. 32. Se o assistido ficar vencido, o assistente será condenado nas custas em proporção à atividade que houver exercido no processo. Art.33. Cada parte pagará a remuneração do assistente técnico que houver indicado; a do perito será paga pela parte que houver requerido o exame, ou pelo autor, quando requerido por ambas as partes ou determinado de ofício pelo juiz. Parágrafo único. O juiz poderá determinador que a parte responsável pelo pagamento dos honorários do perito deposite em juízo o valor correspondente a essa remuneração. O numerário, recolhido em depósito bancário à ordem do juízo e com correção monetária, será entregue ao perito após a apresentação do laudo, facultada a sua liberação parcial, quando necessária. Art.34. Aplicam-se à reconversão, à oposição, à ação declaratória incidental e aos procedimentos de jurisdição voluntária, no que ouber, as disposições constantes desta seção. Art.35. As sanções impostas às partes em conseqüência de má-fé serão contadas como custas e reverterão em benefício da parte contrária; as impostas aos serventuários pertencerão ao Estado. Art. 37. Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em juízo. Poderá, todavia, em nome da parte, intervir, no processo, para praticar atos imputados urgentes. Nestes casos, o advogado se obrigará, independentemente de caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo de 15(quinze0 dias, prorrogável até outros 15 (quinze), por despacho do juiz. Parágrafo único. Os atos, não ratificados no prazo, serão havidos por inexistentes, respondendo o advogado por despesas e perdas e danos. Art.208. Executar-se-ão, de ofício, os atos requisitados por telegrama, radiograma ou telefone. A parte depositará, contudo, na secretaria do tribunal ou no cartório do juízo deprecante, a importância correspondente às despesas que serão feitas no juízo em que houver de praticar-se o ato. Art.267. Extingue-se o processo, sem julgamento do mérito: I - Quando o juiz indeferir a petição inicial;II - quando ficar parado durante mais de 1(um) ano por negligência das partes;

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III - quando, por não promover os atos e diligências que competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;VII - pelo compromisso arbitral;VIII - quando o autor desistir da ação;IX - quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal;X - quando ocorrer confusão entre autor e réu;XI - nos demais casos prescritos neste Código.§1º o juiz ordenará, nos casos dos nos II e III, o arquivamento dos autos, declarando a extinção do processo, se a parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta em 48 (quarenta e oito) horas.§2ºNo caso do parágrafo anterior, quanto ao nº II, as partes pagarão proporcionalmente as custas e, quanto ao nº III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e honorários de advogado (art.28). Art.362. Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a exibição, o juiz lhe ordenará que proceda ao respectivo depósito em cartório ou noutro lugar designado, no prazo de 5(cinco) dias, impondo ao requerente que o embolse das despesas que tiver; se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão, requisitando, se necessário, força policial, tudo sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência. Art.412. A testemunha é intimada a comparecer à audiência, constando do mandado dia, hora e local, bem como os nomes das partes e a natureza da causa. Se a testemunha deixar de comparecer, sem motivo justificado, será conduzida, respondendo pelas despesas do adiamento. Art. 442. O juiz irá ao local, onde se encontre a pessoa ou coisa, quando: I- julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar;II- a coisa não puder ser apresentada em juízo, sem consideráveis despesas, ou graves dificuldades;III- determinar a reconstituição dos fatos.Parágrafo único. As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e fazendo observações que reputem de interesse para a causa. Art.453. A audiência poderá ser adiada: I- por convenção das partes, caso em que só será admissível uma vez;II- se não puderem comparecer, por motivo justificado, o perito, as partes, as testemunhas ou os advogados.§1ºIncumbe ao advogado provar o impedimento até a abertura da audiência; não o fazendo, o juiz procederá à instrução.§2ºPode ser dispensada pelo juiz a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado não compareceu à audiência.§3ºQuem der causa ao adiantamento responderá pelas despesas acrescidas. Art. 601. Nos casos previstos no artigo anterior, o devedor incidirá em multa fixada pelo juiz, em montante não superior a 20% (vinte por cento) do valor atualizado do débito em execução, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material, multa essa que reverterá em proveito do credor, exigível na própria execução. Parágrafo único. O juiz relevará a pena, se o devedor se comprometer a não mais praticar qualquer dos atos definidos no artigo antecedente e der fiador idôneo, que responda ao credor pela dívida principal, juros, despesas e honorários advocatícios.

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Art. 636. Se o contratante não prestar o fato no prazo, ou se o praticar de modo incompleto ou defeituoso, poderá o credor requerer ao juiz, no prazo de 109dez) dias, que o autorize a concluí-lo, ou a repará-lo, por conta do contratante Parágrafo único. Ouvido o contratante no prazo de 5 (cinco) dias, o juiz mandará avaliar o custo das despesas necessárias e condenará o contratante a pagá-lo. Art. 874. Tomando o penhor legal nos casos previstos em lei, requererá o credor, ato contínuo, a homologação. Na petição inicial, instruída com a conta pormenorizada das despesas, a tabela dos preços e a relação dos objetos retidos, pedirá a citação do devedor para, em 24 (vinte e quatro) horas, pagar ou alegar defesa. Parágrafo único. Estando suficientemente provado o pedido nos termos deste artigo, o juiz poderá homologar de plano o penhor legal. Art. 1.071. Ocorrendo mora do comprador, provada com o protesto do título, o vendedor poderá requerer, limitarmente e sem audiência do comprador, a apreensão e depósito da coisa vendida. §1ºAo deferir o pedido, nomeará o juiz perito, que procederá a vistoria da coisa e arbitramento do seu valor, descrevendo-lhe o estado e individando-a com todos os característicos.§2ºFeito o depósito, será citado o comprador para, dentro em 5(cinco) dias, contestar a ação. Neste prazo poderá o comprador, que houver pago mais de 40% (quarenta por cento) do preço, requerer ao juiz que lhe conceda 30 (trinta) dias para reaver a coisa, liquidando as prestações vencidas, juros, honorários e custas.§3º Se o réu não contestar, deixar de pedir a concessão do prazo ou não efetuar o pagamento referido no parágrafo anterior, poderá o autor, mediante a apresentação dos títulos vencidos e vincendos, requerer a reintegração imediata na posse da coisa depositada; caso em que, descontada do valor arbitrado a importância da dívida acrescida das despesas judiciais e extrajudiciais, o autor restituirá ao réu o saldo, depositando-o em pagamento.§4º Se a ação for contestada, observar-se-á o procedimento ordinário, sem prejuízo da reintegração liminar. Art. 1.074. o compromisso conterá sob a pensa de nulidade: I- os nomes, profissão e domicílio das pessoas que instituírem o juízo arbitral;II- os nomes, profissão e domicílio dos árbitros, bem como os dos substitutos nomeados para o caso de falta ou impedimento;III- o objeto do litígio, com todas as suas especificações, inclusivamente o seu valor;IV- a declaração de responsabilidade pelo pagamento dos honorários dos peritos e das despesas processuais (art.20).  Direto de arrependimento (CDC, art. 49, parágrafo único)O arrependimento acontece quando o consumidor compra um produto ou contrata um serviço e depois resolve não ficar com o produto, ou não deseja mais fazer o serviço. O consumidor só tem o direito de se arrepender e desistir do contrato se o negócio foi feito fora do estabelecimento comercial (vendas por telefone, telemarketing, internet, etc.)O consumidor tem o prazo de sete dias para se arrepender de compras feitas por reembolso postal, por telefone ou à domicílio.Atenção: este prazo é contado a partir da assinatura do contrato ou do recebimento do produto ou serviço.No caso de arrependimento, o consumidor deverá devolver o produto ou mandar parar o serviço. Assim terá o direito de receber o que já foi pago com juros e correção monetária, inclusive o reembolso das despesas pagas pelo envio do produto à residência Direito de regresso (CDC art. 13, parágrafo único)Direito de regresso ou Direito Regressivo é aquele que é conferido às pessoas jurídicas de Direito Público e às de Direito Privado prestadoras de Serviço público, responsáveis

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pelos danos que seus agentes causarem a terceiros, para efeito de serem ressarcidos por aqueles, em caso do dolo ou culpa (ver, Constituição Federal, art. 37, §6º). Direitos Básicos do Consumidor (CDC, art 6º)(*)1.Proteção da vida e da saúde: (CDC, art. 6º,I) - Antes de comprar um produto ou utilizar um serviço você deve ser avisado, pelo fornecedor, dos possíveis riscos que podem oferecer à sua saúde ou segurança.2.Educação para o consumo: (CDC, art. 6º,III) - Você tem o direito de receber orientação sobre o consumo adequado e correto dos produtos e serviços.3.Liberdade de escolha de produtos e serviços: (CDC, art. 6, II) - Você tem todo o direito de escolher o produto ou serviço que achar melhor.4.Informação: (CDC, art. 6,III) - Todo produto deve trazer informações claras sobre sua quantidade, peso, composição, preço, riscos que apresenta e sobre o modo de utilizá-lo. Antes de contratar um serviço você tem direito a todas as informações de que necessitar.5.Proteção contra publicidade enganosa e abusiva: (CDC, art. 6º, IV) - O consumidor tem o direito de exigir que tudo o que for anunciado seja cumprido. Se o que foi prometido no anúncio não for cumprido, o consumidor tem direito de cancelar o contrato e receber a devolução da quantia que havia pago. A publicidade enganosa e a abusiva são proibidas pelo Código de Defesa do Consumidor. São consideradas crime (CDC, art 67).6.Proteção contratual: (CDC, art. 6º, V) - Quando duas ou mais pessoas assinam um acordo ou um formulário com cláusulas pré-redigidas por uma delas, concluem um contrato, assumindo obrigações. O Código protege o consumidor quando as cláusulas do contrato não forem cumpridas ou quando forem prejudiciais ao consumidor. Neste caso, as cláusulas podem ser anuladas ou modificadas por um juiz. O contrato não obriga o consumidor caso este não tome conhecimento do que nele está escrito.7.Indenização: (CDC, art. 6º, VI) - Quando for prejudicado, o consumidor tem o direito de ser indenizado por quem lhe vendeu o produto ou lhe prestou o serviço, inclusive por danos morais.8.Acesso à Justiça: (CDC, art. 6º, VII) - O consumidor que tiver os seus direitos violados pode recorrer à Justiça e pedir ao juiz que determine ao fornecedor que eles sejam respeitados.9.Facilitação da defesa dos seus direitos: (CDC, art. 6º, VIII) - O Código de Defesa do Consumidor facilitou a defesa dos direitos do consumidor, permitindo até mesmo que, em certos casos, seja invertido o ônus de provar os fatos.10.Qualidade dos Serviços Públicos: (CDC, art. 6º,X) - Existem normas no Código de Defesa do Consumidor que asseguram a prestação de serviços públicos de qualidade, assim como o bom atendimento do consumidor pelos órgãos públicos ou empresas concessionárias desses serviços. Doenças e intoxicações provocadas por alimentos (*)Se o consumidor sentir-se mal, com intoxicação, após consumir um alimento estragado, este deve imediatamente procurar um médico. Se for ingerido, por engano, um produto tóxico, veja imediatamente na embalagem do produto o que você deve fazer. E logo em seguida, procure um médico. Guarde as receitas que o médico passar e os comprovantes de despesas e, assim que puder, entre em contato com a vigilância sanitária. Informe, com detalhes, qual o alimento suspeito, onde você comprou e a hora que comeu ou bebeu. A declaração dada pela vigilância sanitária servirá como proa, caso voc6e recorra à Justiça.

E Elementos de Convicção (CDC, art. 113)É a certeza íntima adquirida por demonstração ou prova; persuasão; é o efeito de convencer.

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 Eletrodomésticos (*)Cuidados na hora da compraSiga estas regras quando você for comprar:- compare os preços, marcas e seus modelos e teste o funcionamento e desempenho do produto na loja;- peça ao vendedor que demonstre como se usa o produto;- não se esqueça de pedir informação sobre o produto, a garantia, o prazo, o que está garantido etc.;- observe o tamanho do produto (interno e externo) e veja se a voltagem é a mesma que a da sua residência;- escolhido o produto, procure saber se ele existe em estoque, quais as cores e o prazo de entrega;- verifique as condições de pagamento, preço a prazo, número de parcelas, juros pelo financiamento, multa em caso de atraso, etc. Compare o preço total e o prazo e à vista. Veja se não vale mais a pena economizar comprando à vista;- finalmente, exija a nota de pedido, aonde deverá constar modelo, marca, cor, valor e data da entrega. Se for levar o aparelho assim que comprar, exija a nota fiscal e guarde o pedido até receber o aparelho para verificar se os dados coincidem;- o produto importado deve ter o seu manual de instrução de uso ou funcionamento traduzido para o português (CDC, art. 31);- verifique se na sua cidade há assist6encia técnica autorizada. Embalagens (CDC, art. 63)(*)Leia com cuidado as informações escritas nas embalagens dos alimentos antes de comprar. As embalagens devem trazer informações sobre os produtos em letras legíveis, sobre data de fabricação, prazo de validade, composição, peso, modo de usar, advertências sobre os riscos e outros dados essenciais ao consumidor. Não leve para casa embalagens estufadas, enferrujadas, amassadas, furadas, rasgadas, violadas ou que estejam vazando. Se voc6e só notar o problema quando chegar em casa, tome as seguintes providências:- procure o estabelecimento onde foi feita a compra;- apresente a nota fiscal ou o ticket e exija a troca ou peça seu dinheiro de volta;- denuncie o que aconteceu em um órgão de fiscalização de alimentos. O fornecedor será punido se sabia do defeito do produto e vendeu assim mesmo;- se o fornecedor não quiser trocar o produto, envie uma reclamação por escrito ao estabelecimento em que comprou o produto;- peça ajuda a um órgão de defesa do consumidor de sua cidade ou recorra ao que estiver mais próximo.Todos os produtos devem estar embalados, com certificados de garantia e instruções de uso. Se isto não acontecer, você tem o direito de recusar o produto e deve procurar o gerente da loja. Emolumentos (CDC, art. 116)Diz-se que emolumentos é o lucro ou ingressos eventuais de dinheiro (ver lei nº 6.830, de 20.09.1980, art. 30). Empresas (CDC, art. 22, caput)São organizações particulares, governamentais, ou de economia mista, que produzem e/ou oferecem bens e serviços, com vistas, em geral, à obtenção de lucros.Empresas de Mudanças (*)Na escolha de uma empresa de mudança, é importante pesquisar preços e verificar se a empresa é séria. Há uma grande variedade de preços e qualidade de serviços oferecidos no mercado.

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Orçamento: Assim como outros prestadores de serviços, toda empresa de mudanças é obrigada a fornecer um orçamento, conforme diz o Código de Defesa do Consumidor (CDC, art. 40). O orçamento é importante para você comparar os preços cobrados no mercado por outras empresas e fazer o contrato baseado nesses preços.ATENÇÃO: há empresas que cobram uma taxa para fazer o orçamento. Pergunte o preço antes de contratar o serviço.Segurança: Para ter mais segurança, faça uma lista de todos os móveis e objetos que serão transportados. Verifique o estado em que se encontram os móveis e objetos, guardando com você uma cópias da lista, assinada pela empresa contratada. Este documento chama-se "rol de inventário".Direitos Garantidos: Quando você contrata um serviço, no caso da empresa de mudanças, está plenamente protegido pelo Código de Defesa do Consumidor. Mas, para reclamar seus direitos você necessita ter em mãos os documentos. O contrato e a nota fiscal são documentos muito importantes. A lei obriga a empresa de transporte de mudanças a ser responsável por todos e quaisquer danos no serviço feito. Se não cumprir o que foi contratado, a responsabilidade é da empresa.Prazo para reclamar: O seu prazo para reclamar é de 90 dias. Se algum objeto desaparecer, o consumidor pode pedir abatimento no preço contratado (CDC, art. 20). Pode também pedir que o valor pago seja devolvido com correção, se algum objeto for danificado ou desaparecer. Encanador, Eletricista, Pedreiro e Merceneiro (*)Antes de contratar um desses profissionais siga os seguintes passos:- procure informações com os vizinhos, parentes e amigos;- peça orçamento, por escrito e sem compromisso, a mais de um profissional ou firma especializada;- explique o problema ou serviço de forma bem clara e com todos os detalhes;- peça a opinião do profissional sobre o assunto;- pergunte como o serviço irá ser feito, o material que será usado, o número de trabalhadores e se o preço do material está incluído no preço total;- acerte a forma de pagamento.Tenha cuidado! Muitos consumidores têm prejuízo porque o contratado, após receber o pagamento inicial foge com o dinheiro e não faz o serviço. Por isso, procure dar o dinheiro à medida que o serviço for sendo feito.- não pague todo o serviço adiantado. Se você agir assim, o prestador se serviço perde o interesse pelo serviço, pois já está com o dinheiro no bolso.- só pague a última parcela após testar o serviço;- em caso de defeito ou dúvida, só pague quando o problema for solucionado;- escreva no contrato a forma de pagamento e todos os detalhes do serviço;- contrate o serviço por escrito depois de tudo decidido;- exija o recibo de todo pagamento que voc6e fizer (entrada, segunda prestação, etc.);- se o profissional prometer voltar no dia seguinte para fazer algum conserto, faça uma anotação no contrato para garantir o retorno. Peça que ele assine em baixo;- exija nota fiscal do serviço e guarde os documentos (recibos, contratos, garantia). Esses documentos devem ficar guardados por, no mínimo, dois anos ou pelo prazo de garantia firmado no contrato;- anote o nome, CPF, endereço completo e telefone do prestador de serviço.Serviços mal feitos ou inacabados: no caso de serviço mal feito ou inacabado, faça uma reclamação e tente resolver amigavelmente, mediante acordo. Se não for possível, e algum pagamento já tiver sido feito e o serviço não foi concluído, procure o Procon e apresente a sua reclamação. 

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Enlatados (*)Nunca deixe os enlatados e latas abertas, mesmo dentro da geladeira. Retire o produto das latas e coloque numa vasilha limpa, seca e com tampa mantenha o produto dentro da geladeira. Observe as recomendações do fabricante, impressas na embalagem. Não compre latas estufadas, amassadas ou enferrujadas. Latas assim podem indicar que o alimento está estragado. Entrega (Prazos de Entrega)(*)Se a loja não cumprir o prazo de entrega, entre em contato com a direção do estabelecimento e procure saber o motivo do atraso.- se achar que o motivo não é justo, você pode cancelar a compra, notificando a loja por meio de carta entregue pessoalmente ou pelos Correios por meio de AR (Aviso de Recebimento).- Peça o recibo da carta.- Informe na carta o motivo do cancelamento e a suspensão do pagamento.- O que já tiver sido pago, deve ser devolvido com correção monetária. Algumas lojas cobram taxa de cancelamento, neste caso a responsável é a loja, pois o atraso foi dela.- Algumas lojas se oferecem para guardar os móveis escolhidos, até o consumidor pedir para entregá-los. Isto deve estar bem claro no contrato e, geralmente, a loja deve ser comunicada do pedido de entrega com 15 dias de antecedência. Se este for o seu caso e a loja por acaso não entregar o produto, faça da mesma maneira mencionada acima, comunicando a suspensão do pagamento.- Se a cobrança for bancária, procure o gerente, apresente cópias da notificação e peça que o gerente colabore com você. No caso do pagamento ter sido feito à vista ou parcelado com entrada e a entrega não tiver sido feita no prazo combinado, procure a Delegacia do Consumidor (DECON), pois esta prática é considerada estelionato.Na hora da entregaNão fique muito entusiasmado quando o produto chegar a sua casa para não se esquecer de:1. Comparar a nota do pedido com a nota fiscal e o produto entregue. Se o produto não for igual ao que você pediu, recuse a entrega e exija a troca do produto;2. Se decidir ficar com o produto, entregue a nota fiscal antiga e peça outra nota fiscal para não perder a garantia;3. Verificar a embalagem, se está fechada, etc.;4. Abrir a embalagem na hora da entrega. Se notar que existe qualquer defeito (riscos, amassados, quebra, falta de funcionamento, etc.) devolva o produto, exigindo o valor pago de volta ou a troca do produto. Tudo isso antes de assinar a nota de entrega.Após a entrega- Se você perceber algum defeito somente após a entrega do produto, entre em contato com o gerente da loja e peça a troca ou a assistência técnica.- Se não for atendido, comunique à Loja pessoalmente, mediante recibo ou por correspondência com AR (Aviso de Recebimento).- Algumas lojas possuem SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) que pode solucionar o problema.MontagemSe a loja não mandar os montadores, ligue para o gerente pedindo providências. No caso de dano durante a montagem (quebra, riscos), peça para interromper a montagem e exija da loja a troca do móvel.CupimNo caso dos móveis entregues apresentarem cupins, você deve exigir a substituição imediata ou o dinheiro de volta. O prazo é de 90 dias, a não ser em caso de vício oculto. 

 

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Eqüidade (CDC, art. 7º, caput, art. 51, IV)É a justiça do caso particular, levadas em conta as peculiaridades que possa apresentar (Machado Pauperio); É a justiça em termos concretos, individualizada, com caráter predominante de benignidade, que os princípios gerais, quer de justiça quer de direito não conhecem (ver Código Civil, art. 1.456; Código de Processo Civil, arts. 127, 1.075 IV; Código Tributário Nacional, art. 108; Consolidação das leis do Trabalho, art. 8º).Eqüidade é a disposição de reconhecer igualmente o direito de cada um; é o conjunto de princípios imutáveis de justiça que induzem o juiz a um critério de moderação e de igualdade, ainda que em critério de julgamento ou tratamento rigoroso e estritamente legal. É a igualdade, a retidão, a equanimidade. Erga omnes (CDC, art. 104, I)Do Latim = para com todos; diz-se dos direitos que são concedidos ou extensivos a todos, ou das obrigações que a todos vinculam ou abrangem. Escolas (*)MensalidadesAs escolas particulares têm o preço de suas mensalidades regulado pelo Governo Federal, por meio de Medida provisória.- As tabelas de mensalidades têm de ser colocadas em lugares que possam ser vistas.- O texto da proposta e o índice de reajuste têm também de estar em lugares visíveis.- Para calcular o índice de reajuste das mensalidades, leva-se em conta a planilha de custos da escola, sem que haja abusividade no aumento proposto. O valor das mensalidades deve ser igual para o ano todo, dividido em doze vezes. Pode-se usar outro plano de pagamento, desde que não ultrapasse o valor total anual.- O valor das mensalidades deve ser igual para todos os meses do ano;.- poderá ser feito outro plano de pagamento, mas sem ultrapassar o valor total anual.- Se os pais e/ou responsáveis não concordarem com a proposta de reajuste da escola, deverão criar uma comissão, eleger um representante e apresentar uma proposta que agrade tanto à escola como os pais.MatrículaQuando você matricula seu filho numa escola particular, está fazendo um contrato de adesão.- As escolas são obrigadas a colocar em local visível todas as informações necessárias: preço das mensalidades, o texto do contrato e o número de vagas por sala.- Leia o contrato com atenção e veja se tem cláusulas que proíbam que ele seja desfeito.- A escola não pode exigir notas promissórias ou qualquer outro título de crédito para garantir as mensalidades e repassá-los a terceiros.- isso só pode ser feito para pagamento de dívidas.- A escola não pode aplicar sanções ao aluno inadimplente durante o prazo do controle, como a não entrega de documentos para transferência, o afastamento do aluno da escola, etc. Aluno em débitoO aluno que estiver em débito não pode ser humilhado na escola e nem ser ameaçado.- é proibido colocar o nome do aluno em débito no mural da escola, tomar ou reter seus documentos ou impedir que faça provas até que as dívidas sejam pagas.- se alguns desses casos acontecer e se você não conseguir entrar em acordo com a escola, deve recorrer ao procon.Material escolar e uniformeA escola não pode indicar determinada loja para você comprar material ou uniforme, se o mercado em geral comercializa esses produtos. Essa prática é a venda casada e é considerada uma infração.Transporte escolarVocê deve conferir se os veículos utilizados no transporte escolar oferecem segurança.

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- Procure saber se o veículo foi vistoriado pelo Detran.- Se o serviço de transportes for prestado pela escola, deve ser seguida a mesma regra das mensalidades escolares.- Se for feito por firmas particulares, a escola não tem responsabilidade. Estacionamentos (*)Pesquise antes de escolher um estacionamento. Compare as tabelas de preços que devem estar bem visíveis.Guarda e conservação dos veículos- os estacionamentos particulares são responsáveis pelos veículos no período em que ali estiverem estacionados.- o Código de Defesa do Consumidor informa que o fornecedor de serviços é responsável pela reparação de qualquer dano causado ao veículo, mesmo que o fornecedor não seja culpado.- esta regra está se estendendo aos estacionamentos gratuitos.- as empresas comerciais que destinarem uma área de estacionamento aos clientes assumem a responsabilidade pela guarda e conservação dos seus veículos.- não importa que o serviço seja gratuito ou pago, o dono do estacionamento é responsável pelo prejuízo. Execução (CDC, art. 14)Execução é uma das atividades jurisdicionais, desenvolvida mediante procedimento especial, com o fim de assegurar ao detentor do título executivo, judicial ou extrajudicial, a satisfação de seu direito. Exoneração contratual (CDC art. 24, caput)É o ato de exonerar-se (tirar ônus a; desobrigar-se; isentar-se; dispensar-se, desonerar-se) do cumprimento de uma obrigação contratual. Expensas (CDC, art. 10, § 2º)Dependência econômica. Usado somente na expressão a expensas de, que significa "por conta de (alguém)".

F Falência (Falido) (CDC, art. 28, caput, art. 101, II)Entende-se por falência, a execução coletiva contra comerciante declarado insolvente, à qual concorrem todos os credores habilitados, a fim de serem pagos em rateio, pelo que se possa apurar com a venda do patrimônio disponível. Entende-se também, o movimento que marca a fase cognitiva do processo de quebra, iniciado como recebimento do pedido em juízo e encerrado com a sentença e sua publicação (ver Decreto-Lei nº 7.661, de 21-06-1945, arts. 12 e 14). Fiança (valor da fiança) (CDC, art. 79, caput)Depósito em dinheiro ou outros valores, feito por preso ou alguém por ele, estimado pela autoridade que a conceder, e destinado a garantir que responda ele ao processo em liberdade provisória. Para a fixação do valor da fiança serão levadas em consideração a natureza da infração, as condições econ6omicas e a vida pregressa do acusado, além das circunstâncias de sua periculosidade (ver Constituição Federal, art. 5º, LXVI; Código de Processo Penal, arts. 321 a 350; Lei nº 7.780, de 22-6-1989). Fornecedor (CDC, art. 3º)Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção,

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montagem, criação, construção, transformação, importação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.(*) São pessoas, empresas públicas ou particulares, nacionais ou estrangeiras que oferecem produtos ou serviços para os consumidores. Estas pessoas ou empresas produzem, montam, criam, transformam, importam, exportam, distribuem ou vendem produtos ou serviços para os consumidores.

G

Garantia (*)No Código de Defesa do Consumidor existem dois tipos de garantia: a legal e a contratual.A garantia legal não depende do contrato que foi feito, pois já está prevista na lei (CDC, arts. 26 e 27).A garantia contratual completa a legal, e é dada pelo próprio fornecedor. Chama-se termo de garantia (CDC, art 50).O termo de garantia deve explicar:- o que está garantindo;- qual é o seu prazo;- qual o lugar em que ele deve ser exigido.O termo de garantia deve ser acompanhado de um manual de instrução ilustrado, em português, e fácil de entender. Não entregar termo de garantia, devidamente preenchido, é crime (CDC, art. 74).O fornecedor é obrigado a garantir a qualidade e a eficiência do produto que vende.- se o fornecedor não lhe der essa garantia na hora da compra, você já tem outra garantia: é a garantia legal, dada pela lei.- o prazo de garantia legal é de 30 dias para os produtos não duráveis e 90 dias para os duráveis (CDC, art.26).Certificado de GarantiaTodo produto possui garantia fornecida pelo fabricante ou pelo fornecedor contra defeitos de fabricação.- Para ter direito à garantia, você deve guardar o certificado e a nota fiscal de compra.- Durante o prazo de garantia você deverá utilizar apenas os serviços das oficinas autorizadas pelo fabricante. Se você utilizar oficinas que não sejam credenciadas pelo fabricante, corre o risco de perder o direito à garantia.Vícios não sanados pelas autoridades dentro da GarantiaSe você levou seu produto na oficina autorizada e o seu problema não foi solucionado no prazo de 30 dias, você pode exigir do fornecedor (CDC, art. 18, CDC):- a substituição do produto por outro da mesma espécie em perfeitas condições de uso, ou;- a restituição da quantia paga com correção e sem prejuízo de perdas e danos, ou ainda;- o abatimento proporcional do preço. Garantia Contratual (CDC, art. 50, caput)A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso de produto em linguagem didática, com ilustrações.

 

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Grupos societários (CDC, art. 28, §2º)Grupos societários são a reunião de duas ou mais sociedades, ou empresas, sob a direção única da sociedade dominante, mas mantendo cada uma, personalidade jurídica própria (ver Lei nº 6.404, de 15-12-1976, arts. 265 a 277).

H

Habitação (*)Locação de imóveisVistoriaAntes de alugar um imóvel, o consumidor deve fazer uma vistoria completa para comprovar em que condições estava antes da locação. O consumidor deve escrever, detalhadamente, como se encontram o piso, as paredes, o teto, as maçanetas, os lustres, os interruptores, as tomadas, as janelas, os encanamentos, a parte elétrica, a pintura, etc. A vistoria tem que ser assinada pelo inquilino e pelo proprietário e anexada ao contrato, com uma cópia para o consumidor, ou seja, quem está alugando o imóvel.TaxasNão podem ser cobradas taxas do inquilino para ser realizado um contrato de aluguel. O inquilino só deve pagar o aluguel e os encargos permitidos por lei. Não podem ser cobradas taxas de reservas de imóvel, nem é permitida a cobrança adiantada do aluguel, a não ser em contratos que não apresentam garantia ou aluguéis de temporada.Garantiao proprietário ou a imobiliária tem o direito de exigir uma garantia de pagamento. Existem três casos previstos na lei: - Caução é um depósito que deve ser colocado em dinheiro, em conta conjunta proprietário/inquilino. Ao devolver as chaves, o inquilino terá o direito de receber o valor total do resgate da caução. Se o proprietário se recusar a devolver, o inquilino tem o direito de processá-lo para receber de volta a caução.- Fiança quando o consumidor (inquilino) faz um contrato de aluguel, é preciso que uma terceira pessoa se responsabilize por ele. Esta pessoa é o fiador. Portanto, fiança é a garantia dada pelo fiador no caso do consumidor (inquilino) não cumprir suas obrigações. Existem fiadores que cobram por seu serviço. São fiadores profissionais. Deve-se evitar negociar com esse tipo de pessoa.- Seguro de fiança locatícia é um seguro feito por companhias seguradoras. Este seguro cobre as dívidas do aluguel e de contas que não forem pagas, como por exemplo, contas de luz, condomínio, estragos no imóvel, etc.Pagamento de aluguelo proprietário ou a imobiliária têm a obrigação de dar recibo de tudo que foi pago (aluguel, taxas, etc) e se o inquilino atrasar o pagamento do aluguel, o proprietário pode entrar com ação de despejo, a partir do primeiro dia de atraso. Pode também exigir multas permitidas por lei. O reajuste é anual e deve ser feito com base no valor escrito no contrato. Esse reajuste é tanto para aluguéis novos como para aluguéis de contratos renovados.DespesasDo inquilino. São de responsabilidade do inquilino: o pagamento pontual do aluguel, das contas de luz, água e saneamento.Se for condomínio, são também de responsabilidade do inquilino as despesas ordinárias, ou seja, material de limpeza, salários de funcionários, conservação e manutenção do elevador e das partes elétrica e hidráulica, além do seguro contra incêndio.Do proprietário. As chamadas despesas extraordinárias, ou seja, pintura interna ou externa, lavagem externa do prédio, instalação de grades e porteiro eletrônico, grandes reparos em geral e tudo mais que signifique benfeitoria ou material permanente.O IPTU, em princípio, é de responsabilidade do proprietário, mas a lei permite que seja repassado ao inquilino, desde que esteja no contrato. Se não estiver no contrato, o consumidor (inquilino), não deve pagar.

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Vencimento do ContratoNão existe a necessidade de um novo contrato quando vence o prazo do aluguel. O primeiro contrato renova-se automaticamente pelo mesmo prazo. Se o proprietário e o inquilino quiserem alterar uma ou mais cláusulas do contrato, deverão fazer um adendo contratual. Um adendo contratual é um documento que modifica o contrato e torna-se parte do mesmo. As despesas com o adendo contratual serão pagas pelo proprietário.Rescisão do ContratoO contrato poderá ser rescindido pelo inquilino a qualquer momento, desde que pague a multa estipulada. Se o contrato for renovado por tempo indeterminado, poderá ser cancelado com uma simples notificação por escrito ao proprietário ou à imobiliária, de preferência por intermédio do Cartório de Títulos e Documentos. O prazo para cancelamento é de um mês antes da data em que for entregue as chaves. Caso o proprietário queira retomar o imóvel por motivos legais, deve entrar com uma ação de despejo, depois de cumprir o prazo determinado em lei. Os motivos para retomar o imóvel são:- infração da lei ou do contrato pelo locatário;- necessidade do imóvel para uso próprio do locador ou familiares, etc.;A melhor forma é um acordo amigável entre as partes. Higiene (condições de higiene dos estabelecimentos)(*)Os estabelecimentos que forneçam alimentos devem sempre estar completamente limpos. Os funcionários também precisam estar sempre limpos. Se você verificar que um estabelecimento não cumpre essas regras, comunique o fato à Vigilância Sanitária. Hipossuficiente (CDC, art 6º, VIII)Em posição inferior, escassa, incapacitado, inapto, insuficiente. Honorários de advogados (honorários advocatícios)(CDC, art. 87, caput)É a remuneração percebida pelos que exercem profissão liberal e sem vínculo empregatício (ver Código Civil, art. 178, §§6º, X, e 7º, III e IV. Código de Processo Civil, arts. 20, 26, 28, 268, 275, II, m, e 897: Lei nº 4.215, de 27-4-1963, arts. 92 a 102. Hotéis (*)Preços- Os preços de diárias deverão estar em local visível nas portarias ou recepções de hotéis, pousadas ou estabelecimentos semelhantes.- Os apartamentos, quartos e suítes deverão ter a relação dos preços dos produtos e serviços oferecidos, inclusive os do frigobar.Cancelamento de reservaSe você fizer reserva em um hotel e verificar que as condições negociadas não foram atendidas ou que as instalações forem inadequadas você poderá:- exigir o cumprimento das condições combinadas;- aceitar outro produto ou serviço que estejam de acordo com o que você solicitou;- cancelar a reserva com direito à restituição monetária, perdas e danos;- se você não puder comparecer ao hotel na data reservada, cancele a reserva com antecedência.Extravio ou dano de bagagem- o hotel é responsável pelo extravio ou dano em sua bagagem. Mas você deve provar que o bem estava no local, com testemunhas ou algum comprovante por escrito. Dinheiro, jóias e outros objetos de valor devem ser guardados no cofre do hotel e os devidos documentos corretamente preenchidos.- Se o estabelecimento for roubado e se seus pertences estiverem incluídos nesse roubo, você deve prestar queixa ma Delegacia de Polícia mais próxima.Responsabilidade

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- O hotel, pousada ou outro estabelecimento do mesmo ramo (mesmo os não registrados) respondem pelos danos materiais ou morais sofridos pelo consumidor, acontecidos em suas dependências. Isto no caso do dano ser causado pelo hotel, por falta de manutenção ou descuido da administração.- O hotel pagará as despesas médicas se, por sua falha, forem causados danos à saúde dos hóspedes. E se algum hóspede falecer devido a acidente no qual se comprove negligência do hotel, as despesas com funeral também serão pagas pelo hotel.

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Imobiliárias (*)São deveres das imobiliárias:- informar claramente sobre os diferentes serviços que se propõem a prestar o preço exato que será cobrado;- não fazer anúncios com palavras que possam ser interpretadas como propaganda enganosa ou abusiva;- não cobrar muito mais do que o preço do mercado;- não alterar o contrato feito com seus consumidores forçando-os a cumprir obrigações que não estejam de acordo com o preço justo. Imóveis (Compra de Imóveis)(*)DocumentaçãoAntes de fechar negócio, o consumidor deve procurar verificar junto à Prefeitura se há possibilidade de o imóvel ser desapropriado, como também os seguintes documentos:1. do vendedor e de seu cônjuge:- certidão dos distribuidores cíveis;- certidão do distribuidor federal;- certidão de protesto. 2. Do imóvel- certidão vintenária;- certidão negativa de ônus e alienação;- certidão negativa de débitos fiscais, junto à prefeitura municipal, ou junto ao Incra, se for imóvel rural;- certidão previdenciária;- comprovante de pagamento de taxas de água, esgoto, luz e, se for o caso, de condomínio. DespesasGeralmente cabe ao comprador o pagamento da sua escritura e seu registro. Ao vendedor cabe pagar a comissão do corretor e as despesas com certidões.Cuidados BásicosO consumidor deve prestar atenção na proposta e no contrato de compra e venda. Caso tenha dúvidas, antes de assinar, deve-se consultar um advogado ou um órgão de defesa do consumidor. O consumidor deve verificar se a proposta contém cláusula que permita o cancelamento - direito de arrependimento do negócio. Se quem desiste é o comprador, este perde o sinal. Se for o vendedor, este deverá restituir o valor do sinal em dobro. Deve-se riscar os espaços em branco e rubricar todas as folhas do contrato; deve-se exigir uma cópias do contrato. Por fim, deve-se registrar o contrato no Cartório de Registro de imóveis competente. In natura (CDC, art. 18, §5º)A coisa em si; no que pertine à "prestação", in natura é o cumprimento da obrigação por meio da coisa mesma e não, traduzida em expressão monetária ou equivalente (ver Código Civil, art. 863). 

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Inadimplemento da obrigação (CDC, art. 52, §1º)Considera-se inadimplemento da obrigação o devedor, que não satisfaz espontaneamente o direito reconhecido pela sentença, ou a obrigação, a que a lei atribuir a eficácia do título executivo (ver Código de Processo Civil, art. 580, parágrafo único).No Código CivilCC, art. 918. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta, converter-se-á em alternativa a benefício do credor.CC, art. 924. Quando se cumprir em parte a obrigação, poderá o juiz reduzir proporcionalmente a pena estipulada para o caso de mora, ou de inadimplemento.CC, art. 960. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor.Não havendo prazo assinado, começa ela desde a interpelação, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o inadimplemento da do outro.Se, depois de concluído o contrato sobreviver a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio, capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a parte, a quem incumbe fazer prestação em primeiro lugar, recusar-se a esta, até que a outra satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.Parágrafo único. A parte lesada pelo inadimplemento pode requerer a rescisão do contrato com perdas e danos. No Código de Processo CivilCPC, art. 580. Verificando o inadimplemento do devedor, cabe ao credor promover a execução.Parágrafo único. Considera-se inadimplemento o devedor, que não satisfaz espontaneamente o direito reconhecido pela sentença, ou a obrigação, a que a lei atribuir a eficácia de título executivo. Inquérito civil (CDC, art. 26, §2º, III, art. 90)É o conjunto de atos e diligências, reduzidos a termo em processo, para sindicar e apurar determinado fato irregular ou ilegal. Inquérito policial (CDC, art. 106, V)É o conjunto de atos e diligências, reduzidos a termos em processo, para apuração dos crimes de ação pública (ver Constituição Federal, art. 129, VIII; Código de Processo Penal, arts. 4 a 23, 39, §5º, 509 e 549). Insolvência (CDC, art. 28, caput)Insolvência é o estado daquele que não tem como pagar o que deve.Insolvência CivilSituação em que se encontra a pessoa não comerciante cujas dívidas excedem ao valor de seus bens patrimoniais, se houver (ver Código Civil, arts 107, 535, 1.131, 1.437; Código de processo Civil, arts. 748 a 786). O qualificativo "Insolvência civil" tem emprego para distinguir da "Insolvência comercial", ou "falência". Interdição (pessoas interditadas) (CDC, art. 76, IV, b)proibição ou impedimento, a alguém, da prática ou do gozo de certos direitos, em seu próprio favor ou em defesa da sociedade. Interdição temporária de direitos (CDC, art. 78, I)Do Direito Penal, é pena de caráter temporário, consistente na proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; do exercício de profissão, atividade ou ofício dependente de habilitação especial, licença ou autorização do Poder Público; e de suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo (ver Constituição Federal, art. 5º, e; Código Penal, arts. 32, II, 43, II e 47; Código de Processo Penal, arts. 374 e 377; LCP, arts. 154 e 155).

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 Interesses ou direitos coletivos (CDC, art. 81, parágrafo único, II)Os interesses ou direitos coletivos para efeitos do Código de Defesa do Consumidor, são os transindividuais de natureza indivisível de que seja titular, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica-base. Interesses ou direitos difusos (CDC, art. 81, parágrafo único, I, art. 106, VII)Os interesses ou direitos difusos para efeitos do Código de Defesa do Consumidor são os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato. Interesses ou direitos individuais homogêneos (CDC, art. 81, parágrafo único, III)Os interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos, são os decorrentes de origem comum. Intermediação (CDC, art. 39, IX)Diz-se daquele que, em qualquer negócio ou negociação, exerce atividade colocando-se entre as partes. Inversão do ônus da prova (CDC, art. 6º, VIII, art. 51, VI)O ônus da prova incumbe sempre a quem alega alguma coisa, porém, a inversão do ônus da prova cabe não para quem alega e sim contra quem é alegado. Improcedência do pedido (CDC, art. 103, §2º)Improcedência do pedido é a falta de fundamentação jurídica para o pedido formulado na ação (ver Código de processo Civil, art. 897). Em sentido técnico-processual, a locução é preferível a "improcedência da ação", por imcompatível, essa, com o conceito de direito autônomo e abstrato de que se reveste. O direito à ação é sempre procedente.

J Juros de mora (CDC, art. 52, II)Juros de mora são aqueles que são exigíveis por atraso no cumprimento da obrigação em dinheiro ou de qualquer natureza, mesmo que se não alegue prejuízo e desde que fixado o valor pecuniário por sentença, arbitramento ou acordo entre as partes (ver Código Civil, arts. 441, e 1.062; Código Comercial, art. 248; Código de processo Civil, arts. 293, 604, I; e Decreto nº 22.626, de 1933) Juros Legais (CDC, art. 42, caput)Juros legais são aqueles de interesse, ou resultado financeiro, devido por força de lei, e à taxa por ela estabelecida (ver Código Civil, art. 1.063; e Decreto nº 22.626, de 7-4-1933). Justa causa (CDC, art. 39, I)No ramo do Direito CivilMotivação para a rescisão de contrato de locação de serviços, quer pelo locador quer pelo locatário, em face de circunstâncias previstas em lei (ver Código Civil, arts. 1.225 a 1.229).No ramo do Direito Processual CivilEvento imprevisto, alheio à vontade do indivíduo, e que o impediu de praticar o ato, por si ou por mandatário (ver Código de Processo Civil, art. 183, §1º).No ramo do Direito das Obrigaçõesmotivação para a ruptura de contrato de locação de coisas ou de serviços, quer pelo locador, quer pelo locatário, em face de inadimplemento de qualquer das obrigações

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ajustadas ou previstas em lei (ver Código Civil, arts. 1.153, 1.189, 1.192, 1.211, e 1.225 a 1.229; e Lei nº 8.245, de 18-10-1991, art. 47).No ramo do Direito do TrabalhoMotivação para a rescisão do contrato de trabalho, pelo empregado, por algum ato ou fato previsto em lei e atribuído a esse ou àquele (ver Consolidação das leis do Trabalho, arts. 482, 483, e 508).

L Laboratórios (*) Os laboratórios de análises químicas conveniados pelo SUS não podem cobrar pelos exames. Nos laboratórios particulares não existe controle sobre o preço. Portanto, pesquise antes de realizar os exames. O Código de Defesa do Consumidor possui normas para os laboratórios observarem. Os donos de laboratórios são fornecedores como os outros comerciantes. Por isso, são responsáveis pela publicidade enganosa, cláusulas contratuais abusivas e outras práticas previstas no Código, incluindo a responsabilidade em caso de erro ou dano. Lavanderias e Tinturarias (*)Quando você mandar lavar ou tingir uma peça de roupa, peça que sigam as instruções que estejam na etiqueta;- na nota fiscal devem estar anotados as peças que forma deixadas e os defeitos que apresentam;- na hora de buscar a roupa, veja se o serviço foi bem feito;- se houver algum problema, não receba a peça até que seja encontrada uma solução. Se isso não acontecer, faça uma reclamação por escrito pedindo a reparação;- protocole esse documento, na lavanderia, o mais rápido possível;- se nem assim o caso for resolvido, procure um órgão de defesa do consumidor. Legitimidade (legitimação processual)(CDC, art. 91, caput)Capacidade formal inerente a todas as pessoas para estar em juízo, como titular de direito ou sujeito de obrigações; por si ou, no caso dos incapazes, representada ou assistida por seus pais, tutores ou curadores (ver Código de Processo Civil, arts. 7º e 8º; e Constituição Federal, art 5º, XXI) Legitimados concorrentemente (CDC, art. 82, caput)Capacidade formal inerente a todas as pessoas que disputam para estar em juízo, como titular ou sujeito de obrigações; por si ou, no caso dos incapazes, representada ou assistida por seus pais, curadores ou tutores. Leite(*)A conservação do leite varia conforme seu tipo.- O leite pasteurizado tem o prazo de validade de 36 horas. Não compre leite vencido. Observe a data de validade impressa no saco plástico.- O leite longa vida pode ser guardado por 4 meses.- O leite em pó enlatado e fechado conserva-se por 12 a 18 meses.- O leite em pó em caixa, conserva-se por 9 meses.Utilize o leite pasteurizado e o longa vida assim que forem abertos.Guarde o leite em pó bem fechado e em lugar fresco. Se for dado às crianças, aconselha-se consumidor num prazo de 15 dias. Lesão Corporal (CDC, art. 65, parágrafo único)Entende-se por lesão corporal a ofensa à integridade corporal ou à saúde de alguém; ela é grave, se resulta da incapacidade para o exercício de ocupações habituais por mais de

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30(trinta) dias, perigo de vida, debilidade permanente de membro, sentido ou função, ou aceleração de parto; é gravíssima, se resultar a morte; é leve se não traz à vítima conseqüências mais graves (ver Código Civil, art. 1.538; Código Penal, arts. 129, 258 e 263; e Código de Processo Penal, arts. 165 e 168). Liquidação antecipada do débito (CDC, art. 52, §2º)Entende-se por liquidação antecipada do débito, o ato de estabelecer, antecipadamente, valor certo para uma prestação indeterminada.No ramo do Direito ComercialÉ o encerramento, antecipadamente, de uma atividade econômica, com venda do ativo para pagamento dos credores, no todo ou em parte.VoluntáriaQuando o ativo excede o passivo e a ultimação do negócio é feita, antecipadamente, por vontade do titular.AmigávelQuando resultante de acordo com os credores.Legal ou extrajudicialQuando forçada por lei.Judicial ou contenciosaQuando por efeito de sentença. Litigância de má-fé (CDC, art. 87, parágrafo único)Diz-se daquele que deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; alterar a verdade dos fatos; usar do processo para conseguir objetivo ilegal; opuser resistência injustificada ao andamento do processo; ou provocar incidentes manifestamente infundados - incorrendo em cujos atos autor e réu indenizará à parte contrária os prejuízos que essa sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as despesas que efetuou. Em ação popular, o litigante de má-fé responde pelas custas judiciais e os ônus da sucumbência (ver Constituição Federal, art. 5º, LXXIII; Código de Processo Civil, arts. 16 a 18; e Lei nº 6.771, de 27-3-1980). Litisconsorte (litisconsórcio)(CDC, art. 94, caput)No ramo do Direito Processual CivilVínculo formado pela participação, na causa, de uma pluralidade de autores ou de réus. Diz-se ativo, quando há mais de um autor; passivo, se mais de um forem os réus. Facultativo, ou voluntário, quando for formado por provocações de uma das partes, desde o início da causa ou em seu curso. Necessário, quando determinado por lei ou decorrente da natureza da relação jurídica. Genericamente, o participante de uma relação em que, como autores ou réus, litigam duas ou mais pessoas; especificamente, aquele que ingressa na ação já proposta, como autor ou réu (ver Código de Processo Civil, arts. 46 a 49, 74, 94, 298, 320, I, e 472).No ramo do Direito Processual PenalVínculo entre os co-autores do mesmo crime, acerca do qual a queixa contra um obriga ao processo de todos, velando o Ministério Público por sua indivisibilidade (ver Código de processo Penal, arts. 48 a 64). Locação de Imóveis (*)VistoriaAntes de alugar um imóvel, o consumidor deve fazer uma vistoria completa para comprovar em que condições estava antes da locação. O consumidor deve escrever, detalhadamente, como se encontram o piso, as paredes, o teto, as maçanetas, os lustres, os interruptores, as tomadas, as janelas, os encanamentos, a parte elétrica, a pintura, etc., a vistoria tem que ser assinada pelo inquilino e pelo proprietário e anexada ao contrato, com uma cópia para o consumidor, ou seja, quem está alugando o imóvel.

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TaxasNão podem ser cobradas taxas do inquilino para ser realizado um contrato de aluguel. O inquilino só deve pagar o aluguel e os encargos permitidos por lei. Não podem ser cobradas taxas de reservas de imóvel, nem é permitida a cobrança adiantada do aluguel, a não ser em contratos que não apresentam garantia ou aluguéis de temporada.Garantiao proprietário ou a imobiliária tem o direito de exigir uma garantia de pagamento. Existem três casos previstos na lei: - Caução é um depósito que deve ser colocado em dinheiro, em conta conjunta proprietário/inquilino. Ao devolver as chaves, o inquilino terá o direito de receber o valor total do resgate da caução. Se o proprietário se recusar a devolver, o inquilino tem o direito de processá-lo para receber de volta a caução.- Fiança quando o consumidor (inquilino) faz um contrato de aluguel, é preciso que uma terceira pessoa se responsabilize por ele. Esta pessoa é o fiador. Portanto, fiança é a garantia dada pelo fiador no caso do consumidor (inquilino) não cumprir suas obrigações. Existem fiadores que cobram por seu serviço. São fiadores profissionais. Deve-se evitar negociar com esse tipo de pessoa.- Seguro de fiança locatícia é um seguro feito por companhias seguradoras. Este seguro cobre as dívidas do aluguel e de contas que não forem pagas, como por exemplo, contas de luz, condomínio, estragos no imóvel, etc.Pagamento de aluguelo proprietário ou a imobiliária têm a obrigação de dar recibo de tudo que foi pago (aluguel, taxas, etc) e se o inquilino atrasar o pagamento do aluguel, o proprietário pode entrar com ação de despejo, a partir do primeiro dia de atraso. Pode também exigir multas permitidas por lei. O reajuste é anual e deve ser feito com base no valor escrito no contrato. Esse reajuste é tanto para aluguéis novos como para aluguéis de contratos renovados.DespesasDo inquilino. São de responsabilidade do inquilino: o pagamento pontual do aluguel, das contas de luz, água e saneamento.Se for condomínio, são também de responsabilidade do inquilino as despesas ordinárias, ou seja, material de limpeza, salários de funcionários, conservação e manutenção do elevador e das partes elétrica e hidráulica, além do seguro contra incêndio.Do proprietário. As chamadas despesas extraordinárias, ou seja, pintura interna ou externa, lavagem externa do prédio, instalação de grades e porteiro eletrônico, grandes reparos em geral e tudo mais que signifique benfeitoria ou material permanente.O IPTU, em princípio, é de responsabilidade do proprietário, mas a lei permite que seja repassado ao inquilino, desde que esteja no contrato. Se não estiver n contrato, o consumidor (inquilino), não deve pagar.Vencimento do ContratoNão existe a necessidade de um novo contrato quando vence o prazo do aluguel. O primeiro contrato renova-se automaticamente pelo mesmo prazo. Se o proprietário e o inquilino quiserem alterar uma ou mais cláusulas do contrato, deverão fazer um adendo contratual. Um adendo contratual é um documento que modifica o contrato e torna-se parte do mesmo. As despesas com o adendo contratual serão pagas pelo proprietário.Rescisão do ContratoO contrato poderá ser rescindido pelo inquilino a qualquer momento, desde que pague a multa estipulada. Se o contrato for renovado por tempo indeterminado, poderá ser cancelado com uma simples notificação por escrito ao proprietário ou à imobiliária, de preferência por intermédio do Cartório de Títulos e Documentos. O prazo para cancelamento é de um mês antes da data em que for entregue as chaves. Caso o proprietário queira retomar o imóvel por motivos legais, deve entrar com uma ação de despejo, depois de cumprir o prazo determinado em lei. Os motivos para retomar o imóvel são:- infração da lei ou do contrato pelo locatário;

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- necessidade do imóvel para uso próprio do locador ou familiares, etc.;A melhor forma é um acordo amigável entre as partes. Loteamentos (*)loteamento regularÉ aquele cujo projeto e duração de obras encontram-se devidamente aprovados pela Prefeitura. Também tem de estar registrado no Cartório de Registro de Imóveis da região.Loteamento irregular e loteamento clandestinoO loteamento irregular é feito sem aprovação da Prefeitura, em desacordo com o projeto ou sem cumprir o prazo de término das obras. O loteamento irregular não é inscrito e nem registrado no Cartório de Registro de Imóveis. Já o loteamento clandestino é feito por pessoas que não são donas da área que foi loteada.O loteamento irregular pode ser regularizado pois é criminoso. Este tipo de loteamento deve ser denunciado à polícia.Se você adquirir um terreno ou imóvel em loteamento clandestino, pode entrar com uma ação na Justiça para que seja devolvido o valor pago.Cuidados que se deve ter antes de comprar um lote- Procure conhecer o lote antes de adquiri-lo.- Certifique-se de que o lote é o mesmo que está na planta aprovada pela Prefeitura.- Investigue na Prefeitura se o loteamento está aprovado, se a área do lote está de acordo com as exigências municipais (em geral, não deve ser menor do que 125m2) e se o lote não está situado em área de preservação ecológica.- Verifique no Cartório de Registro de Imóveis da região se o loteamento está devidamente registrado.- Verifique se o vendedor é mesmo o proprietário e se o lote escolhido consta do registro. Luz(*)Conservação de energia elétrica na resistência- Conservar energia elétrica é obter o melhor resultado com o menor consumo, sem prejudicar seu conforto e diversão.- Quem sabe conservar gasta menos, aproveita melhor as instalações e equipamentos e tem maior segurança.Dicas de Segurança- Quando você for fazer algum reparo na instalação de sua casa, desligue o disjuntor ou chave geral.- Não ligue muitos aparelhos na mesma tomada por meio de benjamins. Isto provoca aquecimento dos fios, desperdiçando energia e podendo provocar curtos-circuitos.- Evite choques. Nunca mexa no interior da televisão mesmo que ela esteja desligada.- Quando você for cozinhar, coloque as panelas com o cabo voltado para dentro do fogão, sempre que possível. Isto evita acidente, principalmente com crianças que podem derrubá-las.- Guarde materiais de limpeza e outros, também perigosos, longe do alcance das crianças.- Não mexa em aparelhos elétricos com as mãos molhadas ou os pés em lugares úmidos.- Ao trocar uma lâmpada, não toque na parte metálica.- Não coloque facas, garfos ou qualquer outro objeto de metal dentro de aparelhos elétricos ligados.Caso você não tenha crianças em casa, todo cuidado é pouco. Não deixe que elas mexam em aparelhos elétricos ligados, toquem em fios e muito menos, coloquem os dedinhos em tomadas.

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Marceneiro, encanador, pedreiro e eletricista (*)Antes de contratar um desses profissionais siga os seguintes passos:- procure informações com os vizinhos, parentes e amigos;- peça orçamento, por escrito e sem compromisso, a mais de um profissional ou firma especializada;- explique o problema ou serviço de forma bem clara e com todos os detalhes;- peça a opinião do profissional sobre o assunto;- pergunte como o serviço irá ser feito, o material que será usado, o número de trabalhadores e se o preço do material está incluído no preço total;- acerte a forma de pagamento.Tenha cuidado! Muitos consumidores têm prejuízo porque o contratado, após receber o pagamento inicial foge com o dinheiro e não faz o serviço. Por isso, procure dar o dinheiro à medida que o serviço for sendo feito.- não pague todo o serviço adiantado. Se você agir assim, o prestador se serviço perde o interesse pelo serviço, pois já está com o dinheiro no bolso.- só pague a última parcela após testar o serviço;- em caso de defeito ou dúvida, só pague quando o problema for solucionado;- escreva no contrato a forma de pagamento e todos os detalhes do serviço;- contrate o serviço por escrito depois de tudo decidido;- exija o recibo de todo pagamento que voc6e fizer (entrada, segunda prestação, etc.);- se o profissional prometer voltar no dia seguinte para fazer algum conserto, faça uma anotação no contrato para garantir o retorno. Peça que ele assine em baixo;- exija nota fiscal do serviço e guarde os documentos (recibos, contratos, garantia). Esses documentos devem ficar guardados por, no mínimo, dois anos ou pelo prazo de garantia firmado no contrato;- anote o nome, CPF, endereço completo e telefone do prestador de serviço.Serviços mal feitos ou inacabados: no caso de serviço mal feito ou inacabado, faça uma reclamação e tente resolver amigavelmente, mediante acordo. Se não for possível, e algum pagamento já tiver sido feito e o serviço não foi concluído, procure o procon e apresente a sua reclamação. Medicamentos (*)- Os medicamentos devem, obrigatoriamente, ter registro legal e obedecer aos padrões estabelecidos sobre: composição; segurança e eficácia; atividade; qualidade e pureza, segundo as normas técnicas existentes, conforme determina a legislação específica sobre medicamentos. - Além disso, todos os medicamentos devem trazer na bula ou embalagem: fórmulas de composição; vias de administração (oral, injetável); indicações; contra-indicações; efeitos colaterais e reações diversas; reações e cuidados que devem ser observados; prazo de validade; cuidados de conservação; instruções de uso; modo de ação. Se faltar alguma dessas informações, o medicamento pode ser um "remédio clandestino". Este tipo de remédio representa uma ameaça à sua saúde e à sua vida.

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Você tem também o direito de exigir que o médico escreva a receita de modo legível, isto é, você precisa entender o que ele escreveu.- Medicamentos alterados ou sem registroSe você comprar um remédio e notar alguma mudança na sua cor ou consistência, ou verificar que não possui o registro do ministério da Saúde poderá exigir a substituição do produto ou devolução do valor pago no próprio local onde adquiriu o medicamento.Se não for atendido, procure um órgão de defesa do consumidor que pode servir de intermediário entre você e o fornecedor.Você também pode comunicar o fato à Vigilância Sanitária ou ao Conselho Regional de Farmácia para que fiscalizem o estabelecimento.- Medicamentos sem rótulo e/ou bulaA falta de informações é muito perigosa, pois assim você não sabe o que está tomando e como deve utilizar o medicamento. Não fornecer informações necessárias é crime (CDC, art. 63). Isto agride os seus direitos básicos de proteção à vida, saúde, segurança e de não ser corretamente informado (CDC, art. 6º).- Veja alguns cuidados que você deve tomar.- Compre sempre medicamentos com a receita do médico;- Não tome remédios por sua conta. Esta prática chama-se automedicarão e é muito perigosa, podendo causar intoxicação ou dependência;- Examine com atenção os rótulos e/ou bulas e verifique as informações necessárias;- Se você comprar um medicamento sem rótulo e/ou bula, além dos cuidados anteriores, você pode denunciar à Polícia, ao Conselho Regional de Farmácia ou ao Promotor de Justiça de sua cidade. Mercado de Consumi (CDC, art. 4º, I, art. 55, §3º)É a atividade mercantil (comércio) desenvolvida pelo fornecedor e que tem o consumidor e o usuário como destinatários finais. Móveis (*)Cuidados ao comprar- Pesquise preços e condições de pagamento em várias lojas antes de comprar.- lembre-se de medir a largura de suas portas e o lugar onde o móvel ficará em sua casa. Assim você não corre o risco de levar produtos ou móveis que não vão caber em sua casa.- Cuidado com as imitações! As aparências enganam. Preste atenção no material e na estrutura do móvel.- Teste a resistência do móvel de acordo com a sua finalidade (sente-se, deite-se, apoie-se, etc.).- Se a madeira do móvel não for a mesma que você pediu, recuse a entrega e solicite seu dinheiro de volta com a correção monetária.Montagem- Se a loja não mandar os montadores, ligue para o gerente pedindo providências.- No caso de dano durante a montagem (quebra, riscos), peça para interromper a montagem e exija da loja a troca do móvel.CupimNo caso dos móveis entregues apresentarem cupins, você deve exigir a substituição imediata ou o dinheiro de volta. O prazo é de 90 dias, a não ser em caso de vício oculto.Empresas de mudançaNa escolha de uma empresa de mudança, é importante pesquisar preços e verificar se a empresa é séria. Há uma grande variedade de preços e qualidade de serviços oferecidos no mercado.Orçamento- Assim como outros prestadores de serviços, toda empresa de mudanças e obrigada a fornecer um orçamento, conforme diz o Código de Defesa do Consumidor (CDC, art. 40).

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- o orçamento é importante para você comparar os preços cobrados no mercado por outras empresas e fazer o contrato baseado nesses preços.ATENÇÃO: há empresas que cobram uma taxa para fazer o orçamento. Pergunte o preço entes de contratar o serviço.Segurança- Para ter mais segurança, faça uma lista de todos os móveis e objetos que serão transportados.- Verifique o estado em que se encontram os móveis e objetos, guardando com você uma cópias da lista, assinada pela empresa contratada. Esse documento chama-se "rol de inventário".Direitos Garantidos- Quando você contrata um serviço, no caso da empresa de mudanças, está plenamente protegido pelo Código de Defesa do Consumidor.- Mas para reclamar seus direitos você necessita ter em mãos os documentos. O contrato e a nota fiscal são documentos muito importantes.- A lei obriga a empresa de transporte de mudanças a ser responsável por todos e quaisquer danos no serviço feito. Se não cumprir o que foi contratado, a responsabilidade é da empresa.Prazo para reclamar- O seu prazo para reclamar é de 90 dias;- Se algum objeto desaparecer, o consumidor pode pedir abatimento no preço contratado (CDC, art. 20).- Pode também pedir que o valor pago seja devolvido com correção, se algum objeto for danificado ou desaparecer.

N Negócio jurídico (CDC, art. 51, VIII)No ramo do Direito CivilAto jurídico levado a efeito com a intenção lícita e imediata de adquirir, consertar, transferir, modificar ou extinguir direitos (ver Código Civil, arts. 81 a 85). Negócio Jurídico é tratado na terminologia brasileira, com menos propriedade, como ato jurídico; isto é, emprega-se uma expressão genérica para o que é especificado e tem denominação própria até com respaldo etimológico. Com efeito, a palavra "negócio" vem do latim negotium, que deriva de nec (não, arcaico) mais otium (ócio, omissão); portanto, é a ausência do não fazer, ou toda atividade, o ato, que pode ser feito, que tem por pressuposto a fatibilidade legítima, ou lícita. Ora, nem todo ato é lícito, daí que o ato jurídico tanto pode ser ato permitido como o vedado por lei. A expressão ato fica, pois, reservada, com o qualificativo, para ato ilícito, ou aquilo que não pode ser permitido fazer. O Código Civil Português, de 1966, já emprega a expressão correta: negócio jurídico.No ramo do Direito das obrigaçõesNegócio jurídico, também denominado negócio jurídico misto, é aquele, notadamente o contrato, em que reúnem figuras diversas, típicas ou atípicas, como por exemplo, o leasing. Nocividade (CDC, art. 10, caput)Diz-se nocividade tudo aquilo que é danoso ou pernicioso a pessoa ou coisa, o que toma, como tal, ilícito o ato (ver Código Penal, art. 273). Nulidade (CDC, art. 51, § 2º)É a eficácia do negócio jurídico quando praticado por pessoa absolutamente incapaz; quando não revestir a forma prescrita em lei; quando for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial; ou quando a lei taxativamente o declarar ou lhe negar efeito (ver

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Código Civil, arts. 89, 105, 145 a 158, e 922; e Consolidação das Leis do Trabalho, arts. 794 a 798).

O Obrigação abusiva (CDC, art. 51, IV)Obrigação abusiva é tudo aquilo que o devedor, por lei ou por contrato, é compelido a fazer ou deixar de fazer, com a observância de um ônus excessivo. Obrigação de indenizar (CDC, art. 25, caput)É a obrigação que tem por objetivo o ato de fazer cessar o prejuízo causado a alguém e que deve ser suportado pelo causador (ver Código Civil, arts. 1.537 a 1.553). Obrigação do fornecedor (CDC, art. 21, caput)No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação de qualquer produto considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário do consumidor. Obrigação iníqua (CDC, art. 51, IV)É uma obrigação que o devedor, por lei ou por contrato, é compelido a fazer ou deixar de fazer, embora seja ela perversa, malévola, ou extremamente injusta; "Assim como é justa a vaidade de um rei justo, também é iníqua a vaidade de um tirano" (Matias Aires, Reflexões sobre a Vaidade dos Homens, p.60). Oficinas autorizadas e especializadas (*)A oficina autorizada é credenciada pelo fabricante, o que garante a qualidade de peças originais e do serviço.A oficina especializada ou comum não foi autorizada a prestar serviços e não tem nenhuma garantia do fabricante.Fique atento para essa diferença.- Exija nota fiscal tanto da autorizada como da especializada.- Peça que na nota estejam especificadas as peças, a mão de obra e a garantia.- outro detalhe importante é pedir um orçamento antes de autorizar o serviço. Onerosa (onerosidade) (CDC, art. 51, § 1º, III)É tudo aquilo que envolve ou impõe ônus; que sobrecarrega; pesado, como por exemplo, um convênio oneroso. De que resultam grandes despesas ou gastos; dispendioso. Em última análise, vexatório, incômodo, molesto. Ônus da prova (CDC, art. 38, caput)É a imposição de encargos a uma pessoa ou coisa, necessariamente e sempre, a quem alega. Operário (CDC, art. 76, IV, b)Operário é o trabalhador ou artífice que, mediante percepção de salário e sob ordens de outrem, exerce uma ocupação manual, mecânico ou intelectual.Operariado: conjunto de operários ou a classe respectiva. Orçamento sem compromisso e taxa de visita (*)Quando a garantia termina, normalmente, é cobrada a visita do técnico. Mas o consumidor tem de ser avisado sobre o valor a ser cobrado. Se, na hora, você concordar com o orçamento e autorizar a execução do serviço, a oficina poderá cobrar só o valor do

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orçamento. Nesse caso você não precisa pagar a visita. Lembre-se que há diferença de valores de orçamento conforme a oficina. Órgão público (CDC, art. 22, caput)Órgão Público é o elemento fundamental da estrutura do Estado, que age em seu nome para a consecução dos fins comuns. Denomina-se originários, os órgãos sem os quais o Estado não poderia existir tampouco exercer seus poderes e que têm sua fonte direta na Constituição Federal; e secundários, os que se apoiam naqueles. Outorga de crédito (CDC, art. 52, caput)É o consentimento, a autorização, a concessão dada para a prática de certo ato.

P Pacotes turísticos (*)

Escolha uma agência de turismo registrada na Embratur e consulte parentes e amigos que já tenham utilizado o serviço.

Verifique junto ao Procon e à Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV) se existe alguma queixa ou denúncia registrada contra a agência.

Guarde toda a propaganda da agência, pois ela tem de cumprir o que prometeu nos anúncios.

Procure saber se durante a viagem serão oferecidas opções de passeio ou serviços pelos quais você terá de fazer pagamento extra.

Prefira os pacotes cujos vôos e/ou percursos em ônibus sejam feitos por empresas tradicionais.

Peça à agência, com alguns dias de antecedência, que lhe forneça: - documento de confirmação de reserva do hotel;- nota de débito ou recibo da fatura do hotel;- passagens com assento marcado;- etiquetas de bagagem personalizadas;- roteiro de viagem; e- uma cópias da programação.

Se você desconfiar de um pacote já comprado, ligue para a companhia de transporte e para o hotel que vai se hospedar.

Confirme se as reservas já foram feitas e pagas. Deixe seu número de telefone ou fax para você ser localizado se surgir algum

problema. Lembre-se de examinar cuidadosamente o contrato feito entre você e a agência. Veja se no contrato está escrito tudo o que você combinou com o vendedor. Peça para o agente fazer uma lista dos documentos que você precisa levar. Se surgir algum problema, como propaganda enganosa, má qualidade nos serviços

prestados etc., tente resolver o problema com a própria agência. Você poderá:

- exigir outro pacote que corresponda ao anunciado;- anular ou rescindir o contrato;- enviar uma reclamação por escrito através de AR (Aviso de Recebimento), pedindo que paguem seu prejuízo. Se não tiver sucesso, procure um órgão de defesa do consumidor ou recorra à Justiça.  Partes (CDC, art. 18, §2º)Diz-se parte toda pessoa que figura num processo administrativo ou judicial. Autor ou réu, no juízo comum; reclamante ou reclamado, na Justiça do Trabalho.

 

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Peças usadas para reposição (*)No conserto do seu produto, o fornecedor não pode utilizar peças usadas a não ser que você concorde (CDC, art. 21).Se você não concordar, e mesmo assim ele quiser utilizar peças usadas, envie ao fornecedor uma reclamação por escrito pedindo a solução do problema. Se não for feito nenhum acordo, procure um órgão de defesa do consumidor pedindo para comunicar-se com o fornecedor e tomas as medidas judiciais necessárias.Repor peças usadas, sem autorização do consumidor, é considerado crime pelo CDC (CDC, art. 70).Falta de Peças de Reposição para ReparosSe você necessitar trocar a peça de um produto e não a encontrar, escreva uma reclamação ao Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) do próprio fabricante.Caso não dê resultado, procure um órgão de defesa do consumidor ou recorra à Justiça. Pedido (Dados do pedido)(*)O pedido deverá conter as seguintes informações:- descrição com detalhes de cada produto escolhido, inclusive a data da fabricação;- prazo de entrega;- preço à vista;- preço a prazo e forma de pagamento escolhida, com o número de parcelas e seu valor;- taxas de juros e data de vencimento das prestações;- valor do sinal e saldo restante;- existência do produto em estoque;- data da montagem e especificação do encarregado (loja ou fábrica);- prazo de garantia oferecido pelo fabricante;- quais os itens cobertos pela garantia.  Pedreiro, marceneiro, encanador e eletricista (*)Antes de contratar um desses profissionais siga os seguintes passos:- procure informações com os vizinhos, parentes e amigos;- peça orçamento, por escrito e sem compromisso, a mais de um profissional ou firma especializada;- explique o problema ou serviço de forma bem clara e com todos os detalhes;- peça a opinião do profissional sobre o assunto;- pergunte como o serviço irá ser feito, o material que será usado, o número de trabalhadores e se o preço do material está incluído no preço total;- acerte a forma de pagamento.Tenha cuidado! Muitos consumidores têm prejuízo porque o contratado, após receber o pagamento inicial foge com o dinheiro e não faz o serviço. Por isso, procure dar o dinheiro à medida que o serviço for sendo feito.- não pague todo o serviço adiantado. Se você agir assim, o prestador se serviço perde o interesse pelo serviço, pois já está com o dinheiro no bolso.- só pague a última parcela após testar o serviço;- em caso de defeito ou dúvida, só pague quando o problema for solucionado;- escreva no contrato a forma de pagamento e todos os detalhes do serviço;- contrate o serviço por escrito depois de tudo decidido;- exija o recibo de todo pagamento que voc6e fizer (entrada, segunda prestação, etc.);- se o profissional prometer voltar no dia seguinte para fazer algum conserto, faça uma anotação no contrato para garantir o retorno. Peça que ele assine em baixo;- exija nota fiscal do serviço e guarde os documentos (recibos, contratos, garantia). Esses documentos devem ficar guardados por, no mínimo, dois anos ou pelo prazo de garantia firmado no contrato;- anote o nome, CPF, endereço completo e telefone do prestador de serviço.

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Serviços mal feitos ou inacabados: no caso de serviço mal feito ou inacabado, faça uma reclamação e tente resolver amigavelmente, mediante acordo. Se não for possível, e algum pagamento já tiver sido feito e o serviço não foi concluído, procure o procon e apresente a sua reclamação. Pena de multa (CDC, art. 78, caput)Pena de multa é a comissão a ser paga ao Estado, em forma de dia-multa, para formação do fundo-penitenciário, e que incide sobre todas as penas privativas de liberdade (ver Código Penal, arts. 686 a 690). Pena pecuniária (CDC, art. 77, caput)Entende0se por pena pecuniária aquela sanção penal traduzida em dinheiro a ser pago ao Fundo Penitenciário e calculada em dias-multa (ver Código Penal, arts. 32, III, e 49 a 52). Penas privativas de liberdade (CDC, art. 76, IV, a)É a prisão; é o recolhimento do delinqüente a estabelecimento carcerário, para efeito de cumprimento da pena (ver Código Penal, art. 32, I). Perdas e danos (CDC, art. 19, IV)Perdas e danos são prejuízos sofridos pelo credor em conseqüência do inadimplemento obrigacional, e representados no que efetivamente ele perdeu e no razoavelmente deixou de lucrar (ver Código Civil, arts. 1.059 a 1.061). Periculosidade (CDC, art. 10, caput)Periculosidade é a capacidade ou propensão que o indivíduo tem para cometer ato delituoso ou voltar a praticá-lo (ver Código Penal, art. 97; Código de processo Civil, art. 14; Código de processo Penal, arts. 549, 751, I, 755, parágrafo único, 760, e 777; e Lei de Execução Penal, arts. 175 a 179). No caso específico do Código de Defesa do Consumidor, periculosidade a que se refere o disposto legal, trata-se de um estado ou qualidade de "produto" ou "serviço" perigoso, ou seja, arriscado, que causa ou ameaça perigo. Permissionárias (CDC, art. 22, caput)Diz-se do preceito legal que faculta, ou permite alguma coisa, ou que ou aquele que permitiu licença. Personalidade jurídica da sociedade (CDC, art. 28, caput)É a condição da "sociedade" em face do ordenamento jurídico, como titular de direitos e sujeito a deveres por ele impostos (ver Código Civil, arts. 13 a 16). Peso (Alterações de peso e volume)(*)O peso ou volume de um produto deve ser igual ao que estiver escrito na embalagem. Se você achar que um produto pesa menos que o indicado, tem o direito de conferir o peso no próprio estabelecimento. Se você descobrir alguma alteração ao abrir a embalagem, devolva o produto e peça seu dinheiro de volta. Denuncie o fato ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade (INMETRO), Instituto de Pesos e Medidas (IPEM) ou aos órgãos de defesa ao consumidor. Pessoas jurídicas (CDC, art. 22, parágrafo único)Ente criado pela técnica jurídica, como unidade orgânica e estável de pessoas para fins de natureza pública ou privada, completamente distinta dos indivíduos que o compõem, e dotado de personalidade jurídica idêntica à da pessoa natural para efeito de ter direitos e

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contrair obrigações (ver Código Civil, arts. 13 a 20; Código de processo Civil, art. 100. IV; Lei nº 6.015, de 31-12-1973, art. 114). Pessoas Jurídicas de Direito Privado (CDC, art. 106, II)Ente criado pela técnica jurídica, como unidade orgânica e estável de pessoas para fins de natureza privada, completamente distinta dos indivíduos que o compõem, e dotado de personalidade jurídica idêntica à da pessoa natural para efeito de ter direitos e contrair obrigações, como por exemplo, as sociedades civis ou mercantis e as fundações não publicadas (ver Código Civil, arts. 13 a 20; Código de Processo Civil, art. 100, IV; Lei nº 6.015, de 31-12-1973, art. 114). Pessoas Jurídicas de Direito Público (CDC, art. 106, II)Ente criado pela técnica jurídica, como unidade orgânica e estável de pessoas para fins de pública, completamente distinta dos indivíduos que o compõem, e dotado de personalidade jurídica idêntica como por exemplo, a União, cada um de seus estados, o Distrito Federal, o município, as autarquias e as fundações públicas. As empresas públicas e as sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime jurídico das empresas privadas - Constituição Federal, art. 100, IV; Lei nº 6.015, de 31-12-1973, art. 114). Planos de Saúde (*)Cancelamento do ContratoVocê e a administradora do plano de saúde têm os mesmos direitos para cancelar um contrato desde que sejam respeitadas as cláusulas.Credenciamento de médicos e hospitais- Quando você faz um plano de saúde, recebe uma lista com o nome de médicos, hospitais e laboratórios autorizados pelo plano.- Se houver mudança nesta lista e se os médicos e os serviços não forem tão bons como os anteriores, você e os outros que pertencem ao plano estão sendo prejudicados. Quando um grupo é prejudicado, é protegido pelo direito coletivo. Por isso você pode reclamar em grupo, procurando um órgão de defesa do consumidor.- órgão tem facilidade em reunir o maior número possível das pessoas que pertençam ao mesmo plano.- leve cópias de documentos, contrato, folhetos de propaganda e outras coisas que provem que houve mudança nos serviços prestados.- pode acontecer de você estar no meio de um tratamento e seu médico ser descredenciado. Nesse caso, envie uma carta à administradora.- se seu caso não for resolvido, procure um advogado para que ele providencie, por meio de uma ação judicial, que o mesmo profissional termine o tratamento.- o plano de saúde cobrirá a conclusão do tratamento.Exclusão de doença preexistente- A maior parte dos planos de saúde não cobre o tratamento de doenças que você teve antes de assinar o contrato.- Verifique se há uma cláusula a esse respeito, antes de assinar o contrato.- Mas se você não tiver feito nenhum exame antes do contrato para descobrir a doença, ou ainda, se não sabia que tinha a doença por não apresentar sintomas, procure um advogado.- Lute pela cobertura do tratamento pois, de acordo com os médicos, é muito difícil de se afirmar quando a doença começou.- Se for preciso, encaminhe a questão à Justiça, por intermédio do Juizado Especial do Consumidor ou de advogado próprio.Internação de emergência- Alguns planos exigem que o consumidor avise que foi internado de emergência, até 24 horas depois da internação. Essa cláusula não tem valor pois tal exigência é absurda.

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- Se você não puder avisar a empresa à qual você é conveniado, dentro de 24 horas, e ficar sem cobertura, entre em contato, imediatamente, com o convênio médico.- Se o convênio se negar a cumprir suas obrigações, provando que você não respeitou o prazo, procure um advogado de sua confiança, para que ele entre com um pedido de liminar junto ao Poder Judiciário.- Se o valor da causa for menor do que 40 salários mínimos, você poderá procurar o Juizado Especial do Consumidor ou o Juizado Especial de Pequenas Causas. Nesse caso, não precisa de advogado para garantir os seus direitos.Limite nos prazos de internação e tratamento- Há planos que marcam um tempo para internação e tratamentos. Porém, a lei considera esse procedimento contrário à natureza e à finalidade da prestação de serviços de assistência médico-hospitalar.- Se você descobrir que não poderá ficar internado ou continuar a receber tratamento, porque o seu plano de saúde estabelece limites de prazo, tome as seguintes providências:

procure imediatamente o Juizado Especial do Consumidor ou o de Pequenas Causas, ou ainda um advogado;

peça que se entre com um pedido de liminar para dilatação do prazo; apresente o contrato e documentos (guia de internação e atestado médico), que

provem a necessidade de tratamento prolongado. Reajuste das mensalidades e prêmios- Se as mensalidades do seu plano forem reajustadas para muito mais, reclame junto a um órgão de defesa do consumidor.- Este órgão tem como encontrar outros conveniados descontentes;- Juntos podem entrar com uma ação coletiva na Justiça. Mas se você quiser, pode entrar individualmente com a ação.Responsabilidade pelo serviço prestadoOs responsáveis por qualquer dano provocado por um atendimento deficiente são:- a administração do plano de saúde;- os médicos;- os estabelecimentos conveniados.Porém, como os médicos são profissionais liberais, eles somente serão condenados se for verificada a culpa dos mesmos. Portanto, se você sofre algum dano provocado por um atendimento deficiente, faça o seguinte:- reuna provas capazes de demonstrar o erro médico;- contrate um advogado e entre com uma ação pedindo uma indenização do médico e/ou da empresa;- denuncie o médico ao Conselho Regional de Medicina, que analisa a ética profissional.Hospital - atendimento pelo SUS- O paciente internado por meio do Sistema Único de Saúde, SUS, ficará sempre na enfermaria. Mas, se for caso de urgência ou emergência e não houver vaga na enfermaria, ele deverá ser internado no quarto ou apartamento até parecer uma vaga na enfermaria.LEMBRE-SE! Mesmo neste caso, não poderá ser cobrado qualquer valor, diferença ou complementação.- Nunca pague nenhuma despesa de atendimento médico-hospitalar para clínicos, gineco-obstetras, anestesistas, pediatras, cirurgiões, etc.- Tampouco pague também despesas hospitalares e de laboratórios, honorários, medicamentos, raio X, ultra-sonografia e outros.- Pacientes em tratamento de doenças de longa duração, como câncer, diabetes, AIDS, doenças renais, cardíacas e outras, também não devem pagar nada aos médicos e hospitais.

 

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Polícia Judiciária (CDC, art. 106, V)O mesmo que Polícia Criminal, é um órgão público destinado a investigar atos delituosos e descobrir seus autores, para que o Poder Judiciário os possa julgar. Política Nacional de Relações de Consumo (CDC, art. 4º)A Política Nacional de Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria de sua qualidade de vida, bem como a transferência e harmonia das relações de consumo. Políticas abusivas (CDC, art. 39)(*)Existem muitas coisas que o fornecedor não pode fazer, porque são proibidas por lei. Aqui estão algumas delas:1. O fornecedor não pode condicionar a venda de um produto à compra de outro produto, ou seja, para levar um produto, o consumidor não deve ser obrigado a comprar outro; por exemplo, para levar o pão, o consumidor tem que comprar um litro de leite. Isto se chama VENDA CASADA, e é proibido por lei. É crime: Lei nº 8137/90, art. 5º, II.2. É proibido ao fornecedor esconder um produto e dizer que o produto está em falta;3. Se algum fornecedor enviar ao consumidor um produto que este não pediu, o consumidor não deve se preocupar; deverá recebê-lo, como se fosse uma amostra grátis. E se alguém prestar ao consumidor um serviço que não foi contratado, este não deve pagar. A lei garante que o consumidor não é obrigado a pagar. (CDC, art. 39, parágrafo único).4. O fornecedor não pode provalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou posição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços.5. O fornecedor não pode exigir do consumidor vantagens exageradas ou desproporcionais em relação ao compromisso que ele esteja assumindo na compra de um produto ou na contratação de um serviço. Antes de comprar, o consumidor deve pesquisar o preço em outras lojas.6. Quem vai prestar um serviço ao consumidor é obrigado a apresentar, antes da realização do trabalho, um orçamento (CDC, art. 40). Neste orçamento tem de estar escrito o preço da mão-de-obra, o material a ser usado, a forma de pagamento, a data da entrega, e qualquer outro custo.7. O fornecedor não pode difamar o consumidor só porque ele praticou um ato no exercício de um direito seu.8. Existem leis que explicam como um produto ou um serviço devem ser feitos. O fornecedor não pode vender produtos ou realizar serviços que não obedeçam a essas leis.9. O fornecedor é obrigado a marcar um prazo para entregar um produto ou terminar um serviço.10. Elevar, sem justa causa, os preços de produtos e serviços.11. O fornecedor poderá aumentar o preço de um produto ou serviço apenas se houver razão justificada para o aumento.12. O fornecedor é obrigado a obedecer ao valor do contrato que foi feito. Não pode aumentar o valor do produto ou serviço se o aumento não estiver previsto no contrato. Prazo de Entrega (*)Se a loja não cumprir o prazo de entrega, entre em contato com a direção do estabelecimento e procure saber o motivo do atraso.- Se achar que o motivo não é justo, você pode cancelar a compra, notificando a loja por meio de carta entregue pessoalmente ou pelos Correios por meio de AR (Aviso de Recebimento).- Peça o recibo da carta.

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- Informe na carta o motivo do cancelamento e a suspensão do pagamento.- O que já tiver sido pago, deve ser devolvido com correção monetária. Algumas lojas cobram taxa d cancelamento. Neste caso a responsável é a loja, pois o atraso foi dela.- Algumas lojas se oferecem para guardar os móveis escolhidos, até o consumidor pedir para entregá-los. Isto deve estar bem claro no contrato e, geralmente, a loja deve ser comunicada do pedido de entrega com 15 dias de antecedência. Se este for o seu caso e a loja por acaso não entregar o produto, faça da mesma maneira mencionada acima, comunicando a suspensão do pagamento.- Se a cobrança for bancária, procure o gerente, apresente cópia da notificação e peça que o gerente colabore com você. No caso do pagamento já ter sido feito à vista ou parcelado com entrada e a entrega não tiver sido feita no prazo combinado, procure a Delegacia do Consumidor (DECOM), pois esta prática é considerada estelionato.Na hora da entregaNão fique muito entusiasmado quando o produto chegar a sua casa para não se esquecer de:1. Comparar a nota do pedido com a nota fiscal e o produto entregue. Se o produto não for igual ao que você pediu, recuse a entrega e exija a troca do produto;2. Se decidir ficar com o produto, entregue a nota fiscal para não perder a garantia;3. Verificar a embalagem, se está fechada etc.;4. Abrir a embalagem na hora da entrega. Se notar que existe qualquer defeito (riscos, amassados, quebra, falta de funcionamento etc) devolva o produto, exigindo o valor pago de volta o sua troca do produto. Tudo isso antes de assinar a nota de entrega.Após a entrega- Se você perceber algum defeito somente após a entrega do produto, entre em contato com o gerente da loja e peça a troca ou a assistência técnica.- Se não for atendido, comunique à loja pessoalmente por meio de recibo ou por correspondência com AR (Aviso de Recebimento).- Algumas lojas possuem SAC - Serviço de Atendimento ao Consumidor, que pode solucionar o problema.MontagemSe a loja mandar os montadores, ligue para o gerente pedindo providências. No caso de dano durante a montagem (quebra, riscos), peça para interromper a montagem e exija da loja a troca do móvel.CupimNo caso dos móveis entregues apresentarem cupins, você deve exigir substituição imediata ou o dinheiro de volta. O prazo é de 90 dias, a não ser em caso de vício oculto. Prazo de validade (*)- Todo produto deve trazer na embalagem a data em que foi fabricado e o prazo de sua validade.- Esta informação é o prazo de validade de um produto.- Os produtos com prazo de validade vencido não podem estar à venda.- Alguns fornecedores modificam este prazo. Isto é crime.- Se você adquirir um produto com o prazo de validade vencido ou modificado, informe à Vigilância Sanitária, pedindo que seja feita uma vistoria.- A Vigilância Sanitária irá retirar o produto das prateleiras.- Entre em contato com um órgão de defesa do consumidor. Prazos para reclamar (CDC, art. 26)O prazo para o consumidor reclamar de vícios fáceis de se notar em produtos ou serviços é de:- 30 (trinta) dias para produtos ou serviços não duráveis, como por exemplo, alimentos, serviço de lavagem de roupa numa lavandeira, etc.

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- 90 (noventa) dias para produtos ou serviços duráveis, como por exemplo, eletrodomésticos, reforma de uma casa, pintura de carro, etc.;Estes prazos são contados a partir da data que o consumidor recebeu o produto ou que o serviço terminou.Se o defeito for difícil de se notar (vício oculto), os prazos começam a ser contados da data em que o vício apareceu. Prazo decadencial )CDC, art. 26, §1º)É o lapso de tempo em que o negócio jurídico deva ser realizado, sob pena de perda do direito, e sem possibilidade de interrupção ou prorrogação. Prejudicarão (prejudicialidade)(CDC, art. 31, 103, §3º)Tornarão sem efeito ou anularão o processo, como por exemplo, a falta de provas prejudicou o processo. Preposto (CDC, art. 34, caput)Aquele que, em nome de outrem (preponente), dirige ou se ocupa de seus negócios e sob sua responsabilidade (ver, Código Comercial, art. 74). Prescrição (CDC, Capítulo IV, Seção IV)É o resultado da inércia do titular de um direito em promover a ação respectiva. Não se confunde com a decadência em que, enquanto nessa a prestação é de natureza objetiva e se concentra apenas no direito, a prescrição é de índole subjetiva, visando a uma prestação por parte de um sujeito passivo. Prestação de Serviços Públicos (CDC, art. 6º, X)É o contrato pelo qual uma parte (fornecedor - Poder Público) se obriga perante a outra (usuário), mediante preço, a executar determinada atividade, sem o fornecimento de coisa, ou com o emprego dessa apenas em caráter acessório. Princípios Gerais do Direito (CDC, art. 7º, caput)São grandes preceitos abstratos que, em orientação interpretativa, são chamados a integrar o direito positivo em caso de lacuna, ou seja, quando para o caso concreto não há previsão legal ou costume estabelecido. São inumerosos os princípios Gerais do Direito, podendo-se catalogar, em critério meramente elucidativo, a saber, a liberdade, a justiça, a segurança, a isonomia, a solidariedade humana, a responsabilidade dos governantes, passados muitos outros, a constituir o direito positivo. Problemas de qualidade (*)Se você comprar um produto com vício de qualidade, e só descobrir quando chegar em casa, faça o seguinte:- Envie uma carta ao fornecedor pedindo uma solução para o problema.- Exija a substituição do produto, a restituição da quantia paga ou abatimento proporcional no preço, no caso do fornecedor não lhe atender (CDC, art. 18).- Se ainda assim não houver solução, procure um órgão de defesa do consumidor ou recorra à Justiça.Lembre-se que você tem 30 dias para reclamar de produtos e serviços não duráveis e 90 dias para reclamar de produtos e serviços duráveis. Produto (CDC, art. 3º, § 1º)Produto é qualquer bem, móvel, material ou imaterial.(*) É toda mercadoria colocada à venda no comércio, como por exemplo, automóvel, roupa, casa, alimentos etc. Os produtos podem ser de dois tipos, a saber:

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Produto durável: é aquele que não desaparece com o seu uso, como por exemplo, um carro, uma geladeira ou uma casa.Produto não-durável: é aquele que acaba logo após o uso, tais como os alimentos, um sabonete ou uma pasta de dentes.Atrasos na entrega ou na instalação- Pelo Código de Defesa do Consumidor, a empresa é obrigada a cumprir o prazo de entrega, instalação ou montagem de qualquer produto.- Peça sempre um documento em que esteja descrito o prazo combinado para a entrega do produto. Guarde a nota do pedido e o recibo.- Se o produto encomendado não for entregue ou instalado no prazo combinado, você pode forçar o cumprimento da obrigação ou então exigir a devolução do produto e receber de volta os valores pagos (CDC, art. 35).- Envie uma reclamação escrita à empresa vendedora e à financiadora (se for o caso), comunicando o ocorrido.- Descreva minuciosamente a compra. Com a reclamação, envie uma cópias da nota fiscal.- Se não for atendido, procure um órgão de defesa do consumidor ou entre com uma ação na Justiça (CDC, art. 83).Produto entregue diferente do pedido- Se o fornecedor entregar um produto que você não escolheu, será obrigado a lhe pagar uma indenização.- Se você receber um produto diferente do que você escolheu na hora da compra, pode agir assim:- recusar-se a receber a mercadoria. Escreva os motivos de sua recusa na nota de entrega se perceber o engano na hora da entrega do produto;- se você não estava em casa quando o produto chegou e alguém recebeu a mercadoria por você, envie uma reclamação escrita ao fornecedor. Nesta reclamação conte o problema e exija que dentro de 30 dias o produto seja substituído por outro da mesma espécie e sem defeito;- você pode pedir a restituição da quantia paga ou abatimento proporcional do preço. Produto adulterado (CDC, art. 18, § 6º, II)É todo produto alterado com fraude; falsificado, modificado, deturpado ou deformado. Produto alterado (CDC, art. 18, § 6º, II)É todo produto modificado, mudado, falsificado ou adulterado. Produto avariado (CDC, art. 18, § 6º, II)É todo produto estragado ou danificado. Produto clandestino (*)Não compre produtos industrializados que não tragam informações claras sobre sua origem, o endereço do fabricante, os carimbos ou registros dos serviços de inspeção e vigilância sanitária. Produtos Congelados (*)Para saber se um produto está em boas condições, tenha alguns cuidados:- observe sua data de fabricação e prazo de validade;- nos balcões frigoríficos existe uma linha vermelha. Os produtos dentro dos balcões não podem ficar acima dessa linha;- a boa condição de refrigeração forma sobre os produtos uma névoa ou neblina que indica a baixa temperatura do balcão;

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- acúmulo de água ou umidade nos balcões frigoríficos significam temperatura incorreta. Os alimentos congelados mantidos nessas condições se estragam. Nesse caso, não compre;- evite retirar e recolocar, muitas vezes, os alimentos dos balcões frigoríficos. Isto aumenta a temperatura e pode prejudicar a qualidade do alimento;- deixe os alimentos congelados e resfriados para o final das compras, logo antes de se dirigir ao caixa. Produto corrompido (CDC, art. 18, §6º,II)É todo produto podre, estragado, decomposto, alterado ou mesmo adulterado, adaptando-o ao que se pretendia. Produto defeituoso (CDC, art. 12, §1º)O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais a sua apresentação, o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam e a época em que foi colocado em circulação. Produto deteriorado (CDC, art. 18, §6º, II)É todo produto danificado, estragado, degenerado, alterado, adulterado, corrompido, arruinado ou mesmo dissipado, desperdiçado, podre. Produto falsificado (CDC, art. 18, §6º, II)É todo produto que sofreu falsificação, ou seja, contrário à realidade; diz-se daquilo que é feito à semelhança ou imitação do verdadeiro. Produto fraudado (CDC, art. 18, §6º, II)É todo produto enganoso, ilusório, ou seja, aparenta ser, porém não o é. Produto nocivo (CDC, art. 18, §6º, II)É todo produto que prejudica; que causa dano; danoso. Produto perecível (CDC, art. 13, §6º, III)É todo produto sujeito a perecer, a extinguir-se. Produto perigoso (CDC, art. 18, §6º, II)É todo produto em que há perigo; arriscado, que causa ou ameaça perigo; que apresenta periculosidade. Produtos importados (*)ResponsabilidadeO importador é tão responsável pelo produto quanto qualquer fabricante. Deve prestar assistência técnica, repor peças e trocar produtos com defeito (CDC, arts. 12 e 32).RótulosVerifique se os rótulos, bulas e manuais de produtos importados têm uma versão em língua portuguesa. O rótulo deve trazer informações com detalhes sobre a quantidade, composição química, prazo de validade e origem do produto (CDC, art 6º, III, e 31).VíciosSe você adquirir um produto importado com vícios, faça reclamação por escrito para o importador, enviando a nota fiscal e o certificado de garantia (CDC, art. 18). Peça as providências num prazo de 30 dias, procure um órgão de defesa do consumidor ou recorra à Justiça.

 

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Profissional liberal (CDC, art. 14 §4º) (*)São aqueles formados pela universidade tendo, portanto, nível superior. Trabalham na área para a qual se formaram e seu conhecimento é especializado: médico, advogado, dentista, arquiteto, etc.O profissional liberal só pode ser responsabilizado por algum dano que causou se sua culpa for provada (CDC, art. 14,§ 4º. Todavia, na ação judicial movida contra eles pelo consumidor, pode o juiz inverter o ônus da prova de culpa.As causas das falhas ou erros profissionais são:- negligência: quando ele deixa de fazer o que deve;- imprudência: quando faz o que não devia ser feito;- imperícia: quando não toma os cuidados necessários.Para cada profissão liberal existe um Conselho de Classe que fiscaliza e julga os erros cometidos. Assim, temos:- CRM - Conselho Regional de Medicina;- CRO - Conselho Regional de odontologia;- OAB - Ordem dos Advogados do Brasil. Se você se sentir prejudicado pela atuação de um profissional liberal, denuncie o dano no órgão responsável pela legalização da profissão que ele exerce. Se for preciso, reclame ao Procon. Você pode também recorrer a um advogado para defender seus direitos na Justiça. Proteção à saúde e segurança (*)(CDC, art 6º,I)Alguns produtos podem oferecer riscos ao consumidor. É direito do consumidor ser protegido contra produtos que possam ser perigosos. Assim, um alimento não pode conter uma substância que pode fazer mal à saúde; um açougue não pode vender carnes embrulhadas em sacos de lixo ou papel de jornal; um remédio que causa dependência não pode ser vendido livremente, sem receita médica.(CDC, arts. 8º, 9º e 10)O fornecedor deve informar, nas embalagens, rótulos ou publicidade, sobre os riscos do produto à saúde do consumidor. Se o fornecedor, depois que colocou o produto no mercado, descobrir que ele faz mal à saúde, precisa anunciar aos consumidores, alertando-os sobre o perigo. Esse anúncio deve ser feito pelos jornais, rádio e televisão. Além disso, o fornecedor também tem a obrigação de retirar o produto do comércio, trocar os que já foram vendidos ou devolver o valor pago pelo consumidor. Proteção contratual (CDC, Capítulo VI)(*)Contrato é um acordo por escrito que duas ou mais pessoas fazem. Quando se faz um contrato, são relacionados os direitos e os deveres do fornecedor e do consumidor. As regras estabelecidas nos contratos são chamadas cláusulas. Todo contrato deve ter:- letras em tamanho de fácil leitura;- linguagem simples;- as cláusulas que limitem os direitos do consumidor bem destacadas.Contrato de adesão (CDC, art. 54) é aquele que o fornecedor entrega já pronto ao consumidor. O consumidor não tem possibilidade de discutir as cláusulas ou regras do contrato, que foram redigidas pelo fornecedor. Tal contrato passa a existir a partir do momento em que o consumidor assina o formulário padronizado que lhe é apresentado pelo fornecedor.Cláusulas abusivas e proibidas:As cláusulas abusivas são aquelas que geram desvantagem ou prejuízo para o consumidor, em benefício do fornecedor. Essas cláusulas são nulas. O consumidor pode requerer ao juiz que cancele essas cláusulas do contrato.Orientações:

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o consumidor não deve assinar um contrato que tiver cláusulas abusivas, por exemplo, as que (CDC, art. 51):- diminuam a responsabilidade do fornecedor, no caso de dano ao consumidor;- proíbam o consumidor de devolver o produto ou receber o dinheiro de volta quando o produto ou o serviço não forem de boa qualidade;- estabeleçam obrigações para outras pessoas, além do fornecedor ou consumidor. O contrato é só entre fornecedor e consumidor;- coloquem o consumidor em desvantagem exagerada;- obriguem somente o consumidor a apresentar prova, no caso de um processo judicial;- proíbam o consumidor a recorrer diretamente à Justiça sem antes recorrer ao fornecedor;- autorizem o fornecedor a alterar o preço;- permitam ao fornecedor modificar o contrato sem a autorização do consumidor;- façam o consumidor perder as prestações já pagas, no caso de não obedecer ao contrato e quando já estiver prevista a retomada do produto. Publicidade (CDC, Capítulo V, Seção III)(*)(CDC, arts. 30, 35, 36, 37 e 38)Publicidade é a propaganda de um produto ou serviço. Toda publicidade deve ser fácil de se entender. O Código proíbe publicidade enganosa ou abusiva.Publicidade enganosa é a que contém informações falsas e também a que esconde ou deixa faltar informação importante sobre um produto ou serviço. Estas informações podem ser sobre:- características;- quantidade;- origem;- preço;- propriedades.Publicidade abusiva - Uma publicidade é abusiva se:- gerar discriminação;- provocar violência;- explorar medo ou superstição;- aproveitar-se da falta de experiência da criança;- desrespeitar valores ambientais;- induzir a um comportamento prejudicial à saúde e à segurança.Tudo o que for anunciado deve ser cumprido, exatamente como foi anunciado. As informações da propaganda fazem parte do contrato. Publicidade enganosa e abusiva (CDC, art. 6º, IV) e (Decreto nº 2.181/97, art. 14)É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir a erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedade, origem, preço e de quaisquer outros dados sobre produtos ou serviços. É enganosa, por omissão, a publicidade que deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço a ser colocado à disposição dos consumidores.É abusiva, entre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, que incide à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e da inexperiência da criança, desrespeite valores ambientais, seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança, ou que viole normas legais ou regulamentares de controle da publicidade.

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Q Qualidade (Problemas de qualidade)(*)Se você comprar um produto com vício de qualidade, e só descobrir quando chegar em casa, faça o seguinte:- envie uma carta ao fornecedor pedindo uma solução para o problema;- exija a substituição do produto, a restituição da quantia paga ou abatimento proporcional no preço, no caso do fornecedor não lhe atender (CDC, art. 18);- se ainda assim não houver solução, procure um órgão de defesa do consumidor ou recorra à Justiça;- lembre-se que você tem 30 dias para reclamar de produtos e serviços não duráveis e 90 dias para reclamar de produtos e serviços duráveis.

R RECLAMAÇÕES (*)Como e onde reclamarProcure o Fornecedormuitas empresas já possuem o Serviço de Atendimento ao Consumidor - SAC, que atende às reclamações e procuram resolver o problema. O consumidor pode encontrar o telefone do SAC nas embalagens dos produtos. Quando o consumidor for reclamar deve contar, em detalhe, tudo o que aconteceu, para ajudar a resolver o problema. A nota fiscal, os pedidos, o certificado de garantia, o contrato, os recibos e outros documentos que o consumidor tiver, deverão ser levados. Depois de reclamar, o consumidor deve guardar a prova da queixa, como por exemplo, o protocolo, o código de reclamação, etc. O consumidor não deve esquecer de anotar o nome e o cargo da pessoa que o atendeu. O consumidor deve sempre guardar a nota fiscal dos produtos que comprou e os recibos dos valores que pagou, em caso de prestação de serviços. Só com estes documentos o consumidor pode reclamar , como por exemplo, de um produto com defeito ou de um serviço mal feito.Recorra a um órgão de proteção ao consumidorSe o consumidor não resolver o problema com o fornecedor de um produto ou serviço, este deve procurar o Procon. Já existem Procon em todas as capitais e em diversas cidades do interior.Os Procon ajudam você a resolver seu problema tentando um acordo entre o fornecedor e você. Os Procon atendem o consumidor com problemas nas áreas de: alimentos, assuntos financeiros, habitação, educação, produtos, saúde e serviços.Como recorrerPara receber orientação ou fazer uma reclamação, telefone para o Procon ou vá pessoalmente ao órgão. Sempre que fizer uma reclamação, forneça seus dados pessoais (nome, telefone, endereço, etc.). Se não fornecer estes dados, a reclamação não poderá ser encaminhada. Reclamações anônimas não são aceitas. Você deve ter também os dados do fornecedor: nome, endereço e telefone. Os outros documentos necessários para resolver seu problema são a nota fiscal, o recibo, o pedido ou contrato e detalhes sobre o produto ou o serviço reclamado, além de cópias dos documentos pessoais. Guarde com você os originais dos documentos de compra do produto ou de pagamento de um serviço.

Reexecução dos serviços (CDC, art. 20, I)Reexecução dos serviços é o ato ou efeito de reexecutar (fazer novamente) um serviço, entendendo esse último como qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista; é fazer outra vez tudo o que foi pago para ser feito, como por exemplo, um corte de cabelo, o conserto do

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carro, de eletrodoméstico, serviço bancário, serviço de seguros, serviços públicos, dentre outros. Relações de consumo (CDC, art. 2º, parágrafo único)(*) Para alguém vender, é preciso ter pessoas interessadas em comprar. Ou o contrário: para alguém comprar um produto é preciso ter alguém para vender. Essa troca de dinheiro por produto ou serviço, entre o fornecedor e o consumidor, é uma relação de consumo. O Código de Defesa do Consumidor é um conjunto de normas que regulam as relações de consumo, protegendo o consumidor e colocando os órgãos e entidades de defesa do consumidor a seu serviço. Renúncia do direito (CDC, art. 51, XVI)Renúncia do Direito ou "Renúncia ao direito", melhor falando, é a manifestação expressa do titular de um direito quanto a sua intenção de abandonar a respectiva titularidade (ver Código Civil, arts. 687, 691 e 1.581) Reparação de danos (CDC, art. 6v, VI)Diz-se reparação de danos ou também "reparação civil", o ressarcimento no sentido de consertar ou atenuar o dano causado a outrem, em sua pessoa ou patrimônio (ver Constituição Federal, art. 5º, XLV; Código Civil, arts. 159, 1.059, 1.518 e 1.521 a 1.529; e Código de processo Penal, art. 630). Reparação de danos difusos (CDC, art. 6º, VI)Diz-se reparação de danos difusos o ressarcimento no sentido de consertar ou atenuar o dano causado disseminadamente ou espalhado (separado), em sua(s) pessoa(s) ou patrimônio(s). Repetição do indébito (CDC, art. 42, parágrafo único)É o ato de devolver a outrem (repetir, repetente) o que se recebeu sem causa, ou, quando dívida condicional, antes de cumprida a condição. É a devolução do pagamento indevido (ver Código Civil, arts. 964 a 971; e Código Tributário Nacional, art. 165). Rescisão de contrato (*)Você pode desistir de um contrato que tenha feito por um certo prazo (um ano, por exemplo). Tem direito à diferença da importância que pagou. A empresa pode reter, em alguns casos, uma parte (10%, por exemplo) do que você pagou, à título de indenização. Entretanto, corre o risco de não receber o que já pagou pelos meses que faltam até o fim do contrato.Se foi a administradora quem desistiu ou rescindiu o contrato, você receberá o valor do que pagou pelo ano todo. Isto no caso de você ter cumprido todas as cláusulas do contrato, exceto as abusivas. Responsabilidade do fornecedor (CDC, arts. 12 a 25)(*)Um produto ou serviço é defeituoso quando não oferece a segurança que dele se espera (CDC, art. 12, §1º). Existem vícios de qualidade e quantidade do produto. Os vícios de qualidade dividem-se em vícios por inadequação (o produto é inadequado ao fim que se destina) e por insegurança (de defeito).Os fornecedores são responsáveis pelos vícios de qualidade ou quantidade do produto (CDC, art. 18).Os fornecedores nos produtos e nos serviços podem causar danos físicos aos consumidores, colocando em risco sua segurança. Estes danos decorrem dos chamados acidentes de consumi, ou seja acidentes causados pelo produto defeituoso (CDC, art. 12).

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O fornecedor, independentemente da existência de culpa, é responsável pelos danos causados pelo produto defeituoso ou por não ter dado informações suficientes e adequadas sobre a utilização do produto e riscos que ele oferece. Todas as vezes que um produto ou serviço causar um acidente, os responsáveis são (CDC, art.12):- o fabricante ou produtor;- o construtor;- o importador;- o prestador de serviço.O comerciante é também responsável pelos danos quando (CDC, art. 13):- o fabricante, construtor, produtor ou importador não forem encontrados;- O produto não tiver a identificação clara do fabricante, produtor, construtor ou importador;- não conservar os produtos perecíveis como se deve.O consumidor pode exigir:Quando existe vício na prestação do serviço, (CDC, art. 20):- que o serviço seja feito novamente sem pagar nada, ou;- abatimento no preço, ou;- devolução do que foi pago, em dinheiro, com correção.Se o defeito for de fabricação do produto, o fornecedor tem 30 dias para corrigi-lo ou saná-lo. Depois desse prazo, se o produto ficar com problemas ou aparecer novamente o mesmo vício após o conserto (CDC, art. 18):- a troca do produto, ou;- o abatimento no preço, ou;- que a quantidade seja completada de acordo com que está escrito na embalagem ou com o que foi pedido, ou; - o dinheiro de volta, com correção. RótulosEntende-se por "rótulo", um pequeno impresso que se cola em embalagens e recipientes para indicar-lhes o conteúdo.(*) Os rótulos dos produtos industrializados ou feitos em fábricas devem trazer informações sobre:- quantidade;- composição;- aditivos;- nome e endereço do fabricante;- carimbos ou registros dos serviços de inspeção tais como Vigilância Sanitária ou Ministério da Saúde;- data de fabricação e validade;- indicação de substância que seja prejudicial à saúde;- peso. Roupas (*)Cuidados ao comprar- Preste atenção na qualidade dos tecidos, das costuras, botões, fechos, etc.;- A roupa deve ter duas etiquetas. Uma é obrigatória por lei e indica quais as fibras que o tecido possui. A outra etiqueta mostra como a roupa deve ser lavada e passada- Se a roupa for importada, as etiquetas devem ser traduzidas.- Experimente a roupa antes de comprar. Peça que na nota fiscal esteja discriminada a possibilidade de troca.- Guarde a nota fiscal até lavar a roupa pela primeira vez. Nesta ocasião é que aparece a maioria dos defeitos.

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- Saiba que o fornecedor somente é obrigado a trocar se a roupa estiver com defeito, a menos que conste na nota fiscal ou em cartaz na loja a possibilidade de troca por outros motivo.Etiquetas- Nos tecidos, a composição dos mesmo deve vir escrita na ourela (margem do tecido). É aconselhável que esta indicação seja impressa de dois em dois metros.- Se isto não for possível, a indicação deve vir no início e no final da peça e ser repetida na etiqueta presa no rolo do tecido.PurezaO tecido só é puro quando possuir 100% de uma só fibra. Um exemplo: puro algodão tem que conter 100% de fibra do algodão.Se a roupa não resistir à primeira lavagemSe você conseguiu as instruções do fabricante do tecido quanto à lavagem e conservação da roupa e, ainda assim, ela apresentou problemas, faça o seguinte:- vá até a loja com a peça e a nota fiscal;- exija a troca por outra mercadoria ou a devolução do dinheiro;- se a loja não tomar providência, procure o Procon e faça a reclamação. Rurícola (CDC, art. 76, IV, b)Diz-se rurícola todo aquele que vive no campo; camponês; que é agricultor, lavrador.

S Sanções administrativas (*)No Código de Defesa do Consumidor existem penas para aquele fornecedor que não obedecer suas regras. Essas penas são chamadas sanções administrativas. As sanções administrativas ou penas que estão no Código são (CDC, art. 56, I a XII):- multa;- apreensão do produto;- inutilização do produto;- cassação do registro do produto junto ao órgão competente;- proibição de fabricação do produto;- suspensão de fornecimento de produtos e serviços;- suspensão temporária da atividade;- revogação de concessão ou permissão de uso;- cassação de licença de estabelecimento ou da atividade;- interdição total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;- intervenção administrativa;- imposição de contrapropaganda.Essas penas são aplicadas de acordo com as leis previstas no Código de Defesa do Consumidor e no Decreto nº 2.181, de 20 de março de 1997.O fornecedor tem o direito à ampla defesa.As relações de consumo e a aplicação das sanções ou penas administrativas são fiscalizadas pelos órgãos que fazem parte do SNDC. Além das sanções administrativas, o desrespeito às normas do Código pode ser considerado crime pela Justiça. Nesse caso, há multa e até cadeia. Saúde (*)Cancelamento do contratoVocê e a administradora do plano de saúde têm os mesmos direitos para cancelar um contrato desde que sejam respeitadas as cláusulas.Credenciamento de médicos e hospitais

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- Quando você faz um plano de saúde, recebe uma lista com o nome de médicos, hospitais e laboratórios autorizados pelo plano.- Se houver mudança nesta lista e se os médicos e os serviços não forem tão bons como os anteriores, você e os outros que pertencem ao plano estão sendo prejudicados. Quando um grupo é prejudicado, é protegido pelo direito coletivo. Por isso, você pode reclamar em grupo, procurando um órgão de defesa do consumidor.- O órgão tem facilidade em reunir o maior número possível das pessoas que pertençam ao mesmo plano.- Leve cópias de documentos, contrato, folhetos de propaganda e outras coisas que provem que houve mudança nos serviços prestados.- Pode acontecer de você estar no meio de um tratamento e seu médico ser descredenciado. Nesse caso, envie uma carta à administradora.- Se seu caso não for resolvido, procure um advogado para que ele providencie, por meio de uma ação judicial, que o mesmo profissional termine o tratamento.- O plano de saúde cobrirá a conclusão do tratamento.Exclusão de doença preexistente- A maior parte dos planos de saúde não cobre o tratamento de doenças que você teve antes de assinar o contrato. - Verifique se há uma cláusula a esse respeito, antes de assinar o contrato.- Mas se você não tiver feito nenhuma exame antes do contrato para descobrir a doença por não apresentar sintomas, procure um advogado.- Lute pela cobertura do tratamento pois, de acordo com os médicos, é muito difícil de se afirmar quando a doença começou.- Se for preciso, encaminhe a questão à Justiça por meio do Juizado Especial do Consumidor ou de advogado próprio.Internação de emergência- Alguns planos exigem que o consumidor avise que foi internado de emergência, até 24 horas depois da internação. Essa cláusula não tem valor, pois tal exigência é absurda.- Se você não puder avisar a empresa à qual você é conveniado, dentro de 24 horas, e ficar sem cobertura, entre em contato imediatamente, com o convênio médico.- Se o convênio se negar a cumprir suas obrigações, provando que você não respeitou o prazo, procure um advogado de sua confiança, para que ele entre com um pedido de liminar junto ao Poder Judiciário.- Se o valor da causa for menor que 40 salários mínimos, você poderá procurar o Juizado Especial de Pequenas Causas. Nesse caso, não precisa de advogado para garantir os seus direitos.Limite nos prazos de internação e tratamento- Há planos que marcam um tempo para internação e tratamentos. Porém, a lei considera esse procedimento contrário à natureza e à finalidade da prestação de serviços de assistência médico-hospitalar.- Se você descobrir que não poderá ficar internado ou continuar a receber tratamento, porque o seu plano de saúde estabelece limites de prazo, tome as seguintes providências:* procure imediatamente o Juizado Especial do Consumidor ou o de Pequenas Causas ou ainda um advogado;* Peça que se entre com um pedido de liminar para dilatação do prazo;* apresente o contrato e documentos (guia de internação e atestado médico), que provem a necessidade de tratamento prolongado.Reajuste das mensalidades e prêmios- Se as mensalidades do seu plano forem reajustadas para muito mais, reclame junto a um órgão de defesa do consumidor.- Este órgão tem como encontrar outros conveniados descontentes.- Juntos podem entrar com uma ação coletiva na Justiça. Mas, se você quiser, pode entrar individualmente com a ação.

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Responsabilidade pelo serviço prestadoOs responsáveis por qualquer dano provocado por um atendimento deficiente são:- a administradora do plano de saúde;- os médicos;- os estabelecimentos conveniados.Porém, como os médicos são profissionais liberais, eles somente serão condenados se for verificada a culpa dos mesmos. Portanto, se você sofre algum dano provocado por um atendimento deficiente, faça o seguinte:- reuna provas capazes de demonstrar o erro médico;- contrate um advogado e entre com uma ação pedindo uma indenização do médico e/ou da empresa;- denuncie o médico ao Conselho Regional de Medicina, que analisa a ética profissional.Hospital - Atendimento pelo SUS- o paciente internado por meio do Sistema Único de Saúde - SUS, ficará sempre na enfermaria. Mas, se for caso de urgência ou emergência e não houver vaga na enfermaria, ele deverá ser internado no quarto ou apartamento até aparecer uma vaga na enfermaria.- LEMBRE-SE! Mesmo neste caso, não poderá ser cobrado qualquer valor, diferença ou complementação.- Nunca pague nenhuma despesa de atendimento médico0hospitalar para clínicos, gineco-obstetras, anestesistas, pediatras, cirurgiões, etc.- Tampouco pague também despesas hospitalares e de laboratórios, honorários, medicamentos, raios X, ultra-sonografia e outros.- Pacientes em tratamento de doenças de longa duração, como câncer, diabetes, AIDS, doenças renais, cardíacas e outras, também não devem pagar nada aos médicos e hospitais. Segurança (CDC, art. 10, caput)Entende-se por segurança a condição daquele ou daquilo em que se pode confiar. Seguros (*)1. Qual legislação utilizada nos contratos de seguro? A legislação básica é o Código Civil – Artigos 1.432 a 1.480, Decreto-lei 5.384/43, Decreto-lei 73/66 e se caracterizada relação de consumo, o Código de Proteção e Defesa do Consumidor – Lei Federal n º 8.078. 2. O que pode ser segurado? Atualmente quase tudo pode ser segurado existindo portanto uma gama imensa de contratos de seguros, os mais vendidos são os destinados a cobertura de veículos, saúde, imóveis, vida e acidentes pessoais, aparelho celular e pager. 3. Um bem pode ser segurado mais de uma vez? Em regra um bem não pode ser segurado mais de uma vez. A cobertura securitária visa reestabelecer situação econômica e patrimonial anterior a um eventual sinistro. Como exceção exemplificamos o seguro de vida. 4. Qual o critério utilizado para se determinar o valor médio de mercado? Não existe uma tabela oficial de preços de veículos, as próprias fábricas sugerem um preço para as suas concessionárias sem no entanto fixarem preços. A valorização do bem segue critérios totalmente subjetivos, de acordo com o interesse, conveniência e a necessidade de cada um. Desta forma veículos com a mesma marca, cor, ano de fabricação, podem apresentar preços diferentes. As seguradoras fazem cotações junto as concessionárias e lojas de automóveis obtendo-se o valor final pela média. É aconselhável que o consumidor faça a sua cotação comparando com a que for realizada pela empresa seguradora.

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5. O corretor de seguro é representante da seguradora? O corretor de seguro é o agente que realiza a intermediação da contratação de seguro, vez que a lei impõe essa condição. Nos termos da lei o corretor é o representante do segurado junto às seguradoras. Na prática entretanto verifica-se cada vez mais que o corretor atua como representante da seguradora, apresentando somente a opção de uma única empresa, proposta inclusive em papel timbrado dessa e cartão de visita com o logotipo da seguradora. Dessa forma, para o consumidor, o corretor é um representante da seguradora, motivo pelo qual nos termos do Código do Consumidor, a seguradora deve responder pela atuação desse agente. 6. Por que existe diferença de valores do seguro de veículos entre cidades? Para calcular o valor do prêmio a ser pago para a aquisição do contrato de seguro, as seguradoras levam em consideração alguns itens de riscos (furtos, acidentes, perfil do motorista etc.) que podem ou não aumentar o grau de sinistralidade em determinada região e época. 7. O que é o "perfil" para o contrato de seguro? O contrato de seguro firmado com base em cláusula de "perfil" visa a dar cobertura de um determinado bem em relação a determinada(s) pessoa(s). O valor do prêmio é fixado, não só em relação ao bem segurado mas levando-se em conta o risco que determinada(s) pessoa(s) oferece(m) para a seguradora, tendo como base, questionário respondido. Neste questionário normalmente são considerados, dentre outros, os seguintes itens: - Idade do(s) condutor(es) do veículo; - Tempo de habilitação do(s) condutor(es); - Sexo do(s) condutor(es); - Estado civil; - Filhos e idade desses; - Cidade onde o carro circula normalmente; - Se o veículo fica em garagem, estacionamento ou via pública. A cláusula de perfil dará um desconto para o segurado na hora de pagar o valor do prêmio, no entanto pode gerar problemas quando de eventual pagamento de indenização, motivo pelo qual deve o consumidor responder todas as questões com a maior clareza ressaltando inclusive, na proposta, se o veículo é dirigido por outras pessoas ou se circula em outras cidades com freqüência. 8. Como pode ser contratado o seguro residencial? No seguro residencial, normalmente, há a estipulação do limite máximo indenizável. Esse limite poderá sofrer alterações contemplando mais ou menos bens, por meio de endosso. Existem dois tipos de contrato de seguro residencial, no primeiro a seguradora faz constar que o segurado será obrigado, no caso de recebimento de indenização, a apresentar documentos que comprovem a origem dos bens obrigando o segurado a ter e manter guardados todos os comprovantes de aquisição de bens e contratação de serviços. O outro tipo de contrato prevê que a seguradora fará uma vistoria prévia para identificar os bens que integram a residência. Neste caso é importante ter cópia assinada, da vistoria prévia realizada. 9. A seguradora tem prazo para entregar a apólice de seguro? Sim, de acordo com as normas da Susep, as seguradoras tem quinze dias para encaminhar a apólice para o segurado, sendo que neste período o contrato já está em vigor, desde que não haja uma recusa formal da proposta. Por recusa formal entende-se a que foi devidamente documentada e encaminhada ao interessado.

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10. Quem deve fiscalizar as seguradoras? As seguradoras e os corretores de seguros têm suas atividades securitárias normatizadas e fiscalizadas pela Susep. E por ser uma atividade recepcionada pelo Código deDefesa do Consumidor, os órgãos de Defesa e Proteção do Consumidor também podem fiscalizar o cumprimento das normas protetivas ao consumidor. 11. Como deve ser o pagamento do valor do prêmio (valor do seguro)? O corretor a ser contratado deve ser pessoa de confiança, profissional devidamente habilitado e de preferência conhecido ou indicado. Na contratação verifique as opções e formas de pagamento que são oferecidas. O pagamento por boleto bancário é sem duvida a melhor opção. No entanto se não houver outra alternativa, os cheques devem ser nominais à seguradora que vai ser contratada. Além disso, anote no verso dos cheques a quem se destina, exclusivamente, e qual a razão da emissão. Solicite cópia da proposta e recibo dos valores disponibilizados. 12. Como devo proceder para saber se o pagamento à vista foi repassado à seguradora? Se o pagamento foi realizado à vista deve-se observar na apólice a quitação do valor do prêmio em uma única vez. 13. O que fazer para contratar um seguro? - Verifique se o corretor que está intermediando a contratação está habilitado pela Susep para atuar no mercado de seguros.  Sentença de liquidação (CDC, art. 98, caput)É o ato judicial preparatório do procedimento de execução destinado a determinar o montante pecuniário (liquidação própria) ou a individuação de bens (liquidação imprópria) da condenação, quando a sentença, por ilíquida, no primeiro caso, ou omissiva, no segundo caso, silenciar (ver Código de Processo Civil, arts. 603 a 611; Consolidação das leis do Trabalho, art 879; e Lei nº 8.432, de 11-6-1992). Serviço (CDC, art 3º, §2º)Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.(*) É tudo o que você paga para ser feito, como por exemplo, um corte de cabelo, conserto do carro, de eletrodoméstico, serviço bancário, serviço de seguros, serviços públicos, dentre outros.Assim como os produtos, os serviços podem ser duráveis e não-duráveis.Serviço durável: é aquele que custa a desaparecer com o uso. A pintura ou construção de uma casa, uma prótese dentária, são produtos duráveis.Serviço não-durável: é aquele que acaba depressa. A lavagem de uma roupa na lavanderia é um serviço não-durável, pois a roupa suja logo após o uso. Outros exemplos são os serviços de jardinagem e faxina, que precisam ser feitos constantemente. Serviço defeituoso (CDC, art. 14§1º)O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, antre as quais o modo de seu fornecimento, o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam e a época em que foi fornecido. Serviços impróprios (CDC, art. 20, §2º)São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente dele se esperam, bem como aqueles que não atendam às normas regulamentares de prestabilidade. 

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Serviços públicos (CDC, art 4º, VII)(*)É todo aquele prestado pela administração pública. São os serviços de saúde, educação, transporte coletivo, água, luz, esgoto, limpeza pública, asfalto, etc. O governo estabelece as regras e controla esses serviços que são prestados para satisfazer as necessidades das pessoas. Os serviços públicos são restados pelo próprio governo ou governo contrata empresas particulares que prestam serviços. São obrigados a prestar serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. Nós, consumidores e cidadãos, pagamos por serviços públicos de qualidade, por isso temos o direito de exigir.Valor das tarifas públicas- Se você achar que o valor cobrado em sua conta é superior ao que consumiu, deve registrar reclamação na agência local fornecedora do serviço.- Vá ao Serviço de Atendimento ao Cliente da agência ou companhia e peça que envie um técnico até a sua casa.- O técnico irá verificar se o erro é no medidor ou nas instalações internas da residência.- Em geral, os defeitos do medidor são de responsabilidade da companhia. Os defeitos internos são de responsabilidade do consumidor.- Os encanamentos com defeito em sua residência, por exemplo, podem estar causando um vazamento de água e você não sabe. O esmo acontece com a eletricidade: a fiação em mau estado ou algum aparelho elétrico com defeito podem causar perda de energia. Preste bastante atenção! Servidor público (CDC, art. 76, IV, a)Servidor público é toda pessoa que, aprovada previamente em concurso público de provas e títulos, é investida em cargo ou emprego da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas e prestadora de serviço em repartição pública da União, Estados, Distrito Federal, Territórios ou Municípios (ver Constituição Federal, arts. 39 a 41; Lei nº8.112, de 11-12-1990; Lei nº8.137, de 27-1-1990, art 3º; Código Penal, arts. 139, 141, 142, 312, 320, 327, §1º, e 339; Código de Processo Civil, arts. 217, I, 412, §2º, 419, 649, IV, e 734; Código de Processo Penal, arts. 221, §2º, 359, 436, VII e IX, 513 e 518, 688 §3º, e 691; Consolidação das Leis do Trabalho, art. 7º,C; Lei nº 1.521, de 26-12-1951, art. 42, §2º; Lei nº 6.185, de 11-12-1974; Decreto nº 78.120, de 26-7-1976; Lei nº 6.879, de 9-12-1980; e Lei nº 8.026, de 12-4-1990). Síndico (CDC, art. 101, II)Síndico é o administrador da falência, designado pelo juiz entre os maiores credores do falido (ver Código de Processo Civil, arts. 12 III e parágrafo único, 690, I, e 988, VII; Decreto-Lei nº 7.661, de 21-6-1945, arts. 59 e 65). Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (Decreto nº 2.181/97) e (CDC, art. 105)A política nacional de proteção ao consumidor é coordenada pelo Departamento de proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), da Secretaria de Direito Econômico, do Ministério da Justiça. Os órgãos que fazem parte do SNDC são:- os procon e similares nos estados e municípios;- a vigilância sanitária e agropecuária;- o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade - INMETRO, e os Institutos de Pesos e Medidas - IPEM;- os Juizados Especiais, além da Justiça Comum;- as Delegacias de Polícia especializadas;- as entidades civis de defesa do consumidor;- a Embratur;- a Susep. 

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Sociedades coligadas (CDC, art. 28, §4º)Sociedade coligada é aquela que resulta da relação estabelecida entre duas ou mais sociedades anônimas, em que uma participa com 10% ou mais do capital da outra, sem controlá-la (ver Lei nº6.404, de 15-12-1976, art. 243, §1º). Sociedades Controladas (CDC, art. 28, § 2º)Sociedades Controladas são aquelas em que a sociedade controladora, diretamente ou por meio de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores (ver Lei nº 6.404, de 31-12-1976, art. 243, § 2º). Solidariamente (solidariedade)(CDC, art. 7º, parágrafo único, art. 19, caput)Vínculo jurídico pelo qual na mesma obrigação concorrem mais de um credor ou mais de um devedor, cada um com direito (solidariedade ativa) ou obrigação (solidariedade passiva) na dívida toda (ver Código Civil, arts. 896 e 897; e Código de Processo Civil, arts. 77, III, e 509, parágrafo único). Sucessores (CDC, art. 91, caput)São pessoas que substituem outras, em caráter não-transitório, ou seja, no que pertine ao conjunto de bens, ações e direitos de que pode dispor alguém e que, por sua morte, se transmite a outras pessoas, são aquelas que herdam, herdeiros.

T Taxa de Serviços Bancários (Bancos)(*)Uma resolução do Banco Central liberou a cobrança de diversas taxas, e mesmo assim existem bancos cobrando taxas para tudo. O consumidor deve ficar atento! Nenhuma taxa pode ser cobrada se não tiver sido informada ao consumidor (cliente).CadastroQuando o consumidor (cliente) abre uma conta e preenche uma ficha de cadastro, o banco cobra uma taxa. Cada vez que a conta do consumidor (cliente) fizer aniversário, o banco pode cobrar uma taxa de atualização. O consumidor deve pesquisar para saber o banco que cobra taxas mais baratas.Cartão magnético e talão de chequesO consumidor poderá escolher ter o cartão magnético de graça. Nesse caso, o banco poderá cobrar cada vez que este (consumidor/cliente) retirar um talão de cheques. Em preferindo utilizar cheques, o primeiro talão do mês será gratuito.Cheque especialAo entrar n faixa do cheque especial - quando o consumidor/cliente gasta mais do que tiver de saldo - o banco pode cobrar uma taxa extra, além dos juros, até que a dívida seja coberta.ExtratoO primeiro extrato semanal é gratuito. A partir do segundo, o banco passa a cobrá-los. Taxa de visita (orçamento sem compromisso e taxa de visita (*)Quando a garantia termina, normalmente, é cobrada a visita do técnico. Mas o consumidor tem de ser avisado sobre o valor a ser cobrado. Se, na hora, você concordar com o orçamento e autorizar a execução do serviço, a oficina poderá cobrar só o valor do orçamento. Nesse caso você não precisa pagar a visita. Lembre-se que há diferença de valores de orçamento conforme a oficina. 

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Taxa efetiva anual de juros (CDC, art. 52, II)Percentagem, predeterminada por lei ou contrato, a que o credor tem direito como compensação, sobre o montante do dinheiro a crédito que está em poder do devedor (ver Constituição Federal, art. 164, §2º; e Código Civil, art. 1.063). Táxi (*)- o serviço de táxi é regulamentado pelas Prefeituras Municipais, que concedem a exploração do serviço.- o CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito), exige que o veículo esteja dentro dos padrões de segurança e que possua toda a documentação.- a instalação do taxímetro, para medir a quilometragem rodada, é obrigatória nos municípios com mais de 100.000 habitantes.- o taxista não pode dar o valor do percurso antes de prestar o serviço.- A fiscalização dos táxis é responsabilidade da Prefeitura Municipal.- os institutos de Pesos e Medidas são responsáveis pela verificação e fiscalização dos taxímetros. Telefones (*)PulsosPulso é a medida das chamadas telefônicas cuja cobrança é feita da seguinte forma:- OCUPADO: pulso não cobrado;- NÃO ATENDE: pulso não cobrado;-ATENDIDO: o primeiro pulso, o da ligação, é cobrado.A partir daí, é cobrado um pulso a cada dois minutos. Mas existem tabelas especiais com tarifas reduzidas. Consulte o Guia Telefônico para saber os horários especiais.Plano de ExpansãoAtualmente as empresas de telecomunicações mantêm seus planos de expansão, mas sem a venda de ações ou da linha telefônica. A pessoa apenas se habilita a usar uma linha, como se fosse um aluguel.Telefone Celular- Os telefones celulares devem ser adquiridos no mercado. Existe grande variedade de modelos e preços.- O sistema do aparelho só pode ser o AMPS - Advanced Mobile System.- Para que você possa usar o seu telefone celular é necessário que você vá à Companhia Telefônica para registrar o aparelho e obter o número de sua linha.Compra de linhas fora do plano de expansãoSão muitas as empresas que vendem linhas de telefone usadas. Se você pretende comprar uma dessas linhas preste atenção nos seguintes aspectos:- peça ao vendedor comprovante de propriedade da linha e exija as duas últimas contas pagas;- faça constar no contrato que ficará a cargo do vendedor qualquer interurbano ou despesa anterior à aquisição;- verifique na companhia telefônica se o prefixo é da região onde o telefone será instalado;- se for linha de plano de expansão, não poderá ser vendida se não estiver quitada. A Companhia só faz transferência se o carne estiver quitado.- Verifique junto ao fórum Civil se a linha não está penhorada em alguma ação judicial. Solicite certidões;- no ato da compra, exija a assinatura do termo de transferência definitiva da assinatura, em formulário impresso pela Telefônica;- leve pessoalmente o Termo de Transferência Definitiva de Assinatura para a Companhia. Caso o vendedor se encarregue dessa tarefa, exija o protocolo de entrega do termo, único comprovante do recebimento do pedido;

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- toda e qualquer despesa com transferência e instalação será cobrada automaticamente pela Telefônica na conta do telefone, conforme tabela de preços existente;- verifique se você está comprando ou não as ações;- existem linhas restritas e irrestritas. Consulte a Companhia, pois a linha restrita não pode ser transferida durante dois anos.Linha adquirida de particularSe você tiver dificuldades na transferência ou na instalação de linhas compradas de particulares, registre denúncia na Delegacia do Consumidor (DECOM) ou em qualquer outro órgão de defesa do consumidor. Ao mesmo tempo, procure um advogado para entrar com ação judicial por perdas e danos.Cobrança indevida- Quando aparecerem em sua conta ligações DDD ou DDI que você não fez, reclame à Companhia Telefônica no Serviço de Atendimento ao Cliente. Faça isso antes do vencimento da conta. - os preços dos cartões magnéticos de telefones públicos são tabelados pela Companhia Telefônica. No entanto, esta não fiscaliza os estabelecimentos que comercializam os cartões, por isso é mais seguro comprá-los nos Postos da Companhia Telefônica. Telemarketing (Compras por Telemarketing)(*)- Antes de comprar pelo telemarketing, consulte o cadastro de reclamações dos Procon.- Se você não receber o produto que comprou, reclame com o fornecedor.- No caso de não entrega do produto, a administradora do cartão não é responsável.- Se não resolver o caso com o fornecedor, procure um órgão de defesa do consumidor. Terceiros (CDC, art. 20§1º)Aquele que é estranho à reclamação em causa. Pessoa alheia ao litígio e à respectiva relação processual, mas que pode ter interesse em intervir no feito em defesa de seu direito (ver Código Civil, arts. 11 a 105, 174, III, 1.089 a 1.100, e 1.306; Código de Processo Civil, arts. 13, 50, 56, 109, 155, parágrafo único, 341, 472, 487, II, 626, 634. 908, 909, parágrafo único, 948, 1.046, e 1.060, V; Código de processo Penal, arts. 119, 120, parágrafo único, 131, II, 133, parágrafo único, e 292). Termo de Garantia (CDC, art. 74, caput)A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada, em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso de produto em linguagem didática, com ilustrações. Tinturarias e lavanderias (*)Quando você mandar lavar ou tingir uma peça de roupa, peça que sigam as instruções que estejam na etiqueta.- Na nota fiscal devem estar anotados as peças que foram deixadas e os defeitos que apresentam;- Na hora de buscar a roupa, veja se o serviço foi bem-feito.- Se houver algum problema, não receba a peça até que seja encontrada uma solução. Se isso não acontecer, faça uma reclamação por escrito pedindo a reparação.- Protocole esse documento, na lavanderia, o mais rápido possível.- Se nem assim o caso for resolvido, procure um órgão de defesa do consumidor. 

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Títulos de Capitalização 1. Na prática como podem ser entendidos os títulos de capitalização? Os títulos de capitalização podem ser entendidos como cotas de participação de uma espécie de "concurso", que tem sorteios e premiações periódicas. Parte do valor pago é usada para o pagamento dos prêmios, e outra parte é provisionada (reservada) para o resgate do título, total ou parcial. Há várias espécies de títulos de capitalização, alguns sorteiam prêmios e outros sorteiam valores em dinheiro. 2. Ao final do prazo estabelecido no plano de capitalização, os valores ou bens são entregues obrigatoriamente ? Verifique atentamente as cláusulas do contrato, principalmente as relacionadas aos bens. Há vários planos de capitalização no mercado; mesmo aqueles que têm alguma vinculação com bens de consumo podem não entregar necessariamente o bem ao final do contrato. Existindo diferença entre o valor arrecadado e o valor do bem naquele momento, o consumidor pode optar entre receber de volta o valor pago ou pagar a diferença do valor do bem. Nos casos de títulos que fazem premiações em dinheiro, normalmente ligados a instituições bancárias, o valor é devolvido ao final do período apenas com correção monetária. Há ainda títulos que, caso não sorteados, podem ser resgatados após um determinado tempo, mediante a restituição de parte do valor pago. 3. Os títulos de capitalização são investimentos ? Os títulos de capitalização não são investimentos, como as ações, caderneta de poupança ou fundos de renda fixa, uma vez que têm por finalidade principal propiciar chances ao consumidor de concorrer a prêmios. 4. O desistente pode recuperar tudo aquilo que pagou ? Não, o desistente de um plano de capitalização em prestações tem direito, após determinado número de parcelas, a receber uma proporção sobre a provisão matemática constituída, quer dizer, um parte daquela reserva feita para o resgate, que não corresponde ao total pago. Quanto menos parcelas forem pagas, menor será a porcentagem a que o desistente tem direito. Os planos de capitalização oferecidos por bancos normalmente estabelecem períodos de contribuição longos (até 50 meses) e, em muitos deles, a desistência antes de um ano (12 meses), inviabiliza qualquer resgate. Para o resgate é necessária a devida comprovação dos pagamentos efetuados. 5. Quem regulamenta os planos de capitalização ? Os planos de capitalização são normatizados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), que aprova previamente os seus termos, conferindo-lhes um certificado de autorização. Assim como os seguros, os planos de capitalização não podem ser comercializados diretamente pela empresas de capitalização, e sim por corretoras ou agentes credenciados. Da mesma forma que os bancos, as empresas de capitalização também estão sujeitas às normas de defesa do consumidor.  Titularidade ativa (CDC, art. 112)Diz-se daquele que possui ou adquiriu um direito, integrante de seu patrimônio econômico ou moral. Somente o direito adquirido confere a titularidade, o que não ocorre com a expectativa de direito. Transindividuais (CDC, art. 81, parágrafo único, I e II)Diz respeito a "movimento para além de" do indivíduo, ou seja, "através de", "posição para além de", "posição ou movimento de través", dos caracteres individuais. Em outras palavras é transpassar, transpilar, ir além da peculiaridade, bem como dos caracteres individuais. 

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Trânsito em julgado da sentença (CDC, art. 59, §3º)Situação da sentença que se tornou imutável e indiscutível, por não mais sujeita a recurso, originando a coisa julgada (ver Constituição Federal, art. 5º, LVII; Código de Processo Civil, art. 587; e Código de Processo Penal, art. 331, II). Transporte aéreo (*)Apresentação no aeroportoAtenção! Compareça pelo menos 30 minutos antes da partida em vôos nacionais e uma hora no caso de vôos internacionais.Superlotação- As companhias aéreas costumam fazer a marcação de assentos superior à capacidade do avião.- Se você estiver com a reserva confirmada, comparecer dentro do prazo previsto para o embarque e não encontrar lugar disponível, estará sendo prejudicado pelo over booking (excesso de vendas de passagens). Neste caso, é seu direito viajar no vôo seguinte para o mesmo destino, na mesma empresa ou em outra, num prazo máximo de quatro horas.- Durante este período de espera, a companhia aérea pagará suas despesas com alimentação, transporte e comunicação. Se houver necessidade de pernoite em localidade onde você não resida, a companhia deverá pagar sua hospedagem.- Caso queira, você terá direito a endosso ou devolução do valor pago.AtrasoSe acontecer de seu vôo ser interrompido por mais de quatro horas, em aeroporto de escala, seja qual for o motivo, você tem direito a:- viajar por outra companhia;- receber de volta a quantia paga (conforme a modalidade do pagamento).Durante o período de espera, todas as suas despesas, como hospedagem, alimentação e transporte, são de responsabilidade da companhia aérea.Extravio de passagem ou bilhete danificado- no caso de perda do bilhete de passagem aérea, dirija-se à companhia que o emiti e requisite a segunda via. Não se esqueça de registrar o ocorrido.- se o bilhete tiver sido danificado, a empresa o substituíra desde que dentro do prazo de validade.Bagagem- você tem direito a 30(trinta) quilos de bagagem na primeira classe e a 20(vinte) quilos nas demais.- se ultrapassar esse limite, a companhia cobrará um valor equivalente a 1% da tarifa básica, por quilo.- nas linhas aéreas regionais, esse valor pode chegar a 2%, conforme o tipo de aeronave.- se, quando você for retirar sua bagagem no desembarque não encontrá-la, procure o balcão da companhia e informe o ocorrido.- você irá preencher um formulário e será indenizado caso a bagagem não seja encontrada.- você também poderá ser indenizado pelos danos morais e físicos e extravios de bens de valor pessoal.- se quiser fazer uma relação do que leva em sua bagagem é preciso pagar uma taxa, tendo o direito de receber de volta o valor todo de seus bens.- esta taxa é fixada de acordo com as normas do DAC - Departamento de Aviação Civil. Transporte rodoviário de passageiros (*)No Brasil, o DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) disciplina e fiscaliza a prestação de serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros. Nos estados, cabe ao DER (Departamento de Estradas e Rodagem) a regulamentação e fiscalização do transporte intermunicipal de passageiros.Passagem de ônibus

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O bilhete é o comprovante da sua viagem. É emitido em duas vias - uma ficará com a empresa e a outra com você. Confira se estão anotados no bilhete os seguintes dados:- preço da passagem;- número do bilhete e da via;- origem e destino;- data, horário e número da poltrona.Se a empresa prestar algum tipo de serviço diferenciado, a informação deve estar no bilhete.Cancelamento de viagemEm caso de desistência, a empresa deverá devolver a importância paga ou revalidar a passagem para outra data ou horário, desde que você avise com antecedência mínima de seis horas antes da partida.Em caso de acidenteAs empresas são obrigadas a prestar assistência imediata e adequada aos passageiros, em caso de acidente. Para comprovar o dano, para fins de indenização, é aconselhável que o fato seja documentado por meio de boletim de ocorr6encia policial. Por orientação do DNER, as empresas vendem, junto com a passagem um seguro complementar para cobrir acidentes pessoais. Esse seguro que você paga ao comprar sua passagem não tira das empresas a responsabilidade de indenização pelos danos sofridos, tanto de saúde (despesas médicas), como patrimoniais e morais, integralmente.TarifasAs tarifas das passagens interestaduais e internacionais são definidas pelo DNER. O preço pode variar em trechos iguais de acordo com a qualidade dos serviços prestados.Bagagens- Nas linhas interestaduais e internacionais, você pode transportar volumes no bagageiro e no porta-embrulhos, gratuitamente. O limite de peso para as bagagens é de 30(trinta) quilos no bagageiro e 5(cinco) quilos no porta-embrulhos.- Os embrulhos não podem comprometer a segurança e nem o conforto dos passageiros.- Caso você leve uma bagagem com o peso acima do estabelecido, pagará 0,5% do preço da passagem por cada quilo de excesso.- Se uma bagagem for extraviada ou sofrer algum dano, você deve comunicar o fato à empresa no término da viagem. A empresa tem a obrigação de indenizá-lo. Você precisa apresentar o comprovante da bagagem e tem o prazo de 30 dias para reclamar. Esta indenização deve ser equivalente ao prejuízo sofrido.SuperlotaçãoSe você viajar de ônibus e comprar a passagem antecipadamente, com lugar numerado, e a empresa não lhe assegurar esse direito, você pode exigir outro tipo de transporte. Caso não consiga solucionar o problema, você poderá exigir outro tipo de transporte. Caso não consiga solucionar o problema, você poderá exigir na Justiça indenização por danos morais da empresa que lhe vendeu o bilhete. Turismo (hotéis)(*)Preços- Os preços de diárias deverão estar em local visível nas portarias ou recepções de hotéis, pousadas ou estabelecimentos semelhantes.- Os apartamentos, quartos e suítes deverão ter a relação dos preços dos produtos e serviços oferecidos, inclusive os do frigobar.Cancelamento de reservaSe você fizer reserva em um hotel e verificar que as condições negociadas não foram atendidas ou que as instalações forem inadequadas você poderá:- exigir o cumprimento das condições combinadas;- aceitar outro produto ou serviço que estejam de acordo com o que você solicitou;- cancelar a reserva com direito à restituição monetária, perdas e danos;

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- se você não puder comparecer ao hotel na data reservada, cancele a reserva com antecedência.Extravio ou dano de bagagem- o hotel é responsável pelo extravio ou dano em sua bagagem. Mas você deve provar que o bem estava no local, com testemunhas ou algum comprovante por escrito. Dinheiro, jóias e outros objetos de valor devem ser guardados no cofre do hotel e os devidos documentos corretamente preenchidos.- Se o estabelecimento for roubado e se seus pertences estiverem incluídos nesse roubo, você deve prestar queixa ma Delegacia de Polícia mais próxima.Responsabilidade- O hotel, pousada ou outro estabelecimento do mesmo ramo (mesmo os não registrados) respondem pelos danos materiais ou morais sofridos pelo consumidor, acontecidos em suas dependências. Isto no caso do dano ser causado pelo hotel, por falta de manutenção ou descuido da administração.- O hotel pagará as despesas médicas se, por sua falha, forem causados danos à saúde dos hóspedes. E se algum hóspede falecer devido a acidente no qual se comprove negligência do hotel, as despesas com funeral também serão pagas pelo hotel. Tutela (CDC, art. 83, caput, 84, e §1º, 3º e 5º)Proteção que o Estado, por seus órgãos judiciários, dispensa a uma pessoa, em resguardo de seus direitos individuais e patrimoniais. Tutela liminarmente (CDC, art. 84, §3º)Proteção que o Estado, por seus órgão judiciários, dispensa a uma pessoa, em resguardo de seus direitos individuais e patrimoniais antecedentemente ao assunto ou ao objeto principal; é uma tutela preliminar.

U Ultra Partes (CDC, art. 103, II)É uma locução aplicada à sentença cujos efeitos vinculatórios ultrapassam as partes da relação processual, para abranger um grupo, categoria ou classe de pessoas assimiladas por interesses afins.

V Validade (Prazo de Validade)- Todo produto deve trazer na embalagem a data em que foi fabricado e o prazo de sua validade.- Esta informação é o prazo de validade de um produto.- Os produtos com prazo de validade vencido não podem estar à venda.- Alguns fornecedores modificam este prazo. Isto é crime.- Se você adquirir um produto com o prazo de validade vencido ou modificado, informe à Vigilância Sanitária, pedindo que seja feita uma vistoria.- A Vigilância Sanitária irá retirar o produto das prateleiras.- Entre em contato com um órgão de defesa do consumidor. Veículos (*)Dados da proposta de compra de veículo zero quilômetroNa proposta devem constar, de um lado, o preço total, o prazo de pagamento e valor das prestações, do outro lado, a cor do veículo, modelo, etc. Isto evita troca na hora da entrega.Venda de automóvel condicionada à compra de acessórios

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Esta forma de venda é proibida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC, art. 39, I). É crime: Lei nº 8.137/90, art. 5º, III. Se a agência de automóveis insistir, denuncie-a imediatamente ao Procon."Zero quilômetro" com defeitoAs lojas de automóveis têm obrigação de garantir a qualidade dos produtos (CDC, art. 18). Se seu carro zero quilômetro apresentar problema, envie uma reclamação por escrito para aloja onde você comprou o carro. Se não houver solução, entre em contato com o Procon.Garantia contratualA concessionária tem obrigação de fazer os serviços necessários no carro cujo prazo de garantia ainda não terminou. Se ela se recusar, envie carta ao fabricante pedindo uma solução. Caso não haja atendimento, encaminhe o problema para o Procon. Na revisão realizada no período de garantia, você deve pagar apenas pela troca de peças (vela, platinado, pastilhas de freio, etc.), pela troca do óleo e pela mão-de-obra desses serviços.Suspensão da garantiaVocê pode perder a garantia nos seguintes casos:- quando se fizer mau uso do veículo;- quando estranhos fizerem reparos;- quando forem feitas alterações que modifiquem as características básicas do veículo, sem autorização da montadora;- quando o plano de revisões periódicas não for cumprido.Cuidados na compra de um carro O mais correto é pedir que um mecânico de confiança ou alguém que tenha experiência na compra de carros usados examine o veículo que pretende adquirir. Além disso, verifique os seguintes documentos:- o certificado de propriedade;- o licenciamento, o IPVA e o seguro obrigatório;- se o vendedor tem procuração para agenciar o negócio;- por último, antes de pagar, consulte o Detran para saber se não existe multa e se o veículo não é roubado;- exija as garantias por escrito. Não confie no que for apenas falado;- peça também o recibo de pagamento e o documento de transferência de propriedade devidamente assinado.Descoberta posterior de vício ocultoSe após a compra do veículo aparecer um vício escondido de propósito ou não, trata-se de "vício oculto". Isto lhe dá o direito de reclamar "por vício oculto"(CDC, art. 18). Procure seus direitos junto a um órgão de defesa do consumidor.Transferência de propriedadeO próprio comprador deve pedir a transferência, dentro de um prazo de 30 dias. Se o comprador não tomar essa providência, o vendedor terá de comunicar o fato ao órgão de trânsito (Detran).Não se esqueça: é um dever seu transferir o veículo adquirido para o seu nome. Vendas (*)Vendas em domicílioSão vendas de seguro, cosméticos, material de limpeza, livros, enciclopédias, assinaturas de revista, etc., fora do estabelecimento comercial. Você tem o prazo de 7 (sete) dias para se arrepender e desistir do negócio. Não esqueça!Riscos- Comprar produtos ou serviços de vendedores desconhecidos que batem à sua porta pode trazer uma série de problemas.- O preço do produto pode ser maior do que o das lojas e a qualidade nem sempre é a mesma do que é mostrada no folheto.- Desconfie do vendedor e tome alguns cuidados, como:

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*não acreditar em informações como estas: "assine este papel sem compromisso, pois o cancelamento poderá ser feito sem o menor problema" ou "aproveite esta excelente oportunidade de compra, porque hoje é o último dia desta promoção".*Não ficar com mercadorias em casa para teste, mesmo que o vendedor diga que é sem compromisso;*não fazer pagamento algum antes da decisão da compra e, ao pagar, usar cheque nominal cruzado, que servirá como prova de pagamento;*não permitir que estranhos fotografem seus filhos sob qualquer razão ou que vendedores façam demonstração de produtos em sua residência.Se você fizer a compra, o Código de Defesa do Consumidor lhe dá possibilidade de arrepender-se no prazo de 7(sete) dias a contar da assinatura do contrato ou recebimento do produto.Venda casadaA lei proíbe a chamada venda casada (CDC, art.39).Isso acontece quando o fornecedor diz que você só pode comprar o produto que deseja se levar outro. É crime: Lei nº 8.137/90, art. 5º, II. Por exemplo, só vender leite para quem comprar pão. Ligue para uma delegacia de polícia, para o Promotor de sua cidade ou qualquer órgão de defesa do consumidor. A venda casada é crime.Venda por telefone ou reembolso postalEsse tipo de venda está se tornando cada vez mais comum no Brasil.- É importante tomar cuidado ao comprar qualquer produto ou contratar qualquer serviço comercializado dessa forma.- Se, ao receber o produto comprado por esse meio, você perceber que não há identificação do fabricante ou o produto não é o que foi anunciado pelo vendedor, recuse-o na hora da entrega.- Você pode fazer valer o seu direito de arrependimento no prazo de 7(sete) dias úteis (CDC, art. 49). Não esqueça!- Denuncie o fato como publicidade enganosa (CDC, arts. 33, 35 e 37). É crime: CDC, art. 67. Verossímil (CDC, art. 6º, VIII)Semelhante à verdade; que parece verdadeiro; que não repugna à verdade; provável. Vício do produto e do serviço (CDC, Capítulo IV, Seção III)Defeito grave que torna o produto ou o serviço inadequados para certos fins ou funções. É uma espécie de vício corpóreo, ou físico, que torna imprestável a cosia destinada ao consumo, quer por perda de validade, quer por seu uso nocivo. Vício de qualidade. Vício oculto (CDC, art. 26, §3º)Defeito da coisa objeto de contrato comutativo, após a tradição (entrega), e que, tornando-a imprópria ao uso para que é destinada ou lhe diminuindo o valor, autoriza a redibição ou restituição; é chamado também de vício redibitório (Ver Código Civil, art. 1.101). Vícios não sanados - Peças autorizadas dentro da garantia (*)Se o consumidor levou seu produto na oficina autorizada e o seu problema não foi solucionado no prazo de 30 dias, este pode exigir do fornecedor (CDC, art. 18):- a substituição do produto por outro da mesma espécie em perfeitas condições de uso, ou;- a restituição da quantia paga com correção e sem prejuízo de perdas e danos, ou, ainda;- o abatimento proporcional no preço. Vítima (CDC, art. 76, IV, a)Pessoa contra quem é cometido crime ou ato ilícito, incluídas aí as contravenções.

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 Volume (Alterações no peso ou volume)(*)O peso ou volume de um produto deve ser igual ao que estiver escrito na embalagem. Se você achar que um produto pesa menos que o sindicato, tem o direito de conferir o peso no próprio estabelecimento. Se você descobrir alguma alteração ao abrir a embalagem, devolva o produto e peça seu dinheiro de volta. Denuncie o fato ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade (INMETRO), Instituto de Pesos e Medidas (IPEM) ou aos órgãos de defesa ao consumidor.O direito do consumidor é personalíssimo e está insculpido na Constituição Federal de 1988, no Capítulo que trata Dos Direitos e Deveres Individuais. Ao longo dos anos esse instituto foi se aprimorando, em razão da sua eficácia, não só no exercício do direito propriamente dito, mas, também, da cidadania.O legislador, preocupado com o fato de que o direito comum não atendia, de forma satisfatória, às "relações de consumo" do cidadão, no sentido de ver reparada a violação dos seus direitos, criou mecanismos que visavam ressarci-lo de eventuais prejuízos causados por outrem. Tendo em vista que o direito do consumidor tem como fundamento uma relação jurídica em que nela está envolvido o destinatário final da cadeia de produção ou serviço, a lei tratou de lançar, sobre a sociedade, o seu manto protecionista preservando os direitos sociais, resguardando, assim, a sua vulnerabilidade nessa relação.Dentre muitos pontos importantes, um dos que considero de significativa singularidade é aquele em que o "economicamente mais forte" é que tem de provar que não causou prejuízos. Logo, a questão da "prova" é resolvida no Código de Defesa do Consumidor, com a implementação de um novo instituto jurídico denominado Inversão Ônus da Prova.Ensejo-me da oportunidade para convidá-lo a, de posse desta publicação, exercer, diariamente, o seu direito fundamental: O DIREITO!Senador CASILDO MALDANERSupervisão e Coordenação geral: José Pedro De Castro BarretoDiagramação Eletrônica e Pesquisa: Kléber Ferreira LimaEditor: Marcelo RechColaboradores: Edílson Alves e Luiz Evaldo de Moura Pádua Filho  PROCON RECOMENDA ATENÇÃO AOS DETALHES AO CONTRATAR EMPRESAS QUE ORGANIZAM FORMATURAS    Para que a formatura não se torne um evento desagradável ao invés de festivo, o PROCON destaca itens importantes a serem seguidos na contratação de empresas que prestam serviços de formatura.    Preliminarmente é feita pelos alunos a eleição da comissão de formatura que vai cuidar da negociação dos termos do contrato. A esta comissão os técnicos do Procon-SP recomendam um levantamento de preços detalhado, ponderando sobre possíveis vantagens oferecidas por diferentes empresas. Medidas como vistoriar os locais pretendidos para a locação dos eventos, provas de cardápio ou o comparecimento a algum evento promovido pela empresa podem auxiliar a escolha.    Como o contrato de formatura é coletivo, as decisões são tomadas por consenso geral. Nele devem constar informações como datas, horários e locais da colação, baile e coquetel, bem como os tipos de cardápios servidos, a decoração e o aluguel da beca. Se tiver sido contratada banda musical, seu nome e o repertório devem vir discriminados. O clube contratado para as cerimônias não pode simplesmente ser trocado de uma hora para outra. Seu nome também deve estar no documento assim como a possibilidade ou não de troca, que, se houver, tem de ser por outro de mesma categoria. Não podem ser esquecida a estipulação de preços de cada item nem as formas de pagamento. Recomenda-se que cada aluno exija uma cópia deste documento.    A cobertura fotográfica e serviços de filmagem merecem um item específico

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mencionando se os familiares terão permissão para utilizarem máquinas fotográficas e filmadoras próprias e se o aluno poderá recusar o álbum completo ou o número mínimo de fotos caso não agradem. Cabe à comissão solicitar que a empresa fixe os preços de álbuns, fotos individuais, filmes e fitas de vídeo já no contrato e que sua aquisição não seja obrigatória. O ideal é que pelo menos duas ou três empresas diferentes sejam contratadas para fazer a cobertura, cada uma com mais de conjunto de equipamentos para o caso de um deles falhar.    Os critérios para o cancelamento do contrato individual ou geral e a restituição da quantia paga precisam estar claros no contrato. É considerada abusiva a cláusula que estipular a perda total dos valores desembolsados, mesmo para o aluno que for reprovado. Por isso antes de assinar o termo de adesão o aluno precisa ler com minúcia todas as cláusulas do contrato e analisar a disponibilidade econômica durante os meses de pagamento. CUIDADO AO COMPRAR EM FEIRAS E SALÕES    Adquirir produtos em feiras abertas ao público ou salões pode trazer alguns transtornos ao consumidor menos atento. Mas, não é porque a transação está sendo feita fora da loja que a relação de consumo fica isenta de direitos e deveres entre as partes. Desta forma, o PROCON elaborou algumas orientações que podem evitar problemas nesta modalidade de compra.    O consumidor deve ficar alerta e evitar comprar por impulso uma vez que, nestas feiras, geralmente são apresentados ao público lançamentos de produtos. Portanto, é aconselhável verificar atentamente todas as funções da mercadoria e se estes novos recursos são realmente imprescindíveis às suas necessidades.    Ao adquirir qualquer peça é importante exigir a nota fiscal, os expositores são obrigados a fornecê-la. Se a compra for por encomenda ou entrega posterior solicite que todos os dados do produto sejam discriminados no pedido, assim como a data de entrega, condições de pagamento e dados sobre o fornecedor (razão social, CGC, endereço e telefone). Outro fator importante é observar se o fornecedor tem sede na capital onde está sendo exposta a feira, o que facilitará no caso de problemas com o bem adquirido. Procure vincular o pagamento à entrega do produto. Se necessário, deixe apenas um sinal, mediante recibo.    Fique atento para que as condições de garantia oferecidas, que deve ser feita por escrito constando prazo de duração, local onde pode ser exercida e o que ela abrange. Independentemente deste documento, o Código de Defesa do Consumidor determina um prazo de 90 dias para reclamar de vícios aparentes em produtos duráveis. Verifique se há garantia contratual ofertada pelo comerciante ou pelo fabricante. Dê preferência a esta última.    Os produtos que necessitam de orientação devem estar acompanhados do manual de instruções em língua portuguesa e ainda, se for o caso, com uma relação de assistência técnica autorizada. Certifique-se da existência e cobertura de peças de reposição. No caso de equipamentos ou aparelhos, havendo dúvidas quanto ao funcionamento, solicite uma demonstração de uso e recursos dos mesmos.    Se possível, teste e leve o produto logo após a compra, entretanto tratando-se de entrega em domicílio, o consumidor só deve assinar o recebimento após constatar que a mercadoria está em ordem. Constatando irregularidades, descreva no próprio recibo o motivo do não recebimento e depois entre em contato com a loja para solucionar o problema.    Esclarecemos ainda que, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, o consumidor que se arrepender de uma compra feita em feiras ou salões terá um prazo de sete dias para se pronunciar junto ao expositor/fornecedor, sempre por escrito, pois assim terá um documento comprovatório da desistência. Concomitantemente, o comprador deve entrar em contato com o fornecedor para combinar a devolução de quantias antecipadas, assim como cheques pré-datados.

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    Em feiras de exposições é comum a distribuição de folhetos e prospectos. Esse material publicitário é de grande importância, pois vincula o fornecedor ao que foi contratado, portanto, deve ser guardado. PROCON ESCLARECE DÚVIDAS SOBRE TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO    Adquirir um título de capitalização parece ser um grande negócio, mas é necessário muito cuidado para evitar prejuízos. A oportunidade de concorrer a prêmios e poupar dinheiro esconde várias obrigações, que devem ser avaliadas com critério pelo consumidor.     O título de capitalização tem características próprias. A principal é dar ao cliente a oportunidade de ganhar prêmios, como uma espécie de loteria. Há vários planos disponíveis no mercado, alguns sorteiam mercadorias, outros valores em dinheiro. É preciso atenção, porque alguns são vendidos como formas de investimento ou consórcios.    Quem pretende adquirir um título, deve antes solicitar uma via do contrato e estudar todas as cláusulas com bastante atenção. O consumidor deve ter certeza de que o valor das parcelas não irá comprometer o orçamento familiar.    A primeira dica é evitar planos com longa duração. Apesar de a premiação ser maior, o cliente fica obrigado a pagar as mensalidades durante todo o período de validade do título. A rescisão contratual antes do fim do plano, seja por desistência ou atraso, traz sempre desvantagens ao consumidor, porque apenas uma parte do valor pago é devolvido.    Nenhuma título de capitalização devolve o valor integral, mesmo ao final do plano. O cálculo para a restituição é baseado na provisão matemática, um percentual das mensalidades que financia os prêmios e resgates. É importante conferir e entender como é feita essa conta junto à empresa corretora. Em alguns casos, a correção monetária compensa as perdas com a provisão.    Todos os planos de capitalização são corrigidos pela TR, a taxa de remuneração básica da poupança. Mas a atualização monetária pode não ser suficiente para cobrir a inflação no período de vigência do plano. Para evitar prejuízos, o consumidor deve dar preferência a títulos que, além da TR, corrijam os valores pagos com juros.    Sorteios - os prêmios dos sorteios são calculados com base na mensalidade. Os títulos vendidos pelos bancos multiplicam o valor da última parcela paga por um fator determinado em contrato. Quanto maior for o fator, maior será o prêmio. Cada empresa escolhe sua própria fórmula, por isso o consumidor deve ficar atento a todas as condições estipuladas e decidir se as obrigações estabelecidas compensam as vantagens oferecidas.    Os planos vinculados a bens de consumo, como eletrodomésticos e automóveis, sorteiam o valor correspondente ao produto. A empresa de capitalização não tem a obrigação de entregar a mercadoria se o valor corrigido do título for menor que o do produto, mesmo se o consumidor não for sorteado ao final do plano. Nesse caso, o cliente pode optar por resgatar o dinheiro ou pagar pela diferença para obter o bem. CONTRATO DE LEASING ESCONDE VÁRIAS SURPRESAS    Adquirir um bem por meio de leasing pode trazer surpresas no decorrer do negócio. O PROCON esclarece que o sistema, apesar de se parecer com um financiamento convencional, esconde diversas obrigações, muitas vezes estabelecidas de maneira obscura ao consumidor.    O leasing é um sistema de arrendamento mercantil, ou seja, de aluguel com opção de compra. É utilizado principalmente na aquisição de veículos novos. As principais vantagens em relação às outras opções de financiamento praticada pelo mercado são as taxas de juros menores e a isenção do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).    O contrato é considerado de difícil compreensão até pelas próprias operadoras que atuam no negócio. Na maioria dos casos, as empresas não fornecem uma via ao cliente.

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A "opção de compra", estabelecida na legislação que criou o sistema de arrendamento mercantil, na prática não existe, ou seja, quem adere ao sistema de leasing já está optando por comprar o bem.    O que as empresas denominam "entrada" é, na realidade, uma parte do valor correspondente à opção de compra do bem, chamado de "Valor Residual Garantido" (VRG). Nas parcelas, além do aluguel, é embutida uma parte desse resíduo. Para caracterizar um contrato de arrendamento mercantil, a operadora teria de oferecer todas as opções de pagamento (ou não) do VRG ao cliente - no início, no final ou diluído com as parcelas do aluguel.    Não existem parâmetros definidos para a determinação do VRG. Dependendo da instituição financeira, pode atingir até 90% do valor do bem. Antes de aderir aos sistemas de leasing disponíveis atualmente no mercado, o consumidor deve comparar o total a ser pago (VRG + aluguéis mensais) com outras formas de financiamento. Outra dica é verificar se o VRG está totalmente diluído na entrada e nas prestações ou se ao final dos pagamentos haverá algum resíduo.    O cliente deve tomar cuidado com os contratos pós fixados em variação cambial, porque são um tiro no escuro. E a grande maioria das reclamações dos clientes refere-se aos elevados reajustes sofridos nos contratos do ano de 1999 atrelados à variação cambial, em razão da desvalorização do real em relação ao dólar.    Durante a vigência do contrato de leasing, o bem pertence à operadora. Em caso de inadimplência, as empresas podem cobrar multa de 2% por atraso de pagamento, juros de mora de 1% ao mês, além de comissão de permanência de acordo com as taxas de mercado, geralmente muito altas. Se o consumidor não pagar as parcelas em atraso, a operadora pode entrar na justiça com ação de reintegração de posse. No caso de cancelamento do contrato, seja por inadimplência ou por opção, o consumidor deve negociar a devolução de parte do VRG que foi pago junto à operadora. FIGURA DA GARANTIA ESTENDIDA CONTRARIA DISPOSITIVOS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR    Já há algum tempo vem sendo oferecido ao consumidor que adquire produtos duráveis (veículos, eletrodomésticos, artigos de informática, etc.) um serviço denominado garantia estendida ou garantia complementar. Trata-se de um serviço que contraria alguns princípios do Código de Defesa do Consumidor tanto quanto ao direito a informação, quanto àqueles relativos a garantia por vícios aparentes e ocultos.    Constatou-se que o consumidor não tem tido acesso a informações claras sobre o serviço e por quem o está oferecendo. De acordo com os representantes da Eletros - Associação Nacional dos Fabricantes de produtos Eletroeletrônicos - são seguradoras que oferecem a garantia estendida, não existindo, em geral, vínculos entre elas e os fabricantes. Ocorre que no momento da contratação não são informadas ao consumidor as regras para usufruir do seguro, o que abrange essa garantia estendida, qual é a rede autorizada, quais as regras para usufruir do serviço etc.    O consumidor deve estar atento, pois quando da aquisição de algum produto ele tem direitos assegurados por lei (CDC cria obrigações para o fornecedor) e, independentemente da garantia contratual oferecida pelo fornecedor, em geral o fabricante), ele está coberto pela garantia legal. A garantia contratual é um instrumento de concorrência leal e da livre iniciativa, caracterizando-se como prática comercial. A garantia estendida, modalidade de garantia contratual, constitui-se num instrumento diferencial de competitividade no mercado de consumo, propiciando maior abrangência de tempo ou serviço, sendo fornecido mediante remuneração por parte do consumidor.    Nesse sentido verifica-se que a garantia complementar ou estendida pode se constituir numa vantagem por parte do fornecedor (artigo 39, inciso V, do CDC), ofendendo princípios fundamentais de defesa do consumidor.    Constata-se que mesmo que a garantia estendida seja oferecida por fornecedor diverso do fabricante, de acordo com o CDC, Artigo 7º, Parágrafo único: "tendo mais de um autor

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a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo". PROCON ORIENTA: COMPRE PELA INTERNET SEM SE COMPLICAR    Com um enorme shopping center ao alcance da tela do micro, o consumidor que faz compras pela Internet precisa ter muito cuidado para preservar seus direitos.     Antes de qualquer compra, é preciso certificar-se de que os responsáveis pela página e as mercadorias ofertadas sejam de confiança. A nota fiscal - "certidão de nascimento" da relação de consumo - continua sendo essencial e deve ser exigida.    As compras realizadas fora do Brasil seguem as normas estabelecidas em seus países de origem. Por isso, o cuidado ao comprar em sites internacionais deve ser ainda maior. Caso o consumidor tenha problemas, terá de resolvê-los diretamente com o fornecedor, porque é o próprio importador da mercadoria.    Já as lojas com localização física ou virtual em território nacional estão sujeitas a todas as determinações do Código de Defesa do Consumidor. Segundo alguns técnicos da área, apesar de a maioria das compras serem realizadas com cartão de crédito, a empresa tem a obrigação de apresentar outras formas de pagamento, inclusive em moeda corrente. Se o usuário der preferência ao cartão, o cuidado precisa ser redobrado, já que as transações via Internet ainda não são totalmente seguras.    O Código de Defesa do Consumidor estabelece que as compras realizadas fora do estabelecimento comercial podem ser canceladas em até SETE DIAS da compra ou da entrega da mercadoria ou serviço. A pesquisa prévia de preços continua sendo fundamental. É importante checar também o valor das despesas com frete e taxas adicionais. A comodidade de comprar sem sair de casa pode tornar o produto mais caro.    O site tem a obrigação de prestar todas as informações necessárias sobre o produto. Por isso, o consumidor deve ficar atento e solicitar todos os dados que achar necessário para ter uma melhor idéia do que está comprando - especificação, marca, cor e tamanho disponíveis, etc.    As informações da empresa (CGC, razão social, endereço físico, etc.), também precisam estar claras e, para maior segurança, o usuário deve imprimir, sempre que possível, a tela do site com os dados da compra, a data e hora da transação.    No recebimento da mercadoria, é necessário verificar se tudo está de acordo com o que foi pedido. Se houver alguma irregularidade, a entrega deve ser recusada, especificando na nota de entrega o tipo de problema. Em seguida, o consumidor terá de entrar em contato com a empresa para solucionar a questão. PRODUTOS COMPRADOS NO EXTERIOR TÊM GARANTIA DE CONSERTO NO BRASIL     Num processo polêmico envolvendo direito do consumidor, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu, por maioria, que uma mercadoria adquirida no exterior tem garantia de conserto no Brasil, caso haja uma empresa fornecedora da mesma marca no país.    Por três votos a dois, o advogado paulista Plínio Gustavo Prado Garcia ganhou a ação que movia contra a Panasonic do Brasil Ltda. A empresa recusou o conserto de uma máquina filmadora, da mesma marca, por ter sido adquirida pelo advogado em Miami, EUA, em julho de 1991. A Panasonic brasileira alegava que o certificado de garantia, válido por um ano, estaria limitado ao território norte-americano, e que, por isso não estaria obrigada a sanar o defeito.    Com base no Código de Defesa do Consumidor, o advogado entrou com uma ação de indenização no Tribunal de justiça de São Paulo. Nela afirmava que "a garantia contra defeitos de fabricação é garantia do produto e não do território onde ele tenha sido fabricado ou vendido". O TJ-SP negou o pedido porque entendeu que a Panasonic brasileira não estava obrigada a garantir mercadoria produzida e comercializada pela matriz ou filiais no exterior.

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    O advogado recorreu ao STJ alegando que a Panasonic do Brasil deveria se responsabilizar pelo defeito do equipamento adquirido nos EUA porque integra a multinacional com sede em Osaka, Japão. Além disso, produz produtos da mesma marca e colabora diretamente com a venda deles em outros países. Na Quarta Turma, a discussão do tema gerou polêmica. Para o ministro Aldir Passarinho Júnior, ministro-relator do processo, não é possível aplicar o Código de Defesa do Consumidor Brasileiro a um negócio feito no exterior. O ministro afirmou que "quando um viajante adquire uma mercadoria estrangeira, é uma opção que tem. Porém, também um risco exatamente o de comprar um equipamento sem condições de garantia, ou de manutenção dispendiosa".    Ao não conhecer do recurso especial, acompanhado pelo ministro Barros Monteiro, Aladir Passarinho ainda argumentou que abrir um precedente jurídico como este seria perigoso, uma vez que "todos os produtos contrabandeados serão automaticamente beneficiados, passando a ser garantidos pelas empresas brasileiras da mesma marca."    Mas para o ministro Cesar Adolfo Rocha, que no primeiro julgamento pediu vista do processo "sobretudo tendo em conta o seu ineditismo", o recurso do advogado procede porque "as grandes corporações perderam a marca da nacionalidade para se tornarem empresas mundiais". Segundo o ministro, a globalização beneficia a Panasonic brasileira com a credibilidade do nome. Portanto, a empresa "tem que oferecer algo em contrapartida aos consumidores dessa marca, e o mínimo que disso possa decorrer é o de reparar o dano sofrido para quem compra mercadoria defeituosa, acreditando no produto."    O mesmo entendimento tiveram os ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira e Ruy Rosado de Aguiar, que durante o debate aproveitou para afirmar: "Se a Panasonic está em todos os lugares, ela pode prestar serviços em todos os lugares".

1. O QUE É CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR? É uma lei de ordem pública (8.078/90) que estabelece direitos e obrigações de consumidores e fornecedores, para evitar que os primeiros sofram qualquer tipo de prejuízo. Uma lei de ordem pública não pode ser contrariada nem por acordo entre as partes. 2. QUEM SÃO OS CONSUMIDORES? Pode ser uma pessoa, várias pessoas ou ainda empresas que compram ou utilizam produtos e serviços, para uso próprio. 3. E OS FORNECEDORES, QUEM SÃO? São empresas ou pessoas que produzem, montam, criam, constroem, transformam, importam, exportam, distribuem ou vendem produtos ou serviços. 4. O QUE É PRODUTO? É qualquer bem móvel (carro, eletrodoméstico, sofá etc.) ou imóvel (casa, terreno, apartamento etc.). 5. O QUE É SERVIÇO? É qualquer trabalho prestado mediante pagamento, inclusive serviços públicos, bancários, financeiros, de crédito e de seguros. 6. O QUE É SERVIÇO PÚBLICO? São aqueles prestados pelo poder público à população: transportes, água, esgotos, telefone, luz, correios. Estes serviços podem ser prestados diretamente pelo poder público ou por empresas públicas e autarquias. O prestador de serviço público também é fornecedor, portanto, os serviços públicos devem ser adequados e eficazes.

OS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR        O Código de Defesa do Consumidor enumera os direitos básicos do consumidor. No entanto, outras situações que venham a causar prejuízos também estão previstas no

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Código. São direitos do consumidor: 1 - Proteção à vida e à saúde; 2 - Educação para o consumo; 3 - Escolha de produtos e serviços; 4 - Informação; 5 - Proteção contra publicidade enganosa e abusiva; 6 - Proteção contratual; 7 - Indenização; 8 - Acesso à justiça; 9 - Facilitação de defesa de seus direitos; 10 - Qualidade dos serviços públicos.

PROTEÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE          O código de Defesa do Consumidor se preocupa com a proteção da vida, saúde e segurança do consumidor contra produtos e serviços perigosos ou nocivos que ofereçam riscos. Produtos perigosos por natureza como, por exemplo, inseticidas e álcool, devem ser acompanhados por impressos próprios que tragam todas as informações necessárias sobre seu uso, composição, antídoto e toxidade. Se depois que o produto for colocado à venda o fornecedor tiver conhecimento de seu perigo, deverá imediatamente comunicar às autoridades competentes e aos consumidores, através de anúncios publicitários em rádio, TV, jornal. É, portanto, dever do fornecedor informar o consumidor sobre a quantidade, características, composição, preço e riscos que porventura o produto apresentar. O não cumprimento a esta determinação do Código configura crime e prevê detenção de 6 meses a 2 anos e multa.

PUBLICIDADE           O Código de Defesa do Consumidor proíbe a execução ou promoção de publicidade enganosa ou abusiva e prevê pena de 3 meses a um ano e multa para quem incorrer na prática. O ideal é que toda publicidade seja clara para que o consumidor possa identificá-la facilmente. O fornecedor deve dispor de informações técnicas e científicas para provar a veracidade da propaganda e deve cumprir o que for anunciado. As informações da propaganda fazem parte do contrato. A propaganda enganosa contém informações falsas sobre o produto ou serviço, quanto à:

- Características; - Quantidade; - Origem; - Preço; - Propriedades; - Ou quando omite dados essenciais. A publicidade é Abusiva quando: - Gera discriminação; - Provoca violência; - Explora o medo e a superstição do consumidor; - Aproveita da falta de experiência da criança; - Desrespeita valores ambientais; - Induz a comportamento prejudicial à saúde e à segurança.

A PROTEÇÃO CONTRATUAL O Código de Defesa do Consumidor garante a igualdade nas contratações, possibilitando modificação ou supressão de cláusulas contratuais desproporcionais, que provoquem desequilíbrio entre o consumidor e o fornecedor.

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O QUE É CONTRATO? É um acordo em que as pessoas assumem obrigações entre si. O QUE É CONTRATO DE ADESÃO? Nem sempre o contrato é elaborado e escrito pelas partes. Se uma das partes apresenta a outra um contrato já elaborado e impresso para assinar, será chamado de contrato de adesão. O contrato deve ter: - Linguagem simples; - Letras em tamanho de fácil leitura; - Destaque nas cláusulas que limitem os direitos do consumidor. REGRAS GERAIS PARA QUALQUER TIPO DE CONTRATO: O Código de Defesa do Consumidor garante o equilíbrio dos direitos e obrigações na assinatura de qualquer tipo de contrato. Assim, não são permitidas cláusulas que: a) Diminuam a responsabilidade do fornecedor no caso de dano ao consumidor; b) Proíbam o consumidor de devolver o produto ou reaver a quantia já paga quando o produto ou serviço apresentar defeito; c) Estabeleçam obrigações para outras pessoas além do fornecedor e do consumidor; d) Coloquem o consumidor em desvantagem exagerada; e) Estabeleçam obrigatoriedade somente para o consumidor apresentar provas no processo judicial; f) Proíbam o consumidor de recorrer diretamente a um órgão de proteção ao consumidor ou à justiça, sem antes recorrer ao próprio fornecedor ou a quem ele determinar; g) Possibilitem ao fornecedor modificar qualquer parte do contrato, sem autorização do consumidor; h) Estabeleçam perda das prestações já pagas por descumprimento de obrigações do consumidor. COMO PROCEDER QUANDO SEU CONTRATO APRESENTAR ALGUMA CLÁUSULA ABUSIVA? Ler atentamente o contrato é de fundamental importância. Quando encontrar alguma cláusula com a qual não concorde, questione e proponha sua alteração ou supressão antes de assinar. Se a outra parte não concordar, o consumidor deverá levar seu contrato ao órgão de defesa do consumidor que convocará o fornecedor para explicacões e eventual acordo. Quando o problema atingir vários consumidores contra o mesmo fornecedor, esse órgão defenderá todo o grupo ate na justiça. Se o consumidor preferir poderá procurar advogado de sua confiança ou, não tendo recursos, a assistência judiciária gratuita do Estado.

ATENÇÃO! AO ADQUIRIR PRODUTOS OBSERVE: 1) O prazo de validade. Observe com atenção as datas indicadas nos alimentos e remédios. 2) A boa aparencia das embalagens. Latas amassadas, estufadas ou enferrujadas, embalagens abertas ou danificadas causam danos à saúde. 3) A autenticidade. Produtos falsificados podem ser perigosos. AO CONTRATAR SERVIÇOS EVITE: 1) Oficinas não autorizadas e profissionais inexperientes. Na dúvida contrate um profissional recomendado. 2) contratar serviço antes de fazer um orçamento. O orçamento é direito do consumidor e nele deverá constar: a) forma de pagamento; b) o tempo de execução do serviço; c) o tipo de material a ser usado; d) detalhes do serviço a ser executado. O orçamento tem validade de 10 dias a partir da data de recebimento pelo consumidor.

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ATENÇÃO: A APROVAÇÃO DO ORÇAMENTO DEVE SER FEITA POR ESCRITO E SOMENTE PELO CONSUMIDOR. O prestador de serviços deve sempre utilizar peças novas quando o serviço exigir reposição de peças. O consumidor deverá ser consultado quanto à possibilidade da utilização de peças usadas ou recondicionadas. A APRESENTAÇÃO DO PRODUTO Os produtos ou serviços devem ser oferecidos ao consumidor brasileiro em lígua portuguesa e com informações claras sobre: 1 - As características do produto ou serviço; 2 - Suas qualidades; 3 - Quantidade; 4 - Composição, ou seja, ingredientes utilizados; 5 - Preço; 6 - A garantia; 7 - Prazo de validade; 8 - O nome do fabricante e o endereço; 9 - Os eventuais riscos que possam apresentar à saúde e segurança dos consumidores. Quando o consumidor compra um produto nacional ou importado (eletrodoméstico, por exemplo) o fabricante ou importador deve garantir a troca das peças enquanto ele estiver à venda. Mesmo depois que o produto deixou de ser fabricado ou importado, a oferta das peças deverá ser mantida por determinado prazo. REEMBOLSO POSTAL, COMPRA POR TELEFONE, ETC. Quando você comprar um produto ou contrata um serviço através de: - reembolso postal (anúncios em revistas, TV, jornais, etc); - pedido por telefone; - vendedores na porta de sua casa e outros meios que sejam fora do estabelecimento comercial; Você tem direito de se arrepender da compra ou contratação no prazo de 7 dias, contados a partir do recebimento do produto ou serviço ou assinatura do contrato. No caso de arrependimento, o consumidor deverá devolver o produto ou suspender o serviço e terá direito à devolução do valor pago, com correção monetária. TERMO DE GARANTIA O Termo de Garantia deverá ser preenchido no momento da compra, na frente do consumidor. Junto com ele deve ser entregue o Manual de Instalação e Instrução de uso do produto. O Termo de Garantia deverá esclarecer: a) No que consiste a garantia; b) Qual o seu prazo; c) O local em que deve ser exigida.

ATENÇÃO:. AINDA QUE O TERMO DE GARANTIA NÃO EXISTA, O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR GARANTE OS SEUS DIREITOS. NO CASO DE PRODUTOS OU SERVIÇOS DEFEITUOSOS. PROCURE O PROCON! CONSUMIDOR, FIQUE ATENTO! VOCÊ NÃO DEVE COMPRAR: 1) Produtos com prazo de validade vencido. Observe com atenção os prazos indicados nos alimentos e remédios. 2) Produtos com má aparência, latas amassadas, estufadas ou enferrujadas, embalagens abertas ou danificadas. 3) Produtos com suspeita de terem sido falsificados. 4) Produtos que não atendam á sua real finalidade. Ex.: chuveiro elétrico ou ferro de passar que não esquentem. Procure testar o produto na loja, antes de comprar SÃO PRÁTICAS ABUSIVAS: 1) Obrigar o consumidor, na compra de um produto, levar outro que não queira para que tenha direito ao primeiro. É a chamada venda casada. A regra é válida também na contratação de serviços.

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2) Recusar atender consumidores quando há estoque de mercadorias. 3) Fornecer serviço ou produto sem que o consumidor tenha solicitado e depois, cobrar por ele. 4) Aproveitar-se da ignorância, falta de conhecimento em vista da idade, saúde ou condição social do consumidor para convencê-lo a comprar um produto ou contratar um serviço. 5) Exigir vantagem exagerada ou desproporcional em relação ao compromisso que o consumidor esteja assumindo. 6) A prestação dos serviços sem que seja apresentado ao consumidor um orçamento com a previsão de custos, mão-de-obra etc. 7) Difamar o consumidor, principalmente se ele estiver exercendo seu direito. 8) Colocar no mercado produto ou serviço em desacordo com as leis que regulamentam sua produção. 9) Deixar de estipular prazo máximo para entrega de produto ou fornecimento de serviço. 10) Utilizar peças de reposição usadas ou recondicionadas no conserto de um produto, sem autorização de consumidor. 11) Fixar multa superior a 2% do valor da prestação, nos contratos de financiamentos. A REPARAÇÃO DE DANOS Sempre que um produto ou serviço causar acidente, serão responsabilizados: 1º - O fabricante 2º - O produtor 3º - O construtor 4º - O importador Na impossibilidade de identificar o fabricante, o produtor, o construtor ou o importador, que respondem solidariamente pelo dano, o responsável passa a ser o comerciante. Um produto é considerado defeituoso quando não oferece a segurança que dele se espera, levando-se em consideração certas circunstâncias relevantes, entre as quais: - sua apresentação; - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; - a época em que foi colocado em circulação; OBS: UM PRODUTO NÃO É CONSIDERADO DEFEITUOSO PELO FATO DE OUTRO DE MELHOR QUALIDADE TER SIDO COLOCADO NO MERCADO. AS OPÇÕES DO CONSUMIDOR 1) Quando um determinado produto apresentar defeito de fabricação, o fornecedor tem 30 dias para corrigí-lo. Passado esse prazo, o consumidor pode exigir: - A troca do produto; - Abatimento no preço; - O dinheiro de volta, corrigido monetariamente. 2) Havendo defeito na prestação do serviço o consumidor tem direito de exigir: - Nova execução do serviço, sem qualquer custo; - Abatimento no preço; - Devolução do valor pago, em dinheiro, com correção monetária. 3) Se o problema refere-se à quantidade do produto, o consumidor pode exigir: - Troca do produto; - Abatimento no preço; - Que a quantidade seja completada de acordo com a indicada no rótulo ou conforme a solicitação; - O dinheiro de volta, corrigido monetariamente. OS PRAZOS PARA RECLAMAR Produto ou serviço com defeito: - 30 (trinta) dias para produto ou serviço não durável, contados a partir do recebimento do produto ou término do serviço. Ex: alimentos. - 90 (noventa) dias para produto ou serviço durável, contados também a partir do recebimento do produto ou término do serviço. Ex: Eletrodomésticos.

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Se o defeito não for evidente, dificultando a sua identificação imediata, os prazos começam a ser contados a partir do seu aparecimento. COBRANÇA DE DÍVIDAS Todo inadimplente tem que ser cobrado, mas existe forma certa de fazer a cobrança. O código de Defesa do consumidor não permite que o fornecedor faça escândalos na porta da casa do consumidor ou tenha qualquer outra atitude que o exponha ao ridículo. CADASTRO DE CONSUMIDORES Normalmente, quando o consumidor aluga uma casa ou compra a prazo, preenche fichas de seus dados pessoais. Essas fichas formam um cadastro, cujas informações podem ser utilizadas pelos comerciantes para se protegerem dos maus clientes. A criação e a utilização deste tipo de cadastro não é proibida pelo Código que, no entanto, assegura ao consumidor: - Direito à retificação de dados incorretos; - Direito a exclusão de informações negativas após um período de 5 anos; - Direito de acesso às informações cadastradas a seu respeito; - Direito de saber antecipadamente sobre a abertura da ficha de cadastro. EXISTE CADASTRO DE FORNECEDORES? O Código de Defesa do Consumidor determina que os órgãos públicos de defesa do consumidor façam uma listagem dos fornecedores reclamados. Essa listagem poderá ser consultada, a qualquer momento, pelos interessados, que poderão saber, inclusive, se o fornecedor atende ou não a reclamação. Além disso, o Código de Defesa do Consumidor prevê sua publicação anual. COMO RECLAMAR? Em primeiro lugar, é bom saber que para exigir seus direitos, o consumidor não precisa contratar um advogado: o atendimento no PROCON é gratuito. O órgão público analisará o seu caso e convocará as partes para um possível acordo. COMO MOVER UMA AÇÃO? A ação na justiça pode ser individual ou coletiva, se várias pessoas sofreram um mesmo tipo de dano. - Se o dano for individual: O consumidor deverá procurar a assistência judiciária gratuita, se for carente, ou contratar advogado. - Se o dano for coletivo: Os órgãos e as associações de proteção ao consumidor, além do Minitério Público poderão, em nome próprio, ajuizar ação em defesa dos lesados. COMO USAR O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR? A aplicação do Código de Defesa do Consumidor depende só de você. Deixe-o sempre à mão. Leve-o em suas compras e, em caso de dúvida, consulte-o. Não se acanhe, é um instrumento de defesa de seus direitos. QUEM PODE AUXILIAR NA UTILIZAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR? Havendo dificuldades em fazer valer seus direitos, procure os órgãos (PROCON's) ou associações de defesa do consumidor. CONSUMIDOR: O Código de Defesa do Consumidor é uma lei que está à sua disposição. Exija que ele seja respeitado. RECLAME, ARGUMENTE E FAÇA VALER SEUS DIREITOS. Agora que você já o conhece, divulgue o seu conteúdo.