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Dicionario Enciclopedico de Astronomia

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Assistente MARIA LUCIA DE OLIVEIRA MOURO Prefcio de ANTONIO HOUAISS

1987, by Ronaldo Rogrio de Freitas Mouro Direitos de edio da obra em lngua portuguesa adquiridos pela EDITORA NOVA FRONTEIRA S.A. Rua Bambina n? 25 - Botafogo - CEP 22.251 - tel.: 286-7822 Endereo telegrfico: NEOFRONT - Telex: 34695 ENFS BR Rio de Janeiro, RJ

Capa: Luciana Mello / Victor Burton. Fotos gentilmente cedidas pelo Museu de Astronomia e Cincias Afins e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Ilustrao).

CIP- Brasil. Catalogao-na-fonte. Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

Mouro, Ronaldo Rogrio de Freitas. M891d Dicionrio enciclopdico / Ronaldo Rogrio de Freitas Mouro; assistente Maria Lucia de Oliveira Mouro; prefcio de Antonio Houaiss. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987. (Obra de referncia) 1. Astronomia - Dicionrio 2. Astronutica - Dicionrio. I. Ttulo II. Srie 87-080 CDD-520.03 CDU-52(03)

Maria Lucia

Nous sommes quittes avec la vie Inutile de passer en revue les douleurs, les malheurs, et les torts reciproques Vois, quelle paix sur l'univers. La nuit a impos au ciel une servitude de tant et tant d'etoiles C'est l'heure o l'on se lve, et o l'on parle aux sicles, l'histoire, l'univers... Maiakosvski, Poesies Posthumes, 1930

SUMRIO

Capa - Contracapa Apresentao .......................................................... Nota Editorial ......................................................... Prefcio ................................................................... Introduo .............................................................. 1. Objetivo.......................................................... 2. Tipos de verbetes ........................................... 3. Ttulos dos verbetes ....................................... 4. Nomenclatura astronmica............................. 4.1 Estrelas ................................................... 4.2 Estrelas variveis .................................... 4.3 Estrelas duplas ....................................... 4.4 Aglomerados, nebulosas e galxias ....... 4.5 Satlites do sistema solar ........................ 4.6 Fontes de rdios ..................................... 4.7 Asterides .............................................. 4.8 Cometas ................................................. 4.9 Lua ......................................................... 4.10Planetas .................................................. 4.11Satlites dos planetas .............................. Abreviaturas e Smbolos ........................................ Dicionrio .............................................................. Glossrio (Francs) ................................................ Glossrio (Ingls) ................................................... IX X XI XIX XIX XIX XIX XX XX XXII XXII XXIII XXIII XXIII XXIV XXV XXVII XXVIII XXXII XXXIV 1-886 888-902 903-914

APRESENTAOO campo da divulgao cientfica, embora grandemente ampliado em nosso Pas atravs de mltiplas iniciativas, ainda est longe de suprir as demandas originadas dos vrios segmentos da sociedade. Toda ao com o objetivo de ampliar os canais de acesso informao no mbito da Cincia e Tecnologia deve merecer apoio. A partir desta premissa e da qualificao do autor, Ronaldo Rogrio de Freitas Mouro, o CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico acolheu de maneira imediata a idia de participar da co-edio deste Dicionrio Enciclopdico de Astronomia e Astronutica. O alcance da obra, agora referncia obrigatria no s nos assuntos constantes no ttulo, mas, tambm, em vrias outras cincias, correlacionada aos fatores mencionados, nortearam a deciso do CNPq coerente com a poltica de divulgao cientfica do Ministrio da Cincia e Tecnologia (MCT) em apoiar a iniciativa da Editora Nova Fronteira S.A. Crodowaldo Pavan Presidente do CNPq

NOTA EDITORIAL

A Editora Nova Fronteira orgulha-se de publicar o mais completo dicionrio de Astronomia, Astronutica e cincias afins at hoje editado, fruto de quinze anos de pesquisas realizadas pelo Professor Ronaldo Rogrio de Freitas Mouro junto s mais conceituadas instituies cientficas do mundo e com o apoio de uma riqussima bibliografia. Alm de representar um valioso instrumento de consulta para a comunidade cientfica graas sua qualidade e abrangncia (20.000 verbetes, vrias ilustraes e um glossrio em ingls e francs), o Dicionrio Enciclopdico de Astronomia e Astronutica, escrito em linguagem clara e direta, til tambm a todas as pessoas que se interessam pelos recentes avanos dos estudos da Fsica, da Astronomia e da Astronutica. Este ousado empreendimento vem enriquecer o catlogo de obras de referncia da Editora Nova Fronteira, consolidando ainda mais sua posio de vanguarda no mercado editorial brasileiro.

PREFCIOA aura de interesses negativos e positivos que envolve cada pessoa cresce ou decresce consoante for maior ou menor a sua notoriedade. E o nosso mundinho condicionado prioritariissimamente pela fama e pelo lucro (que se alimenta muito da fama, tanto assim que a cria e nela investe num sem-nmero de casos) sempre mantm atitude ambgua no respeito, consagrando e denegrindo, ou denegrindo e consagrando. No seu mundinho csmico , Ronaldo Rogrio de Freitas Mouro consagrado e denegrido, por oficiais do mesmo ofcio ou por oficiais e no-oficiais de ofcios outros que no csmicos. A principal denegrio de que vtima a de que trabalha demais tanto assim (ouve-se socapa) que se desconfia que tem muitos ghostpesquisadores que fazem para ele o que ele no tem tempo de fazer ou (acrescentam os mais audazes) o que ele no sabe fazer. Outros denegridores mudam a direo venenosa: afinal, como tem sido sempre "servidor pblico", sua obra toda deveria ser propriedade pblica e, eventualmente at, sem autoria. que, de fato, a inveja no apenas descabelada, no raro pilosa, viciosa, maldosa, escabrosa. Mas o fato que trabalhar demais o primeiro espanto que provoca a personalidade de Ronaldo Rogrio de Freitas Mouro que confunde tanto mais quanto mais manso e mais doce e mais cordial e mais ameno se revela no trato. Seno, veja-se: nesta altura, nos seus cinqenta anos fecundos de vida, fez-se bacharel em fsica (1959), licenciado em fsica (1960), doutor em cincia (Sorbonne, 1967); foi bolsista pesquisador sem contar as bolsas brasileiras no Observatrio Real da Blgica (1963-1964), em observatrios franceses (1965-1967), em Lisboa (1970), em La Silla (1978-1983, em perodos episdicos), quando descobriu ao todo 72 novos asterides. J agora, pesquisador titular do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico e diretor do Museu de Astronomia do mesmo Conselho, tendo tido no seu curriculum vitae as funes de astrnomo auxiliar (1956-1961), astrnomo (1961 -1968), astrnomo-chefe (1968-1975), diretor da Diviso de astronomia (19751976), coordenador de astronomia fundamental e astrometria (19761981), responsvel pelo projeto Memria da Astronomia e Cincias Afins no Brasil, que desenvolveu o plano de implantao do Museu de Astronomia (1982), bem como coordenador do Ncleo

XII de Histria da Cincia e Museu de Astronomia e Cincias Afins (1984). Desenvolveu, paralelamente, no Brasil e no exterior, outras atividades, sempre conexas com seus campos de pesquisa e saber, sempre com o costumado brilho e a costumada seriedade. Pertence Sociedade Brasileira de Fsica, Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia, ao Clube de Astronomia do Rio de Janeiro (fundador), Sociedade Astronmica Brasileira (fundador), Sociedade Brasileira de Histria da Cincia (fundador), Associao de Jornalismo Cientfico do Rio de Janeiro (fundador), assim como Royal Astronomical Society (Londres), Socit Astronomique de France (Paris), British Astronomical Association (Londres), Societ Astronomica Italiana (Roma) e Socit Internationale des Astrolabes (Paris). Em 1961 era membro da Unio Astronmica Internacional (UAI), em 1964 da Comisso 26 sobre Estrelas Duplas Visuais da UAI, em 1970 da Comisso 42 sobre Histria da Astronomia da UAI. Suas andanas por este mundo de Deus e do Diabo cata de estrelas e suas congneres tm-no levado a ceca e meca, e a tambm no falta quem do mesmo ofcio ou de ofcios que no do tais oportunidades veja nisso o insinuante aliciador de veraneios ou inverneios turistizantes. Mas que h por trs dessas oportunidades seno que o reconhecimento de uma carreira que se impe cada vez mais por suas peculiaridades de estudo e resultado? Entre 11-12 de agosto de 1961 participava de um simpsio, em Berkeley, da Unio Astronmica Internacional sobre Estrelas Duplas Visuais, como convidado de Peter Van de Kamp, presidente da Comisso 26 da UAI; de 14 a 15 de agosto de 1961, em Berkeley, participava da Assemblia Geral da UAI como convidado da prpria Unio; de 9 a 11 de julho de 1962 quando apresentou uma comunicao sobre a atividade peridica das faixas do planeta Jpiter esteve em Lige, num simpsio internacional de Astrofsica, sobre Fsica dos Planetas; de 25 de agosto a 5 de setembro deteve-se em Hamburgo, na Assemblia Geral da UAI, quando foi designado membro da Comisso de Estrelas Duplas Visuais da Unio; em 1964, apresentou um trabalho ao Colloque de Calcul Numrique et Mathmatique Appliqu, de Lille, estabelecendo novas relaes a serem utilizadas na aplicao do mtodo de Thiele-Innes; em 1966, apresentou um trabalho sobre novo mtodo de clculo de rbitas circulares de estrelas duplas visuais ao Colloque de Calcul Numrique et Mathmatique Appliqu, de Rouen; de 22 a 31 de agosto de 1967, participou como membro ativo da Comisso 26 da Assemblia Geral da Unio, em Praga, bem como da Comisso 9, sobre Instrumentos; de 18 a 21 de agosto de 1970, esteve na Assemblia Geral da UAI, em Brighton, como membro ativo da Comisso 26; de 31 de agosto a 13 de setembro de 1970, como convidado do governo portugus e da Fundao Calouste Gulbenkian, participou, em Ofir, da Nato Advanced Study Institute on Stellar Evolution and Variable Stars; em junho de 1971, em Curitiba, apresentou dois trabalhos sobre Estrelas Duplas Visuais Reunio Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia; de 3 a 7 de abril de 1972, participou do Colloque n. 18 da UAI sobre Asterodes, Comtes,

XIII Matire Mtorique, em Nice, quando apresentou um trabalho sobre os efeitos dos erros de medidas no mtodo das dependncias utilizado em astrometria fotogrfica; ainda em 1972, no Colloque n 18 da UAI, sobre Orbital and Physical Parameters of Double Stars, no Sproul Observatory, Swarthmore, na Pennsylvania, como membro ativo da Comisso 26, era o nico representante do hemisfrio sul que trabalhava em estrelas duplas visuais; de 21 a 30 de agosto de 1973, como membro ativo da Comisso 26, participou da Assemblia Geral da UAI em Sydney, Austrlia; de 4 a 12 de setembro de 1973 participou da Assemblia Geral Extraordinria da UAI em Varsvia e Torun, na Polnia, dedicada ao 400. aniversrio de Coprnico, como membro da Comisso 42 de Histria da Astronomia da UAI; no ano seguinte, participou do Colloque n. 33 da UAI sobre Observational Parameters and Dynamical Evolution of Multiple Stars, em Oaxtepec, Mxico, onde apresentou duas comunicaes sobre os sistemas estelares mltiplos Hussey 1399 e Crdoba 197; de 24 de agosto a 2 de setembro de 1976, como membro da Comisso 26, participou da Assemblia Geral da UAI em Grenoble, na Frana; em janeiro de 1977 esteve na Primeira Reunio Regional Americana da UAI de Santiago do Chile; em agosto-setembro de 1979, como membro das comisses de Estrelas Duplas Visuais, Asterides e Cometas, e Histria da Astronomia, esteve em Montreal, Canad, na Assemblia Geral da UAI. Essa intensa participao internacional com andanas mundo afora tem sido paralela com a sua produo de artigos e estudos originais de pesquisa astronmica publicados em revistas nacionais e estrangeiras: entre 1956 e 1981 foram quase uma centena, acolhidos em revistas astronmicas e publicaes congneres do mais alto rigor cientfico. De outro lado, impressionante a bibliografia em que so referidos os estudos e livros de Ronaldo Rogrio, bibliografia subscrita por uma galeria de astrnomos e especialistas afins de grande prestgio cientfico: atendo-se Ronaldo Rogrio a pesquisas sobre estrelas, asterides, cometas, planetas, mtodos e instrumentos, alm de observaes astromtricas desses objetos celestes em que procurou sempre interpretar os resultados por clculos de rbitas e estudos dos sistemas estelares mltiplos, quase todos programados para serem reduzidos por computadores, no de surpreender que para mais de 10 livros de relevo publicados na Inglaterra, Frana, Alemanha, Unio Sovitica e Estados Unidos da Amrica refiram trabalhos de Ronaldo Rogrio em suas bibliografias, bem como para mais de 50 artigos e estudos publicados em revistas especializadas tambm citem seus trabalhos. Entramos, nesta sntese, em rea que tem sido a mais frtil para a projeo do nome e da obra de Ronaldo Rogrio de Freitas Mouro. E rea que, infelizmente, no tem sido muito cultivada pelos cientistas e pesquisadores brasileiros at muito recentemente. Na verdade, at pouco, o grande cientista brasileiro ou o grande pesquisador brasileiro eram vtimas de dois preconceitos provindos do nosso aristocratismo ou elitismo ou oligopolismo cultural: ou se acrisolavam na sua torre de marfim, convencidos de que plebe no cabia entender o que faziam ou, ao contrrio, no se resignavam com isso e lutavam em vo por ter meios e modos de

XIV mostrarem ao grande mundo a realidade dos seus esforos e a eventual fecundidade do que faziam. Aos poucos, desenvolviam-se, paralelamente, dois preconceitos que alimentavam esse estado de coisas: de um lado, muitos cientistas e pesquisadores comeavam a ver como deteriorados aqueles colegas seus que se distinguiam, condenando-os por pagarem um tributo por sua corte notoriedade, que, nesse caso, no poderia provir, alegavam, de fontes puras, isto , no podiam vir de quem "era" cientista ou pesquisador; de outro lado, muitos cientistas e pesquisadores de mrito, a que tivessem ocorrido fatores favorveis para a divulgao de sua obra, se encolhiam e fugiam notoriedade, de medo de se macularem. Esse crculo vicioso s recentemente tem sido vencido, graas ao esforo pioneiro de alguns sbios, cientistas, pesquisadores de grande valor 'puro' que, concomitantemente, engajando-se numa linhagem de grandes divulgadores, que foi o apangio, por exemplo, da cincia inglesa (lembremo-nos de Darwin, dos Huxleys, e a exemplificao seria enorme) e que buscou dar conta a todos do que interessava a todos, buscam levar ao pblico ledor o resultado de seus esforos e de seus companheiros de amor ao saber, ao fazer e coisa pblica em geral. Isso tem feito o nosso Ronaldo Rogrio de Freitas Mouro desde muito cedo e um timbre de honra na sua carreira o fato de ter sido o primeiro galardoado com o prmio Jos Reis, institudo pelo Conselho Nacional de Pesquisas em 1977 e a ele conferido em 1978: saiba-se que a comisso que lhe conferiu, por unanimidade, tinha como presidente uma das grandes personalidades da cincia brasileira e honra da humanidade, o professor doutor Aristides Pacheco Leo, ao tempo presidente da Academia Brasileira de Cincia. Aqui entraria citar a quase trintena de livros de astronomia por ele elaborados nessa grande linha divulgadora, desde os que tangenciam com leitores especializados aos que entram pela alma dos amantes e amadores da astronomia como deslumbramento forma de curiosidade que freqentemente gera mais de um futuro cientista superior. Alis, nessa parte da obra fecunda de Ronaldo Rogrio se v tambm o amplo espectro de interesses humanos que o motivam, instigam e apaixonam, em que (para um sujeito como eu) h essa forma de conhecimento colateral, complementar, superior, inferior, intuitivo, potico, que a literatura e o amor da literatura. Creio que aqui em lugar adequado deste livro aparecero esses ttulos de honra do labor de Ronaldo Rogrio, para informao e edificao dos consulentes: e eles a vero que, a partir de 1960 em diante, com sua Astronomia popular, j hoje esgotada, passa a atlas celestes, cartas celestes, cus do Brasil e de partes do Brasil e do mundo e de partes do mundo, indo-se s galxias, s inteligncias extraterrestres, ao universo em colapso, astronutica, astronomia e poesia um ternrio de quem, noite e dia, pensa nos cus e nas terras, e vive para os homens e a vida. Dessa linhagem so os seus vrios anurios de astronomia, que, com regularidade, vm aparecendo desde 1981 e j, com o de 1986, formam uma srie que raramente so objeto de publicao por uma iniciativa personalizada tanto pode sua devoo. A feio que me aproximou de Ronaldo Rogrio foi a do divulgador em todos

XV os nveis: lgico que, quando se me apresentaram as duas primeiras oportunidades que tive de fazer trabalho enciclopdico, logo primeira seu nome me veio e, aps a prestana e qualidade de sua contribuio e colaborao, desde ento nunca pude nem quis! dele separar-me, sempre que me incumbia fazer algo de natureza colegiada: seu sentido solidrio garantia de que as tarefas que dependem, para existirem e sobreviverem, do rigor do desempenho qualitativo, quantitativo, cronomtrico, socializado, tm nele um cooperador de dedicao indesmentida e indesmentvel, de homem mensurador dos espaos e tempos com escrpulos e microescrpulos e tambm escrpulos... Produziu, desse modo, Ronaldo Rogrio de Freitas Mouro um semnmero de monografias e verbetes ou artigos de enciclopdias e dicionrios que constituem um atestado pblico de saber fecundo nos diversos nveis de densidade informativa que se possa desejai. O fato que a feio mais conspcua de Ronaldo Rogrio de Freitas Mouro a do jornalismo cientfico. No Brasil inteiro, e entre quem leia (por pouco que seja), dificilmente ter deixado de ocorrer o seu nome, no pelo mero nome, mas por artigo seu sobre astronomia e campos afins. Essa atividade lhe tem sido diuturna, se se considera que, de 1954, quando viu estampado o seu primeiro artigo dessa natureza, at hoje em dia, so mais, bem mais, de 600! Trata-se de uma divulgao que enobrece a condio do cientista e a dos seus leitores: dessa legio, muitas vocaes tero nascido, na leitura de seus textos sbrios mas aliciantes, plcidos mas ferventes de beleza, ricos da medida do homem na sua poeireza femtmica entretanto to esperanosos da humilde beleza de viver e viver cada vez mais conscientemente a possvel beleza de viver a vida. O mrito de Ronaldo Rogrio a tal respeito o de no esmagar, na olmpica grandeza dos seus temas, o homem, seno que, ao contrrio, exal-lo para o bem e isso sem trair a objetividade possvel da cincia e a prioridade tica do conhecedor. Era natural que uma vida to alta e to fecunda chegasse a isto: refirome a este dicionrio, que a Nova Fronteira, enfrentando no pequenos riscos empresariais, mas dando de si uma prova da dignidade com que arca com sua misso cultural, nos apresenta, para bem da cultura lusofnica, da cultura brasileira, da cultura humana para o mais e para o menos. Como empreendimento editorial, bibliolgico, grfico, intelectual, didtico, referencial, enciclopdico, dicionrio e quanto mais se possa dizer que aqui omito! , este um livro que admira e espanta: admira que um homem s o tenha feito e admira que uma editora s tenha chamado a si faz-lo. A oportunidade eu diria mais a necessidade de obras como esta tem que ser compreendida no mbito de nosso universo linguageiro: na Terra, hoje, falam-se entre dez a onze mil lnguas, escrevem-se pouco mais de cem, das quais, no mximo, dez servem, cada uma das dez, a mais de 100 milhes de pessoas (havendo duas delas, cada uma, que servem a um bilio de pessoas); esta nossa lti-ma-flor-do-etc. , nada mais, nada menos, a sexta entre elas. E, entretanto, das mais malservidas em termos lexicogrficos somos uma lngua de cultura de

XVI peregrina pobreza de dicionrios. Ora, entre os plos do continuum das lnguas (num dos plos, apenas faladas, e o das escritas) h um registro de 3 mil palavras no mximo para as lnguas grafas e um mnimo de 400 mil palavras para as grandes lnguas escritas como a nossa. Ningum jamais armazenou na sua cabea, concomitantemente, mais de 10 mil palavras. Como se situar para com as outras 390 mil? Nos dicionrios ou seus equivalentes. Se se leva em conta, porm, que os usurios ordinrios das lnguas grafas se contentam com suas 3 mil palavras (sendo sotopostos como so) e os usurios das grandes lnguas de cultura no se contentam com suas 400 mil e necessitam mais de 1 a 2 milhes de sintagmas ou "palavras outras" como os antropobiobiblinimos, os genimos e afins, em suma, o caminho do enciclopedismo , nesse caso compreender-se- que existe uma tarefa herica pela frente, para ns lusofnicos, se queremos superar-nos para horizontes mais avanados, como h em ingls, francs, alemo, russo e poucas mais lnguas a menos que nos sotoponhamos a uma ou duas dessas lnguas. E quanto mais fizermos isso, menor ser nossa identidade cultural que, bem verdade, comercialmente coisa pouco relevante. Se no superarmos essa barreira do subdesenvolvimento lexicogrfico, os poucos estudiosos dessas questes humanas que podemos permitirnos ter sero cada vez mais compelidos a serem em menor nmero, que, sendo pequeno, no "necessitar" dos instrumentos ditos dicionrios ou enciclopdias ou equivalentes, por sua penosa e custosa criao, que no prosperar se feita para um nmero irrisrio de utentes. Estamos, nesta altura, numa encruzilhada: indispensvel que enveredemos pela sociedade informatizada, que continua a depender da galxia gutenbergiana: a informatizao se calca ou se funda ou se ergue, ainda, sobre a palavra escrita; e mesmo quando possa ser fundada sobre a palavra falada, esta (por difcil que possa parecer) falada a partir de fontes escritas como continua a ocorrer em todos os meios eletrnicos de comunicao social. No nosso caso vertente, o advento de um dicionrio particular sobre certo campo temtico motivo deveria ser de festa: e esta deveria ser mais festiva ainda, quando se trata de dicionrio enciclopdico de uma cincia de ponta, e de dplice festa, pois se trata de dicionrio com uma caracterstica que alarga suas virtudes, pois o espectro de sua averbao vai de uma historicidade multimilenar para uma modernidade de ponta, na ponta do saber e do fazer cientfico-tcnico-humanstico. Se eu pudesse praticar voluntariamente milagre, eu praticaria o seguinte: convocaria os Ronaldos Rogrios se os houvesse no Brasil, um para cada campo e lhes daria uma sinecura total a partir de certo acmulo de competncia, com uma s unicura: fazer um dicionrioenciclopdico do seu campo temtico nos moldes deste. que o caminho da lexicografia subdesenvolvida no pode ser seno este: saltarmos dos registros dicionrios da ordem de grandeza de 100 mil palavras para os de 400

XVII mil, em redao to compacta quanto possvel. Tal livro far-se- acessvel nos limites de uma humanidade de muito baixa capacidade aquisitiva, como a lusofnica. Mas armazenaremos o cabedal lexicogrfico assim obtido e dessa memria, a par de videocassetes pticas para usurios de um tipo e terminais para os de outro tipo, iremos "baratear" as consultas, fazendo crescer a armazenagem de modo quase infindvel da para a frente, pondo nessa memria, com um nmero maior de referncias cruzadas e de sugestes de prolongamentos de consultas conexas e derivadas, tudo o que a pesquisa retroativa ou proativa for revelando. Assim, os horizontes de uma lexicologia fecunda e praticvel se incrustaro nos hbitos dos usurios: em lugar de sermos 1% os decisores linguageiros, seremos, aos poucos mas rapidamente, 10%, 30%, 70%, 97%... pois a hipocrisia de nossa alfabetizao subdesenvolvida (que consiste, para 80% dos casos, em dar ao indivduo a capacidade de garranchar uma assinatura) ser substituda por uma alfabetizao capaz de usar desse terminal e com ele ter discusses humanizadoramente fecundas. H uma aura de esperana, quando se vem resultados de dicionrios como o de Ana Helena Fragomeni, faz pouco, e este agora, de Ronaldo Rogrio de Freitas Mouro. Meu longo tirocnio com a matria me autoriza dizer que um ttulo como este ocorre raramente na nossa editorao com a qualidade que encerra. Suspeito, at, que, com as caractersticas que apresenta, esta obra no tem precedentes mesmo entre lnguas de cultura de pases materialmente muito mais desenvolvidos e muito mais distributivos. Tudo isso conflui para que haja no apenas o meu grato espanto, seno o de quantos se debruarem sobre o tema, pois vero que nem sempre h algo de podre no reino da Brasimarca. Ronaldo Rogrio de Freitas Mouro coroa por ora pelo menos seu labor com este monumento: que, examinado nos particulares, de uma lgica sem surpresas. Pois o fato que Ronaldo Rogrio s fez estudar o seu tema e seus problemas; s fez adestrar-se na linguagem da divulgao e compactao com clareza; s fez alinhar-se na tecnologia da referenciao e dicionarizao e enciclopetizao; s fez embrenhar-se progressivamente nos meandros da bibliologia; s fez pulsar permanentemente a galxia Gutenberg sabendo que ela continuar pelos milnios futuros; s fez dar de si aos outros, buscando que o outro aproveitasse dele o mximo com o mnimo possvel de esforo; s fez universalizar-se para miniaturizar-se num livro: ei-lo! Nossa sociedade patolgica: pois assiste a um evento como este e buscar, por formas sutis despectivas, diminu-lo no disse-que-me-disse do boato boquirroto mas socapa. Oxal a parte s, que no inveja mas admira, saiba render o tributo de gratido que se deve, j h muito, a Ronaldo Rogrio e que se dever, j agora, multiplicadamente. Bela a vida que a meio do caminho, comprometendo-se a dar-nos mais ainda, j nos deu o que deu e agora d. Antonio Houaiss

INTRODUOSe quiseres enviar um condenado ao suplcio, no o mandes s minas de ouro nem a verdugo, mas obriga-o a compilar um dicionrio. Giuseppe Giusto Scaligero (1540-1609) 1. Objetivo. Com o grande desenvolvimento da astronomia que se seguiu pesquisa espacial, a elaborao de um dicionrio especializado no poderia estar dissociada dos termos astronuticos, para que seus usurios nele encontrassem um elemento de pesquisa de real utilidade. Com esta preocupao estruturamos este dicionrio enciclopdico de astronomia e astronutica. Todos os verbetes foram redigidos numa linguagem simples e a mais objetiva possvel. Alm dos termos astronmicos, no dispensamos os das cincias afins, tais como a astrofsica, meteorologia, metrologia, geofsica, sismologia, cronometria, cronologia, hemerologia, fsica, etc. Inclumos at mesmo a astrologia de grande importncia histrica para aqueles que desejam compreender o desenvolvimento das idias sobre os astros. 2. Tipos de verbetes. Alm dos verbetes conceituais procuramos incluir descries de instrumentos matemticos e astronmicos, nomes prprios dos corpos celestes do sistema solar, inclusive de quase todos os cometas, asterides, meteoritos, bem como das formaes topogrficas da Lua, planetas e satlites do sistema solar. Sempre que possvel, registramos a origem destes nomes. 3. Ttulos dos verbetes. Adotamos, em geral, o registro do vocbulo de acordo com as normas da Unio Astronmica Internacional. A denominao oficial internacional prevalece, adotando-se a ortografia dos nomes prprios usados na lngua original. No caso de vocbulos russos tivemos que recorrer transliterao. Sempre que possvel, consignamos no principal as diversas formas variantes, inclusive a forma aportuguesada. Estas diferentes variantes foram registradas como verbetes remissivos ao principal.

XX4. Nomenclatura astronmica. Aps a fundao da Unio Astronmica Internacional (UAI), em 1920, decidiram os astrnomos que seria essencial que se adotasse um sistema comum de smbolos e notaes, a fim de evitar ambigidade e permitir maior intercmbio entre os astrnomos de todo o mundo. Os principais smbolos astronmicos, particularmente os signos do Zodaco, so ideogramas, isto , redues ideogrficas, no raro estilizaes ou simplificaes de pictogramas primitivos, representativos dos principais astros do sistema solar, das constelaes zodiacais e das configuraes celestes, empregados no passado, na astrologia, e ainda hoje utilizados na astronomia. At o sculo XV, os signos do zodaco e os planetas foram representados por autnticas pictografias. Importante etapa da normalizao foi adotada pela Assemblia Geral da UAI (Roma, 1922), que estabeleceu as normas sobre a nomenclatura das constelaes, publicadas, em 1933, no Transations of IAU. A necessidade de normalizar todas as notaes utilizadas pelos astrnomos foi reconhecida pela comisso de notaes (comisso 3) da UAI, que logo procurou estabelecer, na VI Assemblia Geral, em Estocolmo, em 1938, uma longa lista dos principais smbolos e notaes, publicados em 1939 no Transactions of IAU. As normas que definiram as nomenclaturas adotadas para os mapas de albedo e topogrfico dos planetas e satlites do sistema solar, inclusive a Lua, foram decididas em diversas Assemblias Gerais da UAI e publicadas nos Transactions of IAU,X, 259-264, 1960; XIB 234-238, 1962; XIIB, 202-205, 1966; XIVA, 169-175, 1970; XIVB, 138-145, 1971; XVA, 203-214, 1973; XVB, 105-115, 207-221, 1974; XVIB, 321-269, 1977; XVIIA, 113-114, 1979; XVIIB, 285-304, 1980; XVIIIA, 669, 1982; XVIIIB, 1983. 4.1 Estrelas. As estrelas em geral so denominadas: 1. Pelo seu nome prprio, como por exemplo Sirius, Pollux, Rigel, etc. Tais designaes so adotadas unicamente para as estrelas mais brilhantes. Se bem que a astronmia, isto , a nomenclatura das estrelas, tenha para os astrnomos um interesse relativo, desperta viva ateno junto ao grande pblico, entre os navegantes, pilotos e exploradores, em suma, entre todos aqueles que, para determinar uma posio geogrfica, so obrigados a recorrer astronomia. Ora, no curso das pesquisas sobre a origem dos nomes prprios das estrelas verifica-se que impossvel explicar o significado de muitos deles, alm dos que nos fornecem os nomes gregos e latinos, que se encontram habitualmente nas publicaes cientficas. O significado dos nomes gregos e latinos Antares, Arcturus, Capella, etc. permaneceu inalterado. Os nomes de origem greco-egpcia, caldaica, persa e chinesa so raros. J os nomes rabes, mais numerosos que estes ltimos, alteram-se em seu significado, no decurso dos sculos. Entre os 106 principais nomes rabes que se conhecem, 50, atribu-

XXI dos a determinada estrela, designam na realidade uma outra, um grupo de estrelas ou mesmo uma constelao. 2. Pela sua constelao, em sua forma genitiva latina, precedida de uma letra grega, uma letra romana maiscula ou um nmero, como, por exemplo, (3 Persei, N Velorum, 83 Leonis. A idia de denominar cada estrela por uma letra grega, seguida do genitivo latino do nome da constelao a que pertence, foi expressa pela primeira vez pelo astrnomo italiano Alessandro Piccolomini (1508-1578) em sua obra La Sfera del Mondo, publicada em 1566. Tal mtodo ficou conhecido como nomenclatura de Bayer, pois foi o mdico Johan Bayer (1572-1625) quem, na impossibilidade de dar a cada estrela um nome prprio, resolveu, ao publicar o seu atlas celeste Uranometria (1603), empregar o alfabeto grego. Convm lembrar que foi o astrnomo francs N. L. La Caille (1713-1762) quem decidiu que as estrelas seriam denominadas pelas letras do alfabeto grego de acordo com o seu brilho decrescente, como o fez em sua carta do cu austral, publicada, em 1752, pela Academia de Cincias de Paris. Assim, designa-se por alfa a estrela mais brilhante, etc. Com o avano da astronomia, o alfabeto grego tornou-se insuficiente. Passou-se, ento, a utilizar o alfabeto latino. Logo que este se esgotou, resolveu o astrnomo ingls J. Flamsteed (1646-1719), no sculo XVII, utilizar um nmero seguido do genitivo latino da constelao. Estas denominaes se perpetuaram para as estrelas mais brilhantes, se bem que o nmero crescente de novas estrelas descobertas tenha tornado insuficientes tais sistemas de nomenclatura. 3. Por seu nmero em um catlogo, os nomes dos catlogos estelares so geralmente citados sob forma abreviada seguida de um nmero de ordem. Entre os principais catlogos, temos: o Bonner Durchmusterung (BD), que fornece as posies de 457.847 estrelas de declinao +90 a -23; o Cordoba Durchmusterung (CD), uma continuao do primeiro at o plo Sul; o Cape Photographic Durchmusterung (CPD), com mais de 455.000 estrelas entre as declinaes de -18 a-90. Os dois primeiros catlogos so acompanhados de cartas celestes que geralmente permitem aos astrnomos identificarem as estrelas at a dcima magnitude. Tais catlogos fornecem as posies das estrelas em relao a um certo equincio mdio, em ordem crescente das suas ascenses retas, reunidas em zonas de determinada declinao. A estrela que, segundo a nomenclatura clssica de Bayer, denomina-se Beta Muscae, chamar-seia, simplesmente, de acordo com os mencionados catlogos, CPD672064, o que significa ser ela a estrela nmero 2064 da zona de declinao -67 do Cape Photographic Durchmusterung (CPD). 4. Pelas coordenadas esfricas a e 8 (ascenso reta e declinao) referidas a um determinado equincio, em geral entre parnteses, como por exemplo a = 15h40m34s 8 = 5352'607" (2.000). s vezes, como no caso das estrelas duplas, tais coordenadas so simplificadas, no aparecendo as letras gregas nem as abreviaturas das coordenadas.

XXII 4.2 Estrelas variveis. Quando a estrela varivel no possui uma designao ge nrica normal, como por exemplo Algol, B Persei, Cephei, etc., pode ser no meada de quatro maneiras principais. 1. Provisoriamente, pelo ano de sua descoberta precedido pelo nmero de dias decorridos desde o incio do ano, por exemplo 451.1934. Neste caso, pode-se adicionar tambm o nome da constelao em que a estrela varivel se encontra situada, como, por exemplo, 391.1934 Aquarii. Este sistema atualmente pouco usado. 2. Pelo nmero de ordem em que ela foi compilada num determinado catlogo de estrelas variveis. No caso especial das estrelas variveis, o astrnomo alemo Friedrich Wilhelm August Argelander (1799-1875) props design-las pelo nome da constelao, em latim, precedido de uma ou duas letras que indicam a ordem de descoberta da estrela na constelao, desse modo: R Leonis o nome da primeira estrela varivel descoberta na constelao de Leo; S Leonis, a segunda; Z Leonis, a nona; RR Leonis, a dcima, etc. Nas 45 subseqentes estrelas emprega-se os smbolos RS, RT...RZ, SS, ST...SZ, TT...TZ, UU...UZ, VV...VZ, WW...WZ, XX...XZ, YY, YZ, ZZ; as seguintes 280 so designadas com as letras AA, AB...AZ, BB...BZ, CC...CZ, QQ, QR, QS.. .QX, QY, QZ. A letra J omitida sempre. Esse mtodo permite nomear 334 estrelas variveis em cada constelao. Nos casos em que tal nmero ultrapassado, as variveis descobertas posteriormente so designadas por uma letra V, seguida de um nmero indicativo da ordem cronolgica de sua descoberta; por exemplo: V 335, V 336, V 337, etc. Como no caso das estrelas designadas por letras gregas, ajunta-se tambm o genitivo do nome em latim da constelao a que pertence a estrela, como por exemplo QS Orionis, V 534 Cygni, etc. As variveis descobertas nos aglomerados globulares recebem o nome do aglomerado a que pertencem, seguido do nmero de ordem de sua descoberta. 3. As estrelas '"novas" so numeradas separadamente em suas constelaes ou recebem o ano de sua descoberta e/ou aparecimento, como, por exemplo, Nova Aquilae 3 ou N Aquilae 1918. 4.3 Estrelas duplas. As estrelas duplas so em geral nomeadas com o nome do seu descobridor, na ordem de descoberta por cada astrnomo-observador. E/ou por seu nmero de ordem, precedido pela abreviatura do catlogo especfico de estrelas duplas no qual foi compilada. Os mais importantes catlogos de estrelas duplas com sua abreviatura so os seguintes: 1. Stellarum duplicium et multiplicium mensurae micrometricae (1837), de Wilhelm Struve. 1 ou S 2. Catalogus Novus (1843 e 1850), de Otto Struve. 02 ou OS 3. A General Catalogue of Double Stars Within 120 of the North Pole (1906), de S.W. Burnham BDS 4. New General Catalogue of Double Stars Within 120 of the Pole (1932), de R.G. Aitken ADS

XXIII 5. Southern Double Star Catalogue (1927), de R.T.A. Innes SDS 6. Index Catalogue of Visual Double Stars (1961), de H. M. Jeffers e outros IDS As estrelas duplas so tambm designadas pelas suas coordenadas equatoriais simplificadas (ascenso reta at o dcimo minuto, separada pela letra N ou S, e a declinao at o minuto), seguidos do equincio. Assim: 05434N5840(1950). 4.4 Aglomerados, nebulosas e galxias. Os aglomerados estelares e as nebulosas so, em geral, designadas por seus nmeros de ordem aps abreviatura dos catlogos especficos destes objetos celestes, como M31, Ml, NGC 230, etc. A seguir, damos os ttulos desses catlogos com sua respectiva abreviatura: 1. Catalogue des nebuleuses et des amas d'toiles, qui l'on dcouvre parmi des toiles fixes, sur l'horizon de Paris (1771), de Charles Messier M 2. General Catalogue of Nebulae and Cluster of Stars (1864), de John HerschelGC 3. General Catalogue of Nebulae and Clusters of Stars (1874), de John Herschell I 4. A New General Catalogue of Nebulae and Clusters of Stars (1874), de J.L.E. Dreyer NGC. 4.5 Satlites do sistema solar. Os nomes dos satlites do sistema solar foram inspirados na mitologia. At hoje se procura associar o nome das novas descobertas a entidades mitolgicas relacionadas histria particular do planeta ao redor do qual gira o satlite. Pela norma atual, logo que um satlite descoberto adota-se uma designao provisria at que sua existncia seja comprovada de modo definitivo, por intermdio de observaes posteriores que permitem calcular seus elementos orbitais. Essa denominao provisria composta do ano da descoberta, da inicial do nome latino do planeta ao redor do qual gira o satlite e de um nmero, em algarismo arbico, indicador da ordem de sua descoberta no ano. Assim Dione foi designado provisoriamente como 1980 S 6 por ter sido o sexto satlite do planeta Saturno (S) descoberto no ano de 1980. Logo que sua existncia foi confirmada foi proposto o nome de Dione. De acordo com a conveno adotada pela Unio Astronmica Internacional, alm de pelo nome mitolgico, todos os satlites devem ser identificados pela inicial do nome latino do planeta ao redor do qual eles orbitam, seguida de um algarismo romano indicador da ordem de descoberta do satlite no conjunto dos satlites daquele determinado planeta. Assim, por exemplo, Marte = M, Jpiter = J, Saturno = S, Netuno = N, etc., o que faz com que Tit seja identificado como S IV e Febe por S IX. 4.6 Fonte de rdios. No incio, as fontes de rdio, de raios X e raios Y, bem como os quasares e pulsares, foram, quando as suas posies eram conhecidas

XXIV aproximadamente, designadas pela constelao. Assim, a mais intensa fonte de rdio na constelao de Tauros Tauros A e a mais intensa fonte de raios X em Cygnus Cygnus X-1. Logo depois da elaborao de catlogos sistemticos, como por exemplo, The third catalogue of radio sources prepared of the Mullard Radio Astronomy Observatory, Cambridge, (O Terceiro Catlogo de Cambridge de fontes de rdios), adotou-se o prefixo 3C, ou seja, para o 3. de Cambridge e para o Catalogue of pulsars drawn up at the Mullard Radio Astronomy, Cambridge, emprega-se CP. Por outro lado, OQ 172 refere-se a srie de levantamentos dos quasares elaborados por Ohio State University. Para os pulsares adotou-se tambm o sistema Parker, segundo o qual se emprega, alm da sigla PSR que significa pulsar usa-se tambm PKS uma referncia inicial ao Catalogue of Radio Sources prepared at Radio-Astronomy Observatory at Parkes (Austrlia), dois grupos de algarismos: o primeiro refere-se ascenso reta e o segundo latitude. Estes dois grupos so separados por um sinal - ou + que indicam, respectivamente, a declinao austral ou boreal. Assim o pulsar binrio situado na constelao de Sagitta designado como PSR 1913 + 16, isto significa que suas coordenadas so: ascenso reta 19hl3min, e declinao boreal +16. Esta forma de nomenclatura possui a vantagem de nomear e indicar simultaneamente as coordenadas da fonte de rdio. 4.7 Asterides. Os nomes dos asterides foram tirados a princpio da mitologia; com o tempo, entretanto, passou-se a nome-los com nomes de personalidades vivas, cidades, Estados, etc. No incio os asterides eram batizados com nomes femininos. Quando ocorria design-los com nomes masculinos, convencionou-se adotar a forma feminina, acrescentando-se a letra a ou trocando a letra o por um a. Assim o asteride nomeado em homenagem ao astrnomo S. Arend tomou a forma Arenda. Alm do nome, os asterides recebiam tambm um nmero de matrcula em ordem crescente, que era inscrito no interior de um crculo. Depois de 1931, a Unio Astronmica Internacional decidiu que o mtodo oficial de designar um asteride dar-lhe um nmero e um nome, sem vrgula ou outro qualquer sinal separando-os, como, por exemplo: 1951 Baize. Atualmente, os pequenos planetas s recebem o nmero e nome definitivos quando j existem observaes suficientes para permitir que se faa o seu clculo de rbita definitivo, e quando esse clculo tiver possibilitado a sua reobservao em uma ou duas oposies. Tal a razo pela quai os nmeros de matrcula no seguem exatamente a ordem de descoberta. At que essa designao definitiva comece a ser utilizada, necessrio que se empregue uma provisria. A designao provisria atualmente em uso foi elaborada, aps uma srie de experincias, pelo norte-americano E.C. Bower, do Observatrio Naval de Washington, em 1924. Assim, quando um suposto novo asteride descoberto sobre uma placa fotogrfica, uma designao provisria lhe atribuda; esta consiste em design-lo pelo ano da

XXV descoberta seguido de duas letras. A primeira letra indica a quinzena da descoberta, e a segunda, a ordem de descoberta nessa quinzena. As letras I e J so consideradas como uma nica letra, para evitar confuses. Assim, os objetos descobertos entre 1 e 15 de janeiro so nomeados, respectivamente, na ordem de sua descoberta, pelas letras AA, AB, AC..., e os descobertos entre 16 e 31 de dezembro, designados por YA, YB, YC... Se mais de 25 asterides so descobertos numa mesma quinzena, ou seja, quando o alfabeto para a segunda letra est esgotado, reinicia-se com o ndice 1, depois com o ndice 2, etc. Por exemplo, 1935 TG2 representa o 57. asteride descoberto entre 1 e 15 de outubro de 1935. Este sistema de nomenclatura provisrio, adotado desde 1925, permite intercalaes, bem como respeitar a ordem das descobertas. Logo que um asteride descoberto anteriormente reobservado, recebe o seu nmero definitivo, que inicialmente ser seguido da designao provisria at que um nome lhe seja dado. Aps a descoberta, se os elementos orbitais calculados deste novo astro no coincidirem com os elementos dos asterides j conhecidos com designao oficial, estamos em face de um asteride novo; neste caso, ser efetuada a sua inscrio sob um nmero na lista oficial. Ao lado deste nmero de matrcula ser adicionado um nome cuja proposio ficar, em geral, escolha do descobridor, que submeter sua sugesto aprovao da Comisso de Nomeao dos Asterides da Unio Astronmica Internacional. 4.8 Cometas. Em virtude do aumento das descobertas de cometas, a Unio Astronmica Internacional, em sua Assemblia Geral de 1948, realizada em Zurique, resolveu confirmar e adotar uma srie de recomendaes para designar os cometas, a fim de catalog-los de modo uniforme. As principais regras de nomenclatura de um cometa so: 1. Logo aps a descoberta, o cometa designado, provisoriamente, pelo ano dessa descoberta, seguido de uma letra minscula do alfabeto, que indica a ordem cronolgica da descoberta: 1956a, 1956b etc. 2. Aps o clculo da rbita definitiva do cometa, quando a data da passagem pelo perilio determinada, o cometa designado, definitivamente, pelo ano da passagem pelo perilio, seguido de um algarismo romano indicando a ordem da passagem. Assim, o cometa descoberto pelo astrnomo belga S. Arend (1902- ) e G. Roland (1922- ), no Observatrio Real da Blgica em novembro de 1956, foi o oitavo cometa visto no ano, por ordem cronolgica, recebendo, de incio, a denominao provisria 1956h; entretanto, como ele foi o terceiro cometa a passar pelo perilio em 1957, recebeu a denominao definitiva de 1957 III. Tal designao definitiva s ser conhecida alguns anos aps a descoberta, pois pode acontecer que o cometa seja encontrado um ou dois anos antes da sua passagem pelo perilio; pode tambm ocorrer que dois cometas passem simultaneamente pelo perilio, o que vai exigir a determinao de uma rbita muito precisa.

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3. Cada novo cometa recebe o nome do observador da descoberta, ou, no caso de duas ou mais observaes quase simultneas, o nome dos seus diversos observadores. s vezes um mesmo cometa descoberto simultaneamente por um bom nmero de observadores. Decidiu-se, nestes casos, conservar somente os nomes dos trs primeiros que anunciaram sua descoberta. Um exemplo deste tipo o cometa 1969 IX denominado Tago-Sato-Kosaka, em homenagem aos seus descobridores, os astrnomos amadores japoneses Tago, Sato (1932- ) e Kosaka. H, entretanto, o caso de astros muito luminosos, visveis a olho nu, como o cometa 1947, que foi descoberto ao mesmo tempo por um grande nmero de observadores, razo pela qual recebeu somente a denominao provisria e, mais tarde, a definitiva. Esses cometas recebem a designao genrica de cometa brilhante e/ou cometa austral ou boreal, no caso especial de terem sido descobertos, respectivamente, no Hemisfrio Sul ou Norte. Ademais, eles podem ser designados por nomes tais como "grande cometa" (1811 I), (1843), "cometa diurno", "cometa eclipse" (1948 XI), "grande cometa de janeiro" (1910), "grande cometa de setembro" (1882 II) ou ainda "grande cometa austral" (1865 I, 1880 I, 1887 I). 4. Quando se trata de um cometa de perodo inferior a 200 anos, faz-se preceder o nome do descobridor por P/, de modo que o cometa conservar o mesmo nome em toda apario posterior. Se um mesmo astrnomo descobre vrios cometas peridicos, cada um ter, aps o seu nome, um nmero de ordem. Assim os dois cometas descobertos no mesmo ano pelo astrnomo alemo Tempel (1821 -1889) receberam os nomes P/Tempel (1), que o cometa 1873 a = 1873 I, e P/Tempel (2), que o cometa 1873b = 1873 II. Ao nome do descobridor de um cometa peridico se anexa, s vezes, o do observador que o redescobriu, aps ter sido perdido por um longo perodo. Assim ocorreu com o cometa P/Perrine que foi redescoberto pelo astrnomo tcheco Anton Mrkos (1919- ) em 1955, aps ter passado seis retornos ao perilio sem ter sido observado. Por este motivo recebeu o nome de P/Perrine-Mrkos. Alguns cometas tm recebido o nome do astrnomo que calculou sua primeira rbita. Tal o caso do cometa Halley, do cometa Lexell, etc. O caso mais famoso, alm do Halley, o cometa Crommelin, assim designado em homenagem ao astrnomo ingls Andrew Crommelin (1865-1939) que, em 1936, demonstrou que o cometa descoberto pelo sul-africano J. Forbes, em 1928, possua uma rbita elptica anloga do cometa descoberto pelos astrnomos franceses J. L. Pons (1761-1831) em 1818 e Jerome Coggia (1849- ), ambos em Marselha, e pelo alemo Friedrick Winnecke (1835-1897), em Estrasburgo. Na realidade, este cometa de perodo igual a 28 anos deveria ser nomeado P/Pons-Coggia-WinneckeForbes. No entanto, a Unio Astronmica Internacional, durante a sua Assemblia Geral de 1948, decidiu homenagear Crommelin, ento j falecido, denominando este cometa P/Crommelin. s vezes, a regra de batizar o cometa com o nome do seu descobridor no

XXVII respeitada. Assim ocorreu na China Popular, quando dois cometas foram descobertos entre 1. e 11 de janeiro de 1965 no Observatrio de Tsuchinshan (A Montanha Vermelha), prximo de Nanquim. Na ausncia do nome dos seus descobridores decidiu-se cham-los Tsuchinshan I (1965 I) e Tsuchinshan 2 (1965 II). 4.9 Lua. Apesar do matemtico e cosmgrafo belga Michel Florent Van Langren (1600-1675), em Selenographie Langreniane (1645), publicada em Anturpia, ter utilizado pela primeira vez nomes prprios para nomear 322 configuraes registradas em sua carta lunar, a nomenclatura dos relevos lunares, atualmente em uso, teve origem nas designaes propostas, no sculo XVII, pelo astrnomo e jesuta italiano Padre Giovanni Battista Riccioli (1588-1671) em sua obra Almagestum novum (1651). Os nomes dados s crateras foram escolhidos em homenagem a cientistas, inventores, filsofos, escritores e artistas em geral falecidos, tais como Ptolomeu, Plato, Santos Dumont, Galileu, Aristteles, La Condamine, etc. As montanhas e suas cadeias foram designadas com os nomes de acidentes topogrficos existentes no globo terrestre, tendo em vista suas eventuais semelhanas: Alpes, Pirineus, Cucaso, etc. Em alguns casos, entretanto, os montes foram batizados com os nomes de personalidades ilustres da cincia e literatura, como Leibniz, Doerfel, etc. Os mares, vales, golfos e lagos lunares receberam nomes de qualidades humanas e de fenmenos meteorolgicos, tais como: tranqilidade, serenidade, tempestade, chuva, etc. Em geral os acidentes situados na metade do disco lunar visvel durante o quarto crescente foram vistos como regies favorveis, e por isso batizados como Mar da Tranqilidade, Mar da Serenidade, Mar da Fecundidade, etc, enquanto os visveis durante o quarto minguante, considerados desfavorveis ou pouco hospitaleiros, foram denominados Oceano das Tempestades, Mar das Chuvas, Mar do Frio e Golfo Trrido. Dez anos depois da criao da Unio Astronmica Internacional UAI, foi estabelecida em 1935, durante a V Assemblia Geral daquela Unio, em Paris, a primeira nomenclatura internacional da Lua, compreendendo 672 nomes. Com o desenvolvimento dos engenhos espaciais, em particular as primeiras misses lunares, enormes progressos foram obtidos na cartografia lunar: cerca de 1.500 nomes foram propostos e mais tarde aceitos pela UAI. Em 1961, por ocasio da Assemblia da UAI, em Berkeley, foram dados os primeiros nomes de formaes da face oculta da Lua, fotografadas em 1959 pela sonda sovitica Lun 3, lanada em 4 de outubro de 1959. Posteriormente, em 1964, quando 66 novos nomes foram introduzidos, a XII Assemblia Geral da UAI, em Hamburgo, se decidiu pela latinizao sistemtica das denominaes das formaes topogrficas lunares. Assim recomendou-se o uso de mons para designar montanha; montes, cadeia de montanhas; rupes, escarpa; rima, ranhura ou falha; vallis, vale; mare, mar; promontorium, cabo; lacus, lago; palus, pntano e sinus, golfo. Em 1970, mais 513 denominaes

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novas relativas face oculta foram adotadas durante a XIV Assemblia Geral da UAI, em Brighton. Atualmente, a Lua est dividida em 144 regies, delimitadas entre as latitudes de +45 a -45 por uma rede de paralelos de 15 e meridianos de 15 correspondentes aos fornecidos na Lunar Aeronautical Chart (1/1.000.000), estabelecida pela NASA de acordo com as normas aprovadas pela UAI. Cada uma dessas regies foi dividida em 16 provncias, identificadas pela combinao de uma letra A, B, C ou D e um algarismo 1, 2, 3 ou 4. Por outro lado, convm lembrar que cada provncia recebe o nome do circo mais notvel existente no interior dos seus limites. Recentemente, novas designaes latinas foram introduzidas, tais como dorsum (plural: dorsa) para a crista marinha; fossa (plural: fossae) para fendas em forma de fossa; anguis (plural: angues), para fendas em forma de meandros, e catena (plural: catenae) para cadeia de circos. 4.10 Planetas. Aps os levantamentos topogrficos realizados pelas sondas espaciais que sobrevoaram os planetas, convencionou-se denominar os mapas estabelecidos com base nas manchas superficiais identificadas a priori com o auxlio dos telescpios situados na superfcie terrestre de mapas de albedo e os elaborados a partir dos acidentes topogrficos registrados pelas sondas espaciais de mapas topogrficos. Em conseqncia, as nomenclaturas adotadas para os aspectos clssicos de albedo de determinados planetas e satlites continuaram sendo utilizadas pelos observadores com telescpios, como foram normalizadas pela Unio Astronmica Internacional antes da explorao, pelas sondas, destes planetas. Todavia, convencionou-se dividir a superfcie dos planetas, tais como Mercrio e Marte, em provncias reas geometricamente delimitadas por determinados paralelos e meridianos na superfcie de um planeta que so em geral batizadas com os nomes prprios retirados do mais proeminente aspecto de albedo e/ou formao topogrfica da provncia. Tais pranchas ou provncias so, em geral, designadas pela primeira letra do vocbulo usado para designar os planetas. No caso de Mercrio utilizou-se o H, pois Hermes o deus grego de Mercrio e desse modo possvel diferenci-lo do M de Marte. Como exemplo poderemos citar a provncia H-3, chamada de Caduceata por nela estar situada Caduceata, acidente mais proeminente da regio, observado por Schiaparelli, que assim o denominou. Esta provncia pode tambm ser designada de H-3 Shakespeare, principal cratera situada nesta regio. Cartografia de Mercrio. Depois do astrnomo italiano Giovanni Schiaparelli (1835-1910), vrios observadores elaboraram mapas da superfcie de Mercrio, entre eles o astrnomo norte-americano Percival Lowell (1855-1916) em 1896, os franceses Lucien Rudaux em 1928 e Eugne Antoniadi (1870-1944) em 1934, e o ingls H. Mac Ewen (1864-1955) em 1929 e 1936. As designaes, com base na mitologia, propostas por Antoniadi em

XXIX seu livro La plante Mercure (1934), foram aceitas universalmente. Em 1977, um mapa de albedo para observaes ao telescpio, preparado pelo astrnomo francs A. Dollfus (1924- ), segundo a nomenclatura de Antoniadi, com base nas observaes telescpicas de D.P. Cruikshank e CR. Chapman em 1967, H. Camichel e A. Dollfus em 1968, e J.B. Murray, A. Dollfus e B. Smith em 1972, foi publicado no Transaction da UAI (1977), 16B. O Mariner 10 sobrevoou Mercrio em trs ocasies, em 29 de maro de 1974 altitude de 700km, em 21 de setembro de 1974 distncia de 48.000km e finalmente em 16 de maro de 1975 altitude de 300km, obtendo 4.000 imagens que cobriram a quase totalidade de sua superfcie. A Unio Astronmica Internacional distinguiu sobre Mercrio seis principais tipos de formaes topogrficas: crateras, montanhas (montes), plancies (planitia), escarpas (rupes), falhas (dorsa) e vales (valles). Na Assemblia Geral da UAI, 1973, o WGPSN Working Group for Planetary System Nomenclature criou um Task Group for Mercury Nomenclature que, alm de adotar para as marcas superficiais da albedo, para convenincia dos observadores telescpicos, os nomes originalmente dados por Antoniadi, decidiu que as crateras de Mercrio fossem batizadas com os nomes dos grandes contribuidores para a humanidade, incluindo os escultores, pintores, arquitetos, artistas, compositores, msicos, escritores. Um nico astrnomo foi homenageado o norte-americano Gerard Kuiper (1905-1973) em virtude de suas valiosas contribuies ao estudo dos planetas. Uma outra exceo relacionou-se cratera Hun-Kal, que corresponde ao nmero 20 da lngua maia. Ao mesmo tempo, decidiu-se que as plancies (planitia) recebessem o nome dado a Mercrio por diferentes povos, como Hermes, Bulh, Odin, Suisei, etc, com duas excees: Caloris em razo de sua elevada temperatura e Borealis, por estar situada no ponto mais prximo do plo Norte. As escarpas (rupes) passaram a evocar os nomes dos navios de clebres exploradores ou viajantes, como Astrolabe, Discovery, Endeavour, Pourquoi-pas?, Santa Maria, Vostok, etc, tendo em vista que Mercrio, na mitologia greco-romana, estava associado ao comrcio e s viagens. As falhas (dorsa) foram batizadas com os nomes dos astrnomos que dedicaram particular interesse a Mercrio, como Schiaparelli e Antoniadi. Finalmente, os vales (valles) receberam o nome dos observatrios radioastronmicos que realizaram estudos de Mercrio, como Arecibo, Goldstone, etc Adotou-se como meridiano origem (longitude 0) aquele que atravessa o ponto subsolar do planeta, ou seja, o ponto do equador que tinha o Sol ao Znite, por ocasio de sua primeira passagem pelo perilio em 1950. Como nenhuma formao topogrfica distinguia-se ao longo deste meridiano, quando o Mariner 10 sobrevoou o planeta, por se encontrar tal regio em sombra na ocasio, os astrnomos decidiram escolher uma pequena cratera

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de 1,5km de dimetro, de longitude sul 0,6 e latitude sul 20W. Este marco foi designado de Hun-Kal, nmero 20 na lngua maia, em razo do valor de sua latitude. Mais tarde, a Unio Astronmica Internacional adotou a diviso da superfcie mercuriana em 15 provncias, que compreendem: duas regies entre as latitudes 65 e os plos Norte e Sul, respectivamente ao redor de cada plo; quatro ao norte e quatro ao sul, num total de oito, entre as latitudes de 20 a 70, e cinco com o equador no centro e entre as latitudes de 25 entre o norte e o sul. Estas provncias foram designadas com os nomes tomados dos aspectos topogrficos e de albedo mais importantes da regio, bem como com a primeira letra que significa o planeta H para Hermes (Mercrio). Assim, H-7 recebeu os nomes de Michelangelo e Solitudo Promethei, pois nela est situada a cratera que homenageia o pintor italiano e ela possui como principal aspecto de albedo a Solitudo Promethei. Cartografia de Vnus. Ao contrrio do procedimento adotado com relao a outros planetas, no havia sido estabelecido para Vnus um mapa de albedo pelos observatrios terrestres, pois os aspectos superficiais desse planeta no permitiram o desenvolvimento de uma cartografia venusiana. Em conseqncia, a nomenclatura das formaes topogrficas no foi associada a nenhuma terminologia clssica, como ocorreu com Mercrio e Marte. De fato, o relevo de Vnus constituiu um grande mistrio at que a sonda norte-americana Pioneer-Venus 1, colocada em rbita ao redor de Vnus em 4 de dezembro de 1978, comeou a revelar as formaes topogrficas do planeta. Alm de extensas regies continentais elevadas que parecem dominar a vasta superfcie venusiana, a sonda encontrou grandes crateras (de 400 a 600km de dimetro) pouco profundas (200 a 700m) que parecem ter sido produzidas por impactos muito antigos, bem como chasmas (chasmatas), falhas (dorsa), linhas (linea), pteras (paterae), plancies (planitiae), regies (regiones), montanhas (montes), escarpas (rupes) e continentes (terrae). Alm destas formaes normais nos outros corpos do sistema solar, encontraram-se dois novos tipos de aspectos em Vnus: corona (plural: coronae), que indica mltiplas formaes aneladas de baixorelevo, e tssera (plural: tesserae), interseo de formaes que possuem a forma de um mosaico semelhante telha. Cartografia de Marte. A nomenclatura dos acidentes telescpicos da superfcie marciana foi estabelecida inicialmente em 1877 pelo astrnomo Giovanni Schiaparelli (1835-1910), que se inspirou nos nomes dos acidentes da geografia terrestre clssica para designar as marcas superficiais marcianas, as quais, por analogia com a terrestre, foram nomeadas sob a forma latina mare, lacus e palus. Quanto aos canais, convencionou Schiaparelli nome-los com os nomes dos rios, como Indo, Ganges, Nilo, etc. Vrios mapas de

XXXI albedo de Marte foram estabelecidos at que, em 1958, um grupo de observadores, sob os auspcios da Comisso de Fsica Planetria da Unio Astronmica Internacional, estabeleceu uma nova carta de Marte, com nomenclatura normalizada com base na schiaparelliana. A cartografia de Marte sofreu uma profunda alterao com os engenhos espaciais, principalmente depois do levantamento aerogrfico realizado pela sonda Mariner 9 e em seguida pelos orbitadores das misses Viking 1 e Viking 2. Com base nas imagens transmitidas pela sonda Mariner 9, o servio geolgico dos EUA estabeleceu um mapa do planeta na escala de 1/ 10.000.000, sendo proposta a adoo da nova nomenclatura marciana, mais completa e apropriada que a antiga, escolhida em 1958 pela Unio Astronmica Internacional. Mais tarde, um novo mapa na escala de 1/2.000.000 foi estabelecido, tambm com base nas imagens obtidas pelos orbitadores Viking 1 e 2. De acordo com as decises adotadas pela XV Assemblia Geral da Unio Astronmica Internacional, reunida em 1973 na cidade de Sydney, Austrlia, o planeta Marte foi dividido em 30 provncias, com 15 em cada hemisfrio: 8 provncias tropicais entre o equador e o paralelo 30, e que se estendem sobre 45 de longitude; 6 provncias elevadas situadas entre os paralelos de 30 e 65 e que se estendem sobre 60 de longitude; e uma calota polar. Cada provncia recebeu um nmero, crescente do plo Norte ao plo Sul, bem como um nome, em geral inspirado na nomenclatura schiaparelliana, que pode ser abreviado com as trs primeiras letras que designam cada provncia. Por outro lado, toda grande extenso da regio plana na superfcie de Marte designada no momento pelo termo genrico de Planitia, como por exemplo Utopia Planitia, Amazonis Planitia, Hellas Planitia, etc. Alm das crateras, os astrnomos distinguiram outros 12 diferentes tipos de acidentes topogrficos, em latim; catena, cadeia de crateras; chasma, cnion, ou fossa de desmoronamentos; dorsum, crista; fossa, fossa, ou seja, vale longo e estreito; labyrinthus, labirinto, ou seja, complexo de vales cortando uma regio plana; mensa, proeminncia num cimo plano, limitado por falsia; mons, montanha; patera, cratera irregular com flanco rendado;planum, planalto; tholus, colina; vallis, vale; e vastitas, plancie baixa e extensa. s grandes crateras, em geral com mais de 100km de dimetro, atribuiu-se o nome de uma personalidade que tenha contribudo para um melhor conhecimento de Marte, estudando-o ou observando-o nos sculos que antecederam a pesquisa espacial, como Galileu, Kepler, Tycho-Brahe, Flammarion, Cruls, Liais, Huygens, Schiaparelli, Lowell, etc. Com relao s crateras menores, cerca de 6.000 relacionadas nas imagens do Mariner 9, resolveu-se design-las pelo nome de sua provncia, seguida de duas letras, desde Aa at Zz, a primeira na ordem das longitudes crescentes (de leste para oeste) e a segunda na ordem das latitudes crescentes (do sul para o norte).

XXXII Este critrio de nomeao permite 576 possibilidades por provncia. No caso deste sistema se revelar insuficiente uma terceira letra poder ser usada. 4.11 Cartografia dos satlites dos planetas. Na designao das formaes superficiais dos satlites dos planetas interiores e exteriores adotouse o seguinte esquema: 1) a fonte dos nomes ser aquela dos antigos mitos, lendas, picos, e personagens do folclore de todas as culturas que possuam tais tradies; 2) os nomes latinos para os tipos de aspectos sero os mesmos usados nos planetas do sistema solar, com adio de termos que se fizerem necessrios sem referncias origem; 3) a designao ser feita de modo ordenado para associar os mesmo tipos de aspectos, regies de cada satlite, com determinadas categorias de nomes; 4) no caso da Lua uma nomenclatura particular foi desenvolvida em virtude das designaes clssicas anteriores era espacial. Satlites de Marte. As crateras e ranhuras de Fobos foram designadas em homenagens aos astrnomos e cientistas que se ocuparam dos estudos marcianos. Uma exceo a cratera Stickney, nome de solteira da esposa de Asaph Hall, que muito estimulou o marido na noite da descoberta dos satlites de Marte. As crateras de Deimos foram at agora designadas com o nome dos escritores Voltaire e Swift, que previram a existncia dos dois satlites marcianos. Satlites de Jpiter. Assim como os novos satlites, as formaes topogrficas identificadas nos satlites jupiterianos pelas sondas Voyager 1 e 2 foram batizadas com base nos mitos clssicos referentes a cada uma das antigas designaes, bem como s novas. Em alguns casos, como em Calisto, foram includas figuras do folclore nrdico; em Ganimedes, as mitologias da Assria, da Babilnia, de Cana e do Egito; em Io, as divindades do fogo e os vulces. Satlites de Saturno. Os novos satlites descobertos pelas sondas Voyager 1 e 2, assim como os acidentes topogrficos, foram designados com base nos mitos referentes a Saturno e s representaes mitolgicas que deram origem ao nome de cada satlite. Acrescente-se que para as formaes de Dione foram usados os personagens da Eneida de Virglio; para Enclado, os personagens de Noites rabes ou As mil e uma noites na verso de Richard Burton; para Hiprion, as divindades relativas ao Sol e Lua no mundo; para Japeto, as lendas de Carlos Magno na Chanson de Roland; para Mimas, as lendas do Rei Artur e a Tvola Redonda, segundo La morte d'Arthur de Thomas Malory; para Ria, os mitos da criao, com nfase especial nos asiticos; e para Ttis, os personagens da Odissia de Homero. Satlites de Urano. Assim como os nomes dos novos satlites de Urano sero tirados dos nomes de personagens das peas de Shakespeare e da pea

XXXIII Rape of the Lock de Pope, as formaes detectadas em Ariel sero batizadas como espritos bons, fadas e ninfas de diversas culturas; as de Umbriel, como espritos maus, gnomos e anes; as de Miranda, com as designaes de heronas da cultura mundial. Agradecimentos. Especial agradecimento merece Maria Lucia de Oliveira Mouro, minha dedicada esposa, pelo carinho com que me acompanhou na elaborao deste dicionrio desde o incio, h 15 anos, na redao, datilografia, pesquisa, e organizao alfabtica dos verbetes. Agradeo tambm ao escritor e poeta Fernando Py, meteorologista, que leu com solicitude e ateno quase todos os verbetes, me aconselhando valiosamente no s sob o aspecto literrio mas tambm quanto forma. Finalmente convm lembrar que devo a Antonio Houaiss, com sua orientao inicial e mais tarde com suas atitudes e palavras, o estmulo necessrio para que este dicionrio atingisse a amplitude obtida. Estendemos nossos agradecimentos produo, na pessoa de Jenny Raschle, bem como aos revisores, tcnicos, montadores e grficos que no mediram esforos para compor de forma elegante e bela este dicionrio. Um agradecimento todo especial a Srgio Lacerda, que aprovou a edio desta obra, cujas primeiras fichas foram vistas por seu saudoso pai Carlos Lacerda em 1976, que concordou em public-la logo que estivesse pronta. Devemos finalmente agradecer NASA, ao USIS, ao Novosti, ao Museu de Astronomia do CNPq e Enciclopdia Britannica do Brasil a autorizao para reproduzir as ilustraes que muito enriquecem este dicionrio. Apesar do cuidado com que foi elaborado, estamos seguros de que muitas emendas e acrscimos se faro necessrios nas prximas edies. Desde j nos colocamos disposio daqueles que, com esprito de colaborao, desejarem enviar suas anotaes, que sem dvida sero aproveitadas, em especial sobre os astrnomos e cientistas brasileiros cujas informaes so muito mais difceis de ser obtidas do que as sobre seus colegas estrangeiros.

Ronaldo Rogrio de Freitas Mouro

Museu de Astronomia e Cincias Afins Rua General Bruce, 586 20921 So Cristvo Rio de Janeiro Brasil

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SMBOLOS E ABREVIATURAS

SOL, LUA E PLANETAS

CONFIGURAES

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ABREVIATURAS

Aa. A primeira estrela de uma constelao. A. 1. Terceiro tipo espectral das estrelas na classificao de Harvard. So estrelas brancas, com temperatura superficial mdia de 10.000K, a hidrognio (srie de Balmer) e a clcio ionizado. Exemplos: Sirius, Vega e Altair. 2. Nova designao de Unidade Astronmica. Ver U.A. A-1. Primeiro satlite francs lanado, com sucesso, em 16 de novembro de 1965 s 2h 47min TU, da base de Hammaguir, no Saara, por um foguete Diamant de trs estgios. O A l era constitudo de uma cpsula experimental de 46kg em fibra de vidro. Permaneceu em rbita durante duas semanas, com um apogeu de 1.751,6km e perigeu de 526km. Aah. Nome egpcio usado para exprimir lua, assim como o nome do deus Lunus. Em virtude de suas fases a lua est perpetuamente relacionada com a idia do nascimento e renovao. Assim, Aah preside s aes de rejuvenescimento, renascimento e renovao. Aaltje. Asteride 677, descoberto em 18 de janeiro de 1909 pelo astrnomo alemo Augusto Kopff (1882-1960) no Observatrio de Heidelberg. Aananin. Cratera de Ria, satlite de Saturno, com as coordenadas aproximadas: latitude 39N e longitude 330W. Tal designao referncia a Aananin, deus coreano do cu. Aarhus. Asteride 2.676, descoberto em 25 de agosto de 1933 pelo astrnomo alemo Karl Reinmuth (1892-1979) no Observatrio de Heidelberg. Seu nome uma homenagem cidade dinamarquesa de Aarhus e sua universidade. Aaryn. Asteride 2.366, descoberto em 10 de janeiro de 1981, pelo astrnomo norte-americano N.G.Thomas ( - ) no Observatrio de Flagstaff. Seu nome homenagem a Aaryn G. Baltutis, neto do descobridor. Aase. Asteride 864, descoberto em 13 de fevereiro de 1917, pelo astrnomo alemo Max Wolf (18631932) no Observatrio de Heidelberg. Seu nome uma homenagem a Aase, um dos personagens da pea Peer Gynt (1867) do poeta e autor dramtico noruegus Henrik Ibsen (1828-1906). Em 1958, o astrnomo francs Parry de Nice descobriu que esse asteride era idntico ao 1.078 Mentha, descoberto por K. Reinmuth, em 7 de dezembro de 1926. O objeto conservou a segunda denominao, enquanto que o nmero 864 e o nome Aase sero dados a um pequeno planeta ainda no catalogado e observado pela primeira vez em 1917. Aavasaksa. Asteride 2.678, descoberto em 24 de fevereiro de 1938 pelo astrnomo finlands Yrj Visl (1891-1971) no Observatrio de Turku. Ab. Dcimo primeiro ms do ano civil e quinto do ano religioso do calendrio israelita (q.v.) com 30 dias. Abakan. Ver Tonbil River. Abalakin. Asteride 2.722, descoberto em 1. de abril de 1976 pelo astrnomo sovitico N.S. Chernykh (1931- ) no Observatrio de Nauchnyj. Seu nome uma homenagem ao astrnomo sovitico V.K. Abalakin do Instituto de Astronomia Terica de Leningrado. abalo ssmico. Ver sismo. Abancay. Ver Sainte-Genevive. Abanderada. Nom. cient. Asteride 1.581, descoberto em 15 de julho de 1950, pelo astrnomo argentino Miguel Itzigsohn ( ) no Observatrio de La Plata. Seu nome uma homenagem a Eva Pern, pelas suas atividades em favor do desenvolvimento social. Abanderada significa "o oficial encarregado de levar a bandeira", referente a uma idia, a uma luta por um princpio. Abastumani. 1. Asteride 1.390. descoberto em 3 de outubro de 1935 pelo astrnomo russo Grigori A. Shajn (1892-1956) no Observatrio de Simeis (Crimia). Seu nome uma homenagem a uma torre no Cucaso georgiano e onde hoje se situa um moderno observatrio astronmico. 2. Observatrio astrofsico da Academia de Cincias, fundado em 1937, situado a 1.580 m na proximidade de Abastumani, na Repblica da Gergia. URSS, com o objetivo de realizar estudos espectroscpicos, fotomtricos. Sol e planetas.

Cpula do telescpio de 70cm do Observatrio de Abastumani

AbbadieAbbadie, Antoine Thomson d'Astrnomo, gegrafo e viajante francs nascido em Dublin a 3 de janeiro de 1810 e falecido em Paris a 19 de maro de 1897. Foi encarregado de uma misso ao Brasil, em 1835, onde permaneceu de 1836 a 1837. Em Olinda fez observaes sobre as variaes de agulha magntica. No ano seguinte foi ao Egito e depois para a Etipia e o pas de Gales, onde permaneceu de 1837 a 1848. Recolheu preciosos documentos etnogrficos e lingsticos. Alm da descoberta do cometa 1.8301, concebeu um teodolito a reflexo (q.v.) destinado prtica da geodsia expedita. Observou a passagem de Vnus sobre o Sol, em 1882, em So Domingo. Publicou: Geodesie de la haute Ethiopie (1873), Observations relaiives la physique du globe, faites au Brsil et en Ethiopie (1873), Direction de la pesanteur (1865) e Recherches sur la verticale (1881). Abbadie (1830 I). Cometa descoberto no hemisfrio sul entre as constelaes de Camelopardus e Grande Nuvem de Magalhes, em 16 de maro de 1830. O primeiro relato deste cometa foi do astrnomo francs Antoine d'Abbadie (1810-1897) da cidade de Mauricius. Em 17 e 18 de maro, foi observado por um marinheiro, nas guas antrticas, como um cometa de magnitude 3 e uma cauda de 7 a 8 graus. Foi registrado tambm em Buenos Aires e no Cabo da Boa Esperana. Em 29 de maro foi observado na Ilha de Ascenso. Na Europa, foi observado em 21 de abril por Gambart, Marselha, com uma cauda de 2 graus; em 24 de abril por Nicollet, Paris; em 28 de abril por Olbers, Bremen; em 1. de maio por Santini, Pdua. Sua ltima observao foi efetuada em agosto por Bessel. Konigsberg. Abbe. Cratera lunar de 35 km de dimetro situada no hemisfrio invisvel (58S, 175W), assim designada em homenagem a E. K. Abbe. Abbe, Ernest K. ptico, fsico e astrnomo alemo, nascido em Eisenach a 23 de janeiro de 1840 e falecido em Iena a 14 de janeiro de 1905. Sucedeu a Karl Zeiss (q.v.), como diretor da firma criada por este. Foi o fundador e primeiro diretor do Observatrio de Iena. Deixou importantes contribuies sobre a formao das imagens em microscpios. Abbot, Charles Greeley. Astrnomo norteamericano nascido em Wilton a 31 de maio de 1872 e falecido em Hyattsville a 17 de dezembro de 1973. Ocupou-se de pesquisas sobre linhas de absoro no espectro solar; sobre o dimetro e radiao das estrelas brilhantes; sobre a atividade solar e seus efeitos nas condies climticas. Descobriu uma famlia de perodos harmnicos no Sol e o tempo. Durante sua pesquisa inventou diversos instrumentos cientficos. Abbott (1865 1). Cometa descoberto em 17 de janeiro de 1865, a vista desarmada, na constelao de Indus (ndio), pelos astrnomos Abbott, em Hobart Town, por Moesta, em Santiago (Chile) e por Ellery em Melbourne (Austrlia). O mesmo cometa foi observado no Brasil, em 21 de janeiro, na cidade de So Joo del Rei, na constelao de Taurus (Touro) pelo gegrafo Carlos Charlton Copsey. O astrnomo francs Ernest Mouchez (1821-1892), na ocasio nas costas do Brasil, observou o mesmo cometa, como est relatado por Camille Flammarion, em Etudes et Lectures d'Astronomie (1869). Abe (1970 XV). Cometa de dcima magnitude descoberto na constelao de Aries em 3 de julho de 1970, pelo astrnomo amador Osamu Abe, de Shinjo, Yamagata, usando um telescpio refletor de 10 cm de

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aberrao nua

construo caseira (aumento de 10 vezes). Abe, fazendeiro de vinte anos, passou 111 horas em 14 meses caando cometas. Abee. Aerlito condrito enstatito que caiu em 10 de julho de 1952. na localidade de Abee, provncia de Alberta. no Canad. Nesse meteorito foram encontrados pela primeira vez os minerais alabandito e cristobalito. Abel. Cratera lunar de 116 km de dimetro, no lado visvel (34S, 85E), assim designada em homenagem ao matemtico noruegus Niels H. Abel (1802-1829), descobridor de diversos tipos de equaes, denominadas funes abelianas, e da teoria das integrais elpticas. Abel, Niels Henrik. Matemtico noruegus, nascido na ilha de Finnoy em 5 de agosto de 1802 e falecido em Arendal em 6 de abril de 1829. Deixou importantes contribuies teoria das equaes algbricas, das funes algbricas, das funes elpticas, das integrais definidas, etc. Pobre, esse gnio matemtico morreu de tuberculose, na misria. Abell (1954 V). Cometa descoberto em 13 de abril de 1955. como um objeto difuso com cauda de menos de um grau de comprimento, na constelao de Canes Venatici (Ces de Caa), pelo astrnomo norte-americano Abell. Observatrio de Monte Palomar. Abell (1954 X). Cometa descoberto em 15 de outubro de 1953 na constelao da Camelopardalis (Girafa), pelo astrnomo Abell, do Observatrio de Monte Palomar. Seu aspecto na poca da descoberta foi o de um objeto difuso de magnitude 15. Abenezra. Cratera lunar de 45 km de dimetro e 4,50 km de profundidade, situada na fase visvel (21S, 12E). Seu nome uma homenagem ao astrnomo Abenezra. Abenezra, Abraham. O sbio judeu Abraham bar Rabbi ben Ezra foi o autor de notveis escritos de aritmtica e astronomia, atualmente de grande valor para os historiadores de cincia. Nascido em 1092. em Toledo, ento um dos grandes centros culturais da poca, viajou durante vrios anos pelo Egito. Itlia, Frana. Inglaterra, morreu em Roma em 1167. Tambm conhecido como o Rabbi ben Ezra e figura num poema de Robert Browning (1812-1889). Aben-Rochd. Ver Ibn-Rochd. aberrao. I. Desvio angular aparente que se observa na posio de um corpo celeste na direo do movimento do observador, causado pela composio da velocidade do observador e a velocidade da luz. A aberrao faz com que um astro aparea em uma direo diferente daquela onde se encontra realmente; aberrao da luz. 2. Defeito da imagem formada por um sistema ptico. As aberraes podem ser oriundas da noconvergncia dos raios luminosos (aberrao de esfericidade. astigmatismo, coma), das deformaes geomtricas da imagem (curvatura de campo, distoro) e da disperso produzida pelo vidro das lentes (aberrao cromtica); aberrao ptica. aberrao anua. Aberrao da luz produzida pelo movimento de revoluo da Terra em torno do Sol. Em conseqncia da aberrao nua as estrelas descrevem, sobre a esfera celeste, em um perodo de, um ano, uma elipse que tem o eixo maior igual amplitude mxima dessa aberrao que de 20.496 segundos de arco. O fenmeno foi descoberto pelo astrnomo ingls J. Bradley (1693-1762), em 1728. quando tentava determinar a paralaxe da estrela

aberrao anualGamma Draconis; aberrao anual; aberrao das fixas; aberrao de Bradley. aberrao anual. Ver aberrao nua. aberrao cromtica. Aberrao ptica que depende do comprimento de onda. A aberrao cromtica afeta os sistemas comportando diptricos quando se utiliza luz policromtica: as radiaes de curto comprimento de onda (azul) so mais retratadas que as de longo (vermelho). Em virtude da disperso, os raios correspondentes s diversas cores seguem trajetrias diferentes, o que provoca uma irisao das imagens denominada cromatismo.

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Abettimesmo ponto de convergncia. Assim, os raios provenientes dos bordos de uma lente ou espelho convergem mais prximo da lente que os raios perto do eixo. Tal aberrao provm do fato de existir uma grande diferena de comprimento focal entre as vrias zonas da superfcie esfrica. Na realidade, a aberrao de esfericidade depende da abertura, pois os raios incidentes de um feixe paralelo no convergem num mesmo foco. Ela caracterstica entre outras de um espelho esfrico, donde a origem do seu nome em relao ao estigmatismo rigoroso do espelho parablico. aberrao estelar. Componente da aberrao planetria proveniente da velocidade inercial do observador no instante da observao. aberrao geomtrica. Aberrao ptica que depende da forma dos elementos pticos do instrumento. aberrao monocromtica. Aberrao de um sistema ptico, determinada fundamentalmente pela forma geomtrica dos meios refratores que o constituern; aberrao geomtrica. aberrao ptica. Ver aberrao (2). aberrao paraltica. Ver aberrao diferencial. aberrao planetria. ngulo entre a direo aparente de um astro do sistema solar no instante da emisso luminosa e a direo da reta que liga o observador posio real do astro no instante da observao. Depende do tempo que a luz do astro em questo leva para chegar ao observador. aberrao secular. Aberrao da luz produzida pelo movimento de conjunto do sistema solar em direo ao pex, situado na constelao de Hrcules. Ela tem por efeito modificar ligeiramente a distribuio aparente das estrelas sobre a esfera celeste, mas de maneira permanente, que escapa observao, razo pela qual, na astronomia prtica, no levada em considerao. aberracional. Relativo a aberrao. Abershuus. Ver Ski. Abert Iron. Siderito octaedrito mdio, encontrado em 1887. A localidade da queda desconhecida. Pertenceu coleo de J.J. Abert, donde a origem do seu nome. A principal massa desse meteorito encontra-se no Museu Nacional de Washington. abertura. 1. Dimetro da objetiva num sistema ptico. 2. Dimetro da pupila de entrada (em geral objetiva) de um sistema ptico; abertura efetiva. abertura de sntese. Ver sntese. abertura efetiva. Ver abertura (2). abertura relativa. Num sistema ou instrumento ptico, a relao entre a abertura de uma objetiva efetiva e a sua distncia focal. Abetti. Asteride 2.646, descoberto em 13 de maro de 1977, pelo astrnomo sovitico N.S. Chernykh (1931- ) no Observatrio de Nauchnyj. Seu nome uma homenagem ao astrnomo italiano Giorgio Abetti (q.v.). Abetti, Giorgio. Astrnomo italiano nascido em Pdua a 5 de outubro de 1882 e falecido em Florena a 24 de agosto de 1982. Aprendeu os primeiros elementos de astronomia com seu pai, Antonio, que foi diretor do Observatrio de Arcetri em Florena de 1893 a 1921. Comeou estudando asterides e cometas. Posteriormente, pesquisou sobre movimento prprio estelar, paralaxe e calculou diversas rbitas de estrelas duplas visuais. Observando espectroscopicamente o Sol, descobriu o chamado efeito EvershedAbetti, que consiste no fato do plasma metlico, formado no nvel

Aberrao cromtica numa lente convexa

aberrao da luz. ngulo formado pela direo verdadeira de um objeto e sua direo aparente, quando o observador e o objeto esto em movimento um em relao ao outro. Ver aberrao (1). aberrao das estrelas fixas. Ver aberrao nua. aberrao das fixas. Ver aberrao nua. aberrao de Bradley. Ver aberrao nua. aberrao de esfericidade. Ver aberrao esfrica. aberrao diria. Ver aberrao diurna. aberrao diferencial. Diferena entre a aberrao da luz e a de um objeto em movimento, por exemplo, um satlite artificial; aberrao paraltica. aberrao diurna. Aberrao da luz produzida pelo movimento de rotao da Terra em torno de seu eixo. Em virtude da velocidade linear deste movimento ser mxima no equador e nula nos plos, a amplitude da aberrao diurna 0,32 segundo de arco, no equador, e varia como o coseno da latitude do local. Na sua passagem meridiana, as estrelas parecem desviadas para o leste deste ngulo; aberrao diria. aberrao esfrica. Aberrao monocromtica em que um feixe de raios paralelos no converge para um

Aberrao esfrica num espelho esfrico

Abkhaziafotosfrico. girar no sentido anticiclnico (ou seja, no sentido do relgio no hemisfrio norte) enquanto que na cronosfera superior gira em sentido oposto. Deixou mais de 250 artigos em revistas cientficas, versando sobre fsica solar e outros tpicos de astronomia. Escreveu os livros: Il Sole (1935), traduzido para o ingls em 1957; Storia dell' Astronomia (1949), que foi revisto em 1963, alm de diversos trabalhos sobre a vida de Galileu e a sua obra. Abkhazia. Asteride 2.671, descoberto em 21 de agosto de 1977 pelo astrnomo sovitico N.S. Chernykh (1931 - ) no Observatrio de Nauchnyj. Seu nome uma homenagem Repblica Socialista Sovitica Autnoma da Abkhazia. ablao. J. Perda progressiva de substncia de um corpo por decomposio qumica, mudana de estado ou eroso mecnica. 2. Perda de material da superfcie de um veculo espacial. por fuso ou vaporizao, quando de seu regresso superfcie terrestre. A ablao de materiais apropriados limita o aquecimento cintico. 3. Proteo trmica que consiste na sublimao dos materiais componentes do nariz de uma nave espacial, ou de outros veculos, durante sua reentrada na atmosfera terrestre em velocidades hipersnicas, a fim de dissipar a energia cintica e evitar o aquecimento excessivo da estrutura principal. ablacionar. Ato de produzir uma ablao. ablacionar-se. Submeter-se a uma ablao. ablativo. Relativo a ablao. bnoba. Aport. de Abnoba (q.v.). Abnoba. Asteride 456, descoberto em 4 de julho de 1900 pelo astrnomo alemo Max Wolf (18631932) no Observatrio de Heidelberg. Seu nome uma homenagem divindade gaulesa correspondente deusa Diana. Abnoba. abbada. Ver esfera. abbada celeste. Ver firmamento. abordagem. Momento em que dois corpos celestes se encontram no ponto mais prximo um do outro em seu movimento ao redor do Sol, no caso dos planetas, ou em torno de um planeta, no caso dos satlites abrigo da rampa de lanamento. Prdio destinado proteo climtica de um veculo espacial, quando sua montagem e preparao se fazem na horizontal. Tal abrigo retirado por ocasio do lanamento. abril. 1. Quarto ms do calendrio juliano e gregoriano, com 30 dias. Seu nome provm do segundo ms dos antigos calendrios romanos, Aprilis (q.v.). A origem dessa designao muito contraditria. Alguns autores fazem-na derivar de aperire (abrir) por iniciar na poca em que as flores se abrem. Para outros, como Ovdio, teria surgido de uma corruptela de Aphrodite, um dos nomes de Vnus. Parece que a primeira hiptese a mais aceitvel. De fato, aprilis ou aperire foi usado no sentido de "o que abre", "o que inicia", quando as sementes germinavam, poca feliz para os agricultores do Lcio. O dia primeiro de abril foi considerado durante sculos como o primeiro do ano, quando se celebrava a "Festa dos Loucos". Depois que Gregrio XIII reformulou o calendrio, em 1552, esta data no perdeu seu carter de dia da algazarra, quando se pregam peas aos bobos. 2. Segundo ms dos calendrios romanos de Rmulo e Numa Pomplio. Ver Aprilis. abside. Variante de apside. absoro. 1. Fenmeno fsico que consiste na diminuio da intensidade de uma radiao ao atravessar uma

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absoro da luz estelardeterminada substncia ou meio. A absoro um fenmeno geral, que se aplica a qualquer comprimento de onda. enquanto a extino diz respeito exclusivamente s radiaes luminosas. Cf. extino. 2. Transformao em outra forma de energia de uma parte ou da totalidade de energia de uma radiao eletromagntica que se propaga num meio material. 3. Processo de transio de um eltron de uma rbita interna para uma rbita externa em redor do ncleo, provocado pela incidncia da luz num comprimento de onda caracterstico do ganho de energia pelo elctron. Um quantum de luz, neste comprimento de onda caracterstica, expelido por cada eltron que faz a transio. absoro atmosfrica. Frao de energia proveniente de uma fonte csmica absorvida pela atmosfera. A absoro atmosfrica proporcional espessura da atmosfera atravessada e, portanto, varivel com a distncia zenital. Pode-se estudar e determinar a absoro zenital com auxlio das retas de Bouguer (q.v.). A absoro zenital que caracteriza a transparncia da atmosfera da ordem de 0,2 magnitude para as radiaes visveis em um cu puro. Essa absoro seletiva; assim, por exemplo, nas radiaes visveis o azul mais absorvido que o vermelho, donde a cor mais avermelhada dos astros prximo do horizonte. Durante as determinaes fotomtricas do brilho aparente das estrelas observa-se que os valores determinados so afetados por essa perda de magnitude, donde a necessidade de corrigi-los. Com efeito, considerando-se que a lei da absoro uma funo exponencial da espessura e que a escala de magnitudes logartmica, fcil determinar a perda de magnitude a uma altura dada acima do horizonte como proporcional secante Z, como se faz atravs das retas de Bouguer. Tal absoro varia de uma noite para outra, assim como ao longo de uma mesma noite, razo pela qual s vezes necessrio traar mais de uma reta de Bouguer numa mesma noite. A absoro atmosfrica produzida por trs fatores principais: absoro molecular, espalhamento pelas molculas de ar (espalhamento de Rayleigh) e espalhamento por partculas. A absoro molecular causada principalmente pelo oznio nas altas camadas da atmosfera, que bloqueia quase totalmente toda radiao luminosa abaixo de 3.000 , e pelo vapor da gua na baixa atmosfera, que afeta o infravermelho. O espalhamento pelas molculas do ar se d em toda atmosfera e depende da. quantidade de ar acima do stio de observao. Tal espalhamento seletivo. O espalhamento por partculas provocado por partculas suspensas na alta e baixa atmosfera. Na alta atmosfera causada pela poeira vulcnica ou meteortica, que sendo sensivelmente maiores que o comprimento de ondas, produzem uma absoro neutra. As partculas em suspenso na baixa atmosfera so aquelas situadas entre o solo e a camada inversora; como o dimetro dessas partculas da ordem do comprimento da onda. a absoro tambm seletiva. A absoro na alta atmosfera mais estvel do que na baixa atmosfera; extino. absoro da calota polar. Forte absoro das ondas de rdio causadas pela intensa ionizao na mesosfera em altas latitudes magnticas produzidas por partculas solares na faixa de 5 a 300 MeV. absoro da luz estelar. Absoro da luz provocada pela poeira csmica de origem no espao interestelar. O espao entre as estrelas no completamente transparente. A luz das estrelas distantes sofre reduo e

absoro galcticaavermelhamento, surgindo no espectro das estrelas as denominadas raias interestelares (q.v.). absoro galctica. Absoro das radiaes, produzida pela matria interestelar das galxias. A matria interestelar, existente no espao galctico, no somente enfraquece o brilho das estrelas, mas as torna mais avermelhadas. Com efeito, a matria interestelar dispersa mais intensamente as radiaes violeta que as radiaes vermelhas. A absoro interestelar , em mdia, menor, na direo dos plos galcticos, e maior na direo do equador galctico. A absoro galctica seletiva; absoro interestelar. absoro intergalctica. Absoro das radiaes, produzida pela matria existente entre as galxias. absoro interestelar. Ver absoro galctica. absoro no-seletiva. Ver absoro neutra. absoro neutra. Absoro independente do comprimento de onda da fonte. A absoro neutra a mesma em qualquer comprimento de onda; absoro no-seletiva. absoro seletiva. Absoro que depende do comprimento de onda da fonte emissora, absortncia. Relao entre a energia absorvida por um meio material e a energia incidente; fator de absoro. absortncia espectral. Absortncia relativa a um comprimento de onda especfico. absortncia total. Absorncia relativa a um conjunto do espectro. absortividade. Capacidade de um meio material em absorver a energia de uma radiao incidente. Em ptica, a absortividade medida pela absortncia de uma amostragem desse meio. tendo uma superfcie opticamente polida e uma espessura suficiente para ser completamente opaca, absorvedor de calor. Dispositivo para absoro ou transferncia de calor para longe de uma parte ou partes crticas, como no cone do nariz, onde o calor induzido pela frico pode ser transportado para um metal especial para absoro. absorvente. I. Em geral, uma substncia com efeito de absoro. 2. Lmina, placa, filtro de algum material ou substncia que colocado entre uma fonte de radiao e um detector capaz de reduzir a intensidade de radiao, dando a ela algumas caractersticas ou ajudando a determinar a sua natureza ou intensidade. 3. Em engenharia nuclear, substncia que absorve nutrons sem produzi-los. absorvente-neutralizador. instrumento destinado a absorver e neutralizar os vapores txicos e corrosivos do ergol. quando da sua operao no solo. abu. O quinto ms do calendrio caldeu. Abulfeda. Cratera lunar de 58km de dimetro e 3,2km de