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    Filhos do corao:histrias emocionantes de quem adotou

    Atualizado em 05/11/2014

    Denise Bobadilha

    Contedo CLAUDIA,

    Este texto faz parte da nova edio da CLAUDIA Filhos!. Nas pginas da revista, voc encontra mais matriassobre comportamento, sade, alimentao e educao, Foto: Aruivo Pessoal f Reproduo CLAUDIAFILHOS

    'Depois de 3 anos, 5 meses e 12 dias de espera, eu estava prestes a ver meu filho pela primeiravez. Nem conseguia ouvir o que a diretora do abrigo falava. Cheguei em uma sala e ele estavadormindo num bero, na mesma posio em que durmo, e vi seus pezinhos. E ento eu ca em umchoro to copioso que pari aquela criana naquele momento. Uma emoo que no existe maior.Todos no abrigo ao redor choravam tambm. E ento eu vi os olhinhos dele e disse:

    - Filho, que bom que voc me encontrou, eu no aguentava mais te esperar."

    o emocionado depoimento da comissria de bordo Adriana Mariani no nico. Tornar-se pai oume um momento espetacular, mesmo quando no acontece em uma sala de parto. Paramilhares de pais, a gestao pode se estender por muito mais do que nove meses, s vezes duraranos, e o pr-natal feito com advogados e assistentes sociais.

  • Desde que chegaram em casa, Rassa e Benjamin podem ver e rever o lbum de fotos, montadodesde o abrigo. "Eles veem as fotos, fazem perguntas, e nunca tratamos o tema como tabu", revelao pai. Todos os especialistas em adoo so unnimes nesse ponto: a criana deve saber daverdade desde pequena, de acordo com seu nvel de compreenso. A psicloga Susana rioafirma que os pais tm de ajudar a preencher a lacuna que o filho pode sentir em sua histria. Asunidades de acolhimento normalmente tm o histrico da criana e podem oferecer detalhes de suavida at aquele momento. "Se a criana no tem fotos do passado, a me ou o pai podem' fazerdesenhos, usar uma linguagem diferente para trabalhar essa insegurana", aconselha.

    .... -

    o censo do Sistema nico de Assistncia Social (SUAS) apontou, em 2010, 33 390 crianasdisponveis para adoo em 2 268 unidades de acolhimento institucional (nome atual do antigoabrigo). "Mas ns estimamos entre 55 e 60 mil as crianas e adolescentes em quase 4 milunidades", afirma o advogado Antonio Carlos Berlini, presidente da Comisso Especial de Direito Adoo da OAB SP. Os adultos cadastrados no Cadastro Nacional de Adoo do ConselhoNacional de Justia (CNJ) somavam, em agosto de 2014, 31 857 pessoas. um nmero atualizadotodo dia, que pode ser pesquisado por qualquer pessoa no site do CNJ - assim como os dados decrianas disponveis para adoo. Mas a relao crianas disponveis/pais dispostos nunca fecha,sobretudo por causa do perfil buscado por muitos candidatos. "Menina branca, menor de 3 anos,sem problemas de sade e sem irmos o perfil pretendido por 80% desses candidatos", dizBerlini.

    A adoo tardia (acima dos 3 anos), a de irmos e a de crianas com problemas de sade tabu."As pessoas no so preparadas para adotar com esse perfil, da a importncia dos grupos deapoio adoo, que existem em todo o pas", opina o advogado. "A adoo um instituto jurdicolegal que atende ao direito da convivncia familiar da criana", detalha. " um processo feito para acriana que no tem famlia", enfatiza.

    O casal de executivos Marcus e Fabiana Clark, de So Jos dos Campos (SP), mudou o perfil dacriana que pretendia ao se envolver com o tema adoo. "Queramos um filho ou filha at 2 anosde idade, sem problemas de sade", conta o pai. Aos poucos, se encantaram com as histrias queouviram no grupo de apoio e abriram o perfil. "Quando ligaram avisando que havia um casal degmeos, ambos com deficincias, pensei 'ento eles precisam ainda mais de uma famitia'", lembraMarcus. A identificao do casal com Benjamin e Rassa, que tinham ento 3 anos e so portadoresde paralisia cerebral, foi imediata. O menino abraou o pai. A menina puxou a me pela mo e foimostrar o abrigo.

    A rotina dos Clark no foi nada fcil - o primeiro ano foi de exames, mdicos e terapiaspraticamente todos os dias. A perspectiva de que alguns tratamentos, como a fisioterapia, sigamat a vida adulta. Mas nada se compara satisfao de ter dois filhos felizes em casa e cercadospor uma grande famlia, com avs, tios e primos. Rassa e Benjamin, nascidos prematuros de 7meses e criados no abrigo desde que deixaram a UTI neonatal, tm hoje 6 anos e superaramdificuldades imensas. "Meus filhos recuperaram a autoestima e evoluem fisicamente dia a dia",conta o pai.