58
Direito Administrativo I Aula I – 07/08 “Mas a experiência eterna nos mostra que todo homem tem poder tende a abusar dele; vai até onde encontra limites (...). Para que não possa abusar do poder é preciso que, pela disposição das coisas, o poder freie o poder” Montesquieu, “O espírito das Leis”. 1 O Estado A Administração Pública é uma das facetas, das funções do Estado. Para alguns autores, onde existe sociedade, existe Estado. Para outros, o Estado não é algo natural, é uma abstração criada para gerir o funcionamento social. 1.1 Surgimento Maquiavel, na sua obra O príncipe, faz sua primeira referência ao Estado / ente / entidade que organiza a sociedade. O estado sofre algumas evoluções até que cheguemos ao Estado Moderno. 1.2 Estado Moderno O Estado Moderno surge a partir do esfacelamento dos Estados anteriores. No Estado Moderno ocorre a reunião de forças no ente, que tem o poder de organizar a sociedade. A referência que se faz ao surgimento do estado moderno é o tratado. Os elementos básicos que compõe o Estado Moderno são: povo, território e soberania. A soberania é a grande característica desse Estado, ela é considerada o poder central que representa o Estado externamente e que exerce poder internamente. O Estado é o único ente que detém soberania interna. Nem todas as atribuições e funções estão nesse poder, convém, portanto, destacar que apesar do poder ser uno e central, as atribuições não são, logo, o poder é distribuído para que cada um exerça uma parte / função desse poder. O Estado é pessoa jurídica e trava, portanto, relações com terceiros na sua esfera interna e externa. Internamente as relações são de várias ordens de poder, como a jurisdicional ou

Direito Administrativo I

Embed Size (px)

DESCRIPTION

resumo direito administrativo,muita boa para revisão faculdade e cursinho e concurso.recomendo para qualquer um

Citation preview

Direito Administrativo I

Aula I 07/08 Mas a experincia eterna nos mostra que todo homem tem poder tende a abusar dele; vai at onde encontra limites (...). Para que no possa abusar do poder preciso que, pela disposio das coisas, o poder freie o poder Montesquieu, O esprito das Leis.1 O EstadoA Administrao Pblica uma das facetas, das funes do Estado. Para alguns autores, onde existe sociedade, existe Estado. Para outros, o Estado no algo natural, uma abstrao criada para gerir o funcionamento social.1.1 SurgimentoMaquiavel, na sua obra O prncipe, faz sua primeira referncia ao Estado / ente / entidade que organiza a sociedade. O estado sofre algumas evolues at que cheguemos ao Estado Moderno.1.2 Estado ModernoO Estado Moderno surge a partir do esfacelamento dos Estados anteriores. No Estado Moderno ocorre a reunio de foras no ente, que tem o poder de organizar a sociedade. A referncia que se faz ao surgimento do estado moderno o tratado.Os elementos bsicos que compe o Estado Moderno so: povo, territrio e soberania. A soberania a grande caracterstica desse Estado, ela considerada o poder central que representa o Estado externamente e que exerce poder internamente. O Estado o nico ente que detm soberania interna. Nem todas as atribuies e funes esto nesse poder, convm, portanto, destacar que apesar do poder ser uno e central, as atribuies no so, logo, o poder distribudo para que cada um exera uma parte / funo desse poder.O Estado pessoa jurdica e trava, portanto, relaes com terceiros na sua esfera interna e externa. Internamente as relaes so de vrias ordens de poder, como a jurisdicional ou administrativa. As relaes jurdicas travadas externamente so estudadas pelo direito internacional, j as relaes jurdicas travadas internamente so estudadas pelo direito pblico. 1.3 Estado de DireitoO Estado de Direito surge em um momento de superao do Absolutismo, a partir da Revoluo Francesa, onde os grandes tericos estabelecem o paradigma de que a partir de ento estava superada aquela tese de que o Estado pairava sobre toda a populao e que ele ditava as normas e todos deveriam obedec-las. No Absolutismo, o Rei impunha as ordens e todos se submetiam. J no Estado de Direito, o Estado se coloca abaixo das normas. Assim, com o surgimento da ideia de Constituio, no topo da pirmide esto as leis e abaixo delas, ao lado da populao, est o Estado. No existe Estado de Direito sem supremacia da Constituio, sem a superioridade das leis. A Constituio est no pice da pirmide, acima de tudo, depois vm as demais leis e s depois a Administrao Pblica (Atos Administrativos). Entretanto, infelizmente, o Estado, ainda quer ser maior que a Constituio e as leis. Atos normativos, constantemente, passam por cima das regras legais, causando uma subverso da ordem.O Estado de Direito se baseia em 4 paradigmas:a) Supremacia da constituio;b) Separao dos poderes: observar a citao de Montesquieu. O poder embora uno, jamais poder ser concentrado nas mos de uma nica pessoa, sob pena de caminharmos ao arbtrio. Assim, Montesquieu cria a Teoria de Separao dos Poderes. Segundo ele, so trs as funes / poderes do Estado: a legislativa, a judicial/jurisdicional e a administrativa.c) Superioridade da lei;d) Garantia dos direitos individuais: os direitos individuais e fundamentais so protegidos pelo Estado de Direito, ainda que em detrimento da maioria. Nem mesmo o povo reunido pode sobrepor a essas garantias. Os direitos individuais so oponveis contra tudo e contra todos. Por exemplo, o direito vida um direito constitucional. 1.4. Separao dos Poderes (vide acima no tpico 1.3 b)1.5. Poderes e Funes do Estadoa) Funo Legislativa: Poder Legislativo exerce tipicamente essa funo; fica responsvel pela produo das normas e que vai inovar no ordenamento jurdico.b) Funo Jurisdicional: Poder Judicirio exerce tipicamente essa funo; fica responsvel por resolver os conflitos oriundos da sociedade segundo as normas do legislador e outras fontes.c) Funo Administrativa: Poder Executivo exerce tipicamente essa funo; nosso grande objeto de estudo, a ela cabe executar, colocar em prtica tudo aquilo que est no texto constitucional, todos os anseios da sociedade. A nossa constituio de 1988 diz que esses poderes tm que atuar de forma harmnica e que se autocontrolar (Teoria dos Freios e Contrapesos, em que um poder controla o outro para que ele no extrapole os seus limites).Atipicamente, tais funes podem ser exercidas pelos outros poderes.d) Funo Poltica ou de Governo: uma funo menos citada nos manuais, se assemelha funo administrativa. A funo poltica o exerccio de atribuio de execuo material de uma atividade, porm a margem de discricionariedade muito mais alta que na funo administrativa (nesta os parmetros de deciso esto muito bem definidos na lei). A funo poltica aquela exercida pelos poderes quando h uma deciso de alto nvel a ser tomada, por exemplo, quando se decide declarar Estado de Stio ou de calamidade pblica. A funo poltica est em uma pauta menos definida na lei. A funo administrativa tem menos carga de discricionariedade e subjetividade que a funo poltica ou funo de governo.2 Administrao PblicaO Direito Administrativo no estuda apenas o Poder Executivo, mas, principalmente, a Funo Administrativa. E no apenas o Direito Administrativo que estuda a Administrao Pblica. Os direitos Tributrio, Previdencirio, Financeiro tambm estudam, porm cada um em seu aspecto. A Administrao pblica a reunio de todos os rgos e entidades do Estado. A palavra administrar vem do latim AD + MINISTRARE (executar em nome de algum), comparao com AD+ VOGARE (falar em nome de algum). Administrao Pblica significa, portanto, administrar em nome do povo.2.1 Diferenas entre entidade e rgoa) Entidades pblicas: so aquelas que se destacam dentro do arcabouo constitucional como pessoas jurdicas que representam o Estado. Temos as entidades pblicas (Administrao Direta): Unio, Estado, Distrito Federal e Municpios (tm autonomia poltica, administrativa e financeira); dentro de cada uma dessas entidades podemos ainda ter o desmembramento em Autarquias, Fundaes, Empresas Estatais e Consrcios Pblicos e tambm podemos incluir as Entidades Paraestatais (possuem autonomia administrativa e financeira de modo que elas tambm so pessoas jurdicas e consideradas entidades). A UFMG Autarquia, e por isso considerada entidade. Exemplo: um Ato Administrativo da UFMG contra o qual voc queira se insurgir, dirigido para a prpria entidade. A UFMG se subdivide em vrios rgos, a Faculdade de Direito um deles, e esta por sua vez tem vrios departamentos.b) rgos pblicos: os rgos da Administrao Pblica esto dentro das entidades pblicas. Dentro de cada entidade acima mencionada, tm-se vrios rgos. Exemplo: dentro da Unio (entidade; pessoa jurdica que representa o Estado nesse exemplo) temos como exemplo de rgo a Presidncia da Repblica. Dentro da Presidncia da Repblica temos os Ministrios da Fazenda, Educao, Sade, Planejamento, (so 39 no total), e estes se desmembram em outros rgos. Os rgos representam a entidade maior, que nesse caso a entidade Unio. Teoria do rgoProcessos (Ao Ordinria) so propostas contra a entidade. J o Mandado de Segurana interposto em face da autoridade coatora (rgos). Todos os rgos sempre comprometem a entidade.Aula II 09/082.2 Finalidades da Administrao Pblica2.3 Poderes e deveres dos administradores pblicosa) Poder deverb) Dever de agirc) Dever de eficinciad) Dever de probidadee) Dever de prestar contas

3 Direito administrativoO Estado tem prerrogativas e sujeies. A maioria dos Atos Administrativos so autoexecutrios, diferente do que ocorre com a iniciativa privada. Existem as sujeies em que a Administrao Pblica se submete, como, por exemplo, a isonomia, que impede que a administrao pblica contrate funcionrios por outro meio que no seja concurso pblico.3.1 OrigemO Direito Administrativo surge junto com o Estado de Direito, em que o Estado se coloca abaixo das normas. No perodo em que nasce o Estado de Direito, especialmente aps a Revoluo Francesa, viu-se a necessidade de surgirem leis e normas que limitem a atuao do Estado. Assim, o Conselho de Estado Francs foi criado como uma justia da Administrao Pblica, ao lado do Poder Judicirio, este Conselho julga as lides que so instauradas atravs da controvrsia Administrao Pblica X cidados. Este cria algumas jurisprudncias a partir de decises anteriormente dadas, no sentido de retirar o julgamento do Estado do campo do direito comum. Esse Conselho inicialmente era ligado ao Poder Executivo, hoje em dia ele independente. Este Conselho, posteriormente, foi copiado em diversos pases. importante saber a razo de ser do Direito Administrativo. Este no nasce para criar normas para proteger o Estado, ele nasce porque o Estado se submete s leis e elas precisam ser criadas de forma a proteger o cidado da atuao do Estado. O Direito Administrao a negao da arbitrariedade.3.2 Conceito- Direito Administrativo e Cincia da Administrao A Cincia estuda as prticas dinmicas que possui a Administrao Pblica. Estuda a mquina administrativa. Estuda as normas e as melhorias delas.- Direito Administrativo e polticaOs cargos eletivos so os maiores na Administrao Pblica. A ligao entre o Direito Administrativo e a poltica diz respeito s relaes sociais, participao popular.3.3 Sistema Administrativo brasileiroArt. 3, XXXV, da CR.Existe o contencioso administrativo, mas alm dele sempre podemos nos voltar ao judicirio para solucionar os problemas. A jurisdio no Brasil una, porque das decises administrativas ainda cabem recursos.Aula III 14/084 Regime Jurdico AdministrativoPrerrogativas x Sujeio do Estado: ao lado das prerrogativas da Administrao Pblica, temos os direitos dos cidados que impe determinadas sujeies Administrao Pblica.- O conceito de interesse pblico- Interesse Pblico Primrio e Interesse Pblico Secundrio.Distino entre o interesse pblico primrio e o interesse pblico secundrio. O primrio aquele em que o Estado defende o interesse da coletividade como um todo. O secundrio o que o Estado defende seu interesse enquanto pessoa jurdica, interesse oponvel a terceiros (ex: cobrar uma dvida que o cidado tem com ele; cobrar dano ao errio causado por servidor).Viso minoritria e do professor: no existe essa diviso entre primrio e secundrio; existe apenas um interesse pblico, ligado ao interesse da coletividade; todos os interesses do Estado devem ser primrios. Exemplo: ao cobrar uma dvida de um cidado, atende- se ao interesse da coletividade, pois essa deseja que o Estado possua condio financeira para realizar as atividades que lhe competem. Existem 2 princpios bsicos que sustentam o pilar do Regime Jurdico Administrativo:4.1 Supremacia do interesse pblico sob o privadoA lei outorga Administrao Pblica uma supremacia sobre o interesse privado; no significa desprezar o interesse privado; ambos os interesses devem ser conciliados, porm se conflitarem, o interesse pblico importa mais.4.2. Indisponibilidade do interesse pblicoO interesse pblico outorgado pela lei para que o gestor pblico administre esse interesse; ex: o administrador pblico no pode abrir mo do dever de tributar um determinado cidado; o nico mecanismo que pode abrir mo do interesse pblico/direito a lei (ex: municpio de Contagem no cobra IPTU, pois foi criada uma lei para isso);Interesse pblico relacionado a um cone, respeitando a vontade da maioria e do indivduo, o interesse pblico no pode ir alm do que a lei determina. A motivao do ato administrativo deve ser de acordo com o interesse pblico. Quando o interesse pblico descumprido deve-se instaurar um processo administrativo.Vem sendo discutida a aplicao desses dois princpios na atualidade, pois muitas vezes no parece a interpretao mais correta tentar cumprir esses princpios a qualquer custo (ex: procurador municipal recorre vrias vezes em processo que sabe que a Administrao no est correta e vai perder, apenas para atender o princpio da indisponibilidade; se esses princpios fossem mais maleveis, no haveria essa necessidade de recurso em matria que possui deciso contrria j sedimentada).4.3 A quem se aplica o Regime Jurdico AdministrativoRegime Jurdico ligado funo administrativa se aplica tambm ao Poder Judicirio e Legislativo quando estes executem a funo administrativa. Todos aqueles que se colocam no lugar do Estado para exerce uma atividade pblica (empresas de transporte coletivo, por exemplo) se submetem ao Regime Jurdico Administrativo e todos os seus princpios. Sendo assim se submete a supremacia do interesse pblico sob o privado e a indisponibilidade do interesse pblico. 4.4 Atividade Pblica x Atividade Privada. Como definir.4.5 Princpios Constitucionais do Direito Administrativo (LIMPE; caput do art. 37 da CR.)a) LegalidadePelo Princpio da Legalidade, ningum est obrigado a fazer ou deixar de fazer nada, se no em virtude de lei, o que se aplica no interesse privado.No Direito Administrativo esse princpio ganha um novo conceito, uma nova roupagem. A Administrao Pblica somente pode fazer aquilo que encontra expressa autorizao em lei; o administrador pblico s pode agir no estrito cumprimento da previso legal. A lei que autoriza qualquer ao da Administrao Pblica, assim, para motivar seus atos, o administrador pblico sempre deve citar qual lei respalda determinado ato. Todos os passos do administrador devem ser guiados pela lei, para criar cargos pblicos, por exemplo, ele precisa de lei especfica que crie esses cargos.Constituio >> Legislao (LF/LC.) >> Ato administrativo (Decreto/Resoluo)Decreto Ato Administrativo normativo, ele sempre vem depois da lei. Primeiro temos a norma constitucional, depois a norma legal e a partir dela se editam os Atos Administrativos. Com exceo ao decreto autnomo que encontra respaldo diretamente na Constituio. Nele o Presidente da Repblica edita um decreto se respaldando na constituio e no na lei.Decreto Autnomo (art. 84, IV, a e b da CR/88): Duas hipteses que o Presidente pode editar um Decreto com base na constituio sem que exista uma lei que o autorize a criar o Decreto.Novo debate a cerca do Princpio da Legalidade: Esse princpio vem sofrendo uma nova aplicao, muitas vezes o administrador precisa tomar uma deciso e a lei possui lacunas para a resoluo do caso concreto. Nesse caso deve ele deixar de cumprir a norma legal ou cumprir fazendo uma interpretao com base nos princpios de direito? Comea-se a se falar no Princpio da Juridicidade Administrativa: os Atos Administrativos no devem estar consoantes apenas com a lei, mas sim com o Direito como um todo. Por exemplo, quando o administrador utiliza-se da smula vinculante para a resoluo de um caso concreto (uma smula vincula tanto o Poder Judicirio quanto a Administrao Pblica).A lei reconhece a existncia do Princpio da Juridicidade, que uma interpretao inteligente do Princpio da Legalidade. Quem aplica a lei deve interpret-la. Este princpio mais adequado.Lei Federal diferente de Lei Nacional. A Lei Federal se aplica apenas Unio, j a Lei Nacional se aplica Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios.b) ImpessoalidadePor esse princpio, a Administrao Pblica no tem escolhas particulares, trata todos os cidados de forma impessoal, equidistante, sem aproximao. O tratamento de todos tem que ser de forma isonmica, assim, o Princpio da Impessoalidade se liga intimamente com o Princpio da Isonomia.c) Moralidade AdministrativaEntende-se por Moralidade Administrativa, pois o conceito de moralidade pura tem uma carga de subjetividade muito grande, varia de pessoa para pessoa. A Moralidade Administrativa no relativa, o que o Estado entende como moral e no o que o administrador entende. O que diz o que moral ou no para a Administrao Pblica o ordenamento jurdico os valores constitucionais, as leis e princpios. Quem age de acordo com a Moralidade Administrativa atende ao Princpio da Probidade Administrativa, probo, e quem no age de acordo, ser julgado pela lei de Improbidade Administrativa.d) PublicidadePor meio desse princpio que se exerce o controle dos atos da Administrao Pblica. O fato de tornar pblico os atos faz com que o administrador limite esses atos. O administrador alm de ser pblico, tem que ser transparente, ou seja, a informao dada alm de pblica, tem que ser inteligvel. As informaes pblicas tem que ser de acesso a todos - claro que existem hipteses de sigilo, como aprendemos em hermenutica nenhum princpio absoluto. Lei de Acesso a Informao / Lei n. 12.527/2011: fixa prazo para Administrao Pblica atender aos pedidos de informao que foram encaminhados. e) EficinciaA EC n. 19/1998, chamada Emenda da Reforma Administrativa, modificou vrios preceitos constitucionais ligados a Administrao Pblica e ao Direito Administrativo, e um dos grandes mritos desta foi inserir o princpio da Eficincia como princpio da Administrao Pblica. A partir desse princpio, preciso que o administrador realize atos eficientes, busque resultados para a Administrao Pblica. Importa-se o resultado, e no apenas o processo/caminho. Temos, assim, a Administrao Pblica Gerencial em detrimento do antigo modelo de Administrao Pblica Burocrtica que dava mais ateno aos processos do que aos resultados, burocraticamente obedeciam s regras, mas no chegavam a um resultado bom para a Administrao Pblica. Agora o importante trazer a ideia que o Estado Gerencial tem que manter com a burocracia, porm buscando resultados positivos. Exemplo: no adianta licitar e atender a todos os outros 4 princpios, se no atender ao princpio da Eficincia, pois corre-se o risco de adquirir os piores materiais para a Administrao.De nada adianta seguir todos os rigores legais e no se ater aos resultados.16/08 no teve aulaAula IV 21/084.6 Princpios implcitos no texto constitucionala) Princpio da motivaoTodo ato da Administrao Pblica deve ser devidamente motivado, ou seja, deve ser feita a exposio das razes fticas / motivos que justificam a prtica daquele. Nenhum ato da Administrao Pblica pode subsistir sem motivao. O Ato Administrativo sem motivao nulo, pois no preenche um dos requisitos para sua existncia, que o da motivao. Precisa-se motivar o ato administrativo para submeter seu controle sociedade.Teoria dos Motivos Determinantes: um Ato Administrativo s pode ser feito se existirem motivos suficientes para realizar a sua edio: Ato administrativo vinculado: aquele em que a atitude do administrador pblico j est previamente definida pela lei e ele no tem margem para deliberaes. Ato administrativo discricionrio: tem uma margem de escolha para o administrador pblico. Nesse caso preciso uma motivao mais evidente.b) Princpio do devido processo legal e ampla defesa (art. 5, LV, CR) assegurado a todos o devido processo legal e ampla defesa como direito fundamental. S existe devido processo legal quando submetido ao contraditrio e ampla defesa. Entre a ordem dada pelo administrado pblico e a execuo da mesma existe um espao, que deve seguir um procedimento, e este por sua vez deve ser submetido ampla defesa e contraditrio para se tornar devido processo legal. Defesa diferente de recurso, a defesa prvia. Se no tem a defesa prvia, no existe devido processo legal.O Estado pode ser julgador e interessado no mesmo processo, pois a maioria dos processos administrativos esto a buscar um interesse pblico, o que deve ser feito de maneira delicada, de forma a assegurar a ampla defesa e o contraditrio. Ademais, as ordens na Administrao Pblica devem ser escritas, no podem ser verbais, em regra. c) Princpio do controle dos atos administrativosPrincpio presente na Teoria dos freios e contrapesos. Todos os rgos que exercem funo administrativa pblica devem ser controlados para verificar se esto cumprindo com todos os seus atos. Os rgos de controle controlam os atos da Administrao Pblica. O controle uma tarefa necessria no mbito de um Estado Democrtico de Direito. O controle muito prestigiado na CR 88, os rgos de controle receberam tratamento especial pela Constituio. Ainda assim, o controle no absoluto, faltam meios que possam controlar toda a mquina administrativa. Os cidados ainda no tm um bom exerccio de controle sobre os atos administrativos.- Controle interno e externo: o controle interno feito pela prpria Administrao, dever do administrador pblico verificar se os atos realizados esto dentro da legalidade do texto constitucional, atendem aos requisitos formais. J o controle externo feito pelos rgos de controle, que tem imparcialidade nos fatos, esto distante em relao aos fatos: Poder Judicirio, Ministrio Pblico e Tribunal de Contas.- Controle prvio (antes de o ato ser editado, controle interno ou externo), concomitante (controle interno ou externo, ex: quando o TC suspende uma licitao desde que provocado) e posterior (interno ou externo; maioria das vezes o controle posterior).- Autocontrole dos atos administrativos: quando a Administrao Pblica erra e v que errou, ainda que nenhuma espcie de controle tenha verificado o erro, a Administrao pode anular de ofcio ou por requerimento das partes, seus prprios atos ilegais / eivados de vcio ou revogar um ato perfeito e acabado que se tornou inconveniente ou inoportuno pela mudana de interesses da Administrao. No se pode anular ou revogar nenhum ato que decorra direito adquirido. Smula 473 do STF.- Controle Judicial: aes constitucionais que so mtodos judiciais de controle - ao civil pblica, mandado de segurana, habeas datas, habeas corpus.d) Princpio da Responsabilidade do EstadoCom o surgimento do Estado de Direito, no qual temos o Estado submetido s leis, O Estado passa a ter que responder pelos danos que os atos de seus agentes causarem a terceiros. Art. 37, 6 da CR/88. Responsabilidade Objetiva do Estado: independente de dolo ou culpa, bastando a existncia do dano e do nexo de causalidade, o Estado ter que responder por esses atos dos agentes pblicos. Caso o agente tenha agido com dolo ou culpa, o Estado pode entrar com uma ao de regresso contra ele. Antes do Estado de Direito, no Estado Social, a responsabilidade do Estado era subjetiva, precisava-se provar o dolo ou culpa do agente.e) Princpio da Segurana Jurdica A funo do direito garantir a sensao de segurana jurdica. O Estado por lidar com interesses de terceiros, deve observar o Princpio da Segurana Jurdica, e proporcionar segurana jurdica ao cidado por meio da coisa julgada, do ato jurdico perfeito ou do direito adquirido. Princpio da proteo confiana: a confiana legtima que temos no Estado assegurada pelas Transies, que geram a expectativa de direito, e apesar da mudana, resguardam os cidados que esto na eminncia de adquirir o direito. f) Princpio da FinalidadeIntimamente ligado ao Princpio da Legalidade. O administrador pblico ao analisar a lei, deve observar a finalidade que a lei foi editada para aplic-la. O Princpio da Motivao s ser atendido se observada finalidade da lei. Se a finalidade for descumprida, esse ato administrativo possui um vcio, que um desvio / abuso de poder (utilizou a autorizao que a lei deu de forma incorreta, desviou o sentido da lei). Para corrigir esse desvio cabe o Mandado de Segurana. g) Princpio da RazoabilidadeServe para guiar a atitude do administrador pblico, principalmente quando est diante de atos discricionrios, para impedi-lo de adotar atitudes mais severas. Este princpio irmo do da Proporcionalidade. A medida da razo a proporo. Algo razovel porque proporcional.h) Princpio da Proporcionalidade: A medida da razo a proporo. Deve-se analisar a proporo em relao ao dano causado. Tambm utilizado principalmente em atos discricionrios.4.6.1 Novos princpios do Direito Administrativo:i) Princpio da ParticipaoPrincpio que viabiliza aos cidados participarem das decises do Estado. preciso que a Administrao Pblica crie mecanismos para que os cidados participem dos atos do Estado e da formao da vontade estatal. Exemplos desses mecanismos so consulta populao, oramento participativo, audincias pblicas, etc. Est ligado necessidade de chamar o cidado para alm da defesa processual, para alm da defesa dos atos administrativos.j) Princpio da ConsensualidadeEsse princpio surge no mbito de uma Administrao Pblica consertada e consensual, que substitui uma Administrao Pblica unilateral. Surge em contrapartida ao ato unilateral do Estado, em que o cidado no participa do ato do Estado. Busca o ato administrativo consensual, que construdo conjuntamente com o cidado. O ato administrativo consensual construdo pelas partes mais legtimo do que aquele que construdo de forma unilateral pela Administrao Pblica. Exemplo: se o auditor puder ouvir o auditado, o controle ser mais pedaggico e o efeito ser maior (deciso construda de forma consensual).

Aula V 23/085 As atividades administrativasO Estado exerce 4 atividades:5.1 Servios PblicosServio Pblico x Atividade econmicaO Servio Pblico atividade desempenhada pelo Estado que busca oferecer comodidade / utilidade fruvel para cada cidado. O transporte coletivo um exemplo de Servio Pblico essencial oferecido a todos. Na distino entre atividade econmica e servio pblico, visualizar o que atividade econmica, de inicio, muito difcil. Atividade econmica tudo aquilo que gera renda, riqueza. Todo servio pblico est dentro do conceito de atividade econmica lato sensu. A atividade econmica passa a ser Servio Pblico quando o Estado a retira da mo da iniciativa privada / da economia / do mercado e trs para si, exercendo ele prprio ou transmitindo para o particular, via licitao. O Estado no escolhe de forma arbitrria quais as atividades sero Servios Pblicos, isso se d atravs dos princpios, como o da dignidade da pessoa humana e os direitos fundamentais. Os servios pblicos variam no tempo e no espao, eles tm que se adequar a nossa realidade social.O art. 175 da CR/88 define o que servio pblico. O art. 170 trata sobre a atividade econmica.Tanto o Poder de Polcia quanto o Servio Pblico se enquadram completamente do Regime Jurdico Administrativo, possuem prerrogativas e sujeies da Administrao Pblica.5.2 Poder de polciaPoder inerente ao Estado de fiscalizar a vida de todos os cidados (pessoas fsicas e jurdicas) para corrigir erros e garantir a ordem pblica. No s a Polcia Civil, que exerce fiscalizao sobre todos ns, mas tambm a Polcia Administrativa. Exemplo: se o Estado detecta que uma casa noturna no tem a estrutura obrigatria ele pode impedir o funcionamento do lugar; se a casa noturna no tem sada de emergncia suficiente, ele tem que fechar o estabelecimento at que a situao seja regularizada.a) Limitaes administrativasSo as limitaes que sofremos em nossa liberdade. Exero plenamente meu direito, mas o Estado, por algum motivo, exige que eu sacrifique um interesse meu em prol do interesse pblico. O Estado paga uma indenizao por isso.b) Sanes administrativasEstado verifica se estamos fazendo algo que a lei probe, e em caso positivo aplica sanes administrativas. Por exemplo, sanes de trnsito para quem avana o sinal vermelho.BH Trans (Sociedade de Economia Mista; capital pblico e privado) no pode mais multar, pois seu interesse no est ligado apenas ao interesse pblico, uma vez que lucro incompatvel com a atividade pblica.c) Poder de Polcia x Sacrifcio do DireitoPoder de Polcia: Estado exercendo fiscalizao administrativa e podendo punir a sociedade.Sacrifcio do Direito: quando mesmo estando no exerccio regular do seu direito a pessoa tem que a abrir mo dele por mando do Estado. Exemplo: desapropriao, mesmo estando tudo regularizado. 5.3 FomentoA atividade de Fomento do Estado ocorre quando ele incentiva financeiramente a realizao de uma determinada atividade. O Estado promove essa atividade.5.4 Interveno do Estado na atividade econmicaO Estado intervm na atividade econmica. O estado no alheio ou completamente afastado da economia, no um estado-polcia apenas. O afastamento do Estado trouxe, no Liberalismo, problemas sociais, e por esse motivo sua interferncia necessria. - Princpio da SubsidiaridadeNo Brasil, a atuao de meio termo do Estado no interfere na economia de tal modo que o mercado fique dependente da vontade do Estado. Prevalncia da livre concorrncia. O Estado chamado de Subsidirio: no pode ser to presente a ponto de sufocar a economia, nem to ausente.- Regramento Especial- Regime Jurdico DiferenciadoQuando o estado exerce poder na atividade econmica estar sujeito ao Regime de Direito Privado.- Impossibilidade de privilgios fiscaisA explorao da atividade econmica pelo Estado tem regime diferenciado, ento ela no pode ter sujeies to fortes, tampouco benefcios / privilgios fiscais.- Formas de intervenoa) Poder de Polcia: art. 174 da CR/88: O Estado embora no esteja na economia ele a fiscaliza, impedindo abusos, frustrao da livre concorrncia, formao de cartel.b) Excepcionalmente: art. 173 da CR/88: Em virtude da segurana nacional.c) Incentivo fiscal: art. 174 incentivar a prtica de determinada atividade; atividade de Fomento do Estado.

Aula VI 28/086. Organizao Administrativa6.1 Organizao Federativa no Brasil- Descentralizao polticaConstituio da Administrao Direta, aquela formada pelos entes federados, que compe a estrutura poltica do Brasil: Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios. Estes entes, devido descentralizao do poder, possuem autonomia poltica, tem poder para tomar suas prprias decises polticas e possuem seu prprio Poder Legislativo.Dentro da Unio, no Poder Executivo temos: Presidncia da Repblica Ministrios Secretaria Superintendncia (....) Servidor Pblico. Todos aqueles que compem o rgo na verdade o representa, e todos os atos deles comprometem a Unio.6.2 Orgos pblicosCada rgo pblico recebe um nmero de competncias que devero executar ao longo de suas atividades.- Estrutura desses rgos:a) rgo Pblico Simples: aqueles nos quais as decises so tomadas por uma nica pessoa (a entidade mxima composta por uma pessoa).b) rgo Pblico Colegiado: composto por duas, trs ou por um colegiado de pessoas.6.2.1 Classificao quanto s funes:rgos ativos: tem a funo de executar uma atividade. Exemplo: Ministrio da Fazenda.rgos de controles: exerce controle sobre os demais rgos. rgos consultivos: emitem pareceres / consultas para os demais rgos pblicos.6.2.2 Competncia: caractersticasCompetncia atribuio, a entrega de poder-dever. Quando se d referida atribuio determinado rgo, ele obrigado a fazer.a) Obrigatoriedade: competncia obrigatria, o rgo tem que fazer. b) Irrenuncivel: o rgo no pode deixar de cumprir algo que a ele atribudo; em relao ao rgo e no em relao pessoa. c) Intransferveis: a no ser que o que foi atribudo ao Estado foi avocvel, ou seja, pedido de volta. Todas as competncias dadas podem ser avocadas, exceto aquelas dadas pela constituio.d) Imodificveis: e) Imprescritveis:7. Modalidades de Descentralizao AdministrativaDescentralizao diferente de desconcentrao. Na desconcentrao (diviso de entrega de atividades) no h uma nova pessoa jurdica, na descentralizao (autonomia administrativa e financeira) h uma nova pessoa jurdica. O ente central tem relao de hierarquia com a entidade desconcentrada. Tudo que acontece nas entidades desconcentradas de competncia da entidade, h, portanto, apenas uma desconcentrao de atividades. O controle da unidade central em relao aos atos das demais de autotutela, podendo revoga-los. diferente, contudo, das unidades descentralizadas. Exemplo: A UFMG uma pessoa jurdica que se separou da Unio. A Unio no responde pelos atos da UFMG. Da mesma forma que a Unio no pode revogar os atos de referida instituio. A UFMG possui autotutela, ela no hierarquicamente regida pela Unio, no se submete ao controle de autotutela, apenas ao controle chamado de TUTELA controle em relao aos seus atos (se eles estiverem ilegais, por exemplo), necessidade de prestao de contas Unio, etc.Autotutela - A Administrao Pblica pode anular seus atos quando possuem vcios ou revog-los por conveniente e oportunidade.7.1 Descentralizao territorial ou geogrfica quando dentro de determinado espao geogrfico territorialmente demarcado eu crio uma pessoa jurdica para administrar esse espao. Essa pessoa jurdica possui naquele local competncia administrativa ampla (cuida da limpeza, dos servios de educao, sade, saneamento bsico, etc.) e autonomia financeira. No possui autonomia poltica, por isso no considerado um ente da federao. esse fenmeno que normalmente ocorre com os estados unitrios, a competncia poltica toda concentrada na mo de um nico ente, eles possuem apenas competncia administrativa.Exemplo: Territrio de Fernando de Noronha; agora faz parte do Estado de Pernambuco.7.2 Descentralizao por serviosA Unio responsvel pelos servios de sade, educao, previdncia, assistncia social, etc. Determinados servios podem ser entregues a outra pessoa jurdica, para que sejam melhores prestados, atendendo ao princpio da especializao. Isso ocorre para as coisas flurem com mais rapidez e maior eficincia. Ela acaba criando entidades especficas para ficarem responsveis por determinados servios. A lei entrega a titularidade (em determinado mbito de atuao) para a entidade que ficar responsvel. Exemplo: UNIO EDUCAO ENSINO SUPERIOR UFMG.7.3 Descentralizao por colaborao a entrega de parte do servio de titularidade da Administrao Pblica nas mos de uma pessoa jurdica da iniciativa privada j existente, para que ela preste o servio em seu nome. entregue a prestao material dos servios e no a titularidade, diferente de como ocrre na descentralizao por servios. Exemplo: A Constituio deu a titularidade dos servios de saneamento bsico para o Estado. Ele prprio pode prestar o servio, ou pode criar uma pessoa jurdica para prestar (descentralizao por servios - empresa criada por meio de lei e a titularidade do servio entregue para ela), ou pode entregar para uma empresa j existente da iniciativa privada prestar (descentralizao por colaborao no entregue a titularidade do servio, dada apenas a prestao material do servio por meio de concesso, permisso ou ato administrativo de autorizao; h um contrato; se a empresa no cumprir bem, a Administrao Pblica passa para outra empresa ou ela mesma exerce a atividade).7.4 Evoluo histrica das formas de descentralizaoEm um primeiro momento, temos o Estado Liberal, que era um Estado pequeno, enxuto. Com o surgimento do Estado Social, surgem muitas demandas e o Estado, por no ter verbas suficientes, cria a descentralizao por colaborao. O Estado precisava prestar servios pblicos e, por isso, conta com a colaborao da iniciativa privada.Na sequncia percebe-se que as empresas privadas estavam cobrando muito caro para poderem exercer tais servios, tanto da sociedade como do Estado. Assim o Estado decide resolver por conta prpria e cria a descentralizao por servios, o Estado passa a valer-se de estrutura prpria.Posteriormente, o Estado voltou a adotar a descentralizao por colaborao, por no ter meios prprios para exercer os servios devido o aumento da demanda. Mas cria agncias reguladoras para controlarem as entidades de descentralizao por colaborao. Estado passa a cuidar apenas do regulamento, se afasta da execuo. Delegao cada vez maior dos servios para os particulares. A demanda aumenta e o Estado passa a exercer apenas a atividade de controle.Em 2005, so criadas as Parcerias Pblico Privada, sada do Estado para reduzir os preos altos das empresas.8. As diferenas entre pessoas (pblico x privado)A Administrao Pblica Indireta o complexo de pessoas que formado pela descentralizao administrativa.No mbito da Unio, temos o Decreto-Lei n. 200 que trata da Administrao Pblica Indireta. Em seu art. 4 dispe que ela composta por Autarquias, Fundaes Pblicas, Consrcios pblicos. O CC art. 40 trata das Pessoas Jurdicas de direito pblico, e o art. 41 dispe que as Pessoas Jurdicas de direito pblico interno so Autarquias e as Fundaes Pblicas.s Pessoas Jurdicas de direito privado, Empresas Pblicas, Fundaes Privadas, Consrcios Privados, se aplica o Regime de Direito Privado como um todo, ressalvadas as hipteses dispostas pela lei. a derrogao do direito civil pelo direito pblico.Pessoas PrivadasPessoas Pblicas

Origem na vontade do particularOrigem da criao na vontade do Estado

Fins lucrativosFins no lucrativos

Liberdade quanto aos prprios finsAusncia de liberdade em relao aos seus fins, para decidir as suas finalidades.

Liberdade de se extinguirImpossibilidade de se extinguir por sua prpria vontade, se a lei que cria uma pessoa jurdica s ela pode decidir quando ela no vai mais existir.

Sujeio ao controle negativo do Estado. Pode fazer tudo aquilo que a lei no probe.Controle positivo do estado. Ela s pode fazer o que est previsto em lei.

Ausncia de prerrogativasPresena de Prerrogativas e Sujeies

Aula VII 30/089 Autarquia- Conceito: pessoa jurdica de direito pblico objeto de descentralizao da Administrao Pblica, a quem foi destinado determinado servio ou atividade do Estado. No possuem autonomia poltica porque no podem legislar. Possuem autonomia administrativa (quase nunca absoluta; na maioria das autarquias, o dirigente nomeado pelo Presidente da Repblica, portanto, a autonomia administrativa relativa) e financeira em relao Administrao Indireta. Nos casos de reitor, que so eleitos, podemos falar em uma autonomia maior. A expresso autos traz ideia de autonomia e arquia indica comando = comando prprio. - Definio: art. 5, I do Decreto-Lei n. 200: Trata sobre a estrutura da administrao direta e indireta no mbito da Unio. Contudo, a ideia utilizada para os demais entes federados. - Caractersticas9.1. Criao: A autarquia uma pessoa jurdica que criada por lei. Eu no preciso registr-la em Cartrio como qualquer pessoa jurdica, pois quem a cria a lei. Art. 37, XIX, CR/88, dispes que as autarquias so criadas por lei. possvel existir autarquia dentro de autarquia? Sim, desde que as duas sejam criadas por lei.9.2. Controlea) Tutela x Controle: As autarquias se submetem s regras de controle que a Administrao Pblica Direta tambm se submete, ao controle de superviso, e no ao controle hierrquico. No exerce autotuleta, apenas tutela.b) Superviso ministerial: controle por meio da superviso ministerial. O ministrio ao qual a autarquia est vinculada exerce o controle.c) Tribunais de Contas: por serem Pessoa Jurdica Pblica e administrar recursos pblicos, as autarquias tambm sero fiscalizadas pelos Tribunais de Contas, devendo suas Contas serem aprovadas por eles. Contas dos gestores podero ser julgadas regulares ou no. Respondem por improbidade administrativa quando afetam o Errio.d) Mandado de Segurana: Os seus atos administrativos podem ser objeto de Mandado de Segurana. e) Ao Popular: Contra os atos dessas entidades cabe ao popular, que tambm uma ao de controle para que seja revisto os atos administrativos. f) Ao Civil Pblica (art.5, IV, da lei nmero 7.347/85): As autarquias possuem legitimidade ativa para propor Ao Civil Pblica, para proteger direitos difusos e coletivos.9.3 Atos administrativos Os atos praticados pela autarquia possuem presuno de legitimidade at que se prove o contrrio, possuem exigibilidade e executoriedade (no precisam recorrer ao poder judicirio para serem considerados vlidos e exigveis). Atos administrativos possuem prerrogativas especiais que os atos jurdicos em geral no possuem.9.4 Licitaes e ContratosPara contratarem servios ou adquirirem bens elas tem que antes da contratao proceder ao devido processo licitatrio. Os contratos que elas celebram so caracterizados como contratos administrativos, e estes possuem prerrogativas, como, por exemplo, a resciso unilateral. Submetem-se a Lei de Licitaes Lei n. 8.666/93.9.5 Responsabilidade CivilSuperada a fase do Estado irresponsvel, hoje, no Estado brasileiro, a responsabilidade civil est regulada pelo art. 37, 6, (agentes pblicos quando causam danos a terceiros comprometem o Estado e por isso o Estado ser responsabilizado civilmente por esses agentes). As autarquias possuem, portanto, responsabilidade objetiva, independe de dolo ou culpa, basta a comprovao do dano ou nexo de causalidade.9.6 Prescrio de aesO prazo prescricional para a Fazenda Pblica quinquenal 5 anos (abrangendo tambm as autarquias). Tal prazo prescricional foi estendido para as autarquias pelo Decreto n. 4.597/42.9.7 Bens das AutarquiasOs bens das autarquias so considerados para todos os efeitos bens pblicos. O regime jurdico administrativo quer proteger o interesse pblico em torno de algumas atividades desempenhadas. O interesse pblico entra para proteger aquela atividade. O regime jurdico administrativo quer proteger os bens pblicos envolvidos quando h interesse pblico envolvido. O que define a incidncia do regime jurdico pblico no o tipo de pessoa (se de iniciativa privada ou pblica), mas sim o tipo de atividade. Bens das autarquias no podem ser executados, pois isto afeta a sociedade. So impenhorveis, imprescritveis (no podem ser objeto de usucapio), no podem ser objeto de nus real e no podem ser alienados (pois esto protegidos pelo regime jurdico administrativo).Os bens pblicos so de uso comum do povo, de uso especial.Bens dominicais: aqueles que no esto mais ligados a uma atividade administrativa. Esse bem pode ser alienado, porque perdeu a caracterstica de bem voltado para a atividade pblica (bem no afetado). Ex: Faculdade de Direito vai para o Campus da Pampulha; UFMG pode se desfazer do prdio.Art. 100 da CF/88.9.8 Imunidade Tributria- Art. 150, VI, a, combinado com art. 150, pargrafo segundo da CR/88Entre a Unio, Estados, DF e Municpios existe a imunidade tributria, que a determinao Constitucional de que um ente da federao no pode instituir tributos sobre os outros entes. Imunidade: Impossibilidade de instituir tributos pela constituio.Autarquias esto includas, em relao a suas atividades meio e fins, as autarquias no podem ter instituio de tributos. Exemplo: a prefeitura de BH no cobra IPTU sobre o prdio de UFMG.9.9 Procedimentos financeirosNa iniciativa privada h regras especficas para controle das finanas, entrada e sada de capital. Na Administrao Pblica tambm existe esse controle das finanas, essas finanas so baseadas em normas. Temos a legislao prpria que rege a contabilidade pblica no Brasil (Lei nmero 4.320/1964 e Lei complementar 101/2000). Autarquias seguem normas pblicas.9.10 Regime de pessoalAs autarquias tem que fazer concurso pblico. Esto obrigadas, por fora constitucional, a contratarem pessoas via concurso pblico todas as entidades da Administrao Pblica (direita ou indireta), inclusive as autarquias.Regime comum de contratao de trabalho: regime celetista CLT- regime contratual ou trabalhista.Regime de cargos tpicos da Administrao Pblica: Cargo Pblico Efetivo aps 3 anos, o servidor consegue a estabilidade, que uma garantia para o Estado. Ocorre a estabilidade por necessidade de fornecer prerrogativas ao servidor, existe como garantia ao prprio interesse pblico, estabilidade existe para os servidores poderem se opor a eventuais ameaas e ilegalidades. No podem ser ameaadas de perderem o cargo.No texto original da constituio, no art. 39, trazia a previso da aplicao do regime jurdico nico, o que significa que, a mesma opo de contratao que usada em uma entidade deve ser utilizada para todas as outras (unidade de contratao para as trs esferas administrao direta, autrquica e fundacional.), porm alguns cargos pblicos que demandam a estabilidade (cargos que tem em suas mos interesses pblicos procuradores) no podem ser empregados nessa redao.9.11 Foro competente- Art. 109 da CR/88O foro adequado para se propor aes contra as autarquias e para aquelas aes que ela prope contra terceiros transcorrero na Justia federal (para autarquias federais) e para as autarquias estatuais e municipais, vai para a vara da fazenda pblica se tiver. Existem alguns privilgios prazo para contestar em dobro, duplo grau de jurisdio obrigatrio, quando a autarquia vai promover execuo contra terceiros vai ocorrer o regime de execuo fiscal especial.

Aula VIII 04/099.11 Autarquias especiais Nascem com a reforma administrativa feita pela EC 19, que pretendia modernizar a Administrao Pblica, como a privatizao de alguns servios pblicos (delega-se apenas a execuo do servio, mas o Estado continua controlador e detentor do servio).Agncias Reguladoras (surge para controlar)Ex: ANATEL - Agncia Nacional de Telefonia ; ANA Agncia Nacional de gua; ANEEL Agncia Nacional de Energia Eltrica; ANS - Agncia Nacional de Sade.Possuem algumas caractersticas especiais alm das de autarquia comum:- Maior autonomia, pois seus dirigentes possuem investidura fixa, esto em um prazo certo e determinado no papel de dirigente daquela entidade, so nomeados pelo Presidente da Repblica e no podem ser exonerados pelo este;- Podem expedir atos administrativos normativos que criam regras, no estrito dever da lei que delegou esse poder, para as reas tcnicas vinculadas a elas;- Autonomia administrativa e financeira (autonomia mais acentuada que as demais autarquias).Agncias Executivas Surge para executar uma atividade da Administrao Pblica, quando uma determinada autarquia deseja ter uma maior autonomia administrativa e financeira, celebra um Contrato de Gesto com a Administrao Direta para se tornar uma Agncia Executiva. Deve cumprir determinadas metas para que essa autonomia prospere. Possuem um valor maior (o dobro) para a dispensa de licitao (16 mil para compras e 32 mil para obras - art. 24 da Lei 8.666/93).Ex: IMETRO. 10 - Empresas EstataisEmpresa Pblica Capital totalmente pblicoAdotam qualquer forma societriaForo: Justia Federal

Sociedade de Economia Mista Capital pblico e privadoSociedade AnnimaForo: Justia Estadual (competncia residual)

10.1 ConceitoPessoas jurdicas de direito privado que pertencem a Administrao Pblica. Utilizam de verbas pblicas e atendem a interesses pblicos, assim, no podem deixar de atender aos princpios de direito pblico.Empresa Pblica: pessoa jurdica de direito privado criada pelo Estado para prestar servio pblico ou explorar atividade econmica. Ex: INFRAERO (presta servio pblico de aeroporto); CAIXA ECONMICA FEDERAL.Sociedade de Economia Mista: pessoa jurdica de direito privado criada pelo Estado para prestar servio pblico ou explorar atividade econmica. Pode conciliar capital pblico e privado (o que a diferencia da Empresa Pblica), mas a maioria do capital votante tem que estar nas mos da Administrao Pblica (51%). Ex: CEMIG; BANCO DO BRASIL.Decreto Lei 200 (possui dispositivos incorretos a respeito do assunto)10.2 CriaoA criao deve ser feita por meio de autorizao legislativa, a lei autoriza essa criao. Essa autorizao deve ser levada Registro no Cartrio de Pessoas Jurdicas e na Junta Comercial. (diferente da autarquia deve ser criada por lei e no precisa desse registro) 10.3 ObjetivoPrestao de servio pblico ou explorao de atividade econmica. 10.4 DiferenaEm relao ao capital; forma societria e ao foro. (vide tabela comparativa no incio)10.5 Natureza Jurdica das Empresas Pblicas e das Sociedades de Economia MistaQuando prestam servio pblico so consideradas concessionrias/executrias do servio, no possuem a titularidade desse servio (diferentemente das autarquias, que possuem titularidade). 10.6 Regime Jurdico das Empresas Estatais prestadoras de servio pblico

a) Falncia: impossibilidade de falncia dessas empresas (pela Lei n. 11.101 s a lei poderia extinguir essa empresa ou por no competirem com outras empresas do mercado); b) Controle: Autonomia. Superviso Ministerial: devido autonomia administrativa e financeira, no cabe recurso pela Administrao Pblica Direta, apenas controle por Superviso Ministerial.Mandado de Segurana: expedem atos administrativos sujeitos a Mandado de Segurana.Ao Popular: expedem atos administrativos sujeitos a Ao Popular.Tribunais de Contas: devem prestar contas aos respectivos TCs. c) Licitaes e Contratos: precisam realizar procedimento licitatrio para contrataes. Celebram contratos administrativos. Submetidas s regras da Lei n. 8.666/93. Art. 22, XXVII, da CR/88.

Aula IX 06/09d) Atos administrativos: as EP e SEM apesar de serem pessoas jurdicas privadas, expedem atos administrativos, pois prestam servios pblicos.e) Regime Tributrio: as EP e SEM no esto imunes cobrana de tributos, porm as Empresas Pblicas que prestam servio pblico podem estar imunes da carga tributria se no cobrarem tarifa ou preo pblico dos seus usurios. (Art. 150,3 da CR/88). f) Responsabilidade CivilArt. 37, 6 da CR/88: as pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicos respondero pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsvel nos casos de dolo ou culpa. Responsabilidade das pessoas jurdicas de direito privado OBJETIVA quando prestarem servio pblico, independente de dolo ou culpa.g) ServidoresRegime estatutrio Servidor Estatutrio (estabilidade)Regime trabalhista de direito privado Empregado Pblico (submetido ao regime da CLT)Aos servidores das EP e SEM aplicado o regime trabalhista de direito privado (CLT). Empregado Pblico no tem estabilidade. Concurso: Necessidade de Concurso Pblico para contratar Empregado Pblico (Art. 37, II da CR/88).Foro: Justia do Trabalho adequado para o julgamento das causas das EP e SEM quanto aos seus empregados. Teto Remuneratrio: o limite do salrio dos servidores da Administrao Pblica o que ganha os Ministros do STF; porm para as EP e SEM esse teto no aplicado, s aplicado quando essas empresas recebem recursos pblicos para seu custeio (Art. 37, 9 da CR/88). Acumulao de cargos: cada servidor pode ter somente um cargo pblico no Brasil; vedada a acumulao de cargos, exceto quando se tem: um cargo tcnico e um de professor; dois cargos de professor; ou dois cargos da rea da sade devidamente regulamentados. (obs: o vereador pode acumular o cargo poltico com outro cargo, caso haja compatibilidade de horrios). Tambm no permitida a cumulao de emprego pblico em EP ou SEM. (Art. 37, XVII da CR/88).Demisso: por muito tempo o Tribunal Superior do Trabalho entendeu que o Empregado Pblico podia ser demitido sem justa causa, pois estava sob o regime trabalhista do direito privado. Contudo, a falta de motivao objetiva do ato de demisso infringe o caput do art.37 da CR/88, principalmente os princpios da Impessoalidade e da Moralidade. Em maro desse ano, o STF decidiu, atravs do Recurso Extraordinrio 589998/2013, que para ocorrer a demisso de Empregado Pblico preciso devida motivao objetiva e processo administrativo com ampla defesa e contraditrio.h) Bens PblicosOs bens das EP e SEM quando prestadoras de servio pblico, e que estejam voltados para o exerccio desse servio, so considerados pela doutrina dominante como bens pblicos. Portanto, no podem ser penhorados ou objeto de nus real. i) Regime de execuo das aes: segue o regime de direito privado (no tem os benefcios que a Fazenda Pblica tem de prazos duplicados ou quadriplicados). j) Normas de contabilidade: so as de direito privado.

10.7 Regime Jurdico das Empresas Estatais exploradoras de atividade econmicaAs Empresas Estatais exploradoras de atividade econmica so mais prximas da iniciativa privada do que as prestadoras de servio pblico. Concorrem com as empresas privadas e para essa competio ser vivel, no tm que seguir tantas regras como as prestadoras de servio pblico tm. Tambm no podem ter privilgios em relao s empresas privadas. Art. 173 da CR/88. a) Falncia: segundo a Lei de Falncia, essas empresas no podem se submeter ao regime de falncia. Vrios juristas consideram essa norma inconstitucional, pois um privilgio que essas empresas tm em relao s empresas privadas, contrariando o art. 173 da CR/88, que procura igualar essas empresas com as privadas. Outros consideram tal norma essencial, para dar segurana e confiana s instituies pblicas. b) Controle: Controladas como as Empresas Estatais prestadoras de servio pblico.Superviso Ministerial: devido autonomia administrativa e financeira, no cabe recurso pela Administrao Pblica Direta, apenas controle por Superviso Ministerial.Tribunais de Contas: devem prestar contas aos respectivos TCs. Mandado de Segurana (Smula 383 do STJ): Em princpio, no cabvel. Exceto quando exercerem atividades tipicamente pblicas (Contra atos de Edital de Concurso Pblico ou Licitao cabe MS, pois uma atividade tipicamente pblica). c) Licitaes e Contratos: os contratos no so submetidos s regras da Lei n. 8.666/93. Necessidade de editar uma lei para regular as contrataes com normas mais flexveis. No necessitam utilizar de licitao para contratar. d) Atos Jurdicos e No Administrativos: em sua atividade econmica produzem apenas atos jurdicos, no administrativos. S na gesto de uma atividade pblica (concurso pblico; licitao) que produzem atos administrativos.

Aula X 11/09e) Regime Tributrio: no possuem benefcios tributrios; submetem-se a mesma carga tributria das empresas privadas, para guardar lealdade com a iniciativa privada. Art. 150, 3 da CR/88. f) Responsabilidade Civil: a responsabilidade SUBJETIVA, pois no podem ter um nus maior que as empresas privadas concorrentes. g) Pessoal: aos servidores das EP e SEM aplicado o regime trabalhista de direito privado (CLT). Empregado Pblico no tem estabilidade. Regime trabalhista de direito privado Empregado Pblico (submetido ao regime da CLT).Necessidade de contratao por Concurso Pblico.h) Bens: no so considerados bens pblicos; submetem-se a todo processo de execuo como qualquer bem de uma empresa privada, podem ser penhorados, objeto de usucapio, objeto de direitos reais.i) Regime de execuo das aes: segue o regime de direito privado (no tem os benefcios que a Fazenda Pblica tem de prazos duplicados ou quadriplicados). Prescrio Quinquenal.j) Normas Contbeis: normas de contabilidade privada.

10.8 Empresas Subsidirias e ControladasArt. 37, XX da CR/88Art. 24, XXI da Lei n. 8.666/93Forma de organizao empresarial: empresa central (holding) + empresas subsidirias (Pessoa Jurdica subsidiria da empresa central);Possibilidade de empresa central e subsidirias nas Empresas Estatais.Ex: Petrobras (holding) e suas subsidirias. Criadas mediante autorizao legislativa e adotam o formato que essa lei exigir. Empresas subsidirias: adotam o formato de EP ou SEM e se submetem a administrao da empresa central. Empresas controladas: no adotam o formato de EP ou SEM.

11. Fundaes PblicasArt. 62 a 69 do CC/2002: previso das Fundaes de iniciativa privada; Conceito de Fundao Pblica: pessoa jurdica constituda pelo Estado, quando este destina um patrimnio dele para essa pessoa administrar.Natureza Jurdica: a constituio no define a personalidade jurdica da Fundao Pblica. Pode e constituir como pessoa de direito pblico ou privado, dependendo da caracterstica que a lei que a criou lhe der. As constitudas por personalidade jurdica de direito pblico tem natureza de autarquia e segue o regime jurdico delas; e as por personalidade jurdica de direito privado se iguala a empresa pblica prestadoras de servio pblico. Art. 5, IV do Decreto-Lei n 200: define quem so as Fundaes Pblicas, que podem ter personalidade jurdica de direito pblico ou privado. Fundaes so controladas pelo MP (curadorias que controlam as fundaes).

Fundao de Direito PblicoPessoa Jurdica de Direito PblicoCriadas por Lei EspecficaExtintas por Lei EspecficaTitulariam os Servios Pblicos

Fundao de Direito PrivadoPessoa Jurdica Direito PrivadoCriadas por autorizao legal (s sero efetivamente criadas quando levadas a Registro)Extintas por baixa em cartrioNo titulariam os Servios Pblicos (s transferida a execuo do Servio Pblico)11.1 Objeto: prestam atividades de assistncia social, assistncia mdica, educao e ensino, pesquisa.11.2 Prerrogativas: Fundaes Pblicas com personalidade jurdica de direito pblico possuem todas as prerrogativas que as autarquias possuem; Fundaes Pblicas com personalidade jurdica de direito privado possuem quase todas as prerrogativas que as empresas pblicas que prestam servio pblico. 11.3 Imunidade Tributria: Art. 150, 2 da CR/88. Em ambas h imunidade de tributao recproca. 11.4 Patrimnio: Fundaes Pblicas com personalidade jurdica de direito pblico possuem bens pblicos; os bens das Fundaes Pblicas com personalidade jurdica de direito privado s so considerados pblicos quando estes tiverem voltados para a prtica do servio pblico. 11.5 Regime de Pessoal: Fundaes Pblicas com personalidade jurdica de direito pblico se submetem ao regime nico (Servidores Pblicos Estatutrios); Fundaes Pblicas com personalidade jurdica de direito privado se submetem ao regime celetista (Empregados Pblicos).Necessidade de contratao por Concurso Pblico.11.6 Foro: Justia Federal: Fundaes Pblicas com personalidade jurdica de direito pblico; quando forem criadas pela Unio (Vara da Fazenda); Justia Estadual: Fundaes Pblicas com personalidade jurdica de direito privado;11.7 Atos, Contratos e Licitaes: ambas praticam atos administrativos, obrigadas a licitar, a celebrar contratos administrativos e seguir a Lei n. 8.666/93.11.8 Responsabilidade Civil: ambas tem responsabilidade OBJETIVA.11.9 Controle: ambas se submetem ao controle dos TCs, pois gerem patrimnios pblicos. Esto sujeitas a ao Populares e Mandado de Segurana. Obs: Art. 66 do CC/2002: Curadorias do MP fiscalizam as Fundaes Privadas; s que as Fundaes Pblicas, por gerirem patrimnio pblico, quem deve fiscaliz-las tem que ser as Procuradorias que fiscalizam patrimnio pblico.

Aula XI 13/0912. Consrcios Pblicos12.1 ConceitoSe sozinho o municpio no tem condies de prestar alguns servios populao, fazem consrcio com outro municpio para atenderem a necessidade dos cidados. Espcie de parceira pblico-pblico, uma unio que cria uma estrutura regional que atende a todos os pequenos municpios consorciados. (ex: pequenos municpios que no tem dinheiro para comprar caminho para recolher lixo, juntos conseguem comprar e recolher o lixo de todos; pacientes do interior que se tratam na metrpole, pois o pequeno municpio no tem condies de ter mdicos especialistas, porm se houver consrcio entre vrios municpios possvel contratar mdicos para atender aquela regio). Art. 241 da CR/88 foi alterado pela EC 19, e passa e reconhecer a entidade dos consrcios pblicos e convnios de cooperao. Consrcio Pblico de pessoa jurdica de direito pblico se assemelha a Autarquia, j o Consrcio Pblico de pessoa jurdica de direito privado se assemelha a Empresa Pblica Prestadora de Servios Pblicos.Somente Entes Federados podem criar consrcio (no se pode criar consrcio com autarquia, empresa pblica). 12.2 Legislao AplicvelArt. 241 da CR/88 e Lei n. 11.107/2005.12.3 Personalidade JurdicaLei n. 11.107/2005: Os consrcios pblicos sero constitudos como pessoa jurdica que faz parte da Administrao Indireta de cada municpio consorciado. Antes dessa Lei, a unio de entes do mesmo nvel (municpio-municpio; estado-estado) era considerada consrcio e a unio entre entes de nveis diferentes (estado-unio; estado-municpio) era convnio. Com a sano dessa Lei, se criar pessoa jurdica consrcio, se no criar, convnio.12.4 Formao do Consrcio Pblicoa) Celebrao do protocolo de intenesO protocolo assinado pelos chefes do poder executivo de cada ente que pretende participar do consrcio.b) Ratificao do protocolo de intenesEsse protocolo submetido ratificao do Poder Legislativo, que pode ratificar ou no. Ao ratificar tem-se a assinatura do contrato para criao do consrcio. c) Celebrao do contrato de consrcioAo assinar o contrato cria-se o consrcio. A qualquer momento o ente pode se dissociar do contrato, devido autonomia poltica que tem, porm tem que indenizar o prejuzo que causar para liquidar sua sada.d) Celebrao do contrato de rateioContrato de rateio o nico que pode transferir verbas. Cada ente tem que transferir o valor que lhe devido. Esse contrato de rateio, devido a LOA, tem que ser celebrado todo ano. Quem no transferir sua parte ser excludo do consrcio. e) Celebrao do contrato de programaPode transferir servidores, bens ou outros instrumentos necessrios para execuo do consrcio.12.5 ControlePara saber qual Tribunal de Contas julgar o consrcio preciso olhar o gestor do contrato, assim o TC que o gestor est adstrito que julgar as contas da pessoa jurdica. Os outros TCs julgam as transferncias dos entes que lhe cabem. 12.6 AtosAtos administrativos.12.7 Licitaes e ContratosTanto os consrcios pblicos de personalidade jurdica de direito pblico quanto os de direito privado, seguem a lei n. 8.666/93 e celebram contratos administrativos.12.8 Responsabilidade CivilResponsabilidade OBJETIVA para ambos. 12.9 PrescrioAplica-se a prescrio quinquenal em ambos.12.10 BensConsrcios pblicos de personalidade jurdica de direito pblico tm bens pblicos. Nos consrcios pblicos de personalidade jurdica de direito privado, s sero considerados bens pblicos os relacionados execuo do servio pblico, os outros sero considerados privados.12.11 Imunidade TributriaConsrcio Pblico de pessoa jurdica de direito pblico tem imunidade tributria. Consrcio Pblico de pessoa jurdica de direito privado que cobre tarifa e preo pelo servio pblico no tem imunidade tributria recproca, tpica das autarquias. Os que no cobram tem imunidade.12.12 Procedimentos FinanceirosCaput do art. 9 da Lei n. 11.107/2005.12.13 Regime de PessoalSe for Consrcio Pblico de pessoa jurdica de direito privado tem as normas prprias (art. 6, 2, da Lei n. 11.107/2005): contratao por concurso pblico de Empregado Pblico e regido pela CLT . Se for Consrcio Pblico de pessoa jurdica de direito pblico rege-se pelo Regime Jurdico nico. H problema se existir um municpio com regime celetista, porm a maioria tem regime estatutrio. Ex: Nova Lima adota regime celetista e BH regime estatutrio, ento teriam que entrar num acordo para existir apenas um regime para os servidores contratados para aquele consrcio. Na prtica, a maioria dos consrcios de pessoa de direito pblico tem regime estatutrio. Se esse consrcio acaba, o que acontece com esses servidores? Possibilidades: disponibilidade remunerada, incorporado em um dos municpios. 12.14 ForoDireito Pblico: Consorcio publico Federal: justia Federal; Estado e municpio envolvido: Fazenda Pblica. Direito Privado: Justia EstadualForo comum12.15 Execuo FiscalPrazos privilegiados da Fazenda Pblica;No tem prazos privilegiados da Fazenda Pblica.

Aula XII 18/09TRABALHO: Cap. 1, 2, 3, 11, 12, 13 - Parcerias na Administrao Pblica, Di Pietro 6 Edio13. Entidades Paraestatais / Terceiro SetorA Administrao Pblica Indireta composta por pessoas jurdicas de direito pblico (criadas por lei) e de direito privado (as leis autorizam sua criao). Nas duas hipteses so pessoas criadas pela Administrao Pblica, sejam para prestar servios pblicos ou explorar a atividade econmica. Essas pessoas so as Autarquias, as Fundaes de direito pblico ou de direito privado, as Empresas Pblicas, as Sociedades de Economia Mista e os Consrcios Pblicos de direito pblico ou de direito privado. Alm da Administrao Pblica Direta e Indireta, existem outras pessoas que acabam por desempenhar servios que so considerados de utilidade pblica, servios que so de interesse do Estado desempenhar, mas que ele no vem desempenhando totalmente ou esgotando a execuo desse servio por ele prprio ou por entidades criadas por ele. Essas pessoas no so rgos Pblicos e nem Administrao Pblica Indireta, pois no foram criados pelo Estado. So pessoas que esto presentes na iniciativa privada, que existem e fazem parte da iniciativa privada e desempenham determinados servios que so considerados de interesse pblico ou de utilidade pblica. Apesar de no fazerem parte da Administrao Pblica, essas pessoas no esto totalmente submetidas ao mercado, pois as atividades que elas desempenham so atividades de interesse pblico. Essas pessoas recebem vrias denominaes na doutrina, na legislao e na jurisprudncia. Alguns vo cham-las de Entidades Paraestatais e outros de Terceiro Setor. Ambas denominaes esto corretas.Conceito de Entidades Paraestatais: entidades que atuam ao lado do Estado, junto com o Estado, mas que no so parte dele, que no esto dentro da sua estrutura organizacional.Conceito de Terceiro Setor: advm da ideia de que no so entidades do Primeiro Setor da nossa organizao civil. O Primeiro Setor o Estado, quem desempenha as funes de Administrao Pblica. O Segundo Setor o mercado. E o Terceiro Setor so essas entidades que esto no limbo, no meio, entre ser Estado e ser mercado. So entidades criadas e sustentadas pela sociedade civil, mas que exercem funes tipicamente pblicas. O surgimento do Estado Democrtico e Republicano leva-nos ideia de que a sociedade civil organizada precisa participar das decises estatais e cada vez mais o Estado Democrtico precisa estimular a participao dos cidados nas decises pblicas, nas decises tipicamente de Estado. Assim comeam a surgir ideias, no Estado Moderno e Ps-Moderno, de organizaes civis que so organizaes da prpria sociedade, que no so impostas ou criadas pelo Estado, e muitas vezes nem so sustentadas por ele, e que vo exercer atividades que so tipicamente pblicas, de interesse pblico. Exemplo dessas entidades so as Organizaes No Governamentais (ONG), que so entidades fruto da organizao de pessoas que se juntam em prol de uma determinada atividade. As atividades das ONG normalmente esto voltadas para defesa de interesses de classe ou de interesses pblicos. Ex: Entidade Contas Abertas: entidade fruto da organizao civil que exerce a funo de fiscalizar a Administrao Pblica, que uma atividade tipicamente pblica de controle da Administrao Pblica. Atua ao lado dos rgos de controle institudos pela Administrao Pblica, por isso considerada uma Entidade Paraestatal. No foi criada ou imposta pela Administrao Pblica, muito pelo contrrio, muitos governantes gostariam de extingui-la. As Entidades Paraestatais ao mesmo tempo em que no so Estado, no fazem parte do mercado, pois no tm interesse econmico. A ONG, por exemplo, no tem fins lucrativos. A redemocratizao do Brasil fez com que surgissem essas entidades que atuam ao lado do Estado. As causas dessas entidades so de defesa pblica ou at mesmo contra as instituies pblicas. Espcies de Entidades Paraestatais/Terceiro Setor:Servios Sociais Autnomos (Sistema S): muitos autores dizem que os Servios Sociais Autnomos no esto includos como Terceiro Setor, muito os qualificam como Entidades Paraestatais, e acreditam que apenas as OS e OSCIP so Terceiro Setor. O professor utilizou as denominaes Entidade Paraestatal e Terceiro Setor como sinnimas. Alguns autores adotam essa distino, porque a caracterstica base dos Servios Sociais Autnomos serem criados por lei autorizativa, existe uma lei que autoriza sua criao, assemelhando-se com as entidades da Administrao Pblica Indireta nesse aspecto. Entretanto, nos Servios Sociais Autnomos a lei o cria no porque o art. 37, inciso XIX, da Constituio exige, pois esse artigo no inclui os Servios Sociais Autnomos, dispe somente sobre a obrigatoriedade de existir lei autorizativa para criar as entidades da Administrao Pblica Indireta. Sendo assim, se no existisse a lei autorizativa para criar os Servios Sociais Autnomos, no haveria ilegalidade da criao. O problema que essas entidades so criadas e o que as sustenta financeiramente a arrecadao de verbas daqueles que a elas so filiados. E essa filiao tem carter obrigatrio, mediante as chamadas contribuies parafiscais. E por isso muitos chamam essas entidades de Paraestatais. Elas sobrevivem com recursos provenientes de contribuies de natureza jurdica de parafiscais, pois so coercitivas, quem contribui para elas no tem de querer, obrigatrio, ser arrancado do contracheque. E tem que ser criadas por lei exatamente por ser sustentada por contribuies que so coercitivas, uma vez que ningum obrigado a fazer ou deixar de fazer nada se no em virtude de lei. Se essas contribuies fossem voluntrias, no seriam parafiscais. Exemplos de Servios Sociais Autnomos: SESC Servio Social do Comrcio (quem trabalha no comrcio tem que obrigatoriamente contribuir para o SESC; contribuio descontada diretamente no contracheque); SESI Servio Social da Indstria; SENAI Servio Nacional de Aprendizagem Industrial; SENAC Servio Nacional de Aprendizagem Comercial; SEBRAE Servio Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas; SENAR Servio Nacional de Aprendizagem Rural; SENAT Servio Nacional de Aprendizagem de Transporte. Essas entidades realizam diversos programas sociais, como Clubes sustentados pelo SESC, eventos sustentados pelo SENAI, Teatros sustentados pelo SESC ou SENAI.No so Estado. Os recursos que sustentam essas entidades so captados coercitivamente dos trabalhadores de cada categoria indstria, empresas, comrcio. No um tributo para o Estado, mas coercitivo. Da a natureza de parafiscalidade e a necessidade de lei autorizativa para existir essas entidades, uma vez que ningum obrigado a fazer ou deixar de fazer nada se no em virtude de lei. Devido ter contribuio obrigatria, serem recolhidos indistintamente de quem pertence quela determinada categoria, os recursos arrecadados tem uma natureza pblica, por mais que no sejam tributos. Os recursos que essas entidades administram no so verbas pblicas, no so oramento pblico, mas inegvel seu carter pblico. Com isso so submetidas a algumas caractersticas jurdicas: o objeto/servio que, normalmente, essas entidades desempenham est ligado ao social, interao social, educao ou formao tcnica das pessoas que esto vinculadas a essas entidades. Esses recursos, normalmente, so arrecadados pelo INSS e distribudos para essas entidades. No momento em que vai fazer a arrecadao dos tributos necessrios, as empresas recolhem para o INSS e ele repassa para as entidades as verbas respectivas. Em virtude das contribuies parafiscais recebidas, o controle sobre elas ser exercido pelo Ministrio Pblico e Tribunal de Contas, sendo bem prximo ao exercido Administrao Pblica Indireta. Essas entidades expedem Atos Jurdicos, e no Administrativos. Mas mesmo assim devem der controlados pelos rgos de controle, Ministrio Pblico e Tribunal de Contas, em virtude da natureza da atividade que exercem e dos recursos com os quais elas sobrevivem. Aps a lei autorizarem sua criao, produzem um Estatuto que ser levado a registro nos rgos de Registro de Pessoa Jurdica (Cartrio, Junta Comercial). necessrio que haja esse registro, pois elas so pessoas jurdicas de direito privado, no pertencem ao Estado.Entendimento predominante atualmente no TCU, deciso 907 de 1997: essas entidades componentes do Sistema S no se submentem absolutamente as regras da Lei n. 8.666/93; elas tm que produzir um regulamento prprio de licitaes e contratos, com base no art. 119 da referida lei, seguindo os princpios prprios da Administrao Pblica, previsto no caput do art. 37 da Constituio, e todos os outros princpios aplicados s licitaes. Podemos dizer, ento, que essas entidades esto obrigadas a licitar, respeitando seu prprio regulamento.Esto submetidas justia comum, competncia residual da Justia Estadual. No possuem foro privilegiado (Justia Federal).Teto remuneratrio (o mximo que se pode receber na Administrao Pblica Ministro do STF): o entendimento do TCU que essas entidades se submetem a esse teto, pois seriam entidades controladas pelo Poder Pblica como prev o art. 37 da Constituio. Boa parte da doutrina no concorda com esse entendimento, pois no acreditam que essas entidades no so consideradas as entidades controladas pela Administrao Pblica que o art. 37 dispe, pois controladas seriam as empresas que a Administrao Pblica adquire participao delas.Assim os trabalhadores das Entidades Paraestatais no so Servidores Pblicos Lato Sensu, nem Empregados Pblicos. No se submetem a um regime pblico de trabalho. So empregados, celetistas comuns.No h norma que obrigue essas entidades a fazerem Concurso Pblico para contratar funcionrios. recomendvel que elas observem alguma forma de seleo isonmica e objetiva, como abertura de prazo para apresentao de currculos, publicao de um Edital simples, sob pena de burlar o principio da isonomia, j que elas captam recursos de forma parafiscal.Possuem privilgios fiscais: art. 150, VI, c, da CR. Entidades de Apoio so aquelas entidades que atuam ao lado de outras pessoas da Administrao Pblica, ou seja, ao lado de Autarquias, Empresas Pblicas, Sociedade de Economia Mista. Entidades de Apoios so criadas para prestarem apoio entidade que elas atuam paralelamente, utilizando bens e servidores dessa entidade. Muitas vezes essas Entidades de Apoio criadas recebem tambm repasses de verbas por meio de convnio. Fazem parte do Terceiro Setor. Podem ser Associaes de Servidores Pblicos, Fundaes de Direito Privado, criadas no pela Administrao Pblica, mas por algum para prestar apoio s entidades principais. Ex: Fundao criada dentro da UFMG (autarquia), que vai utilizar o prdio da Faculdade e, alm disso, servidores da Faculdade. Crtica da Di Pietro sobre essas Entidades de Apoio, porque elas acabam sendo uma fuga do Regime Jurdico Administrativo que se aplica as entidades principais, pois surgem para fazer quase o mesmo que essas entidades principais fazem, como pessoas jurdicas de direito privado, assim no tem que licitar, no tem que obedecer a inmeras normas de direito pblico que as entidades criadas pelo Estado tm que obedecer. Quando essas fundaes so criadas pelo Estado, seguem vrias normas de direito pblico, ainda que sejam pessoas jurdicas de direito privado (se forem de direito pblico so autarquias fundacionais). Organizaes No Sociais ONGTanto a OS quanto a OSCIP so espcies de ONG, mas se qualificam por algum motivo como OS ou OSCIP para receber recursos pblicos do Estado. As ONG so criadas pela iniciativa privada e j existem com alguma finalidade, e atendendo aos requisitos legais vo ser qualificadas ou como OS ou como OSCIP.No Brasil, a dcada de 90, principalmente na sua segunda metade, de 1995 pra frente, sofreu uma inspirao de transformaes da Administrao Pblica. Transformaes que abrangiam a concesso de servios pblicos para iniciativa privada, e, portanto, o repasse de recursos para a iniciativa privada, para que ela prpria se organizasse e executasse servios que antes s o Estado fazia e ele percebeu que sozinho no dava conta de fazer tudo. Da ele comea a se valer das concesses dos servios pblicos, em que a iniciativa privada passa a executar servios em nome do Estado (ex: concesses de rodovia, de transporte pblico). E passa tambm a fomentar organizaes que surge, como as ONG, que vo executar atividades que antes eram somente de servio pblico. Isso tudo surgiu com a EC 19 de 1998 e a chamada Reforma do Aparelho do Estado. Nesse perodo, existia at um Ministrio de Reforma do Aparelho do Estado para reformar a Administrao Pblica brasileira e produzia as novas figuras jurdicas que iam dentro do estado e ao lado dele realizar servios que eram de interesse pblico. Com isso surgiu tambm as leis que regulam as OS e OSCIP. Com a reforma da Administrao Pblica, percebeu-se a necessidade de que ela no poderia acastelar-se nos seus prprios muros e achar que sozinha daria conta de resolver todos os problemas da coletividade. Chegou-se a concluso, ento, de que a Administrao Pblica precisa se valer daquilo que surge como ideias boas da iniciativa privada e que a sociedade civil tem um poder muito grande de transformao da sociedade, quando de forma consensual resolvem participar de atividades que so principalmente pblicas, e assim, criam ONG para exercer servios que eram tipicamente pblicos, servios que tem um interesse social e/ou pblico. O Estado viu ento a necessidade de fomentar a existncia dessas ONG, incentivando-as financeiramente com ajudas de verbas e bens pblicos, e tambm passando para elas, algumas vezes, servidores pblicos para participar dessas atividades das ONG.Organizaes Sociais OSA OS disciplinada pela Lei n. 9.637/98 (lei criada no perodo de reforma da Administrao Pblica).A caracterstica principal da OS, alm de ser uma pessoa jurdica de direito privado, sem fins lucrativos, ela celebrar com o poder pblico o Contrato de Gesto, previsto na Lei n. 9.637/98. No Contrato de Gesto, a OS se compromete a atingir determinadas metas de gesto, e para atingir essas metas, o poder pblico ir fomentar essa entidade repassando para ela recursos financeiros, bens mveis ou imveis, e at mesmo servidores. Esse o repasse de subvenes por meio do Contrato de Gesto. O art. 3 da Lei n. 9.637/98 define as reas de atuao que a OS poder assumir, que normalmente so ensino, pesquisa cientfica, desenvolvimento tecnolgico, proteo e preservao do meio ambiente, cultura e sade. So reas de atuao que antes eram atividades desempenhadas exclusivamente pelo Estado e que agora ele admite que outras pessoas tambm o faam, e at incentiva isso. Alguns hospitais privados, quando esto passado por dificuldades financeiras, se qualificam como OS para receberem fomento da Administrao Pblica Federal, Estadual ou Municipal, por meio da celebrao de Contrato de Gesto.Essa Lei n. 9.637/98 aplicada aos Contratos de Gesto celebrados com a Unio. Os Estados e Municpios vo regular a matria no seu mbito.Para celebrar o Contrato de Gesto, celebra com o Ministrio respectivo em relao atividade que a entidade desempenha. Ex: se for uma entidade que desempenha servio de educao, ir celebrar o Contrato de Gesto com o Ministrio da Educao.A previso da celebrao desse Contrato de Gesto sem licitao, por meio de Dispensa de Licitao. Para que a ONG se qualifique com a Unio e celebre com ela Contrato de Gesto, o art. 24, XXIV, da Lei n. 8.666/93 prev que a celebrao desse Contrato de Gesto ser por meio de Contratao Direta, por meio de Dispensa de Licitao. A dvida , e se mais de uma quiser celebrar esse Contrato de Gesto, qual ser o critrio de escolha? uma resposta que no temos, mas o Ministrio ter que adotar alguma forma objetiva para selecionar entre uma e outra, nem que seja melhor preo, melhor tcnica, quem tenha determinados documentos que o outro no tenha. A deciso do Ministrio de celebrar ou no o Contrato de Gesto discricionria, ele pode optar por celebrar ou no, como dispe a Lei n. 9.637/98. Isso d margem a inmeros problemas em matria de organizao social, porque quando a organizao social surge o poder pblico adota o argumento de que ele t alando um plano de publicizao das atividades privadas. Ele diz que est pegando entidades privadas e dando a elas um perfil pblico, ou seja, trazendo elas quase que para dentro do Estado. Mas, na verdade, ocorre o caminho inverso, o poder pblico entrega iniciativa privada atividades que so propriamente suas. At ai est tudo bem, porque o poder pblico pode se valer de parcerias com a iniciativa privada para dar andamento a atividades que so tipicamente pblicas. A grande questo o que tem por trs do surgimento dessas determinadas entidades, pois, lamentavelmente, o nosso pas ainda no tem um amadurecimento democrtico suficiente, esse vem sendo amadurecido mais nos ltimos anos, com a busca por uma sociedade civil organizada, transparente, participativa, que cobra atitudes do Estado, que cobra determinada postura de lisura das Contas Pblicas, mas isso tem sido um processo histrico lento. E as leis que vieram criar as OS e OSCIP partiram do pressuposto que nossa sociedade era democrtica e civilmente organizada, capaz de receber recursos pblicos e utiliz-los para as finalidades adequadas. Quando, na verdade, ns temos por trs de muitas dessas entidades, pessoas aproveitadoras e oportunistas, que j sabendo que vo receber verba pblica que poder ser direcionada para subvencionar sade, educao ou alguma rea social, criam a ONG com a finalidade deliberada apenas de celebrar o Contrato de Gesto para receber recursos pblicos. A ideia da OS e OSCIP estava relacionada a entidades que j existiam e que tinham uma atuao pblica de beneficiar a sociedade, assim o poder pblico iria subvencionar depois de alguns anos da existncia dessa entidade, para ajudar a melhorar a atividade prestada por essa entidade e at mesmo para ajudar essa entidade a sobreviver. Mas o que acontece, na realidade, o surgimento de inmeras denncias gravssimas de entidades que so constitudas para apenas se qualificarem em OS ou OSCIP, para receberem verbas pblicas e alguns particulares embolsarem, desviando a finalidade esperada pela lei.Os recursos administrados por essas entidades atualmente comearam a ser moralizados pelo TCU, de que elas tm que fazer licitao para adquirir bens ou contratar servios, mas por muito tempo no fizeram e esses recursos saiam para outras finalidades. Enfim, a utilizao dessas entidades tem que ser repensada, e os requisitos para se qualificar como OS e OSCIP tambm tem que ser repensados, porque o Brasil mostrou que no est preparado para que a sociedade civil receba esses recursos pblicos.20/09 no teve aula

Aula XIV 25/09Organizaes da Sociedade Civil de Interesse Pblico OSCIPONG: se dividem em OS ou OSCIP; ambas devem ser sem fins lucrativos. Difere-se em:- OS: para ser chamada de OS precisa celebrar contrato de gesto.- OSCIP: para ser chamada de OSCIP precisa celebrar contrato de parceria. As OSCIPs praticam atividades prprias da iniciativa privada que a Administrao Pblica deseja fomentar.Lei n. 9.790/99: Regulamenta o Termo de Parceria da OSCIP com a Administrao Direta.Art. 2: no podem ser consideradas OSCIP.Art. 3: tipos de termos que podem ser assinados.Esse termo de parceria assinado entre a OSCIP e o Ministrio da Justia. Deciso de com quem ser celebrado o termo discricionria da Administrao Pblica e no h obrigatoriedade de licitao para essa celebrao.Quanto verba que recebem da Administrao Pblica, para adquirir ou contratar servios, as OSCIP precisam licitar.

Unidade VII: Atos AdministrativosOs Atos Administrativos esto ligados s prerrogativas (benefcios) que a Administrao Pblica tem e as sujeies, requisitos especficos (diferentes da iniciativa privada), que a Administrao Pblica deve observar e atender. 1. Fato Jurdico, Ato Jurdico, Fato Administrativo, Ato Administrativo.Ato Administrativo X Ato JurdicoFato Jurdico: evento que outorga efeito para o Direito. Fato Administrativo: fato jurdico que tem efeito para a Administrao Pblica; ex: morte de um servidor cargo vago.Ato Jurdico: atos que emanam do Estado, no exerccio da sua funo jurisdicional. Ato Administrativo: atos que emanam do Estado, no exerccio da sua funo administrativa. em essncia um ato jurdico, porm qualificado, pois alm de atender aos requisitos do ato jurdico, tambm possui as prerrogativas e sujeies destinadas especialmente Administrao Pblica. Ato da Administrao X Ato Administrativo: diferena objetiva, pois no pode ser subjetiva, pois em ambos a ordem emana da Administrao Pblica. Ato da Administrao: Ato praticado pela Administrao Pblica, mas regido pelo Regime Jurdico de Direito Privado; apenas Ato Jurdico. Ato Administrativo - Ato praticado pela Administrao Pblica e regido pelo Regime Jurdico Administrativo.1.1 Conceito de Ato Administrativo: Declarao do Estado ou de quem lhe faa s vezes, no exerccio de prerrogativas pblicas, manifestada mediante providncias jurdicas complementares da lei a ttulo de lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade por rgo jurisdicional. Celso Antnio Bandeira de Melo2. Requisitos: Perfeio, Validade e Eficciaa) Ato Administrativo Perfeito: 1 requisito que o ato administrativo tem que completar. Aquele que completa toda sua fase de construo, que j passou por todos tramites que tinha que passar e est devidamente produzido. Completou seu ciclo de produo.b) Ato Administrativo Vlido: est de acordo com o ordenamento jurdico e completamente legal.Invlido: no est de acordo com o ordenamento jurdico, possui ilegalidade.O Poder Judicirio ou a prpria Administrao Pblica pode invalidar o ato em que for detectada alguma ilegalidade. c) Ato Administrativo Eficaz: disponibilidade do ato para produzir efeitos; no est pendente de nenhuma resoluo para ser imediatamente eficaz.Ineficaz: ato administrativo que ainda no pode produzir efeitos; ex: um ato que tem condio suspensiva ainda no cumprida. - Ato Perfeito, Invlido e Eficaz: ato ilegal que consegue produzir efeitos, no deveria conseguir, mas consegue. - Ato Perfeito, Vlido e Ineficaz: ato legal, mas que no consegue produzir efeitos. - Ato Perfeito, Invlido e Ineficaz: ato ilegal e que no consegue produzir efeitos. 3. Requisitos ou Elementos do Ato AdministrativoNo basta que o Ato Administrativo seja perfeito, vlido e eficaz, preciso que os efeitos produzidos por ele sejam eficientes. No se pode preocupar apenas com a produo do ato, mas tambm se o ato alcanou o resultado desejado pela Administrao Pblica. Requisitos que o administrador tem que cumprir. Esses requisitos tem a finalidade proteger o cidado dos atos administrativos. Requisitos:- Elementos: Forma / Contedo- Pressupostos: De existncia / De validade / Teleolgico / Lgico / Formalstico

3.1 Elementos do Ato Administrativo (esto dentro do Ato Administrativo)a) Contedo: manifestao estatal, ordem dada pelo ato, certificao que o Estado d (nem todo ato d ordem). b) Forma: escrita; verbais; por meio de gestos, sinais sonoros (ex: apito de guarda de trnsito) ou luminosos (ex: forma: sinal vermelho contedo: ato administrativo que diz pare). Elemento do ato gera a perfeio do ato administrativo; possibilita a produo deste. Por isso FORMA (gera perfeio do ato) diferente de PRESSUPOSTO FORMALSTICO (gera validade do ato).3.2 Pressupostos do Ato Administrativo (esto fora do Ato Administrativo; do-lhe existncia, perfeio, validade, etc.)3.2.1 Pressupostos de Existnciaa) Objeto: aquilo do que ou de quem o ato trata; a respeito de que ou a quem o ato administrativo d uma ordem, uma certificao, uma licena, etc. Ex: ordem de desapropriao do Prdio da Faculdade de Direito da UFMG contedo do ato: desapropriao; objeto do ato: Prdio.b) Pertinncia Funo Administrativa: ato legislativo ou judicial no pode ser considerado ato administrativo; assim o ato administrativo tem que estar ligado funo administrativa. 3.2.2 Pressupostos de Validadea) Sujeito / Competncia: o sujeito que produz o ato tem que ser capaz (capacidade civil) e, principalmente, competente. No basta apenas ser capaz, tem que ser competente, ou seja, reunir os requisitos de competncia para aquele determinado ato.b) Motivo: obriga o administrador pblico a expedir somente atos que tenham motivos pertencentes ao mundo dos fatos. O administrador tem que demonstrar o que aconteceu para que ele tome aquela deciso, tem que justificar aquela deciso. Motivo do Ato x Motivo Legal - Motivo do Ato: Motivo que realmente ocorre no mundo dos fatos. - Motivo Legal: motivo que a lei estabelece. Tem que obrigatoriamente coincidir com o Motivo do Ato, mas na prtica muitas vezes isso no acontece. Muitas vezes o que est disposto na lei (Motivo Legal) no est em conformidade com o Motivo do Ato. - Conceitos Jurdicos Indeterminados: So conceitos jurdicos legais, mas que no possvel estabelecer a priori o que , preciso analisar o caso concreto. Ex: Comportamento Inidneo; Interesse Pblico; Imoralidade; Emergncia.Motivo do Ato X MvelMvel: Vontade do agente de seguir um caminho ou outro; a escolha feita pelo administrador pblico, quando a lei lhe d essa escolher. Essa vontade tem que levar em conta o interesse pblico, e no o interesse prprio do agente. Tem que levar em conta o motivo.Atos Discricionrios X Atos Vinculados- Atos Vinculados: No h qualquer margem de escolha pelo administrador Pblico; Ex: servidor que completa 35 anos de contribuio e 60 anos de idade tem que ser aposentado. - Atos Discricionrios: a lei permite que o administrador decida qual ato prefere tomar; normalmente vem no dispositivo poder; o administrador far uma escolha de acordo com a finalidade legal. o mvel. Motivo e MotivaoMotivo: so os fatos.Motivao: a exposio dos motivos dentro do Ato Administrativo, expe-se o que aconteceu para tomar determinada deciso. Quando necessrio motivar? preciso expor os motivos em todos os atos administrativos? Doutrina antiga: Se o ato administrativo for vinculado no preciso expor os motivos, pois os motivos so definidos expressamente na lei. Quando tiver espao para o mvel, dever ter motivao, ou seja, nos atos discricionrios.Doutrina mais moderna, inclusive Celso Antonio Bandeira de Melo: TODO e QUALQUER ato administrativo tem que ser motivado, deve haver a exposio de motivos. Mesmo no sendo motivado, h casos que o ato sem motivao poder no ser considerado nulo. Quando na data que o ato foi editado, o motivo existia e era contemporneo ao ato; motivao extempornea e motivao justificativa. (ex: o servidor que aposentou, tinha realmente 35 anos de contribuio (motivo existia e era contemporneo ao ato) na edio do ato, apenas no foi juntada a motivao (exposio dos motivos) na edio do ato; deve-se, ento, para o mesmo no ser considerado nulo, fazer uma motivao extempornea posterior e uma motivao justificativa). Quando o ato for ampliativo de direito no h necessidade de motivao. Teoria dos motivos determinantes: diz que o motivo existente no plano dos atos a razo de ser do ato administrativo; e o ato tem que estar em conformidade com os motivos, sob pena de sua invalidade.Requisitos procedimentais: atos anteriores edio do ato administrativo, que devem ter sido processados antes da edio do ato administrativo. Ex: Concurso Pblico requisito procedimental para nomeao em cargo pblico; a licitao requisito procedimental antes do ato de contratao de um servio. Aula XV 27/09MOTIVO CONTEDO: o liame de ligao entre motivo e contedo a CAUSA.3.2.3 Pressuposto Teleolgico ou da FinalidadePara o ato no ser considerado nulo, ter que atender a finalidade exata para que o ato foi criado.Desvio de poder ou desvio de finalidade: quando o ato administrativo no busca a finalidade que foi criada, usado para atender outros interesses, s vezes at interesse pessoal, considerado caso de desvio de poder. Esse desvio normalmente tem m-f, o administrador pratica com o mesmo com inteno de prejudicar algum. Mas para caracterizar desvio de poder no necessrio que se tenha o elemento subjetivo (dolo ou m-f).3.2.4 Causa (Pressuposto Lgico)A ligao lgica entre o motivo e o contedo d