Upload
rubens-vaz-pinto
View
65
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 1
BENS PBLICOS .......................................................................................................................... 4
1) Conceito: ........................................................................................................................... 4
2) Classificao: ..................................................................................................................... 5
3) Regime Jurdico dos Bens Pblicos:................................................................................... 7
4) Formas de Aquisio de Bens Pblicos: .......................................................................... 11
5) Formas de Uso de Bens Pblicos: .................................................................................... 12
6)Finalidade Natural do Bem ................................................................................................. 14
7)Autorizao de Uso de Bem Pblico .................................................................................... 16
8)Permisso de Uso de Bem Pblico ....................................................................................... 16
9)Concesso de Uso de Bem Pblico ...................................................................................... 17
10)Bens Pertencentes Unio ................................................................................................ 19
INTERVENO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA ....................................................... 26
1)Limitao Administrativa ..................................................................................................... 29
2)Servido administrativa ....................................................................................................... 30
3)Requisio ............................................................................................................................ 33
4)Ocupao Temporria .......................................................................................................... 34
5)Tombamento........................................................................................................................ 35
6)Desapropriao .................................................................................................................... 42
6.1. Competncia ........................................................................................................... 42
6.2. Desapropriao Cinco Elementos:........................................................................ 44
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 2
6.3. Modalidades ............................................................................................................ 46
7)Procedimento Administrativo .......................................................................................... 61
7.1. Fase Declaratria ................................................................................................. 61
7.2. Fase Executiva ..................................................................................................... 63
Direito de Extenso................................................................................................................... 70
Tresdestinao .......................................................................................................................... 71
Retrocesso .............................................................................................................................. 71
CONTROLE DA ADMINISTRAO............................................................................................. 73
PROCESSO ADMINISTRATIVO .................................................................................................. 94
RESPONSABILIDADE CIVIL ...................................................................................................... 115
LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (8.429/92) ............................................................ 122
1. Conceito de Probidade .................................................................................................. 122
2. Conceito de Improbidade .............................................................................................. 122
3. Fundamento da Improbidade ....................................................................................... 124
4. Importncia da Lei de Improbidade .............................................................................. 127
5. Natureza Jurdica do iIcito de Improbidade ................................................................. 129
6. Sujeito ativo e passivo ................................................................................................... 133
7. Ato de improbidade ...................................................................................................... 139
8. Sanes aplicveis (art. 12) ........................................................................................... 142
9. Ao de improbidade administrativa ............................................................................ 148
REGIME JURDICO DOS SERVIDORES DA UNIO - LEI n 8.112/90 ..................................... 151
1) Introduo ..................................................................................................................... 151
2) Conceitos de Servidor e Cargo: ..................................................................................... 156
3) Cargo Pblico ................................................................................................................. 158
4) Formas de Provimento e de Vacncia Dos Cargos Pblicos:......................................... 178
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 3
5)Regime Disciplinar dos Servidores: .................................................................................... 201
CONVNIOS E CONSRCIOS .................................................................................................. 217
1) Introduo: .................................................................................................................... 217
2) Convnios: ..................................................................................................................... 219
3) Consrcios Pblicos (Lei 11.107/05): ............................................................................ 227
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 4
Como tudo em direito administrativo, no h um conceito
unnime.
aquele que pertence pessoa jurdica de
direito pblico ou est afetado prestao de servio pblico
(so pessoas jurdicas de direito pblico os entes da administrao
direta, as autarquias, as fundaes pblicas, as agncias reguladoras,
agncias executivas, consrcios pblicos com personalidade jurdica de
direito pblico). Afetao tem o significado de destinao.
alguns autores dizem que
somente podem ser feito por meio de lei, enquanto outros autores
entendem que podem ser feitos por lei ou ato administrativo autorizado
em lei. H ainda quem entenda que possa ser feita por lei, ato
administrativo autorizado por lei ou fato administrativo.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 5
segue o mesmo
entendimento da afetao ou consagrao.
poder poltico conferido ao Estado,
permitindo o de forma geral, submeter sua vontade todos os bens
localizados em seu territrio. como se fosse uma disponibilidade
potencial.
: refere-se a bens que o Estado j
tem o bem j est dentro do patrimnio;
esto no artigo 20 da CRFB/88, sendo esse
rol exemplificativo.
esto no artigo 26 da CRFB/88, sendo
tambm esse rol exemplificativo.
1 Esse critrio no muito utilizado em Direito Administrativo, sendo mais utilizado em Direito Constitucional.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 6
os bens municipais devem ser
visualizados, em regra, por via de excluso, uma vez que a
Constituio no trouxe a lista de bens municipais;
bens de uso indiscriminado por qualquer pessoa do
povo. Tais bens no admitem exclusividade e privilgios no
seu uso, no entanto, o poder pblico pode regulamentar o uso.
Ex.: praas, rios, mares. O uso gratuito a regra, mas seria
possvel cobrar? Sim, o uso pode ser gratuito ou oneroso
(exemplo de uso oneroso seria a questo da zona azul; cobrana
de pedgios nas rodovias). Note-se que o jardim do cemitrio
bem de uso comum do povo;
so utilizados como estabelecimento dos entes
pblicos ou esto afetados prestao de um servio
pblico. As terras ocupadas pelos ndios so consideradas bens de
uso especial (preservao da cultura indgena). Os cemitrios, em
si, referem-se s covas, e so bens de uso especial;
so os desafetados, ou seja, s so
2 Para a esmagadora maioria da doutrina, bens dominicais e bens dominiais so sinnimos. Jos Cretella diferencia
os dois, uma vez que bens dominiais so sinnimos de bem pblico, e bem dominical uma espcie de bem
dominial.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 7
bens pblicos porque pertencem ao patrimnio pblico, no tendo
destinao.
Identificando determinado bem como pblico ou no,
identificamos o regime jurdico de cada bem (regime jurdico o
conjunto de normas e princpios que regem determinado instituto ou
ramo do Direito). O regime jurdico dos bens pblicos se caracteriza
pela imprescritibilidade, impenhorabilidade, inalienabilidade e
no-onerabilidade3;
a imprescritibilidade absoluta,
significando que bens pblicos no podem ser usucapidos (usucapio
forma de prescrio aquisitiva). Os bens pblicos no podem ser usucapidos,
mas o Poder Pblico pode usucapir. A Smula 340 do STF diz que
desde a vigncia do cdigo civil os bens dominicais, como os demais
bens pblicos, no podem ser adquiridos por usucapio. Portanto,
nenhuma das trs espcies de bens pblicos (de uso comum/de uso
especial/dominicais) podem ser usucapidas. O Estatuto da Terra traz uma
espcie de legitimao de posse pelo carter social, quando cumprido os
3 Essa caracterstica um pouco controvertida na doutrina.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 8
requisitos: rea mxima de 100 hectares + moradia permanente no imvel
+ cultivo da terra + no ser proprietrio de outro imvel rural;
os bens pblicos no podem ser
objeto de penhora. O poder pblico paga seus dbitos oriundos de
decises judiciais atravs do regime de precatrios (art. 100 da
CRFB/884). Segunda a doutrina, a impenhorabilidade absoluta.
Deve-se ressaltar que, alm do sistema de precatrios, h outra forma
de pagamento: No art. 100, 3, fala-se da possibilidade de se pagar
de forma diferente os dbitos de pequeno valor. Deve haver Lei
regulamentando esses dbitos de pequeno valor. Na esfera federal, os
pagamentos de valores menores so feitos pelo que chamamos de RPV
(Requisio de Pequeno Valor), sendo o teto de 60 salrios
mnimos (que na verdade, muito semelhante ao precatrio, porm,
costuma andar um pouco mais rpido). O art. 78 da ADCT trouxe a
possibilidade de parcelamento de precatrio em at 10 anos, os
precatrios pendentes at a data EC 30/2.000. De acordo com a
Constituio, pagamento de precatrio fora da ordem pode gerar
sequestro (art. 100, 2). O no pagamento do precatrio pode levar
interveno (art. 34, VI, e art. 35, I). A no incluso de verbas
necessrias ao pagamento de precatrios no leva a nada (STF,
Reclamao 1.842, Relator Ministro Maurcio Corra). A SMULA 733
DO STF no cabe recurso extraordinrio contra a deciso
4 O artigo 100, com sua redao, d de entender que os crditos de natureza alimentcia no se sujeitam ao
sistema de precatrios, mas tal entendimento no prospera. A redao do artigo buscou evidenciar que os
crditos alimentcios so pagos pelos precatrios, mas sujeitam-se outra ordem, no ordem dos crditos
comuns. Nesse sentido: smula 655 do STF e smula 144 do STJ.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 9
proferida no processamento de precatrios, pois esta deciso tem
natureza administrativa, e no jurisdicional. O STF decidiu que no se
cobra juros de mora entre a data da expedio e o pagamento do
precatrio (AI. 492.779) quando este pagamento efetuado dentro do
prazo dado na prpria Constituio;
a inalienabilidade relativa, ou seja,
condicionada. Em regra, bem pblico no pode ser alienado, mas
em algumas situaes isso pode acontecer. H uma previso
constitucional em que se trata de inalienabilidade absoluta (art. 225,
5) segundo a doutrina. O restante, trata-se de inalienabilidade
relativa.
Para se alienar bem pblico, devem ser cumpridos alguns
requisitos:
somente os bens especiais e os de uso comum
podem ser desafetados, mas os bens dominicais no esto sujeitos
desafetao, uma vez que estes j encontram se
desafetados;
deve-se saber se sero tratados de bens
mveis ou imveis:
deve haver presena de interesse
pblico devidamente justificado + avaliao prvia +
autorizao legislativa caso o imvel pertena a algum
da administrao direta ou pertena autarquia ou ainda
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 10
fundao pblica + se bem da Unio, precisa de
autorizao do Presidente da Repblica (art. 23 da lei
9.636/98) + licitao (modalidade concorrncia5);
deve haver presena de interesse
pblico devidamente justificado + avaliao prvia +
licitao (a lei no diz qual modalidade, devendo ser
observadas as regras de licitao);
alguns autores entendem que essa
caracterstica no tem razo de existir, uma vez que ela na verdade
consequncia da impenhorabilidade. Bem pblico no pode ser objeto
de penhor, hipoteca, anticrese. As excees esto previstas no artigo
167, IV (prestao de garantias s operaes de crdito por
antecipao de receita) e artigo 167, 4 ( permitida a vinculao de
receitas prprias dos impostos para prestao de garantia ou contra
garantia Unio);
5 Alguns imveis podem ir a leilo (os imveis oriundos de procedimento judicial ou dao em pagamento).
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 11
Os contratos, em regra, so formas de aquisio de bens
pblicos. Mesmo que os contratos em regra se sujeitem a direito
privado, em algumas peculiaridades seguem as regras de direito pblico
(licitao, prvia dotao oramentria, etc.);
Bens pblicos ainda podem ser adquiridos por usucapio;
Tambm podem ser adquiridos por desapropriao;
Acesso tambm forma de aquisio;
A aquisio pode ser atravs de aquisio causa mortis6;
Tambm possvel a aquisio atravs da arrematao;
Ainda pode-se adquirir pela adjudicao;
Consegue-se adquirir bens pblicos atravs de loteamentos (lei 6.766/79);
A perda de bens pode gerar a aquisio de bens pblicos (ex.: art. 91, II do CP; art. 18 da lei 8.429/92);
Adquire-se bem pblico tambm pela reverso (art. 35, 1 da lei 8.987/95);
6 Quando a pessoa morre e no deixa herdeiros, os bens vo para o Municpio, porm, nada impede que o de cujus
deixe em testamento os bens para o Estado ou para a Unio.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 12
Confisco tambm gera aquisio de bens pblicos (art. 243 da CRFB/88);
O uso pode ser:
uso em acordo com a destinao principal do bem.
uso em desacordo com a destinao principal do
bem, mas no trata-se de uso incompatvel, no havendo prejuzo
ao uso normal (ex.: fechamento de rua para festa);
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 13
O uso ainda pode ser:
pessoa determinada que vai
usar esse bem (ex.: Box em mercado). Para que se faa o uso de
forma privativa, de forma especial, necessrio um ttulo jurdico
(autorizao para uso de bem pblico, permisso para uso de bem
pblico, concesso de uso de bem pblico, concesso de direito real
de uso de bem pblico, concesso de uso especial para fins de
moradia, cesso de uso7);
todos podem usar o bem, no se tratando de algum
em especial;
Ato administrativo; Ato administrativo; Contrato
administrativo;
Precria; Precria; No precria;
Interesse
particular;
Interesse particular
+ coletivo;
No importa se o
interesse
particular ou no;
7 Esta est mais para a colaborao (ex.: Tribunal concede uma sala para uso da procuradoria).
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 14
No h necessidade
de se fazer
licitao;
Licitao ser feita
sempre que
possvel;
Deve ser feita
licitao8;
Pode ser por tempo
determinado
(autorizao
qualificada9) ou por
temo
indeterminado;
Pode ser por prazo
determinado
(permisso
condicionada10) ou
indeterminado
contrato,
devendo, portanto
ser por prazo
determinado;
Gratuita ou
onerosa;
Gratuita ou
onerosa;
Gratuita ou
onerosa;
Quando o bem utilizado de forma normal, no se precisa do
consentimento ou autorizao do Estado.
Se fugirmos do padro normal, precisaremos de
consentimento.
8 Ex.: Restaurante em aeroporto, lanchonete em rodoviria, etc.
9 No caso de autorizao por tempo determinado, o particular tem certa estabilidade, sendo a precariedade um
pouco atenuada.
10 O mesmo se aplica em relao autorizao por tempo determinado.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 15
Utilizao diferenciada. Ex.: festa no meio da rua. Este pedao
da rua no est para uso da generalidade.
Generalidade: Utilizao comum do bem.
. O bem est disposio da Uso da coletividade/sociedadecoletividade/sociedade para utilizao gratuita.
. Utilizao gratuita
, qualquer condio especial.. Inexiste gravame
REMUNERADA
S vai usar quem tiver capacidade financeira para pagar a conta.
Ex.: Teatro; Estacionamento Estar, Pedgio.
PRIVATIVA
Utilizada pelo sujeito como se fosse um bem particular e
restringe-se a utilizao geral.
Trs so as formas mais comuns
Autorizao de Uso
Permisso de Uso
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 16
Concesso de Uso
Utilizada para eventos ocasionais e temporrios, que no se repetem
todos os dias, continuamente. Ex.: micareta, fechamento de rua para uma
festa.
Ato Unilateral
A Administrao concede sozinha, de forma unilateral.
Ato Discricionrio. concedido de acordo com a convenincia e oportunidade do interesse pblico.
O Estado pode desfazer, retomar, sem obrigatoriedade de indenizar.
Realiza-se no interesse privado, no interesse do particular. No pode prejudicar o interesse pblico.
Concedida no interesse pblico e no interesse privado.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 17
Utilizada para situaes que se repetem a cada dia, mas que
podem ser desconstitudas com facilidade.
Ex.: banca de revista na calada.
uma situao mais permanente, que pode ser desfeita com
mais facilidade, sem muito drama, sem desconforto.
Feita por meio de Ato Unilateral, discricionrio e precrio.
Permisso de servio CONTRATO.
Situaes mais definitivas, permanentes.
Feita no interesse pblico.
No tem interesse privado na jogada.
Constituda por meio de contrato administrativo. Mais segurana para o particular; para desfazer, tem que indenizar.
Situaes mais definitivas, com mais investimento. Ningum vai colocar seu investimento em ato precrio.
Se for contrato administrativo, tem licitao, prazo determinado, retomada antes do prazo gera indenizao.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 18
Contrato Administrativo:
Licitao
Prazo determinado
Resciso antecipada: indenizao
Ex.: restaurante em repartio, hospital pblico, universidade
pblica, barraca de praia (maioria dos casos).
No h um rigor em ser concesso. O administrador escolhe se
ser Concesso ou Permisso.
Dentro dessa utilizao especial privativa, tambm possvel
utilizar institutos de direito privado, como locao, arrendamento.
Vem sendo muito utilizada no Brasil a partir das concesses.
Acontece no caso em que tanto o particular quanto o Estado
utilizam o bem ao mesmo tempo.
Ex.: telefone pblico. Pertence a uma concessionria, empresa
privada, e tambm ao Estado.
Ex.: placas nas casas com nomes das ruas.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 19
Esto arrolados no art. 20 da CF, em rol exemplificativo:
Art. 20. So bens da Unio:
I os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser
atribudos;
II as terras devolutas indispensveis defesa das
fronteiras, das fortificaes e construes militares, das vias
federais de comunicao e preservao ambiental, definidas
em lei;
Expresso que surgiu no Brasil a partir do fim do regime das Capitanias
Hereditrias.
Significa terra sem dono, o que sobrou, ficou sem dono aps os
particulares terem se apropriado das terras que sobraram com o fim das
Capitanias.
No so discriminadas, demarcadas, no tem registro,
discriminao.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 20
Normalmente, as terras devolutas pertencem aos Estados (art. 26). S
sero da Unio nas hipteses especficas do artigo 20.
III os lagos, rios e quaisquer correntes de gua em
terrenos de seu domnio, ou que banhem + de 1 Estado*, sirvam
de limites com outros pases, ou se estendam a territrio
estrangeiro ou dele provenham**, bem como os terrenos
marginais e as praias fluviais;
A ideia evitar conflitos entre os Estados.
Segurana nacional.
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limtrofes com
outros pases; as praias martimas; as ilhas ocenicas e as
costeiras, excludas, destas, as que contenham a sede de
Municpios, exceto aquelas reas afetadas ao servio pblico e a
unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II.
Art. 26. Incluem se entre os bens dos Estados:
II as reas, nas ilhas ocenicas e costeiras, que
estiverem no seu domnio, excludas aquelas sob domnio da
Unio, Municpios ou terceiros;
V os recursos naturais da plataforma continental e da
zona econmica exclusiva;
VI o mar territorial;
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 21
VII os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII os potenciais de energia hidrulica;
IX os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X as cavidades naturais subterrneas e os stios
arqueolgicos e pr histricos;
XI as terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios.
1 assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municpios, bem como a rgos da
administrao direta da Unio, participao no resultado da
explorao de petrleo ou gs natural, de recursos hdricos para
fins de gerao de energia eltrica e de outros recursos minerais
no respectivo territrio, plataforma continental, mar territorial
ou zona econmica exclusiva, ou compensao financeira por
essa explorao.
2 A faixa de at 150 quilmetros de largura, ao longo
das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira,
considerada fundamental para defesa do territrio nacional, e
sua ocupao e utilizao sero reguladas em lei.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 22
NO. No da Unio!
A Unio apenas disciplina sua utilizao e
ocupao. Pode ser requisitada.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 23
Linha do Mar territorial 12 milhas do continente Bem da Unio
(tudo ali dela). Faixa da unio, o Estado exerce seu domnio, controle,
passagem.
Conforme vai entrando em alto mar, este poder vai sendo
reduzido.
at 24 milhas do continente. O Brasil j no tem mais o domnio geral, mas exerce o Poder de Polcia. No manda,
no tem o domnio como tinha no mar territorial. Ex: controla a
passagem de navios estrangeiros, a explorao.
sai do mar territorial e vai 200 milhas em direo a alto mar.
terra de ningum, res nullius. O Brasil no exerce qualquer poder.
Pertencem Unio os recursos naturais.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 24
Nas primeiras 12 milhas (Zona contgua), exerce o Poder de
Polcia.
Aps as 12 primeiras milhas, no exerce mais Poder de Polcia.
O que est embaixo dgua chamado de
, que tambm tem os recursos naturais da Unio.
No continente, h o , propriedade da
Unio. Demarcado no sculo anterior, mais ou menos em 1.850.
Corresponde a 33 metros a contar da pr-amar mdia a contar do
continente. Pr-amar mdia a mdia da mar alta.
Como a demarcao da faixa de marinha muito antiga, o
particular a utiliza por meio do instituto da enfiteuse.
Para uma melhor visualizao desses conceitos, veja as
ilustraes abaixo:
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 25
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 26
DESAPROPRIAO O ASSUNTO QUE MAIS CAI!!
Vamos estudar a parte de direito material. A parte de direito
processual estudada em Processo Civil.
Apenas excepcionalmente, o Estado intervir no direito de
propriedade
A interveno sempre tratada como uma interveno. Ento, no
pode acontecer sempre, tem que ser bem fundamentada, bem justificada.
Isso porque o direito de propriedade garantido no art. 5, XXII e
XXIII, da CF:
XXII - garantido o direito de propriedade;
XXIII - A propriedade atender a sua funo social;
Propriedade o direito de usar, gozar, usufruir, dispor e
reaver o bem com quer que ele esteja.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 27
Exercido no carter absoluto, exclusivo, perptuo.
liberdade que o proprietrio exerce
sobre o seu bem. Na minha propriedade, fao o que quiser.
o proprietrio usa s, sozinho.
ela minha enquanto eu quiser,
enquanto esta for minha vontade.
normalmente, essas trs caractersticas esto presentes concomitantemente.
A interveno na propriedade uma interveno em um desses
direitos.
O Estado intervm nessas caractersticas, mas no vai tomar a
propriedade do particular. No vai retirar o direito. Cada interveno
atinge determinado(s) carter da propriedade.
restringem o direito, mas no toma o direito. O proprietrio continua dono. Sofre a
interveno, mas no perde o direito de propriedade.
A nica hiptese em que o dono deixa de ser dono a
DESAPROPRIAO (modalidade supressiva).
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 28
Poder de Polcia o limitar, restringir, frenar a atuao do
particular a bem do interesse pblico.
O fundamento da interveno na propriedade privada o poder
de polcia.
Poder de polcia fundamento de limitao. Poder de Polcia
fundamento para todas as modalidades de interveno.
SUPREMACIA DO INTERESSE PBLICO
Pensou em interveno, pensa em supremacia.
PRTICA DE ILEGALIDADE
Ex.: plantar Psicotrpicos proibidos na sua propriedade; explorar
trabalho escravo..
Quando uso cada uma, verifico qual o carter que est sendo atingido,
e se h dever de indenizar.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 29
Quando o poder pblico limita, restringe o direito de construir.
Ex.: edifcios beira mar, possvel construir at 6 andares.
Atuao em carter geral.
A regra abstrata.
Normas de carter geral e abstrato.
Normas gerais - proprietrios indeterminados.
Atinge o carter absoluto, restringe a liberdade..
O fundamento o exerccio do poder de polcia.
No. Normalmente, quando produz efeitos prospectivos!
Como regra, no gera dever de indenizar. Regra que produz
efeitos para o futuro.
Se constitui obrigao para construes que j existe, pode at
gerar dever de indenizar.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 30
Existe limitao civil e limitao administrativa. So
diferentes.
Basicamente, a diferena o interesse protegido.
CIVIL: relao privada como base.
LIMITAO ADMINISTRATIVA tem por base o interesse pblico.
Constitui direito real sobre coisa alheia.
Se o ente que constituiu a servido adquirir o bem, causa de
extino do instituto, da servido.
Depende de transcrio no registro do imvel. Tem que
averbar na escritura do imvel a existncia da servido. Para formalizar,
normalmente, com o registro.
Pode ser constituda por lei.
Pode ser constituda pelo registro. Decorre de um acordo e vamos
proceder ao registro. O acordo depende do registro.
Pode ser constituda por deciso judicial. Deve haver o registro.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 31
O direito real depende de registro, porque o objetivo proteger
terceiros de boa f e dar publicidade.
No, porque o entendimento que uma lei d muito mais
publicidade do que o registro.
perptuo. Vai existir enquanto essa for a vontade do Estado,
enquanto este for o interesse pblico. Presente este, a servido deve ser
mantida..
Constituda com objetivo de prestar servios pblicos ou utilidade
pblica, como energia eltrica, saneamento bsico.
Atinge o carter exclusivo da propriedade. Depende de
autorizao legislativa especfica.
Se causar prejuzo, sim! Se no causar prejuzo, no gera dever de
indenizar.
A simples servido, se no causar dano, no h dever de indenizar.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 32
Se houver dano efetivo, h dever de indenizar.
restritiva da propriedade. O dono continua dono,
vamos utilizar junto com ele. Vamos atingir o carter exclusivo.
muito comum na prtica. O
Estado simula uma interveno restritiva, uma servido, para no arcar com
a desapropriao. Mas limita todo o carter da propriedade. Ex.: torres
de alta tenso.
Tanto a servido civil quanto a administrativa so constitudas
com uma relao de dominao.
No Direito Civil: relao de dominao de um bem (bem
dominante) sobre outro (bem serviente).
Na servido Administrativa: relao de dominao entre um
servio/utilidade pblica (dominante) sobre o bem (serviente).
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 33
FUNDAMENTO: iminente perigo!
Este assunto vai cair, diante dos ltimos fatos.
Pode acontecer em tempo de guerra ou tempo de paz.
Atinge o carter exclusivo da propriedade. Algum vai utilizar junto
com voc.
Indenizao apenas se houver dano. Indenizao ulterior. Primeiro
usa, depois devolve, depois indeniza..
Depende:
Bens infungveis: desapropriao!
Se os bens forem mveis e fungveis, ser mesmo de
requisio. Se eu puder devolver outro, na mesma qualidade e
quantidade, requisio.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 34
Pode acontecer em duas hipteses diferentes.
4.1.1.Imvel vizinho obra pblica para guardar os materiais da
obra
Complementa a desapropriao, ajuda na construo de obra
pblica.
Esta hiptese depende de o imvel no estar edificado.
Decreto lei 3365/41 norma geral sobre desapropriao.
Art. 36 hiptese expressa.
Esta a hiptese que mais cai em concurso.
4.1.2.Pesquisa: Minrio & Arqueolgica Visa Evitar
desapropriao desnecessria
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 35
Hoje, primeiro pesquisamos, via ocupao temporria, faz se
a pesquisa de minrios ou parques arqueolgicos, por ocupao temporria,
e somente ento se passa desapropriao.
Temporria/Transitria
Carter exclusivo - atinge o carter exclusivo da propriedade
Indenizao se houver dano
Previsto no Decreto-lei 25/1937.
Para a primeira fase, basta ler o Decreto-lei 25/1937.
Restrio ao direito de propriedade: interveno restritiva.
Restrio parcial.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 36
Conservar a identidade histrica de determinado povo
O mais comum conservar patrimnio histrico.
Patrimnio histrico
Cultural
Artstico
Paisagstico
5.3.1.Limitao perptua ao direito de propriedade
5.3.2.Atinge o carter absoluto da propriedade
Obrigao de conservar a fachada do imvel.
Voc continua dono, mas sofre uma restrio que atinge sua
liberdade. No tem mais liberdade completa sobre seu bem.
5.3.3.Forma restritiva de interveno
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 37
5.3.4.Restrio Parcial
Comum o Poder Pblico tombar a casa e restringir totalmente a
propriedade, simula o tombamento. Se impede que voc exera o direito de
propriedade, isso no tombamento. Quando retira o direito e no
simplesmente restringe, a modalidade que retira o direito desapropriao.
Se no toma os procedimentos da desapropriao, trata se de uma
desapropriao indireta.
5.3.5.Registro no Livro no Tombo
1 Ocorre o procedimento de tombamento.
2 Registra-se no Livro do Tombo.
3 Averba-se na escritura do imvel.
5.4.1.Regra: no h dever de indenizar.
Admite se quando o Poder Pblico instituir obrigao de fazer, de
conservar o bem. uma compensao pela obrigao de fazer.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 38
Quem pode fazer Tombamento?
Competncia comum.
A competncia material cabe a todos os Entes da Federao,
competncia comum. Art. 23, III dever de preservao, de proteo:
Art. 23. competncia comum da Unio, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municpios:
III proteger os documentos, as obras e outros bens de
valor histrico, artstico e cultural, os monumentos, as paisagens
naturais notveis e os stios arqueolgicos;
Competncia concorrente.
CF 24, VII.
Art. 24. Compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre:
VII proteo ao patrimnio histrico, cultural, artstico,
turstico e paisagstico;
A Unio legisla sobre normas gerais.
Estados complementam a normatizao feita pela Unio.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 39
5.6.1.Preservao
5.6.2.Prvia autorizao para qualquer medida no bem tombado
Qualquer providncia: reformar, conservar, pintar etc.
Muitas vezes, o proprietrio precisa fazer uma reforma e deve
solicitar ao Ente que Tombou, mas demora muito para autorizar. Lembre
que Voc est no Brasil!
Se voc toma providncias sem autorizao prvia, voc pratica
um dano ao patrimnio. Acredita!? Danificar uma obrigao negativa: no
danificar o patrimnio.
Se o proprietrio no tem grana para bancar a obra, no em
condies financeiras de realizar a conservao, tem a obrigao de
comunicar o ente que tombou para que o Ente tome as providncias.
A falta de dinheiro no desobriga da informao.
O Ente paga a conta, mas voc tem que comunic-lo.
Dano em coisa de valor artstico, arqueolgico ou histrico.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 40
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada
pela autoridade competente em virtude de valor artstico,
arqueolgico ou histrico:
Pena deteno, de 6 meses a 2 anos, e . multa ($$$)
Quando o tombamento ocorre sobre um bem pblico, este bem
se torna inalienvel de forma absoluta. No pode ser transferido. S h 1
ressalva que ele pode ser transferido entre os prprios entes.
O Tombamento gera direito de preferncia na aquisio do
bem, quando o proprietrio resolver vender.
O patrimnio tombado no pode ser retirado do pas, no pode sair
do pas, salvo por curto espao de tempo. Art. 14, Dec.-lei 25. Ex.:
exposio, feira, evento.
Curto Prazo: no tem definio, por curto prazo.
No pode ser objeto de exportao. Sua retirada no pode ser via
exportao.
O Proprietrio do patrimnio tombado tem obrigao de suportar a
fiscalizao.
Os vizinhos do patrimnio tombado no podem utilizar objetos que
prejudiquem a visibilidade do bem tombado.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 41
5.7.1.Eficcia (Procedimento)
Provisrio
Definitivo
5.7.2.Constituio
Voluntrio (a pedido; com anuncia).
De ofcio/Compulsrio
5.7.3.Destinatrios
Geral
Individual
5.7.4.Bens
Mveis & Imveis
Pblicos & Privados
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 42
Cada ente pode tombar bens de outros entes. No h ordem,
qualquer patrimnio pblico ou privado pode ser tombado, conforme o
interesse.
A ordem que existe refere se apenas.
No h consenso sobre a natureza jurdica do Tombamento
(Limitao X Restrio X Servido). Classificar como Tombamento mesmo.
Servidores Pblicos, contratos e Servidores Pblicos.
Forma de Aquisio originria da propriedade.
Independe de qualquer relao/vnculo com o proprietrio.
Interveno supressiva na propriedade do particular.
Sacrifcio de direito.
Retirada do carter perptuo da propriedade.
Transferncia compulsria da propriedade.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 43
6.1.1.Legislativa: Unio
Este artigo cai muito em prova:
Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre:
II desapropriao;
6.1.2.Material
Entes Polticos (U, E, DF e M).
Quando um ente Poltico desapropria, ele pode realizar todas
as etapas da desapropriao (fase declaratria e fase
executiva).
Administrao Indireta, Autarquias, Fundaes Pblicas,
Empresas Pblicas e SEM,
Concessionrias/Permissionrias de Servios Pblicos,
Demais delegados
Art. 3, DL 3.365/1941 estvamos em um contexto
completamente diferente do atual. Como interpretamos a
expresso delegados hoje?
Esses entes tem competncia material, mas no podem
efetivar todas as fases da desapropriao, s podem executar
a fase executiva da desapropriao.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 44
Ex.: Unio faz a fase declaratria, Autarquia faz a fase
executiva (pagar o valor e entrar no bem).
Competncia Material: restrita fase executiva; no podem
decretar a desapropriao. Dependem do ente poltico para
tanto.
6.2.1.Objeto
Bens Mveis & Imveis.
Bens Corpreos & Incorpreos.
Espao areo.
Subsolo.
Bem Pblico/Privado
6.2.2.Sujeito Ativo (Competncia)
Art. 2, 2, DL 3.365/1941. O bem pblico, para ser
desapropriado, deve observar uma sequncia:
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 45
Unio: Estados + Municpios
Estados: Municpios
Municpios: bens particulares
Municpio desapropria bem da Unio e esta desapropriao tem
vcio de competncia. Errado. O defeito est no objeto.
6.2.3.Fundamento/Pressuposto (Necessidade, Utilidade, ...)
No podem ser desapropriados:
Direitos da personalidade
Direitos autorais
Direito vida
Direito imagem
Direito a alimentos
6.2.4.Indenizao (Prvia, justa e em Dinheiro ou em ttulos)
6.2.5.Procedimento
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 46
DL 3365/1941.
Art. 5 - Lista de fundamentos que justificam
Necessidade/Utilidade pblica.
Necessidade e Utilidade Pblica tudo uma coisa s, para o
legislador, que as tratou como sinnimas.
Para a doutrina, tem diferena entre as duas.
NECESSIDADE PBLICA: envolve situao de urgncia.
: no tem . UTILIDADE PBLICA carter emergencial
Lei 4.132/62.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 47
Rol art. 2
Hipteses ligadas reduo das desigualdades sociais.
Todos os entes polticos tem competncia.
Todos os bens possveis podem entrar na lista, salvo os vedados.
Pode ser mvel, imvel, corpreo, incorpreo.
Justo para Estado
Justo para Particular
Prtica de ilegalidade, trfico ilcito de entorpecentes.
Vem como pena, sano.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 48
Art. 5
XXII - garantido o direito de propriedade;
XXIII A propriedade atender a sua funo social;
Fundamentos: CF 184, 191, L. 8.629/93 e LC 76/93.
Desapropriao Sano Ttulos da Dvida Agrria:
Art. 184. Compete Unio desapropriar por interesse social,
para fins de reforma agrria, o imvel rural que no esteja
cumprindo sua funo social, mediante prvia e justa
indenizao em ttulos da dvida agrria, com clusula de
preservao do valor real, resgatveis no prazo de at 20 anos,
a partir do 2 ano de sua emisso, e cuja utilizao ser definida
em lei.
1 As benfeitorias teis e necessrias sero
indenizadas em dinheiro.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 49
2 O decreto que declarar o imvel como de interesse
social, para fins de reforma agrria, autoriza a Unio a propor a
ao de desapropriao.
3 Cabe lei complementar estabelecer procedimento
contraditrio especial, de rito sumrio, para o processo judicial
de desapropriao.
4 O oramento fixar anualmente o volume total de
ttulos da dvida agrria, assim como o montante de recursos
para atender ao programa de reforma agrria no exerccio.
5 So isentas [IMUNES] de IMPOSTOS federais,
estaduais e municipais as operaes de transferncia de imveis
desapropriados para fins de reforma agrria.
Usucapio Rural:
Art. 191. Aquele que, no sendo proprietrio de imvel rural ou
urbano, possua como seu, por 5 anos ininterruptos, sem
oposio, rea de terra, em zona rural, no superior a 50
hectares, tornando a produtiva por seu trabalho ou de sua
famlia, tendo nela sua moradia, adquirir lhe a
propriedade.
Pargrafo nico. Os imveis pblicos no sero adquiridos por
usucapio.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 50
OBRIGATRIAS PARA AGU E CONCURSOS FEDERAIS: Lei 8.629/93
LC 76/93
Aproveitamento racional e Adequado
Preservao do Meio Ambiente
Respeito s exigncias trabalhistas
COMPETNCIA: Unio
OBJETO: Imvel rural
INDENIZAO: Ttulos da Dvida Agrria (resgate em 20 anos)
Esse resgate em 20 anos diz respeito terra nua.
Benfeitorias (casas, armazns...): pagas em dinheiro.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 51
NO CABE ESTA DESAPROPRIAO (CF 185):
Pequena e mdia propriedade,
Desde que o proprietrio no possua outra e
Que seja propriedade produtiva
Art. 185. So insuscetveis de desapropriao para fins de
reforma agrria***:
I a pequena e mdia propriedade rural, assim definida em lei,
desde que seu proprietrio no possua outra;
II a propriedade produtiva.
nico. A lei garantir tratamento especial propriedade
produtiva e fixar normas para o cumprimento dos requisitos
relativos sua funo social.
Pequena e mdia propriedade e Propriedade Produtiva no podem ser desapropriadas se o fim for
especificamente a Reforma Agrria. Para outros fins,
podem ser desapropriadas.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 52
Tem como base o cumprimento do Plano Diretor.
Desapropriao Sano Ttulos da Dvida Pblica:
Art. 182, 4 facultado ao Poder Pblico municipal,
mediante lei especfica para rea includa no plano diretor,
exigir, nos termos da lei federal, do proprietrio do solo urbano
no edificado, subutilizado ou no utilizado, que promova seu
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I parcelamento ou edificao compulsrios;
II sobre a propriedade predial e territorial
urbana progressivo no tempo;
III desapropriao com pagamento mediante ttulos
da dvida pblica de emisso previamente aprovada pelo
Senado Federal, com prazo de resgate de at 10 anos, em
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da
indenizao e os juros legais.
Hiptese disciplinada na lei 10.257/2001 Estatuto da
Cidade.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 53
LEITURA OBRIGATRIA PARA CONCURSOS MUNICIPAIS.
Esta desapropriao acontece quando o particular descumpre o
Plano Diretor, a lei que organiza o funcionamento e organizao da cidade.
Quando o particular desrespeita esta lei, est descumprindo o
valor social da propriedade.
O Estatuto da sociedade traz medidas gradativas para o
proprietrio:
1) O Municpio exige que se cumpra o plano: parcelamento ou
edificao compulsrios. O proprietrio tem 1 ano para fazer o
projeto e 2 anos para comear a executar o projeto.
2) Estabelece o IPTU com alquota progressiva pode chegar a
15%, pelo prazo de 5 anos.
3) Leva a efeito a desapropriao.
COMPETNCIA MATERIAL: Municpios e DE
IMVEL URBANO
INDENIZAO: Ttulos da Dvida Pblica (resgatveis em at 10 anos)
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 54
No h indenizao.
FUNDAMENTO: CF, art. 243 e Lei 8.257/91
Art. 243. As glebas de qualquer regio do Pas onde forem
localizadas culturas ilegais de plantas psicotrpicas sero
imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao
assentamento de colonos, para o cultivo de produtos
alimentcios e medicamentosos, sem qualquer indenizao ao
proprietrio e sem prejuzo de outras sanes previstas em lei.
nico. Todo e qualquer bem de valor econmico apreendido
em decorrncia do trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins
ser confiscado e reverter em benefcio de instituies e
pessoal especializados no tratamento e recuperao de viciados
e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalizao,
controle, preveno e represso do crime de trfico dessas
substncias.
BEM UTILIZADO para PLANTAO do PSICOTRPICO
O bem ser desapropriado.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 55
Destinao do Bem:
Assentamento de Colonos
Plantao de medicamentosos
BEM UTILIZADO para COMERCIALIZAO
O bem ser desapropriado.
Destinao do bem:
Implementar a fiscalizao
Implementar as casas de recuperao de viciados
A Administrao finge que est fazendo forma restritiva (ex.
servido, tombamento), mas est fazendo desapropriao supressiva.
como se fosse um esbulho, a Administrao entra, toma conta e no faz o
procedimento necessrio para esse tipo de medida.
uma desapropriao sem procedimento, uma providncia
irregular.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 56
um apossamento irregular, um abuso praticado pela
Administrao Pblica.
RESP 922.786
Que o bem j esteja apossado pelo Estado
Sem observncia do devido processo legal (formalidades
necessrias)
Destinao do bem a finalidade pblica (afetao do bem)
Irreversibilidade da situao (ftica)
Esvaziamento econmico / Desvalorizao total do bem.
No h nada definido em lei sobre isso, construo
jurisprudencial.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 57
Com objetivo de proteger o patrimnio em face de desmandos do
Estado, uma primeira providncia (se o Estado ainda no entrou, est
dizendo que vai fazer, ameaando) :
Se o Estado j est perturbando a posse, fala se de turbao da
posse.
Se o Estado efetivamente esbulhou o bem, entrou no bem, mas no
deu finalidade pblica ao bem, no afetou o bem, a medida processual :
Que s pode ser utilizada se o Estado ainda no afetou o patrimnio.
Se o estado ocupa o bem e o afeta, no cabe mais reintegrao de
posse. O Decreto lei fala que o bem no pode ser mais devolvido. Se ele faz
esbulho + afetao, cabe apenas:
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 58
Entendimento que prevalece: esta ao tem natureza jurdica
de direito real.
Competncia para julgar esta ao: CPC, art. 95 definio da
competncia pela situao do imvel.
Art. 95. Nas aes fundadas em direito real sobre imveis
competente o foro da situao da coisa. Pode o autor,
entretanto, optar pelo foro do domiclio [do ru] ou de eleio,
no recaindo o litgio sobre direito de propriedade, vizinhana,
servido, posse, diviso e demarcao de terras e nunciao de
obra nova.
Competncia Absoluta: Nas aes fundadas em direito real sobre
imveis competente o foro da situao da
coisa.
Competncia Absoluta*: Recaindo o litgio sobre direito de
Propriedade, Vizinhana, Servido, Posse, Diviso
e Demarcao de terras e Nunciao de obra
nova, competente o foro da situao da
coisa.
Competncia Relativa: Pode o autor, entretanto, optar pelo foro
do domiclio ou de eleio se a causa no
versar sobre nenhuma das 7 situaes acima.
uma exceo, porque, em regra, a competncia territorial
relativa.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 59
A indenizao tem que acontecer a partir do momento da perda da
posse, do momento em que o proprietrio esbulhado.
NO PRVIA, porque, antes, o proprietrio perde a posse do
bem para o Estado, que, inclusive, j o afetou.
Se a deciso vem de uma indenizao judicial, tambm NO
PODER SER EM DINHEIRO, porque ter de respeitar a fila de
precatrios.
A indenizao, portanto,
Esse dispositivo introduzido pela MP 2183. Diz que o prazo
prescricional de 5 anos.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 60
Esse prazo objeto de muitas crticas doutrinrias e
jurisprudenciais. Dizem que prejudica o direito do proprietrio, a garantia
de desapropriao.
O dispositivo, hoje, est na MP 2183, mas inicialmente foi editado
na MP 2027, que foi objeto de controle de Constitucionalidade pelo STF
(ADI 2260). Em sede de cautelar, o STF suspendeu o dispositivo (o prazo
de 5 anos), dizendo ser inconstitucional.
A MP foi reeditada e, com as novas reedies, a ADI no foi
aditada/corrigida. A ao foi extinta por perda do objeto e o STF no
enfrentou o mrito da questo.
Apesar de no ter julgamento de mrito, o que prevalece na
jurisprudncia que o prazo deve ser de 20 anos, referente aos prazos de
prescrio dos direitos reais.
STJ, SMULA 119
A ao de desapropriao indireta prescreve em 20 anos.
H muita divergncia sobre o tema.
Imagine que passou o prazo da prescrio e o proprietrio
simplesmente no ajuizou a ao. A ao de desapropriao indireta j
prescreveu. A providncia que o Estado pode tomar para regularizar o
domnio da propriedade ajuizar Ao de Usucapio. a ltima sada para
regularizar a questo.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 61
A desapropriao s vai para a via judicial se o proprietrio for
desconhecido ou se no houver acordo quando ao valor. No fosse isso,
seria resolvida na via administrativa.
Decreto expropriatrio
O instrumento mais comum o decreto expropriatrio, ato prprio
do Chefe do PE.
Lei de efeitos concretos
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 62
Tambm pode ser feita por lei de efeitos concretos, lei que tem
destinatrio determinado.
Contedo Fundamento Legal
Identificao especfica do bem / Definio do objeto
No pode ser uma declarao genrica.
Destinao do bem
Sujeito Passivo (Proprietrio)
Se o proprietrio for indeterminado, tem que ir
para a via judicial.
Recurso oramentrio que vai legitimar o pagamento
da indenizao
1 passo, declara
2 passo, pagamento da indenizao (prvia).
3 passo, entrar no bem.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 63
Entre a declarao e a entrada no bem, o prazo de caducidade.
O proprietrio tem que ficar esperando o Estado pagar a
indenizao para entrar no bem. Este prazo gera insegurana para o
Proprietrio.
A declarao de desapropriao d incio ao prazo de caducidade,
prazo que o Estado tem para indenizar e entrar no bem.
Se o Estado indenizou e entrou no bem, est ok.
Se o Estado no decide a situao em 5 anos, ele pode decretar de
novo, mas tem que respeitar um prazo de carncia. Ocorreu a caducidade e
a carncia para nova decretao ser de 1 ano.
No tem carncia, no h possibilidade de nova decretao.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 64
A partir da decretao, s se indenizam as benfeitorias
necessrias e as teis previamente autorizadas.
Benfeitoria volupturia: no se indeniza.
A fase executiva pode ser totalmente amigvel. O Estado
simplesmente indeniza e entra no bem. Isso deveria ser o normal.
Se no h acordo quanto ao valor, o proprietrio simplesmente no
receber o valor da indenizao e haver processo judicial.
Ao judicial cabvel em duas hipteses:
Proprietrio desconhecido
Desacordo quanto ao valor.
uma ao de procedimento especial.
Trs caractersticas marcam esse procedimento especial uma
explicao superficial:
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 65
Em ao judicial de desapropriao, no se discute qualquer assunto, outros aspectos da desapropriao: discute-se formalidade e
valor. uma ao bem especfica.
Quando o juiz recebe a petio inicial, o juiz no conhece o local e pode determinar a antecipao da prova pericial. A ideia fazer a
percia e ter mais informaes sobre o patrimnio, para produzir
provas, fazer audincia. Puxo a percia para o incio do processo.
Quando ajuza a ao, o autor indica os requisitos da percia e o
assistente tcnico, assim como o ru, na contestao. Assim, poder
fixar melhor os pontos controvertidos da ao.
Imisso provisria na posse. Autorizao do juiz para o Estado entrar na posse de forma antecipada. a entrada antecipada do
Estado no bem, antes de concluir a ao de desapropriao. Requisitos
da Ao de Imisso Provisria na Posse:
Situao de urgncia
Depsito do valor da indenizao do valor que o Estado queria
pagar.
O proprietrio vai perder o bem para o Estado e o juiz pode deferir
o levantamento de parte do valor depositado, at 80% do valor depositado.
Como possvel haver sentena para pagamento de valor menor, o
levantamento tem que ser menor (limitado a 80% do valor depositado)..
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 66
Os outros 20%, o juiz vai autorizar o levantamento ao final do
processo.
A diferena entre o que o Estado queria pagar e o que tem
depositado (aquilo que conquistamos na sentena) ser pago por regime de
precatrios. O que vem de sentena judicial, paga-se por meio de
precatrios.
RESP 1.192.106
O valor do bem o valor de mercado (inclui o valor das
benfeitorias).
Danos emergentes e lucros cessantes.
Juros moratrios e juros compensatrios
Correo monetria
Honorrios advocatcios se houver ao judicial (calculados em
cima da diferena que a ao judicial gerou)
Juros compensatrios so pagos apenas se o Estado entra no bem
sem pagar a indenizao prvia.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 67
STF Smula 618
Na desapropriao, direta ou indireta, a taxa dos juros
compensatrios de 12% (doze por cento) ao ano.
MP 1577 > MP 2183 art. 15 A Decreto lei 3365
muda o percentual para at 6%.
Essa regra foi levada ao STF, objeto da ADI 2332.
O STF, sem sede de cautelar, suspendeu os 6%. No pode ser 6%.
Restabeleceu a posio inicial, com juros de at 12%. O STF restaura a
smula 618. Esta a orientao atual.
Apenas na letra fria do decreto lei 3365, continua 6%, mas
no vale.
MP 1577 6% de 11/junho/1997.
A matria foi julgada pelo STF (12%) em 13/setembro/2001.
Durante este perodo, o entendimento que vigorou 6%.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 68
STJ Smula 408
Nas aes de desapropriao, os juros compensatrios
incidentes aps a Medida Provisria n. 1.577, de 11/06/1997,
devem ser fixados em 6% ao ano at 13/09/2001 e, a partir de
ento, em 12% ao ano, na forma da Smula n. 618 do Supremo
Tribunal Federal.
A incidncia de juros compensatrios vai da imisso provisria na
posse at a data de pagamento desses valores, com a expedio do
precatrio para pagamento (CF 100, 12). Vale para compensar o
proprietrio do tempo que ficou sem o bem..
MP: a base de clculo dos juros compensatrios a diferena
Estado queria 200,00.
A sentena foi 500,00.
Juros sobre 300,00.
Esta regra tambm foi levada a discusso na mesma ADI 2332.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 69
STF resolveu que os juros no podem incidir sobre 300,00, pois os
juros compensatrios servem para compensar o tempo que o proprietrio
ficou sem o bem e sem o dinheiro.
Se o juiz havia definido, previamente, o levantamento de 80%
(160,00), ele ter direito a juros compensatrios sobre os 40,00 tambm.
Portanto, os juros compensatrios incidiro sobre o que foi
conquistado na sentena subtrado do que foi levantado (at 80%).
Recompem o atraso do pagamento da indenizao.
At 6% aa.
Previstos tambm na MP 1577 > 2183
Art. 15 B, DL 3365
Os juros moratrios vo incidir a partir de 1/janeiro do exerccio
seguinte quele que o pagamento deveria ter sido pago, nos termos do art.
100 da CF.
Precatrio constitudo at 1/julho (2010) ser pago at dezembro
do ano seguinte (2011).
No exemplo, em 2011 a Administrao no est em mora, o ano
que tem para pagar.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 70
Os juros moratrios incidiro a partir de 1/janeiro/2012, quando
inicia a mora.
Se o precatrio for apresentado depois de 1/julho/2010, ele ser
pago em 2012; no o sendo, a mora se inicia em 2013.
STJ Smula 12
EM DESAPROPRIAO, SO CUMULAVEIS JUROS
COMPENSATORIOS E MORATORIOS.
Superada a smula.
Os juros compensatrios incidem em momentos distintos dos juros
moratrios.
Se a desapropriao deixar remanescente de rea sem valor
econmico ou rea intil, o Estado tem que indenizar pelo valor total.
Objetivo: atingir a totalidade da rea.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 71
Mudana de motivo autorizada pelo ordenamento jurdico.
Mudana da destinao do bem.
S legal se mantido o interesse pblico.
direito que tem o proprietrio de ter o bem de volta quando no
lhe for dada destinao. Vou ter o bem de volta ou receberei indenizao
por isso?
Se o Estado desapropria e no destina o bem, d direito
retrocesso.
Receberei o bem de volta ou a indenizao?
Depende da natureza do instituto, que exatamente a divergncia
sobre o instituto.
Tem autor que entende que a retrocesso um direito real.
Neste caso, haver devoluo do bem.
Para os autores que entendem que este um direito pessoal,
aplica se o art. 519 do CC. O resultado ser a indenizao em
perdas e danos.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 72
Tem autor que entende que o instituto misto, posso ter real ou
pessoal, cabendo a devoluo do bem ou perdas e danos.
Pode ter devoluo, se for real.
Pode ter indenizao, se for pessoal.
Para a maioria das decises, apesar da enorme discusso
jurisprudencial, o STJ diz que, se no for dada a destinao prevista no ato,
o proprietrio tem direito de pedir o bem de volta.
Se for dada uma tresdestinao mista (se o bem for aplicado em
finalidade pblica), a natureza pessoal e o proprietrio ter direito apenas
a indenizao por perdas e danos. A devoluo ser impossvel se o
patrimnio j estiver incorporado, se j foi afetado (se j tem destinao
pblica). Incorporado, no cabe devoluo, reintegrao.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 73
O controle da administrao pode ser tanto visto do ponto de vista
poltico quanto do ponto de vista administrativo;
Do ponto de vista poltico, o controle busca o equilbrio. Essa ideia
traz consigo a ideia da separao dos poderes, onde h o legislativo,
executivo e judicirio, controlando um ao outro. o famoso sistema
dos freios e contrapesos, idealizados por Montesquieu e John Locke,
que definiram a tripartio dos poderes com um poder controlando o
outro;
O controle do ponto de vista administrativo se d por meio das
instituies administrativas, os agentes administrativos pertencentes
aos rgos administrativos, em sua funo administrativa, deve zelar
pela legalidade das condutas administrativas e tambm pela sua
eficincia;
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 74
Controle da administrao pblica o conjunto de mecanismos
jurdicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder de
fiscalizao e de reviso da atividade administrativa em qualquer das
esferas de poder;
Fica evidente que o controle traz consigo uma ideia de fiscalizao
e de reviso, buscando garantir a legalidade e a eficincia em prol do
interesse pblico: essa verificao e reviso podem resultar na correo
da atividade administrativa ou em sua alterao;
A natureza jurdica do controle da administrao pblica, segundo
Jos dos Santos Carvalho Filho princpio fundamental da
administrao pblica, com fundamento no decreto lei 200/67, art. 6,
incisos I a V esse decreto lei traz alguns princpios que julga se
oportuno mencionar: planejamento, coordenao, descentralizao,
delegao de competncia, controle. Portanto, h previso do controle
como princpio fundamental da administrao pblica. Embora previsto
na esfera federal, ele tambm deve ser observado em outras esferas;
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 75
Quanto ao rgo (Celso Antnio Bandeira de Mello, Maria Sylvia
Zanella Di Pietro) = quanto extenso do controle (Jos dos Santos
Carvalho Filho):
Controle interno (autocontrole): o controle que cada
um dos poderes exerce sobre seus prprios atos e agentes;
Controle externo (heterocontrole): o controle exercido
por um dos poderes sobre o outro. Ex.: controle que a
administrao pblica direta exerce sobre a administrao pblica
indireta; controle que o judicirio realiza perante atos praticados
pelo executivo; controle do Tribunal de Contas sobre atos do
judicirio;
Controle interno exterior: nomenclatura de Celso Antnio
Bandeira de Mello, referente aos casos onde haveria duplo
controle, assim, um controle seria realizado pelo prprio rgo e o
outro controle seria realizado pela administrao direta;
Obs.: o controle popular trata se de controle externo, sendo
decorrncia do princpio da publicidade. O controle popular pode
ser realizado conforme a lei 4.898/65, pela lei 8.429/95 (art. 14,
art. 22), conforme o art. 31, 3 da CRFB/88;
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 76
Quanto ao aspecto controlado (Maria Sylvia Zanella Di Pietro e
Celso Antnio Bandeira de Mello) = quanto ao objeto (Digenes
Gasparini) = quanto natureza do controle (Jos dos Santos
Carvalho Filho):
Controle de legalidade: pode ser realizado pela
administrao (smula 346 do STF), pelo judicirio (art. 5, XXXV,
CRFB/88) e pelo legislativo (quando autorizado pela Constituio);
Controle de mrito: o controle realizado em relao
convenincia e oportunidade, prevalecendo o princpio da
separao dos poderes, assim, no cabe ao judicirio substituir o
mrito administrativo (smula 473 do STF). Quanto ao controle de
mrito, deve haver ateno especial para a ADPF 4511, que trata de
11
ADPF 45
EMENTA: ARGIO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. A QUESTO DA LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DO CONTROLE E DA INTERVENO DO PODER JUDICIRIO EM TEMA DE IMPLEMENTAO DE POLTICAS PBLICAS, QUANDO CONFIGURADA HIPTESE DE ABUSIVIDADE GOVERNAMENTAL. DIMENSO POLTICA DA JURISDIO CONSTITUCIONAL ATRIBUDA AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INOPONIBILIDADE DO ARBTRIO ESTATAL EFETIVAO DOS DIREITOS SOCIAIS, ECONMICOS E CULTURAIS. CARTER RELATIVO DA LIBERDADE DE CONFORMAO DO LEGISLADOR. CONSIDERAES EM TORNO DA CLUSULA DA RESERVA DO POSSVEL. NECESSIDADE DE PRESERVAO, EM FAVOR DOS INDIVDUOS, DA INTEGRIDADE E DA INTANGIBILIDADE DO NCLEO CONSUBSTANCIADOR DO MNIMO EXISTENCIAL. VIABILIDADE INSTRUMENTAL DA ARGIO
DE DESCUMPRIMENTO NO PROCESSO DE CONCRETIZAO DAS LIBERDADES POSITIVAS (DIREITOS CONSTITUCIONAIS DE SEGUNDA GERAO).
DECISO: Trata-se de arguio de descumprimento de preceito fundamental promovida contra veto, que, emanado do Senhor Presidente da Repblica, incidiu sobre o 2 do art. 55 (posteriormente renumerado para art. 59), de proposio legislativa que seconverteu na Lei n 10.707/2003 (LDO), destinada a fixar as diretrizes pertinentes elaborao da lei oramentria anual de 2004.
O dispositivo vetado possui o seguinte contedo material:
2 Para efeito do inciso II do caput deste artigo, consideram-se aes e servios pblicos de sade a totalidade das dotaes do Ministrio da Sade, deduzidos os encargos previdencirios da Unio, os servios da dvida e a parcela das despesas do
Ministrio financiada com recursos do Fundo de Combate Erradicao da Pobreza.
O autor da presente ao constitucional sustenta que o veto presidencial importou em desrespeito a preceito fundamental decorrente da EC 29/2000, que foi promulgada para garantir recursos financeiros mnimos a serem aplicados nas aes e servios pblicos de sade.
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 77
Requisitei, ao Senhor Presidente da Repblica, informaes que por ele foram prestadas a fls. 93/144.
Vale referir que o Senhor Presidente da Repblica, logo aps o veto parcial ora questionado nesta sede processual, veio a remeter, ao Congresso Nacional, projeto de lei, que, transformado na Lei n 10.777/2003, restaurou, em sua integralidade, o 2 d art. 59 da Lei n 10.707/2003 (LDO), dele fazendo constar a mesma norma sobre a qual incidira o veto executivo.
Em virtude da mencionada iniciativa presidencial, que deu causa instaurao do concernente processo legislativo, sobreveio a edio da j referida Lei n 10.777, de 24/11/2003, cujo art. 1 - modificando a prpria Lei de Diretrizes Oramentrias (Lei n 10.707/2003) supriu a omisso motivadora do ajuizamento da presente ao constitucional.
Com o advento da mencionada Lei n 10.777/2003, a Lei de Diretrizes Oramentrias, editada para reger a elaborao da lei oramentria de 2004, passou a ter, no ponto concernente questionada omisso normativa, o seguinte contedo material:
Art. 1 O art. 59 da lei n 10.707, de 30 de julho de 2003, passa a vigorar acrescido dos seguintes pargrafos:
Art.59............................................
3 Para os efeitos do inciso II do caput deste artigo, consideram-se aes e servios pblicos de sade a totalidade das dotaes do Ministrio da Sade, deduzidos os encargos previdencirios da Unio, os servios da dvida e a parcela das despesas do Ministrio financiada com recursos do Fundo de Combate Erradicao da Pobreza.
4 A demonstrao da observncia do limite mnimo previsto no 3 deste artigo dar-se- no encerramento do exerccio financeiro de 2004. (NR). (grifei)
Cabe registrar, por necessrio, que a regra legal resultante da edio da Lei n 10.777/2003, ora em pleno vigor, reproduz, essencialmente, em seu contedo, o preceito, que, constante do 2 do art. 59 da Lei n 10.707/2003 (LDO), veio a ser vetado pelo Senhor Presidente da Repblica (fls. 23v.).
Impende assinalar que a regra legal em questo que culminou por colmatar a prpria omisso normativa alegadamente descumpridora de preceito fundamental entrou em vigor em 2003, para orientar, ainda em tempo oportuno, a elaborao da lei oramentria anual pertinente ao exerccio financeiro de 2004.
Conclui-se, desse modo, que o objetivo perseguido na presente sede processual foi inteiramente alcanado com a edio da Lei n 10.777, de 24/11/2003, promulgada com a finalidade especfica de conferir efetividade EC 29/2000, concebida para garantir, em bases adequadas e sempre em benefcio da populao deste Pas recursos financeiros mnimos a serem necessariamente aplicados nas aes e servios pblicos de sade.
No obstante a supervenincia desse fato juridicamente relevante, capaz de fazer instaurar situao de prejudicialidade da presente argio de descumprimento de preceito fundamental, no posso deixar de reconhecer que a ao constitucional em referncia, considerado o contexto em exame, qualifica-se como instrumento idneo e apto a viabilizar a concretizao de polticas pblicas, quando, previstas no texto da Carta Poltica, tal como sucede no caso (EC 29/2000), venham a ser descumpridas, total ou parcialmente, pelas instncias governamentais destinatrias do comando inscrito na prpria Constituio da Repblica.
Essa eminente atribuio conferida ao Supremo Tribunal Federal pe em evidncia, de modo particularmente expressivo, a dimenso poltica da jurisdio constitucional conferida a esta Corte, que no pode demitir-se do gravssimo encargo de tornar efetivos os direitos econmicos, sociais e culturais que se identificam, enquanto direitos de segunda gerao, com as liberdades positivas, reais ou concretas (RTJ 164/158-161, Rel. Min. CELSO DE MELLO) -, sob pena de o Poder Pblico, por violao positiva ou negativa da Constituio, comprometer, de modo inaceitvel, a integridade da prpria ordem constitucional:
DESRESPEITO CONSTITUIO - MODALIDADES DE COMPORTAMENTOS INCONSTITUCIONAIS DO PODER PBLICO.
- O desrespeito Constituio tanto pode ocorrer mediante ao estatal quanto mediante inrcia governamental. A situao de inconstitucionalidade pode derivar de um comportamento ativo do Poder Pblico, que age ou edita normas em desacordo com
DIREITO ADMINISTRATIVO
INTENSIVO II
Prof. Fernanda Marinela e Licnia Rossi
Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/
Contato: [email protected] 78
o que dispe a Constituio, ofendendo-lhe, assim, os preceitos e os princpios que nela se acham consignados. Essa conduta estatal, que importa em um facere (atuao positiva), gera a inconstitucionalidade por ao.
- Se o Estado deixar de adotar as medidas necessrias realizao concreta dos preceitos da Constituio, em ordem a torn-los efetivos, operantes e exeqveis, abstendo-se, em conseqncia, de cumprir o dever de prestao que a Constituio lhe imps, incidir em violao negativa do texto constitucional. Desse non facere ou non praestare, resultar a inconstitucionalidade por omisso, que pode ser total, quando nenhuma a providncia adotada, ou parcial, quando insuficiente a medida efetivada pelo Poder Pblico.
.......................................................
- A omisso do Estado - que deixa de cumprir, em maior ou em menor extenso, a imposio ditada pelo texto constitucional - qualifica-se como comportamento revestido da maior gravidade poltico-jurdica, eis que, mediante inrcia, o Poder Pblico tambm
desrespeita a Constituio, tambm ofende direitos que nela se fundam e tambm impede, por ausncia de medidas concretizadoras, a prpria aplicabilidade dos postulados e princpios da Lei Fundamental.
(RTJ 185/794-796, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno)
certo que no se inclui, ordinariamente, no mbito das funes institucionais do Poder Judicirio - e nas desta Suprema Corte, em especial - a atribuio de formular e de implementar polticas pblicas (JOS CARLOS VIEIRA DE ANDRADE, Os Direitos
Fundamentais na Constituio Portuguesa de 1976, p. 207, item n. 05, 1987, Almedina, Coimbra), pois, nesse domnio, o encargo reside, primariamente, nos Poderes Legislativo e Executivo.
Tal incumbncia, no entanto, embora em bases excepcionais, poder atribuir-se ao Poder Judicirio, se e quando os rgos estatais competentes, por descumprirem os encargos poltico-jurdicos que sobre eles incidem, vierem a comprometer, com tal
comportamento, a eficcia e a integridade de direitos individuais e/ou coletivos impregnados de estatura constitucional, ainda que derivados de clusulas revestidas de contedo programtico.
Cabe assinalar, presente esse contexto consoante j proclamou esta Suprema Corte que o carter programtico das regras inscritas no texto da Carta Poltica no pode converter-se em promessa constitucional inconseqente, sob pena de o Poder Pblico,
fraudando justas expectativas nele depositadas pela coletividade, substituir, de maneira ilegtima, o cumprimento de seu impostergvel dever, por um gesto irresponsvel de infidelidade governamental ao que determina a prpria Lei Fundamental do Estado
(RTJ 175/1212-1213, Rel. Min. CELSO DE MELLO).
No deixo de conferir, no entanto, assentadas tais premissas, significativo relevo ao tema pertinente reserva do possvel (STEPHEN HOLMES/CASS R. SUNSTEIN, The Cost of Rights, 1999, Norton, New York), notadamente em sede de efetivao e
implementao (sempre onerosas) dos direitos de segunda gerao (direitos econmicos, sociais e culturais), cujo adimplemento, pelo Poder Pblico, impe e exige, deste, prestaes estatais positivas concretizadoras de tais prerrogativas individuais e/ou coletivas.
que a realizao dos direitos econmicos, sociais e culturais alm de caracterizar-se pela gradualidade de seu processo de concretizao depende, em grande medida, de um inescapvel vnculo financeiro subordinado s possibilidades oramentrias do Estado, de tal modo que, comprovada, objetivamente, a incapacidade econmico-financeira da pessoa estatal, desta no se p