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FACULDADE RUY BARBOSA DALMO BATISTA SANTIAGO JUNIOR ANÁLISE DO TEXTO “CONCEPTO, FORMACIÓN Y AUTONOMIA DEL DIRECHO AMBIENTAL” E “DIREITO AMBIENTAL E TEORIA JURÍDICA NO FINAL DO SÉCULO XX” SALVADOR, BAHIA

DIREITO AMBIENTAL

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Um texto sobre essa narrativa de Serrano.

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FACULDADE RUY BARBOSADALMO BATISTA SANTIAGO JUNIOR

ANLISE DO TEXTO CONCEPTO, FORMACIN Y AUTONOMIA DEL DIRECHO AMBIENTAL E DIREITO AMBIENTAL E TEORIA JURDICA NO FINAL DO SCULO XX

SALVADOR, BAHIACONCEPTO, FORMACIN Y AUTONOMA DEI DERECHO AMBIENTAL1. Quatro Diferenas entre Duas Definies Possveis de Direito Ambiental

O objetivo do trabalho de Jos Luis Serrano foi se inserir no debate entre os partidrios e os contrrios a idia de uma autonomia do Direito Ambiental. Assim a pergunta que embala este primeiro ponto : O Direito Ambiental um ramo autnomo dentro do Direito? Para que este seja autnomo h de se admitir um 1. objeto prprio e um 2. campo de normas jurdicas diferenciado, ou seja, normas especficas sobre o que venha tratar. Alguns aspectos deste ramo do direito devem ser entendidos desde j.a) O Direito Ambiental no um Conjunto, mas um Sistema: Quando se fala em conjunto trata-se da aglomerao ou ajuntamento de coisas que possuem algo comum entre si, mesmo em suas diferenas. Sistema por sua vez um ajuntamento de coisas que possuem algo em comum entre si e se relacionam. Assim, Direito Ambiental entendido como um subsistema de leis esparsas inserido no sistema jurdico. b) O Direito Ambiental no regula os Sistemas Ambientais: No regula porque o meio ambiente no um sistema, mas um ambiente e, mesmo se admitindo que seja um sistema como sistema ecolgico ou ecossistema no ambiente dos sistemas sociais no se pode dizer que o que regula o direito o transcurso natural de um rio ou o movimento migratrio das aves. O que o direito regula so as condutas individuais, as prticas sociais e as intervenes pblicas que fizera com que o transcurso do rio fosse alterado ou a migrao das aves sofresse mudana. Assim, o Direito Ambiental no trata dos sistemas ecolgicos, mas das condutas humanas que levem a agresso de direitos contra o meio ambiente. Ou seja, o Direito Ambiental trata das relaes entre os sistemas sociais e os sistemas ambientais.c) O Direito no tem propsito, ele instrumental: A lei em si no possui propsitos ou fins a perseguir, o que tem fins o Estado. Na teoria do Estado o povo fixa atravs da Constituio ou das demais leis do ordenamento jurdico os fins que o Estado dever alcanar. Essa viso do direito impede que venha-se demoniz-lo ou canoniz-lo. Quem determina os fins das leis no a lei em si, mas os poderes pblicos que os elaboram (Legislativo, Executivo e Judicirio). d) O Direito Ambiental no formado apenas por Leis: O Direito Ambiental no formado apenas por normas, mas por princpios, instituies, estruturas, processos etc. Um problema que surge metodologicamente est no uso de expresses como Legislao Ambiental referindo-se a conjunto de leis. Afirmar isso entender que o processo de elaborao (Legislativo) e publicao das leis (Executivo), assim como sua posterior anlise (Judicirio), forma uma interao entre estes trs poderes estabelecendo condutas mutuas entre eles fundamentando ainda mais a ideia de um sistema jurdico ambiental em relao as normas que tratam do meio ambiente. Compreender isso tambm ver nos juristas ambientais no meros reprodutores das normas ambientais, mas sistematizadores que criam pontes de significao entre uma e outra norma sobre o tema.

2. Quando uma Norma Jurdica Ambiental?

Tem-se aceitado que as normas ambientais so aquelas promulgadas nos ltimos 25 anos que compreendem o meio ambiente como ambiente completo de interelaes com sistemas vivos. Estas leis informam s posteriores os diagnsticos da crise ecolgica em virtude dos limites entre o intercambio metablico entre ser humano e a natureza. Estas normas, denominadas de normas propriamente ambientais, so aquelas que regulam determinados bens como recursos naturais tais com atmosfera, gua ou paisagens. Pode-se dizer at mesmo que em si no h normas ambientais, pois as normas que tratam dos sistemas ecolgicos so de cunho constitucional, civil, penal, administrativas, comunitria ou tributria. A posio de Serrano de que uma norma ambiental surge de um caso jurdico ambiental tendo ela relevncia ambiental. Compe o rol das normas ambientais no apenas aquelas que citam a questo ambiental em si, mas toda norma que possa ser utilizada, seja administrativa, penal, constitucional..., para a resoluo de casos ambientais. A cada caso caber um dispositivo de qualquer um dos ramos jurdicos que possa solucionar qualquer tipo de transgresso ao meio ambiente. Podemos encontrar trs tipos de normas jurdicas de relevncia ambiental: 1. Norma de Relevncia Casual: Ou seja, aquela norma expedida sem nenhum propsito ambiental, porm til para tutelar o equilbrio ecolgico em determinado caso. 2. Norma Setorial de Relevncia Ambiental: Diz respeito aquela norma que protege certos elementos ambientais como a gua, a atmosfera ou a paisagem. E a 3. Norma Propriamente Ambiental: Aquela expedida recentemente que visa a tutela das relaes sistema-ambiente sendo produto da conscincia da crise ecolgica.

3. Formao do Direito Ambiental

Se entendemos as normas de relevncia casual como parte formadora daquilo que chamamos Direito Ambiental, ento pode-se dizer as normas ambientais, assim como a preocupao com o meio ambiente, to antiga quanto os prprios sistemas jurdicos. Muitas das normas criadas pelo Direito Romano so hoje utilizadas nas questes ambientais. Com o advento da modernidade surgem as normas setorais de relevncia ambiental. No sculo XVIII e XIX com a revoluo industrial surgiu a necessidade de preocupao com o meio ambiente diante das emisses atmosfera de gases poluidores advindos das indstrias. Todas estas normas esto permeadas pela ideia central da utilizao racional dos recursos naturais. No ponto de vista do surgimento das normas propriamente ambientais viu-se nos Estados Unidos e em alguns pases da Comunidade Europeia a necessidade de se ter um conjunto de leis que permite-se a proteo mais efetiva e definida do meio ambiente. Dessa forma, a partir da dcada de 1960 houve juma srie de elaboraes normativas (criao de leis) tanto nos Estados Unidos como em muitos dos pases da Comunidade Europeia. Serrano cita que o Brasil que aprovou em 1981 a Lei 6.938 que dispe sobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente.

4. A Autonomia do Direito Ambiental Como Disciplina Jurdica

H um grande debate no mundo jurdico sobre a existncia de uma autonomia ou no do Direito Ambiental. O Direito Ambiental possui apenas 25 anos tendendo a polmicas acirradas sobre sua existncia. Mas, essas desavenas doutrinais permitem uma maior compreenso sobre o que vem a ser este ramos do Direito e sobre sua autonomia. Os opositores da autonomia deste ramo do Direito se dividem em dois grupos:Anexionistas: Dizem que as leis ambientais j esto em outros corpos legais e em outras disciplinas existentes no sendo necessria a disciplina Direito Ambiental. O segundo grupo de opositores sustentam que nesta questo deve-se distinguir o que problema de disciplinas. A questo ambiental seria um problema comum as muitas disciplinas jurdicas, mas no pode ser considerada uma disciplina. preciso ver o Direito Ambiental como ramo autnomo pela necessidade no sculo XX de se disciplinar as condutas humanas desfavorveis ao meio ambiente, permitindo que este mantenha seu equilbrio promovendo as circunstancias ideais para uma vida digna e saudvel. Sendo assim, o objeto do Direito Ambiental so as normas e princpios que interpretam determinadas condutas como inaceitveis na hodiernidade referentes a agresso ao meio ambiente, assim como aquelas que se referem a sua proteo. Resumindo, ele constitui-se com um regulador entre o modo de vida social em relao ao meio ambiente.

DIREITO AMBIENTAL E TEORIA JURDICA NO FINAL DO SCULO XX

O sculo XX, diante da crise ambiental que se instalou devido a prticas hoje consideradas abominveis e ilegais, permitiu que o Direito abre-se em si uma nova perspectiva daquilo que se entende por Direitos Fundamentais. O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado fruto da evoluo dos direitos. Assim, constitui-se esta viso nova uma amplido dos direitos humanos. H um grande problema atualmente, porm, que impede muitas vezes a efetivao desta tutela ao meio ambiente. Uma delas a positividade rgida da lei. A modernidade foi emplacando em seu seio jurdico um cunho antropocntrico que sempre viu o ser humano como beneficirio absoluto da realidade a sua volta. Nesse sentido viu-se como dominador da natureza e assim empreendeu uma agresso massiva de explorao das fontes ambientais de forma irresponsvel e degradante provocando um desequilbrio que hoje entra na pauta das preocupaes humanas no meio jurdico. No Brasil esta preocupao foi produto de uma forte presso internacional feita por determinados organismos que se situavam e se situam como instituies de defesa ao ambiente natural. No que se refere a realidade brasileira muitos so os desafios que tm impossibilitado uma maior efetividade do Direito Ambiental. No Direito Civil, por exemplo, o entendimento que se tem de propriedade privada, e aqueles que dizem respeito a atividades econmicas ainda esto est pautado pela mentalidade de uma poca distante que, colocava os interesses coletivos tambm sob uma faceta antropocntrica e prejudicial na maioria das vezes ao meio ambiente. Tem-se buscado aos poucos mudar essa realidade. O que se pretende segundo Serrano, no operar uma migrao da tica antropocntrica para uma biocntrica, mas se ater equilibradamente, buscando o meio termo destas de forma tanto a ecologia como o ser humano sejam beneficiados mais que prejudicados nessa inter-relao que nutrem.