Upload
lamdiep
View
216
Download
2
Embed Size (px)
Citation preview
DIREITO CONSTITUCIONAL 1 - ANOTAÇÕES DA AULA 1
1) O que é Direito Constitucional?
É o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e
normas fundamentais do Estado; é a ciência positiva das constituições; tem por
Objeto a constituição política do Estado, cabendo a ele o estudo sistemático das
normas que integram a constituição.
Objetivo da Teoria Geral do Estado: investigar e separar os princípios que
regem o Estado, sua origem, estrutura, forma e finalidade.
SOCIEDADE: coletividade de indivíduos reunidos e organizados para um
objetivo comum.
Obs.: ao mesmo tempo que a sociedade traz benefícios, também origina
limitações.
Origem Natural da Sociedade: o homem é um ser social –
ARISTÓTELES. “O homem é naturalmente um animal político”.
Origem “Contratualista” da Sociedade: a sociedade é produto de um
conjunto de vontades.
Os homens transferem mutuamente direitos e sanções.
THOMAS HOBBES, ROSSEAU.
ESTADO: organização político jurídica de uma sociedade para a
realização do bem comum, com governo próprio e território
delimitado.
ORIGEM DO ESTADO: 3 POSIÇÕES
1) O Estado sempre existiu, assim como a própria sociedade, visto que o
homem se organiza socialmente desde os primórdios, estabelecendo
autoridade para determinar o comportamento de todo o grupo.
2) A sociedade perdurou durante certo período sem a presença do
Estado, que foi constituído para atender as necessidades de um grupo
social.
3) O Estado, como sociedade política bem definida, somente se deu a
partir do século XVII. (Estado Moderno)
DIREITO CONSTITUCIONAL 1 - ANOTAÇÕES DA AULA 2
ORIGEM E FORMAÇÃO DO ESTADO
O termo “Estado” deriva do latim “status”, que significa estar firme: situação
permanente de convivência.
O príncipe – MAQUIAVEL
3ª Teoria: somente se denomina “Estado” a sociedade política dotada
“de certas características bem definidas”.
FORMAÇÃO
1) Formação natural: se formou naturalmente com o desenho da sociedade.
2) Formação contratual: o acordo de vontades de alguns homens que levou
a criação do estado moderno.
ELEMENTOS DO ESTADO
De acordo com Dalmo Dallari, podemos conceituar Estado como “a origem
jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em
determinado território”.
Deste conceito, podemos extrair os seguintes elementos:
Soberania: poder de organizar juridicamente.
Finalidade: bem comum, conjunto de condições de vida.
Povo: conjunto de indivíduos sujeitos as mesmas leis.
Território: base espacial de exercício do poder estatal.
Governo: conjunto de funções necessárias à manutenção da ordem
jurídica e da administração pública.
Obs.: o conceito de nação está ligado ao sentimento patriota.
FONTES DO PODER SOBERANO
Sobrenatural: o poder deriva de uma entidade divina e se concentra em
uma pessoa sagrada.
Soberania popular: deriva da vontade do povo.
Soberania estatal: deriva do próprio Estado, como entidade jurídica
dotado de vontade própria.
CONSTITUCIONALISMO
Técnica específica de limitação do poder com fins de garantia;
Sistema normativo que se encontra acima dos detentores do poder;
Movimento social que dá sustentação ao poder;
Os textos constitucionais contêm regras de limitações do poder
autoritário e da prevalência dos direitos fundamentais.
DIREITO CONSTITUCIONAL 1 – ANOTAÇÕES DA AULA 3
CONSTITUCIONALISMO: necessidade de uma constituição.
JJ GOMES CANOTILHO: podemos destacar dois grandes movimentos
constitucionais, o antigo e o moderno, em que este último pode ser identificado
a partir de meados do século XVIII.
Antiguidade Clássica: os Hebreus restabeleciam no estado teocrático,
limitações ao poder político ao assegurar, aos profetas a legitimidade
para fiscalizar os atos governamentais que extrapolassem os limites
bíblicos.
Século V a.C. – CIDADES-ESTADOS GREGAS: exemplo de democracia
no qual o poder político e igualmente distribuídos entre os cidadãos.
Idade Média: magna carta de 1215 – proteção aos importantes
direitos fundamentais, proteção a homens livres.
Idade Moderna:
Petition of Rights de 1628: reconhecia direitos e liberdades
aos súditos;
Habeas Corpus Action de 1679: anulava as prisões
arbitrárias;
Bill of Rights de 1689: submetia a monarquia à soberania
popular ao criar o governo parlamentar inglês;
Act of Settlement de 1701: estabelecia limitações ao poder
monárquico.
Constitucionalismo Moderno:
Constituição Americana de 1787.
Constituição Francesa de 1791.
Este movimento deflagrado durante o iluminismo, no qual o povo era
entendido como titular legítimo do poder.
IDEIAS: individualismo, absenteísmo estatal, valorização da propriedade
privada e proteção do indivíduo.
Constitucionalismo Contemporâneo:
Concepção nos direitos de fraternidade ou soliedariedade.
Os textos sedimentam um importante conteúdo social, estabelecendo normas
programáticas (com metas a serem atingidas pelo Estado).
Exemplo: constituição brasileira de 1988.
DIREITO CONSTITUCIONAL 1 – ANOTAÇÕES DA AULA 4
CONSTITUIÇÃO – CONCEITO
Sentido Sociológico: Segundo Ferdiand Lassale em livro “O que é uma
Constituição?”, esta só seria legítima se representasse o poder social.
Caso isso não ocorresse, ela seria ilegítima, caracterizando-se numa
simples “folha de papel”.
Para Lassale, a constituição seria “A Somatória de fatores reais do poder
dentro de uma sociedade”.
CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO
Sentido Sociológico: soma dos fatores que emanam da população.
Sentido Político: seu principal representante, Carl Schimitt, segundo o
qual devemos referenciar a constituição de leis constitucionais, à
constituição, para ele somente se refere à decisão política fundamental,
ou seja, estrutura órgãos do Estado.
Em decorrência dessa vertente, hoje podemos classificar as normas em
MATERIALMENTE CONSTITUCIONAIS (conteúdo constitucional) e
FORMALMENTE CONSTITUCIONAIS (está no texto constitucional,
independentemente de seu conteúdo. Ex.: Art. 242 §2º da CF de 1998.
Sentido Jurídico: formulado por Hans Kelsen, informa que a
constituição é a lei mais importante de todo ordenamento
jurídico; é o pressuposto de validade de todas as leis (SENTIDO
JURÍDICO POSITIVO).
IDEIA: verticalmente e superioridade hierárquica.
Sentido Culturalista: defendido por MEIRELLES TEIXEIRA, a
constituição deve ser entendida como produto de um fato cultural
pela sociedade e que sobre ela pode influir.
A constituição é fruto da cultura de um país.
ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES
Elementos Orgânicos: aqueles que organizam a estrutura do Estado.
Ex.: artigos 2º, 18 e 92.
Elementos Limitativos: aqueles que limitam o poder do Estado,
fixando direitos à população. Ex.: artigos 5º, XI.
Elementos Socioideológicos: aqueles que fixam a ideologia estatal.
Ex.: artigos 1º, 4º.
Elementos Formais de Aplicabilidade: aqueles que auxiliam na
aplicação de outros dispositivos constitucionais. Ex.: artigos 5º e 81º.
Elementos de Estabilidade Constitucional: buscam a estabilidade em
caso de tumulto institucional. Ex.: artigos 34, 36, 136 e 137.
DIREITO CONSTITUCIONAL 1 – ANOTAÇÕES DA AULA 5
ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO
PREÂMBULO/PARTE PERMANENTE/ ADCT
(Art. 1º ao 250)
PREÂMBULO
Embora esteja presente em todas as constituições brasileiras, o preâmbulo
não é obrigatório.
Segundo o STF não é norma constitucional;
Não é norma de repetição obrigatória nas constituições estaduais;
Não pode ser utilizada como parâmetro no controle de
constitucionalidade;
A palavra Deus não fere a laicidade do Estado Brasileiro.
PERMANENTE
Apesar da denominação, pode ser modificada por meio de emenda
constitucional.
ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (ADCT)
Segundo o STF, trata-se de norma constitucional e pode ser alterada por
emenda.
Ex.: o artigo 2º da ADCT, convoca o povo brasileiro para um plebiscito em
07/09/1993, contudo, a EC 02 antecipou a data do plebiscito para
21/04/1993.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Quanto ao conteúdo
MATERIAL: aquela que possui exclusivamente matéria constitucional.
Ex.: organização do Estado.
FORMAL: além de possuir matéria constitucional, possui temas não
constitucionais. Ex.: artigo 242, § 2º da CF/88.
Quanto à forma
ESCRITA: documento solene (todas as constituições brasileiras foram
escritas).
NÃO ESCRITA: também chamada de costumeira ou consuetudinária é
aquela que se decorre dos costumes da sociedade. Ex.: Inglaterra.
Quanto ao modo de elaboração
DOGMÁTICA: é aquela fruto de um trabalho legislativo específico, ou
seja, o legislador se reúne com o objetivo de elaborar a constituição.
Ex.: o destaque dado à tortura no artigo 5º da CF/88, como forma de
refúgio às práticas do regime militar.
HISTÓRICA: é fruto da evolução histórica. Ex.: Inglaterra.
Quanto à origem
PROMULGADA: democrática, elaborada pelos representantes do
povo.
OUTORGADA: imposta unilateralmente pelo governante.
CESARISTA ou BONAPARTISTA: feita pelo governante e submetida à
apreciação do povo, por referendo.
PACTUADA ou DUALISTA: fruto do acordo entre duas forças políticas
do país.
Quanto a função
GARANTISTA: limita-se a fixar os direitos e garantias fundamentais.
Trata-se de uma espécie de carta declaratória de direitos do cidadão.
DIRIGENTE: além de fixar os direitos fundamentais, possui normas
programáticas.
Quanto a rigidez ou estabilidade
IMUTÁVEL: aquela que não pode ser alterada.
RÍGIDA: aquela que possui um procedimento de alteração mais rígido
que os destinados às demais leis.
FLEXÍVEL: aquela que possui o mesmo procedimento de alteração
destinado às outras leis.
SEMIRÍGIDA ou SEMIFLEXÍVEL: possui uma parte rígida e outra
flexível. Ex.: a constituição de 1824 poderia ter parte de seu texto
modificado após quatro anos de sua edição.
OBS.: para parte da doutrina a CF/88 é considerada super rígida, pois
além de possuir um procedimento mais rigoroso de alteração, possui um
conjunto de matérias que não podem ser suprimidas, as chamadas
cláusulas pétreas.
Artigo 60, § 4º da CF – Vedação ao aborto.
FEDERAÇÃO: união de vários estados, cada qual com sua autonomia.
Voto secreto, universal e periódico: voto obrigatório não é cláusula pétrea.
OBS.: artigo 81 da CF/88.
SEPARAÇÃO DOS PODERES: independentes e harmônicos entre si.
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS: direitos dos indivíduos.
Polêmica: artigo 228 da CF/88.
DIREITO CONSTITUCIONAL 1 – ANOTAÇÕES DA AULA 6
HISTÓRICO POLÍTICA DO IMPÉRIO DE 1824 – Outorgada por DOM PEDRO I
Centralizou o poder político e administrativo com a criação do poder moderador, que garantia
estabilidade ao imperador que não estava sujeito a qualquer responsabilidade.
Adotou-se como religião oficial a católica apostólica romana.
O órgão legislativo era chamado Assembleia Geral composto pelo senado (membros vitalícios
nomeados pelo imperador) e pela câmara dos deputados, eletiva e temporária, com voto
censitário.
O poder judiciário era composto por juízes e jurados.
Garantia a liberdade de locomoção e vedava as prisões arbitrárias.
CONSTITUIÇÃO DE 1891
Promulgada, consagrou o governo presidencialista e declarou a união “perpétua e
indissolúvel” das províncias, transformando-as nos Estados Unidos do Brasil.
Garantiu liberdade partidária, estabelecendo eleições diretas para a câmara (3anos), senado
(9 anos) e presidente (4anos).
Estabeleceu o voto universal e não secreto aos homens maiores de 21 anos.
Separou o Estado da Igreja, criou o “HC”, instituiu o casamento civil e “aboliu” as penas: de
morte e banimento. Criou o STF.
CONSTITUIÇÃO DE 1934
Promulgada durante o 1º Governo de Getúlio Vargas.
Instituiu o voto secreto e obrigatório aos 18 anos, salário mínimo, casamento religioso com
efeitos civis e instituiu o mandado de segurança e a ação popular.
CARTA DE 1937
Outorgada na ditadura Getúlio Vargas.
Apelidada de “polaca”, fechou o parlamento, dissolveu os partidos, extinguiu a figura do Vice-
Presidente e a tortura era utilizada como instrumento de repressão.
CONSTITUIÇÃO DE 1946
Promulgada após o término da 2ª Guerra, ampliou direitos fundamentais, reconheceu o direito
de greve. A capital federal foi transferida para Brasília. (Experiência parlamentarista entre 1961
e 1963).
CARTA DE 1967
Outorgada durante o regime militar, restringindo direitos fundamentais. Criou a figura do
“decreto-lei”.
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº1 DE 1969: país passou a ser governado pelas juntas
militares.
DIREITO CONSTITUCIONAL 1 – ANOTAÇÕES DA AULA 7
PODER CONSTITUINTE
É aquele que elabora ou modifica o texto constitucional.
O povo é titular desse poder, que é exercido por meio de uma assembleia
constituinte.
Assembleia constituinte: grupo de senadores e deputados eleitos pelo povo
para elaborar uma nova constituição.
Quando pode ser eleita uma Assembleia Constituinte?
Legitimamente, quando a constituição ficar defasada em relação as novas
demandas da sociedade.
São 3 os tipos de manifestação do poder constituinte.
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: é o que inaugura a ordem jurídica
com a criação de uma nova constituição.
Pode ser: - histórico: elabora a primeira constituição de um país. No caso
brasileiro, a Constituição de 1824
- revolucionário: rompe um sistema político e a ordem jurídica
anterior. No caso do Brasil, todas constituições que vieram depois da de
1824.
CARACTERÍSTICAS
Ilimitado: pode tratar sobre qualquer matéria.
Inicial: inaugura nova ordem jurídica.
Incondicionado: não precisa respeitar nenhuma forma
preestabelecida. Ou seja, não precisa pautar o texto constitucional
em nenhum ordenamento jurídico anterior.
O poder constituinte originário, tem com ele uma grande uma
responsabilidade, pois uma vez que pode tratar sobre qualquer matéria,
inaugurar uma nova ordem jurídica e não necessita respeitar nenhuma forma
preestabelecida, ele pode, por exemplo, dissolver os três poderes e instaurar
um Estado totalitário, se assim ficar definido.
Todavia, não podemos esquecer que o Brasil tem relações internacionais
com outros Estados e com eles mantem tratados internacionais pautados no
princípio da dignidade da pessoa humana, sob pena de embargos econômicos
no caso de descumprimento. Logo, numa abordagem econômica e diplomática
da questão, não seria interessante para o governo brasileiro, instaurar uma
constituição que restringisse os direitos fundamentais da pessoa humana.
PODER CONSTITUINTE DERIVADO: também chamado de secundário, é
aquele que modifica uma constituição já existente. É o poder de emendar
a constituição.
Quem tem esse poder?
Os senadores e deputados que modificam o texto constitucional através
de uma proposta de emenda à constituição (PEC).
CARACTERÍSTICA:
Limitado: deve respeitar as cláusulas pétreas.
Art. 60º, § 4º, CF: I – a forma federativa do Estado.
II – voto direto, secreto, universal e periódico
III – a separação dos poderes.
IV – os direitos e garantias individuais.
Condicionado: precisa atender ao procedimento de alteração
da constituição fixado pelo poder constituinte originário.
Como se altera a constituição?
De maneira resumida, a PEC tem de passar por 2 votações, cada uma de
dois turnos. A proposta necessita de aprovação mínima de 3/5 e assim,
será votada no turno seguinte, até sua aprovação. Obedecendo o
processo, a emenda é votada quatro vezes, sempre obedecendo a
aprovação mínima de 3/5.
Subordinado: está vinculado à própria constituição.
Revisão Constitucional: permite que revise a constituição, quando ela diz
que é possível. Exemplo: de modo resumido, em 1993 houve um
plebiscito para escolher entre parlamentarismo ou presidencialismo no
Brasil . Se fosse escolhido o parlamentarismo, parte do texto
constitucional que trata sobre a república, teria de ser reformulado.
PODER CONSTITUINTE DECORRENTE: atribuído aos estados federados
para a criação de suas constituições estaduais.
Os estadoss podem criar leis que vão de encontro com as da CF?
Não. Estes estão subordinados a constituição federal. Assim, na
prática, os estados federados têm constituições que são
verdadeiros “Ctrl+C Ctrl+V” da CF.
Municípios não têm poder constituinte decorrente, mas sim, leis
orgânicas que lhe conferem poder de auto-organização. Por exemplo:
número de secretarias, delimitação de zona urbana e rural, entre
outros...
DIREITO CONSTITUCIONAL 1 – ANOTAÇÕES DA AULA 8
FORMAS DE GOVERNO E SISTEMA DE GOVERNO
FORMA DE GOVERNO: é o modo de organização estatal. São duas: a
monarquia e a república.
MONARQUIA: forma de governo em que somente uma pessoa governa, o
chamado monarca, que pode ser um rei, um imperador, etc.
O monarca exerce um governo vitalício e hereditário, marcado pela
chamada irresponsabilidade.
Irresponsabilidade: significa que ele não responde sobre os atos que
praticava enquanto governante, caso esses causassem danos a outrem.
REPÚBLICA: todo poder emana do povo, de forma que os governantes
são representantes da vontade popular.
Dirigentes: mandato com o prazo determinado + responsabilidade.
Mandato: é passagem dos direitos, para que alguém o represente.
SISTEMA DE GOVERNO: é marcado pela maneira como a forma de
governo será exercida.
PRESIDENCIALISMO: presidente da República é ao mesmo tempo chefe
de Estado e chefe de Governo.
Chefe de Estado: representa o Estado que ele é eleito, perante outras
nações. É a representação física do Estado.
Chefe de Governo: maior entidade representante do poder executivo
que temos no país.
PARLAMENTARISMO: temos a figura do Chefe de Governo.
Ex.: Inglaterra: parlamentarismo monárquico. A rainha da Inglaterra é
Chefe de Estado e o 1º Ministro é o Chefe de Governo. Assim, temos uma
Monarquia Parlamentarista.
FORMA DE ESTADO
ESTADO UNITÁRIO: único centro de poder. Exemplo: na Inglaterra não
tem uma divisão entre estados, distritos e subdistritos. Do parlamento e
do primeiro ministro partem as decisões para todo o Estado.
ESTADO FEDERAL
Características do Estado Federal:
1) Presença de vários centros autônomos de poder político.
2) A presença de uma constituição lhe dando fundamento.
3) Impossibilidade de secessão: impossibilidade de separação.
4) Cada esfera federativa possui fontes próprias de poder.
5) As esferas federativas, devem colaborar com a vontade nacional.
Exemplo de autonomia dos estados federativos: a variação da taxa de IPVA em
estados federativos diferentes.
DIREITO CONSTITUCIONAL 1 – ANOTAÇÕES DA AULA 9
FEDERAÇÃO: união indissolúvel entre os Estados, os municípios e o
Distrito Federal.
Art. 1º da CF/88: A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se
em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
UNIÃO: possui dupla personalidade jurídica – pessoa jurídica de direito
público interno e pessoa jurídica de direito público externo, atuando
perante o direito interno o direito internacional.
Quando direito público interno, trata de assuntos como: estados federados,
municípios, ministérios, entre outros...
Quando direito internacional, trata da: negociação da República Federativa
do Brasil perante outros países.
Obs.: não há hierarquia entre união, estados, Distrito Federal e
municípios, pois cada ente federativo possui campos próprios de
atuação.
A União – unidade federativa – é uma ordem central que se forma
por meio do pacto federativo (no Brasil, reunião entre estados,
Distrito Federal e municípios.
Bens da União – Art. 20º da CF/88.
COMPETÊNCIAS DA UNIÃO FEDERAL
Competência não legislativa (material ou administrativa).
Regulamenta o campo de exercício nas funções governamentais.
A competência pode ser:
EXCLUSIVA: somente a União poderá legislar sobre determinada matéria,
impedindo-a de delegar competência a outro ente.
Art. 21º da CF/88.
COMUM: cooperação entre os entes federativos, tendo em vista o
equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
Art. 23 da CF/88
PRIVATIVA: Art. 22 da CF/88
CONCORRENTE: união estabelece normas gerais.
Art. 24 da CF/88
DIREITO CONSTITUCIONAL 1 – ANOTAÇÕES DA AULA
ESTADOS
Art. 18, §3º da CF/88
Os estados podem incorporar-se entre si (fusão), subdividir-se (cisão) ou
desmembrar-se (desmembramento) para se anexarem a outros ou formarem
novos estados ou territórios federais, mediante aprovação da população
diretamente interessada, através de plebiscito e do congresso nacional por lei
complementar.
POPULAÇÃO DIRETAMENTE INTERESSADA
Proposta de divisão do estado do Pará em 2011 para criação dos estados de
Tapajós e Carajás – negado.
CRIAÇÃO DO ESTADO
REALIZAÇÃO DO PLEBISCITO
DESFAVORÁVEL EMPATE FAVORÁVEL
NÃO CRIAÇÃO NÃO CRIAÇÃO CRIAÇÃO
LEI COMPLEMENTAR
COMPETÊNCIA DOS ESTADOS
COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
Comum: Art. 23 da CF/88
Residual: Art. 25, §1º da CF/88 – são reservadas aos Estados as
competências administrativas que não lhes sejam vedadas ou, ainda,
a competência que lhe sobrar, após a enumeração de outros entes
federativos.
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS
Concorrente: Art. 24 da CF/88
Bens: Art. 26 da CF/88
DIREITO CONSTITUCIONAL 1 – ANOTAÇÕES DA AULA 11
MUNICÍPIOS
São dotados de:
Auto-Organização: Art. 29º da CF/88 – Lei Orgânica;
Autogoverno: Eleição de prefeito e vice-prefeito;
Autoadministração: Art. 30º, CF/88.
CRIAÇÃO – Art. 18, §4º da CF/88.
Para a criação dos municípios é necessário:
1) LEI COMPLEMENTEAR FEDERAL: procedimento;
2) ESTUDO DE VIABILIDADE MUNICIPAL: deve ser publicado e divulgado;
3) PLEBISCITO: convocado pela assembleia legislativa;
4) LEI ESTADUAL: estabelecendo a vida.
LEI COMPLEMENTAR FEDERAL
PLEBISCITO
DESFAVORÁVEL/EMPATE FAVORÁVEL
NÃO CRIAÇÃO ESTUDO DE VIABILIDADE
MUNICIPAL
LEI ESTADUAL
Interesse local: diz respeito às peculiaridades e necessidades atinentes à
localidade.
Plano diretor: Art. 182º, §1º DA CF/88 - aprovado pela câmara municipal,
obrigatório para cidades com mais de 20:00 habitantes.
Poder Judiciário: pode do estado, que é subordinado nas regiões.
Tribunal de contas: mais importantes do estado. Julga as contas do poder
legislativo (Art. 71, CF/88).
DIREITO CONSTITUCIONAL 1 – ANOTAÇÕES DA AULA 12
DISTRITO FEDERAL
Unidade federativa autônoma.
Dentro de seu território, se localiza Brasília, que é a capital federal e a
sede do governo do DF.
Auto-Organização: Art. 32º, CF/88 - se rege por lei orgânica.
Autogoverno: Art. 32º, §2º e 3º - governado por governador.
Autoadministração: competência legislativa e não legislativa.
Trata-se o Distrito Federal, de um estado formado por várias cidades satélites,
inclusive Brasília, que é a única cidade brasileira que é administrada por um
governador e não por um prefeito.
OBS.:
Art. 32, CF/88: impossibilidade de divisão do distrito federal em
municípios.
Art. 32º, §4º da CF/88: não há polícia civil, militar ou corpo de bombeiros
militar pertencente ao DF. Tais instituições são organizadas e mantidas
pela união.
COMPETÊNCIAS
Administrativa: Art. 23º da CF/88.
Legislativa: Art.32, §1º: atribuídas competências legislativas reservadas
aos estados e aos municípios.
Expressa: Art. 32º, “caput” – lei orgânica
Residual: Art. 25º, §1º.
Delegada: Art. 22º, PU
Concorrente: Art. 24º - todos os entes federativos podem legislar com
relação a determinado assunto.
Suplementar: Art. 24º, §111º e 4º
Interesse local: Art. 30º, I cc. Art. 32º, §1 – tem que legislar em assuntos
de seu território.
Tributária: Art. 155º
TERRITÓRIOS FEDERAIS
Trata-se de uma descentralização político-administrativo da União.
Art. 18, §2º.
Seu poder executivo é delegado por um governador nomeado pelo
presidente da república após comprovação do senado: Art. 84, XIV.
Territórios com mais de 100.000 habitantes terão órgãos judiciários,
defensoria pública e ministério público.
Natureza Jurídica: autarquia da união.
Atualmente não existem territórios no Brasil: Art. 14 ADCT.
Podem ser criados?
SIM: 1)Realização do plebiscito.
2)Se for favorável é criado por lei complementar federal.
3)Se for desfavorável ou empate, não há criação.
FERNANDO DE NORONHA: distrito estadual de Pernambuco (Art. 15º da
ADCT e Art. 93, §3º das CE/PE) que pode ser transformado em município.
É dirigida por um administrador por geral nomeado pelo governador
após aprovação da assembleia legislativa.
DIREITO CONSTITUCIONAL 1 – ANOTAÇÕES DA AULA 13
EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
Classificação de José de Afonso da Silva
Segundo José Afonso da Silva, podemos classificar as normas constitucionais
quanto a sua eficácia com: normas de eficácia plena, contida e limitada.
Eficácia: possibilidade de produção de efeitos.
Normas de eficácia plena:
Também chamadas de normas de aplicabilidade direta, imediata e integra são
aquelas normas da constituição que, no momento de sua entrada em vigor,
estão aptas a produzir todos os seus efeitos.
São aquelas que receberam do constituinte a normatividade suficiente à sua
incidência imediata.
Como regra geral, criam órgãos ou atribuem competências aos entes
federativos:
Exemplos: Arts. 2º; 14,§2º; 17, §4º; 19º; 20º; 21º, etc...
Art. 2º, CF/88: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre
si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Normas constitucionais de eficácia contida:
Também chamadas de prospectivas, possuem aplicabilidade direta e imediata,
mas possivelmente não integral.
Estas possuem condições de produzir todos os seus efeitos, mas norma
infraconstitucional poderá reduzir sua abrangência, bem como por normas da
própria constituição ou motivo de ordem pública, bons costumes e paz social.
Art. 5º , XIII; Art. 136º, §1º e Art. 139º.
Art. 5º, XIII, CF/88: é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
Michel Temer: normas constitucionais de eficácia redutível ou
restringível, apesar de sua aplicabilidade plena.
Normas constitucionais de eficácia limitada:
Normas que não têm o condão de produzir todos os seus efeitos, necessitando
de uma lei integrativa infraconstitucional. Por isso são chamadas normas de
aplicabilidade mediata e reduzida ou, ainda, aplicabilidade diferida.
Produzem um mínimo efeito ao vincular o legislador e condicionar a atividade
dos órgãos da administração e do judiciário.
Normas de princípio institutivo ou organizativo: contêm esquemas
gerais (iniciais) de estruturação de instituições, órgãos ou entidades. Ex:
Art. 18, §2º, Art. 22, P.Ú. ; Art. 25, §3º etc...
Art. 18, §2º: Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão
reguladas em lei complementar.
Normas de princípio programático: veiculam programas a serem
implementados pelos estados, visando a realização dos fins sociais. Ex:
Art.6º; Art. 196º; Art. 205; Art. 7º, XX; Art. 216, §3º etc..
Art. 6º: São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e a infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.