Direito Constitucional - Marcelo Novelino - Lfg 2007

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    1 Aula 10/08/07

    A CONSTITUIO:

    - Sociolgica- PolticaFUNDAMENTOS - Jurdica

    - Naturalista

    1) Constituio de Fundamento Sociolgico:Esta classificao tem como principal expoente FERDINAND LASSALE, que busca o fundamento da constituio

    na Sociologia.Segundo Lassale, existe 1 Constituio ESCRITA OU JURDICA e, ao lado desta, existe uma constituio chamada REAL OU EFETIVA.

    Caso haja um conflito, qual das 2 constituies prevalece?R: PARA LASSALE, a Constituio Real sempre ir prevalecer sobre a Constituio Escrita. Porque a constituio escrita s tem alguma validade

    quando corresponde Realidade.

    Constituio Real ou Efetiva a soma dos fatores reais do poder que regem uma determinada Nao.Na concepo de Lassale, se a Constituio Escrita no correspondesse Realidade, ela no passaria de uma Folha de Papel. Ela s teriaalguma validade se correspondesse realidade.

    2) Constituio Poltica:O Principal Defensor dessa concepo de Constituio CARL SCHMITT. Ele fez uma obra, chamada (?) nesta obra, Carl fala em 2

    conceitos para a Constituio:- Conceito Absoluto de Constituio e - ConceitoRelativo de Constituio.

    Conceito Absoluto de Constituio = a Constituio Propriamente Dita + Leis Constitucionais que fazem parte do conceito relativo deconstituio.

    Constituio Propriamente Dita = a constituio apenas aquilo que decorre de uma deciso poltica fundamental que a antecede. Elatambm chamada de Teoria Decisionista.

    (Caiu na prova da ESAF/2007)

    Quais os Direitos que decorrem de uma deciso poltica?R: Direitos Fundamentais, Forma de Organizao do Estado e a Relao entre os Poderes. Tudo isso faz parte de uma deciso poltica

    fundamental.

    Para Schmitt, todo o restante seriam leis constitucionais.

    CONSTITUIO = Conceito MaterialX

    LEIS CONSTITUCIONAIS = Conceito Formal de Constituio

    As Leis Constitucionais so constitucionais porque est ali dentro, na constituio. Porque se estivesse em outro cdigo, teria outra natureza queno a de Constituio.

    3) Concepo Jurdica:Esta concepo era defendida porHANS KELSEN e KONRAD HESSE.

    Cada um tem a sua teoria, e elas no so idnticas. Mas, ambos adotaram essa concepo.

    PARA HANS KENSEN a Constituio no precisa se socorrer da Sociologia nem da Poltica para buscar o seu fundamento, pois ele seencontra no prprio Direito (Constituio = conjunto de normas como as demais leis).

    Kelsen entende que h 2 tipos de constituio:

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    - Constituio em Sentido Lgico Jurdico- Constituio em Sentido Jurdico Positivo

    A Constituio Lgico Jurdico a norma fundamental hipottica. norma fundamental porque ela ser o fundamento da CF/88 emsentido lgico jurdico. E hipottica porque norma pressuposta (no norma posta). Ela composta de apenas 1 artigo, qual seja: Todos devemobedecer a Constituio.

    A Constituio em Sentido Jurdico Positivo a constituio propriamente dita.A Teoria do KONRAD HESSE dividida: ele fez uma palestra que depois se tornou um livro. Esse livro foi traduzido pelo MinistroGilmar Mendes, que muito se utiliza dele em seus julgamentos.

    Ex.: Relativizao da Coisa Julgada Fundamento = Preservao da Fora Normativa da Constituio (que um dos fundamentos doKonrad Hesse).

    Sobre este tema, h um livro excepcional: A Fora Normativa da Constituio.

    Na prova, deve-se contrapor a teoria do Konrad Hesse com a do Ferdinand Lassale. Ela foi feita para rebater a teoria de Lassale.O Lassale defende que a Constituio Real prevalece sobre a escrita.J Konrad Hesse entende que se a Constituio Escrita tem apenas essa funo de reafirmar o que ocorre na realidade, isso muito

    pouco. Porque ela tambm tem a funo de conformar e readaptar a realidade segundo a sua norma.Segundo Konrad Hesse, a Constituio possui uma Fora Normativa capaz de conformar a realidade, para isso, basta que haja

    vontade de constituio, e no apenas vontade de poder.

    4) Concepo Culturalista:

    Porque busca na cultura de um povo o fundamento da Constituio. Aqui, no h qualquer expoente para defend- la. A constituiotem um aspecto sociolgico, poltico e jurdico, ou seja, a juno das 3 concepes anteriores. Ela remete a um conceito de constituio total, aconstituio da sociedade.

    Ao mesmo tempo, a Constituio condicionada pela realidade e pela cultura de um determinado povo, ela tambm condicionante desta cultura.

    Qual o papel que a Constituio deve adotar em uma sociedade? R: A resposta se refere sConcepes quanto ao Papel de Constituio:-Constituio Lei-Constituio Fundamento (ou Total, segundo o TJMG)-Constituio MolduraO critrio : a liberdade da constituio, quanto a sua CONFORMAO frente ao Legislador e aos Cidados.

    Dependendo dessa liberdade de conformao que teremos os 3 papis acima.

    * Constituio Lei = a constituio uma lei como outro qualquer, e no possui supremacia sobre as demais leis. Como no tem supremacia, ela no tempoder de conformao sobre o legislador. Ento, que papel ela desempenha?

    Ex.: Ela serve apenas como uma Diretriz para a atuao do legislador. E uma diretriz sem carter vinculante e sem carter obrigatrio. Serviriaapenas como diretriz, como conselho para o legislador.

    Isso j foi aplicado no Brasil?R: No Direito Romano sim. Porque o que era supremo era o Direito Civil, nesta poca, e o Direito Penal tambm. Hoje, na Alemanha,

    no existe relao de subordinao entre o Direito Pblico e o Direito Privado, como se fossem direitos distintos e autnomos.Mas, numa constituio rgida como a nossa, essa concepo de Constituio Lei no tem fundamento.

    * Constituio Fundamento = a liberdade de conformao do legislador extremamente limitada pela constituio. Cabe aolegislador apenas regulamentar aquilo que j est consagrado na Constituio. Ela deixa um espao pequeno de criao para o legislador. Aconstituio seria o fundamento, no s para as atividades do Estado, mas de toda a sociedade. Da o nome de Constituio Total.

    Ex.: Previso Legal sobre o Colgio Pedro II.

    * Constituio Moldura = uma concepo intermediria, que busca o equilbrio das 2 anteriores. usada por Hans Kelsen. Ela tem forma de moldura,onde o intrprete tem toda a liberdade para fazer suas interpretaes dentro daquele espao emoldurado. Cabe ao legislador preencher esta moldura. Ela abrange a1 teoria e restringe a 2. Ela no

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    diz o que ou como o legislador deve atuar. Ela apenas verifica se o legislador atuou como deveria atuar. Ela ganhou fora na Alemanha.

    CLASSIFICAES DA CONSTITUIO:

    1- Quanto ORIGEM: (Histrica)

    As primeiras constituies escritas que surgiram tinham como finalidade LIMITAR OS PODERES DO SOBERANO. Ele prprio

    fazia a constituio, auto limitando o seu poder atendendo s presses populares. So as Constituies OUTORGADAS (impostas peloGovernante).Depois surgiram as Constituies PACTUADAS.Depois, surgiram as Constituies DEMOCRTICAS ou POPULARES, que so as atuais. As DEMOCRTICAS tambm so chamadas de

    PROMULGADAS ou VOTADAS.

    A Constituio Outorgada ou Imposta aquela criada apenas pelo Governante, mesmo sem ser o titular do Poder Constituinte, sem qualquerparticipao do Povo. Quando ela submetida a Plebiscito ou Referendo, ela chamada de CONSTITUIO CESARISTA (que quando o legislador tentadar uma legitimidade constituio).

    A Constituio Cesarista a constituio imposta submetida a plebiscito ou referendo.

    Plebiscito a consulta prvia antes da medida ser tomada. Referendo a consultaposterior depois da medida ser tomada.

    As Constituies Pactuadas so feitas entre o Prncipe ou o Rei ou o Governante (Monarquia) e a Assemblia. So sempre duas foras polticasrivais. Tem princpio monarca e princpio democrtico.

    As Constituies Democrticas so as Populares, so as Votadas, so as Promulgadas ou Dogmticas. Caractersticas para aConstituio ser Democrtica:Quem o titular do Poder Constituinte?R: A Maioria do povo, ou melhor, Representantes do Povo. Que foi eleito para este fim especfico. No basta ser qualquer congresso ele tem que

    ser posto l para este fim: elaborar uma constituio.

    A Constituio Democrtica aquela feita por uma Assemblia Constituinte. Certo ou Errado? R: Certo. Ora, ela composta por representantes do povo para elaborar um ato especfico. Ex.: Constituio de 1891 (1 daRepblica), 1934, 1946 e 1988.

    2 Quanto ao MODO DE ELABORAO:

    H duas espcies CONSTITUIES DOGMTICASCONSTITUIES HISTRICAS

    Associe dogmtica a dogma. A Constituio fruto de valores existentes no momento em que ela foi criada. Ela surge de uma s vez, em um smomento. Ela fruto das idias dominantes daquele instante. Ex.: 05/10/88

    A Constituio Histrica, diferentemente, ela surge lentamente atravs dos tempos. Ela formada aos poucos. So as chamadas ConstituiesCostumeiras ou Consuetudinrias. Ls vo se formando lentamente atravs do tempo.

    Ex.: Constituio Inglesa. Ela tem documento escrito, mas seus princpios so seculares.

    3 Quanto ESTABILIDADE ou Quanto PLASTICIDADE:

    (Muito Importante!)Existem 5 espcies: as imutveis e as fixas no existem mais. So aquelas que no podem ser modificadas porque ela era fruto de uma

    obra divina, e se alteradas, os deuses ficariam bravos.Ex.: Cdigo de Hamurabi e as Leis das 12 Tbuas.

    Hoje, ns temos as ConstituiesRgidasSemi RgidasFlexveis

    CONSTITUIO FLEXVEL elas vo analisar no a comparao entre constituies diferentes, mas, a alterao daConstituio e a alterao das leis. Quando a alterao da constituio igual ao das leis, ela flexvel. aquela que tem o mesmo processo dealterao da legislao ordinria. O Parlamento possui um poder Constituinte Permanente. No tem a nossa diviso tipo Poder DerivadoReformador. Porque a Comisso Permanente deles cria a constituio e eles mesmos a reformam.

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    Ex.: Constituio Inglesa.Mas, agora, a partir de 2000, existe um Parlamento Novo onde a Constituio se submete ao exame deles. Ento, agora, existe uma

    hierarquia. Logo, ela no mais flexvel.Toda Constituio flexvel no tem hierarquia sobre as demais leis.

    CONSTITUIO SEMI RGIDA

    Ex.: Constituio de 1824 (Constituio Imperial de D. Pedro). Ela tinha uma parte rgida e outra flexvel. Ela tinha um dispositivo quedizia que s era rgida em algumas matrias (clusulas ptreas) e as demais matrias cujo processo de alterao era igual ao das leis ordinrias.

    CONSTITUIO RGIDA

    O que a caracteriza o fato dela ter clusula ptrea? R: NO!!!!

    A clusula ptrea no essencial para caracterizar a rigidez da constituio. Ex.: CF/1824 tinha CP e era semirgida.O que caracteriza a constituio como rgida quanto ao processo de ALTERAO + SOLENE, e mais complexo que o ordinrio.

    Tanto isso que o Alexandre de Moraes fez uma distino entre constituies rgidas e super rgidas. A super rgida aquela constituio quealm de ter processo de alterao solene, ela tambm possui clusula ptrea.

    Para a Corrente Minoritria = a Rigidez Sociolgica quer dizer que ela tem poucas modificaes. Ex.: Inglaterra (j anossa constituio j tem 53 emendas).

    Para a Corrente Majoritria = a Rigidez no Sentido Jurdico, a constituio s rgida se ela for escrita. Ela deve ser necessariamente escrita.

    A nossa constituio rgida.

    Qurum deAprovao de Lei Ordinria = Maioria Presente + 1 turno (art. 47 CF/88) Quorum deAprovao deLei Complementar= Maioria Absoluta + 1 turno (art. 69, CF/88) Quorum deAprovao de EmendaConstitucional = 3/5 = 2 turnos

    Art. 47. Salvo disposio constitucional em contrrio, as deliberaes de cada Casa e de suas Comisses sero tomadas por

    maioria dos votos,presente a maioria absoluta de seus membros.

    Art. 69. As leis complementares sero aprovadas pormaioria absoluta. 4 Quanto EXTENSO da Constituio:

    Ou seja, quanto ao tamanho da constituio. Ela pode ser classificada quanto ao seu tamanho em:

    CLSSICA (ou SUCINTA ou SUMRIA ou BREVE) PROLIXA (ouANALTICA ou REGULAMENTARES)

    A CLSSICA assim chamada porque as primeiras constituies que surgiram eram sucintas. Ex.: A Constituio NorteAmericana (1857)

    Ex.: A Constituio Francesa (1791)

    Os assuntos clssicos dessas constituies eram: Os Direitos Fundamentais, a Estrutura do Estado (se ele Unitrio, Federal, ...)e a Organizao dos Poderes (competncias, limitaes, ...) (DEO)

    Elas eram sucintas porque s tratavam dessas matrias. Apenas as suas bases fundamentais, porque elas no eram regulamentadas totalmente l. Eeram tratadas na constituio para que essas matrias tivessem maior estabilidade.

    As Constituies de hoje so prolixas como Reao aos Regimes Totalitrios (Ditadura).

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    Ela prolixa quando trata das matrias acima e mais outros assuntos, alm disso, ela regulamenta as matrias esmiuada mente.

    5 Quanto IDENTIFICAO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS:

    o critrio quanto ao contedo.Como uma norma constitucional identificada?

    -pelo seu contedo (MATERIAL)?-OU pela forma como ela foi elaborada (FORMAL)?

    A Constituio em Sentido MATERIAL, a constituio identificada pela matria, pelos assuntos que ela trata,pelo seu contedo.

    Ex.: A Constituio Inglesa. Como identificamos uma norma como Constituio Inglesa? Por causa do seu precedente material, pelo seucontedo, e no pela forma como foi elaborada.

    A Constituio em Sentido FORMAL aquela constituio rgida. aquela feita por um processo + solene, + complexo que ao das leis ordinrias.

    No Brasil, identificamos se a norma constitucional ou no pela sua FORMA.

    Qual a diferena entre 1 - Normas materialmente constitucionais e

    2 - Normas formalmente constitucionais

    1 uma norma que trata dessas matrias acima.2 uma norma que apenas est dentro da constituio.

    Ex.: Arts. 1, 3 e 4, CF/88. Esses artigos so 1 ou 2, ou so as duas coisas?R: Quanto ao art. 1, essa norma faz parte da estrutura do Estado Brasileiro, logo, so MATERIALMENTE CONSTITUCIONAIS. E so

    FORMALMENTE CONSTITUCIONAIS porque esto no corpo da constituio.Quanto ao art. 3, so metas a serem perseguidas. Elas so materialmente constitucionais? Ou seja, as normas relativas s finalidades do Estado

    so apenas formalmente constitucionais? Certo ou Errado?R: Certo! So tpicas de constituies dirigentes ou programticas, como a nossa CF/88. Elas so apenas formalmente

    constitucionais.Art. 3 Constituem objetivos fundamentais da Repblica Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade

    livre, justa e solidria;II - garantir o desenvolvimento nacional;III - erradicar a pobreza e a marginalizao e reduzir as desigualdades sociais e regionais;IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raa, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminao.

    O art. 242, CF/88, que fala do Colgio Pedro II, um norma formalmente constitucional. Se ela for retirada do corpo da CF/88, cabeControle de Constitucionalidade?

    R: Sim! Porque o que interessa aqui a forma como essa lei foi feita e colocada na CF/88.

    Art. 242. O princpio do art. 206, IV, no se aplica s instituies educacionais oficiais criadas por lei estadual ou municipal eexistentes na data da promulgao desta Constituio, que no sejam total ou preponderantemente mantidas com recursos pblicos.

    1 - O ensino da Histria do Brasil levar em conta as contribuies das diferentes culturas e etnias para a formao do povobrasileiro.

    2 - O Colgio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, ser mantido na rbita federal.

    Quanto ao art. 4 da CF/88 uma norma formalmente constitucional.

    Art. 4 A Repblica Federativa do Brasil rege-se nas suas relaes internacionais pelos seguintes princpios:I - independncia nacional;II - prevalncia dos direitos humanos;III - autodeterminao dos povos; IV - no-interveno;V - igualdade entre os Estados;

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    VI - defesa da paz;VII - soluo pacfica dos conflitos; VIII - repdio aoterrorismo e ao racismo;IX - cooperao entre os povos para o progresso da humanidade; X - concesso de asilopoltico.Pargrafo nico. A Repblica Federativa do Brasil buscar a integrao econmica, poltica, social e cultural dos povos da Amrica

    Latina, visando formao de uma comunidade latino-americana de naes.

    5 Quanto FUNO ou ESTRUTURA DA CONSTITUIO:Esse critrio foi elaborado por Canotilho, que cuidou de estudar as constituies modernas. Ele chamava de Constituio Dirigente (hoje,

    ele s chama de Programtica).

    As constituies clssicas quando elas surgiram tinham como finalidade proteger as liberdades pblicas em face do Estado. Elas scuidam dessa liberdade do indivduo, no fica cuidando de ouras matrias. Mas, cuidam dos Princpios Materiais Estruturantes.

    Esses princpios esto dentro da CF/88 e estruturam o Estado e a Relao entre os Poderes.

    Ex.: Art. 1 - O Princpio Federativo, Princpio Republicano, Princpio do Estado Democrtico do Direito so princpios materiaisestruturantes. So as constituies clssicas sucintas.

    Dos Princpios FundamentaisArt. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito Federal, constitui-se em

    Estado Democrtico de Direito e tem como fundamentos:I - a soberania; II - acidadaniaIII - a dignidade da pessoa humana;IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismopoltico.Pargrafo nico. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituio.

    Mas, depois do Regime Militar e do Regime Ditador da Europa, as Constituies Dirigentes passaram a ter normas PROGRAMTICAS,que o que caracteriza uma Constituio Dirigente.

    Hoje, muitos autores no gostam mais de usar essa expresso programtica, porque aquela norma que traz um conselho mas que no obrigatrio, s um conselho. Eles preferem os termos NORMA-TAREFA ou NORMAS-FIM, que so a mesma coisa que NORMAS PROGRAMTICAS, porm, comobrigatoriedade e no como conselho.

    O Canotilho ento fez uma reforma em sua obra e deixou de adotar o termo norma dirigente, que dirigia o legislador. Deixou de serdirigente ou dirigista para ser DIRETIVA, que continua apontando caminhos, mas sem ser to firme como antes.

    A norma programtica impe uma obrigao de resultado, de um fim a ser alcanado, e no um meio, visto que este cabe a outros entes, e no constituio. E se ela dissesse COMO ela deve atuar, a sim seria obrigao de meio.

    A constituio programtica ou dirigente aquela que atribui aos Poderes Dirigente a funo de dirigir os rumos do Estado?R: Errado! Porque ele quem dirige os rumos do Estado.

    CLASSIFICAO DA CF/88 com base nos critrio acima:A CF/88 ESCRITA, quanto forma. A sua base escrita, mas ns temos normas no escritas na nossa CF/88. Ex.: art. 5, 2, CF/88

    (outros)

    2 - Os direitos e garantias expressos nesta Constituio no excluem outros decorrentes do regime e dos princpios por ela adotados, oudos tratados internacionais em que a Repblica Federativa do Brasil seja parte.

    Ex.: O Voto de Liderana (advm de um costume) ele acontece em questes onde no h discusso ou conflito. (costume exemplo denorma no escrita)

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    A CF/88 SISTEMTICA . Ela codificada ou no codificada? Ex.: Na poca da 2Guerra, a constituio da Alemanha.No Brasil, ela CODIFICADA ou ORGNICA ou CONTEXTUAL. Ou seja, um s texto. nica, de forma sistemtica, organizada.

    A CF/88 DEMOCRTICA, quanto origem. Mesmo que nem todos da Assemblia Constituinte estivessem l porque haviam sido eleitas sem serpara esse fim especfico. Apesar disso, ela democrtica.

    A CF/88 DOGMTICA quanto ao modo de elaborao.A CF/88 RGIDA ou SUPER RGIDA (SENDO ESTA LTIMA UMA CLASSIFICAO DO ALEXANDRE MORAES.

    A CF/88 PROLIXA (Quanto expanso)- tem 250 artigos.

    A CF/88 IDENTIFICADA PELO SEU SENTIDO FORMAL, quanto identificao das normas constitucionais.

    Quanto a sua funo ou estrutura, ela DIRIGENTE ou PROGRAMTICA. Ex.: A ConstituioMexicana e a CF/88.

    Quanto (?), a CF/88 ECLTICA.

    A CF/88 tambm COMPROMISSRIA, ela fruto de vrios compromissos e colocados na Constituio. Gilmar Mendes j citouem um dos seus julgamentos que a Constituio SUAVE ou DTIL. Essa expresso dtil foi criada por Gustavo Zagrabelsky, que em espanhol DUCTIL = C.MITE

    Na verdade, a teoria quer dizer que a constituio deve ser mais um centro a ser atingido do que um centro de onde se parte. Ele diz queo Direito Constitucional deve ser o responsvel por fornecer os materiais de construo. Cabe Constituio estabelecer a plataforma de partidapara a construo do edifcio concreto, cuja obra ser realizada pela Poltica Constitucional.

    Ou seja, a CF no constri o edifcio. Ela fornece o material de obra para que O LEGISLADOR faa o prdio. Ela no quer construir oprdio todo, por isso ela no considerada constituio total.

    SUPREMACIA CONSTITUCIONAL:

    A idia de supremacia da Constituio surgiu no fim do sculo XVIII, com as Revolues Liberais.At ao final do sculo XVIII, todas as constituies eram costumeiras. S depois das Revolues elas passaram a ser escritas e adquirirama Supremacia.

    Quem criou essas Revolues foi a Burguesia, que queria que a sua LIBERDADE fosse respeitada pelos poderes do Estado, limitando-os. Paralimit-los, era preciso criar um poder acima deles, ou seja, um Poder Constituinte, que reside na Soberania do Povo. Da, surgiu a idia de PoderConstituinte. Assim, se o Poder Constituinte ORIGINRIO e SUPREMO, a ordem oriunda dele (a Constituio) tambm ser originria e suprema.

    Existem 2 espcies de SUPREMACIA pela doutrina:

    1- SUPREMACIA MATERIAL ou2- SUPREMACIA FORMAL

    1 A Supremacia Material est relacionado matria, ao contedo, aos fundamentos. Trata-se de uma supremacia de contedo.

    Toda constituio tem supremacia de contedo, porque os fundamentos do estado devem estar presentes nela. Mas, essa supremacia material notem relevncia no mundo do Direito. O que importa a supremacia formal da constituio.

    2 Ela decorre de qu? Para a constituio se caracterizar como Supremacia Formal, ela deve ser rgida (que tem forma mais solene deelaborao). Toda constituio rgida deve ser escrita. Sendo a supremacia formal, o controle da constituio vai incidir tanto sobre o contedo da formaquanto ao seu contedo material.

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    Com base nisso, segundo Kelsen, quando um ordenamento encabeado por normas rgidas, acaba havendo uma hierarquia de normas. Equal o critrio para se classificar como superior? norma superior aquela que determina o CONTEDO ou a FORMA.

    Se a forma de elaborao da constituio est na CF/88, ela NORMA SUPERIOR. E ainda assim, ela determina a FORMA e oCONTEDO das demais leis infraconstitucionais. Por isso ela norma SUPERIOR.

    2 Aula 17/08/07

    NORMA CONSTITUCIONAL (CONTEDO E FORMA)

    CRITRIO CONTEDO (o princpio influencia o contedo da regra)FORMA

    I) FEDERAL CRFB / EC(tem 4 nveis) ANP (Atos Normativos Primrios) Art. 59, II e III

    ANS (Decretos e Regulamentos) (Chefe e Poder Executivo Art. 84, IV)PORTARIAS

    ANP Busca na CF os seus atos normativos primrios. Quando um ato est diretamente ligado CF, ele considerado primrio.Ex.:Artigo 59 da CF/88.

    Art. 59. O processo legislativo compreende a elaborao de: I - emendas Constituio;II - leis complementares;III - leis ordinrias; IV -leis delegadas;V - medidas provisrias; VI -decretos legislativos; VII -resolues.Pargrafo nico. Lei Complementar dispor sobre a elaborao, redao, alterao e consolidao das leis.

    _________________________________________________Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repblica:IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execuo;

    A Emenda CF, ela entra com qual localizao? Em qual dos nveis?

    R: No existe qualquer hierarquia entre os dispositivos de uma Constituio (seja ela norma oriunda do Poder Originrios ou do Poder Derivado, nemmesmo entre direitos fundamentais ou outros direitos, nem entre Princpio e Regras no Plano Jurdico s h diferena no plano axiolgico assim como tambm noh hierarquia entre as Clusulas Ptreas e os demais dispositivos da CF. Todos situam-se no mesmo nvel. Esse o entendimento majoritrio.

    Se o contedo da Emenda tem que respeitar algumas normas da CF, no seria ela inferior CF?

    R: No. O que deve observar o processo previsto na CF no a Emenda, e sim, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional), cfe. o art. 60

    da CF/88, pargrafo 4. A Emenda o resultado disso. As limitaes que a CF impe so destinadas PROPOSTA, e no, emenda.DA EMENDA CONSTITUIO:Art. 60. A Constituio poder ser emendada mediante proposta:I - de um tero, no mnimo, dos membros da Cmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente daRepblica;III - de mais da metade das Assemblias Legislativas das unidades da Federao, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de

    seus membros. 1 - A Constituio no poder ser emendada na vigncia de interveno federal, de estado de defesa ou de estado de stio.

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    2 - A proposta ser discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver,em ambos, trs quintos dos votos dos respectivos membros.

    3 - A emenda Constituio ser promulgada pelas Mesas da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo nmero de ordem. 4 - No ser objeto de deliberao a proposta de emenda tendente a abolir:I - a forma federativa de Estado;II - o voto direto, secreto, universal e peridico;III - a separao dos Poderes;IV - os direitos e garantias individuais. 5 - A matria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada no pode ser objeto de nova proposta na mesma

    sesso legislativa.

    A emenda constitucional pode ser objeto de controle a qualquer tempo. E o que deve respeitar os limites da CF a proposta, sob pena de estareivada de inconstitucionalidade.

    Quais sos os atos normativos primrios?R: ex.: Proposta de Emenda.

    Existe hierarquia entre Lei Complementar e Lei Ordinria?

    R:

    Para se responder esta pergunta, preciso saber primeiro quais so as suas semelhanas e diferenas.

    Quanto iniciativa de lei como , qual a diferena existente entre a LO e a LC?R: No tocante iniciativa (art. 61 da CF/88), os legitimados para a LC so os mesmos para a LO.

    DAS LEIS:Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinrias cabe a qualquer membro ou Comisso da Cmara dos Deputados, do Senado

    Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da Repblica, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geralda Repblica e aos cidados, na forma e nos casos previstos nesta Constituio.

    1 - So de iniciativa privativa do Presidente da Repblica as leis que: I - fixem oumodifiquem os efetivos das Foras Armadas;II - disponham sobre:

    a)

    criao de cargos, funes ou empregos pblicos na administrao direta e autrquica ou aumento de sua remunerao;b) organizao administrativa e judiciria, matria tributria e oramentria, servios pblicos e pessoal da administrao dos Territrios;c) servidores pblicos da Unio e Territrios, seu regime jurdico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;d) organizao do Ministrio Pblico e da Defensoria Pblica da Unio, bem como normas gerais para a organizao do Ministrio

    Pblico e da Defensoria Pblica dos Estados, do Distrito Federal e dos Territrios;

    e) criao e extino de Ministrios e rgos da administrao pblica, observado o disposto no art. 84, VI;f) militares das Foras Armadas, seu regime jurdico, provimento de cargos, promoes, estabilidade, remunerao, reforma e transferncia

    para a reserva. 2 - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentao Cmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mnimo, um

    por cento do eleitorado nacional, distribudo pelo menos por cinco Estados, com no menos de trs dcimos por cento dos eleitores de cada um deles.

    Quanto ao quorum devotao( s a votao, no quer dizer aprovao da lei) da LO e da LC, o mesmo?R: Eles so idnticos. a maioria absoluta (=maioria dos membros) - art. 47. Quorum de votao o nmero

    mnimo de parlamentares que tem que estar presentes para que a votao ocorra.Art. 47. Salvo disposio constitucional em contrrio, as deliberaes de cada Casa e de suas Comisses sero tomadas por maioria dos

    votos, presente a maioria absoluta de seus membros. Quanto ao Quorum de Aprovao da LO e da LC, qual a diferena?R: Para a LO, o Quorum de Aprovao de Maioria Relativa (= maioria dos presentes = mais de 50% dos presentes).

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    Ex.: Presentes 400 deputados. Tem que votar a favor 201 deputados. Se forem 199, no tem votao. Art. 47 (que a regra geral), que vale tambm paramedida provisria, lei delegada, tratados internacionais. Sempre que a lei nada disser, a esta regra que ela vai estar se referindo. At mesmo as deliberaes daCasa sero tomadas desta forma.

    J para a LC ser aprovada, o Quorum necessrio de Maioria Absoluta, previsto no Art. 69 da CF/88. Tanto o Quorum de Votaoquanto o Quorum de Aprovao ser o mesmo nmero. A lei nem mesmo fala, no art. 69, em Quorum de Votao.

    Art. 69. As leis complementares sero aprovadas por maioria absoluta.Quanto matria, qual a diferena entre a LO e a LC?

    R: A LO cuida de matria residual. Todas as matrias que no forem reservadas s outras espcies normativas, sero reservadas LO. Ja LC tem uma matria reservada pela CF/88. Quando uma matria reservada LC, nenhum outro ato normativo poder tratar do assunto. Lei Ordinria, em nenhuma hiptese, pode tratar de matria de LC. Nem mesmo Tratado Internacional. Nem mesmo Medida

    Provisria pode tratar de matria de LC. Com a EC 32/01, ficou patente que a MP no pode tratar de matria de LC. Assim, como a Lei Delegada,no art. 68, tambm no pode.

    Art. 68. As leis delegadas sero elaboradas pelo Presidente da Repblica, que dever solicitar a delegao ao Congresso Nacional. 1 - No sero objeto de delegao os atos de competncia exclusiva do Congresso Nacional, os de competncia privativa da Cmara

    dos Deputados ou do Senado Federal, a matria reservada lei complementar, nem a legislao sobre: I - organizao do Poder Judicirio e do Ministrio Pblico, a carreira e a garantia de seus membros; II - nacionalidade, cidadania,direitos individuais, polticos e eleitorais;III - planos plurianuais, diretrizes oramentrias e oramentos.

    2 - A delegao ao Presidente da Repblica ter a forma de resoluo do Congresso Nacional, que especificar seu contedo e ostermos de seu exerccio. 3 - Se a resoluo determinar a apreciao do projeto pelo Congresso Nacional, este a far em votao nica, vedada qualquer

    emenda.

    Agora que j vimos as diferenas entre a LO e a LC, vamos ver se h hierarquia entre a LO e a LC:

    1. Critrio da Posio Topogrfica = O primeiro argumento que a posio topogrfica das normas esto nesta ordem: CF LC LO. Seria o TERTIUM GENUS. Esse argumento fraco e foi derrubado.

    2. Critrio do Quorum de Aprovao = o argumento mais forte que o anterior. E defende que a LC superior LO porque o seu processo de aprovao mais dificultoso, por causa do Quorum de Aprovao. Mas, se fossemos considerar o Quorumde Aprovao como critrio, a lei orgnica ficaria no topo da pirmide, que precisa de trs teros para ser aprovada.

    3. Critrio da Matria = LC pode tratar de matria de LO, mas a LO no pode tratar de matria de LC. Este o argumento do 3 critrio. Aprincpio, est correto. De fato, a LC pode tratar de matria de LO sem ser invalidada. S que, isso no significa hierarquia. Ela pode tratar por umaquesto de economia legislativa. O STF entende que a LC que trata de matria de LO, ela materialmente ordinria, ela s formalmente complementar.

    Sendo assim, uma LO pode revogar uma LC? R: Sim.Quando a LC for materialmente LO.

    No confunda: A LO nunca pode tratar de matria de LC. Mas, ela pode revogar uma LC quando esta tratar de matria de LO.

    Assim, NO H HIERARQUIA ENTRE LC E LO. Portanto, se uma lei no define critrio de forma ou contedo sobre outra matria, noh hierarquia entre elas.

    Defensores da hierarquia: Pontes de Miranda, Manoel Gonalves Ferreira Filho...No h hierarquia: Celso Bastos e Michael Temer.STF e STJ tratam a questo de modo diferente: segundo o STJ, h hierarquia, com uma ressalva: o STJ (nas duas Turmas) entende que

    ela existe, mas at hoje, s quanto ao Direito Tributrio. J o STF, analisando a mesma matria, para ele no h hierarquia. Oentendimento do STF que tanto a LO e a LC cada uma tem seu campo de atuao distinto definidos pela CF/88.

    Existe hierarquia entre uma Lei Federal, Lei Estadual e Lei Municipal?R: No existe hierarquia entre leis federais, estaduais e municipais. Ou seja, no o simples fato de uma norma emanar da Unio que

    ela seja superior norma estadual e a municipal. No h hierarquia, porque so atos normativos primrios, ou seja, todas emanam diretamente daCF/88.

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    Ex.: As competncias da UF = arts. 21, 22 e 48 da CF/88. Ex.: Ascompetncias Municipais = art. 30 da CF/88.Ex.: J as competncias dos Estados, no h uma reserva prpria, porque os Estados possuem competncia residual, como previsto no

    artigo 25, pargrafo 1, da CF/88.

    Art. 21. Compete Unio:I - manter relaes com Estados estrangeiros e participar de organizaes internacionais; II - declarar a guerrae celebrar a paz;

    III - assegurar a defesa nacional;IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que foras estrangeiras transitem pelo territrio nacional ou nele permaneamtemporariamente;

    V - decretar o estado de stio, o estado de defesa e a interveno federal; VI -autorizar e fiscalizar a produo e o comrcio de material blico; VII - emitir moeda;VIII - administrar as reservas cambiais do Pas e fiscalizar as operaes de natureza financeira, especialmente as de crdito, cmbio e

    capitalizao, bem como as de seguros e de previdncia privada;IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenao do territrio e de desenvolvimento econmico e social;X - manter o servio postal e o correio areo nacional;XI - explorar, diretamente ou mediante autorizao, concesso ou permisso, os servios de telecomunicaes, nos termos da lei, que dispor

    sobre a organizao dos servios, a criao de um rgo regulador e outros aspectos institucionais; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 8,de 15/08/95:)

    XII - explorar, diretamente ou mediante autorizao, concesso ou permisso:

    a)

    os servios de radiodifuso sonora, e de sons e imagens; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 8, de 15/08/95:)b) os servios e instalaes de energia eltrica e o aproveitamento energtico dos cursos de gua, em articulao com os Estados onde sesituam os potenciais hidroenergticos;

    c) a navegao area, aeroespacial e a infra-estrutura aeroporturia;d) os servios de transporte ferrovirio e aquavirio entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os

    limites de Estado ou Territrio;e)os servios de transporte rodovirio interestadual e internacional de passageiros;

    f)os portos martimos, fluviais e lacustres;XIII - organizar e manter o Poder Judicirio, o Ministrio Pblico e a Defensoria Pblica do Distrito Federal e dos

    Territrios;XIV - organizar e manter a polcia civil, a polcia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar

    assistncia financeira ao Distrito Federal para a execuo de servios pblicos, por meio de fundo prprio; (Redao dada pela EmendaConstitucional n 19, de 1998)

    XV - organizar e manter os servios oficiais de estatstica, geografia, geologia e cartografia de mbito nacional; XVI - exercer aclassificao, para efeito indicativo, de diverses pblicas e de programas de rdio e televiso; XVII - conceder anistia;XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades pblicas, especialmente as secas e as inundaes;XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hdricos e definir critrios de outorga de direitos de seu uso;XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitao, saneamento bsico e transportes urbanos;XXI - estabelecer princpios e diretrizes para o sistema nacional de viao;XXII - executar os servios de polcia martima, aeroporturia e de fronteiras; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de

    1998)XXIII - explorar os servios e instalaes nucleares de qualquer natureza e exercer monoplio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o

    enriquecimento e reprocessamento, a industrializao e o comrcio de minrios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princpios econdies:

    a) toda atividade nuclear em territrio nacional somente ser admitida para fins pacficos e mediante aprovao do Congresso Nacional;b) sob regime de permisso, so autorizadas a comercializao e a utilizao de radioistopos para a pesquisa e usos mdicos, agrcolas e

    industriais; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 49, de 2006)

    c) sob regime de permisso, so autorizadas a produo, comercializao e utilizao de radioistopos de meia- vida igual ou inferior a duashoras; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 49, de 2006)

    d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existncia de culpa; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 49, de2006)

    XXIV - organizar, manter e executar a inspeo do trabalho;

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    XXV - estabelecer as reas e as condies para o exerccio da atividade de garimpagem, em forma associativa.

    Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre:I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrrio, martimo, aeronutico, espacial e do trabalho; II - desapropriao;III - requisies civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; IV - guas, energia,informtica, telecomunicaes e radiodifuso;V - servio postal;

    VI - sistema monetrio e de medidas, ttulos e garantias dos metais; VII - poltica decrdito, cmbio, seguros e transferncia de valores; VIII - comrcio exterior einterestadual;IX - diretrizes da poltica nacional de transportes;X - regime dos portos, navegao lacustre, fluvial, martima, area e aeroespacial; XI - trnsito etransporte;XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; XIII -nacionalidade, cidadania e naturalizao;

    XIV - populaes indgenas;XV - emigrao e imigrao, entrada, extradio e expulso de estrangeiros;XVI - organizao do sistema nacional de emprego e condies para o exerccio de profisses;XVII - organizao judiciria, do Ministrio Pblico e da Defensoria Pblica do Distrito Federal e dos Territrios, bem como organizao

    administrativa destes;

    XVIII - sistema estatstico, sistema cartogrfico e de geologia nacionais; XIX -sistemas de poupana, captao e garantia da poupana popular; XX - sistemas deconsrcios e sorteios;XXI - normas gerais de organizao, efetivos, material blico, garantias, convocao e mobilizao das polcias militares e corpos de

    bombeiros militares;XXII - competncia da polcia federal e das polcias rodoviria e ferroviria federais; XXIII - seguridadesocial;XXIV - diretrizes e bases da educao nacional; XXV -registros pblicos;XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;XXVII normas gerais de licitao e contratao, em todas as modalidades, para as administraes pblicas diretas, autrquicas e

    fundacionais da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas pblicas e sociedades deeconomia mista, nos termos do art. 173, 1, III; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa martima, defesa civil e mobilizao nacional; XXIX - propagandacomercial.Pargrafo nico. Lei complementar poder autorizar os Estados a legislar sobre questes especficas das matrias relacionadas neste artigo.

    Art. 30. Compete aos Municpios:I - legislar sobre assuntos de interesse local;II - suplementar a legislao federal e a estadual no que couber;III - instituir e arrecadar os tributos de sua competncia, bem como aplicar suas rendas, sem prejuzo da obrigatoriedade de prestar

    contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislao estadual;V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concesso ou permisso, os servios pblicos de interesse local, includo o de

    transporte coletivo, que tem carter essencial;VI - manter, com a cooperao tcnica e financeira da Unio e do Estado, programas de educao infantil e de ensino fundamental;

    (Redao dada pela Emenda Constitucional n 53, de 2006)VII - prestar, com a cooperao tcnica e financeira da Unio e do Estado, servios de atendimento sade da populao;VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da

    ocupao do solo urbano;IX - promover a proteo do patrimnio histrico-cultural local, observada a legislao e a ao fiscalizadora federal e estadual.

    Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituies e leis que adotarem, observados os princpios desta Constituio. 1 - So reservadas aos Estados as competncias que no lhes sejam vedadas por esta Constituio.

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    2 - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concesso, os servios locais de gs canalizado, na forma da lei, vedada aedio de medida provisria para a sua regulamentao. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 5, de 1995)

    3 - Os Estados podero, mediante lei complementar, instituir regies metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies,constitudas por agrupamentos de municpios limtrofes, para integrar a organizao, o planejamento e a execuo de funes pblicas de interessecomum.

    A EC 45/04 corrigiu um erro que era previsto na CF/88, transferindo a competncia do STJ para o STF, no art. 102, III, d, no conflito

    entre uma lei federal e uma lei estadual. Porque se uma lei invade a competncia de outra, ela inconstitucional. Mas, no h hierarquia entre elas.Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituio, cabendo- lhe:III - julgar, mediante recurso extraordinrio, as causas decididas em nica ou ltima instncia, quando a deciso recorrida:d) julgar vlida lei local contestada em face de lei federal.

    Repartio Vertical de Competncia Legislativa (art. 24)

    Art. 24. Compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributrio,financeiro, penitencirio, econmico e urbanstico;II - oramento;III - juntas comerciais;IV - custas dos servios forenses; V -

    produo e consumo;

    VI - florestas, caa, pesca, fauna, conservao da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteo do meio ambiente e controle dapoluio;

    VII - proteo ao patrimnio histrico, cultural, artstico, turstico e paisagstico;VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico;IX - educao, cultura, ensino e desporto;X - criao, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; XI -procedimentos em matria processual;XII - previdncia social, proteo e defesa da sade; XIII -assistncia jurdica e Defensoria pblica;

    XIV - proteo e integrao social das pessoas portadoras de deficincia; XV -proteo infncia e juventude;XVI - organizao, garantias, direitos e deveres das polcias civis. 1 - No mbito da legislao concorrente, a competncia da Unio limitar-se- a estabelecer normas gerais.

    2 - A competncia da Unio para legislar sobre normas gerais no exclui a competncia suplementar dosEstados. 3 - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercero a competncia legislativa plena, para atender a suas

    peculiaridades. 4 - A supervenincia de lei federal sobre normas gerais suspende a eficcia da lei estadual, no que lhe for contrrio.a que cuida da competncia legislativa concorrente, entre a Unio, os Estados e o DF.Observe que os Municpios no foram mencionados aqui. Mas, pode o Municpio, tratar de matria concorrente? R: Sim. No artigo 30, II, onde se dizque compete ao Municpio complementar a CF/88 naquilo que couber.

    Voltando ao artigo 24, vemos que, quanto repartio vertical, no pargrafo 1, cabe UF as NORMAS GERAIS. E no pargrafo 2, cabem aosEstados as LEIS SUPLEMENTARES. Aqui, no art. 24, h uma hierarquia entre as normas estaduais e federais, quanto ao contedo, e no por causa dos seusentes polticos, porque uma de contedo geral e a outra tem contedo especfico. E a Lei Municipal tem que obedecer tanto a lei estadual quanto a lei federal.

    Assim, se uma lei municipal cuida de matria da UF, ela pode ser objeto de ADI, porque ela cuida diretamente de uma ordem da CF/88. J sefosse lei estadual, depende, pode caber ADI ou no, porque em alguns casos, ela possui hierarquia quanto ao contedo (onde uma tem contedo geral e aoutra tem contedo especfico).

    Se a LC estabelece normas gerais, por exemplo, o CTN, pode a LO, que norma especfica, revogar a norma geral? R: No, porque uma temcontedo geral e a outra tem contedo especfico.

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    Tem que estudar bastante a hierarquia entre as normas para entender controle de constitucionalidade. E lembre- se, o que as distingueno o ente que produziu a norma, muito menos a forma do seu nascimento. O que a define como superior ou no a outra norma, se uma delasdefine o contedo e a forma da outra.

    II) TRATADOS INTERNACIONAIS:

    Segundo o STF, todo TI tem status de LEI ORDINRIA. No importa o seu contedo.

    No entanto, com a CF/88, ganhou fora a tese de alguns internacionalistas (Ex.: Flvia Piovesan), que defendiam a Teoria Dualista, noentanto, os TI de Direitos Humanos seriam incorporados imediatamente e eles teriam status de norma constitucional. Esta tese surgiu com aquesto do Pacto de San Jos de Costa Rica, quanto priso civil por dvida. O Pacto s prev 1 priso civil : aquela oriunda de Alimentos. J o nossoordenamento civil prev 2 prises civis: a por dvida alimentar e a do depositrio infiel.

    Assim, qual dos ordenamentos prevalece? O Dir. Civil ou o TI? Flvia Piovesan vislumbra que o TI, cuidando de Direitos Humanos, deveriaprevalecer. Mas, o STF nunca se rendeu.

    Em razo do art. 5, p. 2, a, CF/88, ( 2 - Os direitos e garantias expressos nesta Constituio no excluem outros decorrentes do regime edos princpios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a Repblica Federativa do Brasil seja parte) a nossa constituio adota aTeoria Material dos Direitos Fundamentais, ou seja, eles so identificados no pela forma como eles foram consagrados, e sim quanto ao seu contedo. Osdireitos fundamentais esto consagrados no direito interno da CF e os direitos humanos esto consagrados no plano internacional, ou seja, nos TI ou nasConvenes Internacionais. E se eles tratam do mesmo assunto?

    Bom, a EC 45/04 veio para resolver esta questo:

    Inseriu ao art. 5, o p. ( 3 Os tratados e convenes internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa doCongresso Nacional, em dois turnos, por trs quintos dos votos dos respectivos membros, sero equivalentes s emendas constitucionais), dizendo quese for um TIDH, aprovado (por 3/5 em 2 turnos) com o mesmo de processo de aprovao das emendas, ele sero equivalentes s emendas daconstituio.

    Parecia que a coisa ia se resolver. Ocorre que o RE 466343/SP, o Min. Gilmar Mendes passou a defender uma hierarquia SUPRALEGALdos Direitos Humanos. Segundo ele, os TIDH devem seguir as tendncias internacionais, ou seja, no seriam tratados como LO, seriam mais queisso, estariam acima das leis, porm, abaixo da CF/88. Por enquanto, a votao est em 7 x 0. Mas, como a votao ainda no terminou, e possvelque ele ainda mude, a tendncia que este entendimento seja mantido.

    O HC 90751 de SC, do Gilmar Mendes, est no site do FLG e explica melhor que o RE acima. Assim, se este entendimento do GilmarMendes prevalecer, os TIDH teriam uma tripla hierarquia.

    Primeiro: Eles ficariam ao lado da CF e das normas originrias e derivadas, desde que aprovado por 3/5 em 2 turnos.Segundo: TIDH, cfe. o art. 47. (SUPRALEGAL)

    Terceiro: Viviam como ANP, e os Tratados Internacionais Comuns, ao lado das LO, com status de LO.

    Os TIDH, todos eles foram tratados com status de LC ou constitucionais?R: Se ele anterior EC 45, ele continua tendo status de LO, e no de emenda CF/88. No haveria uma recepo de forma automtica, porque a CF88

    no afira que todos os TIDH devem ser tratados co emenda. O que ela diz Se eles forem aprovados por 3/5 e em 2 turnos, sero equivalentes s emendas.Portanto, no h recepo automtica.

    O Pacto de So Jos de Costa Rica, ento, que veio antes da EC 45, poderia ser submetido a nova aprovao para mudar de status(status de emenda constituio)? Sim, a doutrina defende que sim. Mas, na lei, no h qualquer previso.

    O TIDH pode alterar uma clusula ptrea?R: Em regra, no. Mas, ele pode ampliar a proteo da clusula ptrea. Suprimir, nunca! Mas, tanto a doutrina quanto a jurisprudncia no

    cuidam disso ainda.

    Se um TIDH consagra um direito individual, este direito pode se tornar clusula ptrea?R: Segundo o Professor, esse direito se transforma sim em clusula ptrea, por causa do art. 60, p. 4, IV. Porque se o TIDH consagra um direito

    individual, e a CF/88 diz, neste artigo, que direito individual clusula ptrea, ou seja, no pode ser modificado e nem suprimido por emenda, esse direitoindividual se tornaria clusula ptrea sim.

    ESTADUAL

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    Todos os Estados tm sua Constituio Estadual, e ela se situa no topo da pirmide. Abaixo dela, surgem as ANP, que podem ser as Leis Estaduais(Decretos e Regulamentos do Governador) e as Leis Municipais (D. e R. dos Prefeitos).

    Os contedos das leis estaduais e municipais devem obedecer, quanto ao contedo, o que manda a CF/88, segundo o artigo 125, p. 2.

    DOS TRIBUNAIS E JUZES DOS ESTADOS

    Art. 125. Os Estados organizaro sua Justia, observados os princpios estabelecidos nesta Constituio. 2 - Cabe aos Estados a instituio de representao de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou

    municipais em face da Constituio Estadual, vedada a atribuio da legitimao para agir a um nico rgo.Quando essas leis violarem o que manda o art. 125, p.2, deve o TJ exercer controle concentrado sobre essas leis. O TJ o guardio das

    leis estaduais.

    Existe hierarquia ente LE x LOM?R: No h hierarquia. Alexandre de Moraes defende que no h porque no existe hierarquia entre os Estados e Municpios, porque ambos os

    entes polticos dotados de autonomia.R: O professor entende que h hierarquia sim. Porque uma norma superior a outra quando uma delas define o contedo e a forma da

    outra. No o caso da lei estadual, mas a CF impe LOM os seus princpios sejam simtricos CE. Assim, a CF manda que a CE defina o contedo

    da LOM.

    MUNICIPALLOM

    Leis Municipais

    Decretos e Regulamentos dos Prefeitos

    A LOM se situa no topo da pirmide. E abaixo, vm as Leis Municipais (C e O), e abaixo, os Decretos e Regulamentos do Prefeito.Aqui no cabe controle de constitucionalidade, mas cabe controle de legalidade. At porque no h Tribunal para resolver isso no mbito

    municipal. Mas, pode o juiz singular resolver conflito entre lei municipal e LOM.

    DISTRITO FEDERAL LODF

    LDF

    O DF tem Lei Orgnica, artigo 32 da CF/88. Ela tem contedo hbrido, de CE e de LOM. Cabe controle deconstitucionalidade de LDF x LODF?R: Em regra, no. Somente se a LODF for materialmente LDF. Isso advm do art. 30, p.5, da Lei 9868/99.

    DO DISTRITO FEDERALArt. 32. O Distrito Federal, vedada sua diviso em Municpios, reger- se- por lei orgnica, votada em dois turnos com interstcio mnimo

    de dez dias, e aprovada por dois teros da Cmara Legislativa, que a promulgar, atendidos os princpios estabelecidos nesta Constituio. 1 - Ao Distrito Federal so atribudas as competncias legislativas reservadas aos Estados e Municpios. 2 - A eleio do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidir com a dos

    Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual durao. 3 - Aos Deputados Distritais e Cmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27. 4 - Lei federal dispor sobre a utilizao, pelo Governo do Distrito Federal, das polcias civil e militar e do corpo de bombeiros

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    PODER CONSTITUINTE ORIGINRIO:

    O PC responsvel pela elaborao das normas da CF/88. Onde se situa o PC na pirmide? R: Ora, se a pirmide construdaa partir dela, o PCO est fora dela, porque est acima dela.

    Obs.: O Poder Originrio o poder constituinte, porque o derivado no constituinte, logo ele ser chamado s de poder derivado.

    LEGITIMIDADE DO PCO:

    O PCO ou legtimo ou no. Jamais se diz que ele inconstitucional. Para verificar a legitimidade do PCO preciso verificar o seuEXERCCIO e a sua TITULARIDADE.

    Quem o titular do PCO?R: Tem 2 respostas. Na prova discursiva, diga que DEMOCRTICA, e na prova de marcar, AUTOCRTICA. Autocrtica quando se

    refere a uma minoria que detm o poder, seja uma minoria racial, ou militar,... Ex.: Ruanda. Mas, a resposta mais aceita a DEMOCRTICA quedefende que a titularidade o POVO ou a NAO. (Povo melhor que nao)

    O PCO reside na soberania popular. Mas, nem sempre o seu titular quem vai exerc-lo. Quando a Constituio feito porrepresentantes do povo eleitos para esse fim especfico, porque o exerccio correspondeu titularidade. Essa constituio se caracteriza comoPOPULAR, PROMULGADA, DEMOCRTICA. Isso quer dizer, se o exerccio corresponde titularidade, quer dizer que houve Direito Legtimo. A

    titularidade sempre ser do povo, o exerccio que poder ser usurpado.

    Qual a NATUREZA do PCO?

    a essncia. o lugar que o instituto ocupa dentro do ordenamento jurdico, a essncia jurdica do instituto. No se fala aqui emnatureza jurdica, porque o PCO no se situa no ordenamento jurdico, ele est acima da CF, antes dela.

    O PCO tem natureza de fato ou de direito?R: Depende da sua concepo: Se voc for Jus Naturalista (j ultrapassada), o Direito Natural est acima do Direito Positivo (Poder de

    Direito). Mas, a resposta mais aceita a Concepo Positivista, onde o Poder de Fato ou Poder Poltico est acima do Direito Positivo.

    CARACTERSTICAS DO POC:

    Segundo GEORGES BORDEAU, o PCO tem 3 caractersticas:

    1. Poder Inicial = porque a partir do Poder Constituinte que se inicia todo o ordenamento jurdico.2. Poder Autnomo = ou seja, cabe a esse POC escolher a Idia de Direito a ser colocada dentro da Constituio.3. Poder Incondicionado = tanto no aspecto formal quanto no aspecto material. No existe uma forma pr- determinada de aprovao

    das normas da constituio. Cabe Assemblia Constituinte estabelecer no momento em que elabora a constituio. Quanto ao contedo, segundo aconcepo positivista, a constituio no est presa a nenhuma limitao. No entanto, ele estaria condicionado aos valores e princpios daquele povo. Hquem diga que a constituio, ao nascer, estaria limitado ao direito internacional, mas o STF discorda disso.

    Georges Burdeau atribui ao Poder Constituinte originrio a potncia de construir a Constituio, independentemente do momentohistrico; Poder Constituinte institudo, por seu turno, aquele nsito na Constituio atravs do qual possvel proceder reviso constitucional.

    SegundoJOSEPH SIEYS (OU Abade Sieys), o POC tem as seguintes caractersticas: (no pode se esquecer deste nome!!!)

    1.Poder Permanente = porque depois que ele faz a constituio, e cumpre o seu exerccio, ele no seesgota. Ele fica latente, a espera.2. Poder Inalienvel = porque a sua titularidade no pode ser transferida.3. Poder Incondicionado = Como ele Jus Naturalista, ele acrescenta dizendo que o POC um Poder Incondi cionado pelo Poder

    Natural.

    A doutrina do Poder Constituinte: Emmanuel Joseph Sieys

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    A doutrina do Poder Constituinte surge no sculo XVIII associada idia de Constituio escrita, a partir do pensamento do francsEmmanuel Joseph Sieys, tendo a obra Qu est-ce que le tiers tat? lanado as bases da doutrina. O livro de Sieys um manifesto com asreivindicaes do Terceiro Estado (o povo). O tema desenvolvido atravs de perguntas. A primeira delas o que tem sido o Terceiro Estado?Responde o autor: nada, uma vez que o Terceiro Estado no tinha privilgios e, na estrutura jurdica francesa da poca pr-revolucionria, noter privilgios naquela sociedade era ser nada. O que ?: tudo, j que o terceiro Estado desenvolvia todas as tarefas necessrias comunidade(o comrcio, a indstria, a agricultura, os servios), ele era uma comunidade perfeita, existindo sem depender do clero ou da nobreza(Primeiro e Segundo Estados, respectivamente). A terceira indagao : o que pretende ser?: alguma coisa e, neste ponto, Sieys apresenta as

    reivindicaes do povo quanto a estrutura poltica e social, defendendo a supremacia da nao sobre os governantes. O poder pertence nao,mas ela pode decidir a quem atribuir o Poder Constituinte e exerc-lo como seu delegatrio. A tese de Sieys parte da premissa de que todo Estadotem uma Constituio escrita e ela fruto de um Poder Constituinte anterior, cuja obra o documento constitucional. A Constituio afonte dos Poderes do Estado e a eles superior. A Carta Magna estabelece os poderes do Estado (constitudos), os quais no podem jamais extrapolarseus limites, haja vista que o Poder Constituinte um poder supremo, soberano poder criador de poder (es).

    CLASSIFICAES DO POC:

    So classificaes que limitam o poder reformador em mbito material.Porque a CF/88 tem legitimidade para prevalecer sobre a soberania popular, a vontade da maioria?

    Existem aqui, nas classificaes, 2 bases:

    DICOTMICA (defende a existncia de 2 poderes: o PCO e o Poder Derivado)TRICOTMICA (defende a existncia de 3 poderes:o PCO, o Poder Derivado e um terceiro poder que fica entre os dois j citados).

    Quem nasceu para a malandragem, no nasceu para ser Doutor!!! Estude a auladada, em no mximo 24/48 hs aps ela ter sido dada.. Leia a matria do dia, noacumule!No leia o livro todo, leia o que mais cai na prova! Controle deConstitucionalidade e Direitos Fundamentais!

    3 Aula 27/08/07

    Continuao de Poder Constituinte...

    Classificao Dicotmica: inclui o Poder Constituinte Originrio e o Poder Constitudo ( o constitudo pela constituio para alterar o contedodesta constituio).

    Classificao Tricotmica do Poder Constituinte: porque ao invs de 2 poderes, haveria na verdade 3 poderes:1. O Poder Constituinte Originrio;2. O Poder Derivado Reformador e3. O Poder Constituinte Misto ou Intermedirio ou Pontual2. O Poder Derivado Reformador (aquele que vai alterar o contedo da constituio, e est submetido s limitaes materiais impostas

    pelo Poder Constituinte Originrio)

    3. O Poder Constituinte Misto ou Intermedirio ou Pontual, quer dizer que ambos, 1 e 2 iro alterar o contedo da Constituio. S queeste, poderia alterar legitimamente as limitaes materiais impostas pelo Poder Constituinte Originrio. Este 3 poder defendido poruma minoria da doutrina. Este Poder Constitucional Misto poderia legitimamente alterar as limitaes materiais (as clusulas ptreas, porexemplo, se atendesse 3/5 e 2 turnos, atravs de plebiscito ou referendo).

    MAS ESSA CLASSIFICAO NO FOI ACEITA PELA GRANDE MAIORIA DA DOUTRINA NO BRASIL E NEM PELA CF/88.

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    ESPCIES DE PODER CONSTITUINTE BASEADOS NA CLASSIFICAO DICOTMICA:Cai bastante na prova!

    Vamos estudar agora as espcies e as limitaes s espcies.HISTRICO

    PODER CONSTITUINTE ORIGINRIO I REVOLUCIONRIO

    II MATERIAL (contedo)FORMAL (formalizao)

    ESPCIESREFORMADOR (art. 60, CF/88)

    PODER DERIVADO REVISOR (art. 3, ADCT)DECORRENTE (art. 25, CF/88)- parte permanente

    (art. 11 do ADCT)*O Poder Constituinte Originrio:

    ( I ) Ambos vo fazer uma nova constituio. Mas, o histrico, vai fazer a 1 constituio dentro de um Estado. Ex.: A Constituio Imperialde 1824, outorgada por D. Pedro.Todas as demais so feitas pelo Poder Constituinte Originrio Revolucionrio. aquele que, no faz a 1, mas uma nova constituio no Estado.Ex.: Todas as demais constituies: 1891, 1934, 1937, 1946, 1967/69, 1988.

    Revoluo toda ruptura de um ordenamento jurdico anterior. No necessariamente uma ruptura violenta. Basta que seja feita uma novaconstituio. No precisa ser um golpe, ou uma guerra...

    ( II ) Diferena entre PCO Material e o Formal:Miguel Reali defendia que a constituio tinha 3 dimenses:- a axiolgica (valor),-a normativa (norma que mais defendida pelos demais doutrinadores) e- a ftica (fato).Na axiolgica, os valores so: a liberdade, a igualdade, a dignidade, a moral,... e que quem vai escolher o PCO

    Material.Depois desse passo, consagra-se ento este contedo em valores jurdicos, que o 2 passo, pela norma. O PCO Formal, por tanto, vai

    formalizar o contedo escolhido no PCO Material. Portanto, o material sempre vem antes que o formal.Numa constituio democrtica, no PCO Formal, h uma Assemblia Constituinte, que serve para aprovar as normas desta constituio.Depois, a etapa final a aplicao da norma ao caso concreto (Fato).

    * O Poder Derivado:

    um poder secundrio, limitado pela constituio e condicionado.

    Diferenas entre o Poder Reformador e o Poder Revisor:

    Reformador:Reforma a via ordinria de alterao da constituio. (Segundo Bonavides) Ex.: pequenos reparosno carro.

    Revisor: Reviso a via extraordinria. (Segundo Bonavides)A Reviso j ocorreu uma vez na CF/88. No pode haver novamente. A no ser que haja uma circunstncia ftica em que se preveja uma

    nova reviso atravs de emenda. Mas, para alterar a CF/88, o meio ordinrio para se fazer isso pelo Poder Reformador.Ex.: o check up total.

    O Poder Decorrente aquele atribudo aos Estados Membros para criar as suas prprias constituies.

    LIMITAES AO PODER DERIVADO DECORRENTE:(cai muito em prova!)

    aquele atribudo aos Estados membros para elaborar as suas prprias constituies:

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    A classificao de Jos Afonso da Silva a mais pedida em concurso. Ele divide o PDDem 3 princpios:

    1. Princpios Constitucionais Sensveis Mandatria (art. 37 ao 41)EspressasVedatria (art. 19)

    2. Princpios Constitucionais Estabelecidos

    Implcitas (arts. 21 e 22) (Municpio, art. 30)

    Decorrentes

    3. Princpios Constitucionais Extensveis

    1. Os Princpios Constitucionais Sensveis esto no art. 34, VII da CF/88. Diz-se que uma vez violados, pode gerar a interveno nessesEstados. Eles tratam da essncia da organizao do Estado Brasileiro. A regra a no interveno, mas excepcionalmente, pode a Unio intervir,nos casos do inciso VII, a,b, c, d e e. O Presidente da Repblica o nico que pode decretar a interveno federal, desde que se respeiteum pressuposto, que a ADI INTERVENTIVA. Ento, ele no pode decretar diretamente. (art. 36, III da CF/88). Ou seja, 1 o PGR (o nico legitimadoa este tipo de controle concentrado) tem que intentar a ADI para o STF (somente o STF).

    A decretao da interveno depender...ou seja, a ADI (apreciada pelo STF) um pressuposto para ocorrer a decretao do Presidente.Essa a 1 limitao ao poder derivado dos Estados.

    Art. 34. A Unio no intervir nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

    VII - assegurar a observncia dos seguintes princpios constitucionais:a) forma republicana, sistema representativo e regime democrtico;b) direitos da pessoa humana;c) autonomia municipal;d) prestao de contas da administrao pblica, direta e indireta.e) aplicao do mnimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferncias, na

    manuteno e desenvolvimento do ensino e nas aes e servios pblicos de sade.

    Art. 36. A decretao da interveno depender:

    III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representao do Procurador-Geral da Repblica, na hiptese do art. 34, VII, e nocaso de recusa execuo de lei federal.

    2. Os Princpios Constitucionais Estabelecidosso subdivididos em LIMITAESExpressa Mandatria e Expressa Vedatria. E elas tmsignificados bvios.

    J a LIMITAO Implcita aquela limitao que no est colocada textualmente na CF, mas que pode ser deduzida de outrosdispositivos.

    Ex.: Se a norma comete ao Municpio, implicitamente, os Estados e a UF no podem.

    Limitaes Decorrentes so aquelas que defluem dos princpios consagrados pelo sistema constitucional. Ex.: Princpio Federativo. Daqui,defluem vrios tratamentos igualitrios entre os Entes Polticos.

    3. Os Princpios Constitucionais Extensveis so aquelas limitaes impostas Unio e que se estendem aos Estados. Por isso so

    extensveis. Ela no existe mais, pela doutrina moderna. S existe um dispositivo que sobrou: Art. 93, V da CF/88.

    Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, dispor sobre o Estatuto da Magistratura, observados osseguintes princpios:

    V - o subsdio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponder a noventa e cinco por cento do subsdio mensal fixado para osMinistros do Supremo Tribunal Federal e os subsdios dos demais magistrados sero fixados em lei e escalonados, em nvel federal e estadual,conforme as respectivas categorias da estrutura judiciria nacional, no podendo a diferena entre uma e outra ser superior a dez por cento ouinferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsdio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, emqualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, 4;

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    LIMITAES AO PODER DERIVADO REFORMADOR:(cai bastante em prova!) Ver oart. 60 da CF/88.

    Art. 60. A Constituio poder ser emendada mediante proposta:I - de um tero, no mnimo, dos membros da Cmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da Repblica;

    III - de mais da metade das Assemblias Legislativas das unidades da Federao, manifestando-se, cada uma delas, pela maioriarelativa de seus membros. 1 - A Constituio no poder ser emendada na vigncia de interveno federal, de estado de defesa ou de estado de stio. 2 - A proposta ser discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver,

    em ambos, trs quintos dos votos dos respectivos membros. 3 - A emenda Constituio ser promulgada pelas Mesas da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo nmero de

    ordem.4 - No ser objeto de deliberao a proposta de emenda tendente a abolir:I - a forma federativa de Estado;II - o voto direto, secreto, universal e peridico;III - a separao dos Poderes;IV - os direitos e garantias individuais. 5 - A matria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada no pode ser objeto de nova proposta na mesma sesso

    legislativa.

    Existem, teoricamente, 4 limitaes possveis:

    1) TEMPORAIS2) CIRCUNSTANCIAIS3) FORMAIS ou PROCESSUAIS ou PROCEDIMENTAIS (ou Implcitas)4) MATERIAIS

    - Temporais Formas Subjetivas I 1/3II - PP

    - Circunstanciais III -

    1 (ED/ES/IF)

    PD Reformador - Formais Formas Objetivas (2T e 3/5- art. 60)3 - Promulgao (Mesas da CD e SF)4 - S. Legislativa (de 02/02 a 02/02)

    - Expressas (4) Separao dos Poderes,- Materiais = clusulas ptreas Forma Federativa do Estado,

    Voto: Direto,Secreto,Universal ePeridicoDireitos e Garantias Individuais

    - Implcitas (art. 60)

    1) TEMPORAIS = Essa limitao temporal quer dizer que durante um determinado perodo detempo, a CF/88 no poder ser alterada. Elas so geralmente colocadas nas primeiras constituies do Estado.

    Ex.: A Constituio de 1824 tinha uma limitao temporal de 4 anos (carncia) para que ela sofresse alguma alterao.Na CF/88, em toda ela e inclusive no art. 60, no h previso para limitao temporal para a CF/88. Portanto, a CF/88 poderia ter

    sido alterada no dia 06/10/88.J para o Poder Revisor, h uma limitao SIM! (essa uma das diferenas entre o Poder Reformador e o

    Revisor). Ver art. 3 da ADCT. A Reviso da CF/88 s poderia ser feita aps 5 anos de sua promulgao. tempo, no poderia haverreviso, mas reforma, poderia sim.

    Antes de

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    2) CIRCUNSTANCIAIS = Essa limitao impede a alterao da Constituio em determinadas situaes especiais. Sosituaes graves para o Estado, quais sejam: Estado de Defesa, Estado de Stio e Interveno Federal. A interveno federal basta ser em umEstado da federao. Nestas situaes, a CF no poder ser emendada. Ver art. 60, pargrafo 1, CF/88.

    OBS.: No art. 3 do ADCT: O STF entende que a Reviso possui as mesmas limitaes circunstanciais e materiais que a reforma. Mas, JAS jentende que no, mas ele isolado.

    3) FORMAIS = Estas limitaes esto ligadas ao procedimento, ou forma, de alterao da constituio. Elas podem ser de 2 espcies:

    Formais Objetivas ou Formais Subjetivas.

    As Limitaes Formais Subjetivas esto relacionadas ao sujeito, ao rgo competente.Para que uma emenda seja proposta, por exemplo, os legitimados para propor uma emenda so os mesmos que podem propor leis? Ora, como a

    nossa Constituio rgida, alterar a constituio tem que ser mais dificultoso que alterar uma lei ordinria. Pela regra geral, basta ver o art. 61 da CF/88.J o art. 60 uma exceo regra geral. Ou seja, se um deputado (1 legitimado) quiser propor uma emenda ele precisa de 1/3 no mnimo de cada uma dascasas (CD e SF). O 2 legitimado, o Presidente da Repblica (que s toma a iniciativa de propor emendam, porque ele no pode participar das outras fazesda emenda. Ele s participa da proposta, s da iniciativa. O resto, ele no sanciona, no promulga e no publica). O 3 legitimado a emenda proposta pormais de 50% das Assemblias Legislativas das Unidades da Federal, pela sua maioria relativa. Ento, como temos 27 Estados (contando com o DF), temosque ter mais de 14 A.L. como mais de 50% dos presentes para a votao. J para a aprovao desta emenda, o quorum diferente: tem que ser mais de 50%da maioria absoluta.

    Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinrias cabe a qualquer membro ou Comisso da Cmara dos Deputados, do Senado

    Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da Repblica, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geralda Repblica e aos cidados, na forma e nos casos previstos nesta Constituio. 1 - So de iniciativa privativa do Presidente da Repblica as leis que: I - fixem oumodifiquem os efetivos das Foras Armadas;II - disponham sobre:a) criao de cargos, funes ou empregos pblicos na administrao direta e autrquica ou aumento de sua remunerao;b) organizao administrativa e judiciria, matria tributria e oramentria, servios pblicos e pessoal da administrao dos Territrios;c) servidores pblicos da Unio e Territrios, seu regime jurdico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;d) organizao do Ministrio Pblico e da Defensoria Pblica da Unio, bem como normas gerais para a organizao do Ministrio

    Pblico e da Defensoria Pblica dos Estados, do Distrito Federal e dos Territrios;

    e) criao e extino de Ministrios e rgos da administrao pblica, observado o disposto no art. 84, VI;f) militares das Foras Armadas, seu regime jurdico, provimento de cargos, promoes, estabilidade, remunerao, reforma e transferncia

    para a reserva. 2 - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentao Cmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mnimo, umpor cento do eleitorado nacional, distribudo pelo menos por cinco Estados, com no menos de trs dcimos por cento dos eleitores de cada um deles.

    * Possibilidade de Iniciativa Popular de Emenda:

    Para haver proposta de lei (lei ordinria ou lei complementar art. 61, p. 2 d CF/88), preciso ter 1% do Eleitorado Nacional, divididoentre 5 Estados, onde o percentual mnimo deve ser de 3/10% dos eleitores de cada um desses 5 Estados.

    J para JAS, deve haver uma interpretao sistemtica da CF/88, onde ele defende que embora no previsto na CF a iniciativa popularpara a emenda, por analogia, o mesmo procedimento para a proposta da lei, se utilizaria o procedimento para a proposta de emenda constituio. Ento, por analogia legis (e no iuris), se aplicaria este procedimento iniciativa popular de emenda.

    Mas, este no o entendimento majoritrio da doutrina.

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    Inclusive, diz o STF que no cabe iniciativa popular de emenda Constituio, porque o artigo 60 uma norma excepcional, e por seruma exceo norma geral, normais excepcionais devem ser interpretadas restritivamente. Este o entendimento que prevalece.

    Numa prova objetiva, marque este ltimo entendimento. E numa prova dissertativa, coloque as duas posies.

    Limitaes Formais Objetivas:

    Art. 60. A Constituio poder ser emendada mediante proposta:

    2 - A proposta ser discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver,em ambos, trs quintos dos votos dos respectivos membros.

    3 - A emenda Constituio ser promulgada pelas Mesas da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo nmero de ordem. 5 - A matria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada no pode ser objeto de nova proposta na mesma

    sesso legislativa.

    Art. 60, pargrafo 2, CF/88. Ele tem um processo de aprovao mais dificultoso.Ex.: a proposta de emenda discutida e aprovada em cada casa do Congresso Nacional, em 2 turnos e quorum de 3/5 (= 60%).

    J no pargrafo 3, se prev a promulgao, que feita pelas mesas da Cmara E do Senado. Cuidado: Mesa do Congresso no a mesma coisaque Mesa da Cmara e do Senado.

    A Limitao Formal Objetiva, prevista no art. 60, pargrafo 5, aquela proposta de emenda rejeitada que no pode ser apreciada novamentena mesma seo legislativa.

    Ateno: Sesso Legislativa e Legislatura so institutos diversos:A Sesso Legislativa tem incio em 02/02 a 17/07 e depois, de 01/08 a 22/12. A sesso tem recesso em julho. Do dia 02/02 ao 01/02 do

    ano seguinte, uma sesso s. A sesso legislativa no comea no 01/01, ela comea no dia 02/02 de cada ano. Ver art. 57, CF/88.Isto importa porque, para a medida provisria rejeitada numa sesso legislativa, ela no pode ser reapresentada novamente na mesma

    sesso legislativa, tal como ocorre com a emenda.Digamos que ela tenha sido rejeitada numa sesso legislativa extraordinria, no dia 15/01/07. Ela pode ser reapresentada novamente na sesso

    legislativa de 2007?R: Sim! Porque a sesso legislativa de 2007 se inicia mesmo no dia 02/02/07.A Sesso Legislativa anual e dividida em 2 perodos semestrais, e cada um deles chamado de perodos legislativos.

    A Legislatura est no art. 44, p. nico. Ela tem um perodo de 4 anos. o mandato dos polticos. Dentro de uma legislatura, eu tenho 4sesses legislativas (que anual) e 8 perodos legislativos (que so semestrais). Portanto, dentro de uma legislatura, uma MP ou uma emenda podeser reapresentada 4 vezes.

    Art. 44. O Poder Legislativo exercido pelo Congresso Nacional, que se compe da Cmara dosDeputados e do Senado Federal.

    Pargrafo nico. Cada legislatura ter a durao de quatro anos.

    No confunda ano civil com legislatura ou sesso legislativa.

    Obs.: Existe limitao para o nmero de reedies de Medida Provisria? (art. 62, 10, CF/88)R: No! A nica vedao prevista a reedio da Medida Provisria dentro de uma mesma s. legislativa.

    Art. 62. Em caso de relevncia e urgncia, o Presidente da Repblica poder adotar medidas provisrias, com fora de lei, devendosubmet-las de imediato ao Congresso Nacional.

    10. vedada a reedio, na mesma sesso legislativa, de medida provisria que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficcia pordecurso de prazo.

    J a prorrogao de uma MP limitada! Ela s pode ocorrer 1 vez. E ela automtica, se em 60 dias ela no for promulgada.

    No confunda reedio com prorrogao!

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    Obs.: Projeto de Lei: Se um projeto de lei for rejeitado em uma mesma sesso legislativa, ele pode ser reapresentado?R: O art. 67 da CF/88 diz que sim, desde que esta reapresentao se d pela maioria absoluta dos membros da Cmara ou do Senado.

    Art. 67. A matria constante de projeto de lei rejeitado somente poder constituir objeto de novo projeto, na mesma sessolegislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

    O procedimento: Pois, o procedimento para a Reviso mais fcil do que para a reforma, no art. 3, do ADCT. A Sesso unicameral.

    No h sesso unicameral para outros casos. Aqui, s existe uma Cmera. Todos os polticos aqui votam em uma s cmera. Art. 3 doADCT. Isso diferente de Sesso Conjunta, prevista no art. 66, pargrafo 4, da CF/88. Na Unicameral, se renem os CD e SF (513 + 81)= 594 (+50% maioria) = 298

    Art. 3. A reviso constitucional ser realizada aps cinco anos, contados da promulgao da Constituio, pelo voto da maioriaabsoluta dos membros do Congresso Nacional, em sesso unicameral.

    Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluda a votao enviar o projeto de lei ao Presidente da Repblica, que, aquiescendo, o sancionar. 4 - O veto ser apreciado em sesso conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, s podendo ser rejeitado pelo voto da

    maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutnio secreto.

    J na Sesso Conjunta, todos esto reunidos, mas os votos so computados separadamente. Cmara Deputados= 513 e Senado Federal =81, aqui, eu preciso ter a maioria dos CD (257) e SF (41).

    4) LIMITAES MATERIAIS OU SUBSTANCIAIS:

    So aquelas matrias que no podem ser suprimidas, so as clusulas ptreas, rgidas como uma pedra. O Professor falou aqui emUlisses, na Odissia e o Canto das Sereias. Alm de Pedro Bbado e Pedro Sbrio. Jon Elster. Elas devem ser Reserva de Justia.

    A Clusula Ptrea no significa a intangibilidade literal do dispositivo, mas apenas a proteo ao seu ncleo essencial. (SeplvedaPertence)

    Apesar disso, h uma nica CP que intangvel: a Forma Federativa de Estado considerada Princpio Intangvel daConstituio.

    A CP pode ser alterada, mas jamais suprimida, para no desconfigurar a constituio.

    Clusulas Ptreas Expressas: Art. 60, 4 da CF/88.-Separao dos Poderes,-Forma Federativa do Estado,-Voto: Direto, Secreto, Universal e Peridico,-alm dos Direitos e Garantias Individuais (que uma das espcies dos Direitos Fundamentais).Art. 60. A Constituio poder ser emendada mediante proposta:

    4 - No ser objeto de deliberao a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa deEstado;

    II - o voto direto, secreto, universal e peridico;III - a separao dos Poderes;IV - os direitos e garantias individuais.

    O Voto Obrigatrio no clusula ptrea. Pode haver emenda mudando para voto facultativo.

    O STF considerou o Princpio da Imunidade Tributria Recproca Clusula Ptrea por ser uma decorrncia da Forma Federativa de Estado.

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    Direitos e Garantias Individuais: Segundo Carlos Veloso, todos os direitos e garantias fundamentais so clusulas ptreas. PauloBonavides e I. Sarlet tambm ampliam esses direitos, defendendo que alm dos direitos acima, os direitos sociais tambm seriam clusulas ptreas.Porque a realizao plena dos direitos individuais s possvel com a complementao dos direitos sociais.

    O Min. Gilmar Ferreira Mendes j entende diferente. Ele defende que apenas os Direitos Individuais seriam clusulas ptreas, porqueapenas eles protegem a liberdade dos indivduos.

    Segundo Professor, so clusulas ptreas os Dignidade da Pessoa Humana, que seria o mesmo que Mnimo Existencial, aqueles direitosmnimos para a dignidade da pessoa humana, envolvendo tambm os direitos acima.

    Ateno! Segundo o STF os Direitos e Garantias Individuais no se restringem apenas ao artigo 5 da CF/88. Eles esto espalhados portodo o texto constitucional.

    Ex.: O Art. 16 da CF/88, apesar de estar dentro do captulo dos direitos polticos, ele considerado uma clusula ptrea, ele na verdade umaGarantia Individual do Cidado Eleitor.

    Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrar em vigor na data de sua publicao, no se aplicando eleio que ocorra at um ano dadata de sua vigncia.

    Ex.: O Art. 150, III, b Princpio da Anterioridade ele no est no art. 5, mas o STF o considerou como clusula ptrea. E uma emenda nopode mitig-la, porque ela uma Garantia Individual do Cidado Contribuinte.

    Art. 150. Sem prejuzo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aosMunicpios:III - cobrar tributos:

    b) no mesmo exerccio financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

    Ex.: O art. 228 da CF/88, segundo a doutrina, a maioridade penal uma clusula ptrea. Quer dizer quemenoridade penal no pode ser reduzida?R: Pode! O que no pode haver a supresso da menoridade penal.Art. 228. So penalmente inimputveis os menores de dezoito anos, sujeitos s normas da legislao especial.

    Clusulas Ptreas Implcitas:

    Dupla Reviso: quando se afasta uma limitao do Poder Reformador para alterar o contedo da constituio, tanto para alterar ocontedo material quanto o formal. S que esta dupla reviso uma fraude ao Poder Constituinte Originrio. A Dupla Reviso no pode e no admitida no Brasil.

    A Forma Republicana e o Sistema Presidencialista so clusulas ptreas? Ou so limitaes materiais expressas? R: Limitaes Expressas no so. Mas,seriam Clusulas Ptreas, segundo Ivo Dantas, com fundamento no art. 2, ADCT. o artigo que fala que no dia 07/09/1993 haver um plebiscito para

    definir a forma e o sistema de governo. Porque, quando o legislador quis submeter essas formas a um plebiscito, foi porque ele queria que a escolha feita pela

    consulta popular se tornasse imutvel.

    O professor entende que justamente o contrrio. No seriam clusulas ptreas justamente porque eles foram submetidos a plebiscito.Segundo a CESPE, para que eles fossem alterados, deveria haver submisso no s uma emenda, mas a um novo plebiscito, ou seja, com

    uma nova consulta popular. Essa alterao seria legtima.

    O entendimento que predomina este: A Forma Republicana e o Sistema Presidencialista podem ser alterados desde que haja nova emenda, comnova previso de data para consulta popular.

    PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL:

    Ele responsvel pela elaborao da constituio supranacional. Essa constituio seria, porexemplo, a Constituio da Comunidade Europia. Quem vai elaborar essa constituio o PoderConstituinte Supranacional.

    Caractersticas:Ele pautado em 3 aspectos: 1. Titular:Povo Cidado Universal

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    2. Soberania (teria uma viso remodelada)3. Pluralidade de Ordenamentos Jurdicos (submisso a vrios poderes jurdicos)Como ficaria situada a constituio de cada Nao frente a esta constituio supraconstitucional?R: Ainda no h definio. H quem sustente que uma ficaria subordinada a outra. Outros defendem que aquela pirmide da jurisdio

    deixaria de ser pirmide para ser um trapzio.

    Obs.: Pergunta no final da aula: possvel haver emenda que permita mais de uma reeleio. Se o Lula fizer a proposta, ele pode sebeneficiar desta emenda. Mas, o professor entende que isso pode violar o princpio da alternncia dos mandatos. O Prof. Taques defende que areeleio no clusula ptrea, mas os princpios da forma republicana so clusulas ptreas.

    4 Aula 17/09/07

    ELEMENTOS DO SISTEMA NORMATIVO CONSTITUCIONAL

    Durante a histria do direito constitucional, ns tnhamos como primeira corrente predominante o Jus Naturalismo. O Direito Naturalveio para limitar os poderes absolutos do Estado.

    Depois, passou a predominar oJus Positivismo, que no se preocupava em limitar os poderes absolutos do Estado, mas sim em mostrar a importncia do

    Direito como uma Cincia. Essa corrente era defendida porHans Kelsen.

    Aps, surgiu o Ps Positivismo, que a nova dogmtica, ou Neo Positivismo. Ele surgiu quando se pensou em uma tentativa deSUPERAO do antagonismo entre o direito natural e o direito positivo. O ps positivismo no o retorno ao jus naturalismo, muito menos umabandono da positividade do Direito. somente uma tentativa de avanar sobre essas 2 dogmticas, de ir alm sobe aquilo que j foi conquistado. Ops positivismo est sendo pedido agora na prova da magistratura de SP.

    CARACTERSTICAS DO PS POSITIVISMO:

    Paulo Bonavides desataca 2 caractersticas principais:

    1. IMPORTNCIA DADA AOS VALORES CIVILIZATRIOS: seriam aqueles valores ligados aos Direitos Fundamentais. Onde o seu ncleo a Dignidade da Pessoa Humana.

    2. IMPORTNCIA DADA AOS PRINCPIOS. Eles no eram tratados como normas jurdicas. Eles eram tratados de formas diferentes. Princpio eravisto como um conselho, algo que indicava uma direo, mas sem o carter vinculatrio ou obrigatrio, tanto durante o jus naturalismo quanto no jus positivismo.Para o pspositivismo, a distino deveria ser feita entre princpios e regras (ao invs de ser entre princpios e normas). Os 3 grandes expoentes desse novoalinhamento doutrinrio so: John Rawls, Ronald Dworkin e Robert Alexy (do Ps Positivismo ou Neo Positivismo) O Dworkin at mesmo chegou a dizer que no temsentido no considerar o princpio como uma no norma jurdica dentro do ordenamento jurdico. Pois, sendo assim, o juiz no poderia aplicar um princpio a umdeterminado caso concreto, como se norma fosse, porque ele estaria atuando como Juzo de Exceo, alm de estar atuando como se legislador fosse. Ento, para que o

    juiz possa aplicar os princpios aos casos em concreto, preciso que se reconhea que os princpios so normas. O juiz no pode criar um direito posterior ao fato,porque isso no permitido no nosso ordenamento. Assim, o que se busca aqui dar valor normativo aos princpios. Tanto a norma quanto os princpios teriam valorvinculatrio.

    NEOCONSTITUCIONALISMO:

    Ele subdividido em 2 aspectos:

    1.Aspecto Metodolgico Formal2.Aspecto SubstancialO constitucionalismo surgiu com as criaes das primeiras constituies, no sculo XVIII, com a Constituio Americana (1787) e com a primeira

    constituio europia, que a Constituio Francesa (1791).O 1 aspecto da Metodologia Formal era a NORMATIVIDADE.O 2 aspecto ainda na Metodologia Formal SUPERIORIDADE da Constituio. O 3 aspecto da MetodologiaFormal a CENTRALIDADE da Constituio.

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    J no aspecto substancial se percebe tambm 2 caractersticas:A 1 caracterstica do Aspecto Substancial era a CONSAGRAO cada vez maior dos VALORES E CONCEPES POLTICAS, a

    preocupao com os direitos fundamentais.A 2 caracterstica do Aspecto Substancial a dos CONFLITOS, sendo este aspecto aplicado tanto nos Conflitos em Abstrato quanto nos

    Conflito em Concreto.

    APLICAO DOS PRINCPIOS e REGRAS:

    1.AS REGRASpossuem uma aplicao automtica, impe resultados. Devem ser aplicadas na medida exata de suas prescries. As regrastambm so MANDADOS DE DEFINIO. Segundo Ronald Dworkin (principal defensor da importncia do princpio como normas). As regras obedecem algica do tudo ou nada. Ele diz que as regras obedecem s hipteses previstas na lei. Ou seja, no caso concreto, havendo a hiptese ocorrida na regra, voctem que aplicar aquela regra na medida exata das suas prescries, nem mais e nem menos.

    2. E quanto aos PRINCPIOS, como eles so aplicados? O Robert Alexy costuma dizer o seguinte: que os princpios so MANDADOS DEOTIMIZAO, ou seja, normas que ordenam que algo seja cumprido na maior medida possvel, de acordo com as circunstncias fticas e jurdicas existentes. O quevai determinar essa aplicao na maior medida